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GAU Anteprojeto Arquitetônico

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Anteprojeto de empreendimento 
comercial: leiaute, elevações e 
perspectivas aplicadas aos 
interiores
Apresentação
O projeto de arquitetura passa por etapas sucessivas e gradientes de um estágio de maior 
abstração para estágios de maior definição. O anteprojeto é o estágio intermediário entre o estudo 
preliminar e o projeto executivo. Nele, estão contidos os elementos necessários para compreensão 
por parte do cliente, sendo este seu principal destinatário. O que não significa que outros 
profissionais não sejam envolvidos. Os responsáveis pela execução do projeto podem contribuir 
com observações e discutir soluções técnicas pertinentes para a produção da documentação 
definitiva. O projeto de arquitetura comercial, por sua vez, apresenta uma série de peculiaridades, 
como um orçamento muitas vezes limitado e pouco tempo para execução.
Nesta Unidade de Aprendizagem, você irá reconhecer a importância e os tipos de representação 
utilizados em projetos comerciais, avaliar a aplicação de diferentes tipos de desenhos técnicos e 
identificar o tipo adequado para cada situação do anteprojeto.
Bons estudos.
Ao final desta Unidade de Aprendizagem, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
Reconhecer os tipos de representações para apresentação de anteprojetos de 
empreendimentos comerciais. 
•
Avaliar a aplicação dos diferentes tipos de desenhos técnicos. •
Identificar o tipo de desenho adequado a cada situação do anteprojeto. •
Infográfico
Os arquitetos produzem muito material a partir de modelos tridimensionais feitos no computador. 
Dependendo do tipo de software utilizado e da precisão do modelo, podem ser extraídos diferentes 
tipos de desenho para apresentar aos clientes e à mão de obra.
Neste Infográfico, você verá alguns exemplos de desenhos realizados a partir de modelos 
tridimensionais com diferentes linguagens gráficas para diferentes usos. 
Aponte a câmera para o 
código e acesse o link do 
conteúdo ou clique no 
código para acessar.
https://statics-marketplace.plataforma.grupoa.education/sagah/22a3fbef-b64e-4202-ae99-5afe6e1190e5/2a2e8787-3278-43cb-a66c-6d09ee5bcb91.png
Conteúdo do livro
O projeto de arquitetura de interiores é dividido, segundo o CAU/BR, em três etapas sucessivas: o 
estudo preliminar, o anteprojeto e o projeto para execução da obra. No anteprojeto, o arquiteto 
tem a oportunidade de mostrar para o cliente o resultado esperado após o fim da obra, ou seja, os 
aspectos plásticos do projeto. Além disso, é nessa etapa que devem ser produzidos os materiais 
necessários para que as empresas responsáveis pela execução da obra possam fazer seus 
orçamentos, liberando o projeto para a criação da documentação para execução.
No capítulo Anteprojeto de empreendimento comercial: leiaute, elevações e perspectivas aplicadas 
aos interiores, da obra Projeto de Arquitetura de Interiores Comerciais, você verá o que é o 
anteprojeto e como ele se diferencia das demais etapas do projeto, além de ser apresentado ao 
diferentes tipos de desenho produzidos nessa etapa, sabendo sempre para quem está sendo 
produzido cada tipo de material.
Boa leitura. 
Projeto de 
Arquitetura de 
Interiores 
Comerciais
Gabriel Lima Giambastiani
Anteprojeto de 
empreendimento 
comercial: layout, 
elevações e perspectivas 
aplicadas aos interiores
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
  Reconhecer os tipos de representações para apresentação de ante-
projetos de empreendimentos comerciais.
  Avaliar a aplicação dos diferentes tipos de desenhos técnicos.
  Identificar o tipo de desenho adequado a cada situação do anteprojeto.
Introdução
O anteprojeto é a etapa intermediária do projeto de arquitetura, tendo 
início com a aprovação, no estudo preliminar, do esquema inicial do 
projeto e, após, a elaboração dos documentos que serão levados para 
a obra. Portanto, é preciso que exista um elevado nível de precisão e 
qualidade no material apresentado para o cliente e a equipe responsável 
pela mão de obra.
Neste capítulo, você aprenderá o que é anteprojeto e como ele é 
aplicado aos interiores comerciais. Além disso, conhecerá diferentes tipos 
de desenho produzidos, bem como quais devem ser produzidos para 
cliente e mão de obra, a fim de garantir que todos entendam o projeto 
e possam tomar as decisões corretas. 
Apresentação de anteprojetos 
de empreendimentos comerciais
O projeto de arquitetura de interiores é uma das atribuições dos profi ssio-
nais de arquitetura e urbanismo. Segundo a Resolução Federal CAU/BR 
nº. 76, a arquitetura de interiores é a “[...] intervenção detalhada nos ambientes 
internos e externos que lhe são correlatos, defi nindo uma forma de uso do 
espaço em função do mobiliário, dos equipamentos e suas interfaces com o 
espaço construído” (CAU/BR, 2014, documento on-line), diferenciando-se da 
decoração pela realização de trabalhos complexos, com eventuais alterações 
estruturais, uma vez que esta se limita ao simples arranjo do espaço interno 
criado pela disposição de mobiliário (CAU/BR, 2016).
Em 2016, o Conselho de Arquitetura e Urbanismo do Brasil (CAU/BR) 
publicou uma cartilha na qual demonstra o que é arquitetura de interiores e 
quais as atribuições dos arquitetos e urbanistas nesse campo de atuação. Tal 
publicação divide o projeto de arquitetura de interiores em etapas sucessi-
vas, estabelecidas com base nas Resoluções Federais CAU/BR nº. 64/2013 e 
nº. 76/2014, na NBR13.531 e na NBR 13.532. Ficam estabelecidas, portanto, 
três etapas para os projetos de arquitetura de interiores (Quadro 1).
Fonte: Adaptado de CAU/BR (2016).
Estudo 
preliminar (EP)
Etapa destinada à concepção e à representação do conjunto 
de informações técnicas iniciais e aproximadas, necessárias 
à compreensão da configuração da edificação (ou ambiente 
ou espaço projetado), podendo incluir soluções alternativas.
Anteprojeto 
(AP)
Etapa destinada à concepção e à representação das 
informações técnicas provisórias de detalhamento do projeto 
e de seus elementos, instalações e componentes, necessárias 
ao inter-relacionamento das atividades técnicas de projeto 
e suficientes à elaboração de estimativas aproximadas de 
custos e de prazos dos serviços de obra implicados.
Projeto para 
execução (PE)
Etapa destinada à concepção e à representação final das 
informações técnicas do projeto e de seus elementos, 
instalações e componentes, completas, definitivas, 
necessárias e suficientes à contratação (ou licitação) e à 
execução dos serviços de obra correspondentes.
Quadro 1. Etapas do projeto de arquitetura de interiores
Anteprojeto de empreendimento comercial: layout, elevações e perspectivas aplicadas aos interiores2
Cada uma das três etapas de projeto de arquitetura de interiores é formada por 
documentos próprios aos objetivos daquela fase do processo de projeto. No estudo 
preliminar, por exemplo, devem ser apresentadas plantas baixas de layout e pers-
pectivas que auxiliem o cliente a compreender o conceito e a distribuição espacial 
pretendida pelo arquiteto. Já no projeto para execução, o foco são os documentos 
técnicos, elaborados para executar a obra do anteprojeto, já aprovado pelo cliente.
O anteprojeto, etapa intermediária entre estudo preliminar e projeto para 
execução, consiste no refino das soluções aprovadas no estudo preliminar e na 
elaboração de documentos técnicos que possibilitem o contato de profissionais 
de projetos complementares, como elétrica, hidráulica e ar-condicionado. Além 
disso, os documentos produzidos no anteprojeto servirão como base para a 
elaboração de orçamentos dos mais variados fornecedores da obra, desde os 
empreiteiros que executarão a obra civil até marceneiros, serralheiros e forne-
cedores de luminárias, por exemplo.
A etapa de anteprojeto é aquela na qual o cliente emitirá sua aprovação 
final do projeto, permitindo o encaminhamento das aprovações aos órgãos 
responsáveis pela fiscalização, como prefeitura municipal, corpo de bombeiros 
edemais secretarias. Para tanto, a NBR 6492, que trata da representação gráfica 
de projetos de arquitetura, estipula uma série de documentos necessários para 
o correto entendimento do trabalho nessa etapa (Quadro 2).
Fonte: Adaptado de ABNT (1994).
Documentos 
típicos
  situação (geralmente não aplicável a projetos de interiores);
  plantas, cortes e fachadas;
  memorial justificativo, abrangendo aspectos construtivos;
  discriminação técnica;
  quadro geral de acabamento (facultativo);
  documentos para aprovação em órgãos públicos;
  lista preliminar de materiais.
Documentos 
eventuais
  desenvolvimento de elementos de interesse, em casos especiais;
  maquete;
  estimativa de custo. É importante ressaltar que, embora a 
ANBT tenha esse documento como facultativo nesta etapa, 
ele se mostra de grande importância ao cliente, que pode ter 
uma boa perspectiva dos principais custos envolvidos em seu 
projeto e, a partir disso, ponderar as soluções de projeto que 
podem ou não ser levadas adiante no projeto executivo.
Quadro 2. Documentos necessários no anteprojeto
3Anteprojeto de empreendimento comercial: layout, elevações e perspectivas aplicadas aos interiores
É preciso estar atento à escala dos desenhos, uma vez que, ao contrário do estudo 
preliminar, em que o projeto ainda carece de definições, no anteprojeto, grande parte 
das soluções construtivas deve ser representada. Portanto, é indicado pela NBR 6392 
(ABNT, 2005) que a escala seja igual ou superior a 1:100, salvo em situações em que o 
tamanho do projeto impossibilite isso, situação na qual devem ser feitas ampliações 
setoriais para garantir a compreensão.
