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HIDRÁULICA-APLICADA-HIDROLOGIA-E-DRENAGEM-URBANA

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1 
 
 
HIDRÁULICA APLICADA, HIDROLOGIA E DRENAGEM 
URBANA 
 
 
 
2 
 
 
Sumário 
NOSSA HISTÓRIA ......................................................................................................... 3 
1. INTRODUÇÃO ........................................................................................................ 4 
2. EVOLUÇÃO DA HIDRÁULICA ........................................................................... 9 
2.1. HIDRÁULICA PARA ENGENHEIROS SANITARISTAS E AMBIENTAIS . 11 
2.1.1. SISTEMAS DE PRODUÇÃO, RESERVAÇÃO E DISTRIBUIÇÃO DE 
ÁGUA POTÁVEL. ........................................................................................................ 11 
✓ COMO FUNCIONA UM SISTEMA DE ABASTECIMENTO DE ÁGUA? . 13 
✓ PROJETANDO UM SISTEMA DE ABASTECIMENTO DE ÁGUA ........... 18 
2.1.2. SISTEMAS ELEVATÓRIOS DE ÁGUA POTÁVEL. .................................. 21 
2.1.3. COLETORES, INTERCEPTORES E EMISSÁRIOS DE ESGOTO 
SANITÁRIO ................................................................................................................... 23 
✓ PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS ........................................................ 24 
✓ DIFERENÇAS DE ESGOTOS................................................................. 24 
✓ VAZÕES ...................................................................................................... 25 
✓ AS LIGAÇÕES ........................................................................................... 26 
3. BREVE HISTÓRICO DA HIDROLOGIA ............................................................ 27 
3.1. CICLO HIDROLÓGICO CICLO HIDROLÓGICO ........................................... 29 
4. IMPACTOS E CONTROLES DA DRENAGEM URBANA ................................ 32 
4.1. CONSEQÜÊNCIAS DA URBANIZAÇÃO NA DRENAGEM DA BACIA .... 34 
4.2. ELEMENTOS DE MICRO-DRENAGEM URBANA ....................................... 38 
5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................................... 40 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
3 
NOSSA HISTÓRIA 
 
 
A nossa história inicia com a realização do sonho de um grupo de em-
presários, em atender à crescente demanda de alunos para cursos de Gradua-
ção e Pós-Graduação. Com isso foi criado a nossa instituição, como entidade 
oferecendo serviços educacionais em nível superior. 
A instituição tem por objetivo formar diplomados nas diferentes áreas de 
conhecimento, aptos para a inserção em setores profissionais e para a partici-
pação no desenvolvimento da sociedade brasileira, e colaborar na sua forma-
ção contínua. Além de promover a divulgação de conhecimentos culturais, ci-
entíficos e técnicos que constituem patrimônio da humanidade e comunicar o 
saber através do ensino, de publicação ou outras normas de comunicação. 
A nossa missão é oferecer qualidade em conhecimento e cultura de for-
ma confiável e eficiente para que o aluno tenha oportunidade de construir uma 
base profissional e ética. Dessa forma, conquistando o espaço de uma das ins-
tituições modelo no país na oferta de cursos, primando sempre pela inovação 
tecnológica, excelência no atendimento e valor do serviço oferecido. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
4 
1. INTRODUÇÃO 
Figura 1: Hidráulica, hidrologia. 
 
Fonte: https://www.aquafluxus.com.br/o-que-e-hidrologia/?lang=en 
 
Teoricamente, o termo “hidráulica” advém do grego hydor (água) e aulos 
(tubo, condução) significando condução de água. Por definição, hidráulica é o 
estudo do equilíbrio e comportamento da água e de outros líquidos, quer em 
repouso, quer em movimento. Dessa forma, a Hidráulica se divide em Hidrostá-
tica, que estuda as condições de equilíbrio dos líquidos em repouso, e Hidrodi-
nâmica, que trata dos líquidos em movimento. Quanto à aplicação dos concei-
tos, a hidráulica pode ser dividida em: 
• Hidráulica Geral ou Teórica: estuda as leis teóricas da Mecânica aplica-
das ao repouso e ao movimento dos fluidos ideais, ou seja, líquidos sem 
coesão, viscosidade e elasticidade. 
• Hidráulica Aplicada ou Hidrotécnica: aplica os princípios e leis estudadas 
na Hidráulica Teórica nos diferentes ramos da técnica. 
De acordo com Azevedo Netto et al. (1998), as áreas de atuação da Hidráu-
lica Aplicada ou Hidrotécnica são: 
 
I) Urbana: 
 
 
 
5 
 a. Sistemas de abastecimento de água; 
 b. Sistema de esgotamento sanitário; 
 c. Sistemas de drenagem pluvial; 
d. Canais; 
 
II) Agrícola: 
a. Sistemas de drenagem; 
 b. Sistema de irrigação; 
c. Sistemas de água potável e esgotos; 
 
 III) Instalações prediais: 
 a. Industriais; 
b. Comerciais; 
c. Residenciais; 
d. Públicas; 
 
IV) Lazer e paisagismo 
V) Estradas (drenagem) 
 VI) Controle de Enchentes e Inundações; 
VII) Geração de energia 
 
 
 
 
6 
VIII) Navegação e obras marítimas e fluviais 
 
Durante a prática profissional, o engenheiro hidráulico deverá utilizar os 
seguintes instrumentos: 
• Analogias: utilizar da experiência adquirida em outras ocasiões 
para solucionar problemas atuais; 
• Cálculos teóricos e empíricos; 
• Modelos físicos reduzidos: utilizar modelos reduzidos para re-
solver problemas maiores; 
• Modelos matemáticos de simulação: dependendo do problema 
será necessário utilizar ferramentas avançadas de cálculo, com o 
uso de computadores capazes de resolver equações de grande 
complexidade; 
• Hidrologia: o dimensionamento de estruturas hidráulicas deve ser 
acompanhado de um minucioso estudo hidrológico visando de-
terminar a vazão de projeto para um determinado período de re-
torno. 
Os conhecimentos de hidráulica podem ser aplicados em diversos em-
preendimentos como, por exemplo: 
• Aterros; 
• Barragens; 
• Bombas; 
• Cais de porto; 
• Canais; 
• Comportas; 
• Diques; 
• Dragagens; 
• Dreno; 
• Eclusas; 
• Enrocamentos; 
 
 
 
7 
• Flutuantes; 
• Medidores; 
• Orifícios; 
• Poços; 
• Reservatórios; 
• Tubos e canos; 
• Turbinas; 
• Válvulas; 
• Vertedores, Etc. 
A Hidrologia pode ser entendida como a ciência que estuda a água, co-
mo a própria origem da palavra indica (do grego): hidrologia = hydor (“água”) + 
logos (“ciência” ou “estudo”). Entretanto, uma boa definição adotada por vários 
autores é a seguinte: 
“Hidrologia é a ciência que trata da água na Terra, sua ocorrência, circu-
lação e distribuição, suas propriedades físicas e químicas e sua reação com o 
meio ambiente, incluindo sua relação com as formas vivas” (Definição do U.S. 
Federal Council of Service and Technology, citada por Chow, 1959, apud Tuc-
ci, 2000). 
Como se pode perceber pela definição acima, a hidrologia é uma ciência 
consideravelmente ampla, cujo escopo de trabalho abrange diversas sub-áreas 
mais específicas, como por exemplo: 
 - Hidrometeorologia: trata da água na atmosfera; 
 - Limnologia: estuda os lagos e reservatórios; 
 - Potamologia: estuda os rios; 
- Oceanografia: estuda os oceanos; 
 - Hidrogeologia: estudas as águas subterrâneas; 
- Glaciologia: trata da ocorrência de neve/gelo na natureza. 
 
