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99 Ciência em Movimento | Ano XIII | Nº 26 | 2011/2 Artigo original O ensino de anatomia humana nos cursos de Educação Física da região metropolitana de Porto Alegre The teaching of human anatomy courses in physical education in the metropolitan area of Porto Alegre Bruno Luis Piazza¹ Orientador: Dr. Alberto Reinaldo Reppold Filho² RESUMO Esta pesquisa é de caráter descritivo-exploratória e tem por objetivo estabelecer um perfil do ensino da anatomia humana nos cursos de Educação Física, da região metropolitana de Porto Alegre. A partir da visão dos professores que ministram a disciplina para a licenciatura e bacharelado. Sendo a disciplina de Anatomia Humana de caráter básico e imprescindível para a formação de um bom profissional na área da Educação Física. Surgindo os seguintes problemas: a falta de contemplação de assuntos importantes por pouco tempo disponível para o ensino da disciplina, repetência dos alunos e qual método é utilizado e por que. PALAVRAS-CHAVE Anatomia Humana – Educação Física – Professores – Métodos. ABSTRACT This study aimed to establish a profile of the teaching of human anatomy courses in physical education, the metropolitan region of Porto Alegre. From the view of teachers that the discipline. As the discipline of Human Anatomy character of basic and essential for the formation of a good professional in the field of Phy- sical Education. Arise the following problems: The lack of contemplation of important issues for a short time available for teaching discipline, repetition of the students and which method is used and why. KEYWORDS Human Anatomy – Physical Education – Teachers – Methods. ¹Universidade Federal do Rio Grande do Sul – UFRGS. Escola de Educação Física – ESEF. Curso de Especialização em Cinesio- logia- 8.ª edição. Abril 2009. ²Doutor em Educação pela Universidade Leeds, Inglaterra, Mestre em Educação pela UFRGS, Licenciado em Educação Física pela UFRGS. Atualmente é professor e vice-diretor na ESEF-UFRGS e também professor da pós-graduação Ciência do Movi- mento Humano. Ciência em Movimento | Ano XIII | Nº 26 | 2011/2 100 O ensino de anatomia humana nos cursos de Educação Física... Introdução O estudo da anatomia humana vem sendo feito há séculos, acredita-se que tenha começado pelos egípcios, depois vieram os mesopotâmios se dedi- cando aos estudos em cavalos, sendo considerados os precursores da veterinária, passando por grandes estudiosos como: Galeno, Leonardo da Vinci, Miche- langelo e Andreas Versallius. Porém, o profissional atual tende a formar um perfil que misture suas titu- lações, vivências e experiências profissionais, método de ensino e o domínio das tecnologias modernas. Na concepção de Weineck (1990), há muitos anos os conhecimentos de anatomia humana constituem matéria de exame na formação do professor de Edu- cação Física. Eles são considerados necessários a for- mação do treinador. Também nas escolas, o seu ensi- no faz parte da instrução teórica nas aulas de educa- ção física, contribuindo para a melhor compreensão das sequências motoras executadas durante a prática dos esportes. De encontro com essas colocações, Ba- ckhouse e Hutchings (1989) consideram que o apren- dizado da estrutura anatômica pouco vale sem a visão essencial do que ela é, e de como funciona no indiví- duo vivo normal. Para ser algo mais do que um sim- ples exercício morfológico, a anatomia precisa viver, mover, crescer em tamanho e idade, exibir todas as variações evidentes na comunidade e as modificações devidas às atividades físicas, doenças e etc. O clínico, o cirurgião, o terapeuta, a enfermeira e o educador físico, todos precisam ver através da pele do seu se- melhante, visualizando o que ele acoberta e as ativi- dades que esconde. Dando ênfase a essa reflexão Castro (1985) explica que a anatomia é a parte da biologia que estuda a forma e a estrutura dos seres vivos, assim como para a Medicina, Odontologia, Far- mácia, Educação Física, Obstetrícia e etc. Onde inte- ressa apenas a anatomia entre humanos, sendo de- nominada anatomia humana. Em certos casos, como no curso de Educação Física, a movimentação do apa- relho locomotor (ossos, articulações e músculos) é tão importante, que existe uma disciplina específica chamada de Cinesiologia. Ainda sob este enfoque Dangelo e Fattini (1997), dizem que a disciplina de introdução a anatomia dos mamíferos, compreende aspectos da anatomia macroscópica dos sistemas or- gânicos de mamíferos, com ênfase no homem. Serve também para inúmeros cursos onde uma visão geral da estruturação morfológica do homem, por siste- mas, é um pré-requisito para outras disciplinas como, por exemplo, a fisiologia. Referencial Teórico