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Capítulo
1A Primeira Guerra Mundial
Antecedentes e fatores 
Durante o século XIX, a Revolução In-
dustrial se desenvolveu em vários países 
da Europa. Esse fato promoveu grande 
acúmulo de capitais e expansão dos negó-
cios por meio da chamada corrida imperia-
lista, em busca de mercados consumidores 
e fornecedores de matérias-primas. No 
final desse mesmo século, a Alemanha en-
trou nessa disputa, após o seu processo de 
unificação. 
Nessa corrida imperialista, os europeus 
se apossaram da África e da Ásia, onde 
fundaram colônias; em outras regiões, 
como as da América Latina, eles passaram 
a exercer influência, controlando os mer-
cados consumidores.
O nacionalismo foi usado para justifi-
car a expansão imperialista, beneficiando 
a burguesia, classe social que controlava o 
poder político. Assim, para demarcar po-
V.
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lítica e economicamente seu poderio, os 
países europeus iniciaram uma violenta 
campanha nacionalista, instigando o ódio 
de um povo contra outro.
Em 1871, a unificação alemã se com-
pletou após a derrota da França na Guerra 
Franco-Prussiana (1870-1871). Os fran-
ceses tiveram de suportar os alemães no 
Palácio de Versalhes e assistir à criação do 
II Reich, na Sala dos Espelhos. Foram obri-
gados a assinar um humilhante tratado de 
paz em que se estabeleceu, entre outros 
itens, a entrega da Alsácia-Lorena, região 
rica em carvão. A França não esqueceria 
essa humilhação.
Com a unificação, a Alemanha acele-
rou seu processo industrial, disputando 
mercados, na Europa e no mundo, com a 
Inglaterra; disputava também a região do 
Marrocos, na África, com a França.
À esquerda, o kaiser alemão Guilherme II; ao centro, o rei britânico George V; à direita, 
o czar russo Nicolau II. Guilherme e George eram netos da rainha britânica Vitória, 
sendo primos em primeiro grau. George e Nicolau também eram primos, pois eram 
netos, segundo sua linhagem materna, do rei Cristiano IX, da Dinamarca. Os laços de 
sangue, contudo, não foram suficientes para conter a Primeira Grande Guerra.
O grupo "Variações" 
envolve aspectos fun-
damentais que norte-
arão o conteúdo pro-
gramático do 9º ano: o 
imperialismo econômi-
co, a divisão ideológi-
ca mundial promovida 
pela Primeira Guerra e 
pela Revolução Russa 
de 1917, além da crise 
do liberalismo econô-
mico, em 1929.
Esses assuntos po-
derão ser enriquecidos 
com filmes de guerra, 
como Nada de novo 
no front, sobre as trin-
cheiras; Sissi, a primei-
ra imperatriz, sobre os 
últimos dias de Viena e 
os salões de baile; Reds, 
sobre a Revolução Rus-
sa, um filme baseado 
na obra Os dez dias que 
abalaram o mundo, de 
John Reed.
Ao explicar a Revolu-
ção Russa, fazer sempre 
a ligação com a Primei-
ra Guerra Mundial para 
os alunos entenderem 
164
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5-
11
Capítulo 1 – A Primeira Guerra Mundial \ Grupo 1
T���������� ��������� ��� � �������� �� ������ ��������, �� �������� �� P������� G�����
RIO DE OURO
MARROCOS
ÁFRICA OCIDENTAL FRANCESA
TUNÍSIA
ARGÉLIA LÍBIA EGITO
SUDÃO
ANGLO-EGÍPCIO
Á
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SOMÁLIA
BRITÂNICAABISSÍNIA
(ETIÓPIA)
SOMÁLIA
ITALIANAUGANDA
ÁFRICA
ORIENTAL 
ALEMÃ
NIASSALÂNDIA
MADAGASCARRODÉSIA
DO SUL
RODÉSIA
DO NORTE
BECHUA-
NALÂNDIA
SUAZILÂNDIA
BASOTOLÂNDIA
UNIÃO DA
ÁFRICA DO SUL
ÁFRICA DO
SUDOESTE
ALEMÃ
ANGOLA
CONGO
BELGA
CAMARÕES
NIGÉRIA
ALTO
VOLTA
COSTA
DO MARFIM
LIBÉRIA
SERRA LEOA
GUINÉ
PORTUGUESA
GÂMBIA
Comores
(FRA)
Maurício
(GB)
Seicheles
(GB)
São Tomé e Príncipe
(POR)
ÁSIA
OCEANO
ÍNDICO
MAR ME D IT E R R ÂNE O
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MARROCOS
ESPANHOL
Canárias
SENEGAL
MAURITÂNIA
GUINÉ
COSTA
DO OURO
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RIO MUNI
GABÃO
TRANSVAAL
MO
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MB
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ERITREIA SOMÁLIA
FRANCESA
CHADE
NÍGER
MALI
ÁFRICA
ORIENTAL 
BRITÂNICA
Cabo Verde
(POR)
Madeira
Canal de Suez
OCEANO
ATLÂNTICO
700 km
Alemanha
Bélgica
Espanha
França
Inglaterra
Itália
Portugal
Países independentes
Territórios sob controle de
países europeus antes de 1914
A Rússia almejava controlar a região bal-
cânica enfrentando o Império Austro-Hún-
garo, também interessado naquela região. O 
objetivo desses dois impérios era o mesmo: 
obter uma saída para o mar Mediterrâneo. 
A Rússia também disputava com o Império 
Turco a região dos estreitos de Bósforo e 
Dardanelos, além de ter interesses em terri-
tórios chineses. Em contrapartida, a própria 
Rússia fazia parte da esfera de interesse eco-
nômico da Inglaterra e da França.
O imperialismo e o nacionalismo divi-
diram a Europa em vários blocos antagô-
nicos: de um lado, a Alemanha defendia 
o pangermanismo, cujos objetivos eram 
reunir, sob o seu domínio, todos os povos 
de origem germânica e incorporar outros 
como seus satélites; de outro lado, a Rússia 
defendia o pan-eslavismo, visando reunir 
todos os povos eslavos sob a proteção da 
grande “mãe russa”; havia ainda a Sérvia, 
que tinha pretensão de formar a Grande 
Sérvia, conglomerando os povos vizinhos 
de origem sérvia, da região balcânica, em 
um único Estado.
Em 1908, o Império Austro-Húngaro 
anexou a região da Bósnia-Herzegovina, 
pretendida pela Sérvia. Montenegro e 
Bulgária lutavam contra o Império Austro-
-Húngaro e contra o Império Otomano.
que, em determi-
nado momento, o 
mundo estava envol-
vido em duas guer-
ras, praticamente: a 
Primeira Guerra e a 
Guerra Civil Russa, 
com participação ex-
terna.
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História \ Variações 165
Mar Mediterrâneo
Mar Adriático
Mar Negro
ROMÊNIA
BULGÁRIA
MONTENEGRO
GRÉCIA
SÉRVIA
ALBÂNIA
BÓSNIA-
HERZEGOVINA
Istambul
Atenas
Tirana
Só�a
Belgrado
Cetinje
Saravejo
Bucareste
Ocupada pelo Império
Austro-Húngaro desde
1878 e anexada em 1908
Às vésperas da eclosão da Primeira Guerra, 
a região representada no mapa aparecia 
como uma das mais disputadas pelas 
potências imperialistas europeias.
Dessa maneira, ingleses, franceses, 
russos, alemães, austro-húngaros e ita-
lianos se agruparam, segundo seus inte-
resses, na chamada Política de Alianças: 
os três primeiros, formando a Tríplice En-
tente; os três últimos, a Tríplice Aliança. 
O clima de rivalidade era tão forte que, 
ao final do século XIX, o jornal inglês 
Saturday review chegou a estampar como 
manchete do dia Delenda est Germanian 
(frase em latim que significa "A Alema-
nha deve ser destruída"), numa referên-
cia à destruição de Cartago, promovida 
por Roma, na Antiguidade, ao longo das 
Guerras Púnicas (Delenda est Cartago).
ÁUSTRIA-HUNGRIA
ITÁLIA
ALEMANHA
FRANÇA
RÚSSIA
INGLATERRA
Mar Mediterrâneo
Mar Negro
Mar do
Norte
A Política de Alianças (ou Sistema de 
Alianças, como também é conhecido)
Ao mesmo tempo, os países estimula-
vam sua produção bélica e modernizavam 
seus exércitos, preparando-se para um 
confronto inevitável. A essa corrida arma-
mentista deu-se o nome de Paz Armada.
Como se tudo isso não bastasse, vários 
países europeus enfrentavam revoltas in-
ternas de regiões que exigiam a indepen-
dência: na Grã-Bretanha, irlandeses se re-
voltaram; na Espanha, bascos e catalães; 
no Império Austro-Húngaro, tchecos, eslo-
vacos e poloneses; na Macedônia, gregos, 
búlgaros e sérvios; na Alemanha, polone-
ses, alsacianos e lorenos, entre outros.
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S.
Baile no Moulin Rouge (1890), de Henri 
de Toulouse-Lautrec, Museu de Arte de 
Filadélfia. Enquanto os Estados europeus 
se preparavam para a guerra, a população 
daquele continente desfrutava da chamada 
belle époque ("bela época"), com festas, 
viagens, enfim, uma "boa vida". Paris, 
por exemplo, era um grande centro 
cultural e de diversão, como buscou 
retratar Toulouse-Lautrec nesta obra.
O confl ito
O pretexto da guerra
Em 28 de junho de 1914, o arquiduque 
Francisco Ferdinando, herdeiro do trono 
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Capítulo1 – A Primeira Guerra Mundial \ Grupo 1
austro-húngaro, em visita a Sarajevo, capi-
tal da Bósnia, recém-anexada ao Império 
em detrimento das ambições da Sérvia, 
foi assassinado por um estudante sérvio, 
membro de uma sociedade secreta ultra-
nacionalista.
O governo austríaco acusou a Sérvia 
de ser a mandante do assassinato, decla-
rando-lhe guerra em julho de 1914. Em 
razão da “política de alianças”, imediata-
mente países de um lado e de outro se 
envolveram.
A Itália ficou neutra até 1915, alegando 
que os tratados eram defensivos e não fa-
lavam em ataques ou invasões.
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Representação do momento em que 
o jovem sérvio Gavrilo Princip dispara 
contra o arquiduque Francisco Ferdinando 
e sua esposa, Sophia. O atentado e a 
morte do herdeiro do Império Austro-
-Húngaro e o início da Primeira Guerra 
Mundial marcaram o fim de uma época.
Guerra de movimentos (1914)
Com o início da guerra, a Alemanha 
pôs em prática seu plano, conhecido como 
Plano Schlieffen, que consistia em atacar a 
França, via Bélgica, e, em seguida, invadir 
a Rússia.
Na frente ocidental, os alemães foram 
obrigados a recuar após terem sido deti-
dos por uma conjugação de forças fran-
co-britânicas na Batalha do Marne, em 
setembro de 1914. Os alemães também 
foram surpreendidos pela resistência rus-
sa, embora, na frente oriental, a guerra se 
desenrolasse mais favoravelmente à Ale-
manha e à Áustria-Hungria.
Guerra de trincheiras 
(1914-1917)
Franceses e alemães iniciaram a chama-
da “guerra de trincheiras”: imensos canais 
foram cavados na terra, entre a Bélgica e 
a França, nos quais os soldados permane-
ciam praticamente imobilizados, cercados 
por arames farpados, realizando eventuais 
ataques, sem muito sucesso. Em 1915, a 
Itália entrou na guerra ao lado da Entente, 
em troca dos territórios que estavam em 
poder da Áustria e de outros benefícios.
Outros países resolveram entrar no 
conflito, como o Japão, ao lado da Entente, 
e a Bulgária e o Império Turco-Otomano, 
ao lado da Alemanha e da Áustria: a guerra 
tomou caráter mundial.
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Soldados britânicos entrincheirados na 
região francesa de Beaumont-Hamel, em 
1916. Frio, vermes, doenças, ratos, sede, 
chuva, neve, sol, lama, gases, bombas, 
o odor da decomposição dos cadáveres 
(amigos e inimigos), a dificuldade de 
alimentação e de evacuação eram 
companheiros inseparáveis dos soldados 
entrincheirados. Nesses buracos, o 
soldado inimigo era o menor dos males.
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História \ Variações 167
A E����� ��� "A�������" � ��� P�������� A��� �� G�����
Paris
PORTUGAL
ESPANHA
FRANÇA
BÉLGICA
LUXEMBURGO
REINO UNIDO
DA GRÃ-BRETANHA
E IRLANDA
ISLÂNDIA
(DINAMARCA)
ÁFRICA
PAÍSES
BAIXOS
SUIÇA
ITÁLIA
ROMÊNIA
GRÉCIA
NORUEGA
BULGÁRIA
IMPÉRIO TURCO-OTOMANO
IMPÉRIO RUSSO
ALBÂNIA
BÓSNIA-HERZEGOVINA
ÁUSTRIA-HUNGRIA
DINAMARCA
ALEMANHA
Mar Negro
Mar Cáspio
Mar 
Mediterrâneo
Mar do 
Norte
SUÉCIA
Mar 
Báltico
SÉRVIA
MONTENEGRO
Chipre (Brit.)
TRÍPLICE ENTENTE
TRÍPLICE
ALIANÇA
Reikjavik
Londres
São Petersburgo
Roma
Sardenha
Córsega
Sicília
Berlim
Viena
OCEANO 
ATLÂNTICO
Países neutros
Maio de 1915 – Itália entra na guerra,
mas do lado da Tríplice Entente 
Tríplice Aliança (1882) e aliados
Tríplice Entente (1907) e aliados
Países invadidos pelas forças da
Alemanha e Áustria-Hungria
A situação de guerra de trincheiras foi 
alterada a partir de 1917 por dois aconte-
cimentos decisivos para o fim da guerra: a 
saída da Rússia e a entrada dos EUA.
Momentos decisivos 
(1917-1918)
Em 1917, na Rússia, uma revolução so-
cialista tomou o poder, e os bolcheviques, 
tendo Lênin no comando do Estado, assi-
naram o Tratado de Brest-Litovsky com a 
Alemanha (1918), retirando a Rússia da 
guerra.
Livres da frente oriental, os alemães 
concentraram suas forças na frente oci-
dental – contra ingleses e franceses. Ao 
mesmo tempo, organizavam um poderoso 
bloqueio marítimo para evitar apoios à In-
glaterra e à França.
Pela primeira vez, foram utilizados sub-
marinos, que reforçaram o bloqueio ma-
rítimo, principalmente contra os Estados 
Unidos da América, que enviavam manti-
mentos e armas à Entente.
Os submarinos alemães haviam afun-
dado, em 1915, o navio “Lusitânia”, um 
transatlântico inglês no qual viajavam, 
entre outros, 128 passageiros estaduni-
denses. Esse ataque gerou um violento 
protesto por parte dos Estados Unidos, 
até então um país neutro na guerra.
Em 1917, os submarinos alemães 
afundaram alguns cargueiros estaduni-
denses e, então, em abril, os Estados Uni-
dos declararam guerra à Alemanha.
Nesse mesmo ano, o navio brasileiro 
“Paraná” foi afundado no canal da Man-
cha e o “Macau”, também brasileiro, foi 
atacado; em razão disso, o Brasil declarou 
168
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Capítulo 1 – A Primeira Guerra Mundial \ Grupo 1
guerra à Alemanha, enviando uma equipe 
médica para auxiliar a Entente.
A entrada dos Estados Unidos foi de-
cisiva para a guerra: desembarcou na 
França um efetivo militar poderosamente 
armado, bem nutrido e descansado, para 
enfrentar um exército desgastado pelos 
quatro anos de guerra. Em 1918, a Ale-
manha foi vencida.
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A Primeira Guerra Mundial revolucionou 
a arte bélica, utilizando os mais novos 
inventos para a época: tanques, lança-
-chamas, armas químicas, balões, 
submarinos, aviões e caminhões. 
Na foto, vemos um exemplar do 
tanque de guerra inglês Mark I.
Os tratados de paz
Ao final da Primeira Guerra Mundial, 
vários tratados foram feitos. O principal 
foi o Tratado de Versalhes (junho de 
1919), imposto à Alemanha, considera-
da responsável pela guerra e obrigada a 
acatar uma série de determinações, cujo 
objetivo era enfraquecê-la ao máximo:
• devolução da Alsácia-Lorena à 
França;
• cessão de territórios para o resta-
belecimento da Polônia e forma-
ção da Tchecoslováquia;
• um território livre, na Alema-
nha, para a Polônia ter acesso ao 
mar pelo porto de Dantzig (atual 
Gdansk), formando o conhecido 
“corredor polonês”;
• perda das colônias na África;
• entrega da região carbonífera do 
Sarre para os vencedores (em es-
pecial, para a França);
• redução de seu efetivo militar para 
100 mil homens;
• Proibição do uso de artilharia pe-
sada, aviões, submarinos e navios 
militares;
• pesada indenização, em ouro, aos 
países vencedores, por danos de 
guerra.
Em resumo, a economia alemã per-
deu 25% de aço e de carvão, 75% das re-
servas ferríferas, 15% da produção agrí-
cola, além de máquinas e equipamentos 
e, ainda, por anos e anos, o país foi obri-
gado a pagar a indenização imposta pelo 
tratado.
Desarmados e humilhados, os alemães 
não tiveram alternativa senão assinar o 
tratado; isso gerou uma violenta revolta 
no povo alemão, que, mais tarde, seria uti-
lizada por Adolf Hitler em sua ascensão ao 
poder.
Os outros países aliados da Alemanha 
também assinaram tratados de paz, como 
é possível verificar no quadro a seguir.
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História \ Variações 169
Tratado Quando Quem ganhou Quem perdeu 
Trianon Junho de 1919
A Sérvia incorporou a Croácia; 
a República Tcheca ganhou 
a Eslováquia; a Romênia 
incorporou a Transilvânia.
A Hungria perdeu todos 
esses territórios.
Saint-Germain-
-en-Laye 
Setembro 
de 1919
Tchecoslováquia, Reino dos 
sérvios, croatas, eslovenos 
e poloneses tiveram sua 
independência. A Itália abocanhou 
terras dos austríacos.
A Áustria teve de conceder 
porções de seu território 
aos novos países.
Neuilly Novembro de 1919
A Grécia anexou a Trácia. O Reino 
dos sérvios, croatas e eslovenos 
ficou com a Macedônia. 
A Bulgária perdeu todos 
esses territórios. 
Sèvres Agosto de 1920
França e Inglaterra dividiram 
as terras turcas no Oriente 
Médio. Grécia e Armênia 
anexaram parte da Turquia.
A Turquia teve seu território 
reduzido. Foi o fim do 
Império Otomano.
Os mapas apresentados em seguida mostrama Europa em dois momentos distintos: 
antes (mapa 1) e depois (mapa 2) da Primeira Guerra. Observe-os atentamente.
M��� 1 – A���� �� P������� G����� M������
 
Mar Negro
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Mar do
Norte
 
Moscou
Estoco
lmoCristiânia
Copenhague
Haia
Bruxelas
Paris
Berna
Viena
Sarajevo
Cettigne
Durazzo
Berlim
MadriLisboa Roma
Atenas
Só�a
Bucareste
Belgrado
Rodes
Londres
GRÃ-BRETANHA
E
IRLANDA
FRANÇA
ESPANHA
ÁUSTRIA-HUNGRIA
ÁFRICA
IMPÉRIO TURCO-OTOMANO
RÚSSIA
ALEMANHA
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A
DINAMARCA
HOLANDA
BÉLGICA
MONTENEGRO SÉRVIA BULGÁRIA
SUÍÇA LIECHTENSTEIN
ALBÂNIA
GRÉCIA
ROMÊNIA
ANDORRA
FINLÂNDIA
Mediterrâneo
Mar 
ITÁLIA
OCEANO
ATLÂNTICO
170
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Capítulo 1 – A Primeira Guerra Mundial \ Grupo 1
M��� 2 – D����� �� P������� G����� M������
Baleares
Córsega
Sardenha
Sicília
Creta Chipre(Brit.)
Mar
do Norte
M a
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á l
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co
 
Mar Negro
Mar Cáspio
 
UNIÃO DAS REPÚBLICAS
SOCIALISTAS SOVIÉTICAS
FI
NL
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ISLÂNDIA
IRLANDA
GRÃ-BRETANHA
FRANÇA
ESPANHAPO
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ALEMANHA
ITÁLIA
BÉLGICA
DINAMARCA
POLÔNIA
ROMÊNIAHUNGRIA
IUGOSLÁVIA BULGÁRIA
LITUÂNIA
ESTÔNIA
LETÔNIA
ALBÂNIA
TURQUIA
GR
ÉCI
A
TCHECOSLOVÁQUIA
PAÍSES
BAIXOS
LUXEMBURGO
ÁUSTRI
ASUÍÇA
(PARTE EUROPEIA)
Dublin
Londres
Paris
Berna
Bruxelas
Amsterdã Berlin
Copenhague
Estocolmo
Oslo Helsinque
Riga
Vilnius
Varsóvia
Budapeste
Viena
Praga
Roma
Tallin
Belgrado Bucareste
Só�aTirana
Atenas
Ancara
Moscou
MadriLisboa
Reikjavik
Mediterrâneo
Mar 
OCEANO
ATLÂNTICO
Novos países
Observe que países novos como Tchecos-
lováquia, Polônia, Lituânia, Letônia, Estônia 
e Finlândia formavam uma “parede”, sepa-
rando a Europa capitalista da então recém-
-criada União Soviética. Esses Estados forma-
ram um “cordão sanitário” para isolar a URSS 
e proteger a Europa capitalista da expansão 
bolchevista, considerada o grande perigo 
para a humanidade e para a democracia.
A Liga das Nações
A Liga das Nações foi proposta pelo 
presidente dos Estados Unidos, Woodrow 
Wilson, juntamente com outras sugestões 
conhecidas como Os 14 Pontos de Wilson. 
A Liga – um dos poucos pontos propostos 
pelo presidente estadunidense que foram 
efetivamente aplicados – previa uma união 
de países que funcionaria como fórum in-
ternacional de preservação da paz mundial. 
No entanto, o Congresso dos Estados Uni-
dos votou contra a participação do país nes-
sa instituição supranacional, o que também 
colaborou para o seu futuro fracasso.
Em linhas gerais, os pontos sugeridos 
pelo presidente Wilson eram:
• fim da "diplomacia secreta";
• liberdade dos mares;
• eliminação das barreiras econômicas 
entre as nações;
• redução dos armamentos nacionais;
• redefinição da política colonialista, le-
vando em consideração o interesse dos 
povos colonizados;
• retirada dos exércitos de ocupação da 
Rússia;
• restauração da independência da Bélgica;
• restituição da Alsácia-Lorena à França;
• reformulação das fronteiras italianas;
• reconhecimento do direito ao desen-
volvimento autônomo dos povos da 
Áustria-Hungria;
• restauração da Romênia, da Sérvia e de 
Montenegro e direito de acesso ao mar 
para a Sérvia;
• reconhecimento do direito ao desen-
volvimento autônomo do povo da 
Turquia e abertura permanente dos 
estreitos que ligam o mar Negro ao Me-
diterrâneo;
• independência da Polônia;
• criação da Liga das Nações ou Socieda-
de das Nações.
A “diplomacia se-
creta”, isto é, acordos 
diplomáticos fechados 
entre dois ou mais paí-
ses sem o conhecimen-
to internacional, havia 
sido amplamente uti-
lizada pelas potências 
europeias no período 
que antecedeu a Pri-
meira Guerra (a chama-
da Paz Armada).
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História \ Variações 171
Conclusão
A Primeira Guerra Mundial (1914-
1918), iniciada como um conflito euro-
peu de disputas de hegemonia econômica 
entre as potências da época – Alemanha, 
França, Inglaterra e Rússia –, alastrou-se 
pelo mundo todo como um rastilho de pól-
vora desenfreado.
Foi a primeira vez que um conflito ar-
mado assumiu proporções mundiais – Ja-
pão, China, Brasil, Guatemala, Bélgica, Por-
tugal e outros países da América, Europa e 
Ásia se viram envolvidos na guerra.
Essa guerra determinou o fim da hege-
monia europeia. As antigas potências saí-
ram endividadas com os EUA, e o mundo 
assistiu ao nascimento de novas potências, 
como os EUA, a URSS e o Japão.
Além das consequências já citadas nos 
tratados de paz, que promoveram a dimi-
nuição territorial de alguns países e favo-
receram o surgimento de outros tantos, 
é bom lembrar que essa guerra trouxe 
alguns benefícios para o Brasil. Por exem-
plo, o país teve seu processo industrial 
incentivado pela ausência de produtos 
importados, uma vez que os países em 
guerra estavam preocupados com a pro-
dução bélica.
O mundo começou a se dividir ideologi-
camente: de um lado, nascia a União Sovi-
ética, um país socialista em expansão, que 
rapidamente se tornaria uma potência, e, 
de outro, estavam os países capitalistas.
As enormes baixas humanas, a crise 
econômica e política gerada pela guerra, 
as humilhações impostas à Alemanha e as 
dívidas contraídas por ingleses e franceses 
tornaram a Europa uma região extrema-
mente instável. Essa situação se agravaria 
ainda mais, a partir de 1929, com a crise 
do capitalismo mundial e com a expansão 
dos ideais socialistas, preparando o campo 
para a Segunda Guerra Mundial.
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Capítulo
1 A Primeira Guerra Mundial
a. a necessidade de controlar regiões 
produtoras de matérias-primas es-
senciais à indústria capitalista.
b. a ideologia da superioridade ca-
tólica dos europeus que levaria a 
todos os povos os benefícios da 
verdadeira fé.
c. a necessidade de exportar capitais 
para áreas pobres do mundo, com 
o intuito de ajudá-las a superar seu 
atraso econômico.
d. a conquista de pontos estratégicos 
para a defesa das colônias portu-
guesas na África e Ásia.
e. a expansão dos mercados euro-
peus, após a crise dos EUA, com 
a quebra da Bolsa de Valores de 
Nova York.
03) As Alianças Militares formadas no 
contexto da “paz armada” tinham por 
objetivo:
a. garantir mercados consumidores e 
fornecedores de matéria-prima.
b. exercitar o poder político e econô-
mico na África e na Ásia.
c. apaziguar os atritos entre os países 
europeus por meio de uma arbitra-
gem imparcial e na justa.
d. garantir maior poder bélico e políti-
co, para contra-atacar países rivais e 
também para defender países alia-
dos.
e. criar uma série de determinações, 
visando enfraquecer o poder das 
potências imperialistas na Europa.
Ati vidade 1 • Antecedentes e fatores
Exercícios de Aplicação
01) O revanchismo francês, um dos prin-
cipais fatores responsáveis pela Primeira 
Guerra Mundial, ocorreu em razão:
a. de a Itália ter ocupado territórios 
franceses durante o seu processo 
de unificação, além de ter apoiado a 
Prússia na Guerra Franco-Prussiana.
b. de a Inglaterra, graças ao seu po-
derio industrial e bélico, ter ocupa-
do vários mercados consumidores 
da França e, com isso, ter causado 
prejuízos à indústria francesa.
c. de a França, ao querer participar da 
Tríplice Aliança, ter sido impedida 
pela Inglaterra e pela Alemanha, o 
que a levou a desenvolver um espí-
rito revanchista em relação a esses 
países e aderir à Tríplice Entente.
d. da crise dos Bálcãs, que envolveu vá-
rios países europeus. A França se pro-
pôs a intermediar, a fim de buscar so-
luções pacíficas; no entanto, sua ajuda 
foi recusada. Diante disso, esse país 
passou a desenvolver um espírito re-
vanchista e bélico, que contribuiu para 
a eclosão da Primeira Guerra Mundial.
e. de a França querer se vingar da derro-
ta sofrida na Guerra Franco-Prussiana, 
na qual os franceses foram obrigados a 
assistir à criação do II Reich, no Palácio 
de Versalhes, e a entregar a Alsácia e a 
Lorena à Alemanha.
02) Em relação ao imperialismo no final 
do séculoXIX e no início do século XX, po-
demos assinalar:
Exercícios Propostos
04) Leia atentamente o seguinte texto e, 
depois, responda à questão.
1906-1913 – Não há muitas novi-
dades do grande mundo. […] o novo 
século também se rege pelo conhecido 
e imutável princípio da dinâmica his-
tórica: para uns o poder, para outros a 
servidão. […] Alguns países chama-
dos potências, que praticamente divi-
dem entre si toda a superfície da Terra 
em propriedades, ou impérios […]. 
Embora sempre exista entre elas uma 
No exercício 01, o 
revanchismo francês 
acentuou-se com a der-
rota francesa diante da 
Prússia, em 1870. Além 
da derrota na guerra, 
a França perdeu dois 
territórios (Alsácia e 
Lorena) e assistiu, com 
suprema humilhação, à 
constituição do II Reich 
em pleno Palácio de 
Versalhes.
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R.: D
R.: A
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História \ Variações 173
concorrência ameaçadora e armada, 
as potências associam-se de vez em 
quando em blocos, com o objetivo da 
defesa comum de seus próprios. […]
MORANTE, Elza. A história.
O texto oferece uma síntese da situa-
ção da Europa durante o período que pre-
cedeu a Primeira Guerra Mundial. Apre-
sente os blocos e os respectivos países que 
os compunham nessa época.
05) Após a unificação alemã (1870), a In-
glaterra passou a se sentir ameaçada e a 
França passou a estimular o revanchismo. 
Por quê?
06) Conceitue:
a. pan-eslavismo;
b. pangermanismo.
Ati vidade 2 • O confl ito
Exercícios de Aplicação
01) Observe esta gravura.
 
 
 
 
 
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IL
A imagem retrata o momento do as-
sassinato de um futuro imperador euro-
peu e sua esposa, em desfile pelas ruas 
de Sarajevo. Esse episódio ocorreu em 
meio a uma séria crise que se alastrava 
na Europa e que levaria a uma guerra. O 
futuro imperador morto, a crise e a guer-
ra são, respectivamente:
a. Guilherme, da Alemanha, crise do 
Marrocos e Guerra da Crimeia.
b. Francisco, do Império Austro-Hún-
garo, crise das nacionalidades e 
Guerra da Argélia.
c. Francisco Ferdinando, da Alema-
nha, crise armamentista e Primeira 
Guerra Mundial.
d. Nicolau, da Rússia, crise dos Bálcãs 
e Guerra Franco-Prussiana.
e. Francisco Ferdinando, do Império 
Austro-Húngaro, crise dos Bálcãs e 
Primeira Guerra Mundial.
Tríplice Aliança: Alemanha, Império Austro-
-Húngaro e Itália
Tríplice Entente: Inglaterra, França e Rússia
A Inglaterra sentia-se ameaçada pelo de-
senvolvimento industrial alemão e preten-
dia buscar mercados em áreas africanas e 
asiáticas; a França, humilhada pelo Tratado 
de Versalhes de 1870, pelo qual cedeu à Ale-
manha a região da Alsácia-Lorena, rica em 
carvão, espreitava uma oportunidade para 
retomar aqueles territórios.
Pretensão russa de reunir sob o seu domínio 
os povos eslavos.
Pretensão alemã de reunir sob seu domínio 
povos de origem germânica.
No exercício 01, a 
gravura mostra o assas-
sinato do arquiduque 
Francisco Ferdinando, 
herdeiro do trono aus-
tro-húngaro, e de sua 
esposa, por um nacio-
nalista sérvio, em Sara-
jevo. Esse episódio, no 
contexto da crise dos 
Bálcãs, foi o estopim 
para a eclosão da Pri-
meira Guerra Mundial.
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Capítulo 1 – A Primeira Guerra Mundial \ Grupo 1
Leia o trecho de texto apresentado 
em seguida e, depois, responda às ques-
tões 2 e 3.
Tornamo-nos animais selvagens. 
Não combatemos, nos defendemos da 
destruição. Sabemos que não lança-
mos as granadas contra homens, mas 
contra a morte, que nos persegue com 
mãos e capacetes.
[…] corremos agachados como ga-
tos, submersos por essa onda que nos 
arrasta, que nos torna cruéis, bandidos, 
assassinos, até demônios […]
Se seu próprio pai viesse com os do 
outro lado, você não hesitaria em lhe 
atirar uma granada em pleno peito.
Ainda estou atolado nessa trinchei-
ra […] não me lavei, nem mesmo che-
guei a tirar a roupa, e a média de sono, 
a cada vinte e quatro horas, tem sido 
de duas horas e meia […].
Em geral, para dormirmos aqueci-
dos, deitávamo-nos uns juntos dos ou-
tros, dividindo os cobertores […]. Os 
ratos eram gordos e um deles apareceu 
às três da manhã. Ficou olhando para 
mim e guinchando.
REMARQUE, Eric. Nada de novo no 
front. São Paulo: Edibolso. Fragmento.
02) Nesse trecho de texto, há a descrição 
de um episódio ocorrido durante o perío-
do da Primeira Guerra Mundial conhecido 
por guerra:
a. marítima.
b. de trincheiras.
c. submarina.
d. de movimentos.
e. de selvas.
03) Ainda com base no texto, reúna-se 
em grupo para elaborarem uma pequena 
redação sobre o assunto.
Exercícios Propostos
04) O assassinato do arquiduque Francisco 
Ferdinando, da Áustria, serviu como causa 
imediata da Primeira Guerra Mundial. Podem 
ser indicados (as), também, como causas:
a. os choques entre França e Inglaterra, 
disputando o nordeste da África.
b. as disputas entre Alemanha e Áus-
tria-Hungria em decorrência da 
reação austríaca à vitória alemã na 
Guerra das Sete Semanas.
c. os desentendimentos entre França e 
Itália em razão da Questão Romana.
d. os choques entre Alemanha e Rús-
sia em decorrência dos movimen-
tos nacionalistas por elas liderados.
e. as crises balcânicas entre Áustria-
Hungria e Iugoslávia, que disputa-
vam o domínio da região.
05) Ao eclodir a Primeira Guerra Mundial, 
em 1914, a Alemanha dispunha de um pla-
no militar – o Plano Schlieffen –, que tinha 
como principal objetivo:
a. efetuar um ataque naval à Inglaterra.
b. neutralizar os EUA.
c. efetivar a aliança com a Itália e 
com o Japão.
d. agir ofensivamente contra a França 
e a Rússia.
e. anexar a Áustria.
R.: B
Resposta de cada grupo
R.: D R.: D
No exercício 02, o 
texto descreve a cena 
de um soldado numa 
trincheira. As trinchei-
ras marcaram um lon-
go período da Primeira 
Guerra Mundial.
No exercício 03, pedir 
aos grupos que tragam 
informações, fotos, 
notícias de jornais e 
revistas sobre os con-
flitos que ocorrem nos 
dias atuais. Em seguida, 
propor uma discussão 
sobre os soldados que 
vão para a linha de fren-
te, enfocando se, hoje, 
eles estão em melhores 
condições do que aque-
les que participaram da 
Primeira Guerra. 
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História \ Variações 175
06) Assinale a alternativa correta em re-
lação aos interesses da Itália em participar 
da Tríplice Entente a partir de 1915:
a. a liquidação dos empréstimos que 
lhe foram efetuados pela França.
b. a certeza da vitória da Aliança.
c. a hostilidade tradicional à Áustria.
d. a pressão diplomática norte-ame-
ricana.
e. a promessa e garantia de aquisição 
dos territórios que lhe foram ofe-
recidos.
07) Associe as etapas da Primeira Guerra 
Mundial, apresentadas na coluna A, com 
os fatos estratégicos e diplomáticos refe-
ridos na coluna B − pode haver repetição 
de números. Depois, assinale a alternativa 
correta.
Coluna A
01. Primeira Etapa (1914)
02. Segunda Etapa (1915-1916)
03. Terceira Etapa (1917-1918)
Coluna B
(  ) Movimentação de grandes exérci-
tos em equilíbrio de forças
(  ) Guerra de trincheiras
(  ) Ingresso de forças americanas na 
Guerra
(  ) Ingresso da Itália na Tríplice En-
tente
(  ) Retirada das forças russas da 
Guerra
A ordem numérica correta da coluna B é:
a. 1, 3, 2, 3, 2
b. 1, 2, 3, 2, 3
c. 2, 3, 1, 1, 3
d. 3, 2, 3, 1, 3
e. 1, 2, 3, 1, 2
08) Explique por que o ano de 1917 deter-
minou o fim da Primeira Guerra Mundial.
Ati vidade 3 • Os tratados pós-Primeira Guerra Mundial
Exercícios de Aplicação
01) Com o final da Primeira Guerra Mun-
dial, o Tratado de Versalhes ocupou-se 
principalmente:
a. da criação de uma organização in-
ternacional destinada a garantir a 
paz: a sociedade das nações.
b. dos problemas ligados ao reconhe-
cimento do novo Estado, surgido 
da revolução soviética.
c. da regulamentação da paz com a 
Alemanha, incluindo a cessão de 
territórios, indenizações e desar-
mamento.
d. do desmembramento do Império 
Austro-Húngaro, formando-se no-
vos Estados: Áustria, Tchecoslová-
quia, Iugoslávia e Hungria.
e. da reorganização das fronteiras 
das naçõesbalcânicas, em razão da 
desagregação dos Impérios Turco e 
Austro-Húngaro.
1
2
3
2
3
R.: E
R.: C
R.: B
Porque, nesse ano, a Rússia retirou-se da 
guerra em virtude de questões internas que 
derrubaram o czar e, em seguida, procla-
mou uma república socialista. Os EUA en-
traram com armas, munições e soldados em 
grande quantidade, decidindo a guerra para 
a Entente.
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Capítulo 1 – A Primeira Guerra Mundial \ Grupo 1
02) Segundo estudiosos, o Tratado de 
Versalhes, além de não ter resolvido os 
problemas da Primeira Guerra, preparou 
o terreno para a Segunda Guerra Mundial. 
Explique por quê.
03) A Primeira Guerra Mundial teve como 
principais consequências a:
a. divisão da China em nacionalista e 
comunista e a expansão da econo-
mia coreana no Oriente.
b. unificação da Itália e da Alemanha 
e a criação do Pacto de Varsóvia.
c. divisão do Ocidente em áreas de 
regimes totalitários e democráti-
cos e o surgimento do bloco tercei-
ro-mundista na África.
d. implantação de governos pró-so-
viéticos na América Latina e a per-
da da influência americana na Ásia.
e. decadência da hegemonia euro-
peia sobre o mundo e a projeção 
da hegemonia dos EUA.
Exercícios Propostos
04) Finda a Primeira Guerra Mundial, 
muitas transformações ocorreram no 
mundo. Entre elas, a formação de vários 
países na Europa, como Tchecoslováquia, 
Polônia, Lituânia, Estônia, Letônia, Iugos-
lávia e Hungria, que formavam o chama-
do “cordão sanitário”. A formação desses 
países, além de atender às nacionalidades, 
atendia também:
a. à péssima situação de saúde das 
suas populações, em virtude das 
condições sanitárias legadas pela 
destruição provocada pela guerra.
b. às necessidades de limpar os de-
tritos deixados pela guerra e, des-
sa forma, realizar uma verdadeira 
operação sanitária em seus territó-
rios.
c. à necessidade de segurança dos 
países capitalistas da Europa oci-
dental, isolando a URSS por meio 
de Estados-tampões.
d. aos setores anticomunistas da Eu-
ropa ocidental, por denegrir a ima-
gem da União Soviética.
e. aos seus órgãos de saúde e sani-
tarismo, no intuito de melhorar as 
condições de habitação e saúde 
prejudicadas pela guerra.
05) De que forma a guerra favoreceu a 
economia brasileira da época?
As condições humilhantes impostas pelos 
vencedores à Alemanha e a pesada indeni-
zação exigida provocaram não só uma vio-
lenta crise econômica interna nesse país, 
como também fizeram nascer o sentimento 
de revanchismo, que foi habilmente explo-
rado e canalizado por Hitler.
Como os países tradicionalmente fornece-
dores ao mercado brasileiro estavam envol-
vidos no conflito, o Brasil se viu obrigado a 
produzir, aqui, os artigos de que necessita-
va. Com isso, o país conheceu um surto in-
dustrializante no processo de substituição 
das importações.
R.: E
R.: C
No exercício 04, a 
formação do chamado 
“cordão sanitário” por 
alguns países do Bálti-
co e do Leste Europeu 
constituiu-se num meio 
de tentar evitar a ex-
pansão do comunismo 
para o Ocidente.
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História \ Variações 177
06) Leia, com atenção, alguns artigos do 
Tratado de Versalhes:
Art. 45 – Alemanha cede à Fran-
ça a propriedade absoluta […], com 
direito total de exploração das minas 
de carvão situadas na bacia do rio 
Sarre.
Art. 119 – A Alemanha renuncia, 
em favor das potências aliadas, a todos 
os direitos sobre as colônias ultrama-
rinas.
Art. 171 – Estão proibidas na Ale-
manha a fabricação e a importação de 
carros blindados, tanques ou qualquer 
outro instrumento que sirva a objetivos 
de guerra.
Art. 232 – A Alemanha se compro-
mete a reparar todos os danos causados 
à população civil das potências aliadas 
e a seus bens.
MARQUES, Adhemar Martins e outros. 
História contemporânea: textos e 
documentos. São Paulo: Contexto, 1999.
De acordo com o texto e com seus co-
nhecimentos, podemos afirmar que o Tra-
tado de Versalhes:
a. encerrou a Segunda Guerra 
Mundial, fazendo com que a 
Alemanha perdesse as colônias 
ultramarinas para os países dos 
Aliados.
b. extinguiu a Liga das Nações, pro-
pondo a criação da Santa Aliança, 
em 1918, com o objetivo de pre-
servar a paz mundial.
c. estimulou a competição econô-
mica e colonial entre os países 
europeus, culminando na Primei-
ra Guerra Mundial.
d. permitiu que as potências aliadas 
dividissem a Alemanha, ao final 
da Segunda Guerra Mundial, em 
quatro zonas de ocupação: fran-
cesa, britânica, americana e so-
viética.
e. impôs duras sanções à Alemanha, 
ao final da Primeira Guerra Mun-
dial, responsabilizando-a pela eclo-
são desse conflito.
Momento de novas descobertas
Observe o cartaz de guerra:
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C)
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LA
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IN
ST
O
CK
No alto do cartaz, há os dizeres “Suas 
vidas dependem dela” e, abaixo, à esquer-
da, “Trabalhadoras das fábricas de muni-
ção”. 
07) O que se deduz dessa foto e quais fo-
ram os desdobramentos da participação 
das mulheres na Primeira Guerra?
Como os homens adultos estavam lutando 
nas frentes de combate, os países convoca-
ram as mulheres a ficarem na retarguarda 
da guerra; elas foram trabalhar em fábricas 
de munição, uniformes, botas e outros arti-
gos necessários para a guerra.
Como consequência, após a guerra, as mu-
lheres passaram a lutar por seus direitos, 
incluindo o direito ao voto, para, assim, par-
ticipar do processo político nacional.
No exercício 06, o 
Tratado de Versalhes 
(1919) foi um tratado 
de paz assinado pelas 
potências europeias, 
que encerrou oficial-
mente a Primeira Guer-
ra Mundial. O principal 
ponto do tratado de-
terminava que a Ale-
manha assumisse todas 
as responsabilidades 
pelas causas da guerra 
e fizesse reparações a 
algumas nações da Trí-
plice Entente. Os ter-
mos impostos à Alema-
nha incluíam perda de 
parte de seu território 
para nações fronteiri-
ças, perda de todas as 
colônias do continente 
africano, restrição ao 
tamanho do exército e 
indenização pelos pre-
juízos causados durante 
a guerra. A República 
de Weimar, criada em 
substituição ao II Reich, 
também aceitou reco-
nhecer a independência 
da Áustria. Na Alema-
nha, o tratado causou 
choque e humilhação à 
população, o que con-
tribuiu para a queda da 
República de Weimar, 
em 1933, e a ascensão 
do nazismo.
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Capítulo
2 A Revolução Russa
Antecedentes e fatores
A dinastia Romanov governava a Rús-
sia desde o século XVII, mantendo-a sob o 
forte absolutismo de seus czares, apoiada 
pelo clero ortodoxo, pela nobreza proprie-
tária de terras e pelos militares.
No início do século XVIII, na tentativa 
de modernizar a Rússia e equipará-la às 
potências ocidentais, Pedro, o Grande, 
efetuou algumas reformas, adotando cer-
tos costumes ocidentais. Desenvolveu a 
indústria e o comércio baseados na mão 
de obra servil, estimulou a entrada de téc-
nicos e intelectuais ocidentais e expandiu 
as fronteiras russas até os mares Báltico, 
Cáspio e Pacífico.
Em meados do século XIX, o czar Ale-
xandre II eliminou a servidão dos campo-
neses; no entanto, a situação miserável 
dessas populações em nada foi alterada. 
Muitos se dirigiram para as cidades à 
procura de emprego nas fábricas, mas, 
sem qualificação alguma, acabaram en-
grossando a massa de desempregados 
nos centros urbanos, ameaçando os já 
empregados e aviltando ainda mais os 
salários.
Alexandre II incentivou a entrada de 
investimentos externos, que possibili-
taram a implantação de um parque in-
dustrial. Entretanto, a sociedade russa 
apresentava fortes ranços feudais, em 
especial os privilégios da nobreza de 
terra que compunha o alto clero, o alto 
comando militar e o alto escalão buro-
crático do Estado.
Com a industrialização, duas novas clas-
ses sociais surgiram no país: a burguesia e 
o operariado, elementos modernos e mo-
dernizantes naquela atrasada paisagem 
social russa, predominantemente agrária.
Dessa forma, as contradições começa-
rama aparecer. De um lado, a nascente 
burguesia necessitava de estruturas eco-
nômicas e políticas mais condizentes com 
o capitalismo, para dar continuidade ao 
processo industrializante; de outro, o ope-
rariado, superexplorado, exigia uma legis-
lação que o protegesse contra os salários 
miseráveis, as péssimas condições de vida 
e a jornada de trabalho excessiva, que, 
normalmente, era de 14 horas por dia.
De acordo com o depoimento de um 
trabalhador russo no início do século XX:
Não nos é possível ser instruídos 
porque não há escolas e, desde a infân-
cia, devemos trabalhar além de nossas 
forças por um salário ínfimo […]. Des-
de os nove anos somos obrigados a ir 
para a usina. […] nós nos vendemos 
ao capitalista por um pedaço de pão 
Os três últimos czares da Rússia e seus períodos de reinado (da esquerda para a direita): 
Alexandre II (1855-1881), Alexandre III (1881-1894) e Nicolau II (1894-1917).
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História \ Variações 179
preto, guardas nos agridem a socos e 
cacetadas, nos alimentamos mal, nos 
sufocamos com a poeira e o ar viciado, 
dormimos no chão atormentados pelos 
vermes.
AQUINO, R.; LEMOS, N. História 
das sociedades: das sociedades 
modernas às sociedades atuais. Rio 
de Janeiro: Do livro técnico.
Trabalhadores, despertai!, do pintor 
russo Valentin Serov (1865-1911). Nessa 
obra, o artista chama atenção para a 
necessidade de organização da classe 
operária russa, no início do século XX.
Inspirados nas ideias socialistas de Karl 
Marx e Friedrich Engels, que criticaram o 
capitalismo e defenderam a construção do 
socialismo por meio de uma nova socieda-
de dirigida pela classe operária, vários par-
tidos políticos começaram a se organizar, 
criticando a sociedade russa, apresentando 
algumas variações para o modelo vigente.
O Partido Socialista Revolucionário 
agrupava várias correntes políticas de opo-
sição ao regime czarista; o Partido Operá-
rio Socialista-Democrático Russo era de 
tendência marxista; e o Partido Constitu-
cional Democrata – o Kadett – era compos-
to pela burguesia liberal, que defendia a 
monarquia constitucional parlamentarista 
nos moldes da Europa Ocidental.
Entre esses partidos, destacou-se 
o Partido Operário Socialista-Democrá-
tico Russo, que, após sua dissolução 
na Rússia e a expulsão de seus líderes, 
reorganizou-se no exterior e continuou 
a criticar, do exílio, o regime absolutista 
dos Romanov. Em 1903, no II Congresso 
do Partido Social Democrata Russo, este 
partido subdividiu-se em duas correntes:
• Mencheviques ("minoritários") − 
liderados por Martov, sustentavam 
que a revolução socialista deveria 
ser instalada após uma revolução 
democrático-burguesa, a fim de 
realizar a modernização do país 
por meio do liberalismo e só então 
implantar o socialismo.
• Bolcheviques ("majoritários") − li-
derados por Lênin, argumentavam 
a necessidade de implantar o so-
cialismo via revolução proletária, 
por meio da luta armada. Os bol-
cheviques defendiam a tese de que 
a condição indispensável para a 
vitória dessa revolução era a alian-
ça entre operários e camponeses, 
pois a burguesia seria incapaz de 
assumir a liderança do processo 
revolucionário. Lênin e seus parti-
dários eram maioria no Congresso, 
daí o termo bolchevique, que signi-
fica “majoritário”.
A partir de 1905, surgiu uma terceira po-
sição, defendida por Lev Bronstein – Leon 
Trotsky –, que defendia a ditadura do pro-
letariado e a revolução permanente. A par-
tir de 1917, Trotsky se tornou, com Lênin, a 
principal liderança bolchevique.
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À esquerda, Lênin (Vladimir Ilitch Ulianov, 
1870-1924) e, à direita, Trotsky (Lev 
Davidovich Bronstein, 1879-1940).
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Capítulo 2 – A Revolução Russa \ Grupo 1
O ensaio geral
A Guerra Russo-Japonesa e a Revolução de 1905
Em 1904, a Rússia entrou em guerra contra 
o Japão, disputando o domínio sobre a Coreia 
e parte da Manchúria. O czar Nicolau II espera-
va, ao derrotar o Japão, ampliar o vasto controle 
russo sobre o Oriente. No mapa ao lado, é possí-
vel visualizar a área em conflito.
Antes mesmo de findar a guerra, já era visí-
vel o fracasso militar. Diante disso, as forças po-
líticas de oposição redobraram suas críticas ao 
governo do czar.
Em 22 de janeiro de 1905, uma multi-
dão dirigiu-se ao Palácio de Inverno, em São 
Petersburgo, entoando canções religiosas e o 
hino de fidelidade ao governo – “Deus salve o 
czar” –, a fim de pedir ao imperador melhores 
condições de vida e de trabalho.
Era uma manifestação pacífica! Entretanto, 
quando o czar Nicolau II e os soldados viram 
aquela multidão se dirigindo para o Palácio, apavoraram-se e fuzilaram os manifestantes. 
Esse fato entrou na História como o Domingo Sangrento.
O Domingo Sangrento, na visão do pintor russo Ivan Vladimirov. Em janeiro de 1905, o 
governo fuzilou mais de mil pessoas que iam apresentar uma petição ao czar Nicolau II. 
Vitórias do Japão em
áreas disputadas com a
Rússia (1904-1905)
RÚSSIA
JAPÃO
Manchúria
Sacalina
CHINA
Manchúria do Sul
COREIA
Port Arthur
Península
Liaodong
Taiwan
(Formosa)
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Essa violenta repressão foi o esto-
pim de uma série de revoltas, tanto 
civis como militares, que se manifes-
taram por todo o Império Russo. Uma 
das mais célebres foi a Revolta dos Ma-
rinheiros do encouraçado Potemkin. 
Esse episódio produziu uma das mais 
belas obras-primas do cinema russo, 
O encouraçado Potemkin, do cineasta 
Sergei Eisenstein.
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História \ Variações 181
A violenta agitação interna apressou o 
czar a assinar um tratado de paz com o Ja-
pão, em setembro de 1905, reconhecendo 
a derrota russa e surpreendendo o Ociden-
te, pois as teorias raciais em vigor coloca-
vam o homem branco como superior aos 
amarelos (Ásia) e aos negros (África).
Numa tentativa de acalmar os ânimos 
internos, Nicolau II promulgou o Manifes-
to de Outubro, no qual se comprometia 
a instaurar uma Assembleia – Duma – e 
uma Constituição, instalando a monarquia 
constitucional parlamentarista. Contudo, 
as promessas não saíram do papel: o czar 
continuou a governar com poderes absolu-
tos e a reprimir violentamente as revoltas 
populares.
Os socialistas passaram a estimular a 
formação de sovietes – conselhos consti-
tuídos por operários, soldados e campone-
ses – em várias cidades do país, organizan-
do a luta contra o governo.
A Revolução
1ª fase – Os mencheviques no 
poder (fevereiro/março – 1917)
Esse clima de instabilidade política e 
social prolongou-se até a Primeira Guerra 
Mundial, quando teve o seu desfecho.
Participando do conflito mundial (1914-
1918), ao lado da Entente, os russos viram 
a ocupação de boa parte de seu território 
pelos alemães e o aniquilamento de seu 
exército. A situação econômica tornou-se 
cada vez mais precária: falta de alimentos, 
meios de transporte em colapso, a fome 
e a inflação castigavam o povo e, na linha 
de frente, na guerra, os soldados sofriam 
fome e frio.
As manifestações populares aumenta-
vam cada vez mais e as repressões se tor-
navam cada vez mais violentas. Soldados, 
que também passavam por necessidades, 
aos poucos aderiam às causas populares 
e se recusavam a reprimir as manifesta-
ções. Nas fábricas, operários faziam gre-
ves e no front soldados desesperados de-
sertavam.
Em março de 1917 (fevereiro pelo ca-
lendário russo), o Palácio do Governo foi 
tomado por um golpe de Estado liderado 
pelos mencheviques, obrigando o czar a 
renunciar ao trono. Formou-se um gover-
no provisório sob o comando de Kerensky, 
líder menchevique, que contou com o 
apoio da burguesiarussa.
Alexander Kerensky (1881-1970). Os 
mencheviques foram fundamentais 
na derrubada do czarismo russo, mas 
não conseguiram impedir o avanço 
das ideias socialistas no país.
Esse governo enfrentou sérias oposi-
ções, pois não resolveu dois problemas 
cruciais do povo: a guerra e a terra. Ele 
manteve o país na guerra – o que interes-
sava à burguesia – e não distribuiu terras 
aos camponeses, que era o grande sonho 
dos trabalhadores.
Enquanto isso, os sovietes continuavam 
a exercer grande influência política nas vá-
rias cidades, chegando, em alguns casos, a 
desrespeitar as decisões do governo provi-
sório para impor suas diretrizes.
