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Contratação e fiscalização de obras públicas - Escola Gov

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Prévia do material em texto

CONTRATAÇÃO E 
FISCALIZAÇÃO DE 
OBRAS PÚBLICAS 
MATERIAL TEXTUAL 
 
2 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Equipe Executiva 
 
Realização 
Escola de Contas e Gestão do Tribunal de 
Contas do Estado do Rio de Janeiro – 
ECG/TCE-RJ 
 
Apoio 
Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e 
Pequenas Empresas - Sebrae 
 
Equipe Técnica 
 
Docente Conteudista 
Rafael do Amaral Guedes 
 
Coordenação Pedagógica 
Dalva Stella Pinheiro da Cruz 
Marcia Araujo Calçada 
 Maurício Nunes Rodrigues 
Juliany de Souza Batista 
(estagiária) 
Letícia Alves Bomfim 
(estagiária) 
 
Coordenadoria de Gestão e Tecnologia 
Educacional 
Rachel Constant Vergara Mann 
Ronald de Lima Andrade 
Gabriel Alves dos Santos Carelli Toyo 
(estagiário) 
Maria Eduarda Bortoloto de Oliveira 
(estagiária) 
Oirã Ferrer Pereira da Silva (estagiário) 
Coordenação de Gestão e Tecnologia 
Educacional – CGT/ECG 
 
 
Créditos 
Novembro 
2022 
 
3 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Este material didático destina-se, exclusivamente, ao 
uso interno da ECG/TCE-RJ. 
O material didático fornecido pela ECG/TCE-RJ tem 
caráter meramente educativo e não vincula as decisões 
do Tribunal de Contas do Estado do Rio de Janeiro, 
sendo o respectivo conteúdo de inteira e exclusiva 
responsabilidade de seu autor. 
(Deliberação TCE nº 243/07) 
 
 
4 
 
Sumário 
LISTA DE SIGLAS ........................................................................................................ 6 
INTRODUÇÃO ............................................................................................................. 8 
1. PLANEJAMENTO DA CONTRATAÇÃO .......................................................... 11 
1.1. Fase Preliminar à Licitação ............................................................................... 13 
1.1.1. Programa de Necessidades .............................................................................. 14 
1.1.2. Estudos de Viabilidade .................................................................................... 15 
1.1.3. Anteprojeto .................................................................................................... 17 
1.2. Fase Interna da Licitação ................................................................................. 21 
1.2.1. Projeto Básico ................................................................................................. 23 
1.2.2. Projeto Executivo ............................................................................................ 41 
1.2.3. Licenciamento Ambiental ................................................................................ 42 
1.2.4. Previsão de Recursos Orçamentários ............................................................... 42 
1.2.5. Edital de Licitação ........................................................................................... 43 
1.3. Fase Externa.................................................................................................... 63 
1.3.1. Análise das Propostas de Preço ........................................................................ 64 
1.4. Dispensa de Licitação ...................................................................................... 65 
1.5. Inexigibilidade de Licitação .............................................................................. 66 
RECAPITULANDO – MÓDULO 1 ...................................................................................... 68 
2. EXECUÇÃO CONTRATUAL E UTILIZAÇÃO DO OBJETO ............................... 72 
2.1 Execução Contratual (ou fase contratual) ......................................................... 72 
2.1.1. Alterações Contratuais .................................................................................... 74 
2.1.1.1. Acréscimos e Supressões (base de cálculo) ....................................................... 75 
2.1.1.2. Jogo de Planilha .............................................................................................. 79 
2.1.1.3. Reequilíbrio Econômico-Financeiro (Revisão de Preços) ................................... 83 
2.1.1.4. Tempestividade dos Aditivos ........................................................................... 84 
2.1.2. Obrigações da Contratada ............................................................................... 84 
2.1.3. Atrasos, Rescisão e Sanções na Execução do Contrato ...................................... 85 
2.1.4. Fiscalização ..................................................................................................... 86 
2.1.5. Medições e Pagamentos .................................................................................. 92 
2.1.6. Recebimento da obra ...................................................................................... 95 
2.2 Utilização do Objeto ........................................................................................ 96 
 
5 
 
2.2.1. Garantia dos Serviços ...................................................................................... 97 
2.2.2. Manutenção ................................................................................................... 98 
RECAPITULANDO – MÓDULO 02 .................................................................................... 99 
3. PRINCIPAIS IRREGULARIDADES E POSSÍVEIS SANÇÕES .......................... 102 
3.1. Principais Irregularidades .............................................................................. 102 
3.1.1. Superfaturamento ......................................................................................... 112 
3.2. Sanções......................................................................................................... 117 
3.2.1. Sanções a cargo do TCE-RJ ............................................................................. 117 
3.2.2. Demais Sanções ............................................................................................ 119 
CONCLUSÃO .......................................................................................................... 122 
REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 123 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
6 
 
LISTA DE SIGLAS 
 
SIGLA DESCRIÇÃO 
ABNT Associação Brasileira de Normas Técnicas 
ART Anotação de Responsabilidade Técnica 
BDI Benefícios e Despesas Indiretas 
CAU Conselho de Arquitetura e Urbanismo 
CGC Cadastro Geral de Contribuintes 
CONAMA Conselho Nacional do Meio Ambiente 
CONFEA Conselho Federal de Engenharia e Agronomia 
CONFINS Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social 
CPF Cadastro de Pessoas Físicas 
CREA Conselho Regional de Engenharia e Agronomia 
CSLL Contribuição Social sobre o Lucro Líquido 
DNIT Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes 
EMOP Empresa de Obras Públicas do Estado do Rio de Janeiro 
EPI Equipamento de Proteção Individual 
EVTEA Estudos de Viabilidade Técnico Econômica Ambiental 
FGTS Fundo de Garantia do Tempo de Serviço 
IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística 
IBRAOP Instituto Brasileiro de Auditoria de Obras Públicas 
ICMS Imposto sobre circulação de mercadorias e serviços 
INCC Índice Nacional de Custo de Construção 
INSS Instituto Nacional de Seguro Social 
IPCA Índice de Preços ao Consumidor Amplo 
 
7 
 
IPI Imposto sobre produtos industrializados 
IRPJ Imposto de Renda da Pessoa Jurídica 
ISS Imposto Sobre Serviços 
LDI Lucro e Despesas indiretas 
LOA Lei Orçamentária Anual 
PIS Programa de Integração Social 
RDC Regime Diferenciado de Contratação 
RRT Registro de Responsabilidade Técnica 
SCO Sistema de Custo de Obras 
SEAP Secretaria de Estado da Administração e do Patrimônio 
SICRO Sistema de Custos Referenciais de Obras 
SINAPISistema Nacional de Pesquisa de Custos e Índices da 
Construção Civil 
TCE-RJ Tribunal de Contas do Estado do Rio de Janeiro 
TCPO Tabela de Composição de Preços para Orçamentos 
TCU Tribunal de Contas da União 
 
 
 
 
 
 
 
8 
 
INTRODUÇÃO 
Prezado aluno, 
Seja bem-vindo ao curso de Contratação e Fiscalização de Obras 
Públicas! 
Durante os seus trabalhos de auditoria, é muito comum o Tribunal de 
Contas do Estado do Rio de Janeiro (TCE-RJ) se deparar com diversas 
irregularidades na execução de obras e serviços de engenharia realizadas com o 
dinheiro público, irregularidades essas que são decorrentes, na maioria das vezes, 
de deficiência no planejamento e na fiscalização desses empreendimentos. 
Diante desse cenário, o TCE-RJ idealizou este curso, que visa a orientar os 
mais diversos atores envolvidos na execução de uma obra pública, a fim de que 
compreendam, efetivamente, os procedimentos e controles relacionados a esse 
tipo de investimento, desde a fase de sua concepção até o seu recebimento 
definitivo. 
Vale destacar que tais orientações, no presente momento, se fazem ainda 
mais relevantes, considerando-se as recentes alterações nas questões afetas a 
licitações e contratos, com a promulgação da Lei nº 14.133/2021 (Nova Lei de 
Licitações e Contratos). 
Sobre esse aspecto, aliás, cabe salientar que continuam vigorando as Leis 
nos 8.666/93, 10.520/02 e 12.462/11 (arts. 1º a 47-A), de forma conjunta com a 
recém-editada Lei nº 14.1333/2021, situação que permanecerá até abril de 2023, 
momento a partir do qual a licitação e a contratação somente serão possíveis por 
meio deste último normativo. Ainda assim, é certo que, mesmo após essa data, 
haverá muitos contratos vigentes originados com base nas leis anteriores (que já 
estarão, finalmente, revogadas). 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L8666cons.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L8666cons.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/2002/L10520.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2011/Lei/L12462.htm#art1
 
9 
 
Desta forma, procurou-se abordar, neste material, os procedimentos a 
serem adotados em conformidade com toda a legislação atualmente vigente, 
fazendo-se, sempre que pertinente, a correlação entre os dispositivos das leis 
afins, de forma a facilitar um pouco mais a compreensão deste período de 
transição. 
Obviamente, dada a complexidade de grande parte das matérias que serão 
tratadas ao longo deste curso, não há a menor pretensão de esgotá-las, mas sim 
de incentivar o debate, a reflexão, a busca por novos conhecimentos e a troca de 
experiências entre o Tribunal e todos aqueles que atuam em uma obra pública, 
objetivando-se, ao final, um melhor aproveitamento dos recursos envolvidos. 
E, para tanto, faz-se imprescindível que você leia atentamente esta apostila 
e realize as atividades propostas. 
Então, vamos começar? 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Lembre-se de que você é a pessoa mais 
importante nesse processo de aprendizagem! 
 
10 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
MÓDULO 01 
 
11 
 
1. PLANEJAMENTO DA CONTRATAÇÃO 
 
A implantação de uma obra pública é um evento complexo em que, para 
fins didáticos, se faz pertinente a sua divisão em etapas, conforme representado 
no fluxograma a seguir: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
12 
 
 
 
 
 
 
 
 
As fases de I, II e III indicadas no fluxograma acima e que são tratadas neste 
Tópico podem ser consideradas como as de planejamento da contratação, 
momento em que se definem basicamente: “o que” e “com quem” se pretende 
contratar. 
 
