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2 - Métodos e Técnicas em Análises Clínicas (MTANC) Métodos de Diagnóstico Sorológico mais usados na rotina laboratorial Imunologia É o estudo das respostas imunológicas do organismo, ou seja, como o corpo se defende e responde à ação de agentes patogênicos. Essa resposta se dá pela ação de células do sistema imune, que produzem anticorpos. O sistema imunológico baseia-se nas relações Antígeno-Anticorpo. ANTÍGENO - ANTICORPO Antígeno (Ag) - Substância estranha que induz uma resposta imune. Anticorpo (Ac) - Proteína do soro que reage especificamente a uma substância estranha (antígeno); são também chamados de imunoglobulinas. IMUNOGLOBULINAS IgA - predominante nas lágrimas, saliva, leite materno, secreções respiratórias e trato gastrointestinal. Fornece proteção contra organismos que invadem estas áreas. IgG - também chamada de gama globulina. Fornece imunidade a longo prazo. É a única que atravessa a placenta e fornece ao recém nascido a imunidade que vai durar vários meses. IgM - primeira produzida em resposta a um antígeno, mas não fornece imunidade a longo prazo. IgE - está envolvida nas reações alérgicas e nas infecções parasitárias. O principal uso do exame sorológico é para indicar se o organismo já teve contato com algum dos determinados agente infecciosos: IgG negativo (não reagente) e IgM negativo (não reagente): indicam que o paciente nunca entrou em contato com o agente patogênico (agente causador da doença), ou seja, nunca foi nem vacinado nem contaminado. IgG negativo (não reagente) e IgM positivo (reagente): indicam infecção aguda (ou seja, iniciada há dias ou semanas). IgG positivo (reagente) e IgM negativo (não reagente): indicam infecção antiga (com meses ou anos) ou que a pessoa foi vacinada e o organismo teve sucesso na produção de anticorpos. IgG positivo (reagente) e IgM positivo (reagente): infecção recente (semanas ou meses). Reações Sorológicas Os testes sorológicos ou imunoensaios são técnicas para detecção e a quantificação de Ag-Ac, ou outras substancias que desempenham o papel do Ag no ensaio : drogas, hormônios, ácidos nucleicos, receptores de células, etc. Métodos de Reagentes não marcados Métodos de Reagentes marcados Introdução - Os testes sorológicos ou imunoensaios são técnicas para a detecção de antígenos, anticorpos ou substâncias que desempenhem papel de antígenos - drogas, hormônios, ácidos nucléicos - Utilizam reagentes não marcados (precipitação aglutinação, floculação e complemento) ou reagentes marcados (fluorescência, radioimunoensaio, imunoenzimáticos) - Cada técnica apresenta vantagens, desvantagens, aplicação específica - Podem ser manuais ou semi ou totalmente automatizadas Métodos de Imunoensaios Reagentes não-marcados Precipitação Aglutinação Reagentes marcados Radioativos Enzimáticos Fluorescentes Quimioluminescentes - Quantidades de Ag solúvel são adicionadas a uma quantidade fixa de soro contendo o Ac. Precipitado visível Reação de precipitação - A medida que a quantidade de Ag aumenta, a quantidade de precipitado também aumenta até um máximo, para depois diminuir. Reação de precipitação em gel Imunodifusão radial (Método de Mancini) Quantificação do Ag ou Ac-> utilização :dosagem de proteínas séricas Ac incorporado ao ágar- >diluições do Ag padrão são colocadas nos orifícios- >incubação em câmara úmida ->precipitação-> formação de halos Mede o diâmetro do halo após a incubação (48/72h) Reação de precipitação - MANCINI - diâmetro do halo de precipitação formado relaciona-se com a concentração do antígeno - construção de curva padrão permite determinar a concentração do antígeno Reação de precipitação em gel Imunodifusão dupla eletroforese do Ag e do Ac, simultaneamente, que migram em direções opostas a partir de orifícios separados do gel. Utilizado para identificação rápida de Ag de bactérias associadas a meningite, septcemia, pneumonia, etc. Ag e o Ac colocados nos orifícios do ágar e ocorre a precipitação na região de equivalência após a corrente eletroforética Métodos de Reagentes não marcados Reação de Aglutinação: formação de agregados visíveis, como resultado da interação de anticorpos específicos e partículas insolúveis que contem determinantes antigênicos na sua superfície. Reações de aglutinação A ligação cruzada com produção