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` UNIVERSIDADE TÉCNICA DE MOÇAMBQUE UDM FACULDADE DE CIÊNCIAS ECONÓMICAS E SOCIAIS Pesquisa e Analise de Mercado Questionário Discentes: Edmilson Bambo Matavela Edson de Lucrécia Chame Mucussete Etelvina Aurélio Jovo Lília de Jesus Neto Cuna Sala: 304/B2 Turma: B Docente: Luísa Jamal Maputo, Novembro de 2020 Índice 1. Introdução ............................................................................................................................... 4 1.1. Objectivos......................................................................................................................... 4 1.1.1. Objectivo Geral ......................................................................................................... 4 1.1.2. Objectivos Específicos .............................................................................................. 4 2. Metodologia ............................................................................................................................ 5 3. QUESTIONÁRIO ................................................................................................................... 6 3.1. Conceitos básicos ............................................................................................................. 6 3.1.1. Questionário .............................................................................................................. 6 3.1.2. Objectivos do questionário ....................................................................................... 6 3.2. Passos para a criação do questionário .............................................................................. 6 3.3. Tipos de questões ............................................................................................................. 7 3.3.1. Auto – resposta via correio ou e-mail ....................................................................... 7 3.3.2. Auto – resposta em grupo ......................................................................................... 8 3.3.3. Auto – resposta porta a porta .................................................................................... 8 3.3.4. Entrevista pessoal...................................................................................................... 8 3.3.5. Entrevista telefônica.................................................................................................. 8 3.4. Check List ........................................................................................................................ 9 3.5. Elaboração de um questionário ...................................................................................... 11 3.5.1. Componentes do questionário ........................................................................................ 11 3.5.2. Passos para elaboração de um questionário ............................................................ 11 3.4. Decisões para a elaboração do questionário .......................................................................... 12 3.4.1. Decisões sobre o conteúdo das perguntas ................................................................... 12 3.5. Decisões sobre o formato das respostas ......................................................................... 14 3.5.1. Questões Abertas .................................................................................................... 14 3.5.2. Questões de Múltipla Escolha ................................................................................. 15 3.5.3. Questões Dicotômicas ............................................................................................. 17 3.6. Decisões sobre a Formulação das Perguntas .............................................................. 18 3.7. Decisões sobre a sequência das perguntas .................................................................. 19 3.8. Decisões sobre a apresentação e o layout do questionário (características físicas) .... 21 3.9. Pré-teste .......................................................................................................................... 21 3.9.4. Decisões quanto ao Pré-teste .................................................................................. 22 3.10. O Inquérito por Questionário ......................................................................................... 24 4. Conclusão ....................................................................................................................... 26 5. Referencias Bibliográficas ............................................................................................. 27 1. Introdução Questionário é um instrumento de investigação que visa recolher informações baseando-se, geralmente, na inquisição de um grupo representativo da população em estudo. Mas, construir uns questionários não é uma tarefa fácil, é necessário aplicar tempo e esforço no planeamento do questionário, para se atingir os resultados esperados. Infelizmente não existe uma metodologia padrão para o desenvolvimento de questionários, porém existem recomendações de diversos autores com relação a essa importante tarefa no processo de pesquisa. No presente trabalho procura-se discutir a construção de um questionário apresentando uma sugestão de tarefas e cuidados a serem tomados, dentro de uma sequência logica, objectivando que esse instrumento de coleta de dados tenha eficácia para a finalidade a que se destina. 1.1. Objectivos 1.1.1. Objectivo Geral ➢ Reunir as recomendações de diversos autores a respeito da construção de questionários. 1.1.2. Objectivos Específicos ➢ Definir os conceitos básicos do questionário; ➢ Identificar os tipos de questionário; ➢ Levantar informações, sobre as principais etapas do questionário; ➢ Demonstrar como é elaborado o questionário no mercado global. 