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E-BOOK 97 REDAÇÕES MODELO LISTA DE TEMAS QUE O PROFINHO FEZ PRA VOCÊ 01. Conscientização dos jovens para a prevenção do consumismo 02. Democratização do acesso ao Ensino Superior no Brasil 03. Garantia da dignidade do trabalhador doméstico no Brasil 04. O papel da família na formação afetiva de crianças em questão no Brasil 05. Os impactos da desigualdade no acesso à internet para o sistema educacional brasileiro 06. Os desafios da implementação do ensino domiciliar no Brasil 07. A importância do aleitamento materno na primeira infância 08. A importância do letramento digital na Terceira Idade 09. A importância do uso da tecnologia no combate à criminalidade 10. Alternativas para combater a pobreza menstrual entre mulheres de baixa renda no Brasil 11. Alternativas para combater os crimes cibernéticos na sociedade brasileira 12. Alternativas para prevenir a violência doméstica contra crianças no Brasil 13. Alternativas para prevenir a violência no ambiente escolar 14. Alternativas para promover o acesso igualitário à prática de atividades físicas 15. Alternativas para diminuir os impactos do lixo eletrônico no Brasil 16. Formas de combater o tráfico de pessoas no Brasil 17. Meios para garantir a aposentadoria no Brasil 18. O problema da dependência química no Brasil contemporâneo 19. O problema da prática de perseguição sistemática na internet em questão no Brasil 20. O problema da violência durante o parto 21. Os desafios da alfabetização de crianças indígenas no Brasil 22. Os desafios da educação financeira para a sociedade brasileira 23. Os desafios das políticas de moradia no Brasil 24. Os desafios do acesso à cultura no Brasil 25. Os desafios do combate à evasão escolar no Brasil 26. Os desafios do combate ao assédio moral no serviço público 27. Os desafios do combate à obesidade infantil no Brasil 28. A importância da prevenção ao suicídio no Brasil 29. A importância da redução do consumo de plástico pelo brasileiro 30. Como combater os crimes de pedofilia no Brasil? 31. A importância da leitura na infância 32. Os desafios do combate ao tabagismo entre os brasileiros 33. Os desafios do ensino a distância no Brasil 34. A contribuição da música para o aprendizado dos estudantes brasileiros 35. Os obstáculos da inclusão do autista no Brasil 36. O problema do consumo excessivo de açúcar pelo brasileiro 37. A importância das campanhas de vacinação no Brasil 38. O problema da alienação parental no Brasil 39. O poder de transformação social do esporte no Brasil 40. Caminhos para combater a depressão entre os brasileiros 41. HIV: um desafio para a saúde pública e para a sociedade 42. Os obstáculos para a doação de sangue no Brasil 43. O papel da família na educação de crianças e de adolescentes no Brasil 44. A importância do trabalho voluntário em momentos de crise 45. O problema da ansiedade entre os jovens 46. Alternativas para combater a pirataria entre os brasileiros 47. O advento das informações falsas no Brasil contemporâneo 48. Os desafios da gestão do lixo no Brasil 49. Os desafios dos brasileiros na luta contra o câncer 50. O histórico desafio do respeito às leis pela população brasileira 51. O problema do esgotamento profissional em questão no Brasil 52. As dificuldades da inclusão do idoso no mercado de trabalho em questão no Brasil 53. Os desafios para os profissionais das futuras gerações em questão no Brasil 54. Caminhos para garantir a alfabetização na primeira infância 55. O problema da cultura do cancelamento e da hostilidade nas redes sociais 56. O desafio da inclusão às pessoas com deficiência no Brasil contemporâneo 57. Por que o preconceito linguístico é um paradoxo no Brasil? 58. O problema do "bullying" nas escolas brasileiras 59. Os desafios do deslocamento nas cidades em questão no Brasil 60. A importância do combate aos maus-tratos aos animais 61. O problema do desperdício de comida entre os brasileiros 62. Crianças em situação de rua como combater esse problema no Brasil 63. Efeitos sociais da gravidez na adolescência em questão no Brasil 64. O brasileiro valoriza a construção da saúde coletiva 65. O drama do desaparecimento de crianças no Brasil 66. O problema da superexposição de crianças e de adolescentes nas redes sociais 67. O problema da violência contra os idosos 68. Doação de órgãos: a importância dessa prática solidária 69. O problema da violência urbana em questão no Brasil. 70. O papel da tecnologia na formação educacional do brasileiro 71. A importância da prática de atividades físicas para a saúde dos brasileiros 72. O que o Brasil precisa aprender para lidar com o novo Coronavírus 73. O problema da automedicação entre os brasileiros 74. A importância da cultura do autocuidado entre os brasileiros 75. A questão do porte de armas em discussão no Brasil 76. A construção da responsabilidade socioambiental no brasileiro 77. A crise do sistema carcerário em questão no Brasil contemporâneo 78. A distribuição agrária em questão no Brasil do século XXI 79. A importância do desenvolvimento do civismo e da ética na sociedade 80. A importância da valorização do patriotismo pelos jovens brasileiros 81. A importância do respeito à diversidade de gênero no Brasil 82. A representatividade da mulher no esporte em discussão no Brasil 83. As causas e as consequências da poluição no Brasil 84. Como alcançar o desenvolvimento de que o Brasil precisa 85. Desemprego um problema histórico com reflexos na contemporaneidade 86. O desafio da aceitação à diversidade familiar no Brasil 87. O papel social do ensino médio no Brasil contemporâneo 88. O problema da exclusão digital da terceira idade em discussão na sociedade brasileira 89. Os desafios da ciência brasileira no século XXI 90. Os desafios do envelhecimento populacional para a sociedade brasileira 91. Os desafios para a inclusão digital do idoso em questão no Brasil 92. Os limites do uso da tecnologia pelas crianças 93. Violência nos estádios brasileiros como superar essa triste realidade 94. Os limites da liberdade de expressão entre os brasileiros 95. O problema da crise hídrica em questão no Brasil 96. Os desafios do acesso igualitário ao saneamento básico 97. A redução da maioridade penal em questão no Brasil 1 TEMA - Conscientização dos jovens para a prevenção do consumismo No contexto da Revolução Industrial, o conceito de Sociedade de Consumo nasceu para explicar um fenômeno comum na contemporaneidade: em vez de comprar para viver, os indivíduos vivem para consumir. Nesse sentido, o problema apontado no século XIX representa um comportamento nocivo e aflige sobretudo a juventude brasileira. Com efeito, a solução do problema pressupõe que se combata a forte influência midiática e a inércia estatal no ensino da inteligência emocional para prevenir consumismo. Diante desse cenário, a manipulação da mídia motiva o consumismo do jovem. A esse respeito, Theodor Adorno – expoente filósofo alemão – desenvolveu o conceito de Indústria Cultural, segundo o qual os veículos midiáticos buscam influenciar o comportamento do público alvo, de forma constante e reiterada. Todavia, substancial parcela da juventude se mostra incapaz de perceber e de prevenir a influência denunciada por Adorno, que ocorre diariamente em todos os veículos de telecomunicação. Assim, enquanto não houver senso crítico diante de um comercial de TV, o comportamento compulsivo de rapazes e de moças para o consumo será a regra. Ademais, o filósofo francês Guy Debord, em seu conceito Sociedade do Espetáculo, aponta que as relações sociais contemporâneas influenciam a população a viver um falso padrão de vida plena e perfeita. Todavia, o Poder Público brasileiro, em vez de conscientizar os jovens para o consumo, permanece inoperante e se torna conivente com o problema criticado por Debord. Inclusive, a carênciade políticas públicas para desenvolver, na juventude, um comportamento de compra inteligente e maduro evidencia que o Estado se preocupa mais com os impostos arrecados pelo consumismo do que com a dignidade do jovem. Desse modo, se a omissão estatal se mantiver, o Brasil será obrigado a conviver com um dos mais graves problemas para o jovem: a compra compulsiva. É urgente, portanto, que as escolas – responsáveis pela transformação social – ensinem rapazes e moças a ter senso crítico diante da persuasão midiática para o consumo, por meio de projetos pedagógicos, como palestras e ações comunitárias, capazes de orientar essa população a comprar com responsabilidade. Essa iniciativa terá a finalidade de romper a inércia do Estado na construção da inteligência para o consumo do jovem e de garantir que a Sociedade do Espetáculo, de Guy Debord, deixe de ser, em breve, uma realidade no Brasil. Professor Vinícius Oliveira 2 TEMA – Democratização do acesso ao Ensino Superior no Brasil Em 1808, Dom João VI trouxe o embrião da formação acadêmica para o Brasil: a faculdade de medicina da Bahia, com o intuito de atender às necessidades da minoria nobre que se alocava no país. Nesse sentido, o Ensino Superior, que começou restrito à nobreza, ainda se mantém como um privilégio, já que não há democratização do acesso às universidades na nação tupiniquim. Com efeito, a solução do problema pressupõe que se combata não apenas a invisibilidade dos estudantes carentes, mas também a desigualdade social decorrente dessa exclusão. Diante desse cenário, durante o período do governo de Fernando Henrique Cardoso, em 1998, foi criado o Exame Nacional do Ensino Médio, cujo foco, anos depois, seria garantir que todos os alunos da formação básica tivessem acesso à faculdade. Todavia, é uma utopia considerar que os estudantes contemporâneos tenham justo acesso às vagas das universidades, já que o ensino básico se mostra precário: as escolas carecem de professores, de estrutura adequada e de qualidade efetiva de aulas. Assim, enquanto a falta da capacitação educacional de base for a regra, as faculdades continuarão sendo um direito restrito às classes dominantes, tal como ocorria no governo FHC – e ainda ocorre. Ademais, a falta de acesso às academias superiores de ensino potencializa a desigualdade social. Sobre isso, a Organização das Nações Unidas desenvolveu um IDH – índice que afere o desenvolvimento humano dos indivíduos – e considerou que a educação e a renda são determinantes para a vida digna. Ocorre que, ao ser excluído do Ensino Superior, o estudante será subjugado a um círculo vicioso de escassez: com menos oportunidades de emprego, sua vida estará subjugada à carência ainda mais profunda de recursos. Desse modo, a formação acadêmica poderá interromper esse círculo cruel, mas ainda há abismos sociais que separam os alunos de baixa renda do sonho de cursar a faculdade. Portanto, o Ministério da Educação deve melhorar a educação básica e a formação dos alunos em idade de vestibular, por meio de projetos pedagógicos, a exemplo de oficinas pré-vestibulares comunitárias e aulas gratuitas capazes de capacitar os alunos de baixa renda a acessar o Ensino Superior. Essa iniciativa terá a finalidade de ampliar as oportunidades dos estudantes carentes e de interromper o círculo vicioso de escassez. Assim, diferentemente do que ocorria na época de Dom João XVI, o acesso à universidade passará a ser, de fato, um direito de todos e não mais um privilégio da nobreza. Professor Vinícius Oliveira 3 TEMA - Garantia da dignidade do trabalhador doméstico no Brasil Em abril de 2022, a mídia brasileira trouxe luz a casos de empregadas domésticas que viviam há anos em regime exploratório constante, o que se enquadrou como trabalho análogo à escravidão. Sob essa lógica, as tristes histórias reveladas na TV representam grave problema e simbolizam que a falta da dignidade no trabalhador do lar ainda é uma realidade cruel, mas comum. Com efeito, a solução do problema passa pelo combate não só da subserviência humana, bem como da omissão estatal na garantia de direitos trabalhistas. Diante desse cenário, a exploração desumana de mão de obra representa grave retrocesso. Nesse sentido, o Período Colonial – importante fase de construção do comportamento do brasileiro – foi marcado pela submissão do negro, sobretudo das mulheres, ao serviço doméstico sem qualquer garantia de dignidade. Essa cruel exploração ainda se mantém nos lares brasileiros, já que muitos empregados domésticos, cuja maioria é mulher negra tal como era no século XVI, ainda são invisibilizados e privados de direitos trabalhistas, a exemplo do controle de jornada. Não é razoável que, mesmo 500 anos depois, a sociedade ainda conviva com a realidade arcaica típica do descobrimento do Brasil. Ademais, Getúlio Vargas – conhecido como pai dos pobres – promulgou a CLT: legislação garantidora de importantes direitos trabalhistas. Ocorre que, a garantia conquistada desde a Era Vargas ainda não se entende efetivamente aos colaboradores do lar, já que muitos ainda não são remunerados por suas horas-extras e sequer têm a sua carteira assinada. Assim, as políticas públicas trabalhistas se mostram insuficientes, e, enquanto a omissão do Estado na efetivação dos direitos laborais domésticos se mantiver, o Brasil será obrigado a conviver com um dos mais graves problemas para o século XXI: a falta de dignidade no trabalho. É urgente, portanto, que medidas sejam tomadas para combater a submissão do trabalhador doméstico. Nesse viés, as escolas – responsáveis pela transformação social – devem desconstruir a invisibilidade dos empregados do lar, por meio de projetos pedagógicos, como ações comunitárias capazes de reverter a postura retrógrada da sociedade. Essa iniciativa teria a finalidade de romper a inércia do Estado e de garantir que o Brasil seja uma nação justa, solidária e, de fato, libre da exploração. Professor Vinícius Oliveira 4 TEMA - O papel da família na formação afetiva de crianças em questão no Brasil Em 1980, o psiquiatra Richard Gardner desenvolveu o conceito conhecido como Síndrome da Alienação Parental, que acomete meninos e meninas submetidos à hostilidade no contexto parental. Nesse sentido, o problema denunciado por Gardner afeta as crianças brasileiras, já que as famílias, em regra, se mostram incapazes de contribuir com a formação afetiva dos pequenos. Com efeito, a solução do problema pressupõe que se combata não só a invisibilidade social associada a esse grupo vulnerável, mas também a omissão familiar na educação emocional. Diante desse cenário, a carência afetiva fragiliza a dignidade humana das crianças. A esse respeito, a filósofa alemã Simone de Beauvoir desenvolveu o conceito de invisibilidade social, segundo o qual algumas minorias são tratadas como se não existissem e suas necessidades básicas são ignoradas pela sociedade. Nesse viés, muitas crianças convivem com a triste realidade apontada por Beauvoir, já que, embora dependam de cuidados, sofrem pela indiferença daqueles que lhes deveriam oferecer carinho e amparo. Assim, se a formação afetiva não for a regra, meninos e meninas continuarem tratados como órfãos em seus próprios lares. Ademais, Peter Sífneos – expoente médico norte-americano – desenvolveu um conceito conhecido como “cegueira emocional”, e, a partir dele, denuncia o fato de que, a criança, ao ser exposta a uma realidade hostil, pode perder a capacidade de demonstrar afeto. Dessa maneira, meninos e meninas brasileiros são prejudicados pela cegueira emocional e podem reproduzir o círculo vicioso de alienação parental: uma criança que não ama será um adulto despreparado para contribuir para a formação afetiva de seus filhos, que, por sua vez, serão incapazes de demonstrar carinho. Nesse viés, enquanto a omissão da famíliafor a regra, o Brasil será obrigado a conviver com um dos mais graves problemas para os lares: a carência afetiva. É urgente, portanto, que medidas sejam tomadas para valorizar a formação emocional infantil. Nesse sentido, as escolas – responsáveis pela transformação social – devem desconstruir a invisibilidade infantil, por meio de projetos pedagógicos, como gincanas lúdicas com a participação dos pais e de psicólogos capazes de ajudar na união no lar. Essa iniciativa teria a finalidade de solucionar a omissão familiar e de garantir que o Brasil seja uma nação solidária, afetuosa e, de fato, livre da alienação parental. Professor Vinícius Oliveira 5 TEMA - Os impactos da desigualdade no acesso à internet para o sistema educacional brasileiro A ordem constitucional vigente, inaugurada em outubro