Nos projetos de arquitetura de interiores comerciais, orçamento e crono-
grama são dois dos itens mais importantes, uma vez que o cliente que contrata 
um projeto dessa natureza visa à obtenção de lucro com seu empreendimento. 
Portanto, no anteprojeto, é necessário que o arquiteto elabore propostas que 
garantam a correta orçamentação de materiais e serviços, além de permitirem 
a elaboração de um cronograma preliminar da obra, para que o cliente possa 
se programar financeiramente.
Além dos aspectos pragmáticos do planejamento financeiro do empreendi-
mento que está sendo projetado, é no anteprojeto que o cliente poderá conhecer os 
atributos visuais e espaciais do seu futuro negócio. Dessa maneira, nesta etapa, o 
arquiteto tem a chance de encantar seu cliente com imagens que demonstrem as 
maneiras que o espaço será ocupado pelos frequentadores. A Figura 1, a seguir, 
apresenta uma perspectiva montada para a apresentação do anteprojeto de um bar.
Figura 1. Perspectiva de bar apresentada em anteprojeto.
Anteprojeto de empreendimento comercial: layout, elevações e perspectivas aplicadas aos interiores4
O anteprojeto é a etapa na qual o arquiteto define com seu cliente grande 
parte dos atributos do projeto, desde os materiais até a orçamentação, para 
poder, nas etapas seguintes, produzir a documentação da obra. Em suma, o 
anteprojeto parte das definições básicas provenientes do estudo preliminar, 
como distribuição espacial, e é finalizado apenas com a aprovação final do 
projeto pelo cliente, constituindo uma etapa de grande peso no projeto de 
arquitetura. A seguir, você poderá ver diferentes desenhos presentes nesta 
etapa do projeto de arquitetura de interiores.
Aplicação dos diferentes 
tipos de desenhos técnicos
Como visto, é no anteprojeto que o cliente emite seu aceite do projeto, ou 
seja, informa ao arquiteto que o projeto está aprovado e pode ser dado início 
à criação da documentação para a execução. Para que o cliente possa tomar 
a decisão, cabe ao arquiteto apresentar informações claras e completas, que 
permitam a total compreensão por parte do contratante das decisões tomadas 
pelo profi ssional.
O Quadro 2 apresentou os documentos típicos do anteprojeto. Agora, 
serão apresentados exemplos práticos de como esse material é apresentado 
para clientes. A Figura 2, a seguir, mostra o anteprojeto apresentado para uma 
academia localizada na cidade de Porto Alegre.
Figura 2. Planta de layout.
5Anteprojeto de empreendimento comercial: layout, elevações e perspectivas aplicadas aos interiores
Observe que, na planta da Figura 2, estão presentes as principais informações 
para que o cliente compreenda o espaço: posição da recepção, dos banheiros, 
das circulações verticais, quantidade de alunos que podem ocupar o espaço ao 
mesmo tempo. Ou seja, para quem está interessado no funcionamento de uma 
academia, toda a informação necessária está contida no desenho. Para o cons-
trutor, no entanto, faltam elementos essenciais, como as dimensões das paredes, 
áreas de piso e indicação dos revestimentos das paredes. Agora, imagine que o 
desenho inclua, além das informações que já estão presentes, aquelas destinadas 
ao construtor. O resultado seria uma representação confusa, tanto para o cliente 
quanto para o construtor. Deste exemplo, podemos depreender um princípio da 
representação arquitetônica: não há desenho absoluto.
Além da planta de layout, pode ser necessário realizar uma planta contendo 
apenas as paredes do espaço, para que a empresa responsável pela construção 
possa orçar a quantidade de trabalho e material necessário para executar a obra. 
Esta planta é chamada de planta de paredes, e apresenta cotas representando 
as medidas dos elementos construídos. A Figura 3, a seguir, apresenta a planta 
de paredes da academia.
Figura 3. Planta de paredes.
Ainda em relação aos desenhos técnicos, os cortes são extremamente neces-
sários nesta etapa, para que cliente e construtor compreendam as relações de 
altura entre os elementos construtivos. A Figura 4 apresenta um corte do espaço 
que estamos acompanhando, no qual se revela as diferenças de pé-direito entre 
o térreo e o segundo pavimento, além da grande escada engastada na parede.
Anteprojeto de empreendimento comercial: layout, elevações e perspectivas aplicadas aos interiores6
Figura 4. Corte longitudinal.
Um desenho que pode ser interessante nesta etapa são os diagramas, ou 
perspectivas esquemáticas, que demonstram o esquema geral do projeto para 
rápida compreensão por parte de cliente e mão de obra. Tais desenhos são im-
portantes, visto que, muitas vezes, as plantas e os cortes não são suficientes para 
transmitir a espacialidade do projeto. A Figura 5, a seguir, apresenta um exemplo 
de diagrama em perspectiva isométrica, que representa o espaço da academia.
Figura 5. Diagrama em perspectiva isométrica.
7Anteprojeto de empreendimento comercial: layout, elevações e perspectivas aplicadas aos interiores
Por meio de perspectivas cônicas, é possível representar o modo como 
os espaços são vistos pelos observadores, de modo que são ferramentas 
bastante interessantes para o entendimento do projeto, principalmente pelas 
pessoas pouco acostumadas com desenhos técnicos. De acordo com Ching 
(2012), a perspectiva cônica (Figura 6) oferece um método de distribuição 
correta dos objetos no espaço, ilustrando a forma como eles diminuem de 
tamanho à medida que se distanciam, proporcionando, assim, uma visão 
experimental do espaço.
Figura 6. Perspectiva cônica.
Fonte: Ching (2012, p. 237).
Por último, com foco na aprovação do projeto por parte do cliente, podem 
ser produzidas imagens renderizadas com diferentes níveis de fotorrealismo. 
A Figura 7, a seguir, apresenta uma renderização do projeto da academia que 
foi apresentada para os clientes, com o objetivo de mostrar a eles os materiais 
e as texturas do projeto.
Anteprojeto de empreendimento comercial: layout, elevações e perspectivas aplicadas aos interiores8
Figura 7. Renderização.
Com base na documentação vista, o projeto pode ser compreendido pelo 
cliente e pela equipe de mão de obra, possibilitando, assim, tanto a aprovação 
do projeto quanto o encaminhamento dos orçamentos. A partir dessa aprova-
ção, o projeto poderá ser detalhado e os materiais poderão ser encaminhados 
para a obra.
Tipo de desenhoadequado a cada situação 
do anteprojeto
O anteprojeto tem, basicamente, duas funções: a aprovação do projeto por parte 
do cliente e a orçamentação da obra por parte da equipe responsável pela mão 
de obra. Sabendo disso, o arquiteto deve produzir documentação com escala 
e linguagem pertinente para cada uma das funções que esta etapa possui no 
processo de projeto de arquitetura de interiores. A seguir, serão descritas as 
diferenças do material entregue para mão de obra e para o cliente ao fi m de um 
anteprojeto de arquitetura de interiores. Para tanto, será utilizado novamente 
o caso da academia da seção anterior, desta vez tratando de uma ampliação 
realizada um ano após o projeto original. Nesta etapa, o cliente já aprovou 
a distribuição inicial, restando aprovar os materiais e as cores. A empresa 
responsável pela obra, por outro lado, ainda precisa de todas as informações.
9Anteprojeto de empreendimento comercial: layout, elevações e perspectivas aplicadas aos interiores
Cliente
Os clientes são, em geral, leigos em arquitetura, ou seja, não têm o conhe-
cimento técnico que os profi ssionais da área possuem para compreender 
facilmente desenhos técnicos, como plantas baixas, cortes e elevações. 
Desse modo, é preciso desenvolver diagramas e desenhos simplifi cados, 
traduzidos para uma linguagem gráfi ca adequada à compreensão de seus 
contratantes.
Um dos elementos mais facilmente entendidos pelos clientes são as 
imagens renderizadas. Com esse tipo de trabalho, é possível simular em 
ambiente computacional os materiais e as texturas do projeto com um 
nível alto de fotorrealismo, sendo possível, inclusive, inserir iluminação 
análoga àquela que será instalada no local. Desse modo, o cliente poderá 
compreender como o espaço ficará após a finalização da obra. A Figura 
8, a seguir, apresenta uma perspectiva do interior da academia, simulando 
a situação após a ampliação.
Figura 8. Perspectiva interna.
Anteprojeto de empreendimento comercial: layout, elevações e perspectivas aplicadas aos interiores10
No entanto, é muito difícil discutir soluções de projeto específicas sem a 
presença de uma planta baixa, visto que é o desenho perfeito para o cliente 
entender a distribuição espacial ao longo do projeto. Deve ser dada especial 
atenção à graficação das peças, para que não fiquem muito difíceis de enten-
der. Observe, na Figura 9, como foram destacados em vermelho os espaços 
comerciais que o cliente deveria aprovar nesta entrega.
Figura 9. Planta baixa com destaques.
Mão de obra
Ao contrário do que ocorre com o cliente, para a mão de obra, o mais impor-
tante é a precisão e clareza das informações. Para tanto, normalmente são 
entregues conjuntos de plantas, cada uma com sua especifi cidade, destacando 
elementos do projeto, como pisos, luminárias e instalações elétricas. A Figura 
10, apresenta um conjunto de plantas entregues para a mão de obra, destacando 
pisos e demolições.
11Anteprojeto de empreendimento comercial: layout, elevações e perspectivas aplicadas aos interiores
Figura 10. Plantas de piso e demolições.
Para garantir um orçamento preciso, é necessário produzir desenhos para 
todos os fornecedores envolvidos, e não apenas para os responsáveis pela obra 
civil. Muitas vezes, são feitos contatos telefônicos e até mesmo pessoalmente, 
nos quais são combinados aspectos das peças a serem orçadas sem, no entanto, 
existir um registro preciso do que foi combinado. A Figura 11, a seguir, apre-
senta um exemplo de desenho produzido para garantir que as peças orçadas 
seriam as que o cliente precisava. Neste caso, era preciso que o fornecedor 
confirmasse que a estrutura orçada era do tipo “com rope climb”. Para isso, 
foi enviado um diagrama com as duas opções.
