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45
Ciência em Movimento | Ano XIV | Nº 28 | 2011/2 
Anatomia Humana, uma disciplina que 
causa evasão e exclusão: quando a hipótese 
principal não se confirma
Human Anatomy course that causes an evasion and exclusion: when 
the main event is not confirm
Bruno Luis Piazza¹
Attico Inácio Chassot²
RESUMO
Esta pesquisa é do tipo descritiva exploratória e tem por objetivo investigar possíveis causas de evasão e 
exclusão na disciplina de Anatomia Humana dos cursos de Educação Física (Licenciatura e Bacharelado), no 
Centro Universitário Metodista do IPA. A pesquisa levanta questões e implicações com relação ao método de 
ensino do professor da disciplina e compara o método clássico de ensinar a Anatomia Humana com métodos 
mais atuais e inovadores. A disciplina de Anatomia Humana é de caráter básico e imprescindível para a for-
mação de um futuro Educador Físico. Os dados foram coletados com dois questionários aplicados a uma turma 
de 32 alunos dos cursos de Educação Física matriculados na disciplina de Anatomia Humana em 2011. Pela não 
confirmação da hipótese principal foi necessário posteriormente coletar outros dados por meio de duas entre-
vistas. Pode-se constatar que um método diferenciado de ensinar a Anatomia Humana evita que os alunos se 
sintam excluídos ou abandonem a disciplina.. 
PALAVRAS-CHAVE
Anatomia Humana – Alunos – Educação Física – Evasão – Exclusão e métodos de ensino.
Artigo original
¹Mestre em Reabilitação e Inclusão pelo Centro Universitário Metodista, do IPA.
²Professor Orientador, Pós-doutorado na Universidade Complutense de Madri, atualmente é professor e pesquisador do Cen-
tro Universitário Metodista do IPA e da Universidade Regional Integrada do Alto Uruguai e das Missões (URI).
Ciência em Movimento | Ano XIV | Nº 28 | 2011/2
46
ABSTRACT
This type of research is exploratory and descriptive and study investigates possible causes of truancy and 
exclusion in the discipline of Human Anatomy in Physical Education courses at Methodist University IPA. The 
research raises questions and implications for the method of teaching the subject teacher and compares the 
classical method of teaching human anatomy with the most current and innovative methods. The discipline of 
Human Anatomy is the basic character and indispensable to the formation of future physical educators. Data 
were collected with questionnaires applied to a class of 32 students of Physical Education enrolled in the disci-
pline of Anatomy in 2011. Later other data were collected through two interviews. You can see that a different 
method of teaching human anatomy prevents students feel excluded or abandon discipline.
KEYWORDS
Students – Evasion – Exclusion – Human Anatomy – Physical Education and teaching methods.
Anatomia humana, uma disciplina que causa evasão e exclusão
47
Ciência em Movimento | Ano XIV | Nº 28 | 2011/2 
Introdução
A Anatomia Humana é uma disciplina tradicional 
dos cursos da área da saúde, sendo considerada bási-
ca para a formação do profissional da saúde, tendo 
sua história confundida com a história da Medicina.
Um conceito de Anatomia foi proposto em 1981, 
pela American Association of Anatomist: “anatomia 
é a análise da estrutura biológica, sua correlação com 
a função e com as modulações de estrutura em re-
sposta a fatores temporais, genéticos e ambientais” 
(Spense, 1991; Dângelo e Fattini, 2003). Num con-
ceito mais amplo, a anatomia pode ser considerada 
a ciência que estuda macro e microscopicamente a 
constituição e o desenvolvimento dos seres organi-
zados. 
O termo anatomia deriva do grego anatome (ana 
= através de; tome = corte) que significa através do 
corte. Dissecação deriva do latim dissecare (dis = 
separar; secare = cortar), a Anatomia Humana é uma 
disciplina ou campo de estudo científico, enquanto 
dissecação é uma técnica usada para estudar as es-
truturas do corpo (Moore, 2001).
A história da Anatomia Humana origina-se em 
tempos remotos, quando do aprimoramento de téc-
nicas para caçar animais e a escolha das partes para 
consumo e rejeito, podem ter contribuído para o início 
do conhecimento anatômico e sua comparação com 
partes humanas. A mumificação egípcia pouco con-
tribuiu para o avanço do conhecimento anatômico, 
pois a técnica estava associada a rituais religiosos, 
sem registros acerca dos aspectos corporais. Porém, 
por volta de 5.400 anos antes do presente foi escrito 
pelo médico egípcio Menes, o primeiro manual de 
anatomia que se tem registro histórico. Hipócrates 
(460 a.C – 377 a.C) é considerado no Ocidente o pai da 
Medicina pelo seus princípios éticos e humanísticos. 
Ele inspira o juramento hipocrático, ainda hoje recita-
do pelos formados em Medicina. Aristóteles (384 a.C 
– 322 a.C) é considerado, no Ocidente, o fundador da 
anatomia comparada, seus estudos basearam-se em 
dissecações de diversos animais, comparando com 
as características humanas. Aristóteles nomeou uma 
das primeiras artérias do corpo humano, a artéria 
aorta, bem como o primeiro relato conhecido em 
embriologia (Van der Graff, 2003).
Galeno (130 d.C -201 d.C) demostrou ,talvez, por 
primeiro que as artérias conduzem sangue e não 
ar, como alguns acreditavam. Fazendo várias outras 
descobertas, mas elaborou equívocos, pois associ-
ava a Anatomia Animal à Anatomia Humana de forma 
errônea. Sua obra foi contestada por Andreas Vesal-
ius em 1543 (Gray, 1997). 
O período do Renascimento contribuiu para o 
avanço da Anatomia Humana. Leonardo da Vinci 
(1452 – 1519) traz conhecimentos anatômicos sig-
nificativos, com desenhos precisos na visão de um 
gênio da Anatomia Humana. Há obras que até hoje 
são vistas por milhões de pessoas, dentre elas: 
A última ceia, Mona Lisa e o Homem Vitruviano. 
Michelangelo (1495 – 1574) travou uma batalha sau-
dável com Leonardo da Vinci, pois ambos gostavam 
de se provocar nos conhecimentos sobre a Anatomia 
Humana. Michelangelo coloca de forma impar seus 
conhecimentos anatômicos em suas esculturas, fi-
cou conhecido por colocar enigmas em suas obras, 
até hoje nunca desvendados como o teto da Capela 
Sistina no Vaticano. Escreveu e desenhou vários en-
saios belíssimos sobre a Anatomia Humana e chegou 
a pensar em publicar um tratado anatômico voltado 
para jovens escultores e pintores, mas não o fez. An-
dreas Versalius (1514 – 1564) foi um médico belga, 
considerado o pai da Medicina Moderna refutou al-
guns conhecimentos de Galeno e somando os con-
hecimentos incontestáveis de Leonardo da Vinci e 
Michelangelo, publicou em 1543 sua obra prima “De 
humani corporis fabrica” o primeiro atlas de Anato-
mia Humana que integra texto e ilustrações (Barreto 
et al, 2004).
