Buscar

Tecido nervoso

Prévia do material em texto

20/10/23, 17:05 Tecido nervoso
https://ceadsaladeaula.uvv.br/conteudo.php?aula=tecido-nervoso&dcp=histologia-e-embriologia&topico=5 1/12
Tecido nervoso
Histologia e Embriologia
1. Introdução
Segundo Junqueira & Carneiro (2013) e Machado (2007), o tecido nervoso tem origem do
ectoderma, folheto mais externo do embrião, atua como unidade formadora do sistema nervoso.
Forma órgãos como o encéfalo e a medula espinal, que compõem o sistema nervoso central (SNC) e
o sistema nervoso periférico (SNP), que é constituído por nervos, os gânglios nervosos e
terminações nervosas. Apresenta abundância e variedade de células com prolongamentos,
neurônios e as células da glia (neuróglia), mas é pobre em matriz extracelular (ME). Os
neurônios são responsáveis pela conversão de estímulos não elétricos do meio em elétricos
(potencial de ação ou elétrico, também chamado de impulso elétrico) e na transmissão desse
potencial elétrico entre os SNC e SNP. Enquanto as células da glia sustentam as redes estabelecidas
pelos neurônios e podem participar da atividade neuronal ou da defesa; desta forma, oferecem um
ambiente para que os neurônios possam exercer suas funções.
Histologia da medula espinhal, mostrando o tecido nervoso.
https://cead.uvv.br/conteudo/wp-content/uploads/2018/09/aula_hisemb_top4_img04-768x576.jpg
https://cead.uvv.br/conteudo/wp-content/uploads/2018/09/aula_hisemb_top4_img04-768x576.jpg
20/10/23, 17:05 Tecido nervoso
https://ceadsaladeaula.uvv.br/conteudo.php?aula=tecido-nervoso&dcp=histologia-e-embriologia&topico=5 2/12
2. Neurônios ou células nervosas
Segundo Junqueira & Carneiro (2013) e Machado (2007), os neurônios são células que apresentam
longos prolongamentos e de maior tamanho, em relação as células da glia. Possuem um corpo
celular do qual partem os prolongamentos, que são os dendritos e o axônio. Estas células
possuem baixo potencial mitótico. É a unidade estrutural e funcional do sistema nervoso que é
especializada para a comunicação rápida e tem como função básica de receber, processar e enviar
informações. Corpo celular ou pericário é a parte do neurônio que possui núcleo, as organelas e
estruturas citoplasmáticas. A sua forma pode variar conforme a localização e a atividade funcional
do neurônio, podendo ser piramidal estrelada, fusiforme, piriforme (ou esférica). Este corpo é rico
em organelas. O retículo endoplasmático rugoso, uma das organelas encontradas no corpo do
neurônio, forma um agregado de cisternas paralelas denominada corpúsculo de Nissl. A
principal função do núcleo e de manter e coordenar as funções básicas das células neuronais, que
está relacionada com a produção de um mediador químico (neurotransmissor ou hormônios). Na
maioria dos neurônios, o núcleo é esférico e apresenta um nucléolo proeminente.
Segundo Junqueira & Carneiro (2013) e Machado (2007) a maioria dos neurônios possuem
numerosos dendritos que são as terminações aferentes, isto é, recebem os estímulos do meio
ambiente, de células epiteliais sensoriais ou de outros neurônios, que aumentam
consideravelmente a superfície celular, tornando possível receber e integrar impulsos trazidos por
vários terminais axônios de outros neurônios. Os dendritos se ramificam e, nas suas extremidades,
exibem pequenas projeções bulbosas, as espinhas dendríticas, onde ocorre o contato com outros
neurônios (pontos sinápticos). O axônio ou fibra é um prolongamento único e eferente do
neurônio; é geralmente mais espesso e bem mais longo que os dendritos. Ele se ramifica e se dilata
nas extremidades, onde há o contato com a célula seguinte, via botões ou terminais sinápticos.