Nas colocações de Caritá, Silva, Verri e Castro (2007), atualmente várias instituições de Ensino Su- perior têm experimentado a criação de simulações e portais utilizando estes dispositivos como ferramen- tas de ensino-aprendizagem que valorizam as indivi- dualidades, buscando estimular idéias, opiniões e atitudes onde o aluno exercita sua capacidade de aprender a aprender e de aprender a pensar para uso destas capacidades, já retidas e amadurecidas, em outros contextos. O modelo educacional adotado, até então, nas universidades vem se mostrando ine- ficaz para atender um público que tem tempo limi- tado para o estudo presencial, porém com disponi- bilidade para buscar a informação através de tecno- logias computacionais. Nesse novo cenário educati- vo as transformações tecnológicas têm propiciado o conhecimento atual e futuro, de forma rápida e aces- sível, a qualquer hora, tempo e velocidade, especial- mente, através da Internet. Assim, a internet é hoje o recurso tecnológico mais utilizado para o ensino à distância no âmbito globalizado, apresentando-se como um recurso adicional para professores, alunos e profissionais de saúde, tornando a educação mais interativa e viável, com as informações disponíveis a todo o momento para os interessados, com vários recursos multimídias (imagens, sons e vídeos). Ape- sar das inovações anteriormente citadas serem de certa forma vantajosas, autores como Filho, Saito, Araújo, Fornaziero, Omoto e Borges (2003), encon- tram desvantagem e explicam que tradicionalmente a anatomia humana, disciplina básica da área de Ciên cias da Saúde, é estudada por profissionais e estudantes da área de três maneiras distintas e indi- viduais: textos, atlas e cadáveres. Através dos textos, as estruturas anatômicas e suas relações são descri- tas por meio de referências, sendo difícil para o leitor, visualizar as complexas relações anatômicas. Os atlas, por sua vez, apresentam o conteúdo por meio de desenhos esquemáticos ou fotografias de peças anatômicas reais. Neste caso, o usuário fica limitado 101 Ciência em Movimento | Ano XIII | Nº 26 | 2011/2 O ensino de anatomia humana nos cursos de Educação Física... às ilustrações apresentadas pelo autor, que geral- mente representam a síntese dos principais detalhes anatômicos enfocados pelo desenhista, não permi- tindo o acesso à representação de todos os ângulos possíveis e desejáveis ao estudo da anatomia huma- na. Já os cadáveres são a própria matéria viva e real do objetivo do estudo da anatomia humana. Impor- tantes para as aulas práticas apresentam grandes problemas no que se refere à sua adequada conser- vação e local de acondicionamento, além de serem de difícil obtenção. Normalmente, a quantidade de cadáveres disponíveis é numericamente insuficiente se for considerada a real necessidade do corpo dis- cente das faculdades e universidades. Além dos pro- blemas já citados, ainda existe a dificuldade de aces- so às peças cadavéricas, pois para tal, é necessário o acompanhamento técnico dos responsáveis pela sua guarda e conservação, ficando o estudante restrito aos horários de disponibilidadedos técnicos. Pode acontecer de não existir a peça dissecada da maneira desejada, assim como a mesma pode estar degrada- da devido à constante manipulação. Vale ressaltar que o acesso a estas peças se limita aos acadêmicos que têm a disciplina de anatomia humana. Fora do ambiente acadêmico, para aqueles que desejam se reciclar, por exemplo, o acesso a estes recursos é pra- ticamente impossível, a não ser que o profissional tenha algum projeto vinculado a uma instituição de ensino que os possua. Aliando estas duas formas de ensino, Perreira et al (2007) verificaram o ensino da anatomia humana no curso de biologia da Universi- dade de Pompeu Fabra em Barcelona, onde os alunos demonstraram um aumento na satisfação do apren- dizado quando o professor utiliza táticas inovadoras de ensino, como a utilização da internet, slides em alta definição e outros materiais de multimídia, mas sem deixar de lado o quadro negro, os livros e as aulas práticas em cadáveres. Desta forma ocorreu um aumento da aprovação dos alunos na disciplina. Dando continuidade aos métodos de ensino, In- sull, Kejriwa e Blyth (2006), dizem que o ensino da anatomia na faculdade de medicina de Auckland na Nova Zelândia apontou que os alunos demonstram estratégias diferentes para a memorização do ensino da anatomia humana. Setenta por cento dos alunos utilizam a revisão nas cirurgias de dissecção como auxílio na memorização do ensino, outros 30% utili- zam textos, livros e atlas de anatomia no aprendiza- do. Na visão de Terrell (2006), o ensino da anatomia está se tornando cada vez mais desafiador devido à progressiva evolução