de agregados ocorre quando um anticorpo reage com um antígeno multivalente presente em uma partícula (insolúvel). A partícula insolúvel pode ser um antígeno insolúvel nativo, antígenos expressos em células (por exemplo, antígenos eritrocitários) ou partículas cobertas com antígenos (por exemplo, partículas de látex) Tipos de reação de aglutinação: • Aglutinação direta • Aglutinação indireta Reações de aglutinação direta Nesta reação utilizam-se partículas antigênicas insolúveis em sua forma íntegra ou fragmentada: hemácias, bactérias, fungos e protozoários podem ser aglutinados diretamente por anticorpo. São realizadas diluições em série do anticorpo frente a uma quantidade constante do antígeno. Após um período de incubação a aglutinação se completa e o resultado é geralmente expresso como a máxima diluição em que ocorre a aglutinação. Exemplos de reações de aglutinação direta: tipagem de grupos sanguíneos antígenos específicos), Teste de Widal para salmoneloses, teste de aglutinação para toxoplasmose e tripanossomíase. A B AB O Tipagem de Sangue – direto (pesquisa de antígeno) Reação de Aglutinação Passiva ou Indireta Nas reações de aglutinação passiva ou indireta, as hemácias e as partículas inertes (bentonita, látex, leveduras, gelatina) podem ser sensibilizadas por adsorção passiva. Devido à grande diversidade de antígenos que podem se ligar às células ou partículas, a aplicação dos testes de aglutinação passiva é muito variada. A prova de Waaler-Rose é uma técnica de hemaglutinação que usa uma suspensão de hemácias de carneiro como antígeno. O teste do látex baseia-se na aglutinação das partículas de látex recobertas com gamaglobulina humana quando misturadas com soro de pacientes contendo fator reumatoide. Aglutinação em látex Partículas de látex são esferas de poliestireno utilizadas como suportes na adsorção de proteína solúvel e antígenos polissacarídicos, funcionando como sistema indicador da reação antígeno-anticorpo. O teste pode ser empregado na pesquisa de antígenos ou anticorpos. A aplicação mais comum é na detecção de fator reumatóide IgM, dirigido contra isotipos de IgG, IgA1, IgM ou IgE. Aglutinação indireta ou passiva - Ag solúveis adsorvidos na superfície da partículas inertes - hemácias – hemaglutinação - um dos melhores suportes - outros suportes: látex, carvão, gelatina e sepharose - detecta IgG e IgM - lâmina ou microplaca em “V” ou “U” Uso: diagnóstico da toxoplasmose, doença de Chagas, fator reumatóide (FR), proteína C reativa (PRC), ASLO AGLUTINAÇÃO INDIRETA OU PASSIVA Ac do soro Ag solúvel adsorvido ao suporte aglutinação Diagnóstico da sífilis Testes treponêmicos São testes que detectam anticorpos contra antígenos do Treponema pallidum. Estes testes são qualitativos. Eles definem a presença ou ausência de anticorpos na amostra. Diagnóstico da sífilis Testes não treponêmicos São testes que detectam anticorpos não treponêmicos, anteriormente denominados anticardiolipínicos, reagínicos ou lipoídicos. Esses anticorpos não são específicos para Treponema pallidum, porém estão presentes na sífilis. Os testes não treponêmicos podem ser: qualitativos – rotineiramente utilizados como testes de triagem para determinar se uma amostra é reagente ou não; quantitativos – são utilizados para determinar o título dos anticorpos presentes nas amostras que tiveram resultado reagente no teste qualitativo e para o monitoramentoda resposta ao tratamento. O título é indicado pela última diluição da amostra que ainda apresenta reatividade ou floculação visível. Apresentamos a seguir as diferentes metodologias utilizadas nos testes existentes para o diagnóstico da sífilis: Pesquisa direta do T. pallidum:Técnica Testes Microscopia A fresco em campo escuro Coloração (Fontana-Tribondeaux ou Imunfluorescência Direta) Nos testes não treponêmicos: Técnica Testes Floculação VDRL (Venereal Disease Laboratory) RPR (Rapid Test Reagin) USR (Unheated Serum Reagin) TRUST (Toluidine Red Unheated Serum Test) Aglutinação Testes Rápidos –TR Imunoenzimáticos (ELISA) ELISA (Enzyme – linked immunossorbent assay) Imunocromatográficos Testes Rápidos –TR Apresentamos a seguir as diferentes metodologias utilizadas nos testes existentes para o diagnóstico da sífilis: Nos testes treponêmicos: Técnica Testes Imunofluorescência indireta FTA-abs (Fluorescent