Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Medicina Legal e Psicologia Forense Responsável pelo Conteúdo: Prof.ª Me. Susyara Medeiros de Souza Revisão Técnica: Prof. Dr. Claudio Froes Freitas Revisão Textual: Prof. Me. Luciano Vieira Francisco Outras Aplicações da Medicina Legal Outras Aplicações da Medicina Legal • Discutir, sob o ponto de vista médico legal, as doenças e os acidentes relacionados à ativi- dade laboral; • Entender como a Medicina Legal é aplicada para o esclarecimento dos fatos no exame de locais de crime; • Identificar a importância do exame médico legal para diagnóstico da condição física e das re- percussões jurídico sociais relacionadas à imputabilidade penal e capacidade civil das pessoas. OBJETIVOS DE APRENDIZADO • Infortunística; • Noções de Medicina Legal Aplicadas ao Local de Crime; • Psicologia e Psiquiatria Médico Legal. UNIDADE Outras Aplicações da Medicina Legal Infortunística Conceitos Relacionados De acordo com Vanrell (2019), esta é a parte de Medicina Legal que trata dos acidentes de trabalho e das doenças profissionais. Na verdade, importarão à Medicina Legal, os casos de acidentes de trabalho e doenças profissionais que gerem relacionamentos com a Justiça. São estudos médicos e jurídicos dos acidentes de trabalho e das doenças causadas pelo exercício de atividades de trabalho, chamadas também de atividades laborais, em situações insalubres e perigosas, suas consequências, meios de prevenir e repará-los. Na lição de França (2019), o acidente do trabalho é aquele que ocorre pelo exer- cício de uma atividade, quando se está a serviço de uma empresa, ou ainda pelo exercício do trabalho dos segurados especiais, provocando lesão corporal ou per- turbação funcional que cause a morte, ou outra repercussão que gere a perda ou a redução da capacidade de trabalhar permanente ou temporariamente. Para o mesmo autor, a doença profissional é aquela produzida ou desencadeada pelo exercício do trabalho característico à determinada atividade e constante da res- pectiva relação elaborada pelo Ministério do Trabalho e Emprego e o da Previdência Social. Pode-se citar por exemplo, quando o trabalhador se expõe a níveis altos de chumbo, pode desenvolver o saturnismo (intoxicação provocada pelo chumbo). Já a doença do trabalho é aquela adquirida ou desencadeada em função de condições especiais em que o trabalho é realizado e com ele se relacione diretamente (também constante da relação supracitada). Como por exemplo, a pessoa que trabalha numa indústria que tem excesso de ruído, comum no funcionamento das máquinas, e o trabalhador desenvolve disacusia (surdez). A fadiga por muito tempo foi negligenciada, mas hoje entende-se como uma im- portante condição relacionada ao trabalho. Entende-se a fadiga como as alterações físicas mais excessivas que o cansaço, que acontecem de forma aguda, ou seja, quando acontece em um episódio momentâ- neo, individual, provocada por um exagero de alguma atividade física; ou de forma crônica, quando acomete a pessoa de forma permanente, durando no tempo, carac- terizada por esgotamento mental ou físico, formas de estafa ou estresse. Atualmente há sérios estudos sobre o estresse no ambiente de trabalho, sobre como esse estresse é maior em determinadas atividades, e até tem se provado a re- lação entre algumas atividades e o surgimento de doenças psíquicas e psiquiátricas, relacionadas ao excesso de carga de trabalho e/ou ao tipo de atividade. A lista de doenças relacionadas ao trabalho está prevista na Portaria n.º 1.339, de 18 de novembro de 1999. Disponível em: https://bit.ly/2EpkAIi 8 9 Perceba que temos aqui uma aplicação prática do tema, diferente da aplicação criminal, que estamos mais acostumados. Os acidentes de trabalho podem provocar: • Morte; • Lesão corporal, que pode ser leve, grave ou gravíssima; • Perturbação funcional ou da saúde; • Perda da capacidade de trabalhar, seja de forma temporária, ou permanente; • Ou redução da capacidade de trabalhar, igualmente de forma temporária ou permanente. Dito isto, lembre-se que as lesões se classificam em leves, graves e gravíssimas. Se um trabalhador se ferir num acidente de trabalho, este se submeterá também a um exame médico, onde serão observadas as repercussões das lesões sofridas pelo trabalhador. Sendo assim, é o médico quem avaliará se a lesão deixou incapacidades, se são temporárias ou permanentes, o grau de comprometimento e, se for o caso, deverá haver perícia do local de trabalho para avaliação das condições de salubridade e da possível relação do acidente com as condições oferecidas pelo ambiente. Dessa forma, em caso de morte do trabalhador por acidente de trabalho, será caso de morte não natural, por razões externas, conhecida também como morte violenta e, portanto, haverá exame de local de fatos, onde serão apuradas as causas e circunstâncias do acidente. A perícia realizada no trabalhador, com