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SISTEMA DE ENSINO DIREITO CONSTITUCIONAL Controle de Constitucionalidade Livro Eletrônico 2 de 184www.grancursosonline.com.br Luciano Dutra Controle de Constitucionalidade DIREITO CONSTITUCIONAL 1. Controle de Constitucionalidade ..................................................................................4 2. Conceito .....................................................................................................................4 3. Pressupostos .............................................................................................................4 4. Legislação Aplicada .................................................................................................. 10 5. Inconstitucionalidade por Ação e por Omissão ......................................................... 10 6. Inconstitucionalidade Material e Formal ................................................................... 12 7. Inconstitucionalidade Total ou Parcial ....................................................................... 14 8. Sistemas de Controle de Constitucionalidade ........................................................... 15 9. Momento do Controle de Constitucionalidade ........................................................... 18 10. Modelos de Controle de Constitucionalidade ...........................................................22 11. Formas de Controle de Constitucionalidade .............................................................24 12. Controle Difuso .......................................................................................................26 13. Controle Concentrado – Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) ........................39 14. Controle Concentrado – Ação Direta de Inconstitucionalidade por Omissão (ADO) ..59 15. Controle Concentrado – Ação Declaratória de Constitucionalidade (ADC) ................64 16. Controle Concentrado – Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF)..........................................................................................................................72 17. Controle Concentrado – Representação Interventiva .............................................. 80 18. Inconstitucionalidade por Arrastamento, por Arrasto, por Atração, Consequencial ou por Reverberação Normativa .................................................................................. 81 19. Inconstitucionalidade Superveniente versus Revogação ..........................................83 20. Normas Constitucionais Originárias Inconstitucionais .............................................83 21. Transcendência dos Motivos Determinantes ...........................................................83 22. Declaração de Nulidade sem Redução de Texto ..................................................... 84 O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. 3 de 184www.grancursosonline.com.br Luciano Dutra Controle de Constitucionalidade DIREITO CONSTITUCIONAL 22. Inconstitucionalidade Progressiva, Lei ainda Constitucional ou Inconstitucionalidade em Trânsito ................................................................................................................. 84 23. Bloco de Constitucionalidade ................................................................................ 85 24. Controle de Constitucionalidade nos Estados-membros e no Distrito Federal ....... 85 25. Controle de Constitucionalidade pelos Tribunais de Contas .................................... 86 26. Controle de Constitucionalidade na Ação Civil Pública ........................................... 86 27. Estado de Coisas Inconstitucional .......................................................................... 86 Súmulas e Jurisprudência Aplicáveis ............................................................................87 Resumo ....................................................................................................................... 118 Questões de Concurso ................................................................................................ 126 Gabarito ..................................................................................................................... 145 Gabarito Comentado ................................................................................................... 146 O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. 4 de 184www.grancursosonline.com.br Luciano Dutra Controle de Constitucionalidade DIREITO CONSTITUCIONAL 1. Controle de ConstituCionalidade Querido(a) aluno(a), estamos de volta. Espero que você esteja pleno(a) de saúde e dispos- to(a), pois enfrentaremos uma árdua caminhada. Primeiramente, caso você tenha preconceito com o controle de constitucionalidade, peço, encarecidamente, que se livre dessa mágoa. Reconheço que o controle de constitucionalidade é uma matéria extensa, mas está longe de ser um “bicho de sete cabeças”. Aliás, reputaria o assunto como fácil. Mas, para absorver os conhecimentos que apresentarei, concito que esteja de alma leve, sem trazer para nosso agradável encontro dissabores passados. Combinado? Então, vamos lá!!! Aperte o cinto que o avião do Gran Cursos Online decolará! 2. ConCeito O que é e para que serve o controle de constitucionalidade? O controle de constitucionali- dade é um conjunto de atos tendentes a garantir a supremacia formal da Constituição. Destina- -se a averiguar a compatibilidade vertical das demais normas jurídicas e atos do Poder Público com o seu fundamento de validade – a Constituição Federal. Se uma lei é elaborada desrespeitando os mandamentos constitucionais, deve ser expur- gada do ordenamento jurídico. Para isso, os órgãos estatais se valem do controle de constitu- cionalidade. 3. PressuPostos São pressupostos do controle de constitucionalidade a rigidez constitucional e sua supre- macia formal. Sabemos que, quanto à alterabilidade, as Constituições podem ser classificadas como imutáveis, rígidas, semirrígidas e flexíveis. Nos Estados que adotam Constituições rígidas (como é o caso do Brasil), as normas cons- titucionais só podem ser alteradas por um procedimento mais rigoroso do que aquele previsto O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. 5 de 184www.grancursosonline.com.br Luciano Dutra Controle de Constitucionalidade DIREITO CONSTITUCIONAL para a alteração das demais normas infraconstitucionais (estudaremos o processo de altera- ção da nossa Constituição Federal ao tratarmos do Processo Legislativo). Nesse modelo, segundo o escalonamento normativo proposto por Hans Kelsen, a Consti- tuição ocupa o ápice do ordenamento jurídico, servindo de fundamento de validade para toda a produção normativa subsequente, ou seja, as normas constitucionais possuem uma força destacada apta a condicionar a validade das normas infraconstitucionais. Como consequência dessa estrutura hierarquizada de normas, fala-se em supremacia for- mal das normas constitucionais em face das demais leis do ordenamento jurídico. Pode-se afirmar, portanto, que em um sistema jurídico dotado de supremacia constitu- cional, todas as normas constitucionais, independentemente de seu conteúdo, equivalem-se em termos de hierarquia (isso é muito importante) e são dotadas de supremacia formal em relação às demais normas infraconstitucionais. DE OLHONO DETALHE Todas as normas que estão na Constituição Federal são igualmente constitucionais, inde- pendentemente do seu conteúdo. Não existe uma norma constitucional que esteja acima das demais. Portanto, a dignidade da pessoa humana (art. 1º, III) é tão constitucional quanto o confisco de propriedades rurais e urbanas de qualquer região do País onde forem localizadas culturas ilegais de plantas psicotrópicas ou a exploração de trabalho escravo (art. 243). A consolidação da tese da supremacia formal da Constituição está intimamente ligada às ideias propostas por Konrad Hesse, a partir da divulgação de sua obra A Força Normativa da Constituição, que se contrapõem às ideias trazidas por Ferdinand Lassalle. Lembre-se do seguinte: Lassalle nega a existência de força normativa da Constituição ju- rídica (também chamada por ele de Constituição escrita ou Constituição formal), e, por con- sequência, nega a possibilidade de supremacia formal do seu texto, pois, no seu entender, caberia à Constituição apenas a expressão dos “fatores reais do poder” que regem uma nação. Para ele, a Constituição não tem força normativa para condicionar os atores estatais. Em sentido contrário, Konrad Hesse afirma que a Constituição jurídica não configura ape- nas a representação dos “fatores reais do poder”. Significa muito mais do que o simples refle- O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. 