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` 
UNIVERSIDADE TÉCNICA DE MOÇAMBQUE 
UDM 
 
FACULDADE DE CIÊNCIAS ECONÓMICAS E SOCIAIS 
Pesquisa e Analise de Mercado 
Questionário 
Discentes: 
Edmilson Bambo Matavela 
Edson de Lucrécia Chame Mucussete 
Etelvina Aurélio Jovo 
Lília de Jesus Neto Cuna 
Sala: 304/B2 
Turma: B 
 
 Docente: Luísa Jamal 
 
 Maputo, Novembro de 2020 
 
 
Índice 
1. Introdução ............................................................................................................................... 4 
1.1. Objectivos......................................................................................................................... 4 
1.1.1. Objectivo Geral ......................................................................................................... 4 
1.1.2. Objectivos Específicos .............................................................................................. 4 
2. Metodologia ............................................................................................................................ 5 
3. QUESTIONÁRIO ................................................................................................................... 6 
3.1. Conceitos básicos ............................................................................................................. 6 
3.1.1. Questionário .............................................................................................................. 6 
3.1.2. Objectivos do questionário ....................................................................................... 6 
3.2. Passos para a criação do questionário .............................................................................. 6 
3.3. Tipos de questões ............................................................................................................. 7 
3.3.1. Auto – resposta via correio ou e-mail ....................................................................... 7 
3.3.2. Auto – resposta em grupo ......................................................................................... 8 
3.3.3. Auto – resposta porta a porta .................................................................................... 8 
3.3.4. Entrevista pessoal...................................................................................................... 8 
3.3.5. Entrevista telefônica.................................................................................................. 8 
3.4. Check List ........................................................................................................................ 9 
3.5. Elaboração de um questionário ...................................................................................... 11 
3.5.1. Componentes do questionário ........................................................................................ 11 
3.5.2. Passos para elaboração de um questionário ............................................................ 11 
3.4. Decisões para a elaboração do questionário .......................................................................... 12 
3.4.1. Decisões sobre o conteúdo das perguntas ................................................................... 12 
3.5. Decisões sobre o formato das respostas ......................................................................... 14 
3.5.1. Questões Abertas .................................................................................................... 14 
3.5.2. Questões de Múltipla Escolha ................................................................................. 15 
3.5.3. Questões Dicotômicas ............................................................................................. 17 
3.6. Decisões sobre a Formulação das Perguntas .............................................................. 18 
3.7. Decisões sobre a sequência das perguntas .................................................................. 19 
3.8. Decisões sobre a apresentação e o layout do questionário (características físicas) .... 21 
3.9. Pré-teste .......................................................................................................................... 21 
3.9.4. Decisões quanto ao Pré-teste .................................................................................. 22 
3.10. O Inquérito por Questionário ......................................................................................... 24 
4. Conclusão ....................................................................................................................... 26 
5. Referencias Bibliográficas ............................................................................................. 27 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
1. Introdução 
Questionário é um instrumento de investigação que visa recolher informações baseando-se, 
geralmente, na inquisição de um grupo representativo da população em estudo. Mas, construir 
uns questionários não é uma tarefa fácil, é necessário aplicar tempo e esforço no planeamento do 
questionário, para se atingir os resultados esperados. Infelizmente não existe uma metodologia 
padrão para o desenvolvimento de questionários, porém existem recomendações de diversos 
autores com relação a essa importante tarefa no processo de pesquisa. 
No presente trabalho procura-se discutir a construção de um questionário apresentando uma 
sugestão de tarefas e cuidados a serem tomados, dentro de uma sequência logica, objectivando 
que esse instrumento de coleta de dados tenha eficácia para a finalidade a que se destina. 
1.1. Objectivos 
1.1.1. Objectivo Geral 
➢ Reunir as recomendações de diversos autores a respeito da construção de questionários. 
1.1.2. Objectivos Específicos 
➢ Definir os conceitos básicos do questionário; 
➢ Identificar os tipos de questionário; 
➢ Levantar informações, sobre as principais etapas do questionário; 
➢ Demonstrar como é elaborado o questionário no mercado global. 
 
 
2. Metodologia 
A definição da metodologia de investigação determina as diretrizes iniciais e procedimentos no 
desenvolvimento de todo o trabalho científico. 
Quanto aos meios de investigação deste trabalho, decidiu-se utilizar a pesquisa exploratória, 
quanto ao método é bibliográfico, por julgar ser a mais adequada aos modestos objectivos deste 
trabalho. Que foi desenvolvida com base em artigos publicados em livros, revistas e internet. 
Pois, a pesquisa bibliográfica consiste no levantamento de informações e conhecimentos acerca 
de um tema a partir de diferentes matérias bibliográficos já publicados, colocando em diálogo 
diferentes autores e dados. STRAUSS e CORBIN (1998). 
 
 
3. QUESTIONÁRIO 
3.1. Conceitos básicos 
3.1.1. Questionário 
Segundo PARASURAMAN (1991), um questionário é um conjunto de questões, feito para gerar 
os dados necessários para atingir os objectivos do projeto. Um questionário é um instrumento de 
pesquisa constituído por uma serie de questões sobre um determinado tema. 
Embora o mesmo autor afirme que nem todos os projectos de pesquisa utilizam essa forma de 
instrumento de coleta de dados, o questionário é muito importante na pesquisa científica. 
Questionários são instrumentos desenvolvidos para medir características importantes de 
indivíduos e para coletar dados que não estão prontamente disponíveis ou que não podem ser 
obtidos pela observação. 
