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Trabalho de fotointerpretacao

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Introdução
Com o desenvolvimento mundial, e as grandes expansões das áreas, tanto rurais, quanto urbanas, houve a necessidade de aprimoramento dosmétodos de analise de grande escala, como aerofotogrametria, satélites, radares, o método em questão, a ser analisado é a aerofotogrametria ou foto interpretação.
Visando a importância do planejamento das ações no homem no meio ambiente, faz-se de grande valor o mapeamento através de fotos aéreas. A fotografia aérea é uma perspectiva geométrica relacionada com o tipo de câmera usada, ela pode ser uma fotografia vertical, tirada com o eixo da câmera apontado para baixo essencialmente na vertical, ou uma fotografia oblíqua, tirada com o eixo da câmera inclinado em relação à vertical do lugar. Existem diversos fatores que podem influenciar as imagens fotográficas, como, distância focal da lente, ângulo da lente, filtros, cor dos objetos fotografados, bruma atmosférica, posição de um objeto com relação ao ângulo de incidência do sol, instabilidade do vôo principalmente quando feito em local onde venta constantemente.
Quando a aerofotogrametria é feita com o intuito de mapear o local, traça-se um plano de vôo de forma que as fotos sejam tiradas “em faixas” que cobrirão, paralelamente, todo o terreno.
Na aerofotogrametria as fotos podem ser classificadas em: terrestres, quando seu eixo ótico é horizontal; aérea vertical, quando seu eixo ótico é vertical; aéreas oblíquas altas, quando o eixo ótico é inclinado de forma a abranger o horizonte; ou ainda, em aéreas oblíquas baixas, quando o eixo ótico é inclinado, mas sem abranger o horizonte. A aerofogrametria pode ser aplicada em diversas áreas, como rurais, urbanas, industriais, matas fechadas, etc.
Aerofotogrametria Aplicada a Problemas relacionados ao Meio Ambiente.
“Fotogrametria é a ciência aplicada que se propõe a registrar, por meio de fotografias métricas, imagens de objetos que poderão ser medidos e interpretados” (FAGUNDES e TAVARES (1991).
Aaerofogrametria tem diversas associadas ao meio ambiente, visto que, uma delas foi o descobrimento do problema localizado em Santa Catarina, devido a ampla exploração carbonífera na região, tornando a região uma das mais poluídas do país (LOUCH, 1993).
Segundo a SIESESC (2010), a produção de carvão mineral em Santa Catarina cresceu 58% em 2000, em relação a 1999. Em 99, a produção foi de 2 milhões e 298 mil ton/ano e, em 2000, de 3 milhões e 643 mil ton/ano. Esta produção representa 50% da produção nacional do carvão mineral.
A recuperação do passivo gerado por mais de cem anos de exploração do carvão mineral na região sul de Santa Catarina está sendo tratada através da Ação Civil Pública do processo de conhecimento principal nº 93.80.00533-4.
Trata-se de uma sentença de abrangência regional, que incide sobre três bacias hidrográficas: dos rios Araranguá, Urussanga e Tubarão. São 5.655 hectares impactados em superfície e até o momento foram mapeadas 818 bocas de minas abandonadas (SIECESC, 2011).
Do total impactado, 3.511 hectares já possuem projetos de recuperação implantados ou em execução e outros 1.050 hectares já haviam sido executados até o final de 2013.
Cabe salientar que todas as áreas possuem cronograma de implantação de recuperação e, a exceção daquelas cujas responsabilidades ainda aguardam apuração (as chamadas “áreas órfãs”), acredita-se que em até dez anos todas as áreas de passivo devam estar recuperadas. (SIECESC, 2011)
Analisando fotos (aerofotos) de diferentes épocas, torna-se fácil identificar a quantidade de terras que estão sendo tomadas pela poluição gerada pela exploração carbonífera.
Seria fundamental fazer um estudo de fotogrametria e de fotointerpretação, analisando a porcentagem de área coberta.
Aerofotogrametria Aplicada a Expansão Urbana.
Analisando as cidades brasileiras, percebe-se que dificilmente são respeitados os critérios para a manutenção de áreas verdes dentro das porcentagens estabelecidas em lei (LOUCH, 1993).
Segundo Louch, (1993), em função destes problemas somado a expansão urbana vertical, muitas cidades grandes, onde a densidade dos prédios é alta e as fabricas poluentes são muitas, tem-se um aumento gradativo da temperatura e da poluição do ar.
A fotointerpretação nos oferece condições de avaliar a densidade demográfica de uma cidade levando em conta o numero de prédios por área, suas alturas e o número médio de ocupantes por unidade habitacional. Somado a estes elementos, a fotointerpretação permite identificar os focos poluentes gerados pelas fábricas, hospitais e outros.
Outro problema de fácil identificação através de imagens aéreas são os esgotos a céu aberto, os quais são lançados em rios, sem o menor controle. Através da fotointerpretação pode-se propor “N” soluções para estes problemas que tanto afligem o povo destas cidades (LOUCH, 1993).
Nesse sentido, os dados obtidos pelas imagens permitem, graças a suas resoluções temporal, espacial e espectral, captar tendências de expansão das áreas urbanas com precisão e registrar, periodicamente, as relações indiretas entre os fenômenos urbanos e seu ambiente regional (FARINA, 2006).
Outras vantagens destacadas por esse processo são: a possibilidade de detectar as deficiências, riscos e processos de degradação ambiental; potencialidades econômicas e territoriais; controle e distribuição espacial da população e das atividades econômicas; uso e ocupação do solo urbano e análise de funcionamento da Lei de Zoneamento. O plano permite, ainda, o planejamento do transporte coletivo e do sistema viário urbano, a execução de análises de localização espacial de atividades econômicas, habitação e lazer, entre outros (FARINA, 2006).
