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CONTABILIDADE DE AGRONEGÓCIOS AULA 2 Prof. Diones Fernandes Zanin 2 CONVERSA INICIAL Olá caros alunos, bem-vindo à disciplina de Contabilidade de Agronegócios. Já trabalhamos alguns conceitos iniciais e chegou o momento de estudarmos de forma mais profunda esse ramo da contabilidade. Vamos iniciar abordando sobre os ativos biológicos, desde seu reconhecimento e mensuração, e posteriormente, iremos compreender como a contabilização das culturas temporárias e permanentes irá ser alterada e adaptada, considerando o exposto no CPC 29 com relação aos ativos biológicos. Veremos a questão de perda de valor dos ativos biológicos, que pode ocorrer por meio da Depreciação, Exaustão ou Amortização, que conforme a característica do ativo biológico, irá incorrer em uma maneira diferente de desvalorização e apropriação contábil. Trabalharemos com o plano de contas a ser utilizado nas empresas que exploram a atividade agrícola, o qual deve ser customizado considerando as particularidades da atividade. Terminaremos nossa aula com a operacionalização do plano de contas, a qual possibilitará a apuração de custo por inventário, facilitando o processo de gestão. Bons Estudos! CONTEXTUALIZANDO Cada vez mais o conhecimento básico é necessário, no entanto, devemos como contadores permanecer buscar a evolução e aplicação das melhores técnicas. Com a assunção das normas internacionais, a contabilidade traz conceitos mais elaborados, para então aprimorar a contabilidade aplicada, e nesse caso, a contabilidade aplicada ao agronegócio. Sendo relevante estudar as formas de reconhecimento e mensuração adequados, facilitando o processo de contabilização e a elaboração de um plano de contas correto. Sabemos que uma contabilidade de qualidade começa com um plano de contas moldado a atender as necessidades da empresa, principalmente quando se considera a atividade rural como objeto da aplicação da contabilidade. 3 TEMA 1 – ATIVOS BIOLÓGICOS: RECONHECIMENTO E MENSURAÇÃO Os ativos biológicos possuem todas as características dos chamados ativos convencionais, claro que, guardadas as devidas particularidades, sendo necessário reconhecer tais ativos, e esse ato é entendido como o registro contábil do ativo. Para que possamos compreender melhor aspectos relacionados ao reconhecimento, vamos recorrer ao CPC 29 (2009), que traz as três condições para que possa ocorrer o reconhecimento dos ativos biológicos ou produto agrícola, que são: (a) controla o ativo como resultado de eventos passados; (b) for provável que benefícios econômicos futuros associados com o ativo fluirão para a entidade; e (c) o valor justo ou o custo do ativo puder ser mensurado confiavelmente. (CPC 29, 2009, p. 6) Como podemos ver, as plantas ou animais vivos que façam parte da atividade da empresa agrícola serão registrados ao atender as condições supracitadas. O controle geralmente se entende pela propriedade do bem, como também sua devida utilização, visando a geração de benefícios futuros. Em termos de mensuração, pode ser considerado o valor justo ou o custo. Sempre que for possível mensurar o valor justo do ativo biológico de maneira confiável, os mesmo deve ser reconhecido inicialmente pelo valor justo deduzido das possíveis despesas de venda. Ao final de cada período também deve ser realizada a verificação para ajustar possíveis variações do valor justo. Os produtos agrícolas oriundos de ativos biológicos, também serão mensurados a valor justo, considerando o momento adequado o início da colheita, visto a confiabilidade e mensuração nesse período (CPC 29, 2009). Falamos sobre mensurar a valor justo, caros alunos, lhes questiono: o que é o valor justo? Poderíamos pensar em inúmeros conceitos a respeito disso, ainda mais se pensarmos na etimologia da palavra, conceitos de justiça e afins, mas vamos optar por um conceito contábil básico. O CPC 46 é o pronunciamento responsável por tratar sobre o valor justo, abordando conceito, mensuração e formas de divulgação a respeito disso. O valor justo é tido como valor de troca em uma transação não forçada entre duas partes, ocorrendo em um mercado. Como as duas partes concordam 4 com a transação, sendo então considerada uma negociação justa (CPC 46, 2012). Para a correta compreensão da aplicação do valor justo, é necessário observar que deve existir um mercado que opera com o bem negociado, no nosso caso, ativo biológico ou produto agrícola. Para clarificar essa situação o CPC 46 estabelece uma hierarquia, considerando 3 níveis de valor justo, cada um com suas particularidades quanto às informações disponíveis. Vamos verificar o Quadro 1 com os três níveis de informação relacionada ao valor justo. Quadro 1 – Níveis do valor justo Fonte: CPC 46, 2012, p. 15-17. Do nível 1 para o nível 3 vamos de informações mais confiáveis até um grau inferior de confiabilidade. No nível 1 o