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ApostiladeControledeConstitucionalidade_20230926063347

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SISTEMA DE ENSINO
DIREITO 
CONSTITUCIONAL
Controle de Constitucionalidade
Livro Eletrônico
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Luciano Dutra
Controle de Constitucionalidade
DIREITO CONSTITUCIONAL
1. Controle de Constitucionalidade ..................................................................................4
2. Conceito .....................................................................................................................4
3. Pressupostos .............................................................................................................4
4. Legislação Aplicada .................................................................................................. 10
5. Inconstitucionalidade por Ação e por Omissão ......................................................... 10
6. Inconstitucionalidade Material e Formal ................................................................... 12
7. Inconstitucionalidade Total ou Parcial ....................................................................... 14
8. Sistemas de Controle de Constitucionalidade ........................................................... 15
9. Momento do Controle de Constitucionalidade ........................................................... 18
10. Modelos de Controle de Constitucionalidade ...........................................................22
11. Formas de Controle de Constitucionalidade .............................................................24
12. Controle Difuso .......................................................................................................26
13. Controle Concentrado – Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) ........................39
14. Controle Concentrado – Ação Direta de Inconstitucionalidade por Omissão (ADO) ..59
15. Controle Concentrado – Ação Declaratória de Constitucionalidade (ADC) ................64
16. Controle Concentrado – Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental 
(ADPF)..........................................................................................................................72
17. Controle Concentrado – Representação Interventiva .............................................. 80
18. Inconstitucionalidade por Arrastamento, por Arrasto, por Atração, Consequencial 
ou por Reverberação Normativa .................................................................................. 81
19. Inconstitucionalidade Superveniente versus Revogação ..........................................83
20. Normas Constitucionais Originárias Inconstitucionais .............................................83
21. Transcendência dos Motivos Determinantes ...........................................................83
22. Declaração de Nulidade sem Redução de Texto ..................................................... 84
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Luciano Dutra
Controle de Constitucionalidade
DIREITO CONSTITUCIONAL
22. Inconstitucionalidade Progressiva, Lei ainda Constitucional ou Inconstitucionalidade 
em Trânsito ................................................................................................................. 84
23. Bloco de Constitucionalidade ................................................................................ 85
24. Controle de Constitucionalidade nos Estados-membros e no Distrito Federal ....... 85
25. Controle de Constitucionalidade pelos Tribunais de Contas .................................... 86
26. Controle de Constitucionalidade na Ação Civil Pública ........................................... 86
27. Estado de Coisas Inconstitucional .......................................................................... 86
Súmulas e Jurisprudência Aplicáveis ............................................................................87
Resumo ....................................................................................................................... 118
Questões de Concurso ................................................................................................ 126
Gabarito ..................................................................................................................... 145
Gabarito Comentado ................................................................................................... 146
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Luciano Dutra
Controle de Constitucionalidade
DIREITO CONSTITUCIONAL
1. Controle de ConstituCionalidade
Querido(a) aluno(a), estamos de volta. Espero que você esteja pleno(a) de saúde e dispos-
to(a), pois enfrentaremos uma árdua caminhada.
Primeiramente, caso você tenha preconceito com o controle de constitucionalidade, peço, 
encarecidamente, que se livre dessa mágoa.
Reconheço que o controle de constitucionalidade é uma matéria extensa, mas está longe 
de ser um “bicho de sete cabeças”. Aliás, reputaria o assunto como fácil. Mas, para absorver 
os conhecimentos que apresentarei, concito que esteja de alma leve, sem trazer para nosso 
agradável encontro dissabores passados.
Combinado?
Então, vamos lá!!! Aperte o cinto que o avião do Gran Cursos Online decolará!
2. ConCeito
O que é e para que serve o controle de constitucionalidade? O controle de constitucionali-
dade é um conjunto de atos tendentes a garantir a supremacia formal da Constituição. Destina-
-se a averiguar a compatibilidade vertical das demais normas jurídicas e atos do Poder Público 
com o seu fundamento de validade – a Constituição Federal.
Se uma lei é elaborada desrespeitando os mandamentos constitucionais, deve ser expur-
gada do ordenamento jurídico. Para isso, os órgãos estatais se valem do controle de constitu-
cionalidade.
3. PressuPostos
São pressupostos do controle de constitucionalidade a rigidez constitucional e sua supre-
macia formal.
Sabemos que, quanto à alterabilidade, as  Constituições podem ser classificadas como 
imutáveis, rígidas, semirrígidas e flexíveis.
Nos Estados que adotam Constituições rígidas (como é o caso do Brasil), as normas cons-
titucionais só podem ser alteradas por um procedimento mais rigoroso do que aquele previsto 
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Controle de Constitucionalidade
DIREITO CONSTITUCIONAL
para a alteração das demais normas infraconstitucionais (estudaremos o processo de altera-
ção da nossa Constituição Federal ao tratarmos do Processo Legislativo).
Nesse modelo, segundo o escalonamento normativo proposto por Hans Kelsen, a Consti-
tuição ocupa o ápice do ordenamento jurídico, servindo de fundamento de validade para toda 
a produção normativa subsequente, ou seja, as normas constitucionais possuem uma força 
destacada apta a condicionar a validade das normas infraconstitucionais.
Como consequência dessa estrutura hierarquizada de normas, fala-se em supremacia for-
mal das normas constitucionais em face das demais leis do ordenamento jurídico.
Pode-se afirmar, portanto, que em um sistema jurídico dotado de supremacia constitu-
cional, todas as normas constitucionais, independentemente de seu conteúdo, equivalem-se 
em termos de hierarquia (isso é muito importante) e são dotadas de supremacia formal em 
relação às demais normas infraconstitucionais.
DE OLHONO DETALHE
Todas as normas que estão na Constituição Federal são igualmente constitucionais, inde-
pendentemente do seu conteúdo. Não existe uma norma constitucional que esteja acima das 
demais. Portanto, a dignidade da pessoa humana (art. 1º, III) é tão constitucional quanto o 
confisco de propriedades rurais e urbanas de qualquer região do País onde forem localizadas 
culturas ilegais de plantas psicotrópicas ou a exploração de trabalho escravo (art. 243).
A consolidação da tese da supremacia formal da Constituição está intimamente ligada às 
ideias propostas por Konrad Hesse, a partir da divulgação de sua obra A Força Normativa da 
Constituição, que se contrapõem às ideias trazidas por Ferdinand Lassalle.
Lembre-se do seguinte: Lassalle nega a existência de força normativa da Constituição ju-
rídica (também chamada por ele de Constituição escrita ou Constituição formal), e, por con-
sequência, nega a possibilidade de supremacia formal do seu texto, pois, no seu entender, 
caberia à Constituição apenas a expressão dos “fatores reais do poder” que regem uma nação. 
Para ele, a Constituição não tem força normativa para condicionar os atores estatais.
Em sentido contrário, Konrad Hesse afirma que a Constituição jurídica não configura ape-
nas a representação dos “fatores reais do poder”. Significa muito mais do que o simples refle-
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DIREITO CONSTITUCIONAL
xo das forças sociais e políticas. Para ele, a Constituição jurídica possui força ativa capaz de 
condicionar a realidade política e social de um Estado, o que denominou de “força normativa 
da Constituição”. A Constituição possui força normativa se os mandamentos constitucionais 
forem efetivamente realizados pelos detentores do poder político – é o que o autor denomi-
na “vontade de Constituição”. Hesse concorda com Lassalle ao afirmar que a Constituição 
jurídica é condicionada pela realidade político-social; concorda, também, que a pretensão de 
eficácia da Constituição somente pode ser realizada se for levada em conta essa realidade.
Entretanto, não concorda com Lassalle quando este conceitua a Constituição jurídica como 
“mera folha de papel”, pois, para Hesse, é inconcebível reduzir a Constituição jurídica à mísera 
função de justificar as relações de poder dominantes. Segundo a visão de Hesse, a Constitui-
ção jurídica e a Constituição sociológica estão em relação de coordenação, condicionando-se 
mutuamente. No entanto, em caso de eventual conflito entre ambas, a Constituição jurídica 
deve prevalecer, uma vez que é dotada de força normativa própria.
Em resumo, nossa atual Constituição Federal de 1988 é rígida, possuindo, portanto, supre-
macia formal em relação às demais normas infraconstitucionais. Dessa maneira, as  leis só 
são válidas e estão aptas a produzir seus efeitos no mundo jurídico se, e somente se, forem 
compatíveis com seu fundamento de validade – a Constituição Federal vigente.