das missões do ensino univer- sitário, a população de estudantes, médicos e de cur- rículos de graduação, conjugada numa escassez em- piricamente testada com base em provas práticas e pedagógicas no ensino médico anatômico e de lite- ratura, trouxe quase uma duplicação na taxa de re- petência de alunos na disciplina ao longo de um pe- ríodo de três anos. O estudo sugere que intencional- mente com base em diferentes teorias de aprendiza- gem, precisa-se escolher um método que será o mais bem sucedido. Apoiado nessa necessidade de mu- danças futuras para a melhora do ensino anatômico, Mclachlan e Patten (2006) nos dizem que a anatomia é amplamente apreciada, estando entre os mais im- portantes componentes da educação médica. O es- tudo através de cadáveres dissecados é visto como a única característica dos cursos de medicina, no en- tanto, podemos estar entrando numa época de mu- danças paradigmáticas, auxiliado por novos entendi- mentos e novas tecnologias. Num futuro próximo os métodos de ensino utilizarão imagens e técnicas de simulação para ajudar na melhora da compreensão anatômica. Outra colocação sobre métodos de ensi- no vem dos autores Krych et al., (2005), explicando que existem três estratégias comuns utilizadas para ensinar a anatomia humana: palestras, descobertas ou inquéritos a base de aprendizagem e cooperativas de ensino. Uma das formas de aprendizagem coope- rativa é o chamado ensino recíproco entre pares, ilus- tra circunstâncias em que os alunos assumem papéis de aluno e professor. Ao assumir a responsabilidade de ensinar aos seus pares, os estudantes não só me- lhoram a sua compreensão, mas também desenvol- vem habilidades de comunicação, trabalho em equi- pe, liderança, confiança e respeito, que são vitais para o desenvolvimento do profissionalismo no iní- cio de suas careiras. Mostrando uma melhora de 97% na retenção do ensino no método recíproco entre pares, e 92% na melhora da capacidade de comuni- cação, tanto na aula teórica quanto na aula prática e na argumentação de assuntos para com os outros alunos. Seguindo nesta mesma linha de raciocínio, Ciência em Movimento | Ano XIII | Nº 26 | 2011/2 102 O ensino de anatomia humana nos cursos de Educação Física... Brueckner e Macpherson (2004), da universidade de Lexington, Estados Unidos, observaram em um estu- do uma melhora na aprendizagem da anatomia hu- mana em grupos de alunos que optaram por uma estratégia de estudar em pares, fazendo rodízio em cadáveres, em relação a outros alunos da mesma classe que não utilizaram o método. Concluindo que ao final do estudo 88% dos alunos se mostraram satisfeitos com o método de estudo com pares e ro- dízio em cadáveres, sendo que 44% dos alunos tive- ram uma melhora em suas notas. Por outro lado, Pandey e Zimitat (2007), ressaltam que aprender a disciplina de anatomia humana requer algumas es- tratégias conforme o grupo de alunos de um deter- minado curso e suas necessidades, destacando que para alunos da universidade de New South Wales, Sydney, Austrália, do primeiro ano do curso de me- dicina, a melhor estratégia seria o uso da memoriza- ção, compreensão e visualização. Para uma melhor compreensão sobre os tipos de anatomia, vejamos os conceitos de Souza (1982) so- bre os três tipos em que são baseados os estudos de anatomia nas universidades, sendo eles: a anatomia sistêmica, sistemática ou descritiva estuda os siste- mas do corpo humano, cada sistema é um conjunto de órgãos que contribuem para uma função especí- fica. Os sistemas do corpo são: sistema esquelético, que compreende os ossos e cartilagens, as uniões en- tre os ossos e as articulações. Sistema muscular, con- junto dos músculos esqueléticos que movimentam os ossos e articulações. Sistema nervoso, composto pelo encéfalo, medula espinhal, nervos, gânglios e os ór- gãos dos sentidos. Sistema circulatório compreende o sistema cardiovascular, coração e vasos sanguíneos. Sistema linfático, órgãos produtores e transportado- res da linfa e fluidos do corpo. Sistema respiratório, constituído pelas vias aéreas e pelos pulmões. Siste- ma digestivo, composto pelo tubo digestivo e glân- dulas anexas. Sistema urinário, constituído pelos rins e vias urinárias. Sistema genital, representado pelos órgãos genitais masculinos e femininos. Sistema en- dócrino que compreende as glândulas sem ducto, órgãos produtores dos hormônios. Sistema tegumen- tar, representado pela pele e tela subcutânea ou hi- poderme. Anatomia topográfica ou regional: estuda as particularidades anatômicas e as relações entre os diferentes órgãos em cada região do corpo. Anato- mia radiológica: é o estudo anatômico dos vários ór- gãos do corpo através dos raios x. Estes sistemas de ensino da disciplina de anato- mia