2. Metodologia A definição da metodologia de investigação determina as diretrizes iniciais e procedimentos no desenvolvimento de todo o trabalho científico. Quanto aos meios de investigação deste trabalho, decidiu-se utilizar a pesquisa exploratória, quanto ao método é bibliográfico, por julgar ser a mais adequada aos modestos objectivos deste trabalho. Que foi desenvolvida com base em artigos publicados em livros, revistas e internet. Pois, a pesquisa bibliográfica consiste no levantamento de informações e conhecimentos acerca de um tema a partir de diferentes matérias bibliográficos já publicados, colocando em diálogo diferentes autores e dados. STRAUSS e CORBIN (1998). 3. QUESTIONÁRIO 3.1. Conceitos básicos 3.1.1. Questionário Segundo PARASURAMAN (1991), um questionário é um conjunto de questões, feito para gerar os dados necessários para atingir os objectivos do projeto. Um questionário é um instrumento de pesquisa constituído por uma serie de questões sobre um determinado tema. Embora o mesmo autor afirme que nem todos os projectos de pesquisa utilizam essa forma de instrumento de coleta de dados, o questionário é muito importante na pesquisa científica. Questionários são instrumentos desenvolvidos para medir características importantes de indivíduos e para coletar dados que não estão prontamente disponíveis ou que não podem ser obtidos pela observação. Nesse sentido, LUDWIG (2009) também alerta para que não se use os questionários para pedir informações existentes em outras fontes. Na mesma linha, encontramos a definição de GIL (1999, p. 128) que considera o questionário como uma “técnica de investigação composta por um número mais ou menos elevado de questões apresentadaspor escrito às pessoas, tendo por objetivo o conhecimento de opiniões, crenças, sentimentos, interesses, expectativas, situações vivenciadas, etc.”. Esse tipo de instrumento é frequentemente respondido sem a presença do pesquisador e, por isso, supõe-se que o respondente tenha conhecimento e motivação para completá-los sozinho 3.1.2. Objectivos do questionário ➢ Traduzir a informação desejada em um conjunto de perguntas específicas e deve ser elaborado de maneira a minimizar os erros nas respostas. ➢ Garantir a padronização e a comparação dos dados entre os entrevistadores, aumentando a velocidade e a precisão dos registros e facilitando o processamento dos dados. 3.2. Passos para a criação do questionário Como vimos, a aplicação de questionários é uma fase importante da pesquisa de abordagem qualitativa em geral e, particularmente, na pesquisa de crenças sobre ensino línguas. No entanto, para que o resultado seja composto por dados confiáveis e válidos, é necessário elaborá-los obedecendo a um processo sistemático. O primeiro passo se refere à aspectos gerais como a definição dos objetivo do projeto e das questões de pesquisa. Isso implica no cuidado com a adequação das questões às características dos respondentes, isto é, ao criar questões o pesquisador deve avaliá-las do ponto de vista dos sujeitos da pesquisa. Para isso, pode-se levar em consideração aspectos como idade, escolaridade, classe social, experiências anteriores (sempre que for possível conhecê-las); julgar os sujeitos em termos de capacidade e disposição para responder, etc. Também é preciso observar se os sujeitos responderão com exatidão às questões. Para isso, deve-se cuidar para não criar perguntas muito extensas, ou muito difíceis; tomar cuidado para não induzir a respostas “politicamente corretas” ou a respostas que os respondentes interpretem como as que o pesquisador espera (questões dominantes), etc. (HAIR JR et. al. 2005). O segundo passo refere-se ao esclarecimento do(s) conceito(s) envolvido(s) na pesquisa (crenças, por exemplo). Esse passo torna-se importante porque é(são) o(s) conceito(s) a ser(em) estudado(s) que vai(ão) orientar a definição do método de análise das respostas. O conceito estudado também é um dos fatores que determina os tipos de questões a serem elaboradas. A tipologia do questionário é objeto do terceiro passo da elaboração de questionários e diz respeito à maneira como as perguntas são ordenadas, estruturadas e apresentadas. Como as primeiras questões podem influenciar as respostas das seguintes, processo chamado de “efeitos de contexto” por HAIR JR ET. AL. (2005). 3.3. Tipos de questões Questionários podem ser elaborados e aplicados de diversas maneiras, de acordo com as necessidades. A seguir, segundo PARASURAMAN, serão apresentadas as principais formas de aplicação de questionários: 3.3.1. Auto – resposta via correio ou e-mail Tem como vantagens o fato de poder ser enviado a um grande número de pessoas de forma não muito dispendiosa e o respondente pode preencher o questionário quando lhe for mais conveniente. No entanto, este tipo de questionário tem também algumas desvantagens: baixa taxa de resposta, não sendo indicado para perguntas que exijam respostas muito detalhadas. 3.3.2. Auto – resposta em grupo Um grupo de pessoas é reunido e as perguntas são feitas simultaneamente, contudo cada pessoa responde individualmente ao seu questionário. Os grupos são reunidos mediante algum critério de conveniência. Se as pessoas que estão sendo questionadas não entenderem o significado de alguma pergunta podem pedir ajuda ou esclarecer o propósito do estudo. 