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45 Ciência em Movimento | Ano XIV | Nº 28 | 2011/2 Anatomia Humana, uma disciplina que causa evasão e exclusão: quando a hipótese principal não se confirma Human Anatomy course that causes an evasion and exclusion: when the main event is not confirm Bruno Luis Piazza¹ Attico Inácio Chassot² RESUMO Esta pesquisa é do tipo descritiva exploratória e tem por objetivo investigar possíveis causas de evasão e exclusão na disciplina de Anatomia Humana dos cursos de Educação Física (Licenciatura e Bacharelado), no Centro Universitário Metodista do IPA. A pesquisa levanta questões e implicações com relação ao método de ensino do professor da disciplina e compara o método clássico de ensinar a Anatomia Humana com métodos mais atuais e inovadores. A disciplina de Anatomia Humana é de caráter básico e imprescindível para a for- mação de um futuro Educador Físico. Os dados foram coletados com dois questionários aplicados a uma turma de 32 alunos dos cursos de Educação Física matriculados na disciplina de Anatomia Humana em 2011. Pela não confirmação da hipótese principal foi necessário posteriormente coletar outros dados por meio de duas entre- vistas. Pode-se constatar que um método diferenciado de ensinar a Anatomia Humana evita que os alunos se sintam excluídos ou abandonem a disciplina.. PALAVRAS-CHAVE Anatomia Humana – Alunos – Educação Física – Evasão – Exclusão e métodos de ensino. Artigo original ¹Mestre em Reabilitação e Inclusão pelo Centro Universitário Metodista, do IPA. ²Professor Orientador, Pós-doutorado na Universidade Complutense de Madri, atualmente é professor e pesquisador do Cen- tro Universitário Metodista do IPA e da Universidade Regional Integrada do Alto Uruguai e das Missões (URI). Ciência em Movimento | Ano XIV | Nº 28 | 2011/2 46 ABSTRACT This type of research is exploratory and descriptive and study investigates possible causes of truancy and exclusion in the discipline of Human Anatomy in Physical Education courses at Methodist University IPA. The research raises questions and implications for the method of teaching the subject teacher and compares the classical method of teaching human anatomy with the most current and innovative methods. The discipline of Human Anatomy is the basic character and indispensable to the formation of future physical educators. Data were collected with questionnaires applied to a class of 32 students of Physical Education enrolled in the disci- pline of Anatomy in 2011. Later other data were collected through two interviews. You can see that a different method of teaching human anatomy prevents students feel excluded or abandon discipline. KEYWORDS Students – Evasion – Exclusion – Human Anatomy – Physical Education and teaching methods. Anatomia humana, uma disciplina que causa evasão e exclusão 47 Ciência em Movimento | Ano XIV | Nº 28 | 2011/2 Introdução A Anatomia Humana é uma disciplina tradicional dos cursos da área da saúde, sendo considerada bási- ca para a formação do profissional da saúde, tendo sua história confundida com a história da Medicina. Um conceito de Anatomia foi proposto em 1981, pela American Association of Anatomist: “anatomia é a análise da estrutura biológica, sua correlação com a função e com as modulações de estrutura em re- sposta a fatores temporais, genéticos e ambientais” (Spense, 1991; Dângelo e Fattini, 2003). Num con- ceito mais amplo, a anatomia pode ser considerada a ciência que estuda macro e microscopicamente a constituição e o desenvolvimento dos seres organi- zados. O termo anatomia deriva do grego anatome (ana = através de; tome = corte) que significa através do corte. Dissecação deriva do latim dissecare (dis = separar; secare = cortar), a Anatomia Humana é uma disciplina ou campo de estudo científico, enquanto dissecação é uma técnica usada para estudar as es- truturas do corpo (Moore, 2001). A história da Anatomia Humana origina-se em tempos remotos, quando do aprimoramento de téc- nicas para caçar animais e a escolha das partes para consumo e rejeito, podem ter contribuído para o início do conhecimento anatômico e sua comparação com partes humanas. A mumificação egípcia pouco con- tribuiu para o avanço do conhecimento anatômico, pois a técnica estava associada a rituais religiosos, sem registros acerca dos aspectos corporais. Porém, por volta de 5.400 anos antes do presente foi escrito pelo médico egípcio Menes, o primeiro manual de anatomia que se tem registro histórico. Hipócrates (460 a.C – 377 a.C) é considerado no Ocidente o pai da Medicina pelo seus princípios éticos e humanísticos. Ele inspira o juramento hipocrático, ainda hoje recita- do pelos formados em Medicina. Aristóteles (384 a.C – 322 a.C) é considerado, no Ocidente, o fundador da anatomia comparada, seus estudos basearam-se em dissecações de diversos animais, comparando com as características humanas. Aristóteles nomeou uma das primeiras artérias do corpo humano, a artéria aorta, bem como o primeiro relato conhecido em embriologia (Van der Graff, 2003). Galeno (130 d.C -201 d.C) demostrou ,talvez, por primeiro que as artérias conduzem sangue e não ar, como alguns acreditavam. Fazendo várias outras descobertas, mas elaborou equívocos, pois associ- ava a Anatomia Animal à Anatomia Humana de forma errônea. Sua obra foi contestada por Andreas Vesal- ius em 1543 (Gray, 1997). O período do Renascimento contribuiu para o avanço da Anatomia Humana. Leonardo da Vinci (1452 – 1519) traz conhecimentos anatômicos sig- nificativos, com desenhos precisos na visão de um gênio da Anatomia Humana. Há obras que até hoje são vistas por milhões de pessoas, dentre elas: A última ceia, Mona Lisa e o Homem Vitruviano. Michelangelo (1495 – 1574) travou uma batalha sau- dável com Leonardo da Vinci, pois ambos gostavam de se provocar nos conhecimentos sobre a Anatomia Humana. Michelangelo coloca de forma impar seus conhecimentos anatômicos em suas esculturas, fi- cou conhecido por colocar enigmas em suas obras, até hoje nunca desvendados como o teto da Capela Sistina no Vaticano. Escreveu e desenhou vários en- saios belíssimos sobre a Anatomia Humana e chegou a pensar em publicar um tratado anatômico voltado para jovens escultores e pintores, mas não o fez. An- dreas Versalius (1514 – 1564) foi um médico belga, considerado o pai da Medicina Moderna refutou al- guns conhecimentos de Galeno e somando os con- hecimentos incontestáveis de Leonardo da Vinci e Michelangelo, publicou em 1543 