 
 
8 
Entretanto, cabe salientar que a maioria dos estudos envolve mais de 
uma das sub-áreas, já que os fenômenos e processos envolvendo a água na 
natureza (ocorrência, distribuição, propriedades físico-químicas, etc.) estão in-
terrelacionados de tal forma que a explicação e o entendimento dos mesmos 
só são alcançados mediante a reunião dos conhecimentos das diversas sub-
áreas. Por exemplo, como estudar os processos de deposição de nutrientes e 
sedimentos em um reservatório (limnologia) sem a caracterização do aporte 
dessas substâncias oriundo do curso d’água (rio) barrado para formar o reser-
vatório (potamologia)? 
 Tornando a análise um pouco mais geral, face ao caráter de escassez 
atribuído à água atualmente, sendo reconhecida a importância em preservar e 
usar racionalmente esse recurso, uma vasta gama de profissionais tem se de-
dicado a estudara hidrologia, entre eles os engenheiros, economistas, estatís-
ticos, químicos, biólogos, químicos, matemáticos, geólogos, agrônomos, geó-
grafos, etc. 
Os problemas relacionados à água geralmente requerem um enfoque 
multidisciplinar, segundo o qual diversos especialistas contribuem em suas 
áreas para entender a situação e alcançar a melhor alternativa, sob determina-
dos critérios. Um exemplo disso é um projeto que vise o barramento de um rio 
para formação de um reservatório, com o objetivo de captar água para abaste-
cimento humano e irrigação. Simplificadamente, poder-se-ia dizer que o hidró-
logo seria responsável pela caracterização da área contribuinte ao reservatório, 
estimando a vazão afluente e dimensionando a barragem; ao especialista em 
hidráulica caberia projetar o sistema de captação, bombeamento e distribuição 
da água; o biólogo analisaria o impacto do barramento do rio sobre o ecossis-
tema, em particular sobre a biota aquática, bem como no levantamento das 
espécies que habitam a região a ser alagada; o sociólogo (e psicólogo) estaria 
envolvido com a remoção da população residente na área alagada pela barra-
gem, a qual seria realocada; a vegetação que ficaria submersa com o enchi-
mento do lago iria se degradar, merecendo o devido monitoramento da quali-
dade da água, que poderia ser realizado por um especialista na área de sane-
amento/química; o agrônomo iria definir as condições de irrigação das culturas 
agrícolas atendidas, e assim por diante. 
 
 
 
9 
Por outro lado, também cabe salientar que, a despeito dos vários profis-
sionais envolvidos na problemática da água, os estudos hidrológicos, propria-
mente ditos, geralmente envolvem técnicas originárias ou desenvolvidas a par-
tir de conceitos de outras áreas, mas que o profissional que lida com a hidrolo-
gia deve estar familiarizado e ser capaz de aplica-las e entender seus resulta-
dos. Entre tais técnicas pode-se citar: teoria estocástica, séries temporais, aná-
lise multicritério, teoria das decisões, análise econômica, programação dinâmi-
ca, inteligência artificial, otimização, interpretação de imagens de satélite, etc. 
O ciclo hidrológico sofre fortes alterações nas áreas urbanas devido, 
principalmente, à alteração da superfície e a canalização do escoamento, au-
mento de poluição devido à contaminação do ar, das superfícies urbanas e do 
material sólido disposto pela população. Esse processo apresenta grave im-
pacto nos países em desenvolvimento, onde a urbanização e as obras de dre-
nagem são realizadas de forma totalmente insustentável, abandonada pelos 
países desenvolvidos já há trinta anos. 
 
 
2. EVOLUÇÃO DA HIDRÁULICA 
Figura 2: Hidráulica. 
 
Fonte: https://www.portal-energia.com/maiores-centrais-hidroeletricas-mundo/ 
 A Hidráulica esteve presente ao longo de praticamente toda a história 
da humanidade, em função da necessidade essencial da água para a vida hu-
 
 
 
10 
mana. De fato, tendo em vista que a água se distribui de forma irregular, no 
tempo e no espaço, torna-se necessário o seu transporte dos locais onde está 
disponível até os locais onde o seu uso é necessário (BAPTISTA & LARA, 
2003) 
Assim, tendo em vista a necessidade absoluta da água, a história da Hi-
dráulica remonta ao início das primeiras sociedades urbanas organizadas, 
quando tornou-se necessário efetuar-se a compatibilização da sua oferta e 
demanda. Na Mesopotâmia, por exemplo, existiam canais de irrigação constru-
ídos na planície situada entre os rios Tigre e Eufrates e, em Nipur (Babilônia), 
existiam coletores de esgoto desde 3750 a.C. 
Importantes empreendimentos de irrigação também foram executados 
no Egito, 25 séculos a.C., sob a orientação de Uni. Durante a XII dinastia, reali-
zaram-se importantes obras hidráulicas, inclusive o lago artificial Méris, desti-
nado a regularizar as águas do baixo Nilo. O primeiro sistema público de abas-
tecimento de água de que se tem notícia, o aqueduto de Jerwan, foi construído 
na Assíria, 691 a.C. Alguns princípios de Hidrostática foram enunciados por 
Arquimedes (287 – 212 a.C.), no seu “Tratado Sobre Corpos Flutuantes”, 250 
a.C. 
No século XVI, a atenção dos filósofos voltou-se para os problemas en-
contrados nos projetos de chafarizes e fontes monumentais, tão em moda na 
Itália. Assim foi que Leonardo da Vinci (1452 – 1519) apercebeu-se da impor-
tância das observações nesse setor. Um novo tratado publicado em 1586 por 
Simon Stevin (1548 – 1620), e as contribuições de Galileu Galilei (1564 – 
1642), Evangelista Torricelli (1608 – 1647) e Daniel Bernoulli (1700 – 1783) 
constituíram a base para o novo ramo científico. 
Apenas do século XIX, com o desenvolvimento da produção de tubos de 
ferro fundido, capazes de resistir a pressões internas relativamente elevadas, 
com o crescimento das cidades e a importância cada vez maior dos serviços de 
abastecimento de água e, ainda, em consequência do emprego de novas má-
quinas hidráulicas, é que a Hidráulica teve um progresso rápido e acentuado 
(AZEVEDO et al., 1998). 
 
 
 
11 
O processamento de dados com o auxílio de computadores, além de 
abreviar cálculos, tem contribuído na solução de problemas técnico-
econômicos para o projeto e implantação de obras hidráulicas, e propiciado a 
montagem de modelos de simulação que permitem prever e analisar fenôme-
nos dinâmicos até então impraticáveis de se proceder, ou feitos com tão signifi-
cativas simplificações, que comprometiam a confiabilidade (AZEVEDO et al., 
1998). 
2.1. HIDRÁULICA PARA ENGENHEIROS SANITARIS-
TAS E AMBIENTAIS 
 
2.1.1. SISTEMAS DE PRODUÇÃO, RESERVAÇÃO E 
DISTRIBUIÇÃO DE ÁGUA POTÁVEL. 
Figura 3: Tratamento de água. 
 
Fonte: https://www.copasa.com.br/wps/portal/internet/agua-de-qualidade/tratamento-da-
agua 
Um sistema de abastecimento de água é uma solução que contempla 
determinada comunidade com água potável. O sistema contempla várias uni-
dades que vão desde o fonte até a unidade consumidora. 
 