DE OLHO NOS DETALHES
Para Konrad Hesse:
1) a Constituição possui força ativa capaz de condicionar a realidade política e social de um 
Estado, o que denominou de “força normativa da Constituição”;
2) a força normativa da Constituição está ligada à vontade do detentor do poder em observar 
as normas constitucionais – o que o autor denomina de “vontade de Constituição”;
3) em caso de eventual conflito entre as Constituições jurídica e real, a Constituição jurídica 
deve prevalecer, uma vez que é dotada de força normativa própria.
DICA DO LD
1) Da rigidez constitucional decorre sua supremacia formal e, 
em virtude desta, controla-se a constitucionalidade das de-
mais leis e atos normativos.
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DIREITO CONSTITUCIONAL
2) Importante destacar que a declaração de inconstitucionali-
dade de uma lei é uma medida excepcional, em razão do prin-
cípio da constitucionalidade das leis. Uma lei nasce constitu-
cional e dessa forma deve ser preservada até que o Judiciário 
a declare inconstitucional, se for o caso.
Vejamos como isso pode cair na sua prova.
Questão 1 (EXAME DA OAB/2009.3) Entre os pressupostos do controle de constitucionali-
dade, destacam-se a supremacia da CF e a rigidez constitucional.
Certo.
Exatamente o que acabo de explicar!
Questão 2 (TRE-MT/ANALISTA JUDICIÁRIO/2005) A norma constitucional que prevê a li-
berdade de convicção religiosa tem maior hierarquia que a norma constitucional que estabele-
ce a imunidade tributária dos locais destinados a cultos religiosos.
Errado.
Em consequência da supremacia formal da Constituição Federal, todas as normas constitucio-
nais equivalem-se em termos de hierarquia.
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Questão 3 (TJ-PB/JUIZ SUBSTITUTO/2011) É prevalecente, na doutrina constitucional 
brasileira, o entendimento de que as normas que consagram as cláusulas pétreas estão em 
nível hierárquico superior às demais normas constitucionais.
Errado.
Mais uma vez, todas as normas constitucionais equivalem-se em termos de hierarquia.
Questão 4 (CGU/ANALISTA DE FINANÇAS E CONTROLE/2003) A existência de suprema-
cia formal da constituição independe da existência de rigidez constitucional.
Errado.
Só se fala em supremacia formal da Constituição em Estados que adotam a Constituição do 
tipo rígida.
Questão 5 (DEFENSOR PÚBLICO DO ACRE/2006) A supremacia da constituição ocorre 
mesmo nas chamadas constituições flexíveis.
Errado.
Mais uma vez, para fixarmos definitivamente a ideia central: só se fala em supremacia formal 
da Constituição em Estados que adotam a Constituição do tipo rígida.
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DIREITO CONSTITUCIONAL
Questão 6 (CGU/ANALISTA DE FINANÇAS E CONTROLE/ 2003) A concepção de consti-
tuição, defendida por Konrad Hesse, não tem pontos em comum com a concepção de cons-
tituição defendida por Ferdinand Lassalle, uma vez que, para Konrad Hesse, os fatores histó-
ricos, políticos e sociais presentes na sociedade não concorrem para a força normativa da 
constituição.
Errado.
Konrad Hesse concorda com Ferdinand Lassalle no sentido de que a Constituição jurídica é 
condicionada pela realidade político-social; concorda, também, que a pretensão de eficácia da 
Constituição somente pode ser realizada se for levada em conta essa realidade.
Questão 7 (2019/CONSELHO REGIONAL DE FARMÁCIA DO SERGIPE/FARMACÊUTICO 
FISCAL) A ideia de supremacia constitucional coloca todas as normas constitucionais em 
igualdade hierárquica, do ponto de vista do sistema normativo, e em posição de superioridade 
em relação a todas as demais normas.
Certo.
Exatamente como ensinamos.
Questão 8 (2019/CONSELHO REGIONAL DE FARMÁCIA DO SERGIPE/FARMACÊUTICO 
FISCAL) Na leitura de Konrad Hesse, a Constituição ostentaforça normativa capaz não so-
mente de espelhar sociologicamente os fatores reais de poder, mas, ainda além, de condicio-
nar a realidade política e social de um Estado.
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DIREITO CONSTITUCIONAL
Certo.
De acordo com o que falamos, essa é a ideia central da teoria de Konrad Hesse.
4. legislação aPliCada
Para estudarmos o controle de constitucionalidade, é  fundamental estarmos de posse, 
além da nossa tradicional fonte de estudo (a Constituição Federal), das Leis n. 9.868, de 1999, 
e n. 9.882, também de 1999. Portanto, imprima as leis citadas e as mantenha ao seu lado du-
rante o estudo.
CONTROLE DE 
CONSTITUCIONALIDADE
Conjunto de atos tendentes a garantir a supremacia formal da CF
Declaração de inconstitucionalidade é uma medida excepcional (princípio da 
presunção de constitucionalidade das leis)
PRESSUPOSTO
Rigidez constitucional (só há supremacia formal 
em Constituições rígidas)
LEGISLAÇÃO APLICÁVEL
CF 
Lei n. 9.868, de 1999
Lei n. 9.882, de 1999
5. inConstituCionalidade Por ação e Por omissão
Considerando que a inconstitucionalidade é justamente o indesejável desrespeito à Cons-
tituição vigente, é  importante fixar que essa desconformidade pode se dar por ação ou por 
omissão.
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Controle de Constitucionalidade
DIREITO CONSTITUCIONAL
A inconstitucionalidade por ação diz respeito à verificação da compatibilidade vertical en-
tre as normas jurídicas e os atos do Poder Público com o seu parâmetro de controle – a Cons-
tituição Federal. Significa um fazer inconstitucional do Poder Público.
Por sua vez, a inconstitucionalidade por omissão decorre de um não fazer do Estado que 
ofende uma determinação constitucional. A falta de ação do Poder Público em regulamentar 
o direito de greve dos servidores públicos civis caracteriza uma inércia inconstitucional. A afe-
rição desta inconstitucionalidade por omissão pode se dar pela via concentrada, por meio de 
uma ação direta de inconstitucionalidade por omissão, ou pela via difusa, por meio de manda-
do de injunção. Essa omissão inconstitucional pode ser total (ausência total da norma regula-
mentadora do direito constitucionalmente previsto) ou parcial (existe a norma regulamentado-
ra, mas a normatização é deficiente).
Daqui a pouco falaremos das ações de controle concentrado de constitucionalidade. Por 
ora, basta saber que existem instrumentos capazes de combater a omissão inconstitucional.
Questão 9 (MPOG/ESPECIALISTA EM POLÍTICAS PÚBLICAS E GESTÃO GOVERNAMEN-
TAL/2009) A supremacia da Constituição exige que todas as situações jurídicas se confor-
mem com os princípios e preceitos da Constituição, mas ainda não existe instrumento jurídico 
capaz de corrigir omissão inconstitucional.
Errado.
Conforme vimos, existem mecanismos jurídicos para corrigir omissão inconstitucional. Pela 
via concentrada, o instrumento será a ação direta de inconstitucionalidade por omissão (estu-
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Controle de Constitucionalidade
DIREITO CONSTITUCIONAL
dada mais à frente). Já pela via difusa, poderá ser utilizado o mandado de injunção, que será 
estudado em Remédios Constitucionais.
O que é inconstitucionalidade? É 
uma ofensa à constituição.
POR AÇÃO fazer inconstitucional
POR OMISSÃO
inércia ofensiva à CF
somente possível quando a CF exige um fazer
total ou parcial
ESPÉCIES DE 
INCONSTITUCIONALIDADE
6. inConstituCionalidade material e Formal
Teremos a inconstitucionalidade material (também chamada de nomoestática) quando o 
vício está no conteúdo da norma (na sua matéria).
Já na inconstitucionalidade formal (ou nomodinâmica), o vício está no processo legislati-
vo. Essa inconstitucionalidade formal subdivide-se em:
a) subjetiva: o vício está na iniciativa para a propositura do projeto de lei. Pense o seguinte: 
o art. 61, § 1º, determina que as matérias ali previstas sejam de iniciativa privativa do Presiden-
te da República. Caso um parlamentar federal apresente um projeto de lei sobre uma daquelas 
matérias, haverá uma inconstitucionalidade formal subjetiva;
b) objetiva: o vício estará situado nas demais fases do processo legislativo, como, por 
exemplo, uma lei complementar, que exige um quórum de maioria absoluta (art. 69), aprovada 
por maioria simples. Isso gera uma inconstitucionalidade formal objetiva;
c) orgânica: aqui, o  vício está na repartição constitucional de competências, como, por 
exemplo, uma lei estadual que legisle sobre trânsito. Como a matéria é federal (art. 22, XI), 
caso isso aconteça, haverá uma inconstitucionalidade formal orgânica.