de 1988, guia- se pelo propósito de construção de uma sociedade livre, justa e solidária, de modo a assegurar o bem-estar, a igualdade e a justiça como valores supremos. Contudo, mesmo diante desses preceitos na Constituição Federal, bem como do direto à educação, os casos de desigualdade no acesso à internet persistem nas escolas brasileiras. Assim, a fim de mitigar este problema, há de se combater a escassez de recursos, bem como a omissão do Estado. Diante desse cenário, a falta de internet no ambiente escolar motiva a perpetuação da invisibilidade social. Nesse sentido, no Período Colonial, a educação estava restrita à minoria detentora do poder econômico -- conhecida como aristocracia -- e a população carente era excluída. A esse respeito, a sociedade contemporânea sofre exclusão analógica -- ou ainda mais grave -- do que aquela vivida na colônia, já que todos os dias muitos estudantes são invisibilizados e impedidos de usufruir da rede mundial de computadores. Essa desigualdade contribui para a manutenção de uma nação injusta, retrógrada e cruel. Desse modo, se a invisibilidade for a regra, a educação tecnológica será a exceção. Ademais, a omissão do Estado dá ensejo à desigualdade no acesso à educação no ciberespaço. Sobre isso, John Locke – expoente sociólogo inglês – desenvolveu o conceito conhecido como Contrato Social, segundo o qual a população cede sua confiança ao Estado, que, em contrapartida, deve garantir direitos indispensáveis para a cidadania. Ocorre que a proteção prevista por Locke não se estende a muitos estudantes brasileiros, que são subjugados a uma educação offline, sem internet, sem computadores e, não raro, sem acesso à própria escola. Assim, enquanto a inércia estatal se mantiver o Brasil será obrigado a conviver com um dos maiores problemas para o estudante: a educação deficiente. Portanto, para combater a desigualdade no acesso à internet, as escolas, em parceria com o Ministério da Educação, devem atualizar a educação brasileira, por meio da modificação da sua infraestrutura pedagógica, com a compra de computadores, a instalação de banda larga e a implementação de laboratórios de informática. Essa iniciativa teria a finalidade de romper a inércia estatal e fazer com que os alunos sejam instruídos a partir das novas tecnologias, de sorte que a sociedade brasileira experimente, de fato, o amparo constitucional proposto em 1988. Professor Vinícius Oliveira 6 TEMA – Implementação do ensino domiciliar no Brasil Em outubro de 1988, a sociedade conheceu um dos documentos mais importantes da história do Brasil: a Constituição Cidadã, cujo conteúdo garante a educação a todos. Entretanto, a dificuldade de implementação do ensino domiciliar impede que os brasileiros usufruam desse direito constitucional. Com efeito, a solução do problema pressupõe que se combata não só a invisibilidade dos estudantes de baixa renda, mas também a omissão do Estado. Diante desse cenário, a desigualdade educacional fragiliza a dignidade humana dos alunos. Nesse sentido, a Declaração Universal dos Direitos Humanos – promulgada em 1948 pela ONU – assegura que todos os indivíduos fazem jus a direitos básicos, a exemplo do acesso ao sistema educacional de qualidade. Ocorre que, no Brasil, os estudantes de baixa renda estão distantes de vivenciar o benefício previsto pelas Nações Unidas, sobretudo por conta da falta de políticas públicas capazes de implementar o ensino domiciliar de forma efetiva. Assim, se os estudantes de baixa renda continuarem tratados como invisíveis, os direitos firmados em 1948 permanecerão como privilégios. Ademais, a inércia estatal inviabiliza a efetiva implementação da educação domiciliar. A esse respeito, o filósofo inglês John Locke desenvolveu o conceito de “Contrato Social”, a partir do qual os indivíduos deveriam confiar no Estado, que, por sua vez, garantiria direitos inalienáveis à população. Todavia, a falta de treinamento da família para o ensino evidencia que o Poder Público se mostra incapaz de cumprir o contrato de Locke, na medida em que as autoridades escolares não capacitam pais e mães para ensinar os filhos em casa, o que representa grave problema. Desse modo, enquanto a omissão estatal se mantiver, o Brasil será obrigado a conviver com uma das mais cruéis mazelas para os alunos de baixa renda: a carência educacional. É urgente, portanto, que medidas sejam tomadas para incentivar o “homeschooling”. Nesse sentido, as escolas – responsáveis pela transformação social – devem ensinar a sociedade a reivindicar melhorias em relação ensino domiciliar, por meio de projetos pedagógicos, como oficinas e ações comunitárias. Essa iniciativa terá a finalidade de romper a inércia do Estado e de garantir que o tratamento digno previsto pelas Nações Unidas deixe de ser, em breve, uma utopia no Brasil. Professor Vinícius Oliveira 7 TEMA – A importância do aleitamento materno na primeira infância Em 1988, representantes do povo — reunidos em Assembleia Constituinte — instituíram um Estado Democrático, a fim de assegurar a proteção à infância como valor supremo de uma sociedade fraterna. Entretanto, o descaso com o aleitamento materno nos primeiros anos da vida impede que as crianças experimentem o direito constitucional na prática. Com efeito, há de se perceber a importância do leite para a saúde, bem como desconstruir a omissão do Estado. Diante desse cenário, a Organização Mundial da Saúde defende que as propriedades nutritivas do leite materno colaboram para o desenvolvimento do sistema imunológico e para o equilíbrio hormonal — fundamental para o fortalecimento das sinapses neurais. Ocorre que, seja por imprudência, seja por incapacidade biológica das mães, substancial parcela das crianças não usufrui dos benefícios essenciais do leite materno previstos pela OMS e, consequentemente, torna-se susceptível a diversas doenças ao longo da vida. Desse modo, enquanto a amamentação não for tratada como regra, a saúde de meninos e de meninas será a exceção. Ademais, a carência de aleitamento evidencia a omissão do Estado. Nesse viés, o Estatuto da Criança e do Adolescente — legislação promulgada em 1990 — assegura o acesso ao leite materno às crianças nos primeiros anos da vida. Todavia, embora haja previsão no ECA, o Brasil se mostra incapaz de promover políticas públicas efetivas que garantam condições dignas para que as lactantes amamentem seus filhos – a exemplo de bancos de leite e de segurança laboral para as mães. Assim, enquanto o direito de amamentar se mantiver como privilégio, meninos e meninas não receberão o alimento mais importante para a primeira infância: o leite materno. Há de se perceber, portanto, a relevância da amamentação. Nesse sentido, o Ministério da Saúde, responsável pela qualidade de vida da população, deve valorizar o aleitamento e garanti-lo de forma digna, por meio de políticas públicas, como a disponibilização de clínicas populares que disponham de bancos de leite materno. Essa iniciativa teria a finalidade de auxiliaras lactantes que não foram capazes de produzir leite e contribuiria para que o direito de amamentar os filhos deixe de ser, em breve, um privilégio. Professor Vinícius Oliveira 8 TEMA – A importância do letramento digital na Terceira Idade Em 2015, Elon Musk – bilionário sul-africano e entusiasta da tecnologia – desenvolveu uma escola cujo ensino seria focado no digital: a Ad Astra. Elon entende que a Quarta Revolução Industrial exige atualização de toda sociedade. Todavia, a terceira idade brasileira está distante de vivenciar a importância da evolução proposta pelo bilionário, seja pela indiferença social, seja pela omissão do Estado na garantia do direito à educação do idoso. Diante desse cenário, a filósofa Simone de Beauvoir disserta, em sua obra “A Velhice”, que as sociedades modernas promovem a invisibilidade social do idoso, o que contribuiu para a marginalização daqueles que chegaram à Terceira Idade. Nesse viés, a falta de inclusão digital potencializa a invisibilidade denunciada por Beauvoir, colabora para visão inferiorizada da população senil e representa obstáculo para a valorização dessa importante parcela da sociedade. Assim, enquanto a indiferença ao idoso for a regra, o letramento digital será a exceção. Ademais, no mesmo ano na criação da escola de Elon Musk, o Governo brasileiro promulgou o Estatuto do Idoso, que garante – ao menos na teoria – o direito à educação do idoso, bem como a sua integração com a vida moderna. Ocorre que a realidade da Terceira Idade ainda é analógica, e o Estado brasileiro, ao contrário do que prevê o Estatuto do Idoso, não tem desenvolvido políticas públicas capazes de conferir a devida importância ao letramento digital desse grupo. Desse modo, não é razoável que a educação tecnológica seja um privilégio negado à população senil brasileira. É urgente, portanto, que o letramento digital do idoso seja tratado com a devida importância. Nesse sentido, o Ministério da Tecnologia deve combater a exclusão e tornar visível a necessidade tecnológica da população senil, por meio de da criação de centros comunitários capazes de ensinar a terceira idade manusear aparelhos eletrônicos, como “tablets” e “smartphones”. Essa iniciativa teria a finalidade de desconstruir a omissão do Estado, de modo que o projeto de Elon Musk seja, em breve, uma realidade entre os idosos. Professor Vinícius Oliveira 9 TEMA - A importância do uso da tecnologia no combate à criminalidade Em outubro de 1988, a sociedade conheceu um dos documentos mais importantes da história do Brasil: a Constituição Cidadã, cujo conteúdo garante o direito à segurança. Entretanto, a subutilização da tecnologia no combate à criminalidade impede que os brasileiros usufruam desse direito constitucional. Com efeito, a desconstrução da involução digital, bem como do despreparo do Estado são iniciativas capazes de fazer com que o problema seja tratado com a devida importância. Diante desse cenário, a desatualização da polícia dificulta o combate aos delitos. Nesse sentido, em 1996, o sequestro e a morte da menina Amber Hagerman motivaram os Estados Unidos a desenvolver um aviso sonoro capaz de comunicar o rapto de crianças, em massa e de forma sincronizada com as mídias sociais. Por sua vez, o Brasil ainda está distante da inteligência aplicada nos EUA, já que não possui a tecnologia necessária para solucionar os crimes de forma rápida e segura. Inclusive, como prova desse grave retrocesso, até 2019, não havia um cadastro unificado de pessoas desaparecidas para agilizar a resolução dos sequestros no Brasil. Assim, a falta de estratégias inovadores evidencia o atraso da nação verde-amarela, e, se a involução digital for a regra, o combate eficaz à criminalidade será a exceção. Ademais, a Quarta Revolução Industrial – marcada pelo surgimento da robótica – representa o estágio mais avançado da evolução digital e pode cooperar significativamente para as necessidades da atual geração. Ocorre que o Estado brasileiro se mostra desatualizado, já que utiliza pouco – ou nada – a inteligência artificial e a nanotecnologia proporcionadas pela Revolução 4.0. Nesse sentido, as inovações não recebem a devida importância, e as autoridades policiais combatem os crimes de forma analógica e retrógrada. Dessa forma, enquanto a polícia não for atualizada, o Brasil será obrigado a conviver com um dos mais graves problemas para os cidadãos: a criminalidade. É urgente, portanto, o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação, em parceria com os estados federativos ofereçam a atualização necessária à polícia, por meio de projetos estratégicos, como a compra de “drones” e de “softwares” avançados que sejam capazes de auxiliar no cotidiano dos agentes de segurança. Essa iniciativa teria a finalidade de mitigar o despreparo na resolução dos conflitos e de garantir que o Brasil seja uma nação segura e, de fato, de livre de qualquer forma de criminalidade. Professor Vinícius Oliveira 10 TEMA - Alternativas para combater a pobreza menstrual entre mulheres de baixa renda no Brasil | VERSÃO 2021 A produção ficcional "Round 6" ilustra uma sociedade distópica, cujos personagens convivem com a desigualdade e com a extrema escassez de recursos. Com efeito, a distopia se torna realidade na medida em que, todos os dias, milhões de meninas utilizam trapos de pano e pedaços de papelão para fazer a própria higiene genital -- o que reproduz o terrível cenário da ficção coreana. Nesse sentido, a solução da pobreza menstrual pressupõe que o Estado interrompa esse jogo de opressão e que valorize a dignidade feminina. Durante a Idade Média, uma vez por mês as moças eram obrigadas a se isolar socialmente para gerenciar a própria menstruação com trapos de tecidos que controlavam o sangue – o que era motivo de humilhação e de vergonha. Com efeito, essa situação degradante experimentada há mais de mil anos ainda é a realidade de muitas mulheres brasileiras. Nesse sentido, a solução da pobreza menstrual entre a população de baixa renda pressupõe que combata a omissão do Estado e que se valorize a dignidade humana. Diante desse cenário, Norberto Bobbio – expoente filósofo italiano – defende, em sua olha "Estado, governo e sociedade", a ideia segundo a qual as instituições públicas são incapazes de suprir as demandas dos indivíduos que estão sob a responsabilidade estatal. Nesse viés, o presidente do Brasil confirma a incapacidade denunciada por Bobbio, ao negar deliberada e intencionalmente a oferta de absorventes às jovens carentes, ainda que o Poder Legislativo lhes tenha assegurado esse direito. Assim, não é razoável que, embora seja extremamente básica, a higiene feminina também seja um privilégio no país que insiste na ilusão de ser solidário. Ademais, ao negar absorventes às jovens, o Estado se mostra indiferente à dignidade, prevista pela primeira vez há mais de dois séculos. Nesse sentido, o Iluminismo, em 1789, garantiu a vida digna a todos os indivíduos, independentemente do sexo. Porém, as moças de baixa renda ainda não conhecem o direito consolidado pelos iluministas, haja vista que a população feminina carente não dispõe de insumos mínimos para a sua higiene genital básica. Dessa maneira, enquanto a pobreza menstrual se mantiver, as mulheres carentes serão obrigadas a conviver com a mais grave violação de direitos: a falta de dignidade humana. Desse modo, é inconcebível que a desigualdade social seja tão cruel a ponto de fazer com que a pobreza menstrual se torne a regra no Brasil. Portanto, o Ministério Público – órgão responsável pela proteção das minorias – deve zelar pela dignidade humana das mulheres carentes e cobrar ações efetivas do Estado, por meio de políticas públicas, como ações comunitárias com distribuição gratuita de insumos de higiene feminina. Essainiciativa teria a finalidade de mobilizar as autoridades no sentido de garantir a vida digna que foi negada a moças de baixa renda, de modo que o Brasil deixe de ser uma sociedade distopia e passe, de fato, a ser uma nação livre, justa e solidária. Desse modo, é inconcebível que a desigualdade social seja tão cruel a ponto de fazer com que a pobreza menstrual se torne a regra no Brasil. Portanto, o Ministério Público – órgão responsável pela proteção das minorias – deve zelar pela dignidade humana das mulheres carentes e cobrar ações efetivas do Estado, por meio de políticas públicas, como ações comunitárias com distribuição gratuita de insumos de higiene feminina. Essa iniciativa teria a finalidade de mobilizar as autoridades no sentido de garantir a vida digna que foi negada a moças de baixa renda, de modo que o Brasil deixe de nutrir uma mentalidade medieval e seja, de fato, uma nação livre, justa e solidária. Professor Vinícius Oliveira REDAÇÃO COM “ROUND 6” REDAÇÃO COM IDADE MÉDIA 11 TEMA – Alternativas para combater os crimes cibernéticos na sociedade brasileira A Constituição Federal de 1988 – documento da liberdade, da dignidade e da justiça social no Brasil – assegura a todos o direito à privacidade e à integridade moral. Entretanto, a perpetuação de crimes cibernéticos no Brasil evidencia que nem todos experimentam as garantias previstas na Carta Magna. Diante de tal cenário, a solução do problema depende de estratégias que desconstruam a omissão do Estado e a sensação de impunidade. À vista disso, a inércia das autoridades públicas permite a manutenção de infrações no ciberespaço. Nesse sentido, Norberto Bobbio – expoente filósofo italiano – defendeu, em sua obra “Dicionário de política”, que as instituições estatais modernas se mostram incapazes de solucionar as demandas decorrentes de crimes cometidos na sociedade. A esse respeito, os delitos virtuais se encaixam no problema denunciado pelo filósofo, na medida em que o Estado não dispõe de políticas públicas eficazes para reprimir os infratores que atuam virtualmente. Assim, enquanto a carência estatal for a regra, a segurança digital será a exceção. Ademais, a sensação de impunidade dá ensejo a novos crimes virtuais. Nesse viés, Steve Jobs – criador da Apple e entusiasta da tecnologia – defendia que a internet deve servir para o benefício das relações humanas e contribuir para a coesão social. Ocorre que a atuação de “hackers” corrompe o ideal proposto por Jobs, na medida em que faz da internet um ambiente hostil, principalmente, em razão da falta de punição para aqueles que cometem furto de dados, invasão de privacidade e pedofilia digital. Desse modo, enquanto a impunidade se mantiver, o Brasil será obrigado a conviver com um dos mais graves problemas contemporâneos: os cibercrimes. Cabe, portanto, ao Ministério Público promover campanhas, em parceria com as delegacias, com o intuito de intensificar ações educativas que visem desconstruir os delitos virtuais. O “Parquet” deve, ainda, ajudar no combate aos crimes cibernéticos, por meio das ações judiciais pertinentes, a exemplo da ação penal pública, a fim de garantir a punição dos infratores que atuam na rede mundial de computadores. Assim, todos poderão, de fato, experimentar a dignidade idealizada na Carta Política. Professora Natália Teixeira e professor Vinícius Oliveira 12 TEMA - Alternativas para prevenir a violência doméstica contra crianças no Brasil Em 2021, a sociedade ficou marcada por um triste episódio envolvendo agressões a crianças: o assassinato de Henry Borel, que, embora seja cruel, não é raro no Brasil. Nesse sentido, a violência doméstica contra meninos e meninas representa grave problema e pode motivar outros casos como o de Henry. Com efeito, para prevenir a hostilidade, há de se criar alternativas para valorizar a dignidade humana infantil, bem como combater o assédio moral dentro dos lares. Diante desse cenário, a violência doméstica contra as crianças fragiliza a sua integridade. A esse respeito, no contexto do Iluminismo, a Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão foi um dos primeiros tratados internacionais a considerar meninos e meninas como hipossuficientes — indivíduos que dependem de proteção dos pais e do Estado. Ocorre que o Poder Público e a família se mostram incapazes de proteger a infância, tal como estabeleciam os iluministas no século XVIII. Desse modo, a persistência do abandono parental, do assédio sexual e das faces cruéis da violência contra as crianças representa grave retrocesso. Assim, não é razoável que, em vez de ser um ambiente seguro, os lares simbolizem lugares hostis e traumáticos. Ademais, a manipulação emocional sobre a criança dá lugar a prejuízos psicológicos. Sobre isso, o médico Peter Sifneos nomeou como “Alexitimia” o conceito clínico conhecido popularmente como “cegueira emocional”, segundo o qual o relacionamento tóxico com os genitores pode provocar na criança a perda da capacidade de demonstrar afeto. Nesse sentido, muitas famílias são imprudentes com os filhos e, assim, são responsáveis por ocasionar consequências irreparáveis como a síndrome definida por Sifneos. Desse modo, enquanto os maus-tratos não forem evitados, a sociedade terá de conviver com um dos piores obstáculos para o desenvolvimento: o caos familiar. É urgente, portanto, que as escolas — responsáveis pela transformação social — devem contribuir para a garantia da dignidade humana na infância, por meio de projetos pedagógicos, como palestras e ações abertas à comunidade, capazes de proteger a infância. Essa iniciativa teria a finalidade de repudiar os casos cruéis de agressão doméstica, a exemplo do abandono parental e do assédio sexual. Assim, será possível garantir que episódios tristes como o da morte do menino Henry deixem de ser, em breve, realidade no Brasil. Professor Vinícius Oliveira 13 TEMA – Alternativas para prevenir a violência no ambiente escolar Em 2011, o Brasil ficou marcado por uma das mais graves tragédias da história: o Massacre de Realengo, que ceifou a vida de 11 alunos da escola carioca Tasso da Silveira. Nesse sentido, a violência no ambiente escolar se mostra grave problema e permite a ocorrência de episódios cruéis como o de 2011. Com efeito, as alternativas para prevenir a insegurança nas instituições do ensino pressupõem que se desconstrua a maldade humana e a omissão do Estado. Diante desse cenário, a filósofa Hannah Arendt desenvolveu o conceito conhecido como Banalidade do Mal, segundo o qual as atitudes cruéis são parte do cotidiano moderno e tornam as relações sociais cada vez mais caóticas. Nesse viés, substancial parcela dos estudantes brasileiros manifesta na prática a cultura de hostilidade definida por Arendt, o que se mostra grave problema e motiva os casos de violência em suas faces mais perversas – “bullying”, ofensas a professores, depredação de patrimônio. Dessa forma, não é razoável que o Brasil ainda se mantenha incapaz de prevenir a violência nas escolas. Ademais, John Locke – filósofo conhecido como pai do liberalismo – construiu a tese de que os indivíduos cedem sua confiança ao Estado, que, em contrapartida, deve garantir direitos aos cidadãos. Todavia, a ideia de Locke está distante de ser a realidade nas escolas, haja vista a falta de iniciativa das autoridades em evitar conflitos, garantir a segurança e a paz no ambiente escolar, o que permite a ocorrência de histórias cruéis como a experimentada por alunos em Realengo. Assim, enquanto a inércia do Estado se mantiver, os estudantes serão obrigados a conviver com um dos mais graves problemas para a sociedade contemporânea: a violência nas escolas. Para mitigar, portanto, as diversas faces da hostilidade nas instituições de ensino, as próprias escolas – responsáveis pela transformação social –devem desconstruir a maldade presente no ambiente estudantil, por meio de projetos pedagógicos, como gincanas e ações comunitárias capazes de promover a harmonia. Essa iniciativa teria a finalidade de reafirmar o papel da escola na mediação dos conflitos e de garantir que o Brasil seja uma nação solidária e, de fato, livre da violência na escola. Professor Vinícius Oliveira 14 TEMA - Alternativas para promover o acesso igualitário à prática de atividades físicas. No século IV antes de Cristo, Hipócrates já defendia que a anatomia humana exige motricidade: constante movimento do corpo. Todavia, na contemporaneidade, a tese do pai da medicina encontra obstáculo na extrema desigualdade social que afeta substancial parcela dos brasileiros. Com efeito, para democratizar a prática de atividades físicas, há de se promover o acesso à renda e a políticas públicas que deem alternativas para que todos possam realizar exercícios. Diante desse cenário, a prática de atividades físicas é um privilégio não estendido à população pobre. Sobre isso, no século XIX, o Barão de Coubertin – aristocrata e idealizador dos Jogos Olímpicos da Era Moderna – decidiu estimular a inclusão da educação física nas escolas de Paris, com objetivo de promover a qualidade de vida. Ocorre que a iniciativa de Coubertin se mostrou excludente, o que se perpetua na sociedade contemporânea, sobretudo nas nações subdesenvolvidas, nas quais o Brasil se inclui. Inclusive, não há como ter tempo de qualidade para o esporte quando as longas jornadas de trabalho e a escassez de recursos são a regra. Assim, a desigualdade é obstáculo para a cultura desportiva, e, se não houver mudança nessa realidade cruel, os exercícios físicos continuarão restrito à minoria detentora do poder econômico. Ademais, uma alternativa possível para democratizar as atividades físicas é estimular a criação de políticas públicas desportivas. A esse respeito, a Organização Mundial da Saúde, em 2020, sugeriu a prática de exercícios diários por 30 minutos, a fim de estimular a saúde da população mundial. Todavia, o Poder Público brasileiro tem mostrado poucas iniciativas para implementar a orientação das Nações Unidas no dia a dia dos brasileiros. Faltam ciclovias, academias populares e praças com aparelhagem adequada, que, de fato, poderiam fazer com que a sugestão da OMS deixasse de ser teoria. Portanto, as prefeituras, em parceria com o Ministério da Saúde, devem democratizar a prática de exercícios, por meio de políticas públicas, como academias populares itinerantes, que sejam capazes de garantir a igualdade de acesso às atividades físicas. Essa iniciativa do Estado incluiria acompanhamento com profissionais de educação física e seriam custeadas com verbas oriundas da iniciativa privada. Assim, a finalidade dessa iniciativa seria promover a efetiva qualidade de vida de todos os brasileiros, de modo que o elitismo da cultura desportiva, pregado pelo Barão de Coubertin, dê lugar, em breve, à igualdade. Professor Vinícius Oliveira 15 Tema – Alternativas para diminuir os impactos do lixo eletrônico no Brasil A nanotecnologia – inteligência digital popularizada no final do século XX – possibilitou o desenvolvimento de aparelhos eletrônicos de dimensões cada vez menores. Todavia, ao passo que o tamanho dos dispositivos diminui, um grave problema cresce com frequência: o lixo eletrônico. Com efeito, para que se diminuam os impactos desses resíduos, há de se aumentar a durabilidade dos dispositivos, bem como ampliar as políticas públicas de manejo dos rejeitos digitais. Diante desse cenário, o curto tempo de vida útil do aparelho motiva o seu descarte precoce. A esse respeito, o conceito de obsolescência programada – nascido após a Crise de 1929 – representa a atitude deliberada de criar dispositivos que se tornem irrelevantes em pouco tempo. Em teoria, essa manobra move a economia, mas, em contrapartida, manifesta uma das mais cruéis consequências para o planeta: o lixo eletrônico. Inclusive, é incoerente que a tecnologia evolua para se tornar cada vez mais frágil, poluente e desumana. A esse respeito, enquanto a ambição pelo lucro for a regra, o Brasil continuará sendo o país que mais produz e-lixo na América Latina, tal como a ONU denunciou em 2019. Além disso, os dispositivos eletrônicos – a exemplo dos celulares – possuem pequenos capacitores com conteúdo poluente, como o mercúrio. Esse composto químico, se administrado de forma improvisada, pode se misturar ao solo e à água dos rios, o que pode provocar a bioacumulação – fenômeno no qual substâncias químicas são assimiladas pelo organismo. Nesse sentido, a poluição causada pelo descarte irresponsável de aparelhos tecnológicos representa grave problema, e, embora o e-lixo prejudique a saúde da população, ainda são insuficientes as políticas públicas de gestão dos resíduos eletroeletrônicos, que seria capaz de interromper a bioacumulação e preservar a qualidade de vida coletiva, o que, todavia, ainda não tem sido prioridade no Brasil. Portanto, o Brasil precisa buscar alternativas para reduzir os impactos do lixo eletrônico. Nesse sentido, as escolas – responsáveis pela reformulação da mentalidade social – devem ensinar a população a descartar corretamente os dispositivos danificados, por meio de projetos pedagógicos, como ações comunitárias e oficinas capazes de mostrar a destinação adequada do e-lixo. Essa iniciativa teria a finalidade de reduzir o impacto ambiental dos resíduos sólidos eletrônicos, de modo que a sociedade brasileira seja conhecida como nação limpa, consciente e, de fato, sustentável. Professor Vinícius Oliveira 16 TEMAS – Formas para combater o tráfico de pessoas no Brasil Em outubro de 1988, a sociedade conheceu um dos documentos mais importantes da história do Brasil: a Constituição Cidadã, cujo conteúdo garante o direito à dignidade humana. Entretanto, o tráfico de pessoas impede que os brasileiros usufruam desse benefício constitucional. Com efeito, as formas para combater esse problema pressupõem que se repudie a histórica exploração e que se valorize o tratamento digno. Diante desse cenário, o Período Colonial foi marcado pela remoção forçada de pessoas, com objetivo de explorá-las nos engenhos de cana. Esse fenômeno, embora amplamente combatido, ainda se mostra presente na sociedade, que se acostumou a explorar indivíduos. Nesse sentido, o tráfico de pessoas evidencia grave retrocesso, já que, mesmo no século XXI, a mazela da Colônia se repete e milhares de brasileiros vivem a cruel realidade do contrabando humano. Assim, uma forma de combater o problema seria garantir o direito à proteção e à segurança, que têm sido distribuídos como privilégios. Ademais, a perpetuação do tráfico de pessoas fragiliza a dignidade humana de forma irreparável. Sobre isso, em 1789, a Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão foi um dos primeiros tratados internacionais a garantir o tratamento adequado a todos os indivíduos, com especial proteção aos grupos vulneráveis. Todavia, a prática deplorável da remoção forçada de brasileiros evidencia que a sociedade contemporânea ainda tem sido incapaz de colocar em prática um dos direitos mais básicos previstos desde o século XVIII – a dignidade. Logo, enquanto a falta de segurança se mantiver, o Brasil será obrigado a conviver com um dos mais graves problemas para as vítimas: o comércio humano. É urgente, portanto, que o Ministério Público — responsável pela proteção dos grupos vulneráveis —combata o tráfico de pessoas, por meio de políticas públicas, como o envio de autoridades policiais a locais alvos de denúncias de receptação de vítimas. Essa iniciativa teria a finalidade de desconstruir a cultura de exploração de pessoas e de garantir que o Brasil seja uma nação justa, solidária eque seja capaz de garantir, de fato, a dignidade humana. Professor Vinicius Oliveira 17 TEMA – Meios para garantir a aposentadoria no Brasil Em 1789, o Iluminismo consolidou a Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão, garantindo, pela primeira vez, a cidadania a todos. Entretanto, a precariedade do sistema de previdência mostra que a população brasileira ainda é incapaz de experimentar os ideais iluministas na prática. Com efeito, para garantir o direito à aposentadoria, há de se combater o desemprego e o privilégio de autoridades públicas. Diante desse cenário, a falta de oportunidade de emprego fragiliza o sistema de previdência. A esse respeito, a Constituição Federal de 1988 assegura a todos os brasileiros o direito à aposentadoria no país. Entretanto, o atual contexto de desemprego sistêmico — resultado da crise econômica instalada no país em 2015 — impede que parte da população experimente as garantias constitucionais, uma vez que a insuficiência de postos de ofício inviabiliza o cumprimento do tempo de contribuição obrigatória para obtenção de benefícios previdenciários. Assim, enquanto as altas taxas de desemprego forem a regra, a garantia prevista na Constituição Federal de 1988 será a exceção. Ademais, o favorecimento de membros do Estado se mostra nocivo ao sistema previdenciário. Nesse viés, Sérgio Buarque de Holanda, em sua obra "Raízes do Brasil", ensina que o brasileiro tem inabilidade nata separar o interesse público dos anseios particulares. Ocorre que a característica denunciada pelo historiador evidencia-se no Regime Especial de Previdência, na medida em que muitas autoridades públicas garantem seus direitos privilegiados no Legislativo, a exemplo da aposentadoria vitalícia cedida a militares, em detrimento do bem-estar da população, cujos benefícios previdenciários são insuficientes. Dessa maneira, a manutenção da assistência desproporcional aos políticos contribui para a perpetuação de um dos mais graves problemas para a sociedade: o falho sistema previdenciário. Impende, portanto, que o direito à aposentadoria seja, de fato, garantido no Brasil. Nesse sentido, o Ministério do Trabalho deve minimizar o impacto do desemprego na obtenção de previdência, por meio de geração de postos de ofícios, como incentivos ao crescimento empresarial, a fim de viabilizar o cumprimento do tempo de contribuição obrigatório. A população, por sua vez, pode exigir regimes de previdência igualitários entre sociedade e autoridades públicas, por intermédio de protestos, com apoio de ONGS e das redes midiáticas, para