2ª fase – A Revolução Bolchevique 
– outubro/novembro-1917
Beneficiado pela anistia concedida 
pelo governo provisório e com a ajuda 
da Alemanha — que planejava livrar-
-se do front oriental da Primeira Guerra 
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Explicar aos alunos 
que, até a Revolução 
Russa, o calendário 
russo era embasado no 
"juliano", e não no "gre-
goriano", por isso a "di-
ferença" nos meses.
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Capítulo 2 – A Revolução Russa \ Grupo 1
Mundial —, Lênin retornou à Rússia depois de vários anos de exílio, por fazer oposi-
ção ao czarismo.
O líder dos bolcheviques publicou as "Teses de abril" em As tarefas do proletariado 
na presente Revolução, defendendo a paz imediata com a Alemanha e a confraterniza-
ção com os soldados germânicos: a concessão de todo o poder aos sovietes e a expro-
priação de terras e fábricas. As palavras de ordem do momento eram: “Todo o poder 
aos sovietes” e “Paz, terra e pão”.
Em 7 de novembro de 1917 (outubro pelo antigo calendário), os bolcheviques des-
tituíram o governo provisório e assumiram o poder, tendo à frente Lênin.
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No comando do soviete de Petrogrado, Trotsky organizou a 
Guarda Vermelha e se tornou, com Lênin, a figura de proa do 
movimento revolucionário. Na foto, integrantes da Guarda 
Vermelha protegem o Palácio de Inverno de Petrogrado, 
logo depois que os bolcheviques tomaram o poder.
Consequências
O governo de Lênin (1917-1924)
Tão logo assumiram o poder, os bol-
cheviques institucionalizaram os sovietes 
como órgãos do governo e tomaram me-
didas como reforma agrária, nacionaliza-
ção dos bancos e indústrias, prisão e, mais 
tarde, execução da família imperial (1918) 
e o tratado de paz com a Alemanha em 
Brest-Litovsky.
A Guerra Civil (1918-1921)
Os liberais e os partidários do czar não 
aprovaram as reformas promovidas pelos 
bolcheviques e pegaram em armas, apoia-
dos por países capitalistas – Inglaterra, 
França e Japão, entre outros –, receosos 
de uma possível expansão da revolução 
socialista pelo mundo.
Teve início, assim, uma sangrenta 
guerra civil entre os bolcheviques – os 
vermelhos, por causa da Guarda Verme-
lha – e a oposição, conhecida como os 
russos brancos.
Lutando contra os exércitos estrangei-
ros, os bolcheviques se apoiavam no Exér-
cito Vermelho, organizado e conduzido por 
Trotsky, que chegou a contar com mais de 
três milhões de soldados.
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História \ Variações 183
Durante esse período, Lênin implantou o comunismo de guerra, no qual o governo 
controlou a economia do país com a centralização da produção e a eliminação da econo-
mia de mercado.
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Lênin discursa para as tropas russas durante a Guerra Civil. 
Na escada, em primeiro plano, podemos ver Trotsky.
controle sobre as indústrias de base, do se-
tor elétrico e da saúde, sobre a educação, o 
comércio exterior e o sistema bancário.
Lênin adotou também a política de er-
radicação do analfabetismo no país.
O projeto de Lênin era fortalecer a eco-
nomia do país, para depois partir para a 
socialização, em que coexistiriam o capi-
talismo privado e o capitalismo de Estado 
como transição para o socialismo.
Em 1922, a Rússia e os territórios fede-
rados, como Sibéria, Cáucaso e Ucrânia, 
transformaram-se na União das Repú-
blicas Socialistas Soviéticas (URSS). Em 
maio, Lênin sofreu uma hemorragia cere-
bral. Em novembro, ditou seu testamento, 
no qual advertia a sociedade do perigo re-
presentado pelo autoritarismo de Stálin, o 
secretário-geral do Partido Comunista.
Em 1923, a Constituição da União So-
viética foi promulgada e legitimou a su-
premacia do Partido Comunista (PC) e o 
Soviete Supremo como órgão máximo.
Com a morte de Lênin, em 21 de janei-
ro de 1924, o poder passou a ser dispu-
tado por Trotsky, comandante do Exército 
Vermelho, e Stálin, o “homem de aço”, 
Terminada a guerra civil, em 1921 – 
pouco mais de dois anos após o término 
da Primeira Guerra Mundial –, a Rússia 
estava arrasada pelos longos e intensos 
combates dentro e fora do país; a agricul-
tura, o comércio e a indústria foram seria-
mente afetados; o desemprego, a fome e 
a insatisfação eram generalizados por todo 
o país.
No campo externo, as nações europeias 
capitalistas criaram vários países ao longo 
da fronteira russa para barrar a expansão 
socialista. Esses chamados “países-tam-
pão” ficaram conhecidos como “cordão sa-
nitário” e isolaram a Rússia no continente.
A Nova Ordem
Para governar esse país isolado, endi-
vidado, destruído e faminto, Lênin implan-
tou uma política de reconstrução econômi-
ca conhecida por Nova Política Econômica 
(NEP).
Combinando princípios socialistas com 
elementos capitalistas, Lênin adotou um 
planejamento estatal e permitiu a liberda-
de de comércio e de salários, estimulou a 
manufatura privada e reservou ao Estado o 
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Capítulo 2 – A Revolução Russa \ Grupo 1
que acumulara grande poder no cargo de 
secretário-geral.
A disputa envolvia pontos de vista 
opostos quanto aos rumos da revolução 
socialista: Stálin defendia a consolidação 
interna do socialismo, que seria expan-
dido depois, e Trotsky defendia a tese da 
Revolução Permanente, isto é, dar con-
tinuidade imediata ao processo revolu-
cionário pela Europa, que contava com a 
simpatia dos operários franceses e ingle-
ses. O lema do Partido Trabalhista Inglês 
era “não mexam na Rússia” (Hands off 
Russia).
Trotsky foi derrotado e partiu para o 
exílio, fugindo de um país para outro até 
fixar-se no México. Durante o governo sta-
linista, seu nome e sua figura foram apaga-
dos dos livros de História na URSS.
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Ao contrário da imagem original, nessa, 
produzida à época de governo de Stálin, 
Trotsky não aparece na escada, pois 
foi propositalmente "apagado".
No México, Trotsky se hospedou, por 
um tempo, na residência dos Rivera: Diego 
Rivera e Frida Kahlo, artistas que colocaram 
o México em destaque no cenário da pin-
tura do século XX e eram simpatizantes do 
movimento revolucionário russo.
Trotsky foi assassinado nesse país, em 
agosto de 1940, provavelmente a mando 
de Stálin.
O governo de Stálin (1924-1953)
Para se consolidar no poder, Stálin eli-
minou toda oposição ou quem lhe pudes-
se fazer sombra, perseguindo inclusive os 
antigos companheiros de Lênin.
Stálin instaurou, em abril de 1933, os 
Processos de Moscou, que propagaram 
o terror na URSS, eliminando adversários 
políticos, de intelectuais a jornalistas.
Substituiu a NEP pelos Planos Quin-
quenais, com o objetivo de impulsionar 
a industrialização e a coletivização das 
terras, levando a URSS a tornar-se uma 
potência.
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Durante algum tempo, Stálin (à direita) 
foi acusado de ter montado essa foto para 
provar sua intimidade com Lênin. Contudo, 
o tempo provou sua autenticidade.
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Capítulo
2A Revolução Russa
seus vastos recursos, sua população e 
seu tamanho iriam, mais cedo ou mais 
tarde, projetá-la mundialmente. As 
minas e as manufaturas criadas pelos 
czares do século XVIII, tendo senho-
res oumercadores feudais como em-
pregadores e servos como operários, 
estavam declinando lentamente. As 
novas indústrias – fábricas têxteis do-
mésticas de pequeno porte – somente 
começaram a apresentar uma expan-
são realmente digna de nota a partir 
de 1860.
HOBSBAWM, Eric. A era das revoluções. São 
Paulo: Paz e Terra, 1994. p. 199. Fragmento.
Forme um grupo, discuta as ideias de-
fendidas pelo autor e produza um peque-
no texto, expondo suas conclusões.
Ati vidade 04 • Antecedentes e fatores
Exercícios de Aplicação
01) Complete a oração corretamente.
Os aristocratas gozavam de todos os 
direitos, inclusive o de promover caçadas 
nas terras camponesas, destruindo as la-
vouras. Com o tempo, os camponeses co-
meçaram a reagir e a exigir seus direitos, 
passando a fazer várias manifestações nos 
campos. A servidão russa foi abolida em 
1861 pelo czar .
02) Observe a imagem.
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Esta joia é um exemplar dos famosos 
“ovos Fabergé”, desenhados especialmen-
te para a comemoração da Páscoa. Ela foi 
feita por um famoso joalheiro, especial-
mente para a família imperial que gover-
nava a Rússia até o advento da Revolução 
de 1917.
Estamos falando do imperador 
, da dinastia dos 
, que governou o país a 
partir do século .
03) Leia atentamente este texto.
A Rússia era até então economica-
mente desprezível, embora observa-
dores de larga visão já previssem que 
Alexandre II
Nicolau II 
Romanov 
XVII
Resposta de cada grupo
É importante que 
os alunos percebam o 
"atraso" econômico, 
político e social exis-
tente na Rússia pré-re-
volucionária, sobretu-
do quando comparada 
com países como Ingla-
terra, França e Alema-
nha em fins do século 
XIX, início do século XX. 
Embora o potencial do 
país fosse muito gran-
de, ele era explorado 
de maneira ineficiente 
pelo czarismo.
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Capítulo 2 – A Revolução Russa \ Grupo 1
Exercícios Propostos
06) O que ocorreu com o Partido Operário 
Socialista-Democrático Russo em 1903?
04) Leia o texto para responder ao que 
se pede.
A estrutura rural da sociedade 
fazia dela uma grande aldeia serva. 
Contavam-se, em 1861, quando da 
emancipação por Alexandre II, qua-
renta e sete milhões de servos mi-
seráveis e místicos, contra cem mil 
famílias nobres, de uma nobreza de 
funcionários, proprietários de imen-
sos domínios.
O texto refere-se:
a. à França pós-revolucionária.
b. à Inglaterra do período da Revolu-
ção Industrial.
c. ao Império Austro-Húngaro.
d. à Alemanha do século XIX.
e. à Rússia czarista.
05) Qual era a situação partidária na Rús-
sia, na passagem do século XIX para o XX?
Ati vidade 5 • O "Ensaio Geral": 1905
Exercícios de Aplicação
01) A respeito da Revolução Russa de 
1905, conhecida como "Ensaio Geral", as-
sinale a alternativa correta.
a. Extinguiu a Duma, cassando os 
mandatos de todos os deputados.
b. O movimento foi suficientemente 
capaz de derrubar a monarquia 
russa.
c. Gerou um "governo provisório", 
formado pelo czar e pelos sovietes.
d. Provocou a ascensão dos bolchevi-
ques ao poder.
e. Resultou, entre outros fatores, das 
derrotas russas diante do Japão.
02) Explique o que foi o Domingo San-
grento de 1905.
Foi o fuzilamento sumário dos manifestan-
tes de vários setores populares da socie-
dade russa que se dirigiam ao Palácio do 
Governo em S. Petersburgo, para entregar 
um abaixo-assinado reivindicando melhores 
condições de vida e de trabalho, reforma 
agrária e convocação da Assembleia Nacio-
nal (Duma).
Havia o Partido Socialista Revolucionário, 
que agrupava várias correntes políticas de 
oposição ao regime czarista. O Partido Ope-
rário Socialista-Democrático Russo era de 
tendência marxista. Já o Kadett – Partido 
Constitucional Democrata – era composto 
pela burguesia liberal, que defendia a mo-
narquia constitucional parlamentarista.
Nesse ano, houve a divisão do partido em 
duas facções: os mencheviques ("minoria") 
e os bolcheviques ("maioria"). Essas duas 
correntes políticas vieram a ser as grandes 
responsáveis pelos acontecimentos de 1917 
na Rússia.
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R.: E
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História \ Variações 187
Exercícios Propostos
03) Criados em 1905, esses organismos 
populares se disseminaram por toda a Rús-
sia, constituindo um efetivo poder parale-
lo, que integrava operários, camponeses e 
soldados. Estamos nos referindo à criação:
a. das dumas, assembleias populares 
locais.
b. dos sovietes, conselhos políticos 
de massas.
c. dos kulacs, bases de resistência em 
vilas e aldeias.
d. dos kadets, núcleos do Exército 
Vermelho.
e. dos mir, organizações parlamenta-
res de base.
04) Sobre os antecedentes da Revolução 
Russa de 1917, podemos afirmar que:
a. a Rússia entrou na Primeira Guerra 
ao lado da Itália contra a Tríplice En-
tente. Após sua derrota, trabalha-
dores iniciaram uma série de confli-
tos culminando na Revolução.
b. após a Revolta do Potemkin, os 
mencheviques deflagraram um 
golpe contra o czar Nicolau II, pas-
sando o comando para os sovietes, 
com Lênin assumindo o poder da 
nova URSS.
c. aproveitando a incapacidade do 
czar Nicolau II de combater a crise 
econômica da Rússia, Lênin deixou 
o exílio e desfechou um golpe con-
tra a monarquia russa em 1905.
d. após a revolta menchevique de 
1905, Stálin comandou a tomada 
do Kremlin, depondo o czar e reti-
rando a Rússia da Segunda Guerra 
Mundial.
e. em 1905, a Rússia sofreu uma 
grande derrota na guerra contra o 
Japão. Esse conflito desencadeou 
vários episódios que deram origem 
à Revolução de 1905, considerada 
por Lênin um ensaio para a Revo-
lução Russa.
05) Em relação à situação socioeconômi-
ca da Rússia, no início do século XIX, é cor-
reto dizer que:
a. a maioria da população era com-
posta por operários.
b. apresentava uma burguesia forte e 
muito bem organizada.
c. os operários desfrutavam de salá-
rios elevados, devido à sua organi-
zação política.
d. a industrialização, ainda pequena, 
estava restrita a poucas cidades.
e. após o fim da servidão, na década 
de 1860, houve uma intensa refor-
ma agrária.
Ati vidade 6 • As revoluções de 1917
Exercícios de Aplicação
01) Complete as lacunas:
A Rússia participou da Primeira Guer-
ra Mundial ao lado da , 
da qual também participaram e 
.
Leia o texto para responder à questão 02.
O termo soviete vem do russo 
soviet, isto é, conselho, e adquiriu sig-
nificado político específico durante a 
Revolução Russa de 1905-1907, quan-
do foram formados, em várias cidades 
industriais, sovietes de representantes 
dos trabalhadores. Esses conselhos co-
mandaram greves gerais e serviram de 
veículo para a agitação revolucionária 
dos partidos socialistas e das organiza-
ções anarquistas [...]. Os sovietes torna-
ram-se um grupo de pessoas extrema-
mente influente, que competiram com 
o governo provisório, criando uma ver-
dadeira situação de dualidade de poder.
[...]
UTECHIN, S. V. Soviete. In: Dicionário 
de Ciências Sociais. Rio de Janeiro: 
FGV/MEC, 1986. p. 1.179.
Tríplice Entente
Inglaterra
França
R.: B
No exercício 04, explicar 
aos alunos que, em 1904, 
a Rússia, que desejava ex-
pandir-se para o Oriente, 
entrou em guerra contra o 
Japão pela posse da Man-
chúria, mas foi derrotada. 
A situação socioeconômi-
ca do país agravou-se e 
o regime político do czar 
Nicolau II foi abalado por 
uma série de revoltas, 
em 1905, envolvendo 
operários, camponeses, 
marinheiros (como os re-
voltosos do encouraçado 
“Potemkin”) e soldados 
do exército. Greves e pro-
testos contra o regime 
absolutista do czar explo-
diram em diversas regiões 
da Rússia. A Revolução 
Russa de 1905 ficou mais 
conhecida como “Domin-
go Sangrento” e serviu de 
lição para os líderes revo-
lucionários.
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R.: E
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Capítulo 2 – A Revolução Russa \ Grupo 1
02) A Revolução de outubro de 1917 in-
troduziu na Rússia o regime soviético. Qual 
foi o papel dos sovietes na organização 
desse regime?
03) A Revolução Russa aconteceu no pe-
núltimo ano da Primeira Guerra Mundial. 
O Partido Social-Democrata,baseado no 
socialismo marxista, dividira-se, por vol-
ta de 1903, em duas facções: a primeira 
delas liderada por Lênin e a segunda, por 
Martov. Considerando essas informações, 
responda ao que se pede.
a. Como se chamavam essas facções?
b. Nas Teses de Abril, a facção lide-
rada por Lênin propunha soluções 
para o problema da propriedade e 
da participação da Rússia na guer-
ra. Qual era a “frase de efeito” que 
sintetizava as Teses de Abril, plata-
forma da Revolução em 1917?
04) Na Rússia, a Revolução de 1917, que 
implantou o primeiro regime socialista da 
História, dividiu-se em duas fases. Carac-
terize essas duas fases, citando os grupos 
que ocuparam o poder, os interesses que 
representavam e os líderes.
Exercícios Propostos
05) Cite as principais causas que levaram 
a Rússia à Revolução de 1917.
Comandaram as greves gerais pelo país afo-
ra, serviram de veículo para os ideais revo-
lucionários e tornaram-se instrumentos de 
pressão contra o governo provisório.
Revolução Menchevique: representava a 
burguesia liberal e foi responsável por ins-
taurar o governo provisório sob a liderança 
de Kerensky.
Revolução Bolchevique: representava a 
classe operária com o lema: “Todo poder 
aos sovietes” e era liderada por Lênin e por 
Trotsky – esse último, o organizador do bra-
ço armado da Revolução.
Bolchevique, liderada por Lênin, e menche-
vique, liderado por Martov.
"Paz, terra e pão"
Crise do czarismo, intensificada pela derrota 
diante do Japão, pela Revolução de 1905, 
pelo fracasso da Duma e pela participação 
russa na Primeira Guerra Mundial.
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História \ Variações 189
06) Em 7 de setembro de 1917, Trotsky, 
no comando da Guarda Vermelha, ocupou 
quase todos os edifícios públicos russos, 
prendendo membros do governo. Os bol-
cheviques conquistaram o poder com pou-
quíssima luta. Essa vitória foi possibilitada 
pelo colapso da autoridade de Kerensky. 
Exercendo o poder em nome do proleta-
riado, os bolcheviques trataram de pôr em 
prática as Teses de Abril enunciadas no 
slogan “Paz, terra e pão”, que sintetizava 
bem as três grandes aspirações populares 
do momento. Explicite-as.
07) Coloque C para as afirmativas corre-
tas e E para as erradas.
(  ) I . O p r i m e i r o m o m e n t o 
revolucionário foi dominado pelos 
bolcheviques, representantes da 
burguesia.
(  ) II. Os sovietes representaram o 
braço armado da Revolução Rus-
sa.
(  ) III. Os mencheviques tinham esse 
nome porque eram minoria.
(  ) IV. Os bolcheviques, liderados 
por Kerensky, defendiam a ime-
diata expansão do socialismo.
(  ) V. Lênin e Trotsky foram as prin-
cipais lideranças do movimento 
revolucionário vitorioso.
(  ) VI. A derrota diante do Japão 
(1905) e a participação na Primei-
ra Guerra Mundial (1914-1918) 
contribuíram para a revolução.
(  ) VII. Trotsky defendia a Revolução 
Permanente.
08) Agora corrija as alternativas erradas 
do exercício anterior.
Leia o texto para responder à questão 09.
Os operários das fábricas e das 
usinas, assim como as tropas rebel-
des, devem escolher sem demora seus 
representantes ao governo revolucio-
nário provisório, que deve ser consti-
tuído sob a guarda do povo revolucio-
nário amotinado e do exército.
Manifesto de 27 de fevereiro de 1917. In: 
FERRO, Marc. A Revolução Russa de 1917.
E
E
C
E
Paz: queriam a saída da Rússia da Primeira 
Guerra Mundial.
Terra: exigiam a reforma agrária e a distri-
buição de terras aos camponeses.
Pão: reivindicavam a normalização da pro-
dução econômica e do abastecimento de 
alimentos nas cidades.
I – O erro está nos bolcheviques; o correto é 
mencheviques.
II – O erro está nos sovietes; o correto é 
Guarda Vermelha.
IV – O erro está em Kerensky; o correto é 
Trotsky.
C
C
C
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Capítulo 2 – A Revolução Russa \ Grupo 1
09) O Manifesto, lançado em meio às ten-
sões de 1917 na Rússia, revela a posição 
dos:
a. sovietes, que buscavam organizar 
uma luta política para tomar o par-
lamento.
b. bolcheviques, que conclamavam 
os operários a se mobilizarem em 
prol dos sovietes.
c. democratas, que pretendiam con-
trolar a Duma.
d. mencheviques, que defendiam o 
caráter democrático do novo go-
verno.
e. militares, que tentavam controlar 
os avanços do Exército Vermelho.
10) A Revolução Russa de 1917 estabeleceu 
uma nova ordem política, econômica e social. 
Para o triunfo da revolução, muito contribuiu:
a. a existência, na Rússia, de uma única 
classe, formada pelos camponeses.
b. a incompetência do governo cza-
rista, associada ao despotismo da 
aristocracia e à extrema miséria dos 
camponeses e das classes operárias.
c. a distribuição de terras aos campo-
neses.
d. a nacionalização dos meios de pro-
dução, promovida no governo de 
Nicolau II.
e. a indiferença da Igreja Ortodoxa 
Russa.
Ati vidade 7 • Consequências
Exercícios de Aplicação
01) O termo “comunismo de guerra”, muito 
usado na Rússia pós-revolucionária, refere-se:
a. ao regime implantado a partir de 
1917 e que vigora até nossos dias, 
com pequenas alterações.
b. ao sistema que vigorou na Rússia 
entre 1918-1920 e foi posterior-
mente substituído pela NEP.
c. às medidas adotadas por Stalin a partir 
de 1928, que incluíam os planos quin-
quenais e a coletivização forçada.
d. às medidas adotadas por Stalin a 
partir da Segunda Guerra Mundial.
e. aos regimes que surgiram na Europa 
Oriental durante a Segunda Guerra 
Mundial sob influência soviética.
02) Sobre o processo revolucionário na 
Rússia, responda ao que se pede.
a. Aponte as diferenças entre as re-
voluções de fevereiro e de outubro 
de 1917.
b. Explique a Guerra Civil (1918-
1921).
R.: B
R.: B
No exercício 09, a 
“Revolução de Feverei-
ro” envolveu grandes 
protestos, motins, pas-
seatas e greves de tra-
balhadores. Além disso, 
soldados abandonavam 
as frentes de batalha 
depois de mais de dois 
anos de guerra. Os bol-
cheviques – comunistas 
– procuravam organizar 
os setores insurretos e 
defendiam a formação 
de um governo baseado 
nos sovietes, conselhos 
formados por operários 
e soldados, portanto 
contrários à política de 
alianças com a burgue-
sia.
R.: B
A revolução de fevereiro teve caráter liberal-
burguês, sob a liderança menchevique; já 
revolução de outubro, sob o comando dos 
bolcheviques, implantou o governo socialis-
ta, com amplo apoio dos sovietes.
Consistiu no confronto entre bolcheviques, 
chamados de “vermelhos” por causa da 
Guarda Vermelha, e os liberais, conhecidos 
como “brancos”, apoiados por vários países 
capitalistas europeus.
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03) “É necessário abandonar a constru-
ção imediata do socialismo para se voltar, 
em muitos setores econômicos, na direção 
de um capitalismo de Estado”.
Podemos interpretar essa declaração 
de Lênin, governante russo da época, no 
sentido de:
a. aceitar o insucesso dos planos 
quinquenais e o retorno do país à 
economia capitalista.
b. abandonar o comunismo de guerra 
e o início da guerra civil.
c. indicar a impossibilidade de se insta-
lar o socialismo em um só país e re-
tornar ao capitalismo monopolista.
d. aceitar a introdução de métodos 
capitalistas na produção agrária, 
industrial e bancária.
e. introduzir um novo planejamento 
econômico com algumas conces-
Exercícios Propostos
05) Foi um dos principais nomes do pro-
cesso revolucionário, autor das Teses de 
Abril e de uma política econômica que 
dava “dois passos à frente e um para trás”.
a. Estamos falando de:
b. Quais eram os slogans das Teses de 
abril?
c. Explique o slogan “dois passos à 
frente e um para trás”.
06) As atrocidades da Guerra Civil (1918-
1921) foram denunciadas pelos “brancos” 
que acusavam o comandante do Exército 
sões ao capitalismo, a fim de possi-
bilitar o avanço do socialismo.
04) A disputa pelo poder na União Sovié-
tica entre Trotsky e Stálin, após a morte de 
Lênin, em 1924, teve como eixo a discus-
são sobre:
a. a expansão ou não da revolução 
socialista mundial como forma de 
consolidar internamente o regime.
b. a questãoda autonomia das nacio-
nalidades da Rússia branca.
c. as propostas de priorizar os investi-
mentos sociais em detrimento das 
necessidades da industrialização.
d. a extinção dos planos quinquenais, 
sobretudo os relativos à coletivização.
e. o poder dos sovietes, formado por 
soldados e camponeses na admi-
nistração provincial.
Vermelho de utilizar tropas mongóis, ini-
migas da “Santa Mãe Rússia”. O coman-
dante em questão era:
07) A fim de governar a Rússia após a 
Guerra Civil, Lênin implantou uma políti-
ca de reconstrução econômica conhecida 
por NEP (Nova Política Econômica). No que 
constistia a NEP?
R.: E
R.: A
No exercício 03, logo 
nos primórdios da im-
plantação do governo 
bolchevique na Rússia, 
Lênin percebeu as difi-
culdades que se apre-
sentavam para tal re-
gime resolver as crises 
que assolavam o país. 
Dessa forma, foi obriga-
do a recuar no percurso 
de socialização, permi-
tindo algumas conces-
sões ao capitalismo.
Implantar o socialismo utilizando alguns re-
cursos e mecanismos do capitalismo, como 
a pequena propriedade privada e a manu-
fatura familiar, e estatizar setores vitais da 
economia, como indústrias de base, bancos, 
setores de energia, saúde e educação.
Idealizada por Lênin, a NEP restabeleceu as 
práticas capitalistas vigentes antes da revo-
lução. Essa política econômica deu-se com 
medidas que, em parte, revertiam a política 
econômica adotada durante o Comunismo 
de Guerra, como a suspensão da estatiza-
ção de fábricas que não haviam sido ainda 
coletivizadas ou que estavam apenas sob 
o controle operário. Os camponeses, ago-
ra, venderiam para o Estado uma pequena 
parcela de sua produção a preço fixo, sendo 
que o restante da produção poderia ser lan-
çado no mercado, como ocorre na econo-
mia capitalista. Também foram permitidos 
empreendimentos capitalistas na pequena 
indústria e no comércio.
"Paz, terra e pão" e "Todo poder aos sovie-
tes"
Lênin.
Trotsky.
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Capítulo 2 – A Revolução Russa \ Grupo 1
08) Em 1924, após a morte de Lênin, dois 
dos mais destacados dirigentes do Partido 
Bolchevique entraram em conflito. Trotsky 
defendia a Revolução Permanente; Stálin 
defendia a implantação do socialismo em 
um só país. Stálin venceu essa disputa e, 
a partir de então, a figura de Trotsky foi 
sendo progressivamente retirada dos do-
cumentos soviéticos.
A partir da leitura do texto e utilizando 
seus conhecimentos, faça o que se pede.
a. Transcreva o trecho que explica a 
divergência entre Trotsky e Stálin.
b. Explique por que o stalinismo pre-
cisou varrer a imagem de Trotsky 
da história soviética.
c. Fugindo da perseguição impla-
cável de Stálin, Trotsky acabou 
exilando-se no México, hospedan-
do-se na casa de um famoso pintor. 
Quem foi o pintor que o hospedou?
Momento de novas descobertas
Leia atentamente o texto e, a seguir, responda ao que se pede.
Para os socialistas da segunda metade do século XIX [...] a Revolução Francesa é 
portadora de uma esperança que tem um nome, mas não possui ainda um rosto. Tudo 
muda com 1917. A partir de então, a Revolução socialista possui um rosto: a Revolu-
ção francesa deixa de ser a matriz a partir da qual pode e deve elaborar-se uma outra 
revolução libertadora.
FURET, F. Ensaios sobre a Revolução Francesa. Lisboa, 1978.
09) O texto estabelece uma relação entre 
a Revolução Francesa, de 1789, e a Revo-
lução Russa, de 1917. Com base em seus 
conhecimentos, responda à seguinte ques-
tão: como essa relação é possível?
“[…] Trotsky defendia a Revolução Perma-
nente; Stálin defendia a implantação do so-
cialismo em um só país.”
Trotsky foi banido do partido em 1927 e ex-
pulso do país em 1929. Seu nome e sua ima-
gem foram retirados dos livros e suas obras 
foram proibidas de circular. Era importante 
para Stálin que não houvesse nenhum pro-
jeto político alternativo ao seu poder abso-
luto à frente do Estado.
Diego Rivera
Resposta pessoal
Propomos aqui um 
desafio aos alunos, que, 
a essa altura do apren-
dizado, podem esta-
belecer conexões com 
dois eventos históricos 
tão importantes. Em 
linhas gerais, a relação 
é possível, entre outros 
fatores, pois as duas 
revoluções contiveram, 
em seu interior, varia-
das propostas e revela-
ram, ao final, a vitória 
de projetos socialmente 
transformadores.
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Capítulo
3A crise do capitalismo
Introdução
Após a Primeira Guerra Mundial, em 
1919, a Europa estava em grande parte 
destruída: sua economia encontrava-se 
em frangalhos, havia uma multidão de es-
tropiados que perambulava pelos campos 
e cidades e ainda estava endividada com 
os Estados Unidos da América.
A Rússia lutava para implantar o gover-
no bolchevique, combatendo os “russos 
brancos” numa guerra civil que se prolon-
gou até 1921.
Em compensação, do outro lado do 
Atlântico, os Estados Unidos da América 
viviam um momento de prosperidade e 
usufruíam do chamado American Way of 
Life, um estilo de vida caracterizado por 
um consumismo desenfreado, fruto do 
crescimento industrial e agrícola possibili-
tado pela guerra.
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Fábrica de automóveis da Ford, 
nos Estados Unidos, em 1928. Na 
década de 1920, os estadunidenses 
eram responsáveis por 42% da 
produção industrial do mundo.
O consumo, principalmente entre a 
classe média, disparou por meio do siste-
ma de crediário. A agricultura, cada vez 
mais mecanizada, crescia em ritmo ace-
lerado e as indústrias, produzindo a pleno 
vapor para abastecer os mercados interno 
e externo, possibilitaram o aumento do va-
lor de suas ações na Bolsa de Valores de 
Nova York, o coração do capitalismo.
Dessa forma, difundiu-se a crença de 
que a América era o lugar da “igualdade de 
oportunidades”, de que a riqueza estava 
“logo ali”, cabendo ao indivíduo buscá-la.
Os fatores da crise e 
a quebra da Bolsa de 
Valores de Nova York
A reação estava por vir. Os salários não 
acompanhavam o ritmo da produção; a 
Europa, aos poucos, foi se recuperando 
e passou a importar cada vez menos. Ela 
também enfrentava os reflexos da revolu-
ção bolchevique entre seus trabalhadores, 
que exigiam direitos que os capitalistas se 
negavam a atender.
Os ventos estavam começando a to-
mar novos rumos, mas, nos EUA, muita 
gente, entusiasmada com o crescimento 
industrial “sem-fim”, passou a comprar 
ações das empresas em vez de consumir. 
Com isso, o consumo diminuiu, começou 
a haver superprodução e os estoques de 
mercadorias aumentavam a olhos vistos. 
Como toda ação provoca uma reação in-
versa na mesma intensidade, o capitalismo 
logo estaria colhendo os frutos amargos 
dessa euforia desenfreada.
A crise estava se fazendo presente. 
Como de costume, os primeiros a sentirem 
o efeito foram os trabalhadores: o desem-
prego começou e a pobreza aumentou. 
A concentração de renda marginalizava a 
maioria da população e mantinha a elite 
dominante isolada. Na década de 1920, 
pouco mais de 10% da população detinha 
quase 90% da renda nacional.
Os trabalhadores, liderados por sindi-
calistas e anarquistas, na maioria imigran-
tes, realizavam manifestações e greves 
contra a crise e o desemprego. O Estado 
reagiu prontamente ao lado do capital, re-
primindo violentamente as manifestações 
e prendendo líderes sindicais.
Para promover o retorno “à lei e aos 
bons costumes”, o governo decretou a 
Lei Seca, em 1920, proibindo a produção, 
comercialização e venda de bebidas alco-
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Capítulo 3 – A crise do capitalismo \ Grupo 1
ólicas. Tal medida deu origem à produção 
e comercialização clandestina desses pro-
dutos, controlados pelos gangsters do cri-
me organizado. A lei só seria revogada em 
1933.
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De origem italiana, Al Capone (Alphonsus 
Gabriel Capone, 1899-1947) foi o mais 
famoso gangster ligado ao contrabando e 
venda de bebidas alcoólicas– além de outras 
atividades ilegais – durante a vigência da 
Lei Seca nos Estados Unidos (1919-1933).
Enquanto isso, o governo americano 
passou a restringir a entrada de imigran-
tes, pois, assim, ele evitava a concorrência 
com os trabalhadores americanos e tam-
bém a entrada de ideias “estranhas” à de-
mocracia.
As manifestações de trabalhadores re-
caíam sobre os ombros dos imigrantes. 
Segundo a ótica do governo, que defendia 
os interesses dos patrões acima de tudo, 
os imigrantes eram os “culpados” pela in-
disciplina e pelo caos gerado pelas ideias 
anarquistas.
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À medida que o desemprego aumenta-
va, tornava-se cada vez menor a capacida-
de de consumo. Entretanto, ainda assim, 
as indústrias continuavam produzindo.
No campo, os fazendeiros assistiam, 
apavorados, aos preços dos produtos agrí-
colas despencarem no mercado e, com 
seus celeiros abarrotados, vendiam-nos a 
qualquer preço. Sem recursos para quitar 
as dívidas com as instituições financei-
ras, foram perdendo suas propriedades e 
começaram a se mudar para as cidades, 
congestionando a multidão de desempre-
gados urbanos.
Os presidentes, seguindo a cartilha 
do liberalismo econômico – laissez-faire, 
laisez-passer (cuja tradução literal do fran-
cês é “deixai fazer, deixai passar”) –, não 
intervinham na economia, acreditando 
que o próprio mercado se organizaria para 
superar a crise do subconsumo versus su-
perprodução.
Enquanto isso, os bancos e as grandes 
empresas continuavam a emitir e a nego-
ciar ações na Bolsa de Valores, com valores 
irreais, provocando uma onda de especu-
lação financeira; eles também esperavam, 
como os presidentes, que as coisas retor-
nassem logo aos eixos.
No dia 24 de outubro de 1929 – a “quin-
ta-feira negra” –, um grande volume de 
ações não encontrou compradores, pois 
desde o dia 21 circulavam rumores sobre 
a queda.
De repente, ações que valiam, até en-
tão, dezenas de dólares não passavam de 
papéis sem valor.
Seguiram-se dias tensos. Pessoas viram 
sua fortuna evaporar no ar da noite para o 
Bartolomeo Vanzetti (à esquerda) e Nicola 
Sacco (à direita): em 1927, esses dois 
operários anarquistas, de origem italiana, 
foram injustamente condenados à cadeira 
elétrica, acusados de terem assassinado 
um policial, apesar de não haver nenhuma 
prova do fato. Após 50 anos, o governador 
de Massachusetts reconheceu a parcialidade 
do julgamento e instituiu o Dia de Sacco e 
Vanzetti em 23 de agosto, data da execução.
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História \ Variações 195
dia, como mágica. Bancos e empresas faliram; havia mais de 15 milhões de desemprega-
dos nas ruas. Muitas pessoas se suicidaram ao se verem sem nada.
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Em 1937, a fotógrafa estadunidense Margaret Bourke-White registrou essa imagem na 
cidade de Louisville, no estado de Kentucky. Ao fundo, um gigantesco cartaz dos áureos 
tempos de sucesso da economia estadunidense, onde se lê: "O mais alto padrão mundial 
de vida" e "Não há melhor maneira do que a maneira americana". À frente, uma fila 
de pessoas em busca de comida, uma cena típica da chamada Grande Depressão.
12
10
8
6
4
2
1929 1933 1936 1939 1942
Milhões de
desempregados
Quebra
da Bolsa
Início do
New DealNew Deal
Recessão
Começo da
SegundaSegunda
Guerra
Mundial
 
Repercussões mundiais da crise de 1929
A quebra da Bolsa de Valores de Nova York mergulhou o mundo capitalista em uma 
profunda depressão econômico-social. Para atenuar a situação extremamente crítica, os 
Estados Unidos retiraram os investimentos aplicados no exterior e suspenderam as im-
portações, “exportando” a crise econômica aos quatro cantos do mundo.
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Capítulo 3 – A crise do capitalismo \ Grupo 1
O ���������� �� ����� �����������, �� ������ �� 1930
30%
20%
10%
0
1930 1932 1934 1936 1938
Na Alemanha, essa violenta recessão 
econômica provocou o colapso da República 
de Weimar, instalada logo após a guerra. O 
descontentamento, o desemprego e a vio-
lenta inflação seriam habilmente trabalha-
dos por uma figura política que ascenderia 
ao poder culpando os franceses, os socialis-
tas e os judeus pela crise alemã: Adolf Hitler.
No Brasil, a crise foi responsável pelo 
fim da República do “café com leite” por 
meio da Revolução de 1930, que culpou a 
oligarquia cafeeira e a monocultura pela si-
tuação vigente. Com a ascensão de Getúlio 
Vargas ao poder, houve a compra e queima 
de milhares de sacas de café para tentar 
estabilizar o preço no mercado.
O New Deal
Em 1932, elegeu-se presidente dos Es-
tados Unidos Franklin Delano Roosevelt, 
cuja plataforma de campanha consistia na 
recuperação da crise com a intervenção 
do Estado na economia, contrariando os 
pressupostos do liberalismo, elaborando 
um planejamento econômico. Tanto o in-
tervencionismo estatal como o planeja-
mento econômico eram palavras-chave do 
socialismo que soavam como heresia aos 
ouvidos americanos.
O plano de recuperação econômica foi 
batizado de New Deal, ou Novo Acordo, e 
consistia em:
• investimentos em obras públicas 
para geração de empregos, como 
hidrelétricas, ferrovias e estradas;
• salário-desemprego;
• proibição do trabalho infantil;
• compra da produção agrícola pelo 
governo, com vistas a manter os 
preços estáveis;
• empréstimos aos agricultores 
para saldarem as dívidas com os 
bancos.
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, D.C.
 F. D. Roosevelt (1882-1945) foi o 32º 
presidente dos Estados Unidos.
Lentamente, a economia estaduniden-
se mostrou sinais de recuperação. Na Eu-
ropa, entretanto, assistia-se à ascensão 
dos movimentos totalitários de direita – 
nazismo e fascismo, consolidando Hitler 
e Mussolini no poder político − e o tota-
litarismo de esquerda – stalinismo – para 
fazer frente ao bloco capitalista.
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Capítulo
3A crise do capitalismo
Ati vidade 8 • A quebra da Bolsa de Valores de Nova York
Exercícios de Aplicação
01) Qual é o significado da expressão 
American Way of Life? 
02) A crise econômica de 1929 foi deter-
minada, entre outros fatores, pelo(a):
a. redução da produção industrial.
b. conscientização do operariado.
c. descolonização das áreas afro-asi-
áticas.
d. desequilíbrio entre oferta e procura.
e. alta desenfreada dos preços.
03) Leia atentamente o texto e, depois, 
responda às questões.
Violar a lei tornou-se um verda-
deiro business [negócio], fonte de 
imensos lucros, dirigido por profis-
sionais com a concordância de mui-
tas pessoas honestas... É preciso re-
conhecer que burlar a lei [...] exigia 
um verdadeiro esforço intelectual... 
Tratava-se de conseguir a mercadoria, 
de entregá-la, vendê-la, em suma de 
conquistar uma freguesia... Os acer-
tos de contas se faziam abertamente... 
Mais de mil assassinatos marcaram a 
guerra do gim em Manhattan.
[...]
MUHLSTEIN, Anka. A ilha prometida. São 
Paulo: Companhia das Letras, 1991.
a. O texto faz referência a qual lei es-
tadunidense?
b. Por que a violação dessa lei se tor-
nou, ao mesmo tempo, crime e ca-
minho para a ascensão social? 
Trata-se do estilo de vida estadunidense no 
início da década de 1920, calcado no eleva-
do consumo em decorrência do crescimen-
to industrial e das facilidades de crédito. 
Trata-se da Lei Seca, que vigorou nos Es-
tados Unidos entre 1920 e 1933, fruto de 
campanhas moralistas.
Possibilitou o enriquecimento rápido e a 
ligação com outras contravenções domina-
das pela máfia.
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Capítulo 3 – A crise do capitalismo \ Grupo 1
Exercícios Propostos
04) A crise de 1929 foi de:
a. superprodução × subconsumo.
b. pleno emprego.
c. superconsumo × subprodução.
d. crescimento demográfico × pleno 
emprego.
e. capitalismo × socialismo.
05) Em linhas gerais, podemos afirmar que 
a Grande Depressão(1929) tem como causas:
a. a queda da exportação, o desempre-
go e o aumentodo consumo interno.
b. a desvalorização da moeda, com 
o objetivo de elevar os preços dos 
gêneros agrícolas.
c. o fechamento temporário dos ban-
cos e a requisição dos estoques de 
ouro para sanear as finanças.
d. a superprodução industrial e agríco-
la, que se evidenciou quando o mer-
cado não conseguiu mais absorver a 
produção que se desenvolvera rapi-
damente.
e. a emissão de papel-moeda e o 
abandono do padrão-ouro que 
permitiram ao Banco Central finan-
ciar o seguro-desemprego.
06) Leia este trecho de texto e depois res-
ponda ao que se pede.
[…] muita gente, entusiasmada 
com o crescimento industrial “sem 
fim”, passou a comprar ações das 
empresas em vez de consumir. Com 
isso, o consumo diminuiu e começou 
a haver superprodução e os estoques 
de mercadorias aumentavam a olhos 
vistos. […] Como de costume, os pri-
meiros a sentirem os efeitos foram os 
trabalhadores: o desemprego começou 
e a pobreza aumentou.
O texto anterior refere-se:
a. à situação dos Estados Unidos após 
a Guerra de Secessão.
b. à Alemanha após a Primeira Guer-
ra Mundial.
c. à Itália, durante o processo de uni-
ficação política.
d. ao Brasil, durante a crise da Repú-
blica Velha, que levaria à Revolu-
ção de 1930.
e. aos Estados Unidos, em fins da dé-
cada de 1920.
Ati vidade 9 • Repercussões mundiais da crise de 1929
Exercício de Aplicação
01) Após a Primeira Guerra Mundial, os 
Estados Unidos se tornaram o país mais 
rico do mundo, consolidando o chamado 
“sonho americano”. Essa riqueza provinha, 
em grande parte, do crescimento e do 
avanço técnico da indústria, o que, por um 
lado, resultava na maior oferta de produtos 
industrializados baratos, mas, por outro, 
ocasionava crescente desemprego, com a 
substituição de operários por máquinas. O 
desemprego e as altas aplicações do dinhei-
ro do mercado de ações ajudaram a desen-
cadear uma crise de repercussão mundial.
Identifique essa crise e analise suas 
principais consequências para os Estados 
Unidos.
R.: A
R.: D
R.: E
No exercício 06, o tex-
to descreve a situação 
econômica dos Estados 
Unidos no final dos 
anos 1920, com a que-
bra da Bolsa de Nova 
York, a superprodução 
agrícola e industrial, o 
desemprego, a diminui-
ção do consumo, entre 
outros aspectos que 
caracterizam a Grande 
Depressão da década 
de 1930.
A crise foi a de 1929, provocada pelo crack 
(quebra) da Bolsa de Valores de Nova York. 
As consequências foram violenta recessão 
econômica, falência de bancos, indústrias 
e comércio, endividamento dos pequenos 
e médios proprietários e desemprego em 
massa (mais de 15 milhões).
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História \ Variações 199
02) Após ler o texto, responda aos itens 
a e b.
Uma família isolada mudou-se de 
suas terras. O pai pedira dinheiro em-
prestado ao banco e agora este que-
ria as terras. A companhia das terras 
queria tratores em vez de pequenas 
famílias nas terras. Se esse trator 
produzisse os compridos sulcos em 
nossa própria terra, a gente gostaria 
do trator, gostaria dele como gostava 
das terras quando ainda eram da gen-
te. Mas esse trator fazia duas coisas 
diferentes: traçava sulcos nas terras 
e expulsava-nos delas. Não há quase 
diferença entre esse trator e um tan-
que de guerra. Ambos expulsam os 
homens que lhes barram o caminho, 
intimidando-os, ferindo-os.
STEINBEK, John. As vinhas da ira. 1972.
a. Segundo o texto, como pode ser 
caracterizada a situação do cam-
ponês norte-americano após a cri-
se de 1929?
b. Cite duas medidas adotadas 
pelo programa de reformas de 
Roosevelt (New Deal) para solucio-
nar os problemas sociais criados 
pela crise de 1929.
Exercícios Propostos
03) A crise de 1929 afetou todo o mundo 
capitalista. Quais foram as consequências 
dessa crise no Brasil e na Alemanha?
No Brasil, provocou a queda da República 
Oligárquica cafeeira e a compra e queima 
do estoque de café, na tentativa de estabi-
lizar os preços do produto. Na Alemanha, 
ocorreu a ascensão de Hitler, que impôs um 
regime ditatorial de extrema direita.
As terras foram hipotecadas como garantia 
de empréstimo e tomadas pelos bancos por 
falta de pagamento. Essas terras acabavam 
nas mãos dos grandes proprietários, num 
processo de alta concentração de terras, 
beneficiando os extremamente ricos, en-
Entre outras medidas, houve incentivo aos 
pequenos agricultores com tabelamento 
dos produtos agrícolas e empréstimos go-
vernamentais para quitação das hipotecas 
nos bancos.
quanto pequenos e médios proprietários 
eram expulsos das terras. Ao mesmo tem-
po, a mecanização (trator) agrícola diminuía 
a oferta de empregos e liberava mais mão 
de obra para a cidade.
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Capítulo 3 – A crise do capitalismo \ Grupo 1
04) A foto abaixo foi produzida em 1936 
e se tornou uma das imagens mais emble-
máticas dos Estados Unidos, na década de 
1930. Ela mostra uma mãe e seus filhos 
numa condição de extrema miséria, o que 
não era incomum à época.
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Tal condição de miséria estava direta-
mente relacionada com:
a. o desespero causado pela Primeira 
Guerra Mundial.
b. a crise de 1929, em razão da que-
bra da Bolsa de Valores.
c. a convocação popular para o New 
Deal.
d. a notícia da morte de parentes na 
Rússia.
e. a eclosão da Revolução Bolchevi-
que, liderada por Lênin e Trotsky.
05) Entre os anos 1933 e 1937, o governo 
norte-americano adotou uma série de pro-
gramas, no campo econômico e social, tais 
como: maior controle do Estado sobre os 
bancos e instituições financeiras, constru-
ção de obras de infraestrutura para a gera-
ção de empregos, concessão de subsídios 
e crédito agrícola a pequenos produtores 
rurais, entre outras medidas.
O enunciado anterior refere-se à:
a. Emenda Platt, que autorizava a 
intervenção norte-americana em 
Cuba a fim de defender os precei-
tos da Doutrina Monroe, abalados 
pela crise de 1929.
b. política do Big Stick, adotada pelo 
presidente Theodore Roosevelt, 
com o objetivo de implementar um 
projeto expansionista e interven-
cionista sobre os países vizinhos da 
região do Caribe.
c. política do New Deal, do presi-
dente Franklin Delano Roosevelt, 
que tinha o objetivo de recuperar 
e reformar, por meio de maior in-
tervenção estatal, a economia na-
cional, que se encontrava abalada 
pela Grande Depressão.
d. implementação da política de 
combate à expansão do socialis-
mo, financiada pela União Sovié-
tica, no território americano, du-
rante o período conhecido como 
Guerra Fria.
e. política de valorização artificial do 
preço do café, garantindo o lucro 
dos cafeicultores, com o objetivo 
de impedir o avanço do anarcos-
sindicalismo no Brasil e garantir 
o mercado consumidor brasileiro 
aos norte-americanos.
06) A Grande Depressão, iniciada em 
1929, com a crise da Bolsa de Nova York, 
foi possivelmente o acontecimento do sé-
culo XX, cujas repercussões se fizeram sen-
tir sobre um maior número de homens e 
mulheres em todo o planeta. Por que os 
efeitos da Grande Depressão não afetaram 
a economia da União Soviética?
R.: B
R.: C
No exercício 05, a 
Grande Depressão, ini-
ciada com a Crise de 
1929, persistiu ao longo 
da década de 1930 até 
a Segunda Guerra Mun-
dial. Ela caracterizou-se 
por profunda crise eco-
nômica, seguida de vio-
lenta recessão provoca-
da pelas altas taxas de 
desemprego, queda do 
PIB, falência generaliza-
da dos setores produti-
vos e financeiros, que 
atingiu todo o mundo 
capitalista. Na Europa 
Ocidental e na Améri-
ca Latina, essa violenta 
recessão favoreceu o 
surgimento de vários 
governos totalitários de 
direita. Nos EUA, terra 
da livre-iniciativa, o go-
verno viu-se obrigado a 
intervir drasticamente, 
adotando medidas eco-
nômicas para geração 
de empregos e dando 
apoio aos pequenos e 
aos médios produtores.
Desde o triunfo da Revolução de Outubro 
de 1917, a União Soviética vivia os efeitos 
do isolamento imposto pela maioria dos 
países ocidentais, ao que se somava o fato 
deseus dirigentes estarem empreendendo 
uma política econômica comprometida com 
a implementação do socialismo.
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História \ Variações 201
Momento de novas descobertas
07) Observe esta imagem e, depois, aten-
da ao que é solicitado..
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Pesquise o papel do Super-Homem, 
personagem criado nos Estados Unidos em 
1938. Relacione o que você estudou neste 
capítulo ao herói Super-Homem e produza 
um pequeno texto sobre suas conclusões.
Resposta pessoal
A criação de tal personagem estava relacio-
nada ao fortalecimento da autoestima da 
sociedade estadunidense, abalada pela de-
pressão econômica, enquanto a União Sovi-
ética, socialista, prosperava.
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Capítulo 3 – A crise do capitalismo \ Grupo 1
Anotações
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Capítulo
4Totalitarismo de direita
Totalitarismo: origens
No chamado período entreguerras 
(1919-1939), surgiram, em grande parte 
dos países do mundo, movimentos inter-
nos de contestação ao regime estabelecido 
e à crise mundial provocada pela quebra da 
Bolsa de Valores de Nova York, em 1929. 
Como reação a esses movimentos, nasce-
ram grupos totalitários de direita – o nazi-
fascismo – e de esquerda – o stalinismo.
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Após a Primeira Guerra Mundial (1914-
1918), a Europa, até então "o centro do 
mundo", estava literalmente destruída. 
Contudo, antes mesmo da deflagração do 
conflito, havia pessoas "antenadas" com 
o ambiente propício à destruição, assim 
como com as consequências que isso traria 
para o Velho Continente. Em 1913, o artista 
francês Marcel Duchamp (1887-1968) 
expôs sua obra Roda de bicicleta (acima), 
em que a roda não serviria para andar, 
tampouco a cadeira para sentar. Tratava-
-se de uma visão desconstrucionista de 
alguém que não via sentido em produzir 
uma obra de arte segundo padrões 
tradicionais europeus, em meio a um 
mundo que mostrava suas contradições.
Na Europa Ocidental, o endurecimento 
e o radicalismo político de direita foram a 
resposta para enfrentar as crises internas 
e o avanço das ideias socialistas da vizinha 
União Soviética.
Na Europa Oriental, após a morte de 
Lênin, Stálin ascendeu ao poder e iniciou 
uma série de perseguições aos inimigos 
políticos. Conseguiu eliminar seus adver-
sários nos famosos Expurgos de Moscou, 
transformando as terras geladas da Sibéria 
num imenso campo de concentração.
Tanto de um lado como de outro, a cri-
se mundial de 1929 forneceu o pretexto 
para justificar o totalitarismo governamen-
tal, culpando a liberdade individual como a 
responsável pelo caos.
A principal diferença entre o totali-
tarismo de direita e o totalitarismo de 
esquerda residia em suas ideologias: o 
primeiro apoiava e era apoiado pela bur-
guesia, enquanto o segundo se susten-
tava em um regime socialista, portanto, 
antiburguês.
Mesmo assim, é possível traçar seme-
lhanças entre esses totalitarismos:
• política − supremacia total do Es-
tado, nacionalismo exacerbado, 
exaltação da figura do “líder”, des-
prezo pelas práticas democráticas 
e desenvolvimento de um forte 
militarismo;
• economia − desenvolvimento e 
proteção da indústria nacional, 
além da realização de obras públi-
cas;
• sociedade − apelo às massas;
• cultura − censura, controle sobre 
o sistema educativo, manipulação 
do sentimento coletivo das massas 
e arte produzida para enaltecer o 
regime.
Entretanto, cabe ressaltar que, em cada 
país onde existiu regime totalitarista, hou-
ve aspectos particulares que se manifesta-
ram conforme a necessidade e o interesse 
dos seus governantes.
O grupo Ação e Rea-
ção tratará dos regimes 
totalitários formados 
no período entreguer-
ras (1919-1939), dividi-
dos em manifestações 
de direita (fascismo e 
nazismo) e manifesta-
ções de esquerda (sta-
linismo). Trata-se de 
um momento histórico 
marcado pelo descré-
dito dos mais conser-
vadores quanto ao 
liberalismo político e 
econômico, assim como 
pelo temor desse grupo 
quanto ao sucesso do 
socialismo soviético. 
