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ESTRATÉGIA VESTIBULARES - UFRR 
 
 CADERNO DE PROPOSTAS 1 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
UFRR 
Exasiu 
Prof. Nome Professor 
CADERNO DE PROPOSTAS 
 Exasiu 
estretegiavestibulares.com.br 
EXTENSIVO 
ESTRATÉGIA VESTIBULARES - UFRR 
 
 CADERNO DE PROPOSTAS 2 
 
Sumário 
APRESENTAÇÃO 6 
1. PROPOSTAS ANTERIORES DA BANCA 6 
1.1. UFRR 6 
1.1.1 UFRR 2021 6 
1.1.2 UFRR 2020 - Tema I 7 
1.1.3 UFRR 2020 - TEMA II 7 
1.1.4 UFRR 2019 - TEMA I 8 
1.1.5 UFRR 2019 - TEMA II 8 
1.9.6 UFRR 2019 - TEMA III 9 
1.2. COMENTÁRIO UFRR 10 
1.2.1 UFRR 2021 10 
1.2.2 UFRR 2020 - TEMA I -SEM COMENTÁRIO 11 
1.2.3 UFRR 2020 - TEMA II - SEM COMENTÁRIO 11 
1.2.4 UFRR 2019 - TEMA I - SEM COMENTÁRIO 11 
1.2.5 UFRR 2019 - TEMA II -SEM COMENTÁRIO 11 
1.2.6 UFRR 2019 - TEMA III -SEM COMENTÁRIO 11 
1. 2. PROPOSTAS POR EIXO TEMÁTICO - TEMAS SOCIAIS 11 
1. (FAMEMA 2018 ) Atletas transexuais 11 
2 (UEA 2018) Trabalho escravo 13 
3. (Famerp 2019)Obrigatoriedade da vacinação 14 
4. (Autoral 2020/ Wagner Santos) Formação identitária de grupos minoritários 15 
5. (Autoral –/ Wagner Santos) Apropriação cultural 17 
6. (UEA) Epidemia de sífilis no Brasil 18 
7. (FAMEMA 2020) Redução da maioridade penal 19 
8. (Faculdade Israelita Albert Einstein 2020) “Uberização” do trabalho 21 
9 . (Mackenzie 2014) Fome e desperdício de alimentos 22 
10. (Autoral 2020) Coronavírus 23 
11. (UENP 2013) O papel da mulher nos dias atuais 24 
12. (Unifesp 2011) A intolerância em xeque 26 
13. (FGV/Economia 2020) Informalidade no mercado de trabalho 27 
14. (FGV 2019) Teorias da conspiração 28 
15.(Famerp 2018) Fracasso de lei de cotas para deficientes 30 
16. (UNAERP 2/2019) Violência contra a mulher X aspectos culturais 31 
17. (Autoral) Valor social do idoso 35 
18. ( FGV Adm. 2018) As sociedades contemporâneas e a solidão 36 
01 DE JANEIRO DE 2020 
ESTRATÉGIA VESTIBULARES - UFRR 
 
 CADERNO DE PROPOSTAS 3 
19.( Famerp 2016) Impostos sobre grandes fortunas 37 
2.1. Comentário – Questão social 38 
1. (FAMEMA 2018) Atletas transexuais 38 
2. (UEA 2018) Trabalho escravo 40 
3. (Famerp 2019) Obrigatoriedade da vacinação 41 
4. (Autoral 2020 Wagner Santos) Formação identitária de grupos minoritários 43 
5. (Autoral / Wagner Santos) Apropriação cultural 44 
6. (UEA) Epidemia de sífilis no Brasil 44 
7. (FAMEMA 2020) Redução da maioridade penal 47 
8. (Faculdade Israelita Albert Einstein 2020) “Uberização” do trabalho 50 
9. (Mackenzie 2014) Fome e desperdício de alimentos 52 
10. (Autoral 2020) Coronavírus 55 
11. (UENP 2013) O papel da mulher nos dias atuais 57 
12. (Unifesp 2011) A intolerância em xeque 61 
13. FGV/Economia 2020) Informalidade no mercado de trabalho 65 
14. (FGV 2019) Teorias da conspiração 70 
15. (Famerp 2018) Fracasso da lei de cotas para deficientes 75 
16. (UNAERP 2/2019) Violência contra a mulher X aspectos culturais 78 
17. (Autoral) Valor social do idoso 80 
18. (FGV Adm. 2018) As sociedades contemporâneas e a solidão 83 
19.( Famerp 2016) Impostos sobre grandes fortunas 84 
2.2 ÉTICA 88 
20. (Facisb 2019) O papel do consumidor no combate à escravidão moderna 88 
21. (FAMEMA 2018) Violência contra o professor 89 
22 . (UEA 2019) Comportamentos machistas na internet 90 
23 . (Autoral 2020 Wagner Santos) Depressão na adolescência 91 
24. (FAMERP 2017) Selfies 92 
25. (FAMECA 2016) Remoção de órgãos saudáveis para prevenir o câncer 93 
26. (UFGRS 2019) Criação dos filhos 94 
27. (Mackenzie 2019) Videogames violentos 96 
28. (Faculdades Integradas Padre Albino 2012) Consumo 97 
29. (Faculdade Albert Einstein/Medicina 2017 ) O papel da argumentação nas redes sociais 98 
30.( FAMEMA 2017) Excesso de cirurgias plásticas 100 
31. (Autoral/ UNB - Wagner Santos) A corrupção e a passividade do brasileiro 101 
32. (UNIFESP 2018) Redes sociais 102 
33. (UNICAMP 2018) Há limite para a liberdade de expressão? 103 
34. (FAMEMA 2016) Leitura como medida de redução de pena 105 
35. (Autoral 2020) Linchamento virtual 107 
36. (UEA 2017) Zoológicos 109 
37. (PUC 2019 inverno ) Humor e liberdade de expressão dentro dos limites da ética 111 
38. (Uerj 02/2018) É justificável cometer um crime para vingar outro crime? 114 
39. (UEA 2015 ) A adoção de crianças por casais homossexuais deve ser proibida? 114 
40. (UDESC 2016) Desumanização do ser humano 115 
41. (UNAERP/ 2014) A obrigatoriedade de ser feliz da geração atual 116 
42.( UFGRS 2015) Amizade nos dias de hoje 117 
43. (FAMECA 2011) Relação médico-paciente 118 
2.2.1 Comentário – Ética 119 
20. (Facisb 2019) O papel do consumidor no combate à escravidão moderna 119 
21. (FAMEMA 2018) Violência contra o professor 121 
22. (UEA 2019) Comportamentos machistas na internet 122 
23. (Autoral/ Wagner Santos) Depressão na adolescência 123 
24. (FAMERP 2017) Selfies 124 
25. (FAMECA 2016) Remoção de órgãos saudáveis para prevenir o câncer 127 
26. (UFGRS 2019) Criação dos filhos 130 
27. (Mackenzie 2019) Videogames violentos 134 
28. (Faculdades Integradas Padre Albino 2012) Consumo 137 
29. (Faculdade Albert Einstein/Medicina 2017 ) O papel da argumentação nas redes sociais 140 
30. ( FAMEMA 2017) Excesso de cirurgias plásticas 143 
31. (Autoral/ UNB - Wagner Santos) A corrupção e a passividade do brasileiro 147 
32. (UNIFESP 2018) Redes sociais 147 
33. (UNICAMP 2018) Há limite para a liberdade de expressão? 149 
ESTRATÉGIA VESTIBULARES - UFRR 
 
 CADERNO DE PROPOSTAS 4 
34. (FAMEMA 2016) Leitura como medida de redução de pena 150 
35. (Autoral 2020) Linchamento virtual 154 
36. (UEA 2017) Zoológicos 155 
37. (PUC 2019 inverno ) Humor e liberdade de expressão dentro dos limites da ética 159 
38. (Uerj 02/2018) É justificável cometer um crime para vingar outro crime? 160 
39. (UEA 2015 ) A adoção de crianças por casais homossexuais deve ser proibida? 162 
40. (UDESC 2016) Desumanização do ser humano 166 
41. (UNAERP/ 2014) A obrigatoriedade de ser feliz da geração atual 169 
42.( UFGRS 2015) Amizade nos dias de hoje 171 
43. (FAMECA 2011) Relação médico-paciente 175 
2.3 Educação 178 
44.( FAMECA 2019) Obrigatoriedade do ensino de Filosofia e Sociologia 179 
45. (FAMERP 2020) Homeschooling 180 
46. (INSPER/ 2018) Uso do celular na escola 181 
47. (UFRGS 2016) O livro na era da digitalização do escrito e da adoção de novas ferramentas de leitura 182 
48. (Mackenzie/2015) Leitura no Brasil 184 
49. (Autoral) O uso das novas tecnologias na educação 184 
50. (FAMERP 2015) Simplificação de livros clássicos 188 
51. (Mackenzie 2019) A importância do contato com a arte 189 
2.3.1 Comentário – Educação 190 
44.( FAMECA 2019) Obrigatoriedade do ensino de Filosofia e Sociologia 190 
45. (FAMERP 2020) Homeschooling 192 
46. (INSPER/ 2018) Uso do celular na escola 195 
47. (UFRGS 2016) O livro na era da digitalização do escrito e da adoção de novas ferramentas de leitura 198 
48. (Mackenzie/2015) Leitura no Brasil 201 
49. (Autoral) O uso das novas tecnologias na educação 204 
50. (FAMERP 2015) Simplificação de livros clássicos 206 
51. (Mackenzie 2019) A importância do contato com a arte 209 
2.4 .Representação do Mundo 211 
52. (Autoral) Importância das Ciências Humanas no século XXI 211 
53. (Autoral 2020 ) Um mundo por imagens na época da manipulação midiática 213 
54. (Faculdade Israelita Albert Einstein 2019) Telenovelas e compromisso com a realidade 216 
55 . (FGV/Adm. 2020) No Brasil, o passado não passa? 216 
2.4.1. Comentários – Representação do mundo 217 
52. (Autoral) Importância das Ciências Humanas no século XXI 217 
53. (Autoral 2020 ) Um mundo por imagens na época da manipulação midiática 219 
54. (Faculdade Israelita Albert Einstein 2019) Telenovelas e compromisso com a realidade 221 
55. (FGV/Adm. 2020) No Brasil, o passado não passa? 222 
2.5 Tecnologia 227 
56. (Autoral/Wagner Santos ) Estelionato virtual Autoral 227 
57. (Faculdade Cásper Líbero 2018) Negacionismo em relação à internet 228 
2.5.1 Comentários – Tecnologia 230 
56. (Autoral/Wagner Santos ) Estelionatovirtual Autoral 230 
57. (Faculdade Cásper Líbero 2018) Negacionismo em relação à internet 231 
2.6. Meio Ambiente 233 
58. (Autoral) Ativismo ambiental 233 
59.( FAMECA 2017) Agrotóxicos 235 
60. (UNEMAT 2019.2)Lixo: da educação às políticas públicas 235 
61. (Instituto Federal do Norte de Minas Gerais 2015) Crise da água 237 
62. (UFMS 2009) A conscientização dos jovens diante das “mudanças climáticas” 239 
2.6.1 Comentários – Meio ambiente 241 
58. (Autoral) Ativismo ambiental 241 
59.( FAMECA 2017) Agrotóxicos 242 
60. (UNEMAT 2019.2)Lixo: da educação às políticas públicas 243 
61. (Instituto Federal do Norte de Minas Gerais 2015) Crise da água 246 
ESTRATÉGIA VESTIBULARES - UFRR 
 
 CADERNO DE PROPOSTAS 5 
62. (UFMS 2009) A conscientização dos jovens diante das “mudanças climáticas” 250 
2.7 . Política 254 
63. (Autoral) Intervenção do Estado na dinâmica social e vigilância do indivíduo 254 
64. (Autoral/ Wagner Santos ) Democratização da Cultura 256 
65. (Autoral/ Wagner Santos) Participação política do jovem no século XXI 258 
66. (IME 2017/2018 modificada ) Possibilidades e limites da ação política e moral 260 
67. (UNIFESP 2017) Voto nulo 262 
68. (Faculdade Israelita Albert Einstein 2017) Quadro de desesperança política brasileira 263 
69.(UNB/2017) Guerras: derrota para a humanidade 266 
70. (Autoral) Questão indígena 267 
71. (UENP 2015) Conceito de família a ser adotado na Constituição Federal 270 
2.7.1 Comentários - Política 272 
63. (Autoral) Intervenção do Estado na dinâmica social e vigilância do indivíduo 272 
64. (Autoral/ Wagner Santos ) Democratização da Cultura 273 
65. (Autoral/ Wagner Santos) Participação política do jovem no século XXI 274 
66. (IME 2017/2018 modificada ) Possibilidades e limites da ação política e moral 275 
67. (UNIFESP 2017) Voto nulo 276 
68. (Faculdade Israelita Albert Einstein 2017) Quadro de desesperança política brasileira 279 
69.(UNB/2017) Guerras: derrota para a humanidade 282 
70. (Autoral) Questão indígena 286 
71. (UENP 2015) Conceito de família a ser adotado na Constituição Federal 288 
3. PROPOSTAS AUTORAIS 292 
Tema 1: Empatia 292 
Tema 2: Esporte e Política 294 
Tema 3: Otimismo 295 
Tema 4: Derrubar estátuas 297 
Tema 5: Indivíduo como mercadoria de si mesmo 299 
Tema 6: Valores em colapso 301 
3.1 Comentário 302 
Tema 1: Empatia 302 
Tema 2: Esporte e política 303 
Tema 3: Otimismo 306 
Tema 4: Derrubar estátuas 308 
Tema 5: O indivíduo como mercadoria de si mesmo 310 
Tema 6: Valores em colapso 313 
4. CONSIDERAÇÕES FINAIS 318 
 
 
ESTRATÉGIA VESTIBULARES - UFRR 
 
 CADERNO DE PROPOSTAS 6 
Caderno de Propostas 
APRESENTAÇÃO 
 
Olá! 
Como parte do material, disponibilizamos um número grande de propostas de redação, a maioria 
já dadas e outras inéditas. Você pode aproveitar esse material e escrever à vontade. 
As atualizações serão periódicas. Cada nova atualização trará mais propostas. 
Bora lá, corujinha sangue nos olhos e caneta na mão. 
Boa escrita. 
Fernando Andrade 
 
 
1. PROPOSTAS ANTERIORES DA BANCA 
 
1.1. UFRR 
1.1.1 UFRR 2021 
 
TEMA II 
 
Queimadas tendem a piorar Covid-19 em áreas de floresta 
 
As queimadas em larga escala na Amazônia e no Pantanal - que atingiram níveis recordes em 2020 - 
tendem a agravar o quadro da epidemia de COVID-19 nessas regiões, onde vivem populações 
extremamente vulneráveis e com sistema de saúde precário. O alerta foi feito em nota técnica divulgada 
nesta quarta-feira, 11, por pesquisadores do Instituto de Comunicação e Informação Científica e 
Tecnológica em Saúde (ICICT/Fiocruz). 
 
A nota aponta risco de 30% no aumento da internação por doenças respiratórias de crianças moradoras 
de áreas próximas a queimadas. A exposição à fumaça pode gerar problemas respiratórios, processos 
inflamatórios e agravar os casos de COVID-19. 
 
ESTRATÉGIA VESTIBULARES - UFRR 
 
 CADERNO DE PROPOSTAS 7 
"Além disso", diz a nota, "mesmo que não haja infecção pelo novo coronavírus, as pessoas afetadas pela 
fumaça podem enfrentar problemas de atendimento e diagnóstico na rede de saúde que já se encontra 
comprometida com a atenção aos casos graves de covid”. 
 
Fonte: Jornal Estado de Minas. Seção Estadão Conteúdo. 11/11/2020. Disponível em: <Queimadas 
tendem a piorar COVID-19 em áreas de floresta -Nacional -Estado de Minas> 
 
Disserte sobre: As relações entre as queimadas e o enfrentamento da pandemia de Covid-19. 
1.1.2 UFRR 2020 - Tema I 
 
 
Escolha um dos temas a seguir e sobre ele redija um texto dissertativo-argumentativo, em modalidade 
escrita formal da língua portuguesa. 
TEMA I 
P&G SE UNE A APELO GLOBAL PARA FIM DE TESTES DE COSMÉTICOS EM ANIMAIS 
 Estima-se que meio milhão de animais são usados anualmente em testes feitos pela indústria de 
cosméticos e produtos de higiene pessoal 
 A gigante de bens de consumo Procter & Gamble (P&G) se uniu à iniciativa #BeCrueltyFree da 
organização de proteção animal Human Society International (HSI) para proibir testes de cosméticos e 
produtos de higiene pessoal em animais em todos os principais mercados globais de beleza até 2023. (...) 
 O apoio da P&G à #BeCrueltyFree inclui uma campanha global para estimular mudanças 
regulatórias em prol do uso de testes para avaliação de segurança que não envolvam animais. E ela não 
está sozinha. A Unilever (dona de Omo, Seda, Dove, Hellmann‟s e Kibon) declarou apoio à campanha em 
outubro passado. 
 Até agora, 37 países ao redor do mundo já aprovaram legislação para proibir, total ou 
parcialmente, os testes em animais. A maioria, porém, ainda não considera ilegal esses testes. 
 O próximo país na fila para proibir a prática poderia ser o Brasil, por meio do Projeto de Lei 
70/2014, em tramitação no Congresso, que dispõe sobre a vedação da utilização de animais para o 
desenvolvimento de produtos de uso cosmético para humanos e aumenta os valores de multa nos casos 
de violação. 
 Segundo pesquisa do IBOPE (Instituto Brasileiro de Opinião Pública e Estatística) feita pela HSI, 
66% dos brasileiros apoia uma proibição nacional de testes em animais para cosméticos e seus 
ingredientes, e 61% concordam que testar novos cosméticos em animais não justifica o sofrimento. 
(BARBOSA, Vanessa. P&G se une a apelo global para fim de testes de cosméticos em animais. 
Revista Exame. 22 de fevereiro de 2019. Disponível em https://exame.abril.com.br/negocios/pg-se-une-
a-apeloglobal-para-fim-de-testes-de-cosmeticos-em-animais/) 
 
Disserte sobre o fato de a indústria farmacêutica utilizar animais para testar as substancias que ela produz. 
 
1.1.3 UFRR 2020 - TEMA II 
Escolha um dos temas a seguir e sobre ele redija um texto dissertativo-argumentativo, em modalidade 
escrita formal da língua portuguesa. 
 
https://exame.abril.com.br/negocios/pg-se-une-a-apeloglobal-para-fim-de-testes-de-cosmeticos-em-animais/
https://exame.abril.com.br/negocios/pg-se-une-a-apeloglobal-para-fim-de-testes-de-cosmeticos-em-animais/
ESTRATÉGIA VESTIBULARES - UFRR 
 
 CADERNO DE PROPOSTAS 8 
TEMA II 
A necessidade humana pela água é básica e vital. Seja em grandes cidades ou em uma comunidade 
indígena vivendo na floresta Amazônia, todos necessitamos de água de qualidade. As formas de 
contaminação da água também são variadas, como por rejeitos químicos, esgoto sem tratamento, etc. 
Disserte sobre o processo de contaminação das águas e os males que isso pode acarretar aos seres 
humanos. 
 
1.1.4 UFRR 2019 - TEMA I 
 
Escolha um dos temas abaixo e sobre ele redija um texto dissertativo-argumentativo, em modalidade 
escrita formal da língua portuguesa. 
TEMA I 
NOBEL DA PAZ 2018 VAI PARA ATIVISTAS QUE LUTAM CONTRA VIOLÊNCIA SEXUAL COMO ARMA DE 
GUERRA 
Médico Denis Mukwege tratou com sua equipe de cerca de 30 mil vítimas de violência sexual na República 
Democrática do Congo. Já a ativista Nadia Murad é sobrevivente da escravidão sexual imposta pelo Estado 
Islâmico no Iraque. Denis Mukwege, de 63 anos, passou grande partede sua vida adulta ajudando as 
vítimas de violência sexual na República Democrática do Congo, na África, e lutando por seus direitos. Ele 
e sua equipe trataram cerca de 30 mil vítimas desses ataques, desenvolvendo grande experiência no 
tratamento de lesões sexuais graves. 
(...) 
Financiado pela Unicef e outros doadores, Mukwege montou um hospital com 350 leitos, uma unidade 
de atendimento móvel e um sistema para oferecer microcrédito para as vítimas reconstruírem sua vida. 
Nadia Murad, de 25 anos, se tornou uma ativista dos direitos humanos da minoria yazidi após sobreviver 
a três meses de escravidão sexual imposta por integrantes do EI no Iraque. 
Após escapar dos terroristas, em 2014, ela liderou uma campanha para impedir o tráfico de pessoas e 
libertar o grupo étnico-religioso yazidis, que é composto por cerca de 400 mil pessoas. As crenças desse 
grupo misturam componentes de várias religiões antigas do Oriente Médio. A etnia é considerada "infiel" 
pelos extremistas do EI. 
Disponível em https://g1.globo.com/mundo/noticia/2018/10/05/denismukwege-e-nadia-murad-
ganham-o-nobel-da-paz-2018.ghtml. Acesso em: 05/10/2018. 
 
A violência sexual, sobretudo contra mulheres e crianças, tem representado um flagelo social cotidiano 
em todo o mundo, mas atinge proporções inimagináveis em zonas de conflitos, de disputas, de guerras. 
Disserte sobre isso e opine sobre o significado da concessão do Prêmio Nobel da Paz para duas pessoas 
envolvidas com essa causa. 
 
1.1.5 UFRR 2019 - TEMA II 
SUICÍDIO 
Entre 1980 e 2012, as taxas de suicídio cresceram 62,5% na população em geral. Na faixa etária dos 15 
aos 29 anos, a média aumenta em ritmo mais rápido do que em outros segmentos. São 5,6 mortes a 
cada 100 mil jovens (20% acima da média nacional). Os dados são da pesquisa Violência Letal contra as 
Crianças e Adolescentes do Brasil e do Mapa da Violência: os Jovens do Brasil, ambos coordenados pelo 
ESTRATÉGIA VESTIBULARES - UFRR 
 
 CADERNO DE PROPOSTAS 9 
sociólogo Julio Jacopo Waiselfisz, da Faculdade Latino-Americana de Ciências Sociais (Flacso), organismo 
de cooperação internacional para pesquisa. O aumento do número de mortes de jovens está na 
contramão do observado em países da Europa ocidental, Estados Unidos e Austrália, onde os índices 
vêm caindo. NICOLIELO, Bruna. Precisamos falar sobre suicídio de jovens: taxa cresce no Brasil. 
Revista Claudia. https://claudia.abril.com.br/suavida/precisamos-falar-sobre-suicidio-taxa-cresce-no-
brasil/. Acesso em: 25/10/2018 
O texto acima, retirado da Revista Claudia, aborda um tema delicado, que tem sido motivo de 
preocupação para famílias, educadores e profissionais de saúde de diversas áreas: o suicídio. A questão 
é tão séria que foi criada a campanha Setembro Amarelo, por iniciativa Centro de Valorização da Vida 
(CVV), do Conselho Federal de Medicina (CFM) e da Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP), com 
objetivo de dedicar o mês de setembro, simbolicamente, à prevenção do suicídio e à valorização da vida. 
Disserte sobre o assunto e opine sobre quais seriam as possíveis causas e possíveis soluções o problema 
em questão. 
1.9.6 UFRR 2019 - TEMA III 
PROFISSÕES EM EXTINÇÃO. QUE TRABALHOS DEIXARÃO DE EXISTIR? 
A tecnologia sofistica o trabalho e algumas funções tendem a ter fim. O povo inicia a série profissões em 
extinção 
Por Camila de Almeida/Especial para O Povo 
A tecnologia não apenas torna mais otimizados os processos como também muda as relações de 
trabalho. Algumas profissões podem ser substituídas por soluções digitais. Por exemplo, para dar 
agilidade ao atendimento e evitar as longas filas nos estacionamentos, shoppings já investem em 
aplicativos para smartphones. 
Nos Estados Unidos e em alguns países da Europa, o abastecimento do veículo pode ser feito pelos 
próprios motoristas nos postos. Na Europa e já em Fortaleza, alguns motoristas acumulam também a 
função de cobrador. 
A tendência é que a tecnologia sofistique os postos de trabalho e que algumas funções sejam 
incorporadas por outras. “O mercado é muito mutante. Sempre haverá profissões que vão deixar de 
existir”, destacou a coordenadora do gerenciamento humano da CMGB Consultoria, Celânia Pinto Lima. 
As profissões que tendem a desaparecer são, em sua maioria, as que têm condições mais precárias, 
segundo Gisele Studart, diretora da Studart RH e diretora de marketing da Associação Brasileira de 
recursos humanos do Ceará (ABRH/CE). “É uma tendência, principalmente nas funções em condições 
mais precárias, trabalhos mais operacionais”, destacou. Ela lembrou que funções como a de chaveiro 
são escassas e caras na Europa. (...) 
Fonte:https://www20.opovo.com.br/app/opovo/dom/2014/11/15/noticia 
sjornaldom,3348266/profissoes-em-extincao-que-trabalhos-deixarao-deexistir.shtml. Acesso em: 
07/11/2018. Adaptado. 
Disserte sobre a possibilidade da extinção de algumas carreiras e profissões, em decorrência, por 
exemplo, da automatização e substituição dos humanos. Discorra sobre o tema apresentando as 
perspectivas para o futuro e a(s) forma(s) de superação. 
 
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 CADERNO DE PROPOSTAS 10 
1.2. COMENTÁRIO UFRR 
1.2.1 UFRR 2021 
Comentário 
A proposta apresenta apenas um texto motivador que serve de apoio para a compreensão do 
tema. O texto é uma reportagem publicada originalmente pelo Jornal Estado de Minas e comenta acerca 
das queimadas nas florestas em território nacional e as consequências e efeitos dessas queimadas. 
Desse modo, vamos à interpretação do texto que, apesar de breve, possui informações relevantes 
para auxiliar na produção de sua dissertação. 
 
Interpretação do texto motivador 
O texto de apoio aborda duas situações contemporâneas que tiveram maior foco no ano de 2020. 
Desse modo, o texto discute as queimadas das florestas que ocorreram de forma expressiva, devido à 
falta de políticas de fiscalização nos territórios de áreas verdes no Brasil. Ao mesmo tempo comenta 
acerca dos efeitos dessas queimadas no tratamento da Covid 19, tendo em vista que essa doença afeta 
as vias respiratórias, principalmente os pulmões. 
Segundo o texto, as queimadas ocorreram, no ano de 2020, mais expressivamente na Amazônia e 
no Pantanal, dois biomas importantes para a regulação e preservação da pureza do ar. O texto ressalta 
que essas áreas afetadas também possuem um sistema de saúde precário, sendo essas informações 
apresentadas pelos pesquisadores da Fiocruz. 
De acordo com os pesquisadores, o risco de internações, por doenças respiratórias, em crianças 
aumenta em 30% devido às queimadas presentes nessas regiões. Além disso, ressalta o aumento de 
problemas respiratórios e inflamatórios ocasionados pela COVID 19. 
Por fim, o texto aponta uma informação importante que conversa diretamente com a informação 
inicial do texto. Lembre-se de que inicialmente o texto apontou que as regiões em que ocorrem as 
queimadas apresentam um sistema de saúde deficitário. Dessa maneira, quando os afetados pelos efeitos 
das queimadas procuram os postos e hospitais, esses cidadãos encontram dificuldades de atendimento, 
devido aos casos mais graves de Covid 19. Logo, isso pode dificultar o tratamento e diagnóstico dessas 
pessoas. 
Proposta 
A proposta pede para que você elabore um texto dissertativo argumentativo, desse modo, é 
importante apresentar uma tese que será defendida ao longo de seu desenvolvimento, logo em sua 
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 CADERNO DE PROPOSTAS 11 
argumentação. Para selecionar a sua tese, procure tornar a frase tema em um questionamento, dessa 
forma: Quais são as relações entre as queimadas e o enfrentamento da pandemia de Covid-19? 
Por meio dessa pergunta, você conseguirá refletir acerca das principais problemáticas que 
envolvem o tema. Sendo assim, pode ser interessante reunir os principais agravantes de cada 
problemática, para em seguida relacioná-las. 
Argumentos possíveis 
- Problemas de superlotaçãodos hospitais podem ser agravantes para o enfrentamento da 
pandemia, tendo em vista a demora ou a falta de diagnósticos. Isso pode ser mais expressivo diante da 
falta de unidades de atendimento e profissionais de saúde. 
- A fata de medidas regulatórias que protejam as florestas das queimadas acentua os problemas 
relacionados às síndromes respiratórias e à Covid 19. 
- Devido ao fato de as queimadas prejudicarem a qualidade do ar e as complicações da Covid 19 
afetarem a respiração, as queimadas afetam diretamente os cidadãos próximos a essas áreas. 
- A dificuldade de diagnosticar a Covid 19 nos cidadãos, que vivem próximos às áreas de 
queimadas, pode propagar ainda mais a disseminação do vírus, tendo em vista a falta de isolamento 
desses indivíduos, pois há a falta de confirmação desses casos. 
 1.2.2 UFRR 2020 - TEMA I -SEM COMENTÁRIO 
1.2.3 UFRR 2020 - TEMA II - SEM COMENTÁRIO 
1.2.4 UFRR 2019 - TEMA I - SEM COMENTÁRIO 
1.2.5 UFRR 2019 - TEMA II -SEM COMENTÁRIO 
1.2.6 UFRR 2019 - TEMA III -SEM COMENTÁRIO 
colocam o seu ideal de moral a frente do que seria o correto diante das leis. 
1. 2. PROPOSTAS POR EIXO TEMÁTICO - TEMAS SOCIAIS 
1. (FAMEMA 2018 ) Atletas transexuais 
Texto 1 
 Primeira jogadora transexual a atuar na Superliga feminina, Tifanny Abreu marcou 39 pontos em 
um mesmo jogo nesta terça-feira (30.01.2018) e quebrou o recorde da principal competição nacional de 
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 CADERNO DE PROPOSTAS 12 
vôlei – que antes pertencia a Tandara, com 37 pontos. Tal fato atiçou ainda mais o questionamento 
sobre a permissão de atletas trans atuarem em esportes de alto rendimento. 
 Ao entrar em quadra por uma liga profissional, Tifanny carrega com ela a representatividade de 
toda uma minoria social, que busca abrir oportunidades de inserção em vários âmbitos da sociedade, 
inclusive no mercado de trabalho. Então não seria diferente no esporte, que vem se profissionalizando 
cada vez mais nas últimas décadas. 
(Maíra Nunes. “Caso Tifanny: Proibir transexuais no esporte é solução?”. http://blogs.correiobraziliense.com.br, 
31.01.2018. Adaptado.) 
 
Texto 2 
Aos 33 anos, Tifanny Pereira de Abreu é a primeira transexual a disputar a Superliga feminina de 
vôlei. Mas, depois de completar a transição de gênero, incluindo duas cirurgias de mudança de sexo, e 
ser liberada pela Comissão Nacional Médica (Conamev) da Confederação Brasileira de Vôlei (CBV), a 
atacante do Bauru (SP) tem a condição feminina discutida. Isso porque a ciência ainda não é capaz de 
determinar quanto tempo o corpo precisaria para se adaptar à nova realidade, com testosterona 
compatível ao corpo de uma mulher. É por esta razão que João Granjeiro, coordenador da Conamev, 
responsável pela liberação da atleta para a disputa da competição mais importante do vôlei nacional, 
acredita que Tifanny não deveria atuar entre as mulheres: “Ela nasceu homem e construiu seu corpo, 
músculos, ossos, articulações com testosterona alta. Nenhuma mulher, a não ser que tenha usado 
testosterona de origem externa ao organismo, conseguiria formar o mesmo corpo. É só olhar para a 
atleta, alta e muito forte.” 
(Carol Knoploch e João Pedro Fonseca. “Médicos que liberaram Tifanny acham que ela não deveria atuar 
no feminino”. https://oglobo.globo.com, 03.01.2018. Adaptado.) 
Texto 3 
O espaço conquistado de maneira íntegra por mulheres no esporte está em jogo. Tenho orgulho de ser 
herdeira dos valores que construíram a civilização ocidental, a mais livre, próspera, tolerante e plural da 
história da humanidade. Este legado sociocultural único permitiu que nós mulheres pudéssemos 
conquistar nosso espaço na sociedade, no mercado e nos esportes. A verdade mais óbvia e respeitada 
por todos os envolvidos no esporte é a diferença biológica entre homens e mulheres. Se não houvesse, 
por que estabelecer categorias separadas entre os sexos? O combate ao preconceito contra transexuais 
e homossexuais é uma discussão justa e pertinente. A inclusão de pessoas transexuais na sociedade 
deve ser respeitada, mas essa apressada e irrefletida decisão de incluir biologicamente homens, 
nascidos e construídos com testosterona, com altura, força e capacidade aeróbica de homens, sai da 
esfera da tolerância e constrange, humilha e exclui mulheres. 
(Ana Paula Henkel. “Carta aberta ao Comitê Olímpico Internacional”. https://politica.estadao.com.br, 16.01.2018. 
Adaptado.) 
Texto 4 
Para uma transexual entrar no mercado de trabalho, é uma verdadeira via crucis. Elas enfrentam 
preconceito, desconfiança e muita rejeição. Mas o desafio pode ser ainda pior para aquelas que sonham 
em seguir carreira como atleta. O esporte ainda é muito fechado para a diversidade sexual e poucas 
esportistas chegam ao nível de alto rendimento. De acordo com a pesquisadora Joanna Harper, do 
Providence Portland Medical Center, nos Estados Unidos, “terapia hormonal para mulheres trans 
normalmente envolve um bloqueador de testosterona e um suplemento de estrógeno. Quando os níveis 
do ‘hormônio masculino’ se aproximam do esperado para a transição, a paciente percebe uma 
diminuição na massa muscular, densidade óssea e na proporção de células vermelhas que carregam o 
oxigênio no corpo”, diz Joanna. Ainda conforme pontuou a especialista, enquanto isso, o estrógeno 
aumenta as reservas de gordura, principalmente nos quadris. Juntas, essas mudanças levam a uma 
perda de velocidade, força e resistência — todos componentes importantes de um atleta. Durante a 
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 CADERNO DE PROPOSTAS 13 
terapia hormonal, Tifanny perdeu toda a potência e explosão. Se saltava 3,50 m quando homem, agora 
pula, no máximo, 3,25m. 
(Juliana Contaifer. “Afinal, atletas transexuais têm mais força que as jogadoras cisgênero?”. 
www.metropoles.com, 11.03.2018. Adaptado.) 
Com base nos textos apresentados e em seus próprios conhecimentos, escreva uma dissertação, 
empregando a norma- -padrão da língua portuguesa, sobre o tema: 
Atletas transexuais devem participar de esportes competitivos sob o novo gênero? 
2 (UEA 2018) Trabalho escravo 
UEA/ 2019 
Texto 1 
O Ministério da Economia divulgou a atualização do cadastro de empregadores que tenham submetido 
trabalhadores a condições análogas à escravidão, conhecido como lista suja do trabalho escravo. A lista 
denuncia pela prática do crime 187 empregadores, entre empresas e pessoas físicas. No total, 2375 
trabalhadores foram submetidos a condições análogas à escravidão. A maioria dos casos está 
relacionada a trabalhos praticados em fazendas, obras de construção civil, oficinas de costura, garimpo 
e mineração. 
A legislação brasileira atual classifica como trabalho análogo à escravidão toda atividade forçada 
desenvolvida sob condições degradantes ou em jornadas exaustivas. Também é passível de denúncia 
qualquer caso em que o funcionário seja vigiado constantemente, de forma ostensiva, por seu patrão. 
Outra forma de escravidão contemporânea reconhecida no Brasil é a servidão por dívida, que ocorre 
quando o funcionário tem seu deslocamento restrito pelo empregador sob alegação de que deve 
liquidar determinada quantia de dinheiro. 
(Bruno Bocchini. “Atualização da lista suja do trabalho escravo tem 187 empregadores”. 
https://agenciabrasil.ebc.com.br, 03.04.2019. Adaptado.) 
Texto 2 
A lista de empregadores flagrados utilizando trabalho análogo ao escravo no Brasil é considerada pela 
ONU um modelo de combate à escravidão contemporânea em todo o mundo. 
A partir da chamada “lista suja”, empresas e bancos públicos que assinaram o Pacto Nacional pela 
Erradicação do Trabalho Escravo podem negar crédito, empréstimos e contratos a empresários que 
usam trabalho análogo ao escravo. 
“A lista é simplesmente um instrumento de transparência da ação do Estado, que tem a obrigação de 
fiscalizar e garantir direitos trabalhistas”, afirma Mércia Silva, do Instituto Pacto Nacional para a 
Erradicação do Trabalho Escravo (Inpacto). “A listasuja combate o trabalho escravo, mas, mais do que 
isso, é um instrumento de gerenciamento de risco para a atividade econômica brasileira, porque 
ninguém quer se associar a empresas que usam trabalho análogo à escravidão”, disse o cientista político 
Leonardo Sakamoto. “Não é uma questão de ‘bondade’ do mercado. A empresa que foi flagrada com 
trabalho escravo pode estar sofrendo um processo grande e pode nem ter dinheiro no futuro para 
quitar empréstimos que venha a tomar, se for condenada a pagar milhões. Era necessário que o 
mercado brasileiro tivesse um instrumento para garantir esse controle”, afirma Sakamoto. 
(Camilla Costa. “Para que serve a ‘lista suja’ do trabalho escravo?”. www.bbc.com, 06.04.2015. Adaptado.) 
Texto 3 
Para o presidente do Tribunal Regional do Trabalho do Distrito Federal, Pedro Foltran, a função da lista 
suja do trabalho escravo é intimidar empresas. As empresas afirmam que são incluídas na lista depois de 
um suposto flagrante autuado pelos fiscais do governo e alegam que não têm a oportunidade de se 
manifestar no processo, o que viola seu direito à ampla defesa. 
(“‘Lista do trabalho escravo’ serve para intimidar, diz presidente do TRT-10”. https://conjur.com.br, 06.03.2017. 
Adaptado.) 
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 CADERNO DE PROPOSTAS 14 
Com base nos textos apresentados e em seus próprios conhecimentos, escreva um texto dissertativo-
argumentativo, empregando a norma-padrão da língua portuguesa, sobre o tema: 
Lista suja do trabalho escravo: entre a proteção aos trabalhadores afetados e o direito de defesa das 
empresas. 
 
3. (Famerp 2019)Obrigatoriedade da vacinação 
Texto 1 
O sarampo era considerado uma doença erradicada no Brasil desde 2016, quando a Organização 
Mundial da Saúde (OMS) identificou que o país estava há um ano sem registro de casos do vírus. Mas 
isso mudou em 2018: boletins recentes da entidade advertem que está em curso um surto da doença, 
altamente contagiosa e que pode levar à morte crianças pequenas ou causar sequelas graves. 
O Ministério da Saúde, por sua vez, informou haver alto risco de retorno da poliomielite em pelo menos 
312 cidades brasileiras. A doença era considerada erradicada na América do Sul desde 1994, após 
décadas provocando milhares de casos de paralisia infantil. A preocupação com a pólio se dá pelo fato 
de que, embora não tenha havido casos recentes no Brasil, identificou-se um registro da doença na 
vizinha Venezuela e a circulação do vírus em outros 23 países do mundo nos últimos três anos. 
Os alertas acima colocam em evidência doenças que estavam controladas graças à vacinação em massa, 
mas que ameaçam provocar estragos na saúde pública brasileira caso a imunização sofra baixas. “Por 
não termos mais contato com algumas doenças infecciosas, a percepção é que elas deixaram de existir e 
que a vacinação é inútil. Mas poucas intervenções da medicina foram tão eficazes como as vacinas, 
capazes de erradicar doenças que antes matavam muitas pessoas”, avalia o pesquisador do Serviço de 
Bacteriologia do Instituto Butantan, Paulo Lee Ho. 
(Laís Modelli. “Sarampo, pólio, difteria e rubéola voltam a ameaçar após erradicação no Brasil”. 
www.bbc.com, 07.07.2018. Adaptado.) 
Texto 2 
Embora o Brasil tenha um dos mais reconhecidos programas públicos de vacinação do mundo, com os 
principais imunizantes disponíveis a todos gratuitamente, vêm ganhando força no país grupos que se 
recusam a vacinar os filhos ou a si próprios. 
Esses movimentos “antivacina” estão sendo apontados como um dos principais fatores responsáveis por 
um recente surto de sarampo na Europa, onde mais de 7 mil pessoas já foram contaminadas. No Brasil, 
os grupos, principalmente de pais, são impulsionados por meio de páginas temáticas em redes sociais 
que divulgam, sem base científica, supostos efeitos colaterais das vacinas. 
Os pais também trocam informações sobre como não serem denunciados (por exemplo, não informar 
aos pediatras sobre a decisão de não vacinar os filhos) e compartilham estratégias que eles acreditam 
que garantiriam a imunização das crianças de forma alternativa, com óleos, homeopatia e alimentos. 
(Fabiana Cambricoli e Isabela Palhares. “Grupos contrários à vacinação avançam no país; movimento 
preocupa Ministério da Saúde”. https://noticias.uol.com.br, 22.05.2017. Adaptado.) 
 
 
Rio de Janeiro, início do século XX. Uma cidade com cerca de 700 mil habitantes e graves problemas 
urbanos: rede insuficiente de água e esgoto, toneladas de lixo nas ruas, cortiços superpovoados. Um 
ambiente propício à proliferação de várias doenças, o Rio era conhecido pelos imigrantes que aqui 
aportavam como “túmulo de estrangeiros”. 
Texto 3 
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 CADERNO DE PROPOSTAS 15 
Nessa época, Oswaldo Cruz criou as Brigadas Mata-
Mosquitos, formadas por grupos de funcionários do 
Serviço Sanitário que, acompanhados de policiais, 
invadiam as casas – e tinham até mesmo autoridade para 
mandar derrubá-las nos casos em que as considerassem 
uma ameaça à saúde pública – para desinfecção e 
extermínio dos mosquitos transmissores da febre amarela. 
Para acabar com os ratos, transmissores da peste 
bubônica, ele mandou espalhar raticida pela cidade e 
tornou obrigatório o recolhimento do lixo pela população. 
E, finalmente, para erradicar a varíola, lançou a vacinação 
obrigatória, medida que se tornou o estopim de uma 
revolta da população. Apesar das divergências estatísticas, 
sabe-se que a Revolta da Vacina foi o maior motim da 
história do Rio de Janeiro. 
(Rio de Janeiro. Secretaria Especial de Comunicação Social. 
1904 – Revolta da Vacina. A maior batalha do Rio, 2006. 
Adaptado.) 
Com base em seus conhecimentos e nos textos 
apresentados, escreva uma dissertação, empregando a norma-padrão da língua portuguesa, sobre o 
tema: 
Obrigatoriedade da vacinação: entre a prevenção a doenças e o respeito às escolhas 
individuais 
 
 
4. (Autoral 2020/ Wagner Santos) Formação identitária de grupos 
minoritários 
Texto 1 
Turbante, dreadlocks, cocar, desenhos tradicionais. Símbolos culturais e estéticos que, se por um 
lado ajudam a compor o imaginário de nação miscigenada, também carregam seu valor simbólico de 
resistência dentro da comunidade na qual estão inseridos. No palco dos sincretismos, diversos atores e 
culturas se misturam, não sem provocar polêmica e discussões que muitas vezes não arranham mais 
que a superfície da questão. 
Enquadra-se aí o debate sobre “apropriação cultural”, tema que vem dividindo opiniões desde 
que sites e jornais repercutiram o caso de uma garota branca que teria sido repreendida por duas 
mulheres negras porque usava um turbante. 
A educadora e pesquisadora de dinâmicas raciais Suzane Jardim afirma que, toda vez que 
emerge, essa discussão é erroneamente deslocada para o âmbito do “purismo cultural”, na qual apenas 
os responsáveis pela criação de um determinado elemento teriam autorização de utilizá-lo. 
Longe disso, o que está em jogo segunda ela é a forma como se dá a interação entre grupos 
historicamente marginalizados e seus antagonistas – relação que seria marcada por “preconceito, 
exclusão, etnocentrismo, poder e capitalismo”. 
“Vemos a diferença sistêmica entre os que usam esses elementos como adorno e os que usam 
por princípio, religião ou resgate de uma identidade”, diz Jardim. “Quando falam em cultura, os negros 
se referem muito mais a resistência e racismo do que à origem dos elementos, propriamente”. 
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 CADERNO DE PROPOSTAS 16 
Disponível em: revistacult.uol.com.br. Acesso em: 23/07/2019. 
 
Texto 2 
Há algum tempo, havia uma preocupação em relacionar a questão da identidade à nacionalidade 
do indivíduo. Era importante impor um laço de pertencimento ao território onde o sujeito se 
encontrava. Para este não havia necessidade, pois sabia que pertencia àquele lugar, ali estavam suas 
origens e suas relações sociais que eram concentradas no domínio da proximidade.Não havia dúvidas 
quanto à veracidade de sua nacionalidade. 
Mas, com o nascimento do Estado moderno, surgem mudanças e o indivíduo, que antes 
mantinha uma relação de proximidade, começa a ser deslocado daquele lugar ao qual pertencia. Um 
bom exemplo das transformações ocorridas está na revolução dos transportes, que propiciaram uma 
rápida expansão dos territórios. Dessa forma, com o desenvolvimento das regiões e a consequente 
legitimação da nação, o problema da identidade seria visto de forma positiva e as pessoas assim 
admitiriam sua nacionalidade/identidade. 
Nesse sentido, podemos observar que, desde o início, a identidade nacional foi vista como um 
marco da soberania do Estado. Por muitas vezes, para se mantê-la, mesmo que incompleta, fazia-se um 
esforço gigantesco e usava-se uma pequena dose de força para que a nacionalidade fosse protegida. 
Vale salientar que as identidades consideradas “menores” só seriam aceitas se não violassem a lealdade 
nacional, pois o Estado detinha o poder e nada poderia estremecê-lo. Atualmente, podemos perceber 
que muitas foram as mudanças ocorridas. As preocupações contemporâneas transcenderam a simples 
(se podemos assim dizer) questão da identidade nacional. Na sociedade pós-moderna, temos assistido a 
uma profusão de transformações, principalmente no campo das relações interpessoais, fazendo com 
que haja mudanças no comportamento dos sujeitos. 
Segundo Bauman (2005), a “identificação” se torna cada vez mais importante para os indivíduos 
que buscam desesperadamente um “nós” a que possam pedir acesso. As “novas” relações começam a 
interferir em nossas construções cotidianas, nossas práticas sociais, como forma de entendimento do 
mundo. Com isso, as identidades, antes consideradas seguras e estáveis, começam a fragmentar-se. 
Tudo o que somos e pensamos advém de nosso contato com o mundo. Nesse sentido, um “eu” 
verdadeiro, um sujeito singular não é possível no contexto da pós- modernidade, pois seria determinado 
por uma série de situações, seria um simulacro de um sujeito real. Hall (2005) aponta que as velhas 
identidades, que por tanto tempo estabilizaram a vida social, estão em declínio, fazendo surgir novas 
identidades e fragmentando o indivíduo moderno, até aqui visto como sujeito unificado. Não há mais 
uma identidade una, centralizada, mas um sujeito plural, heterogêneo. Dessa forma, ao refletirmos 
sobre a questão do sujeito na era da globalização, vislumbramos carências, dúvidas e urgências, 
presentes nesse indivíduo, perdido em suas inseguranças, com a necessidade emergencial de pertencer 
a algum lugar. Será esse um colapso do sujeito moderno? Uma crise de identidade? Como observa 
Mercer (1990, p. 43), “a identidade somente se torna uma questão quando está em crise, quando algo 
que se supõe como fixo, coerente e estável é deslocado pela experiência da dúvida e da incerteza”. 
(Sheila da Silva Monte. A IDENTIDADE DO SUJEITO NA PÓS-MODERNIDADE: ALGUMAS REFLEXÕES. ITABAIANA: 
GEPIADDE, Ano 6, Volume 12/jul-dez de 2012.) 
 
A partir dos textos acima, que têm caráter unicamente motivador, redija, utilizando a modalidade 
padrão da língua escrita, um texto dissertativo-argumentativo que verse acerca do seguinte tema: 
 
A construção identitária das minorias e grupos de exclusão no Brasil do século XXI 
 
Em seu texto: 
• Defina minorias e grupos de exclusão; 
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 CADERNO DE PROPOSTAS 17 
• Aborde as práticas sociais que auxiliam na construção da identidade das minorias e dos 
grupos de exclusão. 
 
5. (Autoral –/ Wagner Santos) Apropriação cultural 
Texto 1 
Turbante, dreadlocks, cocar, desenhos tradicionais. Símbolos culturais e estéticos que, se por um 
lado ajudam a compor o imaginário de nação miscigenada, também carregam seu valor simbólico de 
resistência dentro da comunidade na qual estão inseridos. No palco dos sincretismos, diversos atores e 
culturas se misturam, não sem provocar polêmica e discussões que muitas vezes não arranham mais 
que a superfície da questão. 
Enquadra-se aí o debate sobre “apropriação cultural”, tema que vem dividindo opiniões desde 
que sites e jornais repercutiram o caso de uma garota branca que teria sido repreendida por duas 
mulheres negras porque usava um turbante. 
A educadora e pesquisadora de dinâmicas raciais Suzane Jardim afirma que, toda vez que 
emerge, essa discussão é erroneamente deslocada para o âmbito do “purismo cultural”, na qual apenas 
os responsáveis pela criação de um determinado elemento teriam autorização de utilizá-lo. 
Longe disso, o que está em jogo segunda ela é a forma como se dá a interação entre grupos 
historicamente marginalizados e seus antagonistas – relação que seria marcada por “preconceito, 
exclusão, etnocentrismo, poder e capitalismo”. 
“Vemos a diferença sistêmica entre os que usam esses elementos como adorno e os que usam 
por princípio, religião ou resgate de uma identidade”, diz Jardim. “Quando falam em cultura, os negros 
se referem muito mais a resistência e racismo do que à origem dos elementos, propriamente”. 
 
Disponível em: revistacult.uol.com.br. Acesso em: 23/07/2019. 
 
