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LEI N 8 429 - 1992 LEI DE IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA III

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Lei n. 8.429/1992 – Lei de Improbidade Administrativa III
LEGISLAÇÃO 
LEI N. 8.429/1992 – LEI DE IMPROBIDADE 
ADMINISTRATIVA III
DOS ATOS DE IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA QUE 
ATENTAM CONTRA OS PRINCÍPIOS DA ADMINISTRAÇÃO 
PÚBLICA
O primeiro ato de improbidade administrativa é revelar segredo, especialmente 
quando ele causa um benefício para alguém e gera risco à segurança da sociedade e 
do Estado.
O segundo ato de improbidade administrativa é negar publicidade aos atos de ofício, 
salvo em hipóteses legais.
Negar publicidade atenta contra o princípio da publicidade. O agente público não 
tem enriquecimento ilícito nem causa prejuízo ao erário, mas fere um princípio da Admi-
nistração Pública ao não publicar uma atividade que deveria ser publicada.
Existem exceções ao princípio da publicidade, como a intimidade e a vida privada de 
uma pessoa, bem como investigação policial e atos que envolvam a defesa nacional.
Outro ato que atenta contra os princípios da Administração Pública é deixar de pres-
tar contas com a finalidade de ocultar uma irregularidade. 
Além disso, não se pode frustrar concurso ou licitação, com benefício próprio ou de 
terceiros. Esse é um ato de improbidade que atenta contra um princípio da Administração.
Para qualquer tipo que envolva os princípios, é importante lembrar que não deve 
gerar enriquecimento ilícito ou dano ao erário.
Se causar prejuízo ao erário, o indivíduo deverá responder conforme o art. 13; se 
gerar enriquecimento ilícito, o indivíduo deve responder conforme o art. 9º. Essas duas 
penas são superiores à pena de atentar contra os princípios da Administração Pública.
Também é proibido revelar ou permitir, antes da divulgação oficial, medida política 
ou econômica, sobretudo se ela for capaz de afetar preços, como aumento de tributo.
É ato de improbidade o nepotismo, que significa contratar parentes de até terceiro 
grau para ocupar cargo em comissão ou função de confiança, que são atividades admi-
nistrativas.
O nepotismo já era previsto na Súmula Vinculante 13, que proíbe a contratação de 
parentes de até terceiro grau, inclusive parentes por afinidade, como sogro e genro. 
É proibido o ato que gerar promoção pessoal com recursos públicos, pois fere o prin-
cípio da impessoalidade.
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Lei n. 8.429/1992 – Lei de Improbidade Administrativa III
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Art. 11. Constitui ato de improbidade administrativa que atenta contra os prin-
cípios da administração pública a ação ou omissão dolosa que viole os deveres de 
honestidade, de imparcialidade e de legalidade, caracterizada por uma das seguin-
tes condutas:
Como é possível notar, esse é um rol taxativo.
III – revelar fato ou circunstância de que tem ciência em razão das atribuições e que 
deva permanecer em segredo, propiciando beneficiamento por informação privile-
giada ou colocando em risco a segurança da sociedade e do Estado;
IV – negar publicidade aos atos oficiais, exceto em razão de sua imprescindibili-
dade para a segurança da sociedade e do Estado ou de outras hipóteses instituí-
das em lei;
V – frustrar, em ofensa à imparcialidade, o caráter concorrencial de concurso pú-
blico, de chamamento ou de procedimento licitatório, com vistas à obtenção de 
benefício próprio, direto ou indireto, ou de terceiros;
VI – deixar de prestar contas quando esteja obrigado a fazê-lo, desde que disponha 
das condições para isso, com vistas a ocultar irregularidades;
VII – revelar ou permitir que chegue ao conhecimento de terceiro, antes da res-
pectiva divulgação oficial, teor de medida política ou econômica capaz de afetar o 
preço de mercadoria, bem ou serviço.
VIII – descumprir as normas relativas à celebração, fiscalização e aprovação de con-
tas de parcerias firmadas pela administração pública com entidades privadas.