Por outro lado, o tota-
litarismo de esquerda 
buscou afirmar o regi-
me socialista na União 
Soviética. É um bom 
momento para mos-
trar aos alunos como o 
mundo já começava a 
se encontrar “dividido” 
entre adeptos do capi-
talismo – ainda que fora 
da esfera liberal – e do 
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Capítulo 4 – Totalitarismo de direita \ Grupo 2
Itália e o fascismo: 
antecedentes
Ao final da Primeira Guerra Mundial, 
a Itália estava entre os vencedores, mas 
descontente. Seu representante na Confe-
rência de Paris retirou-se antes do término 
por não concordar com algumas medidas, 
como a entrega de Fiume e Dalmácia à re-
cém-criada Iugoslávia. Os custos financei-
ros desse país com a guerra também não 
foram recuperados.
A esses fatos se somam os prejuízos hu-
manos na guerra – milhares de mortos e, 
na agricultura, campos inteiros devastados –, 
ocasionando o colapso no abastecimento 
e a falência das indústrias, o que provocou 
inflação e desemprego. Enquanto isso, o 
governo se perdia nas disputas partidárias, 
agravando ainda mais o quadro de insatis-
fação popular.
Nesse ambiente conturbado, fortale-
ceu-se Benito Mussolini, fundador da or-
ganização "Fascio de Combatimento", o 
embrião do Partido Fascista.
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Benito Amilcare Andrea Mussolini. A palavra 
fascio, que deu origem ao termo fascismo, 
tem sua origem na Roma Antiga. O fasces 
era um feixe de varas amarradas em volta de 
um machado. O termo deriva da expressão, 
em latim, fasces lictoris (feixe de lictor). No 
Império Romano, estava associado ao poder 
e à autoridade: portando um fasces, o lictor –
oficial que andava à frente dos principais 
magistrados na Antiga Roma – abria 
caminho em meio ao povo para a passagem 
deles, nas mais variadas cerimônias.
Mais tarde, Mussolini formou milícias ar-
madas conhecidas como “camisas-negras”. A 
finalidade era perseguir e combater socialis-
tas e comunistas com o uso da violência.
O movimento logo recebeu a adesão de 
partidos frustrados – os "ardentes" –, da 
classe média e da burguesia; estas se sen-
tiam assustadas com o avanço das ideias 
socialistas, especialmente entre a massa de 
desempregados e empregados urbanos.
Sob a ameaça de greve geral convocada 
pelos comunistas, Mussolini, apoiado por 
50 mil camisas-negras, realizou uma gigan-
tesca demonstração de força, exigindo que 
o governo tomasse as devidas providên-
cias e estabelecesse a ordem no país. Esse 
episódio ficou conhecido como “Marcha 
sobre Roma”.
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Fascistas caminham durante a chamada 
 “Marcha sobre Roma”, em outubro de 1922.
Surpreendentemente, o então rei Vítor 
Emanuel III (na foto abaixo) convidou-o 
para formar um novo governo.
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socialismo. Essa duali-
dade, além de ter sido 
um dos motivos para 
a eclosão da Segunda 
Guerra, iria ser acentu-
ada posteriormente na 
chamada Guerra Fria.
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História \ Ação e reação 149
O governo fascista italiano
Tão logo assumiu o poder, Mussolini 
tratou de eliminar as oposições por meio 
de prisões, eleições fraudulentas e fecha-
mento de jornais. Exigiu ainda mais pode-
res, o que foi aprovado pelo Parlamento.
O deputado socialista Giacomo Matteotti 
denunciou as irregularidades nas eleições de 
1924 e exigiu sua anulação. Logo em segui-
da, Matteotti foi sequestrado e assassinado 
pelos camisas-negras.
Entre 1925 e 1926, o Estado promulgou 
uma série de leis de exceção, fortalecendo o 
poder de Mussolini: extinguiu todos os parti-
dos políticos – só ficando o Fascista –, supri-
miu o direito de greve e liquidou a liberdade 
de imprensa. Dessa forma, consolidava-se o 
totalitarismo. A nova ordem era: “Nada devehaver acima do Estado, nada fora do Estado, 
nada contra o Estado”. E o Estado era perso-
nificado por ele próprio: o Duce Mussolini.
Em 1929, Mussolini assinou o Tratado 
de Latrão com a Igreja, pondo fim à fa-
mosa Questão Romana, que se arrastava 
desde 1871, quando houve a unificação 
italiana e o papa Pio IX, não concordando 
em perder os territórios eclesiásticos, pro-
clamou-se prisioneiro do governo italiano. 
Com o Tratado de Latrão, o governo italia-
no reconheceu o Estado do Vaticano, em 
Roma, sob o governo do papa. Em troca, a 
Igreja concedeu seu apoio a Mussolini e ao 
regime fascista.
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Pio XI (Ambrogio Damiano Achille Ratti, 
1857-1939) foi o Papa da Igreja Católica 
que, ao assinar o Tratado de Latrão, em 
1929, tornou-se também o primeiro 
soberano do Estado do Vaticano.
Nesse mesmo ano, 1929, a Itália foi 
atingida pela crise mundial provocada pela 
"Quinta-Feira Negra" e pela quebra da Bol-
sa de Valores de Nova York. Como resposta 
à crise, Mussolini intensificou a produção 
de armas e iniciou sua política imperialista 
sobre o norte da África. Ao mesmo tempo, 
a propaganda oficial alardeava os glorio-
sos feitos do passado e o retorno à gran-
deza do Império Romano juntamente com 
o culto à pessoa de Mussolini – o Duce (o 
chefe).
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Benito Mussolini discursa na Praça 
Duomo (Milão), em maio de 1930.
A Alemanha e o nazismo: 
antecedentes
Em 1918, antes mesmo de terminar a 
Primeira Guerra, os alemães já sentiam 
a derrota no ar. Socialistas, comunistas, 
anarquistas, nacionalistas, liberais-demo-
cratas, militares e outros provocaram uma 
onda de agitação por toda a Alemanha, 
que culminou na abdicação do kaiser Gui-
lherme II em novembro. Nascia a Repúbli-
ca de Weimar dos escombros do II Reich.
Após a guerra, a Alemanha foi obrigada 
a aceitar as condições humilhantes impos-
tas pelos países vencedores, no Tratado de 
Versalhes. Isso provocou insatisfação e re-
volta, agravando a crise econômica e social 
interna do povo alemão.
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Capítulo 4 – Totalitarismo de direita \ Grupo 2
Em 1923, o governo alemão decidiu não 
pagar as parcelas da indenização de guerra 
correspondente àquele ano. Em represá-
lia, tropas franco-belgas invadiram a região 
industrial do Ruhr. Os trabalhadores, com 
apoio do governo, entraram em greve.
Para sustentar a situação, o governo 
imprimiu dinheiro desordenadamente, 
resultando em hiperinflação. Para se ter 
uma ideia, um dólar valia, em janeiro, 
7.260 marcos; em novembro, valia 4,2 mi-
lhões, isto é: um carrinho de mão cheio de 
notas comprava um mísero pão!
Adolf Hitler, líder do Partido Nacional-
Socialista dos Trabalhadores Alemães, ten-
tou aproveitar-se da situação, dando um 
golpe de Estado – o Putsch de Munique –, 
mas fracassou e foi preso. Esse partido ficou 
conhecido como Nazi.
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Adolf Hitler, em foto do início 
da década de 1920.
Na prisão, Hitler ocupou o tempo es-
crevendo a obra que se tornaria a "bíblia" 
dos partidos de direita, Mein kampf (Mi-
nha luta), na qual expôs os fundamentos 
do nazismo. Segundo Hitler:
• o liberalismo e o individualismo 
enfraqueciam a Nação, enquanto 
a democracia e o comunismo ge-
ravam o caos. Somente o Estado e 
a força seriam capazes de impor e 
manter a ordem;
• as ideias bolcheviques infiltradas 
nas organizações sindicais de tra-
balhadores eram responsáveis 
pela subversão da ordem e da paz;
• o povo alemão, descendente dos 
cavaleiros teutônicos e fundadores 
do Sacro Império Romano-Germâ-
nico, deveria se orgulhar do passa-
do e reerguê-lo;
• a guerra era a fonte de inspiração 
dos bravos;
• fazia-se necessária a perseguição 
aos judeus (antissemitismo), que, 
por não terem pátria, viviam pelo 
mundo explorando e se enrique-
cendo à custa do trabalho de ou-
tros povos, dominando a indústria, 
o comércio e os bancos;
• somente a raça ariana era superior 
e, portanto, tinha o direito de go-
vernar o mundo;
• a Alemanha necessitava de territó-
rios para se desenvolver (“espaço 
vital”).
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Mein kampf está dividido em dois volumes: 
o primeiro, escrito por Hitler quando 
ele ainda estava preso, foi lançado em 
1925; o segundo, no ano seguinte.
Em 1925, o presidente Paul von Hindenburg 
foi eleito e, apoiado por forças conservadoras, 
colocou um freio nas radicalizações políticas; 
o próprio Partido Nazista perdeu eleitores nas 
eleições de 1928.
Em 1929, como se sabe, a quebra da 
Bolsa de Valores de Nova York mergulhou 
o mundo numa depressão econômica 
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História \ Ação e reação 151
sem precedentes. Indústrias e bancos fa-
liram, os Estados Unidos da América reti-
raram sua ajuda econômica e, três anos 
após, a Alemanha contabilizava 6 milhões 
de desempregados.
A agitação e a radicalização política vol-
taram às ruas: de um lado, os comunistas 
defendiam a revolução popular nos mol-
des soviéticos como a saída para a crise; 
de outro lado, os nazistas, por meio das 
tropas de assalto – SA –, reprimiam violen-
tamente as manifestações de esquerda.
Em razão dos inflamados discursos 
contra o "perigo soviético", Hitler passou 
a contar com o apoio da burguesia alemã e 
dos profissionais liberais. Seu discurso na-
cionalista atraía milhares de adeptos entre 
os camponeses, os trabalhadores e os de-
sempregados urbanos.
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Paul von Hindenburg (1847-1934), militar 
e político alemão, presidiu o país de 
1925 até o ano de sua morte, enquanto 
vigorava a República de Weimar.
Os nazistas passaram a promover gi-
gantescas demonstrações de força com 
desfiles das Seções de Assalto (SA) e das 
Brigadas de Segurança (SS). Eles criticavam 
os liberais-democratas, os comunistas e os 
judeus e prometiam trabalho para todos e 
controle dos preços das mercadorias.
A bandeira nazista – vermelha com 
a cruz gamada – passou a se multiplicar 
nessa Alemanha confusa. As ruas se en-
chiam de camisas-pardas – o uniforme dos 
membros das SA, uma milícia paramilitar 
liderada pelo capitão Ernest Rohm. Mais 
tarde, surgiram os camisas-negras, as SS, 
um corpo policial de elite conhecido pelo 
fanatismo e liderado por Himmler.
Em janeiro de 1933, o presidente 
Hindenburg nomeou Hitler chanceler 
(primeiro-ministro).
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O incêndio do Reichstag (Parlamento 
alemão), em fevereiro de 1933, foi 
utilizado pelos nazistas como pretexto 
para a eliminação física dos comunistas.
O governo nazista alemão
Ao assumir o posto, Hitler iniciou a 
escalada para o totalitarismo: dissolveu 
o Parlamento, convocou novas eleições e 
colocou as tropas das SA e SS para "fisca-
lizarem" o processo eleitoral. A oposição 
foi violentamente perseguida e as eleições 
foram garantidas para os nazistas.
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Capítulo 4 – Totalitarismo de direita \ Grupo 2
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Em maio de 1933, ocorreu a grande queima 
de livros, episódio no qual os nazistas 
destruíram obras de pensadores judeus 
ou outros considerados antigermânicos. 
Entre eles, Thomas Mann, Walter 
Benjamin, Bertold Brecht, Sigmund 
Freud, Albert Einstein e Karl Marx. Na 
foto, vemos os nazistas em ação na noite 
de 10 de maio de 1933, em Berlim.
Em seguida, Hitler eliminou a oposição 
dentro das fileiras nazistas ao promover 
assassinatos em massa das SA pelas tro-
pas das SS, episódio que ficou conhecido 
como"Noite dos longos punhais” (30 de ju-
nho de 1934).
Com a morte do presidente em 1934, 
Hitler assumiu o controle político do Esta-
do e das Forças Armadas e se autodeno-
minou Führer, o chefe. Transferiu a capital 
alemã de Weimar para Berlim, pôs fim à 
República e fundou o III Reich, sucedendo 
ao I Reich – Sacro Império Romano-Germâ-
nico (962-1806) – e ao II Reich – o Império 
dos Hohenzollern (1871-1918).
O Führer decretou as Leis de Nuremberg, 
uma legislação antissemita, responsabili-
zando os judeus pelas crises econômicas 
e sociais, considerando-os de "raça infe-
rior". Nachamada “Noite dos Cristais”
(9 de novembro de 1938), os nazistas destru-
íram sinagogas, lojas e habitações de judeus.
Economicamente, recuperou o país, 
combatendo o desemprego com grandes 
obras públicas – estradas, ferrovias, aero-
portos – e incentivos à indústria, em espe-
cial a de armamentos, apesar da proibição 
do Tratado de Versalhes.
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Monumento à Frente de Trabalho Alemã, 
na cidade de Dortmund, importante 
centro industrial. A foto, de 1935, permite 
visualizar as palavras de Hitler acerca do 
que ele compreendia ser um socialista: “Sou 
socialista, pois me parece incompreensível 
tratar uma máquina com cuidado, mas 
deixar os melhores representantes do 
trabalho, os seres humanos, afastados 
dele". Convém ressaltar que a Frente de 
Trabalho Alemã foi criada pelos nazistas para 
substituir todos os sindicatos e agregar, em 
torno dela, trabalhadores e empresários 
– em suma, todos os "representantes do 
trabalho" – sob os cuidados do governo.
O controle da opinião pública e da 
oposição era exercido pela censura, pelo 
uso intenso da propaganda oficial (Minis-
tério da Propaganda, dirigido por Joseph 
Goebbels) e pela violência da Gestapo, 
polícia secreta, que prendia e executava 
qualquer suspeito.
Em 1936, a Alemanha nazista sediou 
os Jogos Olímpicos. Hitler viu nesse even-
to a possibilidade de mostrar a superio-
ridade da raça ariana sobre as demais. 
Contudo, as atuações do afro-americano 
Jesse Owens impediram a plena realiza-
ção do Führer.
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História \ Ação e reação 153
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No Estádio Olímpico de Berlim, Jesse 
Owens ganhou quatro medalhas de ouro 
(nos 100 m e 200 m rasos, no salto em 
distância e no revezamento 4 × 100 m).
Quanto à educação, Hitler pôs em 
prática o que já havia escrito em Mein 
kampf: “Todo o sistema educacional deve 
ter como objetivo dar às crianças de nosso 
povo a certeza de que são absolutamente 
superiores aos outros povos”.
Assim, a partir dos seis anos, as crian-
ças eram recrutadas para as fileiras na-
zistas, cuja educação tinha por objetivo 
formar um novo homem, livre das humi-
lhações do Tratado de Versalhes e orgu-
lhoso do passado glorioso do Sacro Impé-
rio Romano-Germânico e da Alemanha de 
Bismarck (II Reich).
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Encontro da juventude hitlerista, no Estádio 
Olímpico de Berlim, em 1º de maio de 1937.
Guerra Civil Espanhola
Em 1936, na Espanha, o general Fran-
co recebeu apoio de Hitler e Mussolini. 
Três anos depois, em 1939, Franco assu-
miu o poder, após violenta guerra civil, 
controlando o país até o final da década 
de 1970.
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General Francisco Franco (1892-1975)
Inspirado nas ideias fascistas e com 
apoio clerical, Franco organizou as Falan-
ges (integradas pelos nacionalistas), en-
quanto o povo formava a Frente Popular 
(integrada pelos republicanos).
Evolução da Guerra 
Civil Espanhola
La Coruña
PORTUGAL
Oviedo
Burgos
Pamplona
FRANÇA
Gerona
Barcelona
Tarragona
Saragoça
Valladolid
Madri
Cáceres Castela
Valência
Alicante
Almeria
Granada
Málaga
Córdoba
Sevilha
Mar Mediterrâneo
OCEANO
ATLÂNTICO
TERRITÓRIOS 
ESPANHÓIS NO 
MARROCOS 
Guerra Civil Espanhola – set. 1836
Zona nacionalista inicial
Avanço nacionalista
Zona republicana
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Capítulo 4 – Totalitarismo de direita \ Grupo 2
La Coruña
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Barcelona
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SaragoçaValladolid
Salamanca
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Castela
Valência
Alicante
Granada
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Córdoba
Sevilha
Mar Mediterrâneo
TERRITÓRIOS 
ESPANHÓIS
NO MARROCOS
Algérie
Guerra Civil Espanhola – Out. 1937
Zona republicana
Zona nacionalista
La Coruña
PORTUGAL
Oviedo Bilbao FRANÇA
Barcelona
Tarragona
SaragoçaValladolid
Salamanca
Madri
Castela
Valência
Alicante
Granada
Cádiz Málaga
Córdoba
Sevilha
Mar Mediterrâneo
TERRITÓRIOS 
ESPANHÓIS
NO MARROCOS
Guerra Civil Espanhola – Nov. 1938
Zona republicana
Zona nacionalista
Cinquenta mil voluntários de vários 
países formaram as Brigadas Internacio-
nais em apoio à Frente Popular contra os 
falangistas.
A ajuda ítalo-alemã foi fundamental 
para a vitória dos fascistas. A guerra es-
panhola serviu de “laboratório” para que 
Hitler testasse equipamentos e táticas bé-
licas, que seriam usadas, posteriormente, 
na Segunda Guerra Mundial.
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, 1938
Desfile das Brigadas Internacionais nas 
ruas de Barcelona, em outubro de 1938, 
momento no qual a guerra se definia como 
favorável aos nacionalistas (fascistas).
Os horrores da Guerra Civil Espanhola 
foram denunciados por artistas e escri-
tores. Entre eles: o autor de Por quem os 
sinos dobram?, Ernest Hemingway, que 
lutou nas brigadas; o fotógrafo Robert 
Capa, que captou o cotidiano da guerra, 
acompanhando os republicanos; e Pablo 
Picasso, que retratou o conflito em seus 
quadros Guernica, por exemplo, tela ins-
pirada no bombardeio sofrido pela cidade 
de Guernica, anteriormente capital basca, 
durante a Guerra Civil Espanhola, em 26 
de abril de 1937.
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A morte de um miliciano, de Robert Capa, 
é uma das fotos mais marcantes sobre 
a Guerra Civil Espanhola. Trata-se do 
combatente legalista Federico Borrell García, 
o "Taino", anarquista espanhol morto, 
aos 24 anos, em combate na região de 
Córdoba, em 5 de setembro de 1936, mas há 
contestações sobre a veracidade da foto.
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História \ Ação e reação 155
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Ruínas da cidade de Guernica, localizada no País Basco – parte integrante da Espanha –, 
após bombardeio aéreo realizado por aviões alemães da Legião Condor, em abril de 1937. 
O ataque apoiou as forças do general Franco, que invadiram a cidade posteriormente. 
Além disso, serviu também para testar aviões de guerra da Alemanha e dar experiência 
no combate aéreo à Luftwaffe (força aérea alemã). O quadro Guernica, pintado por 
Pablo Picasso em 1937, representa os horrores causados pelo bombardeio à cidade.
No documento abaixo, assinado pelo 
“generalíssimo” – como ficou conhecido o 
general Francisco Franco –, foi declarado o 
fim da Guerra Civil Espanhola.
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“Hoje, preso e desarmado o exército 
vermelho, as tropas nacionais atingiram 
seus últimos objetivos militares. A 
guerra terminou. O generalíssimo 
Franco Burgos, 1º de abril de 1939.”
Consequências do 
nazifascismo europeu
São inegáveis as melhorias socioeconô-
micas que tanto o fascismo na Itália quan-
to o nazismo na Alemanha foram capazes 
de produzir para as suas respectivas po-
pulações. É importante lembrar que esses 
regimes surgiram num momento em que 
ambos os países viviam graves situações 
nas áreas sociais e econômicas por conta 
da Primeira Guerra Mundial.
Entretanto, tais melhorias foram obti-
das por meio de governos que se impu-
seram pela força, pela censura e por uma 
forte ideologia, impedindo que o povo ti-
vesse força para contradizê-los. Aqueles 
que se opuseram foram presos, mortos 
ou viram-se obrigados a fugir para ou-
tros países.
Um dos resultados desse “povo con-
trolado” foi o desenvolvimento do princí-
pio corporativista, característica marcante 
do nazifascismo. Misturando-se à ideia de 
nação forte, unida e insuperável, o povo 
não podia desunir-se em diferentes parti-
dos, sindicatos, agremiações ou ideologias 
políticas: devia formar um único corpo, e 
essa unidade se daria em torno do “gran-
de líder” (o Duce, na Itália, e o Führer, na 
Alemanha).
Tais princípios ideológico-governamen-
tais se expandiram para outros países eu-
ropeus, a exemplo de Portugal,com Anto-
nio Salazar, assim como para a América. 
No Brasil, a Ação Integralista Brasileira foi 
uma organização político-partidária de ins-
piração fascista.
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Capítulo 4 – Totalitarismo de direita \ Grupo 2
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Membros da Ação Integralista Brasileira 
– devidamente uniformizados –, em 
Viçosa do Ceará, município localizado 
no noroeste do estado cearense.
Por fim, os expansionismos militares 
nazifascistas acabaram levando a Europa 
à Segunda Guerra Mundial. A partir de 
1938, Hitler anexou a Áustria (Anschulss) e 
passou a reivindicar outros territórios em 
nome do "Espaço vital" alemão.
Dois anos antes, ele e Mussolini ha-
viam assinado um acordo, dando origem 
ao eixo Roma-Berlim (ao qual se integra-
ria, mais tarde, o Japão, formando o Eixo 
Roma-Berlim-Tóquio). A Segunda Guerra 
Mundial estava a caminho.
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Mussolini e Hitler passam as tropas 
em revista, em Munique, na visita de 
Mussolini à Alemanha, em 1937.
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Capítulo
4Totalitarismo de direita
Ati vidade 10 ● Totalitarismo: origens
Exercícios de Aplicação
01) Leia atentamente o texto e depois 
responda ao que se pede.
Que época bárbara, anárquica e in-
verossímil foi a dos anos em que, com 
a perda do valor do dinheiro, todos os 
outros valores na Áustria e na Alema-
nha decaíram. Foi uma época de êxtase 
entusiástico e fraudes ousadas, foi um 
misto de sofreguidão e de fanatismo. 
Tudo o que era extravagante e inve-
rificável teve então a sua época áurea 
[...]. Tudo o que prometia excitações 
máximas, superiores às até então co-
nhecidas, toda espécie de veneno ine-
briante, [...] tiveram grande saída; nas 
peças teatrais o incesto e o parricídio, 
na política o comunismo e o fascismo 
constituíam a temática extrema e a 
única desejável; toda espécie de nor-
malidade e moderação, ao contrário, 
era absolutamente condenada. [...] Sob 
a superfície aparentemente calma, a 
nossa Europa estava cheia de correntes 
perigosas.
ZWEIG, S. O mundo que eu vi. Memórias de 
um europeu. Rio de Janeiro: Guanabara, 1942.
Que mensagem o autor do texto nos 
passa?
02) Sobre o contexto de emergência do 
nazifascismo na Europa, marque a alterna-
tiva correta.
a. Período marcado pela descrença 
na democracia, em diversas na-
ções europeias.
b. Período de declínio do naciona-
lismo, principalmente nos países 
que foram derrotados na Primeira 
Grande Guerra.
c. Período de grande prosperidade 
das economias nacionais, especial-
mente nos países que compunham 
a aliança vitoriosa na Primeira 
Guerra Mundial.
d. Período marcado pelo chamado 
fim das ideologias e pela expansão 
do liberalismo.
e. Período de paz entre as nações e 
de tolerância racial e étnica nos 
países ocidentais.
03) Leia atentamente o texto e, em segui-
da, responda ao que se pede.
O que o fascismo rejeita total-
mente é a sociedade liberal do século 
XIX. O fascismo não crê que os ho-
mens sejam naturalmente iguais nem 
que o homem seja naturalmente bom. 
Esta condenação global dá origem a 
algumas rejeições.
“Rejeição da democracia”: consi-
derada podre, porque é dominada por 
grupos de pressão e é incapaz de sal-
vaguardar o interesse nacional.
O sistema parlamentar não passa de 
um jogo estéril, o pluralismo dos parti-
dos apenas gera divisões e discussões 
inúteis, a escolha dos dirigentes políti-
cos pelo povo é nociva.
“Rejeição da razão”: o fascismo é 
uma reação anti-intelectualista, uma 
desforra do instinto, prega o culto da 
ação, proclama a virtude da violência.
MICHEL, H. Os fascismos. Lisboa: 
D.Quixote, 1977. Adaptado.
Em suas “memórias”, o autor descreve, de 
maneira negativa, o período entreguerras 
(1919-1939), demonstrando o sentimento 
de que a crise econômica da época era vivi-
da igualmente pela crise de valores morais.
R.: A
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Capítulo 4 – Totalitarismo de direita \ Grupo 2
Exercícios Propostos
04) Entre os eventos políticos mais signifi-
cativos do período entreguerras, podemos 
mencionar:
a. o fortalecimento das democracias 
parlamentares e o advento do fas-
cismo na Alemanha e em Portugal.
b. a crise do regime capitalista e o 
advento do comunismo na Rússia 
e na China.
c. a vitória das frentes populares con-
tra o fascismo na França e na Es-
panha.
d. a formação de um bloco socialista 
sob a hegemonia da União Sovié-
tica em oposição ao bloco capita-
lista sob a hegemonia dos Estados 
Unidos.
e. a crise das democracias parlamen-
tares e o advento do fascismo na 
Itália e na Alemanha.
05) A charge reflete um momento do período entreguerras, em que a burguesia eu-
ropeia fez, em alguns países, a opção por guardar sua posição de classe dominante a 
qualquer custo.
NOVAIS, Carlos Eduardo; RODRIGUES, Vilmar. Capitalismo 
para principiantes. São Paulo: Ática, 1991.
O que justificou a atitude dessa burguesia europeia?
Discuta o texto com seu grupo e depois 
elabore uma crítica comentando como o 
fascismo condena a democracia e o so-
cialismo, criticando ou apoiando as ideias 
apresentadas.
R.: E
O receio com relação ao avanço do socialismo é uma tentativa de responder ao colapso econômico 
promovido pela crise de 1929.
Resposta coletiva
No exercício 03, é in-
teressante observar a 
posição tomada pelos 
grupos diante da ques-
tão, sobretudo no to-
cante aos argumentos 
que deverão apresen-
tar.
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História \ Ação e reação 159
06) Observe estas imagens:
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O período entre as duas guerras mundiais 
(1919-1939) foi marcado pela(o):
a. crise do capitalismo, do liberalismo 
e da democracia e pela polarização 
ideológica entre fascismo e comu-
nismo.
b. sucesso do capitalismo, do libera-
lismo e da democracia e pela coe-
xistência fraterna entre fascismo e 
comunismo.
c. estagnação das economias socia-
lista e capitalista e pela aliança en-
tre os EUA e a URSS para deter o 
avanço fascista na Europa.
d. prosperidade das economias ca-
pitalista e socialista, pelo apare-
cimento da Guerra Fria entre os 
EUA e a URSS, pela coexistência 
pacífica entre os blocos america-
no e soviético e pelo surgimento 
do capitalismo monopolista.
e. estagnação da economia capitalis-
ta e pela aliança entre os EUA e a 
China para deter o avanço fascista 
na Europa.
Ati vidade 11 ● Itália e o fascismo: antecedentes
Exercícios de Aplicação
01) Quais destes fatores contribuíram 
para a ascensão do fascismo na Itália du-
rante a década de 1920?
a. Antinacionalismo e ascensão do 
proletariado
b. Crescimento econômico e fortale-
cimento do poder real
c. Ascensão do campesinato e expan-
são colonial
d. Nacionalismo e crise econômica 
e. Fortalecimento do liberalismo e 
aliança ítalo-russa
02) O que foi a Marcha sobre Roma? 
R.: A
R.: D
Manifestação dos fascistas italianos – os 
“camisas-negras” –, em outubro de 1922, 
exigindo do rei Victor Emanuel III a chegada 
de Mussolini ao poder.
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Capítulo 4 – Totalitarismo de direita \ Grupo 2
Exercícios Propostos
03) Qual a origem da palavra fascismo? 04) Descreva as principais condições 
que provocaram a ascensão do fascismo 
na Itália.
Ati vidade 12 ● O governo fascista italiano
Exercícios de Aplicação
01) “Tudo para o Estado, nada contra o 
Estado, ninguém fora do Estado [...]. O Es-
tado [...] deve ser o zeloso guardião, o de-
fensor e o propagador da tradição nacio-
nal, do sentimento nacional, da vontade 
nacional” (Benito Mussolini).
O princípio ideológico básico dos regimes 
políticos surgidos na Itália e na Alemanha, 
no período entre as guerras mundiais, ti-
nha por fundamento:
a. a recusa dos princípios antirracio-
nais de exaltação da força física e 
da violência.
b. o apoio político tanto ao interna-
cionalismo proletário quanto ao 
internacionalismo financeiro.
c. a crença no princípio de que a li-
berdade individual é a finalidade 
principal da sociedade industrial-tecnológica.
d. a afirmação do nacionalismo e a 
negação dos valores da democra-
cia parlamentar e do Estado liberal.
e. o respeito à existência de diferen-
tes correntes de pensamento, ex-
pressa na participação de nume-
rosos partidos na condução dos 
problemas nacionais.
02) Explique a importância do tratado de 
Latrão.
A origem do termo “fascismo” remonta 
à Roma Antiga, em que um feixe de varas 
amarradas em volta de um machado, cha-
mado fasces, era usado, nas mais variadas 
cerimônias, por um lictor (fasces lictoris), 
que abria caminho em meio ao povo para a 
passagem de magistrados. Trata-se, portan-
to, de um símbolo de autoridade.
Embora tenha lutado ao lado dos países vi-
toriosos na Primeira Guerra Mundial, a Itália 
se viu envolvida numa séria crise socioeco-
nômica, a partir de 1919. As terras prometi-
das pela França e pela Inglaterra não foram 
entregues; a desmobilização do Exército 
provocou o desemprego. Além disso, os par-
tidos socialistas cresciam rapidamente para 
desagrado da burguesia italiana. Foi sob 
esse clima que surgiu o fascismo na Itália, 
fundado por Benito Mussolini, cuja chegada 
ao poder se deu em outubro de 1922.
R.: D
Em 1929, o papa Pio XI e o Duce Mussolini 
assinaram o Tratado de Latrão, colocando 
fim ao impasse entre Igreja e Estado, que 
se arrastava desde 1871, quando Roma foi 
ocupada pelos nacionalistas italianos, com-
pletando a unificação política. Com esse 
tratado, o governo italiano reconhecia a in-
dependência do Estado do Vaticano, sob o 
comando do papa.
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História \ Ação e reação 161
Exercícios Propostos
03) “É melhor um dia de leão do que cem 
de carneiro.
Acredita! Obedece! Luta!”
Esses slogans eram repetidos em manifes-
tações populares:
a. na França, durante o período do 
Diretório, quando os girondinos 
clamavam a união com os jacobi-
nos.
b. na Itália, no momento em que os 
interesses individuais e os de clas-
se passaram a se subordinar aos do 
Estado fascista.
c. na Rússia, quando os trabalhado-
res se organizaram em dachas e 
passaram a planificar as atividades 
agrícolas.
d. no Brasil, quando o governo Collor 
conclamou a população a lutar 
pela emancipação política do país.
e. nos EUA, por ocasião da luta dos 
sulistas em busca de apoio à causa 
abolicionista.
04) “Criamos o nosso mito. O mito é uma 
fé, é uma paixão. Não é preciso que seja 
uma realidade. [...] O nosso mito é a na-
ção, o nosso mito é a grandeza da nação” 
(Benito Mussolini, Ópera Omnia).
Acerca das ideias e das práticas fascistas, 
assinale a alternativa correta.
a. O nacionalismo fascista foi essen-
cialmente liberal e pacifista.
b. O fascismo influenciou a execução 
da Revolução Russa, liderada por 
Lênin, em 1917.
c. “Tudo no Estado, nada fora do Es-
tado, nada contra o Estado”, lema 
propagado por Mussolini, restrin-
giu-se apenas à Itália.
d. O fascismo defendia a ação práti-
ca, assentada na total obediência 
ao Estado.
e. Benito Mussolini não recorreu à 
história para desenvolver o fascis-
mo italiano.
Ati vidade 13 ● A Alemanha e o nazismo: antecedentes
Exercícios de Aplicação
01) No início da década de 1930, Adolf 
Hitler e os nazistas chegaram ao poder na 
Alemanha: 
a. em consequência de uma aliança 
com os comunistas.
b. pelas mãos do Exército alemão.
c. por meio de uma ação golpista.
d. por meio de uma mobilização se-
melhante à que ocorreu na Itália, 
em 1922.
e. por meio da iniciativa do então 
presidente Hindenburg.
02) Hitler, em seu livro Minha luta, es-
creveu: “Todo o sistema educacional deve 
ter como objetivo dar às crianças de nosso 
povo a certeza de que são absolutamente 
superiores aos outros povos”.
De acordo com o texto, podemos afirmar 
que Hitler defendia:
a. a subordinação do sistema educa-
cional às necessidades políticas do 
Estado.
b. a independência do sistema edu-
cacional em relação às necessida-
des da família alemã.
c. o sistema educacional como o úni-
co agente capaz de formar cida-
dãos críticos.
d. o sistema educacional como o úni-
co instrumento de transformação 
socialista.
e. o sistema educacional alemão 
como uma instituição inferior à de 
outros povos.
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Capítulo 4 – Totalitarismo de direita \ Grupo 2
Exercícios Propostos
03) Entre os fatores que possibilitaram a 
emergência do nazismo na Alemanha, em 
1933, podemos mencionar:
a. o advento do fascismo na Itália e 
na França e o intenso avanço eco-
nômico alemão durante a década 
de 1920.
b. a crise do regime parlamentar nas 
democracias europeias e o apoio 
dos socialistas e comunistas aos 
nazifascistas.
c. as vantagens conseguidas com a 
assinatura da paz de Versalhes e a 
tradição militarista na Alemanha.
d. as consequências desastrosas da 
Segunda Guerra Mundial e a crise 
do capitalismo liberal.
e. os efeitos da crise econômica da 
década de 1920 e o agravamento 
das lutas de classes, provocando 
reação nos grupos dominantes 
ameaçados.
04) Em Mein kampf, Hitler escreveu:
Todo cruzamento de dois seres de 
valor desigual dá como produto um 
meio-termo entre os valores dos pais 
[...]. Tal ajuntamento está em contra-
dição com a vontade da natureza, que 
tende a elevar o nível dos seres. Este 
objetivo não pode ser atingido pela 
união de indivíduos de valores dife-
rentes, mas só pela vitória completa e 
definitiva dos que representam o mais 
alto valor. O papel do mais forte é o 
de dominar e não o de se fundir com 
o mais fraco, sacrificando assim sua 
própria grandeza.
A qual princípio nazista o texto diz res-
peito?
Ati vidade 14 ● O governo nazista alemão
Exercícios de Aplicação
01) Com as crises advindas após a derrota 
na Primeira Guerra Mundial e a assinatura 
do Tratado de Versalhes, aliadas às conse-
quências econômicas da crise de 1929, a 
Alemanha, no início da década de 1930, 
encontrava-se em uma crise generalizada. 
Essa crise explorada habilmente por Adolf 
Hitler serviu para que ele atingisse o poder 
em 1933. Com forte apoio da população 
alemã, Hitler recuperou a economia do 
país e, em cinco anos, a Alemanha havia se 
recuperado economicamente.
Assinale a alternativa que contém os fato-
res que explicam o apoio popular a Hitler:
a. Enaltecimento do nacionalismo, 
promessas cumpridas, recupera-
ção de territórios perdidos durante 
a Primeira Guerra Mundial, seu ca-
risma e recuperação da economia.
b. Seu aspecto humanista, internacio-
nalismo, recuperação de territórios 
perdidos na Guerra Franco-Prus-
siana, promessa de uma guerra de 
vingança contra a França.
c. Recuperação da economia, inte-
gração da sociedade alemã em tor-
no da solidariedade humana, seu 
carisma, internacionalismo.
d. Aspecto solidário e de compreen-
são em relação ao Tratado de Ver-
salhes, que foi cumprido integral-
mente, recuperação da economia 
e promulgação de uma constitui-
ção de caráter liberal.
e. Enaltecimento do nacionalismo, 
promulgação de uma constituição 
liberal, promessas cumpridas e re-
cuperação da economia.
R.: E
Essa passagem de Mein kampf diz respeito 
ao arianismo, isto é, à necessidade de pre-
servação da “raça pura”, que, na visão de 
Hitler, era a alemã legítima.
No exercício 01, expli-
car que o comunismo e 
os judeus serviram de 
bodes expiatórios para 
que Hitler explicasse as 
crises que assolavam 
a Alemanha. Com isso, 
ele conseguiu unir a 
sociedade alemã por 
meio de discursos que 
agradavam tanto a alta 
burguesia como a classe 
se possível média e os 
trabalhadores, confor-
me fosse a plateia.
Informar aos alunos 
que os regimes totali-
tários, tanto de esquer-
da quanto de direita, 
utilizaram o poder de 
sedução e convenci-
mento dos meios de 
comunicação de massa 
como uma de suas prin-
cipais ferramentas para 
a consolidação de sua 
política. A propaganda 
em larga escala, segun-
do a qual "uma mentira 
repetida mil vezes torna-
-se uma verdade", ficou 
corriqueira. Além disso, 
o governo passou a exer-
cer estreita vigilância 
sobre todos os setores 
da sociedade, com o ob-
jetivo de evitar debates,discussões e oposições 
e de controlar partidos 
políticos, sindicatos, im-
prensa, igreja e escola. 
Esta última, de vital im-
portância para a forma-
ção dos futuros quadros 
políticos da nação, teve 
professores e conteúdos 
programáticos vigiados e 
censurados. Livros con-
siderados subversivos 
foram queimados e seus 
autores, perseguidos. 
Isso ocorreu, também, 
no Brasil de Getúlio 
Vargas e dos governos 
militares e, nos Estados 
Unidos, na democracia 
liberal estadunidense, 
durante o macarthismo, 
por exemplo.
R.: A
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5-
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História \ Ação e reação 163
02) Na tabela, é possível verificar os resultados eleitorais para o Parlamento alemão 
(Reichstag), no período de 1928-1933.
Partidos
Eleições
1928
20/mai
1930
14/set
1932
31/jul.
1932
06/nov.
1933
05/mar.
Comunista 
alemão 10,6 13,1 14,2 16,8 12,3
Social 
democrata 
alemão
29,6 24,5 21,5 20,4 18,3
Popular 
bávaro 3,9 3,0 3,2 2,9 2,7
Democrático 
alemão 4,9 3,7 1,0 0,9 0,8
Popular 
alemão 8,7 4,5 1,1 1,7 1,0
Popular 
nacional 
alemão
14,2 7,0 5,9 7,2 8,0
Nazista 2,6 18,3 37,2 33,1 43,9
Outros 14,5 14,2 3,5 5,2 1,8
Total 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0
Qual é a situação do Partido Nazista apresentada na tabela? Quais as justificativas para 
tal situação?
03) Assinale a alternativa que apresenta características comuns ao fascismo e ao 
nazismo:
a. Racismo, liberalismo e irracionalismo
b. Totalitarismo, nacionalismo e anticomunismo
c. Nacionalismo exaltado, pacifismo e racismo
d. Anticapitalismo, totalitarismo e internacionalismo
e. Antiliberalismo, federalismo e antissocialismo
Há evolução na conquista de votos por parte dos nazistas ao longo do período, sobretudo após a 
crise de 1929, quando o projeto nacionalista defendido pelo partido se destaca como solução para a 
retomada do crescimento econômico da Alemanha. O elevado percentual dos votos obtidos em 5 de 
março de 1933 é justificado pelo controle que os nazistas exerceram sobre essas eleições. 
R.: B
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Capítulo 4 – Totalitarismo de direita \ Grupo 2
Exercícios Propostos
04) Em 1935, ocorreram depredações e 
saques em estabelecimentos de proprie-
dade judia na chamada “Noite dos cris-
tais”. O antissemitismo nazista fundamen-
tava-se:
a. no arianismo.
b. no pangermanismo.
c. no antiliberalismo.
d. no pan-eslavismo.
e. no integralismo.
05) Leia atentamente as frases, proferi-
das por lideranças nazistas:
Os intelectuais são como as rainhas 
que vivem das abelhas trabalhadoras.
Adolf Hitler
Os verdadeiros chefes não têm 
nenhuma necessidade de cultura e 
ciência.
Hermann Göring
Quando ouço a palavra cultura, po-
nho a mão no revólver.
Joseph Goebbels
Qual foi a relação entre nazismo e cultura 
na Alemanha?
06) Quais eram as bases sobre as quais 
Hitler sustentava o seu poder na Alemanha 
nazista?
07) Observe a imagem.
U
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IVERSAL IM
AG
ES G
RO
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ETTY IM
AG
ES
A qual princípio do nazismo a imagem está 
diretamente relacionada?
a. Anticomunismo
b. Antiliberalismo
c. Militarismo
d. Anti-individualismo
e. Antissemitismo
R.: A
Na Alemanha nazista, a cultura, assim como 
a educação, foi enquadrada dentro dos prin-
cípios básicos do regime, convertendo-se
em instrumento ideológico de controle e 
propaganda.
O Ministério da Propaganda, a SS (polícia 
de elite) e a Gestapo (polícia secreta do 
Estado).
R.: E
EF
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História \ Ação e reação 165
Ati vidade 15 ● A Guerra Civil Espanhola
Exercícios de Aplicação
01) Mais de 1 milhão de pessoas perde-
ram a vida na Guerra Civil Espanhola, que 
terminou com a derrota dos republicanos. 
O Estado espanhol, após a vitória dos cha-
mados nacionalistas, caracterizou-se como: 
a. totalitário de esquerda.
b. democrático, com tendências capi-
talistas.
c. totalitário de direita.
d. democrático, com tendências so-
cialistas.
e. socialdemocrata, com tendências 
ao radicalismo.
02) Durante a Guerra Civil Espanhola 
(1936-1939), as Brigadas Internacionais, 
que apoiavam as tropas republicanas con-
tra os falangistas de Franco, receberam co-
laboração de várias partes do mundo, por 
exemplo, do escritor Ernest Hemingway, 
do escritor inglês George Orwell, do escri-
tor francês Saint-Exupéry e de brasileiros 
como Apolônio de Carvalho, que mais tar-
de lutou na Resistência Francesa, quando 
se tornou herói de guerra.
Em relação à Guerra Civil Espanhola, pode-se 
afirmar que:
a. teve forte componente comunista, 
destacando-se a liderança de Fran-
cisco Franco à frente das Brigadas 
Internacionais.
b. teve início após a renúncia de Pri-
mo de Rivera e a ascensão ao trono 
do rei Afonso XIII, fato que desgos-
tou os setores militares do país.
c. Saint-Exupéry, escritor e piloto du-
rante a Segunda Guerra Mundial, 
foi autor da principal obra sobre a 
Guerra Civil Espanhola, intitulada 
Por quem os sinos dobram.
d. as Brigadas Internacionais, na ver-
dade, colaboraram com a Falange 
de Francisco Franco e, mesmo as-
sim, acabaram derrotadas.
e. alemães e italianos utilizaram ar-
mamentos novos, como aviões de 
combate e bombardeiros, em forma 
de testes ou treinamento de seus 
pilotos e, num desses bombardeios, 
destruíram a vila de Guernica.
Exercícios Propostos
03) Leia atentamente o texto e depois 
responda ao que se pede.
“E como instrumento de guerra Pi-
casso usou o pincel: em branco e pre-
to retratou todo o horror de homens e 
crianças, mutilados, de forma magis-
tralmente trágica. E criou Guernica. 
Conta-se que Abetz, embaixador de 
Hitler em Paris, ficou tão impressiona-
do com a obra, que teria perguntado a 
Picasso, aparentando desinteresse:
– É obra sua?
– Não. Sua – replicou o artista com 
frieza. [...]
O final da guerra encontra a vida de 
Picasso nova e transformada. [...]
Recusa-se a voltar à Espanha en-
quanto perdurasse o regime franquista 
e faz um contrato com o Museu de Arte 
Moderna de Nova York para que pro-
teja e conserve Guernica até a queda 
do fascismo espanhol, quando então a 
obra deverá ser cedida à terra natal do 
pintor.
CARRASCO, Walcir. Picasso. São Paulo: Abril, 
1977. p. 20-22. Coleção Mestres da Pintura.
Em 1937, o pintor Pablo Picasso retratou, 
em um famoso quadro, o massacre da al-
deia de Guernica. Descreva o que ocorria 
na Espanha naquele momento.
R.: C
No exercício 02, expli-
car que alemães e italia-
nos apoiaram os falangis-
tas de Francisco Franco e 
usaram o pretexto bélico 
para treinar seus pilotos 
em aviões recém-cons-
truídos e para testar no-
vos armamentos.
R.: E
A Guerra Civil Espanhola (1936-1939). O ge-
neral Francisco Franco, apoiado com tropas 
e munições pela Alemanha e Itália e lideran-
do as falanges inspiradas no nazifascismo, 
venceu e assumiu o governo da Espanha.
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Capítulo 4 – Totalitarismo de direita \ Grupo 2
04) Tendo por base as imagens a seguir, elabore um pequeno texto sobre o conteúdo 
estudado.
Francisco Franco
Mussolini e Hitler Bandeira das Brigadas InternacionaisM
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LA
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CK
 
01) Leia o texto com atenção e, em segui-
da, responda ao que se pede:
No lado direito da tribuna, em luga-
res que até agora tinham permanecido 
vazios, com muita inveja do gentio do-
méstico, instalaram-se representantes 
do fascio italiano, com as suas camisas 
negras e condecorações dependuradas, 
e no lado esquerdo representantes na-
zis, de camisa castanha e braçadeira 
com cruz suástica, e todos estes esten-
deram o braço para a multidão, a qual 
correspondeu com menos habilida-
de mas muita vontade de aprender, é 
nesta altura que entram os falangistas 
espanhóis, com a já conhecida camisa 
azul, três cores diferentes e um só ver-
dadeiro ideal.
SARAMAGO, José. O ano da morte de Ricardo 
Reis. São Paulo: Companhia das Letras, 1988.
Ati vidade 16 ● Consequências do nazifascismo europeu
Exercícios de Aplicação
Resposta pessoal
No exercício 04, o alu-
no deverá versarsobre 
o fascismo na Espanha, 
a ajuda militar nazifas-
cista ao general Franco 
e a resistência contra o 
totalitarismo de direita.
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História \ Ação e reação 167
a. Cite as principais características do 
nazismo e do fascismo.
b. Que característica diferencia o na-
zismo do fascismo?
02) Sobre os movimentos fascistas, afir-
ma-se:
I. Os movimentos fascistas visam ga-
rantir a propriedade privada contra 
o avanço político dos comunistas.
II. O período posterior à Primeira 
Guerra Mundial foi propício a esse 
avanço em razão da crise econômi-
co-social.
III. Na Itália, constituiu-se um Estado 
corporativista, uma ideologia mili-
tarista, expansionista e de exalta-
ção nacional.
IV. Na Alemanha, as consequências da 
Primeira Grande Guerra e a depres-
são dos anos 1930 proporcionaram 
a tomada do poder por Hitler, que 
definiu um Estado totalitário, mo-
nopartidário, intervencionista, mi-
litarista, nacionalista, expansionis-
ta e, acima de tudo, racista.
V. Outros países europeus experi-
mentaram esses regimes fascistas 
no mesmo período, como Espanha 
e Portugal.
São corretas as afirmativas:
a. I, III e V, apenas.
b. II e IV, apenas.
c. I, II e III, apenas.
d. III e IV, apenas.
e. I, II, II, IV e V.
03) Como se deu a ascensão de Hitler na 
conjuntura alemã, no período entreguer-
ras, e quais foram as consequências do na-
zismo para a Alemanha e para a Europa?
Exercícios Propostos
04) Entre Mussolini e Hitler há, em seus 
programas, pontos em comum, como a:
a. mobilização contínua das massas 
com apelos nacionalistas e a ma-
nutenção de uma política de apoio 
aos socialistas.
b. ideia de centralização administra-
tiva e o fortalecimento dos merca-
dos de troca, principalmente ingle-
ses.
c. organização militar da juventude 
e a não intervenção do Estado na 
vida econômica e política.
d. necessidade de fortalecimento do 
Estado e a adoção do corporativis-
mo como base da reestruturação 
das relações sociais.
e. produção de um ideal bélico que 
acentuasse o gênio militar dos fas-
cistas e a incorporação, que per-
mitia plena liberdade às minorias 
étnicas.
05) Cite dois países que sofreram algum 
tipo de influência do nazifascismo.
Totalitarismo, anticomunismo, nacionalismo, 
militarismo
O antissemitismo
R.: E
Hitler emergiu com um discurso nacionalis-
ta e salvacionista para uma Alemanha mer-
gulhada em grave crise econômica e social. 
Trouxe consigo a reconstrução da Alemanha 
e a Segunda Guerra Mundial.
R.: D
Na Europa, podemos citar Portugal; na 
América, o Brasil.
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Capítulo 4 – Totalitarismo de direita \ Grupo 2
Momento de novas descobertas!
Muitos nazistas – em especial, Hitler – nu-
triam verdadeira paixão pelas artes clás-
sicas (greco-romanas). O documentário 
Arquitetura da destruição (Architektur dês 
Untergangs, 1992, direção de Peter Cohen) 
retrata todo o processo nazista do ponto 
de vista da obsessão hitlerista pela “purifi-
cação” do povo ariano, o que se pretendia 
alcançar por meio da aniquilação de todos 
os seres que não se encaixassem no “pa-
drão” nazista. Para tanto, a arte foi ampla-
mente utilizada pelos nazis no sentido de 
disseminar essas ideias. Trata-se de uma 
boa oportunidade de perceber como uma 
ideologia política é capaz de manipular a 
mente de muitas pessoas.
06) Forme um grupo com seus colegas 
de sala e assistam ao documentário. Em 
seguida, estabeleçam um debate sobre o 
seguinte tema: Os cuidados que devo ter 
quando penso e ajo em relação ao “ou-
tro”, que nem sempre é igual a mim. Pro-
duzam um pequeno texto resumindo as 
principais conclusões do grupo. 
Resposta coletivaEstimular os alunos a 
realizarem essa ativida-
de. O documentário é 
muito rico em informa-
ções e deverá suscitar 
neles uma percepção 
aprofundada da ideo-
logia nazista no tocan-
te ao preconceito e ao 
racismo que ela defen-
dia. Havendo possibili-
dade, talvez seja uma 
boa oportunidade para 
a realização de um tra-
balho em conjunto com 
o professor de Ciências 
Sociais.
EF
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5-
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Capítulo
5Totalitarismo de esquerda
Regime totalitário 
soviéti co − “s talinismo”
Em outubro de 1917, o mundo assistiu 
à eclosão da Revolução Socialista ou Revo-
lução Bolchevique, na Rússia.
O novo governo foi assumido por Lênin, 
que consolidou a revolução após derrotar 
os Brancos ou Mencheviques na guerra 
civil e implantou a NEP, o primeiro plano 
econômico da História.
Apesar de os bolcheviques não terem 
seguido a teoria marxista ao pé da letra, 
a revolução apresentou forte conteúdo 
democrático, tendo nos sovietes os ins-
trumentos de representação dos traba-
lhadores.
Com a morte de Lênin, em 1924, o po-
der passou a ser disputado por Trotsky 
– comandante do Exército Vermelho, um 
dos artífices da vitória sobre os “Brancos” 
e defensor da Revolução Permanente – e 
por Stálin – secretário-geral do partido co-
munista, defensor da revolução em um só 
país. O segundo venceu.
Ao assumir o poder, Stálin − cujo gover-
no foi marcado por autoritarismo, exces-
siva centralização e culto à personalidade 
− instalou uma autocracia, que passou a 
controlar todos os setores da sociedade 
soviética com “mão de ferro”.
Seus opositores, denominados de “dis-
sidentes”, eram perseguidos e julgados su-
mariamente. Durante a década de 1930, 
milhões de pessoas foram julgadas pelos 
"Expurgos de Moscou" e enviadas à Sibéria 
ou executadas.
O pretexto criado e usado por Stálin 
para as perseguições foi o assassinato 
de Serguei Kirov, em dezembro de 1934.
Kirov participou do “Ensaio Geral” de 
1905, tornando-se em seguida um im-
portante bolchevique. Teve papel atuante 
na Revolução de Outubro de 1917, assim 
como na guerra civil que se seguiu na 
Rússia, lutando pelo Exército Vermelho. 
Após a morte de Lênin, apoiou a ascensão 
de Stálin e foi nomeado chefe da seção do 
Partido Comunista em Leningrado.
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СКВА, П
РАВД
А, 1940
Sergei Kirov (à esquerda) e 
Stálin, em foto de 1934.
Apontado como sucessor natural de 
Stálin, o crescimento da popularidade de 
Kirov provocou seu assassinato, prova-
velmente a mando do próprio Stálin. Sua 
morte foi conveniente para o stalinismo: 
primeiro, porque eliminou um concorren-
te em potencial do “grande líder”; segun-
do, porque abriu caminho para que Stálin, 
usando como pretexto “vingar” a morte 
de Kirov, desse início ao Grande Expurgo 
(1934-1939) ou Expurgo de Moscou, elimi-
nando a maior parte das tradicionais lide-
ranças bolcheviques ainda ligadas a 1917. 
Perseguido por Stálin, Trotsky passou por 
vários países. Foi assassinado no México, 
em 1940. Seus seguidores foram também 
violentamente perseguidos e sua figura foi 
retirada dos livros de história da União So-
viética.
Esses processos, na realidade, eram 
uma farsa com o objetivo de eliminar 
qualquer oposição (real ou imaginária) 
que contestasse ou criticasse os rumos 
que Stálin impunha ao socialismo e 
apontasse os desvios operados no socia-
lismo marxista.