 
 
 
PRINCIPAIS NORMAS APLICADAS 
 Lei nº 8.666/1993 
 Lei nº 14.133/2021 (Nova Lei de Licitações e Contratos) 
 Decreto nº 7.983/2013 
 Súmulas e decisões do Tribunal de Contas da União 
 Orientações técnicas do IBRAOP 
 
 
 
Para um melhor entendimento do fluxograma apresentado acima, 
recomendamos a leitura do documento: 
Tribunal de Contas da União. Obras públicas: recomendações básicas 
para a contratação e fiscalização de obras de edificações públicas 
– 3. ed. Brasília: TCU, SecobEdif, 2013 
Disponível no Link: 
https://portal.tcu.gov.br/data/files/1E/26/8A/06/23DEF610F5680BF6F1881
8A8/Obras_publicas_recomendacoes_basicas_contratacao_fiscalizacao_obra
s_edificacoes_publicas_4_edicao.PDF 
 
 
Leitura Recomendada 
https://portal.tcu.gov.br/data/files/1E/26/8A/06/23DEF610F5680BF6F18818A8/Obras_publicas_recomendacoes_basicas_contratacao_fiscalizacao_obras_edificacoes_publicas_4_edicao.PDF
https://portal.tcu.gov.br/data/files/1E/26/8A/06/23DEF610F5680BF6F18818A8/Obras_publicas_recomendacoes_basicas_contratacao_fiscalizacao_obras_edificacoes_publicas_4_edicao.PDF
https://portal.tcu.gov.br/data/files/1E/26/8A/06/23DEF610F5680BF6F18818A8/Obras_publicas_recomendacoes_basicas_contratacao_fiscalizacao_obras_edificacoes_publicas_4_edicao.PDF
 
13 
 
1.1. Fase Preliminar à Licitação 
Fase cuja duração vai desde a decisão política de executar a obra até a 
abertura do processo administrativo referente à licitação; compreende, 
principalmente, o programa de necessidades, os estudos de viabilidade e o 
anteprojeto. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
A previsão desta fase consta do art. 6º, IX, da Lei nº 8.666/1993: 
Art. 6° Para os fins desta Lei, considera-se: 
(...) 
IX - Projeto Básico - conjunto de elementos necessários e suficientes, com 
nível de precisão adequado, para caracterizar a obra ou serviço, ou 
complexo de obras ou serviços objeto da licitação, elaborado com base 
nas indicações dos estudos técnicos preliminares, que assegurem a 
viabilidade técnica e o adequado tratamento do impacto ambiental do 
empreendimento, e que possibilite a avaliação do custo da obra e a 
definição dos métodos e do prazo de execução, devendo conter os 
seguintes elementos: (...) 
A Resolução nº 361/91 do CONFEA, em seu art. 2°, também deixa clara a 
necessidade de elaboração dos estudos preliminares: 
Art. 2º - O Projeto Básico é uma fase perfeitamente definida de um 
conjunto mais abrangente de estudos e projetos, precedido por estudos 
preliminares, anteprojeto, estudos de viabilidade técnica, econômica 
e avaliação de impacto ambiental, e sucedido pela fase de projeto 
executivo ou detalhamento. 
No âmbito da Lei nº 14.133/2021, essa fase, juntamente com a fase interna 
da licitação, é denominada “preparatória” (art. 17, I), estando os seus 
componentes descritos, basicamente, no art. 18 desse diploma legal. 
 
 
Conhecendo a Legislação 
 
14 
 
 
 
1.1.1. Programa de Necessidades 
Documento em que se definem as características básicas do 
empreendimento, bem como o seu padrão de acabamento, considerando-se a 
sua área de influência, a população atingida, a região beneficiada etc. 
É neste documento, em síntese, que se define basicamente que obra se quer 
executar, sendo a partir dele que se desenvolvem os estudos de viabilidade do 
empreendimento, objeto da próxima etapa. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Apesar de sua previsão normativa, a fase preliminar é, normalmente, 
menosprezada, sendo esse um dos principais motivos paras as diversas 
obras inacabadas em nosso país. 
 
Atenção
 
 
15 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
1.1.2. Estudos de Viabilidade 
Tendo por base o programa de necessidades, os estudos de viabilidade 
visam avaliar as alternativas possíveis para execução do empreendimento, 
definindo a melhor solução conceitual sob os aspectos legal, técnico, econômico 
e ambiental. 
São constituídos por estudos, desenhos e relatórios, os quais devem 
conter: 
 a descrição e a avaliação da alternativa selecionada; 
 os critérios, 
 os índices e os parâmetros empregados; 
 o pré-dimensionamento do empreendimento. 
A avaliação do valor financeiro a ser investido se dá por metodologia 
expedita, sendo utilizados indicadoresque refletem os custos médios por 
unidade que melhor caracterize o empreendimento. 
Para melhor compreensão de sua abrangência e conteúdo, busque na 
internet exemplos de programas de necessidades para diversos tipos de 
empreendimento. 
A título de sugestão inicial, segue o link de uma proposta de programa 
de necessidades para uma biblioteca pública de Porto Alegre – RS, que 
dá uma exata dimensão do que deve conter este relevante documento 
para a implementação de uma obra pública: 
https://www.lume.ufrgs.br/bitstream/handle/10183/33049/000550150.pdf 
 
OBS: Analisar sobretudo o item 9 do estudo, que inicia na página 75. 
Saiba mais 
https://www.lume.ufrgs.br/bitstream/handle/10183/33049/000550150.pdf
https://www.lume.ufrgs.br/bitstream/handle/10183/33049/000550150.pdf
 
16 
 
Exemplos de indicadores: 
 Custo por metro quadrado de edificação (adota-se, em geral, a 
metodologia preconizada na NBR 12.721 da Associação Brasileira 
de Normas Técnicas (ABNT), com os valores do m2 sendo extraídos 
dos sindicatos da construção civil); 
 Custo por metro linear de rede de drenagem ou esgoto; 
 Custo por hectare de urbanização; 
 Custo por megawatt de energia instalado (para usinas 
hidrelétricas); 
 Custo por quilômetro de rodovia. 
Esses indicadores podem ser obtidos em publicações de entidades/órgãos 
públicos, em revistas/sites de empresas especializadas, em contratos de obras 
semelhantes etc. 
A escolha da melhor alternativa para a implantação da obra pode se dar 
sob diversos aspectos, tais como metodologia construtiva, traçado (no caso de 
rodovia e ferrovia), localização (no caso de escolas, hospitais, praças etc.), tipo de 
terreno, entre outros. 
Apenas a título de ilustração, seguem as variáveis que podem ser avaliadas 
quando a seleção das alternativas envolver a escolha do terreno em que será 
construída determinada obra: 
 Tipo de solo do terreno por sondagem; 
 Nível do lençol freático; 
 Zonas de enchentes; 
 Legislação de uso de solo; 
 Topografia do terreno no entorno; 
 Características da comunidade do entorno; 
 
17 
 
 Disponibilidade de redes de serviços públicos; 
 Facilidade de acesso; 
 Disponibilidade de meios de transporte público; 
 Disponibilidade de materiais, jazidas e bota fora; 
 Documentação do terreno – Parecer Jurídico. 
 
 
 
 
1.1.3. Anteprojeto 
Trata-se da representação técnica da opção aprovada nos estudos de 
viabilidade, tendo como objetivo subsidiar a elaboração do projeto básico; deve 
ser apresentado em desenhos, em números, e em escalas e detalhes suficientes 
para a compreensão da obra planejada, contemplando, em seu conteúdo, 
especificações técnicas, memorial descritivo e orçamento estimativo. 
Um bom exemplo desses indicadores são os custos médios gerenciais 
disponibilizados no site do Departamento Nacional de Infraestrutura de 
Transportes (DNIT): 
https://www.gov.br/dnit/pt-br/assuntos/custos-e-pagamentos/custo-medio-
gerencial/ANEXOIXCUSTOMDIOGERENCIALNOVEMBRO2016.pdf 
 
É aconselhável a elaboração de um check list padronizado, com elementos 
mínimos necessários para a verificação, assim como a elaboração de 
relatório técnico de escolha do terreno, apresentando croquis e 
posicionamentos via satélite. 
Destacamos o exemplo de check list abaixo, disponível em: 
https://pred.secid.pr.gov.br/sites/parana-
edificacoes/arquivos_restritos/files/documento/2020-07/caderno08.pdf 
 
Exemplo 
https://www.gov.br/dnit/pt-br/assuntos/custos-e-pagamentos/custo-medio-gerencial/ANEXOIXCUSTOMDIOGERENCIALNOVEMBRO2016.pdf
https://www.gov.br/dnit/pt-br/assuntos/custos-e-pagamentos/custo-medio-gerencial/ANEXOIXCUSTOMDIOGERENCIALNOVEMBRO2016.pdf
https://pred.secid.pr.gov.br/sites/parana-edificacoes/arquivos_restritos/files/documento/2020-07/caderno08.pdf
https://pred.secid.pr.gov.br/sites/parana-edificacoes/arquivos_restritos/files/documento/2020-07/caderno08.pdf
 
18 
 
Para fins de elaboração deste orçamento, o custo global da obra poderá 
ser aferido mediante orçamento sintético ou metodologia paramétrica. 
O orçamento sintético é elaborado mediante levantamentos de 
quantitativos de serviços e insumos calculados com base no anteprojeto de 
engenharia, com precisão compatível com o seu nível de detalhamento, sendo 
composto pela descrição, unidade de medida, preço unitário, quantidades e 
preço dos serviços da obra; e deve ser balizado pelos sistemas referenciais oficiais 
tais como Empresa de Obras Públicas do Estado do Rio de Janeiro (EMOP), 
Sistema Nacional de Pesquisa de Custos e Índices da Construção Civil (SINAPI), 
Sistema de Custos Referenciais de Obras (SICRO), ou outro de reconhecida 
utilização, devidamente adaptados às condições regionais e peculiares de cada 
obra. 
A metodologia paramétrica deve ser utilizada exclusivamente nos casos 
dos serviços ou itens para os quais não haja detalhamento suficiente no 
anteprojeto de engenharia, quando os quantitativos ou custos poderão ser 
estimados por meio de índices médios, utilizando-se como parâmetro outras 
obras com características similares. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
19 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Orçamento na fase de anteprojeto, portanto, apresenta maior precisão 
em relação ao elaborado no momento dos estudos de viabilidade, pois são 
levantadas as quantidades dos principais insumos e serviços com base nos 
desenhos e demais elementos do anteprojeto, e pesquisados os seus respectivos 
preços, preferencialmente, em sistemas de custos oficiais (orçamento sintético), 
sendo estimados por índices médios com base em obras similares somente os 
quantitativos ou custos para itens ou serviços que não estejam bem detalhados 
no anteprojeto (metodologia paramétrica); ao passo que nos estudos de 
viabilidade é adotada ordinariamente a metodologia expedita, sendo 
utilizados indicadores que refletem os custos médios por unidade que melhor 
caracterize o empreendimento, a exemplo do custo por m2, km etc. 
 
