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UNIVERSIDADE CRUZEIRO DO SUL CURSO DE DIREITO - DIURNO 9ºA CAMPUS SÃO MIGUEL ÉTICA GERAL, LEGISLAÇÃO e ÉTICA PROFISSIONAL. Thays Almeida De Amorim RGM: 2370.8743 São Paulo 2023. 04. MANDATO Matheus é estagiário vinculado ao escritório Renato e Associados. No exercício da sua atividade, por ordem do advogado supervisor, o estagiário acompanha o cliente diretor da sociedade Tamoaí S/A. Por motivos alheios à vontade do estagiário, que se disse inocente de qualquer deslize, o diretor veio a se desentender com Matheus, e, por força desse evento, o escritório resolve renunciar ao mandato conferido pela pessoa jurídica. Nos termos do Estatuto da Advocacia, sobre o caso descrito, responda: a) No caso em tela, que trata de renúncia de mandato, quais os deveres que o advogado deverá cumprir? Fundamente. b) Como deverá proceder o novo advogado a ser contratado pela Sociedade empresária Tamoaí? Fundamente. a) Deveres do advogado ao renunciar ao mandato: Comunicação formal: O advogado deve comunicar formalmente a renúncia do mandato ao cliente, neste caso, a sociedade Tamoaí S/A. A comunicação deve ser feita por escrito, preferencialmente através de correspondência ou e-mail, e deve ser feita de forma clara e objetiva, indicando os motivos que levaram à renúncia, se relevante. Garantia dos interesses do cliente: O advogado deve tomar medidas para garantir que os interesses do cliente não sejam prejudicados durante o processo de transição. Isso pode incluir fornecer ao cliente prazos razoáveis para contratar um novo advogado e entregar todos os documentos e informações relevantes ao novo representante legal. Sigilo profissional: O advogado deve manter o sigilo profissional em relação a todas as informações confidenciais do cliente, mesmo após a renúncia. Isso significa que ele não pode divulgar informações confidenciais a terceiros, a menos que haja autorização expressa do cliente ou obrigação legal de fazê-lo. Devolução de documentos: O advogado deve devolver todos os documentos e informações relacionadas ao caso ao cliente após a renúncia, a menos que haja um motivo válido para reter certos documentos (por exemplo, pendências financeiras do cliente com o escritório). No caso descrito, o advogado supervisor deve cumprir todos esses deveres ao comunicar a renúncia do mandato à sociedade Tamoaí S/A, garantindo que a transição ocorra de forma adequada e que os interesses do cliente não sejam prejudicados. b) Procedimento do novo advogado contratado pela Sociedade Empresária Tamoaí S/A: Ao contratar um novo advogado para substituir o escritório Renato e Associados, a Sociedade Empresária Tamoaí S/A deve seguir os seguintes passos: Comunicar a contratação: A sociedade deve informar formalmente ao escritório Renato e Associados sobre a contratação do novo advogado e solicitar a transferência dos documentos e informações relacionadas ao caso. Verificar conflitos de interesse: O novo advogado deve verificar se há conflitos de interesse que possam impedi-lo de representar a sociedade Tamoaí S/A. Se houver conflitos, o novo advogado não poderá aceitar a representação, a menos que haja um consentimento informado por escrito de todas as partes afetadas. Assinar contrato de representação: Deve ser firmado um contrato de representação legal entre a sociedade Tamoaí S/A e o novo advogado. Este contrato deve estipular os termos da representação, incluindo honorários, responsabilidades e obrigações de ambas as partes. Transferência de documentos e informações: O escritório Renato e Associados deve fornecer ao novo advogado todos os documentos e informações relevantes ao caso, garantindo uma transição suave e eficaz. Continuidade da representação: O novo advogado deve continuar a representação da sociedade Tamoaí S/A, tomando as medidas necessárias para proteger os interesses do cliente e avançar com o caso de acordo com as instruções do cliente. É importante que ambas as partes, ou seja, o escritório de advocacia renunciante e o novo advogado contratado, atuem com profissionalismo e em conformidade com as regras éticas e legais para garantir a continuidade eficaz da representação legal da sociedade Tamoaí S/A. 05. MANDATO O advogado Geraldo foi regularmente constituído por certo cliente para defendê-lo em um processo judicial no qual esse cliente é réu. Geraldo ofereceu contestação, e o processo segue atualmente seu trâmite regular, não tendo sido, por ora, designada audiência de instrução e julgamento. Todavia, por razões insuperáveis que o impedem de continuar exercendo o mandato, Geraldo resolve renunciar. a) No caso em tela, que trata de renúncia de mandato, quais os deveres que o advogado deverá cumprir? Fundamente. b) Três dias depois da notificação, o mandante constituiu novo