sua obra prima “De humani corporis fabrica” o primeiro atlas de Anato- mia Humana que integra texto e ilustrações (Barreto et al, 2004). Os anatomistas dos séculos 17 e 18 faziam dis- secações abertas a um público da elite local. Essas eram marcadas sempre no tempo frio, pois não se conheciam técnicas de conservação adequadas dos corpos. No século 19 descobre-se o formol (solução aquosa de formaldeído ou aldeído fórmico), mistura antisséptica amplamente usada até os dias atuais, pelo baixo custo e a rápida penetração tecidual, porém volátil produz forte odor e irrita as mucosas nasais. Característico em quase todos os laboratórios de Anatomia Humana. Os séculos 20 e 21 não troux- eram descobertas significativas no campo da Anato- mia Humana, mas sim avanços quase inenarráveis no aprimoramento das técnicas de conservação de cadá- Anatomia humana, uma disciplina que causa evasão e exclusão Ciência em Movimento | Ano XIV | Nº 28 | 2011/2 48 veres, dentre elas estão a glicerinização (técnica que utiliza glicerina líquida na conservação de cadáveres) e a plastinação (técnica que utiliza polímeros inodoros na conservação de cadáveres) do médico alemão Gunther Von Hagens, seus cadáveres utilizando esta técnica es- tão em exposições em grade parte do planeta. Outros avanços importantes ocorreram nos sécu- los 20 e 21com advento de tecnologia que usa o com- putador, os slides, a internet, os sites e o cd-rom em terceira dimensão tem tornado mais fácil a visualização e o entendimento de conteúdos complexos em sala de aula. Atualmente, o acadêmico da área da saúde que estuda a Anatomia Humana tende a formar um perfil que envolva vivências, experiências profissionais, mé- todo de ensino e o domínio das tecnologias modernas, nas diferentes etapas da sua formação. Meu conheci- mento na área da Anatomia Humana foi construído ao iniciar minha graduação em Educação Física, cursando a disciplina de Anatomia Humana e outras disciplinas do curso como, por exemplo, Biomecânica, Fisiologia Humana, Fisiologia do Exercício, Cinesiologia e Cine- antropometria. Nesta mesma época trabalhava como monitor no laboratório de Anatomia Humana. Em dois anos de experiência como pesquisador observei que não há um curso ou uma preparação prévia para professores que irão ministras as aulas de Anatomia Humana. Muitas vezes os professores optam por ensinar a disciplina de Anatomia Humana utilizando o mesmo método de quando aprenderam a discipli- na na sua graduação. Outros professores, com uma visão melhor da situação, observam o curso da área da saúde a ser ensinado e escolhem uma metodologia adequada para aquele determinado curso. Ficou claro para mim, naquele momento, que estas implicações ou questões causavam uma evasão ou exclusão dos alunos dos cursos da área da saúde, dependendo da metodologia aplicada pelo professor no ensino da dis- ciplina de Anatomia Humana. Impulsionado em busca de repostas, comecei a pesquisar os métodos de en- sino da Anatomia Humana na minha especialização em Cinesiologia, dando continuidade nesta pesquisa para o mestrado em Reabilitação e Inclusão do Centro Universitário Metodista do IPA. Tendo como hipótese principal descobrir as causa da evasão e exclusão nes- ta disciplina. Justifica-se assim, a importância desta pesquisa que procura identificar situações que possam Anatomia humana, uma disciplina que causa evasão e exclusão comprometer o ensino desta disciplina, e qual o real significado da mesma no aproveitamento dos alunos. Objetivo geral Investigar possíveis causas de evasão e exclusão de alunos na disciplina de Anatomia Humana dos cur- sos de Educação Física (Licenciatura e Bacharelado), no Centro Universitário Metodista do IPA. Objetivo específico Identificar problemas enfrentados pelos alunos dos cursos de Educação Física quando estudam a disciplina de Anatomia Humana. Levantar questões e implicações com relação ao método de ensino do professor da disciplina e comparar o método clássico de ensinar a Anatomia Humana com métodos mais atuais e inovadores. Para atingir estes objetivos, geral e específicos, há algumas perguntas que podem ser facilitadoras aos propósitos desta investigação. Por que a disciplina de Anatomia Humana causa certa an- siedade e medo nos alunos que a devem cursar? O método de ensino da disciplina causa exclusão de alu- nos? Esta exclusão é mais sensível a alunos com di- ficuldades? O levantamento da realidade do ensino da Anatomia Humana pode ser um facilitador de propos- tas a professores que possam vir a modificar possíveis problemas no ensino? O professor pode ser decisivo na “atratividade” da disciplina? Referencial teórico Definições Sobre Anatomia Humana Na concepção de Weineck (1990), há muitos anos os conhecimentos de Anatomia Humana se constit- uem fundamentais à formação do professor de Edu- cação Física. Eles são considerados necessários, tam- bém, à formação do treinador desportivo. Nas escolas de formação destes profissionais, o seu ensino faz parte da formação teórica e prática nas aulas de Edu- cação Física, contribuindo para a melhor compreensão das sequências motoras executadas durante a prática dos esportes. Backhouse e Hutchings (1989) consideram que o aprendizado da estrutura anatômica tem pouco signifi- cado sem a visão essencial do que ela é, e de como funciona no individuo vivo normal. Para ser algo mais 49 Ciência em Movimento | Ano XIV | Nº 28 | 2011/2 Anatomia humana, uma disciplina que causa evasão e exclusão do que um simples exercício morfológico, a anatomia precisa viver, mover, crescer em tamanho e idade, ex- ibir todas as variações evidentes na comunidade e as modificações devidas às atividades físicas, doenças e etc. O Clínico, o Cirurgião, o Terapeuta, o Enfermeiro, o Educador Físico dentre outros são profissionais que precisam ver através da pele do seu semelhante, visualizando o que ela acoberta e as atividades que esconde. Isto tem uma exigência básica: conhecer a Anatomia Humana. Segundo Didio (1974), a Anatomia Humana é a ciência que estuda as estruturas do corpo humano sendo considerada como fundamental para as ciências médicas e para tal utiliza-se como material de ensino e estudo o cadáver humano que, contribui e tem con- tribuído através dos séculos, com os ensinamentos e aprendizagem das maravilhas do corpo humano. Castro (1985), diz que a Anatomia é a parte da Biologia que estuda forma e a estrutura dos seres vi- vos. Como para a Medicina, Odontologia, Farmácia, Educação Física etc. Interessa apenas