3.3.3. Auto – resposta porta a porta Este tipo de questionário é menos habitual. O investigador, neste caso, desloca-se a casa ou ao local de trabalho dos questionados, entrega e explica o questionário e depois volta para recebê-lo ou pede que o devolvam pelo correio. Este tipo de questionário tem a vantagem de poder ser feito quando é mais conveniente ao questionado tal como nos questionários via correio ou e-mail e tem a vantagem de ser possível um contato com o investigador com o fim de esclarecer dúvidas na interpretação das respostas ou no objetivo do estudo. A grande desvantagem deste tipo de questionários são os custos financeiros associados (custo com o deslocamento até os locais da entrevista, tempo gasto para a realização das entrevistas e apuração dos resultados). 3.3.4. Entrevista pessoal Através de uma entrevista, o investigador preenche o questionário com as respostas às perguntas que vai fazendo ao questionado. Há um contato pessoal e direto entre o investigador e o questionado. Ao contrário dos outros tipos de questionários, o entrevistador tem a oportunidade de se certificar que o questionado quer dizer mesmo o que disse. As entrevistas facilitam, também, as respostas às perguntas que pedem opiniões. O questionário por entrevista consome muito tempo e, consequentemente, é muito dispendioso. O entrevistador é considerado parte do instrumento da recolha de dados e precisa de um treino prévio para aprender a conduzir uma entrevista e como ultrapassar as dificuldades. 3.3.5. Entrevista telefônica Este tipo de entrevista possibilita ao investigador ter a informação rapidamente. Tal como as entrevistas pessoais, este tipo de entrevista possibilita ao investigador o contato pessoal e direto com o questionado, desta forma, facilitam as respostas a perguntas que pedem opiniões a questões de follow-up e dão ao entrevistador a oportunidade de se certificar que o questionado respondeu exatamente aquilo que queria dizer. Contudo também tem desvantagens. Muitas pessoas não gostam que lhes telefonem para casa, outras não têm telefone que conste nas listas telefônicas. Este tipo de entrevistas não pode ser muito extenso. 3.4. Check List Tendo em vista as palavras de HAIR JR. ET AL (2005) “Quando uma lista inicial de questões de pesquisa é desenvolvida, essas questões devem ser avaliadas para determinar se as respostas oferecerão as informações necessárias para a tomada de decisão, para a compreensão de um problema ou para testar uma teoria” (2005, p.215), e considerando todas as orientações discutidas acima, propôs-se, com o objetivo de dar maior praticidade ao processo de formulação do questionário, um check list (quadro abaixo) com a listagem dos aspectos a serem considerados na elaboração e análise de questionários voltados para coletar dados para pesquisas de crenças. O objetivo desse instrumento é servir como uma ferramenta prática de apoio em todas as fases da criação do questionário, isto é, sua abrangência deve possibilitar consultá-lo antes de se elaborar questões (orientações sobre adequação às características dos sujeitos), durante a criação (cuidados com aspectos de ordem, estrutura e apresentação) e depois (revisão de todos os passos). Além disso, como dissemos antes, pode ser utilizado também para analisar e revisar questionários considerados prontos para serem usados. CHECK LIST ANTES DE ELABORAR QUESTÕES Definir: Objetivos População alvo Conceitos Tópicos Tipo de administração do questionário Método de análise de respostas ELABORAÇÃO DAS QUESTÕES Perguntas de abertura Perguntas baseadas nos tópicos do questionário Perguntas de classificação APRESENTAÇÃO DAS QUESTÕES Avaliar questões do ponto de vista dos respondentes Considerar os tipos de pergunta: abertas, fechadas Utilizar linguagem adequada aos respondentes Usar perguntas breves Evitar termos ambíguos Evitar questões dominantes Evitar questões múltiplas Cuidar a ordem das questões Evitar os possíveis efeitos de contexto APRESENTAÇÃO DO QUESTIONÁRIO Evitar separar uma questão em duas páginas Definir: Estrutura Espaçamento Organização Criar instruções claras: Introduzir e explicar comoresponder Indicar quantas respostas são aceitáveis Solicitar que o respondente responda sozinho Destacar as instruções (negrito, itálico, sublinhado, etc.). PRÉ-TESTE Utilizar amostras de respondentes com características semelhantes às da população alvo Aplicar em ambiente semelhante ao que será utilizado durante a pesquisa Acrescentar questões de sondagem sobre cada parte do questionário Repetir o pré-teste se necessário 3.5. Elaboração de um questionário Construir um bom questionário depende não só do conhecimento de técnicas mas principalmente da experiência do pesquisador. Contudo, seguir um método de elaboração sem dúvida é essencial, pois identifica as etapas básicas envolvidas na construção de um instrumento eficaz. 3.5.1. Componentes do questionário Um questionário para ser eficaz deve conter os seguintes tipos de informação: 3.5.1.1. Identificação do respondente Neste ponto colhe-se apenas o nome do respondente, deixando-se seus dados gerais para o final, do questionário, com vistas a se evitarem viéses, conforme explicado mais adiante. 3.5.1.2. Solicitação de cooperação É importante motivar o respondente através de uma prévia exposição sobre a entidade que está promovendo a pesquisa e sobre as vantagens que essa pesquisa poderá trazer para a sociedade e em particular para o respondente, se for o caso. 3.5.1.3. Instruções As instruções deverão ser claras e objetivas ao nível de entendimento do respondente e não somente ao nível de entendimento do pesquisador. 3.5.1.4. Solicitadas É efetivamente o que se pretende pesquisar. 3.5.1.5. Informações de classificação do respondente Os dados de classificação do respondente normalmente deverão estar no final do questionário. Pode ocorrer distorção se estiverem no início porque o entrevistado poderá distorcer as respostas, caso seus dados pessoais já estejam revelados no início da pesquisa. 