Texto 2 
Ultimamente tem se falado muito sobre apropriação cultural nas redes sociais. Textos e mais 
textos sobre o tema, discussões, muitas vezes infrutíferas, e esvaziamento de conceitos. Sim, acredito 
que é necessário se discutir essa questão com seriedade, porém, sem intransigências e desonestidade. 
Há colunistas, por exemplo, escrevendo que apropriação cultural não existe, e por outro lado, pessoas 
colocando a responsabilidade nos indivíduos, ignorando as questões estruturais. Acredito que ambos os 
caminhos são equivocados. 
Precisamos entender como o sistema funciona. Por exemplo: durante muito tempo, o samba foi 
criminalizado, tido como coisa de “preto favelado”, mas, a partir do momento que se percebe a 
possibilidade de lucro do samba, a imagem muda. E a imagem mudar significa que se embranquece seus 
símbolos e atores para com o objetivo de mercantilização. Para ganhar dinheiro, o capitalista coloca o 
branco como a nova cara do samba. 
Por que isso é um problema? Porque esvazia de sentido uma cultura com o propósito de 
mercantilização ao mesmo tempo em que exclui e invisibiliza quem produz. Essa apropriação cultural 
cínica não se transforma em respeito e em direitos na prática do dia a dia. Mulheres negras não 
passaram a ser tratadas com dignidade, por exemplo, porque o samba ganhou o status de símbolo 
nacional. E é extremamente importante apontar isso: falar sobre apropriação cultural significa apontar 
uma questão que envolve um apagamento de quem sempre foi inferiorizado e vê sua cultura ganhando 
proporções maiores, mas com outro protagonista. 
 
Disponível em: https://azmina.com.br/. Acesso em: 23/07/2019. 
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 CADERNO DE PROPOSTAS 18 
 
A partir dos textos acima, que têm caráter unicamente motivador, redija, utilizando a modalidade 
padrão da língua escrita, um texto dissertativo-argumentativo que verse acerca do seguinte tema: 
 
Apropriação cultural: soma de culturas ou violência cultural? 
 
6. (UEA) Epidemia de sífilis no Brasil 
Texto 1 
O Brasil vive uma nova epidemia de sífilis, uma doença sexualmente transmissível que parecia 
existir, para a maior parte da população, apenas nos livros de história. A doença, causada por uma 
bactéria, pode levar a problemas de fertilidade e até a morte, se não tratada. 
O Ministério da Saúde divulgou dados recentes mostrando que o número de pessoas infectadas 
no Brasil aumentou 32,7% entre 2014 e 2015 e algumas mudanças comportamentais ajudam a entender 
porque a bactéria voltou a assustar. 
Os jovens de 13 a 15 anos estão se protegendo menos na hora do sexo, segundo um 
levantamento do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Em 2012, 75% dos entrevistados 
usaram preservativo em sua última relação sexual. No ano passado, apenas 66% fizeram uso da 
camisinha. 
Para reverter essequadro, será preciso investir mais do que em campanhas que elucidem sobre 
os perigos do sexo sem camisinha, mas que contemplem a prevenção nas diferentes formas de exercer a 
sexualidade. A camisinha, seja masculina ou feminina, ainda é o único método contraceptivo capaz de 
impedir a transmissão de DSTs. “Os adolescentes estão transando e não há nada que os impeça. O 
objetivo é apostar em conhecimento, e não no medo, como foi feito anos atrás”, diz Lena Vilela, 
educadora sexual. As campanhas de prevenção devem focar nas novas formas de exercer a sexualidade, 
dando abertura para que as pessoas possam discutir abertamente com seus médicos seus 
comportamentos e as melhores formas de se prevenir. 
(Bruna de Alencar. “Por que o Brasil vive uma epidemia de sífilis?”. www.epoca.globo.com, 01.11.2016. Adaptado.) 
 
Texto 2 
Segundo o ginecologista e obstetra Dr. Ricardo Luba, na década de 70, o Brasil também passou 
por uma epidemia de sífilis semelhante a que estamos vendo agora devido à liberação sexual e aos 
valores que foram contestados na época. Para ele, a falta de cuidado consigo mesmo é algo muito 
enraizado na mentalidade dos brasileiros. Isso rebate conceitos preconceituosos, tanto é que pessoas 
do mais alto nível intelectual também podem contrair, devido à negligência com o próprio corpo, algo 
que vem acontecendo com homens e mulheres ao redor do mundo. 
O principal fator é a falta do uso de preservativo associado a um comportamento de risco, que 
implica na rotatividade de parceiros e parceiras. Não há problema em ter uma vida sexual agitada desde 
que você se proteja e faça exames de rotina com certa regularidade. Quando descoberta no estágio 
primário, a sífilis pode ser tratada com uma dose única de penicilina benzatina intramuscular. O 
problema maior começa a surgir quando o diagnóstico não é feito rapidamente. 
(Débora Stevaux. “5 perguntas para entender a epidemia de sífilis no Brasil”. www.claudia.abril.com.br, 21.04.2017. Adaptado.) 
 
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 CADERNO DE PROPOSTAS 19 
Texto 3 
Segundo a médica colaboradora da Organização Mundial de Saúde (OMS), Nemora Barcellos, o 
esgotamento do impacto das campanhas de uso de preservativos e da sua ampla disponibilização 
parece ser um dos fatores do agravamento dos casos de sífilis. Para ela, a principal forma de prevenção 
é o uso de preservativos no ato sexual. Por outro lado, a implicação do desabastecimento de penicilina 
afeta a evolução individual da doença e a possibilidade de cura, já que o tratamento correto e completo 
também é considerado uma forma eficaz de controle, pois interrompe a cadeia de transmissão. Além 
disso, o tratamento de ambos os parceiros é muito importante na prevenção para impedir que ocorra a 
reinfecção, garantindo que o ciclo seja interrompido. 
Para a médica, o histórico de prática sexual sem uso de preservativos deve ser investigado com 
seriedade em consultas, seja na atenção básica, seja com especialistas da área de ginecologia ou 
urologia. A existência de testes rápidos para sífilis facilita muito a investigação. 
(Marina Wentzel. “Como se proteger da epidemia de sífilis no Brasil?”. www.bbc.com, 24.09.2016. Adaptado.) 
 
Com base nos textos apresentados e em seus próprios conhecimentos, escreva uma dissertação, 
empregando a norma-padrão da língua portuguesa, sobre o tema: 
A epidemia de sífilis no Brasil é resultado do comportamento dos jovens ou de problemas do sistema 
de saúde? 
 
7. (FAMEMA 2020) Redução da maioridade penal 
 
 
 
Texto 2 
Tema bastante controverso, a redução da maioridade penal vem conquistando um número cada 
vez maior de adeptos, que, pressionados pela sensação generalizada de insegurança, veem a sua 
implantação como a única solução imediatamente possível para a diminuição da criminalidade praticada 
por menores. 
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 CADERNO DE PROPOSTAS 20 
Vige desde o século XIX a teoria de que crianças e adolescentes não possuiriam o 
desenvolvimento intelectual e psicológico completo, necessário e essencial para a responsabilização 
criminal nos termos do Código Penal. Considerando-se as transformações ocorridas na sociedade, em 
que os jovens têm maior acesso às informações e participam de forma cada vez mais autônoma das 
diversas relações sociais, ter-se-ia por indispensável o conhecimento daquilo que é ou não lícito. Tanto é 
assim, que o Código Civil prevê a capacidade relativa da pessoa com 16 anos completos, permitindo-lhe 
casar, continuar atividade empresária já iniciada, dispor de seu patrimônio em testamento, ser 
emancipado, dentre outras hipóteses. Além disso, a Constituição Federal autoriza que os menores 
púberes (com 16 anos) possam exercer o direito de voto. Ora, seria inconcebível pressupor a capacidade 
intelectiva para tais atos e sustentar que os jovens infratores não possuem plena consciência dos atos 
ilícitos porventura cometidos. 
A impunidade, certamente, é a causa principal da ocorrência, cada vez maior, de atos ilícitos 
entre os adolescentes. Certos de que se capturados sofrerão restrição de liberdade por não mais de 03 
anos, os jovens infratores se sentem atraídos por essa vantagem. A impunidade, além de constranger, 
desrespeitar e violar os direitos das vítimas de crimes cometidos por menores infratores, incentiva a 
prática de novos crimes, bem como a formação de novos infratores. 
 
Izabelle Rhaissa F. Moreira. “Argumentos favoráveis à redução da maioridade penal”. https://jus.com.br, fevereiro de 2017. Adaptado. 
 
Texto 3 
“Se prisão resolvesse alguma coisa, nós deveríamos ser um país muito mais seguro”, comenta 
Rafael Custódio, coordenador do programa de justiça da ONG Conectas Direitos Humanos. O sistema 
prisional brasileiro atravessa problemas históricos, como a superlotação e o alto índice de reincidência 
criminal. De acordo com dados do Conselho Nacional de Justiça, um em cada quatro condenados volta a 
cometer crimes. Nesse cenário, Custódio aponta que inserir menores de idade no sistema penal adulto 
contribuiria para que a violência aumentasse ao invés de diminuir. “O Brasil criou um sistema carcerário 
que viola direitos, não recupera ninguém e só produz mais violência. Diante dessa realidade, nós 
queremos trazer os adolescentes para essa lógica? Não faz sentido”. 
Heloisa de Souza Dantas, mestre em Psicologia Comunitária pela Michigan State University, 
também afirma que a redução da maioridade penal não é o caminho para combater a violência. Além de 
investimentos em educação e saúde, a psicóloga defende que a sociedade deve mudar o tratamento 
dado a esse assunto. “É um país que precisa olhar os adolescentes como seus filhos e não como 
inimigos”. Sobre o debate acerca do assunto, a psicóloga acha que está se formando uma “cortina de 
fumaça” que desvia as atenções do problema real. A maioria dos atos infracionais cometidos por jovens 
estão relacionados ao tráfico de drogas, enquanto crimes hediondos representam um número menor. 
Souza aponta que um investimento maior em inteligência policial ajudaria a pegar os “peixes grandes” 
do tráfico de drogas ao invés de manter a política de encarceramento em massa, que não tem ajudado a 
reduzir os índices de violência no Brasil. 
 
Natália Silva. “Os riscos da redução da maioridade penal”. www.cartacapital.com.br, 08.11.2018. Adaptado. 
 
Com base nos textos apresentados e em seus próprios conhecimentos, escreva um texto dissertativo-
argumentativo, empregando a norma-padrão da língua portuguesa, sobre o tema: 
A redução da maioridade penal pode colaborar para a diminuição da violência no Brasil? 
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 CADERNO DE PROPOSTAS 21 
 
8. (Faculdade Israelita Albert Einstein 2020) “Uberização” do 
trabalho 
Texto 1 
Nem só de grupos, influenciadores e jogos vivem os aplicativos. Com a queda do número de 
vagas formais no mercado de trabalho, as pessoas vêm buscando novas fontes de renda e trabalhar para 
aplicativos de serviçosé uma delas. Se, por um lado, as novas plataformas propiciam um espaço para 
que as pessoas possam obter rendimentos, por outro, geram também questões inerentes ao século XXI, 
sobre transformação das relações de trabalho, qualidade de vida e saúde. 
No novo modelo, o trabalhador tem mais autonomia sobre seu processo produtivo e horários de 
trabalho. Para isso, no entanto, muitos abrem mão de direitos garantidos pela CLT (Consolidação das 
Leis do Trabalho), como o décimo terceiro salário e as férias e, em muitos casos, abdicam até mesmo 
dos finais de semana. O fenômeno já é conhecido como “uberização do trabalho” e está sendo estudado 
por áreas que vão do direito às ciências sociais. 
(Mariana Ceci. “Autônomos usam aplicativos para driblar crise financeira no RN”. http://tribunadonorte.com.br, 19.05.2019. Adaptado.) 
 
Texto 2 
Uma massa de 5,5 milhões de profissionais brasileiros já trabalha para ou com aplicativos, 
segundo a Associação Brasileira Online to Offline, que representa as empresas do setor. Se esses 
trabalhadores fossem considerados empregados formais, grupos como Uber, iFood ou Rappi seriam os 
maiores do país em número de funcionários. 
O Diretor da associação, Marcos Carvalho, contesta, no entanto, a tese defendida por muitos 
atualmente de que haja vínculo trabalhista entre esses profissionais e as empresas. Segundo ele, “o 
profissional tem total autonomia e flexibilidade para definir sua jornada de trabalho de acordo com o 
que for conveniente, sem ter que prestar nenhuma satisfação com relação ao horário ou à forma como 
ele vai realizar entregas, por exemplo. São pessoas que possivelmente estariam com grandes 
dificuldades de ter uma fonte de renda. Isso mostra o impacto de inclusão social desses trabalhos num 
momento de tanta fragilidade econômica como o que estamos tendo no país.” 
(Guilherme Balza. “Brasil já tem mais de 5 milhões trabalhando para aplicativos”. https://cbn.globoradio.globo.com, 05.06.2019. 
Adaptado.) 
 
Texto 3 
As empresas responsáveis pelos aplicativos afirmam que apenas fazem a “ponte” entre as partes, 
as quais trabalham de forma autônoma e com liberdade de acordo com sua disposição e necessidades 
— um argumento frequente em tempos de “uberização” do trabalho. Mas, para especialistas, não é 
bem assim. “Este modelo de trabalho se apoia no discurso do empreendedorismo, na ideia de você não 
ter patrão e poder fazer o seu próprio horário”, afirma Selma Venco, socióloga do Trabalho e professora 
da Unicamp. Segundo ela, este “discurso neoliberal camufla a real situação, que é a de precarização não 
apenas nas relações de trabalho, mas também nas condições de vida. Há uma superexploração do 
trabalhador, pois ele terá que trabalhar uma jornada de 14 ou 15 horas para ter um ganho mínimo, ou 
seja, irá além dos limites físicos para poder sobreviver. E sem nenhuma proteção, nenhum direito 
associado a isso.” 
ESTRATÉGIA VESTIBULARES - UFRR 
 
 CADERNO DE PROPOSTAS 22 
(Gil Alessi. “Jornada maior que 24 horas e um salário menor que o mínimo, a vida dos ciclistas de aplicativo em SP”. 
https://brasil.elpais.com, 13.08.2019. Adaptado.) 
 
Com base nos textos apresentados e em seus próprios conhecimentos, escreva um texto dissertativo-
argumentativo, empregando a norma-padrão da língua portuguesa, sobre o tema: 
 
“Uberização”: entre a autonomia do trabalhador e a perda de direitos trabalhistas 
 
9 . (Mackenzie 2014) Fome e desperdício de alimentos 
 
Redija uma dissertação a tinta, desenvolvendo um tema comum aos textos abaixo. 
Obs.: O texto deve ter título e estabelecer relação entre o que é apresentado nos textos da coletânea. 
 
Texto I 
Muitas vezes, tomamos conhecimento de movimentos nacionais e internacionais de luta contra a 
fome. Ficamos sabendo que, em outros países e no nosso, milhares de pessoas, sobretudo crianças e 
velhos, morrem de penúria e inanição. Sentimos piedade. Sentimos indignação diante de tamanha 
injustiça (especialmente quando vemos o desperdício dos que não têm fome e vivem na abundância). 
Sentimos responsabilidade. Movidos pela solidariedade, participamos de campanhas contra a fome. 
Nossos sentimentos e nossas ações exprimem nosso senso moral. 
Marilena Chauí, filósofa 
 
Texto II 
Em todo o mundo joga-se fora ou perde-se, por ano, 1,3 bilhão de toneladas de alimentos, o 
equivalente a um terço da produção total e mais da metade da colheita de cereais. Num cenário em que 
a população do planeta deve saltar dos atuais 7 bilhões para 9 bilhões de habitantes até 2050, impõe-se 
a revisão urgente dos padrões de consumo e de produção alimentar. Assim, o Programa das Nações 
Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma) e a Organização das Nações Unidas para Alimentação e 
Agricultura (FAO) decidiram lançar uma campanha de conscientização para tentar reduzir o desperdício 
que se verifica, em maior ou menor grau, em todos os países. 
O Estado de S.Paulo, 02/02/2013 
 
Texto III 
De acordo com um levantamento da FAO (sigla em inglês para “Food and Agriculture 
Organization”, agência especializada das Nações Unidas destinada a lidar com assuntos como este), 
apesar do número ainda grande de famintos, atualmente por volta de 1 bilhão de pessoas, pela primeira 
vez em quinze anos o número total de pessoas em situação de insegurança alimentar registrou queda 
de 10%. Outro dado positivo é que, atualmente, as chamadas fronteiras da fome, ou seja, o conjunto de 
países com problemas crônicos de distribuição alimentar, vem diminuindo. 
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 CADERNO DE PROPOSTAS 23 
www.infoescola.com, acesso em setembro de 2013 
 
10. (Autoral 2020) Coronavírus 
Texto I 
 
Disponível em https://www.agazeta.com.br/charge/charge-do-amarildo-panico-boliche-e-o-coronavirus-0320, acessado em 
12.10.2019. 
 
Texto II 
Folha de São Paulo, 28/03/2020 
Pandemia leva a guerra estúpida entre 'arautos da vida' e 'campeões da economia' (Demétrio Magnoli) 
Em nome da coerência, a conta da crise precisa chegar às grande fortunas 
Economia é vida: inexiste a alternativa de proteger a saúde pública às custas do 
desligamento indefinido da produção e do consumo. O humanismo com vista para o mar é tão 
nocivo quanto o negacionismo que nasce do desprezo pela ciência. 
Além de indivíduos com espessos colchões financeiros, há profissionais de empresas que 
adotaram o home office, empregados de setores que seguem funcionando, funcionários públicos 
estáveis. 
Desses estratos brotam torrentes incontroláveis de humanismo. Vidas não têm preço, valem 
qualquer sacrifício do vil metal, explicam-nos os que não sacrificarão seus empregos ou meios de 
sobrevivência. Mas, apesar deles, economia é vida. 
Disponível em https://www1.folha.uol.com.br/colunas/demetriomagnoli/2020/03/pandemia-leva-a-guerra-estupida-entre-
arautos-da-vida-e-campeoes-da-economia.shtml , acessado em 12.10.2019. 
 
Texto III 
El país (28/03/2020): OCDE calcula que cada mês de confinamento tira dois pontos do PIB 
O organismo calcula que a Espanha será uma das economias mais afetadas 
https://www.agazeta.com.br/charge/charge-do-amarildo-panico-boliche-e-o-coronavirus-0320
https://www1.folha.uol.com.br/colunas/painelsa/2020/03/herdeiro-do-giraffas-perde-cargo-na-rede-apos-video-sobre-desemprego-no-coronavirus.shtml
https://www1.folha.uol.com.br/colunas/painel/2020/03/advogado-reclama-que-funcionarios-fazem-home-office-com-pijama-e-olho-remelento.shtml
https://www1.folha.uol.com.br/colunas/demetriomagnoli/2020/03/pandemia-leva-a-guerra-estupida-entre-arautos-da-vida-e-campeoes-da-economia.shtml
https://www1.folha.uol.com.br/colunas/demetriomagnoli/2020/03/pandemia-leva-a-guerra-estupida-entre-arautos-da-vida-e-campeoes-da-economia.shtml
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 CADERNO DE PROPOSTAS 24 
Conforme a pandemia de coronavírus avança, a OCDE traça um panorama cada vez mais sombrio 
para a atividade. Segundo seus cálculos, por cada mês de confinamento as economias sofrerão uma 
perda de aproximadamentedois pontos percentuais do PIB. A conta é a seguinte: o PIB de uma 
semana é aproximadamente 2% do de todo o ano (52 semanas). Se este cair 25% durante quatro 
semanas, então estão se esfumando dois pontos do PIB ao mês. 
(disponível em https://brasil.elpais.com/economia/2020-03-28/ocde-calcula-que-cada-mes-de-
confinamento-tira-dois-pontos-do-pib.html, acessado em 30.03.2020). 
 
Nesse ano, a crise do coronavirus trouxe à tona uma antiga dicotomia entre economia e vidas humanas. 
Dentro desse contexto e com base nos textos apresentados e em seus próprios conhecimentos, escreva 
um texto dissertativo-argumentativo, empregando a norma-padrão da língua portuguesa, sobre o tema: 
Crise do coronavirus: entre a economia e a saúde. 
11. (UENP 2013) O papel da mulher nos dias atuais 
Orientações: 
1. A sua redação deverá ser no formato PROSA, ter no mínimo 20 e no máximo 30 linhas. 
2. Dê um TÍTULO à sua redação. 
3. Apresente-a de forma legível e sem rasuras, na folha VERSÃO DEFINITIVA, utilizando caneta 
esferográfica 
com tinta da cor azul ou preta. 
4. Para rascunho, use a folha disponível no final deste caderno. 
5. Será considerada para avaliação apenas a versão definitiva da redação. 
6. Use a norma culta da linguagem. 
7. Leia os fragmentos a seguir. Eles servem de apoio para a produção de sua DISSERTAÇÃO, ou seja, os 
textos não são apresentados para que você os copie integral ou parcialmente. Eles apenas servem para 
você organizar o tema e relacionar argumentos, com o objetivo de defender seu ponto de vista. 
 
TEXTO I 
Constituição de 1988 
Art. 5. Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros 
e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à 
segurança e à propriedade, nos termos seguintes: 
 I - homens e mulheres são iguais em direitos e obrigações, nos termos desta Constituição. 
Art. 226. A família, base da sociedade, tem especial proteção do Estado. 
§ 4º - Entende-se, também, como entidade familiar a comunidade formada por qualquer dos pais e seus 
descendentes. 
§ 5º - Os direitos e deveres referentes à sociedade conjugal são exercidos igualmente pelo homem e 
pela mulher. 
Veja: Em um artigo para o jornal The Guardian, a senhora afirmou que a gravidez era um contrassenso. 
Por quê? 
 
Texto II 
Susan Greenfield: Referia-me à questão profissional. São poucas as mulheres na minha área que 
conseguem chegar aonde eu cheguei. É difícil desde o início. No colégio, as meninas recebem menos 
incentivos do que os meninos para seguir a carreira científica. Afinal, ciência é coisa de homem. Quando 
conseguem superar essa barreira, elas encontram outro obstáculo: a gravidez. Não sou contra ter filhos, 
https://brasil.elpais.com/ciencia/2020-03-27/evolucao-dos-casos-de-coronavirus-no-brasil.html
https://brasil.elpais.com/economia/2020-03-27/empatia-ou-pragmatismo-o-dilema-de-empresas-entre-o-respeito-a-vidas-e-a-retomada-da-economia.html
https://brasil.elpais.com/economia/2020-03-27/empatia-ou-pragmatismo-o-dilema-de-empresas-entre-o-respeito-a-vidas-e-a-retomada-da-economia.html
https://brasil.elpais.com/noticias/pib/
https://brasil.elpais.com/economia/2020-03-28/ocde-calcula-que-cada-mes-de-confinamento-tira-dois-pontos-do-pib.html
https://brasil.elpais.com/economia/2020-03-28/ocde-calcula-que-cada-mes-de-confinamento-tira-dois-pontos-do-pib.html
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 CADERNO DE PROPOSTAS 25 
mas, na ciência, quem se afasta, mesmo que por pouco tempo, perde a vez, infelizmente. Eu optei por 
não ter filhos. (...) 
Revista Veja, Entrevista, 9/01/2013. 
 
TEXTO III 
MULHERES MAIS PODEROSAS DO MUNDO 
Angela Merkel: Chanceler da Alemanha. 
 Hillary Clinton: Secretária de Estado dos E.U.A. 
Dilma Rousseff: Presidente do Brasil 
Melinda Gates: Co-presidente da Fund.Bill & Melinda Gates 
Jill Abramson: Editora-executiva do New York Times 
 Christine Lagarde: Diretora Geral do FMI 
(http://www.forbes.com/power-women/) 
 
TEXTO IV 
A PRIMEIRA MULHER BRASILEIRA 
Ada Rogato: aviadora a chegar sozinha à Terra do Fogo, no extremo sul do nosso continente (1960). 
http://www.engbrasil.eng.br/revista/v112009/historia) 
Rachel de Queiroz : a ingressar na Academia Brasileira de Letras (1977) 
Nélida Piñon: a presidir a ABL, em 1996 e 1997 
Maria das Graças Foster: a presidir a Petrobrás,2012 
Dalva Mª Carvalho Mendes: a ser promovida oficial general das forças armadas brasileiras, em 2013. 
(folha.uol.com.br 10/01/2013) 
TEXTO V 
 A mulher ficava mais presa aos cuidados com o lar enquanto cabia ao marido sustentar a família 
até os anos de 1970, mas a necessidade de maior renda e a busca pela igualdade com o homem a levou 
ao mercado de trabalho. 
 Sócio-diretor do Data Popular, Renato Meirelles lembra ainda que muitas delas ainda são chefes 
de família. ''Como a mulher geralmente é quem administra as despesas domésticas, ao ajudar 
diretamente no pagamento dessas, ela ganhou voz muito maior dentro de casa'', afirma. 
Folha de Londrina, 17/11/2012 
 
Texto VI 
 
http://www.forbes.com/power-women/
http://www.engbrasil.eng.br/revista/v112009/historia
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 CADERNO DE PROPOSTAS 26 
 
12. (Unifesp 2011) A intolerância em xeque 
TEXTO I 
 Num restaurante de classe média, pessoas torcem o nariz e pagam a conta antecipadamente, sem 
concluir a refeição, porque na mesa ao lado senta-se um casal negro, com uma filha e um filho 
adolescentes. Ninguém comenta ou reclama de que se trata de uma demonstração criminosa de 
racismo, não comprovável, mas evidente. A adolescente discriminada põe-se a chorar e pede aos pais 
para irem embora também. A família comemorava ali o 14º aniversário dela. 
 Uma mulher decide sair de um casamento infeliz e pede a separação. O marido, que certamente 
também não está feliz, recusa qualquer combinação amigável e quer uma separação litigiosa. As duas 
filhas moças tomam o partido do pai, como se de repente a mãe que delas cuidara por mais de vinte 
anos tivesse se transformado em alguém desprezível, irreconhecível e inaceitável. Nenhuma das duas 
lhe pergunta os seus motivos; ninguém deseja saber de suas dores; nenhuma das duas jovens mulheres 
lhe dá a menor chance de explicação, o menor apoio. Parece-lhes natural que, diante de um passo tão 
grave da parte de quem as criara, educara, vestira, acarinhara e acompanhara devotadamente por toda 
a vida, fosse negado qualquer apoio, carinho e respeito. 
 Os casos se multiplicam, são muito mais cruéis do que estes, existem em meu bairro, em seu 
bairro. Nossa postura diante do inesperado, do diferente, raramente é de atenção, abertura, escuta. 
Pouco nos interessam os motivos, o bem, as angústias e buscas, direitos e razão de quem infringe as 
regras da nossa acomodação, frivolidade ou egoísmo. Queremos todos os privilégios para nós, a 
liberdade, a esperança. Para os outros, mesmo se antes eram muito próximos, queremos a imobilidade, 
a distância. Cassamos sem respeitar os seus direitos humanos mais básicos. A intolerância, que talvez 
não conste no índex das religiões mais castradoras, é com certeza um feio pecado capital. Do qual talvez 
nenhum de nós escape, se examinarmos bem. 
(Lya Luft. Veja, 15.12.2004. Adaptado.) 
 
TEXTO II 
 Entrevista com Zilda Márcia Gricoli, historiadora e diretora-executiva do Laboratório de Estudos da 
Intolerância da Universidade de São Paulo (USP), que investiga e discute o tema em todas suas 
vertentes. 
Qual a proposta do Laboratório de Estudos da Intolerância? 
 Trata-se de um centro multidisciplinar da Universidade de São Paulo (USP) que investiga todos os 
dilemas da intolerância, seja ela política, religiosa, cultural, sexual. Incluímos também o que chamamos 
de tolerância ao intolerável: prostituição infantil e massacres de populações indígenas e de rua, por 
exemplo. Trabalhamos ainda com os direitos dos animais. Refletindo sobre a forma como oshomens os 
tratam, descobrimos como eles agem em relação aos seres humanos. Faremos um grande seminário 
sobre o assunto, aberto ao público. 
Dê exemplos da intolerância no Brasil, 
Não toleramos o pobre, por exemplo. Pobre é lixo, não queremos ver, queremos jogá-los fora. Pode ser 
índio, negro, branco. Em São Paulo, há praças que contam com o banco “antimendigo”, com braçadeiras 
especiais, que não permitem que ninguém durma ali. Gradearam chafarizes para que a população não 
tome banho. Tudo para “limpar” a cidade dos pobres. Como se eles fossem responsáveis pela sujeira. 
É possível desenvolver a tolerância? 
Sim. A intolerância é totalmente cultural. A cultura foi criada pelo homem para a sobrevivência da 
espécie. Ela tem esse objetivo, que é a proteção da vida, e não a destruição. A autonomia cultural não 
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 CADERNO DE PROPOSTAS 27 
pode ir além da vida humana. Quando a cultura se apropria da negação do outro, é preciso uma 
intervenção. 
(http://planetasustentavel.abril.com.br. Adaptado.) 
 
 Texto III 
 Fascismo, comunismo, nazismo e todos os outros ismos totalitários produziram ao longo dos 
tempos algumas das mais pavorosas cenas de intolerância perpetradas pelo homem contra alguém que 
ele julga diferente. “Fogueiras, patíbulos, decapitações, guilhotinas, fuzilamentos, extermínios, campos 
de concentração, fornos crematórios, suplícios dos garrotes, as valas dos cadáveres, as deportações, os 
gulags, as residências forçadas, a Inquisição e o índex dos livros proibidos”, descreveu o jurista italiano 
Italo Mereu, são algumas das mais bárbaras manifestações de ódio adotadas por quem julga “possuir a 
verdade absoluta e se acha no dever de impô-la a todos, pela força”. A praga da intolerância só atinge 
esse patamar de perversidade quando um outro valor já não vigora mais há muito tempo: a democracia. 
É mais ou menos assim que as coisas funcionam. Aniquila-se a democracia em nome de um ideal 
revolucionário que promete semear a liberdade e o fim da opressão dos mais fracos. Essa é a promessa, 
mas o que se colhe jamais é a libertação, apenas abuso e intolerância. Numa primeira fase, o abuso é 
interno e concentrado contra os inimigos políticos do regime. Depois, todos se tornam inimigos em 
potencial e até a delação de vizinhos vira uma arma de controle social. Na fase seguinte, surgem as 
guerras contra os inimigos externos. 
(Amauri Segalla. Veja, 16.04.2003. Adaptado.) 
 
Com base nas informações e reflexões dos textos apresentados – ou, ainda, agregando a eles outros 
elementos que você julgar pertinentes –, redija uma dissertação em prosa e em norma padrão sobre o 
seguinte tema: 
A intolerância em xeque 
 
13. (FGV/Economia 2020) Informalidade no mercado de trabalho 
TEXTO I 
 Quase dois anos depois da reforma trabalhista o Brasil ainda enfrenta um grande entrave no 
mercado de trabalho. É a informalidade, que registrou alta nos últimos quatro anos e tem impacto na 
produtividade do país, o que fica claro, por exemplo, ao se constatar que empresas formais têm 
produtividade média quatro vezes superior à das informais”, explica Fernando Veloso, economista e 
pesquisador da área de Economia Aplicada da FGV IBRE. 
 Segundo a Síntese de Indicadores Sociais 2018 do IBGE, o contingente de brasileiros com 
trabalho informal chegou a 37,3 milhões de pessoas, ou 40,8% da população com algum tipo de 
ocupação. Com uma série de encargos sociais incidindo sobre a contratação, não é incomum que as 
empresas optem por utilizar mão de obra sem registro. “O recolhimento de inúmeras contribuições, 
nem sempre revertidas em benefícios ao colaborador, cria praticamente uma tributação sobre a folha 
de pagamento. Isso gera um efeito que incentiva a informalidade, tanto da parte da firma quanto do 
trabalhador”, analisa Veloso. 
(“Como a informalidade afeta a produtividade e a economia?”. https://g1.globo.com, 28.08.2019. 
Adaptado.) 
 
TEXTO II 
 A entrada de trabalhadores no mercado informal ajudou a reduzir o desemprego e colocou um 
número recorde de pessoas na força de trabalho. Mas esse fenômeno, que à primeira vista pode indicar 
uma reação da economia, não se traduziu em melhora na produtividade. Para especialistas, é mais um 
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 CADERNO DE PROPOSTAS 28 
sintoma da fraqueza da atividade econômica e de sua lenta recuperação, refletidos no resultado do 
Produto Interno Bruto (PIB) do país. 
 O professor da faculdade de economia da USP, Hélio Zylberstajn, observa que é evidente que 
para um desempregado é melhor conseguir uma ocupação informal do que nada, mas a informalidade é 
uma coisa muito ruim, visto que, por exemplo, o rendimento médio de um trabalhador sem carteira 
assinada pode ser quase 40% menor que o de um registrado, segundo o IBGE. 
(Taís Laporta e Marta Cavallini. “Desemprego cai, mas aumento do trabalho informal dificulta retomada 
da economia”. https://g1.globo.com, 31.08.2018. Adaptado.) 
TEXTO III 
 O Brasil registrou em 2018 recorde de trabalhadores sem carteira assinada, e a informalidade 
atingiu o maior nível desde 2012, quando o IBGE começou a fazer sua atual pesquisa. O trabalho por 
conta própria, por exemplo, garantiu o sustento de praticamente um em cada quatro brasileiros 
(25,4%). 
 Segundo o IBGE, o desemprego fechou 2018 em queda, algo que não acontecia havia três anos. A 
taxa média de desocupação foi de 12,3%, contra 12,7% em 2017. Em 2018, 12,8 milhões de brasileiros 
estavam sem emprego, menos que os 13,2 milhões de 2017. “Desde o segundo trimestre de 2018, 
percebeu-se uma queda significativa da desocupação, o que seria uma notícia excelente não fosse o fato 
de ela vir acompanhada por informalidade. Ou seja, em termos de qualidade, há uma falha nesse 
processo de recuperação”, declarou Cimar Azeredo, coordenador de Trabalho e Rendimento do IBGE. 
Segundo ele, a informalidade vem acompanhada por uma série de fatores desfavoráveis, como a 
falta de estabilidade, o rendimento baixo e a falta da segurança previdenciária. 
(“Informalidade bate recorde, e 1 a cada 4 pessoas trabalha por conta própria”. 
https://economia.uol.com.br, 31.01.2019. Adaptado.) 
Com base nos textos apresentados e em seus próprios conhecimentos, escreva um texto 
dissertativo-argumentativo, empregando a norma-padrão da língua portuguesa, sobre o tema: 
Informalidade no mercado de trabalho: entre a necessidade de uma ocupação e os prejuízos para a 
economia 
 
 
14. (FGV 2019) Teorias da conspiração 
TEXTO I 
Revelado: populistas são muito mais propensos a acreditar em teorias da conspiração. 
 O YouGov-Cambridge Globalism Project lança nova luz sobre uma parte da população mundial 
que parece ter uma confiança muito limitada em especialistas científicos e em democracia 
representativa. A análise da pesquisa descobriu que a tendência mais clara entre as pessoas com 
atitudes populistas muito resistentes era a crença em teorias da conspiração, crença essa tanto mais 
forte quanto mais essas teorias eram desmentidas pela ciência ou por evidências factuais. A pesquisa 
pode, de certa forma, ajudar a compreender o sucesso de populistas de direita em todo o mundo, os 
quais alimentaram teorias conspiratórias as mais variadas, minaram esforços para enfrentar o 
aquecimento global e rejeitaram o jornalismo baseado em fatos, acusando-o de propagar notícias falsas 
[fake news]. A pesquisa - de mais de 25.000 pessoas em quase duas dúzias de países - abrange partes da 
Europa, das Américas, da África e da Ásia, representando, no total, 4,7 bilhões de pessoas. Entre as 19 
grandes democracias pesquisadas, o Brasil revelou-se o país mais populista, seguido pela África do Sul. 
Os cientistas políticos afirmam que havia razões para se esperar uma relação próxima entre algumas 
teorias da conspiração e o populismo - uma vez que este, tipicamente, envolve a crença de que elites 
amorais estão em conluio,explorando as pessoas comuns para seus próprios interesses. Os dados 
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 CADERNO DE PROPOSTAS 29 
mostraram também que a descrença dos populistas nas evidências científicas tem menos a ver com suas 
deficiências educacionais do que com raiva e desconfiança em relação às elites e aos especialistas. 
The Guardian, 02/05/2019. Adaptado 
 
TEXTO II 
Teorias da conspiração ajudam o populismo de direita 
Deutsche Welle: As teorias da conspiração são diversas: elas podem ser divertidas, porque são 
inofensivas, como Elvis, que supostamente vive numa ilha solitária, ou ridículas, quando dizem que 
Angela Merkel é uma alienígena. Quando uma teoria da conspiração se torna problemática? 
Michael Butter: Mesmo uma teoria da conspiração inofensiva à primeira vista pode ser problemática, 
como quando alguém acredita que Angela Merkel é uma alienígena e acha que precisa fazer algo a 
respeito. Em geral, elas não são inofensivas quando são dirigidas contra os mais fracos ou minorias, 
como refugiados ou, historicamente, contra os judeus. Ao mesmo tempo, as teorias da conspiração 
podem, claro, ser perigosas para nossa coexistência democrática. 
DW: Pelo fato de que a desconfiança em relação à política fica fora de controle? 
MB: Se alguém acredita que os nossos políticos estão todos em um grande conluio e que não faz 
diferença alguma votar na CDU ou no SPD ou nos Verdes ou na Esquerda, porque eles são todos 
marionetes de uma conspiração, então ou a pessoa se retira da cena política e não participa mais de 
nada – esse seria o famoso desencantamento político – ou a pessoa vota naqueles que se apresentam 
como uma verdadeira alternativa a essa velha política. E estes são, nos últimos anos, em todo o mundo 
ocidental e também além dele, os partidos populistas de direita, que na realidade também não 
contribuem realmente para a solução dos problemas. 
DW: O que torna os defensores das teorias da conspiração tão resistentes aos fatos? 
MB: Estudos dos EUA mostram que os teóricos da conspiração acreditam ainda mais em suas teorias da 
conspiração depois que são confrontados com evidências conclusivas que as desmentem. As teorias da 
conspiração são extremamente importantes para a identidade daqueles que acreditam nelas. Elas são 
uma oferta de explicação de como o mundo funciona. E nelas tudo funciona, não há coincidências, uma 
engrenagem encaixa na outra. A crença e a propagação das teorias da conspiração tornam possível à 
pessoa se destacar da multidão. Os defensores de teorias da conspiração dizem de si mesmos: 
“Entendemos como o mundo realmente funciona. Nós acordamos, abrimos nossos olhos, enquanto 
outros estão andando pelo mundo dormindo.” Por isso, a identidade deles é muito dependente das 
teorias da conspiração. 
DW: Mesmo mudanças que são percebidas pela maioria das pessoas como conquistas e coisas óbvias, 
como a igualdade de gênero, são usadas para teorias da conspiração. Será que a realidade é liberal 
demais para os seguidores dessas teorias? 
MB: As teorias da conspiração frequentemente têm um forte ímpeto conservador no sentido de 
preservar uma ordem ameaçada ou trazer de volta uma ordem abolida pelos supostos conspiradores. 
Este é também um paralelo em relação ao populismo. Tanto teóricos da conspiração como populistas 
são movidos por uma nostalgia pelo passado. Tomemos como exemplo o medo de homens brancos nos 
EUA que veem sua posição social sendo minada cada vez mais. Mesmo quando eram pobres, ficaram 
por muito tempo acima de todos os que não eram brancos – e ficavam acima das mulheres. E agora eles 
mesmos são desafiados. Esta é uma defesa contra uma mudança social que certas pessoas não querem 
aceitar e que passam a tomar como efeitos de uma conspiração, contra a qual seria perfeitamente 
legítimo lutar, já que essa luta seria apenas a defesa contra um complô. 
1 - Populismo: aqui, no sentido de conjunto de práticas políticas que se justificam por um apelo direto 
ao “povo”, geralmente contrapondo esse grupo às “elites” e às instituições. 
2 - Partidos políticos na Alemanha. 
 Entrevista de Michael Butter* a Deutsche Welle, 20/06/2019. 
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 CADERNO DE PROPOSTAS 30 
Adaptado. * Professor de Literatura e História da Universidade de Tübingen. 
 
 A crença em “teorias da conspiração”, considerada em suas relações com a vida social e a 
política, tornou-se, nos últimos anos, uma questão relevante tanto nacional como internacionalmente. 
 Com base nos textos aqui reproduzidos, que tratam desse assunto, bem como em outras 
informações que você considere pertinentes, redija uma dissertação em prosa sobre o tema: As “teorias 
da conspiração” na atualidade: inofensivas ou perigosas? 
 
15.(Famerp 2018) Fracasso de lei de cotas para deficientes 
TEXTO I 
 A Lei de Cotas para Deficientes (Lei no 8.213/91) determina um percentual (de 2% a 5% das 
vagas no quadro de efetivos) para empresas, a partir de 100 funcionários, contratarem pessoas com 
deficiência. Apesar de ter completado 25 anos de vigência, a Lei não alcança nem a metade da meta 
estabelecida pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE). Isso gera questionamentos sobre quais são 
as dificuldades para que sejam feitas as contratações, uma vez que há vagas disponíveis. 
 Uma das barreiras a ser ultrapassada é a forma como as companhias entendem a 
contratação de pessoas com deficiência. A principal desculpa para não empregar é a de que não são 
encontrados profissionais qualificados para as oportunidades oferecidas. Entretanto, segundo o 
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), existem quase três milhões de pessoas com 
deficiência no país com ensino superior, sendo que muitos possuem mestrado e doutorado. Outro 
ponto em discussão é a maneira pela qual as empresas estabelecem os parâmetros de contratação. 
Muitas, inclusive, exigem qualificações que não condizem com a realidade salarial. 
 É claro que a admissão da pessoa com deficiência exige adaptações para cada caso. “Cabe às 
empresas encontrar a forma mais adequada de incluir o funcionário no quadro de empregados”, diz 
Mizael Conrado de Oliveira, medalhista paralímpico na categoria futebol de cinco, para cegos, e 
presidente da Comissão de Direitos das Pessoas com Deficiência da Ordem dos Advogados do Brasil de 
São Paulo (OAB SP). 
 Parte significativa das companhias acredita que a contratação de colaboradores com 
deficiência implica gastos exorbitantes em acessibilidade física e tecnologia assistiva, fato que pode ser 
rebatido com exemplos de companhias que conseguiram adequar instalações sem comprometer seu 
orçamento, conforme informação do secretário municipal da Pessoa com Deficiência e Mobilidade 
Reduzida, Cid Torquato Júnior. De acordo com o secretário, o Brasil conta cada vez mais com ampla 
diversidade de recursos, inclusive tecnológicos, que auxiliam as pessoas com deficiência em suas 
atividades. “Muitos deles são gratuitos ou de baixo custo, caso de alguns softwares leitores de tela”, 
pondera. (Jornal do Advogado. “Lei de Cotas para Deficientes está longe de atingir metas”. 
www.oabsp.org.br, 12.04.2017. Adaptado.) 
 
TEXTO II 
 Passados 25 anos de vigência da Lei de Cotas para Deficientes, o que temos para festejar é o 
nosso sonho de que um dia a realidade social possa ser perfeita. As pessoas com deficiência não devem 
ser destinatárias de atos de caridade, mas de políticas públicas e privadas que lhes garantam a 
dignidade humana. 
 O não cumprimento das cotas definidas pela Lei tem acarretado a aplicação de multas 
injustas às empresas, mas não é fácil cumprir a lei por conta da ineficiência das ações estatais. Um 
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 CADERNO DE PROPOSTAS 31 
exemplo: é comum que uma empresa, depois de enfrentar todas as dificuldades para selecionar um 
empregado com deficiência, ainda assim não possa contratá-lo pelo fato de não existirum serviço de 
transporte público nas imediações da empresa que seja adaptado às necessidades da pessoa com 
deficiência. E a multa sancionada pelo não cumprimento da cota é fixada contra o empresário. 
 As empresas enfrentam muita burocracia: provar, por laudo, a deficiência do empregado; 
adotar um programa de acompanhamento para garantir a integração ao ambiente de trabalho; não 
poder contratar trabalhadores com um único tipo de deficiência – por exemplo, contratar apenas cegos 
seria discriminação às outras deficiências; não poder exigir experiência anterior, porque existe um 
débito social com o trabalhador com deficiência; idem quanto à escolaridade; prover as adequações 
físicas, sendo que as entrevistas, por exemplo, precisam estar aparelhadas com os meios necessários – 
intérprete de sinais, testes em braile etc. 
O não atendimento a essas exigências, assim como o não cumprimento das cotas, pode ser 
punido com multas pesadíssimas e a negativa de emprego pode ser considerada crime. Temos uma lei 
atrasada, cujo ideal jamais foi alcançado em 25 anos. Não só as ações oficiais de políticas inclusivas são 
irrisórias, como temos um sistema apto a sancionar empresas, mas inapto a sancionar o maior devedor 
social: o Estado. 
 
Com base em seus conhecimentos e nos textos apresentados, escreva uma dissertação, 
empregando a norma-padrão da língua portuguesa, sobre o tema: 
O fracasso da lei de cotas para deficientes: negligência das empresas ou falha do Estado? 
 
 
 
16. (UNAERP 2/2019) Violência contra a mulher X aspectos culturais 
 
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 CADERNO DE PROPOSTAS 32 
 
 
ESTRATÉGIA VESTIBULARES - UFRR 
 
 CADERNO DE PROPOSTAS 33 
 
 
Integração de Refugiados no Brasil UENP 2016 
UENP/2016 
ORIENTAÇÕES 
• Os (As) candidatos(as) que não obedecerem à proposta da produção quanto ao gênero textual, tema e 
número de linhas (mínimo de 20 e máximo de 30 linhas) serão penalizados na correção do texto. 
• Dê um Título à sua redação. A ausência do título implica na perda de pontos, mas não na anulação da 
redação. 
• Apresente a redação de forma legível e sem rasuras na FOLHA DE REDAÇÃO DEFINITIVA, utilizando 
caneta esferográfica com tinta azul ou preta. 
• Para o rascunho, use a folha disponível no final deste caderno. 
• Será considerada para avaliação apenas a FOLHA DE REDAÇÃO DEFINITIVA. 
• Use a norma culta da linguagem. 
Produza um artigo de opinião, assumindo o papel social de um leitor de jornal que intenciona publicar 
seu ponto de vista em relação à questão: Cidadãos oriundos de países com violência constante ou em 
situação de grande pobreza têm sido obrigados a procurar refúgio em locais distantes de seu hábitat. 
Tendo em vista o grande número de imigrantes recebidos pelo Brasil, o que fazer para proporcionar a 
integração desses refugiados e evitar as manifestações de xenofobia e intolerância contra essas 
pessoas? 
Não se esqueça de que o artigo de opinião é um texto argumentativo, por isso, além de se posicionar 
frente à questão exposta, é preciso selecionar bons argumentos para a defesa da sua tese. Os textos, o 
ESTRATÉGIA VESTIBULARES - UFRR 
 
 CADERNO DE PROPOSTAS 34 
infograma e a charge a seguir discorrem sobre a questão apresentada. Mas lembre-se de que eles 
podem ser usados apenas como suportes para a sua argumentação e nunca copiados deliberadamente. 
Você será avaliado pelo grau de autoria do texto! 
 
TEXTO I 
ONU: número de refugiados é o mais alto da história 
A agência para refugiados da Organização das Nações Unidas (ONU) informa que o número de 
pessoas deslocadas por conflitos é o mais alto da história, superando até mesmo os dados da II Guerra 
Mundial, quando dezenas de países dos cinco continentes se envolveram no mais devastador embate 
bélico da humanidade. O total de refugiados no final de 2015 atingiu 65,3 milhões, ou uma em cada 113 
pessoas do planeta Terra, de acordo com o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados 
(ACNUR). O número representa um aumento de 5,8 milhões em relação ao ano anterior. O relatório 
oferece três razões principais para o aumento da taxa de deslocamentos forçados: situações de longo 
prazo, tais como o conflito no Afeganistão; situações novas e crescentes, tais como os conflitos na Síria e 
Sudão do Sul; e o ritmo lento para implantar soluções para os refugiados e deslocados internos. 
(Adaptado de: https://veja.abril.com.br/mundo/onu-numero-de-refugiados-e-o-mais-alto-da-
historia/. Acesso em: 20 jul. 2016.) 
 
 
TEXTO II 
Vilarejo na Suíça prefere pagar multa de 1 milhão de reais a receber 10 refugiados 
Um dos vilarejos mais ricos da Europa decidiu pagar uma multa de 290 mil francos suíços, mais 
de 1 milhão de reais, para não receber cerca de dez refugiados, de acordo com a nova cota imposta pelo 
governo da Suíça. Segundo o jornal Independent, a maioria dos residentes de Oberwil-Lieli votou “não” 
em um referendo para aceitar os imigrantes porque eles “não iriam se encaixar”. Recentemente, o 
Governo Federal anunciou que iria cumprir com a promessa de aceitar 50 mil pedidos de asilo no país. 
Por rejeitar os planos, o vilarejo causou revolta na Suíça, com cidadãos acusando os moradores do local 
de racismo. A população da cidade conta com 300 milionários entre os seus 22 mil habitantes. Um dos 
residentes disse ao jornal britânico Daily Mail que “apenas não os queremos aqui, é simples assim”. 
“Nós trabalhamos duro durante todas as nossas vidas e temos um adorável vilarejo que não queremos 
que seja prejudicado”, disse o morador que pediu para não ser identificado. 
(Adaptado de: https://veja.abril.com.br/mundo/vilarejo-na-suica-prefere-pagar-multa-de-1-
milhao-de-reais-a-receber-10-refugiados/. Acesso em: 20 jul. 2016.) 
 
TEXTO III 
 
 
https://veja.abril.com.br/mundo/onu-numero-de-refugiados-e-o-mais-alto-da-historia/
https://veja.abril.com.br/mundo/onu-numero-de-refugiados-e-o-mais-alto-da-historia/
https://veja.abril.com.br/mundo/vilarejo-na-suica-prefere-pagar-multa-de-1-milhao-de-reais-a-receber-10-refugiados/
https://veja.abril.com.br/mundo/vilarejo-na-suica-prefere-pagar-multa-de-1-milhao-de-reais-a-receber-10-refugiados/
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 CADERNO DE PROPOSTAS 35 
TEXTO IV 
 
 
17. (Autoral) Valor social do idoso 
 
 
Leia o texto abaixo, para fazer sua redação. 
 
Vice-governador do Texas sugere que idosos arrisquem a vida pela economia (UOL 24/03/2020) 
O vice-governador do Texas, Dan Patrick, sugeriu em um programa de TV da Fox News que as 
pessoas devam voltar às suas vidas normais em meio a pandemia de coronavírus para salvar a economia 
dos Estados Unidos. Na entrevista ao jornalista Tucker Carlson, o político disse que até mesmo os idosos 
devem deixar o isolamento preventivo. (...) 
Segundo Patrick, ver a economia dos EUA em colapso após um possível fechamento de três 
meses é pior que a morte. "Nosso maior presente que damos ao nosso país, nossos filhos e netos, é o 
legado de nosso país", afirmou o vice-governador. "E agora, isso está em risco, e eu sinto que, como 
disse o presidente, a taxa de mortalidade é tão baixa, temos que fechar o país inteiro por isso?". 
Os posicionamentos de Dan Patrick não foram bem recebidos nas redes sociais dos EUA e ele 
recebeu muitas críticas. 
(Disponível em https://noticias.uol.com.br/internacional/ultimas-noticias/2020/03/24/vice-governador-do-texas-sugere-que-idosos-
arrisquem-a-vida-pela-economia.htm, acessado em 30.03.2019 ). 
 
