Buscar

LITERATURA-INFANTIL

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 40 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 40 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 40 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

1 
 
 
A)Quatro a seis 
 
LITERATURA INFANTIL 
 
 2 
 
 
 
 
NOSSA HISTÓRIA 
 
 
A nossa história inicia-se com a ideia visionária e da realização do sonho 
de um grupo de empresários na busca de atender à crescente demanda de 
cursos de Graduação e Pós-Graduação. E assim foi criado o Instituto, como uma 
entidade capaz de oferecer serviços educacionais em nível superior. 
O Instituto tem como objetivo formar cidadão nas diferentes áreas de co-
nhecimento, aptos para a inserção em diversos setores profissionais e para a 
participação no desenvolvimento da sociedade brasileira, e assim, colaborar na 
sua formação continuada. Também promover a divulgação de conhecimentos 
científicos, técnicos e culturais, que constituem patrimônio da humanidade, 
transmitindo e propagando os saberes através do ensino, utilizando-se de publi-
cações e/ou outras normas de comunicação. 
Tem como missão oferecer qualidade de ensino, conhecimento e cultura, 
de forma confiável e eficiente, para que o aluno tenha oportunidade de construir 
uma base profissional e ética, primando sempre pela inovação tecnológica, ex-
celência no atendimento e valor do serviço oferecido. E dessa forma, conquistar 
o espaço de uma das instituições modelo no país na oferta de cursos de quali-
dade. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 3 
 
 
 
Sumário 
NOSSA HISTÓRIA .................................................................................. 2 
1. A LITERATURA INFANTIL ............................................................. 4 
1.1 O que é literatura infantil? .............................................................. 4 
2. O INÍCIO DA LITERATURA INFANTIL BRASILEIRA ................... 13 
3.A CRIANÇA NO MUNDO DA LEITURA: a literatura infantil ............... 13 
4.LITERATURA INFANTIL E PEDAGOGIA: um breve excurso ............ 19 
5. ORIGEM E EVOLUÇÃO .................................................................... 24 
6.PANORAMA NO BRASIL ................................................................... 27 
7.REFERÊNCIAS: ................................................................................. 39 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 4 
 
 
 
1. A LITERATURA INFANTIL 
 
 
 
Imagem: 01 
 
Neste tema, faremos uma reflexão sobre os elementos que tornam um 
texto efetivamente literário. Veremos que a forma é valiosa para os textos 
literários e que, sobretudo para a literatura infantil, o elemento imaginário é a 
mola propulsora. Além disso, conheceremos os tipos de leitura e suas principais 
funções, além de compreender como cada tipo de texto traz em si uma intenção 
do autor quanto à mensagem que se quer transmitir ao leitor. 
 
1.1 O que é literatura infantil? 
Coelho (1986) argumenta que literatura é arte, é um ato criativo que, por 
meio da palavra, cria um universo autônomo, realista ou fantástico, onde os 
seres, coisas, fatos, tempo e espaço, mesmo que se assemelhem ao que 
 5 
 
 
podemos reconhecer no mundo concreto que nos cerca, ali transformado em 
linguagem, assumem uma dimensão diferente: pertencem ao universo da ficção. 
A literatura infantil tem importância fundamental em vários aspectos da 
educação das crianças, principalmente em relação à formação de alunos que 
gostam de ler, pois ela estimula-os à leitura através do atrativo e do belo que 
compõe os textos literários. Cunha (1974, p.45) afirma que: 
A Literatura Infantil influi e quer influir em todos os aspectos da educação 
do aluno. Assim, nas três áreas vitais do homem (atividade, inteligência e 
afetividade) em que a educação deve promover mudanças de comportamento, 
a Literatura Infantil tem meios de atuar. 
 O ser humano tem a necessidade fundamental de expressar seus 
pensamentos. Para isso, ele utiliza imagens, símbolos e, principalmente, 
narração. Narrar uma história é tão natural para o ser humano como o próprio 
instinto de sobrevivência. As pessoas precisam se comunicar, algo tão 
importante quanto comer ou dormir. Você já pensou nisso? 
Dessa necessidade de se comunicar com o grupo, surgiram histórias que 
se perpetuaram ao longo do tempo. Essas histórias são populares, foram 
transmitidas por meio da oralidade desde sua origem e fazem parte da tradição 
e da cultura ocidental. 
Em tempos remotos, as pessoas se juntavam em grupos ao redor de 
fogueiras, por exemplo, para narrar histórias que explicassem e resolvessem 
suas indagações; histórias que contavam a origem do mundo e do universo – 
representadas por heróis e mitos que personificavam os valores que orientavam 
aquela cultura. Isso tornava a vida em sociedade mais significativa. 
A humanidade foi se desenvolvendo, essas histórias foram sendo 
enriquecidas e, por fim, tornaram-se arte. Surge assim a literatura: 
Ela é uma construção de objetos autônomos como estrutura e 
significado; ela é uma forma de expressão, isto é, manifesta emoções e 
a visão do mundo dos indivíduos e dos grupos; ela é uma forma de 
conhecimento, inclusive como incorporação difusa e inconsciente 
(CANDIDO, 2011, p. 178-179). 
 6 
 
 
 
Agora, pensemos: se as sociedades mudam constantemente e as 
narrativas evoluem em funções das sociedades, é certo que as narrativas 
também mudam, certo? Por isso, notamos uma transformação nas histórias, que 
são contadas em diferentes versões conforme o local e a época, pois “Cada 
sociedade cria as suas manifestações ficcionais, poéticas e dramáticas de 
acordo com os seus impulsos, as crenças, os seus sentimentos, as suas normas, 
a fim de fortalecer em cada um a presença e atuação deles” (CANDIDO, 2011,p. 
177). Como você já deve imaginar, a escola (os meios pedagógicos, digamos) 
aos poucos se apropria da literatura. Isso acontece porque essas histórias 
contribuem para a formação moral do homem. E, agora sim, podemos 
compreender a importância da literatura para a formação moral da humanidade. 
Os valores que a sociedade preconiza, ou os que considera prejudiciais, 
estão presentes nas diversas manifestações da ficção, da poesia e da 
ação dramática. A literatura confirma e nega, propõe e denuncia, apoia 
e combate, fornecendo a possibilidade de vivermos dialeticamente os 
problemas (CANDIDO, 2011, p. 177). 
 
 Mas você sabe qual é, afinal, o conceito de literatura? O termo literatura 
começou a ser usado para distinguir e classificar os textos de escrita imaginativa 
somente a partir do final do século XVIII. Foi principalmente com Madame de 
Stael, em sua obra Sobre a literatura considerada em suas relações com as 
instituições sociais, que teve início uma defesa do texto literário em relação às 
demais produções escritas. O objetivo de Madame de Stael era distinguir os 
textos literários, os quais buscavam descrever a realidade, simbolicamente, dos 
textos científicos, envolvidos por forte objetividade e raciocínio lógico. Assim, ela 
queria mostrar que os textos literários contemplam a imaginação e dedicam-se 
à construção de uma nova realidade, ao passo que os textos científicos visam a 
comprovação, por meio da lógica, da ciência e da objetividade, do que existe e 
do que não existe no mundo. 
 Ao longo dos séculos, essa distinção entre o pensamento lógico 
(científico) e o imaginativo (literário) consagrou-se. 
 7 
 
 
O (texto) literário traz a marca da invenção e da quebra de padrões de 
escrita e de representação do mundo e do homem. Já a ciência procura 
na precisão, na comprovação, nas relações necessárias entre causas e 
efeitos explicar o modo como a noção de realidade se constrói nos seres 
humanos (COSTA, 2007. P 16). 
 
Em razão dessa diferenciação – inicialmente simples,mas que se tornou 
complexa com o passar do tempo – foi possível chegar aos conceitos de 
literatura que conhecemos hoje. 
 Delimitaremos a literatura infantil, em nosso estudo, como aquela que se 
relaciona “direita e exclusivamente com a arte da palavra, com a estética e com 
imaginário” (COSTA, 2007, p. 16). Assim, vamos nos basear na seguinte 
definição para aprofundar nossos estudos: 
O que é literatura infantil? Objeto cultural. São histórias ou poemas que 
ao longo dos séculos cativam e seduzem as crianças. Alguns livros nem 
foram escritos para elas, mas passaram a ser considerados literatura 
(AGUIAR, 2001, p. 16 apud COSTA, 2007, p. 16). 
 
 Para melhor elucidar esse conceito da literatura infantil, vamos refletir 
sobre as palavras da professora Graça Paulino: 
 
Os textos literários envolvem, simultaneamente, a emoção e a razão em 
atividade. Sua organização provoca surpresa por fugir do padrão 
característico da maioria dos textos em circulação social. E fugir ao 
padrão hegemônico não quer dizer negar qualquer padrão. Os padrões 
literários existem e devem ser conhecidos também pelo leitor. Trata-se, 
portanto, de uma leitura que exige habilidades e conhecimentos de 
mundo, de língua e de textos bem específicos de seu leitor. E no 
momento mesmo da leitura literária todo esse repertório vai-se 
modificando, sendo desestabilizado por sua pluralidade e ambiguidade. 
Esse seria o processo de produção do conhecimento característico da 
leitura literária. (PAULINO, 1999, p. apud COSTA, 2007, p. 16). 
 