Nesse sentido, LUDWIG (2009) também alerta para que não se use os questionários para pedir 
informações existentes em outras fontes. Na mesma linha, encontramos a definição de GIL 
(1999, p. 128) que considera o questionário como uma “técnica de investigação composta por um 
número mais ou menos elevado de questões apresentadaspor escrito às pessoas, tendo por 
objetivo o conhecimento de opiniões, crenças, sentimentos, interesses, expectativas, situações 
vivenciadas, etc.”. Esse tipo de instrumento é frequentemente respondido sem a presença do 
pesquisador e, por isso, supõe-se que o respondente tenha conhecimento e motivação para 
completá-los sozinho 
3.1.2. Objectivos do questionário 
➢ Traduzir a informação desejada em um conjunto de perguntas específicas e deve ser 
elaborado de maneira a minimizar os erros nas respostas. 
➢ Garantir a padronização e a comparação dos dados entre os entrevistadores, aumentando a 
velocidade e a precisão dos registros e facilitando o processamento dos dados. 
3.2. Passos para a criação do questionário 
Como vimos, a aplicação de questionários é uma fase importante da pesquisa de abordagem 
qualitativa em geral e, particularmente, na pesquisa de crenças sobre ensino línguas. No entanto, 
para que o resultado seja composto por dados confiáveis e válidos, é necessário elaborá-los 
obedecendo a um processo sistemático. 
O primeiro passo se refere à aspectos gerais como a definição dos objetivo do projeto e das 
questões de pesquisa. Isso implica no cuidado com a adequação das questões às características 
dos respondentes, isto é, ao criar questões o pesquisador deve avaliá-las do ponto de vista dos 
sujeitos da pesquisa. Para isso, pode-se levar em consideração aspectos como idade, 
escolaridade, classe social, experiências anteriores (sempre que for possível conhecê-las); julgar 
os sujeitos em termos de capacidade e disposição para responder, etc. Também é preciso 
observar se os sujeitos responderão com exatidão às questões. Para isso, deve-se cuidar para não 
criar perguntas muito extensas, ou muito difíceis; tomar cuidado para não induzir a respostas 
“politicamente corretas” ou a respostas que os respondentes interpretem como as que o 
pesquisador espera (questões dominantes), etc. (HAIR JR et. al. 2005). 
O segundo passo refere-se ao esclarecimento do(s) conceito(s) envolvido(s) na pesquisa 
(crenças, por exemplo). Esse passo torna-se importante porque é(são) o(s) conceito(s) a ser(em) 
estudado(s) que vai(ão) orientar a definição do método de análise das respostas. O conceito 
estudado também é um dos fatores que determina os tipos de questões a serem elaboradas. 
A tipologia do questionário é objeto do terceiro passo da elaboração de questionários e diz 
respeito à maneira como as perguntas são ordenadas, estruturadas e apresentadas. Como as 
primeiras questões podem influenciar as respostas das seguintes, processo chamado de “efeitos 
de contexto” por HAIR JR ET. AL. (2005). 
3.3. Tipos de questões 
Questionários podem ser elaborados e aplicados de diversas maneiras, de acordo com as 
necessidades. A seguir, segundo PARASURAMAN, serão apresentadas as principais formas de 
aplicação de questionários: 
3.3.1. Auto – resposta via correio ou e-mail 
 Tem como vantagens o fato de poder ser enviado a um grande número de pessoas de forma não 
muito dispendiosa e o respondente pode preencher o questionário quando lhe for mais 
conveniente. No entanto, este tipo de questionário tem também algumas desvantagens: baixa taxa 
de resposta, não sendo indicado para perguntas que exijam respostas muito detalhadas. 
3.3.2. Auto – resposta em grupo 
Um grupo de pessoas é reunido e as perguntas são feitas simultaneamente, contudo cada pessoa 
responde individualmente ao seu questionário. Os grupos são reunidos mediante algum critério 
de conveniência. Se as pessoas que estão sendo questionadas não entenderem o significado de 
alguma pergunta podem pedir ajuda ou esclarecer o propósito do estudo. 
3.3.3. Auto – resposta porta a porta 
 Este tipo de questionário é menos habitual. O investigador, neste caso, desloca-se a casa ou ao 
local de trabalho dos questionados, entrega e explica o questionário e depois volta para recebê-lo 
ou pede que o devolvam pelo correio. Este tipo de questionário tem a vantagem de poder ser 
feito quando é mais conveniente ao questionado tal como nos questionários via correio ou e-mail 
e tem a vantagem de ser possível um contato com o investigador com o fim de esclarecer dúvidas 
na interpretação das respostas ou no objetivo do estudo. A grande desvantagem deste tipo de 
questionários são os custos financeiros associados (custo com o deslocamento até os locais da 
entrevista, tempo gasto para a realização das entrevistas e apuração dos resultados). 
3.3.4. Entrevista pessoal 
Através de uma entrevista, o investigador preenche o questionário com as respostas às perguntas 
que vai fazendo ao questionado. Há um contato pessoal e direto entre o investigador e o 
questionado. Ao contrário dos outros tipos de questionários, o entrevistador tem a oportunidade 
de se certificar que o questionado quer dizer mesmo o que disse. As entrevistas facilitam, 
também, as respostas às perguntas que pedem opiniões. O questionário por entrevista consome 
muito tempo e, consequentemente, é muito dispendioso. O entrevistador é considerado parte do 
instrumento da recolha de dados e precisa de um treino prévio para aprender a conduzir uma 
entrevista e como ultrapassar as dificuldades. 
3.3.5. Entrevista telefônica 
Este tipo de entrevista possibilita ao investigador ter a informação rapidamente. Tal como as 
entrevistas pessoais, este tipo de entrevista possibilita ao investigador o contato pessoal e direto 
com o questionado, desta forma, facilitam as respostas a perguntas que pedem opiniões a 
questões de follow-up e dão ao entrevistador a oportunidade de se certificar que o questionado 
respondeu exatamente aquilo que queria dizer. Contudo também tem desvantagens. Muitas 
pessoas não gostam que lhes telefonem para casa, outras não têm telefone que conste nas listas 
telefônicas. Este tipo de entrevistas não pode ser muito extenso. 