Por outro lado, a economia crescia em 
razão dos planos quinquenais − planeja-
mento econômico para cinco anos, que es-
tabelecia fortes incentivos ao desenvolvi-
mento da indús tria pesada, à coletivização 
e à mecanização da agricultura por meio 
dos sovkhozes – fazendas estatais cuja pro-
dução, máquinas e terra per tenciam ao 
170
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Capítulo 5 – Totalitarismo de esquerda \ Grupo 2
Estado e dos kolkozes, cooperati vas coleti-
vas, cujos membros eram proprietários da 
produção, mas não da terra.
Dessa maneira, a economia soviética 
pouco sofreu os efeitos da crise de 1929. 
Veja na tabela o crescimento industrial e a 
renda nacional ocorridos na União Soviéti-
ca, na década de 1930.
1927-1928 1932 1937
Eletricidade* 5 13,4 36,2
Carvão** 35,4 64,3 128
Petróleo** 11,7 21,4 28,5
Aço** 4 5,9 17,7
Renda Nacional*** 24,4 45,5 96,3
* Bilhões de quilowatts; **Milhões de 
toneladas; ***Milhões de rublos.NOVE, A. An economic history of the USSR. 
London: Penguin Books, 1990. Adaptado.
Durante o stalinismo, a arte soviética foi 
dominada pelo realismo socialista, o estilo 
artístico oficial do regime. Sob o controle 
do Estado, a literatura, a pintura, a escul-
tura, a arquitetura, a música, o teatro, o ci-
nema e o design de produtos, tudo passou 
por uma estética pensada como produção 
cultural e veículo de propaganda.
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A maioria da produção do realismo 
socialista serviu para promover o regime, 
sustentado, sobretudo, no culto ao 
grande líder (culto à personalidade).
Qualquer desvio dos padrões oficiais 
nos campos estético, cultural ou científico 
era suficiente para enfrentar o “processo 
de Moscou”, sob a acusação de alienação, 
adesão à cultura burguesa”, “decadente” 
etc.
RIA N
O
VO
STI / AFP
Ao assumir o país, Stálin procurou governar 
com mãos de ferro, a fim de implementar 
o projeto socialista de acordo com a 
sua tese: inicialmente a URSS, depois o 
mundo, implantando o totalitarismo de 
esquerda e evitando a todo custo a entrada 
de influências negativas burguesas. 
A imagem acima é de sua carteira 
de membro honorário da Academia 
Soviética de Ciências. Mesmo não sendo 
cientista, era preciso que o “grande 
guia do povo soviético” transmitisse 
confiança às pessoas em todas as áreas.
Consequências do 
"stalinismo"
Sob o stalinismo, rapidamente a União 
das Repúblicas Socialistas Soviéticas tor-
nou-se um dos primeiros produtores de 
aço e petróleo, entre outros produtos.
Entre tanto, esse desenvolvimento eco-
nômico não foi acompanhado pelo desen-
volvimento social, pois a ênfase econômica 
dada à indústria pesa da relegou a segundo 
plano o desenvolvimento das indústrias de 
bens de consumo.
Paralelamente, houve grande impulso 
na educação, erradicando o analfabetis-
mo e desenvolvendo-se o ensino técnico 
e científico. O texto que segue ilustra esse 
assunto.
EF
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História \ Ação e reação 171
[…]
Entre 1928 e 1941, o total de diplo-
mados universitários cresceu de 233 
para 908 mil. No ensino secundário, 
o salto registrado foi de 288 mil para 
1,49 milhão de diplomados. Entre os 
matriculados nas rabfaks [faculdades 
operárias], houve um aumento de cer-
ca de 50 para 285 mil, em apenas qua-
tro anos, de 1928 a 1932.[…]
REIS FILHO, Daniel Aarão. As revoluções 
russas e o socialismo soviético. São 
Paulo: Ed. Unesp, 2003. p. 94. Coleção 
Revoluções do Século XX.
Entretanto, todo o desenvolvimento 
educacional, científico, cultural e artístico 
era obrigado a seguir o realismo socialis-
ta, que exaltava o trabalhador, o governo, 
o socialismo e, principalmente, Stálin. Este 
passou a ser venerado como guia infalível 
dos povos.
Embora o totalitarismo russo estivesse 
ligado indissoluvelmente ao nome de Stálin, 
isso não significa que tenha terminado 
com sua morte. Até meados da década de 
1980, existiu na União Soviética o “stalinis-
mo sem Stálin”, isto é, o totalitarismo.
Contudo, conforme analisa a filóso-
fa brasileira Marilena Chauí, em seu livro 
Convite à filosofia, isso foi possível porque 
o stalinismo destruiu as grandes teses de 
Karl Marx:
[…]
– À tese marxista da revolução pro-
letária mundial, o stalinismo contra-
pôs a tese do socialismo num só país, 
transformando-a em diretriz obriga-
tória para os partidos comunistas do 
mundo inteiro. […]
 – À tese marxista da ditadura do 
proletariado para a derrubada do Esta-
do, o stalinismo contrapôs a ditadura 
do partido único e do Estado forte.
 – À tese marxista da abolição 
do Estado na sociedade comunista 
sem classes sociais, contrapôs o agi-
gantamento do Estado, a absorção da 
sociedade pelo aparelho estatal e pe-
los órgãos do partido, cuja burocracia 
constituiu-se numa nova classe do-
minante, com interesses e privilégios 
próprios.
– À tese marxista da luta proletária 
contra a burguesia […], o stalinismo 
contrapôs a tese oportunista da “estra-
tégia” e da “tática”, segundo a qual, 
em certos casos, o proletariado faria 
alianças e nelas permaneceria e, em 
outros, não faria aliança alguma, se 
isso não fosse do interesse da vanguar-
da partidária.
– À tese marxista do internaciona-
lismo proletário (“Proletários de todos 
os países, uni-vos”, dizia o Manifesto 
Comunista), contrapôs o nacionalismo 
e o imperialismo russos […].
– À tese marxista do partido polí-
tico como instrumento de organização 
da classe trabalhadora e expressão prá-
tica de suas ideias e lutas, contrapôs a 
burocracia partidária como vanguarda 
política, que não só “representa” os in-
teresses proletários, mas os encarna e 
os dirige, pois é detentora do poder e 
do saber.
– À tese marxista da relação indisso-
lúvel […] entre teoria e prática, que per-
mitia o desenvolvimento da consciência 
crítica da classe trabalhadora, contrapôs 
a propaganda estatal, a ideologia do 
chefe como “pai dos povos”, o controle 
da educação e dos meios de comunica-
ção pelo partido e pelo Estado.
– À tese de Marx de que a teoria 
e a prática estão numa relação dialé-
tica, que o conhecimento é histórico e 
um processo interminável de análise e 
compreensão das condições concretas 
postas pela realidade social, o stalinis-
mo […] considerou função do Estado 
definir o pensamento correto. Para 
tanto, os intelectuais do partido foram 
encarregados de determinar as linhas 
“corretas” para a filosofia, as ciências 
e as artes. Instituiu-se a psicologia ofi-
cial, a medicina e a genética oficiais, 
a literatura, a pintura, a música e o ci-
nema oficiais, a filosofia e a ciência 
oficiais, encarregando-se a polícia se-
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Capítulo 5 – Totalitarismo de esquerda \ Grupo 2
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Na foto acima, tirada em 23 de março de 2013, podemos verificar uma demonstração 
de que o stalinismo ainda hoje é visto com saudosismo por muitos que viveram na 
extinta União Soviética. Para essas pessoas, Stálin foi uma espécie de “pai da pátria”, 
sobretudo quando se leva em consideração a vitória soviética sobre o nazismo, na 
Segunda Guerra Mundial. Entretanto, não devemos nos esquecer de que essa vitória, 
assim como o regime stalinista como um todo, custou a vida de milhões de soviéticos, 
que sucumbiram vítimas da fome ou em combates dos quais não podiam se retirar.
creta de queimar obras, prender, tortu-
rar, assassinar ou enviar para campos 
de concentração os “dissidentes” ou 
“desviantes”. […]
– À tese marxista de que a classe 
trabalhadora é sujeito de sua própria 
história quando toma consciência de 
sua situação e luta contra ela, apren-
dendo com a memória dos combates 
e a tradição das derrotas, o stalinismo 
contrapôs a ideia de história oficial da 
classe proletária, identificada com a 
história do partido comunista e com a 
interpretação dada por este último aos 
acontecimentos históricos, roubando 
assim dos trabalhadores o direito à 
memória.
– À tese marxista de que os inimi-
gos da classe trabalhadora não são in-
divíduos dessa ou daquela classe, mas 
uma outra classe social enquanto clas-
se, contrapôs a ideia de “inimigos do 
povo saídos do seio do próprio povo” 
como inimigos de sua própria classe, 
porque são “agentes estrangeiros infil-
trados no seio do povo uno, indiviso, 
bom e homogêneo”.
– À tese de Marx da nova socieda-
de como concretização da liberdade, 
da igualdade, da abundância, da justi-
ça e da felicidade, o stalinismo contra-
pôs o “operário-modelo” e o “militante 
exemplar”, acostumados à obediência 
cega aos comandos do Estado e do 
partido e à hierarquia social imposta 
por eles. Viver pelo e para o Estado e o 
partido tornaram-se sinônimos de feli-
cidade, liberdade e justiça.[…]
CHAUÍ, Marilena. Convite à filosofia. 13. ed. 
São Paulo: Ática, 2003. p. 397-398. Adaptado.
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Capítulo
5Totalitarismo de esquerda
Ati vidade 17 ● Regime totalitário soviéti co: "stalinismo"
Exercícios de Aplicação
01) Observeo cartaz com atenção e, de-
pois, responda ao que se pede:
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Cartão postal soviético de um trabalhador 
exibindo o Plano Quinquenal: 
“Com honra vamos cumprir o novo 
plano quinquenal de Stálin”.
No cartaz acima, identificam-se elementos 
fundamentais para a consolidação do so-
cialismo na Rússia durante o período stali-
nista (1927-1953). Explique a importância 
do modelo de desenvolvimento industrial 
adotado para esse período.
02) Leia o texto :
Camaradas, a vida de nosso bem-
-amado Stálin pertence ao povo intei-
ro. Stálin é nosso guia, nosso sol. Mor-
te a todos os restos do bando fascista 
(Sokorine, militante do Partido Comu-
nista da URSS, 1936).
 FERREIRA, Jorge. O socialismo soviético. 
In: REIS FILHO, Daniel Aarão (Org.). O 
século XX: o tempo das crises. Rio de 
Janeiro: Civilização Brasileira, 2000.
O terror e a propaganda foram dois lados 
complementares do regime stalinista. Con-
tudo, muitos historiadores afirmam que eles 
não foram suficientes para explicar o grau de 
aprovação conseguido por este regime tanto 
dentro como fora da União Soviética.
O apoio político dado a Stálin dentro da 
URSS também é explicado pela: 
a. adoção do comunismo de guerra, a 
partir de 1928.
b. maneira cordial com que ele tratou 
seus adversários políticos.
c. entrada de capitais oriundos dos 
Estados Unidos, a partir de 1929.
d. introdução da Nova Política Econô-
mica.
e. manipulação estatal do nacionalis-
mo, que possibilitou a mobilização 
popular.
O desenvolvimento industrial, com ênfase 
na indústria de base e bens de capital, pro-
vocou o crescimento econômico soviético, 
permitindo ao Estado implantar uma série 
de benefícios sociais antes inexistentes na 
sociedade russa, criar milhões de empregos, 
principalmente na indústria e na burocracia 
estatal, além de garantir educação e saúde 
para a população. 
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Capítulo 5 – Totalitarismo de esquerda \ Grupo 2
Exercícios Propostos
03) Leia o texto com atenção e, em segui-
da, responda ao que se pede:
Falar de Stalin é sempre uma emo-
ção: jamais um líder político substituiu 
outro com tanta grandeza e olhem que 
substituir Lênin era muito difícil. Só 
Stálin podia concretizar esse fato. O 
“bicho” era humilde e simples ao ex-
tremo. Era tranquilo, sabia de cor o 
nome de todos os oficiais do Exérci-
to, cumprimentava todos à sua volta. 
Ele jamais levantava a voz, não se re-
dimia, não dizia não, não se aborrecia 
com nada, não falava palavras inúteis 
jamais. Era humilde e compreensivo.
Comentário “anônimo” retirado do Orkut. 
Citado em: Os líderes históricos no Orkut. 
In: Revista de História da Biblioteca 
Nacional, Ano 1, n. 9. Abril de 2006. p. 9.
Em relação ao trecho e, levando-se em conta 
o contexto histórico do stalinismo, explique 
por que razão o comentário citado pode ser 
entendido como “surpreendente”.
04) O Estado soviético stalinista cuidou 
de expurgar da cultura toda e qualquer 
manifestação artística que estivesse, no 
entendimento das autoridades, associada 
à burguesia. Foi criada, então, uma políti-
ca cultural que decretava como arte oficial 
apenas as expressões que servissem de 
estímulo para a ideologia do proletariado. 
Dessa forma, foi consagrado um estilo co-
nhecido por: 
a. romantismo comunista.
b. concretismo operário.
c. abstracionismo proletário.
d. expressionismo soviético.
e. realismo socialista.
Ati vidade 18 ● Consequências do "stalinismo"
Exercícios de Aplicação
01) Apresente dois fatores que justifi-
quem o saudosismo de algumas pessoas 
em relação ao governo de Stálin.
O comentário torna-se surpreendente em 
razão da contradição entre o que é men-
cionado e aquilo que se conhece na histó-
ria sobre o que foi o regime stalinista, pois 
sabe-se que, durante os anos em que esteve 
à frente do governo da extinta União Sovié-
tica, Stálin construiu um governo que pode 
ser definido como totalitário, em razão das 
práticas de propagandas personalistas e a 
perseguição e eliminação daqueles conside-
rados rivais ou que representavam ameaças 
aos interesses do líder máximo, destacando-
-se o assassinato de Leon Trotsky no México 
R.: E
Para algumas pessoas que viveram na extin-
ta União Soviética, sob o regime stalinista, 
Stálin é visto como o fundador da pátria, 
além de ter conduzido o país na vitória so-
viética sobre os nazistas, na Segunda Guerra 
Mundial.
ou os “Expurgos de Moscou” (1936-1940), 
quando várias lideranças do Partido Comu-
nista foram eliminadas.
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História \ Ação e reação 175
02) O Estado alemão durante o regime 
de Hitler e o Estado soviético sob Stalin 
costumam ser tomados como Estados to-
talitários. Acerca desse assunto, assinale a 
alternativa correta:
a. Em ambos, a organização do partido 
quer o falangista, quer o menchevi-
que acabou confundindo-se com a 
organização do Estado, dando ori-
gem a uma política de partido único.
b. Ao contrário da Rússia stalinista, o 
governo da Alemanha hitlerista ba-
seava sua legitimidade na adoção 
de medidas comunistas.
c. Os Estados hitlerista e stalinista 
utilizaram a propaganda política 
nos meios de comunicação e a po-
lítica secreta como armas eficazes 
na eliminação dos seus adversários 
políticos.
d. A crise do capitalismo mundial de 
1929 afetou, na mesma medida, 
as economias da Alemanha e da 
União Soviética, por causa do fato 
de ambas serem adeptas, à época, 
de uma economia de mercado.
e. A produção industrial serviu para 
alavancar a economia alemã nazis-
ta, mas o mesmo fato não ocorreu 
com o stalinismo soviético.
Exercícios Propostos
03) A restrição do espaço democrático é 
uma das características principais do período 
entre as duas guerras [1919-1939].
DROZ, B.; ROWLEY, A. História do século 
XX. Lisboa: Dom Quixote, 1988.
Tomando como base tudo o que foi estu-
dado no Grupo II, apresente quatro acon-
tecimentos que confirmam essa citação.
`
04) Embora o desenvolvimento econômi-
co soviético ocorrido durante o stalinismo 
não tenha sido acompanhado pelo desen-
volvimento social, o que houve com a edu-
cação nesse período?
05) Na União Soviética, o stalinismo so-
breviveu a Stálin. Segundo a filósofa Mari-
lena Chauí, isso foi possível por que:
a. o stalinismo seguiu à risca os pre-
ceitos leninistas, o que lhe conferiu 
popularidade.
b. Stálin promoveu um governo de 
coalizão, absorvendo a oposição 
de maneira democrática.
c. preservaram-se as teses de Karl 
Marx, sobretudo quanto à maneira 
por meio da qual deveriam se dar as 
relações entre proletariado e Estado.
d. o stalinismo destruiu as grandes 
teses de Karl Marx, criando as suas 
próprias.
e. a vitória soviética na Segunda 
Guerra Mundial apagou todos 
os possíveis erros cometidos por 
Stálin até o início da guerra.
R.: C
Os expurgos soviéticos (stalinismo), a Mar-
cha sobre Roma (ascensão do fascismo na 
Itália), o fim da República de Weimar (as-
censão do nazismo na Alemanha) e a Guer-
ra Civil Espanhola (ascensão do fascismo na 
Espanha).
A educação sofreu um grande impulso: o 
analfabetismo foi erradicado e o ensino téc-
nico e científico desenvolveram-se.
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Capítulo 5 – Totalitarismo de esquerda \ Grupo 2
Momento de novas descobertas!
Leia atentamente os quadrinhos:
NOVAES, Carlos Eduardo; RODRIGUES, Vilmar. Capitalismo para principiantes. A história 
dos privilégios econômicos. 27. ed. São Paulo: Ática, 2006. p. 109-110. Frag mento.
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06) Com base nos quadrinhos, identifique 
as três personagens e responda se, de fato, 
as teorias defendidas pela personagem de 
cavanhaque confirmaram-se na União So-
viética, com o stalinismo.
É possívelidentificar um burguês, um operá-
rio e Vladimir Lênin. Se levarmos em conta 
que o stalinismo criou uma classe social pri-
vilegiada, atrelada ao Estado, o pressuposto 
de Lênin não se confirmou na União Sovié-
tica.
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Capítulo
6A Era de Getúlio Vargas no Brasil
Introdução
A crise das oligarquias tradicionais fa-
voreceu a ascensão de Getúlio Vargas, 
após a Revolução de 1930, com a qual ele 
assumiu o controle político da nação, per-
manecendo no poder até 1945.
Vargas enfrentou, nesse período, revol-
tas de tenentes que o apoiaram na implan-
tação do novo regime e que se sentiram 
traídos pelos caminhos ditados posterior-
mente pelo presidente.
Getúlio Vargas, o terceiro à frente, da 
esquerda para a direita, ainda com o 
uniforme de revolucionário, apresenta-se, 
com outros integrantes da Revolução de 
1930, à população do Rio de Janeiro, logo 
após tomar posse do Governo Provisório.
Vargas viu crescer, em seu governo, as 
ideologias de esquerda e direita, que se 
inspiravam, por um lado, no comunismo 
soviético e, por outro, no totalitarismo na-
zifascista.
O próprio Vargas governou apoiando-
-se ora em uma, ora em outra, demons-
trando ambiguidade ideológica pautada 
nas semelhanças entre essas correntes 
políticas. Ambas pregavam forte inter-
venção estatal na vida cotidiana e eco-
nômica, rígida censura na imprensa e 
rigoroso controle sobre os conteúdos 
programáticos escolares. 
Entretanto, as diferenças eram mais 
profundas: enquanto os fascistas defen-
diam a burguesia e o capital, os socialistas 
e comunistas defendiam o operariado e o 
trabalho, exigindo transformação nas rela-
ções de produção.
Ao mesmo tempo, parte da burgue-
sia exigia investimentos na área indus-
trial e parte exigia apoio à cafeicultura. 
Apoiando-se ora num grupo, ora noutro, 
Getúlio conseguiu permanecer no poder 
por 15 anos.
Governo Provisório 
(1930-1934)
Ao assumir o poder, Getúlio Vargas con-
firmou os vários atos estabelecidos pela 
Junta Governativa: dissolução do Congres-
so Nacional, das Assembleias Legislativas e 
das Câmaras Municipais.
Procurando agradar aos setores que 
apoiaram a Revolução de 1930, ele en-
tregou o Ministério da Educação a Minas 
Gerais e o do Trabalho, da Indústria e do 
Comércio ao Rio Grande do Sul. A Delega-
cia Regional do Norte foi entregue a Juarez 
Távora, representante dos tenentes.
Criou o Conselho Nacional do Café, 
buscando equilibrar a oferta e a procura, 
afetadas pelas políticas de valorização do 
preço internacional do café e pela crise de 
1929, que gerou uma recessão econômica 
mundial. A solução imediata foi a compra 
e destruição de milhares de toneladas de 
café, além da proibição de novas planta-
ções e o incentivo à policultura, para que o 
país saísse da dependência econômica de 
um único produto. 
Em fevereiro de 1931, Getúlio com-
prou quase 18 milhões de sacas de café, 
retirando-as do mercado para forçar a 
alta do preço, sem grande sucesso; entre 
fevereiro de 1931 e junho de 1934, quase 
100 milhões de sacas foram queimadas. 
Ainda que tal política não tenha protegi-
do o Brasil dos efeitos mundiais da crise, 
foram essenciais para que o país pudes-
se retomar o crescimento econômico em 
tempo mínimo.
Por sua vez, a juventude militar – os 
tenentes – exigia a ruptura com a velha 
oligarquia cafeeira e saiu em defesa da 
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Sugerimos uma peque-
na revisão dos eventos 
que levaram Vargas à 
Presidência da República, 
ou seja, a Revolução de 
1930 e os fatores que a 
antecederam (tenentis-
mo, movimentos operá-
rios, crise de 1929, crise 
sucessorial provocada 
por Washington Luís e 
assassinato de João Pes-
soa).
Quanto aos quinze 
anos consecutivos em 
que Vargas permane-
ceu à frente do Estado 
brasileiro, convém res-
saltar o contexto inter-
no (recuperação e mo-
dernização econômica 
do país, controle dos 
movimentos operários) 
e o externo (polarização 
fascismo-comunismo e 
seus respectivos regi-
mes totalitários, além 
da Segunda Guerra 
Mundial), sob os quais 
eles se desenrolaram.
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Capítulo 6 – A Era de Getúlio Vargas no Brasil \ Grupo 3
nacionalização dos bancos, das riquezas 
minerais e de um governo forte e autori-
tário para impor essas medidas radicais.
Os velhos oficiais militares não viam 
com bons olhos tais posições tenentis-
tas, que lhes pareciam subversivas e com 
influências bolcheviques, o "perigo ver-
melho". Getúlio sofria, ainda, forte pres-
são das antigas oligarquias, que exigiam 
o retorno à normalidade política pela 
realização de eleições e esperavam, as-
sim, retornar ao poder. Exigiam, por-
tanto, a convocação de uma Assembleia 
Constituinte para elaborar uma nova car-
ta magna para o país.
1932: São Paulo declara 
guerra ao Brasil
Durante a República oligárquica (1889-
1930), o estado de São Paulo dominou o 
cenário político e econômico brasileiro, 
manipulando os resultados das eleições 
por meio do voto de cabresto, impondo a 
hegemonia da política "café com leite" so-
bre as demais oligarquias.
Após a Revolução de 1930, novos se-
tores assumiram o controle, e São Paulo 
não aceitou ser relegado a um plano se-
cundário nacional, iniciando um movi-
mento antigetulista.
Os partidos Democrático (PD) e Repu-
blicano Paulista (PRP), até então inimi-
gos, uniram-se contra a nomeação de 
um interventor militar e pernambucano, 
o tenente João Alberto. Juntos, exigiram 
um governador civil e paulista e a ime-
diata reconstitucionalização do país.
Getúlio cedeu à pressão e nomeou um 
novo governador, o civil Pedro de Toledo, 
e prometeu eleições para maio de 1933.
Enquanto isso, São Paulo articulava 
apoio de outros estados contra Getúlio. 
Recebeu respostas favoráveis do Rio de 
Janeiro, do Rio Grande do Sul, de Minas 
Gerais e do Mato Grosso.
No dia 23 de maio de 1932, manifes-
tantes na Praça da República, em São 
Paulo, invadiram a sede da Legião Re-
volucionária, organização tenentista de 
inspiração fascista, dirigida pelo gene-
ral Miguel Costa. Eles foram recebidos à 
bala e, na confusão, os paulistas Martins, 
Miragaia, Dráusio e Camargo foram mor-
tos. Esses quatro jovens se tornaram o 
símbolo da resistência paulista, dando 
origem ao movimento MMDC.
Revoltados com o fato, os paulistas 
marcaram a revolução para 14 de julho, 
em homenagem à queda da Bastilha, na 
França, ocorrida no mesmo dia, porém 
no ano de 1789.
Imediatamente, o governo tomou 
as devidas providências: Rio de Janeiro, 
Rio Grande do Sul, Minas Gerais e Mato 
Grosso recuaram. São Paulo ficou só!
Uma intensa campanha para atrair vo-
luntários foi realizada pela Liga da Defesa 
Paulista, pelo MMDC, pela Legião Negra e 
pelo Instituto do Café. Os jornais paulistas 
aderiram à causa e chamavam a população 
à luta contra as tropas federais.
Em 9 de julho de 1932, iniciou-se a Re-
volução Constitucionalista. O apoio surgiu 
de todas as partes: os universitários for-
maram o Batalhão 14 de julho, e os atle-
tas, o Batalhão Esportivo; as mulheres se 
organizaram em oficinas de costura, en-
fermarias e refeitórios; a Escola Politéc-
nica, futura Faculdade de Engenharia – 
USP– (Poli), colocou os professores a ser-
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Em 25 de janeiro de 1932, na comemoração do 
aniversário da cidade de São Paulo, milhares de 
paulistas saíram às ruas exigindo a Constituinte.
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História \ Diferenças e semelhanças 153
viço da Revolução; artistas e intelectuais, 
como Anita Malfatti, Guilherme de Almei-
da e Monteiro Lobato disponibilizaram 
pincéis e canetas, quadros, panfletos, ar-
tigos e poemas, saudando São Paulo e os 
revolucionários.
Um dos muitos cartazes inspirados 
no MMDC criados pelos paulistas 
para convocar a população à luta.
A Federação das Indústrias do estado 
de São Paulo, Fiesp, sob o comando de 
Roberto Simonsen, reorganizou o parque 
industrial paulista para a produçãode ma-
terial bélico e criou a milícia industrial para 
evitar que operários favoráveis a Vargas 
sabotassem a produção.
Enquanto isso, as tropas federais 
avançavam. Com poder bélico superior 
e contando com mais soldados, eles ocu-
pavam cidade por cidade. O exército pau-
lista enfrentava as tropas federais e, para 
compensar a inferioridade bélica, utiliza-
va artifícios, como o emprego de matra-
cas e ruídos de motocicletas, para criar a 
impressão de grande poder de fogo.
Após três meses, São Paulo foi der-
rotado. As prisões do Rio de Janeiro − a 
então capital do país − ficaram lotadas. 
O governo acabou banindo (expulsando) 
muitos desses presos, como os ex-gover-
nadores Altino Arantes e Pedro de Tole-
do, os proprietários do jornal O Estado de 
S. Paulo – Júlio e Francisco Mesquita –, o 
poeta Guilherme de Almeida, os militares 
Agildo Barata e Isidoro Dias Lopes, entre 
outros.
São Paulo forma a 
elite do país
A derrota em outubro de 1932, custou 
a São Paulo a perda da hegemonia polí-
tica, o que exigia uma resposta da elite 
paulista.
Quase dois anos depois, em janeiro de 
1934, Armando de Salles Oliveira criou a 
Universidade de São Paulo, a USP – uma 
forma de a elite paulista vingar a derrota 
militar, reafirmando a grandeza de São 
Paulo, a “locomotiva do Brasil”.
Funcionando em casarões doados por 
famílias tradicionais, a USP tornou-se um 
centro de excelência universitária, contra-
tando professores renomados no exterior. 
Assim, São Paulo tornou-se o polo forma-
dor da elite dominante no aspecto cultural 
e político da nação.
Consti tuição de 1934
A terceira Constituição do país − e a se-
gunda da República − foi promulgada em 
julho de 1934, estabelecendo:
• a República Federativa; 
• a tripartição dos poderes; 
• o voto secreto; 
• o voto feminino; 
• o ensino primário, atual funda-
mental (1º e 2º ciclos), gratuito e 
obrigatório; 
• a jornada de trabalho de 8 horas; 
• o descanso semanal; 
• férias remuneradas; 
• a proibição do trabalho a menores 
de 14 anos.
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Capítulo 6 – A Era de Getúlio Vargas no Brasil \ Grupo 3
A Constituição estabelecia, ainda, que 
o primeiro presidente seria eleito pela As-
sembleia, o que acabou por garantir a elei-
ção de Getúlio Vargas.
Iniciava-se, assim, o Governo Constitu-
cional.
Governo Consti tucional 
(1934-1937)
Em 1934, Getúlio foi eleito com man-
dato até 1938. Alguns fatos favoreceram a 
sua permanência no poder, enquanto ou-
tros foram forjados.
O período 1934-1937 foi extrema-
mente conturbado por combates ideoló-
gicos que refletiam a conjuntura política 
mundial. Desde a década de 1920 e, em 
especial, a década de 1930, o mundo se 
dividira entre direita e esquerda. Inspira-
dos por Mussolini, na Itália, Hitler, na Ale-
manha, Franco, na Espanha, e Salazar, em 
Portugal, grupos nazifascistas surgiram em 
vários outros lugares do mundo em con-
traposição aos socialistas e comunistas, 
que se inspiravam na Revolução Bolche-
vique de 1917. Enquanto os nazifascistas 
se apoiavam na burguesia, os socialistas, 
comunistas e anarquistas apoiavam-se na 
classe trabalhadora.
O integralismo
Bandeira da Ação Integralista 
Brasileira com o símbolo soma.
No Brasil, o fascismo foi introduzido por 
Plínio Salgado, que, em 1932, lançou o Ma-
nifesto de Outubro. Nele, tornava pública 
a organização política inspirada no fascis-
mo italiano: a Ação Integralista Brasileira.
Para divulgar o movimento político, fun-
daram-se jornais, como Ofensiva e Ação, e 
criaram-se símbolos – a letra grega sigma, 
utilizada na matemática como soma –, ban-
deira, uniforme e estandarte próprios.
Os membros do partido saudavam-
-se com o brado Anauê, palavra indígena 
para designar cumprimento, com o braço 
estendido e a mão espalmada, imitando a 
saudação nazista ao führer.
Ainda imitando os camisas-negras fascis-
tas e os camisas-pardas nazistas, os integra-
listas usavam camisas verdes e logo foram 
apelidados de “galinhas verdes” pelo povo.
Plínio Salgado em trajes integralistas
Inspirados nas ideias nazifascistas, 
pregavam um governo autoritário apoia-
do por um partido único, o controle da 
imprensa e das escolas; eram antiliberais 
e anticomunistas. Tiveram forte aceita-
ção, sobretudo nas regiões Sul e Sudeste, 
onde se concentravam as classes médias 
urbanas e havia forte presença de imi-
grantes e descendentes ítalo-germânicos.
Aliança Nacional Libertadora (ANL) 
Sob a liderança de Luís Carlos Prestes, 
os comunistas, democratas e liberais for-
maram uma frente única de combate ao 
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História \ Diferenças e semelhanças 155
integralismo, criando a Aliança Nacional 
Libertadora. Em pouco tempo, a ANL for-
mou mais de 1.500 núcleos e conseguiu 
quase 100 mil simpatizantes.
Influenciados pela União Soviética, seus 
integrantes pretendiam a nacionalização das 
empresas, o não pagamento da dívida exter-
na e a reforma agrária. Seu lema era "pão, 
terra e liberdade".
Luís Carlos Prestes, o “cavaleiro da 
esperança” dos tempos da Coluna 
Prestes, em foto de 1936.
Em seu livro Brasil: de Getúlio a Caste-
lo, o historiador Thomas Skidmore escre-
veu sobre esse período:
É muito significativo o fato de que 
o integralismo e a Aliança Nacional 
Libertadora constituíssem os primei-
ros movimentos políticos nacionais 
e de aguda orientação ideológica. Os 
componentes da descosida Aliança Li-
beral, que haviam feito a Revolução de 
1930, não passavam de políticos locais, 
unidos apenas pelo desejo comum de 
derrubar a estreita elite governante da 
República Velha. Agora, tinham sido 
eclipsados por movimentos nacionais, 
de bases mais amplas e mais radicais.
A Intentona Comunista
Em junho de 1935, o governo decretou 
a ilegalidade da ANL, e os comunistas pas-
saram à ação revolucionária, promovendo a 
ocupação de quartéis em Pernambuco, no 
Rio de Janeiro e no Rio Grande do Norte.
A repressão foi imediata e violenta. 
Foram feitas prisões em massa de sindi-
calistas, operários, intelectuais, políticos, 
estudantes e jornalistas, acusados de sub-
versão à ordem política e social.
Luís Carlos Prestes, o líder da Intentona 
Comunista, foi preso e tão barbaramente 
torturado que seu advogado, Sobral Pinto, 
chegou a invocar a Lei de Proteção aos Ani-
mais em favor de seu cliente.
Golpe de Estado (1937)
Em 1938, terminaria o mandato de Ge-
túlio Vargas. Entre os candidatos à presi-
dência, Plínio Salgado era o mais exaltado. 
Seus adeptos, conhecidos como "galinhas 
verdes", promoviam grandes concentra-
ções aos moldes do duce Mussolini e do 
führer Hitler.
O pretexto
Em setembro de 1937, um documento 
"comunista" contendo planos para levar o 
país ao caos com greves e assassinatos de 
vários líderes políticos vazou para os prin-
cipais jornais da capital. O objetivo, segun-
do o “tal documento”, era tomar o poder, 
com apoio da URSS.
Tratava-se do famoso Plano Cohen, 
que, na verdade, foi forjado pelos integra-
listas e entregue ao general Góis Monteiro, 
o autor da "descoberta". Com o documen-
to em mãos, o governo alarmou a nação 
sobre o "perigo vermelho", embora quase 
todos os comunistas e simpatizantes já es-
tivessem presos e sendo torturados.
Habilmente, Getúlio explorou o "terror 
aos comunistas" em seu próprio benefício e, 
em 10 de novembro de 1937, ele concretizou 
o golpe de Estado. Pelos microfones das rá-
dios, ele anunciou a salvação da democracia, 
decretando o fechamento do Congresso Na-
cional, a outorga de uma nova Constituição, 
denominada Polaca, e a dissolução dos par-
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Capítulo 6 – A Era de Getúlio Vargas no Brasil \ Grupo 3
tidos políticos, concentrando em suas mãos 
todos os poderes. Iniciava-se o Estado Novo.
O Estado Novo (1937-1945)
Apoiado pelas Forças Armadas, pelas 
classes médias urbanas e pelos integralistas, 
Getúlio propôs o estabelecimento de uma 
nova ordem a ser criada no Estado Novo.
Seu discurso nas emissoras de rádiojustificava o golpe:
Nos períodos de crise como o que 
atravessamos, a democracia de parti-
dos, em lugar de oferecer segura opor-
tunidade de crescimento e progresso 
dentro das garantias essenciais à vida e 
à condição humana, subverte a hierar-
quia, ameaça a unidade da Pátria e põe 
em perigo a existência da nação, extre-
mando as competições e acendendo o 
facho da discórdia civil.
Disponível em: <http://www.franklinmartins.
com.br/estacao_historia_artigo.
php?titulo=o-estado-novo-discurso-
manifesto-de-getulio-vargas-a-nacao-
rio-1937>. Acesso em: 14 ago. 2013.
Dessa forma, contra o “perigo vermelho”, 
Getúlio decretou estado de emergência, ex-
tinguindo os partidos políticos e fechando o 
Congresso. Assumiu poderes para prender, 
julgar e condenar sumariamente pessoas 
denunciadas como "comunistas", "anarquis-
tas", enfim, qualquer oposição era conside-
rada subversão e, portanto, uma ameaça 
nacional. Resta lembrar que, por essa época, 
comunistas e anarquistas já abarrotavam os 
porões da ditadura getulista, desde o fracas-
so da Intentona Comunista.
Os estados brasileiros perderam sua 
autonomia e as bandeiras estaduais foram 
queimadas em ato público: em nome da uni-
dade da Pátria, punha-se fim ao federalismo.
A Ação Integralista Brasileira (AIB), que 
apoiara, com fervor, o golpe de 1937, por 
ser uma agremiação partidária, também 
foi fechada.
Como reação, em maio de 1938, os in-
tegralistas tentaram um golpe ao invadir a 
residência oficial do presidente. Getúlio, 
sua filha Alzira e a Guarda se defenderam 
com armas em punho, frustrando os inva-
sores. Vários integralistas foram presos e 
Plínio Salgado foi exilado do país, refugian-
do-se em Portugal.
Com a oposição reprimida, Getúlio or-
ganizou a administração pública, criando o 
Departamento de Administração do Servi-
ço Público, DASP, responsável pelo recru-
tamento e pela seleção profissional dos 
funcionários públicos federais.
Criou-se o Departamento de Imprensa e 
Propaganda (DIP), responsável pela divulga-
ção dos atos do governo e pela censura.
A divulgação e a propaganda das rea-
lizações do governo eram feitas por meio 
de músicas, cartilhas escolares, folhetos e 
festas cívicas. O rádio foi amplamente uti-
lizado como instrumento político oficial, 
com a criação da Hora do Brasil, a atual A 
Voz do Brasil.
Propaganda do Estado Novo direcionada à 
educação das crianças. O texto diz: Crianças! 
Aprendendo, no lar e nas escolas, o culto da 
Pátria, trazeis para a vida prática todas as 
probabilidades de êxito. Só o amor constrói e, 
amando o Brasil, forçosamente o conduzireis 
aos mais altos destinos entre as Nações, 
realizando os desejos de engrandecimento 
aninhados em cada coração brasileiro.
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Os integralistas apoia-
ram Getúlio acreditan-
do que seriam o partido 
a sustentar o ditador 
durante o Estado Novo, 
mas a suspensão de 
todo o sistema político--
-partidário levou os in-
tegralistas, traídos, a se 
voltarem contra Vargas.
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História \ Diferenças e semelhanças 157
Enquanto isso, a repressão policial e 
política se fortalecera. A Polícia Especial, 
chefiada pelo ex-tenente Filinto Müller, 
que passou por um "estágio" na Gestapo, 
polícia alemã, atualizou-se no que havia 
de mais moderno no campo da tortura em 
prisioneiros.
Entre os presos torturados, sobressaí-
ram-se Luís Carlos Prestes e sua esposa, Olga 
Benário, judia alemã, que foi entregue à Ges-
tapo e faleceu em um campo de concentra-
ção na Europa.
Getúlio Vargas: o “pai 
dos pobres”
Em 1931, Getúlio criou o Ministério do 
Trabalho e promulgou várias leis, regula-
mentando as relações entre patrões e em-
pregados.
A partir de então, ele incentivou e con-
trolou os sindicatos, que passaram a ter 
sua garantia econômica com o estabeleci-
mento do imposto sindical, isto é, a con-
tribuição anual e obrigatória, feita pelos 
trabalhadores, correspondente a um dia 
de trabalho. Surgiu, dessa forma, a figura 
do pelego, dirigente sindical que atuava 
mais em seu benefício e do governo que 
no interesse da classe trabalhadora.
O pelego
O termo "pelego" tem origem na co-
bertura (manta) colocada entre a sela e o 
cavalo para amortecer os movimentos des-
te para o cavaleiro. O pelego sindical cum-
pria a função de amortecedor nas disputas 
entre patrões e empregados.
Em 1943, Getúlio lançou a Consolida-
ção das Leis Trabalhistas, CLT, inspirada na 
Carta do Trabalho de Mussolini, garantin-
do uma série de direitos aos trabalhado-
res, entre eles, o salário mínimo.
A política trabalhista de Getúlio tinha 
por objetivo garantir o apoio político das 
massas urbanas ao seu governo. Para 
tornar-se simpático ao povo, ele iniciava 
seus discursos com: "Trabalhadores do 
Brasil!".
Getúlio Vargas e a 
industrialização
Para incrementar o processo industrial 
brasileiro, fazia-se necessário criar obras 
de infraestrutura que dessem suporte a 
esse desenvolvimento. Seu ministro da 
Fazenda, Souza Costa, deu início às obras, 
construindo hidrelétricas, rodovias, ferro-
vias e uma usina siderúrgica.
Em 1940, Getúlio conseguiu emprésti-
mos dos EUA para a construção, em Volta 
Redonda (RJ), da Companhia Siderúrgica 
Nacional, a CSN. Em 1942, foi fundada a 
Companhia Vale do Rio Doce (atual Vale) 
para garantir o fornecimento de ferro à 
CSN. Em 1943, criou a Companhia Nacio-
nal de Álcalis e a Fábrica Nacional de Mo-
tores, FNM, e, em 1945, a Companhia Hi-
drelétrica de São Francisco, CHESF.
A crise e o fi m do 
Estado Novo
Em 1939, explodiu a Segunda Grande 
Guerra. Nesse momento, o Brasil, apesar 
da simpatia pelos regimes nazifascistas, 
permaneceu neutro. Às vezes, pendia em 
direção aos aliados e, em outras, pendia 
em direção aos países do Eixo (Alemanha, 
Itália e Japão), obtendo vantagens de um 
lado e de outro. 
Seguindo a "política da boa vizinhança", 
Roosevelt (o terceiro sentado da 
esquerda para a direita) encontrou-se 
com Getúlio, em Natal, RN, em 1943.
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Capítulo 6 – A Era de Getúlio Vargas no Brasil \ Grupo 3
Dentro do governo Vargas, havia par-
tidários dos EUA e partidários da Alema-
nha. Aos poucos, porém, o Brasil passou a 
pender para o lado dos aliados, graças aos 
EUA, que passaram a conceder emprésti-
mos a juros baixos. Além disso, o presiden-
te Roosevelt visitou Getúlio Vargas, formu-
lando o convite para que o Brasil fosse um 
dos membros fundadores da Organização 
das Nações Unidas (ONU).
Em janeiro de 1942, o Brasil rompeu 
relações diplomáticas com os países do 
Eixo, e, em agosto, após o afundamento 
de navios mercantes no litoral brasileiro, 
declarou-lhes guerra.
Em 1944, interessado no futuro espólio 
de guerra, o Brasil enviou tropas para a Itália 
com membros da Força Expedicionária Bra-
sileira (FEB) e da Força Aérea Brasileira (FAB).
Entretanto, a participação brasileira ao 
lado dos Aliados, que defendiam a liberda-
de, gerou no país uma situação no mínimo 
estranha: as tropas brasileiras enviadas à 
Europa lutavam pela democracia contra 
países fascistas, autoritários, semelhantes à 
ditadura de Vargas, implantada desde 1937. 
Essa situação ambígua favoreceu o fortale-
cimento da oposição, que passou a exigir 
a redemocratização do país. Uma parte da 
elite brasileira que havia apoiado a ditadura 
retirou seu apoio, lançando, em outubro de 
1943, o Manifesto dos Mineiros.
À medida que as notícias sobre as vitó-
rias dos aliados chegavam ao Brasil, os mo-
vimentos de oposição cresciam, exigindo a 
democracia também no Brasil.
Cedendo à pressão, Getúlio anunciou, 
por meio de um grande comício, em 1º de 
maio de 1945, durante as comemorações 
oficiais do Dia do Trabalho, que a sua mis-
são estava cumprida e que iria patrocinar a 
redemocratização do país.
As eleições foram marcadas para o dia 
2 de dezembro de 1945. Imediatamente, 
vários partidos políticos se organizaram, 
como a União Democrática Nacional 
(UDN), o Partido Social Democrata (PSD), 
o Partido Trabalhista Brasileiro(PTB, fun-
dado pelos getulistas), o Partido Comunis-
ta Brasileiro (PCB, que saiu da ilegalidade), 
o Partido Democrata Cristão (PDC) e o 
Partido Social Progressista (PSP).
Pela coligação PSD-PTB saiu como can-
didato à presidência o general Dutra; pela 
UDN, o brigadeiro Eduardo Gomes; e, pelo 
PCB, Yedo Fiúza.
Foi concedida anistia aos presos políti-
cos e restaurada a liberdade de imprensa.
Para enfrentar a oposição crescente, os 
partidários de Getúlio lançaram uma cam-
panha favorável à redemocratização do 
país, liderada por Getúlio, e realizaram co-
mícios cujo lema era "Queremos Getúlio". 
Esse movimento ficou conhecido como 
queremismo.
Enquanto isso, as lideranças políticas e os 
militares esperavam um pretexto para derru-
bar Getúlio. Este surgiu em 28 de outubro de 
1945, com a nomeação de Benjamim Vargas, 
irmão de Getúlio, e de João Alberto para os 
cargos de chefe de Polícia e prefeito do Rio 
de Janeiro, respectivamente.
Com isso, os militares ameaçaram bom-
bardear o Palácio da Guanabara, e Getúlio 
Vargas renunciou ao cargo. Terminava as-
sim o Estado Novo, no mesmo ano em que 
findara a Segunda Guerra Mundial.
Manchete de jornal noticiando a 
renúncia de Vargas, ocorrida em 29 
de outubro de 1945. O presidente do 
Supremo Tribunal Federal, ministro José 
Linhares, foi interinamente empossado 
como presidente da República, até que 
tomasse posse o vencedor das eleições 
presidenciais de 2 de dezembro de 1945.
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Capítulo
6A Era de Getúlio Vargas no Brasil
Ati vidade 19 ● Governo Provisório
Exercícios de Aplicação
01) O MMDC constituiu-se no símbolo da 
resistência paulista ao governo provisório 
de Getúlio Vargas. Qual é o seu significado?
02) Que fatores fizeram eclodir a Revolução 
Constitucionalista de 1932 em São Paulo?
Exercícios Propostos
03) Quais foram as principais característi-
cas da Constituição de 1934?
04) O texto abaixo procura discutir a im-
portância da Revolução de 1930. Leia-o 
atentamente.
A Revolução de 1930 representou 
uma continuidade ou uma ruptura? 
Esta é uma pergunta presente em mui-
tas das análises da história contempo-
rânea do Brasil.
Aqueles que acentuam a continui-
dade consideram que o movimento de 
1930 não alterou os padrões econômicos 
ou políticos da velha ordem, e que, por-
tanto, não cabe chamá-lo de revolução. 
Os que sublinham as novidades introdu-
zidas no pós-30 (política social, corpora-
tivismo), ao contrário, tendem a afirmar 
que 1930 representou um movimento de 
ruptura com um modelo e uma prática 
liberais, baseados na não-intervenção do 
Estado no mercado de trabalho.
Disponível em: <http://cpdoc.fgv.br/
producao/dossies/AEraVargas1/anos20/
Revolucao30/RupturaContinuidade>. 
Acesso em: 15 ago. 2013.
Explique as duas interpretações desenvol-
vidas no texto.
05) As medidas adotadas por Getúlio Var-
gas, após a Revolução de 1930, provocaram 
um movimento militar que visava à recons-
titucionalização do país. Tal fato ocorreu:
a. no Rio de Janeiro, em 25 de março 
de 1934.
b. no Rio Grande do Sul, em 24 de de-
zembro de 1934.
c. em São Paulo, em 9 de julho de 1932.
d. em Minas Gerais, em 24 de outu-
bro de 1932.
e. em Pernambuco, em 9 de julho de 
1932.
MMDC corresponde às iniciais dos nomes 
Martins, Miragaia, Dráusio e Camargo, estu-
dantes mortos num confronto com a Legião 
Revolucionária na Praça da República, em 
São Paulo, durante uma manifestação con-
tra o governo getulista. Esse fato impulsio-
nou a Revolução de 9 de julho.
São Paulo exigia a nomeação de um inter-
ventor civil e paulista para o estado, além de 
Voto secreto, eleições diretas, salário mí-
nimo, direito de voto às mulheres, regula-
mentação da jornada de trabalho, ensino 
público e gratuito.
O texto discute o impacto da revolução de 
1930. Para os defensores da visão revolu-
cionária, este acontecimento alterou a con-
figuração do Estado brasileiro e da relação 
entre capital e trabalho, transformando o 
tecido social. Por outro lado, os defensores 
da visão continuísta apontam que a estru-
tura econômica e política foi preservada, 
apesar das mudanças aparentes promovi-
das por Vargas.
R.: C
uma constituição para o país; as oligarquias 
cafeeiras almejavam retornar ao poder e ha-
via o ideal de uma democracia urbana por 
parte dos jovens.
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Capítulo 6 – A Era de Getúlio Vargas no Brasil \ Grupo 3
Ati vidade 20 ● Governo Consti tucional
Exercícios de Aplicação
b. a execução do Plano Cohen para 
evitar que o Brasil se inclinasse 
para o totalitarismo de direita.
c. uma revolução armada, apoiada 
pela União Soviética, para promo-
ver a reforma agrária.
d. a realização de um plebiscito para 
verificar o apoio popular ao Estado 
Novo.
e. a instalação de um governo ditato-
rial ultranacionalista, inspirado nos 
governos nazifascistas europeus.
03) Coloque C para a alternativa correta 
e E para a errada, justificando o porquê do 
erro.
(  ) As mulheres conquistaram o direito 
ao voto pela Constituição de 1934.
(  ) A Intentona Comunista possibilitou 
a Getúlio Vargas armar a farsa do 
Plano Cohen para dar um golpe de 
Estado.
(  ) A ideologia fascista recebeu gran-
de impulso da Aliança Libertadora 
Nacional.
04) Com a extinção da ANL, em 1935, 
seus membros organizaram uma insur-
reição comunista, rápida e violentamente 
sufocada por Vargas. Assinale a alternativa 
que apresenta a ação política subsequente 
e relacionada à insurreição.
a. A proposta anti-imperialista e an-
tilatifundiária do programa da ANL 
foi prontamente abandonada em 
razão da repressão.
01) O mundo, na primeira metade do 
século XX, apresentava-se bastante con-
turbado, com crises econômicas, sociais, 
ideológicas e políticas. Leia as afirmações 
referentes a esse período logo abaixo, as-
sinale a alternativa correta e justifique a 
resposta.
I. Podemos dizer que a crise de 1929 
representou um dos mais impor-
tantes fatores para o surgimento 
do fascismo na Itália.
II. O New Deal, plano de recuperação 
econômica elaborado pelo presi-
dente Franklin D. Roosevelt, apre-
sentou um aspecto inusitado para 
o capitalismo liberal: a intervenção 
na economia.
III. A crise de 1929 não apresentou as-
pectos negativos para a economia 
cafeeira do Brasil, na medida em 
que a referida crise estava vincula-
da apenas ao setor industrial.
IV. O tenentismo, movimento ocor-
rido na década de 1920, teve seu 
apogeu com a Coluna Prestes.
V. O Governo Constitucional de Ge-
túlio Vargas foi marcado, entre 
outros aspectos, pela intensa luta 
ideológica travada entre os setores 
de esquerda, liderados pela ANL de 
Luís Carlos Prestes, e os setores de 
direita, liderados pela AIB de Plínio 
Salgado.
Assinale a alternativa que une as afirma-
ções corretas.
a. II, IV e V
b. I, II e III
c. I, III e V
d. II, III e IV
e. III, IV e V
02) A Ação Integralista Brasileira (AIB), 
organizada na década de 1930 por Plínio 
Salgado, pretendia:
a. a formação de uma frente única, 
composta por vários segmentos 
sociais, para combater o fascismo.
R.: E
C
C
E
O fascismo foi impulsionado pela Ação In-
tegralista Brasileira. A ANL recebeu influên-
cia socialista.
R.: A
No exercício 01, expli-
car que o New Deal, 
plano de recuperação 
da economia norte--
-americana, apresentou 
um aspecto estranho ao 
liberalismo praticado no 
país: o intervencionismo 
estatal. A Coluna Prestes 
representou o ápice do 
tenentismo no Brasil; 
durante o governo cons-
titucional de Getúlio 
Vargas (1934-1937), o 
país conviveu com uma 
perigosa luta ideológi-
ca, reflexo da situação 
europeia, entre esquer-
da (ANL, de Luís Carlos 
Prestes) e direita (AIB, 
de Plínio Salgado), que 
culminaria com o golpe 
de Estado dado por Ge-
túlio Vargas, em 1937.
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História \ Diferenças e semelhanças 161
b. Com a Intentona Comunista, o go-
verno Vargas concedeu anistia aos 
presos políticos.
c. Vargas explorou, habilmente e em 
seu próprio benefício,o terror co-
munista, conseguindo grande apoio 
popular.
d. As classes dirigentes colaboraram 
para o sucesso da propaganda co-
munista por meio do Plano Cohen.
e. Os revoltosos se renderam após o 
governo suspender definitivamen-
te o pagamento da dívida externa.
05) Explique o que foi o Plano Cohen.
06) Estes cartazes representam duas or-
ganizações políticas originárias da radica-
lização do movimento tenentista.
Quais são suas diferenças e semelhanças 
quanto à doutrina política?
Exercícios Propostos
07) Leia este trecho e depois responda ao 
que se pede.
Subitamente, parecia que a es-
querda havia ganhado vida. Mais de 
1.600 sedes locais da Aliança Nacio-
nal Libertadora haviam brotado. [...] 
A plataforma da Aliança pedia o can-
celamento das "dívidas imperialis-
tas", a nacionalização das empresas 
estrangeiras e a liquidação dos lati-
fúndios. Os radicalizantes estavam 
igualmente ativos na direita. Um mo-
vimento fascista chamado Integralis-
mo vinha com igual força...
Thomas Skidmore. Brasil, de 
Getúlio a Castelo. Fragmento.
Explique o momento histórico do Brasil 
e do mundo citado no texto.
R.: C
Documento que continha um plano de to-
mada do poder pelos comunistas, apoiados 
pela URSS. Na realidade, esse documento 
foi forjado pelos integralistas e utilizado por 
Getúlio para justificar seu golpe de Estado 
em 10 de novembro de 1937 e instaurar o 
Estado Novo.
Diferenças: A ANL era fortemente influencia-
da pelo Partido Comunista e representava a 
“esquerda” brasileira. Era composta principal-
mente por sindicalistas, socialistas, tenentistas 
e intelectuais.
A AIB era influenciada pelos partidos fascistas 
e representava a "direita" brasileira. Era com-
posta por parte do empresariado, pelo clero e 
por militares. Eram anticomunistas ferozes, que 
defendiam um Estado ditatorial, sem a partici-
pação do povo, e estimulavam o culto ao líder, 
Plínio Salgado. Tinham símbolos, como o sig-
ma, uniformes e bandeiras próprios.
Semelhanças: As duas correntes encontraram 
apoio nas camadas médias urbanas. Possuíam 
posições ideológicas bem definidas. Objetiva-
vam modernizar a vida política nacional criti-
cando as oligarquias tradicionais.