que sejam asseguradas a cidadania e a erradicação da previdência imprópria. Professor Vinícius Oliveira 18 TEMA – O problema da dependência química no Brasil contemporâneo A República Federativa do Brasil constitui-se em Estado Democrático de Direito e tem como fundamento a proteção à saúde. Portanto, não é razoável que a dependência química ainda represente um problema no país, o que vai de encontro ao princípio republicano. Com efeito, a construção de uma sociedade que valoriza o bem-estar social pressupõe que se combate o consumo de drogas. Diante desse cenário, persiste a omissão das autoridades públicas acerca da dependência química. A esse respeito, o sociólogo Zygmunt Bauman desenvolveu o conceito de Instituição Zumbi, segundo o qual o Estado perdeu a sua função social, mas manteve — a qualquer custo — a sua forma. Nesse viés, o SUS se enquadra na teoria das instituições zumbis, na medida em que não há campanhas efetivas de combate ao uso de drogas — lícitas e ilícitas — e é ineficiente no acompanhamento dos dependentes. Assim, enquanto o problema denunciado por Zygmunt Bauman for a regra, o enfraquecimento do uso de drogas será a exceção. Ademais, há de se desconstruir a cultura histórica de consumo de entorpecentes, cuja consequência é a dependência química. Nesse sentido, o Movimento de Contracultura — estabelecido em meados do século XX — utilizava as drogas como estratégia de subversão social, herdada do Movimento Hippie norte-americano. Essa prática imprudente se perpetua no Brasil contemporâneo e pode ser recebida no comportamento de indivíduos de todas as faixas etárias que usam substâncias capazes de acarretar vícios, o que pode ser irreversível. Dessa forma, se a inconsequência experimentada no Movimento Hippie se mantiver, o Brasil será obrigado a conviver com um dos mais graves problemas de saúde pública: a dependência química. Impende, portanto, que o Brasil contemporâneo não seja um país de dependentes químicos. Para isso, o Ministério da Saúde, responsável pela qualidade de vida da população, deve realizar campanhas efetivas de combate ao uso de drogas, por meio da divulgação dos riscos irreversíveis de algumas substâncias, como a cocaína e a nicotina, para que haja estímulo a práticas saldáveis. Por sua vez, os indivíduos podem realizar debates, por intermédio das mídias sociais, capazes de desconstruir a imprudência cultural acerca do consumo de entorpecentes, como havia no Movimento Hippie, a fim de que o combate à dependência química deixe de ser, no país, apenas teoria. Professor Vinicius Oliveira 19 TEMA – O problema da prática de perseguição sistemática na internet em questão no Brasil INTRODUÇÃO COM A CONSTITUIÇÃO INTRODUÇÃO COM GEORGE ORWELL Em 1988, representantes do povo – reunidos em Assembleia Constituinte – instituíram o Estado Democrático, a fim de garantir a privacidade e a segurança como valores supremos de uma sociedade fraterna. Entretanto, a prática da perseguição sistemática na internet impede que os brasileiros experimentem esse direito constitucional na prática. Com efeito, a solução do problema pressupõe que se combata não só a maldade humana, mas também a omissão estatal. Na obra distópica “1984”, George Orwell descreve uma sociedade manipulada, cujas casas e ruas são povoadas por teletelas instaladas com um único objetivo: a vigilância constante. Entretanto, a crítica feita pelo autor inglês ganha sentido com o advento da prática da perseguição sistemática pela internet e evidencia que o Brasil compartilha traços da distopia de Orwell. Com efeito, a solução do problema pressupõe que se combata não só a maldade humana, mas também a omissão estatal. Diante desse cenário, a hostilidade dá ensejo à perseguição sistemática na “web”. A esse respeito, Hannah Arendt – expoente filósofa alemã – desenvolveu o conceito conhecido como Banalidade do Mal, segundo o qual as atitudes cruéis se mostram comuns entre os indivíduos e tornam as relações humanas cada vez mais hostis. Nesse sentido, a vigilância permanente – denominada “stalking” – simboliza a crueldade repudiada por Arendt: os agressores perseguem suas vítimas dentro e fora do ciberespaço e constroem um ambiente de opressão constante, o que representa grave problema no Brasil. Assim, enquanto a maldade humana for a regra, a dignidade e a privacidade serão a exceção. Nesse sentido, assim como em “1984”, o Estado brasileiro se torna responsável pela conduta criminosa do “stalking”, ainda que por omissão. Sobre isso, o filósofo italiano Norberto Bobbio, em seu “Dicionário de política”, denuncia que as autoridades públicas se mostram incapazes de suprir as demandas da sociedade, a exemplo da segurança. Nesse viés, a polícia brasileira se enquadra na crítica de Bobbio e, ainda que haja lei capaz de punir os “stalkers”, o Estado tem sido ineficaz no combate à perseguição reiterada no ciberespaço, o que contribuiu para a impunidade dos agressores e motiva novos casos. Logo, se a inércia estatal se mantiver, o Brasil será obrigado a conviver com um dos mais graves problemas contemporâneos: a opressão cibernética. Portanto, o Ministério Público – responsável pela garantia dos direitos constitucionais– deve combater a prática da vigilância sistemática na rede e garantir a dignidade dos indivíduos, por meio de parcerias com as delegacias de polícia especializadas em crimes virtuais. Essa iniciativa do MP faria o Estado deixar a situação de omissão acerca do problema e teria a finalidade de construir um ambiente cibernético saudável e respeitoso. Assim, o Brasil será conhecido como nação justa, digna e, de fato, livre da perseguição sistemática. Professor Vinícius Oliveira 20 TEMA – O problema da violência durante o parto Na Antiguidade, os maiores sofrimentos eram comparados às dores de parto, que ficaram consolidadas na história como uma das piores sensações desde a mitologia clássica. Entretanto, na contemporaneidade, a violência obstétrica subjuga as mulheres brasileiras ao mesmo sofrimento experimentado séculos atrás, haja vista a omissão do Estado e a falta de respeito à dignidade humana por parte do SUS. Diante desse cenário, persiste a indiferença das autoridades acerca da violência obstétrica. A esse respeito, o sociólogo Zygmunt Bauman desenvolveu o conceito de Instituições Zumbis, segundo o qual o Estado perdeu a sua função social, mas manteve — a qualquer custo — a sua forma. Nesse viés, o Poder Público brasileiro se enquadra na teoria das Instituições Zumbis, na medida em que não impõe políticas públicas efetivas capazes de garantir às mães o cuidado e o respeito requeridos no parto. Assim, enquanto o problema denunciado por Zygmunt Bauman for a regra, os nascimentos humanizados serão a exceção. Ademais, a violência obstétrica evidencia a desvalorização da dignidade humana pelo SUS. Nesse viés, em 1789, o Iluminismo consolidou a Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão, garantindo pela primeira vez a dignidade humana a todos. Ocorre que o Sistema Único de Saúde se mostra incapaz de aplicar o ideal iluminista durante o parto e, mesmo séculos depois, não estende às mulheres a dignidade garantida em 1789, o que se mostra grave problema social capaz de fragilizar a saúde das mulheres e de seus bebês. Desse modo, não é razoável que a nação que almeja o desenvolvimento enfrente este retrocesso: a violência no parto. Impende, portanto, que o desrespeito obstétrico seja repudiado no Brasil. Para isso, o Poder Executivo, responsável pela manutenção da saúde pública, deve fiscalizar, com rigor, a postura das autoridades médicas, por meio de visitas regulares nos hospitais, para que a omissão e a indiferença estatais sejam desconstruídas. Por sua vez, os indivíduos podem, com frequência, denunciar a falta de dignidade humana a que são submetidos às mulheres, como a ausência de informação devido à mãe, por intermédio de conteúdos e discussões nas mídias sociais, a fim de que o Brasil deixe as dores da mitologia clássica e construa partos humanizados. Professor Vinicius Oliveira 21 TEMA - Os desafios da alfabetização de crianças indígenas no Brasil Em outubro de 1988, a sociedade conheceu um dos documentos mais importantes da história do Brasil: a Constituição Cidadã, cujo conteúdo garante o direito à educação e à cultura. Todavia, a falta de acesso à alfabetização mostra que, para as crianças indígenas, a garantia constitucional representa uma utopia. Com efeito, a imposição da língua portuguesa e a carência de políticas públicas que preservem as culturas nativas são os desafios do letramento infantil dessa minoria étnica. Diante desse cenário, Lima Barreto – expoente autor pré-modernista – foi incompreendido em sua época ao defender o Tupi como idioma padrão do Brasil. Para o autor, o vernáculo português não seria original da nação brasileira e, embora tenham passado quase 100 anos da morte do escritor, a sociedade é incapaz de perceber a imposição da língua europeia sobre o país verde- amarelo. Nesse sentido, as crianças indígenas são a população mais afetada pelo problema denunciado por Barreto, já que meninos e meninas de etnias silvícolas são obrigados a ler e a escrever o português: fato que pode, aos poucos, causar o cruel apagamento do seu idioma nativo. Ademais, faltam políticas públicas que garantam, de fato, o letramento isonômico das crianças indígenas. Nesse viés, o filósofo italiano Norberto Bobbio denunciou, em sua obra “Dicionário de política”, que as instituições públicas modernas são incapazes de suprir as demandas da sociedade. A esse respeito, o Estado brasileiro se enquadra na crítica feita por Bobbio, haja vista a falta de preparo dos professores em ensinar as crianças silvícolas a serem proficientes em suas próprias línguas. Assim, enquanto a omissão estatal se mantiver, os povos indígenas serão obrigados a conviver com um dos mais graves problemas da história do Brasil: a aculturação. Portanto, há de se superar os desafios na alfabetização de crianças indígenas no país. Para isso, o Ministério da Educação e as escolas – responsáveis pela transformação social do indivíduo – devem proteger as línguas nativas, a exemplo do Tupi, bem como capacitar profissionais que ensinem meninos e meninas a escrever em seus próprios idiomas. Essa iniciativa ocorreria por meio de projetos pedagógicos de formação continuada, como minicursos on-line para todos os professores do Brasil, com a finalidade de evitar o processo de aculturação indígena. Desse modo, o Brasil poderá ser conhecido como nação livre, justa e, de fato, isonômica. Professor Vinícius Oliveira 22 TEMA - Os desafios da educação financeira para a juventude brasileira Em 1929, os EUA viveram uma das mais graves crises da história: a Grande Depressão, que obrigou a sociedade a desenvolver consciência no manejo do dinheiro. Entretanto, a juventude brasileira está distante de construir a educação financeira imposta pela Quebra da Bolsa, seja pela extrema pobreza que assola o Brasil, seja pela defasagem do sistema educacional. À vista desse problema, a formação do Brasil foi marcada por uma colônia de exploração, que, desde o século XVI, promove desigualdade de renda e miséria. Nesse sentido, o jovem acostumou-se a viver com recursos escassos, e o planejamento financeiro não é a prioridade em uma nação marcada pela exploração colonial, que ainda se perpetua de forma negativa. Assim, a inabilidade em lidar com o dinheiro prejudica a juventude e decorre da histórica cultura de pobreza, na medida em que é inviável ter planejamento financeiro quando não há o que se administrar. Ademais, o padrão de escola que ainda está vigente no Brasil baseia- se no modelo da Revolução Industrial inglesa do século XVIII, que impõe a uniformização do comportamento para se chegar à submissão do indivíduo. Essa subserviência se manifesta desta forma no Brasil: os jovens não são estimulados a terem sucesso financeiro, mas sim a dependerem dos seus empregadores. Antes, a educação financeira daria a possibilidade de rapazes e moças emergirem socialmente e de exigirem melhores condições de emprego e de vida, o que no Brasil não era – e ainda não é – o interesse das classes dominantes. Os desafios da educação financeira, portanto, devem ser assumidos pelos indivíduos e pela escola. Esta deve problematizar a histórica cultura de pobreza, que ainda permanece enraizada na sociedade, por meio de eventos pedagógicos, como aulas e palestras, capazes de mostrar a necessidade de organizar os gastos, sobretudo em tempos de crise. Essa iniciativa teria a finalidade de motivar homens e mulheres, desde a infância e juventude, a aprender a administrar o dinheiro, de modo que a Grande Depressão permaneça apenas na história. Professor Vinícius Oliveira 23 TEMA – Os desafios das políticas de moradia no Brasil No dia 1º de maio de 2018, a sociedade brasileira presenciou o desabamento de um edifício abandonado que servia de abrigo para centenasde indivíduos em São Paulo. Esse desastre levantou um assunto até então silenciado: a desigualdade de moradia, que se mostra grave problema social e representa obstáculo para o desenvolvimento da nação. Diante desse cenário, persiste no Brasil a desigualdade histórica de acesso à terra. Nesse viés, em 1850, foi estabelecida a Lei de Terras, cujo conteúdo visava evitar que a população carente se apropriasse da propriedade rural, o que subjugou as classes de menor renda a viver em moradias improvisadas e indignas. Entretanto, a desigualdade estabelecida em 1850 ainda produz efeitos negativos no Brasil contemporâneo e pode ser percebida no número substancial de moradores de rua ou em situação habitacional precária de comunidades carentes. Desse modo, é incoerente que a nação brasileira, mesmo objetivando ser potência desenvolvida, permaneça indiferente ante o problema da distribuição de moradia em território nacional. Ademais, além da desigualdade histórica, persiste a omissão do poder público na oferta de políticas isonômicas de acesso à propriedade. A esse respeito, o neoliberalismo — doutrina adotada no Brasil desde o final do século XX — defende que os indivíduos devem buscar o seu próprio progresso por intermédio de esforço individual e sem intervenção do Estado. Todavia, a população de rua ou em situação precária não é capaz de progredir por si mesma, de modo que a ideologia neoliberal aplicada à moradia colabora para o aumento da desigualdade habitacional e social. Assim, enquanto a inércia do Estado for a regra, o progresso de quem não possui moradia será a exceção. A catástrofe de 1º de maio, portanto, poderia ter sido evitada caso a gestão de propriedade não fosse negligenciada no Brasil. Para mitigar esse problema, o Ministério Público, responsável pela manutenção do Estado de Direito, deve identificar quais propriedades urbanas estejam sem função social, por meio de fiscalizações, com apoio das prefeituras, a fim de destinar espaços inabitados à população carente. Por sua vez, os indivíduos devem cobrar políticas efetivas do Estado, como ampliação do aluguel social, por intermédio de debates nas mídias sociais, com auxílio de campanhas na televisão, cuja finalidade seria desconstruir a grave desigualdade habitacional, bem como contribuir para que o acesso à moradia deixe de ser um problema silenciado. Professor Vinicius Oliveira 24 TEMA - Os desafios do acesso à cultura no Brasil Em 1922, Mário de Andrade colaborou para a realização da Semana de Arte Moderna, cujo objetivo era valorizar as manifestações culturais do Brasil. Todavia, quase cem anos depois, a iniciativa do escritor modernista se mostra distante de ser efetivada, na medida em que a diversidade cultural brasileira não é acessível a todos, o que deve ser desconstruído sob pena de prejuízos ao desenvolvimento nacional. Diante desse cenário, as produções culturais brasileiras tendem a valorizar somente o lucro. A esse respeito, o sociólogo Zygmunt Bauman, em sua obra "Cultura Líquida", propôs a teoria da Espetacularização da Cultura, segundo a qual as nações pós-modernas priorizam manifestações artísticas grandiosas, capazes de constituir espetáculos e gerar potencial econômico. Nesse contexto, a tese do sociólogo se aplica ao Brasil, na medida em que as grandes produções recebem mais investimentos do que as manifestações locais, que ficam negligenciadas. Assim, é incoerente que, mesmo sendo considerado multicultural, o país permita o enfraquecimento das culturas locais. Ademais, a maioria da população acessa