humana variam conforme o estilo do professor e a necessidade das diferentes áreas da saúde que seus alunos estejam cursando. Segundo Mitchell, Mccrorie e Sedgwilk (2004), do hospital-escola em Medicina de Londres no Reino Unido, um estudo fei- to para avaliar se era possível ensinar um mesmo tipo de anatomia humana, para uma equipe multiprofis- sional de alunos, onde participavam alunos dos cur- sos de: Biomedicina, Medicina, Enfermagem e Fisio- terapia. Onde ficou concluído que é possível utilizar este método, porém ocorreu em alguns momentos da pesquisa, uma variância na satisfação do apren- dizado, pela necessidade específica que cada curso precisa contemplar. Retomando as considerações sobre o método sis- têmico, Heyling (2002) coloca que o ensino da ana- tomia humana nos países do Reino Unido e da Irlan- da, apresentam diferenças no sistema de ensino, sen- do que a grande maioria das universidades, utilizam o método da anatomia sistêmica ou por sistemas, variando a ordem dos sistemas de acordo com cada pais, trazendo para os alunos, aulas práticas de dis- secção, demonstradas pelo professor e horas de prá- tica de literatura sobre o assunto. Baseado neste mes- mo assunto, Gardner e Osburn (1974) explicam que se pode estudar o corpo humano aprendendo-se um sistema por vez, independentemente das partes do corpo que cada qual possa integrar. O foco de aten- ção é então o sistema em causa, embora suas partes possamse relacionar com as de outros. Esta forma de estudo é dita anatomia sistêmica ou sistemática. Ou- tro acesso à anatomia humana deriva da inspeção externa do corpo. Os sistemas não se veem então, mas o corpo se apresenta formado por partes carac- terísticas, como cabeça, pescoço, tronco e membros. Cada uma dessas regiões pode ser estudada como um todo, por vez, observando-se as partes de qualquer sistema que aí se encontrem. Atenta-se à relação de um componente para com outro e sua profundidade ou extensão, esta é a anatomia regional. Tal explica- ção é descrita de forma mais sucinta por Basmasian (1993) dizendo que geralmente o corpo humano é 103 Ciência em Movimento | Ano XIII | Nº 26 | 2011/2 O ensino de anatomia humana nos cursos de Educação Física... dissecado por regiões, sendo assim um estudo de ca- ráter regional. Por outro lado, a anatomia sistêmica ou sistemática divide o corpo em sistemas. Seguindo nestes conceitos, para complementar, Yokochi e Ro- hen (1997) explicam que na anatomia regional expõe- se partes de distintos sistemas, como ossos, múscu- los, vasos sanguíneos, nervos, vísceras, dentro de cada região, como cabeça e tórax. Na anatomia sis- têmica, cada sistema orgânico é estudado no seu to- do, componente por componente, cada qual com sua vascularização e inervação. O tipo sistêmico de estu- do é geralmente o usado nos cursos introdutórios e quando se correlacionam forma e função, o normal com o patológico, etc. O estudo regional é preferido para a aplicação clínica e cirúrgica. Em continuidade com as explicações sobre os tipos de sistemas, nos apoiamos em Alves (1962) que con- sidera a anatomia topográfica é um complemento indispensável no estudo da anatomia sistêmica ou sis- temática. Ela nos ensina a apreciar, numa síntese, os diversos elementos anatômicos que tomam parte nu- ma determinada região do corpo, suas relações entre si, como também de vizinhança, e seus diversos planos estruturais, possibilitando assim conhecimentos indis- pensáveis para uma semiótica eficiente e uma segu- rança na execução de um ato operatório. Sobre este mesmo enfoque, de acordo com Gosling et al., (1992) a anatomia topográfica é apropriado para os estudan- tes em geral, sendo valiosa para os estudantes de pós- graduação em profissões relacionadas à medicina nas quais a anatomia faz parte do currículo. No que diz respeito ao ensino prático, Mclachlan, Bligh, Bradley e Searle (2004), da Universidade de Ply- mouth no Reino unido, dizem que seria possível ensi- nar a anatomia humana sem a utilização de cadáveres. Tendo benefícios como: um bom uso dos princípios educativos, baixos custos, redução total de riscos bio- lógicos e sendo muito mais prático. Podendo ensinar a anatomia humana a estudantes de medicina, utili- zando o método da anatomia clínica. Utilizando ma- teriais como software multimídia 3D, slides, figuras e modelos anatômicos. Mas os autores da pesquisa sa- lientam que questões relacionadas com a autopsia sobre formações patológicas, o treinamento e pós- graduação em anatomia cirúrgica não são abordados no presente documento. Relatando que para um en- sino mais básico da anatomia humana seria possível alcançar um bom aprendizado sem a utilização de aulas práticas em cadáveres humanos. Porém, sob este aspecto, Winkelmann (2007), da Universidade de Berlim na Alemanha, expõem que está ocorrendo uma diminuição nas aulas práticas de dissecação anatômica, em virtude da criação de no- vas escolas de medicina sem dissecção. Muitos arti- gos foram escritos em defesa deste método sem a utilização de cadáveres. A discussão sobre a disseca- ção e a falta de dados objetivos tem sido repetida- mente observada. O autor se posiciona contra este método de ensino. A dissecação em humanos é feitas por profissionais em anatomia, onde se é retirado somente a pele e a gordura utilizando os cadáveres para o ensino no método sistêmico. Tendo o objetivo de apoiar a aprendizagem na anatomia humana por experiência visual e tátil. Este método tem enfoque na aprendizagem do domínio cognitivo. Para o autor este método ainda ensina os alunos a lidar com a morte e aumenta suas habilidades sociais. Concluin- do que o aprendizado na anatomia humana é um processo complexo e demorado, sendo imprescindí- vel o estudo em cadáveres. Seguindo neste mesmo tema, na perspectiva de Cabral e Barbosa (2005) de- fendem na presente pesquisa que os alunos do curso de odontologia, da universidade de Pernambuco, Brasil, utilizaram a sala de informática para facilitar o ensino da anatomia humana, trabalhando com o software Netter’s Anatomy Atlas. Concluindo que este método facilitou o aprendizado dos alunos e ajudou no entendimento da disciplina, porém este software não pode substituir as aulas práticas em cadáveres, o software vem de maneira a complemen- tar os estudos da anatomia humana. Metodologia A pesquisa é do tipo descritivo-exploratória. Para Vianna (2001), a pesquisa exploratória desenvolve-se para obter a compreensão sobre uma situação, pro- blema, fato ou um determinado caso, partindo de estudos realizados por vários autores ou vivenciados por diferentes pessoas. É uma leitura sobre tudo que foi escrito ou relatado a respeito do assunto para entendê-lo. Possibilita uma explicação maior e um aprofundamento de estudos sobre um determinado Ciência em Movimento | Ano XIII | Nº 26 | 2011/2 104 O ensino de anatomia humana nos cursos de Educação Física... assunto ou área, com vistas ao seu entendimento mais qualificado ou à descoberta de novas relações. Gauthier et al., (1998, p. 12) “O método de pes- quisa descritivo é um delineamento da realidade uma vez que esse descreve, registra, analisa e interpreta a natureza atual ou processos dos fenômenos”. Leo- pardi (2001, p. 139) “ São estudos caracterizados pela necessidade de se explorar uma situação não conhecida, da qual se tem necessidade de maiores informações”. Segundo Gil (1999, p. 44) essa moda- lidade de pesquisa tem como um “objetivo primor- dial a descrição das características de determinada população ou fenômeno ou estabelecimento de re- lações entre variáveis”. Leopardi (2001, p. 136) coloca que “ Este tipo de pesquisa é utilizado quando não se pode usar instru- mento de medida preciso deseja-se dados subjetivos, ou se faz estudos de um caso particular de avaliação de programas ou propostas de programas, ou ainda quando não se possui informações sobre o assunto”. Este método proporciona uma valorização quanto à interação de quem será o pesquisador com o seu in- formante, conquistando a confiança. Do ponto de vista estatístico os dados obtidos por este método não são adequados para análise. A análise qualitativa exi- ge um tempo maior de observação para a obtenção dos resultados, não necessitando de pressupostos an- tes da coleta, permitindo desta forma que o problema seja reformulado ao longo da pesquisa. Conforme Le- opardi (2001, p. 135), pesquisa qualitativa é “ Quando o interesse não está focalizado em contar o número de vezes em que uma variável aparece, mas sim que qualidade elas apresentam”. Através desta categoria de pesquisa, ocorre a tentativa de entender problemas das pessoas que os vivenciam, por meio de um con- texto social onde os fatos acontecem. Os Locais da pesquisa escolhidos para este projeto foram seis instituições de ensino que dispõem do cur- so de Educação Física (Licenciatura e Bacharelado), na região metropolitana de Porto Alegre, no Estado do Rio Grande do Sul. A escolha dessas instituições se deu pela localização e obtenção de laboratório de anato- mia humana pelas instituições de ensino. Para compor os sujeitos da pesquisa foram esco- lhidos um professor da disciplina de anatomia huma- na de cada instituição de ensino. Salientando que este professor tivesseno mínimo um ano de experi- ência na docência da disciplina. Foi utilizado o crité- rio de amostra por saturação, conforme Fontanella (2008), amostragem por saturação é uma ferramen- ta conceitual frequentemente empregada nos rela- tórios de investigações