 Assim, a produção literária, tanto a voltada para o público adulto quanto 
para o infantil, deve atender a determinados critérios, afinal, são eles que 
distinguem o texto literário do texto não literário. Você já deve ter reparado que 
alguns textos diferem de outros em muitos aspectos: uma receita de bolo não é 
redigida da mesma maneira que uma notícia de jornal, assim como uma notícia 
 8 
 
 
de jornal também não é escrita da mesma maneira que um poema. Então, o que 
caracteriza um texto como receita de bolo, notícia de jornal ou poema? A 
resposta é a forma. A literatura é a arte da palavra? Sim! A literatura também é 
um tipo de arte. Vamos pensar nessa arte? Alguns textos apresentam 
características muito especiais. Estes são chamados textos literários. Mas quais 
seriam essas características especiais? A forma como algo é escrito faz muita 
diferença em seu entendimento. Um texto, por exemplo, pode ser escrito em 
verso ou em prosa. Normalmente, os poemas são escritos em verso, porém 
sempre há exceções; já os contos, os romances e as crônicas, em geral, são 
escritos em prosa – mas também há exceções. Quando um escritor cria um texto 
literário, ele se preocupa com a forma do que será escrito, e não apenas com o 
conteúdo. 
Na literatura infantil, sobretudo, o elemento imaginativo é fundamental. É 
ele que dá vida à história. Para entendermos como funciona esse “toque’ 
imaginativo, vamos ler um trecho do conto “O pássaro de ouro”, dos irmãos 
Grimm: 
Um certo rei tinha um maravilhoso jardim, e neste jardim havia uma 
árvore que dava maçãs douradas. As maçãs eram sempre contadas, e 
perto da época de amadurecerem notou-se que toda noite uma delas 
sumia (GRIMM, 2001, p. apud COSTA, 2007, p. 18). 
 
Notamos, no texto, que as palavras jardim, árvore e maçã, embora se 
refiram a elementos que fazem parte da realidade – todos nós conhecemos 
jardins, árvores e maçãs, certo? –, no contexto da história fantasiosa assumem 
uma característica também fantástica. Pensemos: “ o maravilhoso jardim de um 
rei” não pode ser qualquer jardim, “uma árvore que produz maçãs douradas” só 
pode ser uma árvore especial. Você percebeu como essa caracterização mexe 
com nossa capacidade de imaginar um universo completamente diferente, 
encantado e maravilhoso? Se ainda não ficou claro, leia, então, o trecho a seguir: 
“A maçã contém quercetina, um poderoso antioxidante que, em ratos, protege 
os neurônios da degeneração e pode fazer o mesmo em seres humanos. A 
casca é rica em substâncias que combatem doenças” (MAÇÃ., 2013, s/p). 
 9 
 
 
Você notou as diferenças entre o primeiro e o segundo texto? No primeiro, 
a maçã é um elemento misterioso, fantástico, e seus atributos químicos não são 
contabilizados, pois não têm importância naquele contexto. No segundo texto, a 
fruta é descrita no sentido de compreendermos seus benefícios à saúde. Assim, 
percebemos que o mesmo elemento pode ter abordagens distintas, e uma 
dessas abordagens pode ser literária, como é o caso do primeiro texto. 
 
Por trás da definição de literatura está um ato de seleção e exclusão, 
cujo objetivo é separar alguns textos, escritos por alguns autores, do 
conjunto de textos em circulação. Os critérios de seleção, segundo boa 
parte dos críticos, é a literariedade imanente aos textos, ou seja, afirma-
se que os elementos que fazem de um texto qualquer uma obra literária 
são internos a ele e dele inseparáveis, não tendo qualquer relação com 
questões externas à obra escrita, tais como o prestígio do autor ou da 
editora que o publica, por exemplo (ABREU, 2006, p. 39 apud COSTA, 
2007, p. 19-20). 
 
 Ficou claro para você que os elementos que vão definir um texto como 
literário ou não são internos e inerentes a ele? A consagração de determinado 
texto se dá de dentro para fora, ou seja, é o texto em si que prestigia seu autor, 
e não o oposto. 
Tendo em vista o contexto escolar, o qual está fundamentalmente 
relacionado ao uso da literatura infantil, podemos afirmar que essa distinção 
entre diferentes gêneros textuais (literários e não literários) é útil ao professor no 
sentido de auxiliá-lo na tarefa de trabalhar com os textos, pois o conhecimento 
da literatura se expande para outras áreas, como aquelas que contemplam os 
saberes históricos e culturais. O que isso quer dizer? Pensemos: se a literatura 
é um fenômeno cultural e histórico, esta é passível de receber definições 
distintas em certo contexto social e histórico. Logo, essa experiência muda em 
certas épocas e locais. 
A essa altura, você deve estar se perguntando como é possível o leitor 
infantil, ser despertado por esse universo imaginário se o contexto social e 
histórico da literatura pode ser tão volátil. Bem, aqui entra a figura do professor, 
pois é ele quem desperta os estudantes para os encantamentos da literatura e 
 10 
 
 
os conduz inicialmente na leitura dos textos. Vejamos o que diz Regina 
Zilberman a esse respeito: 
Ao professor cabe o desencadear das múltiplas visões que cada criação 
literária sugere, enfatizando as variadas interpretações pessoais (...) em 
razão de sua percepção singular do universo representado 
(ZILBERMAN, 2003, p. 28 apud COSTA, 2007, p. 20). 
 
Ficou claro para você a importância fundamental do professor como 
aquele que vai despertar o desejo da leitura em seus alunos? 
O papel do professor no processo de conquistar seus alunos é por 
demais relevante, de tal sorte que, caso seu desempenho demonstre 
desconhecimento da natureza da literatura e da leitura, poderá criar em 
seus alunos a recusa e o afastamento dos livros (COSTA, 2007, p. 20). 
 
Podemos compreender, portanto, que, na sala de aula, a literatura infantil 
assume uma função formadora, mas esta não pode ser confundida com uma 
função pedagógica. O professor pode e deve valer-se da natureza ficcional da 
literatura para trazer à luz vários conhecimentos e concepções de mundo. Que 
fique claro, contudo, que não se trata de fazer uso da literatura como “súdita do 
ensino de boas maneiras (de se comportar e ser ou de falar e escrever, ela se 
apresenta como o elemento propulsor que levará a escola à ruptura com a 
educação contraditória e tradicional” (ZILBERMAN, 203, p. 25 apud COSTA, 
2007, p.20). 
Tendo em vista a importância do trabalho da literatura na escola, pois é 
por meio dela que podemos formar cidadãos críticos e leitores, vamos estudar 
quais são as possíveis funções da leitura e da literatura na escola. 
Função 
 
De acordo com Richard Bamberger (2000, p. 41 apud COSTA, 2007, 
p.21), os tipos de leitura têm funções diferentes. Vejamos: 
Leitura informativa – tem a função de informar. Deve merecer mais 
confiança do que aquilo que é dito oralmente. 
 11 
 
 
Leitura escapista – serve como válvula de escape, ou seja, o prazer que 
não se encontra na vida, busca-se na leitura. 
Leitura literária – diz respeito a uma busca que vai além da realidade. 
Esse tipo de leitura procura um significado interno, um reconhecimento simbólico 
do que se passa no cotidiano. Apesar de a educação literária visar esse tipo de 
leitor, poucas pessoas se conservam no nível de leitores literários durante a vida. 
Leitura cognitiva – esse tipo de leitura se equipara à filosofia, pois busca 
o conhecimento e a compreensão do homem e do mundo. 
Esses quatro tipos de leitura são igualmente importantes para a formação 
do leitor crítico, desse modo, a escola deve trabalhar textos variados. 
Vejamos a seguir outra maneira de abordar essas funções da leitura, 
contemplando sua aplicação no trabalho docente e suas implicações 
metodológicas. Para começar, vamos resumir as funções da literatura a partir de 
três vertentes (COSTA, 2007. P. 22): 
1- Quanto à abrangência – individual ou social, privada ou pública. 
2- Quanto à relação entre autor, mensagem e leitor – informar, 
educar, entreter, persuadir, expressar uma opinião ou ideia. 
3- Quanto aos objetivos da formação de leitores – experiências 
pessoais, aprendizagem e conhecimento como fonte de prazer, prazer da leitura 
sem compromisso, construção do leitor crítico. 
 
Vejamos em detalhes cada uma dessas funções. 
 
Quanto à abrangência individual ou social – inicialmente, o contato 
entre o autor e o leitor, por meio da obra, é lento e silencioso. O leitor aos poucos 
decifra as palavras do autor, em um processo gradativo no qual ele tateia as 
ideias linha a linha. Assim, o primeiro momento é sempre individual, mas em um 
segundo momento é possível tornar a leitura algo social. Como? Por meio de 
debates, resumos orais, seminários. São essas situações que transpõem a 
leitura individual e solitária para um ato de compartilhamento. Se pensarmos na 
gênese do que constitui uma narrativa, verificaremos que a natureza da literatura 
é profundamente social. Lembra-se do que falamos no início desta unidade 
sobre a necessidade do ser humano de compartilhar suas ideias e seus eventos 
do cotidiano? Pois é exatamente isso. 
 12 
 
 
Também temos de levar em conta que, além da linguagem em si 
(fundamental para a constituição da literatura, como bem sabemos), a literatura 
aborda os temas pertinentes ao universo da vida humana, incluindo sentimentos, 
medos, desejos e experiências. 
Quanto à abrangência privada ou pública – esse aspecto diz respeito ao 
acesso ao livro. É fundamental que se crie o hábito da leitura e que o livro faça 
parte do cotidiano das pessoas. Na esfera privada, criar uma minibiblioteca no 
quarto de estudos ou de dormir e conservar livros como objetos preciosos são 
atitudes que ajudam na formação e no desenvolvimento do leitor. Já no que diz 
respeito ao âmbito público, às escolas cabe o papel de mantenedoras de 
grandes acervos em bibliotecas, de modo a propiciar a circulação dos livros. 
Essa movimentação é fundamental para que as ideias circulem no ambiente, o 
que contribui para o efeito multiplicador do conhecimento e do comportamento 
crítico. 
Quanto à relação entre autor, texto e leitor – para compreendermos essa 
relação, vamos observar o quadro 1. 
 