Os anatomistas dos séculos 17 e 18 faziam dis-
secações abertas a um público da elite local. Essas 
eram marcadas sempre no tempo frio, pois não se 
conheciam técnicas de conservação adequadas dos 
corpos. No século 19 descobre-se o formol (solução 
aquosa de formaldeído ou aldeído fórmico), mistura 
antisséptica amplamente usada até os dias atuais, 
pelo baixo custo e a rápida penetração tecidual, 
porém volátil produz forte odor e irrita as mucosas 
nasais. Característico em quase todos os laboratórios 
de Anatomia Humana. Os séculos 20 e 21 não troux-
eram descobertas significativas no campo da Anato-
mia Humana, mas sim avanços quase inenarráveis no 
aprimoramento das técnicas de conservação de cadá-
Anatomia humana, uma disciplina que causa evasão e exclusão
Ciência em Movimento | Ano XIV | Nº 28 | 2011/2
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veres, dentre elas estão a glicerinização (técnica que 
utiliza glicerina líquida na conservação de cadáveres) e 
a plastinação (técnica que utiliza polímeros inodoros na 
conservação de cadáveres) do médico alemão Gunther 
Von Hagens, seus cadáveres utilizando esta técnica es-
tão em exposições em grade parte do planeta.
Outros avanços importantes ocorreram nos sécu-
los 20 e 21com advento de tecnologia que usa o com-
putador, os slides, a internet, os sites e o cd-rom em 
terceira dimensão tem tornado mais fácil a visualização 
e o entendimento de conteúdos complexos em sala de 
aula. Atualmente, o acadêmico da área da saúde que 
estuda a Anatomia Humana tende a formar um perfil 
que envolva vivências, experiências profissionais, mé-
todo de ensino e o domínio das tecnologias modernas, 
nas diferentes etapas da sua formação. Meu conheci-
mento na área da Anatomia Humana foi construído ao 
iniciar minha graduação em Educação Física, cursando 
a disciplina de Anatomia Humana e outras disciplinas 
do curso como, por exemplo, Biomecânica, Fisiologia 
Humana, Fisiologia do Exercício, Cinesiologia e Cine-
antropometria. Nesta mesma época trabalhava como 
monitor no laboratório de Anatomia Humana. Em 
dois anos de experiência como pesquisador observei 
que não há um curso ou uma preparação prévia para 
professores que irão ministras as aulas de Anatomia 
Humana. Muitas vezes os professores optam por 
ensinar a disciplina de Anatomia Humana utilizando 
o mesmo método de quando aprenderam a discipli-
na na sua graduação. Outros professores, com uma 
visão melhor da situação, observam o curso da área 
da saúde a ser ensinado e escolhem uma metodologia 
adequada para aquele determinado curso. Ficou claro 
para mim, naquele momento, que estas implicações 
ou questões causavam uma evasão ou exclusão dos 
alunos dos cursos da área da saúde, dependendo da 
metodologia aplicada pelo professor no ensino da dis-
ciplina de Anatomia Humana. Impulsionado em busca 
de repostas, comecei a pesquisar os métodos de en-
sino da Anatomia Humana na minha especialização 
em Cinesiologia, dando continuidade nesta pesquisa 
para o mestrado em Reabilitação e Inclusão do Centro 
Universitário Metodista do IPA. Tendo como hipótese 
principal descobrir as causa da evasão e exclusão nes-
ta disciplina. Justifica-se assim, a importância desta 
pesquisa que procura identificar situações que possam 
Anatomia humana, uma disciplina que causa evasão e exclusão
comprometer o ensino desta disciplina, e qual o real 
significado da mesma no aproveitamento dos alunos.
Objetivo geral
Investigar possíveis causas de evasão e exclusão 
de alunos na disciplina de Anatomia Humana dos cur-
sos de Educação Física (Licenciatura e Bacharelado), 
no Centro Universitário Metodista do IPA.
Objetivo específico
Identificar problemas enfrentados pelos alunos 
dos cursos de Educação Física quando estudam a 
disciplina de Anatomia Humana. Levantar questões 
e implicações com relação ao método de ensino do 
professor da disciplina e comparar o método clássico 
de ensinar a Anatomia Humana com métodos mais 
atuais e inovadores. Para atingir estes objetivos, geral 
e específicos, há algumas perguntas que podem ser 
facilitadoras aos propósitos desta investigação. Por 
que a disciplina de Anatomia Humana causa certa an-
siedade e medo nos alunos que a devem cursar? O 
método de ensino da disciplina causa exclusão de alu-
nos? Esta exclusão é mais sensível a alunos com di-
ficuldades? O levantamento da realidade do ensino da 
Anatomia Humana pode ser um facilitador de propos-
tas a professores que possam vir a modificar possíveis 
problemas no ensino? O professor pode ser decisivo 
na “atratividade” da disciplina?
Referencial teórico
Definições Sobre Anatomia Humana
Na concepção de Weineck (1990), há muitos anos 
os conhecimentos de Anatomia Humana se constit-
uem fundamentais à formação do professor de Edu-
cação Física. Eles são considerados necessários, tam-
bém, à formação do treinador desportivo. Nas escolas 
de formação destes profissionais, o seu ensino faz 
parte da formação teórica e prática nas aulas de Edu-
cação Física, contribuindo para a melhor compreensão 
das sequências motoras executadas durante a prática 
dos esportes.
Backhouse e Hutchings (1989) consideram que o 
aprendizado da estrutura anatômica tem pouco signifi-
cado sem a visão essencial do que ela é, e de como 
funciona no individuo vivo normal. Para ser algo mais 
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Ciência em Movimento | Ano XIV | Nº 28 | 2011/2 
Anatomia humana, uma disciplina que causa evasão e exclusão
do que um simples exercício morfológico, a anatomia 
precisa viver, mover, crescer em tamanho e idade, ex-
ibir todas as variações evidentes na comunidade e as 
modificações devidas às atividades físicas, doenças e 
etc. O Clínico, o Cirurgião, o Terapeuta, o Enfermeiro, 
o Educador Físico dentre outros são profissionais 
que precisam ver através da pele do seu semelhante, 
visualizando o que ela acoberta e as atividades que 
esconde. Isto tem uma exigência básica: conhecer a 
Anatomia Humana. 
Segundo Didio (1974), a Anatomia Humana é a 
ciência que estuda as estruturas do corpo humano 
sendo considerada como fundamental para as ciências 
médicas e para tal utiliza-se como material de ensino 
e estudo o cadáver humano que, contribui e tem con-
tribuído através dos séculos, com os ensinamentos e 
aprendizagem das maravilhas do corpo humano. 