 
 
12 
As fases que são necessárias para entregar essa água tratada garantem 
a qualidade para consumo doméstico, no agronegócio, nos serviços públicos e 
o uso industrial entre outros. 
A empresa de saneamento deve considerar vários fatores em um siste-
ma de abastecimento de água, tanto os de origem operacional, tecnológico e 
financeiro quanto os fatores sociais e ambientais. 
Ao longo das gerações, o sistema de abastecimento de água se mostrou 
extremamente importante para o desenvolvimento das sociedades. 
Isso pode ser visto desde os sistemas de abastecimento do antigo Egito, 
se desenvolvendo as margens do Nilo. Mesmo sem eletricidade ou meios tec-
nológicos, os egípcios já utilizavam de canais e bombeamento de água para 
irrigação. Promover a utilização da água na agricultura era compromisso de 
seus governantes. 
Figura 4: Antigo Egito. 
 
Fonte: https://www.eosconsultores.com.br/sistema-de-abastecimento-de-agua-
funcionamento/ 
 
https://www.eosconsultores.com.br/sistema-de-abastecimento-de-agua/
https://jacobucci.ind.br/news/curiosidade-ferramentas-egito-antigo-para-bombear-agua-para-irrigacao/
https://www.eosconsultores.com.br/sistema-de-abastecimento-de-agua-funcionamento/
https://www.eosconsultores.com.br/sistema-de-abastecimento-de-agua-funcionamento/
 
 
 
13 
Nos dias de hoje, no Brasil, a Fundação Nacional de Saúde (FUNASA) é 
um dos aliados na construção e manutenção de sistemas de abastecimento de 
água. 
Por meio do Departamento de Engenharia de Saúde Pública (Densp) 
são financiados, ampliados ou melhorados tais sistemas em municípios com 
população de até 50.000 habitantes. 
A FUNASA também oferece orientações técnicas para projetar os siste-
mas de abastecimento, utilizando esses parâmetros para os financiamentos. 
✓ COMO FUNCIONA UM SISTEMA DE ABASTECIMENTO DE ÁGUA? 
Para compreender toda a extensão de funcionamento de um sistema de 
abastecimento de água é necessário separá-lo por partesou unidades. 
Essas unidades compreendem uma parte do processo que a água precisa 
passar para chegar até as torneiras das nossas casas. 
Figura 5: Abastecimento de água. 
 
Fonte: https://www.eosconsultores.com.br/sistema-de-abastecimento-de-agua-
funcionamento/ 
 
http://www.funasa.gov.br/web/guest/sistema-de-abastecimento-de-agua
http://www.funasa.gov.br/web/guest/sistema-de-abastecimento-de-agua
http://www.funasa.gov.br/documents/20182/23919/Projeto+de+Sistemas++de+Abastecimento+de+%C3%81gua/9318dc79-4e24-4af0-9b0c-d2bba68f1c8b
https://www.eosconsultores.com.br/sistema-de-abastecimento-de-agua-funcionamento/
https://www.eosconsultores.com.br/sistema-de-abastecimento-de-agua-funcionamento/
 
 
 
14 
✓ Manancial 
O primeiro da lista é de onde se retira a água a ser processada. 
Duas vertentes são necessárias de se compreender neste ponto: As águas 
são retiradas dessa fonte e depois retornam a natureza, podendo ser até no 
mesmo rio. 
O ideal é que ela seja recolhida em boas condições para facilitar o trata-
mento e devolvida com o cuidado necessário ao meio ambiente. 
Exemplos péssimos como o Rio Tietê demonstram como não se deve tratar 
uma fonte de águas. 
O rio localizado em São Paulo passou por mais de 100 anos de poluição 
que o transformaram em um esgoto a céu aberto. Esse link mostra algumas 
fontes que foram depredadas pela ação humana. 
✓ Captação 
Nesses mananciais ocorre o processo de captação, podendo ser superficial 
ou subterrâneo. Os sistemas de abastecimento de água podem utilizar qual-
quer um dos meios. Aqui, a sucção da água a leva para os encanamentos com 
destino às instalações da companhia. 
No caso da empresa de saneamento Águas Guariroba, 50% da captação é 
superficial (de rios) e a outra metade é por poços, 144 destes em operação 
atualmente. 
✓ Adução 
A adução é um processo extenso, em tempo e em espaço percorrido. Isso 
se deve ao fato de que os procedimentos para levar a água entre captação, 
reservatório de distribuição, estação de tratamento (ETA), rede de distribuição 
ou reservatório, são considerados adução. 
https://super.abril.com.br/mundo-estranho/o-que-sao-mananciais/
http://www.aguasguariroba.com.br/agua/
http://www.aguasguariroba.com.br/agua/
http://ambientes.ambientebrasil.com.br/saneamento/tratamento_de_efluentes/aducao__da_agua.html
 
 
 
15 
Além de um conjunto de encanamentos a adução deve compreender bom-
bas e peças especiais para levar a água a seu destino. 
A adutora pode ser classificada dos seguintes modos: tipo de energia que 
utiliza (gravidade, recalque e mista), modo de escoamento (livre, forçada e mis-
ta) ou tipo de água que transporta (bruta e tratada). 
✓ Tratamento 
Quando a água chega às ETA’s, é necessário que se faça seu tratamento 
para correções físico-químicas, bacteriológicas e organolépticas. Esse proce-
dimento permite receber a água bruta e a transformar em água tratada. 
Figura 6: Tratamento de água. 
 
Fonte: https://www.eosconsultores.com.br/sistema-de-abastecimento-de-agua-
funcionamento/ 
 
Os processos podem variar conforme o padrão da empresa e a qualidade 
da água recebida, mas, em suma, acontecem as seguintes etapas: 
1. Coagulação 
2. Floculação 
https://www.eosconsultores.com.br/sistema-de-abastecimento-de-agua-funcionamento/
https://www.eosconsultores.com.br/sistema-de-abastecimento-de-agua-funcionamento/
 
 
 
16 
3. Decantação 
4. Filtração 
5. Cloração 
6. Fluoretação 
7. Correção da acidez 
Existem companhias por exemplo que vão apenas filtrar e colocar cloro na 
água, modelo esse conhecido como tratamento convencional. 
Atualmente, está em vigência a Portaria nº 2.914 de 12 de dezembro de 
2011. Ela define os procedimentos de controle e vigilância da qualidade da 
água para consumo humano e seu padrão de potabilidade. As competências 
da união, dos estados e dos municípios também são definidas pela portaria. 
Existem padrões determinados pela portaria nº 2.914 de 12 de dezembro de 
2011, que define os procedimentos para tornar a água potável. São determina-
das também as responsabilidades da união, estados e municípios. 
✓ Reservatório 
O reservatório é a unidade que armazena a água para distribuição, mas po-
de ser necessária para manter determinada pressão na rede ou controle da 
variação do consumo. 
O projeto deste item deve considerar tamanho da população, perspectiva 
de crescimento, mudanças climáticas, bem como reserva de emergências para 
caso de um incêndio, por exemplo. 
✓ Rede de Distribuição 
A rede de distribuição é quando a água dos reservatórios é dispersada e 
precisa percorrer um conjunto de encanamentos e/ou órgãos acessórios até 
determinada região. 
https://www.aguabrasil.icict.fiocruz.br/index.php?pag=sane
https://www.eosconsultores.com.br/sistema-de-abastecimento-de-agua/
 
 
 
17 
Figura 7: Rede de distribuição. 
 
Fonte: https://www.eosconsultores.com.br/sistema-de-abastecimento-de-agua-
funcionamento/ 
 