qualitativas em diferentes áreas no campo da saúde, entre outras. É usada pa- ra estabelecer ou fechar o tamanho final de uma amostra em estudo, interrompendo a captação de novos componentes. A pesquisa com seres humanos é definida pela Resolução 196/96 do Conselho Nacional de Saúde – Ministério da Saúde. Portanto, neste estudo os sujei- tos foram esclarecidos quanto aos objetivos, o pro- cedimento para coleta dos dados e da finalidade dos resultados que além do trabalho monográfico, po- derão ser elementos para a elaboração de artigos para publicação. Os procedimentos técnicos envolveram os dados coletados através de uma entrevista semiestrutura- da, obtenção da grade curricular do curso e a emen- ta da disciplina. Este suporte de dados foram usados para uma análise. Esta análise constou de duas par- tes, a primeira parte, uma entrevista gravada com os seis professores das instituições de ensino de no má- ximo trinta minutos de duração, contendo perguntas pré-estabelecidas sobre assuntos relacionados à for- mação deste professor, métodos de ensino, opinião pessoal sobre o assunto e o ensino aos alunos do curso de Educação Física. Perguntas estas importan- tes para a elaboração de um perfil destes professo- res. A segunda parte foi obtida da grade curricular do curso de Educação Física e do plano da disciplina de Anatomia Humana, cedidos pelas instituições de ensino. Com a análise destes documentos buscamos na grade curricular informações sobre em que se- mestre se encontrava a disciplina de Anatomia Hu- mana. Já no que diz respeito ao plano da disciplina, observamos os objetivos, os conteúdos, a metodolo- gia e as referências básicas. Desta forma foram agru- pados todos os planos coletados, separados em ca- tegorias e realizada uma análise mais detalhada. Resultados Quanto à formação dos profissionais entrevista- dos temos: Médicos, Biólogos e Educadores Físicos, 105 Ciência em Movimento | Ano XIII | Nº 26 | 2011/2 O ensino de anatomia humana nos cursos de Educação Física... sendo estes a metade das amostras coletadas. Dentre todos estes professores, temos quatro profissionais com especialização, mestrado e doutorado em áreas afins com a Anatomia Humana, os outros dois pro- fissionais têm mestrado e doutorado em outras áre- as que não tem nenhuma ligação com a Anatomia Humana. Quanto à experiência profissional, temos professores com: 21, 18, 17, 7, 6 e 4 anos que lecio- nam a disciplina de Anatomia Humana. A média de constituição das turmas da disciplina de Anatomia Humana dos cursos de Educação Física da cidade de Porto Alegre é de 30 alunos, porém professores admitiram já ter dado aula para turmas com 50 a 100 alunos. Quatro professores relatam também que suas turmas são mistas, tendo alunos de diferentes cursos da área da saúde. Enquanto que dois professores, relatam trabalhar em suas turmas somente com alunos do curso de Educação Física. O tempo disponível para as aulas de Anatomia Humana geralmente são de três horas, sendo que em duas universidades o tempo de duração das aulas são de duas horas. Quanto aos semestres, quatro univer- sidades dispõem de dois semestres para o ensino da disciplina de Anatomia Humana, enquanto que as outras duas universidades só dispõem de um semes- tre para o mesmo. Alguns professores admitiram que duas horas de aula e apenas um semestre para mi- nistrar a disciplina de Anatomia Humana é pouco tempo, tendo que abandonar ou desprivilegiar al- guns conteúdos. No que diz respeito ao horário livre para estudo no laboratório de Anatomia Humana, a maioria das universidades dispõem deste tempo, so- mente uma universidade atualmente não oferece es- te recurso alegando ter excesso de turmas. Todas as disciplinas de anatomia humana das universidades que compõem este trabalho utilizam aulas teóricas e práticas com seus alunos. No aspecto de equipamentos, Espaço disponível e Pessoal de Apoio, há equipamentos em comum utilizados por todos os professores nas suas aulas teóricas como: quadro, livros, retroprojetor e da- tashow. Dos seis professores, três relatam que além dos equipamentos em comum, utilizam também modelos em acrílico, filmes, seminários e vídeos do site “you tube”. Um dos professores relatou que to- dos os equipamentos das suas aulas teóricas são par- ticulares, somente o data show é patrimônio da uni- versidade. Nas aulas práticas, também existe a utili- zação em comum por todos os professores de cadá- veres, ossos e peças anatômicas. Três professores utilizam peças em acrílico e modelos de borracha, além das peças em comum. Todas as universidades que fazem parte desta pesquisa dispõem de labora- tório de anatomia humana. E todos estes laborató- rios dispõem de monitores, porém a quantidade de monitores