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Questão 10 (MPU/ANALISTA PROCESSUAL/2010) Verifica-se a inconstitucionalidade for-
mal, também conhecida como nomodinâmica, quando a lei ou o ato normativo infraconstitu-
cional contém algum vício em sua forma, independentemente do conteúdo.
Certo.
Exatamente isso. Na inconstitucionalidade formal, o vício é na forma, ou seja, no processo legis-
lativo.
Questão 11 (DPU/AGENTE ADMINISTRATIVO/2010) A inobservância da competência 
constitucional de um ente federativo para a elaboração de determinada lei enseja a declaração 
da inconstitucionalidade material do ato normativo.
Errado.
Na verdade, a inobservância da competência constitucional de um ente federativo para a ela-
boração de determinada lei enseja a declaração da inconstitucionalidade formal orgânica do 
ato normativo.
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Questão 12 (DPU/AGENTE ADMINISTRATIVO/2010) Qualquer ato normativo que desres-
peite preceito ou princípio da CF deve ser declarado inconstitucional, por possuir vício formal 
insanável.
Errado.
Se o vício é no conteúdo por ter desrespeitado matéria constitucional, teremos a inconstitucio-
nalidade material.
7. inConstituCionalidade total ou ParCial
Como o próprio nome já indica, a inconstitucionalidade total atinge todo o ato normativo, 
ao passo que, na inconstitucionalidade parcial, apenas parte da lei é atingida pelo vício de 
inconstitucionalidade.
A declaração de inconstitucionalidade parcial pelo Poder Judiciário pode recair sobre fra-
ção de artigo, parágrafo, inciso ou alínea, até mesmo sobre uma única palavra de um desses 
dispositivos da lei. No entanto, o Poder Judiciário não poderá subverter o intuito da lei, mudan-
do o sentido e o alcance da norma, sob pena de ofensa ao princípio da separação dos poderes.
Questão 13 (TJ-PB/JUIZ SUBSTITUTO/2011)A inconstitucionalidade formal relaciona-se, 
sempre, com a inconstitucionalidade total, visto que o ato editado em desconformidade com 
as normas previstas constitucionalmente deve todo ele ser declarado inconstitucional.
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DIREITO CONSTITUCIONAL
Errado.
Pode haver inconstitucionalidade parcial mesmo no caso de inconstitucionalidade formal. Va-
mos a uma hipótese: imagine que tramita no Congresso Nacional um projeto de lei ordinária que 
trate de matéria própria de lei ordinária; no entanto, é inserido um artigo cuja matéria deveria ser 
tratada por lei complementar. Como todo o projeto de lei foi aprovado por maioria simples, esse 
artigo não atingiu a maioria absoluta exigida pela Constituição para tratar de matéria própria de 
lei complementar, sendo apenas o referido artigo atingido pelo vício de inconstitucionalidade 
formal. Percebeu? Haverá uma inconstitucionalidade formal apenas em parte da lei.
Antes de continuarmos, vejamos um mapa mental.
ESPÉCIES DE 
INCONSTITUCIONALIDADE
MATERIAL 
(NOMOESTÁTICA)
FORMAL 
(NOMODINÂMICA)
TOTAL
PARCIAL
vício no processo legislativo
Subjetiva vício na iniciativa (Ex.: art. 61, § 1°)
Objetiva vício nas demais fases (Ex.: art. 69)
Orgânica vício na repartição de competências (Ex.: art. 22)
conflito de conteúdo 
Toda a lei
Parte da lei
8. sistemas de Controle de ConstituCionalidade
Pelo mundo, os sistemas de controle de constitucionalidade são o jurisdicional (ou judi-
cial), o político e o misto.
No controle jurisdicional ou judicial, a competência para realizar o controle de constitu-
cionalidade é conferida aos órgãos que integram o Poder Judiciário. Por sua vez, no controle 
político, o controle de constitucionalidade recai sobre órgãos que não integram o Poder Judi-
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DIREITO CONSTITUCIONAL
ciário (exemplo: na França, o controle de constitucionalidade é realizado pelo Conselho Consti-
tucional Francês). Já no controle misto, parte das leis são fiscalizadas por órgãos de natureza 
política, alheios à estrutura do Poder Judiciário, e  outra parte são fiscalizadas pelo próprio 
Poder Judiciário (exemplo: na Suíça, as leis nacionais submetem-se ao controle político; já as 
leis locais são submetidas ao controle judicial).
E como é no Brasil? No Brasil, o controle é predominantemente judicial. Não se trata de 
um modelo jurisdicional puro, haja vista existir, pontualmente, controles de natureza política 
realizados pelos demais Poderes da República.
São exemplos de controle político no Brasil:
a) a competência das Comissões de Constituição e Justiça para verificarem a constitucio-
nalidade dos projetos de lei;
b) o veto jurídico do Presidente da República pela inconstitucionalidade do projeto de lei 
(art. 66, § 1º); e
c) o enunciado da Súmula 347, do STF, permite que os Tribunais de Contas, no exercício de 
suas atribuições, apreciem a constitucionalidade das leis e dos atos do poder público. Essa 
competência dos Tribunais de Contas para realizarem controle de constitucionalidade SEM-
PRE se dará no concreto concreto, jamais no abstrato (faremos essa distinção mais à frente).
Como você pode notar, são órgãos que não integram o Poder Judiciário realizando controle 
de constitucionalidade no Brasil.
Questão 14 (MPOG/ESPECIALISTA EM POLÍTICAS PÚBLICAS E GESTÃO GOVERNAMEN-
TAL/2009) No Brasil, o controle de constitucionalidade realiza-se mediante a submissão das 
leis federais ao controle político do Congresso Nacional, e as leis estaduais, municipais, ou 
distritais ao controle jurisdicional.
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Controle de Constitucionalidade
DIREITO CONSTITUCIONAL
Errado.
No Brasil, quem detém a competência para realizar o controle de constitucionalidade é o Poder 
Judiciário, havendo apenas traços de controle político.
Questão 15 (SERPRO/ADVOGADO/2010) De acordo com a jurisprudência do STF, os tribu-
nais de contas, no exercício de suas atribuições, não podem apreciar a constitucionalidade das 
leis e dos atos do poder público, em razão de suas decisões serem de caráter eminentemente 
administrativo.
Errado.
À luz da Súmula 347, do STF, é permitido que os Tribunais de Contas, no exercício de suas atri-
buições, apreciem a constitucionalidade das leis e dos atos do poder público.
SISTEMAS DE 
CONTROLE
JUDICIAL
POLÍTICO
MISTO
NO BRASIL
realizado por órgãos não integrantes do Poder Judiciário
ex.: França (realizado pelo Conselho Constitucional Francês)
parcialmente judicial e parcialmente político
ex.: Suíça (leis nacionais – controle político; leis locais – controle judicial)
predominantemente judicial
CCJ
Veto jurídico (art. 66, § 1° )
Súmula 347 do STF
realizado pelo Poder Judiciário
 CONTROLES POLÍTICOS NO BRASIL
sempre no controle concreto
Súmula 347, do STF: o Tribunal de Contas, no exercício de suas atribuições, pode apreciar a constitucionalidade das leis e 
dos atos do poder público.
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Controle de Constitucionalidade
DIREITO CONSTITUCIONAL
9. momento do Controle de ConstituCionalidade
Quanto ao momento do controle de constitucionalidade, pode ser preventivo ou repressivo.
Será preventivo quando se fiscaliza um projeto de lei, com o fim de se evitar que seja inse-
rida no ordenamento jurídico uma norma incompatível com a Constituição.
Todos os Poderes da República têm a possibilidade de atuar no controle preventivo.
No caso do Poder Legislativo, o controle preventivo fica a cargo das já citadas Comissões 
de Constituição e Justiça da Câmara dos Deputados e do Senado Federal.
O Poder Executivo exerce o controle preventivo por meio do veto jurídico do Presidente da 
República previsto no art. 61, § 1º.