Castro (1985), diz que a Anatomia é a parte da 
Biologia que estuda forma e a estrutura dos seres vi-
vos. Como para a Medicina, Odontologia, Farmácia, 
Educação Física etc. Interessa apenas a Anatomia 
Humana, existindo a Anatomia Animal e Anatomia Veg-
etal. A Anatomia Humana estuda a forma e a estrutura 
do corpo humano, enquanto a Fisiologia Humana trata 
do funcionamento de suas diferentes partes. Em cer-
tos casos, como no curso de Educação Física, a movi-
mentação do aparelho locomotor (ossos, articulações 
e músculos) é tão importante, que existe a disciplina 
de Cinesiologia. Na disciplina de Anatomia Humana, os 
diferentes nomes dados às partes do corpo humano 
foram surgindo com a observação direta dos nossos 
semelhantes, sendo alguns relacionados com o obje-
tivo, outros com a função etc. 
Moore (2001) relata que a Anatomia é uma ciên-
cia descritiva e necessariamente requer nomes para 
as estruturas e os processos do corpo. Estudantes 
que começam seus estudos em Anatomia frequen-
temente se sentem subjugados pelos novos termos 
anatômicos. Felizmente, existem livros para ajudá-los 
a aprender esses termos. Muitos termos indicam a 
forma, o tamanho, a localização, a função ou a semel-
hança de uma estrutura com outra.
Métodos de Ensino da Anatomia Humana
Nas colocações de Caritá et al (2007), atualmente 
várias instituições de ensino superior têm experi-
mentado a criação de simulações e portais como fer-
ramentas de ensino-aprendizagem que valorizam as 
individualidades, buscando estimular ideias, opiniões 
e atitudes onde o aluno exercita sua capacidade de 
aprender e de aprender a pensar com o uso destas 
capacidades, já retidas e amadurecidas, em outros 
contextos. O modelo educacional adotado em um 
passado não muito distante pelas universidades, 
hoje vem se mostrando ineficaz para atender um 
público que tem tempo limitado para o estudo pres-
encial, porém com disponibilidade para buscar a in-
formação através de tecnologias computacionais. 
Nesse novo cenário educativo as transformações 
tecnológicas têm propiciado o conhecimento atual e 
futuro, de forma rápida e acessível, a qualquer hora, 
tempo e velocidade, especialmente, quando se usa a 
Internet como ferramenta. Assim, a rede mundial de 
computadores é hoje, talvez, o recurso tecnológico 
mais utilizado para o ensino presencial e também 
à distância no âmbito globalizado, apresentando-se 
como um recurso adicional para professores, alunos 
e profissionais de saúde, tornando a educação mais 
interativa e viável, com as informações disponíveis a 
todo o momento para os interessados, com vários 
recursos multimídias (imagens, sons e vídeos).
Apesar das inovações antes citadas serem de 
certa forma vantajosas, autores como Yoshida et al 
(2003), referem desvantagens e explicam que tradi-
cionalmente a AnatomiaHumana, disciplina básica 
da área de ciências da saúde, é estudada por profis-
sionais e estudantes da área de três maneiras dis-
tintas e individuais: textos, atlas e cadáveres. Nos 
textos, as estruturas anatômicas e suas relações são 
descritas por meio de referências, sendo difícil para 
o leitor, visualizar as complexas relações anatômicas. 
Os atlas, por sua vez, apresentam o conteúdo por 
meio de desenhos esquemáticos ou fotografias de 
peças anatômicas reais. Neste caso, o usuário fica 
limitado às ilustrações apresentadas pelo autor, que 
geralmente representam a síntese dos principais de-
talhes anatômicos enfocados pelo desenhista, não 
permitindo o acesso à representação de todos os ân-
gulos possíveis e desejáveis ao estudo da Anatomia 
Humana. Já o cadáver é o objeto real do estudo da 
Anatomia Humana. 
O uso de cadáveres, importante para as aulas 
Ciência em Movimento | Ano XIV | Nº 28 | 2011/2
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Anatomia humana, uma disciplina que causa evasão e exclusão
práticas apresenta problemas no que se refere à ad-
equada conservação e local de acondicionamento dos 
mesmos. Além disso, estes são de difícil obtenção. 
Normalmente, a quantidade de cadáveres disponíveis 
é numericamente insuficiente se for considerada a 
real necessidade do corpo discente de cursos que têm 
Anatomia Humana em seus currículos. Além dos prob-
lemas já citados, ainda existe a dificuldade de acesso 
às peças cadavéricas, pois para tal, é necessário o 
acompanhamento técnico de responsáveis pela sua 
guarda e conservação, ficando o estudante restrito 
aos horários de disponibilidade dos técnicos. Pode ac-
ontecer de não existir a peça dissecada da maneira 
desejada, assim como a mesma pode estar degra-
dada devido à constante manipulação. Vale ressaltar 
que o acesso a estas peças se limita aos acadêmicos 
quando das aulas práticas da disciplina de Anatomia 
Humana. Fora do ambiente de laboratório, para aque-
les que desejam revisar algum detalhe, por exemplo, 
o acesso a estes recursos é praticamente impossível, 
a não ser que o acadêmico tenha algum projeto vincu-
lado a uma instituição de ensino que possa disponibi-
lizar cadáveres.
Atualmente a lei 8.501/92 permite que as escolas 
de Medicina utilizem em estudos e pesquisas cientí-
ficas os cadáveres não reclamados no prazo de 30 
dias. Para ampliar o número de faculdades e alunos 
que podem ter acesso aos cadáveres, a Comissão de 
Assuntos Sociais do Senado (CAS) aprovou um pro-
jeto que estende esse direito a outros cursos como 
Educação Física, Enfermagem, Farmácia, Fisioterapia, 
Fonoaudiologia, Nutrição e Odontologia. Já aprovado 
na Câmara, o PLS 6408 agora será votado no Plenário. 
O autor, ex-deputado Alexandre Silveira, argumentou 
em seu projeto que as faculdades que possuem cur-
sos na área de saúde, incluindo o de Medicina, podem 
ter acesso a cadáveres, enquanto aquelas que não 
incluem o curso de Medicina não têm esse acesso 
devido à restrição legal. Para retirar a restrição, o pro-
jeto altera a Lei 8.501/92 da forma como está hoje, o 
artigo determina que o cadáver não reclamado junto 
às autoridades públicas, no prazo de 30 dias, poderá 
ser destinado às escolas de Medicina, para fins de en-
sino e de pesquisa de caráter científico.
Perreira et al (2007) verificaram o ensino da Anato-
mia Humana no curso de Biologia da Universidade 
Pompeu Fabra em Barcelona, onde os alunos demon-
straram um aumento na satisfação do aprendizado 
quando o professor utiliza estratégias inovadoras de 
ensino, como a utilização da internet, slides em alta 
definição e outros materiais de multimídia, mas sem 
deixar de lado o quadro negro, os livros e as aulas 
práticas em cadáveres. Desta forma ocorreu um au-
mento da aprovação dos alunos na disciplina.
Acerca dos métodos de ensino, Insull, Kejriwa e 
Blyth (2006), mostram em uma pesquisa feita na fac-
uldade de Medicina de Auckland, na Nova Zelândia, 
que os alunos elegem estratégias diferentes para a 
memorização do ensino da Anatomia Humana. Seten-
ta por cento dos alunos utilizam a revisão nas cirurgias 
de dissecção como auxilio na memorização do ensino, 
outros 30% utilizam textos, livros e atlas de anatomia 
no aprendizado. 