3.4. Check List 
Tendo em vista as palavras de HAIR JR. ET AL (2005) “Quando uma lista inicial de questões de 
pesquisa é desenvolvida, essas questões devem ser avaliadas para determinar se as respostas 
oferecerão as informações necessárias para a tomada de decisão, para a compreensão de um 
problema ou para testar uma teoria” (2005, p.215), e considerando todas as orientações 
discutidas acima, propôs-se, com o objetivo de dar maior praticidade ao processo de formulação 
do questionário, um check list (quadro abaixo) com a listagem dos aspectos a serem 
considerados na elaboração e análise de questionários voltados para coletar dados para pesquisas 
de crenças. 
O objetivo desse instrumento é servir como uma ferramenta prática de apoio em todas as fases da 
criação do questionário, isto é, sua abrangência deve possibilitar consultá-lo antes de se elaborar 
questões (orientações sobre adequação às características dos sujeitos), durante a criação 
(cuidados com aspectos de ordem, estrutura e apresentação) e depois (revisão de todos os 
passos). Além disso, como dissemos antes, pode ser utilizado também para analisar e revisar 
questionários considerados prontos para serem usados. 
CHECK LIST 
ANTES DE ELABORAR QUESTÕES 
Definir: 
Objetivos 
População alvo 
Conceitos 
Tópicos 
Tipo de administração do questionário 
 Método de análise de respostas 
 
ELABORAÇÃO DAS QUESTÕES 
Perguntas de abertura 
Perguntas baseadas nos tópicos do questionário 
 Perguntas de classificação 
APRESENTAÇÃO DAS QUESTÕES 
Avaliar questões do ponto de vista dos respondentes 
Considerar os tipos de pergunta: abertas, fechadas 
Utilizar linguagem adequada aos respondentes 
Usar perguntas breves 
Evitar termos ambíguos 
Evitar questões dominantes 
 Evitar questões múltiplas 
Cuidar a ordem das questões 
Evitar os possíveis efeitos de contexto 
 
APRESENTAÇÃO DO QUESTIONÁRIO 
Evitar separar uma questão em duas páginas 
Definir: 
 Estrutura Espaçamento 
Organização 
Criar instruções claras: 
Introduzir e explicar comoresponder 
Indicar quantas respostas são aceitáveis 
Solicitar que o respondente responda sozinho 
Destacar as instruções (negrito, itálico, sublinhado, etc.). 
 
PRÉ-TESTE 
Utilizar amostras de respondentes com características semelhantes às da população alvo 
Aplicar em ambiente semelhante ao que será utilizado durante a pesquisa 
Acrescentar questões de sondagem sobre cada parte do questionário 
 Repetir o pré-teste se necessário 
 
3.5. Elaboração de um questionário 
Construir um bom questionário depende não só do conhecimento de técnicas mas principalmente 
da experiência do pesquisador. Contudo, seguir um método de elaboração sem dúvida é 
essencial, pois identifica as etapas básicas envolvidas na construção de um instrumento eficaz. 
3.5.1. Componentes do questionário 
Um questionário para ser eficaz deve conter os seguintes tipos de informação: 
3.5.1.1. Identificação do respondente 
Neste ponto colhe-se apenas o nome do respondente, deixando-se seus dados gerais para o final, 
do questionário, com vistas a se evitarem viéses, conforme explicado mais adiante. 
3.5.1.2. Solicitação de cooperação 
É importante motivar o respondente através de uma prévia exposição sobre a entidade que está 
promovendo a pesquisa e sobre as vantagens que essa pesquisa poderá trazer para a sociedade e 
em particular para o respondente, se for o caso. 
3.5.1.3. Instruções 
As instruções deverão ser claras e objetivas ao nível de entendimento do respondente e não 
somente ao nível de entendimento do pesquisador. 
3.5.1.4. Solicitadas 
É efetivamente o que se pretende pesquisar. 
3.5.1.5. Informações de classificação do respondente 
Os dados de classificação do respondente normalmente deverão estar no final do questionário. 
Pode ocorrer distorção se estiverem no início porque o entrevistado poderá distorcer as respostas, 
caso seus dados pessoais já estejam revelados no início da pesquisa. 
3.5.2. Passos para elaboração de um questionário 
Para se elaborar um questionário deve-se seguir o seguinte roteiro: 
3.5.2.1. Estabelecer uma ligação com: 
➢ O problema e os objetivos da pesquisa 
➢ As hipóteses da pesquisa 
➢ A população a ser pesquisada 
➢ Os métodos de análise de dados escolhidos e/ou disponíveis 
A determinação das informações a serem buscadas deve fluir naturalmente neste momento do 
processo, desde que as etapas precedentes da pesquisa tenham sido meticulosamente elaboradas. 
O desenvolvimento do questionário está ligado à formulação exata do problema a ser pesquisado 
e ao objetivo da pesquisa 
3.5.2.2. Tomar as decisões referentes aos seguintes pontos da pesquisa 
• Conteúdo das perguntas 
• Formato das respostas desejado 
• Formulação das perguntas 
• Sequência das perguntas 
• Apresentação e layout 
• Pré-teste 
No próximo item irá abordar-se mais detalhadamente as decisões supracitadas, fundamentais 
para a elaboração do questionário. 
3.4. Decisões para a elaboração do questionário 
3.4.1. Decisões sobre o conteúdo das perguntas 
Com relação ao conteúdo das perguntas, pode-se tentar verificar fatos, crenças quanto a fatos, 
crenças quanto a sentimentos, descoberta de padrões de acção e de comportamento presente ou 
passado. 
Destes itens, os mais difíceis de serem medidos são sentimentos e crenças quanto a fatos, já que 
são muito íntimos às pessoas, que nem sempre estão dispostas a externa- los. 
É necessário também que o pesquisador faça algumas reflexões, do tipo: a pergunta é realmente 
necessária? Qual a sua utilidade? 