Finalidade do emissor 
da mensagem 
Objetivos do emissor 
para prender a 
atenção do público 
Público a que se dirige 
 
 
Informar 
Comunicar algo novo ou 
importante de forma 
clara, exata e rápida. A 
informação pode estar 
relacionada a fatos, 
nomes, datas, lugares 
etc. 
Leitor médio (público 
geral) que precisa de 
informação prática. 
Leitor especializado que 
necessita de informação 
especial ou técnica. 
 
Educar 
Ensinar, treinar, explicar 
uma técnica ou um 
modo de fazer. Por 
exemplo, ensinar a 
construir uma maquete 
etc. também é parte do 
ato de educar 
incrementar 
gradualmente o 
conhecimento do leitor 
sobre determinado 
assunto. 
Leitor que tem um 
conhecimento sobre 
uma técnica ou um 
tema inferior ao 
necessário. 
Quadro: 01 
 
 13 
 
 
 
2. O INÍCIO DA LITERATURA INFANTIL 
BRASILEIRA 
 
 
De acordo com Cademartori (2010), em meados dos anos de 1986, 
período em que escreveu a primeira edição de O que é literatura infantil, o gênero 
literário destinado às crianças começou a ser alvo de discussões e a ser 
valorizado pela comunidade acadêmica. Nesta época o Ministério da Educação 
distribuiu livros literários para as crianças nas escolas e bibliotecas do país. Essa 
iniciativa pioneira era denominada, Programa Salas de Leitura e era 
desenvolvido pela Fundação de Assistência ao Estudante. 
Conforme Frantz (2011), a história da literatura infantil brasileira começa 
com Monteiro Lobato. Ele foi o primeiro autor que escreveu para as crianças 
brasileiras, histórias com qualidade literária. Antes a literatura destinada às 
crianças, era a literatura européia clássica, tradicional, traduzida ou adaptada 
para o idioma brasileiro. Em 1921 Monteiro Lobato publica a obra que inaugura 
a literatura infantil brasileira, intitulada A menina do narizinho arrebitado. 
 
3.A CRIANÇA NO MUNDO DA LEITURA: a 
literatura infantil 
 
 14 
 
 
Imagem: 02 
 
De acordo com Carvalho (1989) a literatura – mitos, estórias, contos, 
poesias, qualquer que seja a sua forma de expressão, é um das mais nobres 
conquistas da humanidade, a conquista do próprio homem. É conhecer, 
transmitir e comunicar a aventura do ser. Só esta realidade pode oferecer-lhe a 
sua verdadeira dimensão. Só esta aventura pode permitir-lhe a ventura da 
certeza de ser. Zilberman (1994, p.22) argumenta o que segue: 
A literatura sintetiza, por meio dos recursos da ficção, uma realidade, que 
tem amplos pontos de contato com o que o leitor vive cotidianamente. Assim, 
por mais exacerbada que seja a fantasia do escritor ou mais distanciada e 
diferente as circunstâncias de espaço e tempo dentro das quais uma obra é 
concebida, o sintoma de sua sobrevivência é o fato de que ela continua a se 
comunicar com o destinatário atual, porque ainda fala de seu mundo, com suas 
dificuldades e soluções, ajudandoo, pois, a conhecê-lo melhor. 
É fundamental que cada criança tenha o gosto, o prazer pela leitura, pois 
essa é uma dimensão essencial na vida de qualquer ser humano. Quando lemos 
estamos exercitando a mente e aguçando nossa inteligência. De acordo com 
Moric (1974), a literatura constitui uma arte, mas também representa um meio 
de educar o jovem leitor, desenvolver sua percepção estética do mundo, refinar 
suas qualidades, revelar sua inteligência, sua concepção do mundo, suas ideias, 
seu gosto. Nas palavras de Góes (2010, p.47): 
O desenvolvimento da leitura entre crianças resultará em um 
enriquecimento progressivo no campo dos valores morais, da cultura da 
linguagem e no campo racional. O hábito da leitura ajudará na formação da 
opinião e de um espírito crítico, principalmente a leitura de livros que formam o 
espírito crítico, enquanto a repetição de estereótipos empobrece. 
 Os textos literários são fundamentais às crianças, pois mexem com suas 
fantasias, emoções e intelecto, sendo apresentados a elas com uma estética 
atrativa e também porenvolverem o lúdico. Bordini (1985, p. 27-28) afirma o 
seguinte “os textos literários adquirem no cenário educacional, uma função 
única, singular: aliam à informação o prazer do jogo, envolvem razão e emoções 
numa atividade integrativa, conquistando o leitor por inteiro e não apenas na sua 
esfera cognitiva”. 
 15 
 
 
É através das emoções, ludismo, imaginação e fantasias que a criança 
apreende, ou seja, entende a realidade, dando-lhe um significado. 
 
 
Imagem: 03 
 
 
Diante de um mundo globalizado em que o poder da mídia é massificador, 
é de extrema importância que pais e professores atuem em conjunto 
despertando nas crianças desde os anos inicias, o desejo pela leitura. Desta 
forma, no decorrer dos anos à medida que forem amadurecendo, poderão ser 
adultos capazes de fazer uma leitura além do que lhes está exposto, ou seja, o 
que mundo globalizado quer realmente expressar ou difundir nas entrelinhas. 
A literatura infantil é o caminho que leva as crianças ao mundo da leitura 
de maneira divertida, pois através de seu caráter mágico e lúdico faz com que a 
atenção das crianças se volte a ela. Entretanto, a escola muitas vezes não tem 
proporcionado aos seus alunos esse caráter mágico e lúdico da literatura infantil. 
A leitura não é apresentada à criança como algo belo e prazeroso, daí vem à má 
formação de nossos leitores. Desta forma, teremos adultos que não sentem 
prazer pela leitura e nem a adotam como uma prática social indispensável. Cabe 
assim, aos professores essa árdua tarefa. Eles precisam produzir atividades 
 16 
 
 
divertidas, desenvolver em suas aulas metodologias diversificadas, fugindo 
assim de atividades rotineiras que desligam os alunos do prazer pela leitura. 
 A escola tem como um dos objetivos primordiais, preparar o educando 
para exercer a cidadania, em que se procura alcançar uma educação 
transformadora e libertadora, mas como ela alcançará esse objetivo se não 
formar leitores praticantes que sejam conscientes dos direitos e deveres que 
constituem a cidadania? Uma educação humanizante tem que obrigatoriamente 
focar a prática da leitura. Nas palavras de Maria (2002), a eficácia da escola 
pode ser medida no modo como conseguiu prover o aluno de competência 
linguística para o exercício consciente de 
sua cidadania. 
 Como somos conhecedores, teoria e prática não devem andar separadas 
ou desvinculadas, por isso o professor que deseja despertar nos seus 
educandos o gosto pela leitura, deve ser antes de tudo um constante leitor, 
fazendo com que suas palavras tenham um real valor para as crianças e para si 
mesmo. E sendo um mediador do diálogo entre o texto e o leitor. De acordo com 
Maria (2002), para acompanhar o processo de formação do aluno-leitor é 
imprescindível que o professor tenha construído ou esteja construindo, para si 
próprio, uma história de leitor. 
Mas porque damos tanta ênfase à leitura? Através da leitura podemos ler 
o mundo que nos rodeia, fazendo indagações e passando a compreender a 
realidade. Segundo Manguel (1997), todos lemos a nós e ao mundo à nossa 
volta para vislumbrar o que somos e onde estamos. Lemos para compreender 
ou para começar a compreender. Não podemos deixar de ler. Ler, quase como 
respirar, é nossa função essencial. 
Afinal, quais as características que as obras literárias dadas às crianças 
devem possuir? Frantz (2011, p. 53-60) destaca algumas características que 
precisam ser evitadas para que a leitura não se torne desagradável para as 
crianças. São elas: 
 
 a) Didatismo e pedagogismo: a leitura tem sido utilizada apenas como fins 
didático-pedagógicos; 
 17 
 
 
b) Moralismo: os livros infantis estão repletos de histórias que almejam 
unicamente a transmissão de normas de comportamento que levem a criança a 
ser da maneira como os adultos desejam. 
c) Adultocentrismo e paternalismo: o mundo adulto com todos os seus 
preconceitos e valores sobrepõem-se aos valores do mundo infantil, sufocando-
os. 
d) Visão fechada de mundo: alguns autores apresentam a seus leitores 
infantis um mundo pronto, acabado, de valores absolutos e inquestionáveis. 
e) Infantilismo: há textos que parecem se destinar a um leitor que só 
entende a linguagem do “inho” e da “inha”, subestimando a criança, entendendo 
o ser infantil como um ser menor, inferior, ao qual se deve oferecer uma literatura 
igualmente inferior e de menor qualidade. 
Tornam-se evidente que as obras literárias devem possuir algumas 
dessas características, mas tudo de maneira equilibrada, sem inferiorizar a 
criança. 
A literatura infantil dada nos anos iniciais não pode deixar de privilegiar a 
poesia infantil, pois nos textos poéticos direcionados ao público infantil a 
valorização do lúdico está muito presente, o que atrai de maneira significativa as 
crianças. Segundo Frantz (2011, p.122): 
 
A poesia convida-nos a viver a fantasia a soltar a imaginação, a sentir a 
realidade de maneira especial, mágica, a ver e buscar sentidos em tudo 
que nos rodeia e a expressá-los de forma simbólica, lúdica, criativa, 
nova, prazerosa... poética. É quando o belo se sobrepõe ao útil. 
 