Na visão de Terrell (2006), o ensino da Anatomia 
Humana está se tornando cada vez mais desafiador 
devido à progressiva evolução da missão do ensino 
universitário, a população de estudantes, médicos e 
de currículos de graduação, conjugada numa escassez 
empiricamente testada com base em provas práticas e 
pedagógicas no ensino médico anatômico e de literat-
ura, trouxe quase uma duplicação na taxa de repetên-
cia de alunos na disciplina ao longo de um período de 
três anos. O estudo sugere que, intencionalmente, 
com base em diferentes teorias de aprendizagem, 
precisam-se escolher métodos que poderão vir a ser 
mais bem sucedidos. 
Apoiado nessa necessidade de mudanças futuras 
para a melhora do ensino anatômico, Mclachlan e 
Patten (2006) nos dizem que a Anatomia Humana é 
amplamente apreciada, estando entre os mais impor-
tantes componentes da educação médica. O estudo 
através de cadáveres dissecados é visto como a mel-
hor alternativa dos cursos de Medicina, no entanto, 
podemos estar entrando numa época de mudanças 
paradigmáticas, auxiliado por novos processos de 
aprendizagens e novas tecnologias. Provavelmente, 
num futuro próximo os métodos de ensino utilizarão 
imagens e técnicas de simulação para ajudar na mel-
hora da compreensão anatômica.
Outra colocação sobre métodos de ensino vem dos 
autores Krych et al (2005), explicando que existem três 
51
Ciência em Movimento | Ano XIV | Nº 28 | 2011/2 
Anatomia humana, uma disciplina que causa evasão e exclusão
estratégias comuns utilizadas para ensinar a Anatomia 
Humana: I) palestras, II) descobertas ou inquéritos a 
base de aprendizagem, e III) ações cooperativas de 
ensino. Uma das formas de aprendizagem coopera-
tiva é o chamado ensino recíproco entre pares, ilustra 
circunstâncias em que os alunos assumem papéis de 
aluno e professor. Ao assumir a responsabilidade de 
ensinar aos seus pares, os estudantes não só melho-
ram a sua compreensão, mas também desenvolvem 
habilidades de comunicação, trabalho em equipe, 
liderança, confiança e respeito, que são vitais para o 
desenvolvimento do profissionalismo no início de suas 
careiras. Mostrando uma melhora de 97% na retenção 
do ensino no método recíproco entre pares, e 92% na 
melhora da capacidade de comunicação, tanto na aula 
teórica quanto na aula prática e na argumentação de 
assuntos para com os outros alunos.
Seguindo nesta mesma linha de raciocínio, Brueck-
ner e Macpherson (2004), da Universidade de Lexing-
ton, Estados Unidos, observaram em um estudo, uma 
melhora na aprendizagem da Anatomia Humana em 
grupos de alunos que optaram por uma estratégia de 
estudar em pares, fazendo rodízio em cadáveres, em 
relação a outros alunos da mesma classe que não uti-
lizaram o método. Concluem que ao final do estudo 
88% dos alunos se mostraram satisfeitos com o mé-
todo de estudo com pares e rodízio em cadáveres, 
sendo que 44% dos alunos tiveram uma melhora em 
suas notas.
Por outro lado, Pandey e Zimitat (2007), ressaltam 
que aprender Anatomia Humana requer algumas es-
tratégias conforme o grupo de alunos de um deter-
minado curso e suas necessidades, destacando que 
para alunos da universidade de New South Wales, 
Sydney, Austrália, do primeiro ano do curso de Me-
dicina, a melhor estratégia foi o uso da memorização, 
compreensão e visualização. 
Para uma melhor compreensão sobre os métodos 
de ensino da Anatomia Humana, vejamos os concei-
tos de Souza (1982) sobre os três métodos em que 
são os mais utilizados nas universidades, sendo eles:
I) A anatomia sistêmica, sistemática ou descri-
tiva: estudam os sistemas do corpo humano, cada 
sistema é um conjunto de órgãos que contribuempara uma função específica. Os sistemas do cor-
po são: sistema esquelético, que compreende os 
ossos e cartilagens, as uniões entre os ossos e 
as articulações. Sistema muscular, conjunto dos 
músculos esqueléticos que movimentam os os-
sos e articulações. Sistema nervoso, composto 
pelo encéfalo, medula espinhal, nervos, gânglios 
e os órgãos dos sentidos. Sistema circulatório 
compreende o sistema cardiovascular, coração 
e vasos sanguíneos. Sistema linfático, órgãos 
produtores e transportadores da linfa e fluidos 
do corpo. Sistema respiratório, constituído pelas 
vias aéreas e pelos pulmões. Sistema digestivo, 
composto pelo tubo digestivo e glândulas anex-
as. Sistema urinário, constituído pelos rins e vias 
urinárias. Sistema genital, representado pelos 
órgãos genitais masculinos e femininos. Sistema 
endócrino que compreende as glândulas sem 
ducto, órgãos produtores dos hormônios. Sis-
tema tegumentar, representado pela pele e tela 
subcutânea ou hipoderme.
II) Anatomia topográfica ou regional: estuda as 
particularidades anatômicas e as relações entre os 
diferentes órgãos em cada região do corpo. 
III) Anatomia radiológica: é o estudo anatômico 
dos vários órgãos do corpo através dos raios x.
Esses três métodos de ensino da disciplina de 
Anatomia Humana variam conforme o estilo do pro-
fessor e a necessidade das diferentes áreas da saúde 
que seus alunos estejam cursando. Segundo Mitchell, 
Mccrorie e Sedgwilk (2004), do hospital-escola em 
Medicina de Londres no Reino Unido, um estudo feito 
para avaliar se era possível utilizar um único método de 
ensino da Anatomia Humana, para uma equipe multi-
profissional de alunos, onde participavam alunos dos 
cursos de: Biomedicina, Medicina, Enfermagem e Fi-
sioterapia. Este estudo concluiu que é possível utilizar 
este método, porém ocorreu em alguns momentos da 
pesquisa uma variação na satisfação do aprendizado, 
pela necessidade específica que cada curso pre-
cisa contemplar.
Retomando as considerações sobre o método 
sistêmico (Item I acima), Heyling (2002) coloca que 
o ensino da Anatomia Humana no Reino Unido e na 
Irlanda, apresenta diferenças no método de ensi-
Ciência em Movimento | Ano XIV | Nº 28 | 2011/2
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no, sendo que a grande maioria das universidades 
utiliza o método da anatomia sistêmica ou por sis-
temas, variando a ordem dos sistemas de acordo 
com cada país, trazendo para os alunos, aulas práti-
cas de dissecção, demonstradas pelo professor e 
horas de prática de literatura sobre o assunto.
No que diz respeito ao ensino prático, Mclach-
lan et al (2004), da Universidade de Plymouth no 
Reino Unido, dizem que seria possível ensinar a 
Anatomia Humana sem a utilização de cadáveres. 