vistas a avaliar sua saúde e as repercussões do acidente ou da doença do trabalho, é realizada pela Perícia Médica da Previdência Social, cujo resultado embasa a concessão ou não dos benefícios previdenciários. Já com relação aos processos judiciais, nas ações cíveis ou trabalhistas que apu- rem, por exemplo, responsabilidades e possíveis indenizações, a perícia será realiza- da por perito judicial, com habilitação técnica na área. Você Sabia? O médico, em sua atividade relacionada à perícia, pode atuar como perito oficial – aquele que presta concurso e trabalha nos Institutos Médicos Legais (IML) –, como perito não oficial, que atua exclusivamente de forma ad hoc na falta de peritos oficiais, conforme o Parágrafo 1º do Artigo 159 do Código de Processo Penal (CPP), e como perito judicial, este que é um profissio- nal que se capacita e presta assistência aos processos judiciais por meio de exames periciais, esclarecendo as dúvidas que eventualmente surjam nesses processos. Atua nas áreas cíveis e trabalhistas. O perito judicial precisa se colocar à disposição do foro para poder atuar, através de cadastro nos Tribunais de Justiça dos Estados. Já no Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), temos os médicos peritos. 9 UNIDADE Outras Aplicações da Medicina Legal Teoria do Risco e da Culpa De acordo com França (2017), a averiguação de acidentes de trabalho antigamen- te se baseava na teoria da culpa para se avaliar os casos de acidentes do trabalho e possíveis indenizações. Pela teoria da culpa, a responsabilidade pelo acidente deveria ser imputada ou ao trabalhador ou ao patrão. Como havia mais de uma doutrina informando como deveria ser a prova dos fatos e quem deveria provar, em última análise, quase sempre o trabalhador saia perdendo dessa disputa. Atualmente, considera-se a teoria do risco profissional e as legislações se baseiam nela. Pela teoria do risco profissional, todo trabalho, mesmo o mais simples, sempre oferecerá algum tipo de risco, independentemente de culpa do empregado ou do empregador. Assim, como o risco profissional é parte da atividade, não se tem a preocupação, inicialmente, de se buscar culpados. França (2017) comenta que [...] considera-se o acidente, nessa conceituação, como inevitável, ha- vendo, por isso, interesses e prejuízos mútuos, onde perdem e ganham patrão e empregado, surgindo uma compensação final cujo equilíbrio é estabelecido por uma instituição responsável pela indenização. O patrão não paga pelo acidente, mas fica sem a mão de obra. O operário não deixa de ganhar; todavia, o que recebe não satisfaz plenamente suas ne- cessidades. Um e outro anseiam pela volta mais breve ao trabalho. Perceba, então, a participação da Previdência Social, dando suporte a esta rela- ção de trabalho, quando acontece um acidente, e o trabalhador, ferido, precisa se afastar do trabalho até sua recuperação. Simulação e Dissimulação Considerando a possibilidade de se beneficiar de forma indevida da Lei Traba- lhista e Previdenciária, há quem tente simular ou dissimular situações para atender àssuas intenções. Por isso algumas pessoas alegam sintomas que não são reais, ou exageram os que são verdadeiros, ou ainda podem omitir um sintoma real, quando for de seu interesse. Conforme Arantes (2017), a simulação é uma fraude. São distorções conscientes e voluntárias. O objetivo é obter uma vantagem, normalmente acordos financeiros, conseguir algum tipo de direito. Na simulação, a pessoa examinada afirma ter sintomas que não existem. Em mui- tos casos, é um verdadeiro desafio para a Medicina Legal, como no caso do exame da dor, é que é algo muito subjetivo, exigindo do médico perito grande perspicácia. A metassimulação é mais comum, pois diante de um trauma real, a pessoa pode alegar consequências desse trauma muito maiores do que são. 10 11 Já a dissimulação é o oposto da simulação. Mais raro de acontecer, é quando o tra- balhador tem sintomas reais, mas finge que não tem, almejando alguma vantagem com seu retorno ao trabalho, como uma promoção que perderia caso se mantivesse afastado. Noções de Medicina Legal Aplicadas ao Local de Crime Todas as informações desta seção estão relacionadas aos locais de crime contra a pessoa, onde observaremos a participação da Medicina Legal para o esclarecimento dos fatos já no primeiro exame pericial, que costuma ser o local dos fatos. Você estudou até agora a Medicina Legal com ênfase na aplicação pelo médico perito, quem detém, com exclusividade, a prerrogativa de examinar pessoas, vivas ou mortas. Mas é preciso que você saiba que os conhecimentos em Medicina Legal também dão suporte aos peritos criminais, sobretudo aqueles que examinam locais de crime com vítimas. Faz parte do trabalho o exame externo da vítima, para poder relacionar o cadáver com os demais vestígios do local. Você já deve ter assistido aos seriados do tipo CSI, em que na equipe de local há