treponemal antibody absorption) Hemaglutinação MHA-TP (microhemaglutinação para Treponema pallidum) Aglutinação departículas TPPA(Treponema pallidum particle agglutination assay) Imunoenzimáticose suas variações ELISA (Enzyme-linked immunossorbent assay), CMIA (Ensaio imunológico quimioluminescente magnético) Imunocromatografia Testes rápidos Testes moleculares Reação de amplificação do DNA da bactéria como a PCR (Reação em Cadeia da Polimerase) Aglutinação/Hemaglutinação Quando o antígeno é um eritrócito é usado o termo hemaglutinação. Teste de inibição de hemaglutinação direta Teste de aglutinação passiva ou indireta Hemaglutinação (HA) Reação que gera agregação de eritrócitos devido à presença de anticorpos (ou vírus ou lecitinas). Hemácias sensibilizadas por antígenos específicos para um patógeno são usadas para testar o soro do paciente. Quando na ausência de agente hemaglutinante (anticorpo), as hemáceas sedimentam na forma de botão e quando há aglutinação as hemáceas sedimentam na forma de tapete (difusa). Teste de inibiça ̃o de hemaglutinaça ̃o direta A inibiça ̃o da hemaglutinação direta baseia-se na capacidade que certos anti ́genos virais têm de, espontaneamente, aglutinar certos tipos de hema ́cias. Os anticorpos, se presentes na amostra, revestem as parti ́culas virais, o que resulta na inibição da aglutinação, indicando teste positivo para a presença de anticorpos. Esses testes não distinguem entre IgG e IgM. Esse método é usado para detectar anticorpos contra os vi ́rus da rubéola, sarampo, influenza e certos enterovi ́rus. Teste de aglutinaça ̃o passiva ou indireta Para o teste de aglutinação passiva, as hemácias e as parti ́culas inertes, como látex (poli ́mero de poliestireno), bentonita, sepharose, colódio, charcoal, leveduras etc. podem ser sensiblizadas por adsorção passiva, devida ao contato direto com os anti ́genos solúveis, por adsorc ̧ão via agentes qui ́micos, como ácido tânico e cloreto de cromo, e por conjugação do anti ́geno por meio de ligações qui ́micas covalentes, fornecendo reagentes estáveis. Devido à grande diversidade de anti ́genos que podem se ligar às células ou parti ́culas, a aplicação dos testes de aglutinação passiva e ́ muito variada. Há vários sistemas comerciais para a pesquisa de anticorpos que utilizam essa técnica, entre eles, os sistemas de Trypanosoma cruzi, Treponema pallidum, Toxoplasma gondii etc. HEMAGLUTINAÇÃO PASSIVA Ac do soro Ag solúvel adsorvido ao suporte (hemácia) aglutinação Métodos de Reagentes marcados Detectam e quantificam diretamente a ligação Ag-Ac Radioimunoensaio (RIA) ELISA Imunofluorescência Imunoblotting (Western Blott) Métodos de Reagentes marcados Sensível para análise quantitativa das reações Ag-Ac. Moléculas marcadas com Isótopo (hormônio, proteínas séricas, drogas) Detecção de insulina O radioimunoensaio e ́ um dos me ́todos mais sensi ́veis para a análise quantitativa das reac ̧ões anti ́geno-anticorpo. Radioimunoensaio (RIA) O radioimunoensaio tem aplicação muito ampla na toxico- logia, farmacologia, endocrinologia, imunologia etc. Pode ser utilizado para quantificar hormônios, fármacos, substâncias ilícitas, marcadores tumorais, alergênios e anticorpos associa- dos a ̀ alergia, e anti ́genos e anticorpos em infecções por vi ́rus, bactérias etc. Há muitas variações, mas o princi ́pio é o mesmo: a quantidade de reagente marcado (anti ́geno ou anticorpo) quantifica o anti ́geno ou o anticorpo não marcado na amostra. Radioimunoensaios Utilizam Ac conjugados com radioisótopos para quantificar os ensaios. • Vantagens: – Alta sensibilidade – Permite medidas rápidas e precisas • Desvantagens: – Custo – Vida média dos reagentes – Risco operacional (radiação) RIA Radioimunoensaios (RIA) são ensaios baseados na medição da radioatividade associada com complexos imunes. Em um teste particular, o marcador pode ser tanto o antígeno como anticorpo. Trata-se de uma técnica com alta especificidade e sensibilidade, porém com elevado custo e grande risco operacional por manipular material radioativo. Esquema mostrando como funciona o Radioimunoensaio Fluorescência e Imunoflorescência (IF) Fluorescência e Imunoflorescência (IF) Fluorescência é um processo onde um elemento chamado fluorocromo absorve energia na forma de espectro luminoso, tornando-se eletricamente “excitado”; ao