Em 2014, a FUVEST solicitou que o candidato emitisse sua opinião sobre a frase de Taro Aso de que “os 
velhos deveriam se apressar em morrer”. Na época, foi solicitado um texto que discutisse o significado 
da frase no mundo atual. 
Passados seis anos, em plena crise do coronavírus, uma frase semelhante foi ouvida de uma autoridade 
pública. Sendo assim, vale a pena voltar ao tema. O que se propõe agora é o seguinte: 
Dada a desvalorização do idoso, disserte sobre a questão dovalor social das pessoas mais velhas. Elas 
deveriam ser valorizadas somente se houver algum ganho? Há ganhos na preservação da vida dessas 
pessoas? Quais são os valores que devem servir de premissa para a preservação da vida do idoso? 
 
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 CADERNO DE PROPOSTAS 36 
18. ( FGV Adm. 2018) As sociedades contemporâneas e a solidão 
Reino Unido cria Ministério da Solidão 
O Reino Unido nomeou nesta quarta-feira, 17 de janeiro de 2018, pela primeira vez na história, uma 
ministra da Solidão, para enfrentar o que a primeira-ministra britânica, Theresa May, descreveu como “ a 
triste realidade da vida moderna”. (...) Mais de 9 milhões de pessoas dizem viver permanentemente ou 
frequentemente sozinhas, de uma população de 65,6 milhões, de acordo com a Cruz Vermelha britânica. 
A instituição descreve a solidão como uma “epidemia oculta”, afetando pessoas de todas as idades e em 
todos os momentos de suas vidas, como durante a aposentadoria, na morte do parceiro ou na separação. 
Deutsche Welle (DW Brasil). Consultado em 17/01/2018. Adaptado. 
Reino Unido cria Ministério da Solidão para solucionar “triste realidade moderna” 
A solidão é um problema crônico da sociedade moderna e pode atingir qualquer pessoa de qualquer 
idade. Muitas vezes, uma mudança aparentemente comum, como uma criança que muda de escola e não 
se adapta, é o bastante para abrir essa caixa. Diversos estudos indicam que mais de uma em cada três 
pessoas dos países ocidentais – o que inclui o Brasil – sente-se sozinha habitualmente ou com frequência. 
Há vários fatores que culminam nessa taxa, como o envelhecimento da população, o crescimento dos 
afazeres diários, o pouco tempo de lazer, a falta de contato pessoal trazido pelas redes sociais, mas, 
principalmente, o isolamento social causado pela farta porção de informações que atingem o ser humano 
todos os dias. (...) 
Os médicos alertam que o isolamento social é uma epidemia crescente que pode ter consequências 
físicas, mentais e emocionais. A solidão também foi classificada como o maior risco de doença cardíaca, 
diabetes e câncer, de acordo com os pesquisadores da área da saúde. 
www.hypeness.com.br. Consultado em 17/01/2018. Adaptado. 
Reino Unido escolhe “Ministra da Solidão” 
Um acontecimento que você pode considerar muito sinistro ou simplesmente um sinal dos tempos: o 
Reino Unido apontou um “Ministro da Solidão” para lidar com uma verdadeira epidemia de tristeza que 
atinge mais de 9 milhões de britânicos. A primeira-ministra britânica se pronunciou sobre o assunto, 
afirmando que “para muita gente, a solidão é a realidade da vida moderna”, e é por isso que ela tomou a 
decisão, apontando Tracey Crouch para o cargo (...). 
No Brasil, a solidão é um medo que não esconde seus números: em 2017, uma pesquisa realizada com 
homens e mulheres acima dos 55 anos pela Sociedade de Geriatria e Gerontologia de São Paulo 
descobriu que 29% dos entrevistados teme a solidão. Mas pessoas jovens também precisavam enfrentar 
diariamente a pressão da sociabilidade (ou medo da falta dela). Com as redes sociais e as inovações 
tecnológicas, novas síndromes já surgiram – como a “fomo” (“fear of missing out” em inglês, algo 
próximo de “medo de perder a oportunidade”). Sabe aquele sentimento ruim que bate quando você 
passa pela timeline do Instagram e vê todo mundo se divertindo enquanto você está em casa? É Fomo. 
Estima-se que a solidão pode estar relacionada a 50% dos suicídios cometidos anualmente – cerca de um 
milhão. 
Lucas Barany, Superinteressante. 17/01/2018. Adaptado. 
Ministério da Solidão 
E que tal um ministro para a solidão? (...) Confesso que a ideia me parece absurda. (...) Theresa May está 
errada quando acredita que a solidão é uma “realidade” moderna. Não é. A solidão, tal como a tristeza e 
o fracasso, faz parte da condição humana, provavelmente desde o momento em que os membros da 
espécie adquirem consciência de si próprios. Além disso a solidão é, sob certos aspectos, uma condição 
indispensável à constituição da dimensão reflexiva do sujeito humano. Mas ela também está errada por 
outro motivo: e se o grande problema da “vida moderna” não for excesso de solidão, mas a sua escassez? 
A vida moderna é uma gigantesca conspiração para abolir a solidão. Basta escutar os desejos utópicos de 
um qualquer Zuckerberg ensandecido: para os novos profetas do Vale do Silício, o ideal é atingir um 
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 CADERNO DE PROPOSTAS 37 
mundo de conversas contínuas, em que a privacidade não passa de uma relíquia – e todos podem espiar 
todos. 
João Pereira Coutinho, Folha de S. Paulo. 20/02/2018. Adaptado. 
O que a criação de um “Ministério da Solidão”, no Reino Unido, nos revela sobre as sociedades de nossa 
época? Tendo em vista as ideias sobre essa questão, presentes nos textos acima reproduzidos, além de 
outras informações que você considere relevantes, redija uma dissertação em prosa sobre o tema: As 
sociedades contemporâneas e a solidão. 
19.( Famerp 2016) Impostos sobre grandes fortunas 
IMPOSTOS SOBRE GRANDES FORTUNAS 
 
TEXTO I 
O Imposto sobre Grandes Fortunas (IGF) é um imposto previsto na Constituição brasileira de 1988, mas 
ainda não regulamentado. Trata-se de um tributo federal que, por ainda não ter sido regulamentado, não 
pode ser aplicado. Uma pessoa com patrimônio considerado grande fortuna pagaria sobre a totalidade de 
seus bens uma porcentagem de imposto. Em determinados projetos de lei apresentados no Senado 
Federal, as alíquotas previstas são progressivas, ou seja, quanto maior o patrimônio, maior a 
porcentagem incidente sobre a base de cálculo. No Brasil, políticos e economistas divergem se o IGF é um 
instrumento eficaz de arrecadação ou de diminuição da concentração de renda e de riqueza. 
(“Imposto sobre Grandes Fortunas”. http://pt.wikipedia.org. Adaptado.) 
 
Texto II 
Sempre que o governo se vê acuado, a discussão sobre o IGF volta à baila, sob o argumento de que o 
“andar de cima” precisa ser mais taxado. De acordo com uma proposta do Psol, seriam taxados em 1% 
aqueles que têm patrimônio entre R$ 2 milhões e R$ 5 milhões. A taxação aumentaria para 2% para 
aqueles cujos bens estejam estimados entre R$ 5 milhões e R$ 10 milhões. Para quem tem entre R$ 10 
milhões e R$ 20 milhões, a taxação prevista é de 3%. De R$ 20 milhões a R$ 50 milhões, a mordida será 
de 4%. E para os felizardos que têm acima de R$ 50 milhões, a cobrança será de 5%. 
 Trocando em miúdos, todo aquele que, por ventura, adquira um patrimônio acima de 2 milhões de reais 
será punido anualmente com alíquotas progressivas, que variarão de 1 a 5%. Seu crime? Poupar e investir 
a renda, no lugar de consumi-la. Sim, pois “fortuna” nada mais é do que o estoque de riqueza que alguém 
acumula ao longo do tempo, resultado da poupança e/ou da transformação desta em capital 
(investimento). 
Como a renda no Brasil já é fortemente taxada, caso aprovem essa aberração, estaremos diante de um 
caso típico de bitributação, pois a fortuna é a renda (já tributada originalmente) não consumida 
transformada em ativos (financeiros e não financeiros). Sem falar que os ativos imóveis já são taxados 
anualmente através do IPTU (Imposto Predial e Territorial Urbano) e do ITR (Imposto sobre a Propriedade 
Territorial Rural). Ademais, taxar o patrimônio é absolutamente contraproducente para a economia do 
país. Será mais um desincentivo à poupança e ao investimento, vale dizer, menos produção, menos 
empregos, menos riqueza. 
(Rodrigo Constantino. “Tributando a poupança”. www.veja.abril.com.br, 05.03.2015. Adaptado.) 
 
ESTRATÉGIA VESTIBULARES - UFRR 
 
 CADERNO DE PROPOSTAS 38 
Texto III 
A estrutura tributária brasileira faz com que as camadas menos favorecidas economicamente sejam as 
mais oneradas pela tributação no Brasil. De acordo com estudo do Instituto de Pesquisa Econômica 
Aplicada (Ipea), os 10% mais pobres da população mobilizam 32% da sua renda no pagamento de 
impostos,enquanto os 10% mais ricos gastam apenas 21%. 
A auditora Clair Hickmann explica por que isso não deveria ocorrer: “Há alguns princípios básicos de 
justiça fiscal que estão na Constituição. Um dos princípios consagrados é o da capacidade contributiva – 
ou seja, cada cidadão tem que contribuir para o financiamento fiscal de acordo com seu poder aquisitivo 
e econômico –, mas isso não acontece no Brasil. Outro princípio muito importante é o da progressividade, 
que significa: quanto maior a renda, maior a alíquota.” 
Justamente para modificar esse quadro de desigualdade é que surgem as propostas de taxação das 
grandes fortunas. “A CUT tem defendido o imposto sobre grandes fortunas porque é preciso desonerar a 
classe trabalhadora e onerar aqueles com maior capacidade de pagamento”, pontua o também 
economista Miguel Huertas, da Central Única dos Trabalhadores. 
 Cabe ressaltar que uma maior taxação sobre bens e propriedades não é exatamente uma pauta “de 
esquerda”. “Muitos reclamam de impostos no Brasil, mas eles na realidade são baixos quando 
comparados com os EUA, Reino Unido ou Alemanha”, disse o economista francês Thomas Piketty. “Em 
muitos países extremamente ricos, a taxação sobre a riqueza é maior do que a taxação sobre o consumo, 
e são países capitalistas que são mais competitivos que o Brasil”, afirmou. 
(Anna Beatriz Anjos e Glauco Faria. “A desigualdade traduzida em impostos”. www.revistaforum.com.br. 
Adaptado.) 
 
Com base nos textos apresentados e em seus próprios conhecimentos, escreva uma dissertação, 
empregando a norma-padrão da língua portuguesa, sobre o tema: 
O Imposto sobre Grandes Fortunas é uma injustiça com os mais ricos? 
2.1. Comentário – Questão social 
1. (FAMEMA 2018) Atletas transexuais 
Em 2018, a FAMEMA solicitou que o candidato discorresse sobre o tema explícito: Atletas transexuais 
devem participar de esportes competitivos sob o novo gênero? Para isso, a Banca ofereceu 4 excertos 
como apoio para a reflexão. 
 O primeiro texto narra o recorde de uma jogadora transexual, ela conseguiu marcar 39 pontos 
em um mesmo jogo. Tal fato atiçou o questionamento sobre permissão de atletas trans atuarem nos 
esportes, e, ao mesmo tempo, deu visibilidade a um grupo normalmente marginalizado, pois o fato 
poderia abrir oportunidades de inserção de pessoas trans no esporte. O segundo texto explica melhor a 
polêmica. Tifany, a jogadora, ainda não estaria nos níveis hormonais em que uma mulher se encontra, 
portanto, seria injusto que ele participasse em competições femininas. 
 O texto 3, era uma “Carta aberta ao Comitê Olímpico Internacional” de Ana Paulo Henkel. Nela, 
Henkel demonstrava respeito pela pauta de luta dos transexuais, mas afirmava que a inclusão de 
alguém que tinha originalmente corpo e hormônio masculinos humilhava as jogadoras. Por fim, o último 
texto da coletânea esclarecia como realiza-se a transformação. Atualmente, é possível medir a taxa de 
hormônios e fazê-los atingir a taxa média do que se espera para uma mulher, isso traz consequências. 
ESTRATÉGIA VESTIBULARES - UFRR 
 
 CADERNO DE PROPOSTAS 39 
No caso da Tifany, ela teve alteração na densidade óssea, na musculatura e na proporção de células 
vermelhas. Ela perdeu potência e explosão. 
Teses possíveis 
 Esse é um tipo de proposta que permite uma variação de resposta muito pequena. Há três 
possibilidades: 
 1. As atletas transexuais devem participar de esportes competitivos. 
 2. As atletas transexuais não devem participar de esportes competitivos. 
 3. As atletas transexuais podem participar, mas.... 
Argumentos possíveis (entre outros) 
 Primeira tese: as atletas transexuais devem participar 
 - O controle hormonal permite que o trans tenha o mesmo nível de hormônio que uma mulher 
ou um homem. 
 - A participação de uma trans nessa área tão exclusiva poderia abrir portas para os transgêneros 
na luta pelo reconhecimento. 
 - No próprio esporte, desde a década de 80, tornou-se comum o uso de substâncias que 
potencializam a capacidade dos atletas; ora, uma atleta trans poderia ser equiparada a um atleta que 
usa anabolizantes, prática comum no esporte. 
 - Não se trata de má-fé; o atleta quer apenas ser reconhecido, não se vale de alguma vantagem 
física por malandragem. 
 - O que uma trans manifesta, um nível hormonal alterado e musculatura um pouco mais robusta, 
também é encontrado em mulheres; ou seja, ela não está acima do espectro feminino. 
 Segunda tese: as atletas transexuais não devem participar 
 - Por mais que o indivíduo use hormônios e os estabilize, a formação inicial de homem deixa 
marcas que faz com que o atleta tenha vantagens diante de outras mulheres. 
 - Naturalmente, as mulheres têm taxas de explosão muscular e de força mais baixas que as dos 
homens, por isso foi criada uma categoria só para elas. 
 - A necessidade constante de bloqueadores de testosterona indica que o corpo, no que diz 
respeito ao seu funcionamento, mantém características masculinas. 
 - Como a condição feminina é mantida artificialmente, jamais se poderá saber qual seria, de fato, 
as potencialidades do atleta se ele nascesse mulher. 
 Terceira tese: As atletas transexuais deveriam participar, mas... 
 Nesse caso, seria importante destacar em quais circunstâncias isso seria possível. Pode-se pensar 
que não haveria restrições... 
-quando a transição do gênero fosse do masculino para o feminino; 
- se houvesse acompanhamento médico constante que avaliasse os níveis hormonais; 
- para os esportes que não exigissem explosão ou potência de forma significativa, como tênis de 
mesa, tiro, esgrima etc... 
 Obviamente haveria muitas outros encaminhamentos argumentativos. 
Repertório 
 A questão da sexualidade e da transexualidade 
As recentes discussões sobre sexualidade poderiam ser incluídas no texto implícita ou 
explicitamente. 
 Acredita-se, atualmente, que a identidade sexual desenvolve-se a partir de dois fatores: um 
fisiológico, seus órgãos genitais; e pela posterior orientação sexual. Não se deve usar a expressão 
“opção sexual”, pois a criança, a partir de dois anos, começa a manifestar que talvez ela não aceite sua 
determinação fisiológica. Ora, na infância, uma criança não poderia escolher, ou seja, não se trata de 
uma “opção”, palavra que dá a entender que o indivíduo escolheu conscientemente sua sexualidade. 
ESTRATÉGIA VESTIBULARES - UFRR 
 
 CADERNO DE PROPOSTAS 40 
 No caso de transsexuais, a pessoa apresenta uma discordância entre o seu sexo biológico e o seu 
senso de pertencer a um determinado gênero. 
 Cultura versus natureza 
 Quem não aceita as outras formas de orientação sexual, normalmente se apegam a ideia de que 
existe uma sexualidade natural. A existência dos órgãos genitais expressaria isso. Essa é uma tese 
complicada, pois não temos provas de que isso é verdadeiro, já que, se apenas a genitália bastasse, não 
haveria tanta variação de desejos sexuais. 
 A tese contrária, a de que a orientação sexual não se reduz ao dado da natureza, encontra apoio 
em Freud, por exemplo, o pai da psicanálise. O alemão observou que diferentemente dos animais, a 
sexualidade humana não se restringe à genitália, aos fins reprodutivos e nem ao coito simplesmente. 
 Outra ideia interessante que poderia ser utilizada é a dos existencialistas, e, entre eles, a de 
Jean-Paul Sartre, para quem a existência precede a essência. Isso significa que o homem não tem 
determinações biológicas (essência), ele se produz como homem nas suas práticas e nas suas escolhas. 
Um trans nasce com seu sexo biológico, mas isso nada significa, pois como ele vai lidar com isso é que 
determinará o que ele de fato será. 
2. (UEA 2018) Trabalho escravo 
 O estilo da proposta da UEA segue o modelo já consagrado da banca VUNESP, uma coletânea 
média e instruções com tema explícito. Nesse caso, o candidato foi convidado a refletir sobre o tema 
explícito: “Lista suja do trabalho escravo: entre a proteção aos trabalhadores afetados e o direitode 
defesa das empresas.” 
 Uma das grandes dificuldades em relação a esse tema se relaciona à falta de conhecimento em 
relação ao tema. O que é escravidão moderna? O que é lista suja? Como isso funciona? A coletânea 
fornecia dados para que o aluno se inteirasse da questão. 
 O texto 1 era bastante informativo. Traduzia a prática análoga a escravidão em números: 187 
empregadores estão na lista suja, 2.375 trabalhadores foram submetidos a tais condições e são 5, as 
áreas em que se observa esse tipo de trabalho: fazenda, construção civil, oficina de costura, garimpo e 
mineração. 
 Além disso, o texto define o que é trabalho análogo à escravidão, uma atividade forçada exercida 
sob condições degradantes e jornadas exaustivas. Classifica-se da mesma forma a servidão por dívida. 
 Já o texto seguinte esclarecia o que era lista suja. Trata-se de um registro de empresas que se 
valeram desse tipo de trabalho. Há consequências para quem tem o seu nome inserido nessa lista. Não 
receberá qualquer aporte de bancos públicos e nem poderá negociar com estatais. Além disso, outras 
empresas, que precisam manter o bom nome diante do consumidor, não vão querer vincular seus 
produtos a fornecedores que se valem do trabalho análogo ao escravo. Trata-se de um mecanismo de 
transparência. 
 Nessa polêmica, fica difícil defender as empresas, ainda mais que a Banca não oferece muitos 
detalhes dos problemas que as empresas podem enfrentar. No texto 3, há uma declaração vaga das 
empresas de que, depois da suposta autuação, não têm a oportunidade de se manifestar nos autos. 
Teses possíveis 
 Esse é um tipo de proposta bastante comum nessa banca. O candidato fica entre dois extremos 
podendo admitir uma situação intermediária de conciliação. 
1. A lista suja deve ser defendida, pois protege os trabalhadores afetados. 
2. A lista suja é injusta em relação às empresas. 
3. A lista suja deve ser mantida, mas a inclusão das empresas só pode ocorrer depois de 
meticulosa averiguação. 
ESTRATÉGIA VESTIBULARES - UFRR 
 
 CADERNO DE PROPOSTAS 41 
Argumentos 
 A tese a favor das empresas é mais difícil de defender, e os argumentos possíveis foram 
assinalados na coletânea: não se permite uma defesa ampla, pois o nome do possível infrator já é 
listado nesse cadastro logo depois do flagrante. Pode-se, talvez, apelar para o livre mercado ou para o 
fato de que tal lista suja acaba tornando a situação do empresário que deseja regularizar sua situação 
muito difícil. 
 Os argumentos a favor dos trabalhadores são mais consistentes e permitem abertura para uso 
do repertório. Na relação entre trabalhador e empregado, obviamente, o segundo, por não ter os meios 
de produção (Marx), submete-se ao empregador numa situação de desigualdade de reconhecimento de 
diretos fundamentais. 
 A prática de escravidão, sempre se pautou pelo uso do indivíduo como sendo um objeto para 
manipulação. Ideia que vai contra todos os parâmetros de direitos reconhecidos inclusive pela legislação 
brasileira. Pode-se citar Kant, que afirma ser totalmente antiético tratar um outro ser humano como 
meio e não como um fim. Outra estratégia consiste em explorar o que foi a escravidão no Brasil, só que, 
nesse caso, é preciso cuidado para não dar a impressão de que a escravidão daquela época “é a mesma” 
que podemos encontrar no Brasil de hoje. 
 Outro veio argumentativo passa pela configuração do Liberalismo dada pelos contratualistas. 
Hobbes, por exemplo, entendia o Estado como regulador de contratos entre as partes 
(empresas/empresas ou empresas/pessoas). Ora, um contrato exige que as duas pessoas sejam livres. 
Sendo assim, a escravidão remete a uma fase pré-contratualista e pré-capitalista. O hábito é 
francamente antimoderno. 
 Quanto à argumentação desses empresário de que não teriam direito à defesa, basta lembrar 
que a inclusão no cadastro só ocorre depois da atuação dos fiscais. Não há registros de ações desse tipo 
tenham sido fraudulentas. Quando os fiscais conseguem um mandato para realizar a operação, já há 
provas suficientes de que os trabalhadores estejam vivendo sob péssimas condições. 
 A terceira via permite a produção de um texto mais equilibrado, mas não necessariamente 
melhor. Tudo vai depender da organização textual e do repertório que você consegue inserir na sua 
redação para torná-la mais interessante. 
 Pode-se defender os direitos dos trabalhadores e, no final, apresentar alguma ressalva a favor 
dos empresários. Conceder que lhes seja permitido um prazo maior de defesa, por exemplo. 
3. (Famerp 2019) Obrigatoriedade da vacinação 
A banca trouxe 3 textos de apoio e a frase tema “Obrigatoriedade da vacinação: entre a prevenção a 
doenças e o respeito às escolhas individuais”. Essa frase tema traz os dois direcionamentos entre os 
quais os candidatos devem escolher para confeccionar seu texto. Seu posicionamento deve ficar claro 
pela argumentação da dissertação. 
O texto 1 discute o retorno de ocorrências de várias doenças que haviam sido consideradas erradicadas 
há anos. Por fim, no último parágrafo, o texto destaca que uma possível causa desse retorno seja o 
descuido da população com a vacinação, já que as pessoas consideraram desnecessário vacinar-se se as 
doenças em questão “não existem” mais. Nesse caso, é um texto que oferece mais argumentos para 
aqueles candidatos que escolherem defender a importância das vacinas como métodos eficientes de 
prevenção de doenças. 
Aqui, é possível expandir a argumentação levando-se em conta a contradição entre a disseminação de 
informação atualmente e a concentração de informação em alguns nichos específicos, como a área da 
medicina. 
Apesar da internet e de toda a informação disponível, conhecimentos acerca de saúde foram 
democratizados a todos? É importante tomar muito cuidado aqui com “lugar de fala”, pois a realidade 
ESTRATÉGIA VESTIBULARES - UFRR 
 
 CADERNO DE PROPOSTAS 42 
de miséria e falta de acesso a direitos básicos ainda é recorrente em parte do Brasil, então, atente-se 
para não fazer generalizações que façam seu texto perder credibilidade. 
Mais uma expansão argumentativa poderia estar na discussão a seguir: 
Se há uma quantidade tão imensa de informações disponíveis, as informações corretas ou de qualidade 
perdem espaço e visibilidade no fluxo intenso de banalidades e acabam não atingindo o público. 
Quantas vezes você está rolando o feed do facebook ou do instagram e só vê superficialidades? Será 
que se houvesse alguma informação relevante sobre saúde (aviso do ministério da educação ou da 
saúde, por exemplo) não passaria despercebida? 
O inverso também pode ser refletido: será que o grande acesso à informação fez com que mais pessoas 
fossem informadas? O exemplo do preservativo talvez seja algo que se encaixe nessa linha de raciocínio. 
Lembrando sempre de atentar para não fugir do tema nas discussões. 
Já o texto 2 discute a questão da vacinação especificamente no Brasil. Apesar de possuir um sistema de 
vacinação admirado por todo o mundo, o país sofre retaliações de parcela da população que acredita se 
tratar de uma espécie de plano governamental que prejudicaria a saúde do povo. O texto explicita como 
existem grupos defensores desse pensamento e sua organização elaborada para se ajudarem, tanto a 
não serem pegos pelas autoridades quanto para encontrarem alternativas às vacinas, visto por eles 
como nocivas. 
O principal ponto a ser percebido e discutido nesse texto, em termos de sociedade, seria a relação do 
brasileiro com a figura da autoridade. Em geral, a população não dá muito crédito aos órgãos públicos e 
suas autoridades e representantes políticos. Para fundamentar esse ponto de vista, é possível utilizar o 
ciclo vicioso em que os processos geralmente são ineficientes no serviço público, o que faz com que as 
pessoas procurem não os utilizar (talvez preferindo o meio privado) e acomodem-se com essa situação, 
aceitando-a; e aí, sem cobrança/fiscalização/demanda, o serviço públicotambém se acomoda. Você já 
ouviu alguém dizer que "no serviço público ninguém trabalha?", pois então. E existe também o outro 
lado da moeda, em que a pergunta é "você sabe com quem está falando?". 
O texto 3 funciona como uma sumarização das ideias anteriormente discutidas. Ele mostra que são 
antigos a desconfiança da vacinação e o pensamento de que talvez haja algum prejuízo por trás. Além 
disso, ele reforça a desinformação da população. Por último, aqui é possível discutir (e usar a alusão 
histórica para fundamentar) como a falta de informação gera medo do desconhecido e atitudes por 
vezes extremas, como mostrado pelo texto. 
Encaminhamentos possíveis: 
1) Fundamentando-se nas manifestações de especialistas da área da saúde sobre o enorme efeito 
benéfico das vacinas, não se vacinar é uma forma de se arriscar a contrair doenças outrora 
consideradas erradicadas. 
Argumentos: 
- Argumentos de autoridades médicas; 
- Estatísticas que afirmam o retorno de doenças que estavam erradicadas. 
2) Embora a liberdade individual seja defendida por lei, escolher não se vacinar ou não vacinar seus 
filhos não se trata apenas de uma decisão individual, visto que afeta a coletividade em que se está 
inserido. 
Argumentos: 
- Conceito de democracia representativa, em que os representantes escolhidos, em teoria, tomam 
decisões em benefício de uma maioria; 
ESTRATÉGIA VESTIBULARES - UFRR 
 
 CADERNO DE PROPOSTAS 43 
- Dado que vivemos em sociedade, se uma parcela não se vacina, corre o risco de haver 
contaminação interna. 
3) Visto que se trata de uma decisão que demanda a ingestão de componentes não 
naturais/químicos, vacinar-se torna-se uma decisão individual sobre como cuidar do próprio 
corpo. 
Argumentos: 
- Liberdade de escolha individual; 
- (é um caminho argumentativo um pouco mais trabalhoso) Analogia com as grávidas que recusam 
anestesia total ou parcial ao darem a luz, a fim de não contaminar o filho com nenhuma substância 
não natural. 
4. (Autoral 2020 Wagner Santos) Formação identitária de grupos 
minoritários 
Nessa proposta, será necessário construir um texto dissertativo-argumentativo, também 
conhecido como dissertação-escolar. Nesse texto, você precisará tomar um posicionamento sobre o 
tema que, como podemos perceber, é um pouco mais complicado, ainda que extremamente 
interessante. O tema trata de uma das discussões comuns para o momento atual: como os grupos de 
exclusão e minorias se definem em uma sociedade massificada. 
Esse ponto é a origem de seu texto: você deverá olhar para o momento atual e ver como esses 
grupos se comportam socialmente, principalmente no que constrói sua identidade. Nesse ponto, é 
interessante que você pense no que é a identidade em meio à massificação social, no sentido de que 
todos acabam apresentando as mesmas formas de comportamento, muito influenciadas, por exemplo, 
pela organização econômica da sociedade e suas formas de relação pessoal. Aqui, você pode usar e 
abusar da teoria de Modernidade Líquida de Bauman, por exemplo, visto que ele apresenta as 
modificações que vêm ocorrendo, nos últimos anos, com relação às relações humanas em meio ao que 
ele entende como uma sociedade líquida. 
Vale destacar, ainda, que seu texto deve apresentar dois elementos já pedidos pela própria 
banca: a definição de minorias e grupos de exclusão, entendidos como aqueles grupos que não têm seus 
direitos respeitados e cumpridos em meio à sociedade; bem como a apresentação das práticas sociais 
que auxiliam na construção identitária desses grupos. Acreditamos que o primeiro conceito pode, 
facilmente, fazer parte de sua introdução, visto que ela fica extremamente interessante quando 
apresenta contextualização e não aborda diretamente sua tese. O segundo elemento pode aparecer ou 
em seu desenvolvimento, como fundamentação para seus argumentos, ou em sua conclusão, em que 
você apresentaria o conceito como retomada das ideias apresentadas. 
Não se esqueça de que, ainda que essa redação não seja uma redação para o ENEM, é 
interessante que você fundamente suas ideias, seus argumentos, sempre por meio de repertório que 
seja pertinente às suas ideia, para que elas não fiquem pairando, por assim dizer, no senso comum. Essa 
é uma dica que se aplica a todas as suas construções argumentativas: use repertório para fundamentar 
suas ideias. 
Seguindo o que a proposta pede, você produzirá uma redação que será bem avaliada na correção 
feita. 
ESTRATÉGIA VESTIBULARES - UFRR 
 
 CADERNO DE PROPOSTAS 44 
5. (Autoral / Wagner Santos) Apropriação cultural 
O tema, então, é bastante transversal, visto que, ao falarmos sobre apropriação cultural, 
passamos, necessariamente, por temas como o racismo e a condição do negro no país. Em uma nação 
que “bate no peito” para dizer que vivemos uma democracia racial, determinada apenas pelo esforço 
dos envolvidos, vemos que determinados símbolos da cultura negra, em especial, são vistos de maneira 
diferente quando utilizados por pessoas de etnias diferentes. Por exemplo, uma negra que utiliza um 
turbante pode ser – e é – muitas vezes muitas vezes entendidas como uma afronta à sociedade. Por 
outro lado, uma mulher branca usando um turbante pode ser entendida como alguém que 
“homenageia” outra etnia. 
Olhando a partir de uma outra perspectiva, é possível entender que a utilização de símbolos 
pode ser vista como fruto de uma construção cultural miscigenada. Esse é um caminho possível, claro, 
que não necessariamente será fácil de entender, principalmente quando pensamos que os símbolos são 
esvaziados ao serem utilizados por aqueles que não estão envolvidos culturalmente com os próprios 
símbolos. É o que vejo, por exemplo, com o uso constante de fantasias de índios em escolas e durante o 
carnaval, momentos em que a simbologia das penas e da ausência de roupas não é considerada um 
aspecto religioso e, principalmente, cultural. Esse é um bom exemplo comparativo para a sua 
construção textual. 
Dessa forma, pensar em uma apropriação cultural, em um país como o nosso, pode ser difícil, se 
levarmos em consideração a apropriação, bem como pode ser uma saída para a discussão dessa 
miscigenação na cultura. É inegável que o verdadeiro brasileiro é uma mistura de raças (hoje, já 
chamamos de raça porque consideramos a completude da etnia com os aspectos culturais), contudo é 
mais complicado entendermos que há, realmente, uma configuração miscigenada em nossa cultura, 
visto que os símbolos são ressignificados ao serem utilizados de forma mais ampla. 
 
6. (UEA) Epidemia de sífilis no Brasil 
O tema toca em um assunto de enorme preocupação social: o retorno da sífilis como um 
problema de saúde sério. Os fatores que levam a esse retorno são muito controversos e se tornam o 
tema dessa redação, visto que o tema, em forma de pergunta, apresenta duas das possíveis motivações 
para que a epidemia aconteça. Segundo especialistas, há uma diminuição absurda no número de 
pessoas que usam a camisinha, principalmente com relação aos jovens. Além disso, temos um sistema 
de saúde exemplar em muitos aspectos – como os de atendimento de toda a população – e precário em 
muitos outros, principalmente com o desvio constante de verbas para a saúde. 
Segundo o tema, você pode escolher um desses dois caminhos para a tese, apesar de 
entendemos que pode haver um equilíbrio entre eles. Ou seja, você pode colocar “na conta” dos jovens 
que não se protegem a culpa pela maior parte das contaminações; pode dizer que isso é culpa do 
sistema de saúde, principalmente pela falta de prevenção e de tratamento, dado o desabastecimento de 
penicilina que, volta e meia, assola o país; ou, ainda, pode dividir a culpa. Os jovens, descuidados, ao 
buscarem tratamento não o encontram e, sem se curar, dão continuidade ao ciclo de contaminação 
entre outros jovens. 
Um dos seus argumentos, ou caminho argumentativo, é trabalhar com a necessidade de que o 
Estado, ainda que não seja o completo culpado pelo problema,tem como principal função cuidar dos 
seus cidadãos, como afirmam Aristóteles e Hobbes em momentos diferentes. Como os textos indicam, o 
arrefecimento das campanhas governamentais de conscientização dos jovens é um dos problemas que 
afeta diretamente a transmissão dessa doença. Além disso, podemos entender que a enorme discussão 
ESTRATÉGIA VESTIBULARES - UFRR 
 
 CADERNO DE PROPOSTAS 45 
acerca da disciplina de “orientação sexual” nas escolas atrapalha um momento em que os jovens 
poderiam aprender sobre as formas de prevenção não somente à sífilis, problema mais específico, como 
a todas as demais doenças sexualmente transmissíveis. 
Com relação à estrutura de seu texto, recomendamos que, em sua introdução, você apresente 
contextualização de seu tema. É importantíssimo que você pense que não o leitor de seu texto não terá 
conhecimento de seu tema até ler seu texto. Sei que temos uma relação estranha com isso, uma vez que 
já sabemos que nosso leitor é o corretor de nosso texto, claro, já sabendo do nosso tema. Eu sempre 
digo pra fingirmos que não sabemos quem lerá o texto, para que você coloque essa contextualização em 
sua introdução. Além dela, recomendamos que você já apresente sua tese, para que fique claro aquilo 
que será defendido por você. 
Depois de apresentada a tese e o tema, é hora de argumentarmos para sustentar o que estamos 
defendendo, ou seja, devemos sustentar a nossa tese sempre por meio de argumentos. Tais 
argumentos, claro, precisam de sustentação também. Essa segunda sustentação é aquilo que se 
convencionou chamar de repertório, ou seja, você argumenta e, ao apresentar repertório, sustenta o 
argumento e o tira do senso comum, dando profundidade e conteúdo que, literalmente, agrada o leitor. 
Pense sempre nisso: argumentou? Então, é necessário que haja repertório para sustentar o tema. 
Por fim, sua conclusão, a partir do tema trazido na proposta, não combina com uma proposta de 
intervenção, que vocês têm usado com cada vez mais frequência, por apresentar uma fórmula que 
auxilia vocês na escrita. Recomendamos que, aqui vocês usem uma conclusão no estilo clássico, com 
retomada de tese em seu início, reafirmando o que você defendeu; e resumo dos argumentos. Se, ainda 
assim, vocês decidirem ir para o “lado” da proposta, muito cuidado para não ferir nenhum direito 
garantido pela legislação brasileira ou que fira os direitos humanos. 
A seguir, apresentamos um resumo do que deve ser colocado por você em seu texto. Vamos lá! 
 
 
 
Coletânea de textos 
Na coletânea de textos dessa proposta, temos textos extremamente diretos e que corroboram 
nossa ideia de que a epidemia é uma relação que conjuga o descaso governamental e o comportamento 
ESTRATÉGIA VESTIBULARES - UFRR 
 
 CADERNO DE PROPOSTAS 46 
preocupante dos jovens brasileiros. Atente-se para o fato de que o tema fala diretamente dos jovens, a 
parcela atualmente mais afetada pela epidemia. 
 
 
 
 
Teses e caminhos argumentativos 
Como apresentei antes, nesse caso, com a construção da pergunta, ainda que essa só indique 
duas possibilidades de resposta, entendemos que há uma terceira, mais lógica, de que a culpa da 
epidemia é uma mistura de culpas, visto que somente o governo não consegue resolver e causar o 
problema, e que o comportamento dos jovens pode ser influenciado pelo governo, por meio de 
campanhas. Tente, assim, construir uma argumentação que seja condizente com essa ideia. A seguir, 
apresentamos alguns argumentos que podem servir como ponto de partida de seu texto. 
 
ESTRATÉGIA VESTIBULARES - UFRR 
 
 CADERNO DE PROPOSTAS 47 
 
 
 
7. (FAMEMA 2020) Redução da maioridade penal 
Tema e proposta 
O tema apresentado propõe a construção de uma dissertação-argumentativa, em que será 
defendida uma das teses que serão apresentadas mais à frente. Sua defesa, claro, deverá ser feita por 
meio de argumentos que se combinem com a tese. Importante destacar que, de posse de um tema tão 
complexo, é necessário que seus argumentos sejam extremamente fundamentados, por meio de base 
argumentativa, que, hoje, é mais conhecida como repertório, depois do ENEM. 
O tema em sim, que trata da redução da maioridade penal no país, é extremamente 
contemporâneo e polêmico, principalmente porque as pessoas se dividem, hoje, em dois grupos, 
essencialmente, o daqueles que são contra e o daqueles que são a favor, polarizadamente. Dessa 
maneira, é importante que você pondere bastante com relação à sua escolha de tese e, claro, de 
argumentos. Como é um tema que trata de seres humanos e punição, diretamente, é interessante notar 
que há sempre perigo de ferirmos os direitos humanos. Ainda que isso não seja motivo de anulação da 
sua redação, é comum que a nota de argumentação caia substancialmente quando esse desrespeito 
ocorra. 
Assim, organize suas ideias antecipadamente, posicionando-se diante da pergunta que é o tema. 
Ah sim, vale sempre destacar que, como o tema está em forma de pergunta, é necessário que vocês a 
respondam de maneira indireta, sem ser “sim ou não”, ou sem qualquer referência a ela. O tema deve 
ser apresentado e sua tese será a resposta à pergunta do tema. Pense bastante nisso antes mesmo de 
escrever. 
 
ESTRATÉGIA VESTIBULARES - UFRR 
 
 CADERNO DE PROPOSTAS 48 
Coletânea de textos 
É interessante notar que a coletânea de textos apresenta dois textos bastante posicionados 
contra a redução da maioridade, no caso, a charge e o último texto; e um texto posicionado a favor da 
redução, com viés de análise dos direitos e respeito às vítimas. Com relação ao posicionamento 
contrário à redução, temos a charge, que é o texto mais “pesado”, por assim dizer, porque inclui a classe 
social na discussão; e o texto 3, que aponta evidências científicas para a não redução. A favor do 
processo de redução, temos o texto 2, que apresenta a ideia de que as vítimas, nessa relação, não estão 
sendo respeitadas. A seguir, como já é praxe, apresentamos um pequeno resumo dos textos. 
 
 
 
Não se esqueça de não usar os textos que, necessariamente, são somente motivadores, sem que 
sejam copiados de forma alguma. 
 
Teses e argumentos possíveis para o tema 
A construção de um tema em forma de pergunta é muito interessante, porque as teses ficam 
bastante diretas. Assim, seu posicionamento poderá ser: 
 
01. A redução auxiliará na diminuição dos números da violência no Brasil 
• Adolescentes de 16 e 17 anos, na proposta de redução para os 16 anos, já têm 
discernimento para responder pelo que faz, sabendo o que faz e porque faz. 
• Há grande apoio popular à redução, por pressão social e de aumento na criminalidade. 
• O fato de só poderem permanecer presos por 3 anos aumenta a sensação de impunidade 
para os adolescentes e jovens, fato que amplia a vontade de cometer crimes. 
ESTRATÉGIA VESTIBULARES - UFRR 
 
 CADERNO DE PROPOSTAS 49 
• As medidas de redução são muito comuns em outros países, como os Estados Unidos e a 
Nova Zelândia. 
• O ECA, apesar de ser um documento interessante, é insuficiente para resolver o problema 
da violência cometida por menores. 
• Os crimes cometidos antes dos 18 anos não configuram “reincidência” após os 18, fato que 
atrapalha a análise de vida do criminoso. 
• Com um maior rigor nas punições e consequente redução, temos que os menores serão 
menos aliciados pelos traficantes, por exemplo. 
 
02. A redução não auxiliará na diminuição dos números da violência no Brasil 
• Sabe-se que educar é melhor do que punir, como provam os estudiosos. 
• A redução da maioridade será muito prejudicial para as classes mais pobres. 
• O sistema prisional é conhecido, de maneira correta, como “escola do crime”, visto que 
não garante a reinserção dos ex-detentos na sociedade. 
• O sistema carcerário, sobrecarregado, seria ainda mais prejudicado com a entrada desses 
jovens nos presídios. 
• Apesar de países com maioridade inferior a 18 anos, a maior parte dos países mantém a 
maioridadeem 18 anos. 
• Há um processo protetivo e educativo na idade da maioridade e na existência do ECA. 
 
Sempre gosto de destacar que esse são argumentos que podem servir de direcionamento para o 
que você escreverá, bem como os repertórios apresentados a seguir. Sabemos, inclusive, que este 
costuma ser um problema de início para vocês, visto que arrumar argumentos costuma ser muito 
complicado na produção de um texto. 
 
Repertórios 
• Aproximadamente 85% da população brasileira é favorável à redução, segundo pesquisa 
do Datafolha. 
• Os crimes hediondos correspondem a cerca de 20% dos crimes cometidos por menores, 
que são encabeçados por crimes mais leves ou relacionados ao tráfico de drogas. 
• A população pobre e preta é afetada de forma mais direta por qualquer modificação 
relacionada a crimes no país, visto corresponder a 75% dos presos em presídios no país. 
• Há um fortalecimento de discurso das classes dominantes nesse caso, visto que, ainda que 
os criminosos sejam cidadãos brasileiros também com direitos, somente a segurança da 
classe dominante será defendida com essa redução. 
• O pensamento egocêntrico, segundo Bauman, torna-se cada vez mais presente na 
sociedade pós-moderna. Há uma necessidade de cuidar-se exclusivamente, independente 
dos outros. 
• No Brasil, são 600 mil presidiários para 350 mil vagas nas cadeias. 
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 CADERNO DE PROPOSTAS 50 
• A Constituição garante o cuidado e a proteção especial para os menores de 18 anos. 
 
8. (Faculdade Israelita Albert Einstein 2020) “Uberização” do trabalho 
Tema e proposta 
O tema é bastante atual e se mostra necessário para a discussão na sociedade, principalmente porque 
temos um país em que a crise econômica é extremamente presente, acompanhada de um número 
recorde de desempregados que encontram, na chamada economia informal, a sua forma de sustento e 
sobrevivência. Aproveitando-se desse problema, as empresas de aplicativos crescem pelo mundo, 
colocando em questão uma série de direitos e de ideias antigas sobre o trabalho. 
Para muitos, esse momento é criado pela própria ideia neoliberal que promete combater o problema. 
Seria mais ou menos o seguinte: criamos o problema e prometemos resolvê-lo. É essa a ideia desses 
“salvadores da pátria” que são os aplicativos, tanto os de entrega e compras, quanto os de aluguel de 
carros e casas. A proposta é que você lucre com a sua capacidade, colocando em xeque os seus direitos 
e prometendo uma enorme liberdade, pensando no momento em que você monta seu horário e dias 
em que quer trabalhar. 
Seu texto, em meio a essa discussão, deverá apresentar um posicionamento, claro, visto tratar-se de um 
texto dissertativo argumentativo. Por isso, você deve acrescentar, em sua introdução, a sua tese, 
demonstrando o que será defendido por você durante a redação. Assim, você deverá apresentar 
argumentos que comprovem que você está defendendo uma ideia lógica, que pode ser defendida. Por 
fim, não é interessante apresentar uma proposta de intervenção, como vocês têm feito com muita 
frequência. É importante que você termine sua redação retomando suas ideias. 
 
Coletânea de textos 
Nessa coletânea de textos, temos uma relação ampla para o tema, fazendo com que o pensamento dos 
candidatos seja extremamente amplo também na escrita. Dessa forma, percebemos que devemos 
considerar as diferentes formas de pensar esse assunto. Ainda mais porque há uma possibilidade de 
pensarmos no meio do caminho das duas formas apresentadas, afinal, temos aspectos importantes dos 
dois lados de pensar, seja a favor da uberização, seja contra ela. 
 
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 CADERNO DE PROPOSTAS 51 
 
 
Tese, argumentos e repertórios 
Da forma como o tema se apresenta, percebemos a possibilidade de somente duas colocações: a 
uberização como um processo ruim, ainda que “vendendo” a ideia de que o trabalhador é livre para 
trabalhar somente quando e como quiser; e a ideia de que a uberização garante essa liberdade e que 
isso é muito mais importante que ter direitos trabalhistas garantidos, como acontece nos empregos 
regidos pela chamada CLT. 
Há, ainda uma opção de colocar as ideias dos dois misturados, mostrando que a uberização tem fatores 
positivos e negativos. nesse caso, basta que você una as ideias mais interessante dos dois elementos 
colocados a seguir. 
 
 
 
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 CADERNO DE PROPOSTAS 52 
 
 
 
9. (Mackenzie 2014) Fome e desperdício de alimentos 
Tema e proposta 
Como já estamos acostumados nas produções textuais do Mackenzie, a banca apresenta uma 
coletânea de textos curtos, que serão analisados à frente, e, da leitura atenta desses textos, é 
necessário retirar o tema a ser tratado em uma redação dissertativa-argumentativa, a conhecida 
dissertação escolar, que vocês tanto estudam na escola e treinam. É uma produção de texto que 
depende, em nosso caso específico, de conexão com as ideias defendidas nos textos. Essa nem sempre é 
a “atitude” das propostas, visto que, em muitos casos, temos os textos da coletânea funcionando 
apenas como motivadores. 
O tema aqui abordado é amplo, atual e necessário para a discussão sobre a construção de uma 
sociedade mais justa e igualitária: a fome. Como veremos à frente de forma mais específica, os temas 
tratados nos textos, relacionados claro à fome, passam pela participação popular em campanhas de 
combate à fome; pelo enorme desperdício alimentar que assola o mundo; e pelas consequências do 
combate à fome em todo mundo, com uma diminuição significativa da fome no mundo. Esses são temas 
transversais a aparecer em seu texto. 
O problema da fome é um dos mais sérios do atual momento. Em um mundo com mais de 7 
bilhões de habitantes, com crescimento de quase 25% previsto para os próximos 30 anos, a distribuição 
de alimentos, necessária a uma vida digna, como determinam os “direitos humanos”, é tema 
importante para discussão. É claro que há inúmeros esforços para que esse problema seja eliminado ou, 
ao menos, diminuído de forma significativa. Como empecilho para isso, encontramos o desperdício de 
quase um terço dos alimentos produzidos no mundo e, claramente, a diferença social, com grande 
desigualdade. Esses são argumentos que retomaremos à frente, mas que já servem para direcionar sua 
organização de texto. Inclusive, recomendamos que você faça um bom planejamento de seu texto antes 
de escrevê-lo, visto que o tema é bastante amplo. 
Olhando para sua produção textual, sua introdução deve apresentar o tema e, caso você vá se 
“dedicar” a um dos temas transversais incluídos (fato que desaconselhamos, visto que você deve fazer 
referência aos textos de alguma forma – sem copiá-los, claro), um recorte desse tema. Na realidade, 
esse recorte é importante já na introdução, visto que temos um tema amplo demais. Falar sobre fome é 
importante, mas envolve elementos demais que, se não forem delimitados, podem acabar causando 
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 CADERNO DE PROPOSTAS 53 
problemas á leitura fluida e correta de seu texto. Para auxiliar nessa clareza, é importante aquela nossa 
organização prévia. Destacamos, ainda, que sua tese será importante já na sua introdução. 
Em seu desenvolvimento, por sua vez, é importante que você apresente os argumentos que 
sustentarão o seu recorte e sua tese. Um parágrafo para cada um desses argumentos é o necessário. 
Coloque seus argumentos de forma sustentada por base argumentativa, conhecida ultimamente como 
repertório. Nesse caso, as estatísticas e as pesquisas serão sua principal fundamentação, visto tratar-se 
de um tema muito real e presente na sociedade. Ao falar de governo, cabem também repertórios 
relacionados ao papel do Estado nesse caso. Só não deixe de sustentar suas ideias, inclusive para que 
elas fujam do senso comum. 
Por fim, ao apresentar sua conclusão, você pode seguir um dos dois caminhos: ou apresenta uma 
retomada das ideiasapresentadas, com reforço de tese e resumo dos argumentos; ou, caso 
problematize em seu texto, pode utilizar uma proposta de intervenção que, penso, deve ser mais 
criativa, fugindo dos clichês de criação de leis e de campanhas que visem à conscientização da 
população. Seriam interessantes, por exemplo, a criação de programas nas escolas, para que as crianças 
aprendam, com a prática, a situação das pessoas que passam por momentos de fome. 
Em resumo, não se esqueça de que sua estrutura deve ser pensada da seguinte forma: 
 
 
 
Coletânea de textos 
A coletânea de textos, nessa proposta, é extremamente importante, visto que é da leitura dos 
textos que tiramos o tema e porque, como indica a banca, suas ideias precisam estar conectadas com as 
dos textos. Por isso, sempre que se deparar com uma proposta do Mack, leia atentamente e com calma 
os textos, procurando, inclusive, destacar as informações principais, porque isso já facilitará sua escrita. 
Destaco, contudo, que essa relação de proximidade não deve passar por cópia dos textos, não se 
esqueça disso. 
Dessa forma, o texto 1, da filósofa Marilena Chauí, temos a apresentação do problema da fome, 
passando pela existência de programas que visam acabar com o problema. O texto é um pouco mais 
subjetivo, porque apresenta a forma como nos sentimos diante desse problema tão sério que, como a 
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 CADERNO DE PROPOSTAS 54 
autora apresenta, atinge de forma mais forte “crianças e idosos”. Nesse texto, já temos o gancho para o 
que será apresentado a seguir: o desperdício como um dos problemas geradores da fome e de nossa 
indignação. Na conclusão do trecho, a autora apresenta que essa preocupação faz parte de nosso senso 
moral, ou seja, deve fazer parte de nossa formação individual. É necessário que tenhamos preocupações 
relacionadas ao problema da fome no mundo. 
O texto 2, por sua vez, apresenta de forma direta o problema do desperdício de forma direta, 
com dados que comprovam esse desperdício. Os números são assustadores, quando pensamos, 
conforme o texto, que um terço dos alimentos produzidos no mundo são desperdiçados enquanto as 
pessoas passam fome. Esses números indicam que o consumo por parte das pessoas que ocupam 
classes sociais privilegiadas e consomem desregradamente e, pior do que isso, desperdiçam sem levar 
em conta quem poderia ser ajudado com isso. No final do texto, o autor apresenta a relação de cuidado 
da ONU em lançar uma campanha de conscientização sobre o consumo e o desperdício de alimentos. 
Por fim, o texto 3, apresenta a ideia de que o problema é grave, claro, mas que tem começado a 
demonstrar melhora substancial, com diminuição do número de pessoas que passam fome e que, 
geograficamente, a fome tem se reduzido, com a retração das chamadas “fronteiras da fome”, as quais, 
como o autor aponta, são “o conjunto de países com problemas crônicos de distribuição alimentar”. 
De posse dessas informações trazidas pelos textos, podemos começar a pensar em alguns 
argumentos, apresentados a seguir, para direcionar seu pensamento, apenas. 
 
