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1 
OAB DESCOMPLICADA 
OAB DESCOMPLICADA 
DIREITO CONSTITUCIONAL 
Dicas para estudo de Direito Constitucional: 
Geralmente quem gosta de Direito Público tem facilidade com Direito 
Constitucional. O mesmo não acontece com aqueles que gostam, por exemplo, 
de Direito Civil ou Direito do Trabalho. É claro que isso não é uma regra, mas de 
qualquer forma, por óbvio que se trata de uma matéria importante, não só para 
sua aprovação na OAB em virtude da quantidade de questões, mas também 
para sua vida profissional. 
Se você se dedicou aos estudos dessa matéria durante a graduação, 
é provável que o estudo para a OAB vai ser menos doloroso do que é para a 
maioria das pessoas. De qualquer forma, vamos indicar abaixo livros de doutrina 
que nos parecem de extrema qualidade: 
 
1 – Martins, FLAVIO. Curso de Direito Constitucional. Editora SaraivaJur. 
2 – Masson, NATHALIA. Manual de Direito Constitucional. Editora Juspodivm. 
3 – Lenza, PEDRO. Direito Constitucional. Editora SaraivaJur. 
4 – Novelino, MARCELO. Curso de Direito Constitucional. Editora Juspodivm. 
 
Esse são livros que poderão lhe dar um norte na graduação. Caso 
você tenha algum tempo sobrando antes de sua revisão para OAB, eles serão 
essenciais para você compreender diversos assuntos importantíssimos que 
sempre caem nas provas da OAB e de Concursos Públicos, como por exemplo 
Controle de Constitucionalidade. 
Caso você não tenha tempo de leituras específicas: resolva a maior 
quantidade de questões possíveis, leia muita lei seca, e adquira o livro Super-
Revisão para OAB da Editora Foco com nosso cupom de desconto – 
JURISCONSULTT. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 2 
OAB DESCOMPLICADA 
Sumário 
PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS DA REPÚBLICA .......................................... 3 
DIREITOS INDIVIDUAIS ................................................................................ 4 
REMÉDIOS E GARANTIAS CONSTITUCIONAIS ......................................... 7 
ORGANIZAÇÃO POLÍTICO ADMINISTRATIVA DO ESTADO ................... 16 
ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA ....................................................................... 25 
PODER LEGISLATIVO ................................................................................ 28 
PROCESSO LEGISLATIVO ......................................................................... 31 
PODER EXECUTIVO .................................................................................... 35 
ESTADO DE DEFESA E ESTADO DE SÍTIO .............................................. 36 
CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE ................................................ 37 
ORDEM ECONÔMICA E FINANCEIRA ....................................................... 45 
ORDEM SOCIAL .......................................................................................... 48 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 3 
OAB DESCOMPLICADA 
PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS DA REPÚBLICA 
1) OAB/FGV – Exame de Ordem Unificado XXVIII – 2019 
A população do Estado X, insatisfeita com os rumos da política 
nacional e os sucessivos escândalos de corrupção que assolam todas as esferas 
do governo, inicia uma intensa campanha pleiteando sua separação do restante 
da Federação brasileira. Um plebiscito é então organizado e 92% dos votantes 
opinaram favoravelmente à independência do Estado. 
Sobre a hipótese, com base no texto constitucional, assinale a 
afirmativa correta. 
a) Diante do expressivo quórum favorável à separação do Estado X, a Assembleia 
Legislativa do referido ente deverá encaminhar ao Congresso Nacional proposta 
de Emenda Constitucional que, se aprovada, viabilizará a secessão do Estado 
X. 
b) Para o exercício do direito de secessão, exige-se lei estadual do ente 
separatista, dentro do período determinado por Lei Complementar federal, 
dependendo ainda de consulta prévia, mediante plebiscito, às populações dos 
demais Estados, após divulgação dos estudos de viabilidade, apresentados e 
publicados na forma da lei. 
c) Diante da autonomia dos entes federados, admite-se a dissolução do vínculo 
existente entre eles, de modo que o Estado X poderia formar um novo país, mas, 
além da aprovação da população local por meio de plebiscito ou referendo, seria 
necessária a edição de Lei Complementar federal autorizando a separação. 
d) A forma federativa de Estado é uma das cláusulas pétreas que norteiam a ordem 
constitucional brasileira, o que conduz à conclusão de que se revela inviável o 
exercício do direito de secessão por parte de qualquer dos entes federados, o 
que pode motivar a intervenção federal. 
 
COMENTÁRIOS 
É logo no Artigo 1º da Constituição Federal que podemos ter um norte para 
responder essa questão. A norma em análise dispõe que: 
 
 Art. 1º “A República Federativa do Brasil, formada pela união 
indissolúvel dos Estados e Municípios e do Distrito Federal, 
constitui-se em Estado Democrático de Direito e tem como 
fundamentos [...]" 
 
Dito isso, fica evidente o vínculo federativo, que não pode ser desfeito e que 
por consequência veda o direito de secessão. 
Sobre a segunda parte da questão, temos que, nesse caso, é possível a 
intervenção federal, nos moldes do Artigo 34, I da CF/88, que diz: 
 
Art. 34 – A União não intervirá nos Estados nem no Distrito Federal, 
exceto para: I - manter a integridade nacional; 
 
 
 4 
OAB DESCOMPLICADA 
Logo, sem dúvidas que a resposta correta é a alternativa “D”. 
 
GABARITO: Alternativa D 
VIDEOAULA INDICADA 
Princípios Fundamentais – Prof. Emerson Bruno 
https://www.youtube.com/watch?v=X_-c1VKfpjU 
 
 
DIREITOS INDIVIDUAIS 
2) OAB/FGV – Exame de Ordem Unificado XXVII – 2018 
Os produtores rurais do Município X organizaram uma associação civil 
sem fins lucrativos para dinamizar a exploração de atividade econômica pelos 
associados, bem como para fins de representá-los nas demandas de caráter 
administrativo e judicial. 
Anderson, proprietário de uma fazenda na região, passa a receber, 
mensalmente, carnê contendo a cobrança de uma taxa associativa, embora nunca 
tivesse manifestado qualquer interesse em ingressar na referida entidade 
associativa. 
Em consulta junto aos órgãos municipais, Anderson descobre que a 
associação de produtores rurais, embora tenha sido criada na forma da lei, jamais 
obteve autorização estatal para funcionar. Diante disso, procura um escritório de 
advocacia especializado, para pleitear, judicialmente, a interrupção da cobrança 
e a suspensão das atividades associativas. 
Sobre a questão em comento, assinale a afirmativa correta. 
a) Anderson pode pleitear judicialmente a interrupção da cobrança, a qual revela-
se indevida, pois ninguém pode ser compelido a associar-se ou a permanecer 
associado, ressaltando-se que a falta de autorização estatal não configura 
motivo idôneo para a suspensão das atividades da associação. 
b) As associações representativas de classes gozam de proteção absoluta na 
ordem constitucional, de modo que podem ser instituídas independentemente de 
autorização estatal e apenas terão suas atividades suspensas quando houver 
decisão judicial com trânsito em julgado. 
c) A Constituição de 1988 assegura a plena liberdade de associação para fins 
lícitos, vedando apenas aquelas de caráter paramilitar, de modo que Anderson 
não pode insurgir-se contra a cobrança, vez que desempenha atividade de 
produção e deve associar-se compulsoriamente. 
d) A liberdade associativa, tendo em vista sua natureza de direito fundamental, não 
pode ser objeto de qualquer intervenção do Poder Judiciário, de modo que 
Anderson apenas poderia pleitear administrativamente a interrupção da 
cobrança dos valores que entende indevidos. 
 
 
 5 
OAB DESCOMPLICADA 
COMENTÁRIOS 
O Direito à Associação está previsto no Artigo 5º da Constituição, e é de lá 
que vamos tirar a fundamentação para a resposta dessa questão. 
Em primeiro lugar, devemos saber que a criação de associações independe 
de autorização, que ninguém é obrigado a associar-se ou manter-se associado,e que 
elas só poderão ser dissolvidas compulsoriamente ou ter as atividades suspensas por 
decisão judicial. No primeiro caso, exige-se o trânsito em julgado. 
Vejamos os dispositivos cabíveis: 
 
Art. 5º, XVIII - a criação de associações e, na forma da lei, a de 
cooperativas independem de autorização, sendo vedada a 
interferência estatal em seu funcionamento; 
Art. 5º, XX - ninguém poderá ser compelido a associar-se ou a 
permanecer associado. 
 
A alternativa “B” está errada justamente porque para a suspensão das 
atividades, não há necessidade de trânsito em julgado. 
 
art. 5º, XIX - as associações só poderão ser compulsoriamente 
dissolvidas ou ter suas atividades suspensas por decisão judicial, 
exigindo-se, no primeiro caso, o trânsito em julgado; 
 
GABARITO: Alternativa A 
VIDEOAULA INDICADA 
Direito à livre associação – Professor Emerson Bruno 
https://www.youtube.com/watch?v=M0-rEgboMjE 
 
 
3) OAB/FGV – Exame de Ordem Unificado XXIX – 2019 
Durval, cidadão brasileiro e engenheiro civil, desempenha trabalho 
voluntário na ONG Transparência, cujo principal objetivo é apurar a conformidade 
das contas públicas e expor eventuais irregularidades, apresentando 
reclamações e denúncias aos órgãos e entidades competentes. 
Ocorre que, durante o ano de 2018, a Secretaria de Obras do Estado 
Alfa deixou de divulgar em sua página da Internet informações referentes aos 
repasses de recursos financeiros, bem como foram omitidos os registros das 
despesas realizadas. Por essa razão, Durval compareceu ao referido órgão e 
protocolizou pedido de acesso a tais informações, devidamente especificadas. 
Em resposta à solicitação, foi comunicado que os dados requeridos 
são de natureza sigilosa, somente podendo ser disponibilizados mediante 
requisição do Ministério Público ou do Tribunal de Contas. 
A partir do enunciado proposto, com base na legislação vigente, 
assinale a afirmativa correta. 
 
 6 
OAB DESCOMPLICADA 
a) A decisão está em desacordo com a ordem jurídica, pois os órgãos e entidades 
públicas têm o dever legal de promover, mesmo sem requerimento, a divulgação, 
em local de fácil acesso, no âmbito de suas competências, de informações de 
interesse coletivo ou geral que produzam ou custodiem. 
b) Assiste razão ao órgão público no que concerne tão somente ao sigilo das 
informações relativas aos repasses de recursos financeiros, sendo 
imprescindível a requisição do Ministério Público ou do Tribunal de Contas para 
acessar tais dados. 
c) Assiste razão ao órgão público no que concerne tão somente ao sigilo das 
informações relativas aos registros das despesas realizadas, sendo 
imprescindível a requisição do Ministério Público ou do Tribunal de Contas para 
acessar tais dados. 
d) Assiste razão ao órgão público no que concerne ao sigilo das informações 
postuladas, pois tais dados apenas poderiam ser pessoalmente postulados por 
Durval caso estivesse devidamente assistido por advogado regularmente inscrito 
na Ordem dos Advogados do Brasil. 
 