liberar essa energia emitem luz num comprimento de onda específico. A imunofluorescência é uma técnica baseada na ligação de anticorpos com fluorocromos. Fluorescência e Imunoflorescência (IF) A imunofluorescência pode ser direta ou indireta. Na IF direta detecta-se o antígeno pesquisado propriamente dito: coloca-se a amostra a ser analisada numa placa especifica para fluorescência, a seguir, adiciona-se o conjugado (anticorpo específico marcado com fluorocromo). Na IF indireta a placa de fluorescência já vem com antígenos específicos, testa-se o soro do paciente e depois adiciona-se um anti- anticorpo marcado com fluorocromo. Na imunofluorescência indireta, o anticorpo específico para o antígeno não é marcado e um segundo anticorpo anti-imunoglobulina dirigido ao primeiro anticorpo é marcado com o fluorocromo. Fluorescência indireta é mais sensível do que a imunofluorescência direta, uma vez que há amplificação do sinal. RevelaçãoIFD - Amostra a ser pesquisada adição do anticorpo marcado (biópsia de tumor por exemplo) Revelação Adição do anti- anticorpo IFI adição do soro contendo anticorpos do paciente Placa contendo antígenos específicos Revelação Imunofluorescência - Utilizam-se Ac ou Ag conjugados a moléculas reveladoras chamadas fluorocromos. - Visualização em microscópio de fluorescência Imunofluorescência Direta Aplicações: - Detecção direta de microrganismos (secreções, urina, cortes de tecidos); - Identificação de subpopulações de linfócitos; - Fenotipagem de células tumorais Ex.: Detecção de Chlamydia trachomatis em secreção uretral A principal aplicação da imunofluorescência direta ocorre na imunocitoquímica, na demonstração de vários antígenos de células e tecidos, principalmente nas doenças imunológicas renais e de pele. Ex.: Detecção de Ac anti- T. cruzi Aplicações: - Detecção de anticorpos específicos contra diversos microrganismos; - Diagnóstico de doenças auto-imunes; Detecção de Ac anti-nuclear Imunofluorescência Indireta QUIMIOLUMINESCENTE AUTOMATIZADO Necessidade da introdução de um novo teste na triagem sorológica, deve-se ter assegurado a disponibilidade de aquisição no mercado, registro no Ministério da Saúde, equipamentos e treinamentos necessários. Imunoensaio de micropartículas (MEIA) A tecnologia MEIA , caracteriza-se por um ensaio imunoenzimático com a fase sólida sendo constituída de partículas de látex revestidas com molécula de captura específica para o analito a ser determinado.O conjugado marcado com fosfatase alcalina catalisa a hidrólise do substrato 4-metilumbeliferil fosfato (MUP) em produto fluorescente 4 metil- umbeliferona após excitação por fonte de luz, com captação pelo sistema óptico do equipamento, proporcional à quantidade do analito da amostra. O complexo imune fica retido em uma célula-matriz de fibra de vidro onde ocorrem todas as etapas de lavagem, adição do substrato e leitura. Exemplo: As amostras de rotina foram submetidas aos ensaios de triagem sorológica para detecção de HBsAg, anti-HBc, anti-HCV e HIV Imunoensaio Quimioluminescente de Micropartículas (CMIA) A reação CMIA envolve a interação de micropartículas magnéticas revestidas com molécula de captura do analito desejado (antígeno ou anticorpo), conjugado rotulado com acridina – um composto quimioluminescente - e soluções ativadoras de H2O2 (pré-ativador) e NAOH (ativador) que promovem a reação química com liberação de fóton captado pelo equipamento. Química Seca Processo em que não existe despejo de resíduos contaminados no meio ambiente, pois não utiliza água na execução dos exames. Os reagentes ficam dispostos em 6 camadas numa placa de vidro e à medida que a amostra vai passando por elas, as reações químicas vão se procedendo. Os dejetos produzidos ficam contidos nas placas de vidro que podem ser autoclavados pós uso. Requer pequena quantidade de amostra (cerca de 10 mL), calibragem reduzida (apenas 2 por ano), alta taxa de precisão e rapidez e cobre cerca de 95% dos testes laboratoriais em bioquímica. A análise se dá por reflectância (processo luminoso): os reagentes são dispostos em multicamadas nas lâminas de vidro e à medida que a amostra entra em contato com as lâminas, ocorrem reações em multicamadas e a luz incidida é transformada em voltagem que gera o resultado solicitado. O Sistema Vitros da Johnson & Johnson