valor justo vem de uma fonte do mercado, como por exemplo no caso do meio rural, ter o preço da soja cotada pelo mercado. Esse mercado é quem determina o valor justo. Já o nível 2 não possui informações em mercado ativo, porém, são observáveis de forma direta ou indireta. Podem ser consideradas informações similares que constam em mercados ativos, visando assim aproximar ao máximo o nível 2 do nível 1. Por último, o nível 3 irá suprir a necessidade que não puder ser resolvida com os anteriores, considerando então informações não observáveis. Nesse nível a entidade deve buscar o máximo de dados, tendo mais subsídio para poder determinar o valor justo. Mesmo estando ciente dos diferentes níveis, ainda existem dificuldades para aplicar o conceito, seja por diferença de qualidade ou peso, como por outras 5 possibilidades. Devido a isso, pode-se agrupar os ativos biológicos considerando suas similaridades, possibilitando uma mensuração mais adequada e facilitada. Sempre será buscada a aplicação dos conceitos de valor justo para mensurar os ativos biológicos e produtos agrícolas, mas como já vimos, alguns casos podem ocorrer a mensuração pelo custo. Vejamos inicialmente o que o CPC 29 (2009) afirma sobre possíveis proximidades desses valores. Os custos podem, algumas vezes, aproximar-se do valor justo, particularmente, quando:(a) uma pequena transformação biológica ocorre desde o momento inicial (por exemplo, mudas plantadas no período imediatamente anterior ao de encerramento das demonstrações contábeis ou gado recém-adquirido); ou (b) não se espera que o impacto da transformação do ativo biológico sobre o preço seja material (por exemplo, para o crescimento inicial da plantação de pinos cujo ciclo de produção é de 30 anos). (CPC 29, 2009, p. 8) Na ocorrência do reconhecimento inicial ser muito próxima do final do exercício, a variação será mínima, aproximando o custo do valor justo, o que é uma situação comum no meio rural, pois talvez algumas culturas podem ser plantadas ao final do exercício, devido às suas características e exigências. O mesmo pode ocorrer com animais, tanto pelo ciclo produtivo, como por aquisições. Situações com ciclos longo demais irão incorrer mudanças muito pequenas, não causando mudança material entre o custo e valor justo. Com a utilização do valor justo pode ocorrer ganhos ou perdas, os quais podem acontecer no reconhecimento inicial, como também ao final de cada período com o devido ajuste pela variação. A perda ou ganho deverá ser registrada no período em que ocorrer, visto sua competência. A perda pode ocorrer pelo fato do custo até então registrado ser superior ao valor justo, como também o valor justo do reconhecimento anterior ser superior ao da data do novo reconhecimento. Em relação ao ganho, poderá ocorrer pelo fato do valor justo ser superior ao valor de custo, como também o ajustedo valor justo decorrente do valor anterior ser inferior ao atual. Os ganhos e perdas podem ser comuns no meio rural, pois vários de seus ativos podem sofrer variação em decorrência do mercado. Por exemplo: uma safra recorde, ou uma safra ruim, as duas situações afetarão o valor de mercado do produto, afetando o processo contábil, seja por uma perda ou ganho. 6 Podem existir situações em que o valor justo não poderá ser mensurado de maneira confiável, e sua mensuração deverá ser feita pelo custo. Isso poderá ocorrer pela falta de informação do mercado ativo, ou até mesmo alguma impossibilidade momentânea (falta de informação ou falta de confiabilidade dessa informação). Vale ressaltar que o reconhecimento da mensuração feita pelo valor de custo só pode ser feito no reconhecimento inicial, posteriormente buscando fontes de evidência para utilização do valor justo. Os ativos biológicos que forem mensurados a valor justo deverão assim permanecer mensurados, até que ocorra sua venda. Como podemos ver, é muito importante conhecer o momento de se reconhecer um ativo, bem como compreender a forma adequada para sua mensuração, que conforme vimos, para os ativos biológicos e produto agrícola são regidos pelo CPC 29. O CPC 29 trata da mensuração a ser realizada pelo valor justo, que é definido pelo CPC 46, o que demonstra que os pronunciamentos contábeis sempre estarão atuando de maneira interligada. Saiba Mais Caros alunos, visando fornecer maior base conceitual relativa a mensuração dos ativos biológicos, recomendo a leitura e análise de um artigo: O impacto do valor justo na mensuração dos ativos biológicos nas empresas listadas na BM&F Bovespa. Acesse o link: <http://www.atena.org.br/revista/ojs-2.2.3- 06/index.php/UERJ/article/viewArticle/1424>. Acesso em: 30 jul. 2019. TEMA 2 – ATIVOS BIOLÓGICOS: CONTABILIZAÇÃO DE CULTURAS TEMPORÁRIAS E PERMANENTES Já vimos sobre como é feita a contabilização das culturas temporárias e permanentes, desde os aspectos iniciais do cultivo, até o fim da colheita. No entanto, consideramos apenas a contabilização de maneira simples, a qual se utiliza do custo como base de valor para os ativos biológicos e produtos agrícolas. 