 
Exemplos de serviços/itens que podem ser estimados por meio de 
metodologia paramétrica: 
1. Volume de concreto: área dos pavimentos x espessura média 
Sendo a espessura média: 
 Entre 12 e 16 cm para estruturas abaixo de 10 pavimentos; e 
 Entre 16 e 20 cm para estruturas acima de 10 pavimentos. 
 
2. Armação (aço) 
Em função do volume de concreto, sendo: 
 Entre 83 e 88 kg por m³ para estrutura abaixo de 10 pavimentos; 
 Entre 88 e 100 kg por m3 para estrutura acima de 10 pavimentos. 
 
3. Área de forma 
Em função do volume de concreto, sendo entre 12 e 14 por m³. 
 
Exemplo 
 
20 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Resumindo Fase Preliminar à Licitação: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Para uma definição mais detalhada do conceito de anteprojeto de 
engenharia e dos parâmetros necessários quando de sua utilização na 
contratação de obras públicas, leia a OT - IBR 006/2016 do IBRAOP, 
disponível em: 
http://www.ibraop.org.br/wp-content/uploads/2016/09/OT_-_IBR_006-
2016-Vers%C3%A3o-Definitiva-10-05-2017.pdf 
 
 
Leitura Recomendada 
PROGRAMA DE 
NECESSIDADES 
ANTEPROJETO 
 Definição das características básicas do 
empreendimento e padrão; 
 É a base para os estudos de viabilidade. 
 
 Descrição e avaliação da alternativa 
selecionada; 
 Critérios; 
 Índices e os parâmetros empregados; 
 Pré-dimensionamento do empreendimento. 
 
ESTUDO DE 
VIABILIDADE 
(constituído por estudos, 
desenhos e relatórios) 
 Especificações técnicas; 
 Memorial descritivo; 
 Orçamento estimativo (orçamento 
sintético ou metodologia paramétrica). 
http://www.ibraop.org.br/wp-content/uploads/2016/09/OT_-_IBR_006-2016-Vers%C3%A3o-Definitiva-10-05-2017.pdf
http://www.ibraop.org.br/wp-content/uploads/2016/09/OT_-_IBR_006-2016-Vers%C3%A3o-Definitiva-10-05-2017.pdf
 
21 
 
1.2. Fase Interna da Licitação 
Esta etapa inaugura-se com abertura do processo administrativo e termina 
com a publicação do edital.É de extrema relevância para o alcance dos objetivos de uma obra pública, 
pois é nela que são definidas as especificações do que será contratado em termos 
técnicos e de custo (por meio do projeto básico e/ou do projeto executivo), assim 
como são informados os atributos necessários aos interessados em contratar com 
a Administração, o que se dá na elaboração das cláusulas do edital, preservando-
se, obviamente, os princípios da isonomia, da supremacia do interesse público, 
da seleção da proposta mais vantajosa, entre outros afetos ao Direito 
Administrativo. 
Essas definições, que, conforme destacado, ocorrem na elaboração do 
projeto básico, do projeto executivo e do edital propriamente dito, embora 
imprescindíveis, não são suficientes para que a licitação aconteça. Faz-se 
imperioso, também, que o ente contratante preveja os recursos orçamentários 
que assegurem o cumprimento das obrigações resultantes das obras ou serviços 
 
22 
 
de engenharia a serem realizados durante o exercício financeiro, em consonância 
com o cronograma físico-financeiro constante do projeto básico. 
É necessário, ainda, quando a execução da obra ultrapassa um exercício 
financeiro, que o produto dela esperado esteja contemplado nas metas 
estabelecidas no Plano Plurianual, previsto no art. 165 da Constituição Federal. 
Tal obrigação deriva do art. 167, § 1º, da Constituição Federal. 
Todos esses elementos/ações pertinentes à fase interna da licitação 
encontram-se dispostos no art. 7°, § 2º, da Lei nº 8.666/1993 (e no art. 18 da Lei 
nº 14.133/2021, de forma conjunta com a fase preliminar à licitação). 
A seguir, serão detalhados esses principais componentes da fase interna 
da licitação. 
 
 
 
1
• PROJETO BÁSICO – Perfeita caracterização do objeto. Constitui-
se de: desenho, memorial descritivo, especificação técnica, 
cronograma físico-financeiro e orçamento.
2
• PROJETO EXECUTIVO – Conjunto de elementos necessários e 
suficientes à execução completa da obra.
3
• LICENCIAMENTO AMBIENTAL – É necessário verificar se a 
atividade para a qual a obra está sendo realizada precisa de 
licenciamento, estando as condicionantes impostas pelo órgão 
ambiental estarem contempladas no projeto básico ou executivo.
4
• PREVISÃO DE RECURSOS ORÇAMENTÁRIOS – Garante que as 
obras somente serão licitadas se houver previsão de recursos.
5
• EDITAL DE LICITAÇÃO – Produto principal a ser materializado na 
fase interna da licitação, incluindo seus anexos.
 
23 
 
1.2.1. Projeto Básico 
A fim de contratar determinada obra, é necessária a perfeita caracterização 
do objeto, o que é viabilizado pela existência de um projeto básico que atenda 
aos requisitos insculpidos no inciso IX do art. 6º da Lei nº 8.666/1993 (ou art. 6º, 
XXV, da Lei nº 14.133/2021, de conteúdo bastante similar ao da Lei anterior). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Lei nº 8.666/1993 
Art. 6º (...) 
IX - Projeto Básico - conjunto de elementos necessários e suficientes, com 
nível de precisão adequado, para caracterizar a obra ou serviço, ou 
complexo de obras ou serviços objeto da licitação, elaborado com base 
nas indicações dos estudos técnicos preliminares, que assegurem a 
viabilidade técnica e o adequado tratamento do impacto ambiental do 
empreendimento, e que possibilite a avaliação do custo da obra e a 
definição dos métodos e do prazo de execução, devendo conter os 
seguintes elementos: 
a) desenvolvimento da solução escolhida de forma a fornecer visão global 
da obra e identificar todos os seus elementos constitutivos com clareza; 
b) soluções técnicas globais e localizadas, suficientemente detalhadas, de 
forma a minimizar a necessidade de reformulação ou de variantes durante 
as fases de elaboração do projeto executivo e de realização das obras e 
montagem; 
c) identificação dos tipos de serviços a executar e de materiais e 
equipamentos a incorporar à obra, bem como suas especificações que 
assegurem os melhores resultados para o empreendimento, sem frustrar 
o caráter competitivo para a sua execução; 
d) informações que possibilitem o estudo e a dedução de métodos 
construtivos, instalações provisórias e condições organizacionais para a 
obra, sem frustrar o caráter competitivo para a sua execução; 
e) subsídios para montagem do plano de licitação e gestão da obra, 
compreendendo a sua programação, a estratégia de suprimentos, as 
normas de fiscalização e outros dados necessários em cada caso; 
f) orçamento detalhado do custo global da obra, fundamentado em 
quantitativos de serviços e fornecimentos propriamente avaliados. 
 
Conhecendo a Legislação 
 
24 
 
 
O projeto básico pode ser elaborado pelos próprios órgãos ou entidades 
licitantes, quando estes dispuserem de corpo técnico competente para este fim, 
ou por meio da contratação de empresas especializadas, em certame licitatório 
específico. 
No que concerne à sua precisão, tendo em vista que a Lei nº 8.666/1993 
refere-se a “nível de precisão adequado”, faz-se relevante observar que a 
Resolução nº 361/1991 do Conselho Federal de Engenharia e Agronomia 
(CONFEA), em seu art. 3º, alínea f, estabelece uma margem de precisão de 
aproximadamente 15%. 
 
 
 
 
 
 
 
1.2.1.1. Elementos do Projeto Básico 
Os principais elementos que compõem o projeto básico, segundo a 
Orientação Técnica OT – IBR 001/2006 do Instituto Brasileiro de Auditoria de 
Obras Públicas, são: desenho, memorial descritivo, especificação técnica, 
cronograma físico-financeiro e orçamento. Esses elementos estão detalhados nos 
tópicos seguintes. 
 Desenhos 
Representação gráfica do objeto a ser executado, elaborada de modo a 
permitir sua visualização em escala adequada, demonstrando formas, dimensões, 
Atenção
A insuficiência do projeto básico poderá redundar em uma série de 
problemas, tais como: aditivos ao contrato; não obtenção da proposta 
mais vantajosa para a Administração; obras inacabadas, entre outros. 
Nestes casos, poderá haver responsabilização do autor do projeto, bem 
como da autoridade competente pela sua aprovação, cujo ato é previsto 
no art. 7°, § 2º, inc. I, da Lei nº 8.666/1993. 
 
 
25 
 
funcionamento e especificações, perfeitamente definida em plantas, cortes, 
elevações, esquemas e detalhes, obedecendo às normas técnicas pertinentes. 
 
 Memorial Descritivo 
O memorial descritivo consiste na descrição detalhada do objeto 
projetado, na forma de texto, onde são apresentadas as soluções técnicas 
adotadas, bem como suas justificativas, necessárias ao pleno entendimento do 
projeto, complementando as informações contidas nos desenhos; 
 Especificação Técnica 
A especificação técnica, por sua vez, é o documento no qual se fixam todas 
as regras e condições que se devem seguir para a execução da obra ou serviço 
de engenharia, caracterizando individualmente os materiais, equipamentos, 
elementos componentes, sistemas construtivos a serem aplicados e o modo 
como serão executados cada um dos serviços apontando, também, os critérios 
para a sua medição. 
 Cronograma físico-financeiro 
Demonstração temporal (geralmente mensal) dos quantitativos dos 
diversos serviços executados durante todo o período previsto para a execução da 
obra, bem como o respectivo valor a ser gasto para a remuneração desses 
serviços. Esse documento permite estimar os recursos orçamentários necessários 
ao longo de cada exercício financeiro. 
 