A criança é inserida no mundo da leitura mesmo antes de saber ler, pois 
o primeiro contato com a leitura se dá por meio da audição de histórias. Com 
tantos avanços tecnológicos, ouvir histórias contadas parece não despertar o 
interesse em ninguém, entretanto 6 muitas crianças gostam da maneira com o 
professor se expressa corporalmente e verbalmente ao contar uma história. 
Ao ouvir histórias a criança não é envolvida apenas no aspecto emocional, 
mas também cognitivamente, pois seu pensamento é estimulado a buscar 
significação para o que ela está ouvindo e elabora internamente esse universo 
significado. De acordo com Barbosa (1999, p. 22): 
 18 
 
 
Para a criança, ouvir histórias estimula a criatividade e formas de 
expressão corporal. Sendo um momento de aprendizagem rica em estímulos 
sensoriais, intelectuais, dá-lhe segurança emocional. 
Ouvir histórias também ajuda a criança a entrar em contato com suas 
emoções, supre dúvidas e angústias internas. Através da narrativa a criança 
começa a entender o mundo ao seu redor e estabelecer relações com o outro, a 
socialização. Consequentemente, são mais criativas, saem-se melhor no 
aprendizado e serão adultos mais felizes 
Os contos de fadas também são essenciais. Nas palavras de Jesualdo 
(1993, p.136- 137), existem pessoas contrárias a se darem contos de fadas às 
crianças: Os homens graves e, mais que graves dotados de um espírito que não 
vacilamos em qualificar de falsamente racionalista ou científico são contrários a 
que se narre contos de fadas às crianças. Dizem eles que “essas bobagens 
somente contribuem para falsear o espírito, gerar nas crianças o gosto pelo 
maravilhoso, incliná-las à credulidade e a afogar nelas o germe de todo sentido 
crítico”. 
Entretanto, isso não é cabível, pois à medida que a criança vai crescendo 
e amadurecendo ela toma consciência do que é real, na ficando presa ao mundo 
da fantasia. 
Os contos de fadas são carregados de significados e não podem ser 
esquecidos nas leituras que as crianças farão e as que lhes serão dadas. 
Bettelheim (1980, p.14) explica: 
Esta é a mensagem que os contos de fadas transmitem às crianças de 
forma múltipla: uma luta contra as dificuldades graves na vida é inevitável, é 
parte intrínseca da existência humana; e se a pessoa não se intimida, mas se 
defronta de modo firme com as pressões inesperadas e muitas vezes injustas, 
ela dominará todos os obstáculos e, ao fim, emergirá vitoriosa. 
Também em relação à composição das bibliotecas infantis, elas devem 
ser repletas com bons e atrativos livros. Conforme Meireles(1984, p. 145-146): 
As bibliotecas infantis [...], têm a vantagem não só de permitirem à criança uma 
enorme variedade de leituras, mas de instruírem os adultos acerca de suas 
preferências. Pois, pela escolha feita, entre tantos livros postos à sua disposição, 
a criança revela o seu gosto, as suas tendências, os seus interesses. 
 19 
 
 
A biblioteca é um lugar de obtenção de informações, por isso o livro deve 
ser valorizado. Nas palavras de Góes (2010, p. 55): 
No bombardeio visual dos dias que correm, a biblioteca tem um papel tão 
essencial quanto insubstituível [...]. A biblioteca deveria, pois, ser um lugar 
de intercâmbio, troca, informação, integração na comunidade [...]. É princípio das 
bibliotecas proporem atividades bem diversas. Porém essas atividades só 
devem existir se derivarem de uma relação com o livro. 
O livro infantil deve ter o objetivo de sempre chamar a atenção da criança 
logo que ela o vê. Alguns livros falham no que diz respeito ao aspecto ilustrativo. 
 Entretanto, isso não pode ocorrer nos livros infantis, pois as ilustrações 
trazem informações significativas, mostrando como são os personagens. Dessa 
forma, dáse uma maior veracidade à história. 
Palo e Oliveira (2006, p.15), dizem que nos livros o mais comum é o 
aparente diálogo que, no fundo, esconde um tom único, monológico, 
privilegiando a informação construída pelo texto verbal em detrimento daquela 
oriunda do visual. 
 
 
4.LITERATURA INFANTIL E PEDAGOGIA: um breve 
excurso 
 
Historicamente, embora seja possível encontrar livros escritos para 
crianças anteriormente ao século XVIII, a emergência da literatura infantil, como 
um campo literário, está estreitamente relacionada com a emergência da 
sociedade burguesa, quando a prática da leitura literária se tornou central não 
apenas para crianças, mas para toda a sociedade. Conforme as pesquisadoras 
Marisa Lajolo e Regina Zilberman (1998), 
 
Se é certo que leitores sempre existiram em todas as sociedades nas 
quais a escrita se consolidou enquanto código, como se sabe a 
propósito dos gregos, só existem o leitor, enquanto papel de 
materialidade histórica, e a leitura enquanto prática coletiva, [itálicos no 
original] em sociedades de recorte burguês, onde se verifica no todo ou 
em parte uma economia capitalista. Esta se concretiza em empresas 
industriais, comerciais e financeiras, na vitalidade do mercado 
consumidor e na valorização da família, do trabalho e da educação. (p. 
16) 
 20 
 
 
 
 
 Os primeiros livros endereçados para crianças surgiram, portanto, no 
contexto da ascensão da burguesia, na Europa, e estavam repletos de intenções 
morais e pedagógicas explícitas, pois eram produzidos com o intuito de constituir 
cidadãos devidamente alfabetizados e alinhados com as necessidades e as 
visões de mundo daquela sociedade. 
Para atingir tais objetivos, alguns autores da época mesclavam histórias 
e poemas a lições destinadas a ensinar leitura e escrita, incluindo abecedários, 
além de regras de comportamento e moral. Essa tendência pode ser observada, 
entre outros, já nos livros da britânica Mary Cooper, The Child’s New Play-thing, 
publicado em 1742, e de John Newbery, A Little Pretty Pocket-Book, publicado 
originalmente em 1744. 
Vários autores daquele período ficaram conhecidos pela ênfase 
acentuada em ensinamentos morais e religiosos, podendo-se destacar, nesse 
sentido, os livros Simple Susan, publicado em 1798 por Maria Edgeworth, The 
Story of the Robins, publicado por Sarah Trimmer em 1786, The History of the 
Fairchild Family, publicado em 1818 por Mary Martha Sherwood, entre muitos 
outros (Russell, 2015, p. 7). 
No Brasil, foi somente a partir do século XIX que surgiram livros nacionais 
de literatura endereçados a crianças, embora a maior parte fosse constituída por 
traduções e adaptações de obras europeias, principalmente portuguesas. 
Conforme advertem Regina Zilberman e Marisa Lajolo (1993), já naquela época, 
a escola era “a destinatária prevista para estes livros, que nela circulam como 
leitura subsidiária ou como prêmio para os melhores alunos” (p.19). 
Mais tarde, no início do século XX, autores brasileiros como Olavo Bilac, Viriato 
Correa, Manuel Bonfim, Júlia Lopes de Almeida, Adelina Lopes Vieira, entre 
outros, passaram a escrever obras para crianças, baseados na crença burguesa 
segundo a qual a literatura, e especialmente a poesia, seria um instrumento 
pedagógico eficiente para ensinar, na escola e fora dela, os valores morais, 
cívicos e religiosos que a sociedade de então considerava apropriados e 
necessários para uma boa formação. Nas palavras de Gregorin Filho (2011), 
Educação e leitura no Brasil, do final do século XIX até o surgimento de 
Monteiro Lobato, viviam alicerçadas nos paradigmas vigentes, ou seja: o 
 21 
 
 
nacionalismo, o intelectualismo, o tradicionalismo cultural com seus modelos de 
cultura a serem imitados e o moralismo religioso, com as exigências de retidão 
de caráter, de honestidade, de solidariedade e de pureza de corpo de alma em 
conformidade com os preceitos cristãos. (p. 16) 
Assim como na Europa, também no Brasil, portanto, a produção de livros 
para crianças esteve marcada, desde seu início, por intenções morais e 
pedagógicas vinculadas ao universo cultural de uma burguesia emergente, 
sendo o espaço escolar o locus de consumo prioritário dessas obras. 
Na Europa, é possível dizer que o rompimento com o pedagogismo da 
literatura infantil teve seu início já na era vitoriana, com a publicação de Alice no 
país das maravilhas, por Lewis Carroll, em 1865. No Brasil, Monteiro Lobato foi 
pioneiro na escrita de uma obra literária que explorava prioritariamente o lúdico 
e a imaginação infantil em detrimento de ensinamentos explícitos. Contudo, 
somente a partir da década de 60 do século XX, houve um crescimento 
realmente expressivo de obras infantis no contexto brasileiro, especialmente de 
narrativas, o qual foi acompanhado pela melhoria também da sua qualidade 
artístico-literária. Já a poesia, segundo Zilberman (2005), passou por uma 
revitalização, em termos de quantidade e qualidade, principalmente a partir da 
década de 1980, quando houve uma valorização do gênero no Brasil, o que levou 
um número cada vez maior de poetas a se dedicarem a esse tipo de produção. 
Desde então, ao invés da perspectiva do adulto que pretende ensinar 
algo, é possível encontrar uma quantidade muito significativa de livros que 
priorizam o universo e a perspectiva infantis. No lugar de informações utilitárias, 
conhecimentos escolares e valores morais explícitos, autores contemporâneos 
têm valorizado a qualidade literária e o lúdico, que podem se manifestar tanto 
por meio das temáticas abordadas quanto da liberdade para experimentações 
com o significante linguístico. Têm se tornado cada vez mais comuns projetos 
intersemióticos ousados, ligando ilustração/imagens e texto linguístico de modo 
tão integrado que se chega frequentemente a uma linguagem híbrida. Além 
disso, questões densas e existenciais como a morte e a velhice, entre outras, 
também são apresentadas na perspectiva infantil, evitando-se respostas fáceis 
e enredos óbvios. 
A crítica literária não permaneceu isenta diante desse novo contexto. 
Maria da Glória Bordini (1986), em um estudo sobre a crítica voltada para a 
 22 
 