Neurônios motores do corno anterior da medula espinhal, corados com violeta de cresil. Eles contêm em seus corpos
celulares os corpúsculos de Nissl.
https://cead.uvv.br/conteudo/wp-content/uploads/2018/09/aula_hisemb_top4_img05-768x614.jpg
https://cead.uvv.br/conteudo/wp-content/uploads/2018/09/aula_hisemb_top4_img05-768x614.jpg
20/10/23, 17:05 Tecido nervoso
https://ceadsaladeaula.uvv.br/conteudo.php?aula=tecido-nervoso&dcp=histologia-e-embriologia&topico=5 3/12
Nestes botões sinápticos encontramos vesículas sinápticas que armazenam neurotransmissores. A
região que fica no corpo celular, de onde sai o axônio é chamada de cone de implantação (cone
do axônio ou zona de gatilho), cuja função está relacionada com a geração do impulso elétrico.
O axônio tem a função de conduzir este impulso até os terminais sinápticos para liberar o
neurotransmissor na fenda sináptica, permitindo a comunicação sináptica química. Muitos axônios
são cobertos com uma bainha de mielina, que os auxilia a transmitir o impulso nervoso
rapidamente, neurônios ou fibras mielinizadas, mas também encontramos no sistema nervoso
neurônios amielinizados.
Estrutura do neurônio: axônio, dendrito, mitocôndria, bainha de mielina, nódulo de Ranvier, e célula de Schwann.
3. Classificação dos neurônios
3.1. Segundo Junqueira & Carneiro (2013) e Machado (2007), os neurônios podem ser
classificados de acordo com a sua morfologia (número de prolongamentos) em:
Unipolar, possui apenas um axônio e só está presente durante a fase de desenvolvimento
embrionário do SN.
Bipolar, possui um axônio e um dendrito. Ocorrem, por exemplo, na retina, na mucosa
olfatória e nos gânglios coclear e vestibular
https://cead.uvv.br/conteudo/wp-content/uploads/2018/09/img_hisemb_top4_trad-4.jpg
https://cead.uvv.br/conteudo/wp-content/uploads/2018/09/img_hisemb_top4_trad-4.jpg
20/10/23, 17:05 Tecido nervoso
https://ceadsaladeaula.uvv.br/conteudo.php?aula=tecido-nervoso&dcp=histologia-e-embriologia&topico=5 4/12
Pseudounipolar, surgem na vida embrionária como neurônios bipolares, mas seus dois
prolongamentos se fundem próximo ao corpo celular. O ramo terminal periférico possui
receptores que recebe e converte os estímulos não elétrico do meio em elétrico, funcionando
como um dendrito, esse impulso elétrico transita pelo prolongamento que se dirige para o SNC,
funcionando como axônio, sem passar pelo corpo.
Multipolar, possui um axônio e mais de dois dendritos. Representam a maioria dos neurônios
e estão presentes no SNC e SNP.
3.2. Segundo Junqueira & Carneiro (2013) e Machado (2007), os neurônios são
classificados de acordo com a função que ele desempenha em:
Neurônios sensoriais (aferentes), que recebem estímulos sensoriais do meio ambiente e do
próprio organismo e os conduzem ao SNC para o processamento. São na maioria neurônios do
tipo pseudounipolares.
Interneurônios, que estão localizados no SNC e estabelecem conexões entre os neurônios.
Podem ser neurônios bipolares ou multipolares.
Neurônios motores (eferentes), que se originam no SNC e conduzem os impulsos para
outros neurônios (SNC), glândulas ou músculos (SNP). São neurônios multipolares.
Neurônios unipolares, pseudounipolares, bipolares e multipolares.
https://cead.uvv.br/conteudo/wp-content/uploads/2018/09/img_hisemb_top4_trad-5.jpg
https://cead.uvv.br/conteudo/wp-content/uploads/2018/09/img_hisemb_top4_trad-5.jpg
20/10/23, 17:05 Tecido nervoso
https://ceadsaladeaula.uvv.br/conteudo.php?aula=tecido-nervoso&dcp=histologia-e-embriologia&topico=5 5/12
SAIBA MAIS
ALTERAÇÕES PATOLÓGICAS DOS NEURÔNIOS:
“Alteração neurofibrilar de Alzheimer está relacionada com uma deposição no corpo do neurônio
de uma proteína fibrilar amiloide. Essa proteína passa a ocupa lugar das organelas e no núcleo
causando morte da célula.”