 
 
 
 
26 
 
 
 Orçamento 
Avaliação do custo total da obra tendo como base preços dos insumos 
praticados no mercado ou valores de referência e levantamentos de quantidades 
de materiais e serviços obtidos a partir do conteúdo dos elementos descritos nos 
itens 1, 2 e 3, sendo inadmissíveis apropriações genéricas ou imprecisas, bem 
como a inclusão de materiais e serviços sem previsão de quantidades. 
O orçamento apresenta as seguintes características ou propriedades: 
Especificidade –Cada orçamento tem uma característica específica, 
devendo ser levado em conta: 
 Especificações e projetos da obra; 
 Condições da empresa que executará a obra; e 
 Condições locais da obra (clima, vegetação, relevo, condições do solo, 
qualidade da mão de obra, facilidade de acesso a matérias-primas etc.). 
 
 
 
Atenção
Deve-se ter especial atenção para com os períodos chuvosos, os quais já 
devem ser considerados na elaboração do cronograma. 
Outro ponto a se destacar diz respeito à diferença conceitual entre 
cronograma de desembolso e cronograma físico-financeiro. O primeiro 
representa a disponibilidade financeira do órgão para o pagamento de 
suas obrigações contratuais em função do tempo, enquanto que o 
segundo demonstra o avanço das etapas físicas dos serviços da obra, 
associado ao seu respectivo pagamento. 
 
27 
 
Temporalidade – um orçamento realizado em tempos atrás não é válido 
para hoje. Isso se deve a: 
 Flutuação no custo dos insumos ao longo do tempo; 
 Criação ou alteração nos impostos e encargos sociais e trabalhistas, 
tanto em espécie quanto em alíquota; 
 Evolução dos métodos construtivos – surgimento de técnicas, materiais 
e equipamentos mais adequados; 
 Diferentes cenários financeiros. 
 
Aproximação – Por se basear em previsões, todo orçamento é 
aproximado. O orçamento não deve ser exato, porém preciso. A margem de erro 
de um orçamento está atrelada à fase do desenvolvimento do projeto e ao 
quanto mais for criteriosa e apurada a orçamentação. 
Além disso, o orçamento de uma obra é elaborado durante as diversas 
fases de seu planejamento. Conforme o andamento desse planejamento, as 
informações contidas nos projetos serão mais confiáveis e mais detalhadas, assim 
como os orçamentos elaborados em cada fase. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Veja maiores detalhes a respeito do percentual de precisão do orçamento 
(esta informação se encontra no item 4 do documento) nas diversas fases 
do planejamento de uma obra pública na OT- IBR 004/2012 do IBRAOP, 
disponível em: 
http://www.ibraop.org.br/wp-content/uploads/2013/04/OT_IBR0042012.pdf 
 
Saiba mais 
http://www.ibraop.org.br/wp-content/uploads/2013/04/OT_IBR0042012.pdf
 
28 
 
Orçamento sintético (planilha orçamentária) 
A planilha orçamentária deve compor o projeto básico, sendo parte 
integrante do edital de licitação, conforme disciplinado na Lei nº 8.666/1993, em 
seu art. 40, § 2º, inc. II. 
Recomenda-se que as planilhas orçamentárias apresentem em seu 
cabeçalho: 
 Descrição da obra a que se refere, apresentando também o número 
do contrato/concorrência; 
 Data de referência do orçamento; 
 Sistema de Custo Unitário utilizado; 
No corpo da planilha, as informações necessárias são: 
 Discriminação de cada serviço; 
 Unidade de medida, quantidade, custo unitário e custo parcial; 
 Apresentação dos códigos de cada serviço do sistema de custo 
unitário. 
Na planilha, deve constar, também, a identificação do técnico responsável 
por sua elaboração, contendo o nome completo, seu registro no Conselho 
Regional de Engenharia e Agronomia (CREA) e assinatura. Cabe destacar, todavia, 
que essa identificação não substitui a emissão de Anotação de Responsabilidade 
Técnica (ART) ou Registro de Responsabilidade Técnica (RRT), conforme será 
abordado no tópico relativo à responsabilidade técnica. 
 
29 
 
 
 
Orçamento analítico (estimativa de quantidades, composição de custos 
unitários e BDI detalhado) 
 Estimativa de Quantidades 
A planilha orçamentária deve estar respaldada por uma minuciosa 
estimativa das quantidades, a qual deve prever todos os serviços necessários à 
execução do objeto a ser contratado, contemplando a infraestrutura de apoio, os 
serviços complementares e os explicitamente definidos no projeto básico (por 
meio de desenhos técnicos, memoriais descritivos e especificações técnicas). 
Devem ser levadas em consideração a boa técnica construtiva e a prática mais 
econômica, sendo as quantidades compatíveis com a conformação geológica do 
Lei nº 8.666/1993 
Art. 40. O edital conterá no preâmbulo o número de ordem em série 
anual, o nome da repartição interessada e de seu setor, a modalidade, o 
regime de execução e o tipo da licitação, a menção de que será regida 
por esta Lei, o local, dia e hora para recebimento da documentação e 
proposta, bem como para início da abertura dos envelopes, e indicará, 
obrigatoriamente, o seguinte: 
 (...) 
§ 2º Constituem anexos do edital, dele fazendo parte integrante: 
 (...) 
II - orçamento estimado em planilhas de quantitativos e preços unitários; 
No âmbito da Lei nº 14.133/2021, menciona-se no art. 18, IV, apenas o 
orçamento analítico, que será visto no tópico a seguir. Todavia, faz-se 
menção à planilha em outros dispositivos da Lei, como, por exemplo, no 
seu art. 56, § 5º). 
 
 
Conhecendo a Legislação 
 
30 
 
local, com a localização dos elementos que irão interferir na obra e com as 
dimensões projetadas. 
As diversas atividades previstas para a realização de um determinado 
elemento devem ser compatíveis entre si, tanto em escopo, quanto em suas 
quantidades estimadas. Como exemplo, podem-se citar os serviços para a 
implantação de uma rede de tubulação de drenagem pluvial - escavação, 
escoramento (quando necessário), embasamento, implantação dos tubos, 
reaterro e pavimentação da superfície - em que os equipamentos devem estar 
adequados ao tipo de escavação pretendida; a retirada do material que não será 
reaproveitado deve estar prevista, com carregamento, transporte e disposição 
final; e o reaterro deve considerar, além do material a ser utilizado, o 
equipamento para a compactação adequada. 
A planilha orçamentária não deve ser composta por itens de insumos 
(mão-de-obra, materiais e equipamentos), mas sim por serviços de engenharia 
compostos por esses insumos, de forma a dar maior transparência ao orçamento, 
facilitando, inclusive, o trabalho da fiscalização na medição dos itens. Os 
quantitativos e custos dos insumos deverão constar da composição de custo 
unitário de cada serviço, a qual será abordada a seguir. 
A fim de facilitar o entendimento da planilha orçamentária, tanto pelas 
licitantes, quanto pelos órgãos de controle, é recomendável a apresentação da 
memória de cálculo das quantidades estimadas, acompanhada, conforme o caso, 
das justificativas técnicas que motivaram a adoção de determinados serviços. 
Verifica-se, frequentemente, que alguns itens do orçamento suscitam 
dúvida acerca de sua quantificação, estando sujeitos à superestimativa de 
serviços/materiais ou, até mesmo, à duplicidade, sendo esta impropriedade, 
muita das vezes, decorrente da falta de conhecimento, por parte do orçamentista, 
 
31 
 
do Sistema de Custo Unitário utilizado como base. São exemplos comuns destes 
itens: administração local; serviços com critérios de medição com volumes 
compactados, mas que são calculados com volumes empolados; uso incorreto de 
massa específica dos materiais não correspondente aos materiais de projeto; 
cálculo de funcionamento de equipamentos, considerando custos em 
funcionamento, parado e produtivo; e outros. 
 Outra constatação comum é a existência de mão de obra excessiva 
presente em alguns orçamentos, uma vez que o orçamentista, por vezes, 
desconsidera a mão de obra já incluída pelo sistema de custos. 
Desta forma, para evitar estes equívocos, faz-se necessário estudar 
previamente as orientações de cada sistema de custo para a consideração de suas 
peculiaridades. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Estimativa de Custo Unitário 
O preço unitário de um item de serviço resulta da soma dos seus custos 
diretos, indiretos e do lucro da empresa fornecedora dos serviços, sendo: 
Lei nº 8.666/1993 
Art. 6º Para os fins desta Lei, considera-se: 
(...) 
IX - Projeto Básico – (...), devendo conter os seguintes elementos: 
f) orçamento detalhado do custo global da obra, fundamentadoem quantitativos 
de serviços e fornecimentos propriamente avaliados; 
 
O orçamento analítico é previsto no art. 18, IV, da Lei nº 14.133/2021. 
Conhecendo a Legislação 
 