3.5.2. Passos para elaboração de um questionário Para se elaborar um questionário deve-se seguir o seguinte roteiro: 3.5.2.1. Estabelecer uma ligação com: ➢ O problema e os objetivos da pesquisa ➢ As hipóteses da pesquisa ➢ A população a ser pesquisada ➢ Os métodos de análise de dados escolhidos e/ou disponíveis A determinação das informações a serem buscadas deve fluir naturalmente neste momento do processo, desde que as etapas precedentes da pesquisa tenham sido meticulosamente elaboradas. O desenvolvimento do questionário está ligado à formulação exata do problema a ser pesquisado e ao objetivo da pesquisa 3.5.2.2. Tomar as decisões referentes aos seguintes pontos da pesquisa • Conteúdo das perguntas • Formato das respostas desejado • Formulação das perguntas • Sequência das perguntas • Apresentação e layout • Pré-teste No próximo item irá abordar-se mais detalhadamente as decisões supracitadas, fundamentais para a elaboração do questionário. 3.4. Decisões para a elaboração do questionário 3.4.1. Decisões sobre o conteúdo das perguntas Com relação ao conteúdo das perguntas, pode-se tentar verificar fatos, crenças quanto a fatos, crenças quanto a sentimentos, descoberta de padrões de acção e de comportamento presente ou passado. Destes itens, os mais difíceis de serem medidos são sentimentos e crenças quanto a fatos, já que são muito íntimos às pessoas, que nem sempre estão dispostas a externa- los. É necessário também que o pesquisador faça algumas reflexões, do tipo: a pergunta é realmente necessária? Qual a sua utilidade? Estas perguntas desdobram-se nas seguintes questões: ➢ O assunto exige uma pergunta separada, ou pode ser incluído em outras perguntas? ➢ Existem outras perguntas que já incluem adequadamente este ponto? ➢ A pergunta é desnecessariamente minuciosa e específica? ➢ Várias perguntas são necessárias sobre o assunto desta pergunta ou uma é o suficiente? ➢ Deve-se evitar o uso de abreviação. Não se deve tratar dois assuntos complexos em uma mesma pergunta. ➢ Todos os aspectos importantes sobre este tópico serão obtidos da forma como foi elaborada a pergunta? ➢ Em perguntas de opinião, interessa saber os graus de favorabilidade/desfavorabilidade, ou basta saber se é a favor ou contra? ➢ As pessoas têm a informação necessária para responder a pergunta? O pesquisador deve examinar cada assunto, a fim de se certificar se é esperado do respondente que ele seja capaz de fornecer a informação desejada, ou seja, se ele é o portador da informação e se é capaz de lembrar-se dela. Costuma-se usar alguns "filtros", para detectar se o indivíduo tem ou não a informação desejada. Não basta porém que se esteja abordando a pessoa certa, é preciso saber se ela é capaz de se lembrar da informação. Nossa habilidade para nos lembrarmos dos eventos é influenciada pela importância do próprio evento para cada um, do tempo passado desde que ele ocorreu e da presença de estímulos que nos ajudem a recordar. ➢ Os respondentes estarão dispostos a dar a informação? Não basta que o respondente tenha a informação. Ele precisa estar disposto a fornecê- la. Sua predisposição em responder parece ser função do tempo e trabalho envolvidos na elaboração da resposta, de sua habilidade em articular a resposta, e da sensibilidade do assunto tratado. ➢ Que objeções alguém poderia ter para responder esta pergunta? ➢ O tema abordado é muito íntimo, perturbador ou expõe socialmente as pessoas, de forma a causar resistências e respostas falsas? ➢ O tema é embaraçoso para o respondente por colocar em perigo seu prestígio caso seja contrário a ideias socialmente aceitas? Para tentar diminuir esses problemas deve-se inicialmente fazer perguntas que sugiram comportamento comum para depois ir se aprofundando no assunto e assim mesmo procurando se referir a outras pessoas ou utilizar cartões com letras e números para minimizar o impacto sobre o respondente. ➢ Deve a pergunta ser mais concreta, específica e mais diretamente ligada à experiência pessoal de quem responde? ➢ O conteúdo da pergunta é suficientemente geral? Está livre de concreticidade ou especificidade desnecessárias? ➢ O assunto é de tal ordem que uma pergunta específica possa trazer respostas inexatas ou enganadoras? Deve-se tomar o cuidado de não se usar perguntas muito específicas, quando, na verdade, a pesquisa for de caráter geral. Por exemplo, perguntar quantas vezes uma pessoa foi ao supermercado em determinado mês, pode resultar em uma resposta menos precisa do que se fosse perguntado a respeito do seu comportamento usual ou médio durante os meses anteriores. O conteúdo da pergunta não estará enviesado ou carregado em determinada direção? Esta pergunta desdobra-se nas seguintes questões: ➢ A pergunta é, devidamente, neutra, a fim de não influenciar nas respostas? ➢ Pessoas com opiniões contrárias sobre o assunto não a considerarão tendenciosa? ➢ A pergunta contém opiniões ou julgamentos relacionados ao assunto? 3.5. Decisões sobre o formato das respostas A escolha do formato das respostas mais adequado deve levar em conta as vantagens e desvantagens de cada tipo para o objetivo da pesquisa. As questões podem ser: abertas, de múltipla, e escolha dicotômicas. 3.5.1. Questões Abertas Nas questões abertas, os respondentes ficam livres para responderem com suas próprias palavras, sem se limitarem a escolha entre um rol de alternativas. São, normalmente, utilizadas no começo do questionário. Existe concordância em que deve- se partir de questões gerais para específicas. Uma pergunta aberta geral, do tipo "Quando se fala em política, o que vem na cabeça?", proporciona um "insight" na estrutura de referência do respondente e pode ser muito útil na interpretação de respostas a perguntas posteriores. Outro importante uso é na obtenção de informações adicionais e esclarecimentos, com indagações como: "Por que?", "Por favor, explique.", "Por que pensa dessa forma?".Segundo MATTAR (1994), as principais vantagens e desvantagens das perguntas abertas são: 3.5.1.1. Vantagens ➢ Estimulam a cooperação; ➢ Permitem avaliar melhor as atitudes para análise das questões estruturadas; ➢ São muito úteis como primeira questão de um determinado tema porque deixam o respondente mais à vontade para a entrevista a ser feita; ➢ Cobrem pontos além das questões fechadas; ➢ Têm menor poder de influência nos respondentes do que as perguntas com alternativas previamente estabelecidas: ➢ Exigem menor tempo de elaboração; ➢ Proporcionam comentários, explicações e esclarecimentos significativos para se interpretar e analisar as perguntas com respostas fechadas; ➢ Evita-se o perigo existente no caso das questões fechadas, do pesquisador deixar de relacionar alguma alternativa significativa no rol de opções. 