Saiba mais lendo: A doença de Alzheimer: aspectos fisiopatológicos e farmacológicos.
4. Comunicação sináptica
Segundo Junqueira & Carneiro (2013) e Machado (2007) os neurônios formam uma rede de
conexões capaz de captar informações do meio, processar essas informações, e gerar os sinais
apropriados para as células efetoras. Os locais de contato entre dois neurônios, ou entre um
neurônio e a célula efetora, são as sinapses. As sinapses que envolvem a passagem de íons são
classificadas em sinapses elétricas, e aquelas com a liberação de mediadores químicos
(neurotransmissores) são as sinapses químicas. Nassinapses elétricas, os íons são transmitidos
de uma célula à outra por junções comunicantes que permitem a passagem do potencial de ação
de uma célula para outra. Na sinapse química, a despolarização ou a hiperpolarização da membrana
da célula seguinte (membrana pós-sináptica) depende da liberação de mediadores químicos,
denominados neurotransmissores, no espaço chamado de fenda sináptica; uma vez liberados e
atingindo a membrana da célula receptora, geram a alteração do potencial de membrana desta
célula pós-sináptica. Desta forma, os neurotransmissores permitem a passagem das informações
entre a célula emissora (pré-sináptica) e a pós-sináptica (receptora). Essa comunicação pode
ocorrer entre neurônios (sinapse interneuronais) ou entre neurônio e um músculo (neuromuscular
e neuroglandular). É o tipo de sinapse que predomina no sistema nervoso dos seres humanos e é
dessa maneira que esse sistema realiza várias funções de extrema importância para o perfeito
funcionamento do organismo.
http://www.scielo.br/pdf/rprs/v30n1s0/v30n1a02s0.pdf
https://cead.uvv.br/conteudo/wp-content/uploads/2018/09/img_hisemb_top4_trad-6-768x599.jpg
https://cead.uvv.br/conteudo/wp-content/uploads/2018/09/img_hisemb_top4_trad-6-768x599.jpg
20/10/23, 17:05 Tecido nervoso
https://ceadsaladeaula.uvv.br/conteudo.php?aula=tecido-nervoso&dcp=histologia-e-embriologia&topico=5 6/12
Estrutura de uma sinapse química típica. Mecanismos de liberação de neurotransmissores. Os neurotransmissores são
empacotados em vesículas sinápticas transmitindo sinais de um neurônio para uma célula-alvo através de uma sinapse.
Saiba mais lendo sobre os aspectos moleculares da transmissão sináptica, clicando aqui.
5. Células da glia
Segundo Junqueira & Carneiro (2013) e Machado (2007) as glia são células que possuem
prolongamentos e são de menor tamanho em relação aos neurônios. Essas células fornecem um
microambiente adequado às células nervosas, preenchem os espaços entre os neurônios, e têm
como função sustentação, revestimento ou isolamento e modulação da atividade neural, uma vez
que o tecido nervoso é pobre em ME. São classificadas em dois tipos, dê acordo com seu tamanho,
em células da microglia, e macroglia. As células da macroglia são subdivididas em cinco tipos:
ependimárias, oligodendrócitos e astrócitos, que estão presentes no SNC, e células
satélites e de Schwann, no SNP. As macroglias são originadas do ectoderma, enquanto as
micróglias do mesoderma embrionário.
Segundo Junqueira & Carneiro (2013) as microglias são pequenas e alongadas, com
prolongamentos curtos e irregulares. Elas participam da inflamação e da reparação do sistema SNC
(sistema mononuclear fagocitário). Quando ativadas, retraem seus prolongamentos e assumem a
morfologia de macrófagos.