Foram movimentos que ganharam impulso 
no Brasil, na década de 1930, e forneceram 
o pretexto necessário para Getúlio tomar o 
poder em 1937. Esses movimentos se inspi-
raram no sucesso bolchevique, na URSS, e 
na ascensão de regimes totalitários de direi-
ta, como o fascismo na Itália e o nazismo na 
Alemanha.
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Capítulo 6 – A Era de Getúlio Vargas no Brasil \ Grupo 3
08) Leia o trecho do texto abaixo.
Em setembro de 1937, o serviço secreto 
“descobriu um documento comunista que 
continha um plano para levar o país ao caos 
com greves e assassinatos de vários líde-
res políticos e para tomar o poder, apoiado 
pela URSS. O documento fora produzido pe-
los integralistas e entregue ao general Góis 
Monteiro. Com o documento em mãos, o 
governo alarmou o país sobre o ‘perigo ver-
melho’. Getúlio explorou o episódio em seu 
favor e implantou, em 10 de novembro de 
1937, uma ditadura que foi legitimada pela 
outorga de uma constituição”.
Em relação ao texto, assinale a alterna-
tiva que contém as respostas corretas para 
as seguintes perguntas: qual o nome do 
plano em questão, como ficou conhecido o 
período ditatorial e como ficou conhecida 
a constituição outorgada em 1937?
a. Plano Novo, Período Constitucio-
nal e Constituição da Mandioca
b. Plano Novacap, era Vargas e Cons-
tituição Cidadã
c. Plano Cohen, Estado Novo e Polaca.
d. Plano Monteiro, Estado de Direito 
e Constituição Liberal
e. Plano Heaven, Estado Constitucio-
nal e Redentora
09) Na caricatura, referente ao período 
1934-1937, vê-se o presidente Getúlio Var-
gas, em frente ao Palácio do Catete, espa-
lhando cascas de banana, que podem ser 
interpretadas como “armadilhas”.
Identifique um objetivo político de Vargas 
expresso nessa caricatura. 
a. Obstruir o processo de sucessão 
presidencial.
b. Defender-se dos paulistas constitu-
cionalistas.
c. Viabilizar sua permanência no po-
der por meio de eleições democrá-
ticas.
d. Manter os tenentes afastados do 
poder.
e. Incentivar a diversificação agrícola 
no país.
10) O historiador Thomas Skidmore, em 
sua obra Brasil, de Getúlio a Castelo, res-
saltou aspectos importantes apresentados 
pela AIB e ANL. Destaque alguns itens.
Ati vidade 21 ● Estado Novo
Exercícios de Aplicação
01) O período de 1937 a 1945, conhe-
cido como Estado Novo, identifica-se, 
ideologicamente, com o regime estabe-
lecido:
a. na França por Leon Blum.
b. na Alemanha por Konrad Adenauer.
c. nos Estados Unidos por Franklin 
Roosevelt.
d. na Itália por Mussolini.
e. em Portugal por Mário Soares.
02) Explique por que os líderes sindicais 
do período getulista receberam o nome de 
"pelegos".
No exercício 08, expli-
car aos alunos que, em 
1937, a situação política 
do Brasil encontrava-se 
bastante delicada, so-
frendo influências das 
lutas ideológicas que 
grassavam na Europa e 
apresentavam, de um 
lado, o nazifascimo e, de 
outro, o comunismo. Em 
1935, já havia ocorrido 
a Intentona Comunista, 
violentamente reprimida 
pelo governo getulista. 
Aproveitando-se dessa 
situação e de posse do 
falso Plano Cohen, Getú-
lio, com apoio das Forças 
Armadas, deu um golpe 
de Estado, implantando 
o Estado Novo.
R.: A
O forte componente ideológico, a abrangên-
cia nacional e a disciplina na sua organiza-
ção.
R.: D
O termo, que se refere à cobertura colocada 
entre a sela e o cavalo, denominava os líderes 
sindicais, que defendiam seus interesses e os 
do governo e, ao mesmo tempo, amorteciam 
os choques entre patrões e operários.
R.: C
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História \ Diferenças e semelhanças 163
Na gravação definitiva, os versos foram 
modificados:
O bonde de São Januário
Leva mais um operário
sou eu que vou trabalhar
a. A modificação da letra foi "suge-
rida" pelo órgão que controlava a 
censura, denominado:
b. Quais foram os motivos dessa cen-
sura?
03) Empenhar-me-ei a fundo para fazer 
um governo nacionalista. O Brasil ainda não 
conquistou a sua independência econômica 
e, nesse sentido, farei tudo para consegui-la.
Com base no texto, coloque C para a alter-
nativa certa e E para a errada, corrigindo-a.
(  ) O nacionalismo proposto por Var-
gas consistia em preservar para o 
capital estatal e para os capitais 
privados nacionais os setores es-
tratégicos da economia.
(  ) A força política de Vargas assenta-
va-se principalmente nas massas 
trabalhadoras urbanas, organiza-
das em sindicatos controlados pelo 
Estado.
(  ) A força política de Vargas assenta-
va-se principalmente no poder dos 
grandes proprietários favoráveis à 
implantação da reforma agrária.
04) Em 1940, Wilson Batista e Ataulfo Al-
ves compuseram um samba que apresen-
tava inicialmente a seguinte letra:
O bonde de São Januário
Leva mais um otário
sou eu que vou trabalhar
Exercício Proposto
05) As leis trabalhistas elaboradas a partir 
de 1930 receberam um corpo jurídico com 
a promulgação da CLT (Consolidação das 
Leis do Trabalho) por Getúlio Vargas. Esse 
conjunto de leis foi apresentado como um 
presente, um ato de generosidade em que 
o governo de Getúlio Vargas concedia di-
reitos aos trabalhadores brasileiros. As-
sinale a alternativa correta e justifique-a 
em relação aos propósitos de Getúlio, ao 
promulgar a CLT.
a. Atendia às prerrogativas do Con-
gresso Nacional, pressionado pela 
oposição política.
b. Atendia aos reclamos dos traba-
lhadores rurais, na época os mais 
combativos nas exigências dos di-
reitos trabalhistas.
c. Procurou cooptar as massas traba-
lhadoras urbanas, dando início ao 
chamado populismo.
d. Atendia à obrigatoriedade imposta 
pela OIT, órgão da ONU direciona-
do aos direitos trabalhistas.
e. Concluía um projeto trabalhista 
elaborado pelos governos anterio-
res, isto é, da república do "Café 
com Leite", na década de 1920.
A força política de Vargas assentava-se nos 
trabalhadores urbanos.
C
CE
DIP − Departamento de Imprensa e Propa-
ganda.
Com a implantação do Estado Novo, em 
1937, Vargas, inspirando-se nos regimes 
nazifascistas, implementou forte censura 
sobre todos os aspectos da vida literária, 
intelectual e artística no Brasil. Os artistas 
não podiam criticar o governo ou o país, sob 
pena de terminarem na prisão. A troca de 
“otário” por “operário” era para "levantar" 
o ânimo dos operários, exaltados por Vargas 
como "construtores" do Brasil.
No exercício 05, expli-
car que a Revolução de 
1930 promoveu a re-
composição das forças 
políticas, destacando-se 
a ascensão das camadas 
urbanas da população 
(classe média e burgue-
sia) ligadas ao comér-
cio e à indústria, que 
apresentavam grande 
contingente de traba-
lhadores vinculados aos 
comunistas e aos anar-
cossindicalistas. Getúlio 
Vargas, então, passou a 
organizar e controlar os 
sindicatos operários e, 
dessa forma, afastou os 
trabalhadores das orga-
nizações de esquerda, 
cooptando-os para seu 
populismo.
R.: C
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Capítulo 6 – A Era de Getúlio Vargas no Brasil \ Grupo 3
Ati vidade 22 ● A crise e o fi m do Estado Novo
Exercícios de Aplicação
01) Apesar da simpatia getulista às dou-
trinas nazifascistas, na Segunda Guerra 
Mundial o Brasil alinhou-se aos EUA con-
tra os países do Eixo. Quais eram os países 
do Eixo?
02) O que se entende por “queremismo”?
03) Leia as afirmações a seguir e, na se-
quência, assinale a alternativa correta.
I. A Aliança Nacional Libertadora, 
liderada por Luís Carlos Prestes, 
foi um movimento de tendência 
esquerdista.
II. Para instalar o Estado Novo, o go-
verno utilizou-se de um documento 
falso conhecido como Plano Cohen.
III. No final do Estado Novo, foram 
criados vários partidos políticos.
a. Apenas a afirmativa I é correta.
b. Apenas as afirmativas I e II são cor-
retas.
c. Apenas as afirmativas II e III são 
corretas.
d. Todas as afirmativas são corretas.
e. Todas as afirmativas são incorretas.
Exercícios Propostos
05) Após a Revolução de 1930, seguiu-
-se o longo governo de Getúlio Vargas até 
1945. Caracterize esse período no que se 
refere a seus aspectos político-partidários.
04) O Estado Novo terminou em 1945. 
Associe o seu fim ao da Segunda Guerra 
Mundial.
Alemanha, Itália e Japão
Foi um movimento político realizado por 
Getúlio Vargas, no final do Estado Novo, 
com o objetivo de manter-se no poder. O 
termo “queremismo” tem origem no slogan 
bradado por seus adeptos: "Queremos Ge-
túlio".
R.: D
A participação do Brasil na Segunda Guer-
ra, ao lado das forças aliadas, defensoras 
dos valores liberais e da democracia, tornou 
incompatível a preservação de um regime 
autoritário no país.
Da Revolução até pouco antes da Constituição 
de 1934, Vargas sufocou a oposição em razão 
de seu centralismo e da suspensão da Consti-
tuição anterior. A partir daí, ocorreu uma po-
larização entre direita e esquerda com a Ação 
Integralista Brasileira e a Aliança Nacional Li-
bertadora. Com o golpe de 1937, houve o fim 
dos partidos e a total centralização do poder 
nas mãos de Vargas, que durou até meados de 
1945, quando o Presidente, pressionado pela 
oposição, liberou a formação de partidos.
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História \ Diferenças e semelhanças 165
Momento de novas descobertas
06) Getúlio Vargas é visto por muitos historiadores e cientistas sociais como o maior re-
presentante do populismo no Brasil. Faça uma pesquisa – individual ou em grupo – sobre 
o significado de populismo como forma de governo, entre as décadas de 1930 e 1960. 
Converta os dados pesquisados em texto.
Resposta pessoal
A pesquisa visa ante-
cipar o conhecimento 
dos alunos a respeito 
de um tema que será 
estudado mais à fren-
te. Como referência ao 
populismo no Brasil, 
transcrevemos um pe-
queno trecho, adapta-
do da obra O populismo 
na política brasileira, de 
Francisco Weffort:
"O populismo, en-
quanto estilo de go-
verno, foi sensível às 
pressões populares, 
mas sempre procuran-
do conduzir o povo, 
manipulando suas as-
pirações. Correspondeu 
à emergência das clas-
ses populares no bojo 
do desenvolvimento 
urbano e industrial e à 
necessidade – sentida 
pela nascente burgue-
sia brasileira – de incor-
poração das massas ao 
jogo político.
Por outro lado, o po-
pulismo foi também um 
modo de expressão das 
insatisfações populares. 
Foi, ao mesmo tempo, 
uma forma de estru-
turação do poder para 
os grupos dominantes 
e a principal forma de 
expressão política da 
emergência popular no 
processo de desenvol-
vimento industrial e ur-
bano brasileiro.
Apoiou-se sempre em 
algum tipo de autorita-
rismo, seja o autorita-
rismo institucional da 
ditadura Vargas (1937-
1945), seja o autorita-
rismo paternalista ou 
carismático dos líderes 
de massas da demo-
cracia do pós-guerra 
(1945-1964)."
EF
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Capítulo
7 A Segunda Guerra Mundial
Antecedentes e fatores
A Europa pós-Primeira Guerra Mundial
PORTUGAL
ESPANHA
FRANÇA
BÉLGICA
LUXEMBURGO
REINO 
UNIDO
ISLÂNDIA
IRLANDA
ÁFRICA
HOLANDA
SUÍÇA
ITÁLIA
ROMÊNIA
GRÉCIA
NORUEGA
SUÉCIA
BULGÁRIA
TURQUIA
FINLÂNDIA
URSSESTÔNIA
LETÔNIA
ALBÂNIA
IUGOSLÁVIA
HUNGRIA
LITUÂNIA
ÁUSTRIA
TCHECOSLOVÁQUIA
POLÔNIA
DINAMARCA
ALEMANHAOCEANO
ATLÂNTICO
Mar Negro
Mar Cáspio
Mar Mediterrâneo
 Alemanha
(Prússia Oriental)
O mapa evidencia a formação dos novos países formando um cordão de isolamento 
entre a URSS e a Europa. Destaque para a Alemanha, que teve seu território 
separado. Entre ela e a Prússia Oriental, passava o território polonês – "corredor 
polonês" – que facilitava aos poloneses a saída para o mar, pelo porto de Dantzig 
(atual Gdansk). O ataque a Dantzig deu início à Segunda Guerra Mundial.
Em 1919, os países vencedores da Pri-
meira Guerra Mundial – a qual fora “feita 
para pôr fim a todas as guerras" – elabo-
raram o Tratado de Versalhes, cujas con-
dições impostas à Alemanha acabaram 
criando forte sentimento de revanchis-
mo entre os alemães.
De acordo com esse tratado, a Alema-
nha, que havia sido derrotada na guerra e 
deixara de ser um Império (II Reich), perdeu 
territórios, foi proibida de ter Forças Arma-
das e ainda foi responsabilizada pelas perdas 
materiais e econômicas, sendo obrigada a 
pagar pesada indenização aos vencedores.
Essa situação pós-guerra gerou, na Ale-
manha, uma série de crises não só econô-
micas e sociais como também ideológicas, 
representadas pelas disputas internas en-
tre comunistas e nacionalistas.
Os comunistas perderam o ímpeto após 
o assassinato dos líderes Rosa Luxemburgo 
e Karl Liebnecht, e os nacionalistas, isto é, 
os nazistas, foram derrotados em 1923, ao 
tentarem um golpe de Estado, que ficou 
conhecido como Putsch de Munique.
A partir de 1924, a economia alemã co-
meçou a dar sinais de recuperação, graças 
ao Plano Dawes – plano de apoio econômi-
co estadunidense, que consistiu em inves-
tir e fazer empréstimos para a Alemanha.
Contudo, no cenário mundial, a crise 
de 1929, iniciada com a quebra da Bolsa 
Esclarecer aos alu-
nos que, apesar das 
diferenças ideológicas 
entre socialistas (União 
Soviética) e capitalistas 
(Inglaterra e Estados 
Unidos), os dois blocos 
se uniram contra os pa-
íses do Eixo (Alemanha, 
Itália e Japão).
Esta aula também 
pode ser amplamente 
enriquecida com filmes 
como:
O resgate do soldado 
Ryan – sobre o desem-
barque na Normandia;
Além da linha verme-
lha – sobre confrontos 
ocorridos no Pacífico;
Rapsódia em agosto 
– filme nipo-americano 
que conta a vida de 
uma família em Naga-
saki na década de 1990, 
mas sofrendo ainda os 
problemas da guerra. 
Inclui-se nele uma cena 
em que se mostra o lo-
cal onde a bomba caiu 
e onde foi erguido um 
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História \ Diferenças e semelhanças 167
O caricaturista Belmonte satirizou a política de apaziguamento, 
que antecedeu a Segunda Guerra. 
de Nova York e logo expandida por todo o 
ocidente capitalista, arruinou todos esses 
esforços.Os EUA, com a crise, cortaram 
os empréstimos, suspenderam os finan-
ciamentos e exigiram o repatriamento dos 
capitais investidos no exterior.
Na Itália, o duce Mussolini, após resol-
ver a famigerada "Questão Romana” com 
a Igreja, por meio do Tratado de Latrão, ini-
ciou o expansionismo, invadindo a Etiópia, 
no norte da África, em 1935.
Na Ásia, o Japão invadiu a Manchúria 
(China) em 1931 e, em seguida, expandiu 
seu domínio para várias ilhas do Pacífico, 
seguindo a política "Ásia para os asiáticos".
Enquanto isso, a Liga das Nações, que 
tinha por função preservar a paz mun-
dial, não conseguia exercer efetivamente 
seu papel.
Na Alemanha, a crise fez emergir to-
dos os problemas e frustrações do pas-
sado recente. Essa situação de crise foi 
habilmente explorada e canalizada por 
Adolf Hitler para chegar ao poder em 
1933. No ano seguinte, ele já se tornava 
o führer, o líder.
Com forte apoio da população, que 
depositava nele e em seus discursos in-
flamados toda a esperança de retornar 
ao passado de glórias, Hitler começou a 
contestar mais veementemente as deci-
sões do Tratado de Versalhes: deu início 
ao rearmamento do país, aumentou os 
efetivos militares e recuperou a região 
do Sarre, que estava sob controle da Liga 
das Nações.
A Alemanha e a Itália fortaleceram ain-
da mais seus laços após terem participa-
do da Guerra Civil Espanhola (1936-1939), 
consolidando o “eixo Berlim-Roma”.
Enquanto isso, países como Inglaterra 
e França se mantinham passivos diante 
do avanço fascista. Praticavam, segundo 
eles, a política de apaziguamento. Os EUA 
se mantinham neutros, deixando Hitler à 
vontade em sua ambição imperialista, já 
que seu anticomunismo era bem-visto pe-
las potências europeias.
BELM
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monumento à paz, com 
contribuições de vários 
países, entre eles o Bra-
sil;
A lista de Schindler 
– sobre os campos de 
concentração nazistas 
e a salvação de judeus 
pelo industrial Oskar 
Schindler;
O grande ditador – 
clássico de Charles Cha-
plin, no qual o ator in-
terpreta o personagem 
Hitler;
Círculo de fogo – so-
bre Stalingrado;
Pearl Harbor – sobre 
o ataque japonês à base 
militar estadunidense, 
no Havaí;
O pianista – retrata a 
perseguição nazista aos 
judeus;
A queda – sobre os úl-
timos dias de Hitler em 
seu banker;
Cartas de Iwo Jima – 
embora dirigido pelo 
estadunidense Clint 
Eastwood, busca mos-
trar a guerra pela visão 
dos combatentes nipô-
nicos instalados naque-
la ilha.
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Capítulo 7 – A Segunda Guerra Mundial \ Grupo 3
No Pacífico, o Japão continuava a avan-
çar e, para isolar a URSS, assinou com a Ale-
manha e com a Itália o Pacto Anti-Komin-
tern, formando o Eixo Roma-Berlim-Tóquio, 
em 1939. Em comum entre eles, havia a 
necessidade de territórios ricos em maté-
rias-primas e a incidência de nacionalismo 
exacerbado, militarismo e anticomunismo.
Japão e Alemanha aliando-se 
no Pacto Anti-Komintern.
Em 1938, a Alemanha anexou a Áustria, 
alegando a existência de identidade racial, 
formando um único povo germânico. Essa 
anexação ficou conhecida como Anschluss 
(União).
Hitler queria anexar a região dos Sude-
tos, na Tchecoslováquia, alegando que a 
população germânica que habitava aquela 
região era oprimida pelo governo. Itália, 
Alemanha, França e Inglaterra se reuniram 
na Conferência de Munique para decidi-
rem o futuro da Tchecoslováquia, que foi 
proibida de participar da Conferência. Es-
tabeleceu-se que Hitler ficaria com os Su-
detos e não poderia mais anexar nenhum 
território.
Hitler avançou sobre o território, incor-
porando outras regiões, e proclamou a in-
dependência da Eslováquia. Sem represá-
lia por parte das demais potências, Hitler 
continuou avançando: ele queria a devolu-
ção do porto de Dantzig (atual Gdansk) e a 
união da Prússia Oriental, que estava sepa-
rada do restante da Alemanha pelo "corre-
dor polonês", criado ao final da Primeira 
Guerra Mundial pelo Tratado de Versalhes.
Cartaz alemão afirmando "Dantzig é alemã", 
reivindicando o território perdido em 1919.
Em agosto de 1939, o mundo foi sur-
preendido pela divulgação do tratado
Molotov-Ribbentrop, o também chamado 
de Pacto Germano-Soviético de não agres-
são. O anúncio do pacto causou estranha-
mento na comunidade europeia, já que 
os germânicos consideravam os soviéticos 
seus inimigos ideológicos, incentivando a 
luta de classes, o que enfraqueceria o ideal 
nacionalista germânico.
Por esse pacto, os dois países, inimigos 
até então, comprometiam-se à neutralida-
de em caso de guerra e, ao mesmo tempo, 
dividiam a Polônia entre si, estabelecendo 
ainda o controle soviético sobre a Finlân-
dia, a Letônia e a Estônia e o controle ale-
mão sobre a Lituânia.
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Caricatura da época sobre a união entre dois 
inimigos mortais e o acordo de não agressão
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História \ Diferenças e semelhanças 169
A reação imediata da França e da In-
glaterra foi de abandonar a "política de 
apaziguamento" e declarar apoio militar à 
Polônia em caso de ataque.
Em setembro de 1939, em razão do trata-
do de não agressão, Hitler conseguiu isolar a 
URSS e invadir a Polônia pelo oeste, utilizan-
do a tática militar de "guerra-relâmpago", 
blitzkrieg, uma guerra moderna, com ata-
que-surpresa, utilizando veículos blindados 
(as divisões Panzer), a aviação (Luftwaffe) e 
veículos motorizados. A URSS invadiu a Polô-
nia pelo leste e anexou a Finlândia e as repú-
blicas bálticas da Letônia e Estônia.
Cumprindo o acordo anterior, Inglater-
ra e França declararam guerra à Alemanha. 
Começava a Segunda Guerra Mundial.
A guerra na Europa
Em poucos dias, a Polônia estava 
ocupada e dividida entre a Alemanha e 
a URSS, que, até então, eram inimigos 
mortais. Hitler instalou um novo governo 
e deu início à perseguição aos judeus na 
Polônia de acordo com a política antisse-
mitista nazista.
No ano seguinte (1940), os exércitos 
nazistas ocuparam a Dinamarca, a Norue-
ga, a Holanda e a Bélgica, empurrando as 
tropas inglesas e francesas até o porto de 
Dunquerque, perto do canal da Mancha. Os 
alemães chegaram rapidamente protegidos 
pelo intenso bombardeio da Luftwaffe.
Ali, cerca de 40 mil franceses foram 
aprisionados e quase todo o equipamento 
bélico inglês foi tomado pelos nazistas. Em 
maio de 1940, houve uma fuga desespera-
da para a Inglaterra, a qual ficou conhecida 
como a Retirada de Dunquerque.
Em 14 de junho de 1940, Hitler entrou 
triunfalmente em Paris. Com a rendição 
francesa, estabeleceu-se que o norte fica-
ria sob a ocupação militar nazista e o sul, 
com sede em Vichy, ficaria a cargo do cola-
boracionista francês marechal Petain, tam-
bém controlado pelos nazistas.
O general Charles de Gaulle foi contrá-
rio ao governo colaboracionista de Petain 
e organizou, em Londres, um governo pa-
ralelo, incitando, pela rádio BBC, o povo a 
lutar contra os nazistas, formando uma re-
sistência francesa à ocupação germânica.
A batalha da Inglaterra 
(1940-1941)
Com a França sob controle, era neces-
sário, agora, destruir a Inglaterra, a grande 
adversária do nazismo.
A partir de agosto de 1940, intensos 
bombardeios sobre a Inglaterra foram or-
denados pela Alemanha. Durante dias e 
noites, a Luftwaffe despejou sobre Lon-
dres e sobre portos e aeroportos ingleses 
mais de 37 mil toneladas de bombas.
A defesa inglesa foi empreendida pela 
RAF (Royal Air Force), que conseguiu recha-
çar a Luftwaffe, apesar dos mais de 40 mil ci-
vis mortos. O heroísmo dos pilotos da RAF foi 
reconhecido pelo então primeiro-ministro 
britânico Winston Churchill, que declarou: 
“Nunca tantos deveram tanto a tão poucos”.
Trilhas de fumaças no céu londrino marcavam 
os combates entre a Luftwaffe e a RAF.
Operação Barbarossa
A máquina de guerra nazista ocupou também o Leste Europeu: 
Romênia, Hungria, Bulgária, Iugosláviae Grécia.
Em junho de 1941, Hitler lançou a Operação Barbarossa (ou 
Barba-Ruiva) e invadiu a URSS, desrespeitando o tratado de não 
agressão. Além do anticomunismo, Hitler ambicionava os miné-
rios, os cereais e o petróleo soviéticos.
A blitzkrieg foi colocada em ação. Assim como pretendeu Na-
poleão Bonaparte no século XIX, Hitler imaginou que a conquista 
de Moscou seria rápida.
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Capítulo 7 – A Segunda Guerra Mundial \ Grupo 3
O führer ordenou a invasão em três 
frentes: pelo norte até Leningrado, pelo 
centro até Moscou e pelo sul até a Ucrânia 
e os vastos campos petrolíferos da região 
do mar Cáspio.
O front do Pacífi co
O Japão, um dos participantes do Eixo, 
acalentando o sonho de conquistar o Pa-
cífico Sul, já havia dominado vastas exten-
sões territoriais na Ásia. Incomodado com 
a presença norte-americana no Pacífico, 
passou a entrar em atrito com os EUA.
No dia 7 de dezembro de 1941, os 
japonenes atacaram a base naval norte-
-americana em Pearl Harbor, no Havaí, 
destruindo parte da frota naval dos EUA.
No dia seguinte, os EUA declararam 
guerra ao Japão.
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O ataque a Pearl Harbor fez os EUA 
decidirem-se pela guerra.
A guerra no mundo
Até a invasão alemã à URSS e o ataque japonês a Pearl Harbor em 1941, a guerra restrin-
giu-se à Europa e a partes da Ásia. Contudo, a partir desses eventos, ela se tornou mundial.
Domínios do Eixo em meados de 1942
GRÃ-BRETANHA
FRANÇA
ALEMANHA
ABISSÍNIA
ETIÓPIA
ARÁBIA ÍNDIA
JAPÃO
FILIPINAS
AUSTRÁLIA
OCEANO
PACÍFICO
INDONÉSIA
NOVA GUINÉ
CHINA
UNIÃO SOVIÉTICA
LÍBIA
PÉRSIA
OCEANO
ATLÂNTICO
OCEANO
ÍNDICO
MANCHÚRIA
ÁFRICA
Havaí
Pearl
Harbor
Ofensiva italiana
Ofensiva alemã
Ofensiva japonesa
EF
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História \ Diferenças e semelhanças 171
Contrapondo-se ao Eixo – Alemanha, 
Itália e Japão –, países como Inglaterra, Es-
tados Unidos, União Soviética, França e ou-
tros, incluindo o Brasil, que enviou tropas da 
FEB e FAB, formaram o bloco dos Aliados.
Até meados de 1942, os países do Eixo 
dominaram a guerra, obtendo sucessivas 
vitórias. Os alemães organizaram o Afrika 
Korps, contando com o efetivo italiano, 
sob o comando do marechal Rommel, a 
"raposa do deserto", ameaçando o domí-
nio britânico no Egito.
Durante cinco meses, as sucessivas vi-
tórias alemãs na URSS empolgaram o Alto 
Comando. Nada parecia deter os blinda-
dos alemães.
O mais fi el dos “soldados” russos
A invasão nazista na URSS coincidiu 
com um verão quente e seco, com tempe-
raturas acima de 40 °C. De acordo com Erik 
Durschmied:
A poeira fina das estradas entupia 
os radiadores e filtros de ar, supera-
quecia os motores, cobria de bolhas 
os pés dos soldados; os braços e rostos 
suados e poeirentos eram atacados por 
insetos. A água potável fora contami-
nada pelos soviéticos, com animais 
mortos jogados dentro dos poços.
O pesado equipamento bélico – 
cartucheiras, munição, armas, mortei-
ro, remédios – pesava cada vez mais. 
Para aliviar o peso, os soldados joga-
ram fora os pesados capotes e túnicas, 
ficando em mangas de camisa. Afinal, 
a guerra seria rápida e eles estariam 
em casa antes do inverno. Era o que 
prometera o führer. 
Entretanto, uma série de erros de es-
tratégia militar atrasou a campanha. Ao 
mesmo tempo em que Hitler discordava 
de seus generais, a população russa come-
çava a enfrentar os nazistas.
O frio se aproximava. Os alemães não 
tinham trajes de inverno. O exército rus-
so estava equipado com luvas, casacos e 
botas forrados de pele. Seu casaco branco 
acolchoado misturava-se à neve, confun-
dindo o exército alemão, enquanto os ale-
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mães, com uniformes cinza-escuros, eram 
verdadeiros alvos ambulantes.
Soldados russos em uniformes 
brancos confundiam-se com a neve 
para enfrentar o exército nazista.
O termômetro desceu e a neve fofa 
congelava os membros dos soldados, para 
desespero do capitão-médico alemão: 
"Agora, nosso Exército inteiro só tem alei-
jados". O "general Inverno", o soldado 
mais fiel da “Santa Mãe” Rússia, estava de 
novo no front de guerra.
Stálin conclamou o povo a defender a 
terra como pudesse. O povo chamou o con-
flito de a Grande Guerra Patriótica e lutava 
com fervor quase religioso. Enquanto isso, 
as pontes eram dinamitadas e as estradas 
eram minadas pela resistência russa.
Entre 1942 e 1943, o exército alemão 
foi derrotado na mais sangrenta das bata-
lhas: a Batalha de Stalingrado, pondo fim 
à invencibilidade alemã.
Comandado pelo marechal Zukov, o 
Exército Vermelho começou a empurrar os 
alemães para fora da União Soviética e, ao 
mesmo tempo, dirigia-se para a Alemanha. 
Ao final da guerra, os soviéticos foram os pri-
meiros a entrar vitoriosamente em Berlim.
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Capítulo 7 – A Segunda Guerra Mundial \ Grupo 3
Avanço dos Aliados (1942-1945)
No combate aos nazistas, houve mais 
de vinte milhões de russos mortos; em 
contrapartida, o exército alemão perdeu 
sua elite e cerca de 65% de seu efetivo 
militar. Era o início do fim para os nazis-
tas, derrotados pelas condições climáti-
cas e pelo povo soviético.
Enquanto o Exército Vermelho reto-
mava os territórios do Leste Europeu, os 
estadunidenses e os ingleses bombardea-
vam as principais cidades alemãs.
Na Ásia, o Japão era derrotado na 
Batalha Naval do Mar de Coral e na 
Batalha de Midway, na qual perderam 
quatro porta-aviões. Com a conquista 
de Guadalcanal (fevereiro de 1943), os 
estadunidenses obrigaram os japoneses 
a recuar e, comandados pelo general 
MacArthur, adotaram a tática de reto-
mar ilha por ilha.
No norte da África, o marechal britâni-
co Bernard Law Montgomery derrotou os 
nazistas em El Alamein, no Egito (1943).
Na Europa, tropas aliadas invadiram 
a Sicília, chegando até Roma. O rei Vitor 
Emanuel III demitiu Mussolini e nomeou 
um novo ministro. Este assinou a rendi-
ção da Itália, que passou a ser inimiga da 
Alemanha.
Os alemães resistiram sozinhos, na 
Europa, e de Pennemünde lançaram as 
bombas voadoras, V.1 e V.2, em direção 
a Londres.
Os aliados se organizaram numa gi-
gantesca força-tarefa, sob o comando do 
general Eisenhower. No dia 6 de junho 
de 1944, milhares de soldados ingleses, 
estadunidenses e canadenses desembar-
caram na Normandia, França, na Opera-
ção Overlord: o Dia D. Paraquedistas ata-
caram ao amanhecer; navios caça-minas 
limparam as águas e belonaves e aviões 
bombardearam as posições inimigas.
Ao final do dia, mais de 3 milhões 
de soldados haviam desembarcado nas 
praias francesas.
Desembarque aliado na praia designada 
como Omaha, no Dia D – 6/6/1944.
No início de 1945, os estadunidenses 
desembarcaram em Iwo Jima e Okinawa, 
no Japão.
Soldados americanos hasteando 
a bandeira em Iwo Jima.
Enquanto isso, o Exército Vermelho conti-
nuava a atacar os alemães pela frente orien-
tal, em direção a Berlim.
Acuados, em 30 de abril de 1945, 
Hitler e sua mulher, Eva Braun, suicidaram-
-se em seu bunker (fortaleza), seguidos por 
Goebbels, ministro da Propaganda.
1945: o fi m da guerra
Invadida nos quatro cantos pelo Exérci-
to Aliado, a Alemanha rendeu-se, incondi-
cionalmente, em 8 de maio de 1945.
Acabava, assim, o III Reich e a Segunda 
Guerra Mundial, na Europa.
No Oriente, os japoneses ainda resis-
tiam, utilizando os kamikazes – filhos do 
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História \ Diferenças e semelhanças 173
vento, pilotos suicidas que se atiravam so-
bre os encouraçados estadunidenses.
Depois da rendição alemã, os EUA exi-
giram a rendição incondicional do Japão, 
o que não foi feito. O então presidente, 
Harry Truman, ordenou o lançamento de 
um novo armamento sobre o Japão.
O piloto do superfortaleza B-29 – batiza-
do de Enola Gay – tinha as seguintes ordens: 
“Lançar a primeira bomba especial tão logo 
o clima permitisse bombardeio visual após 
3 de agosto de 1945 numdos seguintes al-
vos: Kokura, Niígata, Hiroshima, Nagasaki".
No dia 6 de agosto de 1945, o avião 
Enola Gay percebeu uma cidade iluminada 
pelo sol da manhã e anunciou: "Já temos 
o alvo, Hiroshima". Às 8h15, desse mesmo 
dia, o mundo entrou na era nuclear. 
Diante do poder de destruição da bomba 
atômica e de seu cogumelo gigantesco a se 
levantar pelo céu adentro, a reação do capi-
tão Robert Lewis, copiloto, expressava todo 
o horror que essa nova arma produzira no 
mundo: "Meu Deus, o que foi que fizemos?", 
enquanto os sobreviventes contavam: "Vi-
mos um clarão e ficamos assim", não conse-
guindo explicar como foram queimados.
Em poucos segundos, 100 mil pessoas 
foram mortas. Três dias depois, outra bom-
ba matou mais de 200 mil pessoas em Naga-
saki. O Japão rendeu-se incondicionalmente, 
a bordo do encouraçado Missouri, perante 
o general MacArthur. Assim, em agosto de 
1945, terminava oficialmente a Segunda 
Guerra Mundial.
Rendição dos japoneses a bordo 
do encouraçado USS Missouri.
Os efeitos devastadores da bomba atômica, 
apelidada de Little Boy, sobre Hiroshima.
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O “saldo” deixado pela guerra
Foi o povo quem arcou com todos os pre-
juízos da Segunda Guerra Mundial. Foi de 
seu meio que vieram os soldados que mor-
reram lutando pela pátria em terras e mares 
desconhecidos; foi ele que produziu peças, 
armamentos e vestuários para os exércitos; 
foi o povo que teve seus campos destruídos 
e sua lavoura arrebatada pelos governos e, 
no final, foi novamente ele que arcou com a 
fome, as doenças e o desemprego.
Os números mostram o quanto deve-
mos ao povo, apesar de ele não aparecer, 
dando lugar a generais e marechais e a 
presidentes e ministros de Estado.
Na URSS, foram 26 milhões de mortos; 
na Polônia, 4,3 milhões; na Alemanha, 4,2 
milhões; na China, 2,2 milhões; no Japão, 
1,2 milhões; na França, 600 mil; nos EUA, 
400 mil; na Itália, 410 mil.
O povo judeu, sem pátria, perseguido 
desde a Antiguidade, perdeu 6 milhões de 
pessoas, exterminadas pelos nazistas nos 
campos de concentração de Auschwitz, 
Dachau, Treblinka, Buchenwald, Sobibor, 
entre tantos outros.
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Capítulo 7 – A Segunda Guerra Mundial \ Grupo 3
Prisioneiros judeus em campo de concentração
dos “três grandes”: Churchill, Roosevelt e 
Stálin (URSS). No encontro, Stálin conse-
guiu que se abrisse uma frente de guerra 
no Ocidente para aliviar a pressão nazista 
sobre o território soviético. Da decisão, 
nasceu o desembarque aliado na Norman-
dia – o Dia D – e os EUA e a Inglaterra reco-
nheceram a anexação dos países bálticos 
– Lituânia, Letônia e Estônia – pela URSS.
Em fevereiro de 1945, novamente os 
"três grandes" se reuniram na Conferência 
de Yalta, às margens do mar Negro, na Cri-
meia, e discutiram a criação da ONU após 
a guerra.
Estabeleceu-se a divisão da Coreia em 
áreas de dominação capitalista e socialis-
ta. A URSS ganhou o controle da Europa 
Oriental, libertada da ocupação nazista 
pelo Exército Vermelho.
Sentados, da esquerda para direita: Churchill, 
Roosevelt (então muito doente vindo a 
falecer logo depois) e Stálin, em Yalta.
Em julho de 1945, novamente os “três 
grandes” se reuniram na Conferência de 
Potsdam, perto de Berlim. Com a morte 
de Roosevelt, Truman representou os EUA.
As principais decisões dessa Conferên-
cia para a Alemanha foram a redução de 
sua capacidade industrial, a abolição dos 
trustes e cartéis, a desmilitarização, a im-
posição de pesadas indenizações aos alia-
dos (20 bilhões de dólares, a serem pagos 
com máquinas, equipamentos industriais 
e navios mercantes) e a cessão do porto 
de Dantzig à Polônia.
Decidiram ainda a divisão da Alemanha 
em quatro zonas de ocupação, administra-
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Essa perseguição aos judeus, em nome 
da raça ariana pura e superior, estendeu-
-se também sobre outros povos: eslavos 
e ciganos. Mesmo na loucura da guerra, 
os judeus contaram com a ajuda de pes-
soas que arriscaram fortuna e posição na 
missão de tentar salvá-los, como o alemão 
Schindler e o brasileiro Souza Dantas.
Decisões fi rmadas 
pelos Aliados
Antes mesmo do final da guerra, os Alia-
dos, já dando como certa a derrota do Eixo, 
assinaram os primeiros acordos e tratados 
relativos à guerra e à reorganização mun-
dial. Neles, definiram a partilha do mundo e 
estabeleceram as áreas de influência.
Em novembro de 1943, realizou-se a 
Conferência do Cairo, no Egito, com as 
participações de Roosevelt (EUA), Churchill 
(Inglaterra) e Chiang Kai-Chek (China), para 
discutir o futuro do Império Japonês.
Nessa conferência, foi decidido que os 
territórios ocupados pelo Japão, com exce-
ção da Coreia, seriam restituídos à China. O 
Japão ainda perderia todas as ilhas do Pací-
fico e territórios ocupados desde 1914.
Ao final de novembro, houve a Confe-
rência de Teerã, no Irã, com o encontro 
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das por Inglaterra, EUA, França e URSS. A 
capital da Alemanha, Berlim, que ficou na 
zona soviética, também foi dividida: meta-
de para os soviéticos e outra metade para 
ingleses, franceses e estadunidenses.
Os líderes nazistas foram considerados 
criminosos de guerra a serem julgados por 
um Tribunal Internacional instalado em 
Nuremberg.
Tribunal de Nuremberg
Nuremberg foi escolhida para sediar o 
Tribunal Internacional.
No Palácio da Justiça, jornalistas do mun-
do inteiro cobriram o julgamento dos líderes 
do nazismo acusados de crimes contra a paz, 
preparação e condução de guerra nas quais 
se desrespeitaram convênios e acordos in-
ternacionais, crimes de guerra caracteriza-
dos em assassinatos, deportações de popu-
lações dos territórios ocupados, pilhagem de 
propriedades públicas e privadas, persegui-
ções raciais, políticas, religiosas etc.
Quase duas centenas de nazistas foram 
processados e julgados, entre os quais o 
marechal Hermann Goering, comandan-
te da Luftwaffe; Ribbentrop, ministro do 
Exterior; e Rudolf Hess, representante de 
Hitler no Partido Nazista. 
Goering, o comandante da Luftwaffe, 
foi condenado à morte, mas suicidou-
-se com uma cápsula de cianureto, 
cuja origem é um mistério até hoje.
Ao final de 218 dias, 11 dos acusados 
foram condenados à morte, três à prisão 
perpétua, quatro a penas entre 10 anos e 
20 anos e três foram inocentados.
Muitos nazistas escaparam ao julga-
mento refugiando-se em outros países. 
Em 1960, Adolf Eichman, responsável pela 
deportação e extermínio de judeus, foi 
localizado na Argentina e levado a Israel, 
onde foi executado; Franz Stangl, chefe 
dos campos de concentração de Treblinka 
e Sobibor, foi encontrado em São Paulo 
e extraditado para a Alemanha em 1967; 
Josef Mengele, o "anjo da morte", res-
ponsável pelo extermínio em Auschwitz, 
e Birkenau, palco de experiências "cientí-
ficas", foi declarado morto em São Paulo, 
em 1979.
Organização das Nações Unidas
Em 1941, Churchill e Roosevelt assina-
ram a Carta do Atlântico, na qual a Ingla-
terra e os EUA renunciavam à anexação de 
territórios e propunham a liberdade nos 
mares e a cooperação entre as nações.
Em 1942, 26 nações aliadas contra o 
Eixo formaram o Pacto de Washington, 
aderindo à ideia de se criar um organismo 
internacional para zelar pela paz mundial.
Após a Conferência de Yalta, 50 países 
se reuniram nos EUA, em 1945, na Confe-
rência de São Francisco, para a criação da 
ONU – Organização das Nações Unidas –, 
tendo como objetivos: manter a paz e a 
segurança internacional, buscar a coope-
ração entre os povos e soluções para os 
problemas econômicos, sociais, culturais e 
humanitários.
Atualmente, a ONU congrega quase 
todas as nações do mundo e sua sede, 
em Nova York, compreende seis órgãos 
de decisão:
Conselho de Segurança: órgão mais 
importante,responsável pela manutenção 
da paz e da segurança no mundo, compos-
to por cinco membros permanentes com 
direito a veto – EUA, Inglaterra, França, 
Rússia e China – e dez membros sem di-
reito a veto, eleitos a cada dois anos pela 
Assembleia-geral.
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Capítulo 7 – A Segunda Guerra Mundial \ Grupo 3
Assembleia-Geral: participam todos os 
países-membro com direito a voto.
Secretaria-Geral: administra a institui-
ção e coloca em prática os projetos elabo-
rados pela entidade. O secretário-geral é 
a principal autoridade da ONU e é eleito, 
com direito à reeleição, pelo Conselho de 
Segurança e confirmado pela Assembleia-
-Geral por cinco anos.
Conselho de tutela: proteção a povos 
sem governo próprio.
Corte internacional de justiça: estabe-
lece os princípios de direito aceitos por to-
dos os países, julga as disputas entre eles e 
resolve conflitos legais.
Conselho econômico e social: responsá-
vel pelos programas econômicos e sociais.
pelos cinco membros do Conselho de Segu-
rança, os quais, por terem o direito de veto, 
impõem sua vontade sobre os demais.
Início da Guerra Fria
Após a guerra, o mundo assistiu à dis-
puta entre a União Soviética e os Estados 
Unidos da América pela hegemonia mun-
dial. As duas Nações se tornaram as maio-
res potências, ocupando o lugar da Ingla-
terra, França e Alemanha.
A Segunda Guerra não só não resolveu 
os problemas econômicos e sociais como, 
em muitos casos, aprofundou-os: lançou o 
mundo à beira de um ataque de nervos por 
causa da crescente rivalidade entre os ex-
-aliados, URSS e EUA, e à ameaça de uma 
guerra nuclear, logo após o seu término.
Assim, em 1947, teve início a chamada 
Guerra Fria. Esta caracterizou-se pela cor-
rida armamentista e espacial, pela tensão 
crescente entre socialismo e capitalismo 
no campo ideológico e pela consequente 
disputa por áreas de influência, pelos dois 
países hegemônicos.
O ocidente capitalista estava em alerta 
com relação à expansão soviética no Leste 
Europeu.
O presidente estadunidense Harry 
Truman concedeu apoio econômico e mi-
litar à Grécia e à Turquia, a fim de conter 
o avanço socialista, e lançou as bases da 
Doutrina Truman. Nela, defendia a lide-
rança internacional dos EUA, que se colo-
cavam como "guardiões da liberdade dos 
povos”, para conter a influência soviética.
Em seguida, o secretário de Estado, Ge-
orge Marshall, lançou um programa de in-
vestimentos e recuperação das economias 
europeias destruídas pela guerra, o Plano 
Marshall. No início, a URSS chegou a par-
ticipar das conversações, mas logo se reti-
rou das negociações rejeitando a proposta 
e acusando-os de favorecer interesses dos 
EUA.
Com a rejeição soviética, o Plano 
Marshall passou a ter como objetivos fun-
damentais conter a expansão dos ideais 
comunistas por meio da recuperação eco-
nômica europeia e manter o parque indus-
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Assembleia-geral da ONU
A ONU tem, ainda, órgãos específi-
cos, como a Organização das Nações Uni-
das para a Educação, Ciência e Cultura – 
Unesco; a Organização Mundial de Saúde 
– OMS; a Organização Internacional do 
Trabalho – OIT; o Banco Internacional de 
Reconstrução e Desenvolvimento – Bird; 
o Fundo Monetário Internacional – FMI; a 
Organização para Alimentação e Agricultu-
ra – FAO; o Fundo das Nações Unidas para 
a Infância – Unicef, entre outros.
Apesar de a ONU propor a igualdade so-
berana de todos os países-membro, ela foi 
estruturada de modo a garantir a hegemonia 
das grandes potências mundiais, compostas 
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trial norte-americano em pleno funciona-
mento, destinando parte de sua produção 
ao mercado europeu.
Novas relações internacionais
Para fazer frente à recuperação econô-
mica da Europa Ocidental, a URSS tratou 
logo de reforçar seus aliados. Assim, criou, 
em 1949, o Conselho de Assistência Eco-
nômica Mútua – Comecom, a fim de co-
ordenar a política econômica dos países-
-membro socialistas.
No mesmo ano, os EUA e a Europa Oci-
dental se aliaram militarmente e forma-
ram a Organização do Tratado do Atlânti-
co Norte, Otan.
Cartaz da Otan, em que se pode ler: 
Vigilância, o preço da liberdade.
Para se defenderem de um possível ata-
que da Otan, a URSS e a Europa Oriental for-
maram, em 1955, o Pacto de Varsóvia, que 
se dissolveu em 1991, com o fim da URSS.
Alemanha
Como dito anteriormente, a Alema-
nha foi responsabilizada pela guerra. Com 
isso, teve seu território dividido em zonas 
de ocupação aliada em 1945 e foi oficial-
mente dividida em dois países em 1949: 
a República Democrática Alemã (RDA) ou 
Alemanha Oriental, com capital em Berlim, 
sob influência soviética, e a República Fe-
deral Alemã (RFA) ou Alemanha Ocidental, 
com capital em Bonn, sob influência norte-
-americana.
Apesar de estar na parte soviética, a ci-
dade de Berlim foi dividida em duas: parte 
leste, socialista, e parte oeste, capitalista.
Em 1961, a cidade dividida foi separada 
pelo Muro de Berlim: 165 km de concreto, 
arame farpado, torres de vigia, soldados 
armados e fios eletrificados, que fechava 
a fronteira entre a parte socialista e a ca-
pitalista.
Em 1989, o Muro de Berlim foi derru-
bado e, no ano seguinte, a Alemanha tor-
nou-se novamente um único país.
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Em 1989, comemoração da queda do Muro de Berlim
Conclusão
O final da Segunda Guerra dividiu o mun-
do em dois blocos antagônicos, cuja conse-
quência foi a emergência da Guerra Fria en-
tre os países hegemônicos EUA e URSS.
A estrutura das relações internacionais 
tornou-se, assim, bipolar. A paz era garan-
tida pelo equilíbrio do terror: uma guerra 
envolvendo as duas nações significava a 
destruição mútua e do planeta.
As disputas de áreas de influência fize-
ram surgir organizações de ajuda militar 
mútua, como a Otan e o Pacto de Varsóvia. 
Estas incentivaram a proliferação de armas 
nucleares, as lutas pelo controle de áreas 
estratégicas e apoiaram conflitos armados 
localizados.
Esse clima de tensão mundial perdu-
rou até 1991, quando realmente ocorreu a 
queda do socialismo.
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Capítulo
7 A Segunda Guerra Mundial
01) Explique a Conferência de Munique e 
o que nela foi estabelecido.
02) Um dos primeiros passos da expansão 
nazista foi o Anschluss. O que significava?
03) A participação nazista na Guerra Civil 
Espanhola teve especial significado na Eu-
ropa pré-guerra, porque:
a. Hitler passou a controlar a passagem 
por Gibraltar com exclusividade.
b. a Alemanha passou a controlar mi-
litarmente os países ibéricos.
c. a Alemanha provou sua superiori-
dade racial perante o mundo.
d. a Alemanha usou a Espanha como 
laboratório de testes para suas ar-
mas.
e. a conquista da Espanha assegurava 
a vitória sobre a França.
04) A pretensão da hegemonia ariana, do 
retorno às glórias do Império Romano e da 
política "Ásia para os asiáticos" deu origem 
à formação de um bloco, cujo resultado foi 
a Segunda Guerra Mundial.
a. A que bloco estamos nos referindo?
b. Quais países compuseram-no?
c. Quais eram as semelhanças exis-
tentes entre esses países?
05) Em que medida os historiadores afir-
mam que a Segunda Guerra Mundial foi a 
continuação da Primeira Guerra?
06) A respeito do tratado Molotov-
-Ribbentrop, responda ao que se pede.
a. Por que o mundo foi “surpreendi-
do” pela assinatura desse tratado?
Ati vidade 23 ● Antecedentes e fatores
Exercícios de Aplicação
Foi uma reunião entre Itália, Alemanha, 
França e Inglaterra para decidir a divisão da 
Tchecoslováquia, entregando à Alemanha 
a região dos Sudetos. Ressalta-se ainda que 
essa reunião foi realizada sem a participação 
da Tchecoslováquia, a maior interessada.
A anexação da Áustria pela Alemanha sob 
o pretexto de ambos formarem um único 
povo ariano.
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Ao Eixo
Alemanha, Itália e Japão
Entre Alemanha, Itália e Japão, as seme-
lhanças eram o imperialismo,a necessidade 
de territórios fornecedores de matérias-
-primas e o fato de serem anticomunistas. 
Entre Alemanha e Itália, havia o fascismo, 
doutrina totalitária de extrema-direita, e o 
apoio da grande burguesia.
Ao final da Primeira Guerra, o Tratado de 
Versalhes estabeleceu condições humilhan-
tes para a Alemanha, que viu seu parque 
industrial aniquilado e suas forças armadas 
anuladas. Ao mesmo tempo, a Itália não fi-
cou satisfeita com a divisão do mundo entre 
França e Inglaterra. Some-se a isso o fato 
de as pretensões territoriais em busca de 
mercado fornecedor de matéria-prima e da 
ampliação do mercado consumidor não ter 
sido resolvido pela Primeira Guerra Mun-
dial, dando margem à Alemanha, ao Japão e 
à Itália de buscar esses territórios.
Este tratado estabelecia um acordo de não 
agressão entre a URSS e a Alemanha nazis-
ta. Ele surpreendeu a todos porque o nazis-
mo pregava que o comunismo era a causa 
de toda a desordem econômica alemã e da 
crise social estabelecida com os movimen-
tos operários. Ao mesmo tempo, França e 
Inglaterra, que fechavam os olhos à expan-
são germânica por causa do anticomunismo 
ferrenho dos nazistas, passaram a ficar se-
riamente preocupadas com Hitler.
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História \ Diferenças e semelhanças 179
b. O que mais foi estabelecido por 
meio dele?
c. Qual foi a sua consequência inter-
nacional?
07) A partir de 1931, o Japão deu início à 
política "Ásia para os asiáticos". A primeira 
região a ser invadida foi:
a. a China centro-ocidental.
b. a Mongólia.
c. a Rússia ocidental.
d. o Havaí.
e. a Manchúria.
08) O cartaz abaixo, produzido pelo go-
verno da Alemanha, afirmando "Dantzig é 
alemão", atiçava o povo contra qual país e 
por quê?
Exercícios Propostos
09) Essa foto de 1939, publicada pela 
Time-Life, registra o sucesso de Hitler as-
sistindo ao desfile nazista em comemora-
ção à vitória, em Varsóvia.
Em que país se localiza a referida cidade e 
qual foi a importância dessa vitória?
10) Em 1941, em plena Segunda Guerra 
Mundial, o primeiro-ministro da Inglater-
ra, Winston Churchill, afirmou: "Esta guer-
ra, de fato, é a continuação da anterior". 
Ele chegou a essa conclusão em razão:
a. de a Itália, derrotada na Primeira 
Guerra Mundial, haver adotado o 
fascismo como regime de governo.
b. de a França e a Alemanha serem 
inimigas tradicionais, sendo que, 
após a Primeira Guerra Mundial, a 
rivalidade aumentou por causa da 
derrota da França e seu desejo de 
revanche.
c. de as indenizações exigidas pe-
los países vencedores da Primei-
ra Guerra terem sido tão pesadas 
que, somadas às outras incluídas 
no Tratado de Versalhes, levaram 
a um clima de ressentimento entre 
os alemães, habilmente utilizado 
pelos nazistas.
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ET
TY
 IM
AG
ES
A divisão da Polônia entre soviéticos e ale-
mães e o controle comunista sobre Finlân-
dia, Letônia e Estônia, enquanto a Alema-
nha ficava com a Lituânia.
França e Inglaterra abandonaram a "políti-
ca de apaziguamento" e declararam apoio à 
Polônia em caso de ataque.
R.: E
Contra a Polônia, porque, após a Primeira 
Guerra Mundial, a Alemanha foi obrigada 
a lhe ceder parte de seu território para ter 
acesso ao mar. Como consequência, a Ale-
manha ficou dividida: a maior parte no oes-
te e a outra parte no leste – a Prússia orien-
tal e, entre elas, os poloneses.
Varsóvia é a capital da Polônia, que, à épo-
ca, tinha o apoio da Inglaterra e da França. 
Após sua invasão pelos nazistas, em 1º de 
setembro de 1939, ingleses e franceses de-
clararam guerra à Alemanha, dando início à 
Segunda Guerra Mundial.