 
produção infantil nas décadas de 70 e 80 do século XX, vislumbrou uma 
mudança de perspectiva introduzida pelo trabalho de acadêmicos nas 
universidades, nas quais foram sendo instituídas disciplinas específicas de 
literatura infantil desde então, o que, segundo a pesquisadora, levou a “uma 
reviravolta do foco sobre o elemento humanísticoformativo para o estético-
ideológico”(p. 97). 
A partir dessas iniciativas, as análises acadêmicas passaram a privilegiar 
aspectos propriamente literários em detrimento de aspectos pedagógicos, 
valorizando a autonomia artística das obras infantis e tornando ainda mais 
refinado o olhar do leitor universitário para diferenciar obras cujo fim é 
proporcionar uma experiência de fruição literária de obras produzidas como mero 
pretexto para o ensino de gramática, números, informações sobre história e 
geografia, valores morais, etc. 
Por outro lado, a escola continuou sendo o lugar privilegiado para o 
consumo das obras literárias infantis e infantojuvenis. O mercado desses livros 
se expandiu devido aos programas de incentivo do governo, existentes desde a 
década de 1960, tais como a Fundação do Livro Escolar, a Fundação Nacional 
do Livro Infantil e Juvenil, a Academia Brasileira de Literatura Infantil e Juvenil, 
entre outros (Lajolo, 1986). Atualmente, destaca-se o Programa Nacional 
Biblioteca da Escola (PNBE), instituído em 1997 e executado pelo Fundo 
Nacional de Desenvolvimento e Educação (FNDE), em parceria com a 
Secretaria de Educação Básica do Ministério da Educação (SEB/MEC). O 
principal leitor da literatura infantil contemporânea, portanto, não é simplesmente 
a criança, mas a criança escolarizada. 
Se a escolarização da literatura infantojuvenil, de um lado, tem sido a 
responsável por sua vitalidade no Brasil, na medida em que garante grandes 
públicos consumidores, de outro lado, também tem gerado práticas que 
obliteram sua dimensão artística e literária. Para Graça Paulino (2010), 
 
O problema está na constituição anti-estética ou a-estética dos cânones 
escolares de leitura. Os modos escolares de ler literatura nada têm a ver 
com a experiência artística, mas com objetivos práticos, que passam da 
morfologia à ortografia sem qualquer mal-estar. Se for perguntado a um 
incauto mestre que tipo de leitor quer formar, possivelmente a resposta 
passará por idealizações distantes das práticas culturais concretas. 
(p.161) 
 
 23 
 
 
 A dificuldade de muitos educadores para realizar atividades significativas 
de leitura literária na escola, aliada ao discurso segundo o qual seria mais 
apropriado abordar textos imagéticos e outros gêneros textuais supostamente 
mais alinhados com a cultura contemporânea, tem levado alguns educadores a 
defender, inclusive, o fim do ensino da literatura. Segundo Rildo Cosson (2014,), 
“para muitos professores e estudiosos da área das Letras, a literatura só se 
mantém na escola por força da tradição e da inércia curricular, uma vez que a 
educação literária é um produto do século XIX que já não tem razão de ser no 
século XX” (p.20). 
 Por outro lado, é preciso ressaltar que o universo acadêmico brasileiro 
não tem permanecido indiferente a essa problemática, o que se comprova pela 
existência de uma produção consistente de livros e artigos recentes que 
procuram articular o campo pedagógico a questões de leitura literária. Nesse 
contexto, muitos pesquisadores têm enfrentado o seguinte dilema: “Se hoje não 
faz mais sentido utilizar obras literárias como meros pretextos para atividades 
didáticas e pedagógicas em sentido restrito, o que deve ser ensinado quando se 
trabalha com a literatura no espaço escolar ou em outros espaços de 
formação?”. 
Essa pergunta vem sendo respondida a partir de diferentes perspectivas 
teóricas e discursos que enfatizam o caráter formativo da literatura infantil e sua 
importância no contexto escolar. Muitas dessas discussões têm sido divulgadas 
em livros que, entrementes, são referência no campo e bibliografia obrigatória 
em cursos de Letras e Pedagogia. 
Tais discussões também se fazem presentes em eventos como as 
reuniões nacionais da Associação Nacional de Pós-Graduação em Educação e 
em Letras (ANPED e ANPOLL), bem como em diferentes revistas e periódicos 
vinculados às áreas da Educação e das Letras. Nesse sentido, pode ser citado 
um trabalho de mapeamento do campo realizado por Silveira e Bonin (2013), 
que analisaram os artigos apresentados nas reuniões anuais da Anped – da 23ª 
a 32ª (2000 a 2012) – os quais focalizavam a literatura infantil e infantojuvenil. 
 
 
 
 
 24 
 
 
 
 
5. ORIGEM E EVOLUÇÃO 
 
A célula máter da Literatura Infantil, hoje conhecida como "clássica", 
encontra-se na Novelística Popular Medieval que tem suas origens na Índia. 
Descobriu-se que, desde essa época, a palavra impôs-se ao homem como algo 
mágico, como um poder misterioso, que tanto poderia proteger, como ameaçar, 
construir ou destruir. 
São também de caráter mágico ou fantasioso as narrativas conhecidas 
hoje como literatura primordial. Nela foi descoberto o fundo fabuloso das 
narrativas orientais, que se forjaram durante séculos a.C., e se difundiram por 
todo o mundo, por meio da tradição oral. 
 A Literatura Infantil constitui-se como gênero durante o século XVII, 
época em que as mudanças na estrutura da sociedade desencadearam 
repercussões no âmbito artístico. 
 O aparecimento da Literatura Infantil tem características próprias, pois 
decorre da ascensão da família burguesa, do novo "status" concedido à infância 
na sociedade e da reorganização da escola. Sua emergência deveu-se, antes 
de tudo, à sua associação com a Pedagogia, já que as histórias eram elaboradas 
para se converterem em instrumento dela. 
É a partir do século XVIII que a criança passa a ser considerada um ser 
diferente do adulto, com necessidades e características próprias, pelo que 
deveria distanciar- se da vida dos mais velhos e receber uma educação especial, 
que a preparasse para a vida adulta. 
 As Mil e Uma Noites: Coleção de contos árabes compilados 
provavelmente entre os séculos XIII e XVI. São estruturados como histórias em 
cadeia, em que cada conto termina com uma deixa que o liga ao seguinte. Essa 
estruturação força o ouvinte curioso a retornar para continuar a história, 
interrompida com suspense no ar. 
Foi o orientalista francês Antoine Galland o responsável por tornar o livro 
de As mil e uma Noites conhecido no ocidente (1704). Não existe texto fixo para 
a obra, variando seu conteúdo de manuscrito a manuscrito. Os árabes foram 
 25 
 
 
reunindo e adaptando ess es contos maravilhosos de várias tradições. Assim, os 
contos mais antigos são provavelmente do Egito do séc. XII. A eles foram sendo 
agregados contos hindus, persas, siríacos e judaicos. 
O uso do número 1001 sugere que podem aparecer mais histórias, 
ligadas por um fio condutor infinito. Usar 1000 talvez desse a ideia de 
fechamento, inteiro, que não caracteriza a proposta da obra. 
Os mais famosos contos são: 
 
• O Mercador e o Gênio; 
• Aladim ou a Lâmpada Maravilhosa; 
• Ali-Babá e os Quarenta Ladrões Exterminados por uma Escrava; 
• As Sete Viagens de Simbá, o Marinheiro . 
 
A literatura infantil surgiu somente no século 17, com a descoberta da 
prensa. As histórias infantis e os contos populares, no entanto, existem desde 
que o ser humano adquiriu a fala. Há notícias de histórias antigas na África, na 
Índia, na China, no Japão e no Oriente Médio — como a coleção de contos 
árabes As Mil e Uma Noites. 
Algumas histórias tratam de temas que fazem parte da tradição de muitos 
povos e apresentam soluções para problemas universais. É o caso de “O 
Pequeno Polegar”. 
 