Figura 11. Diagrama para orçamento.
Anteprojeto de empreendimento comercial: layout, elevações e perspectivas aplicadas aos interiores12
Em suma, o anteprojeto é uma etapa fundamental do projeto de arquitetura, 
tanto de edificações quanto de interiores. É por meio dele que o cliente tem a 
oportunidade de compreender claramente o espaço do projeto, podendo visu-
alizar como seu projeto ficará quando pronto. Além disso, é nessa etapa que 
são encaminhados os orçamentos para as equipes de execução, ou seja, ao fim 
do anteprojeto, seu cliente saberá como será e quanto custará a obra. Portanto, 
na etapa de anteprojeto, é preciso que os arquitetos conheçam as ferramentas 
disponíveis para a correta representação dos aspectos pertinentes do projeto.
ABNT. NBR 6392: máquinas rodoviárias: bicos de lubrificação. Rio de Janeiro: ABNT, 2005.
ABNT. NBR 6492: representação de projetos de arquitetura. Rio de Janeiro: ABNT, 1994.
CAU/BR. Guia de orientações para a contratação de serviços de arquitetura de interiores. 
Brasília: CAUBR, 2016.
CAU/BR. Resolução n° 76, de 10 de abril de 2014. Aprova os Módulos II e III das Tabelas 
de Honorários de Serviços de Arquitetura e Urbanismo do Brasil. Brasília, DF, 2014. Dis-
ponível em: https://transparencia.caubr.gov.br/resolucao76/. Acesso em: 30 out. 2019.
CHING, F. D. K. Desenho para arquitetos. Porto Alegre: Bookman, 2012.
13Anteprojeto de empreendimento comercial: layout, elevações e perspectivas aplicadas aos interiores
Dica do professor
A etapa de anteprojeto consiste em uma série de elementos gráficos que servem para o cliente 
compreender todas as decisões projetuais, como leiaute, espacialidade e estética. Há diversas 
maneiras de desenvolver essas representações, como plantas baixas e imagens renderizadas.
Nesta Dica do Professor, conheça outras formas de representar esses elementos, como os 
diagramas conceituais. Algumas diretrizes de projeto podem ser melhor explicadas e 
compreendidas pelo cliente por meio desse tipo de representação gráfica.
Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar.
https://fast.player.liquidplatform.com/pApiv2/embed/cee29914fad5b594d8f5918df1e801fd/6444468df37785934243d8c0e66d2895
Na prática
O anteprojeto é um momento do projeto de arquitetura de interiores comercial no qual o cliente 
pode tomar decisões antes de aceitar completamente a proposta do arquiteto. Para permitir essa 
tomada de decisão, cabe ao arquiteto a produção de material claro que dê os insumos para o 
cliente entender as vantagens de uma ou outra característica.
Neste Na Prática, você verá como a arquiteta Carol conseguiu demonstrar para o seu cliente as 
vantagens e desvantagens entre duas alternativas de posicionamento do balcão em um restaurante 
que estava projetando.
Aponte a câmera para o 
código e acesse o link do 
conteúdo ou clique no 
código para acessar.
https://statics-marketplace.plataforma.grupoa.education/sagah/46167c67-0892-4c65-abed-2f2741c21215/6b8527e0-7c56-4d22-8f56-4e4b70b4b586.png
Saiba +
Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto, veja abaixo as sugestões do professor:
Manual do arquiteto e urbanista
Manual produzido pelo CAU/BR para orientar a prática profissional de arquitetura, demonstrando a 
relação entre cliente e arquiteto e as diferentes etapas de projeto. Clique para conhecer.
Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar.
Quatro projetos brasileiros entre os premiados na etapa 
continental do Prix Versailles 2019
O Prix Versailles é uma premiação anual para projetos de arquitetura comercial. Na última edição, 
quatro projetos brasileiros ficaram entre os premiados. Conheça os trabalhos no link a seguir.
Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar.
Tutorial diagrama para arquitetura
Neste tutorial, o instrutor demonstra como produzir diagramas a partir de um modelo 
tridimensional utilizando softwares. Clique para conhecer.
Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar.
https://www.caubr.gov.br/manual-do-arquiteto-e-urbanista-reune-orientacoes-aos-profissionais/
https://www.archdaily.com.br/br/923701/4-projetos-brasileiros-entre-os-premiados-na-etapa-continental-do-prix-versailles-2019https://www.youtube.com/embed/wnDm8Peezwo
Anteprojeto
Apresentação
O projeto de arquitetura é dividido em algumas etapas, e o anteprojeto vem desenvolver a 
proposta já escolhida pelo cliente no estudo preliminar. Todas as plantas entregues serão 
adaptadas e cotadas a esta opção, já o anteprojeto precisa ser detalhado de tal maneira que sofra 
mínimos ajustes na etapa final do produto — o projeto executivo.
Nesta Unidade de Aprendizagem, você verá no que consiste o anteprojeto e como realizá-lo, além 
de estudar as normas técnicas e de segurança a serem seguidas.
Bons estudos.
Ao final desta Unidade de Aprendizagem, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
Definir no que consiste o anteprojeto.•
Aplicar as normas técnicas e de segurança na etapa de anteprojeto.•
Representar graficamente o anteprojeto.•
Infográfico
Muitas normas devem estar contidas no processo de se projetar. A acessibilidade também é de 
suma importância em um projeto de interiores, devendo estar presente no anteprojeto. O ambiente 
comercial deve ser acessível a todos sem distinções e, ao promover esse acesso, o empreendedor 
estará fazendo seu papel como cidadão, abrindo a possibilidade de uma maior arrecadação.
Neste Infográfico, você vai ver alguns passos para deixar os seus projetos mais acessíveis.
Aponte a câmera para o 
código e acesse o link do 
conteúdo ou clique no 
código para acessar.
https://statics-marketplace.plataforma.grupoa.education/sagah/734eaf6b-5629-4756-b464-fd072ec24607/f80777db-1f84-4d51-a05a-082d0596772e.png
Conteúdo do livro
O projeto de arquitetura é uma construção de diversas etapas; e o anteprojeto é muito importante, 
pois é a fase projetual que já tem todas as informações construídas em conjunto com o 
cliente como conceito, necessidades e alternativa de layout ou partido definido. O projeto em si 
precisa de refinamento e mais detalhes para ser um produto prévio à entrega final. 
No capítulo Anteprojeto, da obra Projetos de interiores comerciais, base teórica desta Unidade de 
Aprendizagem, você vai ver em que consiste o anteprojeto, como é composto, quais as normas que 
devem ser seguidas e como este se comporta graficamente.
Boa leitura.
PROJETO DE 
INTERIORES 
COMERCIAIS
Natalya Taynanda De 
Freitas Rodrigues
Anteprojeto
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
  Definir no que consiste o anteprojeto.
  Aplicar as normas técnicas e de segurança na etapa de anteprojeto.
  Representar graficamente o anteprojeto.
Introdução
O anteprojeto é essencial, pois é nele que teremos a opção final do es-
tudo arquitetônico escolhido pelo empreendedor. Trata-se do princípio 
da versão final de projeto, que começa a ser detalhado, cotado e sofrer 
os ajustes necessários para não precisar de mais modificações quando 
virar um projeto executivo. 
Neste capítulo, você vai estudar a forma de organização do ante-
projeto: como é realizado, quais as normas que o norteiam e como se 
dá graficamente o planejamento dessa etapa de projeto. É uma fase de 
construção real do projeto, na qual também começam a ser desenvol-
vidos os projetos complementares necessários.
Conceitos fundamentais
A norma da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) NBR 6492:1994 
conceitua anteprojeto da seguinte forma: 
Definição do partido arquitetônico e dos elementos construtivos, considerando 
os projetos complementares (estrutura, instalações, etc.). Nesta etapa, o projeto 
deve receber aprovação final do cliente e dos órgãos oficiais envolvidos e pos-
sibilitar a contratação da obra (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS 
TÉCNICAS, 1994, documento on-line).
Com o anteprojeto, o cliente começará a ter uma noção mais exata de como 
será o projeto que solicitou. Para tanto, o projetista deve trabalhar com medidas 
reais colhidas no levantamento, além de analisar quais são os elementos que 
cabem a cada tipo de projeto para atender às necessidades do empreendedor, como 
as plantas de gesso, de elétrica e de iluminação. Precisam ser desenvolvidas nessa 
etapa todas as plantas cotadas e as perspectivas com os materiais escolhidos.
O anteprojeto é utilizado para aprovação da obra na prefeitura, seja de uma 
reforma ou de uma nova construção. Nessa fase também são especificados o 
mobiliário, a decoração, as sugestões de acabamento, a iluminação, a paleta 
de cores, os tecidos para os estofados, o gesso, a paginação do piso, os objetos 
decorativos, dentre outros componentes do projeto que devem ser definidos, 
conforme lecionam Mano et al. (2018).
Em posse de toda essa documentação, o cliente vai tecer as suas conside-
rações e aprovar ou não o projeto. A partir daí, este será detalhado, a fim de 
ser executado sem gerar nenhuma dúvida aos que vão executar o mobiliário, 
ou até mesmo para quem vai assentar o piso ou produzir os sofás e poltronas, 
ainda de acordo com Mano et al. (2018).
Ainda segundo a ABNT NBR 6492:1994, existem documentos típicos a 
serem entregues:
  planta de situação; 
  memorial justificativo, abrangendo aspectos construtivos; 
  discriminação técnica; 
  quadro geral de acabamento (facultativo); 
  documentos para aprovação em órgãos públicos.
Os documentos para a aprovação da prefeitura são os seguintes:
  desenvolvimento de elementos de interesse, como os projetos comple-
mentares, em casos especiais; 
  maquete ou perspectivas;
  estimativa de custo. 
Anteprojeto2
A escala ideal é igual ou superior a 1/100 na representação da edificação. 