Cuidado com o que eu vou dizer agora!!! O Poder Judiciário atua no controle preventivo em 
apenas uma única hipótese: quando houver um mandado de segurança impetrado no Supremo 
Tribunal Federal por parlamentar da própria Casa legislativa em que esteja o projeto de lei pela 
inobservância do devido processo legislativo constitucional. Imagine que esteja tramitando no 
Congresso Nacional uma proposta de emenda à Constituição (PEC) para abolir uma cláusula 
pétrea. Essa PEC está na Câmara dos Deputados. Um Deputado Federal poderá entrar no STF 
com um mandado de segurança pedindo o arquivamento dessa PEC, por ofensa à Constituição 
Federal, haja vista que é proibida proposta de emenda tendente a abolir as matérias elencadas 
no art. 60, § 4º, conhecidas como cláusulas pétreas. Na situação apresentada, o Poder Judiciá-
rio estará atuando, excepcionalmente, no controle preventivo de constitucionalidade, retirando 
do mundo jurídico um projeto de lei (no caso, uma PEC).
Questão 16 (HEMOBRAS/ADVOGADO/2008) O controle de constitucionalidade preventivo 
pode ser exercido pelasComissões de Constituição e Justiça da Câmara dos Deputados e do 
Senado Federal, e pelo veto do Presidente da República.
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Controle de Constitucionalidade
DIREITO CONSTITUCIONAL
Certo.
Exatamente o que falamos.
Questão 17 (TJ-PB/JUIZ SUBSTITUTO/2011/ADAPTADO) O controle judicial preventivo de 
constitucionalidade, que envolve vício no processo legislativo, deve ser exercido pelo STF via 
mandado de segurança.
Certo.
Única hipótese de controle preventivo realizado pelo Poder Judiciário.
Questão 18 (TRF 5/JUIZ FEDERAL SUBSTITUTO/2011) O controle prévio ou preventivo de 
constitucionalidade não pode ocorrer pela via jurisdicional, uma vez que ao Poder Judiciário foi 
reservado o controle posterior ou repressivo, realizado tanto de forma difusa quanto de forma 
concentrada.
Errado.
Como alertamos, há uma única hipótese para o Poder Judiciário atuar no controle preventivo: 
quando houver um mandado de segurança impetrado por parlamentar da própria Casa legisla-
tiva pela inobservância do devido processo legislativo constitucional.
Por sua vez, o controle será repressivo quando recair sobre uma lei já existente. Também 
é realizado por todos os Poderes da República. Vejamos.
O Poder Legislativo atua no controle repressivo nas seguintes hipóteses:
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a) art. 49, V – a competência exclusiva do Congresso Nacional para sustar os atos norma-
tivos do Poder Executivo que exorbitem do poder regulamentar ou dos limites de delegação 
legislativa;
b) art. 52, X – a possibilidade de o Senado Federal suspender a execução, no todo ou em 
parte, de lei declarada inconstitucional por decisão definitiva do STF em controle difuso de 
constitucionalidade;
DE OLHO NA JURISPRUDÊNCIA
O STF caminha para entender que se está diante de verdadeira mutação constitucional do art. 
52, X, especialmente com a adoção da repercussão geral nos recursos extraordinário. O que se 
propõe é uma interpretação que confira ao Senado Federal a possibilidade de simplesmente, 
mediante publicação, divulgar a decisão do STF (ADIs 3.406 e 3.470).
c) art. 62, § 5º – a verificação do atendimento dos pressupostos constitucionais da rele-
vância e urgência das medidas provisórias realizada por cada uma das Casas do Congresso 
Nacional.
No caso da atuação do Poder Executivo no controle repressivo, há uma controvérsia sobre 
essa possibilidade, mas a doutrina majoritária entende que o Presidente da República poderia 
orientar os órgãos da Administração Pública federal a não observar uma lei que entenda in-
constitucional, uma vez que os três Poderes estão no mesmo nível.
VAMOS APROFUNDAR
Sobre essa possibilidade de descumprimento de lei inconstitucional pelo Presidente da Repú-
blica, importante trazer os seus aspectos históricos. 
O controle concentrado de constitucionalidade surge com a EC 16/1965, que estabeleceu 
como único legitimado o Procurador-Geral da República. Nessa época, a doutrina e a jurispru-
dência firmaram o entendimento de que o Presidente da República poderia deixar de aplicar 
uma lei que entendesse inconstitucional, orientando a Administração Pública a seguir esse 
entendimento, uma vez que o Ministério Público detinha o monopólio para provocar o controle 
concentrado de constitucionalidade. 
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Controle de Constitucionalidade
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Por sua vez, com o advento da atual Constituição Federal, o argumento, fundado na exclusi-
vidade de legitimidade perde espaço, haja vista a ampliação de competência para o controle 
concentrado de constitucionalidade, sobretudo porque o Presidente da República tornou-se 
um legitimado ativo. Com isso, passou-se a questionar a possibilidade de o Presidente da 
República negar de ofício o cumprimento da lei inconstitucional.
Ocorre que o princípio da supremacia da Constituição nos revela que a aplicação de uma lei 
flagrantemente inconstitucional é a própria negação da Constituição. Nesse sentido, não há 
razão para que o Presidente da República aplique uma norma inconstitucional, mesmo legiti-
mado para impetrar uma ação direta de inconstitucionalidade. Por tudo isso, permanece pos-
sível ao Presidente da República, mesmo com a mudança do contexto jurídico, negar cumpri-
mento a uma lei contrária à Constituição.
Por fim, o Poder Judiciário realiza o controle repressivo de constitucionalidade, tanto por 
meio do controle difuso, quanto por meio do controle concentrado (a seguir explicarei a dife-
rença entre os dois).
MOMENTO DO 
CONTROLE
PREVENTIVO
REPRESSIVO
sobre o projeto de lei
sobre a lei
LEGISLATIVO
EXECUTIVO
JUDICIÁRIO
LEGISLATIVO
EXECUTIVO
JUDICIÁRIO
TCU
CCJ
MS impetrado pelo parlamentar da própria Casa pelo 
desrespeito ao processo legislativo constitucional (ex.: 
PEC tendente a abolir cláusula pétrea) – única hipó-
tese de atuação do Judiciário no controle preventivo
Competência do CN para sustar atos normativos (art. 49, V)
Possibilidade do SF suspender a execução de lei declarada 
inconstitucional pelo STF (art. 52, X)
Verificação dos pressupostos da MP (art. 62, § 5° )
possibilidade de o Presidente negar cumprimento a uma 
lei inconstitucional – aplicar uma lei inconstitucional é a 
própria negação da CF (divergência: o Presidente deve 
impetrar uma ADI)
função típica
Súmula 347 do STF
Veto jurídico (art. 66, § 1 º)NO BRASIL
NO BRASIL
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10. modelos de Controle de ConstituCionalidade
O Poder Judiciário brasileiro atua em dois modelos de controle de constitucionalidade: o 
modelo concentrado (também conhecido como reservado) e o modelo difuso (também cha-
mado de aberto ou incidental).
Haverá controle de constitucionalidade concentrado quando o Supremo Tribunal Federal 
julgar as seguintes ações:
a) ação direta de inconstitucionalidade genérica (ADI);
b) ação declaratória de constitucionalidade (ADC);
c) ação direta de inconstitucionalidade por omissão (ADO);
d) arguição de descumprimento de preceito fundamental (ADPF); e
e) ação direta de inconstitucionalidade interventiva (ADI interventiva).
Por sua vez, o modelo será o difuso, ou sistema norte-americano, quando realizado pe-
los demais órgãos do Poder Judiciário brasileiro. Será considerado controle difuso, também, 
quando o STF julgar as demais ações que não sejam aquelas elencadas no parágrafo anterior, 
como, por exemplo, um mandado de segurança.
Questão 19 (DPU/AGENTE ADMINISTRATIVO/2010) O sistema jurisdicional instituído com 
a CF, influenciado pelo constitucionalismo norte-americano, acolheu exclusivamente o critério 
de controle de constitucionalidade difuso, ou seja, por via de exceção.
Errado.
No Brasil, há os dois modelos de controle de constitucionalidade:o difuso e o concentrado.
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Questão 20 (DPU/AGENTE ADMINISTRATIVO/2010) O controle difuso (ou jurisdição cons-
titucional difusa) e o controle concentrado (ou jurisdição constitucional concentrada) são dois 
critérios de controle de constitucionalidade. O primeiro é verificado quando se reconhece o seu 
exercício a todos os componentes do Poder Judiciário, e o segundo ocorre se só for deferido 
ao tribunal de cúpula ou a uma corte especial.
Certo.
Exatamente isso!