manifestações artísticas incapazes de formar senso crítico. Nesse sentido, o conceito de Indústria Cultural, formulado por Theodor Adorno — filósofo alemão do século XX — denuncia que as produções culturais veiculadas pela mídia não valorizam a diversidade e são esvaziadas de criticidade. Tal estratégia midiática busca oferecer a todos a mesma compreensão da realidade, o que ocorre, inclusive, no Brasil, haja vista os veículos midiáticos — sobretudo a televisão — não incentivarem a reflexão crítica e buscarem homogeneizar os comportamentos dos brasileiros. Desse modo, enquanto o esvaziamento crítico se mantiver, o país será obrigado a conviver com um dos mais graves problemas denunciados por Adorno: a alienação social. Impende, portanto, que valorização cultural proposta por Mário de Andrade seja acessível a todos. Para que isso ocorra, o Ministério da Educação e Cultura deve estimular os estudantes a observar as produções veiculadas na mídia, por meio de campanhas nas escolas, realizadas com a participação de familiares, a fim de estimular a criatividade coletiva. Os indivíduos, por sua vez, podem veicular conteúdos capazes de divulgar culturas locais marginalizadas, como os festivais de xilogravura do Nordeste, por intermédio das mídias sociais, para que seja minimizada a desvalorização desses movimentos. A partir da ação conjunta entre Estado e sociedade, serão alcançados os objetivos da Semana de Arte Moderna. Professor Vinicius Oliveira 25 TEMA – Meios para combater a evasão escolar no Brasil Em 1996, foi fundada a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, cuja função inicial era modernizar o ensino básico no Brasil e estimular os indivíduos se manterem ativos no processo pedagógico. Todavia, a alarmante evasão escolar evidencia que a meta da LDB está distante de ser a realidade de crianças e de adolescentes. Com efeito, as estratégias para manter os alunos no ciclo pedagógico pressupõem que se combata a desatualização das aulas e que se garanta a ampliação da perspectiva de vida dos estudantes. Diante desse cenário, a educação brasileira é inspirada no modelo da Revolução Industrial do século XVIII, que reproduzia dentro da escola o formato de uma pequena fábrica. Nesse viés, os estudantes eram submissos, dependentes e estimulados a obedecer, a fim de se tornarem bons operários no futuro. Mesmo após séculos de evolução, esse formato antigo ainda se perpetua no Brasil, mostra-se defasado e incapaz de reter o adolescente no processo pedagógico. Assim, enquanto as escolas brasileiras se mantiverem como fábricas, tal como era no século XVIII, a evasão escolar continuará como uma triste realidade entre os estudantes. Ademais, o distanciamento entre teoria e prática é obstáculo para a manutenção dos educandos no sistema. A esse respeito, em sua obra “Pedagogia do Oprimido”, Paulo Freire defende que a escola deve ter íntima relação com a realidade dos alunos e não ficar restrita ao universo teórico – problema conhecido como academicismo. Todavia, o Ensino Médio contemporâneo vai de encontro à ideologia de Freire, haja vista a deficiência dos métodos desenvolvidos nas escolas, capazes de criar abismos entre a sala de aula e a sociedade. Nesse sentido, o distanciamento denunciado pelo pedagogo acarreta um dos mais graves problemas do Ensino Médio brasileiro: a fragilidade do seu papel social e, consequentemente, o abandono escolar. Impende, portanto, que a educação cumpra, de fato, o seu papel nos últimos anos do ensino básico. Para isso, o Ministério da Educação – responsável pela atualização do ensino – deve desconstruir o modelo ultrapassado de aulas, por meio da flexibilização do currículo, como propõe a Base Nacional Comum Curricular, para que a diversidade cognitiva dos alunos seja valorizada. Por sua vez, os próprios estudantes, com auxílio dos professores, podem realizar pesquisas e seminários relacionando a teoria aprendida em aula com o seu próprio contexto, como ocorre em nações desenvolvidas, a fim de combater o problema do academicismo e garantir que o ambiente seja mais interessante e, em breve, livre da evasão escolar. Professor Vinícius Oliveira 26 TEMA: Os desafios do combate ao assédio moral no serviço público Em março de 2019, a Câmara dos Deputados tornou crimeas condutas imorais e opressivas entre o patrão – o agressor – e o funcionário – a vítima. Tal atitude foi considerada pelo ordenamento jurídico brasileiro como ofensa reiterada à integridade do indivíduo. Todavia, o assédio moral repudiado pelos deputados ainda se mostra grave mazela entre os servidores públicos. Com efeito, a solução do problema pressupõe que se combata a maldade humana e que se valorize a dignidade dos colaboradores. À vista desse problema, Hannah Arendt – expoente filósofa alemã – desenvolveu o conceito conhecido como Banalidade do Mal, segundo o qual a hostilidade está enraizada no cotidiano da população. Nesse viés, o problema denunciado por Arendt também se relaciona com a sociedade brasileira, haja vista que o serviço público se mostra competitivo, bem como frequentes humilhações aos funcionários por parte dos patrões. Assim, enquanto o assédio moral for a regra, o respeito será a exceção. Ademais, o ambiente laboral tóxico fragiliza a dignidade humana. Nesse sentido, a Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão – instituída na Revolução Francesa – estabeleceu que todos os indivíduos fazem jus a condições de tratamento digno. Ocorre que o Brasil está distante de vivenciar o respeito no serviço público, o que separa a nação do tratado internacional. Desse modo, se a falta de dignidade nas repartições estatais se mantiver, a população será obrigada a conviver com um dos mais graves problemas para as vítimas: o assédio moral. É urgente, portanto, que medidas sejam tomadas para mitigar o desrespeito nas repartições. Para isso, os órgãos de corregedoria – responsável pela segurança dos servidores – devem combater os casos de hostilidade e de competitividade no ambiente de trabalho. Essa iniciativa ocorreria por meio de políticas públicas, como fiscalização de conduta dos chefes de repartições, a fim de desestimular o autoritarismo e de garantir que o Brasil seja uma nação justa, igualitária e, de fato, livre de assédio moral. Professor Vinícius Oliveira 27 TEMA - Os desafios do combate à obesidade infantil no Brasil Em 1988, representantes do povo, reunidos em Assembleia Constituinte, estabeleceram dois direitos: a saúde e a proteção à infância. Ocorre que a epidemia de obesidade infantil impede que meninos e meninas usufruam de ambos os direitos constitucionais. Nesse sentido, o combate à doença no Brasil passa pela reeducação alimentar e pela desconstrução do culto midiático aos alimentos ultra processados. Diante desse cenário, os hábitos alimentares das crianças inviabilizam a luta contra a obesidade. Nesse viés, a indústria alimentícia baseia seus produtos a partir da gordura hidrogenada — capaz de aumentar o sabor, a durabilidade e reduzir o custo da produção. Todavia, a saúde infantil fica prejudicada ao consumir alimentos industrializados, já que ocorre aumento do colesterol ruim, conhecido como LDL. Dessa forma, não é razoável que meninos e meninas brasileiros estejam vulneráveis à insegurança alimentar. Nesse sentido, o filósofo alemão Theodor Adorno desenvolveu o conceito de Indústria Cultural, segundo o qual a publicidade utiliza a persuasão constante, a fim de moldar um comportamento de compra. O problema é que as crianças estão muito mais suscetíveis às cores, às músicas e às demais estratégias denunciadas por Adorno e não possuem discernimento das consequências de uma alimentação irresponsável, baseada em “fast-foods”. Assim, enquanto o culto à comida superprocessador se mantiver, o Brasil será obrigado a conviver com uma das mais graves doenças do século: a obesidade infantil. Para combater o problema, portanto, as escolas — no exercício do seu papel social — devem contribuir com a reeducação alimentar das crianças, por meio de projetos pedagógicos como oficinas e aulas lúdicas, capazes de mostrar as consequências negativas dos “fast-foods”. Essa iniciativa poderia se chamar “Crescendo com saúde” e teria a finalidade de construir hábitos alimentares sadios, de sorte que, em breve, o Brasil experimente uma sociedade justa, solidária e livre da obesidade infantil. Professor Vinícius Oliveira 28 TEMA – A importância da prevenção ao suicídio no Brasil Em 1994, Mike Emme — rapaz norte-americano de apenas 17 anos — tirou a própria vida e motivou o início de uma das campanhas mais relevantes para a sociedade: o Dia Mundial da Prevenção ao Suicídio. Todavia, o combate ao problema não se mostra efetivo no Brasil, o que faz surgir, a cada dia, outros “mikes”, seja pela inabilidade social em discutir acerca do suicídio, seja pela pouca importância dada aos transtornos mentais daqueles que buscam a morte voluntária. Diante desse cenário, Johann Goethe — fundador do Ultrarromantismo europeu — relacionou a ideação suicida aos sentimentos do eu-lírico, em sua obra “Sofrimentos do Jovem Werther”. Para o escritor, tirar a própria vida seria o símbolo da fuga existencial: conceito reproduzido por outros autores. Ocorre que a romantização do suicídio proposta por Goethe se converteu em indiferença no imaginário da sociedade brasileira, de modo que a morte voluntária não recebe a devida importância, o que se mostra grave problema social. Nesse viés, não é razoável que os brasileiros menosprezem a ideação suicida e sejam omissos aos comportamentos que a revelem. Ademais, a omissão às doenças psiquiátricas dá lugar à busca pela morte voluntária. Sobre isso, no século XVIII, o suicídio passou a ser tratado como uma atitude derivada de distúrbios mentais, a exemplo da depressão. Nesse sentido, o médico francês Philippe Pinel foi pioneiro em propor o tratamento medicalizado daqueles que tentam subtrair a própria vida. Entretanto, substancial parcela dos brasileiros é indiferente aos avanços da psiquiatria, promovidos no século XVIII. Essa atitude omissa representa obstáculo para que a campanha do Setembro Amarelo cumpra seus objetivos, e, enquanto o silêncio da sociedade se mantiver, o mundo será obrigado a conviver com o mal do século: o suicídio. O problema que ceifou a vida de Mike Emme precisa, pois, receber a devida importância no Brasil. Para que isso ocorra, as escolas — no exercício do seu papel social — devem desconstruir a visão reducionista do suicídio e dar mais visibilidade aos distúrbios mentais, a exemplo da depressão. Essa iniciativa aconteceria por meio de um projeto pedagógico, que poderia se chamar “Cada vida conta”, no qual os indivíduos seriam estimulados a compartilhar suas angústias, a fim de receber o devido tratamento e, dessa forma, fortalecer a saúde mental e retomar, portanto, a vontade pela vida. Professor Vinícius Oliveira 29 TEMA – A importância da redução do consumo de plástico pelo brasileiro Em 1988, representantes do povo — reunidos em Assembleia Constituinte — instituíram um Estado Democrático, a fim de assegurar o direito ao equilíbrio ambiental e a sustentabilidade como valores supremos de uma sociedade fraterna. Entretanto, a pouca importância dada à necessidade de redução do consumo de plástico torna a aplicação desses direitos constitucionais uma utopia, seja pela manutenção da cultura de excessos, seja pela omissão da sociedade Diante desse cenário, o consumismo inviabiliza a utilização consciente de plástico. A esse respeito, no século XIX, surgiu o conceito de Sociedade de Consumo, que critica o fato de praticamente todas as relações sociais serem baseadas em compra. Nesse sentido, o comportamento de parcela da população brasileira se relaciona à realidade consumista denunciada há mais de 100 anos, de sorte que homens e mulheres estão submissos ao gasto inconsciente, que demanda embalagens e insumos produzidos com material plástico. Logo, é incoerente que, mesmo sendo nação pós-moderna, ainda se perpetue a falta de conscientização socioambiental. Ademais,em 1992, a Organização das Nações Unidas promoveu um evento conhecido como “Cúpula da Terra” e elaborou a Política da Sustentabilidade — reduzir, reutilizar, reciclar — com objetivo de desestimular o comportamento poluente. Nesse contexto, embora o Brasil busque ser um país desenvolvido, a população tem sido incapaz de se comportar de forma sustentável com relação a embalagens e a insumos cuja matéria prima seja o plástico. Com isso, substancial parcela dos brasileiros se mostra indiferente à redução proposta pela ONU. Além disso, essa negligência demonstra pouca — ou nenhuma — responsabilidade com o meio ambiente. No entanto, se homens e mulheres se mantiverem inertes, o uso excessivo desse material não biodegradável continuará sendo a regra. Impende, pois, que a redução do consumo de plástico seja tratada com importância no Brasil. Dessa maneira, o Ministério do Meio Ambiente, cuja função é adotar o uso sustentável dos recursos naturais, deve combater, de forma eficaz, a cultura de excessos presente na contemporaneidade, por intermédio de palestras comunitárias, realizadas uma vez por semana, que poderiam chamar “Na medida certa”. Essa iniciativa teria a finalidade de ensinar a necessidade de redução dos compostos não biodegradáveis, além de mitigar a omissão do Estado. Assim, o real objetivo da “Cúpula da Terra” será, de fato, colocado em prática no século XXI. Professor Vinícius Oliveira 30 TEMA – Como combater os crimes de pedofilia no Brasil? O romance "Lolita" — obra russa produzida em 1955 — narra a terrível relação sexualizada entre uma criança e um homem, que coloca na menina o apelido que dá nome ao livro. Todavia, narrativas repugnantes como a de "Lolita" são comuns fora da ficção e representam na prática um dos mais graves problemas da sociedade: a pedofilia. Assim, para mitigar essa mazela, há de se combater o silêncio da família e do Estado. Diante desse cenário, não há como mitigar a exploração sexual infantil velada se os responsáveis se mantiverem omissos. Nesse viés, desde a Era Vargas, as crianças são consideradas hipossuficientes — grupos vulneráveis dependentes de cuidados integrais — e tiveram a proteção consolidada no artigo 6° da atual Constituição. Ocorre que substancial parcela das famílias brasileiras é incapaz de oferecer o cuidado historicamente consolidado por Vargas e pela Carta Magna vigente. Inclusive, os agressores costumam ser justamente aqueles que deveriam cuidar da integridade da criança. Com efeito, os abusos a meninos e a meninas se mostram atitudes cruéis e, se não forem combatidos a tempo, terão consequências irreparáveis à formação infantil. Ademais, a OMS classificou a pedofilia como um transtorno mental, a fim de evidenciar que a exploração sexual às crianças não deve ser vista apenas como um crime, mas também como um desvio psiquiátrico do agressor. Todavia, a ineficiência do combate à pedofilia pelo Estado brasileiro é incompatível com a relevância proposta pela Organização Mundial da Saúde, de modo que campanhas nas mídias sociais — a exemplo do Maio Laranja — são insuficientes para garantir a proteção da infância e da dignidade humana. Desse modo, é incoerente que, mesmo sendo Estado Democrático de Direito, o Brasil ainda permita que as crianças protagonizem lolitas em suas próprias realidades. A pedofilia, portanto, precisa ser repudiada pelas famílias e pelo Poder Público. Nesse sentido, o Ministério Público, com o auxílio das autoridades escolares, deve ensinar a população a combater esse crime, por meio de projetos pedagógicos, como oficinas e palestras, capazes de orientar pais e responsáveis a identificar os casos de pedofilia dentro dos seus próprios lares. Essa iniciativa teria a finalidade de problematizar a omissão familiar e reafirmar a presença do Estado na repressão a esse crime, de sorte que meninos e meninas vivam, de fato, em uma sociedade livre, justa e responsável. Professor Vinícius Oliveira 31 TEMA – A importância da leitura na infância A literacia familiar — ato de ler para os filhos — tem origem na Europa renascentista, a partir da invenção da imprensa, por Gutenberg. Essa prática melhora a qualidade da alfabetização e permite o contato prematuro entre obras as literárias e as crianças. Todavia, aquilo que é realidade entre os europeus, no Brasil, mostra-se uma utopia, já que a extrema desigualdade social e a alienação parental impedem que leitura receba a devida