advogado, substituindo o advogado Geraldo. Quais serão as obrigações de Geraldo frente ao processo em curso? Fundamente. No caso descrito, que envolve a renúncia de mandato por parte do advogado Geraldo, é importante observar os seguintes deveres e obrigações, de acordo com o Código de Ética e Disciplina da OAB e o Código de Processo Civil: a) Deveres do advogado ao renunciar ao mandato: Comunicação formal: Geraldo deve comunicar formalmente a renúncia do mandato ao seu cliente. A comunicação deve ser feita por escrito e deve ser clara e objetiva, indicando os motivos que levaram à renúncia, se relevante. Continuidade dos serviços: Geraldo deve tomar medidas para garantir a continuidade dos serviços jurídicos, a fim de evitar prejuízos injustificados ao cliente. Isso pode incluir fornecer prazos razoáveis para que o cliente possa contratar um novo advogado e orientar o cliente sobre os próximos passos no processo. Entrega de documentos e informações: Geraldo deve entregar ao seu cliente todos os documentos, informações e peças processuais relacionadas ao caso. Isso é fundamental para garantir que o novo advogado tenha acesso a todas as informações necessárias para dar continuidade ao processo. Sigilo profissional: Geraldo deve manter o sigilo profissional em relação a todas as informações confidenciais do cliente, mesmo após a renúncia. Ele não pode divulgar informações confidenciais a terceiros, a menos que haja autorização expressa do cliente ou obrigação legal de fazê-lo. b) Obrigações de Geraldo frente ao processo em curso: Após a notificação da renúncia e a constituição de um novo advogado pelo cliente, Geraldo ainda tem algumas obrigações em relação ao processo em curso: Dever de colaboração: Geraldo deve colaborar com o novo advogado constituído pelo cliente para garantir uma transição suave e eficaz da representação legal. Isso inclui a entrega de todos os documentos, informações e peças processuais relacionadas ao caso. Comparecimento em audiência, se necessário: Se, por qualquer motivo, uma audiência de instrução e julgamento for designada antes que o novo advogado possa assumir plenamente o caso, Geraldo deve comparecer à audiência em nome do cliente, a menos que o cliente esteja ciente e concorde com outra disposição. Transferência do processo: Geraldo deve tomar as medidas necessárias para transferir formalmente o processo para o novo advogado, incluindo a apresentação de petições ou requerimentos ao juiz, se necessário, para registrar a mudança de representação. Manter o sigilo: Mesmo após a renúncia, Geraldo continua obrigado a manter o sigilo profissional em relação ao caso e ao cliente. É fundamental que Geraldo e o novo advogado atuem de forma colaborativa e profissional para garantir que os interesses do cliente sejam devidamente protegidos durante a transição da representação legal no processo em curso. 06. MANDATO O advogado João Victor foi procurado por Melissa, inventariante, paraatuar no processo de inventário de seu falecido pai. Em momento posterior, os irmãos de Melissa, Marcelo e Guilherme, herdeiros, também conferiram procuração a João Victor, para representá-los no inventário. Todavia, no curso do processo, os irmãos, até então concordantes, passam a divergir sobre os termos da partilha. João Victor, então, marca reuniões, em busca de harmonização dos interesses dos três, porém não obtém sucesso. Apresente sua análise sobre o ocorrido. Fundamente. A situação descrita envolve um advogado, João Victor, que inicialmente foi contratado pela inventariante Melissa para atuar no processo de inventário do falecido pai. Posteriormente, os irmãos de Melissa, Marcelo e Guilherme, também conferiram procuração a João Victor para representá-los no mesmo processo. No entanto, surgiram divergências entre os irmãos em relação aos termos da partilha, e João Victor tentou mediar essas divergências sem sucesso. A análise da situação pode ser feita da seguinte forma: Representação dos Herdeiros: João Victor foi corretamente constituído como advogado para representar todos os herdeiros no processo de inventário. Isso significa que ele tinha a responsabilidade legal de agir em nome de Melissa, Marcelo e Guilherme e buscar uma solução que fosse do interesse de todos. Divergências entre os Herdeiros: Divergências entre herdeiros em processos de inventário não são incomuns, especialmente quando se trata da distribuição dos bens e da definição das cotas de cada herdeiro. É papel do advogado tentar mediar essas divergências e buscar um acordo entre as partes. Mediação de Conflitos: João Victor agiu corretamente ao tentar marcar reuniões e buscar uma harmonização dos interesses dos herdeiros. A mediação de conflitos é uma prática recomendada para resolver disputas entre partes em processos legais, especialmente quando se trata