Acerca dos antecedentes históricos, segundo Vicente Paulo e Marcelo Alexandrino1, o mo-
delo concentrado teve sua origem na Áustria, em 1920, sob a influência do jurista Hans Kel-
sen. Para Kelsen, a fiscalização da validade das leis representava tarefa especial, autônoma, 
que não deveria ser conferida a todos os membros do Poder Judiciário, já encarregados de 
exercerem a jurisdição, mas somente a uma Corte Constitucional, que deveria desempenhar 
exclusivamente essa função. Sob esse pensamento, foi criado o Tribunal Constitucional Aus-
tríaco, com a função exclusiva de realizar o controle de constitucionalidade das leis. Na visão 
de Kelsen, a função precípua do controle concentrado não seria a solução de casos concretos, 
mas sim a anulação genérica da lei incompatível com as normas constitucionais.
Por outro lado, no modelo difuso, ou sistema norte-americano, todos os órgãos do Poder 
Judiciário, inclusive o próprio STF, podem realizar o controle de constitucionalidade das leis e 
dos atos normativos. A sua origem histórica está assentada no famoso caso Madison versus 
Marbury (1803), em que o Juiz Marshall da Suprema Corte Americana afirmou que é ínsito da 
atividade jurisdicional interpretar e aplicar a lei e, ao fazê-lo, identificando contradição entre a 
legislação e a Constituição Federal, deve o magistrado aplicar esta última por ser superior a 
qualquer lei infraconstitucional.
1 PAULO, Vicente; ALEXANDRINO, Marcelo. Direito constitucional descomplicado. 4. ed. São Paulo: Método, 2009. p. 706.
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NO BRASIL
CONCENTRADO + DIFUSO
DIFUSO
todos os órgãos do Poder Judiciário (inclusive o STF)
ORIGEM HISTÓRICA
caso Madison x Marbury: o juiz Marshall da Suprema Corte 
americana afirmou que é ínsito a todos os juízes realizar 
controle de constitucionalidade
CONCENTRADO
somente pelo órgão de cúpula do Poder Judiciário
ORIGEM HISTÓRICA
Áustria (1920): Kelsen entendia que a fiscalização 
das leis deveria ser realizada somente por uma 
Corte Constitucional
NO BRASIL (STF)
ADI
ADC
ADO
ADPF
ADI Interventiva
MODELOS DE 
CONTROLE
11. Formas de Controle de ConstituCionalidade
Existem duas formas pelas quais se pode buscar no Poder Judiciário a declaração de in-
constitucionalidade de uma norma: pela via concreta e pela via abstrata.
Na via concreta (ou por via de exceção), a impugnação de uma lei pressupõe a comprova-
ção de lesão a direito daquele que alega. Tenho me valido de um exemplo hipotético esdrúxulo, 
mas elucidativo.
Exemplo: imagine que um Estado-membro altere a alíquota do IPVA para 95% do valor do 
carro. Essa lei que trouxe essa nova alíquota fere a Constituição Federal, que proíbe tributos 
com caráter confiscatório. Eu, contribuinte do IPVA, posso ir até o Poder Judiciário e entrar 
com uma ação. No pedido da ação, digo: não quero pagar o IPVA; na fundamentação do pedido 
alego que a lei é inconstitucional. O juiz que julgar a minha ação realizará o controle de cons-
titucionalidade concreto, uma vez que a inconstitucionalidade da norma está vinculada a uma 
situação real. Percebeu?
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Já pela via abstrata (ou por via de ação), a inconstitucionalidade é requerida “em tese”, sem 
vinculação à ofensa a direito, sem vinculação a um caso concreto. Vamos utilizar o mesmo 
exemplo acima. Mas agora um dos legitimados do art. 103 entra com uma ADI. No próprio pe-
dido da ação, o autor requererá a inconstitucionalidade da lei, independentemente da compro-
vação de lesão a direito de alguém, porque, pela via abstrata, o que se busca é a preservação 
da Constituição Federal que foi violada por uma lei inconstitucional. Ou seja, na via abstrata 
não há um caso concreto a ser analisado, apenas se a lei ofende ou não a Constituição.
Creio que tenha ficado claro.
Questão 21 (MRE/ASSISTENTE DE CHANCELARIA/2004) Quando se realiza o controle de 
constitucionalidade de atos normativos por um único tribunal, independentemente da existên-
cia de um caso concreto a ser julgado, diz-se que esse controle é concentrado e abstrato.
Certo.
Exatamente isso. É concentrado porque realizado por apenas um tribunal, no caso brasileiro, 
o STF, e abstrato porque não se liga a um caso concreto.
Exemplo hipotético: lei estadual que eleva a alíquota 
do IPVA para 95% (fere o princípio do não confisco)
contra lei em teseABSTRATO
exige a comprovação de lesão a direitoCONCRETO
FORMAS DE 
CONTROLE
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12. Controle diFuso
Legitimação ativa: a legitimação ativa no controle difuso (ou incidental) de constitucio-
nalidade é ampla, uma vez que qualquer das partes (autor ou réu) poderá fundamentar suas 
razões em uma tese de inconstitucionalidade de uma norma. O Ministério Público que oficie no 
feito também pode levantar a questão de inconstitucionalidade da lei aplicável ao caso, bem 
como o próprio magistrado de ofício.
Questão 22 (AUDITOR INTERNO DE MINAS GERAIS/2008) No controle incidental, os juízes 
e tribunais só podem se manifestar sobre a inconstitucionalidade de uma lei, deixando de apli-
cá-la a casos concretos, se, antes, tiverem sido provocados por uma das partes.
Errado.
Conforme vimos, no controle difuso ou incidental, o juiz de ofício pode fundamentar sua deci-
são pela inconstitucionalidade da lei aplicável ao caso sob julgamento, independentemente de 
provocação das partes (autor ou réu).
Competência: todos os membros do Poder Judiciário (juízes, desembargadores e minis-
tros), ao julgarem suas causas, dispõem de competência para declarar a inconstitucionalidade 
das leis aplicáveis ao caso sob julgamento.
Mas muito cuidado com isso: quando o processo chega aos tribunais, um órgão fracioná-
rio desse tribunal (turma, sessão etc.) não possui essa competência, porque deverá ser respei-
tado o princípio da reserva de plenário prescrito no art. 97.
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Art. 97. Somente pelo voto da maioria absoluta de seus membros ou dos membros do respectivo 
órgão especial poderão os tribunais declarar a inconstitucionalidade de lei ou ato normativo do Po-
der Público.
Esse princípio da reserva de plenário (também chamado de cláusula full bench) estabelece 
que dentre todos os órgãos do tribunal, somente o plenário ou o órgão especial – quando hou-
ver (veja o art. 93, XI, que trata deste tal “órgão especial”) – poderão declarar a inconstituciona-
lidade das leis, por deliberação de maioria absoluta de seus membros.
Art. 93, XI - nos tribunais com número superior a vinte e cinco julgadores, poderá ser constituído 
órgão especial, com o mínimo de onze e o máximo de vinte e cinco membros, para o exercício das 
atribuições administrativas e jurisdicionais delegadas da competência do tribunal pleno, provendo-
-se metade das vagas por antiguidade e a outra metade por eleição pelo tribunal pleno;
Tal previsão significa que os órgãos fracionários e monocráticos dos tribunais (um desem-
bargador ou um ministro isoladamente, ou uma turma, ou uma sessão) não possuem compe-
tência para declarar a inconstitucionalidade da norma atacada, somente o plenário ou órgão 
especial, se houver.
Importante que se diga que todos os tribunais se submetem ao princípio da reserva de 
plenário, inclusive o próprio STF.
Questão 23 (TRF 5/JUIZ FEDERAL SUBSTITUTO/2011) Nenhum órgão fracionário de tri-
bunal dispõe de competência para declarar a inconstitucionalidade de leis ou atos normativos 
emanados do Poder Público, visto tratar-se de prerrogativa jurisdicional atribuída, exclusiva-
mente, ao plenário dos tribunais ou ao órgão especial, onde houver.
Certo.
Essa é a regra geral prevista no citado art. 97, da CF.
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Questão 24 (TRE-ES/ANALISTA ADMINISTRATIVO/2011) Somente pelo voto da maioria 
absoluta de seus membros ou dos membros do respectivo órgão especial podem os tribunais 
declarar a inconstitucionalidade de lei ou de ato normativo do poder público.
Certo.
Exatamente isso. Veja como é importante o estudo do princípio da reserva de plenário.