a Anatomia Humana, existindo a Anatomia Animal e Anatomia Veg- etal. A Anatomia Humana estuda a forma e a estrutura do corpo humano, enquanto a Fisiologia Humana trata do funcionamento de suas diferentes partes. Em cer- tos casos, como no curso de Educação Física, a movi- mentação do aparelho locomotor (ossos, articulações e músculos) é tão importante, que existe a disciplina de Cinesiologia. Na disciplina de Anatomia Humana, os diferentes nomes dados às partes do corpo humano foram surgindo com a observação direta dos nossos semelhantes, sendo alguns relacionados com o obje- tivo, outros com a função etc. Moore (2001) relata que a Anatomia é uma ciên- cia descritiva e necessariamente requer nomes para as estruturas e os processos do corpo. Estudantes que começam seus estudos em Anatomia frequen- temente se sentem subjugados pelos novos termos anatômicos. Felizmente, existem livros para ajudá-los a aprender esses termos. Muitos termos indicam a forma, o tamanho, a localização, a função ou a semel- hança de uma estrutura com outra. Métodos de Ensino da Anatomia Humana Nas colocações de Caritá et al (2007), atualmente várias instituições de ensino superior têm experi- mentado a criação de simulações e portais como fer- ramentas de ensino-aprendizagem que valorizam as individualidades, buscando estimular ideias, opiniões e atitudes onde o aluno exercita sua capacidade de aprender e de aprender a pensar com o uso destas capacidades, já retidas e amadurecidas, em outros contextos. O modelo educacional adotado em um passado não muito distante pelas universidades, hoje vem se mostrando ineficaz para atender um público que tem tempo limitado para o estudo pres- encial, porém com disponibilidade para buscar a in- formação através de tecnologias computacionais. Nesse novo cenário educativo as transformações tecnológicas têm propiciado o conhecimento atual e futuro, de forma rápida e acessível, a qualquer hora, tempo e velocidade, especialmente, quando se usa a Internet como ferramenta. Assim, a rede mundial de computadores é hoje, talvez, o recurso tecnológico mais utilizado para o ensino presencial e também à distância no âmbito globalizado, apresentando-se como um recurso adicional para professores, alunos e profissionais de saúde, tornando a educação mais interativa e viável, com as informações disponíveis a todo o momento para os interessados, com vários recursos multimídias (imagens, sons e vídeos). Apesar das inovações antes citadas serem de certa forma vantajosas, autores como Yoshida et al (2003), referem desvantagens e explicam que tradi- cionalmente a AnatomiaHumana, disciplina básica da área de ciências da saúde, é estudada por profis- sionais e estudantes da área de três maneiras dis- tintas e individuais: textos, atlas e cadáveres. Nos textos, as estruturas anatômicas e suas relações são descritas por meio de referências, sendo difícil para o leitor, visualizar as complexas relações anatômicas. Os atlas, por sua vez, apresentam o conteúdo por meio de desenhos esquemáticos ou fotografias de peças anatômicas reais. Neste caso, o usuário fica limitado às ilustrações apresentadas pelo autor, que geralmente representam a síntese dos principais de- talhes anatômicos enfocados pelo desenhista, não permitindo o acesso à representação de todos os ân- gulos possíveis e desejáveis ao estudo da Anatomia Humana. Já o cadáver é o objeto real do estudo da Anatomia Humana. O uso de cadáveres, importante para as aulas Ciência em Movimento | Ano XIV | Nº 28 | 2011/2 50 Anatomia humana, uma disciplina que causa evasão e exclusão práticas apresenta problemas no que se refere à ad- equada conservação e local de acondicionamento dos mesmos. Além disso, estes são de difícil obtenção. Normalmente, a quantidade de cadáveres disponíveis é numericamente insuficiente se for considerada a real necessidade do corpo discente de cursos que têm Anatomia Humana em seus currículos. Além dos prob- lemas já citados, ainda existe a dificuldade de acesso às peças cadavéricas, pois para tal, é necessário o acompanhamento técnico de responsáveis pela sua guarda e conservação, ficando o estudante restrito aos horários de disponibilidade dos técnicos. Pode ac- ontecer de não existir a peça dissecada da maneira desejada, assim como a mesma pode estar degra- dada devido à constante manipulação. Vale ressaltar que o acesso a estas peças se limita aos acadêmicos quando das aulas práticas da disciplina de Anatomia Humana. Fora do ambiente de laboratório, para aque- les que desejam revisar algum detalhe, por exemplo, o acesso a estes recursos é praticamente impossível, a não ser que o acadêmico tenha algum projeto vincu- lado a uma instituição de ensino que possa disponibi- lizar cadáveres. Atualmente a lei 8.501/92 permite que as escolas de Medicina utilizem em estudos e pesquisas cientí- ficas os cadáveres não reclamados no prazo de 30 dias. Para ampliar o número de faculdades e alunos que podem ter acesso aos cadáveres, a Comissão de Assuntos Sociais do Senado (CAS) aprovou um pro- jeto que estende esse direito a outros cursos como Educação Física, Enfermagem, Farmácia, Fisioterapia, Fonoaudiologia, Nutrição e Odontologia. Já aprovado na Câmara, o PLS 6408 agora será votado no Plenário. O autor, ex-deputado Alexandre Silveira, argumentou em seu projeto que as faculdades que possuem cur- sos na área de saúde, incluindo o de Medicina, podem ter acesso a cadáveres, enquanto aquelas que não incluem o curso de Medicina não têm esse acesso devido à restrição legal. Para retirar a restrição, o pro- jeto altera a Lei 8.501/92 da forma como está hoje, o artigo determina que o cadáver não reclamado junto às autoridades públicas, no prazo de 30 dias, poderá ser destinado às escolas de Medicina, para fins de en- sino e de pesquisa de caráter científico. Perreira et al (2007) verificaram o ensino da Anato- mia Humana no curso de Biologia da Universidade Pompeu Fabra em Barcelona, onde os alunos demon- straram um aumento na satisfação do aprendizado quando o professor utiliza estratégias inovadoras de ensino, como a utilização da internet, slides em alta definição e outros materiais de multimídia, mas sem deixar de lado o quadro negro, os livros e as aulas práticas em cadáveres. Desta forma ocorreu um au- mento da aprovação dos alunos na disciplina. Acerca dos métodos de ensino, Insull, Kejriwa e Blyth (2006), mostram em uma pesquisa feita na fac- uldade de Medicina de Auckland, na Nova Zelândia, que os alunos elegem