32 
 
Custo direto – soma dos custos dos insumos (equipamentos, materiais e 
mão-de-obra, inclusive encargos sociais) necessários à realização direta dos 
serviços. Despesas como as de “administração local”, “mobilização e 
desmobilização” e “instalação e manutenção do canteiro”, embora não possam 
ser alocadas diretamente na execução de um determinado serviço, devem ser 
consideradas como diretas, constando da planilha orçamentária. 
Custo indireto – todas as demais despesas que não podem ser alocadas 
diretamente na execução de um serviço, tais como tributos, administração 
central, riscos etc. 
Lucro - parcela destinada a remunerar o custo de oportunidade do capital 
aplicado, capacidade administrativa, gerencial e tecnológica, responsabilidade 
pela administração do contrato e condução da obra por estrutura organizacional 
da empresa e investimentos na formação profissional do seu pessoal, a 
capacidade de reinvestir no próprio negócio e o risco do negócio. 
O somatório das parcelas referentes ao custo indireto e ao lucro forma o 
Benefícios e Despesas Indiretas (BDI) ou Lucro e Despesas Indiretas (LDI), que, por 
sua importância, será abordado mais adiante, separadamente. 
Cabe ressaltar que a composição de todos os custos unitários deve constar 
do edital de licitação, conforme disposto no art. 7º, § 2º, II, da Lei nº 8.666/1993 
(art. 18, IV, da Lei nº 14.133/2021). 
Estas composições demonstram o valor financeiro a ser despendido na 
execução de uma unidade de serviço (m², m³, t/km etc.), e são elaboradas com 
base nos preços e nos coeficientes de produtividade e de consumo dos insumos 
utilizados (materiais, mão-de-obra e equipamentos), devendo conter, no mínimo: 
a. Discriminação de cada insumo, unidade de medida, sua incidência 
na realização do serviço, preço unitário e custo parcial; 
 
33 
 
b. Custo unitário total do serviço, representado pela soma dos custos 
parciais de cada insumo. 
Em caso de serviços cujos valores tenham sido retirados diretamente de 
sistemas de custos, tais como EMOP, SCO, SINAPI, SICRO, TCPO etc., ou de 
tabelas referenciais de órgãos ou entidades da Administração em que seja 
permitida a consulta pública, é desnecessária a apresentação da composição de 
custo unitário correspondente, bastando que sejam informados, apenas, o 
sistema utilizado e os códigos de referência. 
Caso os serviços ou insumos de determinada obra não constem dos 
sistemas de custos disponíveis, podem ser utilizadas outras fontes, tais como 
publicações especializadas (devendo ser feita a sua identificação e informada a 
sua edição) e cotações de mercado (devendo ser anexadas as respectivas 
propostas comerciais, com, no mínimo, 3 consultas). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Benefícios e Despesas Indiretas (BDI) 
Geralmente expresso em forma de percentual, o BDI é utilizado como fator 
multiplicador sobre o custo direto, de forma a se obter o preço de um 
determinado serviço: 
Lei nº 8.666/1993 
Art. 7o As licitações para a execução de obras e para a prestação de 
serviços obedecerão ao disposto neste artigo e, em particular, à seguinte 
sequência: 
 (...) 
§ 2º As obras e os serviços somente poderão ser licitados quando: 
 (...) 
II - existir orçamento detalhado em planilhas que expressem a composição 
de todos os seus custos unitários; 
 
 
Conhecendo a Legislação 
 
34 
 
Custo direto x (1+BDI) = preço 
Para fins de cálculo do BDI, são usualmente consideradas, além do lucro, 
as seguintes despesas indiretas (definições baseadas no Acórdão nº 325/2007 – 
TCU - Plenário): 
 Despesas financeiras 
São gastos relacionados ao custo do capital decorrente da necessidade de 
financiamento exigida pelo fluxo de caixa da obra e ocorrem sempre que os 
desembolsos acumulados forem superiores às receitas acumuladas. 
Nas obras públicas, as empresas construtoras normalmente necessitam 
investir capital, pois, legalmente, as entidades contratantes só podem pagar, em 
regra, pelos serviços efetivamente realizados (Lei nº 4.320/1964, arts. 62 e 63) e 
dispõem de 30 (trinta) dias para realizar o pagamento. 
A Administração deve se resguardar de taxas abusivas, pois o preço da obra 
não pode ser onerado por ineficiência operacional do executor. Desta forma, 
conforme estudos feitos pelo TCU, a taxa de juros referencial para o mercado 
financeiro mais adequada é a taxa SELIC, taxa oficial definida pelo comitê de 
política monetária do Banco Central e aplicados conforme a fórmula apresentada 
a seguir: 
 
 
 
 
 
 
 
𝐃𝐅 = ቀ𝟏 +
𝐓𝐀𝐗𝐀 𝐒𝐄𝐋𝐈𝐂
𝟏𝟎𝟎
ቁ
𝐃𝐔
𝟐𝟓𝟐
-1 
Onde: 
DF = taxa representativa das Despesas 
Financeiras; 
 
35 
 
Assim, considerando uma taxa SELIC de 12%, por exemplo, obter-se-iam 
os seguintes valores apresentados na tabela a seguir: 
 
DESCRIÇÃO 
 
DIAS ÚTEIS 
DESPESAS 
FINANCEIRAS 
 
Mínima 11 0,50% 
Média 22 1,00% 
Máxima 33 1,50% 
 
No entanto, as empresas podem equilibrar seus fluxos de caixa com os prazos 
obtidos junto aos seus fornecedores. Por este motivo, alguns órgãos da 
Administração Pública consideram como nula a despesa financeira. 
 
 Administração Central 
As despesas da Administração Central são aquelas incorridas durante um 
determinado período com salários de todo o pessoal administrativo e técnico 
lotado ou não na sede central, no almoxarifado central, na oficina de manutenção 
geral, pró-labore de diretores, viagens de funcionários a serviço, veículos, 
aluguéis, consumos de energia, água, gás, telefone fixo ou móvel, combustível, 
refeições, transporte, materiais de escritório e de limpeza, seguros, etc. 
Diversos fatores podem influenciar a taxa de administração central praticada 
pelas empresas, dentre eles podem ser citados: estrutura da empresa, número de 
obras que a empresa esteja executando no período, complexidade e prazo das 
obras. 
Daí se depreende que, por exemplo, uma empresa com maior número de 
obras poderá praticar uma taxa de administração central inferior à da empresa 
de mesmo porte com apenas um contrato. 
 
36 
 
 Seguros e Riscos 
As despesas com seguros visam a resguardar a empresa contratada de 
incidentes relacionados ao empreendimento, havendo posterior indenização pela 
ocorrência de eventuais sinistros. Dessa forma, o seguro deve corresponder a 
objetos definidos da obra, pelos quais o empreendedor deseja ser ressarcido no 
caso de perdas e pode abranger casos de roubo, furto, incêndio, perda de 
máquinas ou equipamentos, dentre outros aspectos das obras civis. 
A taxa de riscos é determinada em percentual sobre o custo direto da obra e 
depende de uma análise global do risco do empreendimento em termos 
orçamentários, sendo justificada por existirem ocorrências não previstas em 
projetos e que podem repercutir no custo da obra, devendo ser arcadas pelo 
contratado. Dentre elas podemos citar: perdas excessivas de material (devido a 
quebra ou retrabalho), perdas de eficiência de mão-de-obra, greves, condições 
climáticas atípicas, dentre outros. 
 Tributos 
PIS 
O Programa de Integração Social (PIS) foi instituído pela Lei Complementar 
nº 7, de 7 de setembro de 1970 e tem como objetivo o financiamento do 
programa do Seguro-Desemprego e o abono aos empregados que recebem até 
dois salários mínimos mensais. 
 
COFINS 
A Contribuição Social para Financiamento da Seguridade Social (COFINS) 
foi instituída pela Lei Complementar nº 70, de 30 de dezembro de 1991, com a 
finalidade de financiar as despesas das áreas de Saúde, Previdência e Assistência 
Social. 
 
37 
 
ISS 
O Imposto sobre Serviços de Qualquer Natureza (ISS), de competência dos 
Municípios e do Distrito Federal, tem como fato gerador a prestação de serviços 
relacionados na lista anexa à Lei Complementar nº 116/2003,de 01 de agosto de 
2003. Conforme o art. 7º da referida Lei, a base de cálculo do imposto é o preço 
do serviço, podendo ou não se incluir neste valor a parte referente ao material (a 
depender da legislação de cada município). 
Cálculo do BDI: 
O BDI pode ser calculado mediante a seguinte expressão: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Os percentuais constantes do numerador incidem sobre os custos diretos, 
ao passo que o do denominador recai sobre o preço de venda (faturamento). 
No cálculo do BDI não devem ser consideradas as despesas indiretas que 
não são proporcionais ao custo total de execução da obra ou ao seu preço final. 
BDI = {[
ቀ𝟏+
𝐀𝐂
𝟏𝟎𝟎
ቁቀ𝟏+
𝐃𝐅
𝟏𝟎𝟎
ቁቀ𝟏+
𝐑
𝟏𝟎𝟎
ቁቀ𝟏+
𝐋
𝟏𝟎𝟎
ቁ
𝟏−
𝐈
𝟏𝟎𝟎
] − 𝟏} 𝐗 𝟏𝟎𝟎 
 
Sendo, 
AC = percentual de rateio da Administração Central; 
DF = percentual de despesas financeiras; 
R = percentual de risco e seguro; 
L = percentual de lucro; e 
I = percentual de tributos. 
 
 
 
 
 
38 
 
Desta forma, os itens “mobilização e desmobilização”; “instalação e manutenção 
do canteiro de obras”; “administração local”; bem como outros que possam ser 
estimados sem a utilização de percentuais, devem constar da planilha 
orçamentária (sendo considerados como custos diretos, embora, a rigor, não o 
sejam). 
Tal procedimento visa, precipuamente, a evitar que sejam pagos valores 
indevidos em uma eventual celebração de termo aditivo. Como exemplo, pode-
se citar uma obra em que os custos da administração local fossem incluídos no 
BDI e que, posteriormente, houvesse necessidade de um aditivo ao valor do 
contrato que não implicasse em acréscimo do prazo de execução nem na 
contratação de novos profissionais (engenheiros, mestre-de-obras, 
encarregados, almoxarifes etc.). 
Nesse caso, ao incidir o BDI sobre o custo direto dos serviços acrescidos, 
estar-se-ia pagando, indevidamente, à empresa contratada, uma parcela relativa 
à administração local que não lhe é devida, haja vista que não houve acréscimo 
nos componentes deste item. 
Também não devem ser considerados, no BDI, os tributos Imposto de 
Renda da Pessoa Jurídica (IRPJ) e Contribuição Social sobre o Lucro Líquido 
(CSLL), por se constituírem em tributos de natureza direta e personalística, os 
quais devem onerar pessoalmente o contratado, sem o seu repasse à contratante. 
Outrossim, não devem ser computados os impostos sobre produtos 
industrializados (IPI) e Imposto sobre circulação de mercadorias e serviços (ICMS), 
visto que são considerados diretamente no preço de aquisição dos insumos. 
Cabe destacar que a composição detalhada do BDI utilizado pela 
Administração para a estimativa do preço unitário de todos os itens da planilha 
orçamentária deve constar do projeto básico, de forma a dar maior transparência 
 