Aliás, o Supremo editou uma importantíssima súmula vinculante sobre o princípio da reser-
va de plenário que despenca em concurso público, vejamos:
Súmula Vinculante n.10: viola a cláusula de reserva de plenário (CF, artigo 97) a decisão de órgão 
fracionário de tribunal que, embora não declare expressamente a inconstitucionalidade de lei ou ato 
normativo do Poder Público, afasta sua incidência, no todo ou em parte.
A ideia dessa Súmula Vinculante é a seguinte: se na tese levantada pelas partes tem a aná-
lise da inconstitucionalidade de uma lei, deve o tribunal enfrentar essa análise pelo plenário ou 
órgão especial, se houver. Os órgão fracionários não podem simplesmente afastar a incidência 
da lei trazida pelas partes (autor ou réu) e julgar por outro fundamento. Se assim o fizer, estará 
sendo desrespeitado o princípio da reserva de plenário.
Questão 25 (STJ/ANALISTA JUDICIÁRIO – ÁREA JUDICIÁRIA/2018) Situação hipotética: 
Embora não tenha declarado expressamente a inconstitucionalidade de determinada lei, tur-
ma do Superior Tribunal de Justiça determinou sua não incidência parcial em determinado 
caso concreto. Assertiva: Nesse caso, fica configurada violação à cláusula de reserva de ple-
nário.
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Certo.
De acordo com o teor da Súmula Vinculante 10.
Agora cuidado: esse princípio da reserva de plenário não é absoluto.
Quando o plenário ou órgão especial (se houver) de um determinado tribunal, ou, ainda, 
o plenário do STF já tiver resolvido a questão de inconstitucionalidade em outro processo, po-
derão os órgãos fracionários aplicar o mesmo entendimento ao caso sob julgamento. É o que 
se extrai da leitura do art. 949, parágrafo único, do novo Código de Processo Civil:
os órgãos fracionários dos tribunais não submeterão ao plenário, ou ao órgão especial, a arguição 
de inconstitucionalidade, quando já houver pronunciamento destes (plenário ou órgão especial do 
próprio tribunal) ou do plenário do Supremo Tribunal Federal sobre a questão.
Isso é muito importante!!!
Questão 26 (TJDFT/ANALISTA JUDICIÁRIO/2008) O incidente de deslocamento do pro-
cesso da arguição de inconstitucionalidade, das turmas de um tribunal ao seu plenário ou ór-
gão especial, quando não houver pronunciamento destes, é desnecessário se o ato normativo 
questionado já tiver sido declarado inconstitucional por quaisquer das turmas do STF.
Errado.
Não é isso!!! O incidente de deslocamento do processo da arguição de inconstitucionalidade, 
das turmas de um tribunal ao seu plenário ou órgão especial, quando não houver pronuncia-
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mento destes, é desnecessário se o ato normativo questionado já tiver sido declarado incons-
titucional pelo plenário do STF.
DICA DO LD
O princípio da reserva de plenário não se aplica em caso de 
análise de direito pré-constitucional frente à nova Constitui-
ção, vale dizer, a verificação da recepção ou não de uma nor-
ma, justamente por não envolver juízo de inconstitucionalida-
de, dispensa a aplicação da reserva de plenário, permitindo 
o reconhecimento por órgão fracionário dos tribunais de que 
a lei pré-constitucional foi ou não recebida pela nova ordem 
constitucional. 
DE OLHO NA JURISPRUDÊNCIA
1) Segundo o STF, os órgãos fracionários dos tribunais podem aplicar a denominada interpreta-
ção conforme a Constituição sem a observância da cláusula de reserva de plenário, haja vista 
que, no caso, haverá uma declaração de constitucionalidade e não de inconstitucionalidade 
conforme se refere o art. 97. Ou seja, pode o órgão fracionário do tribunal declarar a norma 
constitucional, sem necessidade de instaurar o incidente processual próprio da reserva de ple-
nário (RE 579.721).
2) Fixou o STF que a decisão monocrática do relator exarada em medida cautelar não se 
submete à cláusula da reserva de plenário albergada no art. 97 da Constituição Federal (Rcl 
11.768). 
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DIREITO CONSTITUCIONAL
CONTROLE 
DIFUSO
COMPETÊNCIA
LEGITIMAÇÃO ATIVA ampla (autor, réu, MP, juiz de ofício)
qualquer juiz
cláusula ”full bench”
órgão fracionário de tribunal não pode
inclusive o STF
art. 949, parágrafo único, do CPC
SV 10
não se aplica em análise de recepção (não envolve juízo de 
inconstitucionalidade)
STF: 1) não se aplica na interpretação conforme (a declaração 
é de constitucionalidade); 2) não se aplica em caso de decisão 
monocráticacautelar.
Os órgãos fracionários dos tribunais não submeterão ao plenário ou ao órgão especial a arguição de inconstitucionalidade 
quando já houver pronunciamento destes ou do plenário do Supremo Tribunal Federal sobre a questão.
Viola a cláusula de reserva de plenário (CF, artigo 97) a decisão de órgão fracionário de tribunal que, embora não declare 
expressamente a inconstitucionalidade de lei ou ato normativo do Poder Público, afasta sua incidência, no todo ou em 
parte.
PRINCÍPIO DA 
RESERVA DE 
PLENÁRIO (art. 97)
Efeitos da decisão: os efeitos da decisão no controle difuso de constitucionalidade serão 
inter partes (atingindo apenas as partes – autor e réu) e ex tunc (retroagindo ao início da vigên-
cia da norma, em razão do princípio da nulidade dos atos inconstitucionais).
É importante dizer que é possível a modulação dos efeitos temporais da decisão no contro-
le difuso, aplicando, como fundamento, o art. 27 da Lei n. 9.868, de 1999.
Dispõe a norma:
Art. 27. Ao declarar a inconstitucionalidade de lei ou ato normativo, e tendo em vista razões de se-
gurança jurídica ou de excepcional interesse social, poderá o Supremo Tribunal Federal, por maioria 
de dois terços de seus membros, restringir os efeitos daquela declaração ou decidir que ela só tenha 
eficácia a partir de seu trânsito em julgado ou de outro momento que venha a ser fixado.
Atuação do Senado, à luz do art. 52, X, da CF: a Constituição Federal vigente autoriza que 
o Senado Federal suspenda a execução, no todo ou em parte, de lei declarada inconstitucional 
por decisão definitiva do Supremo Tribunal Federal.
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A ideia central aqui é a seguinte: quando o STF julga no controle difuso, os efeitos da de-
cisão serão inter partes. Entretanto, o Senado, ao tomar conhecimento da decisão do STF, po-
derá, por meio de uma resolução, estender os efeitos daquela decisão para que atinja pessoas 
estranhas ao processo, mas que se enquadrem na mesma relação jurídica, transformando a 
decisão que outrora possuía efeitos inter partes em erga omnes (para todos).
Alguns questionamentos emergem desse debate. Acompanhe comigo!!!
1) O Senado Federal está obrigado a suspender a execução da lei?
Não. É um ato discricionário do Senado.
2) Qual espécie de lei formaliza a suspensão?
Uma resolução do Senado Federal.
3) Poderá o Senado Federal modificar os limites da decisão do STF?
Não. O Senado, decidindo pela suspensão da norma, não poderá modificar os limites da 
decisão do STF. Em outras palavras, suspende nos termos da decisão do STF.
4) Pode o Senado Federal voltar atrás, desistindo da suspensão?
Não. Uma vez editada a resolução, o Senado não poderá voltar atrás, por se tratar de um 
ato irretratável.
5) Quais leis podem ser suspensas?
Todas. A competência do Senado Federal para tal fim alcança normas federais, estaduais, 
distritais e municipais.
6) Qual a eficácia da suspensão?
Depende. Em regra, a suspensão da execução da lei pelo Senado Federal possui eficácia 
ex nunc (não retroativa). Mas, se se tratar de uma norma federal, a eficácia será ex tunc (retro-
agindo), por força do art. 1º, § 2º, do Decreto n. 2.346, de 1997. Perceba:
Art. 1º As decisões do Supremo Tribunal Federal que fixem, de forma inequívoca e definitiva, inter-
pretação do texto constitucional deverão ser uniformemente observadas pela Administração Públi-
ca Federal direta e indireta, obedecidos aos procedimentos estabelecidos neste Decreto.
§ 1º Transitada em julgado decisão do Supremo Tribunal Federal que declare a inconstitucionalida-
de de lei ou ato normativo, em ação direta, a decisão, dotada de eficácia ex tunc, produzirá efeitos 
desde a entrada em vigor da norma declarada inconstitucional, salvo se o ato praticado com base 
na lei ou ato normativo inconstitucional não mais for suscetível de revisão administrativa ou judicial.