6 de 184www.grancursosonline.com.br Luciano Dutra Controle de Constitucionalidade DIREITO CONSTITUCIONAL xo das forças sociais e políticas. Para ele, a Constituição jurídica possui força ativa capaz de condicionar a realidade política e social de um Estado, o que denominou de “força normativa da Constituição”. A Constituição possui força normativa se os mandamentos constitucionais forem efetivamente realizados pelos detentores do poder político – é o que o autor denomi- na “vontade de Constituição”. Hesse concorda com Lassalle ao afirmar que a Constituição jurídica é condicionada pela realidade político-social; concorda, também, que a pretensão de eficácia da Constituição somente pode ser realizada se for levada em conta essa realidade. Entretanto, não concorda com Lassalle quando este conceitua a Constituição jurídica como “mera folha de papel”, pois, para Hesse, é inconcebível reduzir a Constituição jurídica à mísera função de justificar as relações de poder dominantes. Segundo a visão de Hesse, a Constitui- ção jurídica e a Constituição sociológica estão em relação de coordenação, condicionando-se mutuamente. No entanto, em caso de eventual conflito entre ambas, a Constituição jurídica deve prevalecer, uma vez que é dotada de força normativa própria. Em resumo, nossa atual Constituição Federal de 1988 é rígida, possuindo, portanto, supre- macia formal em relação às demais normas infraconstitucionais. Dessa maneira, as leis só são válidas e estão aptas a produzir seus efeitos no mundo jurídico se, e somente se, forem compatíveis com seu fundamento de validade – a Constituição Federal vigente. DE OLHO NOS DETALHES Para Konrad Hesse: 1) a Constituição possui força ativa capaz de condicionar a realidade política e social de um Estado, o que denominou de “força normativa da Constituição”; 2) a força normativa da Constituição está ligada à vontade do detentor do poder em observar as normas constitucionais – o que o autor denomina de “vontade de Constituição”; 3) em caso de eventual conflito entre as Constituições jurídica e real, a Constituição jurídica deve prevalecer, uma vez que é dotada de força normativa própria. DICA DO LD 1) Da rigidez constitucional decorre sua supremacia formal e, em virtude desta, controla-se a constitucionalidade das de- mais leis e atos normativos. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. 7 de 184www.grancursosonline.com.br Luciano Dutra Controle de Constitucionalidade DIREITO CONSTITUCIONAL 2) Importante destacar que a declaração de inconstitucionali- dade de uma lei é uma medida excepcional, em razão do prin- cípio da constitucionalidade das leis. Uma lei nasce constitu- cional e dessa forma deve ser preservada até que o Judiciário a declare inconstitucional, se for o caso. Vejamos como isso pode cair na sua prova. Questão 1 (EXAME DA OAB/2009.3) Entre os pressupostos do controle de constitucionali- dade, destacam-se a supremacia da CF e a rigidez constitucional. Certo. Exatamente o que acabo de explicar! Questão 2 (TRE-MT/ANALISTA JUDICIÁRIO/2005) A norma constitucional que prevê a li- berdade de convicção religiosa tem maior hierarquia que a norma constitucional que estabele- ce a imunidade tributária dos locais destinados a cultos religiosos. Errado. Em consequência da supremacia formal da Constituição Federal, todas as normas constitucio- nais equivalem-se em termos de hierarquia. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. 8 de 184www.grancursosonline.com.br Luciano Dutra Controle de Constitucionalidade DIREITO CONSTITUCIONAL Questão 3 (TJ-PB/JUIZ SUBSTITUTO/2011) É prevalecente, na doutrina constitucional brasileira, o entendimento de que as normas que consagram as cláusulas pétreas estão em nível hierárquico superior às demais normas constitucionais. Errado. Mais uma vez, todas as normas constitucionais equivalem-se em termos de hierarquia. Questão 4 (CGU/ANALISTA DE FINANÇAS E CONTROLE/2003) A existência de suprema- cia formal da constituição independe da existência de rigidez constitucional. Errado. Só se fala em supremacia formal da Constituição em Estados que adotam a Constituição do tipo rígida. Questão 5 (DEFENSOR PÚBLICO DO ACRE/2006) A supremacia da constituição ocorre mesmo nas chamadas constituições flexíveis. Errado. Mais uma vez, para fixarmos definitivamente a ideia central: só se fala em supremacia formal da Constituição em Estados que adotam a Constituição do tipo rígida. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. 9 de 184www.grancursosonline.com.br Luciano Dutra Controle de Constitucionalidade DIREITO CONSTITUCIONAL Questão 6 (CGU/ANALISTA DE FINANÇAS E CONTROLE/ 2003) A concepção de consti- tuição, defendida por Konrad Hesse, não tem pontos em comum com a concepção de cons- tituição defendida por Ferdinand Lassalle, uma vez que, para Konrad Hesse, os fatores histó- ricos, políticos e sociais presentes na sociedade não concorrem para a força normativa da constituição. Errado. Konrad Hesse concorda com Ferdinand Lassalle no sentido de que a Constituição jurídica é condicionada pela realidade político-social; concorda, também, que a pretensão de eficácia da Constituição somente pode ser realizada se for levada em conta essa realidade. Questão 7 (2019/CONSELHO REGIONAL DE FARMÁCIA DO SERGIPE/FARMACÊUTICO FISCAL) A ideia de supremacia constitucional coloca todas as normas constitucionais em igualdade hierárquica, do ponto de vista do sistema normativo, e em posição de superioridade em relação a todas as demais normas. Certo. Exatamente como ensinamos. Questão 8 (2019/CONSELHO REGIONAL DE FARMÁCIA DO SERGIPE/FARMACÊUTICO FISCAL) Na leitura de Konrad Hesse, a Constituição ostentaforça normativa capaz não so- mente de espelhar sociologicamente os fatores reais de poder, mas, ainda além, de condicio- nar a realidade política e social de um Estado. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. 10 de 184www.grancursosonline.com.br Luciano Dutra Controle de Constitucionalidade DIREITO CONSTITUCIONAL Certo. De acordo com o que falamos, essa é a ideia central da teoria de Konrad Hesse. 4. legislação aPliCada Para estudarmos o controle de constitucionalidade, é fundamental estarmos de posse, além da nossa tradicional fonte de estudo (a Constituição Federal), das Leis n. 9.868, de 1999, e n. 9.882, também de 1999. Portanto, imprima as leis citadas e as mantenha ao seu lado du- rante o estudo. CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE Conjunto de atos tendentes a garantir a supremacia formal da CF Declaração de inconstitucionalidade é uma medida excepcional (princípio da presunção de constitucionalidade das leis) PRESSUPOSTO Rigidez constitucional (só há supremacia formal em Constituições rígidas) LEGISLAÇÃO APLICÁVEL CF Lei n. 9.868, de 1999 Lei n. 9.882, de 1999 5. inConstituCionalidade Por ação e Por omissão Considerando que a inconstitucionalidade é justamente o indesejável desrespeito à Cons- tituição vigente, é importante fixar que essa desconformidade pode se dar por ação ou por omissão. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. 11 de 184www.grancursosonline.com.br Luciano Dutra Controle de Constitucionalidade DIREITO CONSTITUCIONAL A inconstitucionalidade por ação diz respeito à verificação da compatibilidade vertical en- tre as normas jurídicas e os atos do Poder Público com o seu parâmetro de controle – a Cons- tituição Federal. Significa um fazer inconstitucional do Poder Público. Por sua vez, a inconstitucionalidade por omissão decorre de um não fazer do Estado que ofende uma determinação constitucional. A falta de ação do Poder Público em regulamentar o direito de greve dos servidores públicos civis caracteriza uma inércia inconstitucional. A afe- rição desta inconstitucionalidade por omissão pode se dar pela via concentrada, por meio de uma ação direta de inconstitucionalidade por omissão, ou pela via difusa, por meio de manda- do de injunção. Essa omissão inconstitucional pode ser total (ausência total da norma regula- mentadora do direito constitucionalmente previsto) ou parcial (existe a norma regulamentado- ra, mas a normatização é deficiente). Daqui a pouco falaremos das ações de controle concentrado de constitucionalidade. Por ora, basta saber que existem instrumentos capazes de combater a omissão inconstitucional. Questão 9 (MPOG/ESPECIALISTA EM POLÍTICAS PÚBLICAS E GESTÃO GOVERNAMEN- TAL/2009) A supremacia da Constituição exige que todas as situações jurídicas se confor- mem com os princípios e preceitos da Constituição, mas ainda não existe instrumento jurídico capaz de corrigir omissão inconstitucional. Errado. Conforme vimos, existem mecanismos jurídicos para corrigir omissão inconstitucional. Pela via concentrada, o instrumento será a ação direta de inconstitucionalidade por omissão (estu- O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. 