Produtos Profissionais é um dos mais utilizados no processo. Colorimetria Método de análise quantitativa que se baseia na comparação da cor produzida por uma reação química com uma cor padrão. De acordo com a intensidade da cor produzida, infere-se a concentração do determinado analito (substância que se quer analisar). O método mais seguro de se verificar a coloração de uma reação é através do uso do espectrofotômetro, que compara a intensidade de cor com uma cor padrão, chamada de “branco” (solução padrão em que o espectrofotômetro é zerado). É o método mais usado em análises laboratoriais de bioquímica clínica. EX:CREATININA, soro Método: Cinético colorimétrico Nefolometria A Nefelometria é uma técnica para medir as concentrações de Ig A, Ig M e Ig G e outras proteínas plasmáticas de uma amostra. Um aparelho específico que mede a turbidez é utilizado e mede a difração (desvio) da luz ao passar por uma solução contendo complexos imunológicos. Já a Imunoturbidimetria mede a diminuição da luz ao passar por um complexo antígeno-anticorpo, em outras palavras, a turbidimetria mede o quanto a solução antígeno-anticorpo absorve da luz e o quanto ela deixa passar. Essa técnica, assim como a nefelometria, é usada para medir a concentração plasmática de diversas proteínas. Na nefelometria a luz difundida ou seja aquela que atravessa a solução é medida, enquanto que na turbidimetria a luz não difundida (a absorvida) é medida. muito usada em laboratórios de análises clínicas/ proteína C reativa ultrassensível e fator reumatóide. Princípio partículas em suspensão – desvio de luz incidida dispersão de luz incidente quantificada por um detector Fonte de luz Suspensão de Ac e Ag diluídos Raios de luz focados Raios de luz desviados e refletidos Detector Técnicas Imunoenzimaticas São baseadas na utilização de Ag ou Ac marcados com enzimas e permitem a detecção, titulação e quantificação de substancias de interesse biológicos. Eletroquimioluminescência Utiliza a emissão de luz através da aplicação de potenciais de oxidação ou redução a um eletrodo imerso em soluções que emitem radiação (em geral compostos de rutênio). Por fim, há uma aplicação de corrente elétrica no eletrodo que induz uma emissão quimioluminescente, medida por um fotomultiplicador. baseados na força da ligação de um anticorpo com o antígeno ("alvo") que ele reconhece. E a maneira que esses testes utilizam para detectar a ocorrência dessa ligação é através de um sistema que permita gerar luminosidade (daí o nome "luminescência") Quanto mais positiva for amostra (vamos entender assim), mais ligações ocorrerão entre os anticorpos e seus antígenos ali presentes, e com isso, mais luminosidade será gerada. na Eletroquimioluminescência, a emissão de luz é deflagrada mediante a aplicação de uma corrente elétrica sobre a amostra. EX: FERRITINA, soro Método: Eletroquimioluminométrico HORMONIO TIROESTIMULANTE (TSH), soro Método: Ensaio eletroquimioluminométrico Eletroquimioluminescência Imunoblot (Western Blot) O teste é utilizado como um valioso recurso na caracterização de frações antigênicas imunodominantes e identificação da reatividade específica de anticorpos detectados por um teste de triagem utilizando múltiplas frações antigênicas (teste confirmatório ou suplementar). Para a detecção da interação antígeno-anticorpo é necessário em primeiro lugar a obtenção da membrana com as frações da misturantigênica, onde as proteínas são separadas de acordo com o seu tamanho, através de eletroforese em gel de poliacrilamida . Depois de separadas são transferidas para uma membrana de nitrocelulose onde ficam inertes e posteriormente serão utilizadas como suporte para a detecção da interação antígeno-anticorpo. Imunoblot (Western Blot) Cultiva em células o agente viral >> as proteínas do HIV-1 são fracionadas de acordo com seu peso molecular (eletroforese) >> as proteínas separadas são eletrotransferidas do gel para membrana de nitrocelulose. Reação de Imunoblot com a tira de nitrocelulose mostrando bandas (positividade para o anticorpo pesquisado) PADRÃO INTERPRETAÇÃO Ausência da bandas Negativo Presença de alguma banda sem atender ao critério de POSITIVO Indeterminado Duas ou mais bandas das seguintes alternativas: p24, gp41 e gp120/160. Cada banda com reatividade maior ou igual ao padrão