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AULA 18 - CULTURA DA CANA-DE-AÇÚCAR - PRAGAS E MÉTODOS DE CONTROLE

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CENTRO UNIVERSITÁRIO DE CARATINGA GRADUAÇÃO 
UNEC / EAD DISCIPLINA: GRANDES CULTURAS II 
 
NÚCLEO DE ENSINO A DISTÂNCIA - NEAD Página | 43 
Professor: Douglas Silva Parreira – douglasparreira30@gmail.com 
CAPÍTULO 07: PRAGAS E MÉTODOS DE CONTROLE 
 
7.1 INTRODUÇÃO 
 
A cana-de-açúcar é atacada por cerca de 80 pragas, porém pequeno número 
causa prejuízos à cultura. Dependendo da espécie da praga presente no local, bem 
como do nível populacional dessa espécie, as pragas de solo podem provocar impor-
tantes prejuízos à cana-de-açúcar, com reduções significativas nas produtividades 
agrícola e industrial dessa cultura. 
 
7.1.1 BROCA DA CANA-DE-AÇÚCAR (Diatraea saccharalis) 
 
Em seu estádio juvenil, a broca da cana é encontrada na forma de lagarta, a 
qual causa grandes prejuízos ao cultivo. A lagarta jovem apresenta coloração branco-
amarelada, cabeça marrom escuro e possui pontuações e manchas marrons pelo 
corpo, como pode ser visualizado na figura 1: 
 
Figura 1. Lagartas jovens de Diatraea saccharalis 
 
 
A mesma se alimenta inicialmente das folhas e depois penetra o colmo da 
planta pelas partes mais moles, ou seja, pela região do nó, fazendo galerias, as quais 
podem ser longitudinais ou transversais. Na figura 2, é possível observar o início do 
broqueamento causado pela lagarta, bem como as alterações de coloração provoca-
das. 
Figura 2. Injúria causada pela broca-da-cana-de-açúcar 
 
 
 CENTRO UNIVERSITÁRIO DE CARATINGA GRADUAÇÃO 
UNEC / EAD DISCIPLINA: GRANDES CULTURAS II 
 
NÚCLEO DE ENSINO A DISTÂNCIA - NEAD Página | 44 
Professor: Douglas Silva Parreira – douglasparreira30@gmail.com 
Esta praga pode ocorrer em todo o estádio de desenvolvimento da planta, po-
dendo causar prejuízos diretos e indiretos. 
Conheça estes danos: Danos diretos devido a abertura de galerias no colmo: 
• Perda de peso do material; 
• Tombamento que ocorre por ação do vento, devido ao broqueamento trans-
versal no colmo (Figura 3); 
• Coração morto leva ao secamento dos ponteiros. Este sintoma é mais comu-
mente observado em cana planta jovem (Figura 3); 
• Enraizamento aéreo e formação de brotações laterais. 
 
Figura 3. Danos diretos causados pela broca-da-cana-de-açúcar 
 
 
Danos indiretos causados pela broca: 
• Podridão vermelha, causada pelo fungo Colletotrichum falcatum e Fusarium 
moniliforme, que penetram pelo orifício aberto pela lagarta, invertendo a sacarose, 
reduzindo a pureza do caldo e prejudicando a produção de açúcar/etanol (Figura 4). 
 
Figura 4. Danos indiretos causado pela broca-da-cana-de-açúcar 
 
 
 
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7.1.2 CIGARRINHA DAS RAÍZES (Mahanarva fimbriolata) 
 
O grande desafio de se manejar esta praga de solo, teve início após a proibição, 
em algumas regiões, da queima da lavoura para corte. Se por um lado esta proibição 
trouxe benefícios ao meio ambiente, por outro lado, representou desafio técnico no 
controle da mesma. Atualmente, o sistema de colheita de cana “crua”, o qual não se 
tem a queima da palha, permite maior sobrevivência da cigarrinha-das-raízes (Figura 
5), devido à formação de um microclima úmido favorável. 
 
Figura 5. Adultos da cigarrinha da raiz 
 
As formas jovens desta praga são conhecidas como ninfas, e tanto nesta forma 
quanto na forma adulta, elas causam bastante dor de cabeça aos produtores. Como 
ninfas, as cigarrinhas se alimentam das raízes superficiais da cana, liberando uma 
espécie de espuma branca, que se acumula na parte inferior da planta ao nível do 
solo, como pode ser observado na figura 6: 
 
Figura 6. Presença de espumas liberadas pela cigarrinha das raízes 
 
 
 