3.5.1.2. Desvantagens Questões abertas apresentam também desvantagens, segundo os mesmos autores: ➢ Dão margem à parcialidade do entrevistador na compilação das respostas, já que não há um padrão claro de respostas possíveis. Assim, é difícil a codificação das respostas e sua consequente compilação; ➢ Há grande dificuldade para codificarão e possibilidade de interpretação subjetiva de cada descodificador; ➢ Quando aplicadas em forma de entrevistas, podem levar potencialmente as grandes viéses dos entrevistadores; ➢ Quando feitas através de questionários auto preenchidos, esbarram com as dificuldades de redação da maioria das pessoas, e mesmo com a "preguiça" de escrever. ➢ São menos objetivas, já que o respondente pode divagar e até mesmo fugir do assunto; ➢ São mais onerosas e mais demoradas para serem analisadas que os outros tipos de questões. 3.5.2. Questões de Múltipla Escolha Nos casos de múltipla escolha, os respondentes optarão por uma das alternativas, ou por determinado número permitido de opções. Ao elaborar perguntas de respostas múltiplas, o pesquisador se depara com dois aspectos essenciais: o número de alternativas oferecidas e os viéses de posição. Pode-se apontar algumas considerações importantes relacionadas às questões de múltipla escolha. As alternativas devem ser coletivamente exaustivas e mutuamente exclusivas, ou seja, devem cobrir todas as respostas possíveis e uma alternativa deve totalmente incompatível com todas as demais. A alternativa "Outros. Quais?" é de grande ajuda para garantir a exclusão. Para que sejam mutuamente exclusivas, cada respondente deverá identificar apenas uma opção que represente corretamente sua resposta, ou seja, a escolha de uma alternativa deve excluir todas as demais. Quanto aos viéses de posição, estes ocorrem em função da tendência de se escolher, no caso de palavras, as que aparecem como primeiras opções de resposta e, quando se tratar de números, a escolha daquele que ocupa a posição central. No intuito de contornar esses viéses, pode-se alternar a sequência de apresentação das opções de resposta, durante a coleta de dados, através de diversas formas para o questionário, ou para os cartões (caso sejam usados para listar alternativas). Apesar de dificultar o processo, esse procedimento é essencial para controlar esse viés. Segundo MATTAR (1994), são as seguintes as principais vantagens e desvantagens das questões de múltipla escolha: 3.5.2.1. Vantagens ➢ Facilidade de aplicação, processo e análise; ➢ Facilidade e rapidez no ato de responder; ➢ Apresentam pouca possibilidade de erros; ➢ Diferentemente das dicotômicas, trabalham com diversas alternativas. Desvantagens ➢ Exigem muito cuidado e tempo de preparação para garantir que todas as opções de respostas sejam oferecidas; ➢ Se alguma alternativa importante não foi previamente incluída, fortes viéses podem ocorrer, mesmo quando esteja sendo oferecida a alternativa "Outros. Quais?"; ➢ O respondente pode ser influenciado pelas alternativas apresentadas. 3.5.3. Questões Dicotômicas São as que apresentam apenas duas opções de respostas, de caráter bipolar, do tipo: sim ou não; concordo/não concordo; gosto/não gosto. Por vezes, uma terceira alternativa é oferecida, indicando desconhecimento ou falta de opinião sobre o assunto. Normalmente, é assim expressa: não sei ou não tenho opinião formada. A inclusão desse tipo de resposta, é, por um lado, desaconselhável, pois pode servir de fuga para aquelas pessoas que não desejam tomar uma posição. Por outro lado, a falta dessa opção pode provocar dificuldades para muitas pessoas, que vendo-se forçadas a escolher entre uma das alternativas bipolares, acabam dando respostas enganadoras. A resposta dicotômica é adequada para muitas perguntas que se referem a questões de facto, bem como a problemas claros e a respeito dos quais existem opiniões bem cristalizadas. Segundo MATTAR (1994), são as seguintes as principais vantagens e desvantagens das questões dicotômicas: 3.5.3.1. Vantagens ➢ Rapidez e facilidade de aplicação, processo e análise; ➢ Facilidade e rapidez no ato de responder; ➢ Menor risco de parcialidade do entrevistador; ➢ Apresentam pouca possibilidade de erros; ➢ São altamente objetivas. 3.5.3.2. Desvantagens ➢ Polarização de respostas e/ou possibilidade de forçar respostas em relação a um ➢ Leque de opiniões; ➢ Podem levar a erros de medição, se o tema foi tratado de forma dicotômica, quando na verdade apresenta várias alternativas, por exemplo, entre a concordância total e discordância total; ➢ Dependendo de como a pergunta é feita, questões com respostas dicotômicas são fortemente passíveis de erros sistemáticos. 