7 Nesse momento vamos verificar a alteração do comportamento contábil das contas referentes às culturas temporárias e permanentes, quando utilizamos o conceito de mensuração do valor justo. O contador deve dar a devida atenção para que a contabilidade da entidade rural seja efetuada da maneira mais acertada, refletindo então com maior confiabilidade as informações contábeis. Para ficar mais fácil, vamos segregar os dois tipos de cultura, abordando cada uma em seu próprio tópico. Já realizamos lançamentos em razonetes, e agora vamos trabalhar com lançamentos em forma de diário. 2.1 Contabilização de Culturas Temporárias Vamos utilizar o caso da obra de Marion (2014) com algumas adaptações para ilustrar a contabilização utilizando o valor justo. Digamos que determinada empresa rural atue na produção de soja, sendo esses os ativos biológicos objeto da empresa, os quais são vendidos a terceiros. Conforme determinado pelo CPC 29, a produção de soja, que é um ativo biológico, deve ser mensurada pelo valor justo, descontado os valores que serão gastos para a realização da venda. Não vamos esquecer que desde o início do cultivo o ativo será mensurado ao seu valor de custo, e posteriormente, quando for possível mensurar confiavelmente a produção, utiliza-se o conceito do valor justo. Primeiramente todos os valores consumidos para plantio e formação da cultura da soja serão contabilizados da seguinte maneira: Fato Contábil: Plantio da Soja. D – Ativos Biológicos soja – AC – R$ 20,00 C – Caixa/insumos – AC – R$ 20,00 Assumimos como exemplo o valor de R$ 20,00, sendo utilizado desde insumos, mão de obra e afins. Todos os valores serão acumulados em conta do estoque. Chegado ao momento que é possível mensurar a quantidade estimada da produção, iremos mensurar o valor justo. O período do plantio até esse momento pode variar conforme a cultura, região, clima, dentre outras causas. A soja que está sendo utilizada como exemplo é uma commodity que possui mercado ativo. 8 A entidade utilizará os dados do mercado ativo, considerando o mercado futuro para mensurar ao valor justo. Vamos considerar que o valor justo seja de R$ 70,00, e o valor das despesas de venda é de R$ 7,00, que equivale a 10% do valor justo. Vamos então a contabilização desse ajuste. D – Ativos Biológicos soja – AC – R$ 43,00 C – Variação do valor justo dos ativos biológicos – Resultado – R$ 43,00 Podemos perceber que já é reconhecida a receita do ativo biológico. Quase podemos comparar como uma antecipação de receita, no entanto sem que ocorra a entrada de dinheiro na entidade. O valor justo era de R$ 70,00, ao deduzir a despesa de venda que é de R$ 7,00, restando o valor de R$ 63,00, como já temos R$ 20,00 contabilizados, iremos realizar o lançamento apenas da diferença. Quando chega o momento da colheita, novamente deve ser mensurado o valor justo, atualizando o valor. Todos os valores consumidos na colheita serão contabilizados como gasto do período, pois o custo será baseado pelo valor justo. Digamos que agora o valor justo é de R$ 80,00, com despesas de venda no valor de R$ 8,00, o que representa 10% do valor justo, então devemos ajustar o valor na contabilidade. Primeiro é necessário transferir o saldo de ativo biológico para produto agrícola, uma vez que com a colheita ocorre a mudança de status. Mudança contábil de classificação: D – Produto Agrícola soja – AC – R$ 63,00 C – Ativos Biológicos soja – AC – R$ 63,00 Reconhecimento da diferença do valor justo: D – Produto Agrícola soja – AC – R$ 9,00 C – Variação do valor justo dos ativos biológicos – AC – R$ 9,00 Então reconhecemos o valor justo da soja que foi colhida e estocada, sendo o valor de R$ 72,00, que são os R$ 80,00 do valor de mercado, deduzidas as despesas de venda no valor de R$ 8,00. 9 Vamos verificar como seria a contabilização da venda à vista, considerando ainda os dados de valor justo de R$ 80,00. Pela Venda: D – Caixa/Banco – AC – R$ 80,00 C – Receita de venda de soja – Resultado – R$ 80,00 Pela despesa de venda: D – Despesa de venda – Resultado – R$ 8,00 C – Frete a pagar – PC – R$ 8,00 Pela baixa do estoque: D – Custo do produto vendido – Resultado – R$ 72,00 C – Produto Agrícola soja – AC – R$ 72,00 Assim, encerra-se o processo de contabilização considerando o CPC 29. Como a contabilização das culturas temporárias sofre alterações ao utilizarmos os conceitos do CPC 29, nós, contadores, devemos estar sempre atentos. 