Novamente o projeto ou planejamento é crucial para dar a devida vazão 
de distribuição para o sistema de abastecimento de água. É analisada ainda a 
pressão, pois não se pode ultrapassar os limites recomendados pelas nor-
ma NBR 12218. 
Essa norma regulamenta as redes e os projetos de distribuição, como 
um todo, e que envolvam o abastecimento público. 
✓ Ramal domiciliar 
Através de um sistema de abastecimento de água são efetuadas as liga-
ções da rede com o ramal domiciliar. Que nada mais são do que a ligação do 
encanamento da rua com a unidade consumidora. 
Nesse ponto é recomendada a construção de rede por quadra, para obser-
vação de possíveis vazamentos futuros. No artigo que cita a recomendação, o 
engenheiro Jorcy Aguiar relata também que muitas vezes a expansão desor-
denada de ramais não compensa nem mesmo o investimento, e o motivo é o 
desperdício ser diretamente proporcional a oferta de água. 
https://www.eosconsultores.com.br/sistema-de-abastecimento-de-agua-funcionamento/
https://www.eosconsultores.com.br/sistema-de-abastecimento-de-agua-funcionamento/
http://www.emiliaweb.com.br/site/wp-content/uploads/2012/10/Nbr-12218-Projeto-De-Rede-De-Distribuicao-De-Agua-Para-Abastecimento-Publico.pdf
http://jorcyaguiar.blogspot.com/2011/04/rede-de-distribuicao-de-agua-por.html
 
 
 
18 
✓ PROJETANDO UM SISTEMA DE ABASTECIMENTO DE ÁGUA 
Para que se compreenda como podemos projetar um sistema de abasteci-
mento de água devemos separá-lo por partes. Nesse caso vamos ver o que é 
proposto pelo manual de orientações técnicas da FUNASA. 
✓ Memorial descritivo 
O projeto começa com o memorial descritivo, descrevendo o município ou 
localidade. Esse ponto deve compreender atividades econômicas da região, 
bem como os equipamentos sanitários existentes e a sua descrição. 
Como a implantação ocorrerá por etapas essa parte da documentação deve 
conter as técnicas a serem adotadas, materiais a serem empregados. 
✓ Memorial de cálculo 
O memorial de cálculo deve conter informações técnicas compreendendo o 
dimensionamento do sistema. 
Aqui são descritos itens como a vazão necessária para abastecer a popula-
ção, quantidade de materiais e laudos geológicos da região. Tais dados descri-
tos em planilhas são de responsabilidade do projetista. 
✓ Plantas 
As plantas vão descrever visualmente o projeto bem como suas unidades. 
Devem ser elencadas a planta baixa, planta de corte, e no caso de poços de 
extração, deve ser apresentado o croqui construtivo. 
Figura 8: Plantas. 
http://www.funasa.gov.br/documents/20182/23919/Projeto+de+Sistemas++de+Abastecimento+de+%C3%81gua/9318dc79-4e24-4af0-9b0c-d2bba68f1c8b
 
 
 
19 
 
Fonte: https://www.eosconsultores.com.br/sistema-de-abastecimento-de-agua-
funcionamento/ 
 
Aqui também aparecem os encanamentos a serem utilizados com seus 
respectivos diâmetros. 
✓ Planilha orçamentária 
Como o nome sugere, aqui vão os custos e respectivos encargos financei-
ros da obra. O escopo das fases descritas anteriormentevão aparecer aqui, 
mas com os valores do investimento a ser realizado. Deve ser mantida a com-
patibilidade entre os itens. 
O custo aqui deve ser compatível com o praticado pelo mercado, tanto para 
aquisições quanto para a mão-de-obra. 
Dentro dos parâmetros da FUNASA, o custo dos serviços preliminares de-
vem estar abaixo de 4% do valor da obra. 
✓ Cronograma físico-financeiro 
De uma forma simples, significa elucidar a ligação que existe entre o orça-
mento, prazo de entrega e o demonstrativo realizado na planta. 
https://www.eosconsultores.com.br/sistema-de-abastecimento-de-agua-funcionamento/
https://www.eosconsultores.com.br/sistema-de-abastecimento-de-agua-funcionamento/
 
 
 
20 
As ações devem ser compatibilizadas e colocadas em uma ordem cronoló-
gica. 
✓ Normas técnicas 
Os conceitos técnicos da Associação Brasileira de Normas Técnicas 
(ABNT) e da FUNASA, no caso de investimentos da União, devem moldar o 
projeto. Com adequação aos níveis e padrões exigidos para distribuição de 
água a população. 
✓ Anotação de Responsabilidade Técnica 
A Anotação de Responsabilidade Técnica (ART) deverá ser concedida pelo 
Conselho Regional de Engenharia e Arquitetura (CREA), isso é a chancela de 
que o projeto foi verificado antes. A concessão do ART deve continuar durante 
a execução da obra. 
O projetista-engenheiro em questão deve assinar todas as folhas que inte-
gram o projeto. 
✓ Posse de área 
Quando há intervenções em áreas privadas deve haver uma documentação 
que comprove que tal área pertence ao Proponente. 
✓ Licenciamento ambiental 
O último item da lista, mas não o mais simples, é o licenciamento ambiental. 
Segundo a Resolução Conama nº 5, de 15 de junho de 1988 qualquer sis-
tema de abastecimento de água que ultrapasse 20% da vazão mínima de um 
corpo hídrico e que modifiquem as condições físicas e/ou bióticas estão sujei-
tas ao licenciamento. 
Figura 9: Licenciamento ambiental. 
https://www.eosconsultores.com.br/licencas-ambientais-no-brasil/
 
 
 
21 
 
Fonte: https://www.eosconsultores.com.br/sistema-de-abastecimento-de-agua-
funcionamento/ 
 
✓ Aspectos do licenciamento ambiental 
Haverá também a necessidade de uma a outorga de direitos de uso de 
recursos hídricos, estabelecida pela Lei nº 9.433/1997. 
 
2.1.2. SISTEMAS ELEVATÓRIOS DE ÁGUA POTÁVEL. 
 
Estação Elevatória de Água é caracterizada com um conjunto de moto-
bombas, válvulas e acessórios interligados com um poço de sucção ou um re-
https://www.eosconsultores.com.br/sistema-de-abastecimento-de-agua-funcionamento/
https://www.eosconsultores.com.br/sistema-de-abastecimento-de-agua-funcionamento/
https://www.eosconsultores.com.br/instrumentos-da-politica-nacional-de-recursos-hidricos/
 
 
 
22 
servatório que garanta um volume contínuo da sucção das bombas, podendo 
ser enterrado ou apoiado. 
Existem diversos tipos de Estação Elevatória de Água, que podem ser 
projetadas com diferentes tipos de bombas, podendo ser também de água bru-
ta ou água tratada. 
A Estação Elevatória de Água Bruta é responsável pelo recalque de 
água da captação até as Estações de Tratamento de Água ou até os Reserva-
tórios de Água Bruta, sendo esses comumente encontrados em forma de lago-
as, onde a água fica armazenada para posteriormente serem recalcadas para 
as Estações de Tratamento, através de uma outra Estação Elevatória. 
Já a Estação Elevatória de Água Tratada é responsável pelo bombea-
mento de água potável, normalmente enviando água da ETA até os reservató-
rios, de onde serão posteriormente distribuídas para consumo. 
As concessionárias de saneamento são as maiores consumidoras e usuárias 
de deste tipo de equipamento, uma vez que praticamente todos os municípios 
possuem Estações Elevatórias, onde, dentro de suas aplicabilidades, podemos 
citar algumas: 
• Recalque de água da captação até os reservatórios; 
• Recalque de água dos reservatórios de água bruta até a ETA; 
• Recalque da ETA para reservatórios; 
• Transporte de água entre reservatórios; 
• Recalque de água da célula inferior para a superior de um reservatório. 
Outros grandes consumidores de Estação Elevatória de Água são os empre-
endimentos que se localizam em áreas mais afastadas, que por falta de pres-
são no final das redes, necessitam criar um sistema de bombeamento e recal-
que para que o empreendimento possa ser abastecido de forma contínua. 
 
 
 
23 
2.1.3. COLETORES, INTERCEPTORES E EMISSÁRIOS 
DE ESGOTO SANITÁRIO 
Figura 10: Coletores, interceptores e emissários de esgoto sanitário. 
 
