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Aula 02

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Aula 02: Noções de ciência dos materiais. Normalização. 
Classificação e critérios de escolha. 
Prof.ª MSc. Antonia Fabiana Marques Almeida
fabiana.almeida@ufca.edu.br
Juazeiro do Norte
Março / 2018
Engenharia Civil
Noções de Ciência dos Materiais
• Ciência dos Materiais: Utiliza-se de conhecimentos 
teóricos das disciplinas científicas tradicionais, como 
Física, Química e Matemática.
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• Engenharia dos Materiais: Pesquisa a composição dos 
materiais, planeja equipamentos e desenvolve processos 
de utilização dos materiais e prestação de serviços.
Hoje em dia, quando materiais são pesquisados e testados, 
é necessário utilizar os conhecimentos adquiridos com as 
Ciências e aplica-los na prática, com a Engenharia. 
Noções de Ciência dos Materiais
• Ciência dos Materiais
Investigação das relações entre composição/estrutura e 
propriedades dos materiais
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• Engenharia dos Materiais
o Projeto, desenvolvimento ou aperfeiçoamento de técnicas 
de processamento de materiais (= técnicas de fabricação) 
com base nas relações composição/estrutura e 
propriedades.
o E também:
 Desenvolvimento de formas de produção de materiais 
socialmente desejáveis a custo socialmente aceitável.
Noções de Ciência dos Materiais
Ciência e Engenharia dos Materiais são campos intimamente 
interligados e interdisciplinares.
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“Ciência e Engenharia dos Materiais é a área da atividade humana 
associada com a geração e a aplicação de conhecimentos que 
relacionem composição, estrutura e processamento de materiais 
às suas propriedades e usos.”
Morris Cohen, MIT (in Padilha, A.F. – Materiais de Engenharia, Hemus, 1997, cap. 1)
Objetivos:
• Desenvolvimento de materiais já conhecidos visando novas 
aplicações ou visando melhorias no desempenho.
• Desenvolvimento de novos materiais para aplicações 
conhecidas.
• Desenvolvimento de novos materiais para novas aplicações.
Noções de Ciência dos Materiais
Com base nesses dois conceitos, é possível classificar três níveis de 
estudo, de acordo com o uso da informação:
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1. Ciência dos Materiais (estrutura molecular  10-7 a 10-3mm): 
pesquisa de novos materiais, por exemplo, silicatos de cálcio hidratado 
(C-S-H) (Provenientes da fase de hidratação do cimento).
2. Ciência e Engenharia dos Materiais (fases e grãos  10-3 a 1mm): 
determinação de parâmetros, por exemplo, para pasta de cimento.
3. Engenharia dos Materiais (todo material  acima de 1mm): ensaios, 
por exemplo, de concreto.
Noções de Ciência dos Materiais
A escolha de determinado material para um caso específico depende 
de fatores ligados ao conhecimento técnico-científico e da vivência 
acumulada da equipe, mas também de critérios ambientais 
(consumo de energia, poluição, entre outros). Atualmente, defende-
se muito o uso equilibrado dos recursos naturais, porque são finitos.
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Recurso renovável: pode ser consumido moderadamente, respeitando-
se o ciclo natural de renovação do ecossistema (ar, água, madeira, etc.)
Recurso não renovável: recurso que, uma vez utilizado, não se renova 
por meio natural. Esse tipo de recurso pode ser classificado em 
minerais energéticos (petróleo) e não energéticos (ferro, cobre, etc.).
Recurso natural: qualquer insumo necessário para a manutenção de 
ecossistemas.
Noções de Ciência dos Materiais
Existem diversas maneiras de classificar materiais, mas, sem dúvida, 
a mais conhecida é a que os classifica em metais, cerâmicas, 
polímeros, compósitos, semicondutores e biomateriais.
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Classificação 
dos materiais
Cerâmica
Polímero
Compósito
Semicondutor
Biomaterial
Metal
Noções de Ciência dos Materiais
Classificação dos Materiais - METAIS
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Genericamente, apresentam-se em estado sólido à temperatura 
ambiente (com exceção do mercúrio).
Algumas de suas propriedades são: boa condução de eletricidade e 
calor, brilho característico, opacidade, alta resistência e deformabilidade 
(ductibilidade e maleabilidade*).
Os metais são compostos de combinações de elementos metálicos que 
possuem grande quantidade de elétrons livres, não ligados a qualquer 
átomo em particular, constituindo a “nuvem” eletrônica.