De acordo com o porte do programa, podem ser utilizadas escalas menores, 
com ampliações setoriais. Sobre os elementos a serem representados, segundo 
a ABNT NBR 6492:1994:
Devem estar bem caracterizados os elementos construtivos, com indicação 
de medidas, níveis, áreas, denominação de compartimentos, topografia e 
orientação, eixos e coordenadas. A descrição dos materiais adotados deve 
atender às necessidades da etapa (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NOR-
MAS TÉCNICAS, 1994, documento on-line).
A escala é um elemento importante quando falamos de desenho técnico. Em um 
anteprojeto, a escala não precisa ser tão grande, já que o detalhamento maior virá 
no projeto executivo. A escala comumente utilizada nessa etapa é de 1/100, como 
diz a ABNT NBR 6492:1994, ou de 1/50, dependendo das necessidades do projetista.
Em um projeto de interiores, o anteprojeto necessita das seguintes plantas:
  planta de leiaute do piso ou paginação;
  planta do forro;
  planta de luminotécnica ou iluminação;
  planta de elétrica.
Todos esses desenhos já precisam estar cotados de acordo com a norma e 
seguindo o leiaute (Figura 1) escolhido, com as medidas reais e as especifica-
ções adequadas ao mercado, conforme lecionam Mano et al. (2018).
3Anteprojeto
Figura 1. Exemplo de planta de leiaute de anteprojeto.
Fonte: Mano et al. (2018, p. 310).
Observe quantas informações importantes temos nessa imagem. Muitos 
itens precisam ser contemplados no anteprojeto. Assim, são componentes 
que precisam estar presentes em um anteprojeto de arquitetura comercial, 
segundo Buxton (2017):
  móveis fixos (armários, roupeiros, bandejas);
  araras e cabideiros soltos;
  gôndolas e ilhas;
  mostruários (balcões, vitrinas, estantes); 
  armários (acesso frontal ou superior); 
  sistemas de prateleiras (modulares, ajustáveis); 
  formas, manequins, mostruários (em balcões ou no chão); 
  lixeiras, mesas, dutos de instalações verticais; 
  balcões (caixa, embalagem, conferência, atendimento).
Além dos componentes acima citados, existem diversos materiais que 
podem ser especificados em projetos, como madeiras de lei ou artificiais, 
laminados, acrílicos, vidros de segurança, policarbonato, metais cromados, 
aço inoxidável e alumínio anodizado, ainda conforme Buxton (2017).
Anteprojeto4
Normas no anteprojeto
Como item de refi namento de projeto, essa fase se restringe a fi nalizar os de-
senhos que complementam o estudo preliminar e desenvolver outros que agora 
são necessários,como as plantas de elétrica e iluminação. O condicionamento 
de ar também é um ponto a ser discutido no anteprojeto.
Quanto à proteção contra incêndios, precisam ser pensadas formas de 
evacuação de fumaça, como um exaustor. As estruturas da loja precisam 
ser as mais resistentes possíveis para o fogo, e devem ser previstas saídas de 
emergência. Em alguns casos, a colocação de sprinklers também é necessária, 
principalmente quando o ponto comercial é muito extenso, já que estes são 
detectores de fumaça que expelem água e podem retardar o estrago do fogo. O 
acesso também precisa ser desobstruído, facilitando o trabalho dos bombeiros 
quando necessário, conforme aponta Buxton (2017).
A acessibilidade e o desenho universal também devem ser abordados em 
um anteprojeto. O estabelecimento comercial precisa estar acessível a todo 
e qualquer cliente que deseje circular e apreciar o espaço, sem que ele sofra 
limitações ou acidentes de percurso. Para tal, Buxton (2017, p. 15) teceu o 
seguinte raciocínio:
O corpo humano pode ter muitos formatos e tamanhos, e projetar com o intuito 
de acomodar as pessoas em qualquer situação exige um conhecimento básico 
da interação entre os objetos ou espaços desenhados e seus usuários finais. 
Contudo, grande parte desse conhecimento pode ser intuitivo, pois todos nós 
também somos usuários de objetos, móveis e edificações. Mas, esse conhe-
cimento também pode ser limitado e questionável, pois não se trata apenas 
de proporções, escala ou facilidade de movimentação: há aspectos de saúde 
e segurança envolvidos, além da necessidade de projetar para a inclusão de 
todas as pessoas e sua igualdade de acesso.
A ergonomia também necessita ser utilizada no anteprojeto, já que estuda 
os parâmetros de conforto. O ambiente projetado precisa ser adaptado para as 
necessidades físicas dos usuários, no caso, os clientes do ponto comercial, e 
dos que vão exercer o seu trabalho nele, assim como devem ser assegurados 
os confortos térmico, lumínico e sonoro. A análise ergonômica (Figura 2) 
vai permitir que o trabalho realizado no ambiente flua da melhor maneira, 
sem ocasionar lesões aos funcionários e os fazendo produzir de uma melhor 
forma, conforme lecionam Mano et al. (2018).
5Anteprojeto
Figura 2. Exemplo de adaptação das medidas do mobiliário para 
melhor ergonomia.
Fonte: Mano et al. (2018, p. 124).
Veja na Figura 2 que o alcance permite o acesso ao mobiliário de maneira 
confortável, sem lesões iminentes, e não arrisca a quebra dos produtos expostos 
no empreendimento. Os afastamentos para os pés também são necessários, já 
que evitam as topadas e permitem que o usuário se aproxime mais do balcão.
O livro Arte de projetar em arquitetura é considerado um manual de elaboração de 
projetos ergonômicos. Sempre que você for projetar espaços, consulte esse material 
para que não tenha dificuldades com as dimensões ideais de mesas, assentos e alcances, 
entre outras intercorrências de projeto.
Representação gráfica no anteprojeto
O anteprojeto precisa trazer dimensões precisas a partir das aprovações do 
cliente nas etapas anteriores. No anteprojeto é esperado que apareçam os am-
bientes com fl uxos e aberturas, localização de maquinários e eletrodomésticos, 
além das superfícies de trabalho; ele deve trazer, ainda, a estrutura estimada, 
o cálculo das áreas por ambiente e a volumetria. Quando o projetista fi naliza 
todo o seu trabalho, esse projeto pode seguir para uma equipe complementar 
ou, se o projetista tem conhecimento de projetos complementares, o mesmo 
Anteprojeto6
fará as plantas, como a de elétrica e instalações. Ao fi nal desse processo, o 
conjunto de plantas segue para ser aprovado e, depois, passa para o projeto 
executivo, que será ainda mais detalhado, técnico e com informações sufi cientes 
para sua execução, conforme lecionam Mano et al. (2018).
Graficamente, um anteprojeto, assim como o estudo preliminar, é comuni-
cado por meio de plantas baixas dos pavimentos e leiaute, cortes, elevações, 
fachadas, plantas de situação, planta de forro, planta inicial de paginação, 
planta de iluminação e planta de elétrica, conforme aponta Buxton (2017).
Veja, no link a seguir, alguns tipos de plantas importantes para o anteprojeto. Com esse 
conteúdo, você será capaz de diferenciar os tipos de plantas para cada etapa de projeto.
https://goo.gl/RZEXou
Veja alguns exemplos das plantas de anteprojeto e saiba como é a represen-
tação gráfica de cada tipo nas Figuras 3 a 8. A planta de situação (Figura 3) vai 
localizar a obra no lote do endereço aonde se situa; é uma forma de demarcar 
o local do projeto e é importante principalmente para a aprovação do projeto 
junto à prefeitura, conforme lecionam Mano et al. (2018).
Figura 3. Exemplo de planta de situação.
Fonte: Buxton (2017, p. 1).
7Anteprojeto
A planta de leiaute (Figura 4) apresenta o mobiliário com os equipamentos 
e deixa clara a distribuição do espaço e o fluxo que deve ser atendido. É bastante 
importante para auxiliar nos futuros projetos complementares de iluminação e 
elétrica que utilizam essa planta como referência, segundo Mano et al. (2018).
Figura 4. Exemplo de planta de leiaute.
Fonte: Gema Arquitetura (2013, documento on-line).
A planta de paginação de pisos (Figura 5) representa o projeto de reves-
timento e como que o projetista deseja que o assentamento desse revestimento 
seja feito por quem o executa. Geralmente o projetista fixa a primeira pedra 
em planta e coloca setas por onde deve seguir a colocação das próximas 
pedras. Com essa paginação, fica mais fácil planejar uma colocação de piso 
diferenciada, conforme apontam Mano et al. (2018).
Anteprojeto8
Figura 5. Exemplo de planta de paginação.
Fonte: Adaptada de Magalhães (2014).
A planta de forro (Figura 6) traz o detalhamento do forro e das dilatações que o 
projetista indica como sendo as mais adequadas ao ambiente, bem como o desenho 
que pretende fazer com as placas, além da necessidade de reservar um espaço 
para a colocação de uma iluminação específica dentro do gesso, ou até de rasgos 
em certos locais para colocar luminárias, conforme lecionam Mano et al. (2018).
Figura 6. Exemplo de planta de forro.
Fonte: Adaptada de Piçarra Decora (2013).
9Anteprojeto
As plantas de elétrica e de iluminação podem vir juntas, como no exemplo 
da Figura 7, ou separadas. Essas plantas deixam claro aonde serão os pontos de luz 
do espaço, com a escolha de luminárias, os interruptores e as tomadas necessárias 
para a remodelação do ambiente. Os projetistas tomam como referência a planta 
de leiaute para locar esses elementos, conforme lecionam Mano et al. (2018).
Figura 7. Exemplo de planta de iluminação e elétrica.
Fonte: Adaptada de Piçarra Decora (2013).
Depois do anteprojeto concluído, ele será apresentado ao cliente para a 
aprovação de todo o conjunto de plantas; o cliente as assinará e o projetista 
colocará a data de conclusão dessa etapa. Após a aprovação, esse projeto segue 
para a etapa final — o projeto executivo —, na qual não se esperam mais 
mudanças, e sim complementos, como detalhes e acabamentos necessários, 
conforme apontam Mano et al. (2018).