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§ 2º O disposto no parágrafo anterior aplica-se, igualmente, à lei ou ao ato normativo que tenha sua 
inconstitucionalidade proferida, incidentalmente, pelo Supremo Tribunal Federal, após a suspensão 
de sua execução pelo Senado Federal.
§ 3º O Presidente da República, mediante proposta de Ministro de Estado, dirigente de órgão inte-
grante da Presidência da República ou do Advogado-Geral da União, poderá autorizar a extensão dos 
efeitos jurídicos de decisão proferida em caso concreto.
DICA DO LD
A partir da adoção da sistemática da repercussão geral, os re-
cursos extraordinários, que possuíam efeitos inter partes, pas-
sam a ter eficácia erga omnes, tornando despicienda a norma 
escrita no art. 52, X, para os casos em apreço. Nesse contex-
to, o STF passou a considerar que o sentido normativo do art. 
52, X, seria: “compete privativamente ao Senado Federal dar 
publicidade à suspensão da execução, operada pelo Supremo 
Tribunal Federal, de lei declarada inconstitucional, no todo ou 
em parte, por decisão definitiva do Supremo”.
Questão 27 (IPAJM/ADVOGADO/2010) A suspensão de lei considerada inconstitucional 
em controle difuso, de regra, acarreta efeitos ex tunc. Tais efeitos atingem somente as partes 
do processo. Todavia, se o Senado Federal, por resolução, usar a prerrogativa constante do 
art. 52, X, da CF, qual seja, a de suspender, no todo ou em parte, a execução da lei tida por in-
constitucional, desde que a decisão tenha sido definitiva e deliberada pela maioria absoluta do 
pleno do tribunal, os efeitos serão erga omnes, porém valerão a partir do momento em que a 
resolução do Senado Federal for publicada na imprensa oficial.
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Certo.
Exatamente isso. A decisão definitiva de mérito proferida pelo STF, em controle difuso, produz, 
de regra, efeitos ex tunc. O termo “de regra” foi inserido na questão, considerando a possibilida-
de excepcional do STF modular os efeitos temporais da decisão para ex nunc, ou, até mesmo, 
pro futuro. O Senado Federal, por resolução, pode usar a prerrogativa constante do art. 52, X, 
da CF, qual seja, a de suspender, no todo ou em parte, a execução da lei tida por inconstitucio-
nal, desde que a decisão tenha sido definitiva e deliberada pela maioria absoluta do pleno do 
tribunal. Caso o faça, os efeitos serão erga omnes, porque atingirão a todos que se enquadra-
rem na situação jurídica objeto de julgamento pelo Supremo. A suspensão pelo Senado produz 
efeitos, via de regra, a partir do momento em que a resolução do Senado Federal for publicada 
na imprensa oficial (ex nunc).
Questão 28 (TJ-MS/JUIZ/2008) A resolução do Senado Federal que suspende a execução 
da lei ou ato normativo declarado inconstitucional pelo Supremo Tribunal Federal, terá efeitos 
erga omnes e ex tunc.
Errado.
A resolução do Senado Federal que suspende a execução da lei ou ato normativo declarado 
inconstitucional pelo Supremo Tribunal Federal terá efeitos erga omnes e ex nunc.
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EFEITOS DA DECISÃO
ATUAÇÃO DO SF (art. 52, X)
“inter partes”
“ex tunc” (princípio da nulidade dos atos inconstitucionais)
possibilidade de modulação dos efeitos temporais (art. 27 da Lei n. 9.868, de 1999)
RE com repercussão geral (art. 102, § 3° ): “erga omnes”
ato discricionário
por resolução
não pode modificar os limites da decisão do STF
irretratável
normas federais, estaduais, distritais e municipais
eficácia “ex nunc” (como regra)
eficácia “ex tunc” (norma federal) – Decreto n. 2.346, de 1997, art. 1º , § 2º
CONTROLE 
DIFUSO
Súmula vinculante: a criação do instituto da súmula vinculante no Brasil foi influenciada 
pelas “stare decisis” norte-americanas (as decisões da Suprema Corte gozam de efeito vincu-
lante).
Nesse contexto, o art. 103-A, da CF, inserido pela Emenda Constitucional n. 45, de 2004, 
declara que o Supremo Tribunal Federal poderá, de ofício ou por provocação, mediante decisão 
de dois terços dos seus membros, após reiteradas decisões sobre matéria constitucional, 
aprovar súmula [súmula vinculante] que, a partir de sua publicação na imprensa oficial, terá 
efeito vinculante em relação aos demais órgãos do Poder Judiciário e à administração pública 
direta e indireta, nas esferas federal, estadual e municipal, bem como proceder à sua revisão 
ou cancelamento, na forma estabelecida em lei, no caso a Lei n. 11.417, de 2006.
A súmula vinculante terá por objetivo a validade, a interpretação e a eficácia de normas 
determinadas, acerca das quais haja controvérsia atual entre órgãos judiciários ou entre esses 
e a administração pública que acarrete grave insegurança jurídica e relevante multiplicação de 
processos sobre questão idêntica.
Portanto, são requisitos para edição de uma súmula vinculante:
1) quórum de 2/3 dos membros do STF (mínimo de 8 Ministros);
2) reiteradas decisões sobre matéria constitucional;
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3) controvérsia atual entre órgãos judiciários ou entre esses e a Administração Pública 
que acarrete grave insegurança jurídica e relevante multiplicação de processos sobre questão 
idêntica.
Ademais, sem prejuízo do que vier a ser estabelecido em lei, a aprovação, revisão ou can-
celamento de súmula vinculante poderá ser provocada por aqueles que podem propor a ação 
direta de inconstitucionalidade. Cuidado com essa previsão do § 2º do art. 103-A, uma vez que, 
na verdade, a Lei n. 11.417, de 2006, em seu art. 3º, ampliou o rol de legitimados para propor 
aprovação, revisão ou cancelamento de súmula vinculante para além dos legitimados da ADI.
Art. 3° da Lei n. 11.417, de 2006: São legitimados a propor a edição, a revisão ou o cancelamento 
de enunciado de súmula vinculante: 
I – o Presidente da República; 
II – a Mesa do Senado Federal; 
III – a Mesa da Câmara dos Deputados; 
IV – o Procurador-Geral da República;
V – o Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil; 
VI – o Defensor Público-Geral da União; 
VII– partido politico com representação no Congresso Nacional; 
VIII – confederação sindical ou entidade de classe de âmbito nacional; 
IX- a Mesa de Assembleia Legislativa ou da Câmara Legislativa do Distrito Federal; 
X – o Governador de Estado ou do Distrito Federal;
XI – os Tribunais Superiores, os Tribunais de Justiça de Estados ou do Distrito Federal e Territórios, 
os Tribunais Regionais Federais, os Tribunais Regionais do Trabalho, os Tribunais Regionais Eleito-
rais e os Tribunais Militares.
Por fim, do ato administrativo ou decisão judicial que contrariar a súmula vinculante apli-
cável ou que indevidamente a aplicar, caberá reclamação ao Supremo Tribunal Federal que, 
julgando-a procedente, anulará o ato administrativo ou cassará a decisão judicial reclamada, 
e determinará que outra seja proferida com ou sem a aplicação da súmula, conforme o caso.
Questão 29 (STM/TÉCNICO JUDICIÁRIO/2011) Súmula vinculante deve ser aprovada por 
maioria absoluta dos votos do STF e incidir sobre matéria constitucional que tenha sido objeto 
de decisões reiteradas desse tribunal.
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Errado.
O quórum é de 2/3.
Questão 30 (DELEGADO DE POLÍCIA DO AP/2010) A súmula vinculante terá por objetivo 
a validade, a interpretação e a eficácia de normas determinadas, acerca das quais haja con-
trovérsia atual entre órgãos judiciários ou entre esses e a administração pública que acarrete 
grave insegurança jurídica e relevante multiplicação de processos sobre questão idêntica.
Certo.
Exatamente isso!!!
Ponto interessante que merece destaque diz respeito à extensão dos efeitos vinculantes. 