Na construção civil, os principais produtos metálicos são: barras, 
chapas, cordoalhas, arames, perfis estruturais e tubos de aço.
Noções de Ciência dos Materiais
Classificação dos Materiais - METAIS
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A escolha de materiais como o alumínio, o cobre e o bronze pode ser 
feita por critérios estéticos, por suas respectivas colorações e texturas 
diferenciadas.
O alumínio está presente em perfis, placas, esquadrias e luminárias, o 
cobre é utilizado em cabos elétricos, e o bronze em artefatos 
decorativos.
A resistência que esses materiais possuem contra a corrosão é um 
quesito importantíssimo.
A maioria destes materiais tende a oxidar quando exposta ao ar 
atmosférico, especialmente em ambientes úmidos.
Noções de Ciência dos Materiais
Classificação dos Materiais - CERÂMICAS
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É formada por uma grande variedade de espécies químicas (metálicas e 
não metálicas), com propriedades características, como resistência 
mecânica à compressão, que variam de pequenos valores até 
patamares maiores que os metais.
Do grego “kéramos”, que significa “argila queimada”.
Quanto à tração, apresenta fragilidade e sofre ruptura.
Outras propriedades importantes derivadas de suas ligações químicas 
fortes são a estabilidade a altas temperaturas, isolamento elétrico e a 
resistência ao ataque químico.
Noções de Ciência dos Materiais
Classificação dos Materiais - CERÂMICAS
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Materiais cerâmicos na construção civil:
• Cerâmica vermelha;
• Cerâmica branca;
• Revestimentos cerâmicos.
Noções de Ciência dos Materiais
Classificação dos Materiais - POLÍMEROS
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Polímeros são macromoléculas constituídas por grande número de 
moléculas pequenas que se repetem na sua estrutura, denominadas 
monômeros. As reações pelas quais essas moléculas se combinam são 
chamadas de polimerizações.
Conhecidos popularmente como plásticos, devido à propriedade 
plasticidade.
Os polímeros estão presentes em tintas e colas, corrimãos, puxadores, 
fechos, caixilharias, acessórios de iluminação e de instalações 
hidráulicas.
Borracha (natural) e PVC (Policloreto de vinila).
Noções de Ciência dos Materiais
Classificação dos Materiais - POLÍMEROS
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Propriedades:
• Facilidade de moldar a um formato desejado;
• Baixo custo de produção;
• Resistência ao desgaste;
• Peso reduzido;
• Excelente isolamento térmico, elétrico e acústico;
• Possibilidade de reciclagem.
Classificação:
• Termoplásticos;
• Termofixos;
• Elastômetros.
Noções de Ciência dos Materiais
Classificação dos Materiais - POLÍMEROS
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Termoplásticos: quando sujeitos a temperaturas ao respectivo ponto de 
amolecimento, podem moldar-se plasticamente, voltando ao estado 
sólido quando resfriados. São teoricamente recuperáveis 
indefinidamente, já que se pode repetir o processo quantas vezes 
quantas forem necessárias. (**)
Termofixos: Não são recicláveis e não amolecem quando aquecidos. 
Possuem fortes ligações covalentes entre as cadeias adjacentes.
Elastômeros: são materiais plásticos mais resistentes, com um 
comportamento elástico rápido. Retirada a carga, o material volta à 
forma inicial.
Noções de Ciência dos Materiais
Classificação dos Materiais - POLÍMEROS
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Termoplásticos Termofixos Elastômeros
• Poliacetato de vinila
(PVA) – tintas
• Policloreto de vinila
(PVC) – tubos
• Poliestireno –
revestimento
• Polietileno - lona
• Epóxi – adesivos
• Poliéster – piscinas de 
fiberglass
• Resina fenólica –
acessórios elétricos
• Butila –
Impermeabilizantes
• Estireno – borrachas de 
reparo
• Neoprene – pontes
• Nitrila – borrachas de 
vedações
Noções de Ciência dos Materiais
Classificação dosMateriais - COMPÓSITOS
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É o material resultante da mistura de pelo menos dois componentes, 
com propriedades distintas que, quando misturados, formam um novo 
composto com propriedades impossíveis de obter com apenas um 
deles. Ex.: Concreto Armado.
Os materiais que podem compor um compósito são classificados em 
dois tipos: matriz e reforço.