um médico que examina o cadáver. Mas no Brasil é diferente. Não temos previsão legal, nem quantidade de profissionais suficiente para ter um legista compondo a equipe de local de crime; por isso os peritos criminais são responsáveis por descre- ver as características e os ferimentos observados externamente no corpo da vítima, ainda no local. A este procedimento descritivo chamamos perinecroscopia e vamos estudá-lo mais adiante. Importante! O exame interno do cadáver só pode ser realizado pelo médico, que atua com seus assis- tentes (necrotomistas), mas a responsabilidade pelo exame é do legista. Conceito e Classificação dos Locais de Crime Quando acontece um fato tido como criminoso há alguns elementos que logo buscamos delimitar: o local onde ocorreu e quando ocorreu. Estes são elementos iniciais norteadores. Conceito de Local de Crime “O local de crime pode ser definido, genericamente, como sendo uma área física onde ocorreu um fato – não esclarecido até então – que apresente características e/ou configurações de um delito” (ESPÍNDULA, 2005). 11 UNIDADE Outras Aplicações da Medicina Legal Será considerado como local de crime, então, o espaço físico onde ocorreu a prática de infração penal, seja uma área física externa, interna ou mista. A investigação e o esclarecimento do fato sempre começam pelo local onde tudo aconteceu. É necessário que a polícia tome conhecimento de imediato, verifique se realmente ocorreu um crime naquele local e providencie as necessárias investigações daqueles fatos e o acionamento da perícia. A necessidade do exame pericial surge do Código de Processo Penal, que diz: Do Inquérito Policial Art. 6º. Logo que tiver conhecimento da prática da infração penal, a autoridade policial deverá: VII – determinar, se for caso, que se proceda a exame de corpo de delito e a quaisquer outras perícias; [...] Art. 158. Quando a infração deixar vestígios, será indispensável o exa- me de corpo de delito, direto ou indireto, não podendo supri-lo a confis- são do acusado. Importante! A ausência do exame de corpo de delito nos crimes que deixam vestígio gera nulidade do processo (Art. 564, III, b do CPP). Dessa forma, está claro que o exame de local de crime é indispensável, visto que nesse encontra-se, normalmente, muitos vestígios do fato criminoso, principalmente o cadáver, que é o principal dos vestígios, em caso de mortes violentas. Classificação do Local de crime Os locais de crime podem ser classificados de várias formas, veja no quadro abaixo: Quadro 1 Quanto à natureza do fato, enquanto local de: • Homicídio; • Suicídio; • Aborto, infanticídio; • Acidente de tráfego (colisão de veículos); • Incêndio. Quanto ao tipo de morte: • Local de morte violenta: » Homicídio; » Suicídio; » Acidente. Local de morte suspeita: • Súbitas; • Inesperadas e sem uma causa aparente. 12 13 Local onde ocorreu a morte natural (não há interesse da perícia criminal, pois não há crime a se apurar). Objetivo dos Exames Periciais de Locais de Crime • Levantar dados essenciais à elucidação do fato; • Determinar o momento da agressão (se a vítima estava viva ou morta); • Data provável do fato; • Tipo e forma do instrumento utilizado; • Dinâmica dos fatos; • Natureza do incidente (suicídio, homicídio ou acidente). Para realizar tais determinações, não basta ao perito criminal ter conhecimentos criminalísticos. É preciso conhecer também de Medicina Legal. São conhecimentos que você já sabe; então observaremos como são aplicados no exame do cadáver no local de crime. Incialmente, você precisa saber que, relacionados aos exames de local de fatos, temos os vestígios intrínsecos e os vestígios extrínsecos. Os vestígios chamados intrínsecos são aqueles que se referem ao cadáver, ao cor- po da vítima, e por isso são estudados pela Medicina Legal. Já os vestígios extrínsecos são aqueles que estão fora do corpo, podendo ser qual- quer objeto ou coisa material que possa ter relação com o fato investigado. Assim, diante de uma morte violenta, o perito criminal analisará os vestígios intrínsecos e os extrínsecos, buscando a relação entre eles, com o objetivo de escla- recer os fatos e estabelecer a dinâmica criminosa. E a base fundamental para que se faça este estudo? Vejamos: • Energias causadoras de danos de ordem: » Mecânica; » Física; » Química; » Físico-química; » Mista. É importante que você se lembre sobre a relação ferimento versus instru- mento causador. Quanto aos vestígios extrínsecos, temos, por exemplo: 13 UNIDADE Outras Aplicações da Medicina Legal • Armas, objetos, substâncias diversas; • Manchas de sangue; • Manchas de esperma; • Manchas de leite, colostro; • Manchas de líquido amniótico, induto sebáceo, mecônio; • Matéria fecal; • Saliva; • Urina; • Vômitos; • Outras secreções (bronquial, suor etc.); • Fibras e pelos; • Tintas, solventes; • Marcas de pegadas e de pneus; • Impressões digitais; • Impressões dentais e labiais; • Marcas