R.: C
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Capítulo 7 – A Segunda Guerra Mundial \ Grupo 3
d. do avanço do comunismo, liderado pela URSS, que se assemelhava ao avanço 
ocorrido antes da Primeira Guerra, sob a liderança de Lênin.
e. de a Segunda Guerra Mundial ter sido travada pelos mesmos países, agrupados 
nos mesmos blocos ideológicos.
Ati vidade 24 ● A guerra na Europa
Exercícios de Aplicação
01) Qual é o significado de blitzkrieg e no que consistia?
02) Com relação ao mapa, responda ao que se pede.
A França em 1940
Londres
Calais Bruxelas
Vichy
OCEANO
ATLÂNTICO
Mar Mediterrâneo
FRANÇA
Rio Loire
Rio Reno
Território ocupado pelos alemães
Território francês controlado pelo
governo Vichy (colaboracionista)
Luxemburgo
Linha
Maginot
Paris
Dunquerque
a. Quem ficou responsável pelo governo colaboracionista de Vichy?
b. Como a França resistiu à ocupação alemã?
Os países vencedores 
da Primeira Guerra, es-
pecialmente a França, 
carregada de revan-
chismo, impuseram à 
Alemanha o Tratado de 
Versalhes, obrigando-
-a não só a pagar uma 
exorbitante indeniza-
ção em dinheiro, como 
também a entregar ter-
ritórios, armamentos, 
produção industrial, en-
tre outras obrigações. 
Essas exigências provo-
caram entre os alemães 
um intenso sentimento 
de humilhação que, 
mais tarde, foi canaliza-
do por Adolf Hitler para 
fazer crescer o nazismo.
Marechal Petain
Guerra-relâmpago: consistia em uma guerra que utilizava intensamente blindados, tanques panzers, 
veículos motorizados e aviação, possibilitando a rápida invasão e a sequente ocupação do território 
inimigo.
O general Charles de Gaulle organizou, em Londres, um governo paralelo e, pela rádio BBC, 
conclamava os franceses a resistirem aos alemães, organizando a "resistência".
EF
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História \ Diferenças e semelhanças 181
03) Os bombardeios aéreos foram utiliza-
dos tanto pelos países do Eixo quanto pe-
los Aliados. Uma das batalhas aéreas mais 
famosas foi travada nos céus de Londres.
a. Quais forças se enfrentaram?
b. Como o ministro inglês Churchill 
resumiu o sucesso da RAF?
04) O frio se aproximava. Os alemães não 
tinham trajes de inverno. Napoleão já fora 
derrotado pelo "general inverno" e Hitler, 
aparentemente, que nunca deu muita im-
portância à História, como deixou claro o 
general Guderian, o gênio da blitzkrieg: 
“Sim, mein führer, foi o senhor que nos 
colocou nesta confusão. Sem tanques sufi-
cientes, sem efetivos suficientes. E o tem-
po! Nós lemos o livro de Napoleão, mas o 
senhor – o senhor não quis escutar quando 
o avisamos sobre o clima... Agora estamos 
aqui, atolados...”
In: DURSCHMIED, E. Como a natureza 
mudou a história – p. 208.
O texto refere-se a um episódio da Segun-
da Guerra Mundial que foi fundamental 
para o seu desfecho, representado pela in-
vasão alemã à URSS, conhecida como:
a. Operação Overlord.
b. Dia D.
c. Guerra de Movimentos.
d. Retirada de Dunquerque.
e. Operação Barba-Ruiva.
Exercícios Propostos
05) Um dos episódios mais dramáticos da 
Segunda Guerra Mundial foi a "Retirada de 
Dunquerque". Explique por quê.
06) No que consistiu a "Operação Barba--
-Ruiva”?
A RAF (Royal Air Force) e a Luftwaffe (Força 
Aérea Alemã).
"Nunca tantos deveram tanto a tão poucos".
No exercício 04, in-
vasão nazista sobre a 
URSS, a fim de destruir 
o comunismo e, ao 
mesmo tempo, ocupar 
os campos de trigo e de 
produção de petróleo, 
foi chamada de Opera-
ção Barba-Ruiva.
Trata-se da fuga de franceses e ingleses para 
a Inglaterra, os quais atravessaram o canal 
da Mancha, após terem sido “empurrados” 
pelo avanço alemão.
Foi a invasão nazista feita pelos alemães à 
União Soviética, com o objetivo de liquidar 
o comunismo e anexar territórios ricos em 
cereais, minérios e petróleo.
R.: E
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Capítulo 7 – A Segunda Guerra Mundial \ Grupo 3
07) Leia o texto a seguir e explique o que 
o autor quis afirmar com a “falta de realis-
mo” de Stalin:
Hoje sabemos que Stálin foi a prin-
cipal vítima dessa falta de realismo, 
recusando-se obstinada e sistematica-
mente a aceitar a acumulação de provas 
detalhadas e absolutamente confiáveis 
do plano de Hitler de atacar a União So-
viética, mesmo depois que os alemães 
já haviam cruzado sua fronteira. 
HOBSBAWM, E. Tempos interessantes. 
São Paulo: Companhia das Letras.2002, p. 186. Fragmento.
Ati vidade 25 ● A guerra no mundo
Exercícios de Aplicação
01) Leia o texto e justifique a alternativa assinalada:
Às 5 da manhã do dia 7 de dezembro de 1941, aviões japoneses bombardearam a base 
da Marinha norte-americana de Pearl Harbor, no Havaí, colocando os Estados Unidos na 
guerra.
Sobre o conflito no Pacífico durante a Segunda Guerra Mundial, podemos afirmar:
a. Abriu-se espaço para a expansão do Japão, no Oriente Médio, que conseguiu 
colocar sob a sua órbita de influência o Paquistão e a Índia.
b. Demonstrou-se a instabilidade que pairava sobre o Pacífico e o Sudeste Asiático, 
antes controlados por França e Inglaterra e, agora, disputados por japoneses e 
norte-americanos.
c. Os violentos combates aéreos e os bombardeios efetuados por todos os países 
no conflito, principalmente pela Itália e Alemanha, visavam a defender as posi-
ções japonesas.
d. Foi fundamental para o avanço dos países do Eixo, tanto no próprio Pacífico quan-
to na Europa, culminando com o lançamento das bombas atômicas pela Inglater-
ra sobre a Ásia.
e. Nos combates entre japoneses e norte-americanos contra tropas sino-soviéticas, 
o objetivo era expandir o socialismo no Sudeste Asiático.
A “falta de realismo” de Stálin a que se re-
fere o autor baseia-se na existência de um 
pacto de não agressão entre Alemanha 
e URSS, conhecido por Pacto Molotov-
-Ribbentrop, que foi assinado em 23 de 
agosto de 1939 em Moscou, estabelecen-
do que ambos os países se comprometiam 
a manterem-se afastados um do outro em 
termos bélicos. Tal tratado foi feito por ini-
ciativa de Hitler, que estava interessado em 
invadir a Polônia e, para isso, deveria isolar 
a URSS. Entretanto, em abril de 1941, Hitler 
rompeu o tratado e invadiu a URSS, na Ope-
ração Barbarossa (ou Barba-Ruiva).
No exercício 01, em 
razão de franceses e 
ingleses terem volta-
do sua atenção para 
a guerra que se espa-
lhava pela Europa, o 
Sudeste Asiático ficou 
desguarnecido e atraiu 
a cobiça de japoneses e, 
em seguida, de norte-
-americanos. R.: B
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História \ Diferenças e semelhanças 183
03) Até meados de 1942, os países do 
Eixo estavam em vantagem, mas, desde 
esse momento, ocorreram alguns eventos 
que marcaram a inversão da guerra, isto 
é, a vantagem passou para os Aliados. De 
quais eventos estamos falando?
Com base em conhecimentos históricos, po-
de-se afirmar que essa imagem representa:
a. a nacionalização de empresas 
americanas e europeias pelo go-
verno japonês.
b. a propaganda nazista contra o Ja-
pão nos anos iniciais da Segunda 
Guerra Mundial.
c. a superioridade do guerreiro sa-
murai japonês diante das forças 
dos Aliados.
d. o bombardeio atômico das cidades 
de Hiroshima e Nagasaki pela avia-
ção norte-americana.
e. a aliança entre o Japão e a União 
Soviética contra o avanço dos Alia-
dos na Segunda Guerra Mundial.
Exercícios Propostos
05) Até o final de 1941, desenrolavam-se 
no mundo duas guerras: a guerra euro-
peia, iniciada por Hitler ao atacar a Polô-
nia, e a guerra asiática, iniciada pelo Japão 
ao atacar a Manchúria. Em 7 de dezembro 
de 1941, as duas guerras formaram uma. O 
que aconteceu nesse dia?
RE
PR
O
D
U
ÇÃ
O
02) O marechal britânico Bernard Law 
Montgomery foi um dos grandes líderes 
dos Aliados no norte da África.
a. Quem era seu principal inimigo na 
região?
b. Como se chamava a divisão alemã 
na África?
c. A derrota nazista imposta por 
Montgomery no norte da África 
ocorreu em:
04) Observe o cartaz, difundido no Ja-
pão durante a Segunda Guerra Mundial 
(1939-1945).
Era o marechal Erwin Johannes Eugen Rom-
mel, apelidado de “A raposa do deserto”.
Afrika Korps
El Alamein, no Egito
Da vitória soviética em Stalingrado e das vi-
tórias norte-americanas nas batalhas marí-
timas do Coral e de Midway sobre o Japão.
O cartaz retrata a supe-
rioridade do guerreiro 
samurai, personagem 
que caracteriza a cultu-
ra japonesa, em relação 
às forças dos Aliados no 
contexto da Segunda 
Guerra Mundial.
O Japão atacou a base naval norte-ameri-
cana de Pearl Harbor, provocando a decla-
ração de guerra dos Estados Unidos a este 
país, que participava do Eixo, aproximando 
os norte-americanos dos Aliados e fundin-
do o conflito, que contaria com a definitiva 
participação norte-americana na Europa a 
partir de 1942, após submarinos alemães 
afundarem navios mercantes dos EUA.
R.: C
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Capítulo 7 – A Segunda Guerra Mundial \ Grupo 3
01) Antes do término da guerra, os países 
aliados começaram a fazer acordos deci-
dindo o futuro dos países do Eixo. Em qual 
tratado tomou-se decisões sobre o império 
japonês?
02) O presidente dos EUA, na Conferência 
de Yalta (fevereiro de 1945), foi criticado 
por alguns setores aliados, porque, entre 
outros aspectos:
a. permitiu que o Japão conservasse 
territórios ocupados na China.
b. defendeu a não divisão do territó-
rio alemão em zonas de ocupação.
c. negou a validade de um tribunal 
internacional para julgar os líde-
res nazistas acusados de crimes de 
guerra.
d. propôs a realização de um plebisci-
to para a divisão da Itália em zonas 
de ocupação.
e. concordou em deixar a Europa 
Oriental sob a influência soviética.
03) Na Conferência de Potsdam, realiza-
da pelos “três grandes” − Stálin, Churchill 
(Attlee) e Truman −, ficou decidido(a):
a. a reunificação da Alemanha
b. a intervenção da URSS no Japão 
após a rendição alemã.
c. a divisão da Alemanha em quatro 
zonas de ocupação.
d. a substituição da ONU pela Liga 
das Nações.
e. o controle soviético sobre China, 
Iugoslávia e Polônia.
04) O que foi decidido sobre a Coreia na 
Conferência de Yalta e qual a relevância 
desta conferência para o mundo?
Ati vidade 26 ● Decisões fi rmadas pelos Aliados
Exercícios de Aplicação
06) Após a rendição da Itália e da Alema-
nha, o Japão continuou a guerra num con-
fronto tão suicida quanto os voos de seus 
pilotos kamikazes (“vento divino”). Em agos-
to, o Japão rendeu-se, incondicionalmente, 
a bordo do encouraçado Missouri, às forças 
aliadas. Que fato apressou o fim da Guerra?
07) Explique o que foi o Dia D e qual foi o 
nome da operação ocorrida nesse dia.
Na Conferência do Cairo (novembro de 
1943), em que se estabeleceu que os terri-
tórios ocupados pelo Japão seriam restituí-
dos à China, com exceção da Coreia.
R.: E
R.: C
A Coreia foi dividida em duas zonas de influ-
ência: ao norte, influência socialista; ao sul, 
capitalista. Yalta foi o ponto de partida para 
que EUA e URSS dividissem o mundo, no 
século XX, entre eles, estabelecendo suas 
áreas de influência e dando origem à bipo-
larização mundial.
As bombas atômicas estadunidenses lançadas 
sobre as cidades de Hiroshima e Nagasaki.
Operação Overlord, que consistiu no 
desembarque dos Aliados na Normandia, 
França, a fim de abrir uma nova frente de 
combate aos alemães.
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História \ Diferenças e semelhanças 185
Exercícios Propostos
05) Explique a Conferência de Teerã como 
responsável pela derrota alemã.
06) Observe a imagem abaixo. 
Essa foto foi tirada na Conferência de 
Potsdam, realizada entre 17 de julho e 2 
de agosto de 1945. Da esquerda para a di-
reita, sentados estão o primeiro-ministro 
britânico Clement Attlee (que havia subs-
tituído Churchill no cargo dez dias após o 
início da Conferência), o presidente esta-
dunidense Harry Truman (que, na condi-
ção de vice-presidente, assumiu o gover-
no dos Estados Unidos após a morte de 
Franklin Delano Roosevelt, em 12 de abril 
de 1945) e o líder soviético Joseph Stálin.
Quais foram as decisões tomadas por 
Attlee, Stálin e Truman em relação à Ale-
manha nessa conferência?
U
N
IVERSAL IM
AG
ES G
RO
U
P 
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ETTY IM
AG
ES
Ati vidade 27 ● Início da Guerra Fria
Exercícios de Aplicação
01) Em 1946, na cidade norte-americana 
de Fulton, o então ex-primeiro ministro 
britânico Winston Churchill alertou o Oci-
dente da ameaça comunista e denominou 
os países socialistas que faziam fronteira 
com a Europa ocidental de "Cortina de 
Ferro". Paraimpedir esse avanço na Euro-
pa ocidental, o presidente estadunidense 
elaborou a “Doutrina Truman”. Explique os 
objetivos dela.
Ela estabeleceu a abertura de uma fren-
te ocidental que deu origem à Operação 
Overlord, que consistiu em um gigantesco 
desembarque das tropas aliadas na costa da 
Normandia. O exército nazista não teve con-
dições de enfrentar os soviéticos pelo leste 
nem os anglo-americanos pelo oeste.
Promulgada em 1947, a Doutrina Truman 
marcou historicamente o início da Guerra 
Fria. Seu primeiro objetivo foi prestar ajuda 
econômica e militar à Grécia e à Turquia, 
ameaçadas pelo socialismo. Mais tarde, ela 
passou a defender a liderança mundial dos 
Pagamento de pesada indenização de guer-
ra (20 bilhões de dólares) aos Aliados; di-
visão de seu território e de sua capital em 
quatro zonas de influência (URSS, EUA, In-
glaterra e França) e julgamento dos líderes 
nazistas.
EUA, que se colocavam como protetores da 
liberdade e da democracia contra o comu-
nismo ateu.
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Capítulo 7 – A Segunda Guerra Mundial \ Grupo 3
02) Analise o mapa.
Distribuição das forças no confronto entre Estados Unidos e União Soviética
PORTUGAL
ESPANHA
FRANÇA
BÉLGICA
LUXEMBURGO
REINO 
UNIDO
ISLÂNDIA
IRLANDA
ÁFRICA
HOLANDA
SUÍÇA
ITÁLIA
ROMÊNIA
GRÉCIA
NORUEGA
SUÉCIA
BULGÁRIA
TURQUIA
FINLÂNDIA
IUGOSLÁVIA
HUNGRIA
ÁUSTRIA
TCHECOSLOVÁQUIA
POLÔNIA
DINAMARCA
ALEMANHA
ORIENTAL
ALEMANHA
OCIDENTAL
Mar Negro
Mar Cáspio
Mar Mediterrâneo
Mar do 
Norte
CANADÁ
URSS
EUA
ALBÂNIA
Assinale a alternativa que afirme corretamente o contexto histórico retratado pelo mapa 
e justifique a resposta.
a. Primeira Guerra Mundial
b. Segunda Guerra Mundial
c. Crise de 1929
d. Guerra Fria
e. Guerra de Varsóvia
03) Quando e para que foi criada a ONU?
04) Explique o que significam:
a. Plano Marshall;
b. Comecom;
c. Otan;
Plano Marshall: ajuda econômica norte- 
-americana para a reconstrução da Europa 
Ocidental e para garantir mercados para a 
produção industrial.
Em 1945, na Conferência de São Francisco, 
para garantir a paz mundial no mundo pós-
-guerra.
O mapa se refere ao contexto da Guerra Fria, destacando os países-membro das alianças militares 
daquela época, Otan e Pacto de Varsóvia.
Comecom: Conselho de Assistência Eco-
nômica Mútua, ajuda econômica soviética 
para a reconstrução da Europa Oriental.
Otan: Organização do Tratado do Atlântico 
Norte, aliança político-militar entre os EUA 
e os países da Europa Ocidental contra um 
possível ataque soviético.
R.: D
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História \ Diferenças e semelhanças 187
d. Pacto de Varsóvia;
e. Tribunal de Nuremberg.
05) Assinale C para a afirmativa correta, E 
para a afirmativa errada e corrija os erros 
das afirmações equivocadas.
O plano Marshall tinha por objetivo:
(  ) I. reconstruir a Europa Oriental, 
por meio de ajuda financeira, após 
a crise do socialismo.
(  ) II. combater os efeitos da Grande 
Depressão sobre a economia nor-
te-americana, procurando retomar 
a prosperidade do país.
(  ) III. refazer o aparelho produtivo 
europeu e, ao mesmo tempo, abrir 
caminho para a penetração do ca-
pital norte-americano na Europa.
(  ) IV. servir de obstáculo à expansão 
dos ideais socialistas nos países de-
vastados pela guerra.
(  ) V. apoiar e incentivar o desenvolvi-
mento industrial da América Latina.
06) Leia o texto abaixo:
A Europa estava em declínio havia 
décadas, ainda que muitos analistas 
acreditassem que a situação era mara-
vilhosa e que o futuro estava garanti-
do. Eles tinham essa impressão porque 
nos anos seguintes à Segunda Guerra 
Mundial a recuperação dos países eu-
ropeus havia sido espetacular e promis-
sora. [...] Ao mesmo tempo, a Europa 
era dependente dos Estados Unidos no 
campo de defesa. A cooperação militar 
interessava a todos enquanto havia a 
União Soviética.
LAQUEUR, Walter. Veja, 1º 
fev. 2012. Fragmento.
Podemos perceber no texto que o autor faz 
algumas referências implícitas acerca de de-
terminados momentos históricos sobre a Eu-
ropa pós-guerra. Assinale a alternativa que 
melhor corresponde aos fatos mencionados 
no texto e justifique a resposta.
a. A divisão da Alemanha em dois 
países e a implementação da União 
Europeia para promover a recupe-
ração econômica do continente.
b. O período da Guerra Fria, a ajuda 
econômica promovida pelo Plano 
Marshall e a criação da Otan.
c. A ajuda econômica aos países do 
Leste Europeu, promovida pelo 
Comecon, e a criação do Pacto de 
Varsóvia.
d. A derrota dos países do Eixo ante 
os Aliados e a cooperação econô-
mica entre os países asiáticos con-
tra o imperialismo soviético.
e. A rivalidade interna entre os Alia-
dos, na Segunda Guerra Mundial, e 
a formação de dois blocos militares 
antagônicos, promovendo o enfra-
quecimento da Europa.
Pacto de Varsóvia: aliança político-militar 
entre a URSS e a Europa Oriental para se de-
fenderem de um eventual ataque da Otan.
Tribunal de Nuremberg: Tribunal Internacio-
nal de Justiça, para julgamento de líderes 
nazistas por crimes de guerra.
C
E
E
E
C
I. O objetivo era apoiar os países da Europa 
Ocidental arruinados pela Segunda Guerra.
II. Os efeitos da Grande Depressão foram 
combatidos pelo New Deal.
V. Os objetivos eram o apoio e o incentivo às 
indústrias da Europa Ocidental.
R.: B
Guerra Fria: tempo histórico de disputas estratégicas e conflitos indire-
tos entre Estados Unidos e União Soviética, compreendendo o período 
entre o final da Segunda Guerra Mundial (1945) e a extinção da União 
Soviética (1991).
Plano Marshall: elaborado pelos Estados Unidos, tinha o objetivo de 
reconstruir os países aliados da Europa nos anos seguintes à Segunda 
Guerra Mundial, entre 1948-1951. O nome do plano deve-se ao seu 
mentor, George Marshall, então secretário de Estado.
Organização do Tratado do Atlântico Norte: aliança militar intergover-
namental que tinha o objetivo de instituir um sistema de defesa coletiva, 
na qual os seus Estados-membro concordavam com a defesa mútua em 
resposta a ataques cometidos por qualquer entidade externa. Essa alian-
ça militar, formada por EUA, países europeus e Canadá, foi criada em 
1949, no contexto da Guerra Fria. Com a queda do socialismo, países do 
Leste Europeu passaram a fazer parte dessa organização militar.
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Capítulo 7 – A Segunda Guerra Mundial \ Grupo 3
Exercícios Propostos
combros: cidades e campos haviam 
sido destruídos e arruinados. Havia 
ainda a forte sensação de perda e 
de vazio nas pessoas, pois sua casa, 
seu emprego e seus parentes haviam 
desaparecido. Sobre essa paisagem 
desoladora, pairava uma sombra 
ameaçadora que vinha do Leste Eu-
ropeu e assustava os EUA, em razão 
de seu crescente aumento: o comu-
nismo.
Diante disso, os Estados Unidos:
a. lançaram a Doutrina Truman e o 
Plano Marshall, a fim de deter a 
expansão comunista e recuperar 
a Europa, mantendo, ao mesmo 
tempo, sua capacidade industrial 
em funcionamento.
b. ocuparam militarmente vários 
pontos da Europa, especialmente 
aqueles que faziam fronteira com 
países comunistas.
c. lançaram o Plano Dawes, com a 
finalidade de recuperar as eco-
nomias alemã e italiana, pois 
possíveis radicalizações pode-
riam acontecer nesses países e, 
ao mesmo tempo, colaborar com 
as empresas norte-americanas ali 
estabelecidas.
d. elaboraram o Destino Manifesto, 
a fim de fazer frente ao avanço 
comunista em direção à Europa 
Ocidental, ajudando militarmen-
te os países aliados.
e. passaram a importar produtos 
manufaturados e de tecnologia 
de ponta dos países europeus, 
com a finalidade de colaborar 
com a sua recuperação econômi-
ca, social e industrial.
07) O conceito de Guerra Fria, aplicado às 
relações internacionais após 1945, signifi-
cou basicamente:
a. o apoio às repúblicas latino-ame-
ricanas ameaçadas após o sucesso 
de Fidel Castro, em Cuba.
b. as disputas entre árabes e judeus 
pela posse da Palestina.
c. a rivalidade entre dois blocos anta-
gônicos, liderados por EUA e URSS.
d. as lutas de independênciado con-
tinente africano contra o domínio 
português.
e. a insatisfação da China e do Japão 
com a divisão da Coreia entre os 
países hegemônicos.
08) Após o fim da Segunda Guerra Mun-
dial, o presidente norte-americano Harry 
Truman promulgou a sua doutrina – Dou-
trina Truman –, com a finalidade de colo-
car os EUA como os "guardiões da liberda-
de dos povos". Em seguida, o secretário de 
Estado, George Marshall, lançou o Plano 
Marshall, que consistia em:
a. efetuar investimentos a fim de re-
cuperar as economias dos países 
ocidentais, com o objetivo de evi-
tar a expansão do comunismo.
b. reurbanizar os países europeus de-
vastados pela guerra.
c. recuperar apenas as economias 
da Alemanha e do Japão, os países 
mais devastados pela guerra.
d. rearmar os países aliados, a fim de pre-
venir um possível ataque soviético.
e. ajudar todos os países envolvidos 
na guerra e, dessa forma, tentar 
evitar uma expansão comunista.
09) Assinale a alternativa correta e justifi-
que a resposta:
Após a Segunda Guerra Mun-
dial, a Europa encontrava-se em es-
No exercício 09, termi-
nada a Segunda Guerra 
Mundial, os Estados Uni-
dos ficaram assustados 
com o ímpeto expan-
sionista do comunismo 
pelo Leste europeu e 
pela Ásia. Diante disso, 
o presidente Harry Tru-
man lançou a sua dou-
trina: os Estados Unidos 
ajudariam qualquer país 
"ameaçado" pelo co-
munismo; estava come-
çando a Guerra Fria. O 
Plano Marshall, lançado 
na mesma época, teve a 
finalidade de recuperar 
a Europa Ocidental e o 
Japão, pois, ao mesmo 
tempo em que evitaria 
a expansão do comu-
nismo, recuperaria um 
grande mercado con-
sumidor representado 
pela Europa, o que faria 
com que a indústria nor-
te-americana mantives-
se a sua produção.
R.: A
R.: C
O Plano Marshall visava 
não só evitar a expansão 
comunista, mas tam-
bém achar um meio de 
manter o capitalismo 
funcionando, pois, com 
as economias ocidentais 
praticamente destruídas, 
o mercado consumidor 
para os produtos agríco-
las e industriais estaduni-
denses seria demasiada-
mente restrito.
R.: A
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História \ Diferenças e semelhanças 189
Momento de novas 
descobertas
10) A imagem abaixo retrata a construção 
do Muro de Berlim, em 1961.
Esse muro foi o grande símbolo da Guer-
ra Fria. Embora o muro de Berlim tenha 
sido destruído, ainda há outros “muros” 
pelo mundo, que também separam as 
pessoas e/ou nações. Forme um grupo 
para localizar esses “muros” e cite pelo 
menos dois casos em que isso existe, 
produzindo um resumo das principais in-
formações obtidas.
KE
YS
TO
N
E-
FR
AN
CE
 / 
G
AM
M
A-
KE
YS
TO
N
E 
/ 
G
ET
TY
 IM
AG
ES
Resposta pessoal O exercício 10 possi-bilita a realização de um 
trabalho interdisciplinar, 
englobando Geografia 
e Ciências Sociais. Em 
geral, os novos "muros" 
hoje em evidência são o 
da Cisjordânia (Oriente 
Médio) e o da fronteira 
dos Estados Unidos com 
o México, entre tantos 
outros.
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Capítulo 7 – A Segunda Guerra Mundial \ Grupo 3
Anotações
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Capítulo
8República brasileira: de Dutra a JK
Aspectos gerais da 
República brasileira após 
a Segunda Guerra
Após o encerramento do Estado Novo, 
em fins de outubro de 1945, assumiu tem-
porariamente a Presidência da República 
brasileira o ministro do Supremo Tribunal 
Federal, José Linhares.
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O cearense José Linhares (1886-1957) foi 
a opção imediata para assumir o comando 
do país após a renúncia de Getúlio Vargas, 
uma vez que não havia vice-presidente– 
cargo suspenso no Brasil desde 1934 –, 
assim como não havia presidente da Câmara 
dos Deputados, tampouco presidente 
do Senado, já que o Poder Legislativo 
tinha sido abolido no Estado Novo.
Em 2 de dezembro de 1945, foram 
realizadas eleições, como estava previsto. 
O candidato à Presidência da República 
pela coligação PSD-PTB (Partido Social 
Democrata e Partido Trabalhista Brasileiro), 
general Eurico Gaspar Dutra, foi o vencedor 
com pouco mais de 55% dos votos, derro-
tando os candidatos Eduardo Gomes, da 
UDN (União Democrática Nacional), e Yedo 
Fiúza, do PCB (Partido Comunista Brasileiro).
Também foram eleitos deputados fede-
rais e senadores para compor uma Assem-
bleia Nacional Constituinte, a fim de ela-
borar uma nova Constituição para o Brasil 
pós-Estado Novo.
Dutra e os parlamentares eleitos toma-
ram posse em fins de janeiro de 1946. Os tra-
balhos da Assembleia Constituinte tiveram 
início em seguida e, em setembro de 1946, 
foi promulgada a quinta Constituição do Bra-
sil e a quarta da República, que vigorou até 
1964, quando um golpe de Estado dado por 
militares rompeu com várias de suas deter-
minações. Três anos mais tarde, o governo 
militar brasileiro substituiria definitivamente 
a Carta Magna brasileira por outra.
Características da Constituição de 1946:
• restabelecimento da República Fe-
derativa Presidencialista;
• três poderes harmônicos e inde-
pendentes entre si;
• voto secreto e universal aos maio-
res de 18 anos e alfabetizados;
• igualdade de todos perante a lei;
• eleições diretas para todos os níveis;
• restrições ao direito de greve e à 
organização sindical;
• obstáculos à reforma agrária, im-
pondo pesadas indenizações pré-
vias aos proprietários em caso de 
desapropriações.
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A Constituição de 1946 restabeleceu o 
cargo de vice-presidente, eleito de maneira 
dissociada do presidente (o eleitor votava 
separadamente para os dois cargos, ao 
contrário do que acontece atualmente no 
Brasil, quando o vice é eleito vinculadamente 
ao presidente). Nereu Ramos foi o primeiro 
eleito para esse cargo, mas de forma indireta, 
ou seja, pelos deputados federais e senadores.
Professor(a), o perío-
do da República brasi-
leira que se inicia com o 
fim do Estado Novo e se 
estende até 1964 (capí-
tulos 8 e 9) costuma ser 
designado de várias ma-
neiras: República Liberal, 
República Populista, Re-
pública Liberal-Populista, 
República Democrática. 
O mais importante é que 
os alunos percebam que, 
de fato, o país caminhou 
mais em direção à demo-
cracia, sobretudo se to-
marmos como exemplos 
os períodos da História 
do Brasil anteriores a 
ele. Contudo, vale res-
saltar que o direito de 
voto não era concedido 
aos analfabetos e que o 
populismo orientava as 
ações governamentais. 
Isso precisa ser esclareci-
do para os alunos, a fim 
de que eles percebam 
as limitações da "demo-
cracia" brasileira desse 
período, principalmente 
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Capítulo 8 – República brasileira: de Dutra a JK \ Grupo 4
MONTAGEM SOBRE FOTOS DE 
GALERIA DE PRESIDENTES / 
GOVERNO DO BRASIL, ARCHIVO 
GENERAL DE LA NACIÓN E 
ARCHIVO GENERAL DE LA 
NACIÓN ARGENTINA
O populismo
O “fenômeno político” conhecido 
como populismo emergiu em países 
como Brasil, México e Argentina a partir 
da década de 1930. Para compreendê-lo 
melhor, precisamos relacioná-lo ao con-
texto das transformações econômicas e 
sociais ocorridas na América Latina, em 
decorrência da Crise de 1929 e da Gran-
de Depressão que a ela se seguiu: a eco-
nomia capitalista mundial foi arrastada 
para um longo ciclo de falências, dimi-
nuição do comércio e desemprego.
Sob essas circunstâncias, o modelo 
agrário-exportador da economia latino-
-americana entrou em colapso por causa 
da retração do comércio internacional, 
abalando, assim, o predomínio das oligar-
quias no poder político.
Por outro lado, a crise acabou por es-
timular um moderado desenvolvimento 
industrial no Brasil, no México e na Argen-
tina. Assim, a economia meramente agrá-
rio-exportadora desses países começou a 
dividir espaço com a industrial, voltada, 
sobretudo, para o abastecimento interno.
Da esquerda para a direita: Getúlio 
Vargas, Lázaro Cárdenas (México) e Juan 
Domingo Perón (Argentina). Esses são 
considerados os principais representantes 
do populismo na América Latina.
Nesse quadro de industrialização,ini-
ciou-se o processo de transição de uma 
sociedade rural, de base econômica agrá-
ria, para uma sociedade urbana, de base 
econômica industrial. Houve a emergência 
de novas classes sociais, como o proleta-
riado (operários das fábricas) e os setores 
médios urbanos, que se tornaram elemen-
tos políticos importantes no novo cenário 
socioeconômico da América Latina.
A transformação econômica e a incor-
poração desses novos setores sociais sob 
o controle do Estado formaram a base do 
populismo: pela primeira vez, as reivindi-
cações populares foram introduzidas nos 
programas do Estado, ainda que sob o con-
trole deste.
No caso brasileiro, o populismo foi 
engendrado durante a Era Vargas (1930-
1945), mas manteve-se como fenômeno 
político até 1964.
Governo de Eurico 
Gaspar Dutra
Esse governo foi iniciado num quadro 
econômico favorável. A balança de paga-
mentos estava em situação favorável, o 
governo possuía uma reserva disponível 
de 700 milhões de dólares, graças às ex-
portações realizadas durante a guerra.
Mas Dutra, seguindo o modelo liberal, 
abriu o mercado brasileiro às importações, 
principalmente de produtos dos Estados 
Unidos. O resultado foi que, em apenas 
um ano, o Brasil gastou praticamente toda 
a sua reserva monetária.
A conjuntura internacional pós-guerra 
também exerceu grande influência: na bi-
polarização mundial, o Brasil alinhou-se à 
política externa estadunidense, inserindo-se 
no quadro da Guerra Fria, a partir de 1947, 
com o lançamento da Doutrina Truman.
Para sedimentar a aliança, o Brasil rece-
beu os EUA na Conferência Interamericana 
de Petrópolis, Rio de Janeiro, em agosto/
setembro de 1947, e uma das resoluções 
foi a assinatura do Tratado Interamerica-
no de Assistência Recíproca (Tiar) entre os 
dois países.
Em vista de tamanha proximidade com 
os Estados Unidos, nada mais natural que 
o governo brasileiro rompesse relações 
diplomáticas com a URSS e, por consequ-
ência, decretasse a extinção do Partido 
Comunista, chefiado por Luís Carlos Pres-
tes, cassando os mandatos dos deputados 
eleitos pelo PCB.
pelo fato de o populismo 
"atrelar" as massas ur-
banas (e, a partir de fins 
da década de 1950, tam-
bém as rurais) a determi-
nadas figuras políticas, 
dificultando, assim, uma 
autoconsciência socio-
política.
Habilidades a serem 
trabalhadas:
Reconhecer a impor-
tância da participação 
política e do voto para o 
exercício da cidadania.
Identificar as princi-
pais características do 
Estado brasileiro em 
diferentes períodos da 
República.
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História \ Relações 129
A política econômica que reduzira dras-
ticamente as nossas reservas monetárias 
obrigou o Estado a intervir na economia, 
procurando retomar o crescimento econô-
mico. Para fazer frente à crise, o governo 
passou a emitir papel-moeda, desvalori-
zando a moeda nacional frente ao dólar e 
alimentando a inflação.
Nas ruas e nas fábricas, aumentava a in-
satisfação contra o aumento do custo de vida 
e o congelamento dos salários que vigorava 
desde 1942, quando o Brasil adotou uma 
"economia de guerra". Iniciou-se então uma 
série de protestos e greves operárias.
Seguindo a orientação de economistas 
estadunidenses, que, por meio da Missão 
Cooke-Abbink, tinham a finalidade de es-
tudar uma solução para o desenvolvimen-
to econômico do Brasil sob o contexto da 
"política da boa vizinhança" mantida pelos 
Estados Unidos, o governo Dutra elaborou 
o Plano Salte – Saúde, Alimentação, Trans-
porte e Energia – para combater a crise.
Entretanto, a própria Missão Cooke-
-Abbink havia afirmado que o Brasil pre-
cisaria de recursos externos para pôr em 
prática um plano econômico. Em se tra-
tando do imediato pós-Segunda Guerra, 
o único país com condições de "auxiliar" o 
Brasil seria os Estados Unidos, mas este es-
tava comprometido com a Europa Ociden-
tal, por conta do Plano Marshall. Restrito 
apenas aos próprios recursos, o Brasil viu o 
Plano Salte não obter grandes êxitos.
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Dutra (à direita) recebendo o presidente 
estadunidense Harry Truman para a 
Conferência Interamericana de Petrópolis, 
na qual o Brasil firmou aliança com o 
bloco capitalista, durante a Guerra Fria.
Enquanto isso, Getúlio Vargas se prepa-
rava para retornar à arena política, fazendo 
acordos com lideranças estaduais e adotan-
do uma postura democrática na imprensa.
A sucessão presidencial
A disputa pela Presidência da República 
deu-se entre o brigadeiro Eduardo Gomes 
(UDN – União Democrática Nacional), João 
Mangabeira (PSB – Partido Socialista Bra-
sileiro), Cristiano Machado (PSD – Partido 
Social Democrata) e Getúlio Vargas (PTB – 
Partido Trabalhista Brasileiro –, dissidentes 
do PSD e PSP – Partido Social Progressista).
Nas eleições de 3/10/1950, Getúlio Var-
gas tornou-se o novo presidente do Brasil.
E ele voltou! Governo 
de Getúlio Vargas
Getúlio Vargas, eleito presidente pelo 
voto popular direto, encontrou um país di-
ferente daquele que deixara em 1945.
O setor industrial se expandira, assim 
como a presença do capital estrangeiro, 
notadamente o estadunidense.
Com a sua ascensão, dois grupos emer-
giram no contexto político-econômico: 
de um lado, tendo à frente a UDN, se en-
contravam os defensores de maior parti-
cipação do capital externo na economia 
nacional, alegando a necessidade de trans-
ferência de tecnologia e capitais; e, de ou-
tro lado, os defensores da promoção do 
desenvolvimento econômico com capital 
nacional e participação do Estado, rejei-
tando a abertura da economia ao capital 
estrangeiro. Estes eram denominados na-
cionalistas enquanto aqueles, que defen-
diam a presença do capital externo, eram 
chamados de “entreguistas”.
Getúlio Vargas manteve-se fiel ao seu 
pensamento nacional populista, mas sabia 
que era impossível renegar a presença do 
capital estadunidense. Para contornar a si-
tuação, ele defendeu a ideia de que os ca-
pitais externos deveriam ser disciplinados 
e o Estado deveria participar ativamente 
do processo econômico.
Nesse contexto, ele criou, em 1953, a 
Petrobras, estabelecendo a nacionalização 
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Capítulo 8 – República brasileira: de Dutra a JK \ Grupo 4
do petróleo e o monopólio estatal sobre a 
prospecção e refino do petróleo no país, 
após uma intensa campanha popular: 
"O petróleo é nosso!".
Planejava, ainda, criar a Eletrobras, 
uma estatal para cuidar da geração e dis-
tribuição de energia elétrica.
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Participaram da campanha "O petróleo é 
nosso" intelectuais como Monteiro Lobato, 
jornalistas, estudantes (UNE – União Nacional 
dos Estudantes) e vários partidos políticos.
A oposição a Getúlio se fortalecia cada 
vez mais. A criação da Petrobras e o na-
cionalismo de Getúlio Vargas não eram 
bem vistos pelos Estados Unidos e, como 
forma de pressão, o presidente estadu-
nidense Eisenhower cancelou unilateral-
mente o acordo de desenvolvimento en-
tre Brasil e EUA, entregando-nos apenas 
180 milhões de dólares dos 400 milhões 
prometidos. Esse acordo era fruto da Mis-
são Brasil-EUA, uma retomada da Missão 
Cooke-Abbink que, dada a mudança do ce-
nário internacional com a Guerra da Coreia 
(1950-1953), levara os EUA a ampliar sua 
atenção para os países em desenvolvimen-
to, possíveis alvos de avanço do comunis-
mo internacional.
Para complicar a situação, os traba-
lhadores, que eram a massa de apoio do 
governo, realizavam greves reivindicando 
aumentos salariais.
Em 1953, Getúlio Vargas nomeou João 
Goulart como ministro do Trabalho, o qual, 
para não perder o apoio operário, reorga-
nizou os sindicatos e concedeu, com a au-
torização de Vargas, um aumento de 100% 
no salário mínimo.
Duas figuras emblemáticas do governo de 
Vargas, eleito pelo voto direto: à esquerda, 
João Belchior Marques Goulart (1919-
1976), conhecido por “Jango”, e, à direita, 
um dos maiores expoentes da oposição ao 
nacionalismo varguista: Carlos Frederico 
Werneck de Lacerda (1914-1977).
Reações negativas e atitudes de insatisfa-ção começaram a surgir por toda parte: os 
Estados Unidos mostravam-se descontentes 
com a criação da Petrobras e preocupados 
em fiscalizar os lucros de suas empresas no 
país com a Lei de Lucros Extraordinários, que 
só não foi aprovada no Congresso graças à 
pressão de grupos internacionais; a burgue-
sia estava assustada com o aumento do salá-
rio mínimo; os militares acusavam o governo 
de comunista por causa do apoio dos traba-
lhadores e lançaram o Manifesto dos Coro-
néis; e a imprensa, por meio dos jornais de 
maior circulação da época, publicava artigos 
acusando o governo de corrupção e de estar 
envolvido em "um mar de lama".
A crise atingiu seu ápice no dia 5 de 
agosto de 1954, quando Lacerda sofreu 
um atentado na rua Toneleros, em Copa-
cabana. Ele foi ferido, mas um amigo que 
o acompanhava, o major da Aeronáutica 
Rubens Vaz, foi morto. A autoria do crime 
apontou para Gregório Fortunato, o guar-
da-costas de Getúlio.
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História \ Relações 131
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Acima, Carlos Lacerda ferido no atentado 
da rua Toneleros, Rio de Janeiro, 
5/8/1954. Abaixo, o major da Aeronáutica, 
Rubens Florentino Vaz (1922-1954), 
que perdeu a vida no atentado.
A oposição, com apoio dos militares, 
exigia a renúncia de Getúlio Vargas.
Na madrugada de 24 de agosto de 
1954, Vargas suicidou-se com um tiro 
no coração e a notícia provocou uma 
violenta comoção popular. A reação 
do povo surpreendeu seus oponentes. 
Uma onda de simpatia por Getúlio Var-
gas envolveu o país. Lacerda precisou 
esconder-se e pouco depois deixava o 
país à espera de que a fúria do povo 
amainasse. Caminhões de entrega do 
jornal oposicionista O Globo foram 
queimados pela multidão enfurecida, 
que se lançou de assalto ao edifício da 
embaixada dos EUA.
SKIDMORE, T. De Getúlio a Castelo. Ed. Saga.
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O adeus do povo ao "Pai dos pobres". Uma 
multidão acompanha o corpo do presidente 
Getúlio Vargas até o Aeroporto Santos 
Dumont, de onde seguiria para o enterro 
em São Borja (RS), sua cidade natal.
O “golpe preventi vo”
Para cumprir o restante do mandato 
de Getúlio, que terminaria em janeiro de 
1956, assumiu o vice-presidente João Café 
Filho.
Em outubro de 1955, ocorreram elei-
ções para presidente da República e para 
vice-presidente, tendo sido eleitos para 
esses cargos, respectivamente, Juscelino 
Kubitscheck de Oliveira (PSD) e João 
Goulart (PTB). Os candidatos à Presidên-
cia derrotados foram Juarez Távora (UDN) 
e Adhemar de Barros (PSP). JK, como ficou 
conhecido o presidente Juscelino, recebeu 
pouco mais de 35% dos votos, enquanto 
Távora ficou com cerca de 30% e Adhemar 
de Barros próximo de 26%. O fato de JK não 
ter obtido maioria dos votos – embora a 
Constituição de 1946 não exigisse essa ob-
tenção– serviu de pretexto para que setores 
golpistas da UDN, aliados a membros da Ae-
ronáutica, questionassem o pleito eleitoral.
Em novembro de 1955, por razões de 
saúde, Café Filho licenciou-se do cargo, as-
sumindo em seu lugar o então presidente 
da Câmara dos Deputados, Carlos Luz, de-
putado federal pelo PSD. A UDN, derrotada 
pela terceira vez consecutiva em eleições 
presidenciais, animou-se com a possibilida-
de de um golpe de estado visando impedir 
a posse de JK e Jango, alegando, inclusive, 
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Capítulo 8 – República brasileira: de Dutra a JK \ Grupo 4
que os dois estavam sendo apoiados por 
comunistas. Ainda na época da campanha, 
Carlos Lacerda havia publicado em seu jor-
nal, A Tribuna da Imprensa, um documento 
em que João Goulart aparecia tendo liga-
ções com peronistas argentinos, que esta-
riam fornecendo armas destinadas às mi-
lícias operárias brasileiras. Tal documento, 
conhecido com Carta Brandi, não teve sua 
autenticidade comprovada.
Percebendo a manobra política e gol-
pista dos udenistas, que contavam com o 
apoio de Carlos Luz, o então ministro da 
Guerra, general Henrique Teixeira Lott, 
liderou o que ficou conhecido como Mo-
vimento de 11 de Novembro, ou “Golpe 
Preventivo”: Carlos Luz foi deposto da 
Presidência da República apenas três dias 
após ter assumido, e o cargo foi entregue 
por Lott ao vice-presidente do Senado, Ne-
reu Ramos (senador pelo PSD).
Alguns dos principais personagens políticos 
de 1955 (da esquerda para a direita): Café 
Filho, Carlos Luz, Teixeira Lott e Nereu Ramos.
Em 31 de janeiro de 1956, Nereu Ra-
mos empossou JK e Jango.
Governo de Juscelino 
Kubitschek 
Juscelino Kubitschek de Oliveira co-
meçou a governar enfatizando a neces-
sidade de promover o desenvolvimento 
e a ordem: o desenvolvimento agradaria e 
atenderia aos anseios da população dese-
josa de mudanças e de modernização, e a 
ordem, por sua vez, era uma maneira de 
atender os militares e acalmá-los.
Em seu discurso de posse, JK afirmou: "Se 
alguma coisa nos falta é termos consciência 
exata de que somos irremediavelmente 
um grande país. Não podemos convencer 
os outros dessa realidade quando 
não estamos dela convencidos".
50 anos em 5
O programa de governo de JK foi esta-
belecido no Plano de Metas, explicitando 
31 objetivos que procuravam privilegiar 
os setores de energia, transporte, alimen-
tação, indústria de base e educação. Seu 
slogan era “Crescer 50 anos em 5”.
Cunhou a expressão "nacional desen-
volvimentismo", que representava uma po-
lítica econômica que combinava a ação do 
Estado com as empresas nacionais e com o 
capital estrangeiro para promover o desen-
volvimento com base na industrialização.
A chamada "metassíntese" consistia na 
construção de Brasília, com os objetivos de 
transferir a capital do Rio de Janeiro para o 
interior, afastando-se da intensa agitação 
do eixo Rio-São Paulo, e, ao mesmo tem-
po, incentivar a interiorização demográfica 
e econômica.
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História \ Relações 133
Unindo-se ao talento e à criatividade de 
Oscar Niemeyer e Lúcio Costa, JK construiu 
a terceira capital do Brasil, urbanisticamen-
te planejada, com linhas arquitetônicas le-
ves e arrojadas, cujo resultado inscreveu o 
Brasil na história da arquitetura e urbanis-
mo mundiais, sendo tombada como patri-
mônio da humanidade pela ONU.
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Dos cérebros privilegiados de Lúcio Costa 
(1902-1998) e Oscar Niemeyer (1907-
2012) para as pranchetas; das pranchetas 
ao chão e deste erguendo-se para o céu. 
Brasília, a nova capital, foi trabalho de 
todos: dos anônimos "candangos" ao 
presidente JK, e é a prova de que um sonho 
que se sonha junto torna-se realidade.
Para colocar em prática o Plano de Me-
tas, JK criou uma espécie de "administra-
ção paralela", representada por grupos de 
trabalho e execução subordinados direta-
mente à Presidência. Esses grupos tinham 
por finalidade desenvolver os vários se-
tores industriais – automobilístico, naval, 
máquinas pesadas – para promover um 
rápido desenvolvimento, realizando em 
5 anos o que se faria em 50. Daí o lema 
"50 anos em 5".
Para reforçar o otimismo e a euforia, o 
Brasil foi campeão mundial de futebol em 
1958, na Suécia.
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Após o fiasco de perder a Copa em casa, no Maracanã, para o 
Uruguai, em 1950, o Brasil tornou-se campeão na Suécia, em 
1958, revelando artistas da bola como Garrincha, Nilton Santos, 
Didi e Pelé, e inflando o orgulho nacional: "A taça do mundo 
é nossa. Com o brasileiro não há quem possa!". (Da esquerda 
para a direita, em pé: o treinadorFeola, Djalma Santos, Zito, 
Bellini, Nilton Santos, Orlando, Gilmar; agachados: Garrincha, 
Didi, Pelé, Vavá, Zagalo e o preparador físico Paulo Amaral)
O crescimento econômico não atingiu 
as várias regiões do país, e as disparida-
des regionais foram acentuadas, principal-
mente entre o Sudeste e o Nordeste.
Assim, populações nordestinas, vitima-
das historicamente pelo latifúndio e pelas 
secas prolongadas, passaram a reivindicar 
melhores condições de vida, de trabalho e 
reforma agrária, tendo à frente Francisco 
Julião, que organizou os trabalhadores ru-
rais nas Ligas Camponesas.
Em 1959, procurando diminuir tais dis-
paridades, assim como "esvaziar" a influên-
cia de Francisco Julião junto ao campesinato 
nordestino, JK criou a Superintendência do 
Desenvolvimento do Nordeste – Sudene –, 
colocando o economista Celso Furtado na 
direção, com o objetivo de promover o de-
senvolvimento da região.
Habilidade a ser tra-
balhada:
Reconhecer que o 
processo histórico não 
decorre apenas da ação 
dos chamados grandes 
personagens.
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Capítulo 8 – República brasileira: de Dutra a JK \ Grupo 4
A sucessão
A campanha para a sucessão de JK 
apresentou um dado novo: Jânio Quadros, 
governador de São Paulo, candidato pelo 
PTN (Partido Trabalhista Nacional), que 
contava com o apoio de Carlos Lacerda, da 
UDN. Segundo o historiador Boris Fausto: 
"A UDN hesitava entre o lançamento de 
uma candidatura própria e o apoio a Jânio".
Jânio corria em faixa própria, critican-
do a corrupção do governo e a desordem 
financeira. Sem ter programa definido e 
desprezando os partidos políticos, atraía 
o povo com sua figura popularesca e 
ameaçadora, que prometia castigo impla-
cável aos beneficiários de negociatas e de 
qualquer tipo de corrupção.
Estava longe do figurino da UDN, mas, 
ao mesmo tempo, incorporava, a seu modo, 
algo do discurso udenista. Representava, 
sobretudo, uma grande oportunidade de o 
partido chegar, afinal, à Presidência, embo-
ra por um atalho desconhecido.
Concorriam com Jânio Quadros Ademar 
de Barros pelo PSP, autor de frases como 
“Para a frente e para o alto!", referindo-se 
à cidade de São Paulo, – acusado várias 
vezes de corrupção, ficou conhecido pelo 
“Rouba, mas faz!” –, e o general Lott pela 
coligação PSD-PTB.
Em outubro de 1960, os resultados 
das urnas deram a vitória a Jânio Quadros 
(48,27% dos votos), e João Goulart foi elei-
to vice-presidente novamente, formando a 
dobradinha Jan-Jan, Jânio e Jango. Contu-
do, Jango havia sido candidato a vice pela 
coligação PSD-PTB, o que o distanciava 
politicamente de Jânio Quadros (devemos 
nos lembrar de que os votos para presi-
dente e vice-presidente eram separados, 
desvinculados).
Contudo, no cenário nacional, a es-
tabilidade política, o desenvolvimento 
econômico e a liberdade democrática en-
chiam o país de otimismo. Em apenas três 
anos, uma capital foi construída. Iniciada 
em 1956, foi inaugurada em 21 de abril 
de 1960.
As regiões de Santo André, São Bernar-
do do Campo e São Caetano – ABC paulis-
ta – receberam indústrias automobilísticas 
como a Volkswagen, a Ford e a General 
Motors, tornando essa região o maior cen-
tro da classe operária brasileira.
Em função das indústrias automobi-
lísticas, expandiram-se as estradas de ro-
dagem, em prejuízo da rede ferroviária. 
A localização geográfica de Brasília obrigou 
o país a construir estradas para interligar 
as várias regiões e a capital.
Para abastecer o setor industrial, JK 
construiu as usinas hidrelétricas de Furnas 
e Três Marias.
A construção dessas obras públicas 
exigiu enormes investimentos. Para ar-
car com os gastos, JK emitiu papel-moe-
da, elevando a inflação e prejudicando as 
camadas populares devido à corrosão sa-
larial, aumentou consideravelmente a dí-
vida externa do país e favoreceu os inves-
timentos estrangeiros.
A concentração industrial no ABC pau-
lista transformou São Paulo no "Eldora-
do" brasileiro. Para lá e também para as 
cidades industrializadas de Minas Gerais 
e Rio de Janeiro acorriam populações de 
várias partes do Brasil em busca de em-
prego e de melhores condições de vida, 
transformando as relações regionais e 
aprofundando as desigualdades econô-
mico-sociais entre o Sudeste e as demais 
regiões brasileiras.
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Capítulo
8República brasileira: de Dutra a JK
Ati vidade 28 • Aspectos gerais da República 
brasileira após a Segunda Guerra
Exercícios de Aplicação
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A
01) A respeito da Constituição de 1946, 
responda ao que se pede.
a. Ela foi promulgada. O que isso 
significa?
b. Apesar de ser uma das Constitui-
ções mais democráticas promul-
gadas no Brasil até a sua época, 
a Carta Magna de 1946 continha 
aspectos negativos em relação aos 
interesses das camadas populares. 
Apresente alguns desses aspectos.
02) Defina o populismo no Brasil.
Exercícios Propostos
03) Observe as imagens para, em seguida, assinalar a alternativa que contenha os paí-
ses correspondentes a cada líder populista, da esquerda para a direita.
Vargas PerónCárdenas
a. México, Brasil e Argentina.
b. Brasil, Argentina e México.
c. Argentina, México e Brasil.
d. México, Argentina e Brasil.
e. Brasil, México e Argentina.
Significa que a Carta Magna de 1946 foi ela-
borada por uma Assembleia Constituinte, 
cujos integrantes haviam sido legitimamen-
te escolhidos pelo voto dos eleitores.
Ela impunha restrições ao direito de greve e 
à organização sindical e dificultava a refor-
ma agrária.