estratégias diferentes para a memorização do ensino da Anatomia Humana. Seten- ta por cento dos alunos utilizam a revisão nas cirurgias de dissecção como auxilio na memorização do ensino, outros 30% utilizam textos, livros e atlas de anatomia no aprendizado. Na visão de Terrell (2006), o ensino da Anatomia Humana está se tornando cada vez mais desafiador devido à progressiva evolução da missão do ensino universitário, a população de estudantes, médicos e de currículos de graduação, conjugada numa escassez empiricamente testada com base em provas práticas e pedagógicas no ensino médico anatômico e de literat- ura, trouxe quase uma duplicação na taxa de repetên- cia de alunos na disciplina ao longo de um período de três anos. O estudo sugere que, intencionalmente, com base em diferentes teorias de aprendizagem, precisam-se escolher métodos que poderão vir a ser mais bem sucedidos. Apoiado nessa necessidade de mudanças futuras para a melhora do ensino anatômico, Mclachlan e Patten (2006) nos dizem que a Anatomia Humana é amplamente apreciada, estando entre os mais impor- tantes componentes da educação médica. O estudo através de cadáveres dissecados é visto como a mel- hor alternativa dos cursos de Medicina, no entanto, podemos estar entrando numa época de mudanças paradigmáticas, auxiliado por novos processos de aprendizagens e novas tecnologias. Provavelmente, num futuro próximo os métodos de ensino utilizarão imagens e técnicas de simulação para ajudar na mel- hora da compreensão anatômica. Outra colocação sobre métodos de ensino vem dos autores Krych et al (2005), explicando que existem três 51 Ciência em Movimento | Ano XIV | Nº 28 | 2011/2 Anatomia humana, uma disciplina que causa evasão e exclusão estratégias comuns utilizadas para ensinar a Anatomia Humana: I) palestras, II) descobertas ou inquéritos a base de aprendizagem, e III) ações cooperativas de ensino. Uma das formas de aprendizagem coopera- tiva é o chamado ensino recíproco entre pares, ilustra circunstâncias em que os alunos assumem papéis de aluno e professor. Ao assumir a responsabilidade de ensinar aos seus pares, os estudantes não só melho- ram a sua compreensão, mas também desenvolvem habilidades de comunicação, trabalho em equipe, liderança, confiança e respeito, que são vitais para o desenvolvimento do profissionalismo no início de suas careiras. Mostrando uma melhora de 97% na retenção do ensino no método recíproco entre pares, e 92% na melhora da capacidade de comunicação, tanto na aula teórica quanto na aula prática e na argumentação de assuntos para com os outros alunos. Seguindo nesta mesma linha de raciocínio, Brueck- ner e Macpherson (2004), da Universidade de Lexing- ton, Estados Unidos, observaram em um estudo, uma melhora na aprendizagem da Anatomia Humana em grupos de alunos que optaram por uma estratégia de estudar em pares, fazendo rodízio em cadáveres, em relação a outros alunos da mesma classe que não uti- lizaram o método. Concluem que ao final do estudo 88% dos alunos se mostraram satisfeitos com o mé- todo de estudo com pares e rodízio em cadáveres, sendo que 44% dos alunos tiveram uma melhora em suas notas. Por outro lado, Pandey e Zimitat (2007), ressaltam que aprender Anatomia Humana requer algumas es- tratégias conforme o grupo de alunos de um deter- minado curso e suas necessidades, destacando que para alunos da universidade de New South Wales, Sydney, Austrália, do primeiro ano do curso de Me- dicina, a melhor estratégia foi o uso da memorização, compreensão e visualização. Para uma melhor compreensão sobre os métodos de ensino da Anatomia Humana, vejamos os concei- tos de Souza (1982) sobre os três métodos em que são os mais utilizados nas universidades, sendo eles: I) A anatomia sistêmica, sistemática ou descri- tiva: estudam os sistemas do corpo humano, cada sistema é um conjunto de órgãos que contribuempara uma função específica. Os sistemas do cor- po são: sistema esquelético, que compreende os ossos e cartilagens, as uniões entre os ossos e as articulações. Sistema muscular, conjunto dos músculos esqueléticos que movimentam os os- sos e articulações. Sistema nervoso, composto pelo encéfalo, medula espinhal, nervos, gânglios e os órgãos dos sentidos. Sistema circulatório compreende o sistema cardiovascular, coração e vasos sanguíneos. Sistema linfático, órgãos produtores e transportadores da linfa e fluidos do corpo. Sistema respiratório, constituído pelas vias aéreas e pelos pulmões. Sistema digestivo, composto pelo tubo digestivo e glândulas anex- as. Sistema urinário, constituído pelos rins e vias urinárias. Sistema genital, representado pelos órgãos genitais masculinos e femininos. Sistema endócrino que compreende as glândulas sem ducto, órgãos produtores dos hormônios. Sis- tema tegumentar, representado pela pele e tela subcutânea ou hipoderme. II) Anatomia topográfica ou regional: estuda as particularidades anatômicas e as relações entre os diferentes órgãos em cada região do corpo. III) Anatomia radiológica: é o estudo anatômico dos vários órgãos do corpo através dos raios x. Esses três métodos de ensino da disciplina de Anatomia Humana variam conforme o estilo do pro- fessor e a necessidade das diferentes áreas da saúde que seus alunos estejam cursando. Segundo Mitchell, Mccrorie e Sedgwilk (2004), do hospital-escola em Medicina de Londres no Reino Unido, um estudo feito para avaliar se era possível utilizar um único método de ensino da Anatomia Humana, para uma equipe multi- profissional de alunos, onde participavam alunos dos cursos de: Biomedicina, Medicina, Enfermagem e Fi- sioterapia. Este estudo concluiu que é possível utilizar este método, porém ocorreu em alguns momentos da pesquisa uma variação na satisfação do aprendizado, pela necessidade específica que cada curso pre- cisa contemplar. Retomando as considerações sobre o método sistêmico (Item I acima), Heyling (2002) coloca que o ensino da Anatomia Humana no Reino Unido e na Irlanda, apresenta diferenças no método de ensi- Ciência em Movimento | Ano XIV | Nº 28 | 2011/2 52 no, sendo que a grande maioria das universidades utiliza o método da anatomia sistêmica ou por sis- temas, variando a ordem dos sistemas de acordo com cada país, trazendo para os alunos, aulas práti- cas de dissecção, demonstradas pelo professor e horas de prática de literatura sobre o assunto. No que diz respeito ao ensino prático, Mclach- lan et al (2004), da Universidade de Plymouth no Reino Unido, dizem que seria possível ensinar