Estas perguntas desdobram-se nas seguintes questões: 
➢ O assunto exige uma pergunta separada, ou pode ser incluído em outras perguntas? 
➢ Existem outras perguntas que já incluem adequadamente este ponto? 
➢ A pergunta é desnecessariamente minuciosa e específica? 
➢ Várias perguntas são necessárias sobre o assunto desta pergunta ou uma é o suficiente? 
➢ Deve-se evitar o uso de abreviação. Não se deve tratar dois assuntos complexos em uma 
mesma pergunta. 
➢ Todos os aspectos importantes sobre este tópico serão obtidos da forma como foi elaborada a 
pergunta? 
➢ Em perguntas de opinião, interessa saber os graus de favorabilidade/desfavorabilidade, ou 
basta saber se é a favor ou contra? 
➢ As pessoas têm a informação necessária para responder a pergunta? 
O pesquisador deve examinar cada assunto, a fim de se certificar se é esperado do respondente 
que ele seja capaz de fornecer a informação desejada, ou seja, se ele é o portador da informação e 
se é capaz de lembrar-se dela. Costuma-se usar alguns "filtros", para detectar se o indivíduo tem 
ou não a informação desejada. 
Não basta porém que se esteja abordando a pessoa certa, é preciso saber se ela é capaz de se 
lembrar da informação. Nossa habilidade para nos lembrarmos dos eventos é influenciada pela 
importância do próprio evento para cada um, do tempo passado desde que ele ocorreu e da 
presença de estímulos que nos ajudem a recordar. 
➢ Os respondentes estarão dispostos a dar a informação? 
Não basta que o respondente tenha a informação. Ele precisa estar disposto a fornecê- la. Sua 
predisposição em responder parece ser função do tempo e trabalho envolvidos na elaboração da 
resposta, de sua habilidade em articular a resposta, e da sensibilidade do assunto tratado. 
➢ Que objeções alguém poderia ter para responder esta pergunta? 
➢ O tema abordado é muito íntimo, perturbador ou expõe socialmente as pessoas, de forma a 
causar resistências e respostas falsas? 
➢ O tema é embaraçoso para o respondente por colocar em perigo seu prestígio caso seja 
contrário a ideias socialmente aceitas? 
Para tentar diminuir esses problemas deve-se inicialmente fazer perguntas que sugiram 
comportamento comum para depois ir se aprofundando no assunto e assim mesmo procurando se 
referir a outras pessoas ou utilizar cartões com letras e números para minimizar o impacto sobre 
o respondente. 
➢ Deve a pergunta ser mais concreta, específica e mais diretamente ligada à experiência pessoal 
de quem responde? 
➢ O conteúdo da pergunta é suficientemente geral? Está livre de concreticidade ou 
especificidade desnecessárias? 
➢ O assunto é de tal ordem que uma pergunta específica possa trazer respostas inexatas ou 
enganadoras? 
Deve-se tomar o cuidado de não se usar perguntas muito específicas, quando, na verdade, a 
pesquisa for de caráter geral. Por exemplo, perguntar quantas vezes uma pessoa foi ao 
supermercado em determinado mês, pode resultar em uma resposta menos precisa do que se 
fosse perguntado a respeito do seu comportamento usual ou médio durante os meses anteriores. 
O conteúdo da pergunta não estará enviesado ou carregado em determinada direção? Esta 
pergunta desdobra-se nas seguintes questões: 
➢ A pergunta é, devidamente, neutra, a fim de não influenciar nas respostas? 
➢ Pessoas com opiniões contrárias sobre o assunto não a considerarão tendenciosa? 
➢ A pergunta contém opiniões ou julgamentos relacionados ao assunto? 
3.5. Decisões sobre o formato das respostas 
A escolha do formato das respostas mais adequado deve levar em conta as vantagens e 
desvantagens de cada tipo para o objetivo da pesquisa. 
As questões podem ser: abertas, de múltipla, e escolha dicotômicas. 
3.5.1. Questões Abertas 
Nas questões abertas, os respondentes ficam livres para responderem com suas próprias palavras, 
sem se limitarem a escolha entre um rol de alternativas. São, normalmente, utilizadas no começo 
do questionário. Existe concordância em que deve- se partir de questões gerais para específicas. 
Uma pergunta aberta geral, do tipo "Quando se fala em política, o que vem na cabeça?", 
proporciona um "insight" na estrutura de referência do respondente e pode ser muito útil na 
interpretação de respostas a perguntas posteriores. 
Outro importante uso é na obtenção de informações adicionais e esclarecimentos, com 
indagações como: "Por que?", "Por favor, explique.", "Por que pensa dessa forma?".Segundo MATTAR (1994), as principais vantagens e desvantagens das perguntas abertas são: 
3.5.1.1. Vantagens 
➢ Estimulam a cooperação; 
➢ Permitem avaliar melhor as atitudes para análise das questões estruturadas; 
➢ São muito úteis como primeira questão de um determinado tema porque deixam o 
respondente mais à vontade para a entrevista a ser feita; 
➢ Cobrem pontos além das questões fechadas; 
➢ Têm menor poder de influência nos respondentes do que as perguntas com alternativas 
previamente estabelecidas: 
➢ Exigem menor tempo de elaboração; 
➢ Proporcionam comentários, explicações e esclarecimentos significativos para se interpretar e 
analisar as perguntas com respostas fechadas; 
➢ Evita-se o perigo existente no caso das questões fechadas, do pesquisador deixar de 
relacionar alguma alternativa significativa no rol de opções. 
3.5.1.2. Desvantagens 
Questões abertas apresentam também desvantagens, segundo os mesmos autores: 
➢ Dão margem à parcialidade do entrevistador na compilação das respostas, já que não há um 
padrão claro de respostas possíveis. Assim, é difícil a codificação das respostas e sua 
consequente compilação; 
➢ Há grande dificuldade para codificarão e possibilidade de interpretação subjetiva de cada 
descodificador; 
➢ Quando aplicadas em forma de entrevistas, podem levar potencialmente as grandes viéses 
dos entrevistadores; 
➢ Quando feitas através de questionários auto preenchidos, esbarram com as dificuldades de 
redação da maioria das pessoas, e mesmo com a "preguiça" de escrever. 