2.2 Contabilização de Culturas Permanentes Agora veremos um exemplo da contabilização das culturas permanentes considerando o valor justo conforme estabelece o CPC 29. Vamos utilizar como exemplo a cultura da laranja, lembrando que estamos utilizando dados fictícios, visando única e exclusivamente compreender a contabilização. Os valores consumidos para a formação da cultura permanente são contabilizados conforme já vimos, serão agora alterados os lançamentos da produção para os oriundos da laranjeira. Hipoteticamente vamos assumir que a laranjeira teve um custo de formação no valor de R$ 1.000,00 e sua vida útil é de 10 anos, então, a cada ano, o valor de R$ 100,00 será incorporado ao custo da produção. No caso da cultura permanente formada, serão realizados gastos com os tratos culturais, que são todos os processos de cuidado da planta para que possa produzir de forma sadia. Contabilizaremos esses gastos para as laranjas que serão produzidas. Vamos assumir o valor de tratos culturais de R$ 700,00: 10 D – Ativo Biológico: laranja – ANC – R$ 700,00 C – Caixa/insumos – AC – R$ 700,00Assim que for possível mensurar de maneira confiável, deve ser reconhecido o valor justo. Vamos assumir que a produção foi avaliada a preço de mercado, ou seja, valor justo de R$ 1.000,00, e os custos de venda são de 5% desse valor, ou seja, R$ 50,00. Seria assim a contabilização desse ajuste: D - Ativos Biológicos laranja – ANC – R$ 250,00 C – Variação do valor justo dos ativos biológicos – Resultado - R$ 250,00 Assim como acontece com as culturas temporárias, nas culturas permanentes também se reconhece a receita nesse momento, mesmo sem que tenha ocorrido a venda ou recebimento de dinheiro. Então temos o valor justo de R$ 1.000,00, ao deduzir a despesa de venda que é de R$ 50,00, restando o valor de R$ 950,00. Como já temos R$ 700,00 contabilizados, iremos realizar o lançamento apenas da diferença. No momento da colheita novamente é necessário mensurar o valor justo, vamos supor que seja de R$ 980,00, com as despesas estimadas em 5% desse valor. Mudança contábil de classificação: D – Produto Agrícola laranja – AC – R$ 950,00 C – Ativos Biológicos laranja – ANC – R$ 950,00 Reconhecimento da diferença do valor justo: D – Variação do valor justo dos ativos biológicos – Resultado – R$ 19,00 C – Produto Agrícola laranja – AC – R$ 19,00 Então reconhecemos o valor justo da laranja que foi colhida e estocada, sendo o valor de R$ 931,00, que são os R$ 980,00 do valor de mercado, deduzidas as despesas de venda de R$ 49,00. Vamos verificar como seria a contabilização da venda, considerando ainda os dados de valor justo de R$ 980,00. Pela venda à vista: D – Caixa/Banco – AC – R$ 980,00 11 C – Receita de venda de laranja – Resultado – R$ 980,00 Pela despesa de venda: D – Despesa de venda – Resultado – R$ 49,00 C – Frete a pagar – PC – R$ 49,00 Pela baixa do estoque: D – Custo do produto vendido – Resultado – R$ 931,00 C – Produto Agrícola laranja – AC – R$ 931,00 Conforme podemos ver, a contabilização irá refletir o valor justo dos ativos biológicos e produtos agrícolas, atendendo o exposto no CPC 29, bem como seguindo o apresentado pelo CPC 46 para determinar o valor justo. TEMA 3 – ENTENDENDO DEPRECIAÇÃO, EXAUSTÃO E AMORTIZAÇÃO DOS ATIVOS BIOLÓGICOS A contabilidade atua para gerar informação do patrimônio da entidade aos usuários, dessa forma existem alguns procedimentos que visam atender a esse objetivo. Quando a entidade realiza um alto desembolso em algum bem que irá ser usufruído por mais de um período, o valor deverá ser apropriado aos períodos de utilização desse bem. Na contabilidade os procedimentos que irão servir a esse propósito são conhecidos como depreciação, exaustão e amortização. A escolha do procedimento se dará conforme o item que consumiu o recurso que será apropriado aos períodos subsequentes. 3.1 Depreciação O conceito de depreciação aplica-se a bens que sejam tangíveis, ou seja, aqueles que podem ser tocados. No meio rural, Marion (2014) traz como exemplo os tratores, colheitadeiras, outros implementos, culturas permanentes que produzam frutos, animais de produção, bem como instalações e construções. Quanto à depreciação de construções, o procedimento é semelhante à do meio comercial e industrial. Vamos verificar exemplos das demais depreciações. 12 3.1.1 Depreciação de animais de produção Os animais de produção, como bovinos leiteiros e reprodutores, serão depreciados de forma linear em função de sua vida útil. Uma matriz leiteira pode ter uma vida útil variável, mas vamos assumir que seja 7 anos. O valor gasto para aquisição ou formação desse reprodutor será apropriado durante sua vida útil. Vamos verificar de maneira simples quais seriam os lançamentos. Pela formação do reprodutor: D – Matriz – ANC – R$ 7.000,00 C – Caixa/insumos/mão de obra – AC – R$ 7.000,00 Assumindo que o gasto de formação ou aquisição da matriz foi de R$ 7.000,00, então esse valor será apropriado aos próximos 7 anos. Vejamos o lançamento de apropriação. D – Bezerros – AC – R$ 1.000,00 C – Depreciação Matriz – ANC – R$ 1.000,00 Esse é o lançamento quando a propriedade atua na criação de animais, apropriando o valor aos bezerros. No caso de a produção ser de leite, o valor de R$ 1.000,00 será apropriado como custo da produção leiteria desse animal, semelhante a uma máquina industrial, que tem sua depreciação apropriada aos produtos, tendo o lançamento a seguir: D – Leite – AC – R$ 1.000,00 C – Depreciação Matriz – ANC – R$ 1.000,00 Conforme a utilização dos animais de produção, seu valor de depreciação será apropriado aos produtos específicos, ou animais oriundos de reprodução e com esse propósito. 