COMENTÁRIOS: 
O cerne da questão é você saber se as informações públicas são de fato 
sigilosas. Para e pensa um pouquinho: faz sentido elas serem? 
Não faz! As informações de gasto com dinheiro público DEVEM SER 
PÚBLICAS! 
Vejamos o que diz o Artigo 5º, XXXIII da Constituição Federal: 
CF, art. 5º, XXXIII - todos têm direito a receber dos órgãos públicos 
informações de seu interesse particular, ou de interesse coletivo ou 
geral, que serão prestadas no prazo da lei, sob pena de 
responsabilidade, ressalvadas aquelas cujo sigilo seja 
imprescindível à segurança da sociedade e do Estado; 
 
Cuidado: esse direito não é absoluto. Existem informações sigilosas, como 
está disposto na parte final do inciso XXXIII. Exemplo: relativa às forças armadas, 
segurança nacional, reservas energéticas, matéria radioativa etc. 
 
VIDEOAULA INDICADA 
Professor Emerson Bruno 
https://www.youtube.com/watch?v=OBTGaAa1pyk&list=PL6B30BCCD17109250&index=27 
GABARITO: Alternativa A 
 
4) OAB/FGV – Exame de Ordem Unificado XXIX – 2019 
O Município X, visando à interligação de duas importantes zonas da 
cidade, após o regular procedimento licitatório, efetua a contratação de uma 
concessionária que ficaria responsável pela construção e administração da via. 
 
 7 
OAB DESCOMPLICADA 
Ocorre que, em análise do projeto básico do empreendimento, constatou-se que 
a rodovia passaria em área de preservação ambiental e ensejaria graves danos ao 
ecossistema local. Com isso, antes mesmo de se iniciarem as obras, Arnaldo, 
cidadão brasileiro e vereador no exercício do mandato no Município X, constitui 
advogado e ingressa com Ação Popular postulando a anulação da concessão. 
Com base na legislação vigente, assinale a afirmativa correta. 
a) A Ação Popular proposta por Arnaldo não se revela adequada ao fim de impedir 
a obra potencialmente lesiva ao meio ambiente. 
b) A atuação de Arnaldo, na qualidade de cidadão, é subsidiária, sendo necessária 
a demonstração de inércia por parte do Ministério Público. 
c) A ação popular, ao lado dos demais instrumentos de tutela coletiva, é adequada 
à anulação de atos lesivos ao meio ambiente, mas Arnaldo não precisaria 
constituir advogado para ajuizá-la. 
d) Caso Arnaldo desista da Ação Popular, o Ministério Público ou qualquer cidadão 
que esteja no gozo de seus direitos políticos poderá prosseguir com a demanda. 
 
COMENTÁRIOS: 
É importante termos ciência da Lei de Ação Popular, que é a 4717/1965. 
Ela prevê em seu Artigo 9º todo o necessário para responder essa questão, 
senão vejamos: 
Se o autor desistir da ação ou der motiva à absolvição da instância, 
serão publicados editais nos prazos e condições previstos no art. 7º, 
inciso II, ficando assegurado a qualquer cidadão, bem como ao 
representante do Ministério Público, dentro do prazo de 90 (noventa) 
dias da última publicação feita, promover o prosseguimento da ação. 
 
Vejam as videoaulas abaixo, elas esclarecerão MUITO a respeito da ação 
popular! 
GABARITO: Alternativa D 
VIDEOAULAS INDICADAS 
Emerson Bruno 
https://www.youtube.com/watch?v=deEsVF8e2hI 
Trilhante 
https://www.youtube.com/watch?v=ayFB_-qk7HI 
 
DIREITOS SOCIAIS 
5) OAB/FGV – Exame de Ordem Unificado XXXI – 2020 
Preocupado com o grande número de ações judiciais referentes a 
possíveis omissões inconstitucionais sobre direitos sociais e, em especial, sobre 
 
 8 
OAB DESCOMPLICADA 
o direito à saúde, o Procurador-Geral do Estado Beta (PGE) procurou traçar sua 
estratégia hermenêutica de defesa a partir de dois grandes argumentos jurídicos: 
em primeiro lugar, destacou que a efetividade dos direitos prestacionais de 
segunda dimensão, promovida pelo Poder Judiciário, deve levar em consideração 
a disponibilidade financeira estatal; um segundo argumento é o relativo à falta de 
legitimidade democrática de juízes e tribunais para fixar políticas públicas no 
lugar do legislador eleito pelo povo. 
Diante de tal situação, assinale a opção que apresenta os conceitos 
jurídicos que correspondem aos argumentos usados pelo PGE do Estado Beta. 
a) Dificuldade contraparlamentar e reserva do impossível. 
b) Reserva do possível fática e separação dos Poderes. 
c) Reserva do possível jurídica e reserva de jurisdição do Poder Judiciário. 
d) Reserva do possível fática e reserva de plenário. 
 
COMENTÁRIOS: 
A reserva do possível é uma defesa do Estado com argumento de que suas 
possibilidades orçamentárias não condizem com a possibilidade de abranger e respeitar 
todos os direitos fundamentais previstos na Constituição. Muitas vezes o Estado, 
infelizmente, não tem condições de assegurar com uma eficácia plena todos esses 
direitos (isso ocorre com muita frequência no Brasil). 
Quanto à diferença entre fática e jurídica, diz-se a fática quando se refere a 
possibilidade financeira e o jurídico à existência de autorização orçamentária 
(legislativa). 
Ingo Sarlt diz que: 
 “constitui tarefa cometida precipuamente ao legislador ordinário a de 
decidirsobre a aplicação e destinação de recursos públicos, inclusive 
no que tange às prioridades na esfera das políticas públicas, com 
reflexos diretos na questão orçamentária, razão pela qual também se 
alega tratar-se de um problema eminentemente competencial. Para os 
que defendem esse ponto de vista, a outorga ao Poder Judiciário da 
função de concretizar os direitos sociais mesmo à revelia do 
legislador, implicaria afronta ao princípio da separação dos 
poderes e, por conseguinte, ao postulado do Estado de Direito”. 
 
Gabarito: Alternativa B 
 
DIREITOS POLÍTICOS 
6) OAB/FGV – Exame de Ordem Unificado XXXI – 2020 
José Maria, no ano de 2016, foi eleito para exercer o seu primeiro 
mandato como Prefeito da Cidade Delta, situada no Estado Alfa. Nesse mesmo 
 
 9 
OAB DESCOMPLICADA 
ano, a filha mais jovem de José Maria, Janaína (22 anos), elegeu-se vereadora e já 
se organiza para um segundo mandato como vereadora. 
Rosária (26 anos), a outra filha de José Maria, animada com o sucesso 
da irmã mais nova e com a popularidade do pai, que pretende concorrer à 
reeleição, faz planos para ingressar na política, disputando uma das cadeiras da 
Assembleia Legislativa do Estado Alfa. 
Diante desse quadro, a família contrata um advogado para orientá-la. 
Após analisar a situação, seguindo o sistema jurídico-constitucional brasileiro, o 
advogado afirma que 
a) as filhas não poderão concorrer aos cargos almejados, a menos que José Maria 
desista de concorrer à reeleição para o cargo de chefe do Poder Executivo do 
Município Delta. 
b) Rosária pode se candidatar ao cargo de deputada estadual, mas Janaína não 
poderá se candidatar ao cargo de vereadora em Delta, pois seu pai ocupa o 
cargo de chefe do Poder Executivo do referido município. 
c) as candidaturas de Janaína, para reeleição ao cargo de vereadora, e de Rosária, 
para o cargo de deputada estadual, não encontram obstáculo no fato de José 
Maria ser prefeito de Delta. 
d) Janaína pode se candidatar ao cargo de vereadora, mas sua irmã Rosária não 
poderá se candidatar ao cargo de deputada estadual, tendo em vista o fato de 
seu pai exercer a chefia do Poder Executivo do município. 
 
COMENTÁRIOS 
O artigo 14, parágrafo 7º, assim determina: 
Art. 14, § 7º - São inelegíveis, no território de jurisdição do titular, o 
cônjuge e os parentes consanguíneos ou afins, até o segundo grau ou 
por adoção, do Presidente da República, de Governador de Estado ou 
Território, do Distrito Federal, de Prefeito ou de quem os haja 
substituído dentro dos seis meses anteriores ao pleito, salvo se já 
titular de mandato eletivo e candidato à reeleição. 
 
 
Desta feita, Janaína pode concorrer porque já é titular de mandato eletivo e 
Rosária também, porque está se candidatando à Assembleia Legislativa, sendo esta de 
outra circunscrição. 
 
Gabarito: Alternativa C 
 
 
REMÉDIOS E GARANTIAS CONSTITUCIONAIS 
 
 10 
OAB DESCOMPLICADA 
7) OAB/FGV – Exame de Ordem Unificado XXVIII – 2019 
Alisson, cidadão brasileiro, ingressa com requerimento administrativo, 
perante a Secretaria Fazendária do Município Y, pleiteando a revisão do valor do 
Imposto sobre a Propriedade Predial e Territorial Urbana (IPTU), uma vez que não 
concorda com os cálculos empregados pela autoridade fazendária. 
Alisson, decorridos 90 dias sem qualquer atualização no andamento 
do feito, retorna à repartição administrativa indagando o porquê da demora. Ele 
obtém como resposta que o trâmite do procedimento é sigiloso, mas que seria 
possível obter uma certidão com as informações postuladas mediante o 
pagamento de determinada quantia, a título de “taxa”. 
Diante da situação hipotética apresentada, com base no texto 
constitucional, assinale a afirmativa correta. 
a) A atuação da Secretaria Fazendária revela-se inconstitucional, pois a obtenção 
de certidões em repartições públicas, contendo informações de interesse 
particular ou de interesse coletivo ou geral, é direito de todos, sem o pagamento 
de taxa, ressalvadas aquelas cujo sigilo seja imprescindível à segurança da 
sociedade e do Estado. 
b) Para a obtenção de certidão com informações de direito pessoal, como 
manifestação do direito de petição aos órgãos e poderes públicos, pode ser 
exigido o pagamento de taxas caso Alisson não demonstre ser hipossuficiente 
econômico. 
c) Embora inexista óbice à cobrança de taxas para cobrir as despesas com a 
emissão de certidões em repartições públicas, ainda que destinadas à defesa e 
ao esclarecimento de situações de interesse pessoal, Alisson poderá utilizar 
o habeas data para obter as informações relativas ao procedimento 
administrativo instaurado. 
d) Alisson não pode ter acesso ao feito, porque os procedimentos administrativos 
que versem sobre matéria tributária são de natureza sigilosa, somente podendo 
ser acessados, sem autorização judicial, por advogado regularmente constituído 
pelo contribuinte, bem como por órgãos da administração pública direta e 
indireta. 
 