3.6. Decisões sobre a Formulação das Perguntas Na formulação das perguntas deve-se cuidar para que as mesmas tenham o mesmo significado para o pesquisador e para o respondente, evitando-se assim um erro de medição. Sabe-se que a formulação tem efeito sobre as respostas. Esse efeito pode ser avaliado comparando-se os resultados em subamostras, de perguntas formuladas de forma diferente. É conveniente fazer as seguintes recomendações sobre a formulação das perguntas: ➢ Usar comunicação simples e palavras conhecidas; ➢ Não utilizar palavras ambíguas. ➢ Perguntas com conteúdo emocional ou sentimento de aprovação ou reprovação; ➢ Referências a nomes que impliquem em aceitação ou rejeição ou tenham componente afetivo; ➢ Alternativas implícitas; ➢ Necessidade do respondente fazer cálculos para responder; ➢ Perguntas de dupla resposta; ➢ Alternativas longas; ➢ Mudanças bruscas de temas, (fazer um "link" entre os temas); ➢ Contágio de respostas (efeito halo); ➢ Vieses involuntários, motivados por reação visando prestígio por parte do respondente, retraimento defensivo diante de perguntas personalizadas e a atração exercida pela resposta positiva. São condicionantes das respostas: ➢ Busca de conformidade ao grupo; ➢ Tendência de imitação social; ➢ Medo do julgamento do outro; ➢ Busca de prestígio social; ➢ Participação nas emoções coletivas; ➢ Submissão aos estereótipos culturais; ➢ Medo de mudanças. Outros aspectos/questões referentes à redação das perguntas: ➢ A pergunta pode ser mal compreendida? Contém frases ou termos difíceis ou obscuros? ➢ Os termos utilizados serão bem compreendidos pelo público da pesquisa? Termos especializados são usados apenas quando realmente necessários, devendo-se assegurar que seu sentido torne-se claro através de figuras ou de outros meios. ➢ A sentença é curta e simples? Sentenças longas e difíceis tendem as ser mal compreendidas. ➢ Existe indefinição ou ambiguidade? Qual o outro sentido que a pergunta poderá ter para quem responde? ➢ Enfatizar não intencionalmente uma palavra ou frase poderia mudar o sentido da pergunta? Segundo SELLTIZ ET AL (1974) se, mesmo depois de certificado que as perguntas estão apresentadas da maneira mais clara possível, ainda houver dúvidas quanto à compreensão, costuma-se incluir perguntas de acompanhamento,do tipo: " O que você quer dizer com isso?". Você poderia exemplificar?" Dessa maneira, torna-se possível verificar como a pessoa entendeu a questão e o que pretendeu dizer. ➢ A pergunta exprime adequadamente todas as alternativas, ou mostra apenas um dos lados do tópico em questão? Ambos devem ser citados. ➢ O quadro de referência é claro e uniforme para todas as pessoas que respondem? ➢ A pergunta deixa claro que a pessoa deve respondê-la baseada naquilo que pensa ser a verdade e não naquilo que desejaria que fosse a verdade? ➢ A frase é enviesada, ou seja, está emocionalmente carregada ou deformada para determinado tipo de resposta? ➢ O que traria melhores resultados? Uma redação mais pessoal ou mais impessoal da pergunta? ➢ O que seria melhor? Apresentar a pergunta de maneira direta ou indireta? Não há recomendações concretas quanto ao emprego de perguntas indiretas. Suas possibilidades e limitações devem ser examinadas caso a caso, de acordo com o objetivo da pesquisa. Entram em questão problemas morais e técnicos: saber se a inferências pretendidas podem ser retiradas, sem prejuízo, das provas indiretas; se tal pergunta indireta irá enviesar a resposta; se as perguntas são altamente invasivas da intimidade etc. (SELLTIZ ET AL, 1974). 3.7. Decisões sobre a sequência das perguntas A ordem na qual as perguntas são apresentadas pode ser crucial para o sucesso da pesquisa. Não há regras estabelecidas, mas alguns cuidados devem ser tomados. MATTAR (1994) recomenda: ➢ Iniciar o questionário com uma pergunta aberta e interessante (para deixar o respondente mais à vontade e assim ser mais espontâneo e sincero ao responder as perguntas restantes). Iniciar com perguntas sobre a opinião do respondente pode fazer com que se sinta prestigiado e se torne disposto a colaborar. ➢ O primeiro contato do respondente com o questionário define sua vontade de respondê-lo ou até mesmo a decisão de não respondê-lo; ➢ Usar temas e perguntas gerais no início do questionário, deixando as perguntas específicas para depois (vai se fechando o foco gradualmente); ➢ As perguntas mais pessoais, sensíveis ou embaraçosas devem ser feitas somente no final do questionário e convém que sejam alternadas com questões simples; ➢ Deve-se adotar uma ordem lógica de perguntas utilizando um fluxograma ou árvore de decisão para posicionar as perguntas; Dar uma sequência lógica ao questionário. Mudanças de tópicos repentinas e "ir e voltar" ao assunto devem ser evitados; ➢ Informações que classificam social, econômica ou demograficamente o respondente são pedidas no final, a não ser que alguma delas sirva como "filtro"; ➢ Perguntas de caráter mais invasivo, ou que tratem temas delicados, não devem ser colocados no início do questionário e convém que sejam alternadas com questões simples; ➢ Outra preocupação com o questionário é a de explicar as condições adequadas para o seu uso e aplicação, tanto no caso de formulários autopreenchidos quanto nos que utilizam entrevistadores. Devem ser fornecidas aos entrevistadores instruções claras de como proceder no campo, como abordar os respondentes, como preencher os instrumentos, etc. A seguir, são apresentados alguns pontos sobre os quais os entrevistadores devem ser orientados. ➢ Proporcionar ao respondente uma situação de liberdade, em que a pessoa seja estimulada a apresentar francamente suas opiniões; ➢ Garantir, se for o caso, o anonimato do respondente; ➢ O entrevistador deve ser educado, amistoso e imparcial; ➢ Nunca deverá mostrar surpresa ou desaprovação diante das opiniões de quem responde; ➢ As perguntas precisam ser apresentadas da maneira exata, com as mesmas palavras que foram propostas; ➢ Qualquer explicação improvisada da pergunta é proibida. Em casos em que se imagine, de antemão, que surgirão dúvidas, esclarecimentos devem ser previamente elaborados; ➢ As perguntas devem seguir a ordem exata em que aparecem no questionário; ➢ O entrevistador deve apresentar todas as perguntas, e jamais responder alguma por dedução própria; ➢ Espera-se que o entrevistador registre fiel e integralmente a resposta; ➢ É necessário que os entrevistadores sejam orientados em relação ao processo de amostragem. Por exemplo, como proceder em casos de recusas ou ausências. 