Matriz: transfere a solicitação mecânica às fibras e as protege do 
ambiente externo.
Reforço: realçam as propriedades do compósito como um todo.
Noções de Ciência dos Materiais
Classificação dos Materiais - COMPÓSITOS
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O interesse dos materiais compostos está ligado a dois fatores: 
econômico e performance. 
O fator econômico vem do fato do material composto ser muito mais 
leve. A redução na massa total do produto pode chegar a 30 % ou mais, 
em função da aplicação dada ao material composto. O custo de 
fabricação de algumas peças em material composto pode ser também 
sensivelmente menor.
O fator performance está ligado a procura por um melhor desempenho 
de componentes estruturais, sobretudo no que diz respeito às 
características mecânicas (resistência a ruptura, resistência à 
ambientes agressivos, etc.). 
MC - Definição e classificações 
Materiais de construção são todos os corpos, objetos ou 
substâncias que são usados em qualquer obra de 
engenharia. A disciplina Materiais de Construção estuda a 
obtenção, aplicação, conservação, durabilidade, ensaios 
etc., desses materiais, visando conhecê-los para melhor 
aplicá-los. 
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MC - Definição e classificações 
Podem ser classificados:
• Quanto à origem ou obtenção;
• Quanto à função;
• Quanto à composição;
• Quanto à estrutura interna;
• Quanto à composição química.
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MC - Definição e classificações 
Classificação dos materiais de construção quanto à 
origem ou obtenção:
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 NATURAIS: são encontrados na natureza e não exigem
tratamentos especiais para poderem ser usados. Exemplos:
areia, madeira, pedra, etc.
 ARTIFICIAIS: são obtidos por processos industriais. Exemplos:
tijolos, telhas, etc.
 COMBINADOS: são resultantes da combinação de materiais
naturais e artificiais. Exemplos: argamassa, concreto, etc.
Definição e classificações 
Classificação dos materiais quanto à função: 
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• MATERIAIS DE VEDAÇÃO: não têm função resistente na 
estrutura. Exemplos: vidros, tijolos, etc.
Definição e classificações 
Classificação dos materiais quanto à função: 
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• MATERIAIS DE PROTEÇÃO: servem de proteção aos materiais 
propriamente ditos. Exemplos: tintas, vernizes, etc. 
Definição e classificações 
Classificação dos materiais quanto à função: 
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• MATERIAIS COM FUNÇÃO ESTRUTURAL: resistem aos esforços 
atuantes na estrutura. Exemplos: madeira, aço, concreto, 
etc. 
Definição e classificações 
Classificação dos materiais quanto à composição: 
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• SIMPLES OU BÁSICOS: SÃO APLICADOS ISOLADAMENTE. 
EXEMPLOS: TELHA, TIJOLO, ETC. 
• PRODUZIDOS OU COMPOSTOS: SÃO EMPREGADOS
CONJUNTAMENTE. EXEMPLOS: CONCRETO, ARGAMASSA, ETC. 
Definição e classificações 
Classificação dos materiais quanto à estrutura interna: 
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• LAMELAR - Exemplo: argila (granulometria muito fina). 
• FIBROSA - Exemplo: amianto. 
• VÍTREA - Exemplo: vidro. 
• CRISTALINA - Exemplo: metais. 
• AGREGADOS COMPLEXOS - Exemplo: concreto. 
• FIBROSOS COM ESTRUTURA COMPLEXA - Exemplo: madeira.
Sólidos Lamelares são sólidos com estrutura 
em folhas, ou seja, seus átomos estão 
ligados fortemente em duas direções 
formando lâminas contínuas, e fracamente 
ligados (Forças de van der Waals) na 
direção perpendicular a estas lâminas. 
Exemplos: argilas montmorilonitas, mica, 
caulinita, etc.
Est. fibrosa
Definição e classificações 
Classificação dos materiais quanto à composição 
química:
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Minerais
Pétreos
• Naturais (pedras)
• Artificiais (argila expandida)
Metálicos
• Produtos siderúrgicos (aço e ligas)
• Metais (chumbo, cobre)
• Mistos (ligas não-ferrosas)
Orgânicos
Lenhosos
• Primitivos (madeira, palha)
• Derivados (papel, Papelão)
Têxteis
• Fibrosos (tecido)
• Plásticos (fórmica)
Betuminosos
• Naturais (asfalto)
• Artificiais (alcatrões)
Mistos
• Constituição química mais complexa 
(pinturas)
Definição e classificações 
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A argila expandida é um material cerâmico leve com um núcleo alveolar 
produzido pela queima de argila natural a temperaturas de 1100 - 1200 °C 
em um forno rotativo. O agregado possui formato arredondado e suas 
granulometrias variam entre 0-32 mm, com uma densidade média de 
350kg/m³ (0,35g/cm³) para alguns autores e de 1 g/cm³ para outros. O 
material é peneirado para obtenção de granulometrias definidas de acordo 
com a aplicação.