COMENTÁRIOS 
A fundamentação para resposta da questão encontra-se no Artigo 5º, incisos 
XXXIII e XXXIV, que dizem: 
 
Art. 5º, XXXIII - todos têm direito a receber dos órgãos públicos 
informações de seu interesse particular, ou de interesse coletivo ou 
geral, que serão prestadas no prazo da lei, sob pena de 
responsabilidade, ressalvadas aquelas cujo sigilo seja imprescindível 
à segurança da sociedade e do Estado; XXXIV - são a todos 
assegurados, independentemente do pagamento de taxas: a) o direito 
de petição aos Poderes Públicos em defesa de direitos ou contra 
ilegalidade ou abuso de poder; b) a obtenção de certidões em 
 
 11 
OAB DESCOMPLICADA 
repartições públicas, para defesa de direitos e esclarecimento de 
situações de interesse pessoal. 
 
GABARITO: Alternativa A 
VIDEOAULAS INDICADAS 
Acesso à informação dos Órgãos Públicos – Prof. Emerson Bruno 
https://www.youtube.com/watch?v=OBTGaAa1pyk 
 
Direito de Petição e Obtenção de Certidões – Prof. Emerson Bruno 
https://www.youtube.com/watch?v=0lwR2x-zEuU 
 
 
8) OAB/FGV – Exame de Ordem Unificado XXX – 2019 
O Supremo Tribunal Federal reconheceu a periculosidade inerente ao 
ofício desempenhado pelos agentes penitenciários, por tratar-se de atividade de 
risco. Contudo, ante a ausência de norma que regulamente a concessão da 
aposentadoria especial no Estado Alfa, os agentes penitenciários dessa unidade 
federativa encontram-se privados da concessão do referido direito constitucional. 
Diante disso, assinale a opção que apresenta a medida judicial 
adequada a ser adotada pelo Sindicato dos Agentes Penitenciários do Estado 
Alfa, organização sindical legalmente constituída e em funcionamento há mais de 
1 (um) ano, em defesa da respectiva categoria profissional. 
a) Ele pode ingressar com mandado de injunção coletivo para sanar a falta da 
norma regulamentadora, dispensada autorização especial dos seus membros. 
b) Ele não possui legitimidade ativa para ingressar com mandado de injunção 
coletivo, mas pode pleitear aplicação do direito constitucional via ação civil 
pública. 
c) Ele tem legitimidade para ingressar com mandado de injunção coletivo, cuja 
decisão pode vir a ter eficácia ultra partes, desde que apresente autorização 
especial dos seus membros. 
d) Ele pode ingressar com mandado de injunção coletivo, mas, uma vez 
reconhecida a mora legislativa, a decisão não pode estabelecer as condições 
em que se dará o exercício do direito à aposentadoria especial, sob pena de 
ofensa à separação dos Poderes. 
 
COMENTÁRIOS: 
O Mandado de Injunção, bem como o Habeas Corpus, o Habeas Data e o 
Mandado de Segurança, é um remédio constitucional. Vejamos, antes de adentrar à 
questão, quais as características e hipóteses de cabimento de cada um deles. 
Habeas Corpus: Previsão legal: Artigo 5º, LXVIII da CF/88: 
LXVIII - conceder-se-á habeas corpus sempre que alguém sofrer ou se 
achar ameaçado de sofrer violência ou coação em sua liberdade de 
locomoção, por ilegalidade ou abuso de poder; 
 
 12 
OAB DESCOMPLICADAHabeas Data: Previsão legal: Artigo 5º, LXXII da CF/88: 
LXXII - conceder-se-á habeas data: 
a) para assegurar o conhecimento de informações relativas à pessoa 
do impetrante, constantes de registros ou bancos de dados de 
entidades governamentais ou de caráter público; 
b) para a retificação de dados, quando não se prefira fazê-lo por 
processo sigiloso, judicial ou administrativo; 
 
Mandado de Segurança: Previsão legal: Artigo 5º, LXIX da CF/88: 
LXIX - conceder-se-á mandado de segurança para proteger direito 
líquido e certo, não amparado por habeas corpus ou habeas data, 
quando o responsável pela ilegalidade ou abuso de poder for 
autoridade pública ou agente de pessoa jurídica no exercício de 
atribuições do Poder Público; 
 
Mandado de Injunção: Previsão legal: Artigo 5º, LXXI da CF/88: 
LXXI - conceder-se-á mandado de injunção sempre que a falta de 
norma regulamentadora torne inviável o exercício dos direitos e 
liberdades constitucionais e das prerrogativas inerentes à 
nacionalidade, à soberania e à cidadania; 
 
Um caso que de fato ocorreu e que foi necessário mandado de injunção foi 
a respeito da greve dos servidores públicos, que possui previsão constitucional, mas 
que, até hoje, não há lei que a regule. 
No caso, questionou-se se o Sindicato pode ingressar com Mandado de 
Injunção para os Agentes Penitenciários do Estado Alfa, e a resposta é positiva. 
Vejamos, em primeiro lugar, o que dispõe o Artigo 8º, III da CF/88: 
Art. 8º É livre a associação profissional ou sindical, observado o 
seguinte: 
III - ao sindicato cabe a defesa dos direitos e interesses coletivos ou 
individuais da categoria, inclusive em questões judiciais ou 
administrativas; 
 
A Lei 13.300/2016 (Lei do Mandado de Injunção), em seu Artigo 12, III, 
também disciplina que: 
Art. 12. O mandado de injunção coletivo pode ser promovido: 
III - por organização sindical, entidade de classe ou associação 
legalmente constituída e em funcionamento há pelo menos 1 (um) ano, 
para assegurar o exercício de direitos, liberdades e prerrogativas em 
favor da totalidade ou de parte de seus membros ou associados, na 
 
 13 
OAB DESCOMPLICADA 
forma de seus estatutos e desde que pertinentes a suas finalidades, 
dispensada, para tanto, autorização especial; 
 
Dessa forma, correta a alternativa “a”. 
 
GABARITO: ALTERNATIVA A 
 
9) OAB/FGV – Exame de Ordem Unificado XXX – 2019 
Giuseppe, italiano, veio ainda criança para o Brasil, juntamente com 
seus pais. Desde então, nunca sofreu qualquer tipo de condenação penal, 
constituiu família, sendo pai de um casal de filhos nascidos no país, possui título 
de eleitor e nunca deixou de participar dos pleitos eleitorais. Embora tenha se 
naturalizado brasileiro na década de 1990, não se sente brasileiro. Nesse sentido, 
Giuseppe afirma que é muito grato ao Brasil, mas que, apesar do longo tempo 
aqui vivido, não partilha dos mesmos valores espirituais e culturais dos 
brasileiros. 
Giuseppe mora em Vitória/ES e descobriu o envolvimento do Ministro 
de Estado Alfa em fraude em uma licitação cujo resultado beneficiou, 
indevidamente, a empresa de propriedade de seus irmãos. Indignado com tal 
atitude, Giuseppe resolveu, em nome da intangibilidade do patrimônio público e 
do princípio da moralidade administrativa, propor ação popular contra o Ministro 
de Estado Alfa, ingressando no juízo de primeira instância da justiça comum, não 
no Supremo Tribunal Federal. 
Sobre o caso, com base no Direito Constitucional e na jurisprudência 
do Supremo Tribunal Federal, assinale a afirmativa correta. 
a) A ação não deve prosperar, uma vez que a competência para processá-la e 
julgá-la é do Supremo Tribunal Federal, e falta legitimidade ativa para o autor da 
ação, porque não possui a nacionalidade brasileira, não sendo, portanto, 
classificado como cidadão brasileiro. 
b) A ação deve prosperar, porque a competência para julgar a ação popular em tela 
é do juiz de primeira instância da justiça comum, e o autor da ação tem 
legitimidade ativa porque é cidadão no pleno gozo de seus direitos políticos, 
muito embora não faça parte da nação brasileira. 
c) A ação não deve prosperar, uma vez que a competência para julgar a 
mencionada ação popular é do Supremo Tribunal Federal, muito embora não 
falte legitimidade ad causam para o autor da ação, que é cidadão brasileiro, 
detentor da nacionalidade brasileira e no pleno gozo dos seus direitos políticos. 
d) A ação deve prosperar, porque a competência para julgar a ação popular em tela 
tanto pode ser do juiz de primeira instância da justiça comum quanto do Supremo 
Tribunal Federal, e não falta legitimidade ad causam para o autor da ação, já 
que integra o povo brasileiro. 
 
COMENTÁRIOS: 
 
 14 
OAB DESCOMPLICADA 
O Artigo 5º, LXXIII da CF/88 disciplina o necessário para a questão. 
Vejamos: 
Art. 5º, LXXIII - qualquer cidadão é parte legítima para propor ação 
popular que vise a anular ato lesivo ao patrimônio público ou de 
entidade de que o Estado participe, à moralidade administrativa, ao 
meio ambiente e ao patrimônio histórico e cultural, ficando o autor, 
salvo comprovada má-fé, isento de custas judiciais e do ônus da 
sucumbência. 
 
Vejam que QUALQUER CIDADÃO pode propor a ação popular, de tal forma 
que Giussepe é parte legítima para figurar no polo ativo. Aliás, a cidadania não se 
confunde com a nacionalidade. Cidadania implica estar em pleno gozo de direitos 
políticos, enquanto nacionalidade é o vínculo jurídico-político com o Estado. Giussepe 
é cidadão, e, portanto, não há que se falar em ilegitimidade da sua parte. 
Ademais, não há foro por prerrogativa de função da Ação Popular, de tal 
forma que o juízo de primeiro grau é competente para julgá-la. 
 