3.8. Decisões sobre a apresentação e o layout do questionário (características físicas) São pontos a serem definidos nesta fase: número de páginas; qualidade do papel e da impressão; tipos e tamanho de letras; posicionamento e tamanho dos espaços entre questões; cores da tinta e do papel para as respostas; espaço para resposta de cada questão; separação de campos para facilidade de digitação (praticamente obrigatória para se compilar as respostas e processá-las em tempo reduzido); Impressão em frente e verso ou só na frente. Tais itens são relevantes para se ganhar a colaboração dos respondentes. Quanto melhor e mais adequada for a apresentação, maior a probabilidade de se elevar o índice de respostas. 3.9. Pré-teste O pré-teste é a aplicação de questionário em sua versão preliminar. Ele é fundamental para que uma pesquisa seja realizada sem grandes dificuldades pelos aplicadores e compreendida pelos entrevistados, aumentando a eficiência e a eficácia da pesquisa. Além disso, o pré-teste, evita que tempo e dinheiro sejam desperdiçados devido a um questionário mal estruturado e que não atinge os objetivos propostos. 3.9.1. Como realizar um Pré-Teste? Para a aplicação do pré-teste é necessária uma pequena amostra de indivíduos do público-alvo do universo a ser pesquisado. Durante a entrevista, o contato com os entrevistados possibilita que erros de compreensão das questões sejam identificados. Também é importante que a pesquisa seja realizada em um ambiente no qual a atenção do entrevistado não seja prejudicada. 3.9.2. Pré-teste cognitivo Outra possibilidade é o pré-teste cognitivo. Nele o entrevistador pergunta para o entrevistado qual foi a sua compreensão de cada questão apresentada. Diante da sua resposta é possível obter sua real percepção do questionário, a partir da possibilidade que o entrevistado pode fazer sua própria avaliação de termos e expressões da pesquisa. Assim é possível evitar respostas destoantes, ou influenciadas pelos próprios aplicadores, prevenindo resultados não eficazes. 3.9.3. O que identificar no Pré-teste? Alguns dos principais quesitos que devem ser identificados em um pré-testes são: se há um claro entendimento da questão tanto pelos aplicadores quanto pelo entrevistado. A má compreensão da pergunta, pode ser causada por erros de ortografia ou por incoerência nas questões, dessa forma o pré-teste possibilita um ajuste das questões antes da aplicação da pesquisa completa. Por fim, além de propiciar ajustes em questões já existentes, o pré-teste pode também indicar a necessidade de inclusão de novas questões, que possam surgir a partir de dúvidas não esclarecidas pelas respostas encontradas. 3.9.4. Decisões quanto ao Pré-teste É importante a realização de um pré-teste porque é provável que não se consiga prever todos os problemas e/ou dúvidas que podem surgir durante a aplicação do questionário. Sem o pré-teste, pode haver grande perda de tempo, dinheiro e credibilidade caso se constate algum problema grave com o questionário já na fase de aplicação. Nesse caso o questionário terá que ser refeito e estarão perdidas todas as informações já colhidas. GOODE E HATT (1972) afirmam que nenhuma quantidade de pensamento, não importa quão lógica seja a mente e brilhante a compreensão, pode substituir uma cuidadosa verificação empírica. Dai a importância em se saber como o instrumento de coleta de dados se comporta numa situação real através do pré-teste. Segundo MATTAR (1994), os pré-testes podem ser realizados inclusive nos primeiros estágios, quando o instrumento ainda está em desenvolvimento, quandoo próprio pesquisador pode realizá-lo, através de entrevista pessoal. O pré-teste é, segundo GOODE E HATT (1972), um ensaio geral. Cada parte do procedimento deve ser projetada e implementada exatamente como o será na hora efetiva da coleta de dados. As instruções para a entrevista devem estar na formulação final, e serem obedecidas rigorosamente, para se ver se são ou não adequadas. O questionário deve ser apresentado na forma final e a amostra (embora menor) deve ser obtida segundo o mesmo plano que gerará a amostra final. Os resultados do pré-teste são então tabulados para que se conheçam as limitações do instrumento. Isto incluirá a proporção de respostas do tipo "não sei", de questões difíceis, ambíguas e mal formuladas, a proporção de pessoas que recusam a entrevista, bem como os comentários feitos pelos respondentes sobre determinadas questões. GOODE E HATT (1972) destacam alguns sinais que indicam algo errado com o instrumento de coleta de dados e que deverão ser objeto de alterações por parte do pesquisador após o pré-teste: 3.9.4.1. Ausência de ordem nas respostas Frequentemente, a causa é uma questão (ou questões) que não se refere à mesma experiência em cada respondente. Isto pode ser provocado pelo uso de palavras difíceis, ou por questões que buscam obter muitos dados de uma só vez, etc. Respostas totalmente desordenadas são um sinal de alerta; 3.9.4.2. Respostas "tudo-nada" Questões a que todos respondem da mesma maneira, podem revelar uma resposta estereotipada ou clichê; ➢ Grande proporção de respostas do tipo "não sei" ou "não compreendo" Estes casos indicam questões formuladas inadequadamente, ou um mau plano de amostragem. ➢ Grande número de qualificações ou comentários adicionais. É o que ocorre quando o teste piloto relaciona uma série de comentários ou fontes adicionais às alternativas de resposta