3.1.2 Depreciação de Culturas permanentes As culturas permanentes que são depreciadas serão aquelas que irão produzir frutos, e após a extração dos mesmos, a planta continuará a produzir para o próximo exercício. Ocorrerá a depreciação em função da vida útil da cultura, tal prazo sendo fornecido por especialista da área. A título de exemplo 13 vamos considerar a cultura de café, bem como assumiremos a vida útil de 10 anos. Como já vimos, todo o valor gasto para formar a cultura permanente será contabilizado no imobilizado, conforme a seguir: D – Cultura Permanente de Café – ANC – R$ 20.000,00 C – Caixa/Salários/Mudas/Insumos – AC – R$ 20.000,00 Conforme o exemplo, a depreciação anual será no valor de R$ 2.000,00, a ser contabilizado como depreciação da cultura, tendo como contrapartida o custo da colheita da cultura. Vamos verificar o lançamento contábil: D – Café CA (Colheita em Andamento) – AC – R$ 2.000,00 C – (-) Depreciação Acumulada – ANC – R$ 2.000,00 O lançamento para a depreciação de culturas permanentes será esse, lembrando que utilizamos a cultura do café como exemplo, seguindo procedimentos semelhantes para a laranja, uva, oliveiras, dentre outras culturas. Dependendo da cultura, a primeira colheita pode ter um rendimento inferior ao normal, para tanto a depreciação deverá ser proporcional. Por exemplo: considerando que o café produza normalmente em determinada área a quantidade de 500 sacas, como é a primeira colheita, a mesma será de 200 sacas, ou seja, 40%. Então, a depreciação ao invés de ser de R$ 2.000,00, será de R$ 800,00, seguindo a proporção para não penalizar o custo da primeira colheita. 3.1.3 Depreciação de implementos e tratores Os implementos e tratores são equipamentos utilizados para a produção, podendo ser equiparados a máquinas industriais, e são depreciados em função da vida útil. No meio rural deve-se considerar a particularidade de cada implemento, por exemplo, um implemento que no período de um ano foi utilizado por apenas 3 meses, não é justo depreciar o equivalente a um ano. Visando sanar tal problema, alguns itens utilizados no meio rural podem ser depreciados conforme as horas de utilização. O trator é um exemplo claro, uma vez que o trator vem de fábrica com um medidor de horas. O valor da depreciação será apropriado na cultura que for utilizado o implemento. A título de exemplo, vamos considerar um implemento agrícola no 14 valor de R$ 20.000,00, que possui uma vida útil de 10 anos. Durante o ano esse implemento foi utilizado 50% do tempo na cultura do milho, 30% do tempo na cultura da soja e 20% do tempo na cultura do feijão. Temos a seguinte contabilização: D – Cultura do Milho – AC – R$ 1.000,00 D – Cultura do Soja – AC – R$ 600,00 D – Cultura do Feijão – AC – R$ 400,00 C – Depreciação Implemento – ANC – R$ 2.000,00 Assim seria a contabilização da depreciação de um implemento, agora vejamos como seria de um trator. Vamos assumir o valor de R$ 100.000,00 para o trator, e uma vida útil de 8.000 horas, então temos a depreciação por hora no valor de R$ 12,50 (R$ 100.000,00 / 8.000). No período foi utilizado o trator por 100 horas, sendo 60 horas na cultura do milho,30 horas na cultura da soja e 10 horas na cultura do feijão. Temos a contabilização da depreciação do trator conforme as horas utilizadas em cada cultura: D – Cultura do Milho – AC – R$ 750,00 D – Cultura do Soja – AC – R$ 375,00 D – Cultura do Feijão – AC – R$ 125,00 C – Depreciação Trator – ANC – R$ 1.250,00 3.2 Exaustão A exaustão terá comportamento semelhante ao da depreciação, no entanto, irá se aplicar aos recursos vegetais e minerais que são exauríveis, ou seja, aqueles que com o desenvolvimento da atividade irá fazer com que o recurso vá terminando. Temos como exemplos as florestas e reflorestamentos, bem como exploração de minerais não renováveis. Nesses casos, as árvores são cortadas e as minas serão consumidas. Temos as culturas permanentes que serão cortadas para a realização da colheita, como árvores plantadas com objetivo de obtenção de madeira, cana de açúcar, pastagens, dentre outras culturas, e as explorações de minérios. O valor da exaustão será apropriado nos períodos de consumo da cultura a ser exaurida. No caso das árvores, será considerada a quantidade cortada, e 15 para minerais, estimado um volume de produção, e conforme for sendo extraído, irá ser contabilizada a exaustão. Vejamos um exemplo de exaustão, considerando um reflorestamento de uma determinada espécie de árvore, com 5.000 árvores, e custo de formação no valor de R$ 30.000,00. Dessa forma, a cada árvore cortada, é contabilizado referente a exaustão o valor de R$ 6,00 (R$ 30.000,00 / 5.000). Digamos que foram cortadas 200 árvores, temos então seguinte contabilização: D – Árvores CA – AC – R$ 1.200,00 C – Exaustão – ANC – R$ 1.200,00 Como podemos ver, ao realizar o corte da árvore, o valor de exaustão será apropriado ao estoque de árvores que estão em processo de colheita. Quando ocorrer o corte total das 5.000 árvores, todo esse reflorestamento terá sido exaurido, ou seja, terá o valor contábil zerado. 