GABARITO: ALTERNATIVA B 
 
10) OAB/FGV – Exame de Ordem Unificado XXXI – 2020 
Alfa, entidade de classe de abrangência regional, legalmente 
constituída e em funcionamento há mais de 1 ano, ingressa, perante o Supremo 
Tribunal Federal, com mandado de segurança coletivo para tutelar os interesses 
jurídicos de seus representados. Considerando a urgência do caso, Alfa não 
colheu autorização dos seus associados para a impetração da medida. 
Com base na narrativa acima, assinale a afirmativa correta. 
a) Alfa não tem legitimidade para impetrar mandado de segurança coletivo, de 
modo que a defesa dos seus associados em juízo deve ser feita pelo Ministério 
Público ou, caso evidenciada situação de vulnerabilidade, pela Defensoria 
Pública. 
b) Alfa goza de ampla legitimidade para impetrar mandado de segurança coletivo, 
inclusive para tutelar direitos e interesses titularizados por pessoas estranhas à 
classe por ela representada. 
c) Alfa possui legitimidade para impetrar mandado de segurança coletivo em 
defesa dos interesses jurídicos dos seus associados, sendo, todavia, 
imprescindível a prévia autorização nominal e individualizada dos 
representados, em assembleia especialmente convocada para esse fim. 
d) Alfa possui legitimidade para impetrar mandado de segurança coletivo em 
defesa dos interesses jurídicos da totalidade ou mesmo de parte dos seus 
associados, independentemente de autorização. 
 
COMENTÁRIOS 
 
 15 
OAB DESCOMPLICADA 
Vejamos o que dispõe o Artigo 5º, XXI da CF/88, bem como as Súmulas 629 
e 630 do STF: 
Art 5º, XXI - as entidades associativas, quando expressamente 
autorizadas, têm legitimidade para representar seus filiados judicial ou 
extrajudicialmente; 
SÚMULA 629: A impetração de mandado de segurança coletivo por 
entidade de classe em favor dos associados independe da autorização 
destes. 
SÚMULA 630: A entidade de classe tem legitimação para o mandado 
de segurança ainda quando a pretensão veiculada interesse apenas a 
uma parte da respectiva categoria. 
 
Gabarito: Alternativa D 
 
11) OAB/FGV – Exame de Ordem Unificado XXXI – 2020 
João dos Santos foi selecionado para atuar como praça prestadora de 
serviço militar inicial, fato que lhe permitirá ser o principal responsável pelosmeios de subsistência de sua família. No entanto, ficou indignado ao saber que 
sua remuneração será inferior ao salário mínimo, contrariando o texto 
constitucional, insculpido no Art. 7º, inciso IV, da CRFB/88. 
Desesperado com tal situação, João entrou no gabinete do seu 
comandante e o questionou, de forma ríspida e descortês, acerca dessa 
remuneração supostamente inconstitucional, sofrendo, em consequência dessa 
conduta, punição administrativo-disciplinar de prisão por 5 dias, nos termos da 
legislação pertinente. Desolada, a família de João procurou um advogado para 
saber sobre a constitucionalidade da remuneração inferior ao salário mínimo, bem 
como da possibilidade de a prisão ser relaxada por ordem judicial. 
Nessas circunstâncias, nos termos do direito constitucional brasileiro 
e da jurisprudência do STF, assinale a opção que apresenta a resposta do 
advogado. 
a) A remuneração inferior ao salário mínimo para as praças prestadoras de serviço 
militar inicial não viola a Constituição de 1988, bem como não cabe habeas 
corpus em relação às punições disciplinares militares, exceto para análise de 
pressupostos de legalidade, excluída a apreciação de questões referentes ao 
mérito. 
b) A remuneração inferior ao salário mínimo contraria o Art. 7º, inciso IV, da 
Constituição de 1988, bem como se reconhece o cabimento de habeas corpus 
para as punições disciplinares militares, qualquer que seja a circunstância. 
c) O estabelecimento de remuneração inferior ao salário mínimo para as praças 
prestadoras de serviço militar inicial não viola a Constituição da República, mas 
é cabível o habeas corpus para as punições disciplinares militares, até mesmo 
em relação a questões de mérito da sanção adminsitrativa. 
 
 16 
OAB DESCOMPLICADA 
d) A remuneração inferior ao salário mínimo contraria a ordem constitucional, mais 
especificamente o texto constitucional inserido no Art. 7º, inciso IV, da 
Constituição de 1988, bem como não se reconhece o cabimento de habeas 
corpus em relação às punições disciplinares militares, exceto para análise dos 
pressupostos de legalidade, excluídas as questões de mérito da sanção 
administrativa. 
 
COMENTÁRIOS 
A questão é considerada difícil porque exige conhecimento de jurisprudência 
do STF, bem como de sanções militares. 
Vejamos a ementa do RE 570.177 de relatoria do Min. Ricardo Lewandovisk: 
I — A CF/1988 não estendeu aos militares a garantia de remuneração 
não inferior ao salário mínimo, como o fez para outras categorias de 
trabalhadores. II — O regime a que se submetem os militares não se 
confunde com aquele aplicável aos servidores civis, visto que têm 
direitos, garantias, prerrogativas e impedimentos próprios. III — Os 
cidadãos que prestam serviço militar obrigatório exercem um múnus 
público relacionado com a defesa da soberania da pátria. IV — A 
obrigação do Estado quanto aos conscritos limita-se a fornecer-lhes as 
condições materiais para a adequada prestação do serviço militar 
obrigatório nas Forças Armadas. [RE 570.177, rel. min. Ricardo 
Lewandowski, P, j. 30-4-2008, DJE 117 de 27-6-2008, Tema 15.] 
 
Ainda, a Súmula Vinculante 6 prevê: 
Não viola a Constituição o estabelecimento de remuneração inferior ao 
salário mínimo para as praças prestadoras de serviço militar inicial. 
 
Por fim, em relação ao Habeas Corpus, prevê o Artigo 142, parágrafo 2º da 
CF/88 que: 
Art. 142. As Forças Armadas, constituídas pela Marinha, pelo Exército 
e pela Aeronáutica, são instituições nacionais permanentes e 
regulares, organizadas com base na hierarquia e na disciplina, sob a 
autoridade suprema do Presidente da República, e destinam-se à 
defesa da Pátria, à garantia dos poderes constitucionais e, por iniciativa 
de qualquer destes, da lei e da ordem: § 2º Não caberá habeas 
corpus em relação a punições disciplinares militares. 
 
Gabarito: Alternativa A 
 
ORGANIZAÇÃO POLÍTICO ADMINISTRATIVA DO 
ESTADO 
 
 17 
OAB DESCOMPLICADA 
12) OAB/FGV – Exame de Ordem Unificado XXVII – 2018 
Após o cumprimento de todas as formalidades constitucionais e legais 
exigíveis, o Estado Alfa se desmembra (desmembramento por formação), 
ocasionando o surgimento de um novo Estado-membro: o Estado Beta. 
Preocupados com a possibilidade de isso influenciar nas grandes decisões 
políticas regionais, um grupo de cidadãos inicia um movimento exigindo a 
imediata elaboração de uma Constituição para o novo Estado Beta. 
Os líderes políticos locais, sem maiores conhecimentos sobre a 
temática, buscam assessoramento jurídico junto a advogados 
constitucionalistas, sendo-lhes corretamente informado que, segundo a 
inteligência do sistema jurídico-constitucional brasileiro: 
a) com a criação do Estado Beta no âmbito da República Federativa do Brasil, 
passou este a fazer parte do pacto federativo, subordinando-se tão somente à 
Constituição Federal, e não a qualquer outra constituição. 
b) tendo passado o Estado Beta a ser reconhecido como um ente autônomo, 
adquiriu poderes para se estruturar por meio de uma Constituição, sem a 
necessidade desta se vincular a padrões de simetria impostos pela Constituição 
Federal. 
c) pelo fato de o Estado Beta ter sido reconhecido como um ente federado 
autônomo, passa a ter poderes para se estruturar por meio de uma Constituição, 
que deverá observar o princípio da simetria, conforme os padrões fixados na 
Constituição Federal. 
d) o reconhecimento do Estado Beta como um ente federado autônomo assegurou-
lhe poderes para se estruturar por meio de uma Constituição, cujo texto, porém, 
não poderá se diferenciar daquele fixado pela Constituição Federal. 
 
COMENTÁRIOS 
Na situação hipotética houve o desmembramento do Estado Alfa, 
ocasionando o surgimento do Estado Beta. 
O primeiro ponto a se saber é que todos os estados brasileiros podem ter 
uma Constituição Estadual. Por óbvio que essa Constituição Estadual não pode ferir 
princípios básicos da Constituição Federal (princípio da simetria). Por exemplo: a 
Constituição do Estado de São Paulo não pode prever a pena de morte, pois feriria a 
CF/88. 1 
Nesse sentido, é permitido que Estados criem suas constituições, que não 
serão iguais à Constituição Federal. 
A respeito da legislação aplicável a este caso, temos que a Constituição 
Federal prevê: 
 
 
1 Nos Estados Unidos também é permitido que Estados criem sua própria Constituição. Lá, é possível ter 
pena de morte em um, e no outro não. É possível que o aborto seja descriminalizado em alguns, e em 
outros não. O Brasil, apesar de também ser uma Federação, não admite isso, muito embora admita a 
existência de Constituições Estaduais. 
 
 18 
OAB DESCOMPLICADA 
Art. 18: A organização político-administrativa da República Federativa 
do Brasil compreende a União, os Estados, o Distrito Federal e os 
Municípios, todos autônomos, nos termos desta Constituição. 
§3º - Os Estados podem incorporar-se entre si, subdividir-se ou 
desmembrar-se para se anexarem a outros, ou formarem novos 
Estados ou Territórios Federais, mediante aprovação da população 
diretamente interessada, através de plebiscito, e do Congresso 
Nacional, por lei complementar. 
 
Art. 25. Os Estados organizam-se e regem-se pelas Constituições 
e leis que adotarem, observados os princípios desta Constituição. 
§ 1º São reservadas aos Estados as competências que não lhes sejam 
vedadas por esta Constituição. 
 
GABARITO: Alternativa C 
VÍDEO AULA INDICADA 
Repartição das competências Constitucionais – Trilhante 
https://www.youtube.com/watch?v=O5yWtlOZ9dg&list=PLZC9coqdsJb_kWrtrZNuahnuj
7l5WCB-C&index=5 
 
Federalismo – Trilhante 
https://www.youtube.com/watch?v=DDpmHrjoPnQ 
 
ARTIGOS INDICADOS 
 
Repartição da competência ambiental – Ambito Jurídico 
http://www.ambito-
juridico.com.br/site/index.php?n_link=revista_artigos_leitura&artigo_id=9344 
 
O Controle de Constitucionalidade nas Constituições Estaduais – Conjur 
https://www.conjur.com.br/2016-ago-21/constituicao-controle-constitucionalidade-
constituicoes-estaduais13) OAB/FGV – Exame de Ordem Unificado XXVII – 2018 
O Estado Y, bastante conhecido pela exuberância de suas praias, que 
atraem milhares de turistas todos os anos, edita lei estadual impedindo a pesca 
de peixes regionais típicos, ameaçados de extinção, e limitando o transporte 
marítimo de passageiros. 
A partir da hipótese narrada, nos termos da Constituição da República 
Federativa do Brasil, assinale a afirmativa correta. 
a) O Estado Y possui competência legislativa concorrente com a União para dispor 
sobre pesca, mas poderá legislar sobre transporte e navegação marítima, caso 
Lei Complementar federal o autorize. 
 