a Anatomia Humana sem a utilização de cadáveres. Essa alternativa há benefícios como: um bom uso dos princípios educativos, baixos custos, redução total de riscos biológicos e sendo muito mais prático. Assim, pode-se ensinar Anatomia Humana a estudantes de medicina, utilizando o método da anatomia clínica. Utilizando materiais como soft- ware multimídia 3D, slides, figuras e modelos anatômicos. Mas os autores da pesquisa salientam que questões relacionadas com a autopsia sobre formações patológicas, o treinamento e pós-gradu- ação em anatomia cirúrgica não são abordados no presente documento. Relatam que para um ensino mais básico da Anatomia Humana seria possível alcançar um bom aprendizado sem a utilização de aulas práticas em cadáveres humanos. Porém, sob este aspecto, Winkelmann (2007), da Universidade de Berlim na Alemanha, expõem que está ocorrendo uma diminuição nas aulas práticas de dissecação anatômica, em virtude da criação de novas escolas de Medicina sem dis- secção. Há artigos escritos em defesa deste mé- todo: sem a utilização de cadáveres. A discussão sobre a dissecação e a falta de dados objetivos tem sido repetidamente observada. O autor se posiciona contra este método de ensino. A disse- cação em cadáveres de humanos é feita por profis- sionais em anatomia, onde é retirada somente a pele e a gordura, utilizando os cadáveres para o ensino no método sistêmico. Tendo o objetivo de apoiar a aprendizagem na Anatomia Humana por experiência visual e tátil. Este método tem en- foque na aprendizagem do domínio cognitivo. Para o autor este método ainda ensina os alunos a lidar com a morte e aumenta suas habilidades sociais. Conclui que o aprendizado na Anatomia Humana é um processo complexo e demorado, sendo impre- scindível o estudo em cadáveres. Assim como Biasutto et al (2006) que realizar- am uma pesquisa na Universidade de Córdoba, Ar- gentina, onde foi dividido uma turma de Medicina em três grupos, e utilizaram três métodos difer- entes de ensinar a disciplina de Anatomia Humana. O primeiro grupo utilizou o método do ensino clássico de anatomia, somente cadáveres tendo material suficiente para estudar todas as regiões e estruturas. O segundo grupo utilizou o método tecnológico, somente computadores, slides, CDs e informações através da internet, sem aulas práti- cas em cadáveres. O terceiro grupo utilizou ambos os métodos dos dois grupos anteriores. Os resulta- dos dos exames com os três grupos, concluiu que o primeiro grupo do método clássico obteve notas melhores que o grupo do método tecnológico. Mas as melhores notas foram alcançadas pelo terceiro grupo que utilizou ambos o método clássico junta- mente com o tecnológico. Ainda no que se refere aos estudos que se está detalhando, Cabral e Barbosa (2005) defendem que os alunos do curso de Odontologia, da Univer- sidade Federal de Pernambuco, Brasil, utilizaram a sala de informática para facilitar o ensino da Anato- mia Humana, trabalhando com o software Netter’s Anatomy Atlas. Concluem que esse método fa- cilitou o aprendizado dos alunos e ajudou no en- tendimento da disciplina, porém este software não pode substituir as aulas práticas em cadáveres, o software vem de maneira a complementar os estu- dos da Anatomia Humana. É significativo destacar que as considerações deste projeto de dissertação estão todas particu- larmente focadas para as exigências dos alunos dos cursos de Educação Física e a disciplina ob- jeto de exame é específica do curso de Educação Física. Mesmo que se aceite que possa haver uma disciplina de Anatomia Humana básica para todos os alunos da área da saúde é evidente que outros futuros profissionais poderão ter disciplinas poste- riores mais especificas e mais aprofundadas. Aprendizagem e Educação Segundo relatos de Fonseca (2010) aulas com alunos dos cursos de Educação Física, discutem-se Anatomia humana, uma disciplina que causa evasão e exclusão 53 Ciência em Movimento | Ano XIV | Nº 28 | 2011/2 questões epistemológicas, metodológicas para o en- sino-aprendizagem, sempre surge o questionamento sobre ensinar numa abordagem tecnicista, tradicional e construtiva ou marcada por ações inovadoras. Ess- es questionamentos não trazem uma solução pronta, pois, não se trata de buscar “a solução”. Tentativas de resposta a estas indagações, dúvidas e incerte- zas e outras (que possam ocorrer na realização desta investigação) encontra-se no caminho que percor- remos, nas decisões que tomamos, nas ações que empreendemos ao longo e no trato de cada conflito e tensão, com uma única certeza: não há uma solução dada, não há uma receita para cada situação. Davis (1996) citou que a taxa de retenção ao ouvir a informação é de cerca de 20%, após ver uma in- formação é de 30%, e ao ver e ouvir a informação é de 50%. Entretanto se o indivíduo ver, ouvir e to- car a taxa de retenção chega a 70%. No encéfalo, 70% de todos os receptores, além de 40% do córtex são destinados à visão, justificando a interação do aprendizado teórico/prático no processo de ensino obtidas pela estimulação multissensorial. A educação é a colaboração entre pessoas (pro- fessores, paise alunos) e também com o meio ambi- ente que transforma a vida em processo permanente de aprendizagem. O papel do professor é ajudar os alunos na construção da sua identidade, do seu cam- inho pessoal e profissional, transformando-os em cidadãos realizados e produtivos. Existem diversas estratégias didáticas, desde a forma tradicional nas escolas, passando pelo quadro-negro e giz, até as mais modernas, utilizando computadores de última geração (Moran, 1998). Infelizmente, poucas universidades atentam para a real necessidade de enriquecer, de cultivar disci- plinas como História da Anatomia Humana e outras cujo acervo histórico pode ajudar os alunos e os pro- fessores, na sua parte formativa para uma melhor valorização do ser humano, no contexto sociocultural (Chagas, 2001). Evasão e Exclusão no Ensino Superior Bra- sileiro A Comissão Especial do Ministério da Educação define “evasão” como a saída definitiva do aluno do seu curso de origem sem concluí-lo. A evasão pode Anatomia humana, uma disciplina que causa evasão e exclusão ocorrer por motivos variados, principalmente dificul- dade financeira, falta de vocação, descontentamento acerca do método didático-pedagógico da instituição, motivos pessoais, como doença grave ou morte, transferência de domicílio. A dificuldade em conciliar jornada de trabalho e horário escolar é fator de suma importância