importância, sobretudo na infância. De início, não há como promover o contato com os livros em uma sociedade marcada pela fome. A esse respeito, no século XVI, durante o período da Colônia de Exploração, apenas a aristocracia — organização composta pelos nobres — tinha acesso à leitura e à alfabetização de qualidade. Ocorre que, no Brasil contemporâneo, a população pobre ainda é excluída da possibilidade de ler, o que reproduz a marginalização iniciada no século XVI. Assim, a escassez de recursos e a extrema desigualdade social tornam a literacia familiar uma realidade distante. Sob outra análise, o escritor realista Eça de Queirós, em sua obra “O Primo Basílio”, critica a instituição familiar moderna e revela as suas crises e a perda da sua função social. Com efeito, os lares brasileiros exemplificam a falência denunciada por Eça, de modo que é inviável ser leitor em um ambiente marcado pela agressão à mulher, pela falta de afeto e pela ausência parental. Desse modo, enquanto os lares brasileiros forem desestruturados, as crianças serão incapazes de perceber a importância de uma das práticas mais relevantes para a humanidade: a leitura. Para solucionar o problema, portanto, as prefeituras, em parceria com as escolas de nível fundamental, devem buscar romper a marginalização histórica acerca da leitura, por meio da realização de projetos pedagógicos, como “workshops” e gincanas criativas que receberiam o nome de “Aprendi no livro”. Essa iniciativa dos municípios teria a finalidade de mostrar aos pais e às mães a importância de manter um ambiente saudável, que possibilite o contato com os contos fantásticos e com as histórias. Assim, a literacia familiar deixará de ser uma realidade restrita à Europa, e meninos e meninas poderão conhecer, enfim, o poder de transformação da leitura. Professor Vinícius Oliveira 32 TEMA – Os desafios do combate ao tabagismo entre os brasileiros Em 1955, a indústria tabagista lançava a sua principal campanha com o objetivo de incentivar o consumo de cigarro: o “cowboy” da Marlboro. Com efeito, o hábito de fumar fomentado desde o século passado representa grave problema de saúde pública. Desse modo, é urgente não só que os fumantes brasileiros compreendam as consequências negativas do fumo, mas também que o interesse das grandes empresas do setor dê lugar ao bem-estar da coletividade. Diante desse cenário, é incoerente que, mesmo com todas as consequências nocivas, ainda haja cultura de fumantes no Brasil. Nesse viés, a combustão do tabaco gera aproximadamente 2000 compostos químicos, como hidrocarbonetos, substâncias poluentes e cancerígenas. Ocorre que a população fumante desconhece — ou ignora — os efeitos dessas substâncias tóxicas para o organismo humano. Dessa forma, não é razoável que o prazer momentâneo de um cigarro dê lugar ao câncer de pulmão, ao enfisema pulmonar e a diversas doenças letais. Sob outra análise, a Lei Antifumo, publicada em 2011, prevê estratégias para desestimular o consumo de cigarros e garante a integridade, inclusive, dos fumantes passivos. Nesse viés, a influência da indústria tabagista brasileira ainda é um obstáculo para que a legislação brasileira alcance plenamente seus objetivos. A esse respeito, os cigarros sem fumaça e a facilitação do contrabando dos maços são estratégias cruéis que desqualificam as campanhas antitabagismo no Brasil. Assim, enquanto os interessesdas grandes empresas tabagistas se mantiverem vivos, ainda haverá “cowboys” da Marlboro na sociedade brasileira. O consumo de cigarros precisa, portanto, ser combatido no Brasil. Para isso, o Ministério da Saúde deve apresentar à sociedade os malefícios do fumo, por meio de infográficos e de documentários, como depoimentos de indivíduos que desenvolveram doenças pulmonares, a fim de eliminar a prática do tabagismo. Inclusive, o próprio MS precisa fiscalizar as empresas que comercializam maços de forma irregular, por intermédio do envio de fiscais aos centros de distribuição desses produtos, de sorte que a nação brasileira construa, de fato, uma sociedade saudável e livre dos malefícios do tabaco. Professor Vinícius Oliveira 33 TEMA – Os desafios do ensino a distância no Brasil Em 1975, era fundada a pioneira em educação remota no Brasil: a TVE. Seguindo o caminho aberto pelo jornalista Roquette-Pinto, a emissora deu início à história da EAD no país e levou conhecimento aos quatro cantos da nação verde-amarela. Todavia, a implementação sistemática do ensino a distância, iniciada por Roquette-Pinto, apresenta desafios que passam não só pela dificuldade da cultura de autoaprendizagem, mas também pela falta de recursos básicos da população. Diante desse cenário, o sistema educacional vigente no Brasil é inspirado no modelo iluminista e impõe a submissão intelectual do estudante à figura do professor, que seria o detentor do conhecimento. Nesse sentido, o aluno, desde o iluminismo, acostumou-se a ser passivo no processo de aquisição do conhecimento, realidade que inviabiliza a autoaprendizagem característica do ensino a distância. Assim, enquanto houver mentalidade passiva por parte dos estudantes, a educação remota não alcançará seus objetivos. Ademais, outro grave obstáculo que impede a implementação do EAD é a carência de recursos básicos da população. Acerca disso, a proposta de sistematização do ensino a distância esbarra na falta de urbanização e na miséria extrema de alguns locais negligenciados, como o município de Melgaço, no Pará — menor IDH do Brasil. Nesse viés, não há como aprender, presencial ou remotamente, convivendo com a fome e com ausência de serviços básicos, assim como ocorre na cidade paraense. Assim, antes de usufruir dos benefícios das videoaulas e dos conteúdos on-line, o saneamento e a alimentação precisam ser oferecidos a todos. Urge, portanto, que o Ministério da Educação modifique a mentalidade dos estudantes, por meio de projetos de iniciação científica, que estimulem os alunos a desenvolver a autoaprendizagem, a fim de desconstruir a passividade histórica do ensino. Por sua vez, o Ministério Público Federal precisa fiscalizar a oferta de serviços básicos, como saneamento e alimentação, por intermédio de visitas a locais carentes. A iniciativa do MPF teria a finalidade de garantir que o ensino a distância encontre condições favoráveis para sua implementação, de modo que o papel social da TVE seja realidade em todos os locais do país. Professor Vinícius Oliveira 34 TEMA – A contribuição da música para o aprendizado dos estudantes brasileiros Em 1770, nascia um dos músicos mais reconhecidos da história: Ludwig van Beethoven — alemão que, desde a infância, mostrava grande interesse pelo piano, que lhe ajudara a vencer os obstáculos que se impunham. De forma análoga, o contato com a música é capaz de ampliar os horizontes dos estudantes brasileiros, tal como houve com o artista, o que pode contribuir, inclusive, com a formação educacional dos estudantes. Todavia, a carência de incentivo do Estado e da família inviabiliza o surgimento de novos beethovens entre os alunos. Sob uma primeira análise, a música potencializa a atividade cognitiva cerebral. À vista disso, o fenômeno das sinapses neurais consiste na ligação entre os neurônios — células responsáveis pelo funcionamento do cérebro. Esse processo ocorre na infância, de sorte que práticas artísticas, como cantar ou tocar um instrumento, são capazes de estimular essas conexões neuronais. Todavia, o Estado, materializado na figura das escolas, mostra-se incapaz de perceber o potencial de transformação que a música pode oferecer aos estudantes, que perdem a oportunidade de desenvolver ainda mais sinapses neurais. Assim, a formação educacional poderia ser mais interessante e mais produtiva, caso os instrumentos e as melodias fizessem parte da rotina escolar. De outro modo, os pais de Beethoven estimulavam a música desde a infância: realidade que não se reproduz no cotidiano contemporâneo. Nesse viés, a educação será de fato libertadora quando a família assumir o seu papel na formação dos filhos, ideia que foi defendida por Paulo Freire na obra “Pedagogia do Oprimido”. Ocorre que os responsáveis não compreendem — ou sequer conhecem — a relevância da música sobre a educação de meninos e de meninas, e muitas famílias consideram essa manifestação artística como antagonista da aprendizagem escolar. Assim, é incoerente que os pais desejem a melhor formação aos filhos, mas não estimulem o contato com a arte sonora desde a infância. Há de se valorizar, portanto, a música no processo educacional desde os primeiros anos da vida. Nesse sentido, as escolas, com apoio dos pais e das mães dos estudantes, devem realizar projetos pedagógicos, como oficinas musicais que estimulem a atividade cerebral dos alunos e ajudem-nos a melhorar a concentração e a memória. Essa iniciativa poderia se chamar “Aumentando a nota” e teria a finalidade de mostrar às famílias a importância da arte sonora no ensino, para que, assim como propôs Paulo Freire, a educação passe a ser, de fato, transformadora. Professor Vinícius Oliveira 35 TEMA – Os obstáculos da inclusão do autista no Brasil A série "The Good Doctor" narra os conflitos e os preconceitos vividos pelo Dr. Shaun Murphy no contexto de um grande hospital norte-americano. Com efeito, as dificuldades sofridas pelo protagonista são a realidade de muitos autistas fora da ficção, o que representa grave obstáculo à verdadeira inclusão social desse grupo e exige medidas para desconstruir as posturas discriminatórias e para promover a verdadeira inclusão. Diante desse cenário, é urgente que o indivíduo contemporâneo repudie a intolerância àqueles que apresentam Transtornos do Espectro Autista. Sob essa análise, o sociólogo Gilberto Freyre defende, na obra “Casa- grande e Senzala”, que, durante a formação colonial, as diferenças eram vistas com repulsa. Assim, aqueles que divergiam do padrão eram — e ainda são — marginalizados. Ora, sempre que alguém relaciona a palavra autista a uma piada ou a um preconceito, fica nítido que a intolerância e a discriminação denunciadas por Freyre ainda permanecem como cruel realidade. Portanto, não é razoável que a sociedade do século XXI manifeste posturas arcaicas em relação à população com TEA. De outra parte, Aristóteles desenvolveu o conceito de isonomia, segundo o qual as pessoas deveriam se ajustar às condições das outras. Entretanto, apesar de o brasileiro ser mundialmente conhecido por ser um povo receptivo, substancial parcela ainda nutre uma grave mazela social: a dificuldade de praticar a isonomia aristotélica. Nesse sentido, é justamente por essa característica social negativa que a população autista ainda está distante de experimentar a isonomia proposta pelo filósofo grego. Desse modo, enquanto o autismo for visto como doença — e não como uma característica — a verdadeira inclusão ainda permanecerá distante. Medidas devem, pois, ser tomadas para que os indivíduos com autismo sejam tratados com dignidade. Para isso, as escolas precisam, com urgência, desconstruir o histórico preconceito enraizado desde o Brasil Colônia, por meio de eventos pedagógicos, como aulas e palestras, realizados com a participaçãode pessoas com TEA. Essa iniciativa teria a finalidade de promover a efetiva inclusão, de forma isonômica, de modo que os conflitos experimentados por Shaun Murphy sejam, em breve, apenas ficção. Professor Vinícius Oliveira 36 TEMA – O problema do consumo excessivo de açúcar pelo brasileiro Desde a Antiguidade Clássica, a Índia ficou conhecida por produzir a cana, matéria prima de onde era extraído um dos insumos mais cobiçados do mundo na época: o açúcar. Entretanto, o consumo excessivo desse produto representa grave problema de saúde pública e, ao contrário do que ocorria na Antiguidade, não deve ser supervalorizado pela população. Antes, há de se repensar os hábitos alimentares, bem como a cultura de utilização desse ingrediente comum nas refeições. Diante desse cenário, quando o organismo humano consome grande quantidade de açúcar, o fígado transforma o excedente em gordura, e o pâncreas libera maior quantidade de insulina. Ocorre que essas disfunções se mostram nocivas a longo prazo: a gordura produzida forma tecido adiposo, cujo excesso causa o problema da obesidade. Inclusive, a imprudência no consumo desmesurado dessa substância pode promover resistência à insulina e desenvolver diabetes — doença que pode ser irreversível e levar à morte. Assim, a presença da sacarose no cotidiano brasileiro oferece mais riscos do que benefícios. Ademais, a cultura de consumo de açúcar prejudica a saúde da população. Nesse viés, desde o século XVII, a economia do Brasil baseou-se na produção agroindustrial da cana, e, naquele momento, houve forte incentivo do “ouro branco” — como ficou conhecido após o processo de refino — adquirido por todas as classes sociais. Todavia, esse costume enraizado desde o Período Colonial traz consequências negativas, e o consumo desmesurado é considerado problema de saúde pública pela OMS. Dessa forma, não é razoável que, nas mesas brasileiras, ainda seja comum este perigoso ingrediente: o açúcar. Para que a sociedade modifique seus hábitos cotidianos, portanto, as escolas devem combater o consumo de doces desde os primeiros anos da infância, por meio de projetos pedagógicos, como oficinas capazes de mostrar os impactos do açúcar ao organismo, a exemplo da obesidade e da diabetes. Essa iniciativa das autoridades escolares, em conjunto com o Ministério da Educação, teria a finalidade de desconstruir o culto ao açúcar iniciado na Antiguidade Clássica e perpetuado no Brasil Colônia, de sorte que, em breve, os indivíduos possam usufruir de uma alimentação menos calórica e, consequentemente, mais saudável. Professor Vinícius Oliveira 37 TEMA – A importância das campanhas de vacinação no Brasil Em 1952, o médico virologista Jonas Salk desenvolveu a vacina contra a poliomielite e contribuiu para a erradicação da doença em 1980. Entretanto, a negligência às campanhas de vacinação fragiliza a conquista de Salk e prejudica toda a sociedade. Com efeito, a efetiva cobertura vacinal pressupõe que se combata não só a rejeição às campanhas, mas também a falsa impressão de que as doenças deixaram de existir. Diante desse cenário, a resistência popular às vacinas inviabiliza o controle de enfermidades. A esse respeito, o sanitarista Oswaldo Cruz implantou em 1904 políticas de imunização, que foram repudiadas pela população da época, o que motivou a Revolta da Vacina. Ocorre que a rejeição enfrentada pelo médico ainda é a realidade e evidencia grave retrocesso capaz de prejudicar a saúde pública brasileira de forma irreparável. Nesse sentido, não é razoável que, mesmo sendo nação pós-moderna, ainda se mantenha o repúdio à vacinação comum há mais de 100 anos. Ademais, a baixa adesão às campanhas se deve à ilusão de que as doenças deixaram de existir. Nesse viés, o médico Maurice Hilleman desenvolveu a vacina tríplice viral em 1963, fundamental para que o sarampo fosse eliminado do Brasil em 2016. Todavia, a doença combatida por Hilleman voltou a ser um problema para os brasileiros, já que substancial parcela da população nutre a atitude imprudente e inconsequente de rejeitar a prevenção. Assim, enquanto a falsa impressão de inexistência dos vírus se mantiver, a sociedade contemporânea será obrigada a conviver com um dos mais graves obstáculos para a saúde pública: a reemergência de doenças. As campanhas de vacinação, portanto, precisam receber a devida importância. Para isso, o Ministério da Educação deve desconstruir as notícias falsas, como as que invalidam a eficácia das vacinas, por meio de aulas de biologia realizadas com frequência, para que a rejeição às campanhas deixe de ser realidade no país. Por sua vez, os indivíduos — no exercício do seu senso crítico — podem evidenciar que os vírus e demais agentes etiológicos não deixaram de existir. Essa iniciativa social seria feita por intermédio de discussões na internet, a fim de que o combate iniciado por Jonas Salk, enfim, deixe de ser apenas teoria. Professor Vinícius Oliveira 38 TEMA – O problema da alienação parental nos lares brasileiros Na década de 80, Richard Gardner — psiquiatra norte-americano — conceituou como Síndrome da Alienação Parental o distúrbio infantil provocado pela persuasão negativa de algum genitor exercida sobre a criança contra outro parente. Com efeito, esse problema descrito por Gardner representa grave