 19 
OAB DESCOMPLICADA 
b) O Estado Y tem competência comum com os demais entes federados para 
legislar sobre a matéria; logo, a lei estadual é constitucional. 
c) A lei editada pelo Estado Y é inconstitucional, porque compete privativamente à 
União legislar sobre a proteção do meio ambiente e o controle da poluição. 
d) A lei editada pelo Estado Y é inconstitucional, porque trata de pesca e navegação 
marítima, que são de competência exclusiva da União, apesar de o Estado Y ter 
competência privativa para legislar sobre meio ambiente. 
 
COMENTÁRIOS 
Organização política do Estado e competência legislativa dos entes é um 
dos temas que mais caem na OAB. Indicamos muito que vocês o estudem, seja por 
questões, seja pelos livros que indicamos acima. 
Em relação à questão, a fundamentação da resposta encontra-se nos 
seguintes artigos da Constituição Federal: 
 
Art. 22 - Compete privativamente à União legislar sobre: [...] X - regime 
dos portos, navegação lacustre, fluvial, marítima, aérea e aeroespacial; 
Parágrafo único. Lei complementar poderá autorizar os Estados a 
legislar sobre questões específicas das matérias relacionadas 
neste artigo. 
Art. 24 - Compete à União, aos Estados e ao Distrito Federal legislar 
concorrentemente sobre: [...] VI - florestas, caça, pesca, fauna, 
conservação da natureza, defesa do solo e dos recursos naturais, 
proteção do meio ambiente e controle da poluição. 
 
Sobre a competência privativa da União, há um macete muito conhecido 
para lembrar sobre o que ela pode legislar privativamente: CAPACETE PM 
Civil 
Aeronáutico 
Penal 
Agrário 
Comercial 
Eleitoral 
Trabalhista 
Espacial 
 
Processual 
Marítimo 
 
Isso provavelmente você JÁ CONHECIA, ou pelo menos já tinha visto algum 
Instagram de Direito postar. Mas o que realmente importa você saber? 
 A primeira coisa é diferenciar competência PRIVATIVA da competência 
EXCLUSIVA. 
 
 20 
OAB DESCOMPLICADA 
 Uma das diferenças é que a competência EXCLUSIVA é indelegável, 
sendo tratada na Constituição Federal no Artigo 21. A competência PRIVATIVA, na qual 
estamos agora debatendo, PODE SIM SER DELEGADA. Isso significa, por exemplo, 
que a União, através de lei complementar, pode delegar a determinado ente federativo 
que legisle sobre algo específico do Direito Trabalhista (que, teoricamente, com base 
no Artigo 22 da CF, pertenceria só a ela). 
 A fundamentação está logo no parágrafo único do Artigo 22, disposto 
acima. 
 Vale ressaltar também que a União só pode transferir a esses entes 
federativos QUESTÕES ESPECÍFICAS. Gilmar Mendes, ministro do STF, já se 
posicionou sobre isso2: 
 
Trata-se de mera faculdade aberta ao legislador complementar federal. 
Se for utilizada, a lei complementar não poderá transferir a regulação 
integral de toda uma matéria da competência privativa da União, já que 
a delegação haverá de referir-se a questões específicas. (...) Nada 
impede que a União retome a sua competência, legislando sobre o 
mesmo assunto a qualquer momento, uma vez que a delegação não 
se equipara à abdicação de competência. 
 
 Outro assunto importante a se saber é que, caso derterminado Estado 
crie uma lei a respeito de algo específico de uma das matérias delineadas no Artigo 22 
da CF, sem que haja prévia lei complementar que o autorize, essa lei será 
FORMALMENTE INCONSTITUCIONAL.3 
 
GABARITO: Alternativa A 
VÍDEO AULA INDICADA 
Competência legislativa concorrente e privativa – Professor Emerson Bruno 
https://www.youtube.com/watch?v=5wg1N6ZZaco 
 
 
14) OAB/FGV – Exame de Ordem Unificado XXVII – 2018 
A Lei X do Município Sigma estabelece que, em certo bairro, 
considerado área residencial, fica vedada a instalação de mais de um centro 
empresarial de grandes proporções, com área superior a 5.000 m² (cinco mil 
metros quadrados) e que reúna, em suas dependências, mais de 10 (dez) lojas 
distintas. 
 
2 MENDES, Gilmar Ferreira. Curso de Direito Constitucional/Gilmar Ferreira Mendes, Paulo Gustavo Gonet 
Branco – 7. ed. rev. e atual. – São Paulo: Saraiva, 2012. Págs. 880/882. 
3 É importante saber também, a Súmula Vinculante 39, que diz: “competeve privativamente à União legislar 
sobre vencimentos dos membros da polícia civil e militar e do corpo de bombeiros militar do Distrito Federal”. 
 
 21 
OAB DESCOMPLICADA 
Ante a existência de um estabelecimento comercial com tais 
características no bairro “Y”, a administradora Alfa, visando abrir um shopping 
center no mesmo bairro, procura você, na qualidade de advogado(a), para obter 
esclarecimentos quanto à viabilidade deste empreendimento. 
Diante da situação narrada, com base na ordem jurídico-constitucional 
vigente e na jurisprudência dos Tribunais Superiores, assinale a afirmativa 
correta. 
a) Apenas a União tem competência para, por meio de lei e outros atos normativos, 
organizar o uso e a ocupação do solo; logo, apenas por esse motivo, a Lei X do 
Município Sigma é manifestamente inconstitucional. 
b) A Constituição da República de 1988 atribui aos Municípios competência para 
promover o zoneamento urbano, mas a Lei X do Município Sigma, ao impedir a 
instalação de estabelecimentos comerciais do mesmo ramo em determinada 
área, ofende o princípio da livre concorrência. 
c) A Constituição da República de 1988 dispõe ser competência estadual e distrital 
promover, no que couber, o adequado ordenamento territorial, mediante 
planejamento e controle do uso, do parcelamento e da ocupação do solo, não 
podendo a lei do Município Sigma dispor sobre a matéria. 
d) Compete privativamente à União dispor sobre o zoneamento urbano e legislar 
sobre Direito Civil e Comercial; logo, somente os Estados e o Distrito Federal 
poderiam ser autorizados, mediante lei complementar, a legislar sobre a matéria. 
 
COMENTÁRIOS 
Essa questão é considerada médio/difícil, porque exige conhecimento da 
jurisprudência do STF sobre a matéria de livre concorrência. De qualquer forma, mesmo 
quem não conhecia a referida jurisprudência, conseguiria por eliminação acertar a 
questão. 
Em primeiro lugar, compete aos municípios legislar sobre seu ordenamento 
territorial, conforme dispõe o Artigo 30 da CF/88: 
 
Art. 30, Compete aos Municípios: [...] VIII - promover, no que couber, 
adequado ordenamento territorial, mediante planejamento e controle 
do uso, do parcelamento e da ocupação do solo urbano; 
 
Em relação à livre concorrência, a Súmula Vinculante 49 do STF diz: 
 
“Ofende o princípio da livre concorrência lei municipal que impede a instalação de 
estabelecimentos comerciais do mesmo ramo em determinada área”. 
 
Além disso, e para finalizar, é de rigor trazermos também o Artigo 170 da 
CF/88 que dispõe: 
 
art. 170 - A ordem econômica, fundada na valorização do trabalho 
humano e na livre iniciativa, tem por fim assegurar a todos existência 
digna, conforme os ditames da justiça social, observados os seguintes 
princípios: IV - livre concorrência. 
 
 22 
OAB DESCOMPLICADA 
 
Nesse sentido, sem dúvidas que a alternativa “B” é a correta. 
 
GABARITO: Alternativa B 
VIDEOAULAS INDICADAS 
Competência dos Municípios parte 01 – Prof. Emerson Branco 
https://www.youtube.com/watch?v=JSLlTD8BRh8 
 
Competência dos Municípios parte 02 – Prof. Emerson Branco 
https://www.youtube.com/watch?v=vvufYmHxlCo 
 
15) OAB/FGV – Exame de Ordem Unificado XXVII - 2018 
O Procurador-Geral de Justiçaresolve representar perante o Tribunal 
de Justiça, solicitando intervenção estadual no Município Alfa, sob a alegação de 
que esse ente federado tem violado frontalmente diversos princípios, de 
reprodução obrigatória, indicados na Constituição Estadual. 
Com base na hipótese narrada, assinale a afirmativa correta. 
a) A intervenção estadual no Município Alfa pode ser decretada, ex officio, pelo 
Governador de Estado, independentemente da representação. 
b) A intervenção estadual no Município Alfa dependerá de provimento do Tribunal 
de Justiça requisitando ao Governador de Estado que decrete a referida medida. 
c) A intervenção estadual não é possível, pois, devido à sua natureza excepcional, 
o rol previsto na Constituição da República não contempla a violação a 
princípios. 
d) A intervenção estadual no Município Alfa, após o acolhimento da representação 
pelo Tribunal de Justiça, ainda dependerá do controle político da Assembleia 
Legislativa Estadual. 
 
COMENTÁRIOS 
Sobre a hipótese narrada, temos que a CF/88 determina que: 
 
Art. 34. A União não intervirá nos Estados nem no Distrito Federal, 
exceto para: [...] VII - assegurar a observância dos seguintes 
princípios constitucionais: a) forma republicana, sistema 
representativo e regime democrático; b) direitos da pessoa humana; c) 
autonomia municipal; d) prestação de contas da administração pública, 
direta e indireta. 
 
Art. 35. O Estado não intervirá em seus Municípios, nem a União nos 
Municípios localizados em Território Federal, exceto quando: [...] IV - o 
Tribunal de Justiça der provimento a representação para assegurar a 
observância de princípios indicados na Constituição Estadual, ou 
para prover a execução de lei, de ordem ou de decisão judicial. 
 
 
 23 
OAB DESCOMPLICADA 
No caso hipotético, portanto, tendo em vista a violação de princípios 
constitucionais de reprodução obrigatória, a intervenção é justificável. Ademais: 
 
Art. 36 - A decretação da intervenção dependerá: [...] III - de 
provimento, pelo Supremo Tribunal Federal, de representação do 
Procurador-Geral da República, na hipótese do art. 34, VII, e no caso 
de recusa à execução de lei federal. 
 