39 
 
ao orçamento estimado e a facilitar o gerenciamento de eventuais termos 
aditivos ao contrato. 
Outro fator que deve ser levado em conta é a desoneração fiscal realizada 
nos encargos sociais que incidem sobre o custo da mão de obra, conforme Lei nº 
12.546/2011 (e alterações). 
Para efeito de orçamentação, poderão ser utilizados os custos de mão de 
obra desonerados, os quais já se encontram disponíveis nos sistemas de custos, 
e acrescentado o valor referente ao Instituto Nacional de Seguro Social (INSS), no 
cálculo do BDI. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Orientação Técnica OT – IBR 001/2006 do Instituto Brasileiro de 
Auditoria de Obras Públicas, em que estão listados, de forma não 
exaustiva, os elementos técnicos necessários para cada tipo de obra 
(edificações, rodoviárias e pavimentação urbana); disponível em: 
http://www.ibraop.org.br/media/orientacao_tecnica.pdf; 
 Acórdão 2.622/2013 – Plenário do Tribunal de Contas da União, 
decisão de referência para BDI, disponível em: 
https://repositorio.ufsc.br/bitstream/handle/123456789/210082/Ac%c3%b3rd%c3
%a3o-2622-2013-BDI.pdf?sequence=1&isAllowed=y 
Orientações para elaboração de planilhas orçamentárias de obras 
públicas do Tribunal de Contas da União, disponível em: 
https://portal.tcu.gov.br/data/files/BF/21/7F/EE/965EC710D79E7EB7F18818A8/Ori
entacoes_elaboracao_planilhas_orcamentarias_obras_publicas.PDF 
 
 
 
 
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facilitar a compreensão deste tema tão importante. 
Saiba mais 
http://www.ibraop.org.br/media/orientacao_tecnica.pdf
https://repositorio.ufsc.br/bitstream/handle/123456789/210082/Ac%c3%b3rd%c3%a3o-2622-2013-BDI.pdf?sequence=1&isAllowed=y
https://repositorio.ufsc.br/bitstream/handle/123456789/210082/Ac%c3%b3rd%c3%a3o-2622-2013-BDI.pdf?sequence=1&isAllowed=y
https://portal.tcu.gov.br/data/files/BF/21/7F/EE/965EC710D79E7EB7F18818A8/Orientacoes_elaboracao_planilhas_orcamentarias_obras_publicas.PDF
https://portal.tcu.gov.br/data/files/BF/21/7F/EE/965EC710D79E7EB7F18818A8/Orientacoes_elaboracao_planilhas_orcamentarias_obras_publicas.PDF
 
40 
 
1.2.1.2. Responsabilidade Técnica pelo Projeto Básico 
A elaboração de projeto de engenharia requer a presença de profissional 
habilitado, conforme se depreende da Lei nº 5.194/1966. Para que se defina 
legalmente a responsabilidade técnica pela execução deste projeto, faz-se 
necessário providenciar a emissão da ART, conforme previsto no art. 2º da 
Resolução n° 1.025/2009 do CONFEA. 
A obrigatoriedade da ART para os profissionais responsáveis pela 
elaboração do projeto básico encontra-se explícita no art. 7º da Resolução nº 
361/1991 do CONFEA. 
A(s) ART(s) referente(s) ao projeto básico e ao orçamento deve(m) constar 
do processo administrativo do certame licitatório. Esta obrigação também se 
estende aos certames para contratação de empresas para elaboração de projeto 
básico, haja vista que um profissional habilitado deverá ser responsável pela 
definição do objeto (determinando as peças que deverão compô-lo e as 
respectivas abrangências) e pelo seu orçamento (estimando os custos de cada 
projeto / etapa e o preço global do certame). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Resolução n° 1.025/2009 do CONFEA 
Art. 2º - A ART é o instrumento que define, para os efeitos legais, os 
responsáveis técnicos pela execução de obras ou prestação de serviços 
relativos às profissões abrangidas pelo Sistema CONFEA/CREA. 
 
Resolução nº 361/1991 do CONFEA 
Art. 7º - Os autores do Projeto Básico, sejam eles contratados ou 
pertencentes ao quadro técnico do órgão contratante, deverão 
providenciar a ART, instituída pela Lei Federal nº 6.496, de 07 DEZ 1977, e 
regulamentada através de Resoluções específicas do Conselho Federal de 
Engenharia, Arquitetura e Agronomia – CONFEA. 
Conhecendo as Resoluções 
 
41 
 
Tendo em vista a criação do Conselho de Arquitetura e Urbanismo (CAU), 
por meio da Lei nº 12.378/2010, aplicam-se as mesmas disposições acima para a 
profissão de arquiteto, com as devidas adaptações. RRT – Resolução nº 17, de 2 
de março de 2012. 
1.2.2. Projeto Executivo 
A Lei nº 8.666/1993 define projeto executivo como o conjunto dos 
elementos necessários e suficientes à execução completa da obra, de acordo com 
as normas pertinentes da ABNT. 
Embora seja desejável que a licitação ocorra somente após a elaboração 
do projeto executivo, de forma a minimizar alterações no objeto, na prática o que 
se observa é que o certame ocorre, quase sempre, com base no projeto básico, 
sendo o projeto executivo elaborado posteriormente, sob a responsabilidade da 
própria empresa executora das obras. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Lei nº 8.666/1993 
Art. 7° As licitações para a execução de obras e para a prestação de 
serviços obedecerão ao disposto neste artigo e, em particular, à seguinte 
sequência: 
I - projeto básico; 
II - projeto executivo; 
III - execução das obras e serviços. 
§ 1º A execução de cada etapa será obrigatoriamente precedida da 
conclusão e aprovação, pela autoridade competente, dos trabalhosrelativos às etapas anteriores, à exceção do projeto executivo, o qual 
poderá ser desenvolvido concomitantemente com a execução das obras e 
serviços, desde que também autorizado pela Administração. 
 
O art. 46, § 3º, da Lei nº 14.133/2021 permite a realização de obras e 
serviços comuns de engenharia sem projeto executivo, desde que 
atendidas as condicionantes expressas no seu art. 18, § 3º. 
Conhecendo a Legislação 
 
42 
 
1.2.3. Licenciamento Ambiental 
O licenciamento ambiental prévio deve ocorrer em momento anterior à 
licitação, devendo as situações condicionantes impostas pelo órgão ambiental 
serem contempladas no projeto básico ou executivo (dependendo de qual desses 
dois projetos foi utilizado como referência para o certame licitatório). Este 
procedimento tem por objetivo evitar modificações significativas no objeto após 
a sua adjudicação, em decorrência de exigências do órgão ambiental licenciador. 
As atividades sujeitas ao licenciamento encontram-se elencadas no Anexo 
1 da Resolução nº 237/1997 do Conselho Nacional do Meio Ambiente 
(CONAMA), e, no âmbito estadual, no Decreto nº 42.159/2009. 
A Resolução nº 001/1986 do CONAMA, por sua vez, define as atividades 
modificadoras do meio ambiente que dependem da elaboração e aprovação de 
estudo de impacto ambiental e relatório de impacto ambiental para seu 
licenciamento prévio. 
1.2.4. Previsão de Recursos Orçamentários 
De forma a garantir a execução Contratual, a Lei nº 8.666/1993, em seu art. 
7º, § 2º, inc. III, dispõe que as obras e os serviços de engenharia somente poderão 
ser licitados quando houver previsão de recursos orçamentários que assegurem 
o pagamento das obrigações no exercício financeiro. Essa previsão deve constar 
da Lei Orçamentária Anual (LOA), a qual se encontra prevista no art. 165, III, da 
Constituição Federal de 1988. 
O art. 7º, § 2º, inc. IV, da Lei nº 8.666/1993, por sua vez, assevera que a 
licitação só poderá ocorrer quando o produto dela esperado estiver contemplado 
nas metas estabelecidas no Plano Plurianual de que trata o art. 165 da 
Constituição Federal, quando for o caso; ou seja, quando a execução ultrapassar 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Constitui%C3%A7ao.htm#art165
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Constitui%C3%A7ao.htm#art165
 
43 
 
um exercício financeiro (na Lei nº 14.133/2021, a necessidade de observância às 
leis orçamentárias encontra-se prevista nos art. 11, parágrafo único, e art. 18). 
 
1.2.5. Edital de Licitação 
O produto principal a ser materializado na fase interna da licitação é o 
edital, incluindo os seus anexos (projeto básico; minuta de contrato etc.). A Lei nº 
8.666/1993 estabelece, em diversos artigos, um conjunto de informações 
obrigatórias a constarem no edital, com o objetivo de propiciar aos licitantes a 
perfeita compreensão de toda a licitação (no âmbito Lei nº 14.133/2021, o 
conteúdo do edital se encontra previsto, principalmente, no seu art. 25). 
A seguir, são detalhadas algumas dessas informações obrigatórias em um 
edital de licitação. 
1.2.5.1. Modalidades de Licitação 
Considerando os diplomas normativos editados antes da promulgação da 
Lei nº 14.133/2021, as modalidades de licitação são as seguintes: concorrência, 
tomada de preços, convite, concurso, leilão e pregão, sendo as cinco primeiras 
definidas pela Lei nº 8.666/1993, em seu art. 22, §§ 1º ao 5º, e esta última pela Lei 
nº 10.520/2002, em seu art. 1º. Segundo esses normativos: 
a. Concorrência é a modalidade de licitação entre quaisquer 
interessados que, na fase inicial de habilitação preliminar, comprovem 
possuir os requisitos mínimos de qualificação exigidos no edital para 
execução de seu objeto; 
b. Tomada de preços é a modalidade de licitação entre interessados 
devidamente cadastrados ou que atenderem a todas as condições 
exigidas para cadastramento até o terceiro dia anterior à data do 
recebimento das propostas, observada a necessária qualificação; 
 
