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Caracterização morfológica e sedimentar da Praia de Jaguaribe, Salvador, Bahia.

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Caracterização morfológica e sedimentar da Praia de Jaguaribe, Salvador, 
Bahia. 
Bárbara Tereza Souza Pedregal, Emanuel Henrique Valença Silva, Giullia Fernandes de Castro Baião Santos, 
Jacqueline Cotinguiba Sibuya 
1.INTRODUÇÃO 
 As praias em geral, são ambientes altamente dinâmicos e em constante alteração 
morfológica resultante de variações do regime energético incidente (clima e ondas), na variação 
do nível do mar (relacionados a eventos de tempestade), e desequilíbrios no suprimento 
sedimentar local (Short, 1999; Klein, 2004). Por isso, no atual trabalho foram realizados perfis 
praiais, para serem analisados os processos modificadores observados na praia de Jaguaribe, 
Salvador BA. A expressão mais simples de uma praia é o seu perfil transversal. O perfil de 
praia registra a altura, largura, inclinação e o volume de uma praia, enquanto perfis sequenciais 
registram mudanças temporais ao longo da praia (Short, 1999). 
 “A melhor definição de “sedimentologia” e a mais simples continua a 
ser a originalmente proposta por Wadell (1932): a “Sedimentologia” é o 
estudo científico dos sedimentos.”, J. Alveirinho Dias (2004). 
 A realização deste projeto prático de campo teve como finalidade a descrição dos 
sedimentos e dos processos sedimentares na praia de Jaguaribe para além da sequência de 
procedimentos de cartilhas, mas sim aumentando a capacidade dos alunos para análises 
técnicas sobre a sedimentologia do local de estudo que serão decorridas ao longo deste 
relatório, assim aumentando a capacidade profissional dos alunos. 
 “A análise das dimensões das partículas é importante pois permite 
deduzir indicações preciosas, entre outras, sobre a proveniência 
(designadamente sobre a disponibilidade de determinados tipos de 
partículas e sobre as rochas que lhes deram origem), sobre o transporte 
(utilizando, por exemplo, o conceito de maturidade textural e a 
resistência das partículas, segundo a sua composição, à abrasão e à 
alteração química), e sobre os ambientes deposicionais.”, Alveirinho 
Dias (2004). 
Apesar dos recentes avanços obtidos em programas de pesquisas, o problema relativo 
à compreensão da dinâmica dos sistemas praiais, bem como prever suas respostas às mudanças 
das forças atuantes sobre o perfil praial, são muito rudimentares. Um melhor entendimento do 
perfil praial com equilíbrio com relação às forças indutoras e aos mecanismos 
associados, pode aumentar o grau de confiança em prever as respostas do perfil. Pode-se 
considerar que cada perfil é o produto de todas as forças passadas e presentes que atuam no 
modelamento do perfil, então cada perfil contém uma abundância de informações em 
sua geometria e na textura do sedimento. 
 
2.ÁREA, MATERIAIS E MÉTODOS 
2.1. Área do estudo 
 A praia de Jaguaribe localiza-se na cidade de Salvador, Estado da Bahia, Brasil. 
Pertence ao arco praial dos bairros Pituaçu/Jaguaribe/Piatã/Itapuã. Segundo Carvalho (2002) é 
o quarto segmento da praia Artistas-Piatã, medindo cerca de 1.250 m de comprimento e 
apresenta uma declividade de 2º por metro, com granulometria predominante de areia fina. 
Ainda segundo o autor a formação de cúspides em toda extensão da praia é relativamente 
comum e varia de dimensões médias, com cerca de 101, à amplas, com 102 m. 
A face praial apresenta raros e pequenos, afloramentos rochosos, na face da praia, que 
são expostos durante curtos intervalos de tempo, após períodos prolongados de alta energia, 
que acontecem mais notadamente no outono/inverno (CARVALHO, 2002). Esses 
afloramentos tornam-se mais frequentes na zona de surfe, entretanto estes sejam cobertos pelo 
sedimento no final da primavera e durante todo o verão (CARVALHO, 2002). 
A praia de Jaguaribe apresenta a maior largura da zona de surfe da costa de Salvador, 
variando de 200 m no verão a 300 m no inverno (CARVALHO, 2002). Durante todo ano 
verifica-se a dissipação majoritária de ondas do tipo Deslizante com raras ocorrências ondas 
do tipo Mergulhante (CARVALHO, 2002). A topografia da zona de surfe no verão é 
caracterizada pela formação de pelo menos duas faixas paralelas de bancos longitudinais e 
oblíquos de areia, separados por canais (CARVALHO, 2002). 
 