Tese e elementos argumentativos 
A seguir, apresentamos alguns argumentos e repertórios que podem ser utilizados por vocês na 
construção de seu texto. Ressaltamos, como dito anteriormente, que as informações apresentadas a 
seguir servirão como direcionamento para vocês e não como verdades absolutas ou redutoras. 
 
 
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 CADERNO DE PROPOSTAS 55 
10. (Autoral 2020) Coronavírus 
 
Tema e proposta 
O tema apresentado propõe a construção de uma dissertação-argumentativa, em que será 
defendida uma das teses que serão apresentadas mais à frente. Sua defesa, claro, deverá ser feita por 
meio de argumentos que se combinem com a tese. Importante destacar que, de posse de um tema tão 
complexo, é necessário que seus argumentos sejam extremamente fundamentados, por meio de base 
argumentativa, que, hoje, é mais conhecida como repertório, depois do ENEM. 
O tema em si, Crise do coronavirus: entre a economia e a saúde, coloca em choque os dois 
elementos de discussão mais severa nesse momento no mundo, a economia e a saúde colocadas frente 
a frente em um contexto de pandemia que pede isolamento social como forma de não crescimento da 
epidemia. Países que demoraram demais a propor o isolamento social, como a Itália, hoje apresentam 
um volume de mortes absurdo, percentualmente falando. Outros, como os EUA, que também 
demoraram a admitir a existência e a seriedade da pandemia, hoje são o epicentro do vírus. 
Independente do caminho que você escolher, sempre coloque em sua cabeça que é um 
argumento muito complicado aquele que fala sobre vidas valerem menos do que a economia. É uma 
equação muito complicada, pensar que poucas mortes são aceitáveis, desde que não tenhamos um 
colapso financeiro. Leve em consideração, também, que os incentivadores da não quarentena completa 
são aqueles que mais acumulam capital, ou seja, as grandes fortunas não querem deixar de ser grandes. 
 
Coletânea de textos 
Nossa coletânea de textos apresenta dois pensamentos opostos, exatamente para não direcionar 
o pensamento de vocês. Desses, antes do resumo, destaco a charge que trabalha com a relação entre a 
morte e o vírus. Esse é o cerne da discussão. Os contrários à economia como foco nesse momento, 
trabalham com a ideia de que as mortes causadas pelo vírus não são em volume absurdo, 
principalmente no Brasil, fato que pode justificar a relação de não parar o país. 
 
ESTRATÉGIA VESTIBULARES - UFRR 
 
 CADERNO DE PROPOSTAS 56 
 
 
Tese e argumentos possíveis (já trazendo alguns repertórios) 
Ao analisarmos de forma lógica a relação proposta no tema, encontramos três teses possíveis. 
Uma que coloca a economia acima do resto; outra que coloca a saúde acima de tudo; e, por fim, nossa 
tese preferida, que é a que busca o equilíbrio entre os dois casos. Claro que, a título de argumentação, 
apresentaremos os argumentos a favor e os contra, visto que, para a tese que prega o equilíbrio, basta 
pegar os melhores argumentos de cada um. 
Vamos ver a seguir essa relação. 
 
 
 
ESTRATÉGIA VESTIBULARES - UFRR 
 
 CADERNO DE PROPOSTAS 57 
 
 
Como dito na introdução dessa seção, para a nossa tese preferida, aquela que aponta a 
necessidade de cuidar do problema sem, necessariamente, frear a economia, você pode aproveitar-se 
de argumentos dos dois lados. Entenda que sua posição, seja ela qual for, deve ser objetiva e centrada. 
É necessário que tenhamos clareza da sua defesa durante a escrita. 
11. (UENP 2013) O papel da mulher nos dias atuais 
Análise da proposta 
Tema e proposta 
A proposta, por meio dos textos motivadores, tenciona a igualdade entre homens e mulheres, 
por meio do que prescreve a Constituição. Mas é importante questionar que essa igualdade não é 
realizada na prática. Em um país em que até os anos de 1970 era o homem o provedor das necessidades 
financeiras da casa, e a mulher estava resguardada aos serviços domésticos, essa realidade não se 
modificaria de uma hora para outra. Por sua vez, mesmo que havia essa subserviência feminina, está 
claro que várias mulheres já realizavam outras atividades em vários campos das atividades humanas, em 
especial no provimento de renda para casa. Em vista disso, mesmo que tivesse de abdicar de várias 
prerrogativas da vida social e fosse julgada dentro de uma sociedade patriarcal, essas mulheres estão 
presentes não só as atividades da casa, mas também da ciência, e é isso que os textos da coletânea vêm 
demonstrar. Portanto, em sua redação, quando você não tiver um tema determinado, é preciso seguir o 
caminho traçado pelos textos motivadores para conseguir responder ao que os avaliadores querem de 
você. 
Assim, em posse dessas informações, vejamos, a seguir, possibilidades de se trabalhar o tema. 
 
ESTRATÉGIA VESTIBULARES - UFRR 
 
 CADERNO DE PROPOSTAS 58 
 
 
A partir das informaçõeselencadas no quadro, observem que o tema pode ser trabalhado a 
partir de variadas perspectivas. Assim, um caminho para você desenvolver seu texto é pensar como as 
mulheres exercem papel fundamental na organização do lar, que não se restringe simplesmente aos 
afazeres domésticos, mas também no mercado de trabalho, que aí se inclui a ciência. Portanto, esse 
pode ser um argumento que possibilite um desenvolvimento textual mais consistente, apresentando 
mais possibilidades de ideias a serem desenvolvidas. 
Diante disso, esperamos que você, em sua redação, focalize uma das posições seguintes: ou 
disserte sobre o papel fundamental da mulher no resguardo do; por outro lado, você pode focalizar o 
importante papel das mulheres na ciência bem antes da era moderna. Assim, caso você queira trabalhar 
a primeira perspectiva, focalize, por exemplo, que as mulheres, na ausência de seus esposos, que se 
restringiam a oferecer a renda para casa, elas cuidavam de toda a estrutura familiar, que incluía toda a 
criação dos filhos, a organização da casa, os mantimentos que davam subsistência á família. Você pode 
trazer para seu texto que muitas dessas mulheres lavavam e passavam para famílias de fora, para 
complementar a renda da casa. Por sua vez, caso você queria trabalhar com a segunda perspectiva, 
lembre-se que quando os homens foram para as guerras, essas mulheres que assumiram as fábricas. 
Lembre-se, também, que essas mulheres exerciam papéis na arte, na ciência, atos esses que mostram 
suas representatividades, que nos permitiram, nos dias de hoje, já ter tido uma presidenta. Portanto, 
você tem caminhos variados para está desenvolvendo seu texto, basta se apropriar de um deles e 
escolher as ideias que melhor se articulem para desenvolver uma argumentação consistente. 
Pensando no exame, o texto Dissertativo-Argumentativo, utilizado pela UENP, compõe-se de três 
partes essenciais: 
 
 
ESTRATÉGIA VESTIBULARES - UFRR 
 
 CADERNO DE PROPOSTAS 59 
 
 
 
 
Na elaboração do texto dissertativo-argumentativo, deve-se apontar uma tese clara e 
consistente para que você, ao longo de seu texto, consiga argumentar com facilidade, sem necessitar 
recorrer a ideias que possam enfraquecer sua argumentação. 
Assim, em sua introdução, você deverá delimitar o seu tema, visto que, como comentamos 
acima, é amplo, e apresentar a sua tese. A partir disso, você estará construindo seu projeto de texto, 
elemento fundamental na escrita de uma redação. Quando uma produção apresenta um projeto de 
texto, o leitor, na introdução, já focaliza o assunto que está sendo abordado e o seu ponto de vista 
sobre ele, o que você irá defender sobre esse tema. Logo, com o projeto de texto, mostra-se, antes de 
argumentar, qual o caminho opinativo, ou seja, qual a tese que você apresentará em seu texto. Pense 
que o seu leitor, ainda que seja um corretor, não “conhece” o seu tema. É como se estivesse entrando 
em contato com ele pela primeira vez. Tudo caminha para que ele compreenda o tema a partir do seu 
texto. Se, por acaso, você costuma se perder na argumentação, principalmente quando tratamos da 
organização dos argumentos na cabeça, indique, logo na introdução, os argumentos que irá trabalhar ao 
longo da sua redação. Isso facilita a coerência de suas ideias. 
Por sua vez, no desenvolvimento, você deverá apresentar seus argumentos. Comumente, 
recomendamos dois argumentos pela extensão da redação. Pode parecer muito, mas 30 linhas, para um 
texto bem desenvolvido, acaba sendo pouco. Assim, com dois argumentos, fica um pouco mais fácil de 
desenvolver as ideias como deve. É importante destacar que o repertório deve estar presente, 
fundamentando seus argumentos de forma clara e produtiva. Sempre coloque repertório em seus 
argumentos e apresente, claramente, a ligação entre as duas partes: a sua afirmação e o repertório. 
Por fim, você deve concluir as ideias desenvolvidas ao longo do texto. Retome aos argumentos 
explanados para poder dar um fechamento geral no texto, sempre articulando ao tema de sua redação. 
 
Coletânea de textos 
ESTRATÉGIA VESTIBULARES - UFRR 
 
 CADERNO DE PROPOSTAS 60 
Os textos motivadores são suportes para a compreensão do tema. Assim, não se pode utilizar 
seus argumentos e nem parte desses textos na produção textual. Busque utilizar os textos como 
direcionadores dos seus pensamentos. Muitas vezes, vocês apresentam a ideia de que não podem ler os 
textos motivadores porque ocorrem essencialmente dois problemas: ou vocês descobrem que todos os 
argumentos que têm estão colocados nos textos; ou sentem uma incontrolável necessidade de usar 
aqueles argumentos que ficam fixos no seu inconsciente. Para resolver isso, só treinando muito a 
produção textual. Treine e treine e, quando cansar de treinar, treine mais um pouco. Escrever, nós 
realmente só aprendemos escrevendo. 
Os textos motivadores da coletânea apresentam caminhos para que você, na hora de sua escrita, 
consiga focalizar melhor a discussão que está sendo esperada. Portanto, os textos tencionam a 
igualdade entre homem e mulher, destacando a importância que as mulheres foram ganhando no 
cenário social. Assim, apontam mulheres que ganharam destaque, sempre reforçando que essas, 
mesmo com o avanço das relações ainda dominam os afazeres da casa. 
 
Tese e argumentos possíveis 
Como observamos ao longo dessa descrição, é possível pensar, sem se desligar do tema, em 
diferentes argumentos para o desenvolvimento textual. Buscamos sinalizar que encontrar um problema 
para dá solução ao assunto é um dos caminhos mais fáceis para o desenvolvimento de seu texto, 
desviando da possibilidade de sua redação ficar muito descritiva. Assim, o processo argumentativo, que 
inclui defender um posicionamento acerca de uma temática específica, fica facilitado quando se enxerga 
problemas, sendo possível, assim, argumentar sobre a razão da existência desses problemas. 
Dessa forma, a tese de seu texto pode problematizar tanto a participação dessas mulheres na 
ciência, quanto na ciência. Lembramos a você, ainda, que quando se utiliza o argumento de tese como 
um problema, existe a possibilidade de se descrever o porquê desse problema, o que possibilita articular 
causas de consequências. É, literalmente, construir a motivação da existência do problema e, a partir 
disso, apresentar argumentamos em favor de comprovar essa existência. 
A seguir, apresentamos algumas possibilidades de argumentação. O objetivo não é 
apresentarmos uma verdade absoluta, mas somente indicar um caminho para que vocês possam 
argumentar mais claramente, visto que este costuma ser um problema para muitos estudantes. 
Apresentaremos argumentos para a tese que, como dissemos anteriormente, é indicada pelos textos 
motivadores e pelo próprio tema. 
 
 
ESTRATÉGIA VESTIBULARES - UFRR 
 
 CADERNO DE PROPOSTAS 61 
 
Para enriquecer sua argumentação, é interessante que você utilize repertórios. Esses podem ser 
compostos de dados estatísticos, de falas de sociólogos, escritores, podem ser referências de filmes, 
livros que você tenha lido e que se articule à ideia que você está desenvolvendo. Lembre-se que, desde 
que seja bem articulada ao que você está desenvolvendo, as possibilidades de referências externas são 
muitas, e o uso produtivo dessas referências vai enriquecer sua argumentação e possibilitar uma nota 
mais elevada. 
12. (Unifesp 2011) A intolerância em xeque 
Análise da proposta 
Tema e proposta 
O tema “A intolerância em xeque” nos leva a refletir sobre um problema muito caro ao Brasil. 
Nosso país comporta uma miscigenação muito ampla, também é fruto de muita desigualdade. Esses 
fatos geram muito preconceito na sociedade, e a intolerância acaba sendo o reflexo dessa desordem 
social. Culturalmente um país em que a separação entre as classes é evidente, o Brasil amarga a posição 
de ser composto por um povo que quer dominado e que ver os outros como dominados. Percebe-se isso 
nas relações entrebrancos e negros, homens e mulheres, estrangeiros e nativos, criando uma cadeia de 
intolerância que impossibilita a convivência pacífica entre os povos. 
Portanto, em posse dessas informações, vejamos, a seguir, possibilidades de se trabalhar o tema. 
 
 
 
 
A partir das informações elencadas no quadro, observem que o tema pode ser trabalhado a 
partir de variadas perspectivas. Assim, um caminho para você desenvolver seu texto é pensar que a 
intolerância é gerada exatamente pelo sentimento de superioridade de certos grupos sobre outros. 
Assim, eles se sentem na possibilidade de manifestar seu sentimento oprimindo o outro. Portanto, esse 
pode ser um argumento que possibilite um desenvolvimento textual mais consistente, apresentando 
mais possibilidades de ideias a serem desenvolvidas. 
Diante disso, esperamos que você, em sua redação, focalize uma das posições seguintes: ou você 
fale que a intolerância se deve à tentativa de manutenção de poder de grupos sobre outros; por outro 
lado, você pode falar que ela causa o preconceito e a segregação de grupos sociais. Dessa forma, caso 
você queira focalizar a primeira premissa, saliente, por exemplo, que grupos dominantes se veem 
superiores a outras classes sociais. Isso faz com que eles se vejam melhores que o restante da população 
e passem a segregar essas outras pessoas. Por outro lado, caso você queira focalizar a segunda 
ESTRATÉGIA VESTIBULARES - UFRR 
 
 CADERNO DE PROPOSTAS 62 
perspectiva, saliente, por exemplo, as discriminações por motivo de cor, por religião, por poderes 
aquisitivos diferenciados. Tudo isso leva a confrontos e também a coerção social, mortes. Portanto, você 
tem caminhos variados para está desenvolvendo seu texto, basta se apropriar de um deles e escolher as 
ideias que melhor se articulem para desenvolver uma argumentação consistente. 
Pensando no exame, o texto Dissertativo-Argumentativo, utilizado pela UNIFESP, compõe-se de 
três partes essenciais: 
 
 
 
 
 
 
Na elaboração do texto dissertativo-argumentativo, deve-se apontar uma tese clara e 
consistente para que você, ao longo de seu texto, consiga argumentar com facilidade, sem necessitar 
recorrer a ideias que possam enfraquecer sua argumentação. 
Assim, em sua introdução, você deverá delimitar o seu tema, visto que, como comentamos 
acima, é amplo, e apresentar a sua tese. A partir disso, você estará construindo seu projeto de texto, 
elemento fundamental na escrita de uma redação. Quando uma produção apresenta um projeto de 
texto, o leitor, na introdução, já focaliza o assunto que está sendo abordado e o seu ponto de vista 
sobre ele, o que você irá defender sobre esse tema. Logo, com o projeto de texto, mostra-se, antes de 
argumentar, qual o caminho opinativo, ou seja, qual a tese que você apresentará em seu texto. Pense 
que o seu leitor, ainda que seja um corretor, não “conhece” o seu tema. É como se estivesse entrando 
em contato com ele pela primeira vez. Tudo caminha para que ele compreenda o tema a partir do seu 
texto. Se, por acaso, você costuma se perder na argumentação, principalmente quando tratamos da 
organização dos argumentos na cabeça, indique, logo na introdução, os argumentos que irá trabalhar ao 
longo da sua redação. Isso facilita a coerência de suas ideias. 
Por sua vez, no desenvolvimento, você deverá apresentar seus argumentos. Comumente, 
recomendamos dois argumentos pela extensão da redação. Pode parecer muito, mas 30 linhas, para um 
texto bem desenvolvido, acaba sendo pouco. Assim, com dois argumentos, fica um pouco mais fácil de 
ESTRATÉGIA VESTIBULARES - UFRR 
 
 CADERNO DE PROPOSTAS 63 
desenvolver as ideias como deve. É importante destacar que o repertório deve estar presente, 
fundamentando seus argumentos de forma clara e produtiva. Sempre coloque repertório em seus 
argumentos e apresente, claramente, a ligação entre as duas partes: a sua afirmação e o repertório. 
Por fim, você deve concluir as ideias desenvolvidas ao longo do texto. Retome aos argumentos 
explanados para poder dar um fechamento geral no texto, sempre articulando ao tema de sua redação. 
 
Coletânea de textos 
Os textos motivadores são suportes para a compreensão do tema. Assim, não se pode utilizar 
seus argumentos e nem parte desses textos na produção textual. Busque utilizar os textos como 
direcionadores dos seus pensamentos. Muitas vezes, vocês apresentam a ideia de que não podem ler os 
textos motivadores porque ocorrem essencialmente dois problemas: ou vocês descobrem que todos os 
argumentos que têm estão colocados nos textos; ou sentem uma incontrolável necessidade de usar 
aqueles argumentos que ficam fixos no seu inconsciente. Para resolver isso, só treinando muito a 
produção textual. Treine e treine e, quando cansar de treinar, treine mais um pouco. Escrever, nós 
realmente só aprendemos escrevendo. 
Os textos motivadores da coletânea apresentam caminhos para que você, na hora de sua escrita, 
consiga focalizar melhor a discussão que está sendo esperada. Portanto, o texto motivador fala das 
diferenças no conceito de amizade, que antes representava proximidade, e nos dias atuais, devido à 
ascensão das redes sociais, representa um maior número, porém com um maior distanciamento entre 
as pessoas. 
 
TEXTO I 
 
 
TEXTO II 
ESTRATÉGIA VESTIBULARES - UFRR 
 
 CADERNO DE PROPOSTAS 64 
 
 
 
TEXTO III 
 
 
Tese e argumentos possíveis 
Como observamos ao longo dessa descrição, é possível pensar, sem se desligar do tema, em 
diferentes argumentos para o desenvolvimento textual. Buscamos sinalizar que encontrar um problema 
para dá solução ao assunto é um dos caminhos mais fáceis para o desenvolvimento de seu texto, 
desviando da possibilidade de sua redação ficar muito descritiva. Assim, o processo argumentativo, que 
inclui defender um posicionamento acerca de uma temática específica, fica facilitado quando se enxerga 
problemas, sendo possível, assim, argumentar sobre a razão da existência desses problemas. 
Dessa forma, a tese de seu texto pode problematizar tanto a tentativa de manutenção da 
supremacia de uma classe sobre a outra, quanto os preconceitos gerados pela intolerância. Lembramos 
a você, ainda, que quando se utiliza o argumento de tese como um problema, existe a possibilidade de 
se descrever o porquê desse problema, o que possibilita articular causas de consequências. É, 
literalmente, construir a motivação da existência do problema e, a partir disso, apresentar 
argumentamos em favor de comprovar essa existência. 
ESTRATÉGIA VESTIBULARES - UFRR 
 
 CADERNO DE PROPOSTAS 65 
A seguir, apresentamos algumas possibilidades de argumentação. O objetivo não é 
apresentarmos uma verdade absoluta, mas somente indicar um caminho para que vocês possam 
argumentar mais claramente, visto que este costuma ser um problema para muitos estudantes. 
Apresentaremos argumentos para a tese que, como dissemos anteriormente, é indicada pelos textos 
motivadores e pelo próprio tema. 
 
 
 
Para enriquecer sua argumentação, é interessante que você utilize repertórios. Esses podem ser 
compostos de dados estatísticos, de falas de sociólogos, escritores, podem ser referências de filmes, 
livros que você tenha lido e que se articule à ideia que você está desenvolvendo. Lembre-se que, desde 
que seja bem articulada ao que você está desenvolvendo, as possibilidades de referências externas são 
muitas, e o uso produtivo dessas referências vai enriquecer sua argumentação e possibilitar uma nota 
mais elevada. 
 
13. FGV/Economia 2020) Informalidade no mercado de trabalho 
Análise da proposta 
Tema e proposta 
O tema “Informalidade no mercado de trabalho: entre a necessidade de uma ocupação e os prejuízos 
para a economia” nos leva a refletir sobre o índice de desemprego no país. O Brasil tem mais de 12 
milhões de pessoas desempregadas. Essa ausência de oferta de emprego impacta diretamente nos 
acordos trabalhistas e no aceite de qualqueroferta que gere renda por parte do trabalhador. Em vista 
disso, os empregadores, frente às burocracias apresentados na contratação de um trabalhador, optam 
por oferecer trabalhos sem vínculo empregatício, pois se eximem de pagar os direitos exigidos pela 
legislação. Isso gera problemas tanto para a economia do país, quanto para o trabalhador informal, a 
quem não é assegurado nenhuma garantia de seguridade. Portanto, em posse dessas informações, 
vejamos, a seguir, possibilidades de se trabalhar o tema. 
 
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 CADERNO DE PROPOSTAS 66 
 
 
A partir das informações elencadas no quadro, observem que o tema pode ser trabalho a partir 
de variadas perspectivas. Assim, você pode desenvolver seu texto partindo do pressuposto de que um 
dos motivos fundamentais da informalidade é o desemprego no país, que, devido à necessidade de 
ganhos, a população se submete a qualquer tipo de atividade remunerada. Portanto, esse pode ser um 
argumento que possibilite um desenvolvimento textual mais consistente, apresentando mais 
possibilidades de ideias a serem desenvolvidas. 
Diante disso, esperamos que você, em sua redação, focalize uma das posições seguintes: ou fale 
do desemprego como implicador da informalidade; por outro lado, você pode abordar a fragilidade 
econômica do país evidenciada pela informalidade. Com base nisso, caso você queira trabalhar a 
primeira perspectiva, lembre-se dos novos campos de trabalhos, como ubers, entregadores de 
aplicativos, diaristas. Todos esses trabalhos informais têm como causa direta a falta de oferta de 
trabalho qualificado, que levam essas pessoas a aceitarem qualquer atividade que ofereça uma 
remuneração que os leve a contribuir com a renda familiar. Por sua vez, caso você queira abordar, em 
sua argumentação, a segunda perspectiva, evidencie que se a atividade econômica está fraca, o 
investimento em qualificação dos trabalhadores é baixo, a compra de novos materiais para agilizar a 
atividade exercida também fica prejudicada. Isso leva à baixa produção nos setores industriais, 
implicando diretamente na economia do país. Portanto, você tem caminhos variados para está 
desenvolvendo seu texto, basta se apropriar de um deles e escolher as ideias que melhor se articulem 
para desenvolver uma argumentação consistente. 
Pensando no exame, o texto Dissertativo-Argumentativo, utilizado pela Fuvest, compõe-se de 
três partes essenciais: 
 
 
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 CADERNO DE PROPOSTAS 67 
 
 
 
 
Na elaboração do texto dissertativo-argumentativo, deve-se apontar uma tese clara e 
consistente para que você, ao longo de seu texto, consiga argumentar com facilidade, sem necessitar 
recorrer a ideias que possam enfraquecer sua argumentação. 
Assim, em sua introdução, você deverá delimitar o seu tema, visto que, como comentamos 
acima, é amplo, e apresentar a sua tese. A partir disso, você estará construindo seu projeto de texto, 
elemento fundamental na escrita de uma redação. Quando uma produção apresenta um projeto de 
texto, o leitor, na introdução, já focaliza o assunto que está sendo abordado e o seu ponto de vista 
sobre ele, o que você irá defender sobre esse tema. Logo, com o projeto de texto, mostra-se, antes de 
argumentar, qual o caminho opinativo, ou seja, qual a tese que você apresentará em seu texto. Pense 
que o seu leitor, ainda que seja um corretor, não “conhece” o seu tema. É como se estivesse entrando 
em contato com ele pela primeira vez. Tudo caminha para que ele compreenda o tema a partir do seu 
texto. Se, por acaso, você costuma se perder na argumentação, principalmente quando tratamos da 
organização dos argumentos na cabeça, indique, logo na introdução, os argumentos que irá trabalhar ao 
longo da sua redação. Isso facilita a coerência de suas ideias. 
Por sua vez, no desenvolvimento, você deverá apresentar seus argumentos. Comumente, 
recomendamos dois argumentos pela extensão da redação. Pode parecer muito, mas 30 linhas, para um 
texto bem desenvolvido, acaba sendo pouco. Assim, com dois argumentos, fica um pouco mais fácil de 
desenvolver as ideias como deve. É importante destacar que o repertório deve estar presente, 
fundamentando seus argumentos de forma clara e produtiva. Sempre coloque repertório em seus 
argumentos e apresente, claramente, a ligação entre as duas partes: a sua afirmação e o repertório. 
Por fim, você deve concluir as ideias desenvolvidas ao longo do texto. Retome aos argumentos 
explanados para poder dar um fechamento geral no texto, sempre articulando ao tema de sua redação. 
 
Coletânea de textos 
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 CADERNO DE PROPOSTAS 68 
Os textos motivadores são suportes para a compreensão do tema. Assim, não se pode utilizar 
seus argumentos e nem parte desses textos na produção textual. Busque utilizar os textos como 
direcionadores dos seus pensamentos. Muitas vezes, vocês apresentam a ideia de que não podem ler os 
textos motivadores porque ocorrem essencialmente dois problemas: ou vocês descobrem que todos os 
argumentos que têm estão colocados nos textos; ou sentem uma incontrolável necessidade de usar 
aqueles argumentos que ficam fixos no seu inconsciente. Para resolver isso, só treinando muito a 
produção textual. Treine e treine e, quando cansar de treinar, treine mais um pouco. Escrever, nós 
realmente só aprendemos escrevendo. 
Os textos motivadores da coletânea apresentam caminhos para que você, na hora de sua escrita, 
consiga focalizar melhor a discussão que está sendo esperada. Portanto, apresentamos abaixo as partes 
essenciais apresentadas nesses textos. 
 
TEXTO I 
 
 
 
TEXTO II 
 
 
TEXTO III 
 
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 CADERNO DE PROPOSTAS 69 
 
 
Tese e argumentos possíveis 
Como observamos ao longo dessa descrição, é possível pensar, sem se desligar do tema, em 
diferentes argumentos para o desenvolvimento textual. Buscamos sinalizar que encontrar um problema 
para dá solução ao assunto é um dos caminhos mais fáceis para o desenvolvimento de seu texto, 
desviando da possibilidade de sua redação ficar muito descritiva. Assim, o processo argumentativo, que 
inclui defender um posicionamento acerca de uma temática específica, fica facilitado quando se enxerga 
problemas, sendo possível, assim, argumentar sobre a razão da existência desses problemas. 
Dessa forma, a tese de seu texto pode problematizar tanto o desemprego no país, quanto o 
impacto à economia que informalidade gera. Lembramos a você, ainda, que quando se utiliza o 
argumento de tese como um problema, existe a possibilidade de se descrever o porquê desse problema, 
o que possibilita articular causas de consequências. É, literalmente, construir a motivação da existência 
do problema e, a partir disso, apresentar argumentamos em favor de comprovar essa existência. 
A seguir, apresentamos algumas possibilidades de argumentação. O objetivo não é 
apresentarmos uma verdade absoluta, mas somente indicar um caminho para que vocês possam 
argumentar mais claramente, visto que este costuma ser um problema para muitos estudantes. 
Apresentaremos argumentos para a tese que, como dissemos anteriormente, é indicada pelos textos 
motivadores e pelo próprio tema. 
 
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 CADERNO DE PROPOSTAS 70 
 
 
Para enriquecer sua argumentação, é interessante que você utilize repertórios. Esses podem ser 
compostos de dados estatísticos, de falas de sociólogos, escritores, podem ser referências de filmes, 
livros que você tenha lido e que se articule à ideia que você está desenvolvendo. Lembre-se que, desde 
que seja bem articulada ao que você está desenvolvendo, as possibilidades de referências externas são 
muitas, e o uso produtivo dessas referências vai enriquecer sua argumentação e possibilitar uma nota 
mais elevada. 
 
14. (FGV 2019) Teorias da conspiração 
Análise da proposta 
Tema e proposta 
O tema “As “teorias da conspiração”na atualidade: inofensivas ou perigosas?” nos leva a refletir 
sobre um emblema da sociedade moderna alavancado pelas mídias sociais. Não é novidade para os 
internautas da rede que as brincadeiras com variadas questões é um denominador dessas redes. Entre 
essas charges do mundo virtual, também estão presentes as teorias da conspiração, que são descrenças 
em certas formas de evolução da sociedade. Esse fato pode se sobrepor a simples brincadeira, levando 
milhares de pessoas a acreditarem nessas informações e as repassarem. Por sua vez, vale lembrar que 
informações dessa natureza, que muitas vezes estavam localizadas no espaço do humor, elas sempre 
têm um alvo, que não sorrir perante essas informações. Dessa forma, o caráter risível da informação se 
torna prejudicial a determinados grupos. 
Portanto, em posse dessas informações, vejamos, a seguir, possibilidades de se trabalhar o tema. 
 
ESTRATÉGIA VESTIBULARES - UFRR 
 
 CADERNO DE PROPOSTAS 71 
 
 
A partir das informações elencadas no quadro, observem que o tema pode ser trabalho a partir 
de variadas perspectivas. Assim, percebemos que você trabalhar, em seu texto, que as teorias da 
conspiração podem trazer prejuízos a determinados seguimentos da sociedade facilitará o 
desenvolvimento de sua argumentação. Isso porque será possível apresentar grupos sociais que são 
atacados cotidianamente devido a essas crenças que são transmitidas aos cidadãos. Portanto, esse pode 
ser um argumento que possibilite um desenvolvimento textual mais consistente, apresentando mais 
possibilidades de ideias a serem desenvolvidas. 
Diante disso, esperamos que você, em sua redação, focalize uma das posições seguintes: ou você 
aponta que as teorias da conspiração afetam a convivência democrática das sociedades, ao atacar 
grupos específicos; por outro lado, você pode salientar que o surgimento dessas teorias é uma forma de 
defesa de certos grupos sociais que se consideram dominantes contra a ascensão de outros grupos que 
ascenderam em busca de direitos. Com base nisso, caso você queira trabalhar com a primeira premissa, 
nela você pode focalizar, em sua argumentação, que muitas teorias da conspiração estão respaldadas na 
criação de estereótipos e de crenças as quais os grupos em ascensão estão querendo acabar com 
aqueles que se consideram dominantes. Isso pode levantar vários preconceitos e polarizar a sociedade. 
Por sua vez, se seu interesse é trabalhar com a segunda perspectiva, saliente, por exemplo, que as 
teorias de conspiração são formas de proteção e manutenção de privilégios por parte de seus criadores. 
Assim, diminuir o outro, na justifica de conservar padrões antigos, é uma forma, também, de manter a 
estrutura da sociedade imutável e assegurar os privilégios. Portanto, você tem caminhos variados para 
está desenvolvendo seu texto, basta se apropriar de um deles e escolher as ideias que melhor se 
articulem para desenvolver uma argumentação consistente. 
Pensando no exame, o texto Dissertativo-Argumentativo, utilizado pela FGV, compõe-se de três 
partes essenciais: 
 
 
ESTRATÉGIA VESTIBULARES - UFRR 
 
 CADERNO DE PROPOSTAS 72 
 
 
 
 
Na elaboração do texto dissertativo-argumentativo, deve-se apontar uma tese clara e 
consistente para que você, ao longo de seu texto, consiga argumentar com facilidade, sem necessitar 
recorrer a ideias que possam enfraquecer sua argumentação. 
Assim, em sua introdução, você deverá delimitar o seu tema, visto que, como comentamos 
acima, é amplo, e apresentar a sua tese. A partir disso, você estará construindo seu projeto de texto, 
elemento fundamental na escrita de uma redação. Quando uma produção apresenta um projeto de 
texto, o leitor, na introdução, já focaliza o assunto que está sendo abordado e o seu ponto de vista 
sobre ele, o que você irá defender sobre esse tema. Logo, com o projeto de texto, mostra-se, antes de 
argumentar, qual o caminho opinativo, ou seja, qual a tese que você apresentará em seu texto. Pense 
que o seu leitor, ainda que seja um corretor, não “conhece” o seu tema. É como se estivesse entrando 
em contato com ele pela primeira vez. Tudo caminha para que ele compreenda o tema a partir do seu 
texto. Se, por acaso, você costuma se perder na argumentação, principalmente quando tratamos da 
organização dos argumentos na cabeça, indique, logo na introdução, os argumentos que irá trabalhar ao 
longo da sua redação. Isso facilita a coerência de suas ideias. 
Por sua vez, no desenvolvimento, você deverá apresentar seus argumentos. Comumente, 
recomendamos dois argumentos pela extensão da redação. Pode parecer muito, mas 30 linhas, para um 
texto bem desenvolvido, acaba sendo pouco. Assim, com dois argumentos, fica um pouco mais fácil de 
desenvolver as ideias como deve. É importante destacar que o repertório deve estar presente, 
fundamentando seus argumentos de forma clara e produtiva. Sempre coloque repertório em seus 
argumentos e apresente, claramente, a ligação entre as duas partes: a sua afirmação e o repertório. 
Por fim, você deve concluir as ideias desenvolvidas ao longo do texto. Retome aos argumentos 
explanados para poder dar um fechamento geral no texto, sempre articulando ao tema de sua redação. 
 
Coletânea de textos 
ESTRATÉGIA VESTIBULARES - UFRR 
 
 CADERNO DE PROPOSTAS 73 
Os textos motivadores são suportes para a compreensão do tema. Assim, não se pode utilizar 
seus argumentos e nem parte desses textos na produção textual. Busque utilizar os textos como 
direcionadores dos seus pensamentos. Muitas vezes, vocês apresentam a ideia de que não podem ler os 
textos motivadores porque ocorrem essencialmente dois problemas: ou vocês descobrem que todos os 
argumentos que têm estão colocados nos textos; ou sentem uma incontrolável necessidade de usar 
aqueles argumentos que ficam fixos no seu inconsciente. Para resolver isso, só treinando muito a 
produção textual. Treine e treine e, quando cansar de treinar, treine mais um pouco. Escrever, nós 
realmente só aprendemos escrevendo. 
Os textos motivadores da coletânea apresentam caminhos para que você, na hora de sua escrita, 
consiga focalizar melhor a discussão que está sendo esperada. Portanto, apresentamos abaixo as partes 
essenciais apresentadas nesses textos. 
 
TEXTO I 
 
 
 
 
TEXTO 
ESTRATÉGIA VESTIBULARES - UFRR 
 
 CADERNO DE PROPOSTAS 74 
 
 
Tese e argumentos possíveis 
Como observamos ao longo dessa descrição, é possível pensar, sem se desligar do tema, em 
diferentes argumentos para o desenvolvimento textual. Buscamos sinalizar que encontrar um problema 
para dá solução ao assunto é um dos caminhos mais fáceis para o desenvolvimento de seu texto, 
desviando da possibilidade de sua redação ficar muito descritiva. Assim, o processo argumentativo, que 
inclui defender um posicionamento acerca de uma temática específica, fica facilitado quando se enxerga 
problemas, sendo possível, assim, argumentar sobre a razão da existência desses problemas. 
Dessa forma, a tese de seu texto pode problematizar tanto as teorias da conspiração como um 
empecilho à democracia, quanto essas teorias como uma forma dos grupos se manterem em espaço de 
dominação na sociedade. Lembramos a você, ainda, que quando se utiliza o argumento de tese como 
um problema, existe a possibilidade de se descrever o porquê desse problema, o que possibilita articular 
causas de consequências. É, literalmente, construir a motivação da existência do problema e, a partir 
disso, apresentar argumentamos em favor de comprovar essa existência. 
A seguir, apresentamos algumas possibilidades de argumentação. O objetivo não é 
apresentarmos uma verdade absoluta, mas somente indicar um caminho para que vocês possam 
argumentar mais claramente, visto que este costuma ser um problema para muitos estudantes. 
Apresentaremos argumentos para a tese que, como dissemos anteriormente, é indicada pelos textos 
motivadores e pelo próprio tema. 
 
ESTRATÉGIA VESTIBULARES- UFRR 
 
 CADERNO DE PROPOSTAS 75 
 
Para enriquecer sua argumentação, é interessante que você utilize repertórios. Esses podem ser 
compostos de dados estatísticos, de falas de sociólogos, escritores, podem ser referências de filmes, 
livros que você tenha lido e que se articule à ideia que você está desenvolvendo. Lembre-se que, desde 
que seja bem articulada ao que você está desenvolvendo, as possibilidades de referências externas são 
muitas, e o uso produtivo dessas referências vai enriquecer sua argumentação e possibilitar uma nota 
mais elevada. 
 
 
15. (Famerp 2018) Fracasso da lei de cotas para deficientes 
Análise da proposta 
Tema e proposta 
O tema “O fracasso da lei de cotas para deficientes: negligência das empresas ou falha do 
Estado?” nos convida a pensar um problema que nunca foi solucionado no Brasil: a inserção de 
deficientes no mercado de trabalho. Sabemos que nosso país conta com uma infraestrutura precária 
para a atender deficientes. Esse artefato elementar para a concretização da inclusão desse grupo social 
na sociedade reflete diretamente o descaso das variadas esferas sociais no concerne ao trato de pessoas 
deficientes. Assim, como a sociedade não conseguiu oferecer o mínimo para essas pessoas, que é o 
direito de ir e vir, alcançar postos de trabalho se situa em uma distância ainda muito maior. Tudo isso 
reflete a despreocupação dos órgãos governamentais em criar políticas que facilitem a inclusão, bem 
como o desinteresse das empregas em facilitar o acesso do deficiente ao mercado de trabalho. Assim, 
mesmo que exista uma lei que garanta uma porcentagem de vagas a essas pessoas, esse direito ainda é 
negado. Em posse dessas informações, vejamos, a seguir, possibilidades de se trabalhar o tema. 
 
 
 
 
 
 
 
• O preconceito contra os deficientes, ao achar que eles vão produzir 
menos que outros funcionários. 
• A precária política de inclusão social deixa os deficientes à margem da 
sociedade; 
• A falta de estrutura dos espaços para deficientes dificulta o acesso 
dessas pessoas aos diferentes ambientes. 
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 CADERNO DE PROPOSTAS 76 
A partir das informações elencadas no quadro, observem que o tema pode ser trabalho a partir 
de variadas perspectivas. Assim, percebemos que o preconceito é um dos maiores implicadores no que 
concerne à inserção do deficiente no mercado de trabalho, o que acaba causando o distanciamento 
dessas pessoas dos espaços, seja trabalhista, seja educativo. Portanto, esse pode ser um argumento 
que possibilite um desenvolvimento textual mais consistente, apresentando mais possibilidades de 
ideias a serem desenvolvidas. 
Diante disso, esperamos que você, em sua redação, focalize uma das posições seguintes: ou você 
aponte que o preconceito é um dos fatores principais para que as empresas não contratem funcionários 
que apresentem algum tipo de deficiência; por outro lado, você pode salientar que o descaso do 
governo é o elemento principal da falta de empregabilidade de pessoas deficientes. Veja que, caso você 
queira desenvolver seu texto a partir da segunda perspectiva, você pode argumentar que a falta de 
estrutura nos espaços representa a ausência de inclusão social, que impossibilita o trânsito dessas 
pessoas, deixando-as à margem da sociedade. Se o deficiente não tem como transitar, ele também não 
possui condições de ir atrás de qualificação, de ir atrás de um emprego. O suporte governamental, 
portanto, falha profundamente no acolhimento desse grupo social e se torna o principal responsável 
pela não respeitabilidade da lei pelas empresas. Portanto, você tem caminhos variados para está 
desenvolvendo seu texto, basta se apropriar de um deles e escolher as ideias que melhor se articulem 
para desenvolver uma argumentação consistente. 
Pensando no exame, o texto Dissertativo-Argumentativo, utilizado pela FAmerp, compõe-se de 
três partes essenciais: 
 
 
 
 
 
 
Na elaboração do texto dissertativo-argumentativo, deve-se apontar uma tese clara e 
consistente para que você, ao longo de seu texto, consiga argumentar com facilidade, sem necessitar 
recorrer a ideias que possam enfraquecer sua argumentação. 
ESTRATÉGIA VESTIBULARES - UFRR 
 
 CADERNO DE PROPOSTAS 77 
Assim, em sua introdução, você deverá delimitar o seu tema, visto que, como comentamos 
acima, é amplo, e apresentar a sua tese. A partir disso, você estará construindo seu projeto de texto, 
elemento fundamental na escrita de uma redação. Quando uma produção apresenta um projeto de 
texto, o leitor, na introdução, já focaliza o assunto que está sendo abordado e o seu ponto de vista 
sobre ele, o que você irá defender sobre esse tema. Logo, com o projeto de texto, mostra-se, antes de 
argumentar, qual o caminho opinativo, ou seja, qual a tese que você apresentará em seu texto. Pense 
que o seu leitor, ainda que seja um corretor, não “conhece” o seu tema. É como se estivesse entrando 
em contato com ele pela primeira vez. Tudo caminha para que ele compreenda o tema a partir do seu 
texto. Se, por acaso, você costuma se perder na argumentação, principalmente quando tratamos da 
organização dos argumentos na cabeça, indique, logo na introdução, os argumentos que irá trabalhar ao 
longo da sua redação. Isso facilita a coerência de suas ideias. 
Por sua vez, no desenvolvimento, você deverá apresentar seus argumentos. Comumente, 
recomendamos dois argumentos pela extensão da redação. Pode parecer muito, mas 30 linhas, para um 
texto bem desenvolvido, acaba sendo pouco. Assim, com dois argumentos, fica um pouco mais fácil de 
desenvolver as ideias como deve. É importante destacar que o repertório deve estar presente, 
fundamentando seus argumentos de forma clara e produtiva. Sempre coloque repertório em seus 
argumentos e apresente, claramente, a ligação entre as duas partes: a sua afirmação e o repertório. 
Por fim, você deve concluir as ideias desenvolvidas ao longo do texto. Retome aos argumentos 
explanados para poder dar um fechamento geral no texto, sempre articulando ao tema de sua redação. 
 
Coletânea de textos 
Os textos motivadores são suportes para a compreensão do tema. Assim, não se pode utilizar 
seus argumentos e nem parte desses textos na produção textual. Busque utilizar os textos como 
direcionadores dos seus pensamentos. Muitas vezes, vocês apresentam a ideia de que não podem ler os 
textos motivadores porque ocorrem essencialmente dois problemas: ou vocês descobrem que todos os 
argumentos que têm estão colocados nos textos; ou sentem uma incontrolável necessidade de usar 
aqueles argumentos que ficam fixos no seu inconsciente. Para resolver isso, só treinando muito a 
produção textual. Treine e treine e, quando cansar de treinar, treine mais um pouco. Escrever nós 
realmente aprendemos escrevendo. 
A seguir, apresentamos uma pequena análise de cada um dos textos constantes da proposta. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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 CADERNO DE PROPOSTAS 78 
 
TEXTO I TEXTO II 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Tese e argumentos possíveis 
Como observamos ao longo dessa descrição, é possível pensar, sem se desligar do tema, em 
diferentes argumentos para o desenvolvimento textual. Buscamos sinalizar que encontrar um problema 
para dá solução ao assunto é um dos caminhos mais fáceis para o desenvolvimento de seu texto, 
desviando da possibilidade de sua redação ficar muito descritiva. Assim, o processo argumentativo, que 
inclui defender um posicionamento acerca de uma temática específica, fica facilitado quando se enxerga 
problemas, sendo possível, assim, argumentar sobre a razão da existência desses problemas. 
Dessa forma, a tese de seu texto pode problematizar tanto o preconceito ainda existente aos 
deficientes, como também pode focar na ineficácia do Estadopara possibilitar a inclusão desse grupo 
social. Quando você utiliza o argumento de tese como um problema, existe a possibilidade de se 
descrever o porquê desse problema, o que possibilita articular causas de consequências. É, literalmente, 
construir a motivação da existência do problema e, a partir disso, apresentar argumentamos em favor 
de comprovar essa existência. 
 
16. (UNAERP 2/2019) Violência contra a mulher X aspectos culturais 
Comportamento geral em uma prova de redação 
• A Lei de Cotas para Deficientes determina um 
percentual (de 2% a 5% das vagas no quadro de 
efetivos) para empresas, a partir de 100 
funcionários, contratarem pessoas com 
deficiência; 
• A lei não alcança a meta prevista pelo MTE. 
• A principal desculpa para não empregar é a de 
que não são encontrados profissionais 
qualificados. 
• Existem quase três milhões de pessoas com 
deficiência no país com ensino superior, sendo 
que muitos possuem mestrado e doutorado. 
• As empresas oferecem salários menores para 
deficientes. 
• Parte significativa das companhias acredita que 
a contratação de colaboradores com deficiência 
implica gastos exorbitantes em acessibilidade 
física e tecnologia assistiva. 
 
• As pessoas com deficiência não 
devem ser destinatárias de atos 
de caridade, mas de políticas 
públicas e privadas que lhes 
garantam a dignidade humana. 
• O não cumprimento das cotas 
definidas pela Lei tem 
acarretado a aplicação de 
multas injustas às empresas, 
mas não é fácil cumprir a lei por 
conta da ineficiência das ações 
estatais. 
• As empresas enfrentam muita 
burocracia. 
• Temos uma lei atrasada, cujo 
ideal jamais foi alcançado em 25 
anos. 
• Temos uma lei atrasada, cujo 
ideal jamais foi alcançado em 25 
anos. 
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 CADERNO DE PROPOSTAS 79 
Iniciamos nossa análise pelas coletâneas de textos. Busque ler, sempre que você começar 
esmiuçar uma proposta de redação, os textos motivadores. Muitas vezes, vocês, candidatos a uma vaga 
em algum exame que contém redação, evitam ler os textos motivadores por medo de copiá-los ou, 
ainda, de perceber que tudo o que sabem está nesses textos. Claro que esses são perigos constantes a 
todos quando lemos os textos. Contudo, você precisa ler os textos exatamente por isso, para evitar que, 
sem querer, os repita, ou ainda, pense em maneiras diferentes de apresentar o que está em cada um 
deles. Há vestibulares, inclusive, em que o candidato é levado a explorar a coletânea em seu texto. 
No caso da UNAERP, pela forma como apresenta-se o enunciado, que indica “Com base nos 
textos apresentados”, podemos inferir que o candidato pode utilizar-se de elementos da coletânea sem 
“medo de ser feliz”. Entenda que, quando eu digo para que você use elementos dos textos da coletânea, 
não estou dizendo para você copiá-los, visto que as instruções indicam que são textos de apoio e não 
deve haver cópia. Contudo, inspirar-se nos elementos desses textos não configura cópia, podendo o 
candidato parafrasear os elementos ali encontrados. Por outro lado, usualmente, quando a banca não 
quer essa interação, apresenta-se um “tendo os textos acima como motivadores”, indicando para o 
candidato que os textos da coletânea são somente, para o direcionamento do pensamento, ou seja, 
para evitar que o candidato fuja facilmente ao tema. 
Olhando para a proposta aqui apresentada, vemos que, inicialmente, apresentam-se as 
instruções da proposta para sua produção. Eu sempre tenho medo, digamos assim, dessas instruções. 
Por quê? Porque, na maior parte das vezes, vocês correm dessas instruções, por acreditar que todas 
serão sempre iguais, indicando as mesmas coisas. Contudo, fique bastante atento, pois modificações na 
prova do vestibular, em especial na redação, são relatadas na própria prova. Dessas instruções, destaco: 
a necessidade de título, fator importante para a composição da nota; a recomendação de não 
copiarmos os textos motivadores, como eu disse antes, copiar é diferente de inspirar-se; e, por fim, a 
colocação clara de que o posicionamento ideológico do candidato não será julgado, fator importante, 
principalmente para vestibulares que costumam colocar temas e elementos mais polêmicos e atuais. 
Dessa forma, a leitura atenta de toda a proposta é recomendada, para evitarmos quaisquer 
problemas com relação a mudanças ou instruções de última hora. Combinado? Você lerá tudo o que 
estiver na sua proposta. 
 
Tema 
Normalmente, apresentamos a análise da coletânea em primeiro lugar, contudo, como na 
Unaerp o tema aparece em primeiro plano, antes dos textos motivadores, faremos a análise deste para, 
em seguida, apresentarmos os textos motivadores e as possibilidades de abordagem. 
Nesta prova, o tema é bastante claro e, porque não dizer, bastante polêmico e atual. Esta tem 
sido uma constante nos vestibulares em geral, temas mais próximos da nossa realidade e com boa dose 
de polêmica. Falar sobre a situação da mulher apresenta extrema importância para a sociedade, fato 
que coloca o tema como essencial para a sociedade. Ao pé da letra, transcrevendo o tema, temos 
“Violência contra a mulher: leis X aspectos culturais”. Antes de tudo, precisamos entender que esse tipo 
de tema apresenta duas partes, ou seja, é um tema bipartido com relação ao qual precisamos tomar 
cuidado. 
Na primeira parte do enunciado do tema, temos este de forma mais ampla: nossa redação 
precisará versar sobre a violência contra a mulher. Contudo, como podemos perceber pelo que vem 
após os dois pontos, há um direcionamento em um tema tão amplo: devemos contrapor os aspectos 
culturais às leis. Como veremos mais à frente, devemos colocar em choque essas duas ideias, podendo 
dizer qual delas deve prevalecer. Logo, logo analisaremos tudo isso. 
ESTRATÉGIA VESTIBULARES - UFRR 
 
 CADERNO DE PROPOSTAS 80 
 
Coletânea de textos 
A partir de agora, faremos a análise dos textos trazidos pela banca para este tema. São três 
reportagens de veículos de notícias diferentes. 
 