3.3 Amortização Será aplicada a amortização a itens intangíveis ou investimentos pré- operacionais. Temos como exemplos as marcas e patentes, e mais especificamente no meio rural, podemos observar a aplicação em gastos destinados à melhoria de solo, pois a empresa rural irá investir na melhoria do solo para que o mesmo possa ser fértil por vários períodos, sendo o valor apropriado durante os períodos de uso. Quando se inicia o cultivo em algum lugar novo, é comum a existência de gastos para deixar o terreno em condições ideais de cultivo. Os gastos mais comuns são em deslocamento, terraplanagem, nivelamento do solo etc. Tais gastos podem ter dois tratamentos, o primeiro seria considerar como valorização do terreno, então o valor seria contabilizado juntamente no valor do terreno. A outra possibilidade é ativar o gasto nos períodos de uso da terra. No caso da segunda hipótese, o valor ficará contabilizado no ativo intangível, em uma conta de melhoria de solo. A utilização de corretivos de solo também terá tratamento semelhante, sendo amortizados conforme o uso da terra nas culturas que serão beneficiadas. Vejamos um exemplo de valores gastos na melhoria do solo de R$ 30.000,00, e tais melhorias serão amortizadas em 5 anos. 16 Lançamentos dos gastos de melhoria do solo: D – Melhorias do Solo (Ativo Intangível) – ANC R$ 30.000,00 C – Caixa/Bancos/Estoques – AC – R$ 30.000,00 No primeiro ano será amortizado o valor de R$ 6.000,00 (R$ 30.000,00 / 5 anos). O solo foi utilizado nas culturas do Soja, Milho e Feijão, as quais foram plantadas nesse período. D – Milho CTF – AC – R$ 2.000,00 D – Soja CTF – AC – R$ 2.000,00 D – Trigo CTF – AC – R$ 2.000,00 C – Amortização Acumulada – ANC – R$ 6.000,00 Vemos a apropriação da amortização conforme o uso do solo que consumiu recursos anteriormente, para que então, a propriedade ficasse em condições de produzir. TEMA 4 – PLANO DE CONTAS PARA ITENS DE EMPRESAS AGRÍCOLAS A realização da contabilidade sempre terá como base o plano de contas, no qual constam todas as contas contábeis que receberão os lançamentos. No meio rural será seguida a mesma lógica, mas claro, algumas contas são diferentes das de empresas urbanas. Cada empresa deve ter seu plano de contas moldado de acordo com as suas necessidades, facilitando o processo contábil. Para o meio rural vamos utilizar um plano de contas voltado para a atividade, no entanto, a essência da contabilidade permanece a mesma. Inicialmente, observamos diferenças quanto às contas do estoque, pois ao verificarmos as culturas temporárias e permanentes e todo seu processo de transformação, temos uma semelhança com as indústrias. No meio rural teremos estoques de matérias primas, produtos em elaboração, produtos acabados, almoxarifado e os animais. As matérias primas são equivalentes aos insumos de produção (sementes, adubos, defensivos, mudas, rações etc.). Os produtos em elaboração são aqueles que estão em processo, E no meio rural são chamados de culturas temporárias em andamento (CTF) e as colheitas em andamento (CA). 17 O produto acabado basicamente é um estoque mais simples, onde ficaram os valores respectivos dos produtos prontos para venda, que de maneira sintética, são a produção colhida. No almoxarifado ficarão contabilizados itens que não irão compor os produtos, mas são estocados com a finalidade de manter as atividades da empresa. Os animais da propriedade que serão mantidos com a finalidade de serem vendidos serão contabilizados no estoque. Há uma segregação de contas conforme a classificação de animais. Vamos verificar uma exemplificação do estoque no Quadro 2, para então compreender melhor essa característica no plano de contas. Quadro 2 – Estoque na Empresa Rural Fonte: Adaptado de Marion (2014). O Quadro 2 foi adaptado da obra de Marion (2014), exemplificando o plano de contas concernente ao estoque da empresa rural. Devido às características peculiares do meio rural, o plano de contas do imobilizado também terá alguns detalhes a serem tratados para facilitar o fluxo contábil da empresa rural. 