Anteprojeto10
Veja na Figura 8 um leiaute de anteprojeto de um restaurante. Perceba que os elementos 
que compõem a planta estão numerados, porém diferentemente de uma planta 
de leiaute de estudos, temos o desenho mais detalhado, com projeções, acessos e 
aberturas. Já é um leiaute quase executivo; faltam apenas as marcações de corte. A 
escala presente nesse caso é uma escala gráfica, mas poderia ser numérica.
Figura 8. Exemplo de leiaute de anteprojeto.
Fonte: Adaptada de Moura (2013).
1. O anteprojeto complementa o 
projeto adicionando um maior 
detalhamento nos desenhos. 
Sobre o anteprojeto, qual seria 
seu ponto de partida?
a) O estudo preliminar.
b) O conceito de projeto.
c) O projeto executivo.
d) O programa de necessidades.
e) O estudo de viabilidade.
2. A norma da ABNT NBR 6492:1994 
trata da representação do projeto 
arquitetônico.Sobre o anteprojeto, 
como a norma o conceitua?
a) Definição do partido 
arquitetônico e dos elementos 
construtivos, considerando 
os projetos complementares 
(estrutura, instalações, etc.).
11Anteprojeto
b) Definição do conceito que vai 
ser adotado e dos elementos 
construtivos, considerando 
os projetos complementares 
(estrutura, instalações, etc.).
c) Definição final do projeto e 
dos elementos construtivos, 
considerando os projetos 
complementares (estrutura, 
instalações, etc.) e sem 
mais mudanças.
d) Definição das opções de projeto 
ainda não definitivas, além dos 
elementos construtivos.
e) Definição de um programa de 
necessidades e dos elementos 
a serem definidos no projeto 
para que ele seja viável.
3. Ainda segundo a ABNT NBR 
6492:1994, existem documentos 
típicos a serem entregues nessa 
etapa. Qual das alternativas indica 
todos os documentos necessários, 
inclusive os facultativos?
a) Planta de situação; memorial 
justificativo, abrangendo aspectos 
construtivos; discriminação 
técnica; quadro geral de 
acabamento; documentos para 
aprovação em órgãos públicos.
b) Memorial justificativo, abrangendo 
aspectos construtivos; 
discriminação técnica; quadro geral 
de acabamento; documentos para 
aprovação em órgãos públicos.
c) Planta de situação; discriminação 
técnica; quadro geral de 
acabamento; documentos para 
aprovação em órgãos públicos.
d) Planta de situação; memorial 
justificativo, abrangendo aspectos 
construtivos; discriminação técnica; 
quadro geral de acabamento.
e) Planta de situação; memorial 
justificativo, abrangendo aspectos 
construtivos; discriminação 
técnica; documentos para 
aprovação em órgãos públicos.
4. Em que consiste a planta 
de paginação?
a) É a planta de leiaute do 
piso, a visualização de como 
ficará o revestimento.
b) É a planta que define como será 
instalado o gesso no ambiente.
c) É a planta em que ficarão 
claras as escolhas de 
acabamentos do ambiente.
d) É a planta na qual se pode 
encontrar as escolhas de 
luminárias para o ambiente.
e) É a planta na qual se 
encontram os pontos de 
tomadas e interruptores.
5. O incêndio pode acometer 
diversos pontos comerciais. 
Quais são as alternativas de 
projeto que visam à segurança 
nos ambientes comerciais?
a) Deve-se prever uma forma de 
evacuação de fumaça, como 
um exaustor, as estruturas 
precisam ser resistentes para 
o fogo e devem ser previstas 
saídas de emergência.
b) A colocação de sprinklers 
é suficiente.
c) Nada precisa ser feito, pois 
o trabalho de proteção 
contra o incêndio é apenas 
dos bombeiros.
d) A colocação de portas corta-
fogo já resolve a maioria dos 
problemas de um incêndio.
e) A instalação de extintores é uma 
medida suficiente de proteção.
Anteprojeto12
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 6492. Representação de Projetos 
de Arquitetura. Rio de Janeiro: ABNT, 1994.
BUXTON, P. Manual do arquiteto: planejamento, dimensionamento e projeto. 5. ed. 
Porto Alegre: Bookman, 2017.
FISCHER, R. 5 tipos de plantas arquitetônicas utilizados por arquitetos. Como projetar, 
2018. Disponível em: <http://comoprojetar.com.br/tipos-de-planta-de-arquitetura/>. 
Acesso em: 20 nov. 2018. 
GEMA ARQUITETURA. Apartamento no Vale do Sereno/Gema Arquitetura. ArchDaily, 20 
mar. 2013. Disponível em: <https://www.archdaily.com.br/br/01-104310/apartamento-
-no-vale-do-sereno-slash-gema-arquitetura>. Acesso em: 20 nov. 2018.
MAGALHÃES, R. Para designers: como fazer paginação de piso. 17 jun. 2014. Disponível 
em: <https://rayanemagalhaes.wordpress.com/2014/06/17/para-designers-como-fazer-
-paginacao-de-piso/>. Acesso em: 20 nov. 2018.
MANO, Cássia Morais et al. Introdução ao projeto arquitetônico. Porto Alegre: SAGAH, 2018.
MOURA, S. Restaurante NAU / Sandra Moura. ArchDaily, 30 jan. 2013. Dispo-
nível em: <https://www.archdaily.com.br/br/761153/restaurante-nau-sandra-
-moura/5747e413e58ecea272000133-restaurante-nau-sandra-moura-planta-terreo-
-layout>. Acesso em: 20 nov. 2018.
PIÇARRA DECORA. Planta de forro e iluminação. Habitissimo, 2013. Disponível em: 
<https://fotos.habitissimo.com.br/foto/planta-de-forro-e-iluminacao_382015>. Acesso 
em: 20 nov. 2018.
PIÇARRA DECORA. Planta de iluminação (Piso inferior). Habitissimo, 2014. Disponível em: 
<https://fotos.habitissimo.com.br/foto/planta-de-iluminacao-piso-inferior_401501>. 
Acesso em: 20 nov. 2018.
Leitura recomendada
NEUFERT, E. A arte de projetar em arquitetura. 18. ed. São Paulo: GG, 2013.
13Anteprojeto
Conteúdo:
Dica do professor
A inclusão é um direcionamento importante para a área comercial. Lembre-se: a inclusão faz com 
que os empreendimentos arrecadem ainda mais.
Nesta Dica do Professor, você vai ver em que consiste um anteprojeto inclusivo.
Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar.
https://fast.player.liquidplatform.com/pApiv2/embed/cee29914fad5b594d8f5918df1e801fd/dcb73bec0276416933aa524ac4df1bd3
Na prática
Cada empreendimento tem uma especificidade de projeto, apresentando necessidades próprias, de 
modo a atender aos seus usuários e ao empreendedor. 
Nesta Na Prática, você vai ver como apresentar a planta de layout de um anteprojeto para uma 
cafeteria, além de identificar o que deve conter na sua representação.
Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino!
 
Saiba +
Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto, veja abaixo as sugestões do professor:
Introdução ao projeto arquitetônico
Veja neste livro as etapas de projeto arquitetônico, como as composições de pequena 
complexidade, a plástica, a proporção, entre outras.
Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino!
Escalas
Todo desenho arquitetônico vai passar pelo domínio e respectivo emprego das escalas. No site a 
seguir, você vai ver como utilizar as escalas em cada tipo de desenho de arquitetura.
Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar.
Qual a diferença entre estudo preliminar e anteprojeto?
Neste vídeo são abordadas duas etapas de um projeto arquitetônico: o estudo preliminar e o 
anteprojeto. Saiba como é o processo de elaboração de cada uma das etapas, além de como 
diferenciá-las. Veja a seguir.
Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar.
https://www.portaleducacao.com.br/conteudo/artigos/educacao/escalas-desenho-arquitetonico/39469
https://www.youtube.com/embed/8XudYYHXUEE
Condicionantes naturais do 
anteprojeto de edificação de alta 
complexidade
Apresentação
Os condicionantes naturais são fatores que interferem diretamente nas características de um 
terreno e seu entorno. É por meio do estudo de cada um deles e de seu impacto na estrutura do 
espaço e nas edificações que se pode obter embasamento para a realização de um projeto 
arquitetônico adequado e coerente com seu ambiente. Alguns condicionantes naturais importantes 
são: orientação solar, topografia, vegetação, ventos, entre outros.
Nesta Unidade de Aprendizagem, por meio de diversos exemplos reais, você irá entender como os 
condicionantes naturais podem impactar no terreno, na quadra, na região e nas vias.
Bons estudos.
Ao final desta Unidade de Aprendizagem, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
Discriminar os condicionantes naturais no lote, na quadra, no entorno e nas vias de acesso.•
Identificar o impacto dos condicionantes naturais do terreno no anteprojeto arquitetônico.•
Reconhecer soluções relevantes na relação com os condicionantes naturais.•
Infográfico
Por meio do estudo de um mapa, é possível obter diversas informações a respeito de características 
de uma área urbana. Alguns elementos físicos ou naturais podem ser obtidos por um mapa do local, 
como o tipo de malha urbana, proporções entre quadras e vias, localização das áreas verdes, 
orientação solar, topografia, entre outros.
O Infográfico mostra um exemplo de análise de mapas que representam parte da Cidade de 
Barcelona.
Aponte a câmera para o 
códigoe acesse o link do 
conteúdo ou clique no 
código para acessar.
https://statics-marketplace.plataforma.grupoa.education/sagah/740f00ea-540f-4caf-a37f-fe940527dc90/e9714c4e-da60-4aeb-9da3-a5c93a760f09.png
Conteúdo do livro
Os condicionantes naturais são elementos importantes para o estudo do entorno de um terreno. 