 
Caminhos argumentativos possíveis 
Para o tema em questão, podemos imaginar a seguinte organização e argumentos. De forma 
geral, acredito que nesse tema teríamos dificuldade de defender que o pensamento cultural é superior 
às leis, visto que as leis servem para controlar a sociedade. Dessa forma, penso que o melhor caminho a 
seguir seria exatamente o pensamento de que as leis devem ser respeitadas e continuar defendendo as 
mulheres, vulneráveis em nossa sociedade. Analisemos, a seguir, algumas possibilidades de argumentos. 
 
17. (Autoral) Valor social do idoso 
Tema e proposta 
O tema apresentado nessa proposta é extremamente interessante e mostra como a discussão 
acerca da valorização das pessoas sempre está em voga. Em meio à crise mundial causada pelo 
coronavírus, os grupos de risco, em especial os idosos estão no centro da discussão. Isso ocorre porque 
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 CADERNO DE PROPOSTAS 81 
a principal forma de frear a contaminação pelo vírus é a chamada quarentena, que tem por objetivo 
evitar o contato social e, assim, diminuir o número de pessoas contaminadas, utilizando-se da saúde 
pública que, de forma geral, no mundo, não suporta a quantidade de doentes que surgem em uma 
pandemia. 
O problema causado por essa solução para a diminuição das contaminações é considerado 
complicado, porque coloca em risco a saúde econômica do país. Com todos recolhidos em suas casas, 
sem a relação básica de compra e venda, não temos a economia girando, fazendo-a correr um risco 
grande de recrudescer, principalmente em economias que estejam em desenvolvimento, como no caso 
do Brasil. Assim, surge a discussão sobre o tamanho dos perigos da pandemia, muitas vezes relativizados 
pelos governos; bem como discute-se o valor da vida dos grupos de risco. É comum, inclusive, ouvirmos 
que o problema é menor porque afeta somente esses grupos de risco. 
Assim, de um lado, temos a discussão humana e, do outro, adiscussão econômica. No meio 
desse, digamos, tiroteio, temos o principal grupo de risco, os idosos, que nem sempre são valorizados 
nas sociedades em que vivem, gerando declarações como a apontada na construção dessa proposta. 
Vale à pena destacar que as perguntas feitas no próprio tema são extremamente interessantes e 
auxiliam na construção do texto. 
De forma mais objetiva, seu texto deverá ser construído com uma tese, que contará como 
resposta à pergunta mais importante, Elas deveriam ser valorizadas somente se houver algum ganho? 
Essa é a pergunta que irá direcionar a sua tese. Você se posicionará dizendo que sim ou não, ainda que 
não escrevendo efetivamente que sim ou não, claro. Assim, tudo o que você colocará na sua redação 
parte desse ponto: qual é a valorização que devemos endereçar aos idosos? Eles devem ser valorizados 
independente de sua “participação” na sociedade ou só devem ser valorizados quando forem 
“produtivos”? 
Vale nosso primeiro cuidado por aqui: ainda que não tenhamos indicação de anulação da 
redação quando há ferimento dos direitos humanos, cuidado para que sua tese não se encaminhe para 
esse lado. Evite construir uma redação em que os direitos, inclusive os garantidos por lei, sejam 
atacados e desrespeitados por suas ideias. Particularmente, eu acho muito complicada a ideia de dizer 
que a morte de idosos, simplesmente porque o são, deve ser defendida em qualquer nível, para ser 
sincero. Contudo, há sempre defendida a liberdade de expressão. 
Seus argumentos, que na Fuvest, como vocês bem sabem, são extremamente importantes, 
devem apresentar-se e construir-se a partir da resposta às duas outras perguntas do tema: Há ganhos 
na preservação da vida dessas pessoas? Quais são os valores que devem servir de premissa para a 
preservação da vida do idoso? Claro que a resposta a essas perguntas se correlacionarão com o que 
você falará na sua tese. Nem preciso te dizer isso, né? 
Por fim, é interessante que você retome sua tese e resuma seus argumentos, naquela típica 
conclusão por retomada e resumo. Claro que, se você problematizar bastante, pode construir uma 
proposta de intervenção. Ainda assim, acho que ela corre um risco muito forte de ser clichê e mais 
atrapalhar do que ajudar na sua nota. Por isso, recomendo que você pense na clássica conclusão por 
retomada e resumo. 
 
Texto motivador 
O texto apresentado nessa proposta, literalmente no singular, é um texto que serve, apenas para 
que entendamos de onde surge essa discussão, sendo, literalmente, um texto motivador e direcionador 
para o tema. Tema importante, como dissemos acima, e que está sendo discutido de formas distintas, 
como mostra o próprio texto, com “apagamento” da importância dos mais velhos na nossa sociedade. 
Essa forma de ver é motivada, claramente, em meio à pandemia em que vivemos no momento. Apesar 
disso, é possível afirmar que temos essa visão sempre, somente muito à tona por conta do momento. 
 
ESTRATÉGIA VESTIBULARES - UFRR 
 
 CADERNO DE PROPOSTAS 82 
Tese, argumentos e repertórios 
Como discutimos acima, temos, essencialmente, duas teses possíveis, como apresentaremos a 
seguir. Dentre essas duas teses, temos uma mais lógica, por ser a mais, digamos, humana, e a outra que 
leva em consideração os fatores econômicos de forma muito aparente. Para essa segunda tese, temos 
muita dificuldade, por não concordarmos com ela, de encontrarmos argumentos para essa forma de 
pensar. De qualquer forma, apresentamos, a seguir, cada uma das teses com possíveis argumentos. 
Como essa proposta se aplica à Fuvest, vale lembrar que o comportamento é diferente daquele 
que encontramos no ENEM, por exemplo, e em outros vestibulares: as ideias e os argumentos devem 
sempre ser amplos. Analisar os temas sem prender-se a uma única localidade. Por isso, perceba que 
nossos argumentos, de forma geral, inspiram-se, claro, em um lugar, mas não necessariamente se 
prendem a ele. 
Claro que precisamos deixar muito claro que esses argumentos e esses repertórios servem, 
somente, para direcionar seu pensamento e seu texto. Passemos a eles. 
 
 
 
 
 
 
ESTRATÉGIA VESTIBULARES - UFRR 
 
 CADERNO DE PROPOSTAS 83 
18. (FGV Adm. 2018) As sociedades contemporâneas e a solidão 
Em 2018, a FGV montou uma proposta de redação com 4 textos de apoio, instruções específicas e uma 
proposta explícita sobre o tema da solidão no mundo contemporâneo. Os textos poderiam servir como 
subsídio para a produção textual. O significado da solidão no mundo atual deixava espaço para reflexão 
pessoal. 
O primeiro excerto dava uma ideia da extensão do problema. No Reino Unido, 9 milhões de um universo 
de 65,6 milhões de pessoas dizem viver sozinhas. O problema se tornou tão grave que, no país, foi 
criado o Ministério da Solidão. O artigo ainda afirma que tal problema se tornou a epidemia oculta do 
mundo moderno. O segundo texto assinalava causas e consequências do fenômeno. Dentre os fatores 
que favorecem a solidão, podem-se destacar: “envelhecimento da população, o crescimento dos 
afazeres diários, o pouco tempo de lazer, a falta de contato pessoal trazido pelas redes sociais”. Além 
disso, tal epidemia pode ter consequências físicas, mentais e emocionais. 
O terceiro texto aponta que o problema também assola o Brasil e aprofunda a reflexão sobre a 
influência das redes sociais no sentimento de solidão. Há, inclusive, uma nova síndrome, a “fomo” (“fear 
of missing out” em inglês, algo próximo de “medo de perder a oportunidade”). O último texto era 
provocador. Defendia a tese de que solidão não seria uma epidemia moderna, afinal, ela sempre existiu. 
Hoje, há excesso de contato pessoal ou necessidade dele por conta das demandas geradas pelas novas 
redes sociais. 
No comentário à proposta, a Banca exigia que a discussão gerasse em torno não da solidão em si, mas o 
que ela revela sobre nossa época. 
Pressuposto 
Nessa proposta é fácil se atrapalhar com a própria noção de solidão por se tratar de uma percepção 
subjetiva da realidade. Seria interessante ou fazer a distinção para o leitor ou tê-la em mente para fazer 
a redação. A solidão não é simplesmente estar sozinho consigo mesmo, pois alguém pode estar muito 
tranquilo com essa condição e não se sentir solitário. Isso significa que ela depende da expectativa do 
sujeito. Se ele deseja estar rodeado de pessoas que o admiram e não está, ele se sente mal, assim 
podemos definir solidão. 
Teses possíveis 
 
Observe que sua avaliação deve ser em relação à sociedade contemporânea. Considerando a instrução, 
não há grande variação em relação à tese, você deveria defender que o estilo de vida das pessoas na 
contemporaneidade é responsável por esse sentimento. Esperava-se que o candidato pudesse 
determinar o quê nessa sociedade poderia ser responsável por esse sentimento. 
Desenvolvimento 
O desenvolvimento da ideia exigia que você fizesse uma redação a partir de causas e consequências, 
ligando as causas que você destacar e as consequências que permitem reforçar a ideia de que, nas 
sociedades contemporâneas, a sensação de solidão é mais intensa. 
Causas 
ESTRATÉGIA VESTIBULARES - UFRR 
 
 CADERNO DE PROPOSTAS 84 
A coletânea permitia um bom ponto de partida. Você precisaria apenas desenvolver o tópico que você 
achasse mais interessante. Dentre eles, pode-se destacar: 
- taxa de envelhecimento 
- afazeres diários 
- pouco tempo de lazer 
- falta de contato pessoal trazido pelas redes sociais 
- isolamento causado pela farta porção de informações 
- competitividade nas relações sociais e empresariais 
- círculos de amizade pautados por interesses efêmeros (“sociedade líquida”: conceito utilizado por 
Zigmunt Bauman, sociólogo que fez várias descrições de uma sociedade nos quais os parâmetros de vida 
mudam de forma veloz). 
Consequências 
Você deve considerar uma ou duas causas, explicando-as e relacionando-as à solidão. Para tanto, você 
deve tirar consequências do item escolhido. Por exemplo,se você considera a taxa de envelhecimento, 
poderia destacar que o envelhecimento afeta também as relações sociais, pois as pessoas mais velhas 
têm demandas diferentes do restante da sociedade produtiva, o que os leva a um isolamento parcial. 
A Banca espera que você mostre competência nesse jogo de causa e consequência. 
 
19.( Famerp 2016) Impostos sobre grandes fortunas 
Análise da proposta 
Tema e proposta 
O tema “O Imposto sobre Grandes Fortunas é uma injustiça com os mais ricos?” nos põe em confronto 
com um grande dilema. Está claro que todo cidadão brasileiro paga imposto, e não são poucos. Por sua 
vez, independente da renda desses cidadãos, a porcentagem de impostos é a mesma. Mas, ao se 
comparar as rendas, sabemos que quanto menor ela é, mais imposto se recai sobre o cidadão, uma vez 
que o montante o qual ela é retirada é menor, levando à constatação de que quanto mais pobre, mais 
imposto se paga. Entretanto, mesmo por morarmos em um país o qual o valor dos impostos é 
considerado relativamente alto, cobrar além do cidadão, independente do valor de sua fortuna, é visto 
como uma injustiça social que, inclusive, pode atrapalhar o desenvolvimento econômico do país. Em 
posse dessas informações, vejamos, a seguir, possibilidades de se trabalhar o tema. 
 
ESTRATÉGIA VESTIBULARES - UFRR 
 
 CADERNO DE PROPOSTAS 85 
 
 
 
 
 
 
A partir das informações elencadas no quadro, observem que o tema pode ser trabalho a partir de 
variadas perspectivas. Assim, em seu texto, você pode trabalhar a perspectiva favorável, devido à 
arrecadação, ou mesmo apontar ser uma injustiça social fazer com que o cidadão pague mais um tipo de 
imposto. A escolha de uma dessas perspectivas, por trazer intrínseco um problema, pode ser uma 
argumentação que possibilite um desenvolvimento textual mais consistente, apresentando mais 
possibilidades de ideias a serem desenvolvidas. 
Diante disso, esperamos que você, em sua redação, focalize uma das posições seguintes: ou você 
aponta que a cobrança de impostos sobre grandes fortunas representa um benefício social, uma vez que 
o governo pode arrecadar mais para investir em benfeitorias; por outro lado, você pode argumentar que 
isso representa uma injustiça social, uma vez que essas pessoas já pagam impostos, assim como qualquer 
cidadão. Assim, caso você queira apontar como problemática que se deve taxar as grandes fortunas, 
pode utilizar, por exemplo, o argumento de que, se o governo taxar os mais ricos, pode diminuir os 
impostos que recaem sobre os mais pobres. Isso contribuiria para a diminuição das desigualdades sociais, 
em vista de que sobraria mais renda para as populações mais carentes. Por sua vez, se em sua 
argumentação você preferiu falar sobre a injustiça social que recai na taxação, uma possibilidade seria 
discutir que se o indivíduo é mais taxado, menos ele investe em ações que tragam retorno para a 
economia do país, devido à diminuição de seu capital. 
Pensando no exame, o texto Dissertativo-Argumentativo, utilizado pela FAmerp, compõe-se de 
três partes essenciais: 
 
 
 
• A cobrança de impostos sobre grandes fortunas é importante para a 
arrecadação do país, podendo promover outros benefícios sociais. 
• A cobrança de impostos sobre grandes fortunas é injusta à população, 
uma vez que essas pessoas já pagam, normalmente, impostos; 
• A cobrança de impostos sobre grandes fortunas pode representar, mais 
ainda, o alargamento das desigualdades, em vista da separação mais 
clara das classes. 
ESTRATÉGIA VESTIBULARES - UFRR 
 
 CADERNO DE PROPOSTAS 86 
 
 
 
Na elaboração do texto dissertativo-argumentativo, deve-se apontar uma tese clara e consistente 
para que você, ao longo de seu texto, consiga argumentar com facilidade, sem necessitar recorrer a ideias 
que possam enfraquecer sua argumentação. 
Assim, em sua introdução, você deverá delimitar o seu tema, visto que, como comentamos acima, 
é amplo, e apresentar a sua tese. A partir disso, você estará construindo seu projeto de texto, elemento 
fundamental na escrita de uma redação. Quando uma produção apresenta um projeto de texto, o leitor, 
na introdução, já focaliza o assunto que está sendo abordado e o seu ponto de vista sobre ele, o que você 
irá defender sobre esse tema. Logo, com o projeto de texto, mostra-se, antes de argumentar, qual o 
caminho opinativo, ou seja, qual a tese que você apresentará em seu texto. Pense que o seu leitor, ainda 
que seja um corretor, não “conhece” o seu tema. É como se estivesse entrando em contato com ele pela 
primeira vez. Tudo caminha para que ele compreenda o tema a partir do seu texto. Se, por acaso, você 
costuma se perder na argumentação, principalmente quando tratamos da organização dos argumentos 
na cabeça, indique, logo na introdução, os argumentos que irá trabalhar ao longo da sua redação. Isso 
facilita a coerência de suas ideias. 
Por sua vez, no desenvolvimento, você deverá apresentar seus argumentos. Comumente, 
recomendamos dois argumentos pela extensão da redação. Pode parecer muito, mas 30 linhas, para um 
texto bem desenvolvido, acaba sendo pouco. Assim, com dois argumentos, fica um pouco mais fácil de 
desenvolver as ideias como deve. É importante destacar que o repertório deve estar presente, 
fundamentando seus argumentos de forma clara e produtiva. Sempre coloque repertório em seus 
argumentos e apresente, claramente, a ligação entre as duas partes: a sua afirmação e o repertório. 
Por fim, você deve concluir as ideias desenvolvidas ao longo do texto. Retome aos argumentos 
explanados para poder dar um fechamento geral no texto, sempre articulando ao tema de sua redação. 
 
Coletânea de textos 
Os textos motivadores são suportes para a compreensão do tema. Assim, não se pode utilizar seus 
argumentos e nem parte desses textos na produção textual. Busque utilizar os textos como 
direcionadores dos seus pensamentos. Muitas vezes, vocês apresentam a ideia de que não podem ler os 
textos motivadores porque ocorrem essencialmente dois problemas: ou vocês descobrem que todos os 
argumentos que têm estão colocados nos textos; ou sentem uma incontrolável necessidade de usar 
aqueles argumentos que ficam fixos no seu inconsciente. Para resolver isso, só treinando muito a 
produção textual. Treine e treine e, quando cansar de treinar, treine mais um pouco. Escrever nós 
realmente aprendemos escrevendo. 
A seguir, apresentamos uma pequena análise de cada um dos textos constantes da proposta. 
 
TEXTO I TEXTO II 
 
 
 
 
• O Imposto sobre Grandes Fortunas (IGF) é um 
imposto previsto na Constituição brasileira de 
1988, mas ainda não regulamentado. 
• Uma pessoa com patrimônio considerado grande 
fortuna pagaria sobre a totalidade de seus bens 
uma porcentagem de imposto 
• No Brasil, políticos e economistas divergem se o 
IGF é um instrumento eficaz de arrecadação ou 
de diminuição da concentração de renda e de 
riqueza. 
 
• Sempre que o governo se vê acuado, a 
discussão sobre o IGF volta à baila, sob o 
argumento de que o “andar de cima” precisa 
ser mais taxado. 
• Trocando em miúdos, todo aquele que, por 
ventura, adquira um patrimônio acima de 2 
milhões de reais será punido anualmente 
com alíquotas progressivas, que variarão de 1 
a 5%. Seu crime? Poupar e investir a renda, 
no lugar de consumi-la. 
• Como a renda no Brasil já é fortemente 
ESTRATÉGIA VESTIBULARES - UFRR 
 
 CADERNO DE PROPOSTAS 87 
 
 
 
 
 
TEXTO III 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Tese e argumentos possíveis 
Como observamos ao longo dessa descrição, é possível pensar, sem se desligar do tema, em 
diferentes argumentos para o desenvolvimento textual. Buscamos sinalizar que encontrar um problema 
para dá solução ao assunto é um dos caminhos mais fáceis para o desenvolvimento de seu texto, 
desviando à possibilidade desua redação ficar muito descritiva. Assim, o processo argumentativo, que 
inclui defender um posicionamento acerca de uma temática específica, fica facilitado quando se enxerga 
problemas, sendo possível, assim, argumentar sobre a razão da existência desses problemas. 
Dessa forma, a tese de seu texto pode problematizar tanto as benesses em se taxar as grandes 
fortunas, quanto os malefícios sociais desse ato. Quando você utiliza o argumento de tese como um 
problema, existe a possibilidade de se descrever o porquê desse problema, o que possibilita articular 
causas de consequências. É, literalmente, construir a motivação da existência do problema e, a partir 
disso, apresentar argumentamos em favor de comprovar essa existência. 
 
 
• A estrutura tributária brasileira faz com 
que as camadas menos favorecidas 
economicamente sejam as mais 
oneradas pela tributação no Brasil. De 
acordo com estudo do Instituto de 
Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), os 
10% mais pobres da população 
mobilizam 32% da sua renda no 
pagamento de impostos, enquanto os 
10% mais ricos gastam apenas 21%. 
• Cada cidadão tem que contribuir para o 
financiamento fiscal de acordo com seu 
poder aquisitivo e econômico –, mas 
isso não acontece no Brasil. Outro 
princípio muito importante é o da 
progressividade, que significa: quanto 
maior a renda, maior a alíquota.” 
 
ESTRATÉGIA VESTIBULARES - UFRR 
 
 CADERNO DE PROPOSTAS 88 
2.2 ÉTICA 
20. (Facisb 2019) O papel do consumidor no combate à escravidão 
moderna 
Texto 1 
Cerca de 45,8 milhões de pessoas em todo o mundo estão sujeitas a alguma forma de escravidão 
moderna. A estimativa é do relatório Índice de Escravidão Global 2016, da Fundação Walk Free, 
divulgado em maio deste ano. Segundo o último relatório, de 2014, cerca de 35,8 milhões de pessoas 
vivem nessa situação. 
A escravidão moderna ocorre quando uma pessoa controla a outra, de tal forma que retire dela sua 
liberdade individual, com a intenção de explorá-la. Entre as formas de escravidão está o trabalho 
forçado em condições degradantes, com extensas jornadas, sob coerção, violência ou ameaça. Este é 
um crime oculto que afeta todos os países, por isso é preciso o envolvimento dos governos, da 
sociedade civil, do setor privado e da comunidade para proteção da população vulnerável. A pobreza e a 
falta de oportunidades são fatores determinantes para o aumento da vulnerabilidade à escravidão 
moderna. 
(Andreia Verdélio. “Escravidão moderna atinge 45,8 milhões de pessoas no mundo”. 
www.agenciabrasil.ebc.com.br, 30.05.2016. Adaptado.) 
Texto 2 
“Desenvolvemos nossos produtos com o objetivo de atender mulheres que valorizam a sofisticação, o 
requinte e o conforto sempre com um olhar contemporâneo”, dizem peças publicitárias de uma marca 
de roupas femininas. Mas uma investigação do Ministério do Trabalho e Emprego sugere que esse 
objetivo possa estar sendo cumprido com ajuda da exploração de trabalho escravo. Cinco trabalhadores 
bolivianos foram encontrados em uma pequena oficina de confecção, cuja produção era 100% destinada 
à marca. Sem carteira assinada ou férias, eles trabalhavam e dormiam com suas famílias em ambientes 
com cheiro forte, onde camas eram separadas de máquinas de costura por placas de madeira e plástico. 
Os salários desses trabalhadores eram de R$ 6,00, em média, por roupa costurada. Segundo o 
Ministério, a empresa, cujas peças podem custar mais de R$ 500,00 nas lojas, recusou-se a pagar os 
direitos trabalhistas dos resgatados. 
Conforme o relatório da fiscalização, “no modelo adotado nesse núcleo fabril, não havia qualquer 
limitação de jornada, sendo inexistentes os limites, inclusive de espaço físico entre a vida fora e dentro 
do trabalho”, afirmam os auditores do Ministério. “Esta jornada, agravada pelo ritmo intenso, pelo nível 
de dificuldade, detalhamento e concentração exigido no trabalho de costura de peças de vestuário e 
pela remuneração por produção, leva os trabalhadores ao esgotamento físico e mental.” 
(Ricardo Senra. “Fiscalização flagra trabalho escravo e infantil em marca de roupas de luxo em SP”. 
www.bbc.com, 20.06.2016. Adaptado.) 
Texto 3 
É preciso entender o porquê da existência de trabalho escravo em pleno 2016. São muitos os fatores e, 
entre eles, está o estilo de consumo que se tem perpetuado nos dias de hoje. Tomemos como exemplo 
o sujeito que, no Pará, cata e vende castanhas a R$ 5,00 o quilo, produto que, nas cidades grandes, é 
vendido a R$ 40,00 o quilo, na lojinha de produtos orgânicos. Ou as lojas de roupas que, muito embora 
vendam seus produtos por preços exorbitantes, pagam R$ 5,00 às costureiras para cada peça feita. 
Como desconfiar de que esses produtos têm origem em trabalho escravo contemporâneo? Em que 
medida o consumidor, indivíduo pensante, coopera para a manutenção desses trabalhadores em 
situações análogas à escravidão? 
ESTRATÉGIA VESTIBULARES - UFRR 
 
 CADERNO DE PROPOSTAS 89 
Talvez a sociedade precise refletir mais sobre o produto que consome. Não dá mais para continuar a 
transferir a responsabilidade desse problema tão grave ao outro. Devemos parar de responsabilizar só o 
empresário e o empregador, sem parar para pensar em toda a cadeia que alimenta e colabora para a 
perpetuação desse crime. Esse problema é social. É de todos nós e de cada um de nós. Está na hora de 
sermos mais responsáveis pelos problemas que assolam nossa sociedade, que estão mais próximos da 
nossa vida do que podemos imaginar e que, ainda que inconscientemente, acabamos por alimentar. 
(Flávia Guth. “Sociedade precisa assumir a responsabilidade pelo trabalho escravo”. 
www.metropoles.com, 19.06.2016. Adaptado.) 
Texto 4 
Campanhas para não consumir produtos de determinadas lojas ou marcas foram lançadas nas redes 
sociais. Mas como funciona: você deve deixar de comprar aqui para fazê-lo em outro lugar porque sua 
consciência manda? Certo. Mas, em alguns meses, mais uma denúncia acontece; dessa vez, é a outra 
marca que explora as pessoas, e o consumidor se vê, mais uma vez, tendo que mudar seu destino de 
compra. Quer dizer, então, que cabe ao cliente punir as empresas acusadas de trabalho escravo? Não 
deveria caber ao governo e às outras empresas? Ou à fiscalização relacionada a essa prática? Será que 
as leis não deveriam ser mais duras e a fiscalização mais certeira? 
É tão absurdo quanto horrendo saber que pessoas trabalham em situações sub-humanas, mas não cabe 
ao consumidor ser o fiscal nem o promotor dessas ações de combate. Ele deve, sim, denunciar quando 
houver suspeita, claro. Mas, além disso, combater o trabalho escravo é ou deveria ser de total 
responsabilidade do Estado e das empresas e marcas. Algumas delas estão tomando medidas proativas 
para abordar a escravidão em sua cadeia de abastecimento, no âmbito do Plano Nacional pela 
Erradicação do Trabalho Escravo. As empresas utilizam uma lista suja para identificar os fornecedores 
com evidência de escravidão. Empresas de abastecimento identificadas nessa lista não são elegíveis 
para crédito financeiro e enfrentam sanções econômicas e jurídicas. Ou seja, os esforços parecem 
aumentar, mas ainda precisa melhorar muita coisa. 
(“Trabalho escravo: a culpa é de quem?”. www.consumidormoderno.com.br, 13.05.2015. Adaptado.) 
Com base nos textos apresentados e em seus próprios conhecimentos, escreva uma dissertação, 
empregando a norma--padrão da língua portuguesa, sobre o tema: “O papel do consumidor no 
combate à escravidão moderna”. 
21. (FAMEMA 2018) Violência contra o professor 
Texto 1 
Uma pesquisa mundial da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) com 
mais de 100 mil professores e diretores de escola do segundo ciclo do ensino fundamental e do ensino 
médio (alunos de 11 a 16 anos) põe o Brasil no topo de um ranking de violência em escolas: 12,5% dos 
professores ouvidos no país disseram ser vítimas de agressões verbais ou de intimidação de alunos pelo 
menos uma vez por semana. Trata-se do índice mais alto entreos 34 países pesquisados. 
A pesquisadora Rosemeyre de Oliveira, da PUC-SP, atribui a violência nas escolas à impunidade dos 
estudantes. “O aluno que agride o professor sabe que vai ser aprovado. Pode ser transferido de colégio 
– às vezes é apenas suspenso por oito dias”, diz. “Os regimentos escolares não costumam sequer prever 
esse tipo de crime. Aí, quando ele ocorre, nada acontece.” 
(Luiza Tenente e Vanessa Fajardo. “Brasil é #1 no ranking da violência contra professores: entenda os 
dados e o que se sabe sobre o tema”. g1.globo.com, 22.08.2017. Adaptado.) 
Texto 2 
A presidente-executiva da organização Todos Pela Educação, Priscila Cruz, acredita que o primeiro passo 
para diminuir as agressões contra os professores é reconhecer que a escola sozinha não é capaz de 
prevenir a violência. “Muitas vezes, essa é a referência em casa, na comunidade. É preciso trabalhar a 
ESTRATÉGIA VESTIBULARES - UFRR 
 
 CADERNO DE PROPOSTAS 90 
cultura de paz na escola, motivar a solução não violenta de conflitos. Qualquer violência escolar não é 
um problema só da educação.” 
Para a coordenadora executiva da Comunidade Educativa (Cedac), Roberta Panico, esse tipo de violência 
é uma reprodução do que ocorre fora da escola, mas há outro tipo de agressão praticada pela escola 
contra o aluno, da qual pouco se fala. “A sociedade está mais violenta. Ir para uma escola suja, 
quebrada, não aprender o que deveria, isso também é violência.” 
(Maiza Santos. “Brasil é campeão em atos violentos de alunos contra professores”. www.em.com.br, 
23.08.217. Adaptado.) 
Texto 3 
No contexto escolar, a partir do conjunto de regras que ditam os comportamentos e as relações – 
incluído aí o exercício da autoridade por parte do professor – desenvolvem-se sentimentos, atitudes e 
percepções variadas acerca da própria escola, que podem, muitas vezes, levar a desinteresse, 
indisciplina e atos de violência por parte dos alunos. Esses reclamam que os próprios adultos infringem 
as regras e que há abuso de poder por parte das instituições, que impõem regras sem margens de 
defesa ou possibilidades de contestação por parte dos jovens. 
Por outro lado, os professores sugerem que a estrutura familiar e a falta de sintonia entre escola e 
família em relação ao papel que desempenham na formação do aluno contribuem para a incidência de 
agressões. Segundo os docentes, a violência contra o professor é um reflexo da classe social a que 
pertencem os alunos, das comunidades em que estão inseridos, da família da qual fazem parte e das 
mídias a que têm acesso. 
(Kátia dos Santos Pereira. “Violência contra os professores nas escolas”. www2.camara.leg.br, maio de 
2016. Adaptado.) 
Com base nos textos apresentados e em seus próprios conhecimentos, escreva uma dissertação, 
empregando a norma- -padrão da língua portuguesa, sobre o tema: 
A violência contra o professor é consequência de regras escolares impostas aos alunos 
de forma autoritária ou reflexo de uma sociedade violenta? 
 
22 . (UEA 2019) Comportamentos machistas na internet 
Texto 1 
Atitudes machistas de torcedores na Copa do Mundo de 2018 na Rússia geraram polêmicas com a 
divulgação de vídeos em que mulheres são constrangidas ao repetirem palavras ofensivas em idiomas 
que não conhecem. 
O caso que gerou maior repercussão no país envolve um grupo de brasileiros que, sob pretexto de 
ensinar cantos de torcida, fez com que uma jovem repetisse palavras que remetessem ao órgão sexual 
feminino. Ela sorri e repete animada. 
A jurista e ativista russa Alena Popova fez um abaixo-assinado on-line para denunciar a atitude dos 
torcedores brasileiros. Segundo ela, a petição pode ser usada pelo governo russo para uma possível 
punição. Popova diz que os torcedores poderiam ser punidos com uma multa por humilhar 
publicamente a honra e a dignidade da mulher russa e por violar a ordem pública. 
(“Vídeos machistas de torcedores na Rússia se espalham pela web e causam revolta”. 
https://g1.globo.com.br, 19.06.2018. Adaptado.) 
Texto 2 
O jornalista âncora do RedeTV News, Boris Casoy, causou grande polêmica ao comentar o vídeo 
machista de brasileiros, gravado durante a Copa do Mundo de 2018 na Rússia: “O que esses turistas 
fizeram é reprovável, mas tudo isso não passa de uma molecagem que não é inédita, uma cafajestagem 
de péssimo gosto. Nada comparável a um crime. Portanto, nada justifica o linchamento desses 
ESTRATÉGIA VESTIBULARES - UFRR 
 
 CADERNO DE PROPOSTAS 91 
moleques, que está circulando pelo Brasil inteiro como se tivessem cometido o pior crime do mundo. 
São apenas moleques e cafajestes”, avaliou Casoy. 
(Leandro Mendonça. “Boris Casoy causa polêmica ao defender brasileiros de vídeo de assédio na Copa 
do Mundo”. https://minutolivre.com, 20.06.2018. Adaptado.) 
Texto 3 
]O ambiente virtual favorece a formação de aglomerações espontâneas que se dedicam tanto a castigar 
pessoas específicas quanto a atacar grupos sociais. 
Em seu livro “Is Shame Necessary?” (“A vergonha é necessária?”, ainda sem tradução no Brasil), a 
professora Jennifer Jacquet enxerga o lado positivo do fenômeno. Segundo ela, o constrangimento 
público facilitado pela tecnologia pode ser útil para que a sociedade civil exponha autoridades e 
empresas, reprovando ações que considere nocivas. 
 “A punição pela exposição pública age não apenas para desestimular um indivíduo a repetir 
comportamentos, mas para sinalizar à sociedade que um comportamento não é apropriado”, reforça a 
professora. 
(Walter Porto. “Redes sociais empoderam indivíduos, mas viram nova praça de linchamento”. 
www1.folha.uol.com.br, 24.04.2015. Adaptado.) 
Com base nos textos apresentados e em seus próprios conhecimentos, escreva uma dissertação, 
empregando a norma-padrão da língua portuguesa, sobre o tema: 
A exposição de autores de comportamentos machistas na internet contribui para 
desestimular tais comportamentos? 
 
23 . (Autoral 2020 Wagner Santos) Depressão na adolescência 
Texto I 
Depressão na adolescência (Drauzio Varella) 
Depressão é uma doença crônica, recorrente, muitas vezes com alta concentração de casos na 
mesma família, que ocorre não só em adultos, mas também em crianças e adolescentes. O que 
caracteriza os quadros depressivos nessas faixas etárias é o estado de espírito persistentemente 
irritado, tristonho ou atormentado que compromete as relações familiares, as amizades e a 
performance escolar. (...) 
A doença é recorrente: para quem já apresentou um episódio de depressão a probabilidade de 
ter o segundo em dois anos é de 40%, e de 72% em 5 anos. 
Em pelo menos 20% dos pacientes com depressão instalada na infância ou adolescência, existe o 
risco de surgirem distúrbios bipolares, nos quais fases de depressão se alternam com outras de mania, 
caracterizadas por euforia, agitação psicomotora, diminuição da necessidade de sono, ideias de 
grandeza e comportamentos de risco. 
Antes da puberdade, o risco de apresentar depressão é o mesmo para meninos ou meninas. 
Mais tarde, ele se torna duas vezes maior no sexo feminino. A prevalência da enfermidade é alta: 
depressão está presente em 1% das crianças e em 5% dos adolescentes. 
Ter um dos pais com depressão aumenta de 2 a 4 vezes o risco da criança. O quadro é mais 
comum entre portadores de doenças crônicas como diabetes, epilepsia ou depois de acontecimentos 
estressantes como a perda de um ente querido. Negligência dos pais e/ou violência sofrida na primeira 
infância também aumentam o risco. 
É muito difícil tratar depressão em adolescentes sem os pais estarem esclarecidos sobre a 
natureza da enfermidade, seus sintomas, causas, provável evolução e as opções medicamentosas. Uma 
classe de antidepressivos conhecida como a dos inibidores seletivos da recaptação da serotonina 
(fluoxetina, paroxetina, citalopran, etc.) é considerada como de primeira linha no tratamento em 
ESTRATÉGIA VESTIBULARES - UFRR 
 
 CADERNO DE PROPOSTAS 92 
crianças e adolescentes e os estudos mostram que 60%respondem bem a esse tipo de medicação, que 
apresenta menos efeitos colaterais e menor risco de complicações por “overdose” do que outras classes 
de antidepressivos. 
(https://drauziovarella.uol.com.br/drauzio/depressao-na-adolescencia/. Fragmento) 
 
Texto II 
 
 
Considerando as ideias apresentadas no texto e outras que julgar importantes, redija uma dissertação 
em prosa, na qual você exponha seu ponto de vista sobre o tema: como os jovens devem lidar com as 
mudanças em sua vida para tentar evitar a depressão? 
 
Instruções: 
• A dissertação deve ser redigida de acordo com a norma culta da língua portuguesa. 
• Escreva, no mínimo, 20 linhas, com letra legível, e não ultrapasse o limite de 30 linhas. 
• Dê, se achar necessário, um título à sua redação. 
 
24. (FAMERP 2017) Selfies 
Texto 1 
O respeitabilíssimo Dicionário Oxford, o mais extenso da língua inglesa, anunciou que um novo 
verbete passaria a figurar em suas páginas: selfie, que reúne o substantivo “self” (eu, a própria pessoa) e 
o sufixo “-ie”. Eis sua definição: “Fotografia que alguém tira de si mesmo, em geral com smartphone ou 
webcam, e carrega em uma rede social.” 
(Rafael Sbarai. “Selfie é a nova maneira de expressão e autopromoção”. veja.abril.com.br, 23.11.2013. Adaptado.) 
 
Texto 2 
O professor de psicologia da Universidade da Geórgia, nos Estados Unidos, Keith Campbell, 
sugere que um dos motivos que nos fazem amar selfies é porque elas são uma forma de expressão 
criativa. Ele afirma que a selfie é uma variação moderna dos autorretratos dos artistas. 
As selfies também nos permitem exercer um nível de controle maior sobre como os outros nos 
enxergam online, e isso é um grande apelo. Graças às câmeras dos celulares localizadas na frente, 
podemos tirar inúmeras fotos de nós mesmos até conseguir a imagem que nos mostra exatamente 
como queremos – uma imagem a qual nos sentimos felizes de compartilhar com o mundo online. 
Curioso notar que uma pesquisa sugere que essa “auto representação seletiva” pode na verdade 
aumentar nossa autoestima e confiança. 
https://www.google.com.br/url?sa=i&rct=j&q=&esrc=s&source=images&cd=&cad=rja&uact=8&ved=2ahUKEwiyzaKVu-3bAhWCTJAKHa-ZAUoQjRx6BAgBEAU&url=https://matematicaeafins.com.br/blog/2018/05/03/atualidades-xxiv-2018-depressao-entre-adolescentes-e-suicidio-entre-adolescentes-e-na-populacao-em-geral/&psig=AOvVaw1Unu9XFNB4KMEcfetMiIiY&ust=1529969610476827
ESTRATÉGIA VESTIBULARES - UFRR 
 
 CADERNO DE PROPOSTAS 93 
E os benefícios potenciais da selfie não param aí. As selfies têm uma característica espontânea e 
íntima que vem mudando a maneira com que documentamos, compartilhamos e celebramos eventos. 
Quando encontramos uma celebridade, não buscamos mais um autógrafo impessoal, nem precisamos 
usar cartões postais para dividir as memórias de uma viagem bacana. Pelo contrário, capturamos esses 
momentos únicos e compartilhamos com nossos amigos imediatamente. A Dra. Andrea Letamendi 
explica que “psicologicamente, podem haver benefícios em se compartilhar selfies porque essa prática 
está impregnada em nossa cultura e é uma maneira de se interagir socialmente com outros.” 
(“O que seu selfie diz sobre você? A ciência por trás da nossa obsessão”. www.shutterstock.com. Adaptado.) 
 
Texto 3 
Na mitologia grega, Narciso era conhecido por sua beleza, mas, ao ver-se refletido nas águas de 
uma fonte, apaixonou-se por si mesmo. E, em busca desse amor impossível, fundiu-se consigo mesmo e 
sucumbiu na própria imagem. Trazendo para o atual contexto, podemos ver o narcisismo nas 
tecnologias, principalmente com o uso das redes sociais e as tão faladas selfies, que não estariam 
ligadas apenas à intenção de se expor, através de um autorretrato, mas também a uma busca pelo 
elogio e pelo olhar do outro para ser admirado, reconhecido e, assim, amado. 
O que é muito discutido atualmente é se toda essa exposição e busca revela um sintoma da 
sociedade, cada vez menos interessada nas relações de fato e reais, à medida que apenas investe na 
proliferação de imagens, que não necessariamente traduzem o sentido real, ou seja, se o indivíduo de 
fato está feliz e bem. Mas essa busca por ser admirado e amado, de modo tão instantâneo, traduz os 
reais sentimentos? E, ao final, o indivíduo que terá muitas curtidas e elogios realmente se sentirá 
melhor? 
Dessa forma, cada vez mais as relações se tornam superficiais, ou seja, quando o indivíduo está 
realmente em contato com o outro, pouco expõe o que deseja, sente, pensa, já que está tão voltado 
para a sua selfie. 
(“O narcisismo na contemporaneidade: o mal-estar da era das selfies”. http://lounge.obviousmag.org, setembro de 2014. Adaptado.) 
 
Com base nos textos apresentados e em seus próprios conhecimentos, escreva uma dissertação, de 
acordo com a norma-padrão da língua portuguesa, sobre o seguinte tema: 
Selfies: mecanismo de interação social ou narcisismo em excesso? 
 
25. (FAMECA 2016) Remoção de órgãos saudáveis para prevenir o 
câncer 
Texto 1 
A decisão de Angelina Jolie de remover um órgão para prevenir a incidência de câncer gerou 
repercussão mundial mais uma vez, lançando luz sobre a solução indicada por especialistas para os 
casos de quem apresenta mutação no gene BRCA1. Angelina, que perdeu a mãe, a avó e a tia para a 
doença, retirou as mamas (mastectomia) em 2013 e, recentemente, fez cirurgia para a remoção de 
ovários e trompas de Falópio (tubas uterinas). Patricia Prolla, professora de Genética da Universidade 
Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e coordenadora da Rede Nacional de Câncer Familial, ressalta que 
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 CADERNO DE PROPOSTAS 94 
a decisão da atriz em nada tem a ver com exagero ou automutilação: “O que ela está fazendo é alertar 
para um risco muito alto e está tentando desmistificar uma conduta que é agressiva, mas necessária.”. 
(“Entenda a mutação do gene de Angelina Jolie”. http://zh.clicrbs.com.br, 27.03.2015. Adaptado.) 
 
Texto 2 
Segundo o Dr. Antonio Luiz Frasson, mastologista do Hospital Albert Einstein, tumores nas 
mamas associados à mutação do gene BRCA1 afetam mulheres mais jovens, justamente uma faixa etária 
na qual alguns métodos de rastreamento, como a mamografia tradicional, podem se revelar menos 
eficientes. O rastreamento familiar e os exames moleculares permitem identificar se há suscetibilidade 
hereditária a mutações. Quando confirmada a mutação genética, particularmente do gene BRCA1, a 
mastectomia é, sim, um eficiente recurso preventivo. 
(“Mastectomia profilática: fazer ou não?”. www.einstein.br, 12.06.2013. Adaptado.) 
 
Texto 3 
Uma mulher com alto risco para câncer de mama pode optar por não fazer a mastectomia 
preventiva. Uma alternativa é redobrar o acompanhamento das mamas, partindo para exames de 
rastreamento, como ultrassom e mamografias, em intervalos de tempos mais curtos, por exemplo. O 
objetivo, nesse caso, é identificar o câncer numa fase muito precoce e iniciar o tratamento adequado a 
partir desse diagnóstico. Dados do Instituto Nacional do Câncer (INCA) apontam que, se a doença for 
detectada em estágio inicial, a chance de cura chega a 90%. 
(“Mastectomia preventiva: cirurgia”. www.minhavida.com.br. Adaptado.) 
Texto 4 
A cirurgia de retirada dos ovários, das trompas e das mamas não é a única forma de prevenir o 
câncer nesses locais. Uma alimentação equilibrada, aliada a exercícios físicos e a um rigoroso 
acompanhamento médico, pode evitar o crescimento de tumores e impedir a mutilação. “A retirada dos 
órgãos diminui em 90% a possibilidade de a mulher ter a doença, mas não a extingue por completo”, 
afirma Reynaldo Augusto Machado Júnior, ginecologista da Beneficência Portuguesa de São Paulo. 
Outro agravante da retirada dos ovários é a menopausa precoce, que pode trazer sintomas depressivos, 
osteoporose desencadeada pela perda de massa óssea e queda na libido. A reposição hormonal pode 
ajudar a evitar esses sintomas, mas, por ter potencial cancerígeno, tambémaumenta a chance de 
desenvolver outros tipos de câncer. 
(“Cirurgia de Angelina para evitar câncer leva à menopausa e queda da libido”. http://noticias.uol.com.br, 24.03.2015. Adaptado.) 
 
Com base nos textos apresentados e em seus próprios conhecimentos, escreva uma dissertação, 
empregando a norma-padrão da língua portuguesa, sobre o tema: 
 
Remoção de órgãos saudáveis para evitar o câncer: prevenção necessária ou conduta exagerada? 
 
26. (UFGRS 2019) Criação dos filhos 
Considere a seguinte situação. 
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 CADERNO DE PROPOSTAS 95 
Você foi aprovado no vestibular e começou a frequentar a Universidade. No primeiro semestre, 
você está cursando a disciplina de Língua Portuguesa e, nela, está vivenciando atividades de leitura e 
produção textual. 
Na última aula, foi lido e discutido por todos os presentes o texto do psicanalista Contardo 
Calligaris, “Os adolescentes que merecemos” (colocado a seguir). As ideias apresentadas pelo 
psicanalista têm grande força argumentativa e expressam um ponto de vista bem definido. 
Evidentemente, durante a discussão em sala de aula, muitas opiniões surgiram sobre o texto: algumas 
favoráveis, outras contrárias. Essa diferença de opiniões, quando feita nos limites da tolerância e do 
respeito, é bem-vinda, pois ela possibilita instaurar um debate bem fundamentado a respeito de 
qualquer assunto. 
Após a discussão, ficou decidido que você deverá produzir um texto dissertativo sobre as ideias 
expressas pelo autor. Além disso, foi decidido também que você lerá seu texto, na próxima semana, 
integralmente, em voz alta, para todos os colegas da turma da faculdade. 
Ora, tendo em vista essa situação, é fundamental que sua opinião seja apresentada de modo 
articulado, em um conjunto de ideias claras e consistentes. Para desenvolvê-la, você pode se valer, além 
das ideias do texto de Contardo Calligaris, de exemplos pessoais, situações presenciadas, fatos, 
acontecimentos, enfim, tudo o que possa ajudá-lo a sustentar de maneira qualificada suas ideias e a 
convencer os colegas de turma de que seu posicionamento a respeito do texto do psicanalista é 
defensável. Em resumo, você deverá escrever um texto dissertativo que: 
a) apresente claramente sua opinião e seu ponto de vista sobre as ideias expressas pelo autor do 
texto a seguir; 
b) desenvolva argumentos que permitam fundamentar sua opinião e seu ponto de vista 
 
Os adolescentes que merecemos 
Contardo Calligaris ABBY SUNDERLAND nasceu na Califórnia, em outubro de 1993. A família vivia num barco, ao longo da costa do Pacífico. 
O irmão mais velho de Abby, Zac, aos 17 anos, tornou-se o mais jovem velejador a circum-
navegar a Terra sozinho. O recorde de Zac não resistiu muito tempo: logo, Michael Perham, um 
adolescente inglês um ano mais jovem que Zac, completou sua volta solitária ao mundo. Note-se que 
Perham, aos 14 anos, já tinha atravessado o Atlântico sozinho. 
Abby também, desde seus 13 anos, sonhava em circum-navegar a Terra. No começo deste ano, 
aos 16, sozinha, ela largou as amarras de seu veleiro de 12 metros e desceu o Pacífico Sul. Passou o 
Cabo Horn, atravessou o Atlântico e passou o Cabo de Boa Esperança, lançando-se no Oceano Índico. 
Entre a África e a Austrália, Abby encontrou uma tempestade à qual o mastro de seu barco não resistiu. 
No sábado passado, depois de dois dias à deriva num mar infernal, ela foi resgatada. 
Pela internet afora e na imprensa dos EUA, os pais de Abby estão sendo criticados por um coro 
indignado: como vocês puderam deixar uma menina de 16 anos errar sozinha pelo mar e pelos portos? 
Fora tsunamis e tempestades, o que dizer dos meses insones espreitando o mar e o vento a cada meia 
hora, da solidão, do trabalho incessante, do frio, do desconforto de uma navegação solitária ao redor do 
mundo? E os piratas ao sul da Malásia? Por qual permissividade maluca vocês aceitaram que Abby se 
lançasse numa aventura que seria arriscada para gente grande? Já a bordo do barco que a resgatou, 
Abby escreveu no seu blog: "Há uma quantidade de coisas que as pessoas podem estar a fim de culpar 
pela minha situação: minha idade, a época do ano e muito mais. A verdade é que passei por uma 
tempestade, e você não navega pelo Oceano Índico sem entrar em, no mínimo, uma tempestade. Não 
foi a época do ano, foi apenas uma tempestade do Oceano Sul. As tempestades fazem parte do pacote 
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 CADERNO DE PROPOSTAS 96 
quando você veleja ao redor do mundo. No que concerne à idade, desde quando a mocidade do 
velejador cria ondas gigantescas?". 
Se você duvida que Abby tivesse a maturidade necessária para sua empreitada, leia o diário da 
viagem (www.soloround.blogspot.com) – sobretudo as notas de Abby durante a interminável navegação 
no Atlântico Sul. 
Os que censuram os pais de Abby afirmam que nunca autorizariam seus rebentos a velejar 
sozinhos ao redor do mundo porque, aos tais rebentos, falta seriedade e falta experiência. Eles devem 
ter razão – afinal, eles conhecem seus filhos. Mas cabe perguntar: essa falta de seriedade e experiência 
é efeito de quê? Da simples juventude? Duvido: La Pérouse, o navegador francês, aos 17 anos, em 1758, 
já estava combatendo os ingleses ao largo de Terra Nova. Então, efeito de quê? Pois é, provavelmente, 
os mesmos pais que se indignam com a "irresponsabilidade" dos genitores de Abby permitem a seus 
filhos, mais jovens que Abby, de sair em baladas nas quais os únicos adultos são os que vendem drogas 
e bebidas. 
Será que a volta para casa de madrugada, num carro dirigido por amigos exaustos, exaltados ou 
sonolentos, é menos perigosa do que a circum-navegação do mundo num veleiro pilotado por Abby, 
animada há anos por um desejo intenso e focado? E, de qualquer forma, qual das duas experiências 
você prefere para seus filhos? 
O fato é que muitos pais preferem que os filhos errem como baratas tontas, de festinha em 
festinha. Por quê? Simples: assim, os filhos ficam infinitamente mais dependentes. E os pais modernos, 
em regra, querem os filhos por perto; eles adoram que os filhos demonstrem que eles não são 
suficientemente maduros para sair pelo mundo e para correr os riscos que o desejo acarreta. 
Não deveríamos nos perguntar qual é a loucura dos pais que empurraram Zac, Abby e Michael 
mar adentro, mas qual é a loucura dos pais que preferem largar seus filhos nas noites, em que vodca, 
cerveja, maconha, ecstasy e papo furado servem para convencer os próprios adolescentes de que ainda 
não começaram a viver e, portanto, vão precisar dos adultos por muito tempo. 
Comentando a aventura de Abby, um pai me disse: "Nunca deixaria minha filha navegar sozinha, 
eu não quero perdê-la". Pois é, "não quero perdê-la" em que sentido? 
https://www1.folha.uol.com.br/fsp/ilustrad/fq1706201023.htm. Acesso em: 10 out. 2018. 
27. (Mackenzie 2019) Videogames violentos 
Redija uma dissertação a tinta, desenvolvendo um tema comum aos textos abaixo. Obs.: O texto deve 
ter título e estabelecer relação entre o que é apresentado nos textos da coletânea. 
Texto I 
O temor de tantos pais e educadores acaba de ganhar um argumento científico a favor: 
videogames violentos realmente tornam os jovens menos sensíveis à violência real. Pesquisadores 
trabalharam com o conceito de dessensibilização, isto é, a diminuição da resposta emocional, medida 
fisiologicamente, a cenas reais de violência. As variáveis avaliadas foram frequência cardíaca e resposta 
galvânica da pele (alterações da resistência elétrica da pele, muito sensível à variação dos estados 
emocionais). 
(Revista Mente-Cérebro) 
 
Texto II 
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 CADERNO DE PROPOSTAS 97 
Eu acho que a tendência em procurar culpados nesses momentos de tragédia existe porque a 
situação é tão horrível e absurda que parece que precisamos acreditar que ela só pode ter sido causada 
por um elemento externo e poderoso. Hoje são os games, mas já foram os quadrinhos,a televisão etc. 
Em relação aos videogames especificamente, o consumo deles ainda é bem atrelado a crianças e 
adolescentes no senso comum (embora quando analisamos estudos demográficos sobre jogos essa 
visão não se sustenta, já que o gamer médio tem mais ou menos 30 anos) e o “mundo dos jovens” é 
sempre colocado como exótico e até meio bizarro, fora da compreensão dos adultos e cheio de perigos. 
Aí acaba sendo uma saída mais confortável considerar games violentos culpados sem levar em conta o 
isolamento social e sofrimento psicológico que muitas vezes essa mesma cultura acaba impondo sobre 
os jovens. 
(Beatriz Blanco, pesquisadora de videogames) 
 
 
 
 
28. (Faculdades Integradas Padre Albino 2012) Consumo 
Tome a foto e os textos como referência para redigir uma dissertação na modalidade culta da língua 
sobre o tema: 
A atitude do consumidor e o ato de consumir: necessidade ou compulsão? 
ESTRATÉGIA VESTIBULARES - UFRR 
 
 CADERNO DE PROPOSTAS 98 
 
Trabalho do italiano Michelangelo Pistoletto: “Oferta de mercadorias que se abate qual ‘avalanche’ 
sobre os sujeitos, impedindo-os de se saberem como sujeitos”. 
 