➢ São menos objetivas, já que o respondente pode divagar e até mesmo fugir do assunto; 
➢ São mais onerosas e mais demoradas para serem analisadas que os outros tipos de questões. 
3.5.2. Questões de Múltipla Escolha 
Nos casos de múltipla escolha, os respondentes optarão por uma das alternativas, ou por 
determinado número permitido de opções. Ao elaborar perguntas de respostas múltiplas, o 
pesquisador se depara com dois aspectos essenciais: o número de alternativas oferecidas e os 
viéses de posição. 
Pode-se apontar algumas considerações importantes relacionadas às questões de múltipla 
escolha. As alternativas devem ser coletivamente exaustivas e mutuamente exclusivas, ou seja, 
devem cobrir todas as respostas possíveis e uma alternativa deve totalmente incompatível com 
todas as demais. 
A alternativa "Outros. Quais?" é de grande ajuda para garantir a exclusão. Para que sejam 
mutuamente exclusivas, cada respondente deverá identificar apenas uma opção que represente 
corretamente sua resposta, ou seja, a escolha de uma alternativa deve excluir todas as demais. 
Quanto aos viéses de posição, estes ocorrem em função da tendência de se escolher, no caso de 
palavras, as que aparecem como primeiras opções de resposta e, quando se tratar de números, a 
escolha daquele que ocupa a posição central. 
No intuito de contornar esses viéses, pode-se alternar a sequência de apresentação das opções de 
resposta, durante a coleta de dados, através de diversas formas para o questionário, ou para os 
cartões (caso sejam usados para listar alternativas). Apesar de dificultar o processo, esse 
procedimento é essencial para controlar esse viés. 
Segundo MATTAR (1994), são as seguintes as principais vantagens e desvantagens das questões 
de múltipla escolha: 
3.5.2.1. Vantagens 
➢ Facilidade de aplicação, processo e análise; 
➢ Facilidade e rapidez no ato de responder; 
➢ Apresentam pouca possibilidade de erros; 
➢ Diferentemente das dicotômicas, trabalham com diversas alternativas. Desvantagens 
➢ Exigem muito cuidado e tempo de preparação para garantir que todas as opções de respostas 
sejam oferecidas; 
➢ Se alguma alternativa importante não foi previamente incluída, fortes viéses podem ocorrer, 
mesmo quando esteja sendo oferecida a alternativa "Outros. Quais?"; 
➢ O respondente pode ser influenciado pelas alternativas apresentadas. 
3.5.3. Questões Dicotômicas 
São as que apresentam apenas duas opções de respostas, de caráter bipolar, do tipo: sim ou não; 
concordo/não concordo; gosto/não gosto. Por vezes, uma terceira alternativa é oferecida, 
indicando desconhecimento ou falta de opinião sobre o assunto. 
Normalmente, é assim expressa: não sei ou não tenho opinião formada. A inclusão desse tipo de 
resposta, é, por um lado, desaconselhável, pois pode servir de fuga para aquelas pessoas que não 
desejam tomar uma posição. Por outro lado, a falta dessa opção pode provocar dificuldades para 
muitas pessoas, que vendo-se forçadas a escolher entre uma das alternativas bipolares, acabam 
dando respostas enganadoras. 
A resposta dicotômica é adequada para muitas perguntas que se referem a questões de facto, bem 
como a problemas claros e a respeito dos quais existem opiniões bem cristalizadas. Segundo 
MATTAR (1994), são as seguintes as principais vantagens e desvantagens das questões 
dicotômicas: 
3.5.3.1. Vantagens 
➢ Rapidez e facilidade de aplicação, processo e análise; 
➢ Facilidade e rapidez no ato de responder; 
➢ Menor risco de parcialidade do entrevistador; 
➢ Apresentam pouca possibilidade de erros; 
➢ São altamente objetivas. 
3.5.3.2. Desvantagens 
➢ Polarização de respostas e/ou possibilidade de forçar respostas em relação a um 
➢ Leque de opiniões; 
➢ Podem levar a erros de medição, se o tema foi tratado de forma dicotômica, quando na 
verdade apresenta várias alternativas, por exemplo, entre a concordância total e discordância 
total; 
➢ Dependendo de como a pergunta é feita, questões com respostas dicotômicas são fortemente 
passíveis de erros sistemáticos. 
3.6. Decisões sobre a Formulação das Perguntas 
Na formulação das perguntas deve-se cuidar para que as mesmas tenham o mesmo significado 
para o pesquisador e para o respondente, evitando-se assim um erro de medição. Sabe-se que a 
formulação tem efeito sobre as respostas. Esse efeito pode ser avaliado comparando-se os 
resultados em subamostras, de perguntas formuladas de forma diferente. 
É conveniente fazer as seguintes recomendações sobre a formulação das perguntas: 
➢ Usar comunicação simples e palavras conhecidas; 
➢ Não utilizar palavras ambíguas. 
➢ Perguntas com conteúdo emocional ou sentimento de aprovação ou reprovação; 
➢ Referências a nomes que impliquem em aceitação ou rejeição ou tenham componente 
afetivo; 
➢ Alternativas implícitas; 
➢ Necessidade do respondente fazer cálculos para responder; 
➢ Perguntas de dupla resposta; 
➢ Alternativas longas; 
➢ Mudanças bruscas de temas, (fazer um "link" entre os temas); 
➢ Contágio de respostas (efeito halo); 
➢ Vieses involuntários, motivados por reação visando prestígio por parte do respondente, 
retraimento defensivo diante de perguntas personalizadas e a atração exercida pela resposta 
positiva. 