Figura 1: Afloramento rochoso na face praial. 
Esta praia em quase toda sua extensão apresenta uma grande largura da zona de surfe, 
baixa declividade na face praial e uma granulometria fina dos sedimentos da zona de 
espraiamento (CARVALHO, 2002). Entretanto em alguns trechos ocorrem bancos de areia 
oblíquos associados a correntes e um perfil na zona de surf com uma maior declividade 
(CARVALHO, 2002). Sendo esses trechos no estágio Intermediário os que predominam ao 
longo do tempo (CARVALHO, 2002). 
 
Figura 2: Mapa de localização do estudo. 
Ao avaliar a morfologia da praia ao longo do período aproximado de um ano, utilizando 
o software Google Earth, é possível observar uma variação na largura da praia e na direção das 
ondas. 
Em março de 2021, a largura da praia é de 129,51 m com ondas de sudeste. Em fevereiro 
de 2022, a largura era de 166,25 m e de sudeste, já em abril (2022) a largura era de 176,24 m e 
em julho de 2022 foi de 105,74 m sendo ambas as direções de abril e julho, de nordeste. 
 
Figura 3: Vista aérea da Praia de Jaguaribe, histórico de imagens: Foto superior à esquerda - março de 2021, foto superior à 
direita - fevereiro de 2022, inferior à esquerda - abril de 2022, inferior à direita - julho de 2022. Google Earth. 
 
2.2. Material e Métodos 
Esse trabalho fora seccionado nas seguintes etapas: (1) levantamento de dois perfis 
transversais à praia de Jaguaribe durante a maré baixa de sizígia utilizando o método das balizas 
de Emery (1961), que consiste na realização de perfis perpendiculares à linha de praia, 
começando no limite interno da praia, indo até o nível médio das ondas, para registrar a 
topografia da praia no momento da observação; (2) correlação dos parâmetros oceanográficos 
com os perfis praiais seguindo o detalhamento de Muehe (1996);(3) cálculo do volume 
sedimentar pelo princípio de Birkemeier (1984); (4) análise granulométrica de cinco amostras 
do sedimento presente na zona de espraiamento e; (5) análise mineralógica da moda da 
granulometria de cinco amostras de sedimento. 
 
Figura 4: Esboço mostrando como é calculado o volume de sedimentos no perfil utilizando o programa Microsoft 
Excel (OLIVEIRA FILHO et al., 2020). 
 Ambas as partes do trabalho foram realizadas quinzenalmente entre outubro e 
novembro de 2022. Os parâmetros oceanográficos foram medidos em campos e corrigidos com 
os registros de um ADCP instalado na Praia do Forte, mantido pelo SimCosta – FURG, e foram 
considerados o período, altura e direção das ondas também explicados por Muehe (1996). Para 
a escolha dos dias e horários para realização dos levantamentos, não considerado a ocorrência 
de eventos meteorológicos extremos (e.g. eventos de tempestade). 
 
Figura 5: Levantamento topo-batimétrico com balizas. 
A coleta da amostra foi realizada nos primeiros centímetros de sedimentos superficiais. 
Os locais de coleta das amostras de sedimentos superficiais correspondem a zona de 
espraiamento onde foram realizados os perfis de praia e a análise granulométrica das amostras, 
realizada no laboratório de Paleontologia do Instituto de Geociências da Universidade Federal 
da Bahia. Utilizou-se uma torre peneiramento com peneiras com abertura em milímetros de 
1.00, 0.710, 0.500, 0.355, 0.250, 0.125 e 0.062 para separar o sedimento de acordo com sua 
granulometria baseando-se na classificação proposta por Wentworth (1922). 
 