Fonte: https://docs.ufpr.br/~rtkishi.dhs/TH029/TH029_04_Interceptores.pdf 
 
É a canalização cuja função precípua é receber e transportar o esgoto 
sanitário coletado, caracterizada pela defasagem das contribuições, da qual 
resulta o amortecimento das vazões máximas. Seu projeto hidráulico sanitá-
rio deve ser feito conforme a norma técnica, observada a regulamentação es-
pecífica das entidades responsáveis pelo planejamento e desenvolvimento do 
sistema de esgoto sanitário. 
Uma rede de esgotos aproveita as vantagens da gravidade e, às vezes, 
estações de bombeamento para mover as águas residuais para tubos e com-
ponentes do sistema cada vez maiores. Em algum momento, o fluxo de esgoto 
encontra uma parte do sistema conhecida como interceptador de esgoto. Como 
o nome indica, ele ganha o controle das águas residuais antes de passar para 
a estação de tratamento de resíduos. 
O interceptador é na verdade parte da infraestrutura de utilidade de uma 
comunidade. Como tubos maiores no sistema, os túneis para esgotos intercep-
tadores geralmente são escavados por grandes máquinas de perfuração de 
túneis. A construção de um interceptador de esgoto pode ser um projeto muito 
grande. Sem construção sem vala, a instalação de um cano tão grande exigiria 
escavações problemáticas que poderiam prejudicar uma cidade. 
Assim, em resumo, é uma canalização cuja função precípua é receber e 
transportar o esgoto sanitário coletado, caracterizada pela defasagem das con-
 
 
 
24 
tribuições, da qual resulta o amortecimento das vazões máximas. O sistema é 
constituído por uma rede coletora que é o conjunto de tubulações destinadas a 
receber e conduzir os esgotos. 
✓ PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS 
Ela é composta de coletores secundários que recebem diretamente as liga-
ções prediais e os coletores tronco ou coletores primários, que conduzem o 
esgoto a um emissário ou a um interceptor. O emissário é a tubulação de esgo-
to que não recebe contribuições ao longo do seu comprimento. 
O sifão invertido é a tubulação de esgoto destinada à transposição de obs-
táculo, funcionando sob pressão e o corpo de água receptor é o local onde são 
lançados os esgotos. A estação elevatória é a instalação de recalque destinada 
a transferir o esgoto de uma cota mais baixa para uma cota mais alta. 
A NBR 12207 (NB568) de 06/2016 – Projeto de interceptores de esgoto sa-
nitário especifica os requisitos para a elaboração de projeto hidráulico sanitário 
de interceptores de esgoto sanitário, observada a regulamentação específica 
das entidades responsáveis pelo planejamento e desenvolvimento do sistema 
de esgoto sanitário. Para os efeitos deste documento, aplicam-se os seguintes 
termos e definições. O interceptor é a canalização cuja função precípua é re-
ceber e transportar o esgoto sanitário coletado, caracterizada pela defasagem 
das contribuições, da qual resulta o amortecimento das vazões máximas. 
Os órgãos complementares são as estações elevatórias, extravasores e ou-
tros dispositivos ou instalações permanentes incorporados ao interceptor. A 
contribuição de tempo seco é a descarga de cursos d’água ou do sistema de 
drenagem superficial recebida no sistema de esgoto sanitário, não incluídas as 
águas de precipitação pluvial na bacia correspondente. 
✓ DIFERENÇAS DE ESGOTOS 
Deve ser ressaltado que, depois do uso da água, seja no banho, na limpeza 
de roupas,de louças ou na descarga do vaso sanitário, o esgoto começa a ser 
formado. Os que vêm das residências formam os esgotos domésticos, e os 
 
 
 
25 
formados em fábricas recebem o nome de esgotos industriais. Esta diferencia-
ção é importante, porque cada tipo possui substâncias diferentes, e são neces-
sários sistemas específicos para o tratamento dos resíduos. 
Geralmente, o esgoto não tratado contém muitos transmissores de doen-
ças, micro-organismos, resíduos tóxicos e nutrientes que provocam o cresci-
mento de outros tipos de bactérias, vírus ou fungos. Os sistemas de coleta e 
tratamento de esgotos são importantes para a saúde pública, porque evitam a 
contaminação e transmissão de doenças, além de preservar o meio ambiente. 
Os interceptores são canalizações destinadas a interceptar e receber o flu-
xo de esgoto dos coletores ao longo do seu comprimento. Costumam ser insta-
lados nos fundos de vales, à margem de cursos d’água ou canais. São respon-
sáveis pelo transporte dos esgotos gerados na sua sub-bacia, evitando que 
sejam lançados diretamente na água, conduzindo-os para estações de trata-
mento. Por conta das maiores vazões transportadas, os diâmetros são nor-
malmente os maiores da rede coletora. Os interceptores devem, ainda, amorte-
cer a vazão proveniente dos coletores. 
A concepção dos interceptores está sujeita ao projeto de toda a rede coleto-
ra. É preciso ser feito um levantamento topográfico com curvas de nível de me-
tro em metro, além da listagem de interferências, acidentes e obstáculos, tanto 
superficiais como subterrâneos na faixa em que o interceptor vai ser provavel-
mente executado. Devem ser feitas, ainda, sondagens do terreno e dos níveis 
do lençol freático. 
✓ VAZÕES 
Para cada trecho do interceptor, devem ser estimadas as vazões inicial e fi-
nal. Para a avaliação das vazões do trecho final do interceptor, pode ser consi-
derada a defasagem das vazões das redes afluentes a montante – mediante a 
composição dos respectivos hidrogramas com as vazões dos trechos imedia-
tamente anteriores. O escoamento, assim como em outros tubos da rede, é 
normalmente feito pela ação da gravidade. 
 
 
 
26 
O traçado do interceptor deve ter trechos retos em planta e em perfil. Se for 
necessário, podem ser usados trechos curvos em planta. O ângulo máximo de 
deflexão em planta entre trechos adjacentes deve ser de 30. Ângulos maiores 
devem ser justificados técnica e economicamente. Para o dimensionamento 
hidráulico de um interceptor, seu regime de escoamento pode ser considerado 
permanente e uniforme. Cada trecho do interceptor deve ser dimensionado pa-
ra conter a vazão final. 
O relatório de apresentação do projeto de um interceptor deve contar com 
esses pontos: apreciação comparativa em relação às diretrizes da concepção 
básica; memória da avaliação de vazões, do dimensionamento e da análise de 
funcionamento; memória do dimensionamento dos órgãos complementares; 
aspectos construtivos; especificações de materiais, serviços e equipamentos; 
orçamentos; aspectos de operação e manutenção; e desenhos. 
Os efeitos de agitação excessiva devem ser sempre evitados, não sendo 
permitidos degraus e alargamentos bruscos; quando necessário, devem ser 
projetados dispositivos especiais de dissipação de energia e estudadas a for-
mação de sulfetos, suas consequências, medidas de proteção do condutor e a 
utilização de materiais resistentes à sua ação. 
✓ AS LIGAÇÕES 
Trecho com grande declividade (escoamento supercrítico) deve ser interli-
gado ao de baixa declividade (escoamento subcrítico) por um segmento de 
transição com declividade crítica para a vazão inicial. As ligações ao interceptor 
devem ser sempre por meio de dispositivo especialmente projetado para evitar 
conflito de linhas de fluxo e diferença de cotas de que resulte agitação excessi-
va. 
A distância máxima entre poços de visita deve ser limitada pelo alcance dos 
meios de desobstrução a serem utilizados. Ao longo do interceptor, devem ser 
dispostos extravasores com capacidade conjunta que permita o escoamento da 
vazão final relativa ao último trecho. 
 
