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Universidade Federal de Campina Grande – UFCG Centro de Desenvolvimento Sustentável do Semiárido – CDSA Unidade Acadêmica de Tecnologia do Desenvolvimento – UATEC Jéssica Gomes Fontes Karlla Karem da Silva Mayara Monique Almeida Moura Nunes Sumé – PB Abril, 2014. Disciplina de Qualidade de Água, ministrada pela Profª Ilza Brasileiro, curso Engenharia de Biossistemas, 8º período. JÉSSICA GOMES FONTES KARLLA KAREM DA SILVA MAYARA MONIQUE ALMEIDA MOURA NUNES INDÚSTRIA DO PETRÓLEO Sumé/PB Abril, 2014 ÁGUA PRODUZIDA OU ÁGUA DE PRODUÇÃO O QUE É? Água Produzida (AP) é o efluente resultante dos processos de separação nas estações coletoras e de tratamento na produção de petróleo. O crescente volume resultante constitui-se em um perigo relevante para o meio ambiente. Os riscos ambientais associados à AP podem variar em função da composição da água, das características do local em que ela ocorre e da sua disposição final. Para o entendimento desse problema, deve-se conhecer os constituintes da água produzida que a torna perigosa associado com o local em que pode ocorrer o dano ao meio ambiente. PROCEDÊNCIA A origem básica da Água Produzida juntamente com o petróleo está relacionada as condições ambientais existentes durante a geração deste óleo. Um ambiente geológico marinho ou lacustre, em que tenha havido intensa deposição de matéria orgânica, associada com posterior soterramento, e condições físico-químicas apropriadas tende a reunir os condicionantes necessários para o aparecimento do petróleo nas rochas matrizes. Então o petróleo gerado migra para rochas permeáveis adjacentes que, trapeadas estruturalmente por rochas impermeáveis, resultam em acumulações nas rochas reservatório. Por milhares de anos o petróleo se concentra, segregando-se da água mas, mantendo muitas vezes, contato com os aquíferos. (Figura 1) Figura 1 - Reservatório Esquemático de Óleo TRATAMENTO DA ÁGUA PRODUZIDA A Água Produzida (AP), considerada como um efluente a ser descartado, deve passar por tratamentos eficazes de modo a se enquadrar na legislação vigente, tendo em vista o destino que lhe será dado. Se for reutilizada, precisará ser tratada de modo a atingir os padrões necessários ao processo em que será utilizada. Os tratamentos básicos pelos quais a água produzida pode passar são: • Remoção do óleo residual; • Remoção de gases; • Remoção de sólidos suspensos; • Eliminação de bactérias. ÁGUA PRODUZIDA E MEIO AMBIENTE Potencialmente perigosa ao meio ambiente por causa dos diversos elementos que a compõe. A combinação de um ou mais desses elementos, a quantidade e as características do local onde o efluente for descartado devem ser levados em conta para avaliar um possível impacto ambiental. Poderá ocorrer poluição em rios, mares, lagos , contaminação em aquíferos e do solo, danos à flora e à fauna. As principais causas potenciais de perigo atribuídas a Água Produzida podem ser : •Alta salinidade; •Sólidos suspensos; •Presença de metais pesados; •Presença de orgânicos insolúveis; •Presença de orgânicos solúveis; •Presença de produtos químicos; •Radioatividade. CONTROLE DA GERAÇÃO DA ÁGUA PRODUZIDA Esse controle se dá por atividades que se desenvolvem individualmente, em cada poço, com intuito de controlar a produção de água e recuperar o potencial de produtor de óleo. Não sendo possível, pode-se optar por fechar o poço ou convertê-lo em injetor de água. O controle tradicionalmente executado é o isolamento da zona produtora de óleo e portadora de alta saturação de água. O Isolamento pode ser feito por: •Obturadores mecânicos - zona a ser isolada, localizada abaixo de outras existentes; •Compressão de cimento - zona a ser isolada, localizada acima de outra zona produtora a ser preservada. ÁGUA UTILIZADA NO REFINO DE PETRÓLEO PROCESSO DE REFINO DO PETRÓLEO Água utilizada no refino do petróleo: 246 a 340 litros; Geração de água residuária: 0,4 a 1,6 vezes o volume de óleo processado. ✓Transformação do material bruto: As plantas de refino de petróleo são grandes consumidoras de água. No Brasil consumiram, durante o ano de 2009, 254.093 m3/dia de água, que é utilizada em unidades de processo, em sistemas de geração de vapor, em torres de resfriamento, no combate ao incêndio e com fins potáveis. PROCESSO DE REFINO DO PETRÓLEO USO X CONSUMO PROCESSO DE REFINO DO PETRÓLEO USO • sistema de