Essa alternativa há benefícios como: um bom uso 
dos princípios educativos, baixos custos, redução 
total de riscos biológicos e sendo muito mais 
prático. Assim, pode-se ensinar Anatomia Humana 
a estudantes de medicina, utilizando o método da 
anatomia clínica. Utilizando materiais como soft-
ware multimídia 3D, slides, figuras e modelos 
anatômicos. Mas os autores da pesquisa salientam 
que questões relacionadas com a autopsia sobre 
formações patológicas, o treinamento e pós-gradu-
ação em anatomia cirúrgica não são abordados no 
presente documento. Relatam que para um ensino 
mais básico da Anatomia Humana seria possível 
alcançar um bom aprendizado sem a utilização de 
aulas práticas em cadáveres humanos. 
Porém, sob este aspecto, Winkelmann (2007), 
da Universidade de Berlim na Alemanha, expõem 
que está ocorrendo uma diminuição nas aulas 
práticas de dissecação anatômica, em virtude da 
criação de novas escolas de Medicina sem dis-
secção. Há artigos escritos em defesa deste mé-
todo: sem a utilização de cadáveres. A discussão 
sobre a dissecação e a falta de dados objetivos 
tem sido repetidamente observada. O autor se 
posiciona contra este método de ensino. A disse-
cação em cadáveres de humanos é feita por profis-
sionais em anatomia, onde é retirada somente a 
pele e a gordura, utilizando os cadáveres para o 
ensino no método sistêmico. Tendo o objetivo de 
apoiar a aprendizagem na Anatomia Humana por 
experiência visual e tátil. Este método tem en-
foque na aprendizagem do domínio cognitivo. Para 
o autor este método ainda ensina os alunos a lidar 
com a morte e aumenta suas habilidades sociais. 
Conclui que o aprendizado na Anatomia Humana é 
um processo complexo e demorado, sendo impre-
scindível o estudo em cadáveres. 
Assim como Biasutto et al (2006) que realizar-
am uma pesquisa na Universidade de Córdoba, Ar-
gentina, onde foi dividido uma turma de Medicina 
em três grupos, e utilizaram três métodos difer-
entes de ensinar a disciplina de Anatomia Humana. 
O primeiro grupo utilizou o método do ensino 
clássico de anatomia, somente cadáveres tendo 
material suficiente para estudar todas as regiões 
e estruturas. O segundo grupo utilizou o método 
tecnológico, somente computadores, slides, CDs 
e informações através da internet, sem aulas práti-
cas em cadáveres. O terceiro grupo utilizou ambos 
os métodos dos dois grupos anteriores. Os resulta-
dos dos exames com os três grupos, concluiu que 
o primeiro grupo do método clássico obteve notas 
melhores que o grupo do método tecnológico. Mas 
as melhores notas foram alcançadas pelo terceiro 
grupo que utilizou ambos o método clássico junta-
mente com o tecnológico. 
Ainda no que se refere aos estudos que se está 
detalhando, Cabral e Barbosa (2005) defendem 
que os alunos do curso de Odontologia, da Univer-
sidade Federal de Pernambuco, Brasil, utilizaram a 
sala de informática para facilitar o ensino da Anato-
mia Humana, trabalhando com o software Netter’s 
Anatomy Atlas. Concluem que esse método fa-
cilitou o aprendizado dos alunos e ajudou no en-
tendimento da disciplina, porém este software não 
pode substituir as aulas práticas em cadáveres, o 
software vem de maneira a complementar os estu-
dos da Anatomia Humana.
É significativo destacar que as considerações 
deste projeto de dissertação estão todas particu-
larmente focadas para as exigências dos alunos 
dos cursos de Educação Física e a disciplina ob-
jeto de exame é específica do curso de Educação 
Física. Mesmo que se aceite que possa haver uma 
disciplina de Anatomia Humana básica para todos 
os alunos da área da saúde é evidente que outros 
futuros profissionais poderão ter disciplinas poste-
riores mais especificas e mais aprofundadas.
Aprendizagem e Educação
Segundo relatos de Fonseca (2010) aulas com 
alunos dos cursos de Educação Física, discutem-se 
Anatomia humana, uma disciplina que causa evasão e exclusão
53
Ciência em Movimento | Ano XIV | Nº 28 | 2011/2 
questões epistemológicas, metodológicas para o en-
sino-aprendizagem, sempre surge o questionamento 
sobre ensinar numa abordagem tecnicista, tradicional 
e construtiva ou marcada por ações inovadoras. Ess-
es questionamentos não trazem uma solução pronta, 
pois, não se trata de buscar “a solução”. Tentativas 
de resposta a estas indagações, dúvidas e incerte-
zas e outras (que possam ocorrer na realização desta 
investigação) encontra-se no caminho que percor-
remos, nas decisões que tomamos, nas ações que 
empreendemos ao longo e no trato de cada conflito e 
tensão, com uma única certeza: não há uma solução 
dada, não há uma receita para cada situação.
Davis (1996) citou que a taxa de retenção ao ouvir 
a informação é de cerca de 20%, após ver uma in-
formação é de 30%, e ao ver e ouvir a informação 
é de 50%. Entretanto se o indivíduo ver, ouvir e to-
car a taxa de retenção chega a 70%. No encéfalo, 
70% de todos os receptores, além de 40% do córtex 
são destinados à visão, justificando a interação do 
aprendizado teórico/prático no processo de ensino 
obtidas pela estimulação multissensorial. 
A educação é a colaboração entre pessoas (pro-
fessores, paise alunos) e também com o meio ambi-
ente que transforma a vida em processo permanente 
de aprendizagem. O papel do professor é ajudar os 
alunos na construção da sua identidade, do seu cam-
inho pessoal e profissional, transformando-os em 
cidadãos realizados e produtivos. Existem diversas 
estratégias didáticas, desde a forma tradicional nas 
escolas, passando pelo quadro-negro e giz, até as 
mais modernas, utilizando computadores de última 
geração (Moran, 1998). 
Infelizmente, poucas universidades atentam para 
a real necessidade de enriquecer, de cultivar disci-
plinas como História da Anatomia Humana e outras 
cujo acervo histórico pode ajudar os alunos e os pro-
fessores, na sua parte formativa para uma melhor 
valorização do ser humano, no contexto sociocultural 
(Chagas, 2001).
Evasão e Exclusão no Ensino Superior Bra-
sileiro
A Comissão Especial do Ministério da Educação 
define “evasão” como a saída definitiva do aluno do 
seu curso de origem sem concluí-lo. A evasão pode 
Anatomia humana, uma disciplina que causa evasão e exclusão
ocorrer por motivos variados, principalmente dificul-
dade financeira, falta de vocação, descontentamento 
acerca do método didático-pedagógico da instituição, 
motivos pessoais, como doença grave ou morte, 
transferência de domicílio. A dificuldade em conciliar 
jornada de trabalho e horário escolar é fator de suma 
importância na decisão de abandonar a faculdade. 