 
 
27 
Nos extravasores, deve ser previsto dispositivo para evitar refluxo. No caso 
de uso de extravasores ao longo do interceptor, devem ser estudados meios 
capazes de minimizar e mesmo eliminar a contribuição pluvial parasitária. 
Alternativamente, as instalações finais devem ser dimensionadas para a 
capacidade total do sistema, acrescida da contribuição pluvial parasitária total 
ou parcial, conforme indicar o estudo de extravasão. A admissão da contribui-
ção de tempo seco no interceptor deve ser por meio de dispositivo que evite a 
entrada de material grosseiro, detritos e areia. 
O dispositivo de admissão de água no interceptor deve limitar esta contri-
buição, de modo a não superar 20% da vazão final do trecho a jusante do pon-
to de admissão. Este dispositivo deve permitir a supressão temporária ou defi-
nitiva da contribuição. 
 
3. BREVE HISTÓRICO DA HIDROLOGIA 
Figura 11: Hidrologia. 
 
Fonte: https://pt.wikipedia.org/wiki/Hidrologia 
A importância da água na história da humanidade é identificada quando 
se observa que os povos e civilizações se desenvolveram às margens de cor-
pos d’água, como rios e lagos. A seguir serão listados alguns fatos marcantes 
da história da hidrologia, de maneira superficial, sendo maiores detalhes en-
contrados na bibliografia pesquisada, citada ao final deste documento. 
 
 
 
28 
• Diversos autores citam registros de que no Egito Antigo, na época dos 
faraós, existiram obras de irrigação e drenagem. Também na Mesopotâmia, na 
região conhecida como Crescente Fértil, entre os rios Tigre e Eufrates, a água 
já era usada para irrigação. 
• Os filósofos gregos são considerados os primeiros a estudar a hidrolo-
gia como ciência. Por exemplo, Anaxágoras, que viveu entre 500 e 428 a. C, 
tinha conhecimento de que as chuvas eram importantes na manutenção do 
equilíbrio hídrico na Terra. 
 • Mas apenas na época de Leonardo da Vinci é que o ciclo hidrológico 
veio a ser melhor compreendido. Um fato relevante foi o realizado por Perrault, 
no século 17, que analisou a relação precipitação-vazão, comparando a preci-
pitação com dados de vazão. 
• No século 19 dá-se o início de medições sistemáticas de vazão e pre-
cipitação; 
 • Até a década de 30, prevalece o empirismo, procurando descrever os 
fenômenos naturais, enquanto até a década de 50 é predominante o uso de 
indicadores estatísticos dos processos envolvidos; 
• Com o advento do computador em conjunto com o aprimoramento de 
técnicas estatísticas e numéricas, deu-se um grande avanço na hidrologia. Fo-
ram desenvolvidos modelos precipitação-vazão e avanços na hidrologia esto-
cástica. O escoamento subterrâneo, a limnologia e a modelação matemática de 
processos constituem outros desenvolvimentos importantes. 
A modelagem ajuda a entender e explicar padrões de ocorrência e pos-
sibilita simular cenários futuros, fornecendo subsídios importantes para respon-
der a perguntas do tipo “o que aconteceria se...?”. Um exemplo de modelagem 
de processos é a simulação da circulação da água e do transporte de poluen-
tes em um lago ou rio. Com um modelo computacional, é possível inferir sobre 
o que aconteceria se ocorresse um vazamento de óleo próximo a um lago, em 
termos de áreas atingidas, tempo de deslocamento da mancha de óleo, etc. 
 
 
 
29 
Isso tudo sem o processo estar ocorrendo, apenas hipoteticamente, o que 
permite prever impactos e traçar alternativas de combate previamente. 
3.1. CICLO HIDROLÓGICO CICLO HIDROLÓGICO 
Embora tenham sido estimados os volumes em cada um dos “reservató-
rios” na Terra, é importante lembrar que a água está em constante movimento, 
constituindo o que se denomina de ciclo hidrológico. Esse ciclo tem o Sol como 
principal fonte de energia, através de sua radiação, e o campo gravitacional 
terrestrecomo a principal força atuante. A Figura 2.1 apresenta um esquema 
do ciclo hidrológico, identificando as diversas etapas que o compõem. 
Figura 12: Ciclo Hidrológico. 
 
Fonte: 
http://www.ct.ufpb.br/~adrianorpaz/artigos/apostila_HIDROLOGIA_APLICADA_UERGS.pd
f 
 
De maneira simplificada, o ciclo hidrológico pode ser descrito da seguin-
te forma: 
 - Ocorre evaporação da água dos oceanos e formação do vapor de 
água; 
 - Sob determinadas condições, o vapor precipita na forma de chuva, 
neve, granizo, etc (precipitação); 
http://www.ct.ufpb.br/~adrianorpaz/artigos/apostila_HIDROLOGIA_APLICADA_UERGS.pdf
http://www.ct.ufpb.br/~adrianorpaz/artigos/apostila_HIDROLOGIA_APLICADA_UERGS.pdf
 
 
 
30 
- Parte da precipitação não chega nem a atingir a superfície terrestre, 
sendo evaporada; 
- Boa parte da precipitação atinge diretamente a superfície de lagos e 
oceanos, daí evaporando parcela; 
 - Da precipitação que atinge a superfície terrestre, uma parte é intercep-
tada pela cobertura vegetal (interceptação), de onde parte evapora e parte 
acaba escorrendo até o solo; 
 - Da precipitação que chega ao solo, parcela infiltra sub-
superficialmente (infiltração), e desta uma parte escoa até corpos d’água pró-
ximos, como rios e lagos (escoamento sub-superficial); 
- Uma parte infiltrada percola atingindo os aqüíferos (percolação), que 
escoam lentamente até rios e lagos (escoamento subterrâneo); 
- Ainda quanto à parte da precipitação que atinge o solo, esta vai escoar 
superficialmente (escoamento superficial), sendo retida em depressões do solo, 
sofrendo infiltração, evaporação ou sendo absorvida pela vegetação. O “restan-
te” do escoamento superficial segue para rios, lagos e oceanos, governada pe-
la gravidade; 
 - A vegetação, que retém água das depressões do solo e infiltrações, 
elimina vapor d’água para a atmosfera (transpiração), através do processo de 
fotossíntese; 
 - A água que alcança os rios, seja por escoamento superficial, sub-
superficial ou subterrâneo, ou mesmo precipitação direta, segue para lagos e 
oceanos, governada pela gravidade. 
Cabe ressaltar que o ciclo hidrológico não apresenta um “começo” nem 
um “fim”, já que a água está em movimento contínuo, sendo o início da descri-
ção do ciclo realizado a partir da evaporação dos oceanos apenas por ques-
tões didáticas. 
 
 
 
 
31 
Outro fato a ser ressaltado é que a evaporação está presente em quase 
todas as etapas do ciclo. 
Um termo normalmente usado para denotar a evaporação associada à 
transpiração da vegetação é a evapotranspiração. 
Apesar de haver algumas divergências quantos aos valores estimados 
de autor para autor, convém comentar que cerca de 383.000 km3 de água 
evaporam por ano dos oceanos (Wundt, 1953, apud Esteves, 1988). Isso equi-
valeria à retirada de uma camada de 106 cm de espessura dos oceanos por 
ano. Desse total evaporado, estima-se que 75% retornem diretamente aos 
oceanos sob a forma de precipitação, enquanto os 25% restantes precipitam 
sobre os continentes. 
Uma curiosidade evidenciada por Esteves (1988) é que a composição 
química da precipitação oceânica difere nitidamente da continental, particular-
mente no que diz respeito à concentração de íons como Na+ , Mg2+ e Cl- , mai-
or na precipitação oceânica. 
O ciclo hidrológico, como já colocado anteriormente, promove a movi-
mentação de enormes quantidades de água ao redor do planeta. Entretanto, 
algumas das fases do ciclo são consideradas rápidas e outras muito lentas, se 
comparadas entre si. A Tabela 1 ilustra esse comentário, ao apresentar alguns 
períodos médios de renovação da água nos diferentes “reservatórios”. Tais va-
lores dizem respeito ao tempo necessário para que toda a água contida em 
cada um dos reservatórios seja renovada – dentro de uma visão bastante sim-
plificada, é claro, da “entrada”, “circulação” e “saída” de água neles. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
32 
Tabela 1: – Período de renovação da água em diferentes reservatórios na Terra. 
 