São condicionantes das respostas: 
➢ Busca de conformidade ao grupo; 
➢ Tendência de imitação social; 
➢ Medo do julgamento do outro; 
➢ Busca de prestígio social; 
➢ Participação nas emoções coletivas; 
➢ Submissão aos estereótipos culturais; 
➢ Medo de mudanças. 
Outros aspectos/questões referentes à redação das perguntas: 
➢ A pergunta pode ser mal compreendida? Contém frases ou termos difíceis ou obscuros? 
➢ Os termos utilizados serão bem compreendidos pelo público da pesquisa? Termos 
especializados são usados apenas quando realmente necessários, devendo-se assegurar que 
seu sentido torne-se claro através de figuras ou de outros meios. 
➢ A sentença é curta e simples? Sentenças longas e difíceis tendem as ser mal compreendidas. 
➢ Existe indefinição ou ambiguidade? Qual o outro sentido que a pergunta poderá ter para 
quem responde? 
➢ Enfatizar não intencionalmente uma palavra ou frase poderia mudar o sentido da pergunta? 
Segundo SELLTIZ ET AL (1974) se, mesmo depois de certificado que as perguntas estão 
apresentadas da maneira mais clara possível, ainda houver dúvidas quanto à compreensão, 
costuma-se incluir perguntas de acompanhamento,do tipo: " O que você quer dizer com isso?". 
Você poderia exemplificar?" Dessa maneira, torna-se possível verificar como a pessoa entendeu 
a questão e o que pretendeu dizer. 
➢ A pergunta exprime adequadamente todas as alternativas, ou mostra apenas um dos lados do 
tópico em questão? Ambos devem ser citados. 
➢ O quadro de referência é claro e uniforme para todas as pessoas que respondem? 
➢ A pergunta deixa claro que a pessoa deve respondê-la baseada naquilo que pensa ser a 
verdade e não naquilo que desejaria que fosse a verdade? 
➢ A frase é enviesada, ou seja, está emocionalmente carregada ou deformada para determinado 
tipo de resposta? 
➢ O que traria melhores resultados? Uma redação mais pessoal ou mais impessoal da pergunta? 
➢ O que seria melhor? Apresentar a pergunta de maneira direta ou indireta? Não há 
recomendações concretas quanto ao emprego de perguntas indiretas. 
Suas possibilidades e limitações devem ser examinadas caso a caso, de acordo com o objetivo da 
pesquisa. Entram em questão problemas morais e técnicos: saber se a inferências pretendidas 
podem ser retiradas, sem prejuízo, das provas indiretas; se tal pergunta indireta irá enviesar a 
resposta; se as perguntas são altamente invasivas da intimidade etc. (SELLTIZ ET AL, 1974). 
3.7. Decisões sobre a sequência das perguntas 
A ordem na qual as perguntas são apresentadas pode ser crucial para o sucesso da pesquisa. Não 
há regras estabelecidas, mas alguns cuidados devem ser tomados. MATTAR (1994) recomenda: 
➢ Iniciar o questionário com uma pergunta aberta e interessante (para deixar o respondente 
mais à vontade e assim ser mais espontâneo e sincero ao responder as perguntas restantes). 
Iniciar com perguntas sobre a opinião do respondente pode fazer com que se sinta prestigiado 
e se torne disposto a colaborar. 
➢ O primeiro contato do respondente com o questionário define sua vontade de respondê-lo ou 
até mesmo a decisão de não respondê-lo; 
➢ Usar temas e perguntas gerais no início do questionário, deixando as perguntas específicas 
para depois (vai se fechando o foco gradualmente); 
➢ As perguntas mais pessoais, sensíveis ou embaraçosas devem ser feitas somente no final do 
questionário e convém que sejam alternadas com questões simples; 
➢ Deve-se adotar uma ordem lógica de perguntas utilizando um fluxograma ou árvore de 
decisão para posicionar as perguntas; 
Dar uma sequência lógica ao questionário. Mudanças de tópicos repentinas e "ir e voltar" ao 
assunto devem ser evitados; 
➢ Informações que classificam social, econômica ou demograficamente o respondente são 
pedidas no final, a não ser que alguma delas sirva como "filtro"; 
➢ Perguntas de caráter mais invasivo, ou que tratem temas delicados, não devem ser colocados 
no início do questionário e convém que sejam alternadas com questões simples; 
➢ Outra preocupação com o questionário é a de explicar as condições adequadas para o seu uso 
e aplicação, tanto no caso de formulários autopreenchidos quanto nos que utilizam 
entrevistadores. Devem ser fornecidas aos entrevistadores instruções claras de como proceder 
no campo, como abordar os respondentes, como preencher os instrumentos, etc. A seguir, são 
apresentados alguns pontos sobre os quais os entrevistadores devem ser orientados. 
➢ Proporcionar ao respondente uma situação de liberdade, em que a pessoa seja estimulada a 
apresentar francamente suas opiniões; 
➢ Garantir, se for o caso, o anonimato do respondente; 
➢ O entrevistador deve ser educado, amistoso e imparcial; 
➢ Nunca deverá mostrar surpresa ou desaprovação diante das opiniões de quem responde; 
➢ As perguntas precisam ser apresentadas da maneira exata, com as mesmas palavras que 
foram propostas; 
➢ Qualquer explicação improvisada da pergunta é proibida. Em casos em que se imagine, de 
antemão, que surgirão dúvidas, esclarecimentos devem ser previamente elaborados; 
➢ As perguntas devem seguir a ordem exata em que aparecem no questionário; 
➢ O entrevistador deve apresentar todas as perguntas, e jamais responder alguma por dedução 
própria; 
➢ Espera-se que o entrevistador registre fiel e integralmente a resposta; 
➢ É necessário que os entrevistadores sejam orientados em relação ao processo de amostragem. 
Por exemplo, como proceder em casos de recusas ou ausências. 