 
 26 
 
 
Imagem: 04 
 
 
O personagem representa o desejo de vingança do mais fraco contra o 
mais forte. Os pequenos se identificam com os heróis e experimentam diversas 
emoções. 
Que criança não fica com medo ao imaginar o Lobo Mau devorando a 
Vovozinha? Ou odeia a bruxa quando ela prende Rapunzel na torre? Para a 
escritora A na Maria Machado, os contosde fadas pertencem ao gênero literário 
mais rico do imaginário popular. "Essas histórias funcionam como válvula de 
escape e permitem que a criança vivencie seus problemas psicológicos de modo 
simbólico, saindo mais feliz dessa experiência." 
A ideia foi difundida após a divulgação dos estudos do psicólogo austríaco 
Bruno Bettelheim (1903-1990). Para ele, nenhum tipo de leitura é tão 
enriquecedor e satisfatório do que os contos de fadas, pois eles ensinam sobre 
os problemas interiores dos seres humanos e apresentam soluções em qualquer 
sociedade. Ou seja, a fantasia ajuda a formar a personalidade e por isso não 
pode faltar na educação. 
Uma obra é clássica e referência em qualquer época quando desperta as 
principais emoções humanas. O que os pequenos mais temem na infância? A 
separação dos pais; e esse drama existencial aparece logo no começo de 
muitas histórias consideradas referências na literatura. 
Para Bettelheim, a agressividade e o descontentamento com irmãos, 
mães e pais são vivenciados na fantasia dos contos: o medo da rejeição é 
trabalhado em João e Maria, a rivalidade entre irmãos em Cinderela e a 
separação entre as crianças e os pais em Rapunzel e O Patinho Feio. 
A leitura das histórias no passado tinha mais um propósito muito claro: 
apontar padrões sociais para as crianças. O objetivo das moças ingênuas era 
encontrar um príncipe, como mostrado em A Bela Adormecida e Cinderela. Em 
A Polegarzinha, de Andersen, a recompensa final da protagonista, Dedolina 
também era o casamento. 
Já garotas desobedientes, como Chapeuzinho Vermelho, deparavam 
com situações dramáticas, como enfrentar o Lobo Mau. Essa história tinha forte 
 27 
 
 
caráter moral na sociedade rural do século 17: camponesas não deviam andar 
sozinhas. Isso mostra como os contos serviam para instruir mais que divertir. 
 
 
6.PANORAMA NO BRASIL 
 
Você sabia que, até o século XIX, a literatura destinada ao público infantil 
no Brasil era importada? Sim, ainda não se produzia literatura infantil brasileira 
naquela época. E mais: as traduções eram, na maioria, ralizadas em Portugal. 
Assim, tratava-se de uma produção literária dispendiosa e, obviamnete, elitista. 
Ainda não havia editoras no país e até mesmo e até mesmo autores brasileiros 
tinham seus livros impressos na Europa. Vamos compreender um pouco do 
momento histórico brasileiro em que ocorreu o surgimento de uma literatura 
infantil nacional. 
Durante a primeira metade do século XIX, em 1808, com a vinda e o 
estabelecimento da familia real portuguesa no Brasil, teve início uma caminhada 
rumo ao progresso econômico e à independência política. Consequentemente, 
essa mudança de paradigma busca uma maneira de incluir o país entre as 
nações civilizadas do Ocidente Dessa maneira, o rei Dom João VI, no sentido de 
preparar a colônia brasileira para ser a nova sede de Portugal, não mediu 
esforços e, em curto tempo, fez com que inúmeras áreas se desenvolvessem no 
Brasil, muitas delas relacionadas à cultura e à produção de conhecimento (se 
você fizer uma pesquisa histórica, notará que muitas universidades surgidas no 
Brasil datam desse período, além disso, em 1810 foi trazido de Portugal um 
importante acervo de livros e outros documentos que deram origem à Biblioteca 
Nacional, a primeira e mais importante biblioteca brasileira). 
Em 1808, implanta-se a Imprensa Régia brasileira, e com ela nasce 
oficialmente a atividade editorial no Brasil . Assim, algumas obras voltadas para 
o público infantil são traduzidas e publicadas, como As aventuras pasmosas, do 
Barão de Munchhausen, e a coletânea Leitura para meninos, organizada por 
José Saturnino da Costa Pereira. Esta última "encontrou seu público entre as 
crianças que aprendiam a ler, assimilavam padrões morais e estudavam os 
 28 
 
 
conteúdos de disciplinas curriculares, como geografia, cronologia, história de 
Portugal e história natural" (ZILBERMAN, 1996, p 16). 
Já em 1822, o principe Dom Pedro reage à decisão da nova Constituição 
portuguesa, a qual tornava o Brasil novamente colônia de Portugal, e proclama 
a Independència, tornando-se imediatamente imperador, sob o título de Dom 
Pedro I. Assim, percebemos que esses dois acontecimentos (a chegada da 
familia real e a proclamação da Independência) foram fundamentais para 
movimentar as bases culturais do pais, abrindo novos horizontes à educação. 
Entre o final do século XIX e o inicio do século XX, ocorreu uma rápida 
urbanização no país: aumentaram os empregos no setor cafeeiro, cresceu o 
número de bancos e ampliou-se o quadro de funcionários públicos; além disso, 
aumentaram as redes de ferrovias e o movimento dos portos. Todo esse 
progresso amplia a população na cidade, o que favorece o aparecimento da 
literatura infantil. 
 
Gestam-se aí as massas urbanas que, além de consumidoras de 
produtos industrializados, vão constituindo os diferentes públicos, para 
os quais se destinam os diversos tipos de publicações feitos por aqui: 
as sofisticadas revistas femininas, os romances ligeiros, o material 
escolar, os livros para crianças (LAJOLO; ZILBERMAN, 1999, p. 25). 
 
No final do século XIX, a literatura brasileira era bastante variada. 
Vigoravam os poemas parnasianos, carregados de lirismo e sentimentalidade, 
como os de Olavo Bilac-expoente máximo do parnasianismo brasileiro. Na 
prosa, em vez dos textos açucarados e histórias idealizadas do Romantismo que 
havia imperado até pouco tempo, abria-se caminho para textos que focalizavam 
as mazelas da sociedade, como foi o caso do romance O cortiço, de Aluísio 
Azevedo, por exemplo, ou que denunciavam as hipocrisias do caráter humano, 
como no caso de O ateneu de Raul Pompeia. Dessa maneira, as criticas à 
burguesia vieram à luz, os vicios e a mesquinhez humana foram colocados em 
evidência em romances que agora buscavam não mais adoçar a vida, mas sim 
expô-la em toda a sua crueza. Assim, é tecido um Brasil multifacetado, cujos 
modos de vida e histórias são documentados de maneiras variadas por 
intelectuais como Euclides da Cunha, Lima Barreto e Monteiro Lobato - este 
último com forte expressão na literatura infantil, como veremos em breve. 
 
 29 
 
 
O resultado é um mosaico: o virtuosismo poético de Olavo Bilac, as 
vaguidades não menos rebuscadas dos simbolistas a denúncia urgente 
e contorcida de Euclides da Cunha ou Raul Pompeia, o regionalismo de 
Monteiro Lobato, entre 1890 e 1920, configuram a produção literária 
brasileira em suas várias vertentes. Entre estas, mesmo as que 
proclamavam (ou eram proclamadas) menos radicais assumiam como 
função dos projetos e dos textos a tarefa missionária de dar testemunho 
de seu pais, atuando, por meio da literatura, no ambiente que desejavam 
transformar (LAJOLO, ZILBERMAN, 1999, p. 27). 
 
E é em meio a esse contexto cultural e social, quando o país se 
urbanizava e se modernizava, que surgem os primeiros esforços para uma 
literatura infantil genuinamente brasileira 
Entre 1890 e 1920, houve um grande desenvolvimento dos centros 
urbanos e um consequente aumento populacional nessas regiões. Isso se 
reflete na consolidação de classes sociais intermediárias entre a aristocracia 
rural (os barões do café) e a alta burguesia (os industriais). Assim como ocorreu 
na Europa, esse cenário é favorável para o consumo de bens, e agora não 
podemos nos esquecer de que os livros são mercadorias elitistas. Desse modo, 
faz sentido pensar que o consumo de livros era impulsionado por uma 
idealização europeizada da cultura Afinal, trata-se do "padrão de escolarização 
e cultura com que esses novos segmentos sociais desejam apresentar-se frente 
a outros grupos com os quais buscam ou a identificação ou a diferença" 
(LAJOLO, ZILBERMAN, 1999, p. 27) Essa mentalidaderatifica a busca por um 
padrão social e cultural apoiado em bases europeias. 
Porém, a história nos mostra que certas peculiaridades da sociedade 
brasileira foram responsáveis por alguns problemas na urbanização do Brasil: 
tratava-se de um país que abolira recentemente a escravidão sem levar em conta 
a inserção desses cidadãos na sociedade economicamente ativa e, ainda no que 
se refere à economia, esta se fundamentava num sistema latifundiário arcaico, 
o qual não demonstrava qualquer intenção de mudança. O resultado dessa 
situação foi um projeto de modernização que agradava somente às elites: 
visava-se apenas o centro da cidade, expulsando o pobre, mais especificamente 
o negro ex-escravo, para as periferias. Provavelmente, você ainda hoje 
consegue notar os reflexos dessa postura de um século atrás em nossa 
sociedade contemporânea, não é? 
 30 
 
 
Bem, neste momento, você deve estar se perguntando: "Mas o que essa 
história tem de fato a ver com a literatura infantil?". Essa pergunta será 
respondida agora. Vamos lá? 
Como vimos, esse modelo europeu burguês favorecia o consumo e a 
aquisição de bens culturais. Desse modo, o conhecimento torna-se, ele próprio, 
um bem de consumo. O saber é um diferenciador social e, portanto, a instrução, 
a alfabetização e a educação tornam-se urgentes. As escolas ganham um novo 
valor. 
Contudo, apesar da valorização eminente da escola, "desponta a 
preocupação generalizada com a carência de material adequado de leitura para 
crianças brasileiras" (LAJOLO, ZILBERMAN, 1999. p 28). 
 
Nas lamentações da ausência de material de leitura e de livros para a 
infância brasileira, fica patente a concepção, bastante co mum na época, 
da importância do hábito de ler para a formação do cidadão, formação 
que, a curto, médio e longo prazo, era o papel que se esperava do 
sistema escolar que então se pretendia implantar e expandir (LAJOLO, 
ZILBERMAN, 1999, p. 271). 
 