18 As culturas permanentes serão contabilizadas no imobilizado, desde a sua formação a quando estiver apta a produção, sendo as culturas permanentes em formação (CPF) e culturas permanentes formadas (CP). Para as empresas rurais que atuam na pecuária com pastagens (caso a atuação seja em confinamento não será necessária pastagem), também teremos as pastagens em formação e formadas, bem como os animais de reprodução e trabalho constarão no imobilizado. Vejamos no Quadro 3 um exemplo do plano de contas do imobilizado de uma empresa rural. Quadro 3: Imobilizado na Empresa Rural Fonte: Adaptado de Marion (2014). Como podemos ver no Quadro 3, o imobilizado mantém suas características essenciais no plano de contas, apenas são inclusas conta específicas cabíveis às empresas que atuam na atividade rural. No restante do plano de contas para as empresas rurais, mantém-se o padrão contábil sem mais particularidades referentes ao meio rural, cabendo então aos contadores, atuar com o intuito operacionalizar tal plano para gerar informações contábeis úteis. 19 TEMA 5 – OPERACIONALIZANDO O PLANO DE CONTAS COM APURAÇÃO DE CUSTO DO INVENTÁRIO Marion (2014) trata que para se operacionalizar o plano de contas é necessário verificar qual será o tipo de inventário utilizado pela entidade rural. O inventário é realizado para compreender aquilo que existe ou não dentro da empresa. O mais comum quando se fala em inventário, é pensar sobre o estoque, se os saldos estão corretos, valores corretos, dentre outras variações. Existem dois tipos de inventário: 1. Permanente 2. Periódico. Entende-se por inventário permanente o controle de estoque que represente a quantidade existente a qualquer momento que for verificado. Significa que ao verificar a fichade estoque, ela efetivamente irá representar a quantidade correta no estoque, isso acontecendo de forma permanente. Esse método possibilita a geração de informações em tempo real. Enquanto o inventário periódico é apurado ao final de cada período, não podendo fornecer informações em tempo real. É recomendado quando o método permanente for inviável. No meio rural pode ser difícil trabalhar com o inventário periódico, mas em alguns casos será necessário. Vamos verificar como seria o inventário periódico aplicado a uma empresa rural, lembramos, que tal situação não é a ideal. Para tanto, são necessárias adaptações ao plano de contas, em especial na conta Custo do Produto Vendido, que deverá conter os grupos conforme o Quadro 4: 20 Quadro 4 – Custo do Produto Vendido 5.1 CUSTO DO PRODUTO VENDIDO 5.1.1 Estoques Iniciais Insumos 1 Sementes 2 Adubos 3 Fertilizantes 4 Herbicidas 5 Mudas 6 Ativos Biológicos - Culturas Temporárias em Formação 7 Colheitas em Andamento 8 Produtos Agrícolas 5.1.2 Compras no Exercício Insumos 1 Sementes 2 Adubos 3 Fertilizantes 4 Herbicidas 5 Mudas 5.1.3 Mão de obra Salários Férias 13º Salário INSS FGTS Aviso Prévio 5.1.4 Outros Custos Agrícolas Irrigação Energia Elétrica Depreciação Exaustão Almoxarifado Aluguéis 5.1.5 Estoques Finais Insumos 1 Sementes 2 Adubos 3 Fertilizantes 4 Herbicidas 5 Mudas 6 Ativos Biológicos - Culturas Temporárias em Formação 7 Colheitas em Andamento 8 Produtos Agrícolas Adaptado de Marion, 2014. Como podemos ver no Quadro 4, são criadas subcontas para possibilitar a correta apuração do inventário periódico, para ao final funcionar como uma equação de apuração do custo do produto vendido. A equação simplificadamente é a seguinte conforme Marion (2014): Estoques iniciais + Compras do Exercício + Mão de obra + Outros custos agrícolas - Estoques Finais 21 Primeiramente, todos os valores de estoques iniciais serão transportados para as contas que irão apurar os valores do custo do produto vendido. Sementes de Milho Milho CTF Milho PA 2.000,00 1.000,00 8.000,00 Após os estoques iniciais vamos verificar outros valores de custo do produto vendido. Compras Mão de Obra Outros Custos 800,00 4.000,00 500,00 Agora que já temos os saldos devedores do custo, chega o momento de verificar os saldos credores, ou seja, identificar o estoque final, e deduzir dos custos totais. Sementes de Milho Milho CTF Milho PA 500,00 400,00 5.000,00 Agora com todas as contas de apuração do custo do produto vendido, vamos junta-las e verificar o valor do custo. Custo do Produto Vendido 2.000,00 500,00 1.000,00 400,00 8.000,00 5.000,00 800,00 4.000,00 500,00 16.300,00 5.900,00 10.400,00 Dessa forma, realizamos o inventário periódico apurando um custo de produto vendido de $ 10.400,00. Lembrando que o ideal não é trabalhar com esse tipo de inventário, e sim com o inventário permanente, que irá refletir em tempo real os custos e estoques da entidade. 