variam entre 7, 6, 4, 2 e 1. Na parte dos conteúdos, cruzando informações das ementas das disciplinas com as informações das entrevistas, podemos dizer que todos os seis profes- sores priorizam o ensino do aparelho locomotor (os- sos, músculos e articulações) para os alunos do curso de Educação Física, sendo realizada uma leve apre- sentação dos outros sistemas conforme o tempo res- tante da disciplina. Entretanto, um professor relata que em suas aulas, ensina o aparelho locomotor, o sistema nervoso e o cardiorrespiratório como priori- dade absoluta. Outro professor defende que os alu- nos deveriam saber todo o conteúdo da disciplina, mas como falta tempo disponível na disciplina ofere- ce menor ênfase ao sistema renal e digestório. Já na parte dos métodos, as aulas da maioria dos professo- res têm o caráter exploratório descritivo, somente um professor alegou ser de caráter expositivo dialogado e exploratório. Nos métodos de ensino existe uma divisão, metade dos professores utiliza o método sis- têmico e topográfico para ensinar e a outra metade utiliza somente o método sistêmico. Os professores que utilizam os dois métodos, o sistêmico e o topo- gráfico, defendem com unanimidade que este méto- do é o melhor pela experiência própria como profes- sores da disciplina e alegam que este método surtiu um efeito melhor de aprendizagem em seus alunos. Já os outros professores defendem a utilização so- mente do método sistêmico alegando que assim não se fragmenta o ensino e tem o objetivo de interligar a disciplina de anatomia humana com as próximas disciplinas. Alegam ainda que no modo sistêmico uti- lizam melhor os objetivos específicos conforme a área de atuação de cada turma e também defendem que o método topográfico seria melhor utilizado pelos alunos da Medicina, principalmente os da área da cirurgia. No referencial teórico, todos os professores Ciência em Movimento | Ano XIII | Nº 26 | 2011/2 106 O ensino de anatomia humana nos cursos de Educação Física... sem exceção indicam para seus alunos os livros: Atlas de Anatomia Humana de Frank H. Netter; Princípios de Anatomia e Fisiologia de Gerard J. Tortora e Sandra R. Grabowski e Atlas de Anatomia Humana de J. So- botta. Alguns professores indicam além destes outros como: Gray Anatomy de Henry Gray; Anatomia orien- tada para clínica de Keith L. Moore e Arthur F. Dalley; Anatomia Humana sistêmica e segmentar de José C. Dângelo e Carlos A. Fattini e o Anatomia Humana de J. W. Rohen, C. Yokochi e E. Lutjen-Drecell. Um dos professores indica também sites de anatomia huma- na como: Anatomia Humana on-line, Sociedade Bra- sileira de Anatomia e a Revista Brasileira de Medicina do Esporte. Outro professor relata que na instituição de ensino onde leciona, a disciplina possui umsite próprio de Anatomia Humana onde o aluno tem aces- so a um banco de dados de todos os conteúdos e provas já efetuadas, podendo ainda realizar um teste on-line sobre qualquer assunto recebendo uma nota ao final do teste. Todos os professores quando questionados sobre a importância da disciplina de anatomia humana para os cursos de Educação Física, responderam sim de forma unânime, dois professores ainda salientaram que gostariam que a disciplina tivesse mais tempo e que seus alunos levassem os conteúdos com maior seriedade. Na parte dos sistemas de avaliação três pro- fessores realizam provas teóricas e praticas logo após cada conteúdo dado. Dois professores realizam além das provas teóricas e práticas, apresentação de semi- nários e trabalhos em grupo efetuado e se preciso exercícios de reforço. E um dos professores realiza so- mente provas teóricas alegando que os cadáveres es- tão em péssimo estado, entretanto uma parte da ava- liação é a presença dos alunos nas aulas práticas. Discussão Mediante as situações apresentadas nesta pesqui- sa, podemos questionar sobre qual seria o perfil do profissional ideal para trabalhar como professor da disciplina de Anatomia Humana? Em relação a este ponto, Cerqueira (2008), diz que a busca da qualifi- cação do corpo docente não está restrita simplesmen- te a titulação do docente, ela precisa se constituir num processo contínuo, na medida em que mundo moderno exige das instituições de ensino superior. Foi-se o tempo em que a formação docente limitava- se ao conhecimento da matéria ou conteúdo a ser lecionado e sua habilidade e competência não era avaliada pelo seu preparo técnico-pedagógico. Na busca da qualificação do ensino de excelência, o pla- nejamento, o conteúdo, a seleção das disciplinas e atividades complementares diversas precisam estar em conformidade com a formação do docente. A ti- tulação, em si só, não garante a qualidade, já que muitas instituições na busca de cumprir as