GABARITO: Alternativa B 
VIDEOAULAS INDICADAS 
Intervenção espontânea – Prof. Emerson Bruno 
https://www.youtube.com/watch?v=sBZEv23gKwI 
 
Intervenção provocada – Prof. Emerson Bruno 
https://www.youtube.com/watch?v=lqUDDykWEik 
 
Condições para intervenção provocada – Prof. Emerson Bruno 
https://www.youtube.com/watch?v=vlpZEHb_D7Q&list=PLhTKk53U8pNkKCkjd2hZdfJ
QaJ6bOJbkt&index=3 
Intervenção nos Municípios – Prof. Emerson Bruno 
https://www.youtube.com/watch?v=XozMXIkcgKQ&list=PLhTKk53U8pNkKCkjd2hZdfJ
QaJ6bOJbkt&index=4 
 
16) OAB/FGV – Exame de Ordem Unificado XXIX – 2019 
O diretor da unidade prisional de segurança máxima ABC expede uma 
portaria vedando, no âmbito da referida entidade de internação coletiva, quaisquer 
práticas de cunho religioso direcionadas aos presos, apresentando, como motivo 
para tal ato, a necessidade de a Administração Pública ser laica. 
A partir da situação hipotética narrada, assinale a afirmativa correta. 
a) A motivação do ato administrativo encontra-se equivocada, uma vez que o 
preâmbulo da Constituição da República de 1988 faz expressa menção à 
“proteção de Deus”, também assegurando aos entes federados ampla liberdade 
para estabelecer e subvencionar os cultos religiosos e igrejas. 
b) O ato expedido pelo diretor encontra plena correspondência com a ordem 
constitucional brasileira, a qual veda, aos entes federados, estabelecer cultos 
religiosos ou igrejas, subvencioná-los ou firmar qualquer espécie de colaboração 
de interesse público. 
c) A Constituição da República de 1988 dispõe que, nos termos da lei, é 
assegurada assistência religiosa nas entidades civis e militares de internação 
coletiva, de modo que a portaria expedida pelo diretor viola um direito 
fundamental dos internos. 
 
 24 
OAB DESCOMPLICADA 
d) Inexiste incompatibilidade entre a portaria e a Constituição da República de 
1988, uma vez que a liberdade religiosa apenas se apresenta no ensino 
confessional, ministrado, em caráter facultativo, nos estabelecimentos públicos 
e privados de ensino, não sendo tal direito extensível aos presos. 
 
COMENTÁRIOS: 
O Estado, como sabemos, é laico. Em virtude disso, não há qualquer razão 
legal para que a portaria do diretor seja válida. 
Vejamos o que dispõe o Artigo 5º, VII e o Artigo 19, I, ambos da CF/88: 
CRFB/88, art. 5º, VII - é assegurada, nos termos da lei, a prestação 
de assistência religiosa nas entidades civis e 
militares de internação coletiva; 
CRFB/88, art. 19. É vedado à União, aos Estados, ao DF e aos 
Municípios: 
I - estabelecer cultos religiosos ou igrejas, subvencioná-los, 
embaraçar-lhes o funcionamento ou manter com eles ou seus 
representantes relações de dependência ou aliança, ressalvada, na 
forma da lei, a colaboração de interesse público; 
 
GABARITO: Alternativa C 
VIDEOAULAS INDICADAS: 
Emerson Bruno – Liberdade Religiosa 
https://www.youtube.com/watch?v=8tAmmQIUbTI&list=PL6B30BCCD17109250&index=5 
Emerson Bruno – Vedações da União 
https://www.youtube.com/watch?v=m2JTPRGv2dg 
 
17) OAB/FGV – Exame de Ordem Unificado XXX – 2019 
Bento ficou surpreso ao ler, em um jornal de grande circulação, que 
um cidadão americano adquiriu fortuna ao encontrar petróleo em sua 
propriedade, situada no Estado do Texas. Acresça-se que um amigo, com 
formação na área de Geologia, tinha informado que as imensas propriedades de 
Bento possuíam rochas sedimentares normalmente presentes em regiões 
petrolíferas. 
Antes de pedir um aprofundado estudo geológico do terreno, Bento 
buscou um advogado especialista na matéria, a fim de saber sobre possíveis 
direitos econômicos que lhe caberiam como resultado da extração do petróleo em 
sua propriedade. O advogado respondeu que, segundo o sistema jurídico-
constitucional brasileiro, caso seja encontrado petróleo na propriedade, Bento 
 
 25 
OAB DESCOMPLICADA 
a) poderá, por ser proprietário do solo e, por extensão, do subsolo de sua 
propriedade, explorar, per se, a atividade, auferindo para si os bônus e ônus 
econômicos advindos da exploração. 
b) receberá indenização justa e prévia pela desapropriação do terreno em que se 
encontra a jazida, mas não terá direito a qualquer participação nos resultados 
econômicos provenientes da atividade. 
c) terá assegurada, nos termos estabelecidos pela via legislativa ordinária, 
participação nos resultados econômicos decorrentes da exploração da referida 
atividade em sua propriedade. 
d) não terá direito a qualquer participação no resultado econômico da atividade, 
pois, embora seja proprietário do solo, as riquezas extraídas do subsolo são de 
propriedade exclusiva da União. 
 
COMENTÁRIOS: 
O gabarito da questão encontra fundamentação no Artigo 176, parágrafo 2º 
da CF/88: 
Art. 176. As jazidas, em lavra ou não, e demais recursos minerais e os 
potenciais de energia hidráulica constituem propriedade distinta da do 
solo, para efeito de exploração ou aproveitamento, e pertencem à 
União, garantida ao concessionário a propriedade do produto da lavra. 
§ 2º É assegurada participação ao proprietário do solo nos 
resultados da lavra, na forma e no valor que dispuser a lei. 
 
GABARITO: ALTERNATIVA C 
 
ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA 
18) OAB/FGV – Exame de Ordem Unificado XXVIII – 2019 
Agentes do Ministério do Trabalho, em inspeção realizada em carvoaria 
situada na zona rural do Estado K, constataram que os trabalhadores locais 
encontravam-se sob exploração de trabalho escravo, sujeitando-se a jornadas de 
16 horas consecutivas de labor, sem carteira assinada ou qualquer outro direito 
social ou trabalhista, em condições desumanas e insalubres, percebendo, como 
contraprestação, valor muito inferior ao salário mínimo nacional. 
Diante da situação narrada, com base na ordem constitucional vigente, 
assinale a afirmativa correta. 
a) Diante da vedação aoconfisco consagrada na Constituição de 1988, o 
descumprimento da função social, agravado pela situação de grave violação aos 
direitos humanos dos trabalhadores, enseja responsabilização administrativa, 
cível e criminal do proprietário, mas não autoriza a expropriação da propriedade 
rural. 
 
 26 
OAB DESCOMPLICADA 
b) O uso de mão de obra escrava autoriza a progressividade das alíquotas do 
imposto sobre a propriedade territorial rural e, caso tal medida não se revele 
suficiente, será possível que a União promova a expropriação e destinação das 
terras à reforma agrária e a programas de habitação popular, mediante prévia e 
justa indenização do proprietário. 
c) A hipótese narrada enseja a desapropriação por interesse social para fins de 
reforma agrária, uma vez que o imóvel rural não cumpre a sua função social, 
mediante prévia e justa indenização em títulos da dívida agrária. 
d) A exploração de trabalho escravo na referida propriedade rural autoriza sua 
expropriação pelo Poder Público, sem qualquer indenização ao proprietário e 
sem prejuízo de outras sanções previstas em lei, admitindo-se, até mesmo, o 
confisco de todo e qualquer bem de valor econômico apreendido na carvoaria. 
 
COMENTÁRIOS 
A fundamentação dessa questão também se encontra na lei seca. Neste 
caso, no Artigo 243, parágrafo único da Constituição Federal de 1988, que dispõe: 
 
Art. 243. As propriedades rurais e urbanas de qualquer região do País 
onde forem localizadas culturas ilegais de plantas psicotrópicas ou a 
exploração de trabalho escravo na forma da lei serão expropriadas e 
destinadas à reforma agrária e a programas de habitação popular, sem 
qualquer indenização ao proprietário e sem prejuízo de outras sanções 
previstas em lei, observado, no que couber, o disposto no art. 5º. 
 
Parágrafo único. Todo e qualquer bem de valor econômico apreendido 
em decorrência do tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins e da 
exploração de trabalho escravo será confiscado e reverterá a 
fundo especial com destinação específica, na forma da lei. 
 
GABARITO: Alternativa D 
ARTIGOS INDICADOS 
Escravidão contemporânea: possibilidade jurídicas de combate-la – Âmbito Jurídico 
http://ambito-
juridico.com.br/site/?n_link=revista_artigos_leitura&artigo_id=13781&revista_caderno=
25 
 
O instituto da desapropriação e seus aspectos gerais – Âmbito Jurídico 
http://www.ambito-juridico.com.br/site/?n_link=revista_artigos_leitura&artigo_id=15174 
 
 
19) OAB/FGV – Exame de Ordem Unificado XXVII – 2018 
Desde 1980, Jorge é docente em determinada universidade federal, 
ocupando o cargo efetivo de professor titular na Faculdade de Direito. No início 
do ano 2000, foi designado para ocupar a chefia de patrimônio da mesma 
 
 27 
OAB DESCOMPLICADA 
instituição de ensino, cargo comissionado que exerce cumulativamente com o de 
professor. Mesmo tendo cumprido os requisitos para a aposentadoria voluntária 
do cargo efetivo, decide permanecer em atividade, até atingir a idade-limite para 
a aposentadoria compulsória. 
Com base na situação narrada, assinale a afirmativa correta. 
a) A aposentadoria compulsória, que ocorrerá aos 70 (setenta) anos de idade, só 
atingirá o cargo de professor. Neste caso, inexistindo impedimentos 
infraconstitucionais, Jorge poderá continuar exercendo a chefia de patrimônio. 
b) A aposentadoria compulsória, que ocorrerá aos 75 (setenta e cinco) anos de 
idade, só atingirá o cargo de professor. Neste caso, inexistindo impedimentos 
infraconstitucionais, Jorge poderá continuar exercendo a chefia de patrimônio. 
c) Não cabe ao Tribunal de Contas da União apreciar, para fins de registro, a 
legalidade da(s) aposentadoria(s) compulsória(s) concedida(s), tendo em vista 
que a atribuição constitucional somente diz respeito às aposentadorias 
voluntárias ou por invalidez permanente. 
d) Cabe ao Tribunal de Contas da União apreciar, para fins de registro, a legalidade 
das admissões de pessoal, tanto as que envolvem provimento de cargo efetivo 
quanto as que dizem respeito a provimento de cargo em comissão. 
 
COMENTÁRIOS: 
Vejamos o que diz o Artigo 40, II da CF/88: 
 
Art. 40. Aos servidores titulares de cargos efetivos da União, dos 
Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, incluídas suas 
autarquias e fundações, é assegurado regime de previdência de 
caráter contributivo e solidário, mediante contribuição do respectivo 
ente público, dos servidores ativos e inativos e dos pensionistas, 
observados critérios que preservem o equilíbrio financeiro e atuarial e 
o disposto neste artigo. 
 