22 TROCANDO IDEIAS Caros alunos, estudamos alguns conceitos novos nesta aula, e vamos então conversar um pouco sobre o reconhecimento e mensuração dos ativos biológicos. Digamos que vocês são responsáveis pela contabilidade de uma grande empresa que atua no ramo industrial e comercial, e cada vez mais vem elevando sua participação no mercado. Foi chegado o momento de crescimento em que a empresa iniciará atividades com reflorestamento, o corte para fabricação de celulose. As árvores são ativos biológicos, algo extremamente novo dentro dessa empresa, e sem o devido planejamento serão enfrentados graves problemas no processo contábil. Nessa situação é necessário moldar o processo para se adequar a essa nova realidade. Quais medidas vocês como contadores responsáveis da empresa tomariam para fazer com que a entidade realize a contabilização de forma correta? NA PRÁTICA Caros alunos, agora vamos praticar um pouco com algumas situações retiradas da obra de Marion (2014). Assinale a resposta correta para cada questão: 1. Com relação ao inventário de estoque, pode-se dizer que: a. O melhor método da atividade agrícola é o inventário permanente; b. Adotando o inventário periódico, torna-se difícil avaliar uma cultura em formação ou uma safra em formação; c. No inventário periódico, torna-se fácil avaliar uma cultura em formação ou uma safra em formação; d. As alternativas a e b estão corretas. 2. A conta “Matéria-prima” para uma indústria equivale, na Contabilidade Agropecuária, a: a. Produtos Agrícolas; b. Culturas Temporárias em Formação; c. Almoxarifados; d. Insumos; 23 3. A conta “Estoques de Produtos em Elaboração” para uma indústria equivale, na contabilidade agropecuária, a: a. Produtos Agrícolas; b. Ativos Biológicos; c. Almoxarifados; d. Materiais. 4. A conta “Produtos Acabados” para uma indústria equivale, na Contabilidade Agropecuária, a: a. Produtos Agrícolas; b. Colheitas em Andamento; c. Almoxarifados; d. Insumos. 5. Cultura temporária em formação (Ativos Biológicos) é classificada como: a. Ativo - Circulante - Estoque; b. Ativo – Não Circulante - Investimento; c. Ativo – Não Circulante - Imobilizado; d. Ativo – Não Circulante - Intangível. 6. Cultura permanente em formação (Ativos Biológicos) é classificada como: a. Ativo - Circulante - Estoque; b. Ativo – Não Circulante - Investimento; c. Ativo – Não Circulante - Imobilizado; d. Ativo – Não Circulante - Intangível. 7. Cultura permanente formada (Ativos Biológicos) é classificada como: a. Ativo - Circulante - Estoque; b. Ativo – Não Circulante - Investimento; c. Ativo – Não Circulante - Imobilizado; d. Ativo – Não Circulante - Intangível. Respostas: 1a/2d/3b/4a /5a /6c/7c 24 FINALIZANDO Hoje trabalhamos novos conceitos e fomos aprofundando vossos conhecimentos sobre a contabilidade aplicada ao agronegócio. Começamos com uma abordagem referente a forma de reconhecer e mensurar ativos que são encontrados com maior facilidade no meio rural. Existem particularidades referente ao reconhecimento e maneira de mensurar, principalmente naquilo que diz respeito ao valor justo. Devendo o contador, além de seguir conceitos do CPC 29 referente aos ativos biológicos, também se atentar com aplicabilidade do CPC 46 ao tratar do valor justo. Como resultado do reconhecimento e mensuração, vem a contabilização. Trabalhamos em especial a contabilização das culturas temporárias e permanentes. Como terceiro tópico de nossa aula, focamos nos conceitos de depreciação, exaustão e amortização, que são maneiras de contabilização da desvalorização de bens. Cada conceito se aplica a algum tipo de situação, sendo a depreciação aplicável a bens tangíveis como implementos, tratores e outros equipamentos do meio rural. A exaustão se aplica a bens naturais, ou seja, que seu uso irá fazer com o recurso natural vá terminando, como reflorestamentos, pastos, dentre outros. E a amortização se aplica a gastos anteriores que serão usufruídos por vários períodos, porém, são gastos em bens intangíveis. Os últimos assuntos também possuem uma ligação direta, o plano de contas aplicado ao meio rural e a operacionalização do mesmo para a apuração do custo por inventário. O plano de contas guia todo o processo contábil, em especial colaborando quando a entidade optar pelo inventário periódico, criandoas contas adequadas para possibilitar esse processo. Nesse momento terminamos nossa segunda aula, aprendendo mais conceitos da contabilidade aplicada ao agronegócio. Quanto mais aprofundarmos os estudos, mais conceitos nos serão apresentados, e a complexidade poderá se elevar. Bons Estudos!! 25 REFERÊNCIAS BARROS, C. O impacto do valor justo na mensuração dos ativos biológicos nas empresas listadas na BM&F Bovespa. Rio de Janeiro, Revista de Contabilidade do Mestrado em Ciências Contábeis da UERJ, v. 17, n.3, p.41-59, 2012. MARION, J. Contabilidade rural: contabilidade agrícola, contabilidade da pecuária. 14º Ed. São Paulo: Atlas, 2014. PRONUNCIAMENTO TÉCNICO, Comitê de Pronunciamentos Contábeis. CPC 29 - Ativo Biológico e Produtos Agrícola. Brasília: [sn], 2009. PRONUNCIAMENTO TÉCNICO, Comitê de Pronunciamentos Contábeis. CPC 46 – Mensuração do Valor Justo. Brasília: [sn], 2012. Conversa inicial Contextualizando Trocando ideias Na prática FINALIZANDO REFERÊNCIAS
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