geração de vapor; • torres de resfriamento; • unidades de processo: Craqueamento Catalítico Fluido (FCC), Hidrocraqueamento (HCC) e o Hidrotratamento(HDT) CONSUMO • à quantidade da mesma efetivamente retirada dos recursos hídricos por parte da unidade industrial. X UTILIZAÇÃO DA ÁGUA EM REFINARIAS Segundo AMORIM (2005), nas refinarias da Petrobras o consumo de água é distribuído da seguinte forma: REPOSIÇÃO DE ÁGUA DE RESFRIAMENTO, 46%; ÁGUA DE CALDEIRA, 26%; ÁGUA DE INCÊNDIO, 9%; E ÁGUA POTÁVEL E SERVIÇO, 19%. UTILIZAÇÃO DA ÁGUA EM REFINARIAS Unidades principais de refinarias de petróleo: ▪ Dessalgação ▪ Destilação atmosférica ▪ Destilação a vácuo ▪ Craqueamento térmico / visco-redução ▪ Coqueamento retardado ▪ Craqueamento catalítico (FCC) ▪ Hidrocraqueamento catalítico (HCC) ▪ Hidrotratamento e hidroprocessamento ▪ Alquilação ▪ Isomerização ▪ Polimerização ▪ Reforma catalítica ✓A água também é utilizada para remover compostos inorgânicos solúveis de correntes de hidrocarbonetos; enquanto que vapor é usado em contato direto com hidrocarbonetos, resultando na geração de efluente industrial (CH2M HILL, 2003). ✓O vapor obtido na água gasta para alimentação de caldeiras é usado para retificação e destilação (BRAILE, 1979). UTILIZAÇÃO DA ÁGUA EM REFINARIAS Tabela 1. Principais unidades de refinarias de petróleo usuárias de água (ALVA-ARGÁEZ et al., 2007). UTILIZAÇÃO DA ÁGUA EM REFINARIAS UTILIZAÇÃO DA ÁGUA EM REFINARIAS A UTILIZAÇÃO INADEQUADA DA ÁGUA NAS REFINARIAS Durante o processo de refino são consumidas grandes quantidades de água, isto porque, praticamente todas as operações, desde a destilação primária até os tratamentos finais, requerem grandes volumes de água de processo e de resfriamento. Em contrapartida, são geradas grandes quantidades de efluentes líquidos, sendo alguns de difícil tratamento. Os efluentes líquidos gerados nas refinarias são constituídos de água de refrigeração, água de processo, efluentes sanitários e água de chuva, e variam, tanto em qualidade e quantidade, em função do tipo de petróleo processado, das unidades de processamento que compõem a refinaria e da forma de operação dessas unidades. Após a descoberta de petróleo na Bacia de Campos, em 1978, o setor de refino no país vem sofrendo alterações para se adaptar à essa nova realidade. Isso porque, até então o Brasil importava grande parte do petróleo que consumia, e as refinarias foram sendo construídas de forma a processar o petróleo importado, que era basicamente o do tipo árabe leve. Tendo em vista as transformações do setor, o Programa de Planejamento Energético da COPPE/UFRJ realizou um estudo sobre a “Evolução do Mercado Brasileiro de Derivados de Petróleo e Perspectivas de Expansão do Parque de Refino Nacional até 2015”, indicando a construção de duas refinarias até 2015 como estratégia para a política energética brasileira; sendo uma delas otimizada para diesel e a outra, para diesel ou petroquímicos básicos (Szklo et al., 2004). A UTILIZAÇÃO INADEQUADA DA ÁGUA NAS REFINARIAS A possibilidade do aumento do parque de refino nacional traz à tona a problemática do aumento do consumo de água no país, bem como do aumento dos rejeitos líquidos despejados em nossos rios. Além disso, o petróleo produzido no Brasil é, majoritariamente, do tipo pesado, e contém alto teor de metais, além de ser ácido (ou ter elevada acidez naftênica,o que causa, em particular, problemas de corrosão nas unidades da refinaria). Isto significa que refinarias devem utilizar grandes quantidades de água para processá-lo, além de produzir rejeitos de pior qualidade. A UTILIZAÇÃO INADEQUADA DA ÁGUA NAS REFINARIAS Fonte: http://www.adesg.net.br A UTILIZAÇÃO INADEQUADA DA ÁGUA NAS REFINARIAS PRINCIPAIS TRATAMENTOS DA ÁGUA PRODUZIDA TRATAMENTOS UTILIZADOS: • Flotação • Filtração •Hidrociclones • Adsorção • Eletroquímico FLOTAÇÃO Conforme Silva e outros (2011) e Thomas (2004), a flotação e um dos processos mais utilizado para recuperação de óleo na água produzida através da separação gravitacional. O processo de flotação é: • Bastante eficiente • Tem um custo menor em relação aos outros métodos de separação Etapas do processo: • Geração de bolhas de gás • Contato entre a bolha de gás e as gotas de óleo • Ascensão das gotas de óleo e por fim a remoção do óleo. Essa ascensão ocorre por diferencial de densidade entre as fases (GOMES, 2009). FLOTAÇÃO A eficiência