44 
 
c. Convite é a modalidade de licitação entre interessados do ramo 
pertinente ao seu objeto, cadastrados ou não, escolhidos e convidados 
em número mínimo de 3 (três) pela unidade administrativa, a qual 
afixará, em local apropriado, cópia do instrumento convocatório e o 
estenderá aos demais cadastrados na correspondente especialidade 
que manifestarem seu interesse com antecedência de até 24 (vinte e 
quatro) horas da apresentação das propostas; 
d. Concurso é a modalidade de licitação entre quaisquer interessados 
para escolha de trabalho técnico, científico ou artístico, mediante a 
instituição de prêmios ou remuneração aos vencedores, conforme 
critérios constantes de edital publicado na imprensa oficial com 
antecedência mínima de 45 (quarenta e cinco) dias; 
e. Leilão é a modalidade de licitação entre quaisquer interessados para 
a venda de bens móveis inservíveis para a administração ou de produtos 
legalmente apreendidos ou penhorados, ou para a alienação de bens 
imóveis prevista no art. 19, a quem oferecer o maior lance, igual ou 
superior ao valor da avaliação. 
f. Para aquisição de bens e serviços comuns, poderá ser adotada a 
licitação na modalidade de pregão. 
Segundo o parágrafo único do art. 1º da Lei nº 10.520/2002, bens e 
serviços comuns são “aqueles cujos padrões de desempenho e qualidade possam 
ser objetivamente definidos pelo edital, por meio de especificações usuais do 
mercado”. No que se refere à contratação de obras, é irregular a utilização da 
modalidade pregão, sendo possível para a contratação de serviços de engenharia, 
desde que estes possam ser considerados comuns (Ver Súmula nº 257 e Acórdão 
nº 1.617/2006, Plenário, do TCU). 
 
45 
 
 
 
 
 
 
 
Considerando esse cenário anterior à Lei nº 14.133/2021, portanto, 
verifica-se que, não se tratando de concurso, leilão e pregão (opções cuja escolha 
deriva da natureza do objeto licitado), a definição da modalidade para compras, 
obras e serviços em geral pode variar conforme o valor do objeto. Quanto a esse 
critério, os limites de valor para a definição das modalidades de licitação no caso 
de obras e serviços de engenharia são: 
MODALIDADES POSSÍVEIS VALOR 
Convite, Tomada de Preços e Concorrência Até R$ 330.000,00 
Tomada de preços e Concorrência Até R$ 3.300.000,00 
Concorrência Acima de R$ 3.300.000,00 
 
Parcelamento X Fracionamento da Licitação 
O gestor deve dividir o objeto a ser contratado em tantas parcelas quantas 
se comprovarem técnica e economicamente viáveis, procedendo-se à licitação 
com vistas ao melhor aproveitamento dos recursos disponíveis no mercado e à 
ampliação da competitividade, sem perda da economia de escala, conforme 
estabelece o art. 23, § 1º da Lei nº 8.666/1993 (art. 40, V, “b” da Lei nº 
14.133/2021). 
O parcelamento do objeto é, portanto, a regra. 
Veja maiores detalhes a respeito da distinção entre obras e serviços de 
engenharia na OT - IBR 002/2009 do IBRAOP, disponível em: 
http://www.ibraop.org.br/media/OT%20IBR%2002-2009%20-
%20Ibraop%2001-07-10.pdf 
 
Saiba Mais 
http://www.ibraop.org.br/media/OT%20IBR%2002-2009%20-%20Ibraop%2001-07-10.pdf
http://www.ibraop.org.br/media/OT%20IBR%2002-2009%20-%20Ibraop%2001-07-10.pdf
 
46 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Entretanto, deve ser preservada sempre a modalidade pertinente para a 
execução do objeto como um todo. 
O principal objetivo é evitar o fracionamento, ou seja, o desmembramento 
do objeto com vistas a utilizar modalidade de licitação mais simples do que 
deveria, caso esse mesmo objeto fosse licitado em sua totalidade. 
 
 
 
 
 
 
 
 
No caso de serviços especializados acessórios em relação à obra, 
entretanto, a Lei nº 8.666/1993 autoriza, no seu § 5º do art. 23, a utilização de 
Obra no valor de R$ 4.800.000,00 (considerando a Lei nº 8.666/93) 
 Concorrência 01: R$ 2.400.000,00 
 Concorrência 02: R$ 2.400.000,00 
Procedimento correto, desde que técnica e economicamenteviável, com 
vistas a aumentar a competitividade, atentando para que não haja perda 
da economia de escala. 
 
Exemplo 
Obra no valor de R$ 4.800.000,00 
 Tomada de Preços 01: R$ 2.400.000,00 
 Tomada de Preços 02: R$ 2.400.000,00 
Procedimento irregular!!! 
Houve o fracionamento da despesa (fuga da modalidade licitatória cabível, 
sob a égide da Lei nº 8.666/93). 
 
 
Exemplo 
 
47 
 
modalidade específica com base no valor de contratação desses serviços, com 
vistas a viabilizar o maior número de empresas participantes. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Sistema de ar condicionado em uma obra de construção de edifício. 
 Obra s/ sist. ar: R$ 5.000.000,00 
 Sistema de ar: R$ 400.000,00 
Neste caso, deveria ocorrer o parcelamento do objeto, realizando-se dois 
procedimentos licitatórios: 
Concorrência 01: Obra de edificação s/ sist. Ar - R$ 5.000.000,00 
Tomada de preços 01: Sistema de ar – R$ 400.000,00 
Os serviços relativos ao sistema de ar seriam, neste caso, executados por 
empresa especializada. Caso fosse licitado em conjunto com o objeto 
principal, seria, em tese, mais oneroso para a Administração, uma vez que 
a empreiteira acabaria por subcontratá-lo, incidindo BDI duplamente 
sobre o custo desse serviço. 
 
. 
 
Exemplo 
 
48 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Lei nº 8.666/1993 
Art. 23.(…) 
§ 1º As obras, serviços e compras efetuadas pela Administração serão 
divididas em tantas parcelas quantas se comprovarem técnica e 
economicamente viáveis, procedendo-se à licitação com vistas ao melhor 
aproveitamento dos recursos disponíveis no mercado e à ampliação da 
competitividade sem perda da economia de escala. 
§ 2º Na execução de obras e serviços e nas compras de bens, parceladas 
nos termos do parágrafo anterior, a cada etapa ou conjunto de etapas da 
obra, serviço ou compra, há de corresponder licitação distinta, preservada 
a modalidade pertinente para a execução do objeto em licitação. 
 § 3º A concorrência é a modalidade de licitação cabível, qualquer que seja 
o valor de seu objeto, tanto na compra ou alienação de bens imóveis, 
ressalvado o disposto no art. 19, como nas concessões de direito real de 
uso e nas licitações internacionais, admitindo-se neste último caso, 
observados os limites deste artigo, a tomada de preços, quando o órgão 
ou entidade dispuser de cadastro internacional de fornecedores ou o 
convite, quando não houver fornecedor do bem ou serviço no País. 
§ 4º Nos casos em que couber convite, a Administração poderá utilizar a 
tomada de preços e, em qualquer caso, a concorrência. 
§ 5º É vedada a utilização da modalidade "convite" ou "tomada de preços", 
conforme o caso, para parcelas de uma mesma obra ou serviço, ou ainda 
para obras e serviços da mesma natureza e no mesmo local que possam 
ser realizadas conjunta e concomitantemente, sempre que o somatório de 
seus valores caracterizar o caso de "tomada de preços" ou "concorrência", 
respectivamente, nos termos deste artigo, exceto para as parcelas de 
natureza específica que possam ser executadas por pessoas ou empresas 
de especialidade diversa daquela do executor da obra ou serviço. 
 
 
Conhecendo a Legislação 
 
49 
 
 
A Súmula 247 do Tribunal de Contas da União (TCU) assim dispõe: 
É obrigatória a admissão da adjudicação por item e não por 
preço global, nos editais das licitações para a contratação de 
obras, serviços, compras e alienações, cujo objeto seja divisível, 
desde que não haja prejuízo para o conjunto ou complexo ou 
perda de economia de escala, tendo em vista o objetivo de 
propiciar a ampla participação de licitantes que, embora não 
dispondo de capacidade para a execução, fornecimento ou 
aquisição da totalidade do objeto, possam fazê-lo com relação a 
itens ou unidades autônomas, devendo as exigências de 
habilitação adequar-se a essa divisibilidade. 
 
Pela Lei nº 14.133/2021, todavia, deixam de existir no ordenamento 
jurídico as modalidades “tomada de preços” e “convite”, mudança bastante 
relevante no que diz respeito ao assunto “fracionamento”, o qual, em breve, não 
mais ocorrerá. Outra alteração relevante diz respeito à previsão da modalidade 
“diálogo competitivo”, que é assim definida no art. 6º, XLII, da Nova Lei de 
Licitações e Contratos: 
- diálogo competitivo: modalidade de licitação para contratação 
de obras, serviços e compras em que a Administração Pública 
realiza diálogos com licitantes previamente selecionados 
mediante critérios objetivos, com o intuito de desenvolver uma 
ou mais alternativas capazes de atender às suas necessidades, 
devendo os licitantes apresentar proposta final após o 
encerramento dos diálogos; 
 
Sendo assim, as modalidades adotadas pela nova Lei são (art. 28): pregão; 
concorrência; concurso; leilão e diálogo competitivo. Além disso, estão previstos 
os seguintes procedimentos auxiliares (art. 78): credenciamento; pré-qualificação; 
procedimento de manifestação de interesse; sistema de registro de preços; e 
registro cadastral. 
 
50 
 
Portanto, não há mais definição de modalidade pelo valor do objeto, mas 
sim pelo seu tipo/característica. 
 