mazela social, na medida em que afeta o desenvolvimento de substancial parcela da população infanto-juvenil. Dessa forma, como solução do entrave, há de se desconstruir o individualismo, a fim de mitigar os prejuízos psicológicos. Sob uma primeira análise, o egoísmo dos pais prejudica o relacionamento saudável dos filhos. Nesse viés, a Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão — baseada nos ideais iluministas — entende que a família deve assegurar o bem-estar de meninos e de meninas: critério fundamental para a garantia de condições dignas de humanidade. Ocorre que, em muitos lares brasileiros, as famílias são incapazes de compreender o papel que exercem na promoção da dignidade humana desses pequenos indivíduos e são indiferentes. Esse fenômeno cruel vai de encontro à legislação internacional iluminista, haja vista a irresponsabilidade de se utilizar da criança como forma de punir o cônjuge ou parente. Dessa forma, é incoerente que os genitores, embora responsáveis pelo bem-estar dos filhos, sejam justamente aqueles que lhe prejudicam. De outra parte, a manipulação emocional sobre a criança dá lugar a prejuízos psicológicos. A esse respeito, o médico Peter Sifneos nomeou como “Alexitimia” o conceito clínico conhecido popularmente como “cegueira emocional”, segundo o qual o relacionamento tóxico com os genitores pode provocar na criança a perda da capacidade de demonstrar afeto. Nesse sentido, muitas famílias são imprudentes com o comportamento antes os filhos e, assim, são responsáveis por ocasionar consequências irreparáveis como a síndrome definida por Sifneos. Desse modo, enquanto a dominação negativa sobre os jovens se mantiver, a sociedade terá de conviver com um dos piores obstáculos para o desenvolvimento: a perpetuação da alienação parental. Impende, pois, que a síndrome abordada por Richard Gardner deixe de ser realidade no Brasil. Para isso, as escolas devem contribuir para combater o individualismo presente entre as famílias, por meio de um projeto pedagógico composto por palestras e oficinas que chamem os pais à ação. Essa iniciativa se chamaria “Lar saudável de verdade” e teria a finalidade de orientar os responsáveis a garantir a saúde afetiva das crianças e, com sorte, construir uma sociedade justa, solidária e livre da alienação. Professor Vinícius Oliveira 39 TEMA – O poder de transformação social do esporte no Brasil No século VIII antes de Cristo, a Antiguidade grega criou o conceito de Paz Olímpica, cujafunção era apaziguar a guerra, proteger a população e garantir a civilidade durante os jogos. Com efeito, o esporte mudou a história da Grécia e ainda, na contemporaneidade, é capaz de transformar a trajetória dos brasileiros, seja por dar visibilidade social a grupos marginalizados, seja por promover a igualdade. Diante desse cenário, a filósofa Simone de Beauvoir desenvolveu o conceito de Invisibilidade Social, segundo o qual alguns grupos são intencionalmente excluídos e ficam vulneráveis à criminalidade. Nesse sentido, o esporte representa uma estratégia para reverter a indiferença denunciada por Beauvoir, de sorte que oferece novas perspectivas de vida e valores para homens e mulheres marginalizados. Dessa forma, em uma nação marcada pela desigualdade e pela escassez de recursos, o desporto é mais do que uma atividade: é uma esperança. Ademais, Nelson Mandela — ex-presidente da África do Sul — decidiu sediar, em 1995, a Copa do Mundo de Rúgbi e promoveu a união social dentro dos estádios, onde brancos e negros ficaram de um mesmo lado com objetivos iguais. Nesse viés, ainda que depois de décadas, substancial parcela dos cidadãos é incapaz de reproduzir o ideal proposto por Nelson Mandela e subverte a ideologia do esporte: em vez de usar os jogos para desconstruir o racismo, fomentam a injúria racial e o preconceito. Desse modo, se a falta de empatia se mantiver, as arenas serão ambientes hostis e sem uma das mais importantes funções do desporto: a transformação social. Impende, portanto, que o esporte tenha, de fato, poder de mudança no Brasil. Dessa maneira, o Ministério da Educação, no exercício do seu papel social, deve zelar pela prática inclusiva e igualitária de atividades esportivas, por intermédio da implementação de um projeto extracurricular nas escolas, realizado uma vez por semana, que poderia chamar “Virando o jogo”. Essa iniciativa teria a finalidade de combater a cultura de hostilidade e de ensinar que o preconceito não deve estar presente na sociedade. Assim, o ideal de inclusão proposto por Nelson Mandela deixará, enfim, de ser uma utopia no Brasil. Professor Vinícius Oliveira 40 TEMA – Caminhos para combater a depressão entre os brasileiros Em 1792, o médico francês Philippe Pinel desenvolveu estudos acerca do Transtorno Depressivo e contribuiu para que essa doença fosse tratada com prioridade. Todavia, a negligência em torno da depressão mostra que a sociedade brasileira ainda está distante de experimentar a conquista iniciada por Pinel. Com efeito, desconstruir a visão reducionista sobre o transtorno e a valorizar a saúde mental são caminhos possíveis para combater o problema. Sob uma primeira análise, as características da depressão foram relacionadas a sentimentos durante o século XIX, sobretudo pelos escritores da Geração Ultrarromântica, cujo expoente era Álvares de Azevedo. Esse autor romântico construía seus textos vinculando a ideação suicida ao amor, o que contribuiu para que a tristeza depressiva fosse romantizada. Ocorre que o imaginário contemporâneo brasileiro ainda nutre a visão equivocada e reducionista de que esse transtorno mental grave é uma sensação passageira, tal como descreviam os poetas românticos, o que inviabiliza o reconhecimento da doença pelo paciente. Assim, não é razoável que a depressão seja negligenciada pela sociedade contemporânea. De outra parte, é urgente que o brasileiro valorize a sua saúde mental, cuja deficiência dá ensejo à depressão. Nesse viés, na obra “O Mal-estar da Civilização”, Sigmund Freud desenvolveu o conceito de Cultura de Sucesso, segundo o qual o indivíduo moderno deve ter êxito em todas as tarefas que se propõe a fazer, e essa imposição seria capaz de subjugá-lo ao mal-estar da modernidade. Essa busca frustrada pelo sucesso constante, tal como Freud descreveu, se mostra frequente no Brasil, e a sua principal consequência é a depressão. Nesse sentido, é necessário que a Cultura de Sucesso — denunciada pelo Pai da Psicanálise — dê lugar ao bem-estar da mente, sob pena de uma das mais graves doenças mentais segundo a OMS: a depressão. Para combater o transtorno, portanto, o Ministério da Saúde, em parceria com as escolas, deve desconstruir a visão romantizada que associa depressão a um sentimento, por meio de eventos pedagógicos, como aulas e palestras que mostrem as consequências hormonais da doença psiquiátrica. Essa iniciativa teria finalidade de trazer à tona a importância do autocuidado e do bem-estar da mente pela sociedade brasileira, de sorte que o mal-estar descrito por Freud, em breve, dê lugar à saúde mental valorizada por Philippe Pinel. Professor Vinícius Oliveira 41 TEMA – HIV: um desafio para a saúde pública e para a sociedade Em 1969, o mundo conheceu o evento que entraria para a história como símbolo de liberdade social: o “Festival de Woodstock”, que reuniu mais de 400 mil “hippies” em busca da sexualidade livre. Todavia, a liberalidade sexual pregada naquela época deu lugar ao HIV — vírus que ainda se mostra um desafio para sociedade e para a saúde pública. Com efeito, para combatê- lo, há de se desconstruir o preconceito e a desinformação. De início, os estereótipos acerca da AIDS dificultam o efetivo controle da doença. A esse respeito, a minissérie brasileira “Hebe” retrata o período dos anos 80, em que a sociedade associava a síndrome aos gays e às prostitutas. Ocorre que essa associação denunciada na produção ficcional ainda permeia o imaginário coletivo e representa grave problema, de modo que os pacientes soropositivos são marginalizados. Assim, não é razoável que os cidadãos com HIV tenham de combater não só o vírus, mas também o preconceito. Sob outra análise, o Brasil adotou, em 1996, a distribuição gratuita de medicamentos antirretrovirais — remédios que, embora não eliminem o vírus, impedem a sua transmissão. Todavia, o tratamento iniciado em 96 é incapaz de atingir a eficácia social, já que o preconceito e o estigma ao vírus impedem que os contaminados conheçam o seu status sorológico e, consequentemente, não buscam tratamento e propagam o HIV. Dessa forma, enquanto a desinformação se mantiver, os brasileiros serão obrigados a conviver com um dos mais graves problemas de saúde pública: a AIDS. O combate ao HIV, portanto, precisa deixar de ser um desafio. Nesse viés, as escolas — entidades responsáveis pela atualização da mentalidade social — devem contribuir para que os indivíduos não façam juízo de valor negativo das pessoas com AIDS, por meio de “workshops” e palestras liderados por indivíduos com o vírus. Essa iniciativa teria a finalidade de combater a desinformação e motivar que homens e mulheres usem preservativos, façam o teste e identifiquem a doença. Desse modo, a epidemia de HIV dará lugar à responsabilidade, e o Brasil será conhecido como nação justa, solidária e, de fato, livre do preconceito. Professor Vinicius Oliveira 42 TEMA - Os obstáculos para a doação de sangue no Brasil A produção ficcional “Sob pressão” narra, em um dos episódios, a história de pacientes que dependem de transfusão sanguínea, mas não podem recebê-la em função da escassez dos estoques do hospital. Entretanto, os obstáculos da doação de sangue fazem com que os brasileiros protagonizem, fora da ficção, o drama narrado na série, o que se mostra grave problema. Com efeito, há de se desconstruir a indiferença dos indivíduos, bem como a ineficiência do Estado. Diante desse cenário, é preciso combater o individualismo, cujo excesso prejudica as ações solidárias. A esse respeito, Adam Smith — considerado pai do liberalismo — entendia que apenas a busca pelos interesses pessoais levaria a sociedade ao progresso, de modo que a benevolência humana representaria fraqueza. Ocorre que, no Brasil, o egocentrismo idealizado por Smith ainda se perpetua na contemporaneidade,na medida em que substancial parcela da população é indiferente à necessidade de adesão aos projetos de doação de sangue. Além disso, esse grave problema afeta diretamente os pacientes que esperam a transfusão sanguínea para preservação da vida. Logo, é incoerente que, mesmo sendo nação pós-moderna, a cultura individualista continue sendo a regra, visto que a solidariedade será exceção. Nesse sentido, em 1948, a Organização Mundial da Saúde estabeleceu que as autoridades são — ou deveriam ser — responsáveis pela manutenção do bem-estar público. Nesse contexto, embora o Brasil busque ser Estado desenvolvido, as ações governamentais de estímulo ao ato de doar sangue têm sido incapazes de sensibilizar os cidadãos, o que vai de encontro ao que foi proposto pela OMS. Ademais, essa falta de assistência estatal provoca a escassez dos bancos de sangue, e, muitas vezes, tem por consequência um prejuízo irreparável: a morte. Assim, a omissão do Estado dá lugar às campanhas de doações frágeis, e, enquanto o descaso das autoridades se mantiver, o país será obrigado a conviver com um número de doadores bem menor do que a real demanda exige. Há de se mitigar, portanto, os obstáculos para a doação de sangue. Nesse sentido, o Ministério da Saúde, cuja função é garantir direitos aos cidadãos, deve desconstruir, com urgência, o individualismo acerca dessa atitude solidária, por meio de políticas públicas que estimulem os indivíduos a doar, como a criação de um cadastro para a coleta sanguínea gratuita em domicílio, bem como postos itinerantes. Essa iniciativa teria a finalidade de aumentar a oferta de sangue nos hospitais, de aprimorar a eficiência do Estado e de contribuir para que o drama narrado em “Sob pressão” seja, em breve, apenas ficção. Professor Vinícius Oliveira 43 TEMA – O papel da família na educação de crianças e de adolescentes em questão no Brasil Professor Vinícius Oliveira VERSÃO A Em 1988, representantes do povo — reunidos em Assembleia Constituinte — instituíram um Estado Democrático, a fim de assegurar o direito à educação como valor supremo de uma sociedade fraterna. Entretanto, a falta de comprometimento da família revela que nem todas as crianças e os adolescentes brasileiros experimentam esse direito na prática. Com efeito, a falta do papel familiar coloca em risco não só a formação escolar dos jovens, mas também o seu convívio social. Sob uma primeira análise, a omissão dos pais afeta a situação educativa do público infanto-juvenil. A esse respeito, no século XX, Paulo Freire defendeu, em sua obra “Pedagogia do Oprimido”, que a família mostra-se opressora ao depositar aa responsabilidade da educação dos filhos sobre as escolas e os profissionais de ensino. Ocorre que, mesmo depois de décadas, a ideia defendida pelo pedagogo ainda é a realidade, na medida em que há crianças e adolescentes como se estivessem órfãos em suas próprias casas, o que representa um grave problema social e é capaz de causar o esgotamento físico e psicológico dos professores, cada vez mais sobrecarregados pela carência de compromisso dos pais. Logo, é incoerente que, mesmo sendo nação pós-moderna, a educação até agora não consiga ser libertadora, tal como Freire resguarda. De outra parte, a ausência da educação na família dá lugar à má formação social dos jovens. Nesse sentido, Zygmunt Bauman desenvolveu, em seu livro “Modernidade Líquida”, o conceito de Instituições Zumbis, segundo o qual visa descrever, metaforicamente, a falência das grandes instituições da modernidade, já que mantiveram a sua forma, mas perderam a sua essência — a exemplo das organizações familiares. Nesse contexto, embora o Brasil busque ser Estado desenvolvido, substancial parcela dos responsáveis é incapaz de educar a juventude, o que corrobora com a concepção de Bauman e constitui cruel desdobramento na sociedade civil, visto que a inexistência da prática de disciplina é fatos preponderantes na formação moral e da ética. No entanto, enquanto o descuido com os valores for a regra, o país será obrigado a conviver com uma triste realidade: indivíduos antiéticos e imorais. Impende, pois, que o acesso pleno à educação seja, de fato, assegurado. Dessa maneira, o Ministério da Educação, no exercícios do seu papel civil, deve modificar a mentalidade dos familiares acerca da formação educacional, por meio de projetos de políticas públicas nas grandes mídias, capazes de delimitar aos responsáveis qual é a sua própria função dentro dos desenvolvimentos dos jovens, a fim de minimizar a sobrecarga dos professores, bem como estimular o ensino de princípios morais para o convívio social harmônicos. Assim, serão garantidos os direitos de um Estado Democrático, e o Brasil será justo, livre e solidário. VERSÃO B Em “Matilda” — produção ficcional norte- americana —, a protagonista é uma criança que cresceu em um ambiente desestruturado e em meio a pais indiferentes ao seu desenvolvimento. Com efeito, fora da ficção, esse problema ainda é realidade, haja vista que substancial parcela das famílias brasileiras não cumpre o seu papel na educação dos filhos. Nesse sentido, hão de ser analisados os prejuízos não só para a construção educativa, mas também para o convívio social dos jovens. Sob uma primeira análise, a omissão familiar prejudica a formação educacional das crianças e dos adolescentes. A esse respeito, Paulo Freire — renomado educador brasileiro —, em sua obra “Pedagogia do Oprimido”, abordou que a família mostra-se opressora ao depositar a responsabilidade da educação dos filhos sobre as instituições escolares. Ocorre que essa indiferença dos pais ao processo educativo dos jovens, como retratado por Freire, evidencia cruel mazela para esses indivíduos no Brasil. Tal descaso afeta a relação família-escola, em que se mostra necessário que os responsáveis participem efetivamente na construção e no desenvolvimento educacional dos filhos. Desse modo, é incoerente que os pais sejam omissos em um país que requer ajuda da família na educação. De outra parte, o sociólogo polonês Zygmunt Bauman desenvolveu o conceito de Instituições Zumbis, segundo o qual a família perdeu sua função social, mas manteve — a qualquer custo — a sua forma. Nesse viés, os lares brasileiros se enquadram na teoria denunciada por Bauman, na medida em que perderam a capacidade de educar e de agregar valores sociais aos seus filhos. Além disso, essa falha pode gerar graves consequências para a formação social das crianças e dos adolescentes, como o aumento da criminalidade, da gravidez na adolescência e do consumo de álcool. Dessa maneira, enquanto a ausência familiar se mantiver, os jovens serão obrigados a conviver com um dos piores obstáculos para a modernidade: a má formação social. Impende, pois, que as famílias cumpram o seu papel na educação de crianças e de adolescentes. Para isso, as instituições de ensino, em parceria com as famílias, devem proporcionar o efetivo vínculo família- escola, por meio de projetos nas próprias escolas capazes de impulsionar a participação ativa da família no processo educativo. Essa iniciativa terá a finalidade de desconstruir a omissão dos pais e reduzir os prejuízos causados na formação educacional e social dos jovens. Assim, as dificuldades enfrentadas por Matilda, mesmo fora da ficção, deixarão de ser realidade. 