Tipos de neuroglia. Estrutura do sistema nervoso periférico e do sistema nervoso central: micróglia, astrócito,
oligodendrócito, célula ependimária, glia satélite e célula de Schwann.
http://revista.fmrp.usp.br/1999/vol32n2/aspectos_moleculares_transmissao_sinaptica.pdf
https://cead.uvv.br/conteudo/wp-content/uploads/2018/09/img_hisemb_top4_trad-1.jpg
https://cead.uvv.br/conteudo/wp-content/uploads/2018/09/img_hisemb_top4_trad-1.jpg
20/10/23, 17:05 Tecido nervoso
https://ceadsaladeaula.uvv.br/conteudo.php?aula=tecido-nervoso&dcp=histologia-e-embriologia&topico=5 7/12
Segundo Junqueira & Carneiro (2013) os astrócitos são as maiores e mais numerosas
células da glia do tecido nervoso. Apresentam uma morfologia estrelada, devido aos
prolongamentos, que dá origem ao seu nome. Segundo a quantidade e o comprimento dos
prolongamentos, os astrócitos são classificados em protoplasmáticos ou fibrosos. Os primeiros
apresentam muitos prolongamentos, mas curtos e espessos, e são encontrados na substância
cinzenta. Os segundos exibem menos prolongamentos, os quais são mais longos e são encontrados
na substância branca. Eles ajudam a regular o fluxo de sangue no cérebro, manter a composição do
fluido que envolve os neurônios e regular a comunicação entre os neurônios em sinapse. Durante o
desenvolvimento do SN, os astrócitos ajudam os neurônios a encontrar o caminho aos seus destinos
e contribuem para a formação de uma barreira hematoencefálica, que ajuda a isolar o cérebro das
substâncias potencialmente tóxicas no sangue. Os astrócitos exercem o processo de cicatrização do
tecido nervoso central após lesões diversas, papel semelhante ao dos fibroblastos.
 
Segundo Junqueira & Carneiro (2013) os oligodendrócitos estão localizados na substância
cinzenta e na substância branca do SNC. São menores do que os astrócitos e com poucos
prolongamentos que se enrolam em volta de vários axônios do SNC; já as células de Schwann
não possuem prolongamentos e cada célula forma mielina (envoltório) em torno de um segmento
de um único neurônio do SNP. Ambos os tipos de células da glia produzem mielina, uma
substância isolante, que forma uma bainha em torno dos axônios do SNC e SNP. O conjunto desses
envoltórios é denominado bainha de mielina e as fibras envolvida por esta bainha são chamadas
de fibras mielinizadas. A bainha de mielina se interrompe em intervalos, formando os Nódulos
de Ranvier (NR). Os intervalos entre dois NR são chamados de internódulos. A bainha de
mielina acelera a condução do impulso nervoso, pois ela funciona como um isolante; sendo assim,
os impulsos ocorrem aos saltos ao longo do axônio, através dos nódulos de Ranvier. As células de
Schwann também são responsáveis por direcionar o novo crescimento do axônio (nas lesões) e
ajudam na limpeza de restos celulares.
Modelo de múltiplas etapas de dinâmica de ativação microglial. Reativo (ativado).
Os oligodendrócitos, ao contrário das células de Schwann, formam segmentos de bainhas de mielina de numerosos
neurônios de uma só vez. Oligodendrócitos no sistema nervoso central e células de Schwann no sistema nervoso
periférico.
https://cead.uvv.br/conteudo/wp-content/uploads/2018/09/img_hisemb_top4_trad-2.jpg
https://cead.uvv.br/conteudo/wp-content/uploads/2018/09/img_hisemb_top4_trad-2.jpg
https://cead.uvv.br/conteudo/wp-content/uploads/2018/09/aula_hisemb_top4_img02-768x542.jpg
https://cead.uvv.br/conteudo/wp-content/uploads/2018/09/aula_hisemb_top4_img02-768x542.jpg
20/10/23, 17:05 Tecido nervoso
https://ceadsaladeaula.uvv.br/conteudo.php?aula=tecido-nervoso&dcp=histologia-e-embriologia&topico=5 8/12
Segundo Junqueira & Carneiro (2013), as células satélites são pequenas, achatadas, com núcleo
escuro, heterocromático. Estão localizadas ao redor dos corpos dos neurônios nos gânglios
nervosos. Elas mantêm um microambiente permitindo isolamento elétrico e uma via para trocas
metabólicas. As Células ependimárias são células cúbicas ou colunares, com cílios. Possuem
prolongamentos que se colocam no interior do tecido nervoso, mesclando-se com os
prolongamentos dos astrócitos subjacentes. Revestem os ventrículos e o canal central da medula
espinal. As células ependimárias que revestem os ventrículos são modificadas e formam o epitélio
dos plexos coroides, cuja função é produzir e conduzir o líquido cerebrospinal (líquor).