Em outras palavras, havia uma necessidade urgente de materiais 
escolares que fossem feitos por e para brasileiros, cujos temas tivessem como 
pauta o nacional, isto é, a pátria, a cultura e o sentimento do brasileiro. E esse 
apelo foi ouvido – até mesmo por se ter percebido ai um filão no mercado 
editorial. Em sintese, era um bom negócio para editores, elite e governo. Graças 
à escola, que necessitava de literatura para ensinar bons habitos e valores, 
autores como Olavo Bilac, Coelho Neto. Manoel Bonfim o Tales Andrade 
passaram a ter seus livros publicados. No mesmo período, no mercado editorial, 
surgem traduções feitas por nossos escritores. E a justificativa para consolidar a 
necessidade de estabelecer a literatura infantil genuinamente brasileira era o 
panorama fortemente marcado pelas obras estrangeiras, já que até então 
circulavam no pais diversas traduções e adaptações desses textos. 
Cabe citar, portanto, nomes Carlos Jansem e Fiqueiredo Pimentel, 
podemos destacar os contos clássicos de Grimm, Perrault e Andersen, 
publicados nos Contos da Carochinha (1894), nas Histórias da Avozinha (1896) 
e nas Histórias da Baratinha (1896); já Carlos Jansen contribui para esse cenário 
 31 
 
 
com as traduções de Contos seletos das mil e uma noites (1882), Robinson 
Crusoé (1885) e As aventuras do Barão de Munchhausen (1888), por exemplo. 
Quanto à produção nacional em prosa, cronologicamente, podemos citar: 
►Contos infantis (1886), de Júlia Lopes de Almeida e Adelina Lopes 
Vieira. 
► Contos pátrios (1904), de Olavo Bilac e coelho Neto. 
► Histórias da nossa terra (1907), de Júlia Lopes de Almeida. 
► Através do Brasil (1910), de Olavo Bilac e Manoel Bonfim. 
► Era uma (1817), de Júlia Lopes de almeida. 
► Saudade (1919), de Tales de Andrade. 
 
Já em relação à poesia infantil brasileira, são relevantes: 
► Coração (1893), de Zalina Rolim. 
► Livro das crianças (1897), de Zalina Rolim e João Kopke. 
► Poesias infantis (1904), de Olavo bilac. 
► Alma infantil (1919), de Francisca Júlia e Júlio da Silva. 
 
Em relação às antologias folclóricas, destacam-se: 
► A festa das aves (1910), de Arnaldo Barreto, Roman Roca e Teodoro 
Morais. 
► Livro das aves (1914), de Prescilina D. de almeida. 
► A árvore (1916), de Júlia Lopes de almeida e Adelina Lopes Vieira. 
► Os nossos brinquedos (1990), Cantigas das crianças e do povo (1916), 
Danças populares (1916) e Provérbios populares, máximas e observações 
usuais (1917), estes de alexina de Magalhães Pinto. 
 
Essas foram as principais obras disponíveis para a infância brasileira 
daquele momento. 
Neste breve panorama da literatura infantil no Brasil, é fundamental que 
apontemos alguns fatos que marcaram a produção de livros para crianças em 
nosso país. 
► Nacionalização da literatura infantil – naquela época, ainda havia 
uma distância linguística entre os textos disponíveis e os leitores, o que apontava 
para uma necessidade de nacionalizar a literatura infantil. Surgem, então, vários 
 32 
 
 
programas de incentivo para que isso se concretize, como, por exemplo, a 
publicação de uma adaptação extremamente progressista dos Contos da 
Carochinha, de Fiqueiredo Pimentel, em 1894. Muitas adaptações e versões ao 
gosto brasileiro são publlicadas a partir daí, e um fato que devemos citar como 
marco é o lançamento da Biblioteca Infantil da Editora Melhoramentos, em 1915. 
 
►Nacionalismo na literatura – os livros buscam, portanto estabelecer 
uma lição de patriotismo. Para isso, as histórias contam, em sua maioria, com 
protagonistas infantis, de modo a estabelecer uma identificação imendiata com 
o leitor. As características das personagens são sempre estereotipadas 
(virtuosas e de comportamento exemplar, ou negligente e cruel). Além disso, os 
protagonistas estão sempre envolvidos em situações modelares de 
aprendizagem (lendo bons livros, ouvindo histórias edificantes, tendo conversas 
educativas com seus pais e professores etc.). Em 1910, vem à luz o livro Através 
do Brasil, de Olavo Bilac e Manoel Bonfim, obra que trocou as cartilhas 
portuguesas utilizadas até então por um texto original e muito mais brasileiro, 
mostrando os diversos cenários sociais, geográficos e econômicos do país 
naquela época. Através do Brasil baseou-se em dois modelos estrangeiros que 
incentivavam o patriotismo na infância: o francês de Le tour de la France par 
deux garçons e o italiano de Cuore. 
A estutura da obra de Bilac e bomfim (dois meninos cruzando o brasil de 
norte a sul em busca do pai doente) possibilita a inserção de ligações de 
geografia, agricultura, história e higiene. As aventuras vividas pelas personagens 
fazem com que os leitores se identifiquem com as histórias e apreendam o 
conteúdo pedagógico oferecido. Ao fim, a grande lição que a obra deixa é a do 
civismo, do patriotismo e da brasilidade. Assim como nas obras estrangeiras que 
serviram de modelo para Através do Brasil, neste, no final, a família e a pátria se 
entrelaçam. 
► Modelo de língua nacional - esse aspecto também foi fundamental 
para a consolidação da literatura infantil genuinamnete nacional. Existe uma forte 
preocupação com a escrita correta da língua pátria. Nesse sentido, era essencial 
que, nas obras didátias e pedagógicas, se considerasse a função modelar da 
qual a literatura poderia se aproprioar. “além de fornecer exemplos de 
qualidades, sentimentos, atitudes e valores a sewrem interiorizados pelas 
 33 
 
 
crianças, outro valor a ser assimilado, e que o texto deve manifestar com 
limpidez, é a correção da linguagem (LAJOLO; ZILBERMAN, 1999, p.42). 
Aqui, o objetivo está além da busca pela perfeição linguistica: almeja-se 
o fortalecimento de um sentimento de nação estabelecido pelo uso da língua 
como emblemada pátria. 
Na primeira metade do século XX, o Brasil passou por profundas 
mudanças sociais e politicas Foi um periodo de modernização, e o pais 
transformou-se econômica e culturalmente. As guerras que ocor riam no mundo 
impulsionavam movimentos migratórios, e o Brasil, principalmente a região 
Sudeste, se tomava mais e mais urbanizado. Nas artes, a literatura infantil 
rompeu, parcialmente, com algumas amarras e passou a promover o registro da 
linguagem oral e coloquial nas narrativas Nas histórias, agora, incluiam-se 
"temas nacionalistas, fatos e vultos do passado histórico nacional, focalizados, 
contudo, dentro de uma perspectiva exacerbada, passadista e conservadora" 
(PEREIRA, SOUZA, KIRCHOF, 2012, p. 82). 
Assim, em 1921, Monteiro Lobato publica Narizinho arrebitado, dando 
início a uma nova fase literária da produção brasileira destinada a crianças. 
Começa, portanto, uma mudança nos paradigmas das publicações do segmento 
no Brasil. Lobato também se destacou como editor e teve importante atuação na 
área com iniciativas para popularizar a venda de livros. Também nessa época, e 
com destaque para sua editora, propagou-se o uso de ilustrações nos livros, não 
só infantis, a cargo de importantes ilustradores como Voltolino e Belmonte, entre 
outros. 
Tal foi a importância e o sucesso da obra de Lobato que, durante décadas, 
"o panorama da literatura destinada a crianças e a jovens permaneceu 
semiestagnado, com várias e frustradas tentativas de imitação" (SANDRONI, 
1998, p 15 apud CAVEQUIA 2010 p.3). 
Monteiro Lobato (1882-1948) foi realmente um “divisor de águas”, 
separando o que era produzido antes e o que se passou a produzir em termos 
de literatura para crianças no Brasil. A partir de suas publicações, a criança 
passa a ter uma literatura cujos propósitos se libertam dos nacionalismos e 
moralismo de época. De acordo com Nelly Novaes Coelho (1991 apud 
CARDOSO, 2012, p. 3), o sucesso da obra se deve ao fato de as crianças se 
identificarem com as situações narradas, assim como ocorre com alice no país 
 34 
 
 
das marqavilhas, cujo enredo “funde o real e o maravilhoso em uma única 
realidade”. 
Além de suas criações originais, Lobato ainda fez adaptações, recriações 
(como de fábulas) e traduções. Entretanto, seus livros não eram uma 
unanimidade. As escolas mais tradicionais e/ou religiosas não viam com bons 
olhos seus textos desprovidos dos valores moralizantes até então utilizados no 
sentido de educar. Seu trabalho não tardou a despertar a ira de religiosos e 
moralistas. 
 
O mundo fictício criado por Monteiro Lobato foi um marco decisivo para 
a literatura infantil brasileira. As características encontradas em seus 
textos são próprias de uma literatura que se propôs a ultrapassar a mera 
questão pedagógica, didática ou educativa e incentivar a liberdade 
interior e de ação. Nessa perspectiva, sua produção literária destinada 
aos leitores mirins representou um estímulo à curiosodade intelectual, à 
criatividade e à descoberrta, fatores que contribuíram para a 
longevidade de uma obra que, ainda hoje, contínua encantando a todos 
que mantêm contato com ela, seja pela leitura dos textos escritos, seja 
pela assistência às suas inúmeras adaptações televisivas (PEREIRA; 
SOUZA; KIRCHOF, 2012, p. 82). 
 