na decisão de abandonar a faculdade. Quando as obrigações profissionais entram em con- flito com os compromissos dos estudos, esses na maioria das vezes, é que são adiados. A “exclusão” para a mesma comissão é em última análise, desven- dar a existência de desigualdades sociais e, portanto de oportunidades. As desigualdades de oportunidade de acesso ao ensino superior, por exemplo, devem- se principalmente às desigualdades sociais. Se as- sim for, não é exagerado dizer que a Escola não age natural e fortemente em prol dos menos favorecidos socialmente. Com efeito, os especialistas em edu- cação já demonstraram de modo convincente que as desigualdades sociais reproduzem e ampliam as desigualdades escolares, que, por sua vez, geram desigualdades de oportunidade. Metodologia Local e sujeitos da pesquisa Foi escolhida uma turma com 32 alunos dos cur- sos de Educação Física (Licenciatura e Bacharelado) do Centro Universitário Metodista do IPA, alunos estes matriculados na disciplina de Anatomia Humana em 2011. Os mesmos foram convidados a responder a dois questionários, um no início da disciplina e outro ao termino da mesma. Foi utilizando o critério de satu- ração, conforme Fontanella (2008), a amostragem por saturação é frequentemente empregada em investi- gações qualitativas na área da Saúde. É usada para estabelecer ou fechar o tamanho final de uma amos- tra. Pela não confirmação da hipótese principal, foi necessário adicionar dados com duas entrevistas, uma primeira com o professor P.R.R., atualmente professor da disciplina de Anatomia Humana para os cursos de Educação Física de Centro Universitário Metodista do IPA. A segunda entrevista foi com a Educadora Física M.H., ex-aluna do professor P.R.R. na disciplina de Anatomia Humana no curso de Educação Física do Centro Universitário Metodista do IPA. Ciência em Movimento | Ano XIV | Nº 28 | 2011/2 54 Procedimentos Éticos Pesquisas quando envolvem seres humanos são normalizadas pela Resolução 196/96 do Conselho Nacional de Saúde – Ministério da Saúde. Portanto, nesta pesquisa os participantes foram esclarecidos quanto aos objetivos, os procedimentos para cole- tar os dados e da finalidade dos resultados e ainda que estes poderão ser elementos para a elaboração de artigos para publicação. Esta pesquisa foi apro- vada pelo Comitê de Ética do Centro Universitário Metodista do IPA, no processo Nº 299/2011(anexo D). Antes de ser iniciada a coleta de dados com os participantes, foram oferecidos detalhes do Termo de Consentimento de Livre e Esclarecido (anexo A) ensejando todas as informações para que os mes- mos pudessem assinar (ou não), podendo também abandoná-la se assim desejassem. Procedimentos Técnicos Os dados foram coletados por meio de dois ques- tionários (apêndices A e B), um questionário aplicado no início e outro no final da disciplina de Anatomia Humana dos cursos de Educação Física (Bacharelado e Licenciatura) do Centro Universitário Metodista do IPA em 2011. Contendo perguntas pré-estabelecidas sobre assuntos relacionados à disciplina de Anatomia Humana. Pela não confirmação da hipótese principal, foi necessário adicionar dados posteriormente coleta- dos através de duas entrevistas com perguntas pré- estabelecidas (apêndices C e D). A primeira entrevis- ta foi com o professor P.R.R., atualmente professor da disciplina de Anatomia Humana para os cursos de Educação Física de Centro Universitário Metodista do IPA. A segunda entrevista foi com a Educadora Física M.H., ex-aluna do professor P.R.R. na disciplina de Anatomia Humana. Análise dos Resultados A turma analisada nesta pesquisa era composta por 32 alunos, com idade entre 18 a 36 anos. Sendo 21 alunos de sexo masculino e 11 do sexo feminino. Deste total, 30 alunos eram do curso de Bacharel em Educação Física e 2 alunos eram do curso de licen- ciatura em Educação Física. Conforme dados oriundos dos questionári- os inicial e final participantes da turma em questão, disseram que antes de cursar a disciplina de Anato- mia Humana ouviram relatos que esta é tida como difícil pelos colegas, tendo muito conteúdo a ser decorado. A Educadora Física M.H., ex-aluna do profes- sor P.R.R. na disciplina de Anatomia Humana, abordou em sua entrevista que a disciplina foi uma das mais difíceis do curso de Educação Física, foi necessário estudar bastante, porque a disciplina exige muito do aluno tendo que memorizar muito conteúdo. Moore (2001) diz que estudantes que começam seus estudos em anatomia frequente- mente se sentem subjugados pelos novos termos anatômicos. Pode-se acrescentar que por estes ser- em referidos por nomes científicos, usualmente de etimologia grega ou latina, não pertencem ao lingua- jar cotidiano dos estudantes. A maioria dos alunos da turma analisada gostou da disciplina de Anatomia Humana, desta- cando esta entre as disciplinas mais agradáveis do curso, ficando atrás apenas da disciplina de Ginástica Laboral. A turma também enfatizou que a disciplina de Anatomia Humana deveria ter um maior destaque no curso. Esta afirmação está em consonância com estudo de Piazza (2011) que mostra que professores da região metropolitana de Porto Alegre, que minis- tram a disciplina de Anatomia Humana, admitiram que duas horas de aula semanal e apenas um se- mestre para a disciplina é pouco tempo, tendo os professores que abandonar ou desprivilegiar alguns conteúdos. Nas colocações de Caritá (2007) o modelo educacional adotado em um passado não muito dis- tante pelas universidades, hoje vem se mostrando ineficaz para atender um público que tem tempo limi- tado para o estudo presencial, porém com disponibi- lidade para buscar a informação através de tecnologia computacional. Quatro alunos da turma relataram que tiver- am desconforto com os cadáveres nas aulas práticas e sentiram dificuldade em lidar com esta situação, a qual foi se tornando menos incômoda com o passar das aulas. M.H. disse em entrevista não ter passado por nenhuma dificuldade quando cursou a disciplina Anatomia humana, uma disciplina que causa evasão e exclusão 55 Ciência em Movimento | Ano XIV | Nº 28 | 2011/2 de Anatomia Humana, disse ainda que a disciplina foi uma das melhores. Winkelmann (2007) expõem que a dis- secação em cadáveres é feita por profissionais em anatomia, utilizando os cadáveres no ensino do mé- todo sistêmico. Tendo o objetivo de apoiar a aprendi- zagemna Anatomia Humana por experiência visual e tátil. Este método tem enfoque na aprendizagem do domínio cognitivo, ainda ensina os