Processos de astrócitos com pés finais aplicados à parede dos vasos sanguíneos. Córtex cerebral humano.
SAIBA MAIS
Saiba mais lendo sobre a os processos de mielinização, desmielinização e remielinização no
sistema nervoso central, clicando aqui.
SAIBA MAIS
Saiba mais lendo Glia: dos velhos conceitos às novas funções de hoje e as que ainda
virão, clicando aqui.
6. O sistema nervoso central
https://cead.uvv.br/conteudo/wp-content/uploads/2018/09/aula_hisemb_top4_img01-768x614.jpg
https://cead.uvv.br/conteudo/wp-content/uploads/2018/09/aula_hisemb_top4_img01-768x614.jpg
http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0004-282X1988000300010&script=sci_abstract&tlng=pt
http://www.scielo.br/pdf/ea/v27n77/v27n77a06
20/10/23, 17:05 Tecido nervoso
https://ceadsaladeaula.uvv.br/conteudo.php?aula=tecido-nervoso&dcp=histologia-e-embriologia&topico=5 9/12
Segundo Junqueira & Carneiro (2013) e Machado (2007) quando cortadotransversalmente, o SNC
mostra regiões brancas (substância branca - SB) e regiões acinzentadas (substância cinzenta-
SC). A SC é constituída de corpos de neurônios, fibras amielinizadas e células da glia. Nessa
substância ocorrem as sinapses. O principal constituinte da SB são as fibras mielinizadas, que são
responsáveis pela condução do impulso nervoso, e astrócitos fibrosos. Nas áreas suprassegmentas,
a SC predomina na superfície do cérebro e cerebelo, constituindo o córtex cerebral e do cerebelo,
enquanto a SB predomina na parte mais central. Na SB encontram-se acúmulos de corpos de
neurônios denominados de núcleos. Nas áreas segmentares, tronco encefálico, e medula espinhal, a
organização da SC e SB se inverte. Na medula espinhal, a SC apresenta-se com a forma da letra H.
Bem ao centro da linha horizontal do H medular há um orifício, o canal central da medula, que é
revestido pelas células ependimárias. Essa substância cinzenta que forma o H, apresenta quatro
expansões, os cornos medulares, que são dois anteriores (ventrais ou motores) e dois
posteriores (dorsais ou sensitivos). Os cornos anteriores possuem neurônios motores, cujos
axônios vão dar origem às raízes ventrais dos nervos raquidianos. Os cornos posteriores recebem as
fibras dos neurônios situados nos gânglios das raízes dorsais dos nervos espinhais (fibras
sensitivas). 
Seção transversal manchada de prata da medula espinhal. A massa cinzenta central mostra grandes cornos anteriores,
onde os neurônios motores estão localizados. No topo, a entrada de raízes dorsais na medula espinhal é vista.
7. O Sistema Nervoso Periférico
Segundo Junqueira & Carneiro (2013) no SNP, as fibras nervosas se agrupam em feixes, dando
origem aos nervos. O epineuro é a camada mais externa que reveste o nervo e preenche os
espaços entre os feixes de fibras nervosas. É constituído por tecido conjuntivo denso não modelado,
cujas fibras colágenas estão orientadas para suportar o estiramento do feixe nervoso. O perineuro
contorna cada fascículo de fibras nervosas. É formado por várias camadas concêntricas de
fibroblastos modificados. Ligam-se por junções de oclusão, o que protege os axônios de agentes
nocivos e de mudanças bruscas na composição iônica. O endoneuro envolve cada fibra nervosa e
consiste em fibras reticulares, sintetizadas pelas células de Schwann, fibrilas colágenas,
glicosaminoglicanos e fibroblastos esparsos. Podem ser encontrados ainda macrófagos e
mastócitos. Os gânglios nervosos são acúmulos de corpos de neurônios localizados fora do SNC,
protegidos por uma cápsula de tecido conjuntivo. Os gânglios são classificados em sensitivos
(cranianos e espinhais), que recebem fibras aferentes. Já os gânglios autonômicos recebem fibras
eferentes e estão relacionados com o controle das funções neurovegetativas.