Com a vantagem de peso leve, de elevada permeabilidade e durabilidade, 
excelente isolamento acústico e propriedades de isolamento térmico, a 
argila expandida é um bom agregado para uso em uma variedade de 
aplicações. É também um produto ambientalmente correto composto 
principalmente de argila natural, não é suscetível ao ataque químico, 
podridão ou geada e tem uma longa vida útil. As bolsas de ar dentro das 
bolinhas proporcionam excelente resistência térmica quando utilizado como 
isolamento térmico em lajes. A argila expandida, também é amplamente 
utilizada para a fabricação de blocos leves e frequentemente usados em 
sistemas de filtração de água, devido à sua elevada área superficial.
Definição e classificações 
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Argila Expandida
Definição e classificações 
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O asfalto é um betume espesso, de material aglutinante escuro e reluzente, de 
estrutura sólida, constituído de misturas complexas de hidrocarbonetos não voláteis 
de elevada massa molecular, além de substâncias minerais, resíduo da destilação a 
vácuo do petróleo bruto. Não é um material volátil, é solúvel em bissulfeto de 
carbono (CS2), amolece a temperaturas entre 150°C e 200°C, com propriedades 
isolantes e adesivas. Também denomina a superfície revestida por este betume. É 
muito usado na pavimentação de ruas, estradas e aeroportos. Existem vários tipos 
de asfalto:
• O CAP - Cimento Asfáltico de Petróleo (Ex. CAP-20, CAP-70);
• O ADP - Asfalto Diluído de Petróleo(Ex. CM-30, CR-250);
• A Emulsão Asfáltica (Ex. RR-2C, RM-1C); entre outros.
Dentro da engenharia rodoviária, cada tipo de asfalto se destina a um fim. Por 
exemplo: o ADP é utilizado para a imprimação (impermeabilização) da base dos 
pavimentos. Por outro lado, o CAP e as emulsões asfálticas são constituintes das 
camadas de rolamento das rodovias, de maneira que o CAP entra como constituinte 
dos revestimentos asfálticos de alto padrão como o CBUQ - Concreto Betuminoso 
Usinado a Quente - ao passo que as emulsões asfálticas são constituintes dos 
revestimentos de médio e baixo padrão, como os pré-misturados a frio e a quente 
(PMF e PMQ) e os tratamentos superficiais, as lamas asfálticas e microasfalto.
Definição e classificações 
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Asfalto
Asfalto refinado.
Definição e classificações 
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O alcatrão é uma mistura de substâncias betuminosas, espessa, escura e de forte 
odor, que se obtém da destilação de certas matérias orgânicas, principalmente de 
carvão, ossos e de algumas madeiras resinosas. Destes tipos, o alcatrão de hulha é 
o produto mais conhecido e comercializado, geralmente por siderúrgicas.
À semelhança de um derivado do carvão do qual retirou o seu nome, o alcatrão é 
uma substância que se encontra presente no fumo do tabaco. O alcatrão é um 
resíduo negro e viscoso composto por centenas de substâncias químicas, algumas 
das quais são consideradas carcinogênicas ou classificadas como resíduos tóxicos. 
Entre as substâncias que se podem encontrar no alcatrão do tabaco, incluem-se 
hidrocarbonetos policíclicos aromáticos, aminas aromáticase compostos 
inorgânicos. Numa primeira instância, o alcatrão provoca a obstrução dos pulmões e 
perturbações respiratórias e, assim, à semelhança de outros componentes do 
cigarro, é responsável pela sua toxicidade, provocando a dependência do tabaco e 
várias doenças associadas ao seu consumo, como por exemplo câncer de pulmão e 
enfisema pulmonar.
