Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Medicamentos na prática clínica 291 cipiente. O uso de estatinas em associação com alguns medicamentos, como fibratos (exceto genfibrozila, que é formalmente contraindicada em associa- ção com estatinas), e alguns antibióticos macrolídeos, imunossupressores e inibidores da protease pode aumentar o risco de miopatia em mais de 1 O vezes em relação ao uso isolado, embora sua incidência absoluta ainda permaneça baixa (12 em 10.000 casos para associação com fibratos). Atualmente, por seu baixo custo e disponibilidade na rede pública, além de efetividade comprovada em diversos ensaios clínicos, a sinvastatina é con- siderada a primeira escolha para o tratamento de dislipidemias na prevenção primária de alto risco e na prevenção secundária, podendo ser usada uma dose inicial de 20 ou 40 mg. Uma alternativa para pacientes não respondedo- res a doses máximas de sinvastatina seria a atorvastatina. A pravastatina é a estatina preferida para pacientes transplantados em uso de imunossupresso- res, pois apresenta menos interação farmacológica. Em pacientes intolerantes a uma estatina, outra estatina pode ser tentada, de preferência iniciando-se com doses mais baixas. A pravastatina ou a rosuvastatina, por terem outra via de metabolização, podem ser as escolhidas em pacientes intolerantes à sinvas- . ' . tat1na ou a atorvastat1na. A seguir serão apresentadas, em ordem alfabética, as estatinas disponí- veis atualmente no mercado brasileiro (não estão nem em ordem de evidên- cias disponíveis nem em ordem de potência redutora de LDL-C). Algumas es- ta tinas, como a cerivastatina, já foram retiradas do mercado devido ao maior risco de desencadear rabdomiólise, principalmente quando em associação com fibratos, em idosos e em pacientes com insuficiência renal. No final, há uma tabela (21.2) comparativa das estatinas em relação à sua potência e em relação às evidências disponíveis atualmente em relação ao seu uso clínico. Atorvastatina Nomes comerciais. Citalor®, Lípitor®. Apresentações. Cpr de 10, 20, 40 e 80 mg. Usos. Dislipidemia, prevenções primária e secundária da cardiopatia isquêmica. Contraindicações. Doença hepática ativa, elevação persistente das transaminases séricas, gestação e lactação. Posologia. Dose inicial de 1 O mg, VO, a cada 24 h. Ajustar a dose, em intervalos de 4-8 semanas, até atingir os níveis-alvo para os lipídeos séricos. Dose máxima de 80 mg/dia. Modo de administração. VO. Pode ser ad- ministrado com alimentos, se desejado, em qualquer horário do dia. Parâmetros farmacocinéticos • Absorção: é rápida a partir do trato gas- trintestinal (TGI). • Pico plasmático: 1-2 h. • Início de ação: 3-5 dias; máximo de re- dução dos lipídeos séricos em 4-8 se- manas. • Biotransformação: metabolismo hepáti- co, formando metabólitos ativos e ina- tivos. • Ligação a proteínas plasmáticas: ~ 98%. • Meia-vida: 14 h. O significado clínico da longa meia-vida da atorvastatina é des- conhecido, mas acredita-se que tenha um papel na sua eficácia comparada com a de outras estatinas, que apresen- tam meia-vida de somente 1-4 h.
Compartilhar