alunos a lidar com a morte e aumenta suas habilidades sociais. P.R.R, professor da disciplina de Anatomia Humana para os cursos de Educação Física do Cen- tro Universitário Metodista do IPA, relatou em sua entrevista. Ao se referir à dificuldade quanto ao uso de cadáveres (tanto pela situação da dificuldade de obtê-los, quanto pelo desconforto de estudantes) que existem modelos anatômicos sintéticos muito bons, mas muito caros, assim como os cadáveres, que são de obtenção cada vez mais difícil. P.R.R. en- fatizou que a vivência que o aluno tem podendo ver e sentir os tecidos humanos é imensurável, pois a experiência em algo real é muito melhor do que algo sintético. Mesmo com o desconforto dos odores dos conservantes químicos. Segundo P.R.R, novas tecno- logias ajudam muito o professor, mas o cadáver é o grande astro, pois, parece não haver ainda material sintético que substitua todas as vantagens que pos- sui o cadáver. Na mesma direção desta ideia, Mclachlan e Pat- ten (2006) dizem que o estudo com cadáveres dis- secados é visto como a melhor alternativa dos cursos de Medicina, no entanto, podemos estar entrando numa época de mudanças paradigmáticas, auxili- ado por novos processos de aprendizagens e novas tecnologias. Provavelmente, num futuro próximo os métodos de ensino utilizarão imagens e técnicas de simulação para ajudar na melhora da compreensão anatômica. Davis (1996) cita que a taxa de retenção ao ouvir a informação é de cerca de 20%, após ver uma in- formação é de 30%, e ao ver e ouvir a informação é de 50%. Entretanto se o indivíduo ver, ouvir e to- car a taxa de retenção chega a 70%. No encéfalo, 70% de todos os receptores, além de 40% do córtex são destinados à visão, justificando a interação do aprendizado teórico/prático no processo de ensino obtidas pela estimulação multissensorial. Pandey e Zimitat (2007) ressaltam que aprender Anatomia Humana requer algumas estratégias con- forme o grupo de alunos de um determinado curso e suas necessidades. Destacando que para alunos da universidade de New South Wales, Sydney, Austrália, do primeiro ano do curso de Medicina, a melhor es- tratégia foi o uso da memorização, compreensão e visualização. Nenhum aluno da turma analisada se sentiu ex- cluído ou evadiu a disciplina de Anatomia Humana, como também dos cursos de Educação Física do Centro Universitário Metodista do IPA, até o mo- mento final da coleta de dados desta pesquisa. En- tretanto, três alunos relataram que conhecem alunos de outras instituições de ensino superior que já aban- donaram cursos da área da saúde por causa da dis- ciplina de Anatomia Humana. As justificativas foram: medo dos cadáveres e uma difícil compreensão do conteúdo da disciplina. Para a Comissão Especial do Ministério da Edu- cação exclusão é a existência de desigualdades sociais e, portanto de oportunidades. Para a mesma comissão a evasão é definida como a saída definitiva do aluno de seu curso de origem sem concluí-lo. M.H. apontou na sua entrevista que primeira- mente cursou a disciplina de Anatomia Humana como aluna de Nutrição, mas não gostou da disciplina, pois um dos professores parecia não dominar o conteúdo, nem tinha uma metodologia de ensino adequada. Pos- teriormente mudando para o curso de Educação Física e passando a ser aluna do professor P.R.R. na mesma disciplina, confessou que mudou sua opinião, elegen- do a disciplina como uma das melhores. Todos os alunos da turma gostaram da maneira que a disciplina foi ensinada. Metade da turma dest- aca que o professor P.R.R. ensina a disciplina de ma- neira descontraída e fácil de entender sem ter que decorar o conteúdo. M.H, disse que gostava da metodologia do pro- fessor P.R.R, porque era exigente, mas tinha uma ma- neira descontraída de ensinar o conteúdo. Relatando também que seus colegas de disciplina mantinham- se atentos nas aulas por causa da metodologia do professor P.R.R. que era atrativa. O Professor P.R.R. abordou em sua entrevista, ao Anatomia humana, uma disciplina que causa evasão e exclusão Ciência em Movimento | Ano XIV | Nº 28 | 2011/2 56 ser questionado acerca de “seu método” que não existe um “método P.R.R” de ensinar Anatomia Hu- mana, mas sim uma postura didática diferente, que aparentemente vem tendo sucesso. Vale destacar que o professor P.R.R. lecionou por onze anos em um cursinho pré-vestibular, tendo uma boa exper- iência com alunos vestibulandos e universitários. O professor relatou também que possui sete anos de experiência lecionando a disciplina de Anatomia Humana em cursos de nível superior. Mas no seu início dedicou muitas horas de estudo, muitas des- tas de madrugada na sua casa, para poder obter o máximo de conhecimento na área. Ele acredita que as técnicas de cursinho somado ao conhecimento em Anatomia Humana ajudam-no a se aproximar do aluno, mas o importante segundo ele é a maneira de integrar o aluno a matéria. O professor P.R.R. geral- mente chama alguns alunos da turma para fazer brin- cadeiras na sala de aula, associando as brincadeiras aos conteúdos anatômicos e desta maneira descon- traída e atrativa os alunos aprendem pela associação não esquecendo mais do conteúdo. Conforme P.R.R. o aluno que aprende não precisa mais decorar o con- teúdo, o aluno vai percebendo que a disciplina de Anatomia Humana não é tão difícil assim como dis- seram. Porém, o professor P.R.R. ressalta que exige dos alunos presença nas aulas teóricas e práticas, respeitando os cadáveres e querendo comprometi- mento dos alunos com os estudos. P.R.R. diz que, às vezes, é necessário mexer com o “brio” de alguns alunos, motivando-os a estudar mais, pois estes alu- nos acreditam que dando uma “meia-sola” seria o suficiente para ser aprovado na disciplina, mas não é isso que acontece quando estes alunos se deparam com as provas. M.H. relatou que se lembra de alguns alunos que foram reprovados na sua turma, mas diz que não foram muitos. Ela também disse que apreciava a metodologia do professor P.R.R. Ele estava sem- pre disposto a ensinar na aula e fora dos períodos de aula. Gostava tanto das aulas que sempre ficava até depois do termino das aulas perguntado coisas relacionadas à disciplina. Todos os alunos da turma analisada relataram que é de fundamental importância o ensino da Anato- mia Humana para os acadêmicos de Educação Física, pois um futuro profissional nesta área precisar deste conhecimento. M.H. que trabalha há mais de quatro anos em uma academia em Porto Alegre, falou que utiliza os conhecimentos anatômicos