 
De modo a facilitar nosso estudo, apresentaremos a seguir as principais 
características da obra de Monteiro Lobato: 
 
► estilo de escrita siimples. 
► junção de elementos da realidade e da fantasia; 
► abordagem da cultura nacional; 
► inovação ao incluir ensinamentos de disciplinas como geografia, 
matemática e história; 
► representação do meio rural e suas peculiaridades sociais. 
 
As principais obras infantis de Monteiro Lobato são: 
 
► Reinações de Narizinho. 
► Viagem ao céu e O Saci. 
► Caçadas de Pedrinho e Hans Staden. 
► Histórias do mundo para as crianças. 
► Memórias da Emília e Peter Pan. 
 35 
 
 
► Emília no país da gramática e Aritmética da Emília. 
► Dom Quixote das crianças. 
► O poço do Visconde. 
► Histórias de tia Nastácia. 
► O pica-pau amarelo e A reforma da natureza. 
► O Minotauro. 
► Os doze trabalhos de Hércules. 
 
 
Imagem: 05 
 
 
Depois do movimento modernista de 1922, a educação passou a ser mais 
valorizada, exigindo-se uma reformulação dos processos pedagógicos e 
administrativos nas escolas. Uma grande revolução educacional se deu em 
1930, quando foi criado o Ministério da Educação e Saúde Pública. Com o 
surgimento desse ministério, o ensino no Brasil foi classificado em primário, 
secundário e superior, e, sete anos depois, com a Constituição de 1937, iniciou-
se uma nova fase para a educação, com a criação da Biblioteca Infantil Monteiro 
Lobato, em São Paulo, e do Instituto Nacional de Estudos Pedagógicos (Inep). 
Com essa expansão, a produção de literatura infantil também aumentou no país. 
Nas décadas de 1930 e 1940, havia uma segmentação de gênero na 
literatura infantil: para os meninos, eram destinadas as histórias em quadrinhos 
 36 
 
 
(vindas dos Estados Unidos) e o gênero policial, que tornou Sherlock Holmes, o 
detetive mais famoso do mundo; para as meninas, difundem-se coleções 
conhecidas como Rosa ou Menina Moça. No ambiente escolar, no entanto, há 
necessidade de uma literatura mais “didática” e, como observamos 
anteriormente, Monteiro Lobato enfrentou a ira dos religiosos e moralistas da 
época, de maneira que seus livros foram proibidos nas escolas religiosas, 
acusados de desviar as crianças da “verdade”, dando lugar, assim, a uma 
literatura mais “cotidiana”. 
Na década de 1950, com a publicação de As aventuras de Xisto (1957), 
de Lúcia Machado de almeida, há uma emancipação da literatura em relação à 
escola, que passa a servir de entretenimento para as crianças. Na década de 
1960, com a implantação da Lei de diretrizes e Bases da educação Nacional 
(LDBEN), exige-se a democratização do ensino, e o período de escolarização 
passa a ter a obrigatoriedade de no mínimo oito anos, promovendo-se, portanto, 
“a leitura como habilidade formadora básica, e propondo fazer do texto literário 
o subsídio para o ensino da gramática” (CARDOSO, 2012, p. 5). Nos anos de 
1970, ocorre ainda uma grande demanda por novos textos literários pautada 
nessa mudança de paradigmas promovida pela LDBEN. Diante de todas essas 
mudanças, são muitos os autores que passam a atender a essa nova proposta, 
como Francisco Marins, Maria Heloísa Penteado, Maria José Dupré e Clarice 
Lispector. O cenário também se torna propício para outras modalidades literárias 
voltadas para o público infantil, como o teatro e as histórias em quadrinhos, cujos 
principais títulos são O Menino Maluquinho, de Ziraldo, e A turma da Mônica, de 
Maurício de Sousa. 
Muitos autores surgidos nessa época ainda hoje são considerados 
proeminentes na área, como Ana Maria Machado, Ruth Rocha, Fernanda Lopes 
de almeida, João Carlos Marinho, Lygia Bojunga Nunes, Rachel de Queiroz, 
Sérgio Caparelli, Pedro Bandeira e Tatiana Belinky. Essa nova fase da literatura 
abriu espaço para a valorização da ilustração das obras infantis, que passou a 
ser considerada um trabalho de coautoria. 
Após 1985, com o movimento das Diretas já, o Brasil passou por muitas 
mudanças econômicas e sociais muito significativas. Essas mudanças 
culminaram em uma nova Constituição Federal de 1988. A nova Constituição, 
conhecida como constituição Cidadã. 
 37 
 
 
Além dessa mudança de paradigma, as obras publicadas nesse período 
também começaram a tratar de temas atuais ligados ao cotidiano das crianças: 
fala-se sobre a separação dos pais e o primeiro amor, por exemplo. Em síntese, 
o período apresenta três fortes correntestemáticas: 
1- Realista – registra o cotidiano, informando acerca do modo de viver 
nas diversas regiões brasileiras, e aborda temas como o divórcio, as 
drogas, o racismo etc. 
2- Fantasia – desenvolve histórias maravilhoasas e inverossímeis. 
3- Híbrida – apresenta ambas as características anteriores, de modo que 
é dificil delimitar em que ponto começa a fantasia a acaba a realidade. 
 
Atualmente, nossa realidade tecnológica e globalizada tem propiciado um 
crescimento realmente signifivativo da produção literária – de maneira 
quantitativa e qualitativa. O início do século XXI foi marcado pelo investimento 
de várias editoras no segmento infantil e infantojuvenil. 
A obra infantil de Monteiro Lobato foi reeditada, vários clássicos 
ganharam novas traduções, criaram-se muitas adaptações e os livros passaram 
a se caracterizar por projetos gráficos sofisticados e inovadores, com a revelação 
de novos escritores e artistas dedicados a essa produção voltada para as 
crianças. 
 
 
Imagem: 06 
 
 38 
 
 
 
A literatura infantil brasileira vem se destacando também 
internacionalmente, com a premiação de vários escritores, ilustradores e 
designers gráficos, tanto jovens profissionais quanto veteranos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 39 
 
 
7.REFERÊNCIAS: 
 
ANDRÉ, M. E. D. A. de. Etnografia da prática escolar. Campinas, SP: 
Papirus, 1995. 
ANDRÉ, M. E. D. A.; LUDKE, M. Pesquisa em educação: abordagens 
qualitativas. São Paulo: EPU, 1986. 
BARBOSA, R. T. P. A leitura em dois pontos: ler e contar histórias. 
Releitura, n. 12, 22/ 03. Belo Horizonte, 1999. 
BETTELHEIM, B. A psicanálise dos contos de fadas. Rio de Janeiro: Paz 
e Terra, 1980. 
 BOGDAN, R; BIKLEN, S. Investigação qualitativa em educação: uma 
introdução à teoria e aos métodos. Coimbra, Portugal: Porto Editora, 1994. 11 
 BORDINI, M. G. Literatura na escola de 1º e 2º graus: por um ensino não 
alienante. Perspectiva – Revista do CED. Florianópolis: UFSC, 1985. 
CADEMARTORI, L. O que é literatura infantil. 2. ed. São Paulo: 
Brasiliense, 2010. 
CANDIDO, Antonio. A literatura e a formação do homem. In: Textos de 
interversão. Organização de Vinicius Dantas. São Paulo: duas cidades , 2002. 
CANDIDO, Antonio. O direito à literatura. In _____. Várias escritos. 5. Ed. 
Rio de Janeiro: Ouro sobre azul, 2011. 
CARDOSO, Laís de almeida. Resenha: histórico da literatura 
infantil/juvenil – Nelly Novaes Coelho, 2012. 
 CARVALHO, B. V. de. A literatura infantil: visão histórica e crítica 6. ed. 
São Paulo: Global, 1989. 
COELHO, N. N. Literatura e linguagem. 4. ed. São Paulo: Quíron, 1986, 
p. 29-31. 
COSTA, Marta Morais da Metodologia do ensino da literatura infantil. 
Curitiba: Ibpex, 2007. 
CUNHA, M. A. A. Como ensinar Literatura Infantil. 3. ed. São Paulo: 
Discubra, 1974, p. 45. 
 FRANTZ, M. H. Z. A literatura nas séries iniciais. Petrópolis, RJ: Vozes, 
2011. 
 40 
 
 
GÓES, L. P. Introdução à Literatura para crianças e jovens. São Paulo: 
Paulinas, 2010. 
JESUALDO. A literatura infantil. 9. ed. São Paulo: Editora Cultrix, 1993. 
MARIA, L. Leitura e colheita - Livros, leitura e formação de leitores. Petrópolis: 
Vozes, 2002. 
LAJOLO, Maria; ZILBERMAN, Regina. Literatura infantil brasileira: 
história e histórias. 6. Ed. São Paulo. 
MAÇÃ: quando faz bem, quando faz mal. Seleções, 1nov. 2013. 
MANGUEL, A. Uma história da leitura. São Paulo: Companhia das Letras, 
1997. 
MEIRELES, C. Problemas da literatura infantil. 3. ed. Rio de Janeiro: Nova 
Fronteira, 1984 
MORIC, R. O livro como meio de informação. Informe 4, 22 outubro de 
1974- Secção Tcheca do IBBY. PALO, M. J.; 
 OLIVEIRA, M. R. D. Literatura infantil: voz de criança. 4. ed. São Paulo: 
Ática, 2006. 
 ZILBERMAN, R. A literatura infantil na escola. 9. ed. São Paulo: Global, 
1994.

Continue navegando