(...) 
 
II - compulsoriamente, com proventos proporcionais ao tempo de 
contribuição, aos 70 (setenta) anos de idade, ou aos 75 (setenta e 
cinco) anos de idade, na forma de lei complementar;" 
 
O complemento para responder essa questão está na Lei Complementar 
152/2015, que diz, em seu Artigo 2º, I: 
 
"Art. 2º Serão aposentados compulsoriamente, com proventos 
proporcionais ao tempo de contribuição, aos 75 (setenta e cinco) anos 
de idade: 
 
I - os servidores titulares de cargos efetivos da União, dos Estados, do 
Distrito Federal e dos Municípios, incluídas suas autarquias e 
fundações;" 
 
 
 28 
OAB DESCOMPLICADA 
 
Desta feita, conclui-se que a alternativa “B” é a correta. 
 
GABARITO: Gabarito B 
VIDEOAULA INDICADA 
Aposentadoria Compulsória – Prof. Emerson Bruno 
https://www.youtube.com/watch?v=w9h453jCvjA&list=PLvnjV0CrXfErM8i5MsTSdJU8z
EpPuzWXc&index=3 
 
ARTIGO INDICADO 
Aposentadoria Compulsória aos 75 anos – Estratégia Concursos 
https://www.estrategiaconcursos.com.br/blog/aposentadoria-compulsoria-aos-75-anos-
lc-1522015/ 
 
NOTÍCIA/JURISPRUDÊNCIA 
Aposentadoria compulsória é aplicável aos servidores celetistas com mais de 75 anos 
– Conjur 
https://www.conjur.com.br/2019-jan-25/aposentadoria-compulsoria-aos-75-anos-vale-
servidor-celetista 
 
 
PODER LEGISLATIVO 
20) OAB/FGV – Exame de Ordem Unificado XXVIII – 2019 
A Mesa da Câmara dos Deputados encaminhou ao Ministro de Estado 
da Saúde pedido escrito de informações acerca da sua participação na formulação 
da política pública e na execução das ações de saneamento básico no território 
nacional. 
Passados trinta dias do recebimento do documento, não há qualquer 
resposta por parte do ministério, sendo que o ministro da referida pasta entende 
que as questões suscitadas não demandam resposta ministerial, por não 
possuírem caráter técnico, mas apenas político. 
Indignado, o Presidente da Mesa da Câmara dos Deputados submete a 
questão à apreciação de sua assessoria jurídica. 
Sobre o caso narrado, assinale a opção que apresenta, de acordo com 
o sistema jurídico-constitucional brasileiro, a resposta correta. 
a) O Ministro de Estado da Saúde, em exercício no âmbito do Poder Executivo, 
somente está obrigado a responder aos pedidos oriundos do Presidente da 
República, a quem hierarquicamente se submete. 
b) Em razão do princípio da independência entre os poderes da República, a 
ausência da resposta por parte do Poder Executivo não poderá acarretar 
sanções jurídicas, embora possa gerar uma crise entre os poderes. 
 
 29 
OAB DESCOMPLICADA 
c) A ausência de resposta poderá fazer com que o Ministro responsável pela pasta 
venha a responder por crime, perante o Superior Tribunal de Justiça, caso seja 
denunciado pelo Ministério Público. 
d) O Ministro de Estado da Saúde poderá vir a responder por crime de 
responsabilidade, não lhe sendo assegurada discricionariedade para deixar de 
responder ao pedido de informações formulado pela Mesa da Câmara dos 
Deputados. 
 
COMENTÁRIOS 
A fundamentação para responder essa questão está no Artigo 50, parágrafo 
2º da Constituição Federal: 
 
Art. 50, § 1º Os Ministros de Estado poderão comparecer ao Senado 
Federal, à Câmara dos Deputados, ou a qualquer de suas Comissões, 
por sua iniciativa e mediante entendimentos com a Mesa respectiva, 
para expor assunto de relevância de seu Ministério; § 2º As Mesas da 
Câmara dos Deputados e do Senado Federalpoderão encaminhar 
pedidos escritos de informações a Ministros de Estado ou a 
qualquer das pessoas referidas no caput deste artigo, importando 
em crime de responsabilidade a recusa, ou o não - atendimento, 
no prazo de trinta dias, bem como a prestação de informações 
falsas. 
 
Estamos vendo isso acontecer bastante atualmente, com vários ministros 
do Governo Bolsonaro sendo chamados para esclarecer seus projetos ao Congresso 
Nacional. 
 
GABARITO: Alternativa D 
VÍDEO AULA INDICADA 
Convocação do Congresso Nacional – Prof. Emerson Bruno 
https://www.youtube.com/watch?v=V27UgZ3HSgo 
 
 
21) OAB/FGV – Exame de Ordem Unificado – 2019 
O senador João fora eleito Presidente do Senado Federal. Ao 
aproximar-se o fim do exercício integral do seu mandato bienal, começa a planejar 
seu futuro na referida casa legislativa. 
Ciente do prestígio que goza entre seus pares, discursa no plenário, 
anunciando a intenção de permanecer na função até o fim de seu mandato como 
senador, o que ocorrerá em quatro anos. Assim, para que tal desejo se materialize, 
será necessário que seja reeleito nos dois próximos pleitos (dois mandatos 
bienais). 
 
 30 
OAB DESCOMPLICADA 
Sobre a intenção do senador, segundo o sistema jurídico-
constitucional brasileiro, assinale a afirmativa correta. 
a) Será possível, já que não há limites temporais para o exercício da presidência 
nas casas legislativas do Congresso Nacional. 
b) Não será possível, pois a Constituição proíbe a reeleição para esse mesmo 
cargo no período bienal imediatamente subsequente. 
c) É parcialmente possível, pois, nos moldes da reeleição ao cargo de Presidente 
da República, ele poderá concorrer à reeleição uma única vez. 
d) Não é possível, pois o exercício da referida presidência inviabiliza a possibilidade 
de, no futuro, vir a exercê-la novamente. 
 
COMENTÁRIOS: 
O gabarito da questão encontra-se positivado no Artigo 57, parágrafo 4º da 
CF/88: 
Art. 57. O Congresso Nacional reunir-se-á, anualmente, na Capital 
Federal, de 2 de fevereiro a 17 de julho e de 1º de agosto a 22 de 
dezembro. 
§ 4º Cada uma das Casas reunir-se-á em sessões preparatórias, a 
partir de 1º de fevereiro, no primeiro ano da legislatura, para a posse 
de seus membros e eleição das respectivas Mesas, para mandato de 
2 (dois) anos, vedada a recondução para o mesmo cargo na eleição 
imediatamente subseqüente. 
 
Nesse sentido, absolutamente correta a alternativa “B”. 
GABARITO: ALTERNATIVA B 
 
 
22) OAB/FGV – Exame de Ordem Unificado XXXI – 2020 
Josué, deputado federal no regular exercício do mandato, em 
entrevista dada, em sua residência, à revista Pensamento, acusa sua adversária 
política Aline de envolvimento com escândalos de desvio de verbas públicas, o 
que é objeto de investigação em Comissão Parlamentar de Inquérito instaurada 
poucos dias antes. 
Não obstante, após ser indagado sobre os motivos que nutriam as 
acaloradas disputas entre ambos, Josué emite opinião com ofensas de cunho 
pessoal, sem qualquer relação com o exercício do mandato parlamentar. 
Diante do caso hipotético narrado, conforme reiterada jurisprudência 
do Supremo Tribunal Federal sobre o tema, assinale a afirmativa correta. 
a) Josué poderá ser responsabilizado penal e civilmente, inclusive por danos 
morais, pelas ofensas proferidas em desfavor de Aline que não guardem 
qualquer relação com o exercício do mandato parlamentar. 
 
 31 
OAB DESCOMPLICADA 
b) Josué encontra-se protegido pela imunidade material ou inviolabilidade por suas 
opiniões, palavras e votos, o que, considerado o caráter absoluto dessa 
prerrogativa, impede a sua responsabilização por quaisquer das declarações 
prestadas à revista. 
c) Josué poderá ter sua imunidade material afastada em virtude de as declarações 
terem sido prestadas fora da respectiva casa legislativa, independentemente de 
estarem, ou não, relacionadas ao exercício do mandato. 
d) A imunidade material, consagrada constitucionalmente, foi declarada 
inconstitucional pelo Supremo Tribunal Federal, de modo que Josué não poderá 
valer-se de tal prerrogativa para se isentar de eventual responsabilidade pelas 
ofensas dirigidas a Aline. 
 
COMENTÁRIOS 
Assim leciona o Artigo 53 da CF/88: 
Art. 53 - Os Deputados e Senadores são invioláveis, civil e penalmente, 
por quaisquer de suas opiniões, palavras e votos. 
 
Vejam que Deputados e Senadores são invioláveis civil e penalmente por 
quaisquer opiniões, palavras ou votos. Entretanto, isso não abrange para casos não 
relacionados à função. 
Como se vê, Josué fez acusações também sem relação ao mandato e, 
portanto, poderá ser responsabilidade por estes. 
 
Gabarito: Alternativa A 
 
PROCESSO LEGISLATIVO 
23) OAB/FGV – Exame de Ordem Unificado XXVIII – 2019 
Ante o iminente vencimento do prazo para adimplemento de 
compromissos internacionais assumidos pelo Brasil perante o Fundo Monetário 
Internacional, bem como diante da grave crise econômica enfrentada pelo Estado, 
o Presidente da República, no regular exercício do mandato, edita a Medida 
Provisória X. A medida dispõe sobre a possibilidade de detenção e sequestro, 
pelo governo federal, de bens imóveis com área superior a 250 m² situados em 
zonas urbanas, desde que não se trate de bem de família e que o imóvel esteja 
desocupado há mais de dois anos. 
Sobre a Medida Provisória X, com base na CRFB/88, assinale a 
afirmativa correta. 
a) É inconstitucional, uma vez que a Constituição Federal de 1988 veda, 
expressamente, que tal espécie normativa disponha sobre matéria que vise a 
detenção ou o sequestro de bens. 
 
 32 
OAB DESCOMPLICADA 
b) É inconstitucional, pois trata de matéria já regulamentada pelo legislador 
ordinário, qual seja, a possibilidade de desapropriação de bens imóveis urbanos 
por necessidade ou utilidade pública. 
c) Ela não se revela adequada ao cumprimento do requisito de urgência porque só 
produzirá efeitos no exercício financeiro seguinte, caso venha a ser convertida 
em lei até o último dia daquele em que foi editada. 
d) É constitucional, pois foram respeitados os requisitos de relevância e urgência, 
desde que seja submetida de imediato ao Congresso Nacional, perdendo 
eficácia se não for convertida em lei no prazo de 60 (sessenta) dias, prorrogável 
uma única vez por igual período. 
 