https://cead.uvv.br/conteudo/wp-content/uploads/2018/09/aula_hisemb_top4_img03-768x636.jpg
https://cead.uvv.br/conteudo/wp-content/uploads/2018/09/aula_hisemb_top4_img03-768x636.jpg
20/10/23, 17:05 Tecido nervoso
https://ceadsaladeaula.uvv.br/conteudo.php?aula=tecido-nervoso&dcp=histologia-e-embriologia&topico=5 10/12
Anatomia dos nervos.
https://cead.uvv.br/conteudo/wp-content/uploads/2018/09/img_hisemb_top4_trad-3-768x738.jpg
https://cead.uvv.br/conteudo/wp-content/uploads/2018/09/img_hisemb_top4_trad-3-768x738.jpg
20/10/23, 17:05 Tecido nervoso
https://ceadsaladeaula.uvv.br/conteudo.php?aula=tecido-nervoso&dcp=histologia-e-embriologia&topico=5 11/12
8. Meninges
Segundo Junqueira & Carneiro (2013) e Machado (2007) o SNC é muito delicado e está protegido
pela caixa craniana e pelo canal vertebral, sendo também envolvido por membranas de tecido
conjuntivo chamadas meninges. As meninges são formadas por três camadas que, de fora para
dentro, são as seguintes: dura-máter, aracnoide e pia-máter. A dura-máter é a meninge mais
externa, espessa e resistente. No crânio, está adjacente ao periósteo e, na medula
espinal, está separada do periósteo das vértebras pelo espaço epidural, que contém
tecido conjuntivo frouxo com células adiposas e um plexo venoso. É constituída por
tecido conjuntivo denso modelado e pelas células meningoteliais. A dura-máter, ao
contrário das outras meninges, é ricamente inervada. Como o encéfalo não possui terminações
nervosas sensitivas, toda ou qualquer sensibilidade intracraniana se localiza na dura-máter, que é
responsável pela maioria das dores de cabeça. A aracnoide é uma membrana muito delgada,
composta por tecido conjuntivo denso avascularizado, e por células meningoteliais
nas superfícies, justaposta à dura-máter, da qual se separa por um espaço virtual, o espaço
subdural, contendo uma pequena quantidade de líquido necessário à lubrificação das superfícies de
contato das membranas. A aracnoide separa-se da pia-máter pelo espaço subaracnóideo que
contém líquido cerebrospinal (líquor), havendo grande comunicação entre os espaços
subaracnóideos do encéfalo e da medula. Considera-se também como pertencendo à aracnoide as
delicadas trabéculas (“teias de aranhas”) que atravessam o espaço para ligar à pia-máter, e que são
denominados de trabéculas aracnoides. A pia-máter é a meninge mais interna, aderindo
intimamente à superfície do encéfalo e da medula e é uma membrana delicada e dá resistência
aos órgãos nervosos, pois o tecido nervoso é de consistência muito mole. Consiste em uma
camada de células epiteliais pavimentosas, de origem mesenquimatosa, e em tecido
conjuntivo frouxo bastante vascularizado. Sua porção mais profunda recebe numerosos
prolongamentos dos astrócitos. Essa porção, revestidas pelo epêndima, formam os plexos
coroides dos ventrículos que produz e conduz o líquor, é um fluido aquoso e incolor, que circula
pelos ventrículos cerebrais, pelo espaço subaracnoide. Esse líquor permite a difusão dos
metabólitos e protege o SNC contra traumatismos ao formar uma camada líquida no espaço
subaracnóideo. É reabsorvido pelas células das vilosidades aracnoideas e retorna à corrente
sanguínea, nos seios venosos da dura-máter.