de ferramentas; • Solo. Perceba que, apesar de serem vestígios extrínsecos, muitos são vestígios bioló- gicos e por isso, ainda que indiretamente, são também vestígios da grande área da Medicina Legal. Vejamos como aplicamos os conhecimentos em medicina legal nos exames de locais específicos: Local de Morte por Arma de Fogo O que os peritos observam nesse tipo de local? • Características do local: se é local aberto ou fechado, se há sinais de luta, desalinho etc.; • Vestígios balísticos: tais como cartuchos de munição completos, estojos, pro- jéteis deflagrados, armas de fogo; • Marcas de impacto de projéteis: onde, em alguns casos, poderemos estudar a trajetória percorrida pelo projetil, desde que foi expelida pela boca do cano arma até atingir o ponto de impacto; • Manchas de sangue no local: que podem trazer importantes informações sobre a dinâmica de como tudo aconteceu, se a vítima foi atingida onde estava, se cor- reu etc.; 14 15 • Cadáver: sendo este o ponto de maior relevância neste nosso estudo, pois de- pende de conhecimentos em Medicina Legal. O perito criminal levará em conta questões como a posição em que o corpo está,as características das roupas, sinais de luta, os ferimentos etc.. Figura 1 Fonte: Getty Images Se a morte ocorreu por tiro de arma de fogo, devemos observar e confirmar se a vítima apresenta ferimentos compatíveis com tiro, diferenciando as feridas caracte- rísticas de entrada ou de saída de projéteis. Além disso, conforme estudamos, é de suma importância para esclarecer como o fato aconteceu, determinando a distância com que o tiro ou os tiros foram dados. Essa informação será determinante para definir a dinâmica dos fatos, ou seja, como tudo aconteceu – por exemplo, se o atirador estava perto da vítima, se atirou de longe, se subjugou a vítima e encostou a arma em seu corpo para poder atirar. Veja um exemplo prático: imagine uma cena de um local de morte violenta por arma de fogo. Considere que a vítima esteja caída no chão, com um ferimento por tiro, na cabeça. A única pessoa que estava com ela na casa, no momento do fato, diz à polícia que a vítima cometeu suicídio. Mas quando o perito examina o ferimento já no local de crime, percebe que o ferimento é característico dos tiros à distância, pois não possui nenhum sinal de tiro encostado, nem apresenta os sinais dos elementos secundários do tiro, que caracterizariam um ferimento a curta distância. Consideran- do que uma pessoa não tem braço longo o suficiente para atirar na própria cabeça a distância, está descaracterizada a tese de suicídio, o que muda completamente a linha da investigação. Percebe e importância desses vestígios? Como vimos, há três distâncias de tiro: a distância, curta distância e tiro encos- tado. Como cada uma dessas distâncias se caracteriza por elementos presentes ou ausentes no ferimento, o estudo precisa ser feito de forma cuidadosa. Lembra-se das características de cada distância de tiro? 15 UNIDADE Outras Aplicações da Medicina Legal • A distância: apenas o projétil atinge o corpo da vítima, deixando a perfuração de entrada, com as orlas de escoriação, equimose e enxugo; • A curta distância: além da perfuração deixada pelo projétil, há marcas ou sinais deixados pelos elementos secundários do tiro (labaredas de fogo, fumaça da pól- vora queimada e grânulos de pólvora que não queimou completamente), deixando também as orlas de queimadura ou chamuscamento, esfumaçamento e tatuagem; • Tiro encostado: neste caso, tanto o projétil como os elementos secundários entram todos na ferida de entrada, deixando uma ferida peculiar. Importante observar que, como as pessoas andam normalmente vestidas, pode acontecer que esses sinais dos elementos secundários fiquem impregnados nas rou- pas. Assim, cabe ao perito de local de crime ter o cuidado de examinar com atenção essas roupas, vendo se tais sinais não estão ali, observando ainda a compatibilidade dos ferimentos no corpo com as marcas nas roupas. Local de Morte por Arma Branca O que os peritos observam neste tipo de local? • Características do local: se é local aberto ou fechado, se há sinais de luta, desalinho etc.; • Os tipos de objetos que foram utilizados: os instrumentos, que podem ser perfurantes, cortantes, perfurocortantes, cortocontundentes; • Manchas de sangue do local: de grande importância, já que este tipo de local ten- de a ter muitas manchas de sangue, pelas características dos ferimentos produzidos; • Cadáver: posição em que foi encontrado, as roupas, os sinais de luta etc.). Figura 2 Fonte: Getty Images Por arma branca, atualmente, entende-se os vários instrumentos de ação per- furantes, cortantes, perfurocortantes, cortocontundentes. Mas o termo se tornou popular para designar o uso de facas para cometimento de crimes. Os instrumentos são assim chamados porque tradicionalmente são confeccionados em metal branco. 