de questões familiares. Limitações da Mediação: No entanto, nem sempre é possível alcançar um acordo, especialmente se as partes têm interesses divergentes que não podem ser conciliados. Nesse caso, João Victor deve informar aos herdeiros sobre as limitações da mediação e a possibilidade de recorrer a um processo judicial para resolver as divergências. Imparcialidade: João Victor deve agir com imparcialidade e não favorecer nenhum dos herdeiros em detrimento dos outros. Se ele perceber que não pode representar os interesses de todos de maneira imparcial, ele pode precisar se retirar do caso em relação a um ou mais herdeiros, de acordo com as regras éticas da advocacia. Encaminhamento Judicial: Se as divergências persistirem e não houver acordo, João Victor pode orientar os herdeiros a buscar a intervenção do Poder Judiciário para decidir sobre os termos da partilha. Nesse caso, cada herdeiro pode optar por contratar seu próprio advogado para representá-los no litígio, se assim desejarem. Em resumo, João Victor agiu de maneira adequada ao tentar mediar as divergências entre os herdeiros no processo de inventário. No entanto, quando as divergências são insuperáveis, é importante informar os herdeiros sobre a possibilidade de buscar uma solução judicial e garantir que a representação seja feita de maneira imparcial e ética, protegendo os interesses de todos os envolvidos. 10. ORGANIZAÇÃO OAB Em acalorada sessão deliberativa que tratava de tomada de posição da OAB frente ao desrespeito às prerrogativas dos advogados nos processos da “Lava-Jato”, Dr. Eduardo Santos, ex-presidente da Seccional de Rio Grande do Sul, tomou a palavra para manifestar sua indignação com a postura do Ministério Público e Polícia Federal, e afirmou que votaria a favor de providências enérgicas da OAB. Por sua vez, Dr. Perivaldo Silva, presidente em exercício da Seccional de Espírito Santos, insurgiu-se contra a manifestação do Dr. Eduardo afirmando que o colega nem poderia se manifestar no plenário, posto não ser presidente em exercício, quanto mais votar sobre a matéria. Diante dessa situação hipotética, analise a fala de cada um dos dois advogados, e apresente suas considerações, de acordo com EAOAB. Fundamente. A situação hipotética envolve uma sessão deliberativa na Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) em que dois advogados, Dr. Eduardo Santos e Dr. Perivaldo Silva, expressaram opiniões divergentes sobre o desrespeito às prerrogativas dos advogados nos processos da "Lava-Jato". Vamos analisar a fala de cada um dos advogados de acordo com o Estatuto da Advocacia e a Ordem dos Advogados do Brasil (EAOAB): Fala do Dr. Eduardo Santos: Dr. Eduardo Santos, ex-presidente da Seccional do Rio Grande do Sul, manifestou sua indignação com a postura do Ministério Público e da Polícia Federal e afirmou que votaria a favor de providências enérgicas da OAB. Essa manifestação é permitida e está de acordo com o EAOAB. O EAOAB, em seu artigo 44, estabelece que os advogados têm direito à liberdade de manifestação em suas opiniões sobre questões relacionadas à classe, desde que isso não implique em divulgação de segredo profissional ou ofensa à honra de terceiros. O fato de Dr. Eduardo ser um ex-presidente da Seccional do Rio Grande do Sul não o impede de expressar sua opinião durante a sessão, desde que ele esteja participando regularmente da reunião como membro da Ordem. Fala do Dr. Perivaldo Silva: Dr. Perivaldo Silva, presidente em exercício da Seccional do Espírito Santo, insurgiu-se contra a manifestação do Dr. Eduardo, afirmando que ele nem poderia se manifestar no plenário, pois não era o presidente em exercício. De acordo com o EAOAB, o direito à liberdade de manifestação não é exclusivo dos presidentes de seccionais ou de órgãos da OAB. Todos os advogados têm o direito de se manifestar em assuntos relacionados à classe, desde que respeitem as normas éticas e não violem os princípios da ordem. O fato de Dr. Perivaldo Silva ser o presidente em exercício não lhe dá o poder de restringir a liberdade de expressão de outros membros da OAB, a menos que haja um motivo válido, como uma violação das regras de procedimento da sessão. Em resumo, de acordo com o EAOAB, ambos os advogados têm o direito de se manifestar sobre questões relacionadas à classe durante uma sessão da OAB, desde que o façam de maneira respeitosa e em conformidade com as normas éticas. O cargo de presidente em exercício não concede a autoridade para limitar esse direito, a menos que haja uma razão válida, como uma violação das regras de procedimento da sessão. Portanto, a fala de Dr. Eduardo Santos estava em conformidade com o estatuto, enquanto a objeção de Dr. Perivaldo Silva não parece ter fundamentação legal sólida.
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