positivo. Comumente a banda para gp41 ou gp160 é difusa. Outras bandas poderão ou não estar presentes. Positivo Ensaio Imunoenzimático (ELISA) Ensaio Imunoenzimático (ELISA) • Primeiro exame amplamente empregado para diagnóstico. • Alta sensibilidade (triagem) acima de 98%. • Uma placa à 96 amostras. • Método: Baseia-se na ligação do anticorpo (soro) com o antígeno da placa usando enzimas. Ensaios enzimáticos de Imunoabsorção (ELISA) são aqueles que são baseados na medição de uma reação enzimática associada com complexos imunes. Em um teste em particular, a enzima deve esta ligada ao antígeno ou ao anticorpo. ELISA (Enzyme Linked Immuosorbet Assay) O princípio básico do ELISA é a imobilização de um dos reagentes em uma fase sólida (placa), enquanto outro reagente é ligado a uma enzima, com preservação da atividade enzimática e da atividade imunológica do anticorpo. O teste pode detectar quantidades pequenas de antígenos ou anticorpos e tem elevada precisão se os reagentes e os parâmetros do teste forem bem padronizados. No final do processo, o resultado positivo é revelado pela cor. Método • Baseia-se na ligação do anticorpo (soro) com o antígeno da placa USANDO ENZIMA • Baseia-se na identificação de anticorpos e/ou antígenos, por anticorpos marcados com uma enzima, de maneira que esta enzima age sobre um substrato e a reação faz com que o cromógeno mude de cor ➢ Tipos de ELISA: indireto, direto, ELISA O antígeno é imobilizado em uma superfície sólida e depois forma-se o complexo com um anticorpo que está ligado a uma enzima. A detecção é realizadaavaliando a atividade da enzima conjugada pela incubação com um substrato que produza um produto mensurável. Etapas O teste de ELISA começa na etapa de revestimento, na qual a primeira camada com um antígeno ou anticorpo alvo é adsorvida em uma placa de poliestireno de 96 poços. A segunda etapa é a de bloqueio, na qual todos os locais não ligados são revestidos com um agente de bloqueio. Após uma série de lavagens, a placa é incubada com um anticorpo conjugado a uma enzima. Outra série de lavagens remove todos os anticorpos não ligados. Um substrato é adicionado, produzindo um sinal calorimétrico. Finalmente, o teste na placa está pronto para ser lido. Bancada no laboratório com amostras sendo preparadas para sorologia Avaliação dos resultados O teste de ELISA pode produzir três tipos diferentes de resultados: Quantitativo: os dados podem ser interpretados em comparação com uma curva padrão (uma diluição em série de um antígeno purificado) para calcular com precisão as concentrações de antígeno em várias amostras. Qualitativo: para indicar se um antígeno específico está presente em uma amostra, em comparação com uma cavidade que não contenha antígeno, por exemplo. Métodos de Biologia Molecular A) métodos que amplificam a sequencia alvo, aumentando a probabilidade de hibridização com a sonda específica e resultados em maior sensibilidade ( PCR, NASBA ou LCR) B) Métodos que amplificam o sinal obtido após ter ocorrido a hibridização com a sonda específica (b-DNA, captura híbrica) • PCR, Nested PCR, multiplex PCR • RT-PCR • Real-time PCR • Sequenciamento • Alia alta sensibilidade e especificidade • Rápida e automatizável Detecção de ácidos nucleicos PCR – Reação em Cadeia de Polimerase PCR: milhões de cópias de um segmento específico de DNA na presença da enzima DNA polimerase. Um ciclo de PCR envolve 3 etapas: desnaturação, anelamento e extensão. Desnaturação ( dupla fita de DNA é desnaturada a temp. Î 94ºC, originando 2 fitas de DNA)->Anelamento temperatura é reduzida (os primers se hibridizam com sua sequencia complementar, localizadas no DNA alvo->Extensão ( temperatura é elevada a 72ºC, enzima DNA polimerase ela faça a extensão desse primers e adicione nucleotídeos utilizando como molde a sequencia do DNA alvo, fazendo cópias dessa sequencia. Etapas gerais (simplificada) do PCR. PCR (Reação em cadeia da polimerase) Técnica de amplificação do DNA que mimetiza o que ocorre no nosso corpo. DNA → DNA → RNA → PROTEÍNA Replicação Transcrição Tradução PCR Convencional Receita: Primers (Foward e Reverse) dNTPs (Desoxirribonucleotídeos fosfatados) dATPs, dTTPs, dGTPs, dCTPs Taq polimerase Cofator da Taq (MgCl2) Água DNA PCR Convencional ● Ciclagem Desnaturação inicial 95ºC - 10min Desnaturação 95ºC - 45seg