3.8. Decisões sobre a apresentação e o layout do questionário (características físicas) 
São pontos a serem definidos nesta fase: número de páginas; qualidade do papel e da impressão; 
tipos e tamanho de letras; posicionamento e tamanho dos espaços entre questões; cores da tinta e 
do papel para as respostas; espaço para resposta de cada questão; separação de campos para 
facilidade de digitação (praticamente obrigatória para se compilar as respostas e processá-las em 
tempo reduzido); Impressão em frente e verso ou só na frente. 
Tais itens são relevantes para se ganhar a colaboração dos respondentes. Quanto melhor e mais 
adequada for a apresentação, maior a probabilidade de se elevar o índice de respostas. 
3.9. Pré-teste 
O pré-teste é a aplicação de questionário em sua versão preliminar. Ele é fundamental para que 
uma pesquisa seja realizada sem grandes dificuldades pelos aplicadores e compreendida pelos 
entrevistados, aumentando a eficiência e a eficácia da pesquisa. 
Além disso, o pré-teste, evita que tempo e dinheiro sejam desperdiçados devido a um 
questionário mal estruturado e que não atinge os objetivos propostos. 
3.9.1. Como realizar um Pré-Teste? 
Para a aplicação do pré-teste é necessária uma pequena amostra de indivíduos do público-alvo do 
universo a ser pesquisado. Durante a entrevista, o contato com os entrevistados possibilita que 
erros de compreensão das questões sejam identificados. Também é importante que a pesquisa 
seja realizada em um ambiente no qual a atenção do entrevistado não seja prejudicada. 
3.9.2. Pré-teste cognitivo 
Outra possibilidade é o pré-teste cognitivo. Nele o entrevistador pergunta para o entrevistado 
qual foi a sua compreensão de cada questão apresentada. 
Diante da sua resposta é possível obter sua real percepção do questionário, a partir da 
possibilidade que o entrevistado pode fazer sua própria avaliação de termos e expressões da 
pesquisa. 
Assim é possível evitar respostas destoantes, ou influenciadas pelos próprios aplicadores, 
prevenindo resultados não eficazes. 
3.9.3. O que identificar no Pré-teste? 
Alguns dos principais quesitos que devem ser identificados em um pré-testes são: se há um claro 
entendimento da questão tanto pelos aplicadores quanto pelo entrevistado. 
A má compreensão da pergunta, pode ser causada por erros de ortografia ou por incoerência nas 
questões, dessa forma o pré-teste possibilita um ajuste das questões antes da aplicação da 
pesquisa completa. Por fim, além de propiciar ajustes em questões já existentes, o pré-teste pode 
também indicar a necessidade de inclusão de novas questões, que possam surgir a partir de 
dúvidas não esclarecidas pelas respostas encontradas. 
3.9.4. Decisões quanto ao Pré-teste 
É importante a realização de um pré-teste porque é provável que não se consiga prever todos os 
problemas e/ou dúvidas que podem surgir durante a aplicação do questionário. Sem o pré-teste, 
pode haver grande perda de tempo, dinheiro e credibilidade caso se constate algum problema 
grave com o questionário já na fase de aplicação. Nesse caso o questionário terá que ser refeito e 
estarão perdidas todas as informações já colhidas. 
GOODE E HATT (1972) afirmam que nenhuma quantidade de pensamento, não importa quão 
lógica seja a mente e brilhante a compreensão, pode substituir uma cuidadosa verificação 
empírica. Dai a importância em se saber como o instrumento de coleta de dados se comporta 
numa situação real através do pré-teste. 
Segundo MATTAR (1994), os pré-testes podem ser realizados inclusive nos primeiros estágios, 
quando o instrumento ainda está em desenvolvimento, quandoo próprio pesquisador pode 
realizá-lo, através de entrevista pessoal. O pré-teste é, segundo GOODE E HATT (1972), um 
ensaio geral. Cada parte do procedimento deve ser projetada e implementada exatamente como o 
será na hora efetiva da coleta de dados. As instruções para a entrevista devem estar na 
formulação final, e serem obedecidas rigorosamente, para se ver se são ou não adequadas. O 
questionário deve ser apresentado na forma final e a amostra (embora menor) deve ser obtida 
segundo o mesmo plano que gerará a amostra final. Os resultados do pré-teste são então 
tabulados para que se conheçam as limitações do instrumento. Isto incluirá a proporção de 
respostas do tipo "não sei", de questões difíceis, ambíguas e mal formuladas, a proporção de 
pessoas que recusam a entrevista, bem como os comentários feitos pelos respondentes sobre 
determinadas questões. 
GOODE E HATT (1972) destacam alguns sinais que indicam algo errado com o instrumento de 
coleta de dados e que deverão ser objeto de alterações por parte do pesquisador após o pré-teste: 
3.9.4.1. Ausência de ordem nas respostas 
Frequentemente, a causa é uma questão (ou questões) que não se refere à mesma experiência em 
cada respondente. Isto pode ser provocado pelo uso de palavras difíceis, ou por questões que 
buscam obter muitos dados de uma só vez, etc. Respostas totalmente desordenadas são um sinal 
de alerta; 
3.9.4.2. Respostas "tudo-nada" 
Questões a que todos respondem da mesma maneira, podem revelar uma resposta estereotipada 
ou clichê; 
➢ Grande proporção de respostas do tipo "não sei" ou "não compreendo" Estes casos indicam 
questões formuladas inadequadamente, ou um mau plano de amostragem. 
➢ Grande número de qualificações ou comentários adicionais. É o que ocorre quando o teste 
piloto relaciona uma série de comentários ou fontes adicionais às alternativas de resposta 
oferecidas. 
➢ Variação substancial de respostas quando se muda a ordem das questões 
➢ Alta proporção de respostas recusadas 
Aconselha-se rever com cuidado cada questão cujas recusas ultrapassem cinco por cento. 