Desde a Era Vargas (1930-1945), o populis-
mo se caracterizou como um fenômeno po-
lítico marcado pela manipulação do Estado 
sobre as camadas urbanas e suas reivindica-
ções, atendendo a algumas exigências para 
melhor controlar essas massas, que se cons-
tituíam em sua base de apoio. Esse fenôme-
no continuou existindo na vida sociopolítica 
brasileira no período entre 1945 e 1964.
R.: E
No exercício 03, Juan 
Domingos Perón foi o 
principal representante 
do populismo na Argen-
tina, Getúlio Vargas foi 
o principal líder popu-
lista no Brasil, e Lázaro 
Cárdenas, no México.
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Capítulo 8 – República brasileira: de Dutra a JK \ Grupo 4
04) Situe historicamente cada uma das 
Constituições que o Brasil teve, entre 1824 
e 1946.
05) Leia o texto abaixo.
De maneira geral, o populismo no 
Brasil está, historicamente, alicerça-
do no discurso do desenvolvimento, 
sobretudo, industrial. E esse discur-
so é, ao mesmo tempo, o sucesso e 
o fracasso de um governo populista. 
Já que o progresso do capital vem 
acompanhado de desigualdades, po-
breza e outras mazelas. Assim, são 
postos os limites da manipulação 
populista. Pois enquanto a economia 
cresceu, houve acumulação e pôde 
o Estado atender, no interesse dessa 
mesma acumulação e de sua susten-
tação política, a demanda dos traba-
lhadores. Contudo, tão logo se esgo-
ta o ciclo de expansão da economia 
brasileira, essa demanda extrapola a 
capacidade de atendimento do Esta-
do, abrindo as portas para uma ver-
dadeira mobilização política popular.
WEFFORT, F. O populismo na política 
brasileira. São Paulo: Paz e Terra, 1989.
Agora, assinale a alternativa que caracteri-
za o populismo no Brasil.
a. Caracterizou-se pelo estabeleci-
mento de governos democrático-
-populares, implantados no Brasil 
desde a Proclamação da República, 
em 1889.
b. Foi marcado pela consolidação do 
regime democrático no país, a par-
tir do governo Dutra, constituindo-
-se em experiência única na Amé-
rica Latina.
c. Caracterizou-se pela tentativa de 
conciliação do capital com o tra-
balho, como política governamen-
tal, favorecendo a organização e o 
atrelamento dos sindicatos ao Es-
tado.
d. Caracterizou-se pelo predomínio 
dos civis na vida políticabrasilei-
ra, já que durante a sua existência 
ocorreu a reclusão dos militares 
aos quartéis, impedindo-os de par-
ticipar das decisões políticas.
e. Representou uma época marcada 
pela instabilidade política da Repú-
blica, com a ocorrência de várias re-
voltas sociais, como Canudos, Con-
testado e a Greve Geral de 1917.
Ati vidade 29 • Governo de Eurico Gaspar Dutra
Exercícios de Aplicação
01) Com o fim do Estado Novo e a demo-
cratização do país, o general Eurico Gaspar 
Dutra venceu as eleições e assumiu a Pre-
sidência. Em seu governo, Dutra:
a. apesar de ter sido eleito pelo voto 
popular, buscou reforçar as insti-
tuições do Estado Novo, não per-
mitindo a reabertura do Congres-
so e mantendo a Constituição de 
1937.
b. apoiou o bloco capitalista na Guer-
ra Fria, porém procurou manter 
relações diplomáticas com o bloco 
comunista, visando ao mercado 
consumidor dos países que com-
punham esse bloco.
1824: Constituição Imperial, elaborada após 
a independência política. Foi outorgada pelo 
imperador D. Pedro I, isto é, imposta após 
ele ter dissolvido a Constituinte em 1823.
1891: promulgada após a proclamação da 
República, em substituição à Constituição 
Imperial.
1934: promulgada, após a Revolução de 
1930, por Getúlio Vargas, para atender à 
pressão das classes dominantes, que exi-
giam a legalização constitucional, o que re-
sultou na Revolução de 1932, em São Paulo.
1937: Constituição outorgada por Getúlio 
Vargas após o golpe de Estado que implan-
tou o Estado Novo.
1946: promulgada por Gaspar Dutra após a 
derrubada do Estado Novo.
R.: C
No exercício 05, no Bra-
sil – e em outros países 
da América Latina –, o 
desenvolvimento indus-
trial ocorrido nas primei-
ras décadas do século XX 
criou as condições para o 
surgimento de uma bur-
guesia e de um proleta-
riado até então inexisten-
tes. Os líderes populistas 
trabalharam no sentido 
de conciliar esses grupos, 
criando, por meio do go-
verno, políticas de con-
trole sindical.
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História \ Relações 137
c. realizou um governo voltado para 
o desenvolvimento industrial, au-
torizando os Estados Unidos a 
construírem a Siderúrgica de Vol-
ta Redonda e, em contrapartida, 
apoiando os norte-americanos du-
rante a Guerra Fria.
d. alinhou-se integralmente ao bloco 
liderado pelos Estados Unidos, no 
contexto da Guerra Fria, pratican-
do uma economia extremamen-
te liberal, e buscou neutralizar a 
influência dos comunistas.
e. não participou de nenhum dos blo-
cos que dividiam o mundo duran-
te a Guerra Fria, praticando uma 
política externa independente, 
visando ganhar os mercados con-
sumidores dos países de ambos os 
blocos.
02) Explique os principais aspectos da 
economia brasileira durante o governo 
Dutra.
03) O Plano Salte (saúde, alimentação, 
transporte e energia) foi uma tentativa 
de planificação estatal da economia no 
governo Dutra. Pode-se afirmar que um 
dos fatores que condicionaram o relativo 
fracasso do plano foi a política econômica 
inicialmente adotada por aquele governo, 
a qual determinou:
a. a elevação drástica das taxas infla-
cionárias, em razão dos aumentos 
reais concedidos ao salário mínimo.
b. uma forte recessão devida aos ter-
mos ortodoxos do acordo então 
firmado com o FMI.
c. graves dificuldades no setor expor-
tador, causadas pela elevação de 
taxas protecionistas condenadas 
formalmente pelo GATT.
d. falhas no abastecimento interno 
de insumos industriais devidas ao 
cancelamento unilateral de acor-
dos comerciais com os Estados 
Unidos.
e. o esgotamento das divisas interna-
cionais do país, por causa da aber-
tura então praticada no setor das 
importações.
Exercícios Propostos
04) A política econômica do governo Du-
tra opunha-se à praticada no Estado Novo 
por Vargas, na medida em que:
a. anulava todas as conquistas traba-
lhistas da Era Vargas.
b. impunha rigoroso intervencionis-
mo, ao contrário da política liberal 
de Vargas.
c. praticava protecionismo alfandegário 
para defender as indústrias de base.
d. adotava política liberal, facilidades 
alfandegárias, esgotando as reser-
vas acumuladas no Estado Novo.
e. defendia o nacionalismo econômico 
e a expulsão do capital estrangeiro.
05) Em 31/1/1946, o general Eurico Gas-
par Dutra tomou posse como presidente 
da República, sucedendo Getúlio Vargas. 
Seu governo alinhou o Brasil aos EUA, na 
gestação da Guerra Fria, durante:
a. a Conferência da Organização dos 
Estados americanos.
b. a Conferência Interamericana da 
Paz.
c. a Conferência de Versalhes, após a 
Segunda Guerra.
d. a Conferência de Bandung, no Su-
deste Asiático.
e. a Conferência com o FMI para re-
negociar a dívida externa.
R.: D 
Ao assumir o governo, Dutra encontrou a 
balança de pagamentos em situação favo-
rável, com uma reserva disponível de 700 
milhões de dólares. Ao praticar exagerado 
liberalismo e abusar da importação de pro-
dutos estadunidenses, colocou, em um ano, 
a economia brasileira em situação crítica 
novamente.
R.: E
R.: D
R.: B
No exercício 01, o go-
verno Dutra, durante 
o período de redemo-
cratização, em plena 
Guerra Fria, integrou 
o bloco liderado pelos 
Estados Unidos e prati-
cou uma economia exa-
geradamente liberal, 
que chegou a reduzir 
a quase zero a capitali-
zação feita por Getúlio 
durante a guerra. Du-
tra não só perseguiu 
os comunistas, como 
proibiu a existência do 
Partido Comunista em 
1947, quando começou 
a Guerra Fria.
No exercício 03, o re-
lativo fracasso do Plano 
Salte é justificado pela 
falta de recursos esta-
tais para investir nele, 
uma vez que a política 
liberal que prevaleceu 
no governo Dutra, nos 
anos que antecederam 
ao plano, esgotaram as 
divisas do Brasil.
No exercício 04, en-
quanto o Estado Novo foi 
marcado por uma política 
econômica protecionista, 
visando o desenvolvi-
mento interno do Brasil, 
o governo Dutra, princi-
palmente em seus pri-
meiros anos, privilegiou 
uma política econômica 
liberal, que abriu o país 
para as importações.
No exercício 05, a 
Conferência Interame-
ricana para a Manu-
tenção da Paz e Segu-
rança no Continente, 
realizada no Rio de Ja-
neiro em 1947, estale-
ceu as bases do Trata-
do Interamericano de 
Assistência Recíproca 
(TIAR), também co-
nhecido como Tratado 
do Rio.
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Capítulo 8 – República brasileira: de Dutra a JK \ Grupo 4
06) O Plano Salte, organizado no gover-
no Dutra (1946), previa, com a Missão 
Cooke- Abbink, a cooperação americano-
brasileira para:
07) Em maio de 1947, o governo do pre-
sidente Eurico Gaspar Dutra colocou na 
ilegalidade o PCB e, cerca de oito meses 
depois, cassou os mandatos de seus re-
presentantes no Congresso Nacional, nos 
legislativos estaduais e executivos munici-
pais. Entre os cassados, estava o senador 
Luís Carlos Prestes, que se elegera senador 
com o maior número de votos na última 
eleição. Esse episódio foi reflexo direto:
a. dos atos efetuados pelos comunistas 
contra o governo, destacando-se a 
Intentona Comunista.
b. da oposição violenta ao governo 
do presidente Dutra, chegando até 
a invadir o Palácio do Catete.
c. da falta de participação nos deba-
tes parlamentares realizados no 
Congresso Nacional.
d. do início da Guerra Fria, ocorrido 
no mesmo ano, com a divisão do 
mundo em dois blocos ideológicos 
antagônicos.
e. da pressão política exercida por Es-
tados Unidos e Inglaterra para que 
o Brasil cassasse o PCB.
Ati vidades 30 e 31 • E ele voltou! Governo de Getúlio Vargas
Exercícios de Aplicação
01) No Brasil pós-1945, Getúlio Vargas 
procurou apoiar-se nas massas populares 
para obter apoio ao seu programa econô-
mico. Ele concedeu especial atenção:
a. aos partidos socialistas.
b. aos integralistas.
c. aos comunistas.
d. aos tenentes.
e. aos trabalhadores urbanos.
02) 
Senhores membros do Congresso 
Nacional, tenho a honra de submeter à 
consideração de Vossas Excelências o 
anexo projeto de lei destinado a criar a 
sociedade por ações Petróleo Brasilei-
ro S.A., para levar a efeito a pesquisa, 
a extração, o refino, o transportede 
petróleo e seus derivados, bem como 
quaisquer atividades correlatas ou 
ativas, através de empreendimentos à 
altura das necessidades nacionais de 
combustíveis líquidos (...).
Mensagem do presidente Getúlio Vargas 
ao Congresso Nacional — 8/12/1951.
Explique as razões que levaram à criação 
da Petrobras, em 1953.
Combater a crise econômica, enfatizando 
os setores estratégicos de saúde, alimen-
tação, transporte e energia, captando re-
cursos no exterior, ou seja, empréstimos 
estadunidenses.
R.: D
R.: E A Petrobras foi criada após intensa campa-nha popular envolvendo vários setores da 
sociedade. Ela utilizava o slogan "O petróleo 
é nosso" e está ligada à política nacionalista 
de Getúlio Vargas, visando a dotar o país de 
autonomia energética para subsidiar o de-
senvolvimento nacional.
No exercício 07, após 
a Segunda Guerra Mun-
dial, emergiram no ce-
nário mundial as cha-
madas superpotências: 
Estados Unidos, líder 
do bloco capitalista, e 
União Soviética, líder do 
bloco comunista. Dessa 
forma, o Brasil, pelos 
acordos e tratados feitos 
com os Estados Unidos, 
inseriu-se no bloco ca-
pitalista e, obrigatoria-
mente, rompeu com o 
bloco comunista.
No exercício 01, a li-
gação de Vargas com os 
trabalhadores urbanos 
por meio das leis tra-
balhistas acabou conce-
dendo-lhe o apelido de 
"pai dos pobres". Tanto 
que a sua base eleitoral 
era o Partido Trabalhis-
ta Brasileiro (PTB).
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História \ Relações 139
03) Assinale C para a afirmação correta e 
E para a errada.
A eleição de Getúlio Vargas, em 1950, para 
um novo mandato presidencial, apresentou 
um dos momentos mais representativos do 
chamado "Estado populista" porque:
(  ) revolucionou a economia, estabe-
lecendo o primeiro plano nacional 
– o Salte.
(  ) deu maior assistência aos traba-
lhadores e, ao mesmo tempo, na-
cionalizou setores da economia.
(  ) buscou o apoio da burguesia na-
cional, aliando-se à UDN. 
(  ) buscou o apoio das massas popula-
res para seus projetos econômicos, 
por meio de sua ligação com o mo-
vimento trabalhista.
04) No início da década de 1950, lança-
do candidato à Presidência pelo PTB, mas 
apoiado por diferentes classes, era natural 
que os discursos e as ações de Getúlio va-
riassem de conteúdo na tentativa de agra-
dar os diversos grupos sociais. Em um de 
seus discursos, Vargas diria:
[...] empenhar-me-ei fundo em fazer 
um governo eminentemente nacionalista. 
O Brasil ainda não conquistou a sua in-
dependência econômica e, nesse sentido, 
farei tudo para consegui-lo. Cuidarei de 
valorizar o café, de resolver o problema 
da eletricidade e, sobretudo, de atacar a 
exploração das forças internacionais.
SILVA, H. História da República 
brasileira. São Paulo: Ed. Três. 1975.
Eleito com 48,7% dos votos, o seu segundo 
governo (1951-1954) terminou com o seu 
suicídio em meio a uma crise que se for-
mou graças a fatores como:
a. o fechamento do Congresso, que aca-
bou por unir, numa frente ampla, os 
defensores dos ideais democráticos, 
os nacionalistas e os cafeicultores.
b. o apoio do presidente aos políticos 
da UDN (União Democrática Nacio-
nal), favoráveis à organização de 
um golpe para mantê-lo no poder.
c. a política econômica adotada, de 
cunho nacionalista, da qual um dos 
marcos foi a criação da Petrobras, 
que não agradou a grupos sociais 
ligados ao capital estrangeiro.
d. a série de convulsões sociais provo-
cadas pela inflação, com movimen-
tos grevistas organizados pelo Parti-
do Comunista, então na legalidade.
e. a ruptura entre civis e militares, que 
culminou com o assassinato do po-
lítico e jornalista Carlos Lacerda.
Exercícios Propostos
05) 
A orientação fundamental do go-
verno resume-se no propósito de for-
talecer a economia nacional. Esta di-
retriz condiciona a posição do Brasil 
no panorama internacional, que se tem 
pautado em intuitos pacíficos e amis-
tosos em relação aos outros países. 
Sem sacrifício desses intuitos, temos 
procurado libertar o país de in fluências 
incompatíveis com os seus interesses, 
único modo de progredir realmente, 
porque, enquanto dependentes, estare-
mos sempre sujeitos a retrocessos!
Getúlio Vargas, mensagem ao 
Congresso Nacional, 1954.
Com base no texto, explique a visão do 
presidente sobre a questão da participa-
ção do capital estrangeiro no processo de 
desenvolvimento econômico do Brasil.
E
C
E
C
R.: C
Resposta pessoal. Espera-se que o aluno 
comente a visão nacionalista defendida por 
Vargas.
No exercício 04, é im-
portante lembrar que, 
no início dos anos 1950, 
o nacionalismo varguista 
sofreu a oposição dos 
chamados grupos "en-
treguistas", ligados ao 
capital estrangeiro inves-
tido no Brasil. A naciona-
lização do petróleo apro-
vada pelo governo de 
Vargas acirrou os ânimos 
dessa oposição.
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Capítulo 8 – República brasileira: de Dutra a JK \ Grupo 4
06) Por que os nacionalistas chamavam 
os políticos da UDN e seus aliados de "en-
treguistas"?
07) Qual foi a importância de Carlos La-
cerda na história do Brasil, sobretudo no 
ano de 1954?
08) Escreva um resumo dos principais 
acontecimentos que envolveram a situa-
ção política e eleitoral do Brasil, desde o 
suicídio de Vargas até a posse de JK.
Ati vidade 32 • Governo de Juscelino Kubitschek
Exercícios de Aplicação 
01) Com relação ao governo JK, podemos 
afirmar:
I. Realizou um desenvolvimento in-
tegrado do território nacional, di-
minuindo sensivelmente as dispa-
ridades regionais.
II. Contribuiu para integrar a econo-
mia brasileira ao sistema capita-
lista ocidental, à custa de capital e 
tecnologia estrangeiros.
III. Privilegiou a indústria alimentícia e 
a de bens de consumo.
IV. Modernizou o país, mas deixou 
sérios problemas econômicos e 
sociais para os governos seguin-
tes, como dependência econômica 
ao capital internacional, elevados 
índices de inflação e alto custo de 
vida.
Estão corretas as afirmativas:
a. I e IV, apenas.
b. I e III, apenas.
c. II e IV, apenas.
d. II e III, apenas.
e. I e II, apenas.
02) Observe a imagem a seguir.
CPD
O
C JB/FO
LH
APRESS
O termo "entreguista" referia-se aos parti-
dários da tese de que a economia brasileira 
deveria receber capitais e tecnologia estran-
geiros.
Carlos Lacerda, proprietário do jornal Tri-
buna da Imprensa, promovia acirrada cam-
panha contra o governo de Getúlio Vargas. 
Seus artigos e discursos inflamados rende-
ram-lhe um atentado à vida que ficou co-
nhecido como o crime da Rua Toneleros, do 
qual foi acusado o guarda-costas de Vargas, 
Gregório Fortunato. Com o suicídio do pre-
sidente, o povo mostrou-se indignado com 
Lacerda, acusando-o de ser um dos respon-
sáveis pelo ocorrido.
O vice-presidente de Getúlio Vargas, Café 
Filho, assumiu o governo de 1954 a 1955, 
mas não conseguiu impedir que a luta pelo 
poder continuasse, e acabou por licenciar-
-se da Presidência em novembro de 1955. 
Seu substituto, Carlos Luz, ligou-se a ele-
mentos conservadores que tentaram um 
golpe de Estado para impedir a posse de JK 
e Jango, recém-eleitos para a Presidência e 
Vice-Presidência da República, respectiva-
mente. O golpe fracassou em razão do con-
tragolpe do general Lott, que afastou Carlos 
Luz, colocando na Presidência da República 
o presidente do Senado, Nereu Ramos, em 
novembro de 1955, e este, em janeiro do 
ano seguinte, empossou o presidente eleito, 
Juscelino Kubitscheck.
R.: C
Habilidade a ser tra-
balhada:
 Identificar a fonte 
histórica como uma 
representação do pas-
sado, caracterizada por 
valores e interesses de 
seu autor e da época 
em que foi produzida.
No exercício 01, o de-
senvolvimento do Bra-
sil durante o governo 
de JK não foi homogê-
neo, pois não atendeu 
em igual medida to-
das as regiões brasilei-
ras. Da mesma forma, 
não é correto afirmar-
mos que a política eco-
nômica desse governo 
primou pelas indústrias 
alimentícias, uma vez 
que os invstimentos 
concentram-se na cons-
trução de Brasília, na 
ampliação da malha ro-
doviária, na produção 
de energia e na indús-
tria automobilística.EF
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História \ Relações 141
Em agosto de 1958, o Jornal do Brasil pu-
blicou essa foto com o título "Me dá um di-
nheiro aí", registrando o encontro entre JK e 
o Secretário de Estado dos Estados Unidos, 
Foster Dulles. Na realidade, JK estaria cum-
primentando um fotógrafo atrás de Dulles. 
A foto provocou a indignação do presidente, 
que ameaçou o jornal de enquadramento na 
lei de segurança nacional. Por que o jornalis-
ta colocou esse título na foto?
03) O governo de JK foi marcado pelo de-
senvolvimento e caracterizou-se pela:
a. eliminação da entrada de capital 
estrangeiro.
b. concentração da mão de obra nas 
áreas tradicionais do Nordeste.
c. utilização do Estado como instru-
mento coordenador do desenvol-
vimento.
d. criação da Petrobras e da Compa-
nhia Vale do Rio Doce.
e. diminuição da inflação e pelo au-
mento das exportações.
Exercícios Propostos
04) Costuma-se dizer que Brasília nasceu 
da vontade de um presidente (Juscelino 
Kubitschek), da concepção de um urbanis-
ta e do talento de um arquiteto. Mais do 
que isso, ela tornou-se realidade graças ao 
trabalho de milhares de pessoas que dei-
xaram suas terras para construir, no pla-
nalto, a nova capital.
a. Quem foi o urbanista que conce-
beu Brasília?
b. Ao talento de qual arquiteto o tex-
to se refere?
c. Como os trabalhadores construto-
res de Brasília ficaram conhecidos?
05) No fim da década de 1950, o Brasil 
abriu o mercado para a instalação de várias 
empresas estrangeiras. A região paulista 
do ABC tornou-se referência latino-ameri-
cana. Em que governo houve a instalação 
das indústrias automobilísticas e o que sig-
nifica a sigla ABC?
06) Explique o Plano de Metas de JK.
07) Para concorrer à sucessão presiden-
cial de JK, saiu como candidato uma figu-
ra políti ca que exagerava em sua postura 
populista, apresentando-se descabelado 
e posando com sanduíche de mortadela 
nas mãos para provar sua ligação com as 
camadas mais humildes da sociedade. Foi 
também governador de São Paulo. Esta-
mos falando de:
a. João Goulart.
b. Jânio Quadros.
c. Carlos Lacerda.
d. Eduardo Gomes.
e. Ademar de Barros.
Por causa dos vários empréstimos contraí-
dos por Juscelino para cumprir seu plano de 
governo – Plano de Metas – e para construir 
a nova capital.
R.: C
Lúcio Costa
Oscar Niemeyer
Candangos
No governo de Juscelino. ABC são as iniciais 
das cidades da Grande São Paulo: Santo An-
dré, São Bernardo do Campo e São Caetano, 
que concentravam a maior parte dos traba-
lhadores metalúrgicos do país.
Com base no slogan “50 anos em 5” (fazer o 
Brasil se desenvolver 50 anos em 5), o Pla-
no de Metas de JK tinha 31 objetivos a se-
rem atingidos pelo governo, dos quais eram 
prioritários: energia, transporte, alimenta-
ção, indústria de base e educação. Mas a 
meta principal, chamada de "metassíntese", 
consistia na construção de Brasília, a nova 
capital do Brasil.
R.: B
No exercício 03, o na-
cional-desenvolvimen-
tismo que caracterizou 
o governo JK colocou o 
Estado como o grande 
coordenador dos capi-
tais nacionais e estran-
geiros, concentrando as 
estratégias de obtenção 
e aplicação de recursos 
na esfera estatal.
No exercício 07, o 
enunciado descreve a 
figura de Jânio da Silva 
Quadros, o vencedor 
das eleições presiden-
ciais de 1960 e conse-
quente substituto de JK.
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Capítulo 8 – República brasileira: de Dutra a JK \ Grupo 4
Momento de novas descobertas
A seguir, reproduzimos o último texto es-
crito por Getúlio Vargas, conhecido como 
Carta Testamento. Após a sua leitura, 
aponte duas “dificuldades” apresentadas 
por Vargas para governar o país.
Mais uma vez, as forças e os inte-
resses contra o povo coordenaram-se 
e novamente se desencadeiam sobre 
mim.
Não me acusam, insultam: não me 
combatem, caluniam e não me dão o 
direito de defesa. Precisam sufocar a 
minha voz e impedir a minha ação, para 
que eu não continue a defender, como 
sempre defendi, o povo e principalmen-
te os humildes. Sigo o destino que me é 
imposto. Depois de decênios de domínio 
e espoliação dos grupos econômicos e fi-
nanceiros internacionais, fiz-me chefe de 
uma revolução e venci. Iniciei o trabalho 
de libertação e instaurei o regime de li-
berdade social. Tive de renunciar. Voltei 
ao Governo nos braços do povo. A cam-
panha subterrânea dos grupos interna-
cionais aliou-se às dos grupos nacionais 
revoltados contra o regime de garantia 
do trabalho. A lei de lucros extraordi-
nários foi detida no Congresso. Contra 
a justiça da revisão do salário mínimo 
se desencadearam os ódios. Quis criar 
a liberdade nacional na potencialização 
das nossas riquezas através da Petrobras 
e, mal começa esta a funcionar, a onda 
de agitação se avoluma. A Eletrobras foi 
obstaculada até o desespero. Não que-
rem que o trabalhador seja livre. Não 
querem que o povo seja independente.
Assumi o Governo dentro da espi-
ral inflacionária que destruía os valo-
res de trabalho. Os lucros das empre-
sas estrangeiras alcançavam até 500% 
ao ano. Nas declarações de valores do 
que importávamos existiam fraudes 
constatadas de mais de 100 milhões de 
dólares por ano. Veio a crise do café, 
valorizou-se o nosso principal produ-
to. Tentamos defender seu preço e a 
resposta foi uma violenta pressão so-
bre a nossa economia, a ponto de ser-
mos obrigados a ceder.
Tenho lutado mês a mês, dia a dia, 
hora a hora, resistindo a uma pressão 
constante, incessante, tudo suportando 
em silêncio, tudo esquecendo, renun-
ciando a mim mesmo, para defender o 
povo que agora se queda desamparado. 
Nada mais vos posso dar a não ser meu 
sangue. Se as aves de rapina querem 
o sangue de alguém, querem continuar 
sugando o povo brasileiro, eu ofereço 
em holocausto a minha vida. Escolho 
este meio de estar sempre convosco.
Quando vos humilharem, sentireis 
minha alma sofrendo ao vosso lado. 
Quando a fome bater à vossa porta, 
sentireis em vosso peito a energia para 
a luta por vós e vossos filhos. Quando 
vos vilipendiarem, sentireis no pen-
samento a força para a reação. Meu 
sacrifício vos manterá unidos e meu 
nome será a vossa bandeira de luta. 
Cada gota de meu sangue será uma 
chama imortal na vossa consciência 
e manterá a vibração sagrada para a 
resistência. Ao ódio respondo com o 
perdão. E aos que pensam que me der-
rotaram respondo com a minha vitória. 
Era escravo do povo e hoje me liberto 
para a vida eterna.
Mas esse povo de quem fui escra-
vo não mais será escravo de ninguém. 
Meu sacrifício ficará para sempre em 
sua alma e meu sangue será o preço 
do seu resgate. Lutei contra a espolia-
ção do Brasil. Lutei contra a espoliação 
do povo. Tenho lutado de peito aberto. 
O ódio, as infâmias, a calúnia não aba-
teram meu ânimo. Eu vos dei a minha 
vida. Agora vos ofereço a minha morte. 
Nada receio. Serenamente dou o primei-
ro passo no caminho da eternidade e saio 
da vida para entrar na História.
O pensamento político de Getúlio Vargas. 
Assembleia Legislativa do Estado do 
Rio Grande do Sul, Instituto Histórico e 
Geográfico do Rio Grande do Sul e Museu 
Julio de Castilhos. Porto Alegre/RS: 2004. 
Coleção O pensamento político, V. 2.
Habilidade a ser tra-
balhada:
 Reconhecer a impor-
tância de analisar textos 
de época para melhor 
compreensão de temas 
e conteúdos históricos.
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História \ Relações 143
Resposta pessoal. Há várias passagens no texto por meio das quais Vargas demonstra sua dificulda-
de de governar, sobretudo em favor dos mais pobres e do nacionalismo, que lhe era característico. 
Exemplos:
“Não me acusam, insultam: não me combatem, caluniam e não me dão o direito de defesa. Precisam 
sufocar a minha voz e impedir a minha ação, para que eu não continue a defender, como sempre 
defendi, o povo e principalmente os humildes.”
“Depois de decênios de domínio e espoliação dos grupos econômicos e financeiros internacionais, 
fiz-me chefe de uma revolução e venci. Iniciei o trabalho de libertação e instaurei o regime de li-
berdade social. Tive de renunciar. Voltei ao Governonos braços do povo. A campanha subterrânea 
dos grupos internacionais aliou-se às dos grupos nacionais revoltados contra o regime de garantia 
do trabalho. A lei de lucros extraordinários foi detida no Congresso. Contra a justiça da revisão do 
salário mínimo se desencadearam os ódios. Quis criar a liberdade nacional na potencialização das 
nossas riquezas através da Petrobras e, mal começa esta a funcionar, a onda de agitação se avoluma. 
A Eletrobras foi obstaculada até o desespero. Não querem que o trabalhador seja livre. Não querem 
que o povo seja independente.”
“Assumi o Governo dentro da espiral inflacionária que destruía os valores de trabalho. Os lucros das 
empresas estrangeiras alcançavam até 500% ao ano. Nas declarações de valores do que importáva-
mos existiam fraudes constatadas de mais de 100 milhões de dólares por ano. Veio a crise do café, 
valorizou-se o nosso principal produto. Tentamos defender seu preço e a resposta foi uma violenta 
pressão sobre a nossa economia, a ponto de sermos obrigados a ceder.”
“Tenho lutado mês a mês, dia a dia, hora a hora, resistindo a uma pressão constante, incessante, 
tudo suportando em silêncio, tudo esquecendo, renunciando a mim mesmo, para defender o povo 
que agora se queda desamparado. Nada mais vos posso dar a não ser meu sangue.”
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Capítulo
9 República brasileira: de Jânio ao Golpe de 1964
Governo de Jânio Quadros
Jânio teve uma carreira meteórica, entre 
1947 e a década de 1950: exerceu os cargos 
de vereador e de prefeito da cidade de São 
Paulo, sendo, depois, governador do esta-
do. Seus discursos inflamados dirigiam-se 
ao combate à corrupção e, para isso, ado-
tou a vassoura como símbolo, para "varrer" 
a sujeira e os corruptos. Nos palanques, 
apresentava-se despenteado, comendo 
sanduíches de mortadela e com o paletó 
cheio de caspas. Era assim que procurava se 
identificar com o povo. Seu “quartel-gene-
ral” era a Vila Maria, bairro paulistano.
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Em seu discurso de posse, em janeiro de 
1961, Jânio da Silva Quadros ressaltou, 
entre outros, os dois maiores problemas que 
teria de enfrentar durante o seu mandato: a 
dívida externa e a inflação. O país saía de um 
período de euforia, otimismo e esperança 
para um cheio de lamentações e apertos.
À frente da Presidência, com vistas a 
enfrentar a inflação, Jânio assinou a Instru-
ção 204, da Superintendência da Moeda e 
Crédito – Sumoc –, estabelecendo:
• reforma do sistema cambial com a 
desvalorização da moeda nacional 
(cruzeiro na época);
• diminuição dos subsídios para a 
importação de trigo e gasolina, o 
que provocou a imediata alta no 
preço do pão e dos transportes;
• restrição ao crédito;
• aumento dos impostos;
• congelamento dos salários;
• redução de vantagens dos militares.
Essas medidas econômico-financeiras 
descontentaram vários segmentos da so-
ciedade e abalaram profundamente sua 
popularidade.
Enquanto isso, no Congresso Nacional, 
várias propostas presidenciais ou eram 
barradas, ou estudadas com grande lenti-
dão, emperrando a máquina burocrático-
-administrativa. Para agravar o quadro po-
lítico, Jânio rompeu com a UDN.
Certas decisões tomadas por Jânio, em 
nome da moral e dos bons costumes, pre-
judicaram sua popularidade. Entre outras 
medidas, o presidente proibiu as corridas de 
cavalos durante os dias de semana, o uso de 
biquíni em locais públicos, as brigas de galo e 
o uso de lança-perfume no carnaval.
A políti ca externa independente
Em termos de política externa, Jânio 
caminhava na contramão da Guerra Fria:
O presidente com a irrestrita coo-
peração de seu ministro das Relações 
Exteriores, Afonso Arinos de Melo 
Franco, levou o Brasil a uma política 
externa independente. [...] Uma polí-
tica de tal envergadura tinha, de cer-
to modo, uma razão óbvia. No campo 
econômico, por exemplo, Quadros es-
perava diminuir os males financeiros 
do Brasil através de negociações si-
multâneas com os três grandes blocos: 
os EUA, a Europa e a URSS.
SKIDMORE, T. Brasil, de Getúlio a Castelo.
Essa política externa independente de-
sagradou profundamente os Estados Uni-
dos e a conservadora UDN, cujo principal 
representante, Carlos Lacerda – à época 
governador da Guanabara –, atacava vio-
lentamente o presidente como já fizera 
com Getúlio Vargas e Juscelino Kubitschek. 
Lacerda passou a atacar utilizando-se do 
rádio, da televisão e do jornal, proferindo 
Abordar a crise do po-
pulismo, associada ao 
temor, por parte dos ca-
pitalistas, do crescimento 
do socialismo na Améri-
ca Latina, sobretudo por 
conta da Revolução Cuba-
na (1959). Esse momen-
to de tensão da Guerra 
Fria refletiu no Brasil, de 
modo a interromper o já 
precário sistema político 
democrático.
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História \ Relações 145
discursos violentos contra a política exter-
na independente de Jânio Quadros.
Che Guevara
Em 19 de agosto de 1961, Jânio protago-
nizou um episódio que incendiou as relações 
entre ele e a oposição: a condecoração com 
a Ordem do Cruzeiro do Sul a Ernesto "Che" 
Guevara, ministro da Indústria e Comércio 
de Cuba, país alinhado com o bloco soviético 
e dirigido por Fidel Castro.
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O presidente Jânio Quadros condecora o 
ministro cubano Ernesto "Che" Guevara.
O fato foi amplamente aproveitado 
pela oposição, que passou a chamar o pre-
sidente de comunista e alertava o país so-
bre o perigo vermelho.
No dia 24 de agosto, à noite, Carlos La-
cerda, outra vez, fez um pronunciamento em 
rede de rádio e televisão denunciando uma 
tentativa de golpe de Estado que estaria sen-
do articulado pelo presidente e por seu mi-
nistro da Justiça, Oscar Pedroso Horta.
No dia seguinte, logo após passar em 
revista as tropas na comemoração do Dia 
do Soldado, Jânio Quadros renunciou ao 
mandato presidencial. Com essa medida 
radical, ele intencionava mudar a situação 
política a seu favor, pois acreditava que 
o Congresso Nacional, assim como o alto 
comando militar e o empresariado não 
aceitariam sua renúncia, uma vez que João 
Goulart, o vice-presidente, era visto com 
desconfiança por muitos políticos, milita-
res e empresários conservadores.
Contudo, o plano de Jânio não deu cer-
to. O Congresso Nacional recebeu a carta 
renúncia e nomeou o deputado Ranieri 
Mazzilli, presidente da Câmara dos Depu-
tados, para ocupar a Presidência da Repú-
blica, pois o vice-presidente estava na Chi-
na em missão oficial.
No Brasil, os militares e políticos da 
UDN se articulavam para tentar impedir 
a posse de Jango, alegando suas ligações 
com os sindicatos e os comunistas.
A reação foi imediata. Os legalistas, en-
tre eles Leonel Brizola, governador do Rio 
Grande do Sul, exigiram o cumprimento 
da Constituição, ou seja, empossar o vice-
-presidente como presidente. Para isso, for-
mou-se a Rede da Legalidade, composta de 
várias emissoras de rádio que transmitiam 
pronunciamentos a favor da posse de Jango.
Governo de João Goulart: 
parlamentarismo
No dia 4/9/1961, os militares aceita-
ram uma solução proposta pelo Congresso 
Nacional: o parlamentarismo. Assim, Jan-
go teria seus poderes políticos limitados, 
dividindo-os com o primeiro-ministro, in-
dicado pelo Congresso Nacional. Também 
foi acordado que, em 1965, seria realizado 
um plebiscito para consultar a população 
sobre a volta do presidencialismo.
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Considerado por muitos o sucessor de 
Getúlio Vargas, João Goulart teve, no PTB, 
uma carreira política conturbada. Como 
ministro do Trabalho de Vargas, Jango 
concedera um aumento de 100% do salário- 
-mínimo, irritando os patrões. Como vice-
-presidente de JK, sofreu ataques de Carlos 
Lacerda, que, por meio do jornal Tribuna da 
Imprensa, o acusava de ladrão e corrupto. 
Como vice-presidente de Jânio Quadros, foi 
surpreendido na China com a renúncia do 
presidente. Como presidente, tevede aceitar 
governar uma República parlamentarista.
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Capítulo 9 – República brasileira: de Jânio ao Golpe de 1964 \ Grupo 4
Jango concordou e chegou a Brasília, 
passando por Cingapura, Paris, Nova York, 
Montevidéu e Porto Alegre, e no dia 7 de 
setembro de 1961 tomou posse como pre-
sidente da República.
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Jango recebeu a seleção brasileira de 
futebol, bicampeã do mundo em 1962. Na 
foto, ele aparece cumprimentando Pelé.
Contudo, a adoção do parlamentaris-
mo não trouxe a estabilidade política es-
perada. De setembro de 1961 a janeiro de 
1963, o Brasil passou por três primeiros-
-ministros: Tancredo de Almeida Neves 
(PSD), Francisco de Paula Brochado da Ro-
cha (PSD) e Hermes Lima (PTB).
Leonel Brizola deu continuidade à cam-
panha pela legalidade, afirmando que a 
mudança na forma de governo era incons-
titucional e exigindo a realização imediata 
do plebiscito previsto para o fim do man-
dato de Jango.
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Leonel de Moura Brizola (1922-2004) 
foi outro político promissor do PTB. 
Era cunhado de João Goulart.
O plebiscito foi finalmente antecipado 
para 6/1/1963. O resultado foi a ampla 
vitória do presidencialismo: dos doze mi-
lhões de eleitores que compareceram às 
urnas, cerca de 9,5 milhões votaram “não 
ao parlamentarismo”. O Brasil voltava a ser 
uma República Presidencialista.
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Edição do jornal Última Hora (pró-
-Jango), de 7 de janeiro de 1963.
Governo de João Goulart: 
retorno do presidencialismo
Com os poderes políticos restaurados, 
Jango pôs em prática um conjunto de me-
didas elaboradas por Celso Furtado, mi-
nistro do Planejamento, para solucionar 
a crise que se agravava. Denominadas de 
Plano Trienal, as medidas para promover 
o desenvolvimento econômico e social es-
tabeleciam:
• a liquidação dos latifúndios impro-
dutivos;
• a redução da dívida externa;
• a nacionalização das refinarias pe-
trolíferas;
• o combate à inflação.
Esse assunto é muito 
rico em fontes escritas, 
principalmente jornais 
da época – a exemplo 
deste que aqui expo-
mos, assim como de ou-
tros que virão a seguir. 
Nesses casos, apro-
veitar para trabalhar 
a seguinte habilidade: 
reconhecer a importân-
cia de analisar textos 
de época para melhor 
compreensão de temas 
e conteúdos históricos.
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História \ Relações 147
Informações adicionais
Celso Furtado (1920-2004) foi um dos 
mais renomados economistas brasileiros. 
Natural de Pombal, na Paraíba, foi diretor 
de Desenvolvimento da Cepal (Comissão 
Econômica para a América Latina), órgão por 
meio do qual participou da elaboração de 
um trabalho que serviria de base para o Pla-
no de Metas, estabelecido pelo governo de 
Juscelino Kubitschek. Foi superintendente 
da Sudene (Superintendência do Desenvol-
vimento do Nordeste), criada no governo de 
JK, e ministro do Planejamento no governo 
de João Goulart. Com o golpe de 1964, teve 
seus direitos políticos cassados e foi exilado, 
morando vários anos fora do Brasil. Na dé-
cada de 1980, ocupou o cargo de ministro 
da Cultura na Presidência de José Sarney. 
Embora tenha escrito várias obras importan-
tes, o seu livro mais conhecido é Formação 
econômica do Brasil, cuja primeira edição foi 
publicada no Brasil, em 1959.
Jango concedeu aos trabalhadores ru-
rais os mesmos benefícios dos trabalhado-
res urbanos, promulgando o Estatuto do 
Trabalhador Rural.
Entretanto, essas medidas assustaram 
terrivelmente as elites do país, ameaçadas 
de perder seus latifúndios e seus trabalha-
dores. Ao mesmo tempo, as camadas po-
pulares se agitaram por causa do aumento 
do custo de vida e do desemprego.
A sociedade brasileira se viu envolvida 
em agitação de "direita" e "esquerda", de-
sestabilizando o governo Jango.
As camadas conservadoras, apoiadas 
por empresas estrangeiras, acusavam o 
governo de sindicalista e comunista e seus 
representantes no Congresso Nacional 
barravam as propostas de reformas do go-
verno.
As camadas populares eram represen-
tadas por estudantes liderados pela União 
Nacional dos Estudantes – UNE –, pelos 
sindicatos, pelos comunistas e socialistas, 
pelo baixo clero, por pequenos proprietá-
rios rurais e outros.
No Nordeste, agora eleito deputado 
federal pelo PSB (Partido Socialista Bra-
sileiro), Francisco Julião liderava as Ligas 
Camponesas, exigindo a reforma agrária e 
invadindo os latifúndios. Seu grito de guer-
ra, "Reforma agrária na lei ou na marra", 
reforçava mais ainda o medo das elites do-
minantes.
As reformas de base
No dia 13/3/1964, 150 mil pessoas se 
concentraram no Rio de Janeiro, na Praça 
da República, em frente à Estação Central 
do Brasil.
Observados de perto por policiais, milhares 
de pessoas ouviram o discurso de Jango 
no famoso "Comício da Central". Havia 
bandeiras vermelhas, cartazes exigindo a 
legalização do Partido Comunista e sindicatos 
de todas as categorias requerendo reformas.
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Capítulo 9 – República brasileira: de Jânio ao Golpe de 1964 \ Grupo 4
O anúncio de suas reformas de base 
prometia as reformas agrária, eleitoral, 
educacional, tributária e urbana. Essas 
reformas de base sustentariam o Plano 
Trienal, contendo a inflação e retomando 
o crescimento econômico.
Em 19 de março, veio a resposta ao Co-
mício da Central: em São Paulo saiu a Mar-
cha pela família com Deus pela liberdade, 
reunindo a oposição liderada pela Igreja 
Católica. Eram 500 mil pessoas.
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Milhares de manifestantes contrários ao 
governo de João Goulart concentram-
-se na Praça da Sé, em São Paulo.
João Goulart não conseguia atingir seus 
objetivos de implantar o Plano Trienal e as 
reformas de base em razão da grande rea-
ção dos políticos que barravam suas pro-
postas; dos grupos internacionais que fi-
nanciaram campanhas nos jornais e rádios 
entre o governo; dos proprietários rurais, 
que não admitiam discutir a reforma agrá-
ria; dos industriais, que acusavam os sindi-
catos de promover "desordens".
Enquanto as forças da direita contes-
tavam o presidente, Jango também era 
criticado pelas forças da esquerda, que o 
acusavam de não defender os pobres e de-
morar demais para implantar as reformas 
exigidas pelo país.
Pressionado por todos os lados, o clima 
de tensão chegou ao máximo com o "mo-
tim dos marinheiros", no Rio de Janeiro, e 
com a "revolta dos sargentos", em Brasília. 
Jango recusou-se a punir os revoltosos, o 
que provocou a indignação do Alto Co-
mando Militar brasileiro. Foi a gota d’água 
para que militares golpistas articulassem 
definitivamente a derrubada do governo.
O Comício das Reformas, ocorri-
do no dia 13 de março de 1964, e o 
levante dos marinheiros, no dia 25 de 
março, levaram o Jornal do Brasil, o 
Diário de Notícias, o Correio da Ma-
nhã e outros jornais a intensificar a 
campanha contra Goulart. O editorial 
de primeira página do Jornal do Brasil 
da edição de 29/3/1964, lido nos quar-
téis, conclamava o Exército a manter a 
legalidade e o estado de direito e colo-
cava o presidente da República na ile-
galidade. Os editoriais do Correio da 
Manhã dos dias 31 de março (“Basta”) 
e 1º de abril (“Fora”) tiveram grande 
repercussão junto à população, uma 
vez que este jornal carioca era visto 
como um jornal menos envolvido no 
clima de crescente radicalização.
Alzira Alves de Abreu. Disponível em: <http://
cpdoc.fgv.br/producao/dossies/Jango/artigos/
NaPresidenciaRepublica/A_imprensa_e_
seu_papel_na_queda_de_Goulart>. 
Acesso em: 17 ago. 2013. Adaptado.
O golpe militar de 1964
Para melhor compreendermos o golpe 
de Estado dado pelos militares contra o 
governo de João Goulart em 1964, é preci-
so que observemos com atenção algumas 
questões.
O mundo pós-guerra girava em torno 
de duas nações rivais econômica e ideolo-
gicamente, ligando os demais países a um 
ou a outro bloco hegemônico.
As ligações que João Goulartteve com 
Getúlio, JK e Jânio eram vistas com extre-
ma cautela por grupos econômicos inter-
nacionais que influenciavam a opinião 
pública contra o presidente, acusando-o 
de comunista e de manter estreitas rela-
ções com os países socialistas. Além disso, 
temiam suas ligações com os movimentos 
sindicais e populares. Esses temores tive-
ram fim em março de 1964.
O golpe militar dado em 1964 remonta 
ao ano de 1954, quando os mesmos perso-
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História \ Relações 149
nagens, com poucas alterações, tentaram 
derrubar Getúlio Vargas e acabar com o 
populismo. A violenta comoção nacional 
que tomou conta do país com o suicídio de 
Vargas havia impossibilitado o sucesso do 
golpe.
O populismo desenvolvido por Getúlio 
Vargas teve continuidade com os presiden-
tes que sucederam a ele. Entretanto, ele 
foi se esgotando na medida em que o pro-
cesso de industrialização avançava, expan-
dindo cada vez mais o proletariado urbano 
e, com isso, aumentando os níveis de suas 
reivindicações.
Quando João Goulart assumiu a Presi-
dência, tomou para si a responsabilidade 
de efetuar reformas estruturais, que deve-
riam ser feitas no contexto capitalista de 
modernização do país, mas se chocavam 
com os interesses e os privilégios arcaicos 
das elites dominantes.
Por exemplo, a reforma agrária era vista 
como "coisa" de comunista quando o go-
verno pensou em fixar o homem no campo 
para evitar o êxodo rural e o inchaço das 
cidades; a reforma tributária ameaçava 
cobrar mais impostos das camadas ricas; 
a reforma eleitoral visava a regulamentar 
e organizar o processo eleitoral e, certa-
mente, poderia acabar com as fraudes que 
beneficiavam uma minoria.
Empresários, fazendeiros, políticos – 
especialmente da UDN –, parte da impren-
sa, empresas estrangeiras e o próprio go-
verno estadunidense passaram a financiar 
órgãos de pesquisa e divulgação.
Nesse momento, surgiram duas entida-
des que tiveram papel destacado na queda 
de Jango: o Ipes – Instituto de Pesquisa e 
Estudos Sociais – e o Ibad – Instituto Bra-
sileiro de Ação Democrática. Financiados 
pelos representantes do grande capital, 
defendiam a manutenção do status quo 
apregoando postulados democráticos.
Esses órgãos divulgavam que o gover-
no estava ligado a comunistas, promoviam 
violentas campanhas contra as reformas 
de base, manipulando a opinião pública e 
impondo a ameaça do "perigo vermelho", 
financiavam campanhas políticas de candi-
datos contrários à reforma, dificultando o 
governo de João Goulart.
Por outro lado, organizações de es-
querda – Confederação Geral do Trabalho 
(CGT), Pacto da Unidade e Ação (PUA), 
Frente Parlamentarista Nacionalista (FPN), 
União Nacional dos Estudantes (UNE) – 
pressionavam o governo, intensificando 
suas ações, e cobravam do Estado medidas 
concretas para a viabilização das reformas 
de base e a liquidação de grupos contrá-
rios a essas reformas.
Pressionado por todos os lados, o go-
verno se via extremamente fragilizado. Os 
militares "cochichavam" pelos quartéis ar-
mando o golpe. A situação política do país 
ficava cada vez mais tensa.
Como se não bastassem as pressões in-
ternas, os Estados Unidos pressionavam e 
sustentavam as oposições para desestabi-
lizar o regime brasileiro.
Nos últimos dias do mês de março de 
1964, militares de alta patente saíram 
das sombras e receberam a adesão de 
vários governadores, como Adhemar 
de Barros (São Paulo), Carlos Lacerda 
(Guanabara) e Magalhães Pinto (Minas 
Gerais).
Dessa forma, em 31/3/1964 chegou 
ao fim o período populista por meio de 
um golpe de Estado que reuniu repre-
sentantes das elites dominantes, das 
classes médias urbanas, dos militares, 
da Igreja Católica – entre outros setores 
conservadores –, tendo à frente os mi-
litares, que prenderam os líderes oposi-
cionistas para evitar qualquer reação ao 
golpe. João Goulart decidiu-se pelo exí-
lio no Uruguai, seguido de Leonel Brizo-
la, que havia tentado uma reação.
Foi implantado um regime político e 
autoritário que durou até 1985 e se ca-
racterizou por um período de violentas 
perseguições políticas, estudantis e ope-
rárias e de censura sobre os órgãos de 
imprensa.
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Capítulo
9 República brasileira: de Jânio ao Golpe de 1964
Ati vidade 33 • Governo de Jânio Quadros
Exercícios de Aplicação
01) Em 1960, Jânio Quadros ganhou as 
eleições para a Presidência da República, 
com 48,27% dos votos, após uma campa-
nha com apelos fortemente demagógicos.
Demagogia: ação política que se utiliza 
do apoio popular para conquista ambicio-
sa ou corrupta de poder. (Dicionário eletrô-
nico Houaiss da língua portuguesa)
a. Identifique o símbolo utilizado em 
sua campanha.
b. Qual era o significado desse sím-
bolo?
c. Quais características de sua cam-
panha denotavam apelos forte-
mente demagógicos?
02) Leia o texto abaixo:
O presidente com a irrestrita coo-
peração de seu ministro das Relações 
Exteriores, Afonso Arinos de Melo 
Franco, levou o Brasil a uma políti-
ca exterior independente. [...] Uma 
política de tal envergadura tinha, de 
certo modo, uma razão óbvia. No 
campo econômico, por exemplo, 
Quadros esperava diminuir os ma-
les financeiros do Brasil através de 
negociações simultâneas com os três 
grandes blocos: os EUA, a Europa e 
a URSS.
SKIDMORE. Brasil, de Getúlio a Castelo.
Levando em conta a época, podemos con-
cluir que essa política externa indepen-
dente desagradou profundamente:
a. à URSS, que mantinha um volumo-
so comércio com o Brasil e, agora, 
haveria intensa concorrência com 
os EUA e a Europa.
b. a alguns países europeus como, 
por exemplo, Inglaterra e França, 
que eram fornecedores exclusi-
vos de produtos industrializados 
ao Brasil.
c. aos setores socialistas no Brasil, 
na medida em que isso poderia 
abrir brechas para uma intensifi-
cação da presença norte-ameri-
cana no país.
d. aos EUA, país líder do bloco capita-
lista na Guerra Fria, e aos setores 
conservadores da sociedade bra-
sileira, principalmente a UDN, que 
eram ligados aos Estados Unidos.
e. aos países do Mercosul, pois, com 
essa política externa independen-
te, o Brasil, certamente, colocaria 
os países do Mercosul em segundo 
plano.
R.: D 
Vassoura
Jânio afirmava que iria "varrer" do país a 
corrupção reinante.
Uso de roupas amarrotadas, caspa nos 
ombros do paletó, cabelos desalinhados e 
consumo de pão com mortadela, nos palan-
ques, durante os comícios. Seu discurso de 
acabar com a imoralidade também agrada-
va às camadas médias e, ao afirmar que iria 
varrer a sujeira, a corrupção, limpar o país 
de políticos ineficientes e "ladrões", o povo 
o aplaudia de pé.
No exercício 02, o an-
ticomunismo era muito 
forte em alguns países 
do Ocidente e foi res-
ponsável por vários 
golpes de estado na 
América Latina, a par-
tir da década de 1960, 
como, por exemplo, no 
Brasil, na Argentina, no 
Uruguai, entre outros. 
Na década anterior, nos 
Estados Unidos, o anti-
comunismo chegou ao 
fanatismo por meio do 
chamado macarthismo. 
Dessa forma, quando o 
presidente Jânio Qua-
dros anunciou a sua 
política externa inde-
pendente, isto é, des-
vinculando-se do bloco 
capitalista, liderado pe-
los Estados Unidos, os 
setores conservadores 
se apavoraram.
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História \ Relações 151
Exercícios Propostos
03) 
A contradição inerente do gover-
no provocou um clima de equilíbrio 
precário, cuja ruptura esperava-se a 
qualquer momento. A dramaticidade 
em que viveu o período era sempre re-
novada pelas atitudes inesperadas e, às 
vezes, burlescas do presidente da Re-
pública. O episódio da condecoração 
de "Che" Guevara, então ministro de 
Castro, com a Ordem do Cruzeiro do 
Sul, foi momento capital desse drama 
de curta duração.
ODÁLIA, Nilo. Brasil em perspectiva.
Com base no texto, caracterize os rumos 
dados à política externa brasileira por Jânio 
Quadros.
04) Observe a imagem.
O gesto demonstrado na imagem pode ser 
interpretado como:
a. uma tentativa, de cunho demagó-gico, de apresentar a política exter-
na brasileira como "independen-
te", ou seja, livre do alinhamento 
forçado a um dos dois blocos de 
poder da Guerra Fria.
b. um recurso para forçar os EUA, por 
meio da diplomacia brasileira, a 
reconhecer a legitimidade da Re-
volução Cubana e abandonar seus 
propósitos de invasão da ilha cari-
benha.
c. uma medida para estreitar as re-
lações diplomáticas entre os dois 
países a fim de propiciar um maior 
intercâmbio cultural e científico, 
visto que Cuba, após a Revolução, 
havia se desenvolvido notadamen-
te em áreas como saúde pública e 
educação.
d. uma atitude do executivo federal 
para fortalecer sua ligação com 
os partidos políticos de esquerda, 
que haviam constituído a base par-
tidária da vitória na eleição presi-
dencial daquele ano.
e. uma manifestação da simpatia 
que Jânio Quadros sempre tivera 
pelo comunismo revolucionário na 
América Latina, e que, então como 
presidente, podia transformar em 
orientação de sua política externa.