da remoção do óleo e influenciada pelo tamanho das bolhas formadas. Variação do tamanho da bolha torna dependente: do pH e do material do eletrodo. O método de eletroflotação se destaca entre os demais processos de flotação por ser um processo que, flota poluentes para a superfície da água por uso de minúsculas bolhas de gases geradas por eletrolise da água na base de um reator eletroquímico. Tecnologia e bastante eficiente: • Na remoção de óleos, • Graxas • Poluentes orgânicos. ADSORÇÃO Segundo Gomes et al. (2007), a adsorção baseia-se no princípio de que uma superfície sólida, em contato com um fluido, tem tendência a acumular uma camada superficial de moléculas de soluto, devido ao desequilíbrio de forças superficiais existentes. Os adsorventes mais utilizados em escala industrial são: • Carvão ativado • A silica-gel • Alumina ativada • Peneiras moleculares etc. Entretanto métodos alternativos vem sendo estudados devido ao elevado valor de alguns adsorventes (SANTOS et al., 2007). ADSORÇÃO Métodos alternativos •Os filtros de casca de noz tem sido utilizados comercialmente para remover o óleo livre e sólidos suspensos a partir de água em refinarias. Estes tipos de filtros são, tipicamente, utilizados como parte de uma cadeia de tratamento global como uma peça de separação terciário. Em filtros de casca de noz, a água e introduzida em um fluxo descendente onde o óleo e adsorvido e sólidos suspensos são filtrados (LORGE et al., 2011). ELETROQUÍMICA Através da ação do próprio elétron as substâncias tóxicas e nocivas ao meio ambiente são removidas ou transformadas através de reações de óxido-redução em substâncias menos tóxicas. A tecnologia eletroquímica apresenta as seguintes vantagens: • Relativa disponibilidade de energia elétrica, • Condições energéticas reacionais reduzidas (processos a frio), • Sistemas altamente reprodutíveis e facilmente controláveis permitindo a automação e facilidade de montagem de plantas relativamente compactas (RAMALHO, 2008; PONTES, 2010). ELETROQUÍMICA A eficiência do tratamento eletroquímico da água produzida foi associada a três fatores: • Oxidação direta do resíduo orgânico sobre o eletrodo; • Remoção do material particulado pelos gases eletrogerados (eletroflotação); • Oxidação indireta através de espécies intermediarias reativas (ZANTA et al., 2000; ZANTA et al., 2003). CARACTERÍSTICAS FÍSICO-QUÍMICAS Várias classificações para os petróleos têm sido propostas, com objetivos muito distintos e, consequentemente, com diferentes parâmetros físicos e químicos usados. Enquanto refinadores estão mais interessados na quantidade das sucessivas frações de destilação e na composição química ou propriedades físicas destas frações, geólogos e geoquímicos têm mais interesse em identificar e caracterizar os petróleos, para relacioná-los à rocha geradora e medir seu grau de evolução. CARACTERÍSTICAS FÍSICO-QUÍMICAS Tissot e Welte a partir de um estudo com cerca de 550 petróleos, propuseram uma nova classificação dos petróleos, com base nos teores de hidrocarbonetos presentes no mesmo: • Alcanos (compostos parafínicos), • Cicloalcanos (naftênicos), e • Aromáticos mais compostos de N, S, O (resinas e asfaltenos), levando em conta, adicionalmente, o teor de enxofre. REFERÊNCIAS POMBO, F. R. Gestão da demanda de água na indústria de refino de Petróleo: Desafios e oportunidades de racionalização. 2011. 169f. Tese (Doutorado) - Programa de Pós Graduação em Planejamento Energético, Universidade Federal do Rio de Janeiro. Rio de Janeiro, 2011. BARBOSA, F. L.; SZKLO, A.; MAGRINI, A. Regulamentação do reuso da água em refinarias – Análise do modelo americano e prespectivas para o cenário Nacional. In: 3º CONGRESSO BRASILEIRO DE PETRÓLEO E GÁS. 2005. Salvador. Anais... Salvador, 2005. SANTAELLA, S. T.; SILVA JR, F. C. G.; GADELHA, D. A. C.; COSTA, K. O.; AGUIAR, R.; ARTHAUD, I. D. B.; LEITÃO, R. C. Tratamento de efluentes de refinaria de petróleo em reatores com Aspergillus niger. V 14, n1, p 139-148. Fortaleza, CE, 2009. OBRIGADA!! Slide 1 Slide 2 Slide 3 Slide 4 Slide 5 Slide 6 Slide 7 Slide 8 Slide 9 Slide 10 Slide 11 Slide 12 Slide 13 Slide 14 Slide 15 Slide 16 Slide 17 Slide 18 Slide 19 Slide 20 Slide 21 Slide 22 Slide 23 Slide 24 Slide 25 Slide 26 Slide 27 Slide 28 Slide 29 Slide 30 Slide 31 Slide 32 Slide 33 Slide 34 Slide 35 Slide 36
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