Anelamento X - 45seg 40x Extensão 72ºC - 45seg Extensão final 72ºC - 10min Manutenção 4ºC - ∞ Eletroforese em gel de agarose Eletroforese em gel de agarose Eletroforese em gel de agarose • Detecção da amplificação associada a cada ciclo durante a PCR • Quantificação do DNA ou RNA viral (cDNA) • Ciclos ultra-rápidos (30 min a 2 horas) • Nenhuma análise no final da reação de PCR Real time PCR RT-PCR/ covid Considerado o “padrão ouro” ou “padrão de referência”, o RT-PCR é o exame que identifica o vírus e confirma a covid-19. Para isso, o teste busca detectar o RNA do vírus através da amplificação do ácido nucleico pela reação em cadeia da polimerase. entre o 3º e 4º do inicio do sintomas 7 dias após a primeira coleta 10 dias da primeira coleta RT-PCR para SARS-CoV-2 em swab combinado de naso/orofaringe ou nasofaringe: é um teste molecular, ou seja, baseado na pesquisa do material genético do vírus (RNA) em amostras coletadas por swab da nasofaringe e orofaringe. É considerado o exame laboratorial padrão-ouro para diagnóstico da infecção. Ele pode ser encontrado nas versões convencional (prazo de realização de pelo menos 24h) e na versão POCT (point of care testing, com prazo de realização de poucas horas). RT-LAMP para SARS-CoV-2: é outro teste molecular, ou seja, que pesquisa o RNA do vírus, mas este por amplificação isotérmica. A coleta também é realizada por swab de nasofaringe e sua sensibilidade é ligeiramente inferior ao RT-PCR de nasofaringe (variável entre 76-97%, sendo mais elevada nos dias iniciais dos sintomas). A principal vantagem é a rapidez do resultado, sendo o método atual de análise mais rápida. RT-PCR para SARS-CoV-2 em saliva: é o teste de RT-PCR, porém em amostra de saliva. Sua principal vantagem é a facilidade da coleta, o que permite sua realização de maneira recorrente ou por pessoas com restrição para coleta de nasofaringe. Sua sensibilidade é um pouco inferior ao RT-PCR de nasofaringe: a sensibilidade geral é de 78%, variando nos 7 primeiros dias de sintomas entre 84-92% em comparação com o RT-PCR de nasofaringe. Pesquisa do Antígeno de SARS-CoV-2: é um teste imunológico baseado no reconhecimento do antígeno (uma parte da estrutura do vírus) em amostras coletadas por swab de nasofaringe. Sua principal vantagem é apresentar resultados rapidamente, por um custo mais baixo. Sua sensibilidade é inferior ao RT-PCR de nasofaringe com sensibilidade geral variando entre 74-85%. Se utilizada na primeira semana de sintomas (idealmente primeiros dias), a sensibilidade alcança 90%, comparada ao RT-PCR de nasofaringe. Biomedico - cetesb A cada ciclo da reação em polimerização em cadeia (PCR) ocorre sequencialmente: (A) detecção, desnaturação e mutação. (B) polimerização, restrição e desnaturação. (C) mutação, detecção e pareamento. (D) restrição, polimerização e detecção. (E) desnaturação, pareamento e polimerização. Biomedico - cetesb A cada ciclo da reação em polimerização em cadeia (PCR) ocorre sequencialmente: (A) detecção, desnaturação e mutação. (B) polimerização, restrição e desnaturação. (C) mutação, detecção e pareamento. (D) restrição, polimerização e detecção. (E) desnaturação, pareamento e polimerização. Biomedico - cetesb Sobre o teste imunoenzimático chamado ELISA, é correto afirmar que (A) requer como reagente um anticorpo anti-imunoglobulina ligado covalentemente ao substrato enzimático. (B) trata-se de uma técnica que permite a dosagem de anticorpos, mas não de antígenos. (C) trata-se de uma técnica que dispensa a construção de curva padrão. (D) no caso de uma reação negativa, todos os anticorpos secundários são removidos do poço pela solução de lavagem. (E) requer um aparelho leitor de ELISA, que é um polarímetro especializado para ler placas multipoços, para a etapa final da técnica. Biomedico - cetesb Sobre o teste imunoenzimático chamado ELISA, é correto afirmar que (A) requer como reagente um anticorpo anti-imunoglobulina ligado covalentemente ao substrato enzimático. (B) trata-se de uma técnica que permite a dosagem de anticorpos, mas não de antígenos. (C) trata-se de uma técnica que dispensa a construção de curva padrão. (D) no caso de uma reação negativa, todos os anticorpos secundários são removidos do poço pela solução de lavagem. (E) requer um aparelho leitor de ELISA, que é um polarímetro especializado