Aerofotogrametria Aplicada a Expansão Rural.
Afirma Louch (1993), que outro fator de impacto que vem ocorrendo e com o avanço da mecanização agrícola e o uso de defensivos (herbicidas e inseticidas), as águas estão se tornando cada vez mais poluídas, chegando a matar os peixes nos rios, ate as suas nascentes mais longínquas.
Porém o problema mais comum em geral da degradação ambiental rural e a devastação florestal a níveis muito abaixo daqueles permitido por lei. Atualmente são vários os estados brasileiros que estão com menos de 10% de cobertura florestal remanescente, quanto países europeus mesmo tendo passado por duas guerras mundiais e com milhares de anos ainda conservam 30% da reserva florestal exigidas por lei (LOUCH, 1993).
Para Garcia (2011), a legislação ambiental brasileira é considerada uma das legislações mais avançadas do mundo, estando de acordo com a importância da preservação do meio ambiente, porém, esta nem sempre é aplicada e fiscalizada de maneira adequada, sabendo que em muitas situações a degradação ambiental pode afetar de forma direta a qualidade de vida da sociedade (GARCIA, 2001).
E necessário que os governos federal, estaduais e municipais invistam no mapeamento e identificação da real situação em que se encontra o uso da terra no país. A partir deste mapeamento, então, e possível começar com programas de controle e conservação ambiental (LOUCH 1993).
Segundo MMA (2015), Um exemplo disso e o Cadastro Ambiental Rural (CAR) é um instrumento fundamental para auxiliar no processo de regularização ambiental de propriedades e posses rurais. Consiste no levantamento de informações georreferenciadas do imóvel, com delimitação das Áreas de Proteção Permanente (APP), Reserva Legal (RL), remanescentes de vegetação nativa, área rural consolidada, áreas de interesse social e de utilidade pública, com o objetivo de traçar um mapa digital a partir do qual são calculados os valores das áreas para diagnóstico ambiental.
Ferramenta importante para auxiliar no planejamento do imóvel rural e na recuperação de áreas degradadas, o CAR fomenta a formação de corredores ecológicos e a conservação dos demais recursos naturais, contribuindo para a melhoria da qualidade ambiental, sendo atualmente utilizado pelos governos estaduais e federal (MMA, 2015).
No governo federal, a política de apoioà regularização ambiental é executada de acordo com a Lei nº 12.651, de 25 de maio de 2012, que criou o CAR em âmbito nacional, e de sua regulamentação por meio do Decreto nº 7.830, de 17 de outubro de 2012, que criou o Sistema de Cadastro Ambiental Rural - SICAR, que integrará o CAR de todas as Unidades da Federação.
Ainda de acordo com MMA (2015), na Amazônia, o CAR já foi implantado em vários estados, constituindo-se em instrumento de múltiplos usos pelas políticas públicas ambientais e contribuindo para o fortalecimento da gestão ambiental e o planejamento municipal, além de garantir segurança jurídica ao produtor, dentre outras vantagens. O Ministério do Meio Ambiente tem trabalhado ativamente para a implementação do CAR na região, por meio de projetos tais como: Projeto de Apoio à Elaboração dos Planos Estaduais de Prevenção e Controle dos Desmatamentos e Cadastramento Ambiental Rural; Projeto Pacto Municipal para a Redução do Desmatamento em São Félix do Xingu (PA) e Projeto de CAR, em parceria com a TNC (The NatureConservancy), este último, encerrado em dezembro de 2012.
CONCLUSÃO
Analisando o trabalho pode-se concluir que, a aerofotogrametria deve ser vista como uma ferramenta de ampla utilização, e com inúmeras funções, relacionadas a solução de problemas, também visando obtenção de soluções preventivas, tal como, corretivas dando ênfase ao meio ambiente, relacionando também o desenvolvimento rural, urbano e industrial.
O estudo das fotos possibilita a observação de inúmeros detalhes e tem por finalidade determinar as formas, dimensões e posições dos objetos contidos em uma fotografia, através de medidas efetuadas sobre a mesma. 
REFERÊNCIAS.
FARINA, F. Abordagem sobre as técnicas de geoprocessamento aplicadas ao planejamento e gestão urbana- Canoas – RS, Doutoranda em Geociências pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul, 2006, http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1679-39512006000400007. Acesso em: Setembro. 2015.
GARCIA, Y. M. Aplicação do Código Florestal como Subsídio para o Planejamento Ambiental na Bacia Hidrográfica do Córrego do Palmitalzinho -Regente Feijó -SP. Trabalho de conclusão (Bacharelado -Geografia) -Universidade Estadual Paulista, Faculdade de Ciências e Tecnologia, Presidente Prudente, 2011. 
LOCH, C. Noções básicas para interpretação de imagens aéreas bem como algumas de suas aplicações nos campos profissionais. Florianópolis – SC. Ed da UFSC 1993.
MMA – CAR - Cadastro Ambiental Rural. Disponível em: < http://www.mma.gov.br/desenvolvimento-rural/cadastro-ambiental-rural/>. Acesso em: Setembro. 2015.
SIECESC. Informações sobre o carvão em Santa Catarina. (S/A), 2010. Disponível em: < http://www.siecesc.com.br/siecesc/informacoes-sobre-o-carvao-mineral-em-santa-catarina>	/>. 	Acesso em: Setembro. 2015.
SIECESC. O passivo. (S/A), 2011. Disponível em: < http://www.siecesc.com.br/meio_ambiente>	/>. 	Acesso em: Setembro. 2015.

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