1.2.5.2. Regimes de Licitação 
De acordo com os arts. 6º e 10 da Lei nº 8.666/1993, são os seguintes os 
regimes de execução de obras e serviços de engenharia, quando contratados com 
terceiros: 
a. empreitada por preço global: quando se contrata a execução da obra 
ou do serviço por preço certo e total; 
b. empreitada por preço unitário: quando se contrata a execução da 
obra ou do serviço por preço certo de unidades determinadas; 
c. tarefa: quando se ajusta mão-de-obra para pequenos trabalhos por 
preço certo, com ou sem fornecimento de materiais; 
d. empreitada integral: quando se contrata um empreendimento em 
sua integralidade, compreendendo todas as etapas das obras, serviços e 
instalações necessárias, sob inteira responsabilidade da contratada até a 
sua entrega ao contratante em condições de entrada em operação, 
atendidos os requisitos técnicos e legais para sua utilização em condições 
de segurança estrutural e operacional e com as características adequadas 
às finalidades para que foi contratada; 
A Lei nº 12.462/2011, que instituiu o Regime Diferenciado de Contratação 
(RDC), acrescentou outro regime de execução de obras e/ou serviços de 
engenharia: a contratação integrada, que, conforme definição constante do § 1º 
do art. 9º daquela Lei, compreende a elaboração e o desenvolvimento dos 
projetos básico e executivo, a execução de obras e serviços de engenharia, a 
 
51 
 
montagem, a realização de testes, a pré-operação e todas as demais operações 
necessárias e suficientes para a entrega final do objeto. 
No caso de utilização da contratação integrada, o instrumento 
convocatório deverá conter anteprojeto de engenharia que contemple os 
documentos técnicos destinados a possibilitar a caracterização da obra ou 
serviço. 
A Lei nº 13.303/2016 (Lei das Estatais), por sua vez, acresceu o regime de 
contratação semi-integrada, que envolve a elaboração e o desenvolvimento do 
projeto executivo, a execução de obras e serviços de engenharia, a montagem, a 
realização de testes, a pré-operação e as demais operações necessárias e 
suficientes para a entrega final do objeto. 
Recentemente, a Lei nº 14.133/2021, além de contemplar os quatro 
regimes já previstos na Lei nº 8.666/1993, também abarcou os dois inseridos no 
ordenamento jurídico pelas legislações posteriores, tendo sido acrescido, ainda, 
o “fornecimento e prestação de serviço associado”, que é assim definido (art. 6º, 
XXXIV): 
- fornecimento e prestação de serviço associado: regime de 
contratação em que, além do fornecimento do objeto, o 
contratado responsabiliza-se por sua operação, manutenção ou 
ambas, por tempo determinado; 
 
A escolha do regime de execução da obra não é decisão de livre arbítriodo gestor. Ao contrário, deve ser pautada pelo interesse público e estar sempre 
motivada, visto que impactará as relações entre contratado e contratante, as 
medições do contrato firmado e os aditivos, entre outros fatores relacionados à 
gestão do empreendimento contratado. 
 
52 
 
As empreitadas integrais e por preço global, assim como as contratações 
integrada e semi-integrada, constituem os regimes de preço global fixo. 
Atualmente, os dois principais regimes utilizados nas obras públicas do país ainda 
são as empreitadas por preço global e por preço unitário, sendo que a principal 
diferença entre elas consiste na forma em que os serviços contratados serão 
medidos e pagos. 
Nas empreitadas por preço unitário, a regra de medição é a aferição dos 
serviços na exata dimensão em que foram executados no local da obra. Desde 
que obedecida esta regra, os riscos dos contratantes em relação a diferenças 
entre o previsto e o realizado são pequenos. Pressupõe a necessidade de 
acompanhamento minucioso da execução dos serviços, tendo em vista a 
possibilidade de variações em relação ao quantitativo de projeto devido à 
natureza do objeto contratado. 
Já nas empreitadas por preço global, a licitante vencedora se compromete 
a realizar o serviço por preço certo e total, assumindo o risco de eventuais 
distorções de quantitativos a serem executados a maior do que os previstos no 
contrato. Por outro lado, a Administração também assume o risco em pagar 
serviços cujas quantidades foram avaliadas em montante superior no momento 
da licitação. Pressupõe a elaboração de projeto básico preciso em função da 
natureza do objeto a construir, menos sujeito a variações que aquele próprio das 
empreitadas por preço unitário - o que não significa que os projetos básicos nas 
empreitadas por preço unitário possam ser de qualidade inferior. 
 
 
 
 
 
53 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
1.2.5.3. Tipos de Licitação (critérios de julgamento) 
Os tipos de licitação correspondem, em verdade, aos critérios de 
julgamento que poderão ser utilizados para avaliação das propostas 
apresentadas pelos licitantes. Segundo o § 1º do art. 45, combinado com o § 3º 
do art. 46 da Lei nº 8.666/1993, são eles: 
a. Menor preço - quando o critério de seleção da proposta mais 
vantajosa para a Administração determinar que será vencedor o 
licitante que apresentar a proposta de acordo com as especificações 
do edital ou convite e ofertar o menor preço; 
b. Melhor técnica – utilizado, no caso de obras e serviços de 
engenharia, exclusivamente: para serviços de natureza 
predominantemente intelectual, em especial na contratação da 
elaboração de estudos técnicos preliminares, projetos, cálculos, 
fiscalização, supervisão e gerenciamento e de engenharia consultiva 
em geral; e para execução de obras ou prestação de serviços de 
engenharia de grande vulto majoritariamente dependentes de 
tecnologia nitidamente sofisticada e de domínio restrito, atestado 
por autoridades técnicas de reconhecida qualificação, nos casos em 
Obra em uma repartição pública cuja quantidade contratada de piso 
cerâmico seja de 100 m². 
Caso o regime escolhido seja o de empreitada por preço unitário, mede-
se exatamente o que foi feito. Ou seja, se foram medidos 100,5m², então 
100,5m² serão pagos (e não 100 m²). 
No caso de empreitada por preço global, diversamente, remunera-se o 
que foi previsto em contrato (100 m²). 
 
Exemplo 
 
54 
 
que o objeto pretendido admitir soluções alternativas e variações de 
execução, com repercussões significativas sobre sua qualidade, 
produtividade, rendimento e durabilidade concretamente 
mensuráveis, e estas puderem ser adotadas à livre escolha dos 
licitantes, na conformidade dos critérios objetivamente fixados no 
ato convocatório; 
c. Técnica e preço – valem as mesmas considerações acima. 
d. Maior lance ou oferta - nos casos de alienação de bens ou 
concessão de direito real de uso. 
A Lei nº 12.462/2011, do RDC, em seu art. 18, inovou ao trazer a seguinte 
relação de critérios de julgamento: 
 Menor preço ou maior desconto, os quais poderão considerar os 
custos indiretos, relacionados com as despesas de manutenção, 
utilização, reposição, depreciação e impacto ambiental, dentre outros 
fatores, para a definição do menor dispêndio; 
 Melhor combinação de técnica e preço, sendo permitida a atribuição 
de fatores de ponderação distintos para valorar as propostas técnicas 
e de preço, não devendo o percentual de ponderação mais relevante 
ser superior a 70%; 
 Melhor técnica ou conteúdo artístico, quando, fixado o orçamento 
por parte da Administração, serão consideradas exclusivamente as 
propostas técnicas ou artísticas apresentadas pelos licitantes com base 
em critérios objetivos previamente estabelecidos no instrumento 
convocatório; 
 Maior oferta, a ser utilizado no caso de contratos que gerem receita 
para a administração pública; ou 
 
55 
 
 Maior retorno econômico, de forma a selecionar a proposta que 
proporcionará maior economia decorrente da execução do contrato 
para a administração pública e será utilizado exclusivamente para a 
celebração de contratos de eficiência. 
A Lei das Estatais trouxe como novidade o critério de julgamento pela 
“melhor destinação de bens alienados”, o qual não consta da Nova Lei de 
Licitações, a qual conjuga, basicamente, os critérios da Lei nº 8.666/1993 com os 
da Lei do RDC. 
 
1.2.5.4. Habilitação Técnica 
Por quase 30 anos, a documentação exigível para fins de qualificação 
técnica das licitantes foi balizada pelo art. 30 da Lei nº 8.666/1993, o qual, todavia, 
 
Lei nº 14.133/2021 
Art. 33. O julgamento das propostas será realizado de acordo com os seguintes 
critérios: 
I - menor preço; 
II - maior desconto; 
III - melhor técnica ou conteúdo artístico; 
IV - técnica e preço; 
V - maior lance, no caso de leilão; 
VI - maior retorno econômico. 
 
Conhecendo a Legislação 
 
56 
 
ao longo de todo esse período, foi objeto de diversos julgados dos Tribunais de 
Contas, com destaque para a jurisprudência do TCU. 
Atualmente, com a edição da Nova Lei de Licitações e Contratos, tal 
documentação passa a ser regida pelo seu art. 67, dispositivo que incorporou 
muito dessa jurisprudência das Cortes de Contas. 
Entre as novidades trazidas pelo novel diploma está a limitação de 
quantidades mínimas de até 50% das parcelas mais relevantes (§ 2º do art. 67), a 
declaração de conhecimento do local (inc. VI do art. 67), em detrimento à visita 
técnica obrigatória (§ 3º do art. 63), assim como considerar um valor acima de 4% 
em relação ao valor estimado da contratação para fins de definição do seu valor 
significativo (§ 1º do art. 67). 
 
1.2.5.5. Subcontratação 
O art. 72 da Lei nº 8.666/1993 estabelece que “o contratado, na execução 
do contrato, sem prejuízo das responsabilidades contratuais e legais, poderá 
subcontratar partes da obra, serviço ou fornecimento, até o limite admitido, em 
cada caso, pela Administração” (na Lei nº 14.133/2021, o assunto se encontra 
disciplinado no art. 122). 
Conforme asseverou o TCU, a previsão de transmissão de direitos e 
obrigações, para que possa ser levada a efeito, precisa estar prevista tanto no 
edital quanto no contrato, somente podendo-se lançar mão de tais mecanismos 
para o quantitativo e para as partes do objeto especificados pela Administração. 
Ademais, por ter sido o licitante aquele que efetivamente demonstrou a 
capacidade técnica para a execução do objeto (estudada no tópico precedente), 
não é possível a subcontratação das parcelas tecnicamente mais complexas ou 
de valor mais significativo do objeto, não se eximindo o contratado principal de 
 
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suas responsabilidades nas demais situações em que a subcontratação for cabível 
(ver Acórdãos nº 153/2002 e n° 3.144/2011, ambos do Plenário do TCU). 
A fim de coibir a possibilidade de que a subcontratação possa acobertar

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