12 de 184www.grancursosonline.com.br Luciano Dutra Controle de Constitucionalidade DIREITO CONSTITUCIONAL dada mais à frente). Já pela via difusa, poderá ser utilizado o mandado de injunção, que será estudado em Remédios Constitucionais. O que é inconstitucionalidade? É uma ofensa à constituição. POR AÇÃO fazer inconstitucional POR OMISSÃO inércia ofensiva à CF somente possível quando a CF exige um fazer total ou parcial ESPÉCIES DE INCONSTITUCIONALIDADE 6. inConstituCionalidade material e Formal Teremos a inconstitucionalidade material (também chamada de nomoestática) quando o vício está no conteúdo da norma (na sua matéria). Já na inconstitucionalidade formal (ou nomodinâmica), o vício está no processo legislati- vo. Essa inconstitucionalidade formal subdivide-se em: a) subjetiva: o vício está na iniciativa para a propositura do projeto de lei. Pense o seguinte: o art. 61, § 1º, determina que as matérias ali previstas sejam de iniciativa privativa do Presiden- te da República. Caso um parlamentar federal apresente um projeto de lei sobre uma daquelas matérias, haverá uma inconstitucionalidade formal subjetiva; b) objetiva: o vício estará situado nas demais fases do processo legislativo, como, por exemplo, uma lei complementar, que exige um quórum de maioria absoluta (art. 69), aprovada por maioria simples. Isso gera uma inconstitucionalidade formal objetiva; c) orgânica: aqui, o vício está na repartição constitucional de competências, como, por exemplo, uma lei estadual que legisle sobre trânsito. Como a matéria é federal (art. 22, XI), caso isso aconteça, haverá uma inconstitucionalidade formal orgânica. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. 13 de 184www.grancursosonline.com.br Luciano Dutra Controle de Constitucionalidade DIREITO CONSTITUCIONAL Questão 10 (MPU/ANALISTA PROCESSUAL/2010) Verifica-se a inconstitucionalidade for- mal, também conhecida como nomodinâmica, quando a lei ou o ato normativo infraconstitu- cional contém algum vício em sua forma, independentemente do conteúdo. Certo. Exatamente isso. Na inconstitucionalidade formal, o vício é na forma, ou seja, no processo legis- lativo. Questão 11 (DPU/AGENTE ADMINISTRATIVO/2010) A inobservância da competência constitucional de um ente federativo para a elaboração de determinada lei enseja a declaração da inconstitucionalidade material do ato normativo. Errado. Na verdade, a inobservância da competência constitucional de um ente federativo para a ela- boração de determinada lei enseja a declaração da inconstitucionalidade formal orgânica do ato normativo. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. 14 de 184www.grancursosonline.com.br Luciano Dutra Controle de Constitucionalidade DIREITO CONSTITUCIONAL Questão 12 (DPU/AGENTE ADMINISTRATIVO/2010) Qualquer ato normativo que desres- peite preceito ou princípio da CF deve ser declarado inconstitucional, por possuir vício formal insanável. Errado. Se o vício é no conteúdo por ter desrespeitado matéria constitucional, teremos a inconstitucio- nalidade material. 7. inConstituCionalidade total ou ParCial Como o próprio nome já indica, a inconstitucionalidade total atinge todo o ato normativo, ao passo que, na inconstitucionalidade parcial, apenas parte da lei é atingida pelo vício de inconstitucionalidade. A declaração de inconstitucionalidade parcial pelo Poder Judiciário pode recair sobre fra- ção de artigo, parágrafo, inciso ou alínea, até mesmo sobre uma única palavra de um desses dispositivos da lei. No entanto, o Poder Judiciário não poderá subverter o intuito da lei, mudan- do o sentido e o alcance da norma, sob pena de ofensa ao princípio da separação dos poderes. Questão 13 (TJ-PB/JUIZ SUBSTITUTO/2011)A inconstitucionalidade formal relaciona-se, sempre, com a inconstitucionalidade total, visto que o ato editado em desconformidade com as normas previstas constitucionalmente deve todo ele ser declarado inconstitucional. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. 15 de 184www.grancursosonline.com.br Luciano Dutra Controle de Constitucionalidade DIREITO CONSTITUCIONAL Errado. Pode haver inconstitucionalidade parcial mesmo no caso de inconstitucionalidade formal. Va- mos a uma hipótese: imagine que tramita no Congresso Nacional um projeto de lei ordinária que trate de matéria própria de lei ordinária; no entanto, é inserido um artigo cuja matéria deveria ser tratada por lei complementar. Como todo o projeto de lei foi aprovado por maioria simples, esse artigo não atingiu a maioria absoluta exigida pela Constituição para tratar de matéria própria de lei complementar, sendo apenas o referido artigo atingido pelo vício de inconstitucionalidade formal. Percebeu? Haverá uma inconstitucionalidade formal apenas em parte da lei. Antes de continuarmos, vejamos um mapa mental. ESPÉCIES DE INCONSTITUCIONALIDADE MATERIAL (NOMOESTÁTICA) FORMAL (NOMODINÂMICA) TOTAL PARCIAL vício no processo legislativo Subjetiva vício na iniciativa (Ex.: art. 61, § 1°) Objetiva vício nas demais fases (Ex.: art. 69) Orgânica vício na repartição de competências (Ex.: art. 22) conflito de conteúdo Toda a lei Parte da lei 8. sistemas de Controle de ConstituCionalidade Pelo mundo, os sistemas de controle de constitucionalidade são o jurisdicional (ou judi- cial), o político e o misto. No controle jurisdicional ou judicial, a competência para realizar o controle de constitu- cionalidade é conferida aos órgãos que integram o Poder Judiciário. Por sua vez, no controle político, o controle de constitucionalidade recai sobre órgãos que não integram o Poder Judi- O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. 16 de 184www.grancursosonline.com.br Luciano Dutra Controle de Constitucionalidade DIREITO CONSTITUCIONAL ciário (exemplo: na França, o controle de constitucionalidade é realizado pelo Conselho Consti- tucional Francês). Já no controle misto, parte das leis são fiscalizadas por órgãos de natureza política, alheios à estrutura do Poder Judiciário, e outra parte são fiscalizadas pelo próprio Poder Judiciário (exemplo: na Suíça, as leis nacionais submetem-se ao controle político; já as leis locais são submetidas ao controle judicial). E como é no Brasil? No Brasil, o controle é predominantemente judicial. Não se trata de um modelo jurisdicional puro, haja vista existir, pontualmente, controles de natureza política realizados pelos demais Poderes da República. São exemplos de controle político no Brasil: a) a competência das Comissões de Constituição e Justiça para verificarem a constitucio- nalidade dos projetos de lei; b) o veto jurídico do Presidente da República pela inconstitucionalidade do projeto de lei (art. 66, § 1º); e c) o enunciado da Súmula 347, do STF, permite que os Tribunais de Contas, no exercício de suas atribuições, apreciem a constitucionalidade das leis e dos atos do poder público. Essa competência dos Tribunais de Contas para realizarem controle de constitucionalidade SEM- PRE se dará no concreto concreto, jamais no abstrato (faremos essa distinção mais à frente). Como você pode notar, são órgãos que não integram o Poder Judiciário realizando controle de constitucionalidade no Brasil. Questão 14 (MPOG/ESPECIALISTA EM POLÍTICAS PÚBLICAS E GESTÃO GOVERNAMEN- TAL/2009) No Brasil, o controle de constitucionalidade realiza-se mediante a submissão das leis federais ao controle político do Congresso Nacional, e as leis estaduais, municipais, ou distritais ao controle jurisdicional. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. 17 de 184www.grancursosonline.com.br Luciano Dutra Controle de Constitucionalidade DIREITO CONSTITUCIONAL Errado. No Brasil, quem detém a competência para realizar o controle de constitucionalidade é o Poder Judiciário, havendo apenas traços de controle político. Questão 15 (SERPRO/ADVOGADO/2010) De acordo com a jurisprudência do STF, os tribu- nais de contas, no exercício de suas atribuições, não podem apreciar a constitucionalidade das leis e dos atos do poder público, em razão de suas decisões serem de caráter eminentemente administrativo. Errado. À luz da Súmula 347, do STF, é permitido que os Tribunais de Contas, no exercício de suas atri- buições, apreciem a constitucionalidade das leis e dos atos do poder público. SISTEMAS DE CONTROLE JUDICIAL POLÍTICO MISTO NO BRASIL realizado por órgãos não integrantes do Poder Judiciário ex.: França (realizado pelo Conselho Constitucional Francês) parcialmente judicial e parcialmente político ex.: Suíça (leis nacionais – controle político; leis locais – controle judicial) predominantemente judicial CCJ Veto jurídico (art. 66, § 1° ) Súmula 347 do STF realizado pelo Poder Judiciário CONTROLES POLÍTICOS NO BRASIL sempre no controle concreto Súmula 347, do STF: o Tribunal de Contas, no exercício de suas atribuições, pode apreciar a constitucionalidade das leis e dos atos do poder público. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. 