Como disse na minha obra Direito Constitucional Essencial,
conforme delineado pelo caput e pelo § 3º do art. 103-A, o efeito vinculante dirige-se, precipua-
mente, ao Poder Judiciário e ao Poder Executivo das três esferas federativas. Isso não significa 
que o Poder Legislativo não seja atingido pelos efeitos vinculantes da súmula, haja vista que, atipi-
camente, também exerce atividades administrativas. Vale dizer, o efeito vinculante da súmula atin-
ge o Poder Legislativo quando atua na realização de sua função atípica de administrador (exemplo: 
nomeação de servidor público). A súmula vinculante não atinge o Legislativo na sua função típica 
de legislar. Não vincula, portanto, os atos legislativos próprios (leis ordinárias, leis complemen-
tares, emendas constitucionais etc.). A  ideia estende-se às medidas provisórias que, apesar de 
criadas pelo Poder Executivo, cuida-se de verdadeiro ato normativo primário e, portanto, não sujeito 
ao efeito vinculante da súmula. O Poder Legislativo deve respeitar, por exemplo, o enunciado da 
súmula vinculante 13: a nomeação de cônjuge, companheiro ou parente em linha reta, colateral 
ou por afinidade, até o terceiro grau, inclusive, da autoridade nomeante ou de servidor da mesma 
pessoa jurídica investido em cargo de direção, chefia ou assessoramento, para o exercício de car-
go em comissão ou de confiança ou, ainda, de função gratificada na Administração Pública direta 
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e indireta em qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, 
compreendido o ajuste mediante designações recíprocas, viola a Constituição Federal.2
DE OLHO NO DETALHE
Os efeitos vinculantes da súmula atingem:
1) o Poder Executivo, salvo quando exerce a função típica de legislar;
2) o Poder Judiciário;
3) o Poder Legislativo, quando exerce as funções atípicas de administrar e julgar.
Questão 31 (CNJ/ANALISTA ADMINISTRATIVO/2013) Uma súmula vinculante editada 
pelo STF terá efeito vinculante em relação aos demais órgãos do Poder Judiciário, não atingin-
do, pelo princípio da separação dos poderes, os PoderesLegislativo e Executivo, que possuem 
meios próprios de vinculação de seus atos.
Errado.
Atinge o Legislativo no exercício da sua função atípica de administrador, bem como atinge o 
Poder Executivo. Só não alcança a função legislativa.
Antes de continuarmos, vejamos um mapa mental.
2 DUTRA, Luciano. Direito Constitucional Essencial. Editora Método. 3ª edição. 2017. p. 78.
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Art. 3° São legitimados a propor a edição, a revisão ou o cancelamento de enunciado de súmula vinculante: I – o Presidente 
da República; II – a Mesa do Senado Federal; III – a Mesa da Câmara dos Deputados; IV – o Procurador-Geral da República; 
V – o Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil; VI – o Defensor Público-Geral da União; VII– partido politico com 
representação no Congresso Nacional; VIII – confederação sindical ou entidade de classe de âmbito nacional; IX- a Mesa 
de Assembleia Legislativa ou da Câmara Legislativa do Distrito Federal; X – o Governador de Estado ou do Distrito Federal; 
XI – os Tribunais Superiores, os Tribunais de Justiça de Estados ou do Distrito Federal e Territórios, os Tribunais Regionais 
Federais, os Tribunais Regionais do Trabalho, os Tribunais Regionais Eleitorais e os Tribunais Militares.
LEGITIMADOS influenciada pelas “stare decisis” norte-americanas (as 
decisões da Suprema Corte gozam de efeito vinculante)
EFEITO
art. 103-A
REQUISITOS
art. 103-A. § 2º?
art. 3° da Lei n. 11.417, de 2006, 
ampliou o rol
2/3
reiteradas decisões
controvérsia atual entre órgãos judiciários 
ou entre esses e a administração pública que 
acarrete grave insegurança jurídica e relevante 
multiplicação de processos sobre questão idêntica
vinculante em relação aos demais 
órgãos do Poder Judiciário e à toda 
a administração pública
atinge o Legislativo na função 
atípica de administrador (ex.: SV 
13)
não atinge o Legislativo na função 
típica de legislador (separação dos 
poderes)
não atinge o Executivo na função 
atípica de legislador
SÚMULA 
VINCULANTE
13. Controle ConCentrado – ação direta de inConstituCionalidade (adi)
Legitimação ativa: temos que decorar o rol do art. 103, I a IX. Vejamos:
Art. 103. Podem propor a ação direta de inconstitucionalidade e a ação declaratória de constitucio-
nalidade:
I – o Presidente da República;
II – a Mesa do Senado Federal;
III – a Mesa da Câmara dos Deputados;
IV – a Mesa de Assembleia Legislativa ou da Câmara Legislativa do Distrito Federal;
V – o Governador de Estado ou do Distrito Federal;
VI – o Procurador-Geral da República;
VII – o Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil;
VIII – partido político com representação no Congresso Nacional;
IX – confederação sindical ou entidade de classe de âmbito nacional.
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Reconheço que não é tarefa fácil esta memorização. Vou passar para você uma dica:
DICA DO LD
3 autoridades: Presidente da República; Governadores; Procu-
rador-Geral da República.
3 mesas: Mesa do Senado Federal; Mesa da Câmara dos De-
putados; Mesa das Assembleias Legislativas.
3 instituições: Conselho Federal da OAB; partido político com 
representação no Congresso Nacional; confederação sindical 
ou entidade de classe de âmbito nacional.
DE OLHO NOS DETALHES
1) Entende-se por partido político com representação no Congresso Nacional aquele que 
possui pelo menos um Deputado Federal ou um Senador da República.
2) Segundo o entendimento do STF, a representação há de ser comprovada no momento da 
propositura da ação e não no momento do seu julgamento. Ou seja, não se fala em perda 
superveniente de legitimidade se, entre a propositura da ADI e o julgamento, o partido político 
perder sua representação no Congresso Nacional.
3) Só a confederação sindical possui legitimidade ativa. Isto é, os sindicatos, as federações 
sindicais e as centrais sindicais não são legitimadas ativas.
4) Quanto às entidades de classe de âmbito nacional, o STF muda seu entendimento para reco-
nhecer a legitimidade das denominadas “associações de associações” (também conhecidas 
como entidades de classe de segundo grau), que congregam exclusivamente pessoas jurídi-
cas como associados.
5) Segundo o STF, as entidades de classe de âmbito nacional, que reúnam membros de mais 
de uma atividade profissional ou econômica, em razão da heterogeneidade da sua composi-
ção, não possui legitimidade ativa.
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Questão 32 (SEFAZ-RJ/FISCAL DE RENDA/2010) Não possui legitimidade para propor ação 
direta de inconstitucionalidade:
a) A mesa da Câmara dos Deputados.
b) A mesa do Senado Federal.
c) A mesa do Congresso Nacional.
d) A mesa da Câmara Legislativa do Distrito Federal.
e) A confederação sindical de âmbito nacional.
Letra c.
A única alternativa que não representa um legitimado ativo presente no art. 103 é a letra c. 
Percebeu como é importante memorizar o rol do art. 103?
Questão 33 (MPE-PI/ANALISTA MINISTERIAL/2018) O controle da inconstitucionalidade 
por omissão pode ocorrer por meio do mandado de injunção ou da ação direta de inconstitu-
cionalidade por omissão, a qual pode ser proposta por ministério público estadual, que é cons-
titucionalmente um dos legitimados ativos.
Errado.
Conforme o rol taxativo do art. 103, o MP estadual não pode propor ADI.
É importante dizer que nesse rol taxativo do art. 103 há legitimados universais e legitima-
dos especiais. Mas qual a diferença? Os legitimados universais podem arguir a inconstitucio-
nalidade de qualquer matéria, ao passo que os legitimados especiais só podem levar para o 
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STF a discussão de matérias sobre as quais demonstrarem interesse (aquilo que se denomina 
pertinência temática).
São legitimados universais: Presidente da República; Mesa do Senado Federal; Mesa da 
Câmara dos Deputados; Procurador-Geral da República; Conselho Federal da Ordem dos Advo-
gados do Brasil; partido político com representação no Congresso Nacional.
São legitimados especiais: Mesa da Assembleia Legislativa ou da Câmara Legislativa do 
Distrito Federal; Governador de Estado ou do Distrito Federal; confederação sindical ou entida-
de de classe de âmbito nacional.
Questão 34 (TCE-ES/PROCURADOR/2009) Não se exige, para fins de ajuizamento e conhe-
cimento da ADI, a prova da pertinência temática por parte das Mesas do Senado Federal, da 
Câmara dos Deputados, das assembleias legislativas dos estados ou da Câmara Legislativa 
do DF.
Errado.
As Mesas da Assembleia Legislativa ou da Câmara Legislativa do Distrito Federal são legitima-
dos especiais, ou seja, devem demonstrar a pertinência temática.
Outro ponto que merece

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