TEXTO I 
 Vivemos sob as leis da economia, sustentadas pelo motor do consumo. Consumidores de 
mercadorias, ficamos reféns da acumulação de produtos, cada vez mais descartáveis, mas cada vez mais 
indispensáveis. A felicidade e a realização parecem estar reduzidas a isso. A cultura do consumo, 
patrocinada pela alta tecnologia e pela publicidade, determinou as relações entre os indivíduos, que 
passaram a consumir as coisas e os signos das coisas. O consumidor é moldado, para ser fiel ao produto 
que lhe é oferecido, com um valor cultural de signo, em detrimento do valor de uso. O que significa que 
os produtos não são mais expostos como detentores de propriedades próprias; os consumidores não 
compram mais meros produtos mercadológicos, mas sim o que eles representam em termos de status, 
de sentimentos e de emoções. 
 Não se compra mais um refrigerante para matar a sede, mas sim para abrir caminho para a 
felicidade. Não se procura mais um sabonete para diminuir a gordura presente na pele e proporcionar 
um odor agradável, mas um que revitalize a energia para quem o use. E nessa corrida por melhorias de 
estado de espírito, pelo glamour e sedução, milhões de consumidores debruçam-se sobre as prateleiras 
das lojas e supermercados para consumirem mais e mais ideais e emoções que faltam em seus 
cotidianos. Será que os consumidores são conscientes de que suas aspirações de vida ultrapassam os 
verdadeiros parâmetros para se mascararem em itens compráveis? 
(www.observatoriodaimprensa.com.br/news.07.07.2009/Adaptado) 
 
TEXTO II 
 Antes de se atacar a sociedade por consumir demais, deve-se elogiá-la por produzir muito e 
oferecer conforto e liberdade de escolha entre produtos e preços. Isso é reconhecer as vantagens do 
livre mercado. Consumista é a pessoa e não a sociedade. 
29. (Faculdade Albert Einstein/Medicina 2017 ) O papel da 
argumentação nas redes sociais 
TEXTO I 
As pessoas não estão prontas para opiniões nas redes sociais 
http://www.observatoriodaimprensa.com.br/news.07.07.2009/Adaptado
ESTRATÉGIA VESTIBULARES - UFRR 
 
 CADERNO DE PROPOSTAS 99 
A “liberdade” das redes sociais é algo interessante de discutir. Conversando com um colega de 
profissão, por meio de um aplicativo de uma rede social, é claro, falávamos sobre as pessoas 
expressarem suas opiniões nas redes sociais. Que fique claro que, em minha# , isso é bom! Mas claro 
que estou Opinião sendo “educado” em dizer “expressar suas opiniões”, pois, muitas vezes, eles 
impõem suas opiniões e mais, transformam a liberdade de expressão em “discurso de ódio”. Grande 
número de participantes das discussões perde, rapidamente, a capacidade de “argumentação” e passa 
para grosseria. [...] A democracia tem sido posta em prática nas todos redes sociais os dias. O grande 
problema, em minha opinião, não é a liberdade democrática expressa em postagens curtas, longas, 
imagens ou textos, como este texto, publicado em redes sociais, mas sim, a falta de prática democrática 
nos discursos/textos.[...] Lendo algumas postagens e suas discussões, chego à seguinte conclusão: a 
prática da argumentação inteligente é uma importante maneira de expressar a liberdade de opinião e 
entender que a liberdade começa na capacidade de interpretar e respeitar a opinião do outro, até 
porque, isso tudo que escrevi, é a minha opinião. 
Especialistas garantem que estudar a arte de convencer os outros virou necessidade não só para 
quem quer persuadir, mas também para não ser enrolado pela conversa alheia. Uma boa argumentação 
abre portas. É no que se acredita desde a Antiguidade, quando as primeiras técnicas retóricas foram 
criadas para convencer e persuadir o público de uma ideia que, independentemente de ser verdadeira, 
é eloquente. Numa era de informação global, no entanto, em que comunicar está na base das relações 
pessoais e profissionais, estar familiarizado com as principais formas de convencimento virou um trunfo 
de mão dupla: quem sabe a importância de convencer alguém saberá também não cair tão fácil na 
primeira lábia de um interlocutor. "Num mercado altamente competitivo e em acelerada mudança, a 
habilidade de comunicar ideias e convencer as pessoas da necessidade de mudanças é essencial. Nestas 
circunstâncias, o domínio das técnicas de persuasão cria um diferencial valioso", diz Jairo Siqueira, 
consultor em criatividade e negociação. [...] Mestre em estudos literários pela Unesp, o linguista Victor 
Hugo Caparica lembra que mesmo as relações interpessoais são, em última análise, relações 
interdiscursivas. Ou seja: na maior parte do tempo, estamos argumentando em maior ou menor grau 
com as pessoas que nos cercam, influenciando e sendo por elas influenciados. 
Disponível em: http://br.blastingnews.com/sociedade-opiniao/2016/06/as-pessoas-nao-estaoprontas-para-opinioes-nas-redes-sociais-
00993347.html. Acesso em: 06 set. 2016. Adaptado 
 
TEXTO II 
A Arte de Argumentar 
 Todos nós teríamos muito mais êxito em nossas vidas, produziríamos muito mais e seríamos 
muito mais felizes, se nos preocupássemos em gerenciar nossas relações com as pessoas que nos 
rodeiam, desde o campo profissional até o pessoal. Mas para isso é necessário saber conversar com 
elas, argumentar, para que exponham seus pontos de vista, seus motivos e para que nós também 
possamos fazer o mesmo. 
 Segundo o senso comum, argumentar é vencer alguém, forçá-lo a submeter-se à nossa 
vontade. Definição errada! [...] Seja em família, no trabalho, no esporte ou na política, saber argumentar 
é, em primeiro lugar, saber integrar-se ao universo do outro. E também obter aquilo que queremos, mas 
de modo cooperativo e construtivo, traduzindo nossa verdade dentro da verdade do outro. 
In: ABREU, A.S. A Arte de Argumentar: gerenciando razão e emoção. Cotia, SP: Ateliê Editorial, 1999, p. 10. Fonte da imagem: Revista 
Língua. Ano 8. N. 88, 2013, p. 7 
 
TEXTO III 
 
ESTRATÉGIA VESTIBULARES - UFRR 
 
 CADERNO DE PROPOSTAS 100 
 
PROPOSTA DE REDAÇÃO 
Diante da inquestionável necessidade de domínio da argumentação na vida em sociedade – seja 
nas redes sociais ou em outras situações de interlocução –, construa um texto dissertativo-
argumentativo que apresente seu ponto de vista sobre o papel da argumentação nas redes sociais, em 
tempos em que a exposição intensa na web é uma constante. Sustente seu posicionamento com 
argumentos relevantes e convincentes, articulados de forma coesa e coerente. Dê um título ao texto. 
Seu trabalho será avaliado de acordo com os seguintes critérios: espírito crítico, adequação do texto ao 
desenvolvimento do tema, estrutura textual compatível com o texto dissertativo-argumentativo e 
emprego da modalidade escrita formal da língua portuguesa. 
30.( FAMEMA 2017) Excesso de cirurgias plásticas 
Texto I 
Em 2013, o Brasil chegouao primeiro lugar no ranking dos países que mais faziam cirurgias 
plásticas no mundo. Segundo a mais recente pesquisa da Sociedade Internacional de Cirurgia Plástica 
Estética, o Brasil realizou 1,22 milhão de procedimentos em 2015. O Brasil está agora em segundo lugar 
no ranking, superado apenas pelos Estados Unidos que, em 2015, registraram 1,41 milhão de cirurgias. 
(Mariana Lenharo. “Cai número de plásticas no Brasil, mas país ainda é 2o no ranking, diz estudo”. 
http://g1.globo.com, 27.08.2016. Adaptado.) 
Texto II 
Que modelo de mulher é a Barbie, que reinou por mais de meio século como um ideal feminino a 
ser atingido? Um que não existe. E não é que Barbie não exista por ser linda demais, inatingível para 
pobres mortais com seus genes imperfeitos, mas sim por ser bizarra demais, uma arquitetura que 
literalmente não para em pé. Graças a sua cinturinha, Barbie só teria espaço para acomodar metade de 
um rim e alguns centímetros de intestino. Como o pescoço é duas vezes maior do que o de uma mulher e 
15 centímetros mais fino, ela não teria como manter a cabeça erguida. Andar, só como um quadrúpede. 
(Eliane Brum. “Quem precisa da Barbie, tenha o corpo que tiver?”. http://brasil.elpais.com, 01.02.2016. 
Adaptado.) 
Texto III 
 Sabe-se que há riscos para a pessoa que faz uma cirurgia plástica. Podem ocorrer infecções, 
sangramentos, perfuração de órgãos e hematomas. Além disso, não são raros casos de morte na sala 
cirúrgica ou por complicações posteriores. Por que essa incessante busca pelo corpo perfeito, à custa de 
bisturi e sangue? A mídia tem uma grande influência sobre seu público. Homens e mulheres comuns 
estão cercados de anúncios que utilizam modelos esteticamente perfeitos. Numa guerra contra o 
espelho, há pessoas que não aceitam sua imagem fora do padrão estético vigente. Assim, não bastam 
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 CADERNO DE PROPOSTAS 101 
academias de ginástica, dietas, cosméticos e salões de beleza. É preciso cortar a própria carne. Tudo bem 
quando isso é feito de forma responsável e conforme o mais alto grau de profissionalismo. Contudo, a 
recorrência ao bisturi para alterar a aparência é um problema quando se torna obsessão. Na mitologia 
grega, Procusto era um malfeitor que capturava viajantes para fazê-los caber numa espécie de leito de 
ferro. Se fossem maiores que o leito, cortava-lhes pedaços a golpes de machado. Se menores, os esticava. 
Metaforicamente, eu prefiro não caber no leito de Procusto. 
(Márcio Chocorosqui. “À procura do corpo perfeito”. http://lounge.obviousmag.org. Adaptado.) 
 
Com base nos textos apresentados e em seus próprios conhecimentos, escreva uma dissertação, 
empregando a norma- -padrão da língua portuguesa, sobre o tema: 
O excesso de cirurgias plásticas em uma sociedade de padrões estéticos opressores impostos pela mídia 
31. (Autoral/ UNB - Wagner Santos) A corrupção e a passividade do 
brasileiro 
Texto I 
A CORRUPÇÃO NO BRASIL TAMBÉM É BANCADA POR NÓS! 
(Mauricio Alvarez da Silva) 
Estamos novamente em meio a um turbilhão de escândalos públicos, o que tem sido uma 
situação constante desde a época em que éramos uma simples colônia. Como diz o adágio popular 
vivemos na “casa da mãe Joana”. 
No entanto, a questão da corrupção no Brasil é muito mais profunda. Acredito que apenas uma 
pequena parte dos casos seja descoberta e venha a público. Imagino que grande parcela fique escondida 
nas entranhas públicas. Temos a corrupção política, a corrupção de servidores e de cidadãos 
desonestos. A corrupção sempre tem dois lados, um corrompendo e outro sendo corrompido. 
É nítido que a máquina pública está comprometida. Desde criança escutamos falar sobre a tal da 
corrupção, agora vemos, todo dia, ao vivo e a cores na TV. 
Na esfera política houve e há muito apadrinhamento para se obter a dita governabilidade. Não 
importa os interesses da sociedade, desde que os interesses pessoais e partidários sejam atendidos, 
com isso vem a briga pela distribuição de cargos públicos, comissionamentos e outras benesses. Isto 
ocorre em todos os níveis de governo (municipal, estadual e federal), afinal é preciso acomodar todos os 
camaradas. 
Se pararmos para pensar, no final das contas, mesmo que inconscientemente, somos nós que 
financiamos toda essa corrupção. Os corruptos visam o dinheiro público, que em última análise é o seu 
dinheiro e o meu dinheiro, que disponibilizamos para a manutenção da sociedade. 
Na medida em que os recursos destinados a financiar hospitais, escolas, saneamento básico e 
outras necessidades primárias são desviados, debaixo de nossos narizes, e não tomamos qualquer 
atitude, também temos nossa parcela de culpa, por uma simples questão de omissão. 
Todo mês a arrecadação tributária bate recordes, o governo encosta os contribuintes na parede 
e suga a maior parcela dos seus recursos e tudo isso para quê? Para vermos que o nosso dinheiro está 
sendo desviado, utilizado para manter um gigantesco cabide de empregos, manter o inchaço da 
máquina pública ou aplicado em obras fúteis, enfim, uma grande parcela escoando pelo ralo. (...) 
Falta-nos esse poder de mobilização e indignação, afinal quem manda neste país é o povo 
brasileiro, sua vontade é soberana e cabe aos ocupantes dos cargos públicos nos representar e, 
sobretudo, nos respeitar. 
A situação pode, sim, ser mudada. Desde que você e eu nos manifestemos abertamente, pois 
nossa manifestação, quando multiplicada, gerará a necessária mudança da opinião pública sobre o 
assunto. Sinta-se à vontade para utilizar ou compartilhar este artigo com seus amigos e colegas, e peça-
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os para manifestarem também em blogs, twitters e outros meios, enviando cópia para deputados, 
senadores e outras autoridades. 
 
Texto II 
“No Brasil, corrupção é forma de gestão, é sistema político”, diz Jabor 
Esta crise vem do atraso brasileiro. Quem a provoca é a resistência daqueles que vivem da 
precariedade de nossas instituições, aqueles que vivem nos buracos da lei, como os ratos. O Ministério 
Público com Janot e o juiz Sérgio Moro não estão provocando crise alguma, mas uma mutação histórica. 
Mesmo que acabe em pizza, nunca mais o país será o mesmo. 
Isso porque aqui a corrupção nao é apenas um malfeito, um "pecado" de ladrões, mas uma 
forma de gestão, um sistema político que contamina os órgãos públicos, deformando qualquer hipotese 
de crescimento e governança. 
Está vindo à luz um Brasil que estava oculto debaixo da terra e dos esgotos. A maldita herança 
que Lula deixou abriu as portas para esse desmanche do país. Há 12 anos a ordem ainda é: "Façam o 
que quiserem com o Estado, desde que me apoiem". 
E assim se criou o pior cenário para o Brasil: uma frente única da esquerda incompetente com a 
mais arcaica direita feudal. O perigo que a Lava Jato corre não são as investidas do ambicioso trator 
Eduardo Cunha. Não. Perigosas são as artimanhas sutis, armadas para tentar que o STJ anule as 
investigações. 
No Brasil fala-se muito em democracia para não exercê-la. Mas Janot e os procuradores estão 
mostrando que a verdadeira democracia é: "Todos os homens são iguais perante à lei". 
 
A partir dos textos motivadores, e tomando-os unicamente como motivadores, escreva um texto 
dissertativo expositivo-argumentativo que verse acerca do seguinte tema: A corrupção e a passividade 
do brasileiro. Seu texto deverá ter, no máximo, 30 linhas e ser escrito segundo a norma culta da língua 
portuguesa. 
 
32. (UNIFESP 2018) Redes sociais 
 
Texto 1 
Apenas reproduzimos nas redes sociais o que somos na vida off-line. Mas hoje se convencionou 
que tudo é culpa da tecnologia. A previsão é sempre de um futuro sombrio, em que as pessoas não se 
relacionam, não se falam, não se encontram. 
Falava-se a mesma coisa da TV. Para os pessimistas há sempre uma praga tecnológica mais atual. 
Os saudosistas olham para o passado e acham que a vida era mais vida lá atrás. 
Nãoé melhor nem pior. É apenas diferente. Só temos que nos adaptar. As redes sociais podem, 
sim, nos dar uma falsa impressão de convivência cumprida. Corremos o risco de viver as relações de 
forma superficial. Sabemos da vida alheia, rimos das mesmas piadas, mandamos coraçõezinhos, 
distribuímos likes. E, então, voltamos para nossa vida ocupada. 
Não dou conta de responder a todos os e-mails, inbox do Facebook, mensagens de WhatsApp. 
Fico na intenção. Não é egoísmo. É falta de habilidade em ser onipresente em todas as plataformas. 
Nunca estivemos tão em contato mesmo à distância. As redes sociais têm o poder de estreitar 
laços e desvendar afinidades até com desconhecidos. 
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(Mariliz Pereira Jorge. “As redes sociais têm o poder de estreitar laços”. Folha de S.Paulo, 19.02.2015. Adaptado.) 
 
Texto 2 
Não podemos supor que as redes sociais tragam somente meras mudanças de costumes, porque 
seu peso, associado ao desenvolvimento da informática, é semelhante à introdução da imprensa, da 
máquina a vapor ou da industrialização na dinâmica do nosso mundo. As redes sociais provocam 
mudanças de fundo no modo como as nossas relações ocorrem, intervindo significativamente no nosso 
comportamento social e político. Isso merece a nossa atenção, pois acredito que uma característica das 
redes sociais é, por mais contraditório que pareça, a implantação do isolamento como padrão para as 
relações humanas. 
Ao participar das redes sociais acreditamos ter muitos amigos à nossa volta, ser populares, estar 
ligados a todos os acontecimentos e participando efetivamente de tudo. Isso é uma verdade, mas 
também uma ilusão, porque essas conexões são superficiais e instáveis. Os contatos se formam e se 
desfazem com imensa rapidez; os vínculos estabelecidos são voláteis e atrelados a interesses 
momentâneos. Além disso, as relações cultivadas nas redes sociais se baseiam na virtualidade, portanto, 
no distanciamento físico entre as pessoas. 
A opinião do outro é apenas a oportunidade para se expressar a sua própria. O outro parece 
importar, mas de fato não importa. Importam apenas a própria posição e a autoexposição. Daí a 
constante informação sobre as viagens, os pensamentos, as emoções, as atividades de alguém. É preciso 
estar em cena e sempre. Há nisso um evidente desenvolvimento do narcisismo e, consequentemente, 
do reforço do distanciamento entre as pessoas. 
(Dulce Critelli. “A ilusão das redes sociais”. www.cartaeducacao.com.br, 07.11.2013. Adaptado.) 
 
Com base nos textos apresentados e em seus próprios conhecimentos, escreva uma dissertação, 
empregando a norma-padrão da língua portuguesa, sobre o tema: 
As redes sociais estreitam os laços entre as pessoas ou as tornam egoístas? 
 
33. (UNICAMP 2018) Há limite para a liberdade de expressão? 
Considere a seguinte situação: uma postagem recente em uma rede social de uma mensagem de ódio 
contra os nordestinos foi foco de intensa discussão. Dada a repercussão do caso, o jornal de maior 
circulação de sua cidade resolveu fazer um caderno especial sobre o tema “Liberdade de Expressão”. 
Leitores de diferentes perfis foram convidados a se manifestar e você foi o estudante escolhido. Para 
atender a esse convite, você deverá escrever um artigo de opinião em que discutirá a seguinte questão: 
“Há limite para a liberdade de expressão?” 
No seu artigo de opinião, você deve: 
a) identificar e explicitar os dois principais posicionamentos sobre a questão tratada; 
b) assumir um desses dois posicionamentos e sustentá-lo com argumentos. 
Seu texto deverá considerar as seguintes citações: 
"Liberdade de expressão é a possibilidade de as pessoas se manifestarem sobre fatos e ideias sem 
interferências externas, sobretudo do Estado. Discurso de ódio é uma tentativa de desqualificar e excluir 
do debate grupos historicamente vulneráveis, seja por religião, cor da pele, gênero, orientação sexual ou 
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qualquer traço utilizado com o objetivo de inferiorizar pessoa ou grupo.” (Luís Roberto Barroso, Ministro 
do STF.) 
---------- 
"A frase ‘eu discordo do que dizes, mas defenderei até a morte o teu direito de dizê-lo’ talvez seja a 
melhor definição para a liberdade de expressão. Afinal, é muito fácil conceder a liberdade de expressão 
às ideias com que concordamos; muito mais difícil é aceitar a manifestação de ideias que desgostamos. O 
que se tem visto no Brasil nos últimos tempos, no entanto, é uma crescente vontade de reprimir formas 
de expressão que sejam consideradas desrespeitosas e preconceituosas. A iniciativa, embora tenha como 
pano de fundo uma intenção nobre, tem gerado situações desproporcionais, limitando o direito à livre 
expressão e violando a Constituição Federal.” (Bruno de Oliveira Carreirão, advogado.) 
---------- 
"Liberdade de expressão é poder se manifestar sobre aquilo que não ofenda ou ataque o sentimento 
íntimo das pessoas. Discurso de ódio é o que tem por objetivo incitar, criar beligerância e promover 
animosidades contra esses sentimentos pessoais." (Marcelo Itagiba, ex-deputado.) 
---------- 
"As grandes sociedades se caracterizam pela pluralidade de valores, alguns excludentes. A liberdade de 
expressão é ligada à liberdade em si, mas há o valor da luta contra o preconceito. Como lidar com o 
conflito de valores? Os EUA optaram pela liberdade de expressão. O Brasil optou por uma legislação 
protetiva. Isso guarda um certo paternalismo, mas expressa respeito. (Fernando Schüler, cientista 
político.) 
---------- 
"É necessário entender a ideia de identidade e de alteridade. Por uma questão de sobrevivência, nos 
sentimos seguros quando próximos de algo com que nos identificamos. Queremos sempre que o outro 
seja igual a nós e, se não for, talvez tenhamos que destruí-lo. Este é um pressuposto fundamental para o 
surgimento do discurso de ódio.” (Izidoro Blikstein, professor da FGV e especialista em Análise do 
Discurso.) 
---------- 
"Liberdade de expressão é o direito de expor a opinião e exercitar a divergência sem ser perseguido ou 
condenado. O discurso de ódio é um conceito um tanto abstrato e elástico. Para uns, é a expressão da 
verdade desnuda do politicamente correto; para outros, é a tentativa abjeta de difamar seu interlocutor.” 
(Rachel Sheherazade, jornalista e apresentadora de TV.) 
----------- 
"O discurso de ódio aparece quando você acha que seu modo de ser e estar no mundo deve ser um 
modelo com o qual outras pessoas têm que se conformar. Se isso não acontecer, o discurso de ódio vem 
para deslegitimar a sua vivência, para fazer com que pareça que sua vida não merece ser vivida." (Linn da 
Quebrada, cantora.) 
---------- 
"Liberdade de expressão não é um direito absoluto, nem pode ser. As pessoas têm dificuldade de 
entender que vivem em sociedade, que existem regras e que a gente precisa delas, sobretudo no que diz 
respeito à vida do outro." (Djamila Ribeiro, ativista dos movimentos negro e feminista e ex-Secretária 
Adjunta de Direitos Humanos da prefeitura de São Paulo.) 
(Adaptado de http://temas.folha.uol.com.br/liberdade-de-opiniao-x-discurso-de-odio/o-que-e-o-que-e/ 
personalidades-discutem-o-que-e-liberdade-de-opiniao-e-discurso-de-odio.shtml. Acessado em 
13/11/2017.) 
 
 
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É verdade, corujinha. A UNICAMP não solicita ao candidato uma dissertação. A Banca pede que o 
vestibulando faça duas redações de gêneros diferentes, ou seja, pode ser solicitado que se faça uma 
carta, um abaixo-assinado, um comentário em numa página de internet, um discurso de apresentação 
etc. Mas em 2018, a Banca solicitou que fosse produzido um artigo de opinião. 
 Artigo de opinião é um texto argumentativo de cunho pessoal e enfático. Trata-se de um gênero 
muito próximo da dissertação. A diferença consiste em dois elementos. 
Em primeiro lugar, há a possibilidade de se usara primeira pessoa do singular (eu) sem causar 
estranheza. Pode-se dizer, por exemplo, “Nessa semana que passou, tomei um susto ao ler a publicação 
de um amigo na rede social. Indignado, ele divulgou alguns comentários que estavam circulando na rede 
sobre preconceito contra nordestinos.” 
O outro traço distintivo refere-se ao fato de que o redator do texto pode ser um pouco mais enfático. 
Na verdade, como você pode ver, as distinções são muito sutis. A estrutura dos dois (dissertação e artigo 
de opinião) é a mesma (introdução, desenvolvimento argumentativo e conclusão). Além disso, seu texto 
será avaliado, nos dois casos, pela qualidade argumentativa. A diferença é tão sutil que se você fizer 
uma dissertação e publicá-la no espaço dedicado ao artigo de opinião, seu texto será encarado como 
sendo artigo e opinião, ninguém fará objeção. 
Portanto, não se enrole. Aliás, aproveite. Usar a primeira pessoa torna a escrita mais fácil. Pense assim, 
trata-se de uma dissertação em que posso usar a primeira pessoa do singular. 
 
34. (FAMEMA 2016) Leitura como medida de redução de pena 
Texto 1 
O Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo (TJSP) instituiu a redução de pena pela leitura por 
meio de uma portaria, em 2013, que estabeleceu a possibilidade de que o preso, no período de um ano, 
possa reduzir até 48 dias de sua pena por meio da apresentação de resenhas de obras literárias 
disponíveis na unidade prisional. O texto define que o preso tem até 30 dias para realizar a leitura de 
uma obra e apresentar a sua resenha a uma comissão formada no sistema prisional – em caso de 
suspeita de plágio, o juiz pode realizar a arguição oral do participante. 
De acordo com o juiz auxiliar da Corregedoria do TJSP, Jayme Garcia dos Santos Junior, a 
expectativa é de que, até o segundo semestre de 2016, a possibilidade de redução pela leitura, que hoje 
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 CADERNO DE PROPOSTAS 106 
acontece em alguns presídios da capital e do interior de São Paulo, já seja realidade em 90% das 
unidades prisionais do estado. 
(Luiza de Carvalho Fariello. www.cnj.jus.br, 30.06.2015. Adaptado.) 
 
Texto 2 
O projeto “Remição da Pena pelo Estudo através da Leitura” do governo do Paraná registrou, até 
2014, a média mensal de 2,3 mil detentos participantes. 
Pedagoga e professora do curso de pedagogia da Universidade Estadual de Maringá (UEM), 
Aparecida Meire Calegari-Falco ressalta a importância da leitura no processo de humanização das 
pessoas, especialmente daquelas que se encontram privadas de liberdade. “A leitura pode ser uma 
janela para o mundo lá fora, além de que o projeto talvez seja a única possibilidade de contato com a 
leitura que essas pessoas terão”. A pedagoga reforça, ainda, o incentivo ao conhecimento que o hábito 
de ler pode trazer, contribuindo para diminuir a reincidência de crimes. Segundo ela, a falta de 
capacitação profissional é um dos principais motivos para que ex-detentos continuem a cometer delitos, 
um problema que pode ser resolvido através do incentivo ao conhecimento proporcionado pela leitura. 
Desde a implantação da lei, o Paraná vem sendo reconhecido no cenário nacional por ser o 
pioneiro no projeto. Tendo ganhado vários prêmios, o Estado já possui o maior número de presos que 
garantiram uma vaga na universidade neste ano. Através do Sistema de Seleção Unificada (Sisu) do 
Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), 55 detentos entraram para uma universidade pública em 
2015. 
(Fabiola Junghans et al. www.portalcomunicare.com.br. Adaptado.) 
 
Texto 3 
Cid Gomes, enquanto governador do Ceará, apresentou projeto de redução de pena pela leitura, 
conferindo ao condenado 4 dias a menos na prisão por livro lido no mês. Embora simpática aos olhos de 
alguns, a medida merece ser censurada sob vários aspectos. 
A respeito da execução da pena, a legislação federal estabelece a possibilidade de redução por 
trabalho ou por estudo, devendo, nesta hipótese, ocorrer a frequência escolar – atividade de ensino 
fundamental, médio, profissionalizante, superior, ou ainda de requalificação profissional. A proposta 
governamental esbarra nessa lei, pois a simples leitura não se enquadra em estudo regular, mesmo 
mediante avaliação. A leitura serve como mero deleite, busca de conhecimento, de reconstrução, de 
entretenimento, sendo um item a mais no processo de ressocialização. É, porém, inadmissível que 
ressocialização seja sinônimo de redução de pena. A leitura, pela simples leitura e sem o ensino formal, 
não propiciará a revitalização do sistema penitenciário brasileiro. 
(Heitor Férrer. www.opovo.com.br, 19.12.2014. Adaptado.) 
 
Com base na leitura dos textos e em seus próprios conhecimentos, escreva uma dissertação, na norma-
padrão da língua portuguesa, sobre o seguinte tema: 
A leitura deve ser uma medida para a redução da pena de presidiários? 
 
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 CADERNO DE PROPOSTAS 107 
35. (Autoral 2020) Linchamento virtual 
Texto I 
A gênese do ataque 
A vítima de um linchamento geralmente “cumpre a função ritual e sacrificial do bode expiatório”, 
escreve José Martins de Souza, sociólogo e professor da USP, no livro Linchamentos: a justiça popular no 
Brasil. Em seu levantamento, Martins estima que haja um linchamento físico por dia no País, e que, nos 
últimos 60 anos, cerca de um milhão de brasileiros tenha participado de pelo menos um ato ou uma 
tentativa desse tipo. 
Apesar das diferenças entre o linchamento físico e o virtual, a efeito de pesquisa, a distinção é 
menos acentuada: “o linchamento virtual também é real. A pessoa atacada tem família, vida social, não 
é só um avatar”, explica a pesquisadora da Unicamp Karen Tank Mercuri Macedo, que estudou o tema. 
“Acreditamos que o linchamento virtual muitas vezes acontece por falta de letramento digital. Se a 
pessoa não tem uso crítico da tecnologia, não conseguirá avaliar a fonte das informações que recebe e 
tem mais chances de ser um linchador ou linchado em potencial.” 
Mas quem toma parte em linchamentos tem consciência do que está fazendo? Depende da 
situação. “Há um caso de um linchamento real no Rio de Janeiro em que uma idosa foi vista tentando 
arrancar o olho da vítima com uma colher. Quando foi levada para a delegacia, ela não lembrava o que 
tinha feito. Acreditamos que a fúria da multidão deixe vir à tona um comportamento que nem a pessoa 
entende”, explica Macedo. Mas a situação muda nas redes sociais, mesmo que envolva uma ação 
impensada. “A pessoa tem muito mais consciência do que está fazendo na internet do que na agressão 
física no mundo real, que geralmente parte de uma explosão súbita.” 
 
Três casos de linchamento virtual com consequências bem reais 
“NÃO PEGO AIDS, SOU BRANCA” 
Em dezembro de 2013, a relações públicas Justine Sacco, de 30 anos, aguardava um voo de Londres para 
a Cidade do Cabo, na África do Sul, quando tuitou: “Indo para a África. Espero não pegar aids. 
Brincadeira! Sou branca.” Onze horas depois, ao desembarcar, Sacco descobriu que havia recebido mais 
de 100 mil mensagens de repúdio e ameaças de morte. Até Donald Trump tuitou pedindo sua demissão 
— algo que de fato aconteceu. 
“MATE UM NORDESTINO AFOGADO” 
Após a vitória de Dilma Rousseff nas eleições de 2010, a estudante paulista Mayara Petruso tuitou uma 
série de comentários, entre os quais viralizou a frase: “Nordestino não é gente, faça um favor a SP, mate 
um nordestino afogado!”. A forte repercussão levou Mayara a abandonar a faculdade e ser demitida. Ela 
foi condenada a um ano e cinco meses de prisão por incitação à violência. 
FANTASIA: VÍTIMA DA MARATONA DE BOSTON 
Em 2013, Alicia Ann Lynch, uma norte-americana de 22 anos, decidiu tuitar sua foto do Halloween. Sua 
fantasia: vítima do atentado na maratona de Boston, que matou três pessoas e feriu mais 264. A reação 
foi rápida: mensagens de ódio, informações pessoais e até fotos íntimas de Lynch vazaram na rede. 
 
(Disponível em: <https://super.abril.com.br/tecnologia/o-que-motiva-os-linchamentos-virtuais/>.Acesso em: 26/09/1019. Fragmento) 
 
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Texto II 
 
Linchamento virtual: Uma arma perigosa que pode ser letal 
A irresponsabilidade utilizada como arma no meio virtual 
 
Nós, brasileiros, ocupamos a 3ª posição no ranking mundial da internet, segundo dados do Ibope 
Nielsen Online. O uso da internet em locais de trabalho e domicílios brasileiros vem crescendo muito 
nos últimos tempos, colocando o Brasil acima de países como a Alemanha, o que por um lado é 
benéfico, porque nos traz os benefícios dos avanços tecnológicos; mas, por outro lado, muita 
preocupação quanto ás formas e finalidades para as quais muitos internautas fazem uso da internet. 
Blogs, sites, redes sociais em geral são usadas com a finalidade de empreendedorismo por quem 
sabe usá-los como ferramentas e mecanismos auxiliares, e hoje, indispensáveis, na comunicação e 
marketing que varia dos pequenos aos grandes negócios, mas existe uma gama de usuários, que a 
exploram pelo lado negro, desnecessário e até criminoso, causando desconfortos e prejuízos a toda 
comunidade virtual. 
Com o crescimento da incitação ao ódio e à violência nas redes sociais, é comum nos depararmos 
com campanhas e mais campanhas educativas, que visam aplacar essa onda de ataques virtuais, que 
cresce com o desconhecimento das leis que regulamentam o uso racional e responsável da web, 
prevendo punições aos infratores das mesmas. A internet nunca foi terra de ninguém como apregoam 
os que dela utilizam para o mal. 
Não obstante às campanhas educativas, criação de Delegacias Especializadas em Crimes 
Cibernéticos, a exemplo da Safernet Brasil, DEICC, DRCI, dentre outros, é muito comum encontrarmos 
publicações maldosas que divulgam nomes e imagens de pessoas, de forma injuriosa, caluniosa e 
difamatória, frases de efeito como, “morte ao fulano”, incitando o ódio e a violência sem se quer medir 
as consequências danosas de tamanha irresponsabilidade virtual. 
Num passado não muito distante, em 03 de maio de 2014, o Brasil foi impactado pelas 
consequências desse, hoje, tão habitual, linchamento virtual, que veio a ser letal, trágico na vida da 
senhora Fabiane Maria de Jesus, dona de casa, 33 anos, violentamente agredida por dezenas de 
moradores de uma comunidade em Guarujá, no litoral de São Paulo, após ter sua imagem divulgada 
irresponsavelmente na internet, onde a denunciavam como sequestradora de crianças para rituais de 
magia negra. 
 
(Disponível em: <https://amitafamitaf.jusbrasil.com.br/>. 
Acesso em: 26/09/1019. Fragmento. Adaptado.) 
 
Texto III 
A professora de Estudos Ambientais da Universidade de Nova York, Jennifer Jacquet, autora do 
livro “A vergonha é necessária? Novos usos para uma velha ferramenta”, diz em seu livro que a 
exposição pública de alguém que tem um comportamento reprovável tem uma função social desejável. 
Ela defende que envergonhar publicamente um indivíduo ou uma marca tem o poder de mudar 
comportamentos sociais tanto dos alvos da vergonha quanto daqueles que entram em contato com o 
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 CADERNO DE PROPOSTAS 109 
ato – e pode causar mudanças reais naqueles indivíduos. Além disso, a mobilização também ajuda a 
chamar atenção do poder público para um caso, o que pode render alguma ação legal se o ato 
executado pelo indivíduo for, além de algo moralmente reprovável, um crime. 
No entanto, Jacquet alerta para o poder que a internet coloca na mão das multidões, para o bem 
e para o mal. A perseguição virtual de pessoas comuns, para ela, é um problema porque muitas vezes 
gera consequências desproporcionais para o indivíduo em comparação à infração que ele cometeu. E é 
alimentado pelo viés de grupo, fenômeno social que gera sentimento de ódio ou medo em relação 
àqueles que consideramos diferentes. O linchamento virtual adquire outro caráter quando lembramos 
que as informações que publicamos e registramos na rede são difíceis de apagar. Além do impacto 
imediato na vida da pessoa que foi linchada, ela pode seguir sendo punida por uma mancha enorme em 
sua reputação pelo resto da vida: basta uma busca na internet. 
 
(Disponível em: <https:// https://www.nexojornal.com.br/>. 
Acesso em: 26/09/1019. Fragmento.) 
 
O Linchamento Virtual é uma forma de denegrir virtualmente a imagem de alguém, principalmente a 
partir de uma forma polêmica ou diferente de agir virtualmente. Por exemplo, a postagem de uma foto 
ou storie (modalidade de postagem com tempo programado) que possa ofender alguém ou algum grupo 
acaba por viralizar e tornar a vida do usuário em um amontoado de confusões. Os prejuízos dessa forma 
de ação vão da criação de perfis falsos à perseguição fora do meio virtual, normalmente marcado por 
ameaças físicas. Em meio ao desenvolvimento de uma série de problemas típicos da virtualidade, como 
o estupro virtual e o estelionato virtual, o usuário de internet se vê cercado de cuidados a tomar e 
atitudes a controlar. 
 
Com base nos textos apresentados e em seus próprios conhecimentos, escreva uma dissertação, 
empregando a norma- 
-padrão da língua portuguesa, sobre o tema: 
 
Como o linchamento virtual afeta a vida real do usuário? 
36. (UEA 2017) Zoológicos 
 Texto 1 
Em maio de 2016, no zoológico de Cincinatti, nos Estados Unidos, uma criança caiu dentro de um 
fosso da exibição “Gorilla World”, que reproduz o hábitat desses primatas africanos. Harambe, um gorila 
macho de 17 anos, ficou curioso com aquele pequeno intruso e começou a arrastá-lo pela água do 
fosso. Antes que se tornasse agressivo, o gorila foi abatido a tiros. 
O caso teve imediata repercussão mundial e reabriu uma discussão mais ampla: precisamos 
mesmo de zoológicos? Por um lado, muitos desses lugares desempenham um papel fundamental no 
estudo e na preservação da diversidade biológica. Por outro, cresce a percepção de que o lugar de um 
animal é em seu ambiente natural. Portanto, não existe uma resposta simples. 
(Tony Goes. “Abate de animais reabre a discussão: para quê servem os zoológicos?”. 
www.folha.uol.com.br, 03.06.2016. Adaptado.) 
Texto 2 
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 CADERNO DE PROPOSTAS 110 
 Há pelo menos três décadas, a ideia de que os zoológicos são apenas espaços para observar 
animais dentro de jaulas foi superada. Atualmente, esses lugares reduziram o número de espécies 
expostas, melhoraram os cativeiros e se tornaram locais privilegiados de pesquisa, preservação e 
educação ambiental. 
 Por isso, nos melhores zoológicos há muito trabalho e pesquisa para manter as espécies 
dentro e fora dos cativeiros. Por ano, os membros da Associação Mundial de Zoológicos e Aquários 
destinam 350 milhões de dólares a projetos de preservação em todo o mundo. E boa parte dos recursos 
vem dos visitantes – anualmente, cerca de 700 milhões de pessoas vão aos 1300 zoológicos de todo o 
mundo, de acordo com a Associação. 
 “Zoológicos são espaços educativos. Trata-se de um pequeno universo em que os animais 
convidam as pessoas para conhecê-los e as inspiram a cuidar da natureza”, diz Richard Osterballe, 
diretor de um zoológico da Dinamarca. “Não é o mesmo que ver os animais na televisão ou em cartazes, 
precisamos que eles estejam vivos para passar essa mensagem. E, assim, conseguimos os recursos 
necessários para apoiar projetos de preservação”. 
 Enquanto houver espécies ameaçadas e ambientes destruídos pelo homem, os zoológicos serão 
cada vez mais importantes para o estudo e a preservação do que ainda resta. Para isso, entretanto, é 
preciso que eles deixem de ser uma lista de animais enjaulados para divertir a população e entrem na 
era das pesquisas científicas e de preservação. 
(“Ainda existe um futuro para os zoológicos?”. www.veja.abril.com.br, 17.08.2014. Adaptado.) 
 
Texto 3 
 Desde o ano de 1250 a.C., os zoológicos utilizam animais atrás dasgrades para a diversão de 
milhões de pessoas. Apesar de os zoológicos afirmarem que realizam um importante papel na 
preservação e na educação ambiental, eles são lugares artificiais e, por vezes, cruéis. 
 Primeiramente, os espaços nos zoológicos não se comparam ao hábitat onde os animais têm o 
direito de viver. Os zoológicos são muito menores e nada estimulantes. Por esse motivo, muitas vezes, 
os animais apresentam comportamentos como andar de um lado a outro, bater-se em paredes e 
morder o próprio corpo, que são atribuídos à depressão, ao tédio e às psicoses. Além disso, animais em 
zoológicos morrem mais cedo do que o normal e sofrem de doenças decorrentes de cuidados 
inadequados. 
 Em sua defesa, os zoológicos afirmam que atuam na preservação ambiental, frequentemente 
fazendo o público acreditar que eles reproduzem animais para soltá-los na natureza, mas, na realidade, 
esses programas de reprodução são feitos, principalmente, com o objetivo de manter os animais em 
cativeiro. 
 Também há o mito de que os zoológicos ajudam na educação ambiental quanto ao 
conhecimento sobre animais selvagens. No entanto, a verdade é que o ganho educacional ao visitar 
esses locais é pequeno, se é que ele existe – até porque os animais não se comportam de modo natural 
pelo simples fato de estarem presos. As pessoas podem aprender mais sobre animais selvagens 
assistindo a documentários (que os mostrem em seus hábitats) ou realizando viagens de estudo para 
observá-los na natureza. 
(Agência de Notícias de Direitos Animais. “Saiba os 5 motivos que fazem do zoológico um ambiente de 
tortura”. www.anda.jor.br, 25.01.2014. Adaptado.) 
Com base nos textos apresentados e em seus próprios conhecimentos, escreva uma dissertação, 
empregando a norma-padrão da língua portuguesa, sobre o tema: 
Os zoológicos são locais de preservação e educação ambiental ou uma forma cruel de diversão? 
ESTRATÉGIA VESTIBULARES - UFRR 
 
 CADERNO DE PROPOSTAS 111 
37. (PUC 2019 inverno ) Humor e liberdade de expressão dentro dos 
limites da ética 
 
ESTRATÉGIA VESTIBULARES - UFRR 
 
 CADERNO DE PROPOSTAS 112 
 
ESTRATÉGIA VESTIBULARES - UFRR 
 
 CADERNO DE PROPOSTAS 113 
 
 
 
 
ESTRATÉGIA VESTIBULARES - UFRR 
 
 CADERNO DE PROPOSTAS 114 
38. (Uerj 02/2018) É justificável cometer um crime para vingar outro 
crime? 
 
 
 
39. (UEA 2015 ) A adoção de crianças por casais homossexuais deve 
ser proibida? 
 
ESTRATÉGIA VESTIBULARES - UFRR 
 
 CADERNO DE PROPOSTAS 115 
TEXTO I 
A deputada Júlia Marinho (PSC-PA) apresentou um projeto de lei com o intuito de alterar o Estatuto da Criança e do 
Adolescente (ECA), de maneira que seja proibida a adoção de crianças por casais homoafetivos. 
O projeto de lei pretende incluir mais um parágrafo, dentro do artigo 42 do ECA. Esse dispositivo estabelece regras 
para a adoção de crianças no Brasil. Hoje, para ser pai adotivo ou mãe adotiva, a pessoa precisa ter 18 anos, ter pelo menos 16 
anos a mais que o adotado e garantir a segurança da criança ou do adolescente. Mas a parlamentar quer incluir mais uma 
condicionante para as adoções: “É vedada a adoção conjunta por casal homoafetivo”, aponta o projeto. 
“Até que estudos científicos melhor avaliem os possíveis impactos sobre o desenvolvimento de crianças em tal 
ambiente e que a questão seja devidamente amadurecida, por meio de discussão no âmbito constitucionalmente previsto para 
tanto – o Parlamento –, deve ser vedada a adoção homoparental”, defende a deputada. 
“É na família que as primeiras interações são estabelecidas, trazendo implicações significativas na forma pela qual a 
criança se relacionará em sociedade. O convívio familiar é o espaço de socialização infantil por excelência, constituindo a 
família verdadeira mediadora entre a criança e a sociedade”, afirma Júlia, logo em seguida. “O novo modelo de família, 
contrário ao tradicional, encontra ainda resistência da população brasileira”, justifica. 
(Wilson Lima. “Deputada quer proibir adoção por casal homoafetivo”. http://congressoemfoco.uol.com.br, 25.03.2015. Adaptado.) 
TEXTO II 
Para a psicóloga Mariana Farias, “o desenvolvimento da criança não depende do tipo de família, mas do vínculo que 
esses pais e mães vão estabelecer entre eles e a criança. Afeto, carinho, regras: essas coisas são mais importantes para uma 
criança crescer saudável do que a orientação sexual dos pais”. Ainda assim, sobram mitos em torno da criação de filhos por 
pais e mães gays. Veja o que a ciência tem a dizer sobre eles: 
Mito 1. “Os filhos serão gays!”: A lógica parece simples. Pais e mães gays só poderão ter filhos gays, afinal, eles vão 
crescer em um ambiente em que o padrão é o relacionamento homossexual, certo? Não necessariamente (se fosse assim, seria 
difícil, por exemplo, explicar como filhos gays podem nascer de casais héteros). Um estudo da Universidade Cambridge 
comparou filhos de mães lésbicas com filhos de mães héteros e não encontrou nenhuma diferença significativa entre os dois 
grupos quanto à identificação como gays. 
Mito 2. “Eles precisam da figura de um pai e de uma mãe”: Filhos de gays não são os únicos que crescem sem um dos 
pais. Durante a 2ª Guerra Mundial, estima-se que 183 mil crianças americanas perderam os pais. No Brasil, 17,4% das famílias 
são formadas por mulheres solteiras com filhos. Na verdade, os papéis masculino e feminino continuam presentes como 
referência mesmo que não seja nos pais. 
Mito 3. “Essas crianças correm risco de sofrer abusos sexuais!”: Esse mito é resquício da época em que a 
homossexualidade era considerada um distúrbio. Desde o século 19 até o início da década de 1970, os gays eram vistos como 
pervertidos, portadores de uma anomalia mental transmitida geneticamente. Foi só em 1973 que a Associação de Psiquiatria 
Americana retirou a homossexualidade da lista de doenças mentais. É pouquíssimo tempo para a história. O estigma de 
perversão, sustentado também por líderes religiosos, mantém a crença sobre o “perigo” que as crianças correm quando criadas 
por gays. No entanto, até hoje, as pesquisas não encontraram nenhuma relação entre homossexualidade e abusos sexuais. 
(Carol Castro. “4 mitos sobre filhos de pais gays”. http://super.abril.com.br, fevereiro de 2012. Adaptado.) 
 
Com base em seus conhecimentos e nos textos apresentados, redija uma dissertação, na norma-padrão da língua portuguesa, 
sobre o tema: 
A adoção de crianças por casais homossexuais deve ser proibida? 
 
40. (UDESC 2016) Desumanização do ser humano 
PROPOSTA 1 
Com base na leitura dos textos motivadores abaixo, redija uma dissertação, enfocando o tema: O 
homem é apenas um número. 
 
TEXTO 1 
“[…] O silêncio das quatro paredes, os olhares curiosos dos recepcionistas, a impessoalidade de tudo: 
você é apenas um número, o do seu quarto”. 
ESTRATÉGIA VESTIBULARES - UFRR 
 
 CADERNO DE PROPOSTAS 116 
SCHROEDER, Carlos Henrique. As fantasias eletivas. 4ª ed. Rio de Janeiro: Record, 2016.p.109. 
 
TEXTO 2 
Muitos anos de asilo 
Ninguém os quis 
Nem a cor nem a idade certas 
Ficaram lá. 
E ficaram até depois que saíram 
Guardaram o apelido 
Ele, 36. 
Ela, 37. 
Eram os números que marcavam as roupas 
E as camas 
Os números da chamada 
Das cadeiras do café da manhã. 
VIGNA, Elvira. Vitória Valentina. 1ª ed. Rio de Janeiro: Lamparina, 2016. 
 
TEXTO 3 
Você é um Número 
Se você não tomar cuidado vira um número até para si mesmo. Porque a partir do instante em 
que você nasce classificam-no com um número. Sua identidade no Félix Pacheco é um número. O 
registro civil é um número. Seu título de eleitor é um número. Profissionalmente falando você também 
é. Para ser motorista, tem carteira com número, e chapa de carro. No Imposto de Renda, o contribuinte 
é identificado com número. Seu prédio, seu telefone, seu número de apartamento – Tudo é número. Se 
é dos que abremcrediário, para eles você também é um número. Se tem propriedades, também. Se é 
sócio de um clube tem um número. Se é imortal da Academia Brasileira de Letras tem número da 
cadeira. 
Clarice Lispector – Disponível em: http://claricelispector.blogspot.com.br/2008/06/voc-um-nmero.html, acessado em 23/03/2017. 
41. (UNAERP/ 2014) A obrigatoriedade de ser feliz da geração atual 
 
ESTRATÉGIA VESTIBULARES - UFRR 
 
 CADERNO DE PROPOSTAS 117 
 
 
Com base nas informações apresentadas, escreva um texto dissertativo-argumentativo sobre o tema 
proposto. 
 