exigências da Lei de diretrizes e bases da educação nacional, 1/3 do corpo docente composto por mestres e/ou douto- res, exigem de seus docentes mestres e doutores uma atuação além de sua competência e habilidade. Outra questão importante seria em relação à constituição das turmas onde segundo Mitchell, Mc- crorie e Sedgwilk (2004), do hospital-escola em Me- dicina de Londres no Reino Unido, um estudo feito para avaliar se era possível ensinar um mesmo tipo de anatomia humana, para uma equipe multiprofis- sional de alunos, onde participavam alunos dos cur- sos de: Biomedicina, Medicina, Enfermagem e Fisio- terapia. Onde ficou concluído que é possível utilizar este método, porém ocorreu em alguns momentos da pesquisa, uma variância na satisfação do apren- dizado, pela necessidade específica que cada curso precisa contemplar. Em relação ao melhor método para se ensinar a Anatomia Humana, de acordo com os argumentos de Souza (1982); Heyling (2002) e Gardner et al., (1974), seria o sistêmico pela dissecção dos corpos serem desta forma e teria uma melhor seqüência de ensino. Já para Alves (1962) e Gosling et al., (1992), o método topográfico é fundamental para o ensino dos profissionais da saúde. Pandey et al., (2007); Brueckner et al., (2004); Krych et al., (2005); Insull et al., (2006); Perreira et al., (2007) e Caritá et al., (2007), defendem em seus estudos que os métodos de ensino ficaram ultrapassados e ineficazes ao lon- go do tempo contribuindo para um bom índice de repetência na disciplina, havendo uma melhora no aprendizado dos alunos quando submetidos a dinâ- micas de grupo, palestras e aulas diferenciadas utili- zando internet, slides de alta definição e outros ma- teriais de multimídia por parte dos professores inde- pendentemente do método. 107 Ciência em Movimento | Ano XIII | Nº 26 | 2011/2 O ensino de anatomia humana nos cursos de Educação Física... Um último questionamento sobre as aulas práti- cas, seria o uso indispensável de cadáveres nas aulas de Anatomia Humana nas universidades. Neste sen- tido Mclachlan, Bligh, Bradley e Searle (2004), da universidade de Plymouth no Reino unido, dizem que seria possível ensinar a anatomia humana sem a uti- lização de cadáveres. Tendo benefícios como: um bom uso dos princípios educativos, baixos custos, redução total de riscos biológicos e sendo muito mais prático. Podendo ensinar a anatomia humana a es- tudantes de medicina, utilizando o método da ana- tomia clínica. Utilizando materiais como software multimídia 3D, slides, figuras e modelos anatômicos. Mas já para Winkelmann (2007), da universidade de Berlim na Alemanha, a dissecação em humanos é feitas por profissionais em anatomia, onde se é reti- rado somente à pele e a gordura utilizando os cadá- veres para o ensino no método sistêmico. Tendo o objetivo de apoiar a aprendizagem na anatomia hu- mana por experiência visual e tátil. Este método tem enfoque na aprendizagem do domínio cognitivo. Pa- ra o autor este método ainda ensina os alunos a lidar com a morte e aumenta suas habilidades sociais. Concluindo que o aprendizado na anatomia humana é um processo complexo e demorado, sendo impres- cindível o estudo em cadáveres. Considerações finais Podemos concluir com a presente pesquisa que o ensino da disciplina de Anatomia Humana nos cur- sos de Educação Física da região metropolitana de Porto Alegre, na sua maioria, é composta por profis- sionais bem qualificados, entretanto fica evidente que esta disciplina precisa de mais horas-aula, tendo o professor que abandonar ou desprivilegiar deter- minados conteúdos importantes por falta de tempo. A repetência dos alunos é um fator que ainda existe, mas os professores alegam que na grande maioria dos casos é por falta de seriedade dos próprios alu- nos. Nos métodos de ensino da disciplina, não temos uma definição, por exatamente a metade dos entre- vistados defendem o método sistêmico- topográfico enquanto a outra o sistêmico, cada qual convicto na defesa da utilização do método escolhido. Ciência em Movimento | Ano XIII | Nº 26 | 2011/2 108 O ensino de anatomia humana nos cursos de Educação Física... Referências ALVES, E. Anatomia Topográfica. 2. Ed. Rio de Janeiro: Athe- neu, 1962. BACKHOUSE, K .M; HUTCHINGS, R .T. Atlas colorido de anatomia de superfície clinica e aplicada. São Paulo: Mano- le, 1989 BASMAJIAN, J. V. Anatomia de Grant. 10. ed.São Paulo: Manole, 1993. BRUECKNER, Jennifer; MacPHERSON, Brian R. Benefits from peer teaching in the dental gross anatomy laboratory. Den- tal Education, maio 2004, V. 8. Disponível em: <http:// www.mededuc.com>. Acesso em: 25 jun. 2008. CABRAL, Etenildo Dantas e BARBOSA, Joanna Martins No- vais. 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