para ler placas multipoços, para a etapa final da técnica. Biomedico-alagoas O teste de imunofluorescência é muito utilizado no diagnóstico de laboratório para pesquisa de anticorpos e, com anticorpos monoclonais, para pesquisa de micro- organismos e seus componentes em espécimes clínicas. Sobre as reações de imunofluorescência, assinale a alternativa correta. A) A imunofluorescência indireta detecta somente antígenos. B) A técnica de imunofluorescência é pouco reprodutível e pouco específica. C) É necessário o uso de um quartoanticorpo associado ao composto fluorescente na imunofluorescência direta. D) É necessário o uso de um segundo anticorpo associado ao composto fluorescente na imunofluorescência indireta. E) A imunofluorescência direta é não muito empregada, pois não possui comparação com a imunofluorescência indireta. Biomedico-alagoas O teste de imunofluorescência é muito utilizado no diagnóstico de laboratório para pesquisa de anticorpos e, com anticorpos monoclonais, para pesquisa de micro- organismos e seus componentes em espécimes clínicas. Sobre as reações de imunofluorescência, assinale a alternativa correta. A) A imunofluorescência indireta detecta somente antígenos. B) A técnica de imunofluorescência é pouco reprodutível e pouco específica. C) É necessário o uso de um quarto anticorpo associado ao composto fluorescente na imunofluorescência direta. D) É necessário o uso de um segundo anticorpo associado ao composto fluorescente na imunofluorescência indireta. E) A imunofluorescência direta é não muito empregada, pois não possui comparação com a imunofluorescência indireta. Biomedico alagoas A distribuição do HIV-1 e HIV-2 apresenta-se de forma distinta. O HIV-1 encontra- se distribuído por todos os países do mundo, enquanto o HIV-2 tem sido isolado, principalmente, na África Ocidental. Estudos epidemiológicos sugerem que o período de incubação do HIV-2 é maior do que o HIV-1, havendo maior dificuldade de transmissão do HIV-2 quando comparado com o HIV-1. Assinale, a seguir, as formas de diagnóstico laboratorial para confirmação da infecção por HIV amplamente utilizadas. A) PCR e NASBA-QT. B) Western blot e ELISA. C) Elisa e imunocromatografia. D) Western blot e imunocromatografia. E) Testes imunocromatográficos rápidos. Biomedico alagoas A distribuição do HIV-1 e HIV-2 apresenta-se de forma distinta. O HIV-1 encontra- se distribuído por todos os países do mundo, enquanto o HIV-2 tem sido isolado, principalmente, na África Ocidental. Estudos epidemiológicos sugerem que o período de incubação do HIV-2 é maior do que o HIV-1, havendo maior dificuldade de transmissão do HIV-2 quando comparado com o HIV-1. Assinale, a seguir, as formas de diagnóstico laboratorial para confirmação da infecção por HIV amplamente utilizadas. A) PCR e NASBA-QT. B) Western blot e ELISA. C) Elisa e imunocromatografia. D) Western blot e imunocromatografia. E) Testes imunocromatográficos rápidos. Biologista-bauru “Prova usada para o diagnóstico da artrite reumatoide, pela aglutinação de hemácias de carneiro, sensibilizadas: o soro de paciente com artrite reumatoide é capaz de aglutinar hemácias de carneiro sensibilizadas com hemolisina, devido a um fator, chamado de fator reumatoide”. Nesse contexto, assinale a alternativa que se relaciona a essa prova: A) Prova de Waaler-Rose. B) Prova de Middlebrook Dubos. C) Prova do látex. D) Prova em papel de filtro. E) Prova de inibição da hemaglutinação. Biologista-bauru “Prova usada para o diagnóstico da artrite reumatoide, pela aglutinação de hemácias de carneiro, sensibilizadas: o soro de paciente com artrite reumatoide é capaz de aglutinar hemácias de carneiro sensibilizadas com hemolisina, devido a um fator, chamado de fator reumatoide”. Nesse contexto, assinale a alternativa que se relaciona a essa prova: A) Prova de Waaler-Rose. B) Prova de Middlebrook Dubos. C) Prova do látex. D) Prova em papel de filtro. E) Prova de inibição da hemaglutinação. Referências Bibliográficas FERREIRA, AW & ÁVILA, SL Diagnóstico Laboratorial das Principais Doenças Infecciosas e Auto- Imunes, 2001.Cap 2 e3 Diagno ́stico Laboratorial das Principais Doenc ̧as Infecciosas e Autoimunes. Autores:Antonio Walter Ferreira e Sandra do Lago Moraes. Minha biblioteca (ava) OBRIGADA!
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