oferecidas. ➢ Variação substancial de respostas quando se muda a ordem das questões ➢ Alta proporção de respostas recusadas Aconselha-se rever com cuidado cada questão cujas recusas ultrapassem cinco por cento. Com relação ao pré-teste, recomenda-se: ➢ Seus respondentes devem pertencer à população alvo da pesquisa e ter tempo suficiente para responder todas as questões; ➢ Os entrevistadores devem ser experientes; ➢ O pesquisador deve utilizar meios diversos de avaliação, tais como discussão em grupo e gravador; Com relação aos elementos funcionais do questionário, deve-se verificar no pré-teste: A clareza e a precisão dos termos utilizados, a necessidade eventual de desmembramento das questões, a forma das perguntas, a ordem das perguntas, a introdução e é importante também se fazer uma reflexão sobre o valor de cada pergunta. Caso o pré-teste revele necessidade de muitas alterações, o questionário revisado deverá ser então novamente testado. O processo será repetido tantas vezes quantas forem necessárias, até que o instrumento se encontre maduro, pronto para ser aplicado. De acordo com MATTAR (1994), para instrumentos que foram cuidadosamente desenvolvidos, dois ou três pré-testes costumam ser suficientes. 3.10. O Inquérito por Questionário Embora nem todos os projetos de pesquisa utilizem o questionário como instrumento de recolha e avaliação de dados, este é muito importante na pesquisa científica, especialmente nas ciências da educação. Construir questionários não é, contudo, uma tarefa fácil, mas aplicar algum tempo e esforço na sua construção pode ser um fator favorável no “crescimento” de qualquer investigador. Segundo ALMEIDA E PINTO (1995), são consideradas algumas vantagens sobre este tipo de técnica de recolha de dados, tais como: a possibilidade de atingir grande número de pessoas, garantir o anonimato das respostas, permitir que as pessoas respondam no momento que lhes pareça mais apropriado e não expõe os questionados sob influência do questionador. Sempre que um investigador elabora e administra um inquérito por questionário, e não esquecendo a interação indireta que existe entre ele e os inquiridos, verifica-se que a linguagem e o tom das questões que constituem esse mesmo questionário são de elevada importância. Assim, é necessário ser cuidadoso na forma como se formulam as questões, bem como na apresentação do questionário. As questões devem ser reduzidas e adequadas à pesquisa em questão. Assim, elas devem ser desenvolvidas tendo em conta três princípios básicos: o Princípio da Clareza (devem ser claras, concisas e unívocas), Princípio da Coerência (devem corresponder à intenção da própria pergunta) e Princípio da Neutralidade (não devem induzir uma dada resposta, mas sim libertar o inquirido do referencial de juízos de valor ou do preconceito do próprio autor). Natércio Afonso (2005), refere-nos que a aplicação de um inquérito por questionário possibilita “…converter a informação obtida dos inquiridos em dados pré formatados, facilitando o acesso a um número elevado de sujeitos e a contextos diferenciados” (p.101). Se por um lado a aplicação de questionários é vantajosa, esta aplicação apresenta também desvantagens ao nível da dificuldade de conceção. A vantagem em utilizar um inquérito por questionário dependerá da clareza das perguntas, natureza das pesquisas e das habilitações literárias dos inquiridos. Relativamente à natureza da pesquisa verifica-se que se aquela não for de utilidade para o indivíduo, a taxa de não - resposta aumentará. Mas esta técnica ainda implica outras limitações, como o facto de excluir pessoas analfabetas, de impedir o auxílio ao questionado quando este não entende determinada pergunta, de impedir o conhecimento das circunstâncias em que o questionário foi respondido, não oferecer garantia de que a maioria das pessoas o devolva preenchido completamente, de envolver geralmente um número pequeno de perguntas e de proporcionar resultados bastante críticos em relação à objetividade. 4. Conclusão Depois de uma leitura feita de algumas obras de autores que escreveram sobre as concepções do questionário, pode-se perceber que questionário é uma técnica de investigação composta por um conjunto de questões apresentadas por escrito. O questionário deverá ser efetuado a pessoas que propiciem determinado conhecimento ao pesquisador. A construção de um questionário deriva de um processo de melhoria, fruto de tantos exames e revisões quantas forem necessárias. Cada questão deve ser analisada individualmente, para garantir se é mesmo importante, se não é ambígua ou de difícil, entendimento, etc. Todas as indagações quanto ao conteúdo, forma, redação e sequência devem ser feitas para cada questão. Uma vez concluída a revisão, feita pela equipe de pesquisa, o questionário estará em condições de ser aplicado eficazmente erros e acertos. 5. Referencias Bibliográficas GODE; William J.; HATT, Paul K. Métodos em Pesquisa Social. 4ª ed. São Paulo: Nacional, 1972. MATTAR, F. N. Pesquisa de marketing: metodologia, planejamento, execução e análise, 2ª ed. São Paulo: Atlas, 1994, 2v., v.2. PARASURAMAN, A. Marketing research. 2. ed. Addison Wesley Publishing company, 1991. SELLTIZ, Claire et al. Metodos de pesquisa nas relacoes sociais. 3ª. Ed. São Paulo: E.P.U., 1974. HAIR Jr., Joseph F.; BABIN, Barry; MONEY, Arthur H.; SAMOUEL, Phillip. Fundamentos de Métodos de Pesquisa em Administração. Porto Alegre: BOOKMAN, 2005. LÜDKE, Menga; ANDRÉ, M.E.D.A. Pesquisa em educação: abordagens qualitativas. São Paulo, SP. Ed. EPU, 1986. LUDWIG, A. C. W. Fundamentos e prática de Metodologia Científica. Petrópolis, RJ. Ed. VOZES, 2009. NUNAN, D. Research Methods in Language Learning. Cambridge, CAMBRIDGE UNIVERSITY PRESS, 1997.
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