9. Conclusão
O sistema nervoso é constituído por de uma rede de comunicação do organismo, formado por um
conjunto de órgãos do corpo humano que possuem a função de receber os estímulos do ambiente e
traduzi-los. Desse modo, ele elabora respostas como a coordenação dos movimentos, sensações, o
pensamento e a percepção. O sistema nervoso é constituído por diferentes tipos celulares as quais
desempenham diversas funções dependendo de sua localização. Não somente formado por células
neuronais e glias, o sistema também é composto por células modificadas do tecido conjuntivo e
epitelial, as quais desempenham funções primordiais a homeostase. O conhecimento das células e
20/10/23, 17:05 Tecido nervoso
https://ceadsaladeaula.uvv.br/conteudo.php?aula=tecido-nervoso&dcp=histologia-e-embriologia&topico=5 12/12
tecidos que compõem o sistema nervoso é de grande importância, pois, ele está integrado aos
outros sistemas, comandando, executando, enviando e recebendo estímulos. Uma maior
compreensão do aspecto morfológico e funcional do tecido nos permite entender melhor a visão
microscópica das células, que é fundamental para que possamos estabelecer as diferenças entre um
tecido normal e um tecido com lesões que caracterizam determinadas doenças.
10. Referências
GOMES, F.C.A.; TORTELLI, V.P.; DINIZ, L. Glia: dos velhos conceitos às novas funções de hoje e
as que ainda virão. Estud. av., v. 27, n. 77, p. 61-84, 2013.
 GRACA, D.L. Mielinização, desmielinização e remielinização no sistema nervoso central. Arq.
Neuro-Psiquiatr., São Paulo, v. 46, n. 3, p. 292-297, Set. 1988.
 JUNQUEIRA, Luiz Carlos Uchôa; CARNEIRO, José. Histologia básica: texto/atlas. 11. ed. Rio
de Janeiro, RJ: Guanabara Koogan, 2011.
JUNQUEIRA, Luiz Carlos Uchôa; CARNEIRO, José. Histologia básica: texto & atlas. 12. ed. Rio
de Janeiro, RJ: Guanabara Koogan, 2013.
LOPES, A.C.P, et al. Aspectos moleculares da transmissão sináptica. Revista.fmrp.usp. v. 32, n.
2, p. 167-1288, 1999. 
MACHADO, Angelo. Neuroanatomiafuncional. 2. ed. São Paulo, SP: Atheneu, 2007. 363 p.
(Biblioteca biomédica). ISBN 8573790695.
MENDES, P.B., MELO, S.R. Origem e desenvolvimento da mielina no sistema nervoso central – um
artigo de revisão. Revista Saúde e Pesquisa, v. 4, n. 1, p. 93-99, 2011 - ISSN 1983-1870.
MOORE, Keith L.; PERSAUD, T. V. N. Embriologia básica. 7. ed. Rio de Janeiro, RJ: Elsevier,
c2008. 365 p. ISBN 9788535226614
ROSS, M.H.; PAWLINA, W. Histologia Texto e Atlas. Em correlação com biologia celular e
Molecular. Guanabara Koogan, 6. ed. 2012.
SERENIKIL, A.; VITALL, M.A.B. F. A doença de Alzheimer: aspectos fisiopatológicos e
farmacológicos. Revista Psiquiatr. v. 30, n. 1, 2008. 
YouTube. (2013, Agosto, 8). Tecido nervoso - parte 1/3. 4min56seg. Disponível em:
<https://www.youtube.com/watch?v=9_XweQiJ0Xo>. Acesso em: 24 jun. 2018.
YouTube. (2013, Agosto, 8). Tecido nervoso - parte 2/3. 5min01seg. Disponível em:
<https://www.youtube.com/watch?v=9_XweQiJ0Xo>. Acesso em: 24 jun. 2018.
YouTube. (2013, Agosto, 8). Tecido nervoso - parte 3/3. 5min01seg. Disponível em: <https://
www.youtube.com/watch?v=iEWgI941WIU>. Acesso em: 24 jun. 2018.

Continue navegando

Outros materiais