Fonte: Shiklomanov (1997) apud Setti et al. (2001). 
 
A princípio, as etapas de precipitação e evaporação são consideradas 
as mais importantes dentro do ciclo hidrológico, pensando em termos de volu-
me de água movimentado. Entretanto, à medida que se diminui a escala de 
análise, as demais fases do ciclo se tornam muito importantes. Por exemplo, 
analisando uma determinada área de dezenas de hectares, a interceptação, 
infiltração, percolação e escoamento superficial são bastante relevantes para 
entendimento dos processos hidrológicos. 
 
4. IMPACTOS E CONTROLES DA DRENAGEM URBANA 
Figura 12: Drenagem urbana. 
 
Fonte: https://www.ofitexto.com.br/comunitexto/drenagem-urbana-urbanizacao-
de-baixo-impacto-lid/ 
 
 
 
33 
A tendência da urbanização das cidades brasileiras tem provocado 
impactos significativos na população e no meio ambiente. Estes impac-
tos têm deteriorado a qualidade de vida da população, através do au-
mento da frequência e do nível das inundações, redução da qualidade 
de água e aumento de materiais sólidos nos corpos receptores. Este 
processo é desencadeado principalmente pela forma como as cidades 
se desenvolveram nas últimas décadas e a ocupação das áreas ribeiri-
nhas. A tendência existente em termos de planejamento de sistemas de 
drenagem tem sido a seguinte: 
• Os projetos de drenagem urbana têm como filosofia o escoamen-
to da água precipitada o mais rápido possível para fora da área 
projetada. Este critério aumenta de algumas ordens de magnitude 
as vazões máximas, a frequência e o nível de inundação de áreas 
a jusante. 
• As áreas ribeirinhas, inundadas pelo curso d’água durante os pe-
ríodos de cheia, têm sido ocupadas pela população durante a es-
tiagem. Os prejuízos resultantes são evidentes. 
Para alterar esta tendência é necessário adotar princípios de controle de 
enchentes que considerem o seguinte: 
• O aumento de vazão devido à urbanização não deve ser transfe-
rido para jusante; 
• A bacia hidrográfica deve ser o domínio físico de avaliação dos 
impactos resultantes de novos empreendimentos; 
• O horizonte de avaliação deve contemplar futuras ocupações ur-
banas; 
• As áreas ribeirinhas somente poderão ser ocupadas dentro de 
um zoneamento que contemple as condições de enchentes; 
• As medidas de controle devem ser preferencialmente não-
estruturais. 
 
 
 
34 
 Para implementação destes padrões de controle que busquem uma vi-
são de desenvolvimento sustentável no ambiente urbano é necessário um Pla-
no Diretor Urbano que aborde: 
“ ...assuntos como a caracterização do desenvolvimento de um local, planeja-
mento em etapas, vazões e volumes máximos para várias probabilidades, loca-
lização, critérios e tamanhos de reservatórios de detenção e condições de es-
coamento, medidas para melhorar a qualidade do escoamento, regulamenta-
ções pertinentes e como o plano desenvolve os mesmos em consistência com 
objetivos secundários como recreação pública, limpeza, proteção pública e re-
carga subterrânea.” (ASCE, 1992) 
 
4.1. CONSEQÜÊNCIAS DA URBANIZAÇÃO NA DRE-
NAGEM DA BACIA 
 
O comportamento do escoamento superficial direto sofre alterações 
substanciais em decorrência do processo de urbanização de uma bacia, princi-
palmente como consequência da impermeabilização da superfície, o que pro-
duz maiores picos e vazões. Já na primeira fase de implantação de uma cida-
de, o desmatamento pode causar um aumento dos picos e volumes e, conse-
quentemente, da erosão do solo; se o desenvolvimento urbano posterior ocor-
rer de forma desordenada, estes resultados deploráveis podem ser agravados 
com o assoreamento em canais e galerias, diminuindo suas capacidades de 
condução do excesso de água. Além de degradar a qualidade da água e pos-
sibilitar a veiculação de moléstias, a deficiência de redes de esgoto contribui 
também para aumentar a possibilidade de ocorrência de inundações. Uma co-
letade lixo ineficiente, somada a um comportamento indisciplinado dos cida-
dãos, acaba por entupir bueiros e galerias e deteriorar ainda mais a qualidade 
da água. A estes problemas soma-se a ocupação indisciplinada das várzeas, 
que também produz maiores picos, aumentando os custos gerais de utilidade 
pública e causando maiores prejuízos. Os problemas advindos de um mal pla-
 
 
 
35 
nejamento não se restringem ao local de estudo, uma vez que a introdução de 
redes de drenagem ocasiona uma diminuição considerável no tempo de con-
centração e maiores picos a jusante. 
Estes processos estão inter-relacionados de forma bastante complexa, 
resultando em problemas que se referem não somente às inundações, como 
também à poluição, ao clima e aos recursos hídricos de uma maneira geral. Os 
problemas que dizem respeito ao controle de inundações são decorrentes da 
elevação dos picos das cheias, ocasionada tanto pela intensificação do volume 
do escoamento superficial direto (causado pelo aumento da densidade das 
construções, e consequente impermeabilização da superfície), como pela dimi-
nuição dos tempos de concentração e de recessão. Esta diminuição é também 
oriunda do acréscimo na velocidade de escoamento devido à alteração do sis-
tema de drenagem existente, exigida por este aumento da densidade de cons-
truções. 
Os problemas de controle de poluição diretamente relacionados à dre-
nagem urbana têm sua origem na deterioração da qualidade dos cursos recep-
tores das águas pluviais. Além de aumentar o volume do escoamento superfi-
cial direto, a impermeabilização da superfície também faz com que a recarga 
subterrânea, já reduzida pelo aumento do volume das águas servidas (conse-
quência do aumento da densidade populacional), diminua ainda mais, restrin-
gindo as vazões básicas a níveis que podem chegar a comprometer a qualida-
de da água pluvial nestes cursos receptores, não bastasse o fato de que o au-
mento do volume das águas servidas já é um fator de degradação da qualidade 
das águas pluviais. 
 Os problemas climáticos são, basicamente, decorrentes do aumento da 
densidade das construções. Embora se constituam em impactos de pequena 
escala que se processam de forma lenta, podem, a longo prazo, alterar signifi-
cativamente o balanço hídrico que, por sua vez, podem reduzir as vazões mí-
nimas e, consequentemente, produzir certo impacto sobre a qualidade das 
águas pluviais. Segundo Uehara (1985), as precipitações totais podem aumen-
tar em até 10% em relação à zona rural. Segundo a mesma fonte, a umidade 
relativa do ar pode sofrer um acréscimo de até 8% e pode chegar a haver um 
 
 
 