18 de 184www.grancursosonline.com.br Luciano Dutra Controle de Constitucionalidade DIREITO CONSTITUCIONAL 9. momento do Controle de ConstituCionalidade Quanto ao momento do controle de constitucionalidade, pode ser preventivo ou repressivo. Será preventivo quando se fiscaliza um projeto de lei, com o fim de se evitar que seja inse- rida no ordenamento jurídico uma norma incompatível com a Constituição. Todos os Poderes da República têm a possibilidade de atuar no controle preventivo. No caso do Poder Legislativo, o controle preventivo fica a cargo das já citadas Comissões de Constituição e Justiça da Câmara dos Deputados e do Senado Federal. O Poder Executivo exerce o controle preventivo por meio do veto jurídico do Presidente da República previsto no art. 61, § 1º. Cuidado com o que eu vou dizer agora!!! O Poder Judiciário atua no controle preventivo em apenas uma única hipótese: quando houver um mandado de segurança impetrado no Supremo Tribunal Federal por parlamentar da própria Casa legislativa em que esteja o projeto de lei pela inobservância do devido processo legislativo constitucional. Imagine que esteja tramitando no Congresso Nacional uma proposta de emenda à Constituição (PEC) para abolir uma cláusula pétrea. Essa PEC está na Câmara dos Deputados. Um Deputado Federal poderá entrar no STF com um mandado de segurança pedindo o arquivamento dessa PEC, por ofensa à Constituição Federal, haja vista que é proibida proposta de emenda tendente a abolir as matérias elencadas no art. 60, § 4º, conhecidas como cláusulas pétreas. Na situação apresentada, o Poder Judiciá- rio estará atuando, excepcionalmente, no controle preventivo de constitucionalidade, retirando do mundo jurídico um projeto de lei (no caso, uma PEC). Questão 16 (HEMOBRAS/ADVOGADO/2008) O controle de constitucionalidade preventivo pode ser exercido pelasComissões de Constituição e Justiça da Câmara dos Deputados e do Senado Federal, e pelo veto do Presidente da República. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. 19 de 184www.grancursosonline.com.br Luciano Dutra Controle de Constitucionalidade DIREITO CONSTITUCIONAL Certo. Exatamente o que falamos. Questão 17 (TJ-PB/JUIZ SUBSTITUTO/2011/ADAPTADO) O controle judicial preventivo de constitucionalidade, que envolve vício no processo legislativo, deve ser exercido pelo STF via mandado de segurança. Certo. Única hipótese de controle preventivo realizado pelo Poder Judiciário. Questão 18 (TRF 5/JUIZ FEDERAL SUBSTITUTO/2011) O controle prévio ou preventivo de constitucionalidade não pode ocorrer pela via jurisdicional, uma vez que ao Poder Judiciário foi reservado o controle posterior ou repressivo, realizado tanto de forma difusa quanto de forma concentrada. Errado. Como alertamos, há uma única hipótese para o Poder Judiciário atuar no controle preventivo: quando houver um mandado de segurança impetrado por parlamentar da própria Casa legisla- tiva pela inobservância do devido processo legislativo constitucional. Por sua vez, o controle será repressivo quando recair sobre uma lei já existente. Também é realizado por todos os Poderes da República. Vejamos. O Poder Legislativo atua no controle repressivo nas seguintes hipóteses: O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. 20 de 184www.grancursosonline.com.br Luciano Dutra Controle de Constitucionalidade DIREITO CONSTITUCIONAL a) art. 49, V – a competência exclusiva do Congresso Nacional para sustar os atos norma- tivos do Poder Executivo que exorbitem do poder regulamentar ou dos limites de delegação legislativa; b) art. 52, X – a possibilidade de o Senado Federal suspender a execução, no todo ou em parte, de lei declarada inconstitucional por decisão definitiva do STF em controle difuso de constitucionalidade; DE OLHO NA JURISPRUDÊNCIA O STF caminha para entender que se está diante de verdadeira mutação constitucional do art. 52, X, especialmente com a adoção da repercussão geral nos recursos extraordinário. O que se propõe é uma interpretação que confira ao Senado Federal a possibilidade de simplesmente, mediante publicação, divulgar a decisão do STF (ADIs 3.406 e 3.470). c) art. 62, § 5º – a verificação do atendimento dos pressupostos constitucionais da rele- vância e urgência das medidas provisórias realizada por cada uma das Casas do Congresso Nacional. No caso da atuação do Poder Executivo no controle repressivo, há uma controvérsia sobre essa possibilidade, mas a doutrina majoritária entende que o Presidente da República poderia orientar os órgãos da Administração Pública federal a não observar uma lei que entenda in- constitucional, uma vez que os três Poderes estão no mesmo nível. VAMOS APROFUNDAR Sobre essa possibilidade de descumprimento de lei inconstitucional pelo Presidente da Repú- blica, importante trazer os seus aspectos históricos. O controle concentrado de constitucionalidade surge com a EC 16/1965, que estabeleceu como único legitimado o Procurador-Geral da República. Nessa época, a doutrina e a jurispru- dência firmaram o entendimento de que o Presidente da República poderia deixar de aplicar uma lei que entendesse inconstitucional, orientando a Administração Pública a seguir esse entendimento, uma vez que o Ministério Público detinha o monopólio para provocar o controle concentrado de constitucionalidade. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. 21 de 184www.grancursosonline.com.br Luciano Dutra Controle de Constitucionalidade DIREITO CONSTITUCIONAL Por sua vez, com o advento da atual Constituição Federal, o argumento, fundado na exclusi- vidade de legitimidade perde espaço, haja vista a ampliação de competência para o controle concentrado de constitucionalidade, sobretudo porque o Presidente da República tornou-se um legitimado ativo. Com isso, passou-se a questionar a possibilidade de o Presidente da República negar de ofício o cumprimento da lei inconstitucional. Ocorre que o princípio da supremacia da Constituição nos revela que a aplicação de uma lei flagrantemente inconstitucional é a própria negação da Constituição. Nesse sentido, não há razão para que o Presidente da República aplique uma norma inconstitucional, mesmo legiti- mado para impetrar uma ação direta de inconstitucionalidade. Por tudo isso, permanece pos- sível ao Presidente da República, mesmo com a mudança do contexto jurídico, negar cumpri- mento a uma lei contrária à Constituição. Por fim, o Poder Judiciário realiza o controle repressivo de constitucionalidade, tanto por meio do controle difuso, quanto por meio do controle concentrado (a seguir explicarei a dife- rença entre os dois). MOMENTO DO CONTROLE PREVENTIVO REPRESSIVO sobre o projeto de lei sobre a lei LEGISLATIVO EXECUTIVO JUDICIÁRIO LEGISLATIVO EXECUTIVO JUDICIÁRIO TCU CCJ MS impetrado pelo parlamentar da própria Casa pelo desrespeito ao processo legislativo constitucional (ex.: PEC tendente a abolir cláusula pétrea) – única hipó- tese de atuação do Judiciário no controle preventivo Competência do CN para sustar atos normativos (art. 49, V) Possibilidade do SF suspender a execução de lei declarada inconstitucional pelo STF (art. 52, X) Verificação dos pressupostos da MP (art. 62, § 5° ) possibilidade de o Presidente negar cumprimento a uma lei inconstitucional – aplicar uma lei inconstitucional é a própria negação da CF (divergência: o Presidente deve impetrar uma ADI) função típica Súmula 347 do STF Veto jurídico (art. 66, § 1 º)NO BRASIL NO BRASIL O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. 22 de 184www.grancursosonline.com.br Luciano Dutra Controle de Constitucionalidade DIREITO CONSTITUCIONAL 10. modelos de Controle de ConstituCionalidade O Poder Judiciário brasileiro atua em dois modelos de controle de constitucionalidade: o modelo concentrado (também conhecido como reservado) e o modelo difuso (também cha- mado de aberto ou incidental). Haverá controle de constitucionalidade concentrado quando o Supremo Tribunal Federal julgar as seguintes ações: a) ação direta de inconstitucionalidade genérica (ADI); b) ação declaratória de constitucionalidade (ADC); c) ação direta de inconstitucionalidade por omissão (ADO); d) arguição de descumprimento de preceito fundamental (ADPF); e e) ação direta de inconstitucionalidade interventiva (ADI interventiva). Por sua vez, o modelo será o difuso, ou sistema norte-americano, quando realizado pe- los demais órgãos do Poder Judiciário brasileiro. Será considerado controle difuso, também, quando o STF julgar as demais ações que não sejam aquelas elencadas no parágrafo anterior, como, por exemplo, um mandado de segurança. Questão 19 (DPU/AGENTE ADMINISTRATIVO/2010) O sistema jurisdicional instituído com a CF, influenciado pelo constitucionalismo norte-americano, acolheu exclusivamente o critério de controle de constitucionalidade difuso, ou seja, por via de exceção. Errado. No Brasil, há os dois modelos de controle de constitucionalidade:o difuso e o concentrado. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. 23 de 184www.grancursosonline.com.br Luciano Dutra Controle de Constitucionalidade DIREITO CONSTITUCIONAL Questão 20 (DPU/AGENTE ADMINISTRATIVO/2010) O controle difuso (ou jurisdição cons- titucional difusa) e o controle concentrado (ou jurisdição constitucional concentrada) são dois critérios de controle de constitucionalidade. O primeiro é verificado quando se reconhece o seu exercício a todos os componentes do Poder Judiciário, e o segundo ocorre se só for deferido ao tribunal de cúpula ou a uma corte especial. Certo. Exatamente isso! Acerca dos antecedentes históricos, segundo Vicente Paulo e Marcelo Alexandrino1, o mo- delo concentrado teve sua origem na Áustria, em 1920, sob a influência do jurista Hans Kel- sen. Para Kelsen, a fiscalização da validade das leis representava tarefa especial, autônoma, que não deveria ser conferida a todos os membros do Poder Judiciário, já encarregados de exercerem a jurisdição, mas somente a uma Corte Constitucional, que deveria desempenhar exclusivamente essa função. Sob esse pensamento, foi criado o Tribunal Constitucional Aus- tríaco, com a função exclusiva de realizar o controle de constitucionalidade das leis. Na visão de Kelsen, a função precípua do controle concentrado não seria a solução de casos concretos, mas sim a anulação genérica da lei incompatível com as normas constitucionais. Por outro lado, no modelo difuso, ou sistema norte-americano, todos os órgãos do Poder Judiciário, inclusive o próprio STF, podem realizar o controle de constitucionalidade das leis e dos atos normativos. A sua origem histórica está assentada no famoso caso Madison versus Marbury (1803), em que o Juiz Marshall da Suprema Corte Americana afirmou que é ínsito da atividade jurisdicional interpretar e aplicar a lei e, ao fazê-lo, identificando contradição entre a legislação e a Constituição Federal, deve o magistrado aplicar esta última por ser superior a qualquer lei infraconstitucional. 1 PAULO, Vicente; ALEXANDRINO, Marcelo. Direito constitucional descomplicado. 4. ed. São Paulo: Método, 2009. p. 706. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. 24 de 184www.grancursosonline.com.br Luciano Dutra Controle de Constitucionalidade DIREITO CONSTITUCIONAL NO BRASIL CONCENTRADO + DIFUSO DIFUSO todos os órgãos do Poder Judiciário (inclusive o STF) ORIGEM HISTÓRICA caso Madison x Marbury: o juiz Marshall da Suprema Corte americana afirmou que é ínsito a todos os juízes realizar controle de constitucionalidade CONCENTRADO somente pelo órgão de cúpula do Poder Judiciário ORIGEM HISTÓRICA Áustria (1920): Kelsen entendia que a fiscalização das leis deveria ser realizada somente por uma Corte Constitucional NO BRASIL (STF) ADI ADC ADO ADPF ADI Interventiva MODELOS DE CONTROLE 11. Formas de Controle de ConstituCionalidade Existem duas formas pelas quais se pode buscar no Poder Judiciário a declaração de in- constitucionalidade de uma norma: pela via concreta e pela via abstrata. Na via concreta (ou por via de exceção), a impugnação de uma lei pressupõe a comprova- ção de lesão a direito daquele que alega. Tenho me valido de um exemplo hipotético esdrúxulo, mas elucidativo. Exemplo: imagine que um Estado-membro altere a alíquota do IPVA para 95% do valor do carro. Essa lei que trouxe essa nova alíquota fere a Constituição Federal, que proíbe tributos com caráter confiscatório. Eu, contribuinte do IPVA, posso ir até o Poder Judiciário e entrar com uma ação. No pedido da ação, digo: não quero pagar o IPVA; na fundamentação do pedido alego que a lei é inconstitucional. O juiz que julgar a minha ação realizará o controle de cons- titucionalidade concreto, uma vez que a inconstitucionalidade da norma está vinculada a uma situação real. Percebeu? O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. 25 de 184www.grancursosonline.com.br Luciano Dutra Controle de Constitucionalidade DIREITO CONSTITUCIONAL Já pela via abstrata (ou por via de ação), a inconstitucionalidade é requerida “em tese”, sem vinculação à ofensa a direito, sem vinculação a um caso concreto. Vamos utilizar o mesmo exemplo acima. Mas agora um dos legitimados do art. 103 entra com uma ADI. No próprio pe- dido da ação, o autor requererá a inconstitucionalidade da lei, independentemente da compro- vação de lesão a direito de alguém, porque, pela via abstrata, o que se busca é a preservação da Constituição Federal que foi violada por uma lei inconstitucional. Ou seja, na via abstrata não há um caso concreto a ser analisado, apenas se a lei ofende ou não a Constituição. Creio que tenha ficado claro. Questão 21 (MRE/ASSISTENTE DE CHANCELARIA/2004) Quando se realiza o controle de constitucionalidade de atos normativos por um único tribunal, independentemente da existên- cia de um caso concreto a ser julgado, diz-se que esse controle é concentrado e abstrato. Certo. Exatamente isso. É concentrado porque realizado por apenas um tribunal, no caso brasileiro, o STF, e abstrato porque não se liga a um caso concreto. Exemplo hipotético: lei estadual que eleva a alíquota do IPVA para 95% (fere o princípio do não confisco) contra lei em teseABSTRATO exige a comprovação de lesão a direitoCONCRETO FORMAS DE CONTROLE O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. 26 de 184www.grancursosonline.com.br Luciano Dutra Controle de Constitucionalidade DIREITO CONSTITUCIONAL 12. Controle diFuso Legitimação ativa: a legitimação ativa no controle difuso (ou incidental) de constitucio- nalidade é ampla, uma vez que qualquer das partes (autor ou réu) poderá fundamentar suas razões em uma tese de inconstitucionalidade de uma norma. O Ministério Público que oficie no feito também pode levantar a questão de inconstitucionalidade da lei aplicável ao caso, bem como o próprio magistrado de ofício. Questão 22 (AUDITOR INTERNO DE MINAS GERAIS/2008) No controle incidental, os juízes e tribunais só podem se manifestar sobre a inconstitucionalidade de uma lei, deixando de apli- cá-la a casos concretos, se, antes, tiverem sido provocados por uma das partes. Errado. Conforme vimos, no controle difuso ou incidental, o juiz de ofício pode fundamentar sua deci- são pela inconstitucionalidade da lei aplicável ao caso sob julgamento, independentemente de provocação das partes (autor ou réu). Competência: todos os membros do Poder Judiciário (juízes, desembargadores e minis- tros), ao julgarem suas causas, dispõem de competência para declarar a inconstitucionalidade das leis aplicáveis ao caso sob julgamento. Mas muito cuidado com isso: quando o processo chega aos tribunais, um órgão fracioná- rio desse tribunal (turma, sessão etc.) não possui essa competência, porque deverá ser respei- tado o princípio da reserva de plenário prescrito no art. 97. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. 27de 184www.grancursosonline.com.br Luciano Dutra Controle de Constitucionalidade DIREITO CONSTITUCIONAL Art. 97. Somente pelo voto da maioria absoluta de seus membros ou dos membros do respectivo órgão especial poderão os tribunais declarar a inconstitucionalidade de lei ou ato normativo do Po- der Público. Esse princípio da reserva de plenário (também chamado de cláusula full bench) estabelece que dentre todos os órgãos do tribunal, somente o plenário ou o órgão especial – quando hou- ver (veja o art. 93, XI, que trata deste tal “órgão especial”) – poderão declarar a inconstituciona- lidade das leis, por deliberação de maioria absoluta de seus membros. Art. 93, XI - nos tribunais com número superior a vinte e cinco julgadores, poderá ser constituído órgão especial, com o mínimo de onze e o máximo de vinte e cinco membros, para o exercício das atribuições administrativas e jurisdicionais delegadas da competência do tribunal pleno, provendo- -se metade das vagas por antiguidade e a outra metade por eleição pelo tribunal pleno; Tal previsão significa que os órgãos fracionários e monocráticos dos tribunais (um desem- bargador ou um ministro isoladamente, ou uma turma, ou uma sessão) não possuem compe- tência para declarar a inconstitucionalidade da norma atacada, somente o plenário ou órgão especial, se houver. Importante que se diga que todos os tribunais se submetem ao princípio da reserva de plenário, inclusive o próprio STF. Questão 23 (TRF 5/JUIZ FEDERAL SUBSTITUTO/2011) Nenhum órgão fracionário de tri- bunal dispõe de competência para declarar a inconstitucionalidade de leis ou atos normativos emanados do Poder Público, visto tratar-se de prerrogativa jurisdicional atribuída, exclusiva- mente, ao plenário dos tribunais ou ao órgão especial, onde houver. Certo. Essa é a regra geral prevista no citado art. 97, da CF. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. 