Figura 6: Torre de peneiramento. 
A análise quantitativa das espécies minerais presentes através da contagem de no 
mínimo cem grãos em cada amostra sob lupa binocular (PARFENOFF et al, 1970). 
 
Figura 7 (à esquerda): Lupa binocular. Figura 8 (à direita): Análisemineralógica pelo método de Parfenoff (1977). 
3.RESULTADOS E DISCUSSÕES 
3.1. Variações morfológicas e volumétricas 
 A praia de Jaguaribe em todos os monitoramentos realizados entre setembro e 
novembro de 2022 apresentou uma dinâmica heterogênea no trecho estudado, apesar da pouca 
variação na largura e na morfologia (figura 9 e 10). 
 
Figura 9 (à esquerda): Sequência de perfis topográficos transversais à praia, no ponto de monitoramento Ponto Cruz, e variação 
volumétrica da porção emersa da praia. Figura 10 (à direita): Sequência de perfis topográficos transversais à praia, no ponto 
de monitoramento ponto Barraca de Surf, e variação volumétrica da porção emersa da praia. 
As maiores variações na largura da praia foram observadas na área do perfil do Ponto 
Cruz, que variou entre cerca de 49 metros entre 10 e 24 de setembro de 2022 e 38 metros de 
24 de setembro e 12 de outubro de 2022. A redução da largura acompanhou um aumento da 
inclinação do perfil topobatimétrico (tabela 1), com uma variação de 0.54º entre 10 e 24 de 
setembro de 2022 e 0.13º de 24 de setembro e 12 de outubro de 2022. Entretanto, o volume 
desse perfil apresentou uma perda de 304.02 m³m-1 no período entre 10 e 24 de setembro de 
2022. Apesar desses períodos apresentarem um padrão de acreção inicial até a medição de 9 
de novembro, ele recebeu 1573.81 m³m-1 até voltar a perder volume. Todavia ele torna a cair 
após esse período com a perda de 1167.34 m³m-1. 
O comportamento variante do perfil do Ponto Cruz não é o mesmo comportamento 
observado no perfil topobatimétrico de perfil realizado na Barraca de Surf. O perfil da região 
apresentou um comportamento mais homogêneo com uma variação mais acentuada no período 
de 9 a 21 de novembro de 2022 quando o perfil perdeu 635.91 m³m-1 com um aumento da 
declividade de 0.041º. Apesar disso, a largura do perfil apresentou uma variação de 7.78 
metros, ainda dentro da média do perfil medido no período. 
 
Medição 
Declividade da topografia Variação da declividade 
Ponto Cruz Ponto Barraca 
de Surf 
Ponto Cruz Ponto Barraca 
de Surf 
10/set 0,22 -0,11 0 0 
24/set 0,77 0,06 0,55 0,17 
12/out 0,90 0,08 0,13 0,03 
22/out 0,45 0,31 -0,45 0,22 
09/nov 0,31 0,12 -0,14 -0,19 
21/nov 0,66 -0,03 0,35 -0,14 
Tabela 1: Dados relativos ao ângulo de inclinação da frente da Praia de Jaguaribe. 
Ao realizar uma comparação com os parâmetros observados e os parâmetros previstos 
pelo ADCP - Mata de São João do SiMCosta localizado na Praia do Forte, percebeu-se que os 
parâmetros observados de altura da onda e período foram menores que os previstos, como é 
possível observar na Tabela 2. 
 09/09 10/09 23/09 24/09 11/10 12/10 21/10 22/10 8/11 9/11 21/11 22/11 
Altura da 
onda prevista Nan 2,72m 2,09m 2,2m 2,56m 2,56m 1,9m 2,16m 1,60m 1,03m 
Altura da 
onda 
observada Nan 1,6m 1,50m 1,8 1,6 m 1,3 0,8 m 
Período de 
onda prevista Nan Nan Nan Nan Nan Nan Nan Nan 
Período de 
onda 
observada Nan 7,9 s 11,3s 8,3s 8,2 s 8,2 s 
Altura tábua 
de mare Nan 0,0m 0,2m 0,3 m 0,3m 0,3 m 0,2m 
Direção do 
vento 96 139 92 62 118 118 113 100 
Tabela 2: Tabela comparativa dos parâmetros oceanográficos, em destaque amarelo há os dados dos dias de 
medições de campo, o restante indica o dia anterior. Os dados fornecidos pela SiMCosta terminam no dia 1 de 
novembro, não havendo dados posteriores. 
3.2. Caracterização granulométrica e mineralógica 
 A análise granulométrica das cinco amostras permitiu contrastar o domínio da fração 
arenosa ao longo dos 76 metros de praia, com a predominância de areia fina em ambos os 
perfis. Contudo a análise granulométrica da amostra coletada dia 9 de novembro apresentou 
um comportamento bimodal. 
 