Definição e classificações 
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Alcatrão
Critério de Ordem TécnicaCritério de Ordem Técnica
É um critério de ordem 
geral onde se deve 
conhecer formas 
padronizadas, 
dimensões, 
propriedades físicas, 
químicas e mecânicas, 
resistências ao 
intemperismo e ao meio, 
resistência mecânica e 
moldabilidade, para se 
obter resistência, 
trabalhabilidade, 
durabilidade e higiene. 
Critério de Ordem 
Econômica
Critério de Ordem 
Econômica
É um critério de ordem 
geral onde se deve 
conhecer o valor 
aquisitivo do material 
(preço em função da 
qualidade e da 
quantidade), o custo da 
aplicação e dos 
equipamentos para 
aplicação, o custo de 
conservação (materiais 
mão-de-obra e 
equipamentos) e a 
durabilidade da obra, para 
melhor transporte, 
aplicação e conservação. 
Critério de Ordem EstéticaCritério de Ordem Estética
É um critério de 
ordem pessoal onde 
se deve leva em 
conta a quantidade 
de material sob a 
ação dos olhos, o 
tipo de mão-de-obra, 
o acabamento e a 
conservação da 
estética, 
considerando-se o 
colorido, a textura e a 
forma do material 
Critérios Básicos na Seleção de Materiais
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Para a escolha dos materiais devem ser levados em conta três 
critérios básicos:
Especificações Técnicas e Normalização
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Como especificar materiais
Projeto: Além de plantas  Memorial Descritivo; Especificações 
Técnicas.
Memorial Descritivo: Descrição e indicação dos materiais a 
serem empregados e dos locais da construção. É dirigido a 
profissionais que não tem formação técnica na área, com a 
finalidade de fazê-los compreender o projeto e sua aparência 
quando concluído.
Especificações Técnicas: Indicam minuciosamente as 
propriedades mínimas que os materiais devem apresentar, e a 
técnica que será empregada na construção. Destinam-se ao 
construtor, e visam assegurar que a obra seja realizada 
conforme o projeto.
Especificações Técnicas e Normalização
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Como especificar materiais
a) Definir todos os elementos que possam variar de 
procedência;
b) Procurar sempre citar os dados técnicos do material 
desejado. Mesmo que eles pareçam evidentes ao projetista, 
podem não ser para o construtor;
c) Não somente nomear o material, mas também a 
classificação, o tipo e as dimensões;
d) Não esquecer nenhum material;
e) Rever os catálogos dos materiais que estão sendo 
especificados;
f) Organizar um guia para especificações, buscando não 
esquecer detalhes, como armaduras, e outros.
Especificações Técnicas e Normalização
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Finalidades da normalização
As normas são elaboradas com o objetivo de regulamentar a 
qualidade, a classificação, a produção e o emprego de diversos 
materiais.
Através das normas são estabelecidos códigos técnicos a fim de 
permitir um melhor entendimento entre produtores e clientes, 
construtores e proprietários, vendedores e compradores.
Cada país tem organismos para o estabelecimento de normas 
que padronizam as especificações dos materiais.
Essas especificações visam atender às exigências dos 
consumidores ou produtores  Processo de fabricação, 
acabamento, forma e dimensões, propriedades, etc.
Especificações Técnicas e Normalização
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Entidades normalizadoras
No Brasil cabe à Associação Brasileira de Normas Técnicas 
(ABNT), sociedade civil com fins não lucrativos, com sede no RJ
Outras entidades também estabelecem normas nos seus 
respectivos campos. Ex.: ABCP, IBRACON, DER, DNIT, etc.
Nos EUA a normalização cabe à American Society for Testing 
Material (ASTM) e à American Standard Association (ASA); na 
Alemanha, à Deutsche Normenausschuss (DIN); na Inglaterra, à 
British Standards Institution (BS), na Noruega ao Norges 
tandardiserings-Forbund (NSF)  International Organization for 
Standardization (ISO), e comitês.
Especificações Técnicas e Normalização
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Vigência de uma norma
As normas vão sendo aperfeiçoadas e alteradas com o tempo, 
acompanhando a evolução (indústria e técnica) (ABNT: 5 anos).
As normas podem ser dos tipos que seguem.
Normas NB  dão diretrizes para cálculos e métodos de 
execução de obras e serviços, assim como condições mínimas 
de segurança. Exemplos:
NBR 6118: Projeto de estruturas de concreto - Procedimento –
NB-1;
NBR 7190: Projeto de estruturas de madeira – NB-11.