Eles podem interferir em diversos fatores, desde a configuração urbana até a forma da arquitetura. 
Alguns deles são a orientação solar, as velocidades e frequências de ventos, a vegetação, a 
topografia, etc.
No capítulo Condicionantes naturais do anteprojeto de edificação de alta complexidade, da 
obra Projeto de Arquitetura e Urbanismo VI, que é base teórica desta Unidade de Aprendizagem, 
você verá o que é lote, quadra e vias e também saberá como alguns condicionantes naturais podem 
atuar sobre eles por meio de alguns exemplos. Você verá também um estudo de caso em que o 
ambiente do entorno foi muito importante para a criação do conceito da arquitetura.
Boa leitura.
PROJETO DE 
ARQUITETURA E 
URBANISMO VI 
Daniele Birck 
Condicionantes naturais do 
anteprojeto de edificação 
de alta complexidade
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
  Discriminar os condicionantes naturais no lote, na quadra, no entorno 
e nas vias de acesso.
  Identificar o impacto dos condicionantes naturais do terreno no an-
teprojeto arquitetônico.
  Reconhecer soluções relevantes na relação com os condicionantes 
naturais.
Introdução
A arquitetura concretiza-se no espaço. A partir dele, temos um contexto 
que, dentro de uma cidade, é composto por diversos elementos, como as 
vias, as quadras, os lotes, as praças, etc. O espaço está inserido, também, 
em um contexto geográfico que contém condicionantes naturais variáveis 
e muito importantes no estudo do arquiteto. 
Neste capítulo, você vai entender o que é lote, quadra, entorno e vias, 
e como os condicionantes naturais podem interferir nesses elementos 
para um projeto arquitetônico. Além disso, irá ver diversos exemplos reais 
de casos em que os condicionantes naturais são objetos importantes 
no estudo da área. Ao final, você será apresentado a um estudo de caso 
brasileiro de uma edificação que foi projetada por arquitetos que não 
apenas observaram o entorno, mas também aproveitaram os potenciais 
naturais do local a favor da proposta.
Condicionantes naturais no lote, na quadra, no 
entorno e nas vias de acesso
A importância do contexto espacial
Bruno Zevi, na obra Saber ver a arquitetura (1996), fala da importância 
do espaço na arquitetura. O autor comenta sobre a importância de todo o 
espaço que faz parte da arquitetura, que não é apenas o interno mas também 
o seu exterior, o seu contexto. Para ele, “[...] a experiência espacial própria da 
arquitetura prolonga-se na cidade, nas ruas, nas praças, nos becos e parques, 
nos estádios e jardins, onde quer que a obra do homem haja limitado ‘vazios’” 
(ZEVI, 1996, p. 25).
Em sua famosa obra Arquitetura: forma, espaço e ordem (2013), Francis 
Ching também aborda o tema “espaço” como elemento de extrema importância 
na arquitetura. Ching (2013, p. 11) aborda a arquitetura como “[...] resposta 
a um conjunto de condições existentes” e ressalta que “[...] devemos atentar 
não somente à forma da edificação, mas também a seu impacto sobre o es-
paço circundante” (CHING, 2013, p. 98). Ou seja, uma edificação nova será 
construída a partir de um contexto e este deve ser analisado e respeitado, para 
que a obra se integre a ele e seja uma solução para as necessidades existentes.
Portanto, é possível compreender a necessidade do estudo do contexto 
espacial no qual a obra será construída, para que os seus condicionantes 
preexistentes sejam respeitados e trabalhados, a fim de resolver os problemas 
do lugar e das necessidades do cliente, ou seja, as “condições existentes”.
Espaço em transformação
Os espaços estão sempre em transformação e a arquitetura é parte impor-
tante desse fator. A própria natureza se transforma com o passar do tempo, 
moldando-se e organizando-se de acordo com as suas necessidades orgânicas. 
Com as ocupações humanas não seria diferente.
Os contextos urbanos vão se construindo e se modificando no decorrer do 
tempo, em função das necessidades das pessoas e das condições ali existentes.
Condicionantes naturais do anteprojeto de edificação de alta complexidade2
Muro da Mauá
A cidade de Porto Alegre tem seu centro histórico e comercial ao lado de um lago 
(conhecido como Rio Guaíba). Após algumas enchentes, que causaram diversos 
transtornos devido aos alagamentos, um grande muro foi construído, separando 
parte da cidade do lago, a fim de evitar novos transtornos. Esse muro foi construído 
no ano de 1964 e continua no local até os dias de hoje, configurando uma interrupção 
na relação entre a cidade e a natureza (o lago, no caso). Esse exemplo mostra como 
certos condicionantes naturais podem interferir de forma relevante na vida e na 
estética da cidade. 
Cidade, bairro, vias, quadra e lote
Dentro do contexto espacial, há diversos elementos preexistentes, que podem 
ser condicionantes para um projeto de arquitetura. Eles podem ser físicos, 
naturais, legais, sociais, históricos, etc.
Em uma visão mais ampliada de um terreno, abrangendo o entorno, é pos-
sível identificar as características do local que podem interferir na arquitetura, 
ou seja, os condicionantes físicos. Ao realizar a análise de um sítio, olhando 
do geral para o particular, é preciso compreender a conformação da estrutura 
urbana do lugar. Cada cidade, bairro ou região tem a sua estrutura própria, 
formada com o passar do tempo.
Cada contexto urbano contém as suas características específicas. Por 
exemplo, comparando os mapas viários de três cidades diferentes, é possível 
perceber diversas diferenças.
As malhas urbanas são compostas por vias e quadras, sendo que dentro 
delas estão os lotes. Como é possível ver nos mapas de Roma e Brasília, há 
muitas possibilidades diferentes de configuração urbana, seja ela construída 
ao longo de muitos anos (como Roma) ou planejada (como Brasília) (Figura 1), 
seja próxima ao mar ou a rios ou, então, em meio a vales e serras. 
3Condicionantes naturais do anteprojeto de edificação de alta complexidade
Figura 1. (a) Trecho do mapa de Roma e (b) trecho do mapa de Brasília.
Fonte: (a) Bardocz Peter/Shutterstock.com; (b) Tish11/Shutterstock.com.
(a)
(b)
Condicionantes naturais do anteprojeto de edificação de alta complexidade4
Diversos fatores interferem na configuração das malhas urbanas, sendo 
alguns dos principais a sua história e cultura, a sua topografia e as suas 
necessidades físicas e funcionais. 
Um exemplo de cidade que tem configuração peculiar é Barcelona. Esta 
foi uma cidade de passou pela interferência de um plano urbanístico no sé-
culo XIX, produzido por Ildefonso Cerdà. Essa intervenção ocorreu devido 
ao crescimento populacional e a problemas estruturais da cidade, que tinha 
configuração medieval de vias estreitas e poucos espaços abertos. 
Cerdà propôs a construção de uma grande malha ortogonal, cortada por 
dois eixos diagonais. As quadras foram criadas com dimensões padronizadas 
e deveriam ter espaços abertos em seu interior.
A execução do plano Cerdà (Figura 2) foi realizada e obteve sucesso. 
Atualmente, é possível perceber a grande diferença entre as zonas criadas pelo 
plano do engenheiro e as zonas antigas de configuração medieval.
Dentro do estudo da cidade de Barcelona (Figura 3), é possível compreender 
com clareza o significado de vias e quadras e como elas se manifestam 
morfologicamente.
Figura 2. Plano Cerdà (1858). 
Fonte: Valencia (2017, documento on-line).
5Condicionantes naturais do anteprojeto de edificação de alta complexidade
Figura 3. Vista aérea de Barcelona.
Fonte: Ave Footage/Shutterstock.com.
As vias são as ruas, elas ligam lugares, pontos focais e nós, e permitem a 
circulação de veículos e pedestres, têm uma hierarquiaentre si, ou seja, podem 
ser de acesso local, secundário ou principal. Essas características determinam o 
seu dimensionamento e a sua estrutura. São as vias que delimitam as quadras. 
No caso de Barcelona, é possível ver que as quadras têm formas quadradas 
em sua maioria e que os seus cantos (as esquinas) são chanfrados. O interior 
das quadras é aberto, sendo que muitos têm pátios internos e espaços para 
diversos usos.
Os lotes são os terrenos dispostos em cada quadra. No caso de Barcelona, 
o projeto de Cerdà previu a composição dos lotes nas quadras. Essas carac-
terísticas definem a estrutura da morfologia urbana e são muito importantes 
no momento do estudo do entorno de um determinado terreno.
Com esse exemplo, da cidade de Barcelona, é possível entender como há 
uma estrutura urbana preexistente e as suas características são condicionantes 
para a elaboração de um projeto para uma edificação nova.
Para Wall e Waterman, em sua obra Desenho urbano (2012, p. 50-51), 
“[...] o caráter de uma cidade não deriva das edificações individuais, e sim 
da singularidade de seus bairros”. Segundo eles, um projeto arquitetônico 
Condicionantes naturais do anteprojeto de edificação de alta complexidade6
não deve imitar as outras edificações do bairro, mas sim “estabelecer uma 
relação com a vizinhança”. Por isso, todo o contexto do lugar é importante no 
momento da elaboração de um projeto de uma edificação.
Condicionantes naturais nas vias, no entorno e 
no lote
Após entender a estrutura urbana da região onde o arquiteto irá construir sua 
edifi cação, é possível compreender como os condicionantes naturais atuam 
no lugar. Alguns dos condicionantes naturais que atuam sobre um lote e o 
seu entorno são: a topografi a, a orientação solar, a vegetação, os ventos, os 
cursos d’água, entre outros.
Infraestrutura natural
Ao elaborar um projeto de arquitetura, paisagismo ou urbanismo, o arquiteto 
precisa levar em consideração todo o contexto do local onde será a obra. É 
importante que se respeite a infraestrutura natural para que as cidades possam 
se desenvolver de forma sustentável e para que equívocos acontecidos no 
passado não voltem a se repetir.