 10/09 24/09 12/10 22/10 09/11 
Fundo 
13,243 3,791 3,736 5,347 2,97 
0,125 mm 
13,243 50,885 27,59 65,412 49,574 
0,250 mm 
13,243 33,291 22,544 24,618 49,027 
0,350 mm 13,243 9,000 39,746 4,390 0,647 
0,50 mm 13,243 2,900 6,834 0,094 0 
0,71 mm 13,243 0,601 0,609 0 0 
1,0 mm 
13,243 0,112 0,125 0 0 
Tabela 2: Dados relativos à análise granulométrica Torre de peneiramento gramas 
 A análise mineralógica das amostras possibilitou o entendimento acerca dos tipos de 
grãos presentes na área de estudo e seu grau de seleção. Os grãos durante todo o período do 
levantamento apresentaram um comportamento homogêneo, com grãos bem selecionados com 
alto grau de arredondamento. 
 
Figura 11: cem grãos vistos pela lente da lupa binocular, os grãos amarelos alaranjados são fragmentos de feldspato, os 
transparentes são pedaços de quartzo e os pretos/verde escuro zircão. 
A distribuição do tipo de grãos (tabela 3) foi homogênea com a dominância de grãos de 
quartzo no período de 10 de setembro a 12 outubro de 2022, alternando com o domínio de 
feldspato, nas amostras coletadas de 22 de outubro a 21 de novembro de 2022. 
 
Amostra 
% mineral por amostra de 0,125mm triada 
Quartzo Feldspato 
CaCO3 Zircão Olivina 
1 76 17 0 7 0 
2 71 24 0 5 0 
3 79 16 1 4 0 
4 24 66 2 0 7 
5 29 62 5 4 0 
Tabela 3: Dados análise mineralógica das amostras. 
4.CONSIDERAÇÕES FINAIS E RECOMENDAÇÕES 
 A variação das características dos perfis levantados na praia de Jaguaribe segue o 
padrão de praias no domínio de praias dissipativas, com redução da declividade do perfil praial 
e da granulometria dos sedimentos. A dinâmica de variação de volume sugere um transporte 
de sedimento de norte a sul, com a migração de sedimentos do Ponto Cruz em direção à Barraca 
de Surf no período de 24 de setembro a 9 de novembro de 2022, e possivelmente um transporte 
de sul para norte no período de final das medições, que não pode ser verificado pela aplicação 
do detalhamento de Muehe (1996), visto que não há dados meteoceanográficos para o período 
encontravam-se ausentes até o momento do fechamento do trabalho. 
O perfil realizado no dia 22 de outubro sofreu influências de um evento extremo, o que 
afetou a altura de ondas, como é possível identificar nas cartas sinóticas da Marinha do Brasil. 
A primeira carta data do dia 15 de outubro e mostra a movimentação de uma zona de alta 
pressão com velocidades em Salvador de 10 nós, junto a ela se encaminha uma frente fria. A 
segunda carta sinótica data do dia 29 de outubro, uma semana após o perfil realizado e mostra 
a passagem da alta pressão. Com o gráfico fornecido pelo SiMCosta também é possível 
observar uma pequena mudança na altura máxima de onda próximo ao dia 22 de outubro. 
Figura 12: Cartas sinóticas do dia 15 de outubro (esquerda) e do dia 29 de outubro (direita) 
 