Especificações (EB)  estabelecem as prescrições para os 
materiais. Exemplo:
NBR 5732: Cimento Portland comum – EB-1
Especificações Técnicas e Normalização
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Vigência de uma norma
Métodos de ensaio (MB)  estabelecem os processos para a 
formação e o exame de amostras. Exemplos:
NBR 5739: Concreto - Ensaios de compressão de corpos-de-
prova cilíndricos – MB-3
Terminologias (TB)  regularizam a nomenclatura técnica. Ex.:
NBR 11.172: Aglomerantes de origem mineral – Terminologia –
TB-371
Padronizações (PB)  estabelecem as dimensões para os 
materiais ou produtos. Exemplos:
NBR 7203: Madeira serrada e beneficiada – PB-5
Especificações Técnicas e Normalização
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Vigência de uma norma
Simbologias (SB)  para convenções de desenho. Exemplo: 
NBR 7808: Símbolos gráficos p/ projetos de estruturas – SB-75
Classificações (CB)  para ordenar e dividir conjuntos de 
elementos. Exemplo:
NBR 10.004: Resíduos sólidos-Classificação – CB-155
www.abntcatalogo.com.br
Normas
Especificações
Métodos de Ensaio
Padronizações
Terminologias
Simbologia
Classificações
Especificações Técnicas e Normalização
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Vigência de uma norma
Especificações Técnicas e Normalização
03/03/2018 15:16:18 42
Vigência de uma norma
Especificações Técnicas e Normalização
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Vigência de uma norma
Especificações Técnicas e Normalização
Elaboração de uma norma
• Os sócios da ABNT elegem os elementos para os comitês, tais como: 
- Construção civil; 
- Cimento, concreto e agregados; 
- Isolação térmica etc. 
• Os comitês criam comissões de estudo. 
• As comissões partem de um texto básico que pode ser: 
- texto preparado por um de seus membros ou; 
- texto encomendado a um técnico ou; 
- regulamento de uma entidade atuante na área; 
- norma estrangeira. 
• As comissões elaboram um anteprojeto que é enviado ao comitê.
• O comitê verifica as implicações com outras normas em vigor e 
encaminha Projeto de Norma aos associados para votação. • Sendo 
aprovado na votação, o Projeto de Norma passa a ser Norma e entra em 
vigor 60 dias após a publicação pela ABNT.
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Especificações Técnicas e Normalização
Código de Defesa do Consumidor – CDC
Pelo Código de Defesa do Consumidor, é obrigatório o respeito às 
normas elaboradas pela ABNT; sua desobediência corresponde a uma 
infração legal e sujeita às sanções prescritas. A falta de observação 
dessas normas e deficiências no material e na mão-de-obra empregada, 
aliadas a eventual negligência dos construtores, pode provocar vários 
defeitos construtivos.
Vícios construtivos são anomalias da construção: inadequação da 
qualidade ou da quantidade prometidas ou esperadas; e falhas que 
tornam o imóvel impróprio para uso ou diminuem seu valor. Isto acontece 
em casos específicos como um flexível mal operado, pequeno defeito na 
pintura ou falha no rejuntamento de azulejos ou esquadrias mal 
reguladas, que nem tornam o imóvel impróprio para uso, nem diminuem 
o seu valor. Um profissional habilitado poderá avaliar danos mais 
comprometedores.
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Especificações Técnicas e Normalização
Código de Defesa do Consumidor – CDC
Defeitos são falhas que fazem comque o fornecimento de produtos ou 
de serviços afetem a saúde e segurança do consumidor. Como os vícios, 
eles podem ser aparentes – de fácil constatação, que podem ser notados 
na entrega do imóvel - ou ocultos – que diminuem o valor do imóvel ao 
longo do tempo ou o tornam impróprio ao uso. 
Se o consumidor na ocasião da aquisição tivesse conhecimento do vício 
oculto, poderia pleitear abatimento no preço ou desistir da compra. De 
acordo com o artigo 18 do Código de Defesa do Consumidor, somente é 
possível pleitear abatimento ou desistir da compra, no caso da existência 
de vícios que tornem o imóvel impróprio para uso ou diminua o seu valor 
e desde que não tenha sido satisfeito nas exigências de reparação do 
vício no prazo de 7 a 180 dias, conforme pactuado entre as partes.