42.( UFGRS 2015) Amizade nos dias de hoje 
(...) Amigo é coisa para se guardar 
no lado esquerdo do peito, 
mesmo que o tempo e a distância digam não, 
 mesmo esquecendo a canção. 
O que importa é ouvir a voz que vem do coração, 
 pois, seja o que vier, venha o que vier, 
 qualquer dia, amigo, eu volto a te encontrar. 
Qualquer dia, amigo, a gente vai se encontrar. 
 Canção da América (Milton Nascimento e Fernando Brant) 
 
 A música Canção da América, composta por Milton Nascimento e Fernando Brant, de onde foi 
extraída a passagem acima, fala daquela amizade capaz de resistir à distância e ao tempo, característica 
de uma época em que o contato físico entre amigos era a forma mais usual de aproximação. Era um 
tempo em que se valorizavam os poucos e verdadeiros amigos. 
 Atualmente, com a conectividade das redes sociais, a realidade é outra. Hoje é possível manter-se 
em contato contínuo com pessoas que estejam em qualquer lugar do planeta, o que permite multiplicar 
de modo expressivo o número de amizades. Paradoxalmente, o apego ao mundo virtual parece estar 
promovendo um outro tipo de distanciamento, já que não é incomum, hoje em dia, ver amigos reunidos 
em um mesmo ambiente físico, mas isolados uns dos outros pela força atrativa dos tablets e dos 
smartphones. 
Levando em conta esse cenário, reflita sobre o tema a seguir. 
Na sua opinião, o que é a amizade nos dias de hoje? 
Para tanto, você deve: 
- expressar a sua opinião sobre o que caracteriza a amizade nos dias atuais; 
- apresentar argumentos que justifiquem o ponto de vista assumido; e 
- organizar esses argumentos em um texto dissertativo. 
Instruções A versão final do seu texto deve: 
1 - conter um título na linha destinada a esse fim; 
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 CADERNO DE PROPOSTAS 118 
2 - ter a extensão mínima de 30 linhas, excluído o título – aquém disso, seu texto não será avaliado –, e 
máxima de 50 linhas. Segmentos emendados, ou rasurados, ou repetidos, ou linhas em branco terão 
esses espaços descontados do cômputo total de linhas; 
 3 - ser escrita, na folha definitiva, à caneta e com letra legível, de tamanho regular. 
43. (FAMECA 2011) Relação médico-paciente 
Leia a coletânea de textos para subsidiar sua dissertação. 
TEXTO I 
O juramento de Hipócrates está tão antiquado que soa ridículo ouvir jovens recém-formados 
repetirem-no feito papagaios.(...) Sem desmerecer o valor científico de Hipócrates, observador de raro 
talento, que fugiu das explicações religiosas e sobrenaturais, deixou descrições precisas de 
enfermidades desconhecidas na época e abriu caminho para a medicina baseada em evidências, repetir 
o juramento escrito por ele sem fazer menção ao papel do médico na preservação da saúde e na 
prevenção de doenças na comunidade é fazer vistas grossas à responsabilidade social inerente à 
profissão. 
Por outro lado, aos olhos da sociedade, a mera existência de um juramento solene dá a 
impressão de que somos sacerdotes. (...) Por causa desse pretenso sacerdócio, os médicos se submetem 
ao absurdo medieval dos plantões de 24 horas, seguidos por mais 12 horas de trabalho continuado no 
dia seguinte, em claro desprezo à própria saúde e colocando em risco a dos doentes atendidos nesses 
momentos de cansaço extremo. 
O que faz da medicina uma profissão respeitável não são as noites em claro nem o conteúdo do 
que juramos uma vez na vida, muito menos a aparência sacerdotal, mas o compromisso diário com os 
doentes que nos procuram e com a promoção de medidas para melhorar a saúde das comunidades em 
que atuamos. (...) 
O exercício da medicina envolve a arte de ouvir as pessoas, de observá-las, de examiná-las, 
interpretar-lhes as palavras e de discutir com elas as opções mais adequadas. O tempo dos que 
impunham suas condutas sem dar explicações, em receituários cheios de garranchos, já passou e não 
voltará. 
Talvez a aquisição mais importante da maturidade profissional seja a consciência de que a falta 
de tempo não serve de desculpa para deixarmos de escutar a história que os doentes contam. De fato, 
muitos deles se perdem com informações irrelevantes, embaralham queixas, sintomas e, se lhes 
perguntamos quando surgiu a dor nas costas, respondem que foi no casamento da sobrinha. Nesses 
casos, o médico competente é capaz de assumir com delicadeza o comando do interrogatório de forma 
a torná-lo objetivo e exequível num tempo razoável. 
 (www.drauziovarella.com.br) 
 
Texto II 
A relação médico-paciente, considerada uma coisa importante e quase sagrada desde os tempos 
de Hipócrates, está em franca degeneração, e não só no Brasil. Isso é muito ruim para tudo e para 
todos: sofre a qualidade da assistência médica, sofre a ética, mas sofre, principalmente, a própria 
eficácia da terapia; uma vez que está amplamente demonstrado que o simples fato de o paciente 
acreditar e confiar no médico é meio caminho andado para que ela ocorra. 
(Renato M. E. Sabbatini. www.sabbatini.com/renato/correio/medicina/corr9645.htm) 
 
Texto III 
http://www.drauziovarella.com.br/
http://www.sabbatini.com/renato/correio/medicina/corr9645.htm
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 CADERNO DE PROPOSTAS 119 
Aforismo*, frequentemente atribuído a Hipócrates, define o compromisso do médico para com 
os doentes e foi consagrado como divisa da própria medicina: curar algumas vezes, aliviar 
frequentemente, consolar sempre. 
(www.medicinacomplementar.com.br/tema2002062.asp. Adaptado) 
 
* Aforismo: sentença ou princípio de alcance moral 
 
Com base nos textos da coletânea e em seus conhecimentos, elabore um texto dissertativo sobre o 
tema 
A relação médico-paciente nos tempos apressados da atualidade 
2.2.1 Comentário – Ética 
20. (Facisb 2019) O papel do consumidor no combate à escravidão 
moderna 
A banca oferece ao candidato uma coletânea composta por 4 textos de apoio e, ao final, a frase tema: 
“O papel do consumidor no combate à escravidão moderna”. Essa frase tema não está dividida em duas 
partes a fim de que o candidato se posicione entre uma delas. Aqui, o mais importante é atentar-se para 
não tangenciar o tema: não se deve falar de consumismo ou do consumidor ou da escravidão moderna, 
mas sim do papel do consumidor na escravidão moderna. 
O texto 1 é muito importante, pois define qual conceito de escravidão moderna está sendo considerado 
para essa proposta. Nesse caso, a escravidão moderna será “quando uma pessoa controla a outra, de tal 
forma que retire dela sua liberdade individual, com a intenção de explorá-la”. Em seguida, para ainda 
maior clareza sobre a abordagem, temos um exemplo: trabalho forçado em condições degradantes, com 
extensas jornadas, sob coerção, violência ou ameaça. O texto usa o termo “crime oculto”. É uma 
oportunidade de pensar: o que o torna oculto? Por que o uso do adjetivo “oculto”? Uma resposta pode 
se relacionar ao fato de que essa não é uma das problemáticas mais discutidas pelas mídias de 
comunicação. 
Pode-se também pensar o motivo que não leva as mídias de comunicação atuais a noticiarem bastante 
esse assunto? Será que tem a ver com o público afetado por essa condição de subemprego geralmente 
ser de classes mais baixas? O que isso significa sobre a imparcialidade das mídias? 
Por último, esse texto leva à reflexão do que faria pessoas aceitarem trabalhos em condições tão 
degradantes e não se pronunciarem. Segundo o própriotexto, “a pobreza e a falta de oportunidades são 
fatores determinantes para o aumento da vulnerabilidade à escravidão moderna.”. 
Já o texto 2 começa narrando uma situação que se enquadra na descrição dada de escravidão moderna. 
No segundo parágrafo, traz mais um fator à análise sobre essas condições de trabalho: inexistência de 
limites entre a vida dentro e fora do trabalho. Isso nos leva a pensar por um outro lado: além do 
trabalhador explorado sob condições insalubres, o indivíduo profundamente inserido no capitalismo, 
que trabalha excessivamente, em detrimento de várias coisas (saúde, tempo de lazer, tempo com a 
família, etc) também está em um cenário de escravidão moderna? 
No fim do texto, é trazida a questão do esgotamento físico e também do esgotamento mental. Esse 
segundo, especialmente para o indivíduo citado acima (que vive apenas a esfera do trabalho, o 
“workaholic”), é bastante comum. 
Contudo, essa discussão precisa ser aprofundada se for ser usada em redação. Atente-se para fazer a 
devida caracterização e separação dos cenários do trabalhador explorado e subempregado e do 
ESTRATÉGIA VESTIBULARES - UFRR 
 
 CADERNO DE PROPOSTAS 120 
trabalhador compulsivo. A questão financeira e o status são dois pontos muito importantes: ambos 
possuem o mesmo status em sociedade? Sofrem dores ou ausências semelhantes? 
O texto 3 começa questionando o motivo de, em pleno século XXI, ainda existir trabalho escravo. Surge 
então a questão do modelo atual de consumo. Que modelo é esse? Como você irá caracterizá-lo em 
redação? Aqui é muito importante prestar atenção nos saltos de raciocínio. Estamos desenvolvendo 
reflexões sobre conceitos que podem ser diferentemente entendidos. É necessário que você garanta 
que o corretor, ao ler sua redação, compreenda exatamente qual definição está sendo utilizada naquele 
contexto. 
Um outro conceito útil nesse ponto é o de “sociedade de consumo”: “sociedade de consumo é um 
termo utilizado para designar o tipo de sociedade que se encontra numa avançada etapa de 
desenvolvimento industrial capitalista e que se caracteriza pelo consumo massivo de bens e serviços 
disponíveis, graças a elevada produção.”. 
Como o modelo de consumo atual é um dos motivos, então, da escravidão moderna? 
Uma resposta para essa pergunta pode estar na “obsolescência programada”: “Obsolescência 
programada é a decisão do produtor de propositadamente desenvolver, fabricar, distribuir e vender um 
produto para consumo de forma que se torne obsoleto ou não-funcional especificamente para forçar o 
consumidor a comprar a nova geração do produto.”. Sabe a coleção verão de determinada marca? Ela 
está programada para se tornar obsoleta quando o verão acabar. Para aqueles profundamente inseridos 
nesse modelo de consumo, após o fim do verão, já não é mais aceitável comprar ou usar roupas da 
coleção passada. Literalmente se estaria “fora de moda”. Não é difícil pensar em outros exemplos, como 
o novo modelo de iphone que é lançado todo final de ano. 
Existe uma música da banda Engenheiros do Hawaii com o nome “3ª do plural” que fala um pouquinho 
dessa situação de consumo e usa, inclusive, o termo “obsolescência programada”. Pode ser uma 
maneira de começar sua dissertação com uma ilustração na contextualização. 
Voltando ao texto 3, no fim do primeiro parágrafo, o autor questiona qual o papel do consumidor nessa 
situação da escravidão moderna. Como o consumidor, consciente ou inconscientemente, ajuda a 
manter esse problema social? Podemos pensar sobre a questão de responsabilidade social do indivíduo 
nesse momento. 
Já trazendo o gancho para o texto 4: nesse texto, defende-se que a escravidão moderna é 
responsabilidade social das empresas e do Estado. Ao indivíduo caberia o papel de denunciar quando 
existirem suspeitas de exploração ou de subemprego, contudo, o texto desencoraja atitudes por parte 
do público, como boicotes a marcas. 
Encaminhamentos possíveis: 
1) Em se tratando de um problema diretamente afetado por suas ações em sociedade, cabe ao 
consumidor se posicionar frente ao trabalho escravo moderno e às condições de subemprego. 
OU 
Dado que faz parte de uma coletividade adepta de um modelo de consumo do qual usufrui, é papel 
do consumidor se responsabilizar pelas consequências e manifestações desse contexto. 
 
Argumentos: 
- Papel político do cidadão; 
- Empatia; 
- O que comprar de uma empresa que desrespeita os direitos trabalhistas diz sobre os valores do 
consumidor? 
ESTRATÉGIA VESTIBULARES - UFRR 
 
 CADERNO DE PROPOSTAS 121 
- Indivíduo x coletividade. 
 
2) Dada a separação entre o contexto empresa e cliente, o papel do consumidor frente à escravidão 
moderna se encerra nas denúncias e o da empresa e do Estado começam no devido seguimento 
dos direitos trabalhistas. 
Argumentos: 
- Crescente individualismo/ ensimesmamento; 
- Modelo econômico baseado na lei da oferta e da procura e regulado pelo livre mercado. 
 
21. (FAMEMA 2018) Violência contra o professor 
PROPOSTA: 
A banca traz 3 textos na coletânea e apresenta um questionamento dividido em dois posicionamentos 
possíveis, um dos quais, portanto, deve ser o escolhido pelo aluno. O primeiro texto aborda a questão 
da alta violência física contra o professor no Brasil. O segundo texto acrescenta a reflexão da violência 
sofrida pelo aluno ao receber uma escola e uma educação sucateadas. O terceiro texto opina que 
existem diversos outros fatores da construção social dos alunos que refletem na violência contra o 
professor. 
Análise da proposta: 
A proposta pede a construção de uma dissertação. 
Gênero: 
O texto dissertativo é um tipo de texto argumentativo e opinativo, já que opina sobre determinado 
assunto ou tema, de forma lógica, coerente e coesa. 
Finalidade: 
Discutir se a violência contra o professor é causada pelas regras escolares impostas aos alunos ou se é 
reflexo de uma sociedade violenta. 
Circunstância: 
Texto dissertativo. 
Formato do comentário: 
O texto dissertativo tem o objetivo de discutir e argumentar sobre um tema, sendo defendido um ponto 
de vista. Sua estrutura mais comum envolve introdução, argumentação e conclusão. A introdução deve 
apresenta claramente o assunto a ser tratado. A argumentação, ou desenvolvimento, é a parte em que 
se expõem as ideias. Por fim, a conclusão é o momento final do texto, apresentando uma retomada, 
visão final do assunto discutido. 
É importante verificar a coesão e a coerência para que o texto faça sentido tanto na macroestrutura, 
que são os parágrafos, quanto na microestrutura, isto é, as ideias contidas em cada parágrafo. A 
linguagem deve seguir a norma culta e não há muito espaço para informalidade. 
Encaminhamentos: 
Alguns encaminhamentos possíveis são: 
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 CADERNO DE PROPOSTAS 122 
- sendo o Brasil um dos países com maior taxa de violência contra o professor, quais estruturas da 
sociedade brasileira estão diretamente relacionadas com esse ranking? 
- considerando que a construção social dos alunos envolve diversas esferas, cabe discutir questões 
brasileiras de desigualdade social, desemprego, ambiente doméstico de violência, por exemplo, e como 
essas situações podem influenciar as crianças e os jovens, principalmente, em suas posturas escolares. 
Consequentemente, cabe avaliar também como isso influência a valorização da educação do Brasil, pela 
sociedade e pelos detentores de poder político. 
- Para aprofundar ainda mais, cabe discutir o jogo de poder envolvido na política brasileira e como o 
sucateamento das escolas, segundo muitos pensadores, pode ser um dos sintomas mais relevantes para 
a manutenção de uma estrutura que desvaloriza o pensamento crítico e o professor, figura 
representativa disso em muitas outras culturas, acaba desvalorizado e desamparado. 
22. (UEA 2019) Comportamentos machistas na internet 
A banca traz 3 textos de apoio e uma frase tema na forma de questionamento “A exposição de autoresde comportamentos machistas na internet contribui para desestimular tais comportamentos? ”. A 
resposta afirmativa ou negativa ao questionamento deve vir no posicionamento do texto. 
O texto 1 relata acontecimento machistas na copa do mundo de 2018. O que é muito importante de se 
perceber nesse texto é o papel de destaque do brasileiro. Embora não tenha sido apresentada uma 
pesquisa estatística sobre a presença do machismo no Brasil, esse texto, de forma mais sutil, 
fundamenta sua existência. 
O texto 2, que segue o texto 1 tanto na ordem escrita quanto no conteúdo, mostra uma faceta de como 
o país lida com o machismo em contrapartida a outros países. No texto 1, informa-se que uma ativista 
russa começou uma petição online para que os brasileiros envolvidos nas atitudes sejam 
responsabilizados criminalmente. Já o jornalista Boris Casoy, em uma atitude muito menos séria sobre o 
machismo, defende que os brasileiros agiram de maneira infantil (chama-os de “moleques e 
cafajestes”), mas não devem responder por nenhum crime. 
Aqui cabem muitas discussões. A primeira delas envolve o conceito de “jeitinho brasileiro”. 
“A expressão jeitinho brasileiro, ou simplesmente jeitinho, refere-se de modo abrangente à maneira que 
o povo brasileiro teria de improvisar soluções para situações problemáticas, usualmente não adotando 
procedimentos ou técnicas ou formais estipuladas previamente.”. 
Assim, pode-se discutir a atitude de Boris Casoy segundo todo esse modo de agir visto como típico do 
brasileiro. 
Outra discussão possível se relaciona à relativização: se as atitudes dos brasileiros, apesar de infantil e 
infeliz, não é criminosa, apenas a atitude do estrupo de fato é crime? Onde fica o limite? 
Já o texto 3 acrescenta mais um fato: as mídias online. O texto traz uma discussão importante sobre 
como o anonimato pode fazer com que grupo propagadores de ódio se juntem e ganhem força. Esse é o 
texto que mais se relaciona com a frase tema. Aqui, alguns caminhos para o raciocínio são a questão do 
anonimato como forma de evitar represálias legais (ser responsabilizado criminalmente) e o anonimato 
como forma de se impor evitando represálias sociais (não envolvem crimes, mas podem levar a exclusão 
ou à segregação do grupo do qual faz parte. Vários discursos de ódio que afetam fortemente 
celebridades, por exemplo, não tem a ver com crimes e sim com mera discordância de pontos de vista). 
Encaminhamentos possíveis: 
1) A partir do momento em que a exposição estiver associada à responsabilização legal de forma 
eficiente, a tendência é que as atitudes machistas online se reduzam. 
Argumentos: 
- Internet permite fakes e anonimato; 
ESTRATÉGIA VESTIBULARES - UFRR 
 
 CADERNO DE PROPOSTAS 123 
- Responsabilizar-se criminalmente; 
- Ressignificação do jeitinho brasileiro. 
2) Visto que a internet é composta por indivíduos que encontram, com maior facilidade, outros que 
compartilhem das mesmas mentalidades e sabendo de sua abrangência, torna-se inviável expor todos os 
autores. Tal qual a hidra, ao cortar uma cabeça, surgem outras no lugar. Assim, a redução das atitudes 
machistas virá de uma mudança coletiva de mentalidade e aumento do respeito à mulher. 
Argumentos: 
- Pensamento coletivo arraigado/ herança histórica sobre o papel da mulher; 
- País extremamente patriarcal, cuja objetificação da mulher ainda é uma realidade (exemplos na música 
funk podem ser usados); 
- Pouco arcabouço legal ainda em efetiva atuação. 
23. (Autoral/ Wagner Santos) Depressão na adolescência 
A depressão, não somente entre os jovens, é, sem dúvida alguma, um dos problemas mais sérios 
da modernidade. Fruto de uma série de fatores, entre eles aspectos biológicos, vem se tornando cada 
dia mais comum entre os jovens, aumentando, de forma preocupante, o número de suicídios de pessoas 
que não conseguem encontrar saída para o problema, seja pela falta de informação, seja pelo 
tratamento que recebe pela sociedade. Apesar de ser um processo crescente, recomendamos que você 
não fale profundamente sobre o suicídio, visto que esse é um tabu na sociedade e, dependendo da 
forma como você o tratar, pode ocorrer um tangenciamento do tema, fator que devemos evitar. 
Dessa forma, baseado na maneira como a propostas e o tema foram construídos, você deve se 
focar nas formas de preparação para que o jovem consiga lidar com o problema da depressão, 
enfrentando, sem dúvida, preconceito social e familiar e, muitas vezes, o próprio preconceito. Para uma 
abordagem organizada, você pode pensar em um parágrafo discutindo as causas, não em forma de lista, 
para que você não perca em textualidade; e um parágrafo com as consequências, também em forma de 
texto e não de lista. Recomendo, inclusive, que você pense em uma causa e uma consequência 
específicas para desenvolver melhor seu texto. 
Não se esqueça de que, assim como ocorre com a maior parte dos exames espalhados pelo 
Brasil, a Fuvest avalia de forma muito específica o conteúdo de sua redação. Dessa forma, busque 
repertórios que auxiliem na construção e sustentação de seus argumentos. Não se esqueça de que seu 
texto é um texto dissertativo-argumentativo, visto que temos a defesa de um ponto de vista sobre o 
tema. Determine tese, preferencialmente na sua introdução; e em argumentos sustentados por 
repertório, para a defesa dela. 
Um bom caminho a seguir, por exemplo, para as causas, é lidar com as pressões sociais 
aumentadas pela modernidade que, como Bauman apresenta, é líquida e sem durabilidade das 
estruturas, que se modificam a cada momento, dependendo das necessidades envolvidas. Esse é um 
argumento sólido que pode ser interessante para sua redação. Com relação à conclusão, penso ser 
interessante com uma retomada da tese, e consequente reforço dela, em como com um pequeno 
resumo dos argumentos. Fuja, nesse caso, do clichê da proposta de intervenção. Por quê? Exatamente 
por ser um clichê no momento. 
 
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 CADERNO DE PROPOSTAS 124 
24. (FAMERP 2017) Selfies 
O tema apresentado é bastante interessante para a construção de uma dissertação-
argumentativa, principalmente porque apresenta, em sua construção, perguntas que comporão a sua 
tese. Entendemos, inclusive, que há três respostas envolvidas: como mecanismo de interação social; 
narcisismo em excesso, e, na minha compreensão, uma mistura das duas, dependendo da forma como 
são utilizadas as selfies por parte dos cidadãos. Ainda que você siga esse terceiro caminho, não estará 
ficando em cima do muro, fato que devemos evitar com frequência cada vez maior em textos que serão 
julgados pelas bancas. 
O hábito de tirar essas fotos de si mesmo, vem crescendo grandemente nos últimos tempos, 
principalmente com o crescimento, na vida das pessoas, da participação das redes sociais. De qualquer 
forma, temos opções interessantes de caminhos para seguir. Essa prática, segundo boa parte dos 
estudiosos da psiquê humana, se configura como uma necessidade extrema de atenção e carinho. É o 
que, hoje, chamamos de “pedir biscoito” na internet. Inclusive, tal prática fez com que uma das redes 
mais utilizadas, o Instagram, que tem como função principal a publicação de fotos, ocultasse, dos 
demais usuários, o número de “curtidas” recebidas em cada uma das fotos publicadas. Segundo a 
plataforma, essa decisão foi tomada para que as pessoas possam postar suas fotos sem a comparação 
de “biscoitos” recebidos em cada foto (o problema é que o próprio usuário pode saber a sua quantidade 
de likes). 
Por outro lado, temos a ideia de que a tecnologia deve ser vista uma aliada da sociedade 
moderna e não uma “pedra de tropeço”, como diz a sabedoria popular. Hoje, o que vemos é uma série 
de pessoas endemonizando o uso das redes sociais de maneira, muitas vezes, infundada. É comum 
lermos que, necessariamente, o uso das redes, em especial por meio do smartphone, afasta as pessoas 
de relações sociais presenciais. Há uma constante comparação entre a vida on-linee a vida off-line, 
como se uma precisasse excluir a outra. Sabemos, que, com parcimônia, o uso das redes pode ser 
positivo. Inclusive, destaco que, durante o momento de pandemia do Covid-19, as redes sociais 
mostraram-se essenciais para que a saúde mental de boa parte das pessoas fosse mantida. 
Outro fator importante, antes de passarmos à estrutura do texto, diz respeito ao risco de se 
“perder” falando das redes sociais e da web, de forma geral, e deixar o tema fugir. Não se esqueça de 
que seu tema é a selfie e não a internet e seu uso. Esse, juntamente com as redes sociais, é um tema 
transversal, que deve parecer, claro, mas não tomar o espaço completo da sua redação. Organize seu 
pensamento antes exatamente para evitar o tangenciamento e a fuga ao tema. 
Com relação à estrutura de seu texto, recomendamos que, em sua introdução, você apresente 
contextualização de seu tema. É importantíssimo que você pense que não o leitor de seu texto não terá 
conhecimento de seu tema até ler seu texto. Sei que temos uma relação estranha com isso, uma vez que 
já sabemos que nosso leitor é o corretor de nosso texto, claro, já sabendo do nosso tema. Eu sempre 
digo pra fingirmos que não sabemos quem lerá o texto, para que você coloque essa contextualização em 
sua introdução. Além dela, recomendamos que você já apresente sua tese, para que fique claro aquilo 
que será defendido por você. 
Depois de apresentada a tese e o tema, é hora de argumentarmos para sustentar o que estamos 
defendendo, ou seja, devemos sustentar a nossa tese sempre por meio de argumentos. Tais 
argumentos, claro, precisam de sustentação também. Essa segunda sustentação é aquilo que se 
convencionou chamar de repertório, ou seja, você argumenta e, ao apresentar repertório, sustenta o 
argumento e o tira do senso comum, dando profundidade e conteúdo que, literalmente, agrada o leitor. 
Pense sempre nisso: argumentou? Então, é necessário que haja repertório para sustentar o tema. 
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 CADERNO DE PROPOSTAS 125 
Por fim, sua conclusão, a partir do tema trazido na proposta, não combina com uma proposta de 
intervenção, que vocês têm usado com cada vez mais frequência, por apresentar uma fórmula que 
auxilia vocês na escrita. Recomendamos que, aqui vocês usem uma conclusão no estilo clássico, com 
retomada de tese em seu início, reafirmando o que você defendeu; e resumo dos argumentos. Se, ainda 
assim, vocês decidirem ir para o “lado” da proposta, muito cuidado para não ferir nenhum direito 
garantido pela legislação brasileira ou que fira os direitos humanos. 
A seguir, apresentamos um resumo do que deve ser colocado por você em seu texto. Vamos lá! 
 
 
 
 
Coletânea de textos 
A seguir, apresentamos um resumo da coletânea de textos, na realidade com um texto de 
definição e dois textos que caminham para lados contrários no tema. 
 
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 CADERNO DE PROPOSTAS 126 
 
 
 
Tese e caminhos argumentativos 
Como apresentei rapidamente na análise do tema, esse permite que trabalhemos com três teses 
essenciais, a saber: 
 
• As selfies como mecanismos válidos de interação social (em que as redes sociais devem ser vistas 
de forma positiva) 
• As selfies como uma demonstração de narcisismo exagerado (em que as redes contribuem para o 
afastamento das pessoas e, principalmente, contribuem para a demonstração do usuário) 
• As selfies como uma forma de valorização própria e, em alguns casos, como forma de 
demonstração exagerada de narcisismo. 
 
A seguir, apresentaremos argumentos que servem para direcionar seu pensamento para esse 
tema. Como sempre digo, não pense que esses argumentos são verdade absoluta e que excluem outros 
caminhos. Nosso objetivo é somente “dar um empurrãozinho” na redação de vocês. 
 
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 CADERNO DE PROPOSTAS 127 
 
 
25. (FAMECA 2016) Remoção de órgãos saudáveis para prevenir o 
câncer 
Nessa proposta da FAMECA, o tema é extremamente “espinhoso” e polêmico, visto que 
relaciona as decisões pessoais às possibilidades de acontecimento. Ao descobrir que é um paciente em 
potencial para o desenvolvimento do câncer, como devem agir as pessoas? Exatamente esse é o ponto. 
Como julgaremos o fato de pessoas retirarem órgãos saudáveis, mas com objetivo de preservação? Essa 
é a discussão proposta para seu texto. 
Esse tema toca em dois pontos extremamente importantes, que podem ser considerados por 
vocês: hoje, muitas pessoas tomam medidas mais severas para a preservação de sua saúde ou estética; 
e os limites das decisões pessoais. Inclusive, recomendamos que não exista quaisquer referências às 
ações governamentais, visto que a decisão pessoal, sendo fundamentada pela ciência, determinada pelo 
Estado. No primeiro caso, claro que os exageros para a manutenção estética são extremamente 
preocupantes e perigosos, contudo não é esse o caso aqui tratado. Estamos diante de uma decisão 
relacionada à saúde das pessoas, fundamentada em exames e indicações médicas. 
Claro que, como os próprios textos apresentam, existem opções menos invasivas para o caso. 
Essa pode ser a sua posição, indicando que não é necessário que a automutilação aconteça no caso 
dessa prevenção. Você deverá fundamentar suas ideias nas alternativas para a medida mais extrema. 
São, ambas, posturas sustentáveis por métodos científicos que divergem, mas que não se apresentam 
como soluções definitivas. O que eu quero dizer, aqui, é que as duas formas de pensar são válidas e 
podem ser defendidas, isso não é problema. O que não deve acontecer é que tenhamos a apresentação 
de uma verdade absoluta. Cuidado com isso dos dois lados. 
Com relação à estrutura de seu texto, recomendamos que, em sua introdução, você apresente 
contextualização de seu tema. É importantíssimo que você pense que não o leitor de seu texto não terá 
conhecimento de seu tema até ler seu texto. Sei que temos uma relação estranha com isso, uma vez que 
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 CADERNO DE PROPOSTAS 128 
já sabemos que nosso leitor é o corretor de nosso texto, claro, já sabendo do nosso tema. Eu sempre 
digo pra fingirmos que não sabemos quem lerá o texto, para que você coloque essa contextualização em 
sua introdução. Além dela, recomendamos que você já apresente sua tese, para que fique claro aquilo 
que será defendido por você. 
Depois de apresentada a tese e o tema, é hora de argumentarmos para sustentar o que estamos 
defendendo, ou seja, devemos sustentar a nossa tese sempre por meio de argumentos. Tais 
argumentos, claro, precisam de sustentação também. Essa segunda sustentação é aquilo que se 
convencionou chamar de repertório, ou seja, você argumenta e, ao apresentar repertório, sustenta o 
argumento e o tira do senso comum, dando profundidade e conteúdo que, literalmente, agrada o leitor. 
Pense sempre nisso: argumentou? Então, é necessário que haja repertório para sustentar o tema. 
Por fim, sua conclusão a nosso ver, não deve seguir o clichê atual de construção de proposta de 
intervenção em todos os temas. Como temos um tema que, como vimos, toca em pontos 
extremamente pessoais, não acho que seria interessante que se apresente um modelo de 
comportamento, ainda que você seja contra “o outro lado”. Claro que isso não significa que você 
construirá um texto sem opinião, de maneira alguma, mas significa que você não apresentará uma 
forma de comportamento por meio da proposta. Você argumenta e se posiciona normalmente, 
somente não apresenta regras a serem seguidas. Fechou? 
A seguir, apresentamos um resumo do que deve ser colocado por você em seu texto. Vamos lá! 
 
 
 
Coletânea de textos 
Na coletânea de texto constante da proposta, temos textos motivadores que apresentam os 
“dois lados da moeda”, visto que apresentam as ideias relacionadas à efetividade da retirada dos órgãos 
como prevenção para o câncer, ao mesmo tempo em que apresentam atitudes que são opções para a 
retirada deórgãos. Como vimos que é possível apresentar duas teses, os textos servem para auxiliar no 
direcionamento de seu pensamento. Leia os textos com calma e defina suas ideias para a escrita. 
 
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 CADERNO DE PROPOSTAS 129 
 
 
 
 
Tese e caminhos argumentativos 
Como a proposta se fundamenta em uma pergunta com dois elementos coordenados entre si, 
entendemos que sua tese pode tomar dois caminhos diferentes. É possível que você apresente sua ideia 
de que a retirada de órgãos, para evitar o câncer, é uma medida preventiva necessária, ou, ainda, você 
pode se posicionar com a ideia de que essa retirada é uma conduta exagerada. Para cada uma delas, 
você deve buscar argumentos fundamentados em repertório para que fujamos do senso comum. 
Percebemos que, em um tema como esse, seus melhores repertórios serão baseados nos 
exemplos reais, sem copiar os textos motivadores, e nos dados estatísticos. Recomendamos que você 
pense em sua tese e argumentos antecipadamente, para que possa organizar suas ideias e, inclusive, 
escolher seu repertório. Sempre pense que esse repertório é essencial. Inclusive, em alguns casos em 
que você tenha menos repertório, é comum que retiremos os nossos argumentos desse próprio 
repertório, para evitar que não tenhamos o uso do senso comum de forma muito clara. 
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 CADERNO DE PROPOSTAS 130 
Partimos, então, para a apresentação de alguns argumentos que podem direcionar seu texto e 
sua tese. 
 
 
 
26. (UFGRS 2019) Criação dos filhos 
UFRGS, como de costume, apresenta a chamada “construção de cenário”, que serve para que os 
candidatos possam entender a funcionalidade social de seu texto, ou seja, serve para mostrar que o 
texto teria, na sociedade, uma aplicação. Por tratar-se de uma dissertação-argumentativa, o cenário 
construído é o de uma situação acadêmica, visto que esse gênero não é facilmente aplicado na 
sociedade em outros cenários. Apesar do cenário, vale destacar que ele não modifica a forma de 
apresentação de sua redação, indicando, apenas, a necessidade de uma organização anterior de seus 
argumentos e tese. Pense em seu texto antecipadamente e já defina tudo o que aparecerá em seu 
texto. 
Diferente do que o título do texto parece indicar, a discussão de seu texto relaciona-se 
diretamente à criação dos filhos, em especial do espaço que é dado aos adolescentes e jovens. Perceba 
que muito se fala sobre a forma como se devem criar os filhos: para alguns pais, o cuidado com eles é 
essencial e não é, de forma alguma nocivo ao desenvolvimento dos filhos, enquanto para outros a 
liberdade é fator essencial para o crescimento e para a preparação dos filhos, que deverão enfrentar 
problemas reais trazidos pelo mundo, por assim dizer. 
É um tema interessante demais de ser tratado e apresenta muitos fatores a serem considerados. 
Cada pai tenta repetir, na criação de seus filhos, aquilo que vivenciaram e que, na ótica deles, é 
funcional. Para outros pais, a busca é a de não repetir a forma como foram criados, visto que essa forma 
pode envolver violências diferentes, bem como por terem sido criados de forma muito protetora. O fato 
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 CADERNO DE PROPOSTAS 131 
é que, por tratarmos com seres humanos, determinados psicologicamente por muitos fatores, não é 
possível determinar uma cartilha do que realmente funciona e daquilo que não funciona. A experiência 
é adquirida de formas diferentes e, pior do que isso, processada de maneira muito diferente de pessoa 
para pessoa. Alguns jovens e adolescentes lidam com a responsabilidade e a liberdade de forma mais 
tranquila, enquanto outros abusam dessas benesses. 
O que podemos tirar de tudo isso? É possível perceber que não há uma forma “correta” de 
criação dos filhos, visto que os pais, assim como os próprios filhos, são construções psicológicas 
diferentes, motivados por sonhos e experiências diferentes. Como diz a psicologia, somos sempre 
formados por aquilo que vivemos e aquilo que desejamos ter vivido. É uma soma que, muitas vezes, não 
fecha. Para finalizar, vale lembrar que, segundo o psicólogo Piaget, estudioso do desenvolvimento 
humano, essencialmente nas fases da infância e da adolescência, o crescimento só ocorre quando 
passamos por processos de “descentração”, em que nossa organização deixa de ser suficiente para o 
mundo em que vivemos. Com o protecionismo exagerado, as descentrações demoram mais a acontecer, 
atrasando as modificações necessárias ao crescimento e desenvolvimento psicológico dos jovens e 
adolescentes. 
Com relação à estrutura de seu texto, recomendamos que, em sua introdução, você apresente 
contextualização de seu tema. É importantíssimo que você pense que não o leitor de seu texto não terá 
conhecimento de seu tema até ler seu texto. Sei que temos uma relação estranha com isso, uma vez que 
já sabemos que nosso leitor é o corretor de nosso texto, claro, já sabendo do nosso tema. Eu sempre 
digo pra fingirmos que não sabemos quem lerá o texto, para que você coloque essa contextualização em 
sua introdução. Além dela, recomendamos que você já apresente sua tese, para que fique claro aquilo 
que será defendido por você. 
Depois de apresentada a tese e o tema, é hora de argumentarmos para sustentar o que estamos 
defendendo, ou seja, devemos sustentar a nossa tese sempre por meio de argumentos. Tais 
argumentos, claro, precisam de sustentação também. Essa segunda sustentação é aquilo que se 
convencionou chamar de repertório, ou seja, você argumenta e, ao apresentar repertório, sustenta o 
argumento e o tira do senso comum, dando profundidade e conteúdo que, literalmente, agrada o leitor. 
Pense sempre nisso: argumentou? Então, é necessário que haja repertório para sustentar o tema. 
Por fim, sua conclusão pode apresentar -se de forma mais clássica, com a construção de uma 
retomada da tese e um resumo dos argumentos. Dizemos isso, porque será muito estranho apresentar 
uma proposta de intervenção para determinar como as pessoas devem se comportar em suas vidas. É 
muito comum, hoje, que vocês, sempre que possível, “sapequem” uma proposta de intervenção em 
todas as redações, dado que são mais tranquilas de escrever por terem uma formulazinha a seguir. 
Nesse caso, não é possível aplicar uma proposta realmente. Siga pelo caminho mais clássico para 
facilitar sua vida. 
A seguir, apresentamos um resumo do que deve ser colocado por você em seu texto. Vamos lá! 
 
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 CADERNO DE PROPOSTAS 132 
 
 
Coletânea de textos 
A coletânea conta com apenas um texto, que deve servir de gerador para a discussão proposta 
pelo tema da redação. Quando isso acontece, não se esqueça de ler atentamente o texto, com destaque 
das ideias principais para que você possa gerar a sua redação. Faça isso com calma e atenção. A seguir, 
apresentamos um resumo do texto da proposta. 
 
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 CADERNO DE PROPOSTAS 133 
 
 
Tese e caminhos argumentativos possíveis 
Sua tese, nessa proposta, deve ser construída a partir da opinião que você apresentará com 
relação à forma como os jovens e adolescentes devem ser criados e tratados pelos pais. Como é um 
tema extremamente amplo, com muitos outros temas transversais, é necessário que vocês organizem 
bastante bem as ideias de vocês, com colocação de sua tese clara e seus argumentos também. A 
organização do texto é fruto claro de uma organização constante de suas ideias. Constante e anterior. 
Como tese, percebemos ser possíveis, essencialmente, dois posicionamentos, principalmente 
quando analisamos o texto motivador. Claro que você pode encontrar um viés diferenciado dos 
apresentados aqui e isso não é um problema, de maneira alguma. Tendo caminhado para não fugir ou 
tangenciar o tema, ok! Volto a reforçar que sua tese precisa ser definida antes de você começar a 
escrever. Não entre “na pilha” de partir para a escrita,colocando tudo aquilo que você pensa sobre o 
tema. Isso deve ser feito antecipadamente. 
Como teses possíveis, pensamos da seguinte forma: 
 
• Os adolescentes precisam de proteção máxima em sua criação: nesse caso, indicamos 
que, se você pensar dessa forma, deve apresentar argumentos sustentados para defender 
essa ideia, é concernente com o que apresentam, no texto motivador, aqueles pais que 
criticaram os pais de Abby. 
• Os adolescentes precisam de liberdade em sua criação: entendemos que essa seria a tese 
indicada, visto que, ao afirmar que os adolescentes e jovens precisam de liberdade para 
um melhor desenvolvimento, não abrimos, necessariamente, mão do controle desses 
adolescentes. 
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 CADERNO DE PROPOSTAS 134 
 
Achamos, aqui, que a tese em defesa de uma liberdade total é complicada para a defesa 
sustentada, visto que o controle, ainda que com parcimônia, é extremamente importante na criação de 
filhos. Não queremos, claro, apresentar verdades absolutas, visto que não existem. A seguir, trazemos 
alguns argumentos para serem usados por vocês na construção do texto. 
 
 
 
27. (Mackenzie 2019) Videogames violentos 
Tema e tese 
A proposta do Mackenzie apresenta como tema a relação entre violência e videogames, com a 
ideia comum de que o uso de jogos violentos gera jovens mais violentos. Como temos um alto índice de 
violência entre os jovens, em especial com reações violentas com relação aos outros que os 
desagradam, buscam-se motivos para que esses episódios aconteçam. Esse é o tema transversal dos 
textos apresentados e, como apontado na proposta, é a leitura da coletânea de textos que nos interessa 
para a determinação desse tema. 
Muito se discute sobre essa influência nefasta dos videogames na vida dos jovens, levando em 
consideração o que esse uso deve causar. É interessante que se note que a proposta pede que seu texto 
se aproxime do ponto de vista apresentado nos textos motivadores, ou seja, você precisará pensar em 
apresentar, em seu texto, ideias que sejam concernentes com as apresentadas no texto. Por isso, 
deixaremos a discussão de tese e de argumentos para o momento após a apresentação da interpretação 
dos textos. 
Contudo, nesse momento, apresentaremos o tema de forma mais ampla, sem nos preocuparmos 
com a formação de argumentos. Como contextualização, entendemos que a geração mais nova, com 
pré-adolescentes, adolescentes e muitos jovens, encontra nos jogos de videogame uma forma de lazer 
muito profícua. Essa “vida em frente as telas”, por assim dizer, se intensifica quando a possibilidade dos 
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 CADERNO DE PROPOSTAS 135 
jogos em rede se tornou realidade, com a popularização da internet e da possibilidade de contato por 
meio dos jogos. O fato interessante é que essa forma de diversão traz, consigo, uma série de 
características que tornam a visão sobre essa vida um problema. 
Aqueles que se envolvem nessa vida dos jogos acaba se isolando um pouco do convívio social e 
familiar, fato que gera a visão da sociedade sobre eles em algo extremamente estereotipado. Esse 
estereótipo é aumentado quando pensamos que os jovens que usualmente se envolvem em massacres 
em escolas ou outros locais, são jogadores contumazes. São os chamados nerds, que sofrem de bullying 
por sua aparência e hábitos, além de conhecerem, pela visão social, a violência gratuita por meio dos 
jogos. 
Muitas vezes, as pessoas, ao colocarem a culpa dos comportamentos violentos nos jogos, se 
esquecem de que a violência é uma realidade social, presente em nossa sociedade. Além disso, muitas 
vezes não levam em consideração que esses nerds sofrem violências em seu dia a dia na escola e em 
outros locais de convívio. São pressionados pelos pais a terem uma vida social mais presente, 
experenciando as relações com os outros de forma offline, como costumamos dizer. 
Além disso, reduzir a formação psicológica de uma criança ou jovem ao uso de videogames é 
reduzir a pessoa a apenas um fator de sua constituição. É claro que o isolamento social e o convívio com 
cenários de violência dos jogos podem afetar mentes em formação, contudo esse é um ponto do 
problema maior. Poderíamos dizer que temos um combo de elementos que leva os jovens a agir de 
forma violenta, visto que nem todas as pessoas que se divertem dessa forma envolvem-se em cenários 
de violência real. Se a culpa fosse exclusivamente dos jogos, teríamos um número imenso de jovens 
envolvidos nesses massacres ou cometendo diferentes formas de violência na sociedade. 
Olhando para sua produção textual, não se esqueça de que sua estrutura deve ser pensada da 
seguinte forma: 
 
 
 
Busque apresentar, em sua introdução, uma boa contextualização do tema. Cite ideias 
relacionadas ao uso de videogames, essencialmente os violentos na sociedade. Destaque que o uso 
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 CADERNO DE PROPOSTAS 136 
dessa forma de lazer cresce bastante no meio digital. É um tema amplo, bastante interessante, que abre 
um espaço excelente para que você construa seu texto. Pense em seu texto antes, construa um bom 
planejamento de argumentos e texto, principalmente porque haverá muitos argumentos surgindo em 
sua cabeça. 
 
Coletânea de textos 
Nessa proposta a coletânea ganha uma importância enorme, visto que é dela que se depreende 
o tema. Além disso, a própria banca pede que tenhamos um texto com referências aos textos 
motivadores, claro que não colocando elementos copiados desses textos, mas ideias que se apresentam 
nos textos. O direcionamento da tese, então, fica extremamente claro: existe influência dos jogos 
violentos na construção de jogadores violentos, ainda que esse não possa ser reconhecido como o 
único fator de formação dos jovens. 
Assim, o texto 1 apresenta os resultados de uma pesquisa que mostra que os jovens que jogam 
jogos violentos tornam-se menos sensíveis à violência real. Essa pesquisa foi feita com medições 
fisiológicas dos jovens ao serem expostos a cenas de violência. Apesar de parecer que esse texto indica a 
formação de jovens violentos por culpa exclusiva dos videogames, percebemos que esse é um dos 
fatores que pode vir a fazer o jovem agir de forma mais violenta, visto que ele não mais se solidariza 
com o sofrimento alheio com facilidade. Contudo, é interessante ressaltar que o texto não afirma que a 
culpa da violência é dos jogos, mas que os jovens perdem sensibilidade à violência após serem expostos 
a esse tipo de divertimento. Essa ideia reforça a nossa tese de que os jogos contribuem para a violência, 
mas não a gera diretamente. 
O texto 2, por sua vez, apresenta que a endemonização dos games violentos é uma resposta à 
necessidade de achar um culpado para um momento de tragédia como ocorre nos massacres causados 
por jovens em escolas e em lugares públicos. A autora aponta que a ideia de que os jovens e 
adolescentes é falsa, porque o jogador médio desse tipo de game tem mais ou menos trinta anos. Além 
disso, aponta que o universo de convívio dos jovens é considerado bizarro e potencializado pelo 
isolamento dos games, visto que os jogadores passam muito tempo em frente ao jogo, fugindo do 
convívio social e familiar. Esse texto fundamenta bem nossa ideia de que a construção de um jovem vai 
além daquilo que o diverte. 
Por fim, o texto 3 é uma propaganda que aponta para a ideia de que os videogames são 
diferentes da violência real, offline. Utilizando-se de uma construção com duas colagens, destacando 
que a arma montada está relacionada à realidade, enquanto o joystick apresenta a palavra “fantasia” 
em destaque. Essa separação é ponto importante na discussão acerca de nosso tema. Para muitos, a 
fantasia pode fazer parte da construção da realidade; para outros muitos, há uma diferença entre a 
fantasia e a realidade, sendo que essa diferença precisa ser levada em consideração pelas pessoas. 
 
Tese e argumentos 
Para esse tema, precisaremos trabalharcom uma tese importante: os jogos violentos são fator 
de composição na violência real. Chegamos a essa tese quando analisamos os textos apresentados na 
proposta, visto que se percebe que não é somente o jogo violento que construirá uma pessoa violenta. 
Dessa forma, você deverá pensar em argumentos que devem ser entendidos como sustentação para o 
que você está defendendo. Cuidado, inclusive, para não construir um texto em que tenhamos uma 
incoerência, com supervalorização dos jogos nessa construção. A seguir, trazemos algumas ideias para 
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 CADERNO DE PROPOSTAS 137 
que você construa a sua redação. Não são ideias fechadas, mas ideias que podem auxiliar na sua 
percepção do tema, da tese e, claro, dos seus argumentos. 
 
• A constituição psicológica de uma pessoa é elemento bastante diverso, de pessoa a pessoa, sendo 
feita por relações de criação, de apresentação de moral e ética, e de convívio social. 
• Os jogos, quando utilizados de forma equilibrada, podem servir de momento de diversão e lazer 
para as pessoas que se dedicam a eles. 
• É preocupante o contexto de utilização desses jogos, que podem levar os gamers a ficar longos 
períodos isolados e com suas relações sociais prejudicadas. 
• A violência, se fosse fruto dos games violentos, só começaria a existir quando a tecnologia permitiu 
essa forma de diversão. Em outros momentos, essa discussão asseverou-se com relação à 
televisão e os filmes, visto que a violência sempre existiu. 
• Contextos de bullying, muitas vezes causados pela aparência e gostos dos nerds, é fator também 
determinante para comportamentos violentos como os encontrados nos massacres como o de 
Suzano, ocorrido em 2019. 
• A participação familiar na construção dos jovens é essencial para que a compreensão do uso dos 
games, fazendo os jovens entenderem que a ficção não deve, jamais, confundir-se com a 
realidade. 
 
28. (Faculdades Integradas Padre Albino 2012) Consumo 
Análise da proposta 
Tema e proposta 
O tema “A atitude do consumidor e o ato de consumir: necessidade ou compulsão? reflete sobre as 
formas de consumo moderno. Cada dia que se passa, novos produtos são lançados. Por sua vez, essa 
fábrica de produtos não vem simplesmente para saciar a necessidade da população, mas para levá-los a 
adquirir cada vez mais. O marketing surge como o impulsionador, posto que apresenta os produtos de 
forma a satisfazer os desejos pessoais dos consumidores, e não simplesmente para obter o produto 
como uma necessidade. Ademais, as mídias sociais são impulsionadoras, haja vista que apresentam 
propagandas constantes de produtos, e toda vez que o usuário acessa determinada propaganda, várias 
outras são apresentadas, alavancando cada vez mais o desejo de compra. Portanto, em posse dessas 
informações, vejamos, a seguir, possibilidades de se trabalhar o tema. 
 