Quando as obrigações profissionais entram em con-
flito com os compromissos dos estudos, esses na 
maioria das vezes, é que são adiados. A “exclusão” 
para a mesma comissão é em última análise, desven-
dar a existência de desigualdades sociais e, portanto 
de oportunidades. As desigualdades de oportunidade 
de acesso ao ensino superior, por exemplo, devem-
se principalmente às desigualdades sociais. Se as-
sim for, não é exagerado dizer que a Escola não age 
natural e fortemente em prol dos menos favorecidos 
socialmente. Com efeito, os especialistas em edu-
cação já demonstraram de modo convincente que 
as desigualdades sociais reproduzem e ampliam as 
desigualdades escolares, que, por sua vez, geram 
desigualdades de oportunidade.
Metodologia
Local e sujeitos da pesquisa
Foi escolhida uma turma com 32 alunos dos cur-
sos de Educação Física (Licenciatura e Bacharelado) 
do Centro Universitário Metodista do IPA, alunos 
estes matriculados na disciplina de Anatomia Humana 
em 2011. Os mesmos foram convidados a responder 
a dois questionários, um no início da disciplina e outro 
ao termino da mesma. Foi utilizando o critério de satu-
ração, conforme Fontanella (2008), a amostragem por 
saturação é frequentemente empregada em investi-
gações qualitativas na área da Saúde. É usada para 
estabelecer ou fechar o tamanho final de uma amos-
tra. Pela não confirmação da hipótese principal, foi 
necessário adicionar dados com duas entrevistas, uma 
primeira com o professor P.R.R., atualmente professor 
da disciplina de Anatomia Humana para os cursos de 
Educação Física de Centro Universitário Metodista do 
IPA. A segunda entrevista foi com a Educadora Física 
M.H., ex-aluna do professor P.R.R. na disciplina de 
Anatomia Humana no curso de Educação Física do 
Centro Universitário Metodista do IPA.
Ciência em Movimento | Ano XIV | Nº 28 | 2011/2
54
Procedimentos Éticos 
Pesquisas quando envolvem seres humanos são 
normalizadas pela Resolução 196/96 do Conselho 
Nacional de Saúde – Ministério da Saúde. Portanto, 
nesta pesquisa os participantes foram esclarecidos 
quanto aos objetivos, os procedimentos para cole-
tar os dados e da finalidade dos resultados e ainda 
que estes poderão ser elementos para a elaboração 
de artigos para publicação. Esta pesquisa foi apro-
vada pelo Comitê de Ética do Centro Universitário 
Metodista do IPA, no processo Nº 299/2011(anexo 
D). Antes de ser iniciada a coleta de dados com os 
participantes, foram oferecidos detalhes do Termo 
de Consentimento de Livre e Esclarecido (anexo A) 
ensejando todas as informações para que os mes-
mos pudessem assinar (ou não), podendo também 
abandoná-la se assim desejassem. 
 Procedimentos Técnicos
 Os dados foram coletados por meio de dois ques-
tionários (apêndices A e B), um questionário aplicado 
no início e outro no final da disciplina de Anatomia 
Humana dos cursos de Educação Física (Bacharelado 
e Licenciatura) do Centro Universitário Metodista do 
IPA em 2011. Contendo perguntas pré-estabelecidas 
sobre assuntos relacionados à disciplina de Anatomia 
Humana. Pela não confirmação da hipótese principal, 
foi necessário adicionar dados posteriormente coleta-
dos através de duas entrevistas com perguntas pré-
estabelecidas (apêndices C e D). A primeira entrevis-
ta foi com o professor P.R.R., atualmente professor 
da disciplina de Anatomia Humana para os cursos de 
Educação Física de Centro Universitário Metodista 
do IPA. A segunda entrevista foi com a Educadora 
Física M.H., ex-aluna do professor P.R.R. na disciplina 
de Anatomia Humana.
Análise dos Resultados 
A turma analisada nesta pesquisa era composta 
por 32 alunos, com idade entre 18 a 36 anos. Sendo 
21 alunos de sexo masculino e 11 do sexo feminino. 
Deste total, 30 alunos eram do curso de Bacharel em 
Educação Física e 2 alunos eram do curso de licen-
ciatura em Educação Física. 
 Conforme dados oriundos dos questionári-
os inicial e final participantes da turma em questão, 
disseram que antes de cursar a disciplina de Anato-
mia Humana ouviram relatos que esta é tida como 
difícil pelos colegas, tendo muito conteúdo a ser 
decorado.
 A Educadora Física M.H., ex-aluna do profes-
sor P.R.R. na disciplina de Anatomia Humana, abordou 
em sua entrevista que a disciplina foi uma das mais 
difíceis do curso de Educação Física, foi necessário 
estudar bastante, porque a disciplina exige muito do 
aluno tendo que memorizar muito conteúdo.
 Moore (2001) diz que estudantes que 
começam seus estudos em anatomia frequente-
mente se sentem subjugados pelos novos termos 
anatômicos. Pode-se acrescentar que por estes ser-
em referidos por nomes científicos, usualmente de 
etimologia grega ou latina, não pertencem ao lingua-
jar cotidiano dos estudantes. 
 A maioria dos alunos da turma analisada 
gostou da disciplina de Anatomia Humana, desta-
cando esta entre as disciplinas mais agradáveis do 
curso, ficando atrás apenas da disciplina de Ginástica 
Laboral. A turma também enfatizou que a disciplina 
de Anatomia Humana deveria ter um maior destaque 
no curso.
 Esta afirmação está em consonância com 
estudo de Piazza (2011) que mostra que professores 
da região metropolitana de Porto Alegre, que minis-
tram a disciplina de Anatomia Humana, admitiram 
que duas horas de aula semanal e apenas um se-
mestre para a disciplina é pouco tempo, tendo os 
professores que abandonar ou desprivilegiar alguns 
conteúdos.
 Nas colocações de Caritá (2007) o modelo 
educacional adotado em um passado não muito dis-
tante pelas universidades, hoje vem se mostrando 
ineficaz para atender um público que tem tempo limi-
tado para o estudo presencial, porém com disponibi-
lidade para buscar a informação através de tecnologia 
computacional. 
 Quatro alunos da turma relataram que tiver-
am desconforto com os cadáveres nas aulas práticas 
e sentiram dificuldade em lidar com esta situação, a 
qual foi se tornando menos incômoda com o passar 
das aulas.
 M.H. disse em entrevista não ter passado 
por nenhuma dificuldade quando cursou a disciplina 
Anatomia humana, uma disciplina que causa evasão e exclusão
55
Ciência em Movimento | Ano XIV | Nº 28 | 2011/2 
de Anatomia Humana, disse ainda que a disciplina foi 
uma das melhores.
 Winkelmann (2007) expõem que a dis-
secação em cadáveres é feita por profissionais em 
anatomia, utilizando os cadáveres no ensino do mé-
todo sistêmico. Tendo o objetivo de apoiar a aprendi-
zagemna Anatomia Humana por experiência visual e 
tátil. Este método tem enfoque na aprendizagem do 
domínio cognitivo, ainda ensina os alunos a lidar com 
a morte e aumenta suas habilidades sociais.