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Especificações Técnicas e Normalização
Código de Defesa do Consumidor – CDC
Danos são as consequências de vícios e defeitos que na construção da 
obra afetem a ela própria, ao imóvel vizinho, a bens ou pessoas nele 
situados ou a terceiros, como transeuntes.
Em geral, a partir da entrega do imóvel (chaves), o consumidor tem 90 
dias para reclamar de vícios ou defeitos de fácil constatação. No caso de 
vício oculto, os 90 dias começam a correr a partir do momento em que 
ele foi constatado – e isto vale até o último dia do quinto ano da entrega 
do imóvel pronto. Mas, para o caso de defeito que afete a solidez e a 
segurança do edifício ou a saúde do morador, este prazo se amplia para 
vinte anos. Entenda-se entrega da obra como entrega das chaves e não 
o "habite-se".
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Especificações Técnicas e Normalização
Código de Defesa do Consumidor – CDC
Este prazo de 90, dias, contudo, se interrompe entre "a reclamação 
comprovadamente formulada pelo consumidor perante o fornecedor, até 
a resposta negativa correspondente, que deve ser transmitida de forma 
inequívoca" (art. 26, II, parágrafo 2º do CDC). Portanto, aconselha-se que 
esta reclamação seja registrada em Cartório de Títulos e Documentos.
O construtor (executor da obra) tem responsabilidade pela reparação dos 
danos causados, independentemente da existência de culpa; basta haver 
relação de causa e efeito entre o dano causado e o defeito ou vício que 
causou esse dano.
O engenheiro (responsável pela obra) responde apenas se a culpa dele 
restar provada. A culpa, segundo o artigo 159 do Código Civil: "Aquele 
que por ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência, violar 
direito ou causar prejuízo a outrem, fica obrigado a reparar o dano".
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Código de Defesa do Consumidor – CDC
Neste caso, a reparação dos danos exige que se prove que houve ação 
ou omissão voluntária, negligência ou imprudência. O engenheiro está 
sob regime em que culpa deve ser comprovada.
O consumidor ou pessoa física ou jurídica que adquire ou utiliza produto 
ou serviço como destinatário final (art. 2º do CDC) deve receber o Manual 
de Uso e Manutenção do empreendimento, bem como as plantas com a 
colocação correta dos pontos e das tubulações de luz e de água e as 
informações necessárias nos casos omissos ou duvidosos (CDC e a 
norma NB 578 da ABNT, de julho de 1989).
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Especificações Técnicas e Normalização
Código de Defesa do Consumidor – CDC
Com tais documentos, o consumidor se torna responsável pelo uso e 
manutenção correta do imóvel. Caso não siga as instruções recebidas e 
disso decorrer algum dano ao imóvel, ele não poderá reclamar, já que o 
usou indevidamente. Exemplo disso é furar uma parede por onde passa 
um cano d’água, constante da planta recebida pelo consumidor. Se a 
planta, porém, estiver errada e o cano não passar pelo local indicado, a 
responsabilidade é do construtor, que forneceu a informação errada.
Recomenda-se, por outro lado, que modificações ou reformas de grande 
monta (como instalações hidráulicas), que irão ser efetuadas após a 
entrega do imóvel ao usuário, também integrem o rol de documentos 
citados, com a descriminação do seu responsável, preferentemente com 
a análise prévia do engenheiro ou construtor do imóvel, a fim de 
assegurar que as modificações pleiteadas não interfiram ou prejudiquem 
o mesmo.
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Código de Defesa do Consumidor – CDC
De acordo com o art. 17 do CDC, equiparam-se aos consumidores todas 
as vítimas do evento. Assim, se alguém estiver passando na rua e for 
vítima de algum material caído da obra, deve ser indenizado, 
independentemente da culpa do construtor, como se fosse um 
consumidor.
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ATIVIDADE
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Como selecionar materiais e componentes para construção civil com critérios 
de sustentabilidade
Ler o artigo do link da Téchne PINI, no link:
http://techne.pini.com.br/engenharia-civil/162/artigo286742-1.aspx
Pesquisar uma metodologia adequada para seleção de materiais e 
seus fornecedores (fatores a serem considerados, passo-a-passo).
Aula 02: Noções de ciência dos materiais. Normalização. 
Classificação e critérios de escolha. 
Prof.ª MSc. Antonia Fabiana Marques Almeida
fabiana@det.ufc.br
Juazeiro do Norte
Março / 2018
Engenharia Civil

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