16 17 Como exemplos desses instrumentos temos as facas, peixeiras, foices, os macha- dos, as machadinhas, os facões, canivetes, as chaves de fenda, flechas etc. Os instrumentos que possuem lâmina são os que mais lesionam os vasos sanguí- neos, pois por onde passam, cortam todos os tecidos, incluindo artérias e veias, e por isso deixam um local com grande acúmulo de sangue. As feridas resultantes serão incisas, perfuroincisas, cortocontusas e perfurantes. Local de Morte por Queimaduras O que os peritos observam neste tipo de local? • Características do local: houve incêndio, explosão ou apenas o corpo da víti- ma foi queimado? • Qual foi o foco inicial do incêndio? • Analisar se havia saídas comuns e de emergência; • Objetos/meios utilizados, podendo auxiliar a distinguir se o fogo foi intencio- nal ou acidental; • Vestígios de materiais ou substâncias inflamáveis no ambiente; • Cadáver: posição, roupas, grau das queimaduras, sinais de reação vital. Figura 3 Fonte: Getty Images É importante a análise de casos de morte com o cadáver apresentando queima- duras ou mesmo carbonizado, dado que diversos questionamentos são pesquisados: a morte realmente ocorreu no local ou o cadáver foi queimado ali para tentar ocultar a forma como realmente foi morto? Ou foi queimado para tentar destruir o corpo e ocultá-lo? Ou o fogo foi a causa morte? Nesses casos em particular, a perícia de local, com relação ao exame externo do cadáver, normalmente terá um pouco menos de informações que os demais casos. Isto porque no caso de queimados, é muito importante o exame de necrópsia, e só 17 UNIDADE Outras Aplicações da Medicina Legal neste exame é possível definir se a morte se deu pelas queimaduras, pela intoxicação pelos gases da combustão, ou se a vítima já estava morta quando foi ateado fogo ao cadáver, quando o objetivo era destruir o cadáver. Mas caso tenha-se o cadáver com carbonização incompleta, verifica-se o grau das queimaduras apresentadas, sinais de reação vital, e busca-se, junto ao médico legista, informações complementares para se fechar o diagnóstico desse tipo de local – se se tratou de homicídio, suicídio ou acidente. Local de Morte por Eletricidade Aqui há diferença se a eletricidade é natural ou artificial. O que os peritos obser- vam neste tipo de local? • Características do local: a depender do tipo de eletricidade, se for um local de morte por raio, ou eletricidade artificial/industrial; • Pesquisa do objeto ou meio condutor, quando for eletricidade artificial; • Cadáver: posição, lesões específicas, causas de morte por eletricidade (eletro- plessão/fulminação). Figura 4 Fonte: Getty images Assim, há situações de mortes por eletricidade nas duas modalidades – natural e artificial, sendo quase sempre causas acidentais. No caso da eletricidade natural, pela queda de raios, a vítima é atingida, de fato, extraordinariamente, de forma acidental e inesperada. O raio é uma descarga elétri- ca que, neste caso, incide diretamente no corpo da pessoa. Conforme a intensidade, pode provocar perturbação do organismo e pode tam- bém deixar uma marca que lembra uma queimadura superficial em forma de zigue- -zague, chamada também de marca arboriforme (em forma de galho de árvore ou de plantas) ou marca de Lichtenberg. Mas o raio também pode produzir a morte 18 19 instantaneamente, fenômeno que recebe o nome de fulminação. A causa da morte, obviamente, é determinada pelo médico. Já nas mortes por eletricidade artificial, temos ampla gama de possibilidades. Ocorre com frequência em acidentes domésticos e do trabalho. Na situação doméstica, com fios desencapados, crianças que mexem em tomadas, eletrodomésticos com defeito, sem isolamento de corrente elétrica, reparos na rede elétrica de casa por pessoas não profissionais, dentre tantas outras possibilidades. No caso de acidentes de trabalho, as ocorrências têm sido de profissionais que trabalham com instalação de televisão a cabo e internet em postes, sendo que por vezes esses postes estão com o isolamento inadequado, transferindo corrente elétrica em pontos que deveriam estar isolados. Outros casos ocorrem ainda nas instalações de construções civil e, claro, nos aci- dentes nas fábricas e indústrias. Operito criminal, já no local, ao examinar o corpo externamente, pode verificar se está presente a marca de Jellinek, lesão característica, que muitas vezes é do formato do condutor da eletricidade. Essa marca representa o ponto de entrada da corrente elétrica no corpo. É interessante buscar se há lesões de saída, geralmente nos pés, ou noutro ponto onde haja objetos metálicos junto ao corpo. Nesses casos, a morte se dá por meio de eletroplessão, termo utilizado para de- signar a morte por uma descarga elétrica artificial. Porém, a causa biológica desen- cadeada pela eletricidade será definida pelo médico legista, no exame de necrópsia, podendo ser morte: • Pulmonar: ou seja, asfixia provocada pela contração dos músculos