Jânio preconizava uma política externa inde-
pendente em relação às potências ociden-
tais. Entre suas decisões, reatou relações 
diplomáticas com a URSS e a China, ambas 
socialistas.
R.: A 
No exercício 04, o dis-
curso do governo de 
Jânio quanto a uma po-
lítica externa indepen-
dente, livre da esfera de 
influência só capitalista, 
ou só socialista, acabou 
custando um desgaste 
desse governo diante da 
à oposição interna, assim 
como em relação aos Es-
tados Unidos.
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Capítulo 9 – República brasileira: de Jânio ao Golpe de 1964 \ Grupo 4
Ati vidade 34 • Governo de João Goulart: parlamentarismo
Exercícios de Aplicação
02) Qual foi a saída encontrada para Jan-
go tomar posse? Por quê?
03) Esse manifesto nos permite entender 
que os militares:
a. estavam excluídos de qualquer po-
der no regime democrático presi-
dencial.
b. eram favoráveis à manutenção do 
regime democrático parlamentarista.
c. justificavam a possibilidade de in-
tervenção armada.
d. apoiavam a interferência externa 
nas questões internas do país.
e. eram contrários ao regime socialis-
ta implantado pelo presidente em 
exercício.
Exercícios Propostos
04) O político que mais se engajou na 
Campanha da Legalidade:
a. Juscelino Kubitschek.
b. Ranieri Mazzilli.
c. Leonel Brizola.
d. Tancredo Neves.
e. Jânio Quadros.
05) A renúncia do presidente Jânio Qua-
dros, em agosto de 1961, gerou uma séria 
crise, nos meios conservadores e militares 
em razão da ascensão do vice-presidente 
João Goulart à Presidência. Essa crise foi 
resolvida por meio:
a. da realização de novas eleições, 
vencendo o candidato do PSD, Jus-
celino Kubitschek.
b. da implantação do parlamentaris-
mo, que diminuiu os poderes do 
presidente João Goulart.
Leia o texto e responda às questões de 01 
a 03.
Na presidência da República, em 
regime que atribui ampla autoridade 
e poder pessoal ao chefe de governo, 
o Sr. João Goulart constituir-se-á, sem 
dúvida alguma, no mais evidente in-
centivo a todos aqueles que desejam 
ver o país mergulhado no caos, na 
anarquia, na luta civil. 
Manifesto dos ministros militares 
à nação em 29/8/1961.
01) O que ocorreu em agosto de 1961 e 
por que os ministros militares estavam re-
ceosos do "Sr. João Goulart"?
R.: C
R.: B 
A renúncia de Jânio Quadros à Presidência 
do Brasil e o receio de o vice João Goulart 
assumir o país. Os militares, representan-
do a classe dominante brasileira, olhavam 
o vice-presidente com reservas, pois ele já 
fora ministro do Trabalho de Getúlio Var-
gas e autorizara um aumento de 100% do 
salário-mínimo, possuía fortes ligações com 
os sindicatos e pretendia manter uma polí-
tica externa independente em relação aos 
EUA, estabelecendo relações diplomáticas 
com países socialistas. Essas razões foram 
sufi cientes para que Jango fosse acusado 
de comunista, além de ter sido vice de um 
presidente que recebeu Fidel Castro e "Che" 
Guevara.
R.: C
O parlamentarismo, porque o presidente 
teria seus poderes diminuídos, tornando-se 
uma figura decorativa como chefe de Es-
tado, enquanto o país seria governado, de 
fato, pelo primeiro-ministro.
No exercício 05, quan-
do da renúncia de Jânio 
Quadros, o vice-presi-
dente João Goulart en-
contrava-se em missão 
diplomática na China, 
No exercício 03, o 
manifesto dos militares 
é uma clara demons-
tração de que eles não 
concordavam com a 
posse de Jango.
No exercício 04, o 
principal expoente da 
Campanha da Legalida-
de foi o então governa-
dor do Rio Grande do 
Sul, e cunhado de Jan-
go, Leonel Brizola.
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História \ Relações 153
Ati vidade 35 • Governo de João Goulart: 
retorno do presidencialismo
Exercícios de Aplicação
01) Quais eram os principais objetivos das 
reformas de base propostas por Jango?
02) Logo após o anúncio das reformas de 
base, sob a liderança da Igreja, grupos con-
servadores oposicionistas saíram às ruas, 
em São Paulo, numa gigantesca manifesta-
ção que praticamente derrubou Jango da 
Presidência. Como ficou conhecida essa 
manifestação?
Exercícios Propostos
03) Ao iniciar a execução do Plano Trie-
nal, plano de combate à inflação e de pro-
moção do desenvolvimento econômico do 
Brasil, João Goulart tinha à frente do Mi-
nistério do Planejamento e Coordenação 
Econômica:
a. Francisco Julião.
b. Hermes Lima.
c. Leonel Brizola.
d. Francisco de Paula Brochado da 
Rocha.
e. Celso Furtado.
04) No Comício da Central, realizado em 
13/3/1964, Jango anunciou um programa 
de reformas que “assustou” as elites e os 
militares do Brasil. Detalhe esse programa, 
conhecido como reformas de base.
c. da ascensão ao poder de um 
triunvirato militar que, mais tarde, 
passou o poder a Tancredo Neves.
d. da nomeação do deputado Ranieri 
Mazzilli, presidente da Câmara dos 
Deputados, que terminou o man-
dato de Jânio Quadros e o transfe-
riu ao vitorioso das eleições presi-
denciais, Castelo Branco.
e. de Carlos Lacerda, que assumiu a 
Presidência com o apoio dos con-
servadores e dos militares.
Modernizar o país e distribuir a renda por 
meio das reformas agrária, tributária, admi-
nistrativa, eleitoral e educacional.
Trata-se da Marcha da família com Deus 
pela liberdade.
R.: E
– Reforma agrária: desapropriar e distribuir 
terras improdutivas aos sem-terra.
– Reforma urbana: dar assistência à perife-
ria dos grandes centros urbanos, como fave-
las e cortiços.
– Reforma educacional: combater o analfa-
betismo e aumentar a rede pública escolar.
– Reforma eleitoral: direito de voto a todos 
os brasileiros, inclusive aos analfabetos.
– Reforma tributária: diminuir a carga tribu-
tária sobre as camadas populares.
o que piorou o conceito 
que os conservadores 
e os militares tinham 
de Goulart, tido como 
comunista e ligado aos 
sindicatos. Na verdade, 
Goulart cumpria uma 
missão dada pelo pre-
sidente, que era abrir 
o mercado chinês aos 
produtos brasileiros, na 
época um mercado de 
600 milhões de possí-
veis consumidores para 
os produtos brasileiros, 
principalmente indus-
triais. Porém, naquele 
contexto, representa-
do pela Guerra Fria, as 
atitudes brasileiras em 
relação à política ex-
terna eram malvistas 
pelos Estados Unidos 
e pelos conservadores 
brasileiros.
No exercício 03, o eco-
nomista Celso Furtado 
foi responsável pela ide-
alização e execução do 
Plano Trienal, durante o 
governo de Jango.
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Capítulo 9 – República brasileira: de Jânio ao Golpe de 1964 \ Grupo 4
Ati vidade 36 • O golpe militar de 1964
Exercícios de Aplicação
01) O golpe militar de 1964 foi uma conti-
nuidade da tentativa de golpe ocorrida em 
1954 contra Getúlio Vargas.
a. Qual era o principal objetivo dos 
golpistas, tanto em 1954 quanto 
em 1964?
b. Por que o golpe de 1954 fracassou?
02) Em 31 de março de 1964, chegou 
ao fim o período populista brasileiro, por 
meio de um golpe de Estado. Quais setores 
da sociedade brasileira se articularam para 
que tal evento, de fato, se consolidasse?
05) Cite dois episódios que aceleraram o 
golpe de Estado que derrubouo governo 
de Jango, em 1964.
Acabar com o populismo.
O suicídio de Getúlio Vargas provocou vio-
lenta comoção popular, tornando os golpis-
tas impopulares, os quais foram tachados 
de traidores.
O golpe de Estado contra o governo de João 
Goulart reuniu representantes de seto-
res conservadores da sociedade brasileira, 
como o das elites dominantes, das classes 
médias urbanas, da Igreja Católica e do alto 
comando militar do país; esse último assu-
miu a dianteira do golpe, com vistas a evitar 
manifestações oposicionistas.
Resposta pessoal. 
Entre os episódios estão: Comício da Central 
do Brasil; Revolta dos Marinheiros (Rio de 
Janeiro); Revolta dos Sargentos (Brasília); 
Marcha da Família com Deus pela Liberda-
de; apoio de governadores de importantes 
estados da Federação aos militares em caso 
de golpe. 
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História \ Relações 155
Exercícios Propostos
03) Em relação ao golpe de Estado ocor-
rido no Brasil em 1964, marque as afirma-
ções como verdadeiras (V) ou falsas (F). 
Em seguida, aponte o que está errado nas 
que forem marcadas como falsas.
I. ( ) Os governadores de São Pau-
lo (Adhemar de Barros), de Minas 
Gerais (Magalhães Pinto) e da Gua-
nabara (Carlos Lacerda) conspira-
vam com a ala militar golpista.
II. ( ) Os partidos que mandaram 
no cenário político brasileiro entre 
1945 e 1964 foram o PSD, a UDN 
e o PTB, tendo sido esse último o 
principal foco de oposição a João 
Goulart.
III. ( ) As classes dominantes civis 
e militares e setores das classes 
médias apoiaram a derrubada do 
presidente João Goulart, pois fica-
ram temerosos da crescente orga-
nização e manifestação das massas 
populares.
IV. ( ) Entre as forças da chamada di-
reita destacavam-se organizações 
como o Instituto de Pesquisas e 
Estudos Sociais (Ipes) e o Institu-
to Brasileiro de Ação Democrática 
(Ibad), financiadas pela União So-
viética.
04) Leia a citação seguinte.
O que houve em 1964 não foi uma 
revolução. As revoluções fazem-se por 
uma ideia, em favor de uma doutrina. 
Nós simplesmente fizemos um movi-
mento para derrubar João Goulart. Foi 
um movimento contra, e não por algu-
ma coisa. 
General Ernesto Geisel
A afirmação acima, feita pelo ex-presiden-
te Ernesto Geisel, leva-nos a concluir que o 
movimento de 1964 foi contra:
a. a forte interferência norte-ameri-
cana, tanto no aspecto econômico 
como no político.
b. os movimentos e passeatas como, 
por exemplo, a realizada em São 
Paulo, conhecida como Marcha da 
família com Deus pela liberdade, 
de caráter comunista.
c. o parlamentarismo, sistema de 
governo implantado em 1961, 
que havia concentrado muitos 
poderes nas mãos de João Gou-
lart, o que deixou os militares 
descontentes.
d. os movimentos de esquerda, como 
as Ligas Camponesas no Nordeste, 
greves e movimentos sindicalistas 
no Sudeste, crise política generali-
zada, inclusive nos meios militares, 
e o receio do comunismo.
e. o movimento liderado por Leonel 
Brizola em apoio ao retorno de 
Jânio Quadros à Presidência, ale-
gando a inconstitucionalidade da 
posse de João Goulart.
Momento de novas descobertas
Leia o texto.
O Instituto Brasileiro de Ação 
Democrática (Ibad) e o Instituto de 
Pesquisa e Estudos Sociais (Ipes) se 
destacaram na oposição ao governo 
de João Goulart (1961-1964) e no 
V
F
V
F
II. De fato, os partidos que mandaram no 
cenário político brasileiro entre 1945 e 1964 
foram o PSD, a UDN e o PTB. Porém, o prin-
cipal foco de oposição a João Goulart foi a 
UDN.
IV. O Ipes e o Ibad eram financiados por ca-
pitalistas, portanto ligados aos Estados Uni-
dos.
R.: D 
No exercício 04, o gol-
pe militar de 1964 foi, na 
verdade, um movimento 
de reação ao processo 
político que apresentava 
forte conotação esquer-
dista, representada por 
movimentos rurais e 
urbanos como as Ligas 
Camponesas, lideradas 
por Francisco Julião, gre-
ves operárias, passeatas 
de estudantes, rebeliões 
militares, entre outros 
movimentos. Os setores 
conservadores, assus-
tados com esse avanço 
das esquerdas, apoia-
ram as Forças Armadas a 
realizar um golpe, a fim 
de estancar esse avanço 
e recolocar o país na or-
dem anterior.
Habilidade a ser tra-
balhada:
– Reconhecer a impor-
tância das várias fontes 
para o trabalho historio-
gráfico e a necessidade 
de submetê-las à análise 
crítica.
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Capítulo 9 – República brasileira: de Jânio ao Golpe de 1964 \ Grupo 4
combate ao comunismo. Ambos fi-
nanciavam dezenas de programas se-
manais de rádio, como o “Cadeia de 
Democracia”, opondo-se a emissoras 
de orientação legalista, como a Rádio 
Mayrink Veiga, fechada após o golpe 
militar de 1964.
DREIFUSS, R. A. 1964: A conquista 
do Estado. Petrópolis: Vozes, 1981; 
CALABRE, Lia. A era do rádio. Rio de 
Janeiro: Jorge Zahar, 2004. Adaptado.
Com base nas informações contidas no 
texto, faça uma pesquisa sobre a impor-
tância do rádio como meio de comunica-
ção, da década de 1930 à década de 1970. 
Escreva um pequeno texto resumindo as 
principais informações obtidas.
Resposta pessoal
No período em questão, o rádio era um dos 
mais importantes meios de comunicação e 
um eficiente instrumento de publicidade, 
por causa de seu grande alcance junto às 
massas, já que a facilidade para sua aquisi-
ção era grande, se comparado à televisão; 
esta, por sua vez, já estava disponível no 
Brasil desde a década de 1950, mas inacessí-
vel à maioria da população. A popularização 
da TV começou apenas na década de 1970.
Contudo, como instrumento de comuni-
cação com as massas, o rádio serviu aos 
propósitos ideológicos dos mais variados 
grupos sociais. No caso do texto, é nítida a 
polarização entre defensores e opositores 
de João Goulart.
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Capítulo
10Descolonização da África
Antecedentes e fatores 
No século XV, durante o processo de expansão marítima europeia, a África tornou-se 
portuguesa por conta do Tratado de Tordesilhas, assinado em 1494 pelas duas maiores 
potências da época, Portugal e Espanha.
O ����� � � ������� �� T����������
Portugal e seu império 
colonial até 1580
Espanha e seu império 
colonial até 1580
1580 – Uni�cação dos dois 
impérios sob a Coroa 
espanhola, até 1640.
OCEANO
PACÍFICO
OCEANO
ATLÂNTICO OCEANO
ÍNDICO
OCEANO
PACÍFICO
NOVA
ESPANHA
NOVA
CASTELA
Antilhas
Açores
Madeira
Canárias
Cabo Verde
370 léguas GUINÉ
Mombaça
PORTUGAL
Ormuz
Diu
Goa
Calicute
Sumatra
Java
Molucas
FILIPINAS
NOVA GUINÉ
CHILE
VENEZUELA
ESPANHA
Cantão
MacauDamão
Malaca
Ceilão
ANGOLA
MOÇAMBIQUE
MADAGASCAR
Safala
Melinde
BRASIL
Lim
ite
 do
 Tr
at
ad
o d
e T
or
de
sil
ha
s d
e 1
49
4
Cabo da 
Boa Esperança
s/ escala
N
AMÉRICA 
DO NORTE
ÁFRICA
EUROPA
ÁSIA
AUSTRÁLIA
A adoção do Tratado de Tordesilhas permitiu à Coroa portuguesa explorar 
o litoral africano. Para isso, foram instaladas feitorias que passaram a 
negociar negros capturados no interior do território para estrategicamente 
servir de mão de obra escrava nas colônias americanas.
A partir desse acordo, o continente 
africano tornou-se importante, manten-
do ligações em outras partes do mundo 
como fonte fornecedora de trabalhado-
res para outras áreas colonizadas pelos 
europeus. Esses trabalhadores, relegados 
à condição de escravos e bens de capital 
dos europeus durante séculos, tornaram-
-se mão de obra abundante nas áreas 
agrícolas e mineradoras das Américas.
No século XIX, como consequência da 
Revolução Industrial, a África sofreu nova 
invasão dos países europeus, promovida 
pela expansão capitalista. A necessidade era 
buscar colônias para abrigar o excedente 
demográfico, para complementar a econo-
mia das novas metrópoles e para servir de 
mercados consumidores e fornecedores de 
matérias-primas. Esse processo ficou conhe-
cido como imperialismo.
A Segunda Guerra Mundial (1939-1945) 
criou condições para que a dominação euro-
peia começasse a enfraquecer. A participa-
ção dos soldados das colônias africanas nos 
exércitos das metrópoles deu a eles umsen-
timento de nacionalismo e possibilitou-lhes 
a descoberta de que poderiam lutar pela sua 
liberdade. Após a guerra, os países europeus 
se viram arruinados e sem condição de man-
ter as colônias, que exigiam vultosos gastos e 
investimentos. Além disso, as novas potên-
cias pós-Guerra, URSS e EUA, que ocuparam 
o lugar dos países europeus no controle da 
política mundial, estimularam as colônias a se 
libertar de suas metrópoles, visando com isso 
ampliar suas áreas de influência.
Como o assunto des-
colonização africana é 
vasto, ele pode ser apro-
veitado para pesquisas, 
estabelecendo relações 
com assuntos não só de 
História, mas também 
de outras disciplinas, de 
acordo com os interes-
ses de cada aluno ou de 
cada equipe. Os alunos 
podem coletar material 
em jornais e revistas so-
bre turismo e parques 
nacionais, relacionan-
do o acontecimento à 
Geografia − guerrilhas, 
disputas tribais; à Bio-
logia − fome, doenças, 
por exemplo aids; à 
Matemática − produtos 
de exportação; à Edu-
cação Física − campeões 
de corrida de rua, por 
exemplo São Silvestre; à 
Educação Artística – to-
tens e máscaras.
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Capítulo 10 – Descolonização da África \ Grupo 5
A �������� �������� – S������ XIX � XX
Territórios sob controle de
países europeus antes de 1914
Alemanha
Bélgica
Espanha
França
Inglaterra
Itália
Portugal
Países independentes
OCEANO
ATLÂNTICO
OCEANO ÍNDICO
Mar Vermelho
Mar Mediterrâneo
ÁFRICA OCIDENTAL FRANCESA
ÁFRICA
ORIENTAL
ALEMÃ
ÁF
RIC
A E
QU
AT
OR
IA
L F
RA
NC
ES
A
ÁFRICA
ORIENTAL
BRITÂNICA
Madeira
Canárias
Cabo Verde (POR)
Canal de Suez
Seichelles (GB)
Príncipe (POR)
São Tomé (POR)
Comores (FRA)
Maurício (GB)
MARROCOS ESPANHOL
RIO DE OURO
ARGÉLIA
TUNÍSIA
LÍBIA
NÍGERIA
SUDÃO
FRANCÊS
SUDÃO
ANGLO-EGÍPCIO
EGITO
MAR
ROC
OS
ERITREIA
SOMÁLIA FRANCESA
SOMÁLIA
BRITÂNICA
SOMÁLIA
ITALIANA
MAURITÂNIA
IFNI
SENEGALGÂMBIA
GUINÉ PORT.
SERRA LEOA
LIBÉRIA
GUINÉ
COSTA DO MARFIM
COSTA DO OURO
ALTO
 VOLT
A
TOGO
DAOMÉ
NIGÉRIA
CA
MA
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ES
RIO MUNI
ABISSÍNIA
(ETIÓPIA)
UG
AN
DA
ANGOLA
GABÃO
BENCHUA-
-NALÂNDIA
UNIÃO DA
ÁFRICA DO SUL
TRANSVAAL
SUAZILÂNDIA
BASUTOLÂNDIA
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AD
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RODÉSIA 
DO SUL
MASSALÂNDIA
CHADE
CONGO
BELGA
ÁFRICA DO
SUDOESTE
ALEMÃ
EUROPA
ÁSIA
N
s/ escala
A partilha da África obedeceu a critérios geopolíticos e a interesses e relevância das nações industrializadas 
que participaram da reunião; não foram consideradas as diferenças étnico-culturais entre os povos 
africanos, o que contribuiu para a eclosão de guerras tribais nesse continente, na atualidade.
Sugestão de filmes que podem servir de base para alguns trabalhos:
Um grito de liberdade (1987, direção de Richard Attenborough), sobre o apartheid
O poder de um jovem (1992, direção de John G. Avildsen), sobre o apartheid
O senhor das armas (2005, direção de Andrew Niccol), sobre guerras tribais e guerras civis
O jardineiro fiel (2005, direção de Fernando Meirelles), sobre direitos humanos
Invictus (2009, direção de Clint Eastwood), sobre a África do Sul sob o governo de Nelson Mandela
Diamante de sangue (2006, direção de Edward Zwick), sobre guerra civil
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História \ Ligações 151
Os movimentos e 
as várias Áfricas
As contradições existentes entre a do-
minação europeia − justificada, entre ou-
tros fatores, pelo darwinismo social, que 
afirmava a “incompetência” e a “inferiori-
dade” africanas − e a atuação dos colonos 
na guerra tornaram-se visíveis. Ao mesmo 
tempo, os países europeus, enfraquecidos 
pela guerra, encontravam dificuldades não 
só para administrar como também para re-
primir os movimentos libertários que sur-
giam em várias partes da África.
Dessa forma, alguns países, entre 
os quais a Inglaterra, resolveram con-
ceder a independência às suas colô-
nias africanas, evitando confrontos mi-
litares. Até o ano de 1955, existiam, no 
continente africano, apenas cinco paí-
ses independentes: África do Sul, Líbia, 
Etiópia, Egito e Libéria. Em 1960, ou seja, 
apenas 5 anos depois, eram 26 países.
Esse salto significativo foi resultado tam-
bém da Conferência de Bandung, realizada 
na Indonésia, em 1955, na qual foram apro-
vados o “princípio da coexistência pacífica” 
e os “direitos à autonomia e à liberdade das 
colônias africanas”. Em 1958, realizou-se, em 
Gana, a Conferência dos Estados Africanos 
Independentes, que lançou as bases da orga-
nização dos Estados africanos, responsável 
pela cooperação entre os povos com o intui-
to de combater o colonialismo. Em Bandung, 
defendeu-se a independência em relação às 
potências da época − EUA e URSS − e a união 
dos países pobres, que formariam o então 
chamado Terceiro Mundo.
França e Portugal, entretanto, não acei-
taram perder suas colônias africanas.
França
Para fazer frente à guerra de indepen-
dência da Argélia, a França desembarcou 
tropas na colônia dando início a uma vio-
lenta guerra. Na realidade, a reação não 
era bem da metrópole. Os que defendiam 
os laços da colônia com a França eram os 
colonos franceses e seus descendentes 
brancos, que constituíam a elite dominan-
te, comandavam os altos escalões da má-
quina burocrática colonial e eram grandes 
proprietários e comerciantes, contra uma 
imensa massa de argelinos islamizados e 
explorados.
Em 1962, o presidente Charles de Gaulle 
realizou um plebiscito, que foi favorável à 
independência e pôs fim à guerra, reconhe-
cendo a Argélia como nação soberana.
Portugal
Após seu período áureo, nos séculos XV-
XVI, Portugal, um pequeno país da Europa 
que dominara metade do planeta, viu-se, 
gradativamente, reduzido a poucas colô-
nias e extremamente dependente delas.
Quando os ventos da liberdade, vindos 
de várias partes da África, atingiram An-
gola e Moçambique, Portugal lutou como 
pôde para manter seu controle sobre es-
ses países.
No entanto, o mundo bipolar do pós-
-Guerra não lhe era favorável. A Guerra 
Fria entre os blocos socialista e capitalis-
ta favoreceu a luta não só de angolanos 
e moçambicanos, como também de ou-
tros povos africanos, o que culminou com 
o rompimento entre África e Europa. A 
União Soviética ajudou e financiou vários 
movimentos de independência na África.
Enquanto isso, a ditadura de Marcelo 
Caetano, em Portugal, sucessor de Anto-
nio Salazar, começou a apresentar sinais 
de desgaste, os quais aumentavam na 
mesma proporção que os custos das guer-
ras de independência na África.
Em Angola, Agostinho Neto lidera-
va o MPLA (Movimento Popular para a 
Libertação de Angola) e, em Moçambi-
que, Samora Machel liderava a Frelimo 
(Frente de Libertação de Moçambique) 
contra Portugal.
O desgaste com as guerras chegou ao 
auge em 1974, quando os militares derru-
baram a ditadura portuguesa na Revolução 
dos Cravos. O novo governo estabeleceu 
negociações com as colônias em guerra 
− Guiné-Bissau (1974), Angola, Moçam-
bique, Cabo Verde e São Tomé e Príncipe 
(1975) − dando-lhes a independência.
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Capítulo 10 – Descolonização da África \ Grupo 5
O caso da África do Sul
A África do Sul foi colonizada por holan-
deses e ingleses. Seus descendentes for-
maram uma elite branca que monopolizou 
as melhores terras, os melhores cargos, os 
melhores empregos, controlando o comér-
cio, a agricultura, a mineração, a indústria 
e os bancos.
Os nativos negros foram reduzidos à 
condição de humilhante subserviência, 
segregados em seu próprio território e ofi-
cialmente inferiorizados em razão da polí-
tica do apartheid, que legalizava a postura: 
ao branco, tudo; ao negro, nada.
As transformações mundiais ocorridas 
após a Segunda Guerra Mundial e as inde-
pendências das colônias africanas incenti-
varam a população negra da África do Sul, 
por meio do Congresso Nacional Africano, 
a lutar contra o apartheid.
O líder negro da África do Sul, Nelson 
Mandela (1918-2013), foi preso em 1962 e 
condenado à prisão perpétua. A luta con-
tra o apartheid tomou rumos internacio-
nais. Países e organizaçõeshumanitárias 
passaram a apoiar a causa das populações 
negras denunciando e pressionando o go-
verno sul-africano e prestando solidarie-
dade ao líder político preso.
 
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Em 1990, Mandela (à esquerda) foi libertado e voltou a liderar o movimento de reivindicação dos direitos 
dos negros. Em 1993, recebeu o Prêmio Nobel da Paz, dividindo-o com o então presidente sul-africano, 
Frederik de Klerk (à direita). Em 1994, Nelson Mandela elegeu-se presidente da África do Sul.
As "várias Áfricas" 
A África é um continente bastante heterogêneo, com países de maioria negra e exce-
ções como a Argélia, cuja maioria é branca.
Da mesma forma que ainda existem comunidades primitivas, existem também 
cidades extremamente urbanizadas e sofisticadas, como a cidade do Cabo, na África 
do Sul.
Habilidade a ser tra-
balhada:
– Identificar, com base 
em textos e mapas, a 
diversidade étnico-cul-
tural que caracteriza as 
sociedades contempo-
râneas.
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História \ Ligações 153
Culturalmente, há grande diversidade, 
por exemplo no campo religioso, em que 
coexistem religiões de cultos tribais, reli-
giões de origem europeia, como a lutera-
na, a anglicana, a presbiteriana e a católi-
ca, e religiões de origem asiática, como o 
hinduísmo e o islamismo.
Essa diversidade acompanha a história 
africana desde a Antiguidade, período em 
que se desenvolveram grandes impérios 
como o egípcio.
Na Idade Moderna e na Contempo-
rânea, o continente foi atacado, inva-
dido e espoliado pelas potências euro-
peias, que buscavam riquezas minerais, 
especiarias, escravos, matérias-primas 
e mercados consumidores, obedecendo 
a interesses econômicos e/ou ideológi-
cos dos países capitalistas e socialistas, 
sufocando e dizimando as populações 
locais em nome de “Deus”, do “capital”, 
“dos trabalhadores de todo o mundo”, 
da “democracia”, da “superioridade 
ariana”, da “civilização”, entre outros 
argumentos. 
O imperialismo produziu uma diver-
sidade maior ainda que se arrasta até os 
dias atuais. Durante a dominação euro-
peia, tribos rivais foram obrigadas a con-
viver no mesmo espaço geográfico con-
trolado pelos brancos, que se utilizaram 
dessas rivalidades internas para imporem 
seu domínio.
Com a independência, as antigas fron-
teiras delimitadas pelos europeus – que 
não levaram em conta as divisões tradi-
cionais realizadas pelas tribos e etnias ao 
longo de sua existência – foram herda-
das pelos países recém-independentes. 
Estes passaram a ter dificuldades para 
estabelecer um governo nacional que re-
presentasse os interesses de todo o país, 
uma vez que as várias tribos, cada qual 
com seu próprio idioma e padrão cultu-
ral, não chegavam a um consenso.
Um dos casos representativos des-
sa situação foi a Nigéria: o predomínio 
da tribo haussa levou os ibos à revolta, 
dando origem à Guerra de Biafra (1967-
1970). A região de Biafra, rica em petró-
leo, atraiu o interesse de potências como 
EUA, Inglaterra e URSS, que se envolve-
ram na guerra fornecendo armas, equi-
pamentos e dinheiro. Ao final da guerra, 
os ibos foram massacrados e cerca de 
dois milhões de pessoas morreram, a 
maioria de fome.
Biafra foi reincorporada à Nigéria e é, 
atualmente, um dos maiores produtores 
de petróleo e, ao mesmo tempo, um dos 
países mais miseráveis.
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 PAU
L ALM
ASY / CO
RBIS / CO
RBIS (D
C) / LATIN
STO
CK
Favela na cidade de Lagos, capital da Nigéria
Portanto, a África não só é um conti-
nente diversificado como também extre-
mamente conturbado e marcado pela cor-
rupção política.
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Capítulo 10 – Descolonização da África \ Grupo 5
OCEANO
ÍNDICO
OCEANO
ATLÂNTICO
TUNÍSIA
1956MARROCOS
1956
ARGÉLIA
1962 LÍBIA1951SAARA
OCIDENTAL
MAURITÂNIA
1960 MALI1960
NÍGER
1960
SENEGAL
1960
GÂMBIA
1965
GUINÉ-BISSAU
1974 GUINÉ1958
SERRA LEOA
1961
LIBÉRIA
COSTA DO MARFIM
1960
GANA
1957
BURKINA-FASO
1960 NIGÉRIA
1960
TOGO
1960
BENIN
1960
CABINDA
(ANGOLA)
1975
CONGO
RUANDA
1962BURUNDI
1962
SOMÁLIA
1960
COMORES
1975
MADAGASCAR
1960
TANZÂNIA
1964
MALAVI
1964
ZÂMBIA
1964
ANGOLA
1975
NAMÍBIA
1989
ZIMBÁBUE
1980
BOTSUANA
1966
REP. DA
ÁFRICA DO SUL
1961 LESOTO
1966
SUAZILÂNDIA
1968
MOÇAMBIQUE
1975
DJIBUTI
1977
CHADE
1960 SUDÃO
1960
ETIÓPIA
REP. CENTRO-AFRICANA
1960
ZAIRE
UGANDA
1962 QUÊNIA1963
EGITO
CAMARÕES
1960
GUINÉ EQUATORIAL
1968
GABÃO
1960
(REP. POPULAR DO CONGO)
1960
ÁFRICA 
OCIDENTAL
FRANCESA
ÁFRICA
ORIENTAL 
BRITÂNICA
ÁFRICA
EQUATORIAL
FRANCESA
CONGO
BELGA
ANGOLA
LÍBIA EGITO
SUDÃO
ANGLO-
-EGÍPCIO
ZANZIBAR
Francês
Belga
Português
Espanhol
Italiano
Independente
Sul-africano
Britânico
In�uência britânica
N
s/ escala
 Atualmente a maioria dos territórios africanos alcançou a independência, convivendo, em boa parte dos casos, com 
a guerra civil, herança das diferenças étnicas e da partilha africana durante o imperialismo europeu do século XIX.
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História \ Ligações 155
O norte da África, onde existe o predomí-
nio da cultura árabe e da religião islâmica, foi 
ocupado por ingleses, franceses e italianos a 
partir do século XIX. Tome-se o exemplo da 
Líbia. A região foi controlada pelos italianos, 
interessados no petróleo, e, após a Segunda 
Guerra Mundial, ficou sob a influência anglo--
-francesa. Poucos anos após a independên-
cia, o país passou a ser governado ditatorial-
mente pelo coronel Kadafi.
A ditadura militar de Kadafi (1969-2011) 
só chegou ao fim após uma guerra civil líbia, 
ocorrida sob o contexto da chamada Pri-
mavera Árabe, cujo início foi dezembro de 
2010, que também derrubou governos con-
siderados ditatoriais no Egito e na Tunísia.
Na parte central, o predomínio francês 
fez surgir vários países sob influência da cul-
tura francesa. A influência belga deu origem 
à República Democrática do Congo; a influ-
ência inglesa originou a Nigéria e o Sudão; e 
a influência alemã deu origem a Camarões.
Ao sul, o predomínio inglês deu nasci-
mento a Zâmbia, Zimbábue, Botsuana, Le-
soto e África do Sul. Este último país era ori-
ginariamente uma possessão portuguesa, 
que passou para a Holanda durante o domí-
nio espanhol (1580-1640), até ser anexada 
pelos ingleses em 1902. As regiões portu-
guesas de Angola e Moçambique foram as 
últimas a se tornarem independentes, após 
receberem apoio militar de Cuba e URSS.
Assim, a divisão do continente afri-
cano de acordo com os interesses impe-
rialistas e/ou colonialistas europeus des-
truiu as culturas locais, juntando tribos 
inimigas, desestruturando as formas de 
produção vigentes e impondo sistemas 
de produção com base no latifúndio mo-
nocultor exportador. Tudo isso contribuiu 
para que a instabilidade política, as diver-
gências tribais e a fome estivessem cons-
tantemente ligadas à história atual dessas 
“várias Áfricas”.
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 5
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IG
A
ÇÕ
ES
Capítulo
10 Descolonização da África
01) O continente africano foi alvo de in-
vasão e exploração em dois momentos da 
história. O primeiro momento vai do sé-
culo XV ao início do século XIX; o segun-
do vai do fim do século XIX ao século XX. 
Explique a que momentos históricos eles 
correspondem.
Ati vidade 37 • Antecedentes e fatores
Exercícios de Aplicação
02) Denomina-se descolonização o pro-
cesso ocorrido, sobretudo, nas décadas de 
1950-1960, que colocou fim ao imperialis-
mo europeu sobre a África. Indique uma 
causa da descolonização africana e relacio-
ne esse processo com a Guerra Fria.
Exercícios Propostos
03) De que forma a Segunda Guerra Mun-
dial favoreceu o processo de independên-
cia das colônias europeias na África?
04) Como o fim da Segunda Guerra ace-
lerou o processo de independências afri-
canas?
O primeiro momento corresponde ao perío-
do da expansão marítima (séculos XV-XVII), 
que culminou na colonização das Américas 
e na importação de mão de obra em grande 
quantidade, arrancada da África e escravizada 
noNovo Mundo. O segundo momento corres-
ponde ao período de expansão da Revolução 
Industrial, caracterizado pela busca de maté-
rias-primas e mercados consumidores.
O enfraquecimento das grandes potências 
coloniais (Grã-Bretanha e França) em decor-
rência da Segunda Guerra Mundial. Tanto 
os Estados Unidos como a URSS apoiaram o 
processo de descolonização como forma de 
ocupar os espaços deixados pelas ex-metró-
poles, no contexto da disputa pela hegemo-
nia mundial entre as duas superpotências.
A participação dos africanos na guerra, lu-
tando por suas respectivas metrópoles eu-
ropeias, incentivou-lhes o sentimento de 
nacionalidade e de liberdade.
Após o fim da Segunda Guerra Mundial, as 
ex-potências europeias se viram arruinadas 
e sem condições de manter as colônias. Por 
outro lado, Estados Unidos e União Sovié-
tica, como novas potências mundiais, esti-
mularam as colônias a se libertarem de suas 
metrópoles, visando ampliar suas áreas de 
influência sob o contexto da Guerra Fria.
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História \ Ligações 157
Ati vidade 38 • Os movimentos e as "várias Áfricas"
Exercícios de Aplicação
01) Leia o texto abaixo e, em seguida, res-
ponda ao que se pede.
Nenhum africano pode atuar como 
membro de um júri eleito para juízo 
criminal, mesmo sendo o acusado um 
africano.
É ilegal que uma pessoa branca e 
uma negra tomem juntas uma xícara 
de chá num café de qualquer lugar..., 
exceto se tiver autorização especial 
para isso.
Nenhum africano tem o direito de 
adquirir a propriedade de terras...
A discriminação racial é um fenômeno 
mundial. Havia um país em que, até 1989, 
o racismo estava inscrito em sua Constitui-
ção, como é possível ler no texto acima. 
Isso tornava os negros, aproximadamente 
73% da população desse país, estrangeiros 
em sua terra natal.
Identifique esse país e a política por ele 
adotada em relação aos negros.
02) Observe o mapa e, depois, responda ao que se pede.
A���� ������� �������� �� ���������� ��������
Trópico de Capricórnio
Trópico de Câncer
Equador
OCEANO
ATLÂNTICO
Mar Mediterrâneo
OCEANO
ÍNDICO
ETIÓPIA
QUÊNIA
UGANDA
SUDÃO
SUDÃO
DO SUL
CHADE
NÍGER
NIGÉRIA
EGITO
CHIPRE SÍRIA
LÍBANO
TURQUIA
IRAQUE
TURCOMENISTÃO
IRÃ
KUWAIT
EM.ÁR. UNIDOS
QATAR
BAHREIN
ISRAEL
JORDÂNIA
ARÁBIA
SAUDITA
LÍBIA
ARGÉLIA
TUNÍSIA
MARROCOS
ESPANHA
MALI
GRÉCIAITÁLIA
MAURITÂNIA
REPÚBLICA DA
ÁFRICA DO SUL
BOTSUANA
ANGOLA
NAMÍBIA
REPÚBLICA 
DEMOCRÁTICA
DO CONGO
CAMARÕES
REPÚBLICA
CENTRO-AFRICANA
ZÂMBIA
ZIMBÁBUE
MADAGASCAR
ILHAS
MAURÍCIO
SOMÁLIA
DJIBUTI
ERITREIA
IÊMEN
OMÃ
TANZÂNIA
BURUNDI
RUANDA
LESOTO
MOÇAMBIQUE
GABÃO CONGO
GA
NACOSTA DO
MARFIM
GUINÉ
SAARA 
OCIDENTAL
MALAWI
SUAZILÂNDIA
BURKINA FASO
SENEGAL
CABO VERDE
TO
GO
BE
NI
N
SERRA
LEOA
LIBÉRIA
GUINÉ-BISSAU
GÂMBIA
GUINÉ EQUATORIAL
COMORES
SEYCHELLES
Luanda
Pretória
Bloemfontein
Cidade do Cabo
Windhoek
Gaborone
Dacar
BanjulPraia
Abuja
Niamei Cartum
Cairo
Asmara
YaoundéMalabo
São Tomé e Príncipe
Tunis
Trípoli
Argel
Rabat
El Aaiún
Lusaka
Harare
Antananarivo
Port-Louis
Ndjamena
Nuakchott
Adis-Abeba
Nairóbi
Bujumbura
Kigali
Mogadíscio
Maseru
Brazzaville
Djibuti
Lilongue
Bamaco
Dodoma
Kampala
Kinshasa
Porto Novo
Bangui
Ouagadougou
Librevilde
Freetown
Conacri
Yamoussoukro
Bissau
Monróvia
Mbabane Maputo
Lomé
Moroni
Vitória
Accra
N
s/ escala
O país é a África do Sul e a política em re-
lação aos negros corresponde ao apartheid.
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Capítulo 10 – Descolonização da África \ Grupo 5
Note [no mapa] que as fronteiras 
de alguns países são retinhas, como se 
tivessem sido traçadas com régua, em 
um escritório com ar condicionado. E 
foram mesmo. [...] tribos e famílias 
terminaram divididas por linhas ima-
ginárias.
BRENER, J. O mundo pós-guerra.
Após a Segunda Guerra (1939-
1945), com a descolonização, as fron-
teiras não foram repensadas. As elites 
coloniais conduziram a independência, 
que forjou uma identidade nacional e, 
nos anos 1960 e 1970, constituiu deze-
nas de países artificiais como entida-
des políticas.
Maria Odete Brancatelli. Folha 
de S.Paulo. 26 dez. 1996.
Após a leitura dos textos, elabore um 
texto argumentativo sobre os problemas 
que, ainda hoje, perseguem os países afri-
canos.
 
Exercícios Propostos
03) Relacione os países africanos da primeira coluna aos termos da segunda coluna.
a. Argélia
b. Angola
c. Moçambique
d. África do Sul
(  ) Nelson Mandela
(  ) Portugal
(  ) França
(  ) Portugal
(  ) De Gaulle
(  ) Agostinho Neto 
(  ) Frelimo
(  ) Apartheid
04) As últimas colônias a entrar no processo de descolonização da África foram as colô-
nias portuguesas. Para esse fim, organizaram-se vários movimentos populares, entre os 
quais o MPLA e a Frelimo. A esse respeito, responda ao que se pede.
a. Por quem foram fundados?
b. O que significam essas siglas?
Pedir aos alunos que 
discutam o assunto – as 
“fronteiras artificiais” em 
grupos, para estimular 
o debate e enriquecer o 
conteúdo por meio de 
contribuições individuais.
Resposta pessoal
d
c
a
b
a
b
c
d
Agostinho Neto e Samora Machel
MPLA: Movimento Popular para a Libertação de Angola
Frelimo: Frente de Libertação de Moçambique.
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História \ Ligações 159
c. A partir de que fato histórico essas 
colônias passaram a ter sua inde-
pendência reconhecida?
05) Coloque C para a afirmação correta e 
E para a errada. Justifique as que estive-
rem erradas.
(  ) Com o final da Segunda Guerra, 
as colônias africanas aceleraram o 
processo de independência políti-
ca.
(  ) O processo de independência polí-
tica do continente africano signifi-
cou também a independência eco-
nômica e o fim das desigualdades 
sociais.
06) Elabore um texto sobre as “várias 
Áfricas”, fazendo um paralelo entre os pro-
blemas daquele continente e os do conti-
nente americano.
Momento de novas descobertas! 
07) O filme Hotel Ruanda (Hotel Rwanda, 2004, direção de Terry George) conta a his-
tória real de Paul Rusesabagina, responsável por salvar a vida de mais de 1.200 pessoas 
durante o genocídio ocorrido em Ruanda, em 1994.
Sob orientação do professor, forme um grupo para assistir ao filme, procurando ob-
servar nele aspectos tratados nesse capítulo, como a influência europeia sobre a região, 
os grupos sociais rivais envolvidos no conflito, assim como o papel da ONU em relação 
ao evento.
Após assistirem ao filme, conversem sobre os fatos nele relatados e, caso haja interes-
se, façam uma pesquisa mais detalhada acerca dos acontecimentos ruandeses tratados 
na película.
Em seguida, produzam textos com base nessas informações, acompanhados de ima-
gens. Finalizem o trabalho organizando um grande painel para ser exposto pela sala.
A partir da Revolução dos Cravos, em Portu-
gal, que derrubou Marcelo Caetano, pondo 
fim ao salazarismo.
A independência política africana manteve a 
dependência econômica dos novos países e 
as desigualdades sociais não foram sanadas.
C
E
No exercício 06, orien-
tar os alunos a refletir 
sobre os problemas 
que a América Latina 
e o Brasil enfrentam: a 
fome, o desemprego, a 
violência urbana, a po-
luição ambiental, a po-
breza em contraste com 
a riqueza dos países de-
senvolvidos. Comentar 
também o crescimento 
do terrorismo político-
-religioso e na África, 
como se não bastassem 
os problemas que ela já 
enfrenta.
Esta atividade com-
plementar trabalhará as 
seguintes habilidades:
– Reconhecer as for-
mas atuais das socieda-
des como resultado das 
lutas pelo poder entre 
as nações.
– Estabelecer rela-
ções entre os principais 
elementos que carac-
terizam o processo de 
formação das institui-
ções políticas e sociais 
ao longo da história, 
aplicando conceitos de 
permanência e ruptura 
(exemplo: moderniza-
ção – exclusão social).
– Reconhecer a im-
portância de aplicar os 
conteúdos aprendidos 
na escola a interven-
ções solidárias na reali-
dade, com o objetivo de 
garantir o respeito aos 
valores humanos.
Resposta pessoal
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Capítulo
11 Descolonização da Ásia
O processo de descolonização da Ásia 
teve início com a Primeira Guerra Mundial 
(1914-1918). Vários fatores contribuíram 
para fomentar os processos de emanci-
pação, entre eles, a declaração de Lloyd 
George, em 1918, de que o princípio de 
autodeterminação dos povos era aplicável 
tanto em relação às colônias quanto aos 
territórios ocupados na Europa; as denún-
cias de Lênin contra o imperialismo; e o 
exemplo dos revolucionários bolcheviques 
que liberaram os povos subjugados do Im-
pério Czarista para optarem pela separa-
ção ou não separação.
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David Lloyd George (1863-1945) foi primeiro-
-ministro britânico, de 1916 a 1922.
Além disso, durante a guerra, as tropas 
alistadas pelos franceses, na Indochina, e 
pelos ingleses, na Índia, para combater 
na Europa, regressaram a seus países de 
origem com novas noções de democracia 
e independência nacional e a firme deci-
são de não mais aceitarem a dominação 
estrangeira.
Índia
O imperialismo inglês estava presente 
na Índia desde o século XVIII, quando a In-
glaterra derrotou a França na Guerra dos 
Sete Anos (1756-1763) e recebeu, entre 
outros territórios, a Índia, como indeniza-
ção de guerra. Ao final da Primeira Guer-
ra Mundial, desenvolveu-se na região um 
forte movimento nacionalista liderado por 
Mahatma Gandhi e Nehru, defendendo a 
autonomia da Índia em relação à Inglater-
ra, o regime democrático, a igualdade reli-
giosa e a modernização do Estado.
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Mohandas Karamchand Gandhi (1869-
1948), conhecido por Mahatma 
Gandhi. Em sânscrito – uma das 
línguas oficiais da Índia –, “Mahatma” 
significa "Grande alma".
A característica fundamental desse mo-
vimento foi o caráter pacífico, pregando, 
por meio de marchas e de jejuns, a deso-
bediência civil, insuflando a população a 
não pagar impostos e a não consumir pro-
dutos ingleses.
A estratégia desgastou a Inglaterra, 
que, ao término da Segunda Guerra, en-
fraquecida econômica e militarmente, 
viu-se obrigada a admitir a independên-
cia mediante a divisão da Índia em dois 
estados: o Paquistão, de maioria muçul-
mana, e a Índia, de maioria hindu, em 
agosto de 1947.
Essa divisão foi consequência das diver-
gências religiosas que se manifestavam há 
longo tempo e radicalizou-se na época da 
emancipação política. Gandhi colocou-se 
contrário a essa divisão, propondo a coo-
peração entre hindus e muçulmanos. Em 
31 de janeiro de 1948, Gandhi foi assassi-
nado por um fanático hindu.
Este capítulo, assim 
como o anterior, também 
pode ser enriquecido com 
vários filmes.
Sobre a descolonização 
da Índia:
– Gandhi (1982, direção 
de Richard Attenborough)
Sobre a descolonização 
da Indochina:
– Indochina (1992, dire-
ção de Régis Wargnier)
– Dien Bien Phu (1992, 
direção de Pierre Schoen-
doerffer)
Sobre a Guerra do Vietnã:
– Pecados de guerra 
(1989, direção de Brian De 
Palma)
– O franco atirador 
(1979, direção de Michael 
Cimino)
– Platoon (1986, direção 
de Oliver Stone).
– Nascido em 4 de Julho 
(1989, direção de Oliver 
Stone)
– Bom dia Vietnã (1987, 
direção de Barry Levinson)
– Fomos heróis (2002, di-
reção de Randall Wallace).
– O sobrevivente (2006, 
direção de Werner Herzog)
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História \ Ligações 161
Nesse mesmo ano, o Ceilão tornou-se 
independente, adotando o nome de Sri 
Lanka.
Contudo, mesmo após a independên-
cia, os problemas religiosos e de fronteiras 
continuaram a se manifestar: os hindus 
que ocupavam a área muçulmana foram 
obrigados a deixar o Paquistão e os muçul-
manos foram obrigados a deixar a Índia. 
Como se não bastasse, o Paquistão foi sub-
dividido em dois: o Paquistão Oriental e o 
Paquistão Ocidental. Os enfrentamentos 
entre as comunidades de credos religiosos 
diferentes tornaram-se cada vez mais fre-
quentes e violentos, deixando um saldo de 
milhares de mortos.
Em 1971, o Paquistão Oriental tornou-se 
independente, dando origem a Bangladesh.
Outro ponto importante a ser destaca-
do é a região da Caxemira. Desde a inde-
pendência, Índia e Paquistão disputam o 
controle total sobre essa área. No final de 
década de 1990, a questão de fronteiras 
envolvendo a Caxemira provocou até ame-
aças de guerra nuclear. A tensão entre os 
dois países permanece.
Por fim, vale ressaltar que, atualmen-
te, os Sikhs, adeptos de uma religião que 
mistura o hinduísmo e o islamismo, reivin-
dicam a independência do Punjab, região 
onde são maioria.
MAR ARÁBICO
OCEANO
ÍNDICO
(ATUAL SRI LANKA)
1948
CEILÃO
(ATUAL MIANMA) LAOS
TAILÂNDIA
1947
ÍNDIA (ATUAL 
BANGLADESH)
1971
PAQUISTÃO
ORIENTAL
PUNJAB
BIRMÂNIA
(ATUAL PAQUISTÃO)
1947
PAQUISTÃO
OCIDENTAL
AFEGANISTÃO
IRÃ NEPAL BUTÃO
CHINACAXEMIRA 
Área de con�ito entre
Paquistão e Índia
N
s/ escala
O desmembramento do Império Britânico Indiano
Indonésia
Entre os oceanos Pacífico e Índico, no Sudeste Asiático, localiza-se a Indonésia, um 
arquipélago composto por mais de 17 mil ilhas.
Kalimantan
Central
Kalimantan
OrientalKalimantan
Ocidental
Kalimantan
do Sul
Gorontalo
Celebes
Ocidental
Celebes
do Sul
Celebes
do Sudeste
Celebes
do Norte
Celebes
Central
Molucas
do Norte
Molucas
Ilhas
Riau
Jambi
Sumatra
do Sul
Bengkulu
Jakarta
Banten
Papua
Papua
Ocidental
Java
Central
Java
Ocidental
Java
Oriental
Bali
Sonda
Ocidental
Sonda
Oriental
Bangka-
Belitung
Aceh
Sumatra
do Norte
Sumatra
Ocidental
Lampung
Yogyakarta
A Indonésia e suas províncias, na atualidade
No século XVII, ela foi colonizada pelos 
holandeses e, durante a Segunda Guerra 
Mundial, foi invadida pelos japoneses. Isso 
fortaleceu os nacionalistas indonésios que, 
liderados por Sukarno, passaram a lutar con-
tra os invasores.
Sobre a Guerra da Coreia:
– A irmandade da guer-
ra (2004, direção de Je-gyu 
Kang)
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Capítulo 11 – Descolonização da Ásia \ Grupo 5
Sacalina
 INDOCHINA
IMPÉRIO RUSSO
AFEGANISTÃO
Sumatra
Bornéu
Java
CHINA
ÍNDIAARÁBIA
JAPÃO
FILIPINAS
COREIA
TURQUIA
Wei-Hai-Wei
Kiau-Tchéu
(Al.)
Chandernagor
DamãoDiu
Goa
Mahé
Pondicherry
karikal
Hong-Kong
(R.U.)
Macau
(Port.)
Kuang-Tchéu
(Fr.)
CélebsOCEANO
ÍNDICO
OCEANO
PACÍFICO
Reino Unido
França
Rússia
Estados Unidos
Portugal
Alemanha
Holanda
Japão
N
s/ escala
A Ásia sob o imperialismo, com a região da Indonésia destacada em azul.
Com o final da guerra e a derrota do Ja-
pão, um dos participantes do Eixo, Sukarno, 
proclamou a independência do país em rela-
ção à Holanda. Os holandeses se recusaram 
a aceitar a independência enviando tropas a 
fim de retomá-la, iniciando os conflitos mili-
tares na região.
Em 1949, a ONU e os Estados Unidos 
resolveram intermediar as negociações 
entre as partes conflitantes e puseram fim 
à guerra, efetivando a independência.
Na Conferência de Bandung, em 1955, 
Sukarno foi uma das figuras proeminentes 
que defenderam a política de não alinha-
mento junto às duas potências mundiais.
Entre os dias 18 e 25 de abril de 
1955, convocados por Indonésia, Ín-
dia, Ceilão, Paquistão e Birmânia, 
países libertados da tutela colonial, 
representantes de 20 países da Ásia e 
da África se reuniram em Bandung, 
dispostos a elaborar uma estratégia 
comum, em um mundo que, cada 
vez com mais clareza, apareceria 
como um jogo de interesses entre 
dois grandes blocos. Representavam 
1.500 milhões de seres humanos, 
com apenas 8% da renda mundial. 
[...] ali estavam a China, o Vietnã, 
o Japão, a Turquia, o Irã, o Iraque 
[...] Gana, Egito, Etiópia, Libéria e 
Sudão. [...] A assembleia do Terceiro 
Mundo elaborou um documento em 
que condenava o colonialismo, a dis-
criminação racial e a corrida arma-
mentista [...] e pedia-se a abstenção 
de toda participação em acordos de 
defesa coletiva que sirvam aos inte-
resses de uma grande potência.
PERNAU, José. História mundial desde 
1939. São Paulo, Salvat, 1979. Fragmento.
ZH
IG
AYLO
V A. / RIA N
O
VO
STI / AFP
Em 18 de abril de 1955, o 
presidente da Indonésia,

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