36 
aumento de 1o C na temperatura do ar, enquanto o aumento da nebulosidade 
pode atingir até 100%. Já os problemas relacionados aos recursos hídricos são 
uma consequência direta do aumento da demanda de água, decorrente do 
aumento da densidade populacional. 
Logo se vê que estes problemas são inerentes ao aumento das densi-
dades populacional e de construções ou, em outras palavras, ao processo de 
urbanização em si, formando um emaranhado complexo de causas e efeitos, 
relacionados de forma não biunívoca. Portanto, tal complexidade não permite 
que possa haver soluções eficientes e sustentáveis que não abranjam todos os 
processos e suas inter-relações, o que exige que se atue sobre as causas. 
Entretanto, os impactos decorrentes do processo de urbanização em 
uma bacia não são apenas de origem hidrológica. Não menos importantes são 
os impactos não hidrológicos que, no caso específico do Brasil, possuem rele-
vância bastante significativa. Devido a suas características particulares, os im-
pactos não-hidrológicos mais importantes no que concerne à drenagem urbana 
no Brasil são provenientes da ocupação do solo e do comportamento político-
administrativo. 
Dentre os problemas relativos à ocupação do solo, sobressaem-se as 
consequências da proliferação de loteamentos executados sem condições téc-
nicas adequadas, decorrente da venalidade e da ausência quase total de fisca-
lização apropriada, idônea e confiável, o que dificulta (e muito) a aplicação de 
critérios técnicos na liberação de áreas para loteamento. Como consequência 
direta da ausência absoluta da observação de normas que impeçam a ocupa-
ção de cabeceiras íngremes e de várzeas de inundação, são ocupados terre-
nos totalmente inadequados ao assentamento. Os problemas sociais decorren-
tes, principalmente, da migração interna, faz com que grandes contingentes 
populacionais se instalem em condições extremamente desfavoráveis, despro-
vidos das mínimas condições de urbanidade, inviabilizando a imposição das 
mais básicas normas de atenuação de inundações. Compostas em grande par-
te por indivíduos analfabetos ou semi-alfabetizados, estas comunidades são 
praticamente impermeáveis a qualquer tentativa de elucidação de problemas 
tipicamente urbanos. O êxodo rural e o consequente crescimento desenfreado 
 
 
 
37 
e caótico das populações urbanas no Brasil têm contribuído negativa e signifi-
cativamente aos problemas relacionados às questões da drenagem urbana. A 
inexistência de controle técnico da distribuição racional da população dificulta a 
construção de canalizações para que se possa eliminar áreas de armazena-
mento. Dentro da realidade brasileira, a hipertrofia acelerada e desordenada 
das grandes cidades faz com que dificilmente seja possível impedir o loteamen-
to e a ocupação de áreas vazias, já que não há interesse do poder público em 
desapropriá-las e ocupá-las adequada e racionalmente, fazendo que surjam 
áreas extensas e adensadas sem qualquer critério. 
Via de regra, o comportamento político-administrativo no Brasil dispensa 
quaisquer comentários. Nos ateremos apenas a suas consequências no que 
diz respeito à drenagem urbana, deixando uma discussão mais profunda sobre 
o assunto aos que estudam o código penal brasileiro. O crescimento de uma 
cidade exige que a capacidade dos condutos seja ampliada, o que aumenta os 
custos e acirra a disputa por recursos financeiros entre os diversos setores da 
administração pública, fazendo com que prevaleça, quase sempre, a tendência 
viciosa de se atuar corretivamente em pontos isolados da bacia, sendo que a 
escolha desses locais é frequentemente desprovida de quaisquer critérios téc-
nicos. A drenagem secundária é, então, sobrecarregada pelo aumento da va-
zão, fazendo com que ocorram impactos maiores na macrodrenagem. A isso, 
soma-se o fato de que, invariavelmente, as políticas corretivas de médio e lon-
go prazos são relegadas a segundo plano, devido ao populismo imediatista 
frente aos propósitos eleitorais periódicos, a cada quatro anos. Além disso, os 
grandes lobbies de especuladores junto ao poder público dificultam a aplicação 
de medidas para disciplinar a ocupação do solo. 
Devido às características do relevo, há uma tendência natural de que a 
ocupação humana de uma bacia hidrográfica ocorra no sentido de jusante para 
montante. Como quase não há controle público sobre a urbanização indiscipli-
nada das cabeceiras da bacia, além de não haver interesse político na amplia-
ção da capacidade de macrodrenagem, há um aumento significativo na fre-
quência das enchentes, o que acaba por provocar prejuízos periódicos e des-
valorização de propriedades de maneira sistemática, principalmente para as 
populações assentadas a jusante, em consequência da ocupação a montante. 
 
 
 
38 
Nota-se que os impactos de características não-hidrológicas na drena-
gem urbana se originam, em sua totalidade, nos problemas sociais brasileiros, 
consequência dos interesses políticos locais e, em última instância, da estrutu-
ra organizacional macroeconômica do país. No entanto, cabe ao engenheiro 
propor soluções técnicas a esses problemas de origem alheia à engenharia, 
mesmo em condições adversas, de difícil solução a curto e médio prazos. 
 É necessária a quantificaçãodo impacto das condições reais da urbani-
zação sobre o escoamento, para que se possa disciplinar a ocupação do solo, 
através de uma densificação que seja compatível com os riscos de inundação. 
A construção de pequenos reservatórios em parques públicos e o controle so-
bre a impermeabilização dos lotes e das vias públicas devem ser adotados an-
tes que o espaço seja ocupado. Essas medidas, quando exercidas nos está-
gios iniciais da urbanização, exigem recursos relativamente limitados. A cons-
trução de reservatórios e diques, a ampliação das calhas dos rios e outras so-
luções estruturais de alto custo podem ser evitadas com o planejamento racio-
nal da ocupação urbana. Além disso, a ampliação da calha dos rios é, de certa 
forma, um paliativo, pois há aumento da velocidade no canal, o que pode agra-
var as inundações a jusante. A construção de reservatórios não é uma solução 
barata e, se houver um nível de poluição significativo na água do rio, seu re-
presamento pode vir a se constituir em uma eventual fonte de moléstias e até 
de epidemias. 
4.2. ELEMENTOS DE MICRO-DRENAGEM URBANA 
Figura 12: Drenagem urbana. 
 
 
 
 
 
39 
 
Fonte: 
http://wiki.urca.br/dcc/lib/exe/fetch.php?media=apostila_de_drenagem_urbana_do_prof_
cardoso_neto.pdf 
Os elementos principais da micro-drenagem são os meio-fios, as sarje-
tas, as bocas-delobo, os poços de visita, as galerias, os condutos forçados, as 
estações de bombeamento e os sarjetões. 
✓ Meio-fio. São constituídos de blocos de concreto ou de pedra, situados 
entre a via pública e o passeio, com sua face superior nivelada com o 
passeio, formando uma faixa paralela ao eixo da via pública. 
✓ Sarjetas. São as faixas formadas pelo limite da via pública com os meio-
fios, formando uma calha que coleta as águas pluviais oriundas da rua. 
✓ Bocas-de-lobo. São dispositivos de captação das águas das sarjetas. 
✓ Poços de visita. São dispositivos colocados em pontos convenientes do 
sistema, para permitir sua manutenção. 
✓ Galerias. São as canalizações públicas destinadas a escoar as águas 
pluviais oriundas das ligações privadas e das bocas-de-lobo. 
✓ Condutos forçados e estações de bombeamento. Quando não há con-
dições de escoamento por gravidade para a retirada da água de um ca-
nal de drenagem para um outro, recorre-se aos condutos forçados e às 
estações de bombeamento. – 
✓ Sarjetões. São formados pela própria pavimentação nos cruzamentos 
das vias públicas, formando calhas que servem para orientar o fluxo das 
águas que escoam pelas sarjetas. 
 
 
 
 
 
 
 
 
40 
 
 
5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 
 
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https://saneamentobasico.com.br/outros/geral/interceptores-esgoto-sanitario/ 
https://www.planetasaneamento.com.br/estacao-elevatoria-agua 
https://www.eosconsultores.com.br/sistema-de-abastecimento-de-agua-funcionamento/
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