diariamente, conseg- uindo imaginar quais músculos seus alunos vão pre- cisar exercitar em seus treinos. Relatou ainda que os conhecimentos anatômicos lhe trazem uma credibi- lidade maior e o respeito dos alunos, especialmente quando estes são profissionais da área da saúde e têm domínio da linguagem anatômica. Segundo Piazza (2011) os professores que min- istram a disciplina de Anatomia Humana na região metropolitana de Porto Alegre priorizam o ensino do sistema locomotor (ossos, articulações e múscu- los) para os alunos dos cursos de Educação Física, sendo realizada uma leve apresentação dos outros sistemas conforme o tempo restante da disciplina, o que corroborado nas duas entrevistas que se aditou a pesquisa que fundamenta esta dissertação. O professor P.R.R, em sua entrevista falou sobre a importância de direcionar o ensino da Anatomia Humana para os diferentes cursos da área da saúde. Segundo ele a Anatomia para o curso da Enferma- gem deve priorizar os ossos, músculos, sistema di- gestório e aparelho respiratório. Na Educação Física a prioridade é o sistema locomotor (ossos, articulações e músculos) tendo o professorque estar atento aos conhecimentos específicos necessários aos difer- entes profissionais. M.H. citou em sua entrevista que o professor P.R.R. se preocupava em ensinar a Anatomia Hu- mana de forma diferenciada em cursos da saúde, explicando para os alunos quais conhecimentos se- riam necessários para um futuro profissional em Edu- cação Física. Segundo Mitchell, Mccrorie e Sedgwilk (2004), do hospital-escola em Medicina de Londres no Reino Unido, um estudo feito para avaliar se era possível utilizar um único método de ensino da Anatomia Hu- mana, para uma equipe multiprofissional de alunos, onde participavam alunos dos cursos de Biomedicina, Medicina, Enfermagem e Fisioterapia. Este estudo concluiu que é possível utilizar este método, porém ocorreu em alguns momentos da pesquisa uma vari- ação na satisfação do aprendizado, pela necessidade Anatomia humana, uma disciplina que causa evasão e exclusão 57 Ciência em Movimento | Ano XIV | Nº 28 | 2011/2 específica que cada curso precisa contemplar. Alunos da turma analisada disseram que se a dis- ciplina de Anatomia Humana fosse disciplina optativa na grade curricular a grande maioria da turma cursaria a disciplina. Estes ainda relataram que não sugerem nenhuma modificação no atual ensino da mesma, reconhecendo as qualidades do professor. M.H. citou em sua entrevista que se a disciplina de Anatomia Humana fosse optativa também teria cursado. Relatou ainda que quando mudou do curso de Nutrição para o curso de Educação Física ela po- deria ter sido dispensada da disciplina por aproveita- mento da mesma, mas confessou que as aulas do professor P.R.R. eram tão boas que foi à secretaria pedir para continuar cursando a disciplina até o final. Segundo M.H. o conhecimento adquirido em Anato- mia Humana foi tão útil que ela não passou por nen- huma dificuldade nas disciplinas seguintes que ex- igem a Anatomia Humana como pré-requisito. Da análise dos questionários inicial e final da turma, a literatura especializada, as duas entrevis- tas com sujeitos diretamente envolvidos no objeto da pesquisa e a pesquisa anterior do autor desta dissertação, pode-se inferir uma convergência de resultados. É preciso reconhecer que estes como se pretende evidenciar no segmento seguinte não respondem aquela que era a hipótese principal de pesquisa, a qual busca as causas da evasão e ex- clusão na disciplina de Anatomia Humana. Considerações Finais Quando se redige um trabalho científico (espe- cialmente, em uma dissertação ou tese) o segmento que se destina a resumir o texto, apresentando aque- las que parecem ser as considerações (quase) finais, usualmente se apresenta a ratificação das hipóteses de pesquisa que nesta dissertação não ocorre. Já se anunciou no título que “a hipótese principal não se confirma”. Talvez, menos que frustração pela situ- ação, se deva registrar uma satisfação marcada pelo fato que a disciplina de Anatomia Humana, usual- mente causadora de exclusão, não seja neste estudo de caso responsável pela eliminação de alunos e, além disso, não apresenta altos índices de reprov- ação como costuma acontecer. Observou-se nesta turma analisada que a mesma é reconhecida pelos alunos como uma disciplina muito boa. A Anatomia Humana mostra sua importância pela história que possui, sendo ainda hoje conteúdo importante na área da saúde e provavelmente con- tinuará sendo ao longo do tempo. Entendendo que os métodos de ensino da disciplina vêm sendo aux- iliados pela evolução da tecnologia. Isto determina inclusive a seleção de conteúdos com exigentes adaptações pelo professor. Acerca das hipóteses previstas, que o ensino da Anatomia humana causa exclusão, pode-se dizer que não houve nenhum aluno da turma analisada que se evadiu da disciplina nem se sentiu excluído dos en- sinamentos. Pode-se creditar este acontecimento ao método diferenciado e atrativo utilizado pelo profes- sor P.R.R. que foi elogiado pelos alunos, que mereceu também a ratificação pela ex-aluna M.H. Identificou- se receio e ansiedade nos alunos antes de cursarem a disciplina, pois ela é caracterizada como difícil ten- do muito conteúdo para estudar em pouco tempo. Quatro alunos se sentiram desconfortáveis com o uso de cadáveres, porém isso é considerado normal pelo professor P.R.R, respeitando o ritmo individual de cada aluno, até uma adaptação plena nas aulas práticas. Pode-se destacar que o professor P.R.R. uti- liza diferentes alternativas buscando a associação e memorização dos conteúdos anatômicos, facilitando o entendimento dos alunos, este método tem uma aceitação melhor em relação ao método clássico de ensinar a Anatomia Humana, que utiliza somente cadáveres e livros. O “método P.R.R” de ensinar evi- ta que os alunos se sintam excluídos, fazendo parte do grupo não evadindo a disciplina. Conforme M.H, o aluno se sente melhor preparado para enfrentar as próximas disciplinas dos cursos (Bacharelado e Li- cenciatura) que utilizam os conhecimentos anatômi- cos como pré-requisito. Acredito que o levantamento desta realidade pode trazer uma reflexão no método de ensino da disciplina de Anatomia Humana, podendo trazer mod- ificações que solucionem possíveis problemas. Con- statando que o professor é decisivo na atratividade da disciplina, tendo responsabilidade na escolha do conteúdo a ser ensinado. 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