 
A partir das informações elencadas no quadro, observem que o tema pode ser trabalhado a 
partir de variadas perspectivas. Assim, um caminho para você desenvolver seu texto é pensar que as 
compras da sociedade moderna são realizadas por causa da compulsão, posto que os consumidores não 
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 CADERNO DE PROPOSTAS 138 
adquirem os produtos por necessidade, mas pelo desejo de obter mais e mais produtos. Portanto, esse 
pode ser um argumento que possibilite um desenvolvimento textual mais consistente, apresentando 
mais possibilidades de ideias a serem desenvolvidas. 
Diante disso, esperamos que você, em sua redação, focalize uma das posições seguintes: ou você 
aponta que o consumo está sendo realizado devido à compulsão; por outro lado, você pode 
problematizar a necessidade de consumo para se sentir inserido na sociedade. Diante disso, caso você 
escolha abordar a primeira perspectiva, aponte, por exemplo, que as pessoas estão consumindo devido 
à desequilíbrios emocionais. Portanto, pensando que a compra vai trazer felicidade, elas acabam 
adquirindo produtos que não necessitam. A internet facilita, pois apresenta uma variedade enorme de 
produtos, e grande facilidade de compra. Por outro lado, caso você queira dissertar acerca da segunda 
perspectiva, sinalize, por exemplo, que a necessidade de ser aceito leva a pessoa a comprar os produtos 
que estão na moda, mesmo que não necessite. Também você pode focalizar que a baixo autoestima 
também é impulsionadora do problema. Portanto, você tem caminhos variados para está 
desenvolvendo seu texto, basta se apropriar de um deles e escolher as ideias que melhor se articulem 
para desenvolver uma argumentação consistente. 
Pensando no exame, o texto Dissertativo-Argumentativo, utilizado pela Faculdade Integras Padre 
Albino, compõe-se de três partes essenciais: 
 
 
 
 
 
 
Na elaboração do texto dissertativo-argumentativo, deve-se apontar uma tese clara e 
consistente para que você, ao longo de seu texto, consiga argumentar com facilidade, sem necessitar 
recorrer a ideias que possam enfraquecer sua argumentação. 
Assim, em sua introdução, você deverá delimitar o seu tema, visto que, como comentamos 
acima, é amplo, e apresentar a sua tese. A partir disso, você estará construindo seu projeto de texto, 
elemento fundamental na escrita de uma redação. Quando uma produção apresenta um projeto de 
ESTRATÉGIA VESTIBULARES - UFRR 
 
 CADERNO DE PROPOSTAS 139 
texto, o leitor, na introdução, já focaliza o assunto que está sendo abordado e o seu ponto de vista 
sobre ele, o que você irá defender sobre esse tema. Logo, com o projeto de texto, mostra-se, antes de 
argumentar, qual o caminho opinativo, ou seja, qual a tese que você apresentará em seu texto. Pense 
que o seu leitor, ainda que seja um corretor, não “conhece” o seu tema. É como se estivesse entrando 
em contato com ele pela primeira vez. Tudo caminha para que ele compreenda o tema a partir do seu 
texto. Se, por acaso, você costuma se perder na argumentação, principalmente quando tratamos da 
organização dos argumentos na cabeça, indique, logo na introdução, os argumentos que irá trabalhar ao 
longo da sua redação. Isso facilita a coerência de suas ideias. 
Por sua vez, no desenvolvimento, você deverá apresentar seus argumentos. Comumente, 
recomendamos dois argumentos pela extensão da redação. Pode parecer muito, mas 30 linhas, para um 
texto bem desenvolvido, acaba sendo pouco. Assim, com dois argumentos, fica um pouco mais fácil de 
desenvolver as ideias como deve. É importante destacar que o repertório deve estar presente, 
fundamentando seus argumentos de forma clara e produtiva. Sempre coloque repertório em seus 
argumentos e apresente, claramente, a ligação entre as duas partes: a sua afirmação e o repertório. 
Por fim, você deve concluir as ideias desenvolvidas ao longo do texto. Retome aos argumentos 
explanados para poder dar um fechamento geral no texto, sempre articulando ao tema de sua redação. 
 
Coletânea de textos 
Os textos motivadores são suportes para a compreensão do tema. Assim, não se pode utilizar 
seus argumentos e nem parte desses textos na produção textual. Busque utilizar os textos como 
direcionadores dos seus pensamentos. Muitas vezes, vocês apresentam a ideia de que não podem ler os 
textos motivadores porque ocorrem essencialmente dois problemas: ou vocês descobrem que todos os 
argumentos que têm estão colocados nos textos; ou sentem uma incontrolável necessidade de usar 
aqueles argumentos que ficam fixos no seu inconsciente. Para resolver isso, só treinando muito a 
produção textual. Treine e treine e, quando cansar de treinar, treine mais um pouco. Escrever, nós 
realmente só aprendemos escrevendo. 
Os textos motivadores da coletânea apresentam caminhos para que você, na hora de sua escrita, 
consiga focalizar melhor a discussão que está sendo esperada. Portanto, os textos motivadores vão 
problematizar a base do consumo provido pelas propagandas, que adicionaram ao produto o valor de 
status, levando o consumidor a comprá-lo não parasuprir suas necessidades básicas, mas para cumprir 
necessidades sociais. Assim, as pessoas são impulsionadas a comprarem produtos para se inserirem nos 
meios sociais. 
 
Tese e argumentos possíveis 
Como observamos ao longo dessa descrição, é possível pensar, sem se desligar do tema, em 
diferentes argumentos para o desenvolvimento textual. Buscamos sinalizar que encontrar um problema 
para dá solução ao assunto é um dos caminhos mais fáceis para o desenvolvimento de seu texto, 
desviando da possibilidade de sua redação ficar muito descritiva. Assim, o processo argumentativo, que 
inclui defender um posicionamento acerca de uma temática específica, fica facilitado quando se enxerga 
problemas, sendo possível, assim, argumentar sobre a razão da existência desses problemas. 
Dessa forma, a tese de seu texto pode problematizar tanto que o ato da compra se deve à 
compulsão, quando ao desejo de ser aceito na sociedade. Lembramos a você, ainda, que quando se 
utiliza o argumento de tese como um problema, existe a possibilidade de se descrever o porquê desse 
problema, o que possibilita articular causas de consequências. É, literalmente, construir a motivação da 
ESTRATÉGIA VESTIBULARES - UFRR 
 
 CADERNO DE PROPOSTAS 140 
existência do problema e, a partir disso, apresentar argumentamos em favor de comprovar essa 
existência. 
A seguir, apresentamos algumas possibilidades de argumentação. O objetivo não é 
apresentarmos uma verdade absoluta, mas somente indicar um caminho para que vocês possam 
argumentar mais claramente, visto que este costuma ser um problema para muitos estudantes. 
Apresentaremos argumentos para a tese que, como dissemos anteriormente, é indicada pelos textos 
motivadores e pelo próprio tema. 
 
 
Para enriquecer sua argumentação, é interessante que você utilize repertórios. Esses podem ser 
compostos de dados estatísticos, de falas de sociólogos, escritores, podem ser referências de filmes, 
livros que você tenha lido e que se articule à ideia que você está desenvolvendo. Lembre-se que, desde 
que seja bem articulada ao que você está desenvolvendo, as possibilidades de referências externas são 
muitas, e o uso produtivo dessas referências vai enriquecer sua argumentação e possibilitar uma nota 
mais elevada. 
29. (Faculdade Albert Einstein/Medicina 2017 ) O papel da 
argumentação nas redes sociais 
Análise da proposta 
Tema e proposta 
O tema “o papel da argumentação nas redes sociais, em tempos em que a exposição intensa na 
web é uma constante”, dialoga diretamente com a nossa contemporaneidade e como as ferramentas 
comunicacionais invadiram o nosso dia a dia. Não é novidade que as redes sociais são espaços de poucas 
palavras, de notícias rápidas. Essa velocidade na transmissão de informações gerou um imbróglio: a 
incapacidade de pessoas construir discursos em prol da defesa de um ponto de vista. Colocar poucas 
palavras para transmitir o que se pensa se adequa bastante ao contexto contemporâneo, de relações 
voláteis. Por sua vez, isso possibilita a proliferação de notícias falsas, as tão conhecidas fake News, as 
quais, muitas fezes, partem de uma leitura superficial de assunto e a distorção, pelo não 
aprofundamento, do conteúdo que estava sendo veiculado. Vejamos, a seguir, possibilidades de se 
trabalhar o tema. 
ESTRATÉGIA VESTIBULARES - UFRR 
 
 CADERNO DE PROPOSTAS 141 
 
 
A partir das 
informações elencadas 
no quadro, observem 
que o tema pode ser 
trabalho a partir de 
variadas perspectivas. Assim, percebemos que pensar a falta de construção de discurso nas redes sociais 
a partir da perspectiva de discursos de ódio, em vista do internauta não conseguir defender um ponto 
de vista consistente, é um caminho possível. Portanto, esse pode ser um argumento que possibilite um 
desenvolvimento textual mais consistente, apresentando mais possibilidades de ideias a serem 
desenvolvidas. 
Diante disso, esperamos que você, em sua redação, focalize uma das posições seguintes: ou você 
fale sobre o discurso de ódio como entrave para o desenvolvimento argumentativo e a construção 
crítica em espaços virtuais; por outro lado, você também pode falar das fakes News como resultado da 
desinformação das notícias rápidas lidas na web. Assim, caso você queira trabalhar a primeira 
perspectiva, lembre-se que as redes sociais são espaços especialmente de exposição. Se o internauta 
quer manter sua evidência, uma das formas é exatamente a criação de conteúdos que chamem a 
atenção de seus seguidores. Isso está sendo executado especialmente por meio de frases curtas, que 
trazem poucas informações, mas que, de alguma forma, atacam uma estrutura da sociedade. Esse tipo 
de sensacionalismo nas redes apenas fortalece o discurso de ódio e enfraquece a argumentação, pois 
não há construção crítica acerca do assunto veiculado. Portanto, você tem caminhos variados para está 
desenvolvendo seu texto, basta se apropriar de um deles e escolher as ideias que melhor se articulem 
para desenvolver uma argumentação consistente. 
Pensando no exame, o texto Dissertativo-Argumentativo, utilizado pela Einstein, compõe-se de 
três partes essenciais: 
 
 
 
• A incapacidade da sociedade de criar pontos de vista e defendê-los sem 
precisar menosprezar o outro; 
• O discurso nas redes sociais como sensacionalismo; 
• A exposição imagética como fator de atração para chamar a atenção de 
seguidores. 
 
ESTRATÉGIA VESTIBULARES - UFRR 
 
 CADERNO DE PROPOSTAS 142 
 
 
 
Na elaboração do texto dissertativo-argumentativo, deve-se apontar uma tese clara e 
consistente para que você, ao longo de seu texto, consiga argumentar com facilidade, sem necessitar 
recorrer a ideias que possam enfraquecer sua argumentação. 
Assim, em sua introdução, você deverá delimitar o seu tema, visto que, como comentamos 
acima, é amplo, e apresentar a sua tese. A partir disso, você estará construindo seu projeto de texto, 
elemento fundamental na escrita de uma redação. Quando uma produção apresenta um projeto de 
texto, o leitor, na introdução, já focaliza o assunto que está sendo abordado e o seu ponto de vista 
sobre ele, o que você irá defender sobre esse tema. Logo, com o projeto de texto, mostra-se, antes de 
argumentar, qual o caminho opinativo, ou seja, qual a tese que você apresentará em seu texto. Pense 
que o seu leitor, ainda que seja um corretor, não “conhece” o seu tema. É como se estivesse entrando 
em contato com ele pela primeira vez. Tudo caminha para que ele compreenda o tema a partir do seu 
texto. Se, por acaso, você costuma se perder na argumentação, principalmente quando tratamos da 
organização dos argumentos na cabeça, indique, logo na introdução, os argumentos que irá trabalhar ao 
longo da sua redação. Isso facilita a coerência de suas ideias. 
Por sua vez, no desenvolvimento, você deverá apresentar seus argumentos. Comumente, 
recomendamos dois argumentos pela extensão da redação. Pode parecer muito, mas 30 linhas, para um 
texto bem desenvolvido, acaba sendo pouco. Assim, com dois argumentos, fica um pouco mais fácil de 
desenvolver as ideias como deve. É importante destacar que o repertório deve estar presente, 
fundamentando seus argumentos de forma clara e produtiva. Sempre coloque repertório em seus 
argumentos e apresente, claramente, a ligação entre as duas partes: a sua afirmação e o repertório. 
Por fim, você deve concluir as ideias desenvolvidas ao longo do texto. Retome aos argumentos 
explanados para poder dar um fechamento geral no texto, sempre articulando ao tema de sua redação. 
 
Coletânea de textos 
Os textos motivadores são suportes para a compreensão do tema. Assim, não se pode utilizar 
seus argumentos e nem parte desses textos na produção textual. Busque utilizar os textos como 
direcionadores dos seus pensamentos. Muitas vezes, vocês apresentam a ideia de que não podem ler os 
textos motivadores porque ocorrem essencialmente dois problemas: ou vocês descobrem que todos os 
argumentos que têmestão colocados nos textos; ou sentem uma incontrolável necessidade de usar 
aqueles argumentos que ficam fixos no seu inconsciente. Para resolver isso, só treinando muito a 
produção textual. Treine e treine e, quando cansar de treinar, treine mais um pouco. Escrever nós 
realmente aprendemos escrevendo. 
A seguir, apresentamos uma pequena análise de cada um dos textos constantes da proposta. 
 
 
 
TEXTO I TEXTO II 
 
 
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 CADERNO DE PROPOSTAS 143 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Tese e argumentos possíveis 
Como observamos ao longo dessa descrição, é possível pensar, sem se desligar do tema, em 
diferentes argumentos para o desenvolvimento textual. Buscamos sinalizar que encontrar um problema 
para dá solução ao assunto é um dos caminhos mais fáceis para o desenvolvimento de seu texto, 
desviando da possibilidade de sua redação ficar muito descritiva. Assim, o processo argumentativo, que 
inclui defender um posicionamento acerca de uma temática específica, fica facilitado quando se enxerga 
problemas, sendo possível, assim, argumentar sobre a razão da existência desses problemas. 
Dessa forma, a tese de seu texto pode problematizar tanto a ausência da construção 
argumentativa nas redes sociais, quanto pode destacar a proliferação de fake News como resultado da 
desinformação gerada pelas notícias rápidas oriundas das redes sociais. Quando você utiliza o 
argumento de tese como um problema, existe a possibilidade de se descrever o porquê desse problema, 
o que possibilita articular causas de consequências. É, literalmente, construir a motivação da existência 
do problema e, a partir disso, apresentar argumentamos em favor de comprovar essa existência. 
 
30. ( FAMEMA 2017) Excesso de cirurgias plásticas 
Análise da proposta 
Tema e proposta 
O tema “O excesso de cirurgias plásticas em uma sociedade de padrões estéticos opressores 
impostos pela mídia” nos leva a discutir acerca de um tema muito comum em nossa sociedade, a 
realização de cirurgias com vistas apenas a cumprir um padrão de beleza imposto pelas mídias sociais. 
Não é de hoje que os padrões estéticos moldam os estilos de vida de nossa população. Por sua vez, com a 
ascensão da medicina, a efervescência de métodos para correções estéticas caminhou junto. Assim, 
como vivemos em um mundo midiatizado, com exposições frequentes de corpos atléticos e considerados 
ideias de beleza, a população procura meios para acompanhar esse ritmo de vida. O resultado é o 
• Os discursos de ódio nas redes 
sociais; 
• A prática da argumentação 
inteligente é uma importante 
maneira de expressar a liberdade 
de opinião e entender que a 
liberdade começa na capacidade 
de interpretar e respeitar a opinião 
do outro; 
• A argumentação como fator 
essencial das relações; 
• Quem sabe a importância de 
convencer alguém saberá também 
não cair tão fácil na primeira lábia 
de um interlocutor. 
 
• A necessidade da argumentação 
nas relações familiares. 
• Seja em família, no trabalho, no 
esporte ou na política, saber 
argumentar é, em primeiro lugar, 
saber integrar-se ao universo do 
outro. 
• 
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 CADERNO DE PROPOSTAS 144 
aumento exacerbado de usos da medicina para simples métodos estéticos, ato que pode ser, a depender 
da quantidade, prejudicial à saúde da pessoa. Em posse dessas informações, vejamos, a seguir, 
possibilidades de se trabalhar o tema. 
 
 
 
 
A partir das informações elencadas no quadro, observem que o tema pode ser trabalho a partir de 
variadas perspectivas. Assim, em seu texto, trabalhar com a perspectiva de que a mídia é uma das 
grandes responsáveis para a ascensão das cirurgias plásticas, em vista de promover um corpo idealizado, 
é um caminho mais prático para sua argumentação. A escolha dessa perspectiva, por trazer intrínseco um 
problema, pode ser uma argumentação que possibilite um desenvolvimento textual mais consistente, 
apresentando mais possibilidades de ideias a serem desenvolvidas. 
Diante disso, esperamos que você, em sua redação, focalize uma das posições seguintes: ou você 
disserte que as mídias são as grandes responsáveis pela ascensão de cirurgias plásticas na modernidade, 
ou aponte que os padrões sociais opressores são os causadores do problema. Assim, caso você escolha a 
primeira perspectiva, é possível argumentar que a visibilidade provocada pelas redes sociais levou as 
pessoas a se compararem cada vez mais. Essa comparação exacerbada criou um padrão de corpo ideia. 
Isso faz com que as pessoas recorram a cirurgias para se parecerem com os modelos corporais 
apresentados pela mídia. Por outro, caso você queira focalizar sua tese nos padrões sociais opressores, 
pense que essa realidade não é um construto de nossa época, mas atravessa tempos. Essa imposição faz 
com que os indivíduos se vejam sempre abaixo do ideal pregado. Devido à facilidade provocada pela 
ascensão da medicina, na contemporaneidade, essas pessoas procuram sanar o problema recorrendo às 
cirurgias, sem se atentar para os malefícios que isso traz para a saúde. 
Pensando no exame, o texto Dissertativo-Argumentativo, utilizado pela Famema, compõe-se de 
três partes essenciais: 
 
 
ESTRATÉGIA VESTIBULARES - UFRR 
 
 CADERNO DE PROPOSTAS 145 
 
 
Na elaboração do texto dissertativo-argumentativo, deve-se apontar uma tese clara e consistente 
para que você, ao longo de seu texto, consiga argumentar com facilidade, sem necessitar recorrer a ideias 
que possam enfraquecer sua argumentação. 
Assim, em sua introdução, você deverá delimitar o seu tema, visto que, como comentamos acima, 
é amplo, e apresentar a sua tese. A partir disso, você estará construindo seu projeto de texto, elemento 
fundamental na escrita de uma redação. Quando uma produção apresenta um projeto de texto, o leitor, 
na introdução, já focaliza o assunto que está sendo abordado e o seu ponto de vista sobre ele, o que você 
irá defender sobre esse tema. Logo, com o projeto de texto, mostra-se, antes de argumentar, qual o 
caminho opinativo, ou seja, qual a tese que você apresentará em seu texto. Pense que o seu leitor, ainda 
que seja um corretor, não “conhece” o seu tema. É como se estivesse entrando em contato com ele pela 
primeira vez. Tudo caminha para que ele compreenda o tema a partir do seu texto. Se, por acaso, você 
costuma se perder na argumentação, principalmente quando tratamos da organização dos argumentos 
na cabeça, indique, logo na introdução, os argumentos que irá trabalhar ao longo da sua redação. Isso 
facilita a coerência de suas ideias. 
Por sua vez, no desenvolvimento, você deverá apresentar seus argumentos. Comumente, 
recomendamos dois argumentos pela extensão da redação. Pode parecer muito, mas 30 linhas, para um 
texto bem desenvolvido, acaba sendo pouco. Assim, com dois argumentos, fica um pouco mais fácil de 
desenvolver as ideias como deve. É importante destacar que o repertório deve estar presente, 
fundamentando seus argumentos de forma clara e produtiva. Sempre coloque repertório em seus 
argumentos e apresente, claramente, a ligação entre as duas partes: a sua afirmação e o repertório. 
Por fim, você deve concluir as ideias desenvolvidas ao longo do texto. Retome aos argumentos 
explanados para poder dar um fechamento geral no texto, sempre articulando ao tema de sua redação. 
 
Coletânea de textos 
Os textos motivadores são suportes para a compreensão do tema. Assim, não se pode utilizar seus 
argumentos e nem parte desses textos na produção textual. Busque utilizar os textos como 
direcionadores dos seus pensamentos. Muitas vezes, vocês apresentam a ideia de que não podem ler os 
ESTRATÉGIA VESTIBULARES - UFRR 
 
 CADERNO DE PROPOSTAS 146 
textos motivadores porque ocorrem essencialmente dois problemas: ou vocês descobrem que todos os 
argumentosque têm estão colocados nos textos; ou sentem uma incontrolável necessidade de usar 
aqueles argumentos que ficam fixos no seu inconsciente. Para resolver isso, só treinando muito a 
produção textual. Treine e treine e, quando cansar de treinar, treine mais um pouco. Escrever nós 
realmente aprendemos escrevendo. 
Os textos motivadores da coletânea apresentam algumas informações que podem contribuir para 
o entendimento do tema e ajudar em seu desenvolvimento. Assim, o TEXTO I reflete sobre o exacerbado 
número de cirurgias plásticas realizadas pela sociedade brasileira, que se tornou a que mais faz esse tipo 
de cirurgia no mundo. O TEXTO II faz uma comparação dos modelos corporais pregados pela mídia, e que 
as pessoas procuram alcançar, e a boneca Barbie, procurando ressaltar que esses padrões não existem, 
são inalcançáveis. Por sua vez, o TEXTO III relata os perigos da recorrência ao Bisturi, pois seu excesso 
pode levar a complicações na saúde dos pacientes, inclusive podendo perfurar os órgãos internos dessas 
pessoas. 
 
Tese e argumentos possíveis 
Como observamos ao longo dessa descrição, é possível pensar, sem se desligar do tema, em 
diferentes argumentos para o desenvolvimento textual. Buscamos sinalizar que encontrar um problema 
para dá solução ao assunto é um dos caminhos mais fáceis para o desenvolvimento de seu texto, 
desviando à possibilidade de sua redação ficar muito descritiva. Assim, o processo argumentativo, que 
inclui defender um posicionamento acerca de uma temática específica, fica facilitado quando se enxerga 
problemas, sendo possível, assim, argumentar sobre a razão da existência desses problemas. 
Dessa forma, a tese de seu texto pode problematizar como causa do problema tanto a ascensão 
das mídias, quanto os padrões sociais que sempre existiram. Quando você utiliza o argumento de tese 
como um problema, existe a possibilidade de se descrever o porquê desse problema, o que possibilita 
articular causas de consequências. É, literalmente, construir a motivação da existência do problema e, a 
partir disso, apresentar argumentamos em favor de comprovar essa existência. 
A seguir, apresentamos algumas possibilidades de argumentação. O objetivo não é apresentarmos 
uma verdade absoluta, mas somente indicar um caminho para que vocês possam argumentar mais 
claramente, visto que este costuma ser um problema para muitos estudantes. Apresentaremos 
argumentos para a tese que, como dissemos anteriormente, é indicada pelos textos motivadores e pelo 
próprio tema. 
 
 
ESTRATÉGIA VESTIBULARES - UFRR 
 
 CADERNO DE PROPOSTAS 147 
Para enriquecer sua argumentação, é interessante que você utilize repertórios. Esses podem ser 
compostos de dados estatísticos, de falas de sociólogos, escritores, podem ser referências de filmes, livros 
que você tenha lido e que se articule à ideia que você está desenvolvendo. Lembre-se que, desde que seja 
bem articulada ao que você está desenvolvendo, as possibilidades de referências externas são muitas, e o 
uso produtivo dessas referências vai enriquecer sua argumentação e possibilitar uma nota mais elevada. 
31. (Autoral/ UNB - Wagner Santos) A corrupção e a passividade do 
brasileiro 
A proposta apresentada nesse primeiro simulado para a UnB apresenta um tema bastante próximo do 
que, muitas vezes, o Cebraspe pode vir a trabalhar durante suas cobranças no vestibular: um tema 
socialmente encaixado. Na realidade, quando analisamos o Cebraspe, em suas provas de redação, 
percebemos uma alternância nem sempre seguida à risca, entre temas mais socialmente posicionados, 
para muitos, inclusive, ideologicamente posicionados; e temas mais subjetivos, mais “viajantes” ou 
filosóficos, como costumamos dizer. 
No nosso caso, o tema é socialmente posicionado e deve ser tratado dessa forma. Podemos concordar 
que o brasileiro é passivo diante da corrupção ou indicar que, na realidade ele não o é, combatendo-a a 
todo custo e, inclusive, colocando sua vida nesse sentido, sem cometer as pequenas corrupções diárias, 
tão típicas de uma vida em sociedade, tal qual frear no radar de velocidade, furar a fila, usar sua 
influência para se beneficiar, esse tipo de atitude que, para muitos, não se configura como atos de 
corrupção. 
O gênero pedido é, também, o mais típico do Cebraspe nos últimos anos, apesar de ser cobrado, ali e 
quase que exclusivamente ali. Ou seja, nenhum outro vestibular tem apresentado esse tipo de texto que, 
muitas vezes complica o candidato, principalmente, porque não é um texto estudado. Esse, o texto 
dissertativo expositivo-argumentativo, reúne características dos expositivos e dos argumentativos. 
Assim, a fórmula mais usada nesse tipo de texto é a apresentação do tema na introdução de seu texto, 
você deverá construir uma contextualização boa sobre o tema, mas, preferencialmente, sem dar indícios 
de pra que lado estará sua tese. No desenvolvimento, por sua vez, costumeiramente apresentam-se 
aspectos positivos e negativos do tema, colocando sua tese somente na conclusão, na qual, 
normalmente, colocamos uma retomada do que foi dito anteriormente. 
 
 
32. (UNIFESP 2018) Redes sociais 
Tema e proposta 
O tema apresentado nessa proposta de redação é extremamente contemporâneo e tem sido 
discutido com frequência, ainda mais em meio à chamada geração millenium que, para os especialistas, 
nasce conectada aos aparelhos tecnológicos que permitem ligação com os outros. Em meio a tantos 
argumentos a favor de uma maior proximidade humana, literalmente falando, temos a tecnologia 
quebrando barreiras e aproximando pessoas que não podem estar juntas. 
Um exemplo desse momento, em que as redes sociais saem de vilãs a “heroínas”, por assim 
dizer, é o momento da pandemia de Covid-19, uma vez que, em processos mundiais de isolamento 
social, a tecnologia tem sido a forma de manutenção de contato com as outras pessoas, auxiliando, 
ESTRATÉGIA VESTIBULARES - UFRR 
 
 CADERNO DE PROPOSTAS 148 
inclusive, na preservação da saúde mental daqueles que estão quarentemados. Além disso, a relação 
econômica também tem se fundamentado nessa forma de comunicação para a manutenção do 
chamado Home Office, incluindo, ainda, as reuniões de trabalho. Assim, a tecnologia que, em muitos 
momentos parece fator de desunião, transforma-se em fator essencial para a sociedade atual. 
Por outro lado, principalmente os jovens têm aberto mão de estar com seus familiares para jogar 
pelo computador, ou, ainda, conversar com os amigos pela internet. Assim, é interessante que notemos 
que, ainda assim, a tecnologia pode ser pensada de maneira a não prejudicar as relações sociais ou o 
desenvolvimento dos jovens. 
Seu texto, em meio a essa discussão, deverá apresentar um posicionamento, claro, visto tratar-
se de um texto dissertativo argumentativo. Por isso, você deve acrescentar, em sua introdução, a sua 
tese, demonstrando o que será defendido por você durante a redação. Assim, você deverá apresentar 
argumentos que comprovem que você está defendendo uma ideia lógica, que pode ser defendida. Por 
fim, não é interessante apresentar uma proposta de intervenção, como vocês têm feito com muita 
frequência. É importante que você termine sua redação retomando suas ideias. 
 
Coletânea de textos 
Os textos apresentam as duas visões possíveis acerca das redes sociais, fato que nos auxilia na 
construção de uma argumentação para qualquer um dos lados que queiramos ir. O primeiro texto é 
uma visão positiva dessa relação com as redes sociais, visto que entende que os laços foram estreitados 
por elas, enquanto o segundo texto apresenta-se bastante crítico no sentido do uso dessas redes. É 
interessante perceber que não temos, então, quaisquer direcionamentos de tese, como algumas vezes 
vemos em propostas de redação. Assim, leia-os atentamente e perceba que são motivadores apenas. 
 
 
 
Tese, argumentos e repertórios 
Há, nesse tema, duas possibilidades de construção de tese: ou encaramos as redes sociais como 
positivase capazes de aproximar as pessoas, como se percebe a partir do apontado no texto um e nos 
argumentos a seguir, ou, ainda, podemos ver que as redes fazem com que as pessoas se afastam umas 
ESTRATÉGIA VESTIBULARES - UFRR 
 
 CADERNO DE PROPOSTAS 149 
das outras, valorizando o egocentrismo e a pessoalidade. É claro que, normalmente, ao ver as redes 
sociais como algo negativo, sua tendência é tornar esse fato em algo errado, causando problemas para 
os demais argumentos. Cuidado com isso, meu caro candidato. Busque não endemonizar as redes 
sociais a partir de argumentos fundamentados no senso comum. 
 
 
 
 
33. (UNICAMP 2018) Há limite para a liberdade de expressão? 
Essa proposta é perfeita para alguém que ainda não tem muito traquejo na escrita de dissertação. Em 
primeiro lugar, trata-se de um artigo, o de opinião, cuja regra mais flexível em relação ao uso da 
primeira pessoa do singular dá maior liberdade para quem escreve. 
Em segundo lugar, a tese é bem clara, você deve responder à pergunta “Há limite para a liberdade de 
expressão?”. Em terceiro lugar, a Banca direcionou a formatação da introdução e da tese, você deve 
apresentar os dois posicionamentos, escolher um e defendê-lo. E além de tudo, forneceu uma coletânea 
de textos curtos exigindo que o candidato utilizasse alguma dessas informações em seu texto. 
Como se trata de um artigo de opinião, seria interessante que você fizesse uma boa contextualização. 
Inicialmente, poderia indicar como ficou sabendo da polêmica e quais comentários você leu a respeito. 
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 CADERNO DE PROPOSTAS 150 
Nesse momento, você cumpriria a primeira parte do que foi exigido, resumindo um ou outro tópico dos 
defensores e um ou dois tópicos dos detratores da liberdade de expressão. 
Em seguida, você deveria apontar qual tese você defenderia. Logicamente, haveria 3 possibilidades de 
tese: ser a favor; ser contra ou ser a favor com restrições. Na verdade, dificilmente alguém defenderia a 
censura total, portanto, resta-nos 2 opções: liberdade absoluta ou com restrições. 
Seguem alguns argumentos, entre outros. 
A favor 
*Fatos históricos: há muitos fatos que poderiam ser usados a favor da liberdade de expressão, sempre a 
partir do exemplo negativo. Toda vez que houve limitação à liberdade de expressão, ocorreu algum tipo 
de prejuízo social. Eis alguns fatos: a proibição da expressão religiosa na época da Contrarreforma; a 
proibição da manifestação de ideias no Nazismo ou no Socialismo soviético etc. 
*Exemplo/ fato: a proibição da Igreja em relação às ideias Galileu Galilei. 
*Citação: pode-se citar a lei que garante a liberdade de expressão; pode-se argumentar que não é 
preciso restringir tal direito uma vez que existe a lei que configura injúria se houver abuso do direito. 
Contra 
*Exemplo: em uma família, a livre expressão, sem respeito, leva a brigas irreconciliáveis. 
*Fato: sem alguma restrição, a circulação de fake News compromete a sociedade, tanto que o Facebook 
tem tomado medidas para restringir a liberdade de expressão. 
*Fato/exemplo: Na década de 60, um líder da Ku Klux Klan foi preso por defender a 
violência em um discurso filmado. A Suprema Corte decidiu que o discurso inflamatório 
seria uma restrição à liberdade de expressão. 
 
34. (FAMEMA 2016) Leitura como medida de redução de pena 
 
O tema apresentado é bastante controverso e polêmico, com visões muito diferentes. Isso faz 
com que seja necessário tomar muito cuidado com os argumentos e posicionamentos em seu texto. 
Isso, claro, nada tem a ver com cerceamento de opiniões, não me entenda mal. Contudo, em um tema 
como esse, muito discutido atualmente, é necessário que pensemos que deve haver respeito aos 
direitos humanos e parcimônia em nossos argumentos, para evitar que criemos um clima muito ruim 
para nossa redação. Pense calmamente, ainda que você creia que, em hipótese alguma deve haver 
redução de pena. Expresse-se fundamentando-se em argumentos consistentes e tudo correrá como 
deve. 
Como essa proposta apresenta um tema em forma de pergunta, é interessante que você 
compreenda que sua tese será a resposta a essa pergunta. Assim, você pode se posicionar de duas 
formas: a favor da redução de pena para aqueles que se dedicarem à leitura ou contrário a isso. Você 
tem liberdade para se expressar quanto à sua tese. Ao decidir qual das duas opiniões defenderá, pense 
em seus argumentos e apresente-os de forma sustentada. Discutiremos, a seguir, cada uma dessas 
formas de pensar de maneira resumida. 
A redução de pena, bem como os processos de ressocialização dos presos, é tema necessário e 
polêmico no país. Ao percebermos que temos um sistema carcerário extremamente punitivo e 
deficiente, nos perguntamos como esses presos, tendo cumprido a pena inteira ou não, podem voltar ao 
convívio social sem que se configurem como problemas novamente para a sociedade, reincidindo em 
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 CADERNO DE PROPOSTAS 151 
seus crimes e retornando à cadeia. Diante desse cenário, muito se tem falado sobre como seria possível 
“reeducar” aqueles que se envolveram em crimes, violentos ou não. 
Nessa discussão, surge a possibilidade de que a leitura, tornada um hábito, seja utilizada como 
forma de educação formal e seja transformada, para incentivar os presos a lerem, em medida de 
redução de pena, como ocorre com o trabalho físico nas cadeias. Muitos já são os elementos que 
permitem essa redução, como o trabalho físico e a participação do ENEM, por exemplo. Dessa forma, 
temos que avaliar como a leitura pode modificar o ser humano, ao torná-lo mais próximo da cultura. 
Assim, há dois fatores importantes a considerarmos: a importância e o poder transformador da leitura; 
e a possibilidade de modificação daqueles que estão presos e que precisam se reintegrar à sociedade. 
É importante, ainda, lembrar um fato: de qualquer forma, os presidiários serão reintegrados à 
sociedade, ainda que não contando com a redução de sua pena. Pense nisso para a definição de suas 
ideias com relação ao tema. Preparar um ser humano melhor dentro das cadeias é uma das funções do 
sistema prisional que, no Brasil, além de punitivo, tem uma função educativa, voltada exatamente a essa 
reinserção dos presidiários. Penso que, com a infraestrutura e os contatos existentes dentro de nosso 
sistema penitenciário, a reintegração torna-se complexa, muito complexa. Esse é um dos pontos que 
você pode abordar. 
Com relação à estrutura de seu texto, recomendamos que, em sua introdução, você apresente 
contextualização de seu tema. É importantíssimo que você pense que não o leitor de seu texto não terá 
conhecimento de seu tema até ler seu texto. Sei que temos uma relação estranha com isso, uma vez que 
já sabemos que nosso leitor é o corretor de nosso texto, claro, já sabendo do nosso tema. Eu sempre 
digo pra fingirmos que não sabemos quem lerá o texto, para que você coloque essa contextualização em 
sua introdução. Além dela, recomendamos que você já apresente sua tese, para que fique claro aquilo 
que será defendido por você. 
Depois de apresentada a tese e o tema, é hora de argumentarmos para sustentar o que estamos 
defendendo, ou seja, devemos sustentar a nossa tese sempre por meio de argumentos. Tais 
argumentos, claro, precisam de sustentação também. Essa segunda sustentação é aquilo que se 
convencionou chamar de repertório, ou seja, você argumenta e, ao apresentar repertório, sustenta o 
argumento e o tira do senso comum, dando profundidade e conteúdo que, literalmente, agrada o leitor. 
Pense sempre nisso: argumentou? Então, é necessário que haja repertório para sustentar o tema. 
Por fim, sua conclusão pode apresentar -se de forma mais clássica, com a construção de uma 
retomada da tese e um resumo dos argumentos. Pode, ainda, apresentar uma proposta de intervenção 
com a apresentação, por exemplo de como poderemos construir o hábito da leitura como um processo 
de redução de pena em nossospresídios. Seria literalmente apresenta uma ideia de como essa conta 
seria feita, como seriam controlados e administrados os livros que foram efetivamente lidos. 
A seguir, apresentamos um resumo do que deve ser colocado por você em seu texto. Vamos lá! 
 
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Coletânea de textos 
A coletânea de textos é variada e apresenta a existência de projetos com a leitura envolvida, 
inclusive como forma de redução de pena. Acredito que o texto 3, nesse caso, é bastante interessante 
por apresentar claramente o juízo de valor do autor. Os demais, são textos que discutem a eficiência já 
existente dos processos. 
 
 
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Tese e caminhos argumentativos possíveis 
Como apresentamos inicialmente, por ser um tema construído em forma de pergunta, você pode 
“trabalhar” com duas teses: o uso da leitura como fator que pode contribuir para a redução de pena e 
a visão de que, por mais que possa ser visto como importante, não deve resultar em redução de pena. 
É claro que você deve se ater a esse ponto, o da redução, podendo, claro, falar sobre ressocialização dos 
presos, visto que, ao reduzir a pena, esse preso será libertado em algum momento anterior àquele da 
condenação. CONTUDO, CUIDADO PARA NÃO FALAR SOMENTE SOBRE RESSOCIALIZAÇÃO! Essa é um 
tema transversal do seu texto, podendo surgir como argumento, desde que leve em consideração a 
temática da leitura como “contribuinte” para isso. 
A seguir, apresentamos argumentos que podem ajudar na sua organização textual e de 
direcionamento, não como definitivos ou qualquer outra forma de verdade absoluta. 
 
 
 
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 CADERNO DE PROPOSTAS 154 
35. (Autoral 2020) Linchamento virtual 
O linchamento é uma prática considerada criminosa e abusiva, pois dá ao cidadão o papel de juiz e 
carrasco da vítima. De forma física, e não virtual, é uma barbárie que, muitas vezes, acaba com a morte 
do alvo da fúria popular. De uma forma geral, aplica-se a crimes mais “pesados”, os quais normalmente 
envolvem processos sociais mais conservadores ou com atores sociais considerados indefesos, como 
mulheres e crianças. 
Como ocorre em toda relação de linchamento, é comum que tenhamos dois momentos diferentes: um 
primeiro cidadão “comanda” a destruição da vida da vítima, mas não segue com o processo de 
destruição da vida da vítima, principalmente no que diz respeito à desconstrução da vítima. 
Normalmente, o primeiro cidadão é o que tem, arraigados, pensamentos sociais mais conservadores e 
sente-se ameaçado pelo comportamento dissonante da vítima. 
Essa transferência de vida leva, consigo, os problemas do mundo físico. Assim, os mesmos crimes e 
problemas existentes em nossa realidade não virtual acabam por aparecer em meio à virtualidade. É o 
caso, por exemplo, do linchamento, que, agora, também acontece no meio da internet, c 
Tendo esses repertórios como possibilidades de sustentação, podemos começar a construir nossa 
argumentação. Para isso, como sabemos, é necessário, inicialmente definirmos a tese a ser defendida. 
Nesse caso específico, há algumas possibilidades de tese, essas serão construídas como resposta à 
pergunta apresentada. Dessa forma, apresentamos, a seguir, algumas opções, mais uma vez não 
exaustivas, para serem utilizadas como argumentos. 
 
• O linchamento virtual, por apresentar correlação com o linchamento físico, coloca em risco a vida 
das pessoas, tanto em um sentido mais conotativo (como a vida social e a forma de 
comportamento do usuário) quanto denotativo, por muitas vezes o usuário receber ameaças de 
violências e morte. 
• A vítima de linchamento pode desenvolver problemas psicológicos sérios, que incluem síndromes 
como a do pânico e de ansiedade. É comum que a psiquê humana reaja de forma a preservar a 
vida humana, visto que essas síndromes podem ser entendidas como mecanismos de defesa, por 
ocorrer o afastamento da vida física. 
• Os relacionamentos humanos tornaram-se muito voláteis e ocorrem sempre de forma a suprir a 
necessidade das pessoas, fato que pode tornar os usuários de internet mais suscetíveis a ameaças 
e linchamentos digitais. 
• A vida social do usuário pode ser negativamente afetada, visto que, como há difamação incluída 
nas táticas de linchamento, o trabalho do usuário, também chamado de vítima, pode ser afetado 
diretamente. 
• Quando o linchamento inclui crimes físicos, como no caso de Fabiane de Jesus, que, em 2013, foi 
confundida com uma suspeita de homicídio infantil, há perigo de que injustiças aconteçam. Ou 
seja, o linchamento, por ser arbitrário em nível máximo, pode gerar outros crimes que devem ser 
evitados. 
• Sempre vale à pena lembrar que o linchamento, por mais que apresente justificativas muitas vezes 
aceitas socialmente, é outra forma de crime, ou seja, há a resolução de um crime por meio de 
outro. 
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 CADERNO DE PROPOSTAS 155 
• A possibilidade de invisibilidade da internet nivela todas as pessoas e as coloca como possíveis 
agressores que não serão facilmente reconhecidos. 
• Há a possibilidade de criação de um perfil falso com extrema facilidade, proporcionando que o 
agressor fique escondido em meio à “massa digital”. 
• A internet ainda é uma “terra sem lei”, visto que sua modernidade e pouco tempo de existência, 
quando comparado com o tempo histórico necessário para um acontecimento ser analisado, 
impedem que as leis sejam criadas e punidas. 
Vale destacar, por fim, que seu texto deverá levar em consideração a modernidade do fato e, 
principalmente, a junção da vida digital com a não digital, ou seja, a modernidade do fato. 
 
36. (UEA 2017) Zoológicos 
Análise da proposta 
Tema e proposta 
O tema “Os zoológicos são locais de preservação e educação ambiental ou uma forma cruel de 
diversão?” nos leva a refletir sobre um tema que para muitas pessoas não aparenta ser um problema. 
Não é de hoje que os zoológicos são atrações turísticas ao redor do mundo. Além de conhecer 
espécimes de animais, sorrir de suas diferenças, o que não chega aos frequentadores é a reflexão em 
como esses animais se sentem ao estarem aprisionados nesses espaços. Esse ato é motivado porque 
não veem humanidade nesses animais, portanto não há sentimento em torno de suas presenças em 
cativeiro. Mas a permanência de animais nesses espaços passou a ser questionada, levando cientistas a 
defenderem que sua importância se deve às pesquisas científicas que contribuem para a preservação 
dessas espécies. 
Assim, em posse dessas informações, vejamos, a seguir, possibilidades de se trabalhar o tema. 
 
 
 
A partir das informações elencadas no quadro, observem que o tema pode ser trabalhado a 
partir de variadas perspectivas. Assim, um caminho para você desenvolver seu texto é pensar que os 
zoológicos representam um problema social, que não leva em consideração os problemas que o 
aprisionamento dos animais pode acarretarem aos mesmos. Portanto, esse pode ser um argumento que 
possibilite um desenvolvimento textual mais consistente, apresentando mais possibilidades de ideias a 
serem desenvolvidas. 
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 CADERNO DE PROPOSTAS 156 
Diante disso, esperamos que você, em sua redação, focalize uma das posições seguintes: ou 
disserte que os zoológicos são espaços de preservação de espécies; por outro lado, você pode falar que 
esses espaços se tornaram locais de diversão populacional e uma crueldade com os animais. Assim, caso 
você queira focalizar a primeira perspectiva, aborde que os zoológicos cuidam de muitas espécies em 
extinção, procurando sua reprodução para que não haja seu fim. Ademais, existem muitas pesquisas 
científicas para viabilizar a manutenção de espécimes. Por sua vez, caso você queira trabalhar em seu 
texto a segunda perspectiva, sinalize que oszoológicos são modelos antigos de circos, em que havia a 
exposição de animais ao público em busca de lucro. Portanto, mais que um ambiente de preservação de 
espécies, é um espaço de comércio, que não leva em consideração o sentimento dos animais, que 
padecem de estresse, que pode levar à morte precoce. 
Pensando no exame, o texto Dissertativo-Argumentativo, utilizado pela UEA, compõe-se de três 
partes essenciais: 
 
 
 
 
 
 
Na elaboração do texto dissertativo-argumentativo, deve-se apontar uma tese clara e 
consistente para que você, ao longo de seu texto, consiga argumentar com facilidade, sem necessitar 
recorrer a ideias que possam enfraquecer sua argumentação. 
Assim, em sua introdução, você deverá delimitar o seu tema, visto que, como comentamos 
acima, é amplo, e apresentar a sua tese. A partir disso, você estará construindo seu projeto de texto, 
elemento fundamental na escrita de uma redação. Quando uma produção apresenta um projeto de 
texto, o leitor, na introdução, já focaliza o assunto que está sendo abordado e o seu ponto de vista 
sobre ele, o que você irá defender sobre esse tema. Logo, com o projeto de texto, mostra-se, antes de 
argumentar, qual o caminho opinativo, ou seja, qual a tese que você apresentará em seu texto. Pense 
que o seu leitor, ainda que seja um corretor, não “conhece” o seu tema. É como se estivesse entrando 
em contato com ele pela primeira vez. Tudo caminha para que ele compreenda o tema a partir do seu 
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 CADERNO DE PROPOSTAS 157 
texto. Se, por acaso, você costuma se perder na argumentação, principalmente quando tratamos da 
organização dos argumentos na cabeça, indique, logo na introdução, os argumentos que irá trabalhar ao 
longo da sua redação. Isso facilita a coerência de suas ideias. 
Por sua vez, no desenvolvimento, você deverá apresentar seus argumentos. Comumente, 
recomendamos dois argumentos pela extensão da redação. Pode parecer muito, mas 30 linhas, para um 
texto bem desenvolvido, acaba sendo pouco. Assim, com dois argumentos, fica um pouco mais fácil de 
desenvolver as ideias como deve. É importante destacar que o repertório deve estar presente, 
fundamentando seus argumentos de forma clara e produtiva. Sempre coloque repertório em seus 
argumentos e apresente, claramente, a ligação entre as duas partes: a sua afirmação e o repertório. 
Por fim, você deve concluir as ideias desenvolvidas ao longo do texto. Retome aos argumentos 
explanados para poder dar um fechamento geral no texto, sempre articulando ao tema de sua redação. 
 
Coletânea de textos 
Os textos motivadores são suportes para a compreensão do tema. Assim, não se pode utilizar 
seus argumentos e nem parte desses textos na produção textual. Busque utilizar os textos como 
direcionadores dos seus pensamentos. Muitas vezes, vocês apresentam a ideia de que não podem ler os 
textos motivadores porque ocorrem essencialmente dois problemas: ou vocês descobrem que todos os 
argumentos que têm estão colocados nos textos; ou sentem uma incontrolável necessidade de usar 
aqueles argumentos que ficam fixos no seu inconsciente. Para resolver isso, só treinando muito a 
produção textual. Treine e treine e, quando cansar de treinar, treine mais um pouco. Escrever, nós 
realmente só aprendemos escrevendo. 
Os textos motivadores da coletânea apresentam caminhos para que você, na hora de sua escrita, 
consiga focalizar melhor a discussão que está sendo esperada. Portanto, apresentamos uma síntese das 
principais ideias apresentadas nesses textos. 
 
TEXTO I TEXTO II 
 
 
 
TEXTO III 
 
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 CADERNO DE PROPOSTAS 158 
 
 
 
Tese e argumentos possíveis 
Como observamos ao longo dessa descrição, é possível pensar, sem se desligar do tema, em 
diferentes argumentos para o desenvolvimento textual. Buscamos sinalizar que encontrar um problema 
para dá solução ao assunto é um dos caminhos mais fáceis para o desenvolvimento de seu texto, 
desviando da possibilidade de sua redação ficar muito descritiva. Assim, o processo argumentativo, que 
inclui defender um posicionamento acerca de uma temática específica, fica facilitado quando se enxerga 
problemas, sendo possível, assim, argumentar sobre a razão da existência desses problemas. 
Dessa forma, a tese de seu texto pode problematizar tanto a importância dos zoológicos para a 
preservação da biodiversidade, quando destacar que sua existência está articulada ao lucro. Lembramos 
a você, ainda, que quando se utiliza o argumento de tese como um problema, existe a possibilidade de 
se descrever o porquê desse problema, o que possibilita articular causas de consequências. É, 
literalmente, construir a motivação da existência do problema e, a partir disso, apresentar 
argumentamos em favor de comprovar essa existência. 
A seguir, apresentamos algumas possibilidades de argumentação. O objetivo não é 
apresentarmos uma verdade absoluta, mas somente indicar um caminho para que vocês possam 
argumentar mais claramente, visto que este costuma ser um problema para muitos estudantes. 
Apresentaremos argumentos para a tese que, como dissemos anteriormente, é indicada pelos textos 
motivadores e pelo próprio tema. 
 
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 CADERNO DE PROPOSTAS 159 
 
 
Para enriquecer sua argumentação, é interessante que você utilize repertórios. Esses podem ser 
compostos de dados estatísticos, de falas de sociólogos, escritores, podem ser referências de filmes, 
livros que você tenha lido e que se articule à ideia que você está desenvolvendo. Lembre-se que, desde 
que seja bem articulada ao que você está desenvolvendo, as possibilidades de referências externas são 
muitas, e o uso produtivo dessas referências vai enriquecer sua argumentação e possibilitar uma nota 
mais elevada. 
37. (PUC 2019 inverno ) Humor e liberdade de expressão dentro dos 
limites da ética 
Comportamento geral em uma prova de redação 
Iniciamos nossa análise pela construção geral da proposta, ou seja, daquilo que está sendo 
apresentado de forma ampla, o macro da proposta. Busque ler, sempre que você começar esmiuçar 
uma proposta de redação, os textos motivadores. Muitas vezes, vocês, candidatos a uma vaga em algum 
exame que contém redação, evitam ler os textos motivadores por medo de copiá-los ou, ainda, de 
perceber que tudo o que sabem está nesses textos. Claro que esses são perigos constantes a todos 
quando lemos os textos. Contudo, você precisa ler os textos exatamente por isso, para evitar que, sem 
querer, os repita, ou ainda, pense em maneiras diferentes de apresentar o que está em cada um deles. 
Há vestibulares, inclusive, em que o candidato é levado a explorar a coletânea em seu texto. 
A proposta da PUC, como acontece em alguns outros vestibulares, apresenta o aproveitamento 
dos textos da prova para construir a redação. É interessante notar que esse tipo de construção torna a 
prova mais objetiva, evitando um acúmulo desnecessário de textos que, muitas vezes, não são 
explorados. Os dois textos apresentados na proposta serão explorados um pouco mais à frente. 
Destacamos, apenas, que as marcações encontradas no texto I são encontradas na própria prova, para 
uso em questão subsequente. 
Esta proposta apresenta alguns casos de eliminação da redação, ou seja, de atribuição de nota 
zero a ela. Os casos são praticamente os mesmos do Enem: não atingir o mínimo de sete linhas; fugir ao 
tema apresentado; e apresentar quaisquer formas de desenhos, impropérios ou partes desconectadas 
do texto. Vale destacar que, neste certame, ao zerar a redação, o candidato está automaticamente 
desclassificado do vestibular. 
Além disso, o texto precisa apresentar um título, que recomendamos ser atribuído após a escrita 
do texto. Constam como critérios de correção da redação: a criticidade; o tema e a relação entre texto e 
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