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Estes danos causados pelas ninfas nas raízes da planta, impedem ou dificultam o fluxo 
de água e nutrientes na mesma. Com isso, pode haver desidratação, “chochamento” e afina-
mento do colmo, levando ao aparecimento de rachaduras na parte externa. Já os danos causados 
pelos adultos da cigarrinha são: 
• Aparecimento de manchas amareladas, após a injeção de toxinas nas folhas, que com 
o passar do tempo, podem se tornar avermelhadas e opacas. Em razão disso, há redução de 
fotossíntese e consequentemente, redução de produção de sacarose (Figura 7). 
Deterioração do colmo, uma vez que após as cigarrinhas perfurarem os tecidos foliares, 
pode haver entrada de microrganismos, os quais vão contaminar o líquido produzido, causando 
desta forma, danos diretos e indiretos: 
• Danos diretos: Redução na produtividade, causada pela morte de perfilhos, bem como, 
o encurtamento, morte, rachadura, brotações laterais e murchamento de colmo; 
• Danos indiretos: Redução da qualidade e quantidade de açúcar, redução da pureza do 
caldo e aumento de contaminantes no mesmo. 
 
Figura 7. Manchas foliares em plantas de cana-de-açúcar 
ocasionadas pelo ataque da cigarrinha da raiz. 
 
 
7.3 FORMIGAS 
 
Saúvas (gênero Atta) 
Essas são as formigas cortadeiras mais conhecidas no Brasil. As operárias, 
que possuem três pares de espinhos no dorso do tronco e a superfície dorsal do gáster 
lisa, sem tubérculos, são extremamente agressivas quando manuseadas. São facil-
mente reconhecidas porque apresentam grande variação no tamanho das operárias 
(Figura 8). 
 
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Figura 8. Soldado da Formiga cortadeira 
 
 
Seus ninhos podem atingir profundidades superiores a cinco metros e dimen-
sões consideráveis; já foram encontradas câmaras subterrâneas em que uma pessoa 
podia ficar em pé no seu interior. Além disso, é comum encontrar sauveiros com área 
de terra solta superior a 200 m2. As saúvas operárias podem cortar folhas a uma dis-
tância de até 400 m. 
 
Quenquéns (gênero Acromyrmex) 
As quenquéns são formigas cortadeiras muito semelhantes às saúvas, com as 
quais podem ser confundidas, notadamente, pelo constante hábito que também têm 
de carregar pedaços de vegetais para os seus ninhos. Suas operárias, que nem sem-
pre demonstram agressividade, têm no dorso do tronco quatro ou cinco pares de es-
pinhos e numerosos tubérculos na superfície dorsal do gáster, o que lhes confere uma 
aparência áspera quando visto de lado. Apesar de serem parecidas com as saúvas, 
um ninho de quenquém é fácil de ser reconhecido, porque raramente atinge a profun-
didade e o tamanho avantajado dos sauveiros e as colônias não apresentam soldados 
cabeçudos como as saúvas. Suas câmaras ou panelas não são tão grandes quanto 
as das saúvas e geralmente são superficiais; as mais profundas raramente atingem 
um ou dois metros de profundidade. 
 
DANOS: devido à sua vasta distribuição geográfica e dos custos para controle, as 
formigas cortadeiras tem se tornado uma praga importante e que tem causado gran-
des prejuízos. Estas se alimentam principalmente das folhas novas, causando desfo-
lha característica. 
CONTROLE: Na fase inicial de desenvolvimento, o combate às formigas deve ser 
 
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feito com bastante rigor, usando pessoas treinadas para aplicação dos formicidas (pó, 
isca ou gás). 
 
7.4 BESOURO (Migdolus fryanus) 
 
Besouro (Figura 9) ataca a cana em sua fase larval, sobre o sistema radicular. 
As perdas provocadas por esse inseto podem variar de algumas toneladas de cana 
por hectare até, na maioria dos casos, a completa destruição da lavoura, resultando 
na reforma antecipada, mesmo de canaviais de primeiro corte. 
 
Figura 9. Macho adulto de Migdolus fryanus 
 
 
CONTROLE: O controle do besouro Migdolus é difícil e trabalhoso. O método mais 
simples e prático de controle é o químico aplicado no sulco de plantio. Essa forma de 
aplicação de inseticidas tem revelado resultados promissores no combate a essa 
praga. 
 
7.5 CUPINS 
 
Os cupins, também chamados de siriris, siricas ou aleluias, são insetos normal-
mente associados a danos a plantas cultivadas e a construções, tanto no ambiente 
rural como no ambiente urbano (Figura 10). 
 