Um exemplo de espaço da cidade que foi remodelado em função da falta 
de um planejamento sustentável é a obra do Rio Cheonggyecheon (tributário 
do Rio Han) em Seul. A cidade, fundada em 17 a.C., nas margens do Rio Han, 
passou por diversas transformações urbanas ao longo do tempo. No século 
XX, o Rio Cheonggyecheon foi canalizado e coberto por uma grande avenida 
e uma autoestrada. Com o passar dos anos e com o intenso fluxo de veículos, 
as estruturas da estrada construída começaram a sofrer abalos, justamente 
por estarem acima de um rio. No período do final do século XX e começo 
do século XIX, surgiram ideias para a remodelação do local, a partir de uma 
proposta extrema de reabertura do rio a partir da demolição da autoestrada. 
A proposta gerou qualificação dos espaços, antes dominados pelos veículos, 
para o uso dos pedestres (Figura 4). Segundo dados trazidos por Rose (2019), 
o projeto de US$ 380 milhões, em 2005, projetado para reduzir o tráfego, 
melhorar a qualidade de vida da população, aumentar a biodiversidade e 
transformar culturalmente as áreas às margens do rio foi concluído; e foi um 
sucesso extraordinário.
7Condicionantes naturais do anteprojeto de edificação de alta complexidade
A restauração do espaço não apenas trouxe mais beleza e vitalidade ao 
local, mas também melhorou diversos aspectos do conforto ambiental, como, 
por exemplo, a redução da temperatura média da região.
Figura 4. Rio Cheonggyecheon no ano de 2017. Um exemplo de revitalização que levou 
em consideração as características naturais originais do local.
É possível compreender, a partir do exemplo de Seul, o quanto a infraestru-
tura natural interfere na vida das cidades que passam por diversas transforma-
ções no decorrer da história e que, muitas vezes, acabam se transformando em 
espaços degradados e insalubres. Projetos como esse podem trazer vitalidade 
e sustentabilidade ambiental, social e econômica às cidades.
Topografia
A topografi a de uma região interfere em diversos fatores, desde a formação 
da cidade até a acessibilidade de veículos, pedestres, cadeirantes, etc. Desde 
muito tempo, o homem utilizou a topografi a como elemento que interfere na 
conformação e disposição dos espaços das cidades.
Na Grécia antiga, muitas cidades tinham as suas acrópoles, que significa “o 
ponto mais alto”. A mais famosa dela é a acrópole de Atenas. Ela foi construída, 
inicialmente, com fins de proteção contra invasores. Com o tempo, passou a 
ser sede administrativa civil e religiosa. A localização mais alta destinou-se, 
então, a fins funcionais e simbólicos. 
Condicionantes naturais do anteprojeto de edificação de alta complexidade8
Por outro lado, muitas cidades começaram a se formar a partir de regiões 
mais planas, devido à facilidade de acesso, à proximidade do mar ou de rios, 
etc. Foi o que aconteceu em muitas cidades do Brasil, a partir da colonização 
portuguesa.
O Rio de Janeiro é um exemplo de cidade litorânea que iniciou a sua 
ocupação nas zonas mais próximas ao mar. Com o fim da escravidão, muitas 
pessoas ficaram sem moradia e aos poucos iniciou-se a ocupação das áreas dos 
morros, onde atualmente está a maior parte das favelas (Figura 5). Tudo isso é 
reflexo da falta de políticas públicas de assentamento. Infelizmente, as regiões 
com topografia acentuada não têm a estrutura adequada de acessibilidade e 
segurança das moradias, o que gera diversos problemas, como desabamentos, 
e facilita a violência urbana.
A partir desses aspectos, é possível compreender a necessidade de estudo 
e planejamento adequado de acordo com o relevo da região.
Figura 5. Vista aérea da Favela da Rocinha na cidade do Rio de Janeiro.
Fonte: Donatas Dabravolskas/Shutterstock.com.
9Condicionantes naturais do anteprojeto de edificação de alta complexidade
Em relação à acessibilidade de pedestres e veículos, é importante entender 
a configuração do perfil natural do terreno e trabalhar de forma a aproveitá-lo 
como elemento positivo para o projeto.
A Lombard Street (Figura 6), na cidade de São Francisco (Estados Unidos) é uma rua 
formada por curvas que se adaptam à topografia do terreno, a fim de promover uma 
inclinação adequada à acessibilidade de veículos.
Figura 6. Lombard Street. Ruas curvas foram criadas a fim de se adaptarem às condições 
topográficas do local.
Condicionantes naturais do anteprojeto de edificação de alta complexidade10
A Baldwin Street, localizada em Dunedin, Nova Zelândia, tem a fama de ser a rua 
mais íngreme do mundo. A inclinação média é de 1 metro vertical para cada 2,86 
horizontais, ou seja, 34,9%.
Quanto à topografia no desenho urbano, o autor Juan Luis Mascaró descreve 
em seu livro Loteamentos urbanos:
Todo sítio tem na topografia suas características principais. Obviamente, nas 
declividades, na uniformidade, no tamanho dos morros e das bacias e em 
outros aspectos do relevo estarão os mais fortes condicionantes do traçado 
urbano. Igualmente, cada sítio tem seu ecossistema natural que, em maior ou 
menor grau, e alterado e agredido quando sobre ele se faz um assentamento 
urbano. O novo sistema ecológico criado poderá ser agradável ou não, estável 
ou instável, econômico ou antieconômico, dependendo, em grande parte, do 
critério com que o urbanista o trata. Não se pode dar uma regra geral, mas 
geralmente os sistemas mais agradáveis são aqueles que contêm menores 
alterações, tornando-se mais econômicos e estáveis no tempo (MASCARÓ, 
2003, p. 13). 
Nos mapas das cidades ou regiões é possível entender a topografia quando 
houver o desenho das curvas de nível. Elas são linhas espaçadas de acordo 
com a diferença de altura, por meio da ligação de pontos com a mesma altura 
no mapa.
Orientação solar, ventos, chuvas, elementos 
hidrográficos e vegetação
O clima de um local é defi nido por diversos fatores,como, por exemplo, a 
época do ano, a sua localização geográfi ca, a sua altitude, etc.
Para entender como os condicionantes naturais atuam em uma região, é 
necessário, primeiramente, observar a sua posição geográfica e as suas ca-
racterísticas físicas. Por exemplo, um terreno situado próximo a um rio pode 
ter maiores velocidades de ventos, ou, então, se for rodeado de vegetação, 
esta se transforma em uma barreira contra o vento, mas também diminui a 
temperatura do local, interferindo no seu microclima.
11Condicionantes naturais do anteprojeto de edificação de alta complexidade
Um exemplo de arquitetura residencial que passou por estudos em relação 
ao seu contexto natural da região é uma residência chamada de Residência 
Social Rural (Figura 7), projetada pelo escritório Estación Espacial Arquitectos, 
em uma zona rural da Colômbia. 
A casa, projetada para ser uma moradia popular, é composta pelo que os 
arquitetos chamam de “teto”, dois planos inclinados, como um grande telhado, 
que se apoiam um no outro. A forma foi projetada para se adaptar à topografia 
da região e suportar os abalos sísmicos e os fortes ventos.
Os materiais utilizados foram pensados de acordo com o clima do local, 
que tem temperaturas médias variando entre 12 e 20°C e altas incidências de 
chuvas. Sua altitude é aproximadamente 2,400 m.
O conceito de “teto” surgiu, primeiramente, devido à ideia de criar um 
“lugar”, um “dispositivo espacial que protege das inclemências do tempo”. 
Os arquitetos abriram a possibilidade de o projeto ser replicado por outras 
famílias, em outros terrenos da região, a fim de possibilitar moradia de qua-
lidade para um número maior de pessoas.
Figura 7. Residência Social Rural (Colômbia).
Fonte: Contreras Rodriguez (2016). 
A arquitetura precisa ser pensada dentro do meio, mas também se apropriar 
das oportunidades que o meio fornece, por meio de um olhar mais amplo, de 
conjunto.
Álvaro Siza, ao criar o projeto para as Piscinas de Marés de Leça da 
Palmeira, Matosinhos (Figura 8), pensou em uma intervenção que se ligasse 
Condicionantes naturais do anteprojeto de edificação de alta complexidade12
fisicamente com a natureza existente. As piscinas misturam-se com as águas 
do mar e com as rochas existentes. O arquiteto buscou a integração, porém 
com uma marcação daquilo que é construído pelo homem, por meio de formas 
retas que se destacam da natureza.
Figura 8. Piscinas de Marés de Leça da Palmeira, em Matosinhos.
Fonte: Guerra (2019).
Estudos de caso: sede do Parque Natural 
Fazenda do Carmo
O Parque Natural Municipal Fazenda do Carmo (Figura 9) faz parte de uma 
grande área de preservação ambiental existente na cidade de São Paulo. O 
local é um dos mais importantes remanescentes da mata atlântica da cidade e 
contrasta bruscamente com a densidade do restante da cidade.
13Condicionantes naturais do anteprojeto de edificação de alta complexidade
Figura 9. Mapa da localização do Parque Natural Fazenda do Carmo em meio à parte da 
zona leste de São Paulo.
Fonte: Parque do Carmo (c2019).
Em 2018, a sede do parque foi construída pela Secretaria do Verde e Meio 
Ambiente da cidade, com seu projeto elaborado por arquitetos dessa secretaria 
(Figura 10). A intenção foi criar uma edificação sustentável, onde condicio-
nantes naturais existentes e elementos novos projetados pudessem auxiliar na 
diminuição do impacto ambiental da edificação. Para isso, diversos estudos 
do local foram realizados.
Figura 10. Edifício da sede do Parque Natural Fazenda do Carmo.
Fonte: Sacchetto (2018a). 