 P.R.R, professor da disciplina de Anatomia 
Humana para os cursos de Educação Física do Cen-
tro Universitário Metodista do IPA, relatou em sua 
entrevista. Ao se referir à dificuldade quanto ao uso 
de cadáveres (tanto pela situação da dificuldade de 
obtê-los, quanto pelo desconforto de estudantes) 
que existem modelos anatômicos sintéticos muito 
bons, mas muito caros, assim como os cadáveres, 
que são de obtenção cada vez mais difícil. P.R.R. en-
fatizou que a vivência que o aluno tem podendo ver 
e sentir os tecidos humanos é imensurável, pois a 
experiência em algo real é muito melhor do que algo 
sintético. Mesmo com o desconforto dos odores dos 
conservantes químicos. Segundo P.R.R, novas tecno-
logias ajudam muito o professor, mas o cadáver é o 
grande astro, pois, parece não haver ainda material 
sintético que substitua todas as vantagens que pos-
sui o cadáver.
Na mesma direção desta ideia, Mclachlan e Pat-
ten (2006) dizem que o estudo com cadáveres dis-
secados é visto como a melhor alternativa dos cursos 
de Medicina, no entanto, podemos estar entrando 
numa época de mudanças paradigmáticas, auxili-
ado por novos processos de aprendizagens e novas 
tecnologias. Provavelmente, num futuro próximo os 
métodos de ensino utilizarão imagens e técnicas de 
simulação para ajudar na melhora da compreensão 
anatômica.
 Davis (1996) cita que a taxa de retenção ao ouvir 
a informação é de cerca de 20%, após ver uma in-
formação é de 30%, e ao ver e ouvir a informação 
é de 50%. Entretanto se o indivíduo ver, ouvir e to-
car a taxa de retenção chega a 70%. No encéfalo, 
70% de todos os receptores, além de 40% do córtex 
são destinados à visão, justificando a interação do 
aprendizado teórico/prático no processo de ensino 
obtidas pela estimulação multissensorial. 
Pandey e Zimitat (2007) ressaltam que aprender 
Anatomia Humana requer algumas estratégias con-
forme o grupo de alunos de um determinado curso e 
suas necessidades. Destacando que para alunos da 
universidade de New South Wales, Sydney, Austrália, 
do primeiro ano do curso de Medicina, a melhor es-
tratégia foi o uso da memorização, compreensão e 
visualização. 
Nenhum aluno da turma analisada se sentiu ex-
cluído ou evadiu a disciplina de Anatomia Humana, 
como também dos cursos de Educação Física do 
Centro Universitário Metodista do IPA, até o mo-
mento final da coleta de dados desta pesquisa. En-
tretanto, três alunos relataram que conhecem alunos 
de outras instituições de ensino superior que já aban-
donaram cursos da área da saúde por causa da dis-
ciplina de Anatomia Humana. As justificativas foram: 
medo dos cadáveres e uma difícil compreensão do 
conteúdo da disciplina.
Para a Comissão Especial do Ministério da Edu-
cação exclusão é a existência de desigualdades sociais 
e, portanto de oportunidades. Para a mesma comissão 
a evasão é definida como a saída definitiva do aluno de 
seu curso de origem sem concluí-lo.
M.H. apontou na sua entrevista que primeira-
mente cursou a disciplina de Anatomia Humana como 
aluna de Nutrição, mas não gostou da disciplina, pois 
um dos professores parecia não dominar o conteúdo, 
nem tinha uma metodologia de ensino adequada. Pos-
teriormente mudando para o curso de Educação Física 
e passando a ser aluna do professor P.R.R. na mesma 
disciplina, confessou que mudou sua opinião, elegen-
do a disciplina como uma das melhores.
Todos os alunos da turma gostaram da maneira 
que a disciplina foi ensinada. Metade da turma dest-
aca que o professor P.R.R. ensina a disciplina de ma-
neira descontraída e fácil de entender sem ter que 
decorar o conteúdo.
M.H, disse que gostava da metodologia do pro-
fessor P.R.R, porque era exigente, mas tinha uma ma-
neira descontraída de ensinar o conteúdo. Relatando 
também que seus colegas de disciplina mantinham-
se atentos nas aulas por causa da metodologia do 
professor P.R.R. que era atrativa.
O Professor P.R.R. abordou em sua entrevista, ao 
Anatomia humana, uma disciplina que causa evasão e exclusão
Ciência em Movimento | Ano XIV | Nº 28 | 2011/2
56
ser questionado acerca de “seu método” que não 
existe um “método P.R.R” de ensinar Anatomia Hu-
mana, mas sim uma postura didática diferente, que 
aparentemente vem tendo sucesso. Vale destacar 
que o professor P.R.R. lecionou por onze anos em 
um cursinho pré-vestibular, tendo uma boa exper-
iência com alunos vestibulandos e universitários. 
O professor relatou também que possui sete anos 
de experiência lecionando a disciplina de Anatomia 
Humana em cursos de nível superior. Mas no seu 
início dedicou muitas horas de estudo, muitas des-
tas de madrugada na sua casa, para poder obter o 
máximo de conhecimento na área. Ele acredita que 
as técnicas de cursinho somado ao conhecimento 
em Anatomia Humana ajudam-no a se aproximar do 
aluno, mas o importante segundo ele é a maneira de 
integrar o aluno a matéria. O professor P.R.R. geral-
mente chama alguns alunos da turma para fazer brin-
cadeiras na sala de aula, associando as brincadeiras 
aos conteúdos anatômicos e desta maneira descon-
traída e atrativa os alunos aprendem pela associação 
não esquecendo mais do conteúdo. Conforme P.R.R. 
o aluno que aprende não precisa mais decorar o con-
teúdo, o aluno vai percebendo que a disciplina de 
Anatomia Humana não é tão difícil assim como dis-
seram. Porém, o professor P.R.R. ressalta que exige 
dos alunos presença nas aulas teóricas e práticas, 
respeitando os cadáveres e querendo comprometi-
mento dos alunos com os estudos. P.R.R. diz que, às 
vezes, é necessário mexer com o “brio” de alguns 
alunos, motivando-os a estudar mais, pois estes alu-
nos acreditam que dando uma “meia-sola” seria o 
suficiente para ser aprovado na disciplina, mas não é 
isso que acontece quando estes alunos se deparam 
com as provas. 
M.H. relatou que se lembra de alguns alunos 
que foram reprovados na sua turma, mas diz que 
não foram muitos. Ela também disse que apreciava 
a metodologia do professor P.R.R. Ele estava sem-
pre disposto a ensinar na aula e fora dos períodos 
de aula. Gostava tanto das aulas que sempre ficava 
até depois do termino das aulas perguntado coisas 
relacionadas à disciplina.
 Todos os alunos da turma analisada relataram 
que é de fundamental importância o ensino da Anato-
mia Humana para os acadêmicos de Educação Física, 
pois um futuro profissional nesta área precisar deste 
conhecimento.