COMENTÁRIOS 
O Presidente da República não pode editar medida provisória que vise a 
detenção ou o sequestro de bens, bem como ativos financeiros ou poupança popular. 
Essa é a definição literal do Artigo 62, parágrafo 1º, inciso II da CF/88: 
 
Art. 62, § 1º É vedada a edição de medidas provisórias sobre 
matéria: [...] II - que vise a detenção ou sequestro de bens, de 
poupança popular ou qualquer outro ativo financeiro. 
 
 
GABARITO: Alternativa A 
VIDEOAULAS INDICADAS 
Processo legislativo – Trilhante 
https://www.youtube.com/watch?v=du-zG1ymhko 
 
Medida Provisória parte 01 – Prof. Emerson Bruno 
https://www.youtube.com/watch?v=QBUpLCM2_-w 
 
Media Provisória parte 02 – Prof. Emerson Bruno 
https://www.youtube.com/watch?v=WC6NPJyW4Os 
 
Medida Provisória parte 03 – Prof. Emerson Bruno 
https://www.youtube.com/watch?v=p9PFkXsK5W4 
 
 
24) OAB/FGV – Exame de Ordem Unificado XXIX – 2019 
Em 2005, visando a conferir maior estabilidade e segurança jurídica à 
fiscalização das entidades dedicadas à pesquisa e à manipulação de material 
genético, o Congresso Nacional decidiu discipliná-las por meio da Lei 
Complementar X, embora a Constituição Federal não reserve a matéria a essa 
espécie normativa. Posteriormente, durante o ano de 2017, com os avanços 
tecnológicos e científicos na área, entrou em vigor a Lei Ordinária Y prevendo 
 
 33 
OAB DESCOMPLICADA 
novos mecanismos fiscalizatórios a par dos anteriormente estabelecidos, bem 
como derrogando alguns artigos da Lei Complementar X. 
Diante da situação narrada, assinale a afirmativa correta. 
a) A Lei Ordinária Y é formalmente inconstitucional, não podendo dispor sobre 
matéria já tratada por Lei Complementar,em razão da superioridade hierárquica 
desta em relação àquela. 
b) Embora admissível a edição da Lei Ordinária Y tratando de novos mecanismos 
a par dos já existentes, a revogação de dispositivos da Lei Complementar X 
exigiria idêntica espécie normativa. 
c) A Lei Complementar X está inquinada de vício formal, já que a edição dessa 
espécie normativa encontra-se vinculada às hipóteses taxativamente elencadas 
pela Constituição Federal de 1988. 
d) A Lei Complementar X, por tratar de matéria a respeito da qual não se exige a 
referida espécie normativa, pode vir a ser revogada por Lei Ordinária posterior 
que verse sobre a mesma temática. 
 
COMENTÁRIOS: 
Quais as espécies legislativas que demandam processo legislativo para sua 
produção? Segundo o Artigo 59 da Constituição Federal: 
Art. 59. O processo legislativo compreende a elaboração de: 
I - emendas à Constituição; 
II - leis complementares; 
III - leis ordinárias; 
IV - leis delegadas; 
V - medidas provisórias; 
VI - decretos legislativos; 
VII - resoluções. 
Parágrafo único. Lei complementar disporá sobre a elaboração, 
redação, alteração e consolidação das leis. 
 
A controvérsia da doutrina em relação ocorre em relação à seguinte questão: 
há hierarquia entre uma lei complementar e uma lei ordinária? 
Alguns entendem que sim, outros que não. De qualquer forma, é importante 
dizer que uma diferença interessante entre o processo legislativo das duas é que a lei 
complementar exige aprovação de maioria absoluta (Art. 69 CF/88), enquanto a lei 
ordinária exige maioria simples (Art. 47 CF/88). 
 
GABARITO: Alternativa D 
VIDEOAULA INDICADA 
Emerson Bruno 
https://www.youtube.com/watch?v=qFsl8IoXUvE 
 
 
25) OAB/FGV – Exame de Ordem Unificado XXXI – 2020 
 
 34 
OAB DESCOMPLICADA 
Diante das intensas chuvas que atingiram o Estado Alfa, que se 
encontra em situação de calamidade pública, o Presidente da República, ante a 
relevância e urgência latentes, edita a Medida Provisória nº XX/19, determinando 
a abertura de crédito extraordinário para atender às despesas imprevisíveis a 
serem realizadas pela União, em decorrência do referido desastre natural. 
A partir da situação hipotética narrada, com base no texto 
constitucional vigente, assinale a afirmativa correta. 
a) A Constituição de 1988 veda, em absoluto, a edição de ato normativo dessa 
natureza sobre matéria orçamentária, de modo que a abertura de crédito 
extraordinário deve ser feita por meio de lei ordinária de iniciativa do Chefe do 
Executivo. 
b) A Constituição de 1988 veda a edição de ato normativo dessa natureza em 
matéria de orçamento e créditos adicionais e suplementares, mas ressalva a 
possibilidade de abertura de crédito extraordinário para atender a despesas 
imprevisíveis e urgentes, como as decorrentes de calamidade pública. 
c) O ato normativo editado afronta o princípio constitucional da anterioridade 
orçamentária, o qual impede quaisquer modificações nas leis orçamentárias 
após sua aprovação pelo Congresso Nacional e consequente promulgação 
presidencial. 
d) O ato normativo editado é harmônico com a ordem constitucional, que autoriza 
a edição de medidas provisórias que versem sobre planos plurianuais, diretrizes 
orçamentárias, orçamento e créditos adicionais, suplementares e 
extraordinários, desde que haja motivação razoável. 
 
 
COMENTÁRIOS 
A questão exige conhecimento a respeito de Medidas Provisórias (Artigo 62 
da CF/88). Como se sabe, o Presidente da República pode editá-las, mas possui 
vedações, como por exemplo àquelas que tratam sobre matéria penal. 
O gabarito da questão se encontra nos Artigos 62, parágrafo 1º e 167, 
parágrafo 3º da CF/88: 
Art. 62, § 1º É vedada a edição de medidas provisórias sobre matéria: 
[...] d) planos plurianuais, diretrizes orçamentárias, orçamento e 
créditos adicionais e suplementares, ressalvado o previsto no art. 
167, § 3º. 
 
 
Art. 167, § 3º A abertura de crédito extraordinário somente será 
admitida para atender a despesas imprevisíveis e urgentes, como 
as decorrentes de guerra, comoção interna ou calamidade 
pública, observado o disposto no art. 62. 
 
Gabarito: Alternativa B 
 
 
 35 
OAB DESCOMPLICADA 
PODER EXECUTIVO 
26) OAB/FGV – Exame de Ordem Unificado XXVII – 2018 
Em determinado órgão integrante da administração pública federal, 
vinculado ao Ministério da Fazenda, foi apurado que aproximadamente 100 (cem) 
cargos estavam vagos. O Presidente da República, mediante decreto, delegou ao 
Ministro da Fazenda amplos poderes para promover a reestruturação do aludido 
órgão público, inclusive com a possibilidade de extinção dos cargos vagos. 
Sobre a hipótese, com fundamento na ordem jurídico-constitucional 
vigente, assinale a afirmativa correta. 
a) Somente mediante lei em sentido formal é admitida a criação e extinção de 
funções e cargos públicos, ainda que vagos; logo, o decreto presidencial é 
inconstitucional por ofensa ao princípio da reserva legal. 
b) A Constituição de 1988 atribui exclusivamente ao Presidente da República a 
possibilidade de, mediante decreto, dispor sobre a extinção de funções ou 
cargos públicos, não admitindo que tal competência seja delegada aos Ministros 
de Estado. 
c) O referido decreto presidencial se harmoniza com o texto constitucional, uma 
vez que o Presidente da República pode dispor, mediante decreto, sobre a 
extinção de funções ou cargos públicos, quando vagos, sendo permitida a 
delegação dessa competência aos Ministros de Estado. 
d) A Constituição de 1988 não permite que cargos públicos legalmente criados, 
ainda que vagos, sejam extintos, ressalvada a excepcional hipótese de excesso 
de gastos orçamentários com pessoal; portanto, o Decreto presidencial é 
inconstitucional. 
 
COMENTÁRIOS 
A fundamentação para essa questão está inteiramente disposta no Artigo 84 
da Constituição Federal, que fala exatamente sobre a competência privativa do 
Presidente da República: 
 
Art. 84 - Compete privativamente ao Presidente da República: [...] VI - 
dispor, mediante decreto, sobre: a) organização e funcionamento da 
administração federal, quando não implicar aumento de despesa nem 
criação ou extinção de órgãos públicos; b) extinção de funções ou 
cargos públicos, quando vagos; XII - conceder indulto e comutar 
penas, com audiência, se necessário, dos órgãos instituídos em lei; 
XXV - prover e extinguir os cargos públicos federais, na forma da lei; 
 
Parágrafo único. O Presidente da República poderá delegar as 
atribuições mencionadas nos incisos VI, XII e XXV, primeira parte, 
aos Ministros de Estado, ao Procurador-Geral da República ou ao 
Advogado-Geral da União, que observarão os limites traçados nas 
respectivas delegações. 
 
 
 36 
OAB DESCOMPLICADA 
GABARITO: Alternativa C 
VIDEOAULAS INDICADAS 
Competência do Presidente da República parte 01 – Prof. Emerson Branco 
https://www.youtube.com/watch?v=2RJuUAztRtk 
 
Competência do Presidente da República parte 02 – Prof. Emerson Branco 
https://www.youtube.com/watch?v=U4_T1qdl5hw 
 
Competência do Presidente da República parte 03 – Prof. Emerson Branco 
https://www.youtube.com/watch?v=YvPc9kX6MUY 
 
 
ESTADO DE DEFESA E ESTADO DE SÍTIO 
27) OAB/FGV – Exame de Ordem Unificado XXX – 2019 
As chuvas torrenciais que assolaram as regiões Norte e Nordeste do 
país resultaram na paralisação de serviços públicos essenciais ligados às áreas 
de saúde, educação e segurança. Além disso, diversos moradores foram 
desalojados de suas residências, e o suprimento de alimentos e remédios ficou 
prejudicado em decorrência dos alagamentos. 
O Presidente da República, uma vez constatado o estado de 
calamidade pública de grande proporção, decretou estado de defesa. Dentre as 
medidas coercitivas adotadas com o propósito de restabelecer a ordem pública 
estava o uso temporário de ambulâncias e viaturas pertencentes ao Município 
Alfa. 
Diante do caso hipotético narrado, assinale a afirmativa correta. 
a) A fundamentação empregada pelo Presidente da República para decretar

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