Com relação ao pré-teste, recomenda-se: 
➢ Seus respondentes devem pertencer à população alvo da pesquisa e ter tempo suficiente para 
responder todas as questões; 
➢ Os entrevistadores devem ser experientes; 
➢ O pesquisador deve utilizar meios diversos de avaliação, tais como discussão em grupo e 
gravador; 
Com relação aos elementos funcionais do questionário, deve-se verificar no pré-teste: A clareza e 
a precisão dos termos utilizados, a necessidade eventual de desmembramento das questões, a 
forma das perguntas, a ordem das perguntas, a introdução e é importante também se fazer uma 
reflexão sobre o valor de cada pergunta. 
Caso o pré-teste revele necessidade de muitas alterações, o questionário revisado deverá ser 
então novamente testado. O processo será repetido tantas vezes quantas forem necessárias, até 
que o instrumento se encontre maduro, pronto para ser aplicado. De acordo com MATTAR 
(1994), para instrumentos que foram cuidadosamente desenvolvidos, dois ou três pré-testes 
costumam ser suficientes. 
3.10. O Inquérito por Questionário 
Embora nem todos os projetos de pesquisa utilizem o questionário como instrumento de recolha 
e avaliação de dados, este é muito importante na pesquisa científica, especialmente nas ciências 
da educação. Construir questionários não é, contudo, uma tarefa fácil, mas aplicar algum tempo e 
esforço na sua construção pode ser um fator favorável no “crescimento” de qualquer 
investigador. 
Segundo ALMEIDA E PINTO (1995), são consideradas algumas vantagens sobre este tipo de 
técnica de recolha de dados, tais como: a possibilidade de atingir grande número de pessoas, 
garantir o anonimato das respostas, permitir que as pessoas respondam no momento que lhes 
pareça mais apropriado e não expõe os questionados sob influência do questionador. 
Sempre que um investigador elabora e administra um inquérito por questionário, e não 
esquecendo a interação indireta que existe entre ele e os inquiridos, verifica-se que a linguagem e 
o tom das questões que constituem esse mesmo questionário são de elevada importância. Assim, 
é necessário ser cuidadoso na forma como se formulam as questões, bem como na apresentação 
do questionário. 
As questões devem ser reduzidas e adequadas à pesquisa em questão. Assim, elas devem ser 
desenvolvidas tendo em conta três princípios básicos: o Princípio da Clareza (devem ser claras, 
concisas e unívocas), Princípio da Coerência (devem corresponder à intenção da própria 
pergunta) e Princípio da Neutralidade (não devem induzir uma dada resposta, mas sim libertar o 
inquirido do referencial de juízos de valor ou do preconceito do próprio autor). 
Natércio Afonso (2005), refere-nos que a aplicação de um inquérito por questionário possibilita 
“…converter a informação obtida dos inquiridos em dados pré formatados, facilitando o acesso a 
um número elevado de sujeitos e a contextos diferenciados” (p.101). 
Se por um lado a aplicação de questionários é vantajosa, esta aplicação apresenta também 
desvantagens ao nível da dificuldade de conceção. 
A vantagem em utilizar um inquérito por questionário dependerá da clareza das perguntas, 
natureza das pesquisas e das habilitações literárias dos inquiridos. Relativamente à natureza da 
pesquisa verifica-se que se aquela não for de utilidade para o indivíduo, a taxa de não - resposta 
aumentará. 
Mas esta técnica ainda implica outras limitações, como o facto de excluir pessoas analfabetas, de 
impedir o auxílio ao questionado quando este não entende determinada pergunta, de impedir o 
conhecimento das circunstâncias em que o questionário foi respondido, não oferecer garantia de 
que a maioria das pessoas o devolva preenchido completamente, de envolver geralmente um 
número pequeno de perguntas e de proporcionar resultados bastante críticos em relação à 
objetividade. 
 
 
4. Conclusão 
Depois de uma leitura feita de algumas obras de autores que escreveram sobre as concepções do 
questionário, pode-se perceber que questionário é uma técnica de investigação composta por um 
conjunto de questões apresentadas por escrito. O questionário deverá ser efetuado a pessoas que 
propiciem determinado conhecimento ao pesquisador. 
A construção de um questionário deriva de um processo de melhoria, fruto de tantos exames e 
revisões quantas forem necessárias. Cada questão deve ser analisada individualmente, para 
garantir se é mesmo importante, se não é ambígua ou de difícil, entendimento, etc. Todas as 
indagações quanto ao conteúdo, forma, redação e sequência devem ser feitas para cada questão. 
Uma vez concluída a revisão, feita pela equipe de pesquisa, o questionário estará em condições 
de ser aplicado eficazmente erros e acertos.
 
5. Referencias Bibliográficas 
GODE; William J.; HATT, Paul K. Métodos em Pesquisa Social. 4ª ed. São Paulo: Nacional, 
1972. 
MATTAR, F. N. Pesquisa de marketing: metodologia, planejamento, execução e análise, 2ª ed. 
São Paulo: Atlas, 1994, 2v., v.2. 
PARASURAMAN, A. Marketing research. 2. ed. Addison Wesley Publishing company, 1991. 
SELLTIZ, Claire et al. Metodos de pesquisa nas relacoes sociais. 3ª. Ed. São Paulo: E.P.U., 
1974. 
HAIR Jr., Joseph F.; BABIN, Barry; MONEY, Arthur H.; SAMOUEL, Phillip. Fundamentos de 
Métodos de Pesquisa em Administração. Porto Alegre: BOOKMAN, 2005. 
 LÜDKE, Menga; ANDRÉ, M.E.D.A. Pesquisa em educação: abordagens qualitativas. São 
Paulo, SP. Ed. EPU, 1986. 
 LUDWIG, A. C. W. Fundamentos e prática de Metodologia Científica. Petrópolis, RJ. Ed. 
VOZES, 2009. 
NUNAN, D. Research Methods in Language Learning. Cambridge, CAMBRIDGE 
UNIVERSITY PRESS, 1997.

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