Condicionantes naturais do anteprojeto de edificação de alta complexidade14
O terreno está localizado em meio ao parque ambiental, local de densa 
vegetação. O solo é argiloso e encharca muito, além disso, há um desnível 
na topografia do terreno. Por isso, os arquitetos pensaram em projetar uma 
edificação elevada a 1,10 m do solo e rampas foram criadas para proporcionar 
a acessibilidade universal ao interior da edificação (Figura 11).
Figura 11. Estudos de luz, sombras, ventilação e captação de água da chuva.
Fonte: Sacchetto (2018b).
A orientação solar foi estudada para a criação de placas de energia fotovol-
taica. Além disso, a posição da edificação foi pensada em relação à orientação 
solar, a fim de aumentar a eficiência energética; as suas fachadas principais 
estão voltadas para noroeste e sudeste; a sua cobertura curva proporciona 
sombreamento e facilita a captação das águas da chuva para o reuso posterior 
(Figura 12); o seu material é reflexivo, o que auxilia no conforto térmico; e 
claraboias foram posicionadas em pontos onde o sol incide mais para criar 
iluminação natural e diminuir o uso de luz artificial.
15Condicionantes naturais do anteprojeto de edificação de alta complexidade
Figura 12. Estrutura da edificação suspensa e cobertura curva.
Fonte: Sacchetto (2018c).
A ventilação natural foi pensada a partir das condições de ventilação do 
local e esquadrias foram posicionadas na fachada frontal e posterior; e os 
esgotos foram elaborados a partir de um sistema chamado wetland, no qual o 
tratamento acontece por meio de mecanismos naturais realizados por plantas 
macrófitas estrategicamente plantadas próximo ao prédio. Para as águas cinzas 
(de pias e bebedouros), o escoamento acontece por meio de bananeiras plantadas 
com a finalidade de filtrar as águas. Tudo de forma natural (Figura 13). Além 
da vegetação existente, novas espécies foram plantadas, sendo priorizadas as 
nativas e em extinção, para se adequarem ao contexto verde.
Condicionantes naturais do anteprojeto de edificação de alta complexidade16
Figura 13. Estudos realizados pelos arquitetos.
Fonte: Sacchetto (2018d).
Este projeto agrega fundamentos da sustentabilidade e do respeito ao meio 
ambiente e pode ser considerado um exemplo para que outras edificações 
públicas adotem estratégias sustentáveis e eficientes, mantendo a relação 
com os condicionantes naturais e aproveitando as oportunidades que o local 
pode proporcionar.
17Condicionantes naturais do anteprojeto de edificação de alta complexidade
CHING, F. D. K. Arquitetura: forma, espaç o e ordem. 3. ed. Porto Alegre: Bookman, 2013. 
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-verdes/5d5be12f284dd1cd830000da-sede-do-parque-secretaria-do-verde-e-meio-
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SACCHETTO, L. P. M. Sede do parque: [vista lateral da sede]. 2018c. 1 fotografia. Disponível em: 
https://www.archdaily.com.br/br/923282/sede-do-parque-secretaria-do-verde-e-meio-
Condicionantes naturais do anteprojeto de edificação de alta complexidade18
-ambiente-departamento-de-parques-e-areas-verdes/5d5be238284dd1cd830000e0-
-sede-do-parque-secretaria-do-verde-e-meio-ambiente-departamento-de-parques-
-e-areas-verdes-foto. Acesso em: 16 set. 2019.
VALENCIA, N. O Plano Cerdá de Barcelona de uma nova perspectiva nessa fotografia aérea. 
2017. Disponível em: https://www.archdaily.com.br/br/880894/o-plano-cerda-de-
-barcelona-de-uma-nova-perspectiva-nessa-fotografia-aerea. Acesso em: 16 set. 2019.
WALL, E.; WATERMAN, T. Desenho urbano. Porto Alegre: Bookman, 2012.
ZEVI, B. Saber ver a arquitetura. São Paulo: Martins Fontes, 1996.
19Condicionantes naturais do anteprojeto de edificação de alta complexidade
 
Dica do professor
A topografia é um condicionante que pode interferir na forma e na estrutura do traçado urbano de 
um local. Ao estudar a malha viária de uma região, é importante levar em consideração seu relevo, 
pois, muitas vezes, as escolhas de desenhos urbanos se dão em função da natureza do lugar.
Na Dica do Professor, você verá algumas alternativas de desenho de ruas em terrenos com curvas 
de nível e um exemplo de um dos primeiros loteamentos planejados dos Estados Unidos a adotar 
estratégias voltadas à adaptação ao meio ambiente.
Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar.
 
https://fast.player.liquidplatform.com/pApiv2/embed/cee29914fad5b594d8f5918df1e801fd/e9c057a6e3760db5ae179345f46729a0
Na prática
Alguns condicionantes naturais do entorno podem interferir diretamente nas decisões projetuais do 
arquiteto. Há situações em que são fundamentais um estudo específico e a adoção de soluções 
adequadas à topografia e às intempéries em geral. Por exemplo, construções em regiões com 
muitas chuvas e com solos argilosos necessitam cuidados especiais nas escolhas das fundações. 
Veja, em Na prática, como condicionantes naturais podem ser relevantes nas escolhas de soluções 
estruturais de uma edificação.
Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para 
acessar.
https://statics-marketplace.plataforma.grupoa.education/sagah/b60c6545-3cd0-4dd1-a133-15cd279d8f44/d929a2cd-e171-4432-8f56-13a439896990.png
Saiba +
Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto, veja abaixo as sugestões do professor:
Conheça a sede do Parque Natural Municipal Fazenda do 
Carmo
Assista ao vídeo, que explica as ideias sustentáveis criadas para o projeto da sede do Parque 
Natural Municipal Fazenda do Carmo.
Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar.
Siza Vieira - Leça da Palmeira Pools by Architecture Video
Assista ao vídeo, que mostra detalhes e imagens gerais da obra de Álvaro Siza: Piscina das Marés, 
em Leça da Palmeira.
Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar.
Visualização e compartilhamento de mapas topográficos 
gratuitos
Acesse o mapa topográfico, que mostra, por meio de cores, o nível de altitude da região desejada.
Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar.
https://www.youtube.com/embed/Qfp-6QN1AGQ 
https://www.youtube.com/embed/N6X7HFuHH2A 
https://pt-br.topographic-map.com/maps/dorr/Cidades/ 
Elaboração de anteprojeto de 
intervenção arquitetônica em 
conjunto tombado
Apresentação
Quando foram estabelecidas as exigências para a realização adequada dos projetos de intervenção, 
observou-se a necessidade de seguir uma sequência de etapas para que as ações ocorressem 
respeitando o patrimônio cultural arquitetônico. Ao desenvolver um projeto de restauração ou 
revitalização, o arquiteto deve reconhecer essas etapas, que consistem em: identificação e 
conhecimento do bem, diagnóstico e proposta de intervenção. Cada uma delas apresenta uma série 
de documentações, relatórios e desenhos técnicos.
Nesta Unidade de Aprendizagem, você vai aprender sobre o processo de documentação do 
patrimônio arquitetônico e como elaborar um projeto de intervenção. Por fim, vamos abordar como 
ocorre a representação gráfica do projeto de intervenção e as suas particularidades.
Bons estudos.
Ao final desta Unidade de Aprendizagem, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
Documentar o patrimônio arquitetônico tombado por meio de coleta de dados geográficos, 
históricos, métricos, tecnologias construtivas, patologias e mapa de danos.
•
Formular proposta de projeto de intervenção arquitetônica para restauro e reabilitação de 
conjunto ou elemento arquitetônico tombado.
•
Elaborar proposta gráfica para apresentação do projeto de restauro e reabilitação.•
Infográfico
Para que todos os componentes de uma restauração em patrimônio edificado sejam contemplados, 
o restaurador deve dominar o processo de formular uma proposta de intervenção, que é a última 
etapa de um projeto de intervenção.
No Infográfico, você vai acompanhar uma síntese das principais fases do projeto de intervenção em 
restauro.
Aponte a câmera para o 
código e acesse o link do 
conteúdo ou clique no 
código para acessar.
https://statics-marketplace.plataforma.grupoa.education/sagah/457265c1-c68a-4d68-b062-8f4fecc78e4c/35481b5a-16c1-43bd-94fe-a11b1df8db80.jpg
Conteúdo do livro
A intervenção em um bem histórico de valor cultural deve manter a sua identidade e as 
características para que a população tenha acesso ao patrimônio histórico. A realização de restauro 
depende da identificação do imóvel, do diagnóstico e da proposta de intervenção. A sequência 
correta dessas etapas garante que tudo esteja de acordo com as normativas estabelecidas pelo 
Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan). As peças gráficas da proposta de 
intervenção devem apresentar padronização e legibilidade que assegurem a compreensão de todos 
os envolvidos.
No capítulo Elaboração de anteprojeto de intervenção arquitetônica em conjunto tombado, da obra 
Técnicas Retrospectivas II, você vai saber mais sobre as etapas de projeto de intervenção, as 
documentações e os procedimentos exigidos.
Boa leitura.
Técnicas 
Retrospectivas II
Cássia Morais Mano
Elaboração de anteprojeto 
de intervenção 
arquitetônica em 
conjunto tombado
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
  Documentar o patrimônio arquitetônico tombado por meio de coleta 
de dados geográficos, históricos, métricos, tecnologias construtivas, 
patologias e mapa de danos.
  Formular proposta de projeto de intervenção arquitetônica para res-
tauro e reabilitação de conjunto ou elemento arquitetônico tombado.
  Elaborar proposta gráfica para apresentação do projeto de restauro 
e reabilitação.
Introdução
A proposta de intervenção em um exemplar ou conjunto arquitetônico deve 
ser realizada por meio de etapas pré-determinadas que contribuem para que 
a restauração ou revitalização contemple todos os aspectos construtivos 
pertinentes à obra. Inicialmente, deverá ser realizado um estudo aprofundado 
para identificar o bem imóvel e conhecer seu histórico e processo construtivo. 
Em seguida, é desenvolvido um diagnóstico da situação encontrada, o qual

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