44 TEMA – A importância do trabalho voluntário em momentos de crise A Organização das Nações Unidas estabeleceu a Agenda Global do Desenvolvimento: 17 objetivos para estimular ações humanitárias globais até 2030. Entretanto, a indiferença ao trabalho voluntário representa um obstáculo à meta proposta pela ONU, o que pode potencializar a desigualdade principalmente em momentos de crise. Com efeito, individualismo e omissão do Estado são problemas relacionados à falta de incentivo a ações benevolentes.Em primeiro plano, a falta de empatia — comum nas sociedades modernas — representa obstáculo ao voluntariado. A esse respeito, no século XVIII, Adam Smith entendia que a benevolência impediria o progresso, e as nações apenas se desenvolveriam a partir da busca das suas ambições individuais. Todavia, mesmo depois de séculos, a ideologia meritocrática do pai do liberalismo permanece no imaginário dos indivíduos, que rejeitam ações humanitárias e o voluntariado justamente por causa da visão individualista. Assim, enquanto for imposta a meritocracia, a benevolência será a exceção, sobretudo em contextos de crise. Sob outra análise, há de se incentivar o trabalho voluntário, fundamental em sociedades onde as ambições capitalistas são a regra. Nesse viés, a partir de 1970, as nações passaram a adotar o neoliberalismo, segundo o qual o Estado deve se omitir intencionalmente para que as empresas privadas vendam serviços básicos, como saúde e educação. Ocorre que a população carente é incapaz de pagar por benefícios, tal como impõe a lógica neoliberal, o que mostra a relevância das ações humanitárias e da benevolência para sanar a ausência estatal e garantir que a população pobre tenha acesso a serviços que deveriam ser seus direitos. Dessa forma, a ausência do voluntariado colabora para aprofundar a miséria e a desigualdade social. É urgente, portanto, que as ações humanitárias deixem de ser a exceção e passem a ser a regra nas sociedades. Para isso, os próprios indivíduos devem se envolver em atividades filantrópicas, por meio da distribuição de alimentos e de serviços comunitários de saúde. Essa iniciativa social poderia se chamar “Solidariedade Presente” e teria a finalidade de desconstruir o individualismo e de problematizar a omissão do Estado na oferta de serviços públicos. Assim, a partir da ação do cidadão, os objetivos traçados pela ONU deixarão de ser, em breve, uma realidade distante. Professor Vinícius Oliveira 45 TEMA – O problema da ansiedade entre os jovens brasileiros Em 1988, representantes do povo – reunidos em Assembleia Constituinte – instituíram o Estado de Direito, a fim de assegurar a saúde e o bem-estar como valores supremos de uma sociedade fraterna. Entretanto, a persistência da ansiedade entre os jovens impede que os direitos constitucionais sejam aplicados na prática. Com efeito, a solução do problema pressupõe que se combatam o acúmulo de tarefas, bem como o uso irresponsável da tecnologia. Diante desse cenário, o excesso de atribuições diárias motiva a ansiedade na juventude. A esse respeito, a Terceira Revolução Industrial permitiu os indivíduos acumulassem atividades e otimizassem o tempo para os estudos e para o trabalho. Ocorre que, no Brasil, o ideal imposto pela Revolução Informacional promoveu — e ainda promove — o esgotamento físico e psicológico dos jovens, o que inviabiliza uma saúde mental adequada. Além disso, essa rotina intensa dessa população faz com que parte dos cidadãos tenha a necessidade de se medicar com remédios ansiolíticos. Logo, é incoerente que, mesmo sendo nação pós-moderna, a sociedade viva uma cultura de excessos, o que torna as moças e os rapazes cada vez mais ansiosos. Ademais, a Nomofobia — distúrbio de comportamento — consiste na angústia pela falta de contato com dispositivos digitais, o que evidencia o vício pela informação constante e provoca ainda mais a ansiedade. Com efeito, substancial parcela dos jovens brasileiros é afetada por esse problema clínico, de modo que a persistência da nomofobia pode acarretar o Transtorno da Ansiedade Generalizada. Dessa forma, o TAG representa não só uma grave crise individual, mas também um desafio para a saúde pública. Assim, enquanto o uso imprudente dos aparelhos eletrônicos se mantiver, o Brasil será obrigado a conviver com uma das mais sérias síndromes do século XXI: a ansiedade. É urgente, portanto, que a juventude experimente a saúde mental. Para isso, as escolas devem colaborar para desconstruir o excesso de tarefas diárias, bem como o uso desmesurado dos celulares, por meio de um projeto pedagógico que poderia se chamar “Juventude sem ansiolíticos” e que orientaria rapazes e moças a planejar melhor o dia e a reduzir o tempo de tela nos “smartphones”. Essa iniciativa teria a finalidade de valorizar a saúde mental, combater a nomofobia e construir uma sociedade, de fato, livre da ansiedade. Professor Vinícius Oliveira 46 TEMA - Alternativas para combater a pirataria entre os brasileiros Em 1988, representantes do povo — reunidos em Assembleia Constituinte — instituíram um Estado Democrático, a fim de assegurar os direitos autorais como valor supremo de uma sociedade fraterna. Entretanto, a pirataria vai de encontro à determinação constitucional e representa uma estratégia ilegal entre os brasileiros. Com efeito, as alternativas para combater o problema passam pela valorização do senso de coletividade e pela garantia do acesso à renda. Sob uma primeira análise, persiste entre os cidadãos o desejo constante de se beneficiar a qualquer custo. A esse respeito, Sérgio Buarque de Holanda desenvolveu, em sua obra “Raízes do Brasil”, o conceito de Cordialidade, que consiste na cultura enraizada de buscar situações que favoreçam os interesses individuais, independentemente das consequências. Nesse viés, a pirataria é uma das faces do jeitinho brasileiro, denunciado pelo sociólogo, na medida em que muitos indivíduos se acostumaram a consumir produtos do comércio ilegal. Logo, é incoerente que a infração às leis faça parte do comportamento cultural do brasileiro. Nesse sentido, desde o Período Colonial, parte considerável da população é excluída do acesso a condições financeiras dignas, o que obrigou — e ainda obriga — o indivíduo pobre a encontrar formas alternativas de acessar cultura e entretenimento. Nesse sentido, os crimes de pirataria, embora sejam injustificáveis sob o ponto de vista legal, representam opções para que homens e mulheres carentes consigam assistir a um filme ou ouvir uma produção musical. Inclusive, os altos impostos que incidem sobre bens e serviços colaboram para que a arte e o lazer sejam consumidos apenas pela minoria, assim como ocorria no Brasil Colônia. Assim, enquanto a concentração de renda for a regra, o brasileiro será obrigado a conviver com este grave problema: a pirataria. Há de se pensar, portanto, em alternativas para mitigar o consumo de produtos e de serviços não originais. Dessa maneira, o Ministério da Mulher, Família e Direitos Humanos, cuja função é realizar a defesa das minorias e formular políticas de inclusão, deve estimular o senso de coletividade dos indivíduos, com o apoio de assistentes sociais, por intermédio de debates realizados nas comunidades, a fim de desconstruir a cultura de Cordialidade. Essa iniciativa poderia se chamar “Ética é legal” e teria a finalidade de discutir a desigualdade social, de sorte que a sociedade não contribua com as ações antiéticas. Assim, o problema denunciado por Sérgio Buarque de Holanda deixará de ser um costume no Brasil. Professor Vinícius Oliveira 47 TEMA – O advento das informações falsas no Brasil contemporâneo No século XV, Johannes Gutenberg deu início à imprensa e democratizou o acesso à informação por meio de seu invento. Entretanto, na contemporaneidade, a invenção de Gutenberg cedeu lugar à de Zuckerberg: o “Facebook”, que, junto às outras mídias sociais, propaga notícias parciais. Com efeito, o advento das informações falsas se mostra grave problema à sociedade democrática seja pela sua influência imperceptível, seja pelos prejuízos ao interesse público. Diante desse cenário, informações inverídicas funcionam como discurso de controle simbólico. A esse respeito, o sociólogo francês Michel Foucault defendia que as estruturas linguísticas são capazes de impor verdadesaos interlocutores. Assim, as fontes que veiculam informações infundadas reafirmam pontos de vista e motivam as ações dos indivíduos, mesmo sem provas concretas. Nesse contexto, as notícias falsas que circulam na mídia e internet brasileiras exercem poder sobre os indivíduos, justamente porque toda linguagem é dotada de ideologia, segundo Foucault. Ocorre que significativa parcela da sociedade brasileira ainda não compreende o poder de controle do discurso. De outra parte, a disseminação de notícias falsas pode prejudicar os interesses nacionais. Nesse sentido, em 1995, chegaram a Nelson Mandela boatos segundo os quais haveria atentados durante a Copa de Rúgbi. Essas informações não se concretizaram, e a África do Sul sediou os jogos, cuja função foi unir brancos e negros após a vigência do Apartheid. Porém, em oposição ao exemplo de Mandela, muitos cidadãos brasileiros permanecem superestimando conteúdos políticos e sociais infundados, de modo que, enquanto a cultura de indiferença à veracidade de informações se mantiver, o Brasil será obrigado a conviver diariamente com um dos mais graves problemas para a pós-modernidade: as notícias falsas. Impende, pois, que a cultura da desinformação seja combatida na contemporaneidade brasileira. Sob esse aspecto, as escolas e a Agência Lupa – pioneira em “fact-checking” no Brasil – devem ensinar os cidadãos a questionar a veracidade de todos os conteúdos veiculados, por meio de oficinas práticas de aferição de verossimilhança, a exemplo do tipo de fonte e linguagem utilizada no conteúdo a ser checado. Essa iniciativa poderia se chamar “Fato ou Fake” e teria a finalidade de estimular o senso crítico dos indivíduos. Com isso, seriam preservados os interesses nacionais, e o Brasil deixará de ter, na prática, a verdade fragilizada. Professor Vinícius Oliveira 48 TEMA – Os desafios da gestão do lixo no Brasil Em 1988, representantes do povo — reunidos em Assembleia Constituinte — instituíram um Estado Democrático, a fim de assegurar um meio ambiente ecologicamente equilibrado como valor supremo de uma sociedade fraterna. Entretanto, a gestão ineficiente do lixo revela que nem todos experimentam esse direito constitucional na prática. Com efeito, como solução do entrave, há de analisar a importância da administração dos resíduos, bem como a necessidade de desconstruir a omissão do Governo. Diante desse cenário, a decomposição dos rejeitos ocorre por um fenômeno químico chamado anaerobiose, que gera gases extremamente poluentes como o CO2 e uma substância altamente tóxica: o chorume. Nesse sentido, esse processo traz efeitos negativos para a sociedade brasileira, na medida em que esses gases afetam a qualidade de vida dos indivíduos e podem provocar doenças, desde a asma até mais graves como o câncer de pulmão. Além disso, o chorume acarreta a contaminação da água, do solo e dos lençóis freáticos, e evidencia que não só a coletividade é prejudicada, como também todo o ecossistema entra em desequilíbrio, o qual vai de encontro à garantia da Constituição. Desse modo, não é razoável que, embora o país almeje tornar-se nação desenvolvida, ainda persista a má gestão do lixo. De outra parte, o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA) estabeleceu, em 2012, o índice de resíduos produzidos no mundo e verificou que na sociedade brasileira, mais de 90% dessa produção provém da mineração e da agropecuária. Todavia, o Poder Público se mostra indiferente ao dado exposto pela ONU, de modo que se mantém silente diante de atividades e de grandes empresas produtoras de resíduos sólidos em maior quantidade em razão de interesse econômico. Dessa forma, é incoerente que as autoridades insistam em responsabilizar a população enquanto os setores mais poluentes continuam sem fiscalização. Impende, pois, que a gestão do lixo deixe de ser um desafio no Brasil. Para isso, o Ministério do Meio Ambiente precisa, com urgência, fomentar novas medidas eficazes, por meio de legislação que garanta a punição e a ação dos responsáveis pelos resíduos gerados e descartados em locais irregulares. Essa iniciativa poderia se chamar “Sociedade consciente” e seria capaz de combater os danos causados pela decomposição dos detritos ao ecossistema e à saúde da população, cuja finalidade seria desconstruir a inércia do Governo motivada pelo interesse econômico. Assim, os cidadãos brasileiros poderão viver em uma sociedade livre, justa e solidária. Professor Vinícius Oliveira 49 Tema – Os desafios dos brasileiros na luta contra o câncer No ano 2000, a atriz Carolina Dieckmann protagonizou uma das cenas mais icônicas da teledramaturgia nacional: o momento em que a personagem Camila perde seus cabelos para o câncer. Nesse viés, substancial parcela dos brasileiros se sensibiliza com a ficção, mas é incapaz de reconhecer o drama de indivíduos reais que lutam diariamente contra a doença. Com efeito, a solução do problema pressupõe que se combata a ineficiência do Estado, bem como a rejeição da sociedade. Diante desse cenário, as falhas do SUS tornam a situação das pessoas com câncer ainda mais complicada. A esse respeito, ainda que o Artigo 6° da Constituição Federal assegure o direito à saúde, a oncologia de qualidade se restringe a quem pode pagar por ela. Tal omissão se manifesta na falta de acesso a médicos e a procedimentos importantes para o tratamento de carcinomas — quimioterapia, radioterapia, hemodiálise. Desse modo, não é razoável que a saúde prevista da Carta Magna deixe de ser um direito de todos e se torne um privilégio de poucos. Assim, enquanto a ineficácia do Sistema Único de Saúde se mantiver, o combate ao câncer continuará sendo uma luta cruel. Outro desafio na luta contra o câncer tem origens culturais: o preconceito. Sobre isso, na Idade Média, os indivíduos associavam os tumores a questões espirituais, e a sociedade da época evitava, inclusive, pronunciar palavras do campo semântico da doença. Essa repulsa social à discussão, embora simbolize uma mentalidade medieval, ainda persiste entre o povo brasileiro, o que evidencia o imaginário retrógrado e preconceituoso em relação ao câncer. Assim, enquanto a repulsa ao diálogo se mantiver, não haverá como estabelecer a cultura de autocuidado e de combate ao problema de forma precoce. Para que o drama protagonizado por Carolina Dieckmann, portanto, seja discutido no Brasil, as escolas devem ensinar os alunos e os familiares a buscar a medicina preventiva, por meio um projeto pedagógico, com oficinas e minicursos que sejam capazes de ensinar a população a identificar os cânceres de forma precoce. Essa iniciativa poderia se chamar “Autocuidado presente” e teria a finalidade de ampliar a discussão sobre o assunto, de modo que o indivíduo seja estimulado a cuidar de si mesmo e a exigir ações efetivas do Estado, como aumento da oferta de médicos oncologistas na rede SUS. Assim, o preconceito medieval dará lugar, de fato, à valorização da vida. Professor Vinícius Oliveira CAPAS SUMÁRIO REDAÇÕES MODELO 97 REDAÇÕES MODELO ATUALIZADAS EM JUNHO 2022