M.H. que trabalha há mais de quatro anos em 
uma academia em Porto Alegre, falou que utiliza os 
conhecimentos anatômicos diariamente, conseg-
uindo imaginar quais músculos seus alunos vão pre-
cisar exercitar em seus treinos. Relatou ainda que os 
conhecimentos anatômicos lhe trazem uma credibi-
lidade maior e o respeito dos alunos, especialmente 
quando estes são profissionais da área da saúde e 
têm domínio da linguagem anatômica.
Segundo Piazza (2011) os professores que min-
istram a disciplina de Anatomia Humana na região 
metropolitana de Porto Alegre priorizam o ensino 
do sistema locomotor (ossos, articulações e múscu-
los) para os alunos dos cursos de Educação Física, 
sendo realizada uma leve apresentação dos outros 
sistemas conforme o tempo restante da disciplina, o 
que corroborado nas duas entrevistas que se aditou a 
pesquisa que fundamenta esta dissertação. 
O professor P.R.R, em sua entrevista falou sobre 
a importância de direcionar o ensino da Anatomia 
Humana para os diferentes cursos da área da saúde. 
Segundo ele a Anatomia para o curso da Enferma-
gem deve priorizar os ossos, músculos, sistema di-
gestório e aparelho respiratório. Na Educação Física a 
prioridade é o sistema locomotor (ossos, articulações 
e músculos) tendo o professorque estar atento aos 
conhecimentos específicos necessários aos difer-
entes profissionais. 
M.H. citou em sua entrevista que o professor 
P.R.R. se preocupava em ensinar a Anatomia Hu-
mana de forma diferenciada em cursos da saúde, 
explicando para os alunos quais conhecimentos se-
riam necessários para um futuro profissional em Edu-
cação Física.
Segundo Mitchell, Mccrorie e Sedgwilk (2004), 
do hospital-escola em Medicina de Londres no Reino 
Unido, um estudo feito para avaliar se era possível 
utilizar um único método de ensino da Anatomia Hu-
mana, para uma equipe multiprofissional de alunos, 
onde participavam alunos dos cursos de Biomedicina, 
Medicina, Enfermagem e Fisioterapia. Este estudo 
concluiu que é possível utilizar este método, porém 
ocorreu em alguns momentos da pesquisa uma vari-
ação na satisfação do aprendizado, pela necessidade 
Anatomia humana, uma disciplina que causa evasão e exclusão
57
Ciência em Movimento | Ano XIV | Nº 28 | 2011/2 
específica que cada curso precisa contemplar.
Alunos da turma analisada disseram que se a dis-
ciplina de Anatomia Humana fosse disciplina optativa 
na grade curricular a grande maioria da turma cursaria 
a disciplina. Estes ainda relataram que não sugerem 
nenhuma modificação no atual ensino da mesma, 
reconhecendo as qualidades do professor.
M.H. citou em sua entrevista que se a disciplina 
de Anatomia Humana fosse optativa também teria 
cursado. Relatou ainda que quando mudou do curso 
de Nutrição para o curso de Educação Física ela po-
deria ter sido dispensada da disciplina por aproveita-
mento da mesma, mas confessou que as aulas do 
professor P.R.R. eram tão boas que foi à secretaria 
pedir para continuar cursando a disciplina até o final. 
Segundo M.H. o conhecimento adquirido em Anato-
mia Humana foi tão útil que ela não passou por nen-
huma dificuldade nas disciplinas seguintes que ex-
igem a Anatomia Humana como pré-requisito. 
Da análise dos questionários inicial e final da 
turma, a literatura especializada, as duas entrevis-
tas com sujeitos diretamente envolvidos no objeto 
da pesquisa e a pesquisa anterior do autor desta 
dissertação, pode-se inferir uma convergência de 
resultados. É preciso reconhecer que estes como 
se pretende evidenciar no segmento seguinte não 
respondem aquela que era a hipótese principal de 
pesquisa, a qual busca as causas da evasão e ex-
clusão na disciplina de Anatomia Humana.
 Considerações Finais
Quando se redige um trabalho científico (espe-
cialmente, em uma dissertação ou tese) o segmento 
que se destina a resumir o texto, apresentando aque-
las que parecem ser as considerações (quase) finais, 
usualmente se apresenta a ratificação das hipóteses 
de pesquisa que nesta dissertação não ocorre. Já 
se anunciou no título que “a hipótese principal não 
se confirma”. Talvez, menos que frustração pela situ-
ação, se deva registrar uma satisfação marcada pelo 
fato que a disciplina de Anatomia Humana, usual-
mente causadora de exclusão, não seja neste estudo 
de caso responsável pela eliminação de alunos e, 
além disso, não apresenta altos índices de reprov-
ação como costuma acontecer. Observou-se nesta 
turma analisada que a mesma é reconhecida pelos 
alunos como uma disciplina muito boa.
A Anatomia Humana mostra sua importância 
pela história que possui, sendo ainda hoje conteúdo 
importante na área da saúde e provavelmente con-
tinuará sendo ao longo do tempo. Entendendo que 
os métodos de ensino da disciplina vêm sendo aux-
iliados pela evolução da tecnologia. Isto determina 
inclusive a seleção de conteúdos com exigentes 
adaptações pelo professor. 
Acerca das hipóteses previstas, que o ensino da 
Anatomia humana causa exclusão, pode-se dizer que 
não houve nenhum aluno da turma analisada que se 
evadiu da disciplina nem se sentiu excluído dos en-
sinamentos. Pode-se creditar este acontecimento ao 
método diferenciado e atrativo utilizado pelo profes-
sor P.R.R. que foi elogiado pelos alunos, que mereceu 
também a ratificação pela ex-aluna M.H. Identificou-
se receio e ansiedade nos alunos antes de cursarem 
a disciplina, pois ela é caracterizada como difícil ten-
do muito conteúdo para estudar em pouco tempo. 
Quatro alunos se sentiram desconfortáveis com o 
uso de cadáveres, porém isso é considerado normal 
pelo professor P.R.R, respeitando o ritmo individual 
de cada aluno, até uma adaptação plena nas aulas 
práticas. Pode-se destacar que o professor P.R.R. uti-
liza diferentes alternativas buscando a associação e 
memorização dos conteúdos anatômicos, facilitando 
o entendimento dos alunos, este método tem uma 
aceitação melhor em relação ao método clássico de 
ensinar a Anatomia Humana, que utiliza somente 
cadáveres e livros. O “método P.R.R” de ensinar evi-
ta que os alunos se sintam excluídos, fazendo parte 
do grupo não evadindo a disciplina. Conforme M.H, 
o aluno se sente melhor preparado para enfrentar as 
próximas disciplinas dos cursos (Bacharelado e Li-
cenciatura) que utilizam os conhecimentos anatômi-
cos como pré-requisito.
Acredito que o levantamento desta realidade 
pode trazer uma reflexão no método de ensino da 
disciplina de Anatomia Humana, podendo trazer mod-
ificações que solucionem possíveis problemas. Con-
statando que o professor é decisivo na atratividade 
da disciplina, tendo responsabilidade na escolha do 
conteúdo a ser ensinado.
Anatomia humana, uma disciplina que causa evasão e exclusão
Ciência em Movimento | Ano XIV | Nº 28 | 2011/2
58
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