Figura 13: Gráfico indicando altura máxima de onda do período de 10 de outubro a 1 de novembro. Fonte: SiMCosta. 
 Em ambos os perfis ocorre a formação de bancos de areia baixos pequenas 
irregularidades que caracterizam perfis intermediários por sua mobilidade e migração desses 
pacotes sedimentares em direção à praia. No ponto cruz é possível notar a formação de uma 
berma ainda embrionária entre os 20 e 40 metros do nível do mar, processo perceptível no 
levantamento do dia 12 de outubro de 2022 e com maiores indícios no dia 9 de novembro de 
2022. 
 As maiores flutuações dos perfis verticais, entretanto, ocorrem nos primeiros metros da 
medição. No Ponto Cruz essas variações ocorrem entre os 25 e 50 metros da praia e no ponto 
da Barraca de Surf entre os 15 e 30 metros da praia. Essa acumulação sedimentar fora da zona 
de influência das ondas indica uma atuação de ventos no transporte transversal do sedimento. 
 
Figura 13 (à esquerda): Foto frontal no ponto médio do perfil do Ponto Cruz onde é possível identificar visualmente flutuações 
de nível consideráveis. Figura 14 (à direita): Foto frontal no ponto médio do perfil do Ponto Barraca de Surf onde é possível 
identificar visualmente flutuações de nível consideráveis. 
 
 
5.REFERÊNCIAS 
ARFENOFF, A., POMEROL, C., & TOURENQ, J., 1970. Les Minéraux en Grains, Méthodes 
d'Étude et Détermination.Masson & Cie. Éditeurs, 578p. 
BIRKEMEIER, W. A. A user’s guide to ISRP: The interactive survey reduction program. In: 
Instruction Report CERC-84-1, U.S. Army Engineer Waterways Experiment Station, Coastal 
Engineering Research Center, Vicksburg, 1984 
CARVALHO, MÁRIO PEREIRA DE. FATORES METEOROLÓGICOS, 
OCEANOGRÁFICOS, MORFODINÂMICOS, GEOLÓGICOS E URBANOS 
RELACIONADOS À INCIDÊNCIA DE AFOGAMENTOS NAS PRAIAS DA COSTA 
ATLÂNTICA DE SALVADOR. 2002. 167 p. DISSERTAÇÃO DE MESTRADO (Mestrado 
em Geologia Costeira) - UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA, Salvador, 2002. 
Emery, K.O. 1961. A simple method of measuring beach profiles. Limnology and 
Oceanography, 6: 90-93. 
Klein A.H.F (2004). Morphodynamics of Headland Bay Beaches. Tese (Doutorado) - 
Universidade do Algarve, Faro, Portugal. 450pp. 
MUEHE, D. 1996. Geomorfologia Costeira. In: Cunha, S. B. & Guerra, A. J. T. orgs. 
Geomorfologia: exercícios, técnicas e aplicações. Rio de Janeiro, Bertrand Brasil. p.191- 238. 
MUEHE, D. Critérios Morfodinâmicos para o Estabelecimento de Limites da Orla Costeira 
para fins de Gerenciamento. Rev. Brasileira de Geomorfologia, Vol. 2, No. 1, p 35-44, 2001. 
 
OLIVEIRA FILHO, Silvio Roberto de. EROSÃO E RECUPERAÇÃO DE PRAIAS 
REFLETIVAS DE ALTA ENERGIA IMPACTADAS POR ONDAS DE TEMPESTADE 
GERADAS POR CICLONE TROPICAL. Revista Brasileira de Geomorfologia, São Paulo, 
ano 2020, v. 21, n. nº 2, p. 289-312, 12 mar. 2020. 
Short A.D. (1999). Handbook of Beach and ShorefaceMorphodynamics - John Wiley e Sons 
Ltda, Baffins Lane, Chichester, 379 pp. 
SIMCOSTA. Portal SiMCosta, 2022. Página Inicial. Disponível em: 
<https://simcosta.furg.br/> Acesso em: 12 de dezembro de 2022. 
https://simcosta.furg.br/
Wadell, H.A. (1932) - Volume, shape, and roundness of rock particles. Journal of Geology, 
40:443-451.

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