A falta da prestação de contas, da fiscalização ou da aprovação de contas também 
pode ser considerada um ato de improbidade que atenta contra os princípios da Admi-
nistração Pública.
XI – nomear cônjuge, companheiro ou parente em linha reta, colateral ou por afi-
nidade, até o terceiro grau, inclusive, da autoridade nomeante ou de servidor da 
mesma pessoa jurídica investido em cargo de direção, chefia ou assessoramento, 
para o exercício de cargo em comissão ou de confiança ou, ainda, de função gratifi-
cada na administração pública direta e indireta em qualquer dos Poderes da União, 
dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, compreendido o ajuste mediante 
designações recíprocas; 
A lei também trata, no final, de designações recíprocas, que também podem ser cha-
madas de nepotismo cruzado.
Como um deputado, por exemplo, não pode nomear o seu próprio filho, ele pede para 
que outro deputado faça isso. Em troca, ele nomeia o filho desse outro deputado.
§ 5º Não se configurará improbidade a mera nomeação ou indicação política por 
parte dos detentores de mandatos eletivos, sendo necessária a aferição de dolo 
com finalidade ilícita por parte do agente.
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Lei n. 8.429/1992 – Lei de Improbidade Administrativa III
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Essa norma não alcança os agentes políticos. O governador pode nomear o seu irmão, 
assim como o prefeito pode nomear a sua mãe, o presidente pode nomear o seu cônjuge 
e assim por diante. Isso não representa a prática de nepotismo.
No entanto, se essa nomeação for com a finalidade de desviar dinheiro ou praticar 
outro crime, será considerada um ato de improbidade administrativa.
XII – praticar, no âmbito da administração pública e com recursos do erário, ato de 
publicidade que contrarie o disposto no § 1º do art. 37 da Constituição Federal, de 
forma a promover inequívoco enaltecimento do agente público e personalização de 
atos, de programas, de obras, de serviços ou de campanhas dos órgãos públicos.
§ 1º Nos termos da Convenção das Nações Unidas contra a Corrupção, promulgada 
pelo Decreto n. 5.687, de 31 de janeiro de 2006, somente haverá improbidade ad-
ministrativa, na aplicação deste artigo, quando for comprovado na conduta funcio-
nal do agente público o fim de obter proveito ou benefício indevido para si ou para 
outra pessoa ou entidade.
Em vários momentos, a lei reforça a figura do dolo específico para que o agente seja 
punido com base na Lei n. 8.429/1992. 
§ 4º Os atos de improbidade de que trata este artigo exigem lesividade relevante 
ao bem jurídico tutelado para serem passíveis de sancionamento e independem do 
reconhecimento da produção de danos ao erário e de enriquecimento ilícito dos 
agentes públicos.
Para que o agente público seja responsabilizado por ato que atenta contra um prin-
cípio, ele precisa ter causado uma lesividade relevante.
Quando se fala em ato de improbidade que atenta contra princípio, não há enrique-
cimento ilícito ou prejuízo ao erário.
Atos de Improbidade Administrativa que Causam Prejuízo ao Erário
Art. 10. Constitui ato de improbidade administrativa que causa lesão ao erário 
qualquer ação ou omissão dolosa, que enseje, efetiva e comprovadamente, perda 
patrimonial, desvio, apropriação, malbaratamento ou dilapidação dos bens ou ha-
veres das entidades referidas no art. 1º desta Lei, e notadamente:
Esse rol é meramente exemplificativo.
I – facilitar ou concorrer, por qualquer forma, para a indevida incorporação ao pa-
trimônio particular, de pessoa física ou jurídica, de bens, de rendas, de verbas ou 
de valores integrantes do acervo patrimonial das entidades referidas no art. 1º 
desta Lei;
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Lei n. 8.429/1992 – Lei de Improbidade Administrativa III
LEGISLAÇÃOQuando o agente público facilita para que um bem público seja incorporado ao patri-
mônio particular, não há enriquecimento ilícito do servidor, mas causa um prejuízo ao 
erário, então ele deve responder conforme o art. 10.