respiratórios; • Cardíaca: quando o coração fibrila (forma de arritmia, como se estivesse parado); • Cerebral: por ocorrerem hemorragias em partes do cérebro. Você Sabia? Em alguns casos, o choque elétrico não é a causa morte. Pode acontecer que o choque elétrico termine em uma queda, que por sua vez produza um traumatismo importante, que será, em última análise, a causa da morte. Local de Morte por Asfixia O que poderá ser observado neste tipo de local? • Características do local: o local de morte por asfixia depende diretamente da modalidade de asfixia: » Enforcamento: laço no pescoço cujo aperto é feito pelo próprio peso da vítima. Mais comum no suicídio, não podemos deixar de sempre observar as características próprias da morte nesta modalidade, que gerará, por exemplo, 19 UNIDADE Outras Aplicações da Medicina Legal manchas de hipóstase em posições específicas. Caso se trate de uma simu- lação de suicídio, para tentar encobrir um homicídio, o perito, com uma boa análise desses elementos no local, associados aos achados do médico legista quando avaliar a causa da morte, descobrirá a verdade; Figura 5 Fonte: Getty Images » Estrangulamento: laço no pescoço apertado por força diferente do peso da ví- tima, normalmente por uma outra pessoa. Bastará o exame detalhado do sulco no pescoço da vítima para se perceber que não se trata de enforcamento, mas de estrangulamento, sendo muito característico de homicídio; » Esganadura: quando uma outra pessoa usa as mãos para apertar o pesco- ço da vítima. Pela própria descrição, percebe-se que as marcas no pescoço, quando analisadas, demonstrarão que só pode ter sido uma causa homicida; » Sufocação: quando há obstrução das vias aéreas superiores (boca e nariz), ou quando há impedimento ao movimento dos músculos respiratórios. Pode acontecer na forma acidental, como nos engasgamentos, ou de forma crimino- sa, como quando o agressor fecha a boca e o nariz da vítima com um plástico, por exemplo; » Soterramento: quando a pessoa se encontra em ambiente onde não há ar, somente substâncias em forma de pós (areia, terra, barro seco, farinhas etc.). Aqui, comumente é acidental, em casos de desmoronamento, terremoto etc.; » Afogamento: quando a vítima se encontra com as vias aéreas (boca e nariz) submersas em líquido ou semilíquido. Afogamentos podem ocorrer na mo- dalidade homicida, contudo, é mais comum na modalidade acidental, como em piscinas, no mar, nos rios ou açudes. Ademais, o corpo não precisa estar completamente submerso para ser afogamento – há casos de crianças que se afogam em baldes, em casa, estando apenas com a cabeça submersa; » Gases irrespiráveis: há gases incompatíveis com a respiração, gerando asfixia como, por exemplo, o monóxido de carbono; » Confinamentos: quando no ambiente não há renovação do ar e a pessoa se asfixia pela diminuição ou ausência do nível de oxigênio disponível no ambiente. 20 21 Local de Morte por Precipitação O que poderá ser observado neste tipo de local? • Características do local: nestes casos, o exame de local observa o ponto onde se encontra o cadáver, sua posição, distância de afastamento do corpo para a o prédio de onde se precipitou. Observa-se a altura de onde a vítima se precipitou, assim como eram os acessos ao local, se havia meios de segurança etc. Figura 6 Fonte: Getty Images Importante notar que aqui são os casos em que a pessoa cai de altura, podendo ser caso de acidente, suicídio e homicídio. Assim, os exames se darão tanto no local onde o cadáver foi encontrado, como no prédio (aqui entendido como qualquer local construído ou mesmo natural, de onde a pessoa possa estar e cair, como o telhado de uma casa, edifício residencial, comercial, uma ponte, viaduto, o topo de um morro, de uma falésia etc.), na busca de vestígios para diagnóstico diferencial da causa jurídica da morte. Com relação ao cadáver, observaremos a posição em que o corpo ficou após a queda, as lesões específicas, se são compatíveis com o evento, ou seja, se são compatíveis com o impacto da queda, considerando a altura e o material do piso, as reações vitais presentes ou ausentes nas lesões, as manchas de sangue formadas etc. Diante dessas informações, explicaremos como se faz, de forma geral, a perine- croscopia, ou seja, o exame externo do cadáver. Perinecroscopia Como dito, exame do cadáver no local onde foi encontrado é uma rotina no tra- balho do perito criminal, a fim de fazer a ligação, ou não, com os demais vestígios encontrados naquele ambiente. Para tanto, o perito criminal buscará: • Sinais específicos de violência: sinal de violência é aquele que caracteriza a ação sofrida pela vítima em consequência da intensidade dos ferimentos desfe- ridos pelo agressor; 21 UNIDADE Outras Aplicações da Medicina Legal • Sinais de luta no corpo da vítima: são vestígios no corpo que possam identi- ficar o envolvimento entre vítima e agressor; • Reação de defesa: demonstrada pela presença de vestígios que são produzidos pela ação da vítima, quando tenta evitar os ferimentos produzidos pelo agressor. Podemos encontrar esses vestígios na própria vítima, como também no corpo do agressor. O cadáver no local de crime: • Vestígios intrínsecos (observados na superfície do corpo): tais como sêmen, vômitos, saliva, até urina e fezes fazem parte da rotina, aparecendo na busca que os peritos fazem durante a perícia no cadáver; • Vestígios extrínsecos: manchas quaisquer, pelos que ficam grudados, fibras, substâncias minerais, terra, areia, sujeiras, material orgânico, entre outras coisas que podem ser encontradas aderidas ao cadáver, o que, por sua vez, podem trazer informações relevantes para a formação da conclusão pericial, ou mesmo indicar uma possível autoria; • Material do agressor: muito comum estarem presentes nas unhas, mãos e nos órgãos genitais da vítima, podendo oferecer o direcionamento para a identifica- ção do agressor; • O perito observa ainda pertences, se estão com a vítima, ou se há sinais de que existiam tais pertences e foram retirados, tais como marcas de uso de anéis, alianças, brincos, relógios etc. • Descrição e identificação do cadáver. Devem ser observadas as seguintes características para se fazer a descrição do corpo examinado: • Sexo, pele, tipo e comprimento de cabelo, presença de barba, bigode; • Dados de identificação da vítima (se possível, a partir de documentos); • Compleição (franzina, média, robusta); • Idade presumível e características ou sinais particulares (a exemplo de cicatrizes, tatuagens, marcas de nascença, deformidades), sobretudo para os cadáveres de desconhecidos; • Igualmente importante é o exame das roupas. As roupas da vítima trazem importantes informações para a investigação policial. Quando se tem uma vestimenta incompatível com as condições climáticas e ambien- tais do local, e sociais também, podem indicar o transporte do corpo, as intenções da vítima quando saiu de casa, tentativas de ocultação de crime etc. O perito deve descrever de forma minuciosa, pormenorizada as roupas usadas pela vítima, principalmente quando forem de cadáveres de desconhecidos, sendo que para estes deve-se mencionar qualquer descrição ou desenho percebido, inclusi- ve etiquetas do fabricante.22 23 Percebe que para um bom exame de local de crime, os peritos criminais, que não são médicos, precisam conhecer muito de local de crime? Por isso a Medicina Legal é uma das áreas mais valorizadas nas Ciências Forenses. Psicologia e Psiquiatria Médico Legal Existem muitas questões psicopatológicas que possuem repercussões no Direito. A Psiquiatria, conforme explica Miziara (2014), é o ramo da Medicina que estuda a origem, a dinâmica, as manifestações e o tratamento dos transtornos funcionais da personalidade do indivíduo, das perturbações do comportamento humano e suas relações interpessoais. Dito de outra forma, a Psiquiatria se ocupa da personalidade anormal, ou seja, da psicopatologia. Por esta ótica e de acordo com Costa Filho (2015), consideraremos a psicopatolo- gia, na área forense, como o estudo e a aplicação da Psicologia e da psicopatologia (que nasce da Psiquiatria) nas Ciências Forenses e no Direito. Imputabilidade Penal e Capacidade Civil: Limites e Modificadores Biopsico-Sociais A imputabilidade penal significa que a pessoa deve compreender aquilo que é certo ou que é errado, ou seja, capacidade psicológica de entender o caráter ilícito do fato e capacidade mental de escolha de não o praticar, ou seja, de autodeterminação. Para Bittar (2018) o que será avaliado em tais casos é a presença de razão e livre ar- bítrio, isto é, se a pessoa é capaz de raciocinar e de escolher se comete ou não o delito. Já a capacidade civil, para Cardoso (2016) depende de dois presupostos básicos, que são a capacidade de gerir a si e a seus próprios bens materiais e ter plena noção de si, de sua existência como individualidade, parte de um todo social. Há, portanto, fatores que limitarão ou modificarão a capacidade civil e/ou a res- ponsabilidade penal. Fatores Biológicos • Idade: o Código Penal determina, em seu Artigo 27, que “[...] os menores de 18 anos são penalmente inimputáveis”. Trata-se de fator cronológico, que se baseia no desenvolvimento biológico do indivíduo, que antes dos 18 anos de idade não teria alcançado a maturidade suficiente para ser responsabilizado por seus atos diretamente. Aplica-se, então, a legislação especial (Estatuto da Criança e do Ado- lescente). Para efeitos dos atos da vida civil, é também de 18 anos a maioridade. Portanto, abaixo dessa idade é entendido como menor na forma da Lei, necessi- tando ser representado ou assistido, conforme o caso e a idade no caso concreto; 23 UNIDADE Outras Aplicações da Medicina Legal • Sono: considerando que há modificações patológicas do sono, como no caso do sonambulismo, pode modificar a imputabilidade; • Emoção: quando por episódio de violenta emoção ou quando a emoção é sin- toma de problema mental; • Surdo-mudo: considera-se como limitada a sua capacidade de discernimento, por lhe faltar o contato com o meio exterior mesmo com a educação especia- lizada, por haver noções e entendimentos que dependem da compreensão da linguagem falada; • Silvícola não aculturado: por silvícola entendemos aquele que vive na selva, na mata. Os índios que não possuem contato com a sociedade urbana, vivendo des- de o nascimento naquele pequeno grupo isolado na mata, têm os seus próprios conceitos e regras locais, destituídos da compreensão de identidade social, do papel social e de qualquer outro conhecimento de normas de vida em sociedade. Logo, são inimputáveis; • Alcoolismo e toxicomania: quando a embriaguez é completa, conforme o caso concreto, pode ser considerada um atenuante, onde a pessoa não tinha, durante a embriaguez, o completo entendimento do caráter ilícito do fato. Mas, se se al- coolizou ou mesmo se drogou, de plena consciência para ter coragem a praticar o crime, torna-se uma circunstância agravante. O mesmo ocorre se o autor do delito se aproveitar da embriaguez de sua vítima para praticar o fato. Fatores Psíquicos: • Doença mental: perturbação mental ou psíquica, persistente, que gere falta de autoconsciência e de adaptação. Chamada também de alienação mental; • Desenvolvimento mental incompleto ou retardado: no desenvolvimento mental incompleto, a pessoa ainda não tem maturidade psíquica, pois ainda está se desenvolvendo, ou seja, o seu desenvolvimento ainda é incompleto, mas se completará no futuro. No desenvolvimento retardado, a maturidade psíquica não corresponde à esperada para a idade biológica, para o esperado para esse período da vida. Mas neste caso, nunca será adquirida. Perturbação da Saúde Mental Tratam-se dos problemas psíquicos menos graves e que, de acordo com Bittar (2018), contemplam situações como neuroses, condutopatias, toxicomanias e alcoo- lismos moderados e leves: • Neurose: perturbação mental relacionada à ansiedade e às angústias; • Condutopatias (sociopatia e psicopatia): geralmente com inteligência normal, têm comprometimento do comportamento e das emoções. Comumente com- preendem o caráter ilícito do fato, mas o indivíduo não sente afetividade, sendo indiferente ao sofrimento alheio, com o comprometimento da capacidade de julgamento de valores éticos e morais. 24 25 Material Complementar Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade: Livros A prova é a testemunha CASOY, I. A prova é a testemunha. São Paulo: Larousse do Brasil, 2010. Medicina forense aplicada FRANKLIN, R. Medicina forense aplicada. Rio de Janeiro: Rubio, 2018. Perfil de uma mente criminosa: como o perfil psicológico ajuda a resolver crimes da vida real INNES, B. Perfil de uma mente criminosa: como o perfil psicológico ajuda a resolver crimes da vida real. São Paulo: Escala, 2009. Leitura Doenças relacionadas ao trabalho manual de procedimentos para os serviços de saúde https://bit.ly/2G6kF4o Situações Equiparadas a Acidente do Trabalho Guia trabalhista com diversos artigos tratando da legislação e indicação do passo a passo para a obtenção dos direitos relacionados à infortunística. https://bit.ly/3couIh6 Doença ocupacional https://bit.ly/3j00hjG Procedimento operacional padrão da perícia criminal https://bit.ly/2FTg4CK 25 UNIDADE Outras Aplicações da Medicina Legal Referências ARANTES, A. C. Fundamentos de Medicina Legal para o acadêmico de Direito. 2. ed. França, SP: Lemos e Cruz, 2017. BENFICA, F. S.; VAZ, M. Medicina Legal. 4. ed. rev. atual. Porto Alegre, RS: Livraria do Advogado, 2019. BITTAR, N. Medicina Legal e noções de criminalística. 7. ed. Salvador, BA: JusPodivm, 2018. CARDOSO, L. M. Medicina Legal para o acadêmico de Direito. 4. ed. Belo Horizonte, MG: Del Rey, 2016. COSTA FILHO, P. E. G. Medicina Legal e criminalística. 2. ed. Brasília, DF: Alumnus, 2015. COUTO, R. C. Perícias em Medicina Legal & Odontologia Legal. Rio de Janeiro: MedBook, 2011. CROCE, D. Manual de Medicina Legal. 8. ed. São Paulo: Saraiva, 2012. DOREA, L. E. Local de crime – tratado de perícias criminalísticas. 2. ed. Campinas, SP: Millennium, 2012. FRANÇA, G. V. de. Medicina Legal. 11. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2017. MIZIARA, I. D. Manual prático de Medicina Legal. São Paulo: Atheneu, 2014. REIS, A. B. dos. Metodologia científica e perícia criminal – tratado de perícias criminalísticas. Campinas, SP: Millennium, 2006. SILVA NETTO, A. da S.; ESPINDULA, A. Manual de atendimento a locais de morte violenta – investigação pericial e policial. 2. ed. Campinas, SP: Millennium, 2016. TOCCHETTO, D. Balística forense – aspectos técnicos e jurídicos. 8. ed. Campinas, SP: Millennium, 2016. ________; ESPINDULA, A. Criminalística: procedimentos e metodologias. 2. ed. Porto Alegre, RS: Espindula, 2009. 26
Compartilhar