Figura 10. Colônia de Heterotermes tenuis no colmo de cana-de-açúcar 
 
 
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São insetos de hábitos subterrâneos, vivem em colônias altamente organiza-
das. A alimentação preferida é a matéria orgânica morta ou em decomposição, mas 
alimentam-se também de vegetais vivos. Os ataques de cupins são dificilmente de-
tectados em seus estágios iniciais, visto que tais insetos frequentemente utilizam tú-
neis subsuperficiais para atingir seu alvo. Assim, a percepção da presença dos cupins 
ocorre, via de regra, somente quando o ataque atinge níveis bastante elevados. 
Os principais prejuízos ocasionados pela infestação de cupins são causados 
aos toletes destinados aos novos plantios. Penetrando pelas extremidades, os cupins 
destroem o tecido parenquimatoso e as gemas, causando falhas na lavoura. Nas bro-
tações, o ataque ocorre no sistema radicular, provocando debilidade da nova planta. 
Logo após o corte, e principalmente quando houve queima do talhão, o ataque ocorre 
na soqueira através da incisão dos tocos e consequente destruição das raízes e rizo-
mas (Figura 11). Nas canas adultas, a penetração ocorre através dos órgãos subter-
râneos secos, atingindo até os primeiros internódios. 
 
Figura 11. Dano de cupim em rizoma de cana-de-açúcar 
 
 
CONTROLE: O controle é feito com a destruição dos ninhos e dos restos culturais, 
através de um profundo preparo do solo. Na cultura da cana-de-açúcar, os cupins 
podem causar danos de até 10 toneladas por hectare no ano, o que representa cerca 
de 60 toneladas por hectare durante o ciclo da cultura. No controle dos cupins subter-
râneos, recomendam-se, normalmente, aplicações de inseticidas de longo poder resi-
dual, impedindo, assim, que esses insetos infestem as touceiras de cana. 
 
7.6 LAGARTA ELASMO (Elasmopalpus lignosellus) 
 
A lagarta elasmo é um inseto polífago amplamente distribuído no Brasil. Está 
 
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presente em praticamente todas as regiões canavieiras, sendo considerada praga de 
importância econômica. 
Elasmopalpus lignosellus ataca durante o desenvolvimento inicial da cultura, 
com o adulto realizando a postura na parte aérea da cana. As larvas recém-nascidas 
alimentam-se inicialmente de folhas, caminham em direção ao solo e, na altura do 
colo, perfuram o broto, abrindo galerias no seu interior. Uma marca do ataque é que 
no orifício de entrada da galeria as larvas constroem, com fios de seda, terra e detritos, 
um abrigo de forma tubular, onde permanecem a maior parte do dia, saindo à noite 
para atacar outras plantas jovens nas proximidades. Esta perfuração basal na planta 
nova provoca a morte da gema apical, seguida de amarelecimento e seca das folhas 
centrais, surgindo o conhecido coração morto (Figura 12). Em muitos casos, a planta 
atacada morre, gerando falhas na lavoura; em outros casos, a planta recupera-se, 
emitindo perfilhos. Os prejuízos são mais intensos na cana-planta. 
 
Figura 12. Sintoma de “coração morto” causado 
por elasmo em brotações de cana-de-açúcar 
 
 
CONTROLE: Em glebas infestadas, onde a praga constitui problemas, pode-se indi-
car o controle químico, por meio de pulverizações de inseticidas. 
 
7.7 BROCA GIGANTE (Telchin licus) 
 
A broca gigante (Figura 13), pode causar perdas significativas na produção 
agrícola e industrial. 
Danifica a cana-de-açúcar abrindo galerias no colmo, deixando-o ocado, além 
de gerar falhas e sintomas de “coração morto” na brotação das soqueiras (Figura 14). 
 
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Em situações de altas infestações, reduz a longevidade do canavial, exigindo a 
reforma antecipada das áreas. 
 
Figura 13. Adulto da broca gigante, Telchin licus licus. 
 
 
Figura 14. Ataque da broca gigante, Telchin licus na base 
do colmo e planta com sintoma de “coração morto”. 
 
 
REFERÊNCIAS 
 
GALLO, D. et al. Entomologia Agrícola. Piracicaba: FEALQ, 2002. 
NAVA, D. E.; PINTO, A. DE S.; SILVA, S. D. DOS A. Controle Biológico da Broca 
da Cana-de-Açúcar. Pelotas: Embrapa Clima Temperado, 2009. 28p. 
BOTELHO, P. S. M.; MACEDO, N. Cotesia flavipes para o controle de Diatraea 
saccharalis. In: PARRA, J. R. P. et al. (Ed.) Controle biológico no Brasil: parasitoi-
des e predadores. São Paulo: Manole, 2002. p. 409-425. 
PAES, J. M. V. et al. Cana-de-açúcar. In: PAULA JÚNIOR, T, J.; VENZON, M. 
(Ed.). 101 Culturas: Manual de tecnologias agrícolas, Belo Horizonte, EPAMIG, 
2007. p. 209-220.

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