28 de 184www.grancursosonline.com.br Luciano Dutra Controle de Constitucionalidade DIREITO CONSTITUCIONAL Questão 24 (TRE-ES/ANALISTA ADMINISTRATIVO/2011) Somente pelo voto da maioria absoluta de seus membros ou dos membros do respectivo órgão especial podem os tribunais declarar a inconstitucionalidade de lei ou de ato normativo do poder público. Certo. Exatamente isso. Veja como é importante o estudo do princípio da reserva de plenário. Aliás, o Supremo editou uma importantíssima súmula vinculante sobre o princípio da reser- va de plenário que despenca em concurso público, vejamos: Súmula Vinculante n.10: viola a cláusula de reserva de plenário (CF, artigo 97) a decisão de órgão fracionário de tribunal que, embora não declare expressamente a inconstitucionalidade de lei ou ato normativo do Poder Público, afasta sua incidência, no todo ou em parte. A ideia dessa Súmula Vinculante é a seguinte: se na tese levantada pelas partes tem a aná- lise da inconstitucionalidade de uma lei, deve o tribunal enfrentar essa análise pelo plenário ou órgão especial, se houver. Os órgão fracionários não podem simplesmente afastar a incidência da lei trazida pelas partes (autor ou réu) e julgar por outro fundamento. Se assim o fizer, estará sendo desrespeitado o princípio da reserva de plenário. Questão 25 (STJ/ANALISTA JUDICIÁRIO – ÁREA JUDICIÁRIA/2018) Situação hipotética: Embora não tenha declarado expressamente a inconstitucionalidade de determinada lei, tur- ma do Superior Tribunal de Justiça determinou sua não incidência parcial em determinado caso concreto. Assertiva: Nesse caso, fica configurada violação à cláusula de reserva de ple- nário. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. 29 de 184www.grancursosonline.com.br Luciano Dutra Controle de Constitucionalidade DIREITO CONSTITUCIONAL Certo. De acordo com o teor da Súmula Vinculante 10. Agora cuidado: esse princípio da reserva de plenário não é absoluto. Quando o plenário ou órgão especial (se houver) de um determinado tribunal, ou, ainda, o plenário do STF já tiver resolvido a questão de inconstitucionalidade em outro processo, po- derão os órgãos fracionários aplicar o mesmo entendimento ao caso sob julgamento. É o que se extrai da leitura do art. 949, parágrafo único, do novo Código de Processo Civil: os órgãos fracionários dos tribunais não submeterão ao plenário, ou ao órgão especial, a arguição de inconstitucionalidade, quando já houver pronunciamento destes (plenário ou órgão especial do próprio tribunal) ou do plenário do Supremo Tribunal Federal sobre a questão. Isso é muito importante!!! Questão 26 (TJDFT/ANALISTA JUDICIÁRIO/2008) O incidente de deslocamento do pro- cesso da arguição de inconstitucionalidade, das turmas de um tribunal ao seu plenário ou ór- gão especial, quando não houver pronunciamento destes, é desnecessário se o ato normativo questionado já tiver sido declarado inconstitucional por quaisquer das turmas do STF. Errado. Não é isso!!! O incidente de deslocamento do processo da arguição de inconstitucionalidade, das turmas de um tribunal ao seu plenário ou órgão especial, quando não houver pronuncia- O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. 30 de 184www.grancursosonline.com.br Luciano Dutra Controle de Constitucionalidade DIREITO CONSTITUCIONAL mento destes, é desnecessário se o ato normativo questionado já tiver sido declarado incons- titucional pelo plenário do STF. DICA DO LD O princípio da reserva de plenário não se aplica em caso de análise de direito pré-constitucional frente à nova Constitui- ção, vale dizer, a verificação da recepção ou não de uma nor- ma, justamente por não envolver juízo de inconstitucionalida- de, dispensa a aplicação da reserva de plenário, permitindo o reconhecimento por órgão fracionário dos tribunais de que a lei pré-constitucional foi ou não recebida pela nova ordem constitucional. DE OLHO NA JURISPRUDÊNCIA 1) Segundo o STF, os órgãos fracionários dos tribunais podem aplicar a denominada interpreta- ção conforme a Constituição sem a observância da cláusula de reserva de plenário, haja vista que, no caso, haverá uma declaração de constitucionalidade e não de inconstitucionalidade conforme se refere o art. 97. Ou seja, pode o órgão fracionário do tribunal declarar a norma constitucional, sem necessidade de instaurar o incidente processual próprio da reserva de ple- nário (RE 579.721). 2) Fixou o STF que a decisão monocrática do relator exarada em medida cautelar não se submete à cláusula da reserva de plenário albergada no art. 97 da Constituição Federal (Rcl 11.768). O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. 31 de 184www.grancursosonline.com.br Luciano Dutra Controle de Constitucionalidade DIREITO CONSTITUCIONAL CONTROLE DIFUSO COMPETÊNCIA LEGITIMAÇÃO ATIVA ampla (autor, réu, MP, juiz de ofício) qualquer juiz cláusula ”full bench” órgão fracionário de tribunal não pode inclusive o STF art. 949, parágrafo único, do CPC SV 10 não se aplica em análise de recepção (não envolve juízo de inconstitucionalidade) STF: 1) não se aplica na interpretação conforme (a declaração é de constitucionalidade); 2) não se aplica em caso de decisão monocráticacautelar. Os órgãos fracionários dos tribunais não submeterão ao plenário ou ao órgão especial a arguição de inconstitucionalidade quando já houver pronunciamento destes ou do plenário do Supremo Tribunal Federal sobre a questão. Viola a cláusula de reserva de plenário (CF, artigo 97) a decisão de órgão fracionário de tribunal que, embora não declare expressamente a inconstitucionalidade de lei ou ato normativo do Poder Público, afasta sua incidência, no todo ou em parte. PRINCÍPIO DA RESERVA DE PLENÁRIO (art. 97) Efeitos da decisão: os efeitos da decisão no controle difuso de constitucionalidade serão inter partes (atingindo apenas as partes – autor e réu) e ex tunc (retroagindo ao início da vigên- cia da norma, em razão do princípio da nulidade dos atos inconstitucionais). É importante dizer que é possível a modulação dos efeitos temporais da decisão no contro- le difuso, aplicando, como fundamento, o art. 27 da Lei n. 9.868, de 1999. Dispõe a norma: Art. 27. Ao declarar a inconstitucionalidade de lei ou ato normativo, e tendo em vista razões de se- gurança jurídica ou de excepcional interesse social, poderá o Supremo Tribunal Federal, por maioria de dois terços de seus membros, restringir os efeitos daquela declaração ou decidir que ela só tenha eficácia a partir de seu trânsito em julgado ou de outro momento que venha a ser fixado. Atuação do Senado, à luz do art. 52, X, da CF: a Constituição Federal vigente autoriza que o Senado Federal suspenda a execução, no todo ou em parte, de lei declarada inconstitucional por decisão definitiva do Supremo Tribunal Federal. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. 32 de 184www.grancursosonline.com.br Luciano Dutra Controle de Constitucionalidade DIREITO CONSTITUCIONAL A ideia central aqui é a seguinte: quando o STF julga no controle difuso, os efeitos da de- cisão serão inter partes. Entretanto, o Senado, ao tomar conhecimento da decisão do STF, po- derá, por meio de uma resolução, estender os efeitos daquela decisão para que atinja pessoas estranhas ao processo, mas que se enquadrem na mesma relação jurídica, transformando a decisão que outrora possuía efeitos inter partes em erga omnes (para todos). Alguns questionamentos emergem desse debate. Acompanhe comigo!!! 1) O Senado Federal está obrigado a suspender a execução da lei? Não. É um ato discricionário do Senado. 2) Qual espécie de lei formaliza a suspensão? Uma resolução do Senado Federal. 3) Poderá o Senado Federal modificar os limites da decisão do STF? Não. O Senado, decidindo pela suspensão da norma, não poderá modificar os limites da decisão do STF. Em outras palavras, suspende nos termos da decisão do STF. 4) Pode o Senado Federal voltar atrás, desistindo da suspensão? Não. Uma vez editada a resolução, o Senado não poderá voltar atrás, por se tratar de um ato irretratável. 5) Quais leis podem ser suspensas? Todas. A competência do Senado Federal para tal fim alcança normas federais, estaduais, distritais e municipais. 6) Qual a eficácia da suspensão? Depende. Em regra, a suspensão da execução da lei pelo Senado Federal possui eficácia ex nunc (não retroativa). Mas, se se tratar de uma norma federal, a eficácia será ex tunc (retro- agindo), por força do art. 1º, § 2º, do Decreto n. 2.346, de 1997. Perceba: Art. 1º As decisões do Supremo Tribunal Federal que fixem, de forma inequívoca e definitiva, inter- pretação do texto constitucional deverão ser uniformemente observadas pela Administração Públi- ca Federal direta e indireta, obedecidos aos procedimentos estabelecidos neste Decreto. § 1º Transitada em julgado decisão do Supremo Tribunal Federal que declare a inconstitucionalida- de de lei ou ato normativo, em ação direta, a decisão, dotada de eficácia ex tunc, produzirá efeitos desde a entrada em vigor da norma declarada inconstitucional, salvo se o ato praticado com base na lei ou ato normativo inconstitucional não mais for suscetível de revisão administrativa ou judicial. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. 33 de 184www.grancursosonline.com.br Luciano Dutra Controle de Constitucionalidade DIREITO CONSTITUCIONAL § 2º O disposto no parágrafo anterior aplica-se, igualmente, à lei ou ao ato normativo que tenha sua inconstitucionalidade proferida, incidentalmente, pelo Supremo Tribunal Federal, após a suspensão de sua execução pelo Senado Federal. § 3º O Presidente da República, mediante proposta de Ministro de Estado, dirigente de órgão inte- grante da Presidência da República ou do Advogado-Geral da União, poderá autorizar a extensão dos efeitos jurídicos de decisão proferida em caso concreto. DICA DO LD A partir da adoção da sistemática da repercussão geral, os re- cursos extraordinários, que possuíam efeitos inter partes, pas- sam a ter eficácia erga omnes, tornando despicienda a norma escrita no art. 52, X, para os casos em apreço. Nesse contex- to, o STF passou a considerar que o sentido normativo do art. 52, X, seria: “compete privativamente ao Senado Federal dar publicidade à suspensão da execução, operada pelo Supremo Tribunal Federal, de lei declarada inconstitucional, no todo ou em parte, por decisão definitiva do Supremo”. Questão 27 (IPAJM/ADVOGADO/2010) A suspensão de lei considerada inconstitucional em controle difuso, de regra, acarreta efeitos ex tunc. Tais efeitos atingem somente as partes do processo. Todavia, se o Senado Federal, por resolução, usar a prerrogativa constante do art. 52, X, da CF, qual seja, a de suspender, no todo ou em parte, a execução da lei tida por in- constitucional, desde que a decisão tenha sido definitiva e deliberada pela maioria absoluta do pleno do tribunal, os efeitos serão erga omnes, porém valerão a partir do momento em que a resolução do Senado Federal for publicada na imprensa oficial. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. 34 de 184www.grancursosonline.com.br Luciano Dutra Controle de Constitucionalidade DIREITO CONSTITUCIONAL Certo. Exatamente isso. A decisão definitiva de mérito proferida pelo STF, em controle difuso, produz, de regra, efeitos ex tunc. O termo “de regra” foi inserido na questão, considerando a possibilida- de excepcional do STF modular os efeitos temporais da decisão para ex nunc, ou, até mesmo, pro futuro. O Senado Federal, por resolução, pode usar a prerrogativa constante do art. 52, X, da CF, qual seja, a de suspender, no todo ou em parte, a execução da lei tida por inconstitucio- nal, desde que a decisão tenha sido definitiva e deliberada pela maioria absoluta do pleno do tribunal. Caso o faça, os efeitos serão erga omnes, porque atingirão a todos que se enquadra- rem na situação jurídica objeto de julgamento pelo Supremo. A suspensão pelo Senado produz efeitos, via de regra, a partir do momento em que a resolução do Senado Federal for publicada na imprensa oficial (ex nunc). Questão 28 (TJ-MS/JUIZ/2008) A resolução do Senado Federal que suspende a execução da lei ou ato normativo declarado inconstitucional pelo Supremo Tribunal Federal, terá efeitos erga omnes e ex tunc. Errado. A resolução do Senado Federal que suspende a execução da lei ou ato normativo declarado inconstitucional pelo Supremo Tribunal Federal terá efeitos erga omnes e ex nunc. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a)- 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. 35 de 184www.grancursosonline.com.br Luciano Dutra Controle de Constitucionalidade DIREITO CONSTITUCIONAL EFEITOS DA DECISÃO ATUAÇÃO DO SF (art. 52, X) “inter partes” “ex tunc” (princípio da nulidade dos atos inconstitucionais) possibilidade de modulação dos efeitos temporais (art. 27 da Lei n. 9.868, de 1999) RE com repercussão geral (art. 102, § 3° ): “erga omnes” ato discricionário por resolução não pode modificar os limites da decisão do STF irretratável normas federais, estaduais, distritais e municipais eficácia “ex nunc” (como regra) eficácia “ex tunc” (norma federal) – Decreto n. 2.346, de 1997, art. 1º , § 2º CONTROLE DIFUSO Súmula vinculante: a criação do instituto da súmula vinculante no Brasil foi influenciada pelas “stare decisis” norte-americanas (as decisões da Suprema Corte gozam de efeito vincu- lante). Nesse contexto, o art. 103-A, da CF, inserido pela Emenda Constitucional n. 45, de 2004, declara que o Supremo Tribunal Federal poderá, de ofício ou por provocação, mediante decisão de dois terços dos seus membros, após reiteradas decisões sobre matéria constitucional, aprovar súmula [súmula vinculante] que, a partir de sua publicação na imprensa oficial, terá efeito vinculante em relação aos demais órgãos do Poder Judiciário e à administração pública direta e indireta, nas esferas federal, estadual e municipal, bem como proceder à sua revisão ou cancelamento, na forma estabelecida em lei, no caso a Lei n. 11.417, de 2006. A súmula vinculante terá por objetivo a validade, a interpretação e a eficácia de normas determinadas, acerca das quais haja controvérsia atual entre órgãos judiciários ou entre esses e a administração pública que acarrete grave insegurança jurídica e relevante multiplicação de processos sobre questão idêntica. Portanto, são requisitos para edição de uma súmula vinculante: 1) quórum de 2/3 dos membros do STF (mínimo de 8 Ministros); 2) reiteradas decisões sobre matéria constitucional; O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. 36 de 184www.grancursosonline.com.br Luciano Dutra Controle de Constitucionalidade DIREITO CONSTITUCIONAL 3) controvérsia atual entre órgãos judiciários ou entre esses e a Administração Pública que acarrete grave insegurança jurídica e relevante multiplicação de processos sobre questão idêntica. Ademais, sem prejuízo do que vier a ser estabelecido em lei, a aprovação, revisão ou can- celamento de súmula vinculante poderá ser provocada por aqueles que podem propor a ação direta de inconstitucionalidade. Cuidado com essa previsão do § 2º do art. 103-A, uma vez que, na verdade, a Lei n. 11.417, de 2006, em seu art. 3º, ampliou o rol de legitimados para propor aprovação, revisão ou cancelamento de súmula vinculante para além dos legitimados da ADI. Art. 3° da Lei n. 11.417, de 2006: São legitimados a propor a edição, a revisão ou o cancelamento de enunciado de súmula vinculante: I – o Presidente da República; II – a Mesa do Senado Federal; III – a Mesa da Câmara dos Deputados; IV – o Procurador-Geral da República; V – o Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil; VI – o Defensor Público-Geral da União; VII– partido politico com representação no Congresso Nacional; VIII – confederação sindical ou entidade de classe de âmbito nacional; IX- a Mesa de Assembleia Legislativa ou da Câmara Legislativa do Distrito Federal; X – o Governador de Estado ou do Distrito Federal; XI – os Tribunais Superiores, os Tribunais de Justiça de Estados ou do Distrito Federal e Territórios, os Tribunais Regionais Federais, os Tribunais Regionais do Trabalho, os Tribunais Regionais Eleito- rais e os Tribunais Militares. Por fim, do ato administrativo ou decisão judicial que contrariar a súmula vinculante apli- cável ou que indevidamente a aplicar, caberá reclamação ao Supremo Tribunal Federal que, julgando-a procedente, anulará o ato administrativo ou cassará a decisão judicial reclamada, e determinará que outra seja proferida com ou sem a aplicação da súmula, conforme o caso. Questão 29 (STM/TÉCNICO JUDICIÁRIO/2011) Súmula vinculante deve ser aprovada por maioria absoluta dos votos do STF e incidir sobre matéria constitucional que tenha sido objeto de decisões reiteradas desse tribunal. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. 37 de 184www.grancursosonline.com.br Luciano Dutra Controle de Constitucionalidade DIREITO CONSTITUCIONAL Errado. O quórum é de 2/3. Questão 30 (DELEGADO DE POLÍCIA DO AP/2010) A súmula vinculante terá por objetivo a validade, a interpretação e a eficácia de normas determinadas, acerca das quais haja con- trovérsia atual entre órgãos judiciários ou entre esses e a administração pública que acarrete grave insegurança jurídica e relevante multiplicação de processos sobre questão idêntica. Certo. Exatamente isso!!! Ponto interessante que merece destaque diz respeito à extensão dos efeitos vinculantes. Como disse na minha obra Direito Constitucional Essencial, conforme delineado pelo caput e pelo § 3º do art. 103-A, o efeito vinculante dirige-se, precipua- mente, ao Poder Judiciário e ao Poder Executivo das três esferas federativas. Isso não significa que o Poder Legislativo não seja atingido pelos efeitos vinculantes da súmula, haja vista que, atipi- camente, também exerce atividades administrativas. Vale dizer, o efeito vinculante da súmula atin- ge o Poder Legislativo quando atua na realização de sua função atípica de administrador (exemplo: nomeação de servidor público). A súmula vinculante não atinge o Legislativo na sua função típica de legislar. Não vincula, portanto, os atos legislativos próprios (leis ordinárias, leis complemen- tares, emendas constitucionais etc.). A ideia estende-se às medidas provisórias que, apesar de criadas pelo Poder Executivo, cuida-se de verdadeiro ato normativo primário e, portanto, não sujeito ao efeito vinculante da súmula. O Poder Legislativo deve respeitar, por exemplo, o enunciado da súmula vinculante 13: a nomeação de cônjuge, companheiro ou parente em linha reta, colateral ou por afinidade, até o terceiro grau, inclusive, da autoridade nomeante ou de servidor da mesma pessoa jurídica investido em cargo de direção, chefia ou assessoramento, para o exercício de car- go em comissão ou de confiança ou, ainda, de função gratificada na Administração Pública direta O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. 