II – permitir ou concorrer para que pessoa física ou jurídica privada utilize bens, 
rendas, verbas ou valores integrantes do acervo patrimonial das entidades men-
cionadas no art. 1º desta lei, sem a observância das formalidades legais ou regula-
mentares aplicáveis à espécie;
Exemplo: um determinado secretário municipal autoriza que uma equipe da prefei-
tura vá até a fazenda de seu amigo e faça uma reforma. Nesse caso, embora o benefício 
seja do amigo, como o servidor facilitou, ele deve responder por ato de improbidade que 
causa prejuízo ao erário, assim como o particular.
III – doar à pessoa física ou jurídica bem como ao ente despersonalizado, ainda que 
de fins educativos ou assistências, bens, rendas, verbas ou valores do patrimônio 
de qualquer das entidades mencionadas no art. 1º desta lei, sem observância das 
formalidades legais e regulamentares aplicáveis à espécie;
Nesse caso, o servidor faz uma doação, de maneira irregular, a uma entidade privada, 
ainda que se trate de uma entidade para fins educacionais e assistenciais. O servidor 
também responde por ato de improbidade que causa prejuízo ao erário. 
IV – permitir ou facilitar a alienação, permuta ou locação de bem integrante do pa-
trimônio de qualquer das entidades referidas no art. 1º desta lei, ou ainda a pres-
tação de serviço por parte delas, por preço inferior ao de mercado;
A alienação de um bem para vendê-lo com um valor bem abaixo do mercado também 
gera prejuízo ao erário.
V – permitir ou facilitar a aquisição, permuta ou locação de bem ou serviço por pre-
ço superior ao de mercado;
VI – realizar operação financeira sem observância das normas legais e regulamen-
tares ou aceitar garantia insuficiente ou inidônea;
VII – conceder benefício administrativo ou fiscal sem a observância das formalida-
des legais ou regulamentares aplicáveis à espécie;
VIII – frustrar a licitude de processo licitatório ou de processo seletivo para celebra-
ção de parcerias com entidades sem fins lucrativos, ou dispensá-los indevidamen-
te, acarretando perda patrimonial efetiva;
Esse último caso pode ocorrer, por exemplo, quando a assinatura de um convênio é 
realizada sem que haja o chamamento público. Isso gera prejuízo ao erário.
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Lei n. 8.429/1992 – Lei de Improbidade Administrativa III
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Em relação à frustração de licitação pública, se restar prejuízo ao erário, o indivíduo 
deve responder conforme o art. 10; se não causar qualquer prejuízo, o indivíduo res-
ponde por ato que atenta contra os princípios da administração pública. 
A dispensa indevida diz respeito à contratação sem o procedimento licitatório, o que 
também pode gerar prejuízo ao erário.
X – agir ilicitamente na arrecadação de tributo ou de renda, bem como no que diz 
respeito à conservação do patrimônio público;
XI – liberar verba pública sem a estrita observância das normas pertinentes ou in-
fluir de qualquer forma para a sua aplicação irregular;
XII – permitir, facilitar ou concorrer para que terceiro se enriqueça ilicitamente;
XIII – permitir que se utilize, em obra ou serviço particular, veículos, máquinas, 
equipamentos ou material de qualquer natureza, de propriedade ou à disposição 
de qualquer das entidades mencionadas no art. 1º desta lei, bem como o trabalho 
de servidor público, empregados ou terceiros contratados por essas entidades
Quando o agente público permite que um particular utilize bens públicos ou mão de 
obra, ele também está cometendo um ato de improbidade que gera prejuízo ao erário.
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������Este material foi elaborado pela equipe pedagógica do Gran Concursos, de acordo com a aula 
preparada e ministrada pelo professor Rodrigo Cardoso. 
A presente degravação tem como objetivo auxiliar no acompanhamento e na revisão do con-
teúdo ministrado na videoaula. Não recomendamos a substituição do estudo em vídeo pela 
leitura exclusiva deste material.

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