38 de 184www.grancursosonline.com.br Luciano Dutra Controle de Constitucionalidade DIREITO CONSTITUCIONAL e indireta em qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, compreendido o ajuste mediante designações recíprocas, viola a Constituição Federal.2 DE OLHO NO DETALHE Os efeitos vinculantes da súmula atingem: 1) o Poder Executivo, salvo quando exerce a função típica de legislar; 2) o Poder Judiciário; 3) o Poder Legislativo, quando exerce as funções atípicas de administrar e julgar. Questão 31 (CNJ/ANALISTA ADMINISTRATIVO/2013) Uma súmula vinculante editada pelo STF terá efeito vinculante em relação aos demais órgãos do Poder Judiciário, não atingin- do, pelo princípio da separação dos poderes, os PoderesLegislativo e Executivo, que possuem meios próprios de vinculação de seus atos. Errado. Atinge o Legislativo no exercício da sua função atípica de administrador, bem como atinge o Poder Executivo. Só não alcança a função legislativa. Antes de continuarmos, vejamos um mapa mental. 2 DUTRA, Luciano. Direito Constitucional Essencial. Editora Método. 3ª edição. 2017. p. 78. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. 39 de 184www.grancursosonline.com.br Luciano Dutra Controle de Constitucionalidade DIREITO CONSTITUCIONAL Art. 3° São legitimados a propor a edição, a revisão ou o cancelamento de enunciado de súmula vinculante: I – o Presidente da República; II – a Mesa do Senado Federal; III – a Mesa da Câmara dos Deputados; IV – o Procurador-Geral da República; V – o Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil; VI – o Defensor Público-Geral da União; VII– partido politico com representação no Congresso Nacional; VIII – confederação sindical ou entidade de classe de âmbito nacional; IX- a Mesa de Assembleia Legislativa ou da Câmara Legislativa do Distrito Federal; X – o Governador de Estado ou do Distrito Federal; XI – os Tribunais Superiores, os Tribunais de Justiça de Estados ou do Distrito Federal e Territórios, os Tribunais Regionais Federais, os Tribunais Regionais do Trabalho, os Tribunais Regionais Eleitorais e os Tribunais Militares. LEGITIMADOS influenciada pelas “stare decisis” norte-americanas (as decisões da Suprema Corte gozam de efeito vinculante) EFEITO art. 103-A REQUISITOS art. 103-A. § 2º? art. 3° da Lei n. 11.417, de 2006, ampliou o rol 2/3 reiteradas decisões controvérsia atual entre órgãos judiciários ou entre esses e a administração pública que acarrete grave insegurança jurídica e relevante multiplicação de processos sobre questão idêntica vinculante em relação aos demais órgãos do Poder Judiciário e à toda a administração pública atinge o Legislativo na função atípica de administrador (ex.: SV 13) não atinge o Legislativo na função típica de legislador (separação dos poderes) não atinge o Executivo na função atípica de legislador SÚMULA VINCULANTE 13. Controle ConCentrado – ação direta de inConstituCionalidade (adi) Legitimação ativa: temos que decorar o rol do art. 103, I a IX. Vejamos: Art. 103. Podem propor a ação direta de inconstitucionalidade e a ação declaratória de constitucio- nalidade: I – o Presidente da República; II – a Mesa do Senado Federal; III – a Mesa da Câmara dos Deputados; IV – a Mesa de Assembleia Legislativa ou da Câmara Legislativa do Distrito Federal; V – o Governador de Estado ou do Distrito Federal; VI – o Procurador-Geral da República; VII – o Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil; VIII – partido político com representação no Congresso Nacional; IX – confederação sindical ou entidade de classe de âmbito nacional. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. 40 de 184www.grancursosonline.com.br Luciano Dutra Controle de Constitucionalidade DIREITO CONSTITUCIONAL Reconheço que não é tarefa fácil esta memorização. Vou passar para você uma dica: DICA DO LD 3 autoridades: Presidente da República; Governadores; Procu- rador-Geral da República. 3 mesas: Mesa do Senado Federal; Mesa da Câmara dos De- putados; Mesa das Assembleias Legislativas. 3 instituições: Conselho Federal da OAB; partido político com representação no Congresso Nacional; confederação sindical ou entidade de classe de âmbito nacional. DE OLHO NOS DETALHES 1) Entende-se por partido político com representação no Congresso Nacional aquele que possui pelo menos um Deputado Federal ou um Senador da República. 2) Segundo o entendimento do STF, a representação há de ser comprovada no momento da propositura da ação e não no momento do seu julgamento. Ou seja, não se fala em perda superveniente de legitimidade se, entre a propositura da ADI e o julgamento, o partido político perder sua representação no Congresso Nacional. 3) Só a confederação sindical possui legitimidade ativa. Isto é, os sindicatos, as federações sindicais e as centrais sindicais não são legitimadas ativas. 4) Quanto às entidades de classe de âmbito nacional, o STF muda seu entendimento para reco- nhecer a legitimidade das denominadas “associações de associações” (também conhecidas como entidades de classe de segundo grau), que congregam exclusivamente pessoas jurídi- cas como associados. 5) Segundo o STF, as entidades de classe de âmbito nacional, que reúnam membros de mais de uma atividade profissional ou econômica, em razão da heterogeneidade da sua composi- ção, não possui legitimidade ativa. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. 41 de 184www.grancursosonline.com.br Luciano Dutra Controle de Constitucionalidade DIREITO CONSTITUCIONAL Questão 32 (SEFAZ-RJ/FISCAL DE RENDA/2010) Não possui legitimidade para propor ação direta de inconstitucionalidade: a) A mesa da Câmara dos Deputados. b) A mesa do Senado Federal. c) A mesa do Congresso Nacional. d) A mesa da Câmara Legislativa do Distrito Federal. e) A confederação sindical de âmbito nacional. Letra c. A única alternativa que não representa um legitimado ativo presente no art. 103 é a letra c. Percebeu como é importante memorizar o rol do art. 103? Questão 33 (MPE-PI/ANALISTA MINISTERIAL/2018) O controle da inconstitucionalidade por omissão pode ocorrer por meio do mandado de injunção ou da ação direta de inconstitu- cionalidade por omissão, a qual pode ser proposta por ministério público estadual, que é cons- titucionalmente um dos legitimados ativos. Errado. Conforme o rol taxativo do art. 103, o MP estadual não pode propor ADI. É importante dizer que nesse rol taxativo do art. 103 há legitimados universais e legitima- dos especiais. Mas qual a diferença? Os legitimados universais podem arguir a inconstitucio- nalidade de qualquer matéria, ao passo que os legitimados especiais só podem levar para o O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. 42 de 184www.grancursosonline.com.br Luciano Dutra Controle de Constitucionalidade DIREITO CONSTITUCIONAL STF a discussão de matérias sobre as quais demonstrarem interesse (aquilo que se denomina pertinência temática). São legitimados universais: Presidente da República; Mesa do Senado Federal; Mesa da Câmara dos Deputados; Procurador-Geral da República; Conselho Federal da Ordem dos Advo- gados do Brasil; partido político com representação no Congresso Nacional. São legitimados especiais: Mesa da Assembleia Legislativa ou da Câmara Legislativa do Distrito Federal; Governador de Estado ou do Distrito Federal; confederação sindical ou entida- de de classe de âmbito nacional. Questão 34 (TCE-ES/PROCURADOR/2009) Não se exige, para fins de ajuizamento e conhe- cimento da ADI, a prova da pertinência temática por parte das Mesas do Senado Federal, da Câmara dos Deputados, das assembleias legislativas dos estados ou da Câmara Legislativa do DF. Errado. As Mesas da Assembleia Legislativa ou da Câmara Legislativa do Distrito Federal são legitima- dos especiais, ou seja, devem demonstrar a pertinência temática. Outro ponto que merece
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