Buscar

Fisiologia 5

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 17 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 17 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 17 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

1 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
FISIOLOGIA HUMANA 
AULA 5 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Prof.ª Patrícia Carla de Oliveira 
 
 
2 
CONVERSA INICIAL 
Os hormônios são substâncias químicas produzidas pelas glândulas 
endócrinas, que circulam na corrente sanguínea e atuam e órgãos-alvos 
específicos, de forma a integrar e regular diversos mecanismos corporais, 
atuando, portanto, na homeostase. Dessa maneira e de forma a alcançar os 
objetivos descritos abaixo, elucidaremos os principais processos envolvidos na 
fisiologia do sistema endócrino. 
• Retomar as principais características anatômicas das glândulas que 
compõem o sistema endócrino, os tipos de hormônios liberados na 
circulação seu mecanismo de regulação; 
• Destacar as principais características e funções do eixo hipotálamo-
hipófise no controle das glândulas endócrinas, bem como a identificação 
dos principais hormônios hipofisários; 
• Entender o processo de liberação e as funções fisiológicas dos hormônios 
da tireoide e da paratireoide no metabolismo corporal e na regulação dos 
níveis plasmáticos de cálcio; 
• Compreender o mecanismo de regulação da concentração de glicose na 
corrente sanguínea por meio dos hormônios pancreáticos; 
• Descrever como atuam os hormônios das glândulas suprarrenais e o seu 
papel no controle da resposta corporal ao estresse e no equilíbrio hídrico 
e de sais no sangue. 
TEMA 1 – ORGANIZAÇÃO DO SISTEMA ENDÓCRINO E HORMÔNIOS 
Diferentemente dos sistemas cardiovascular, respiratório e urinário, as 
glândulas endócrinas não têm conexão anatômica e estão distribuídas por todo 
o corpo, como representado na figura 1. Neste caso, a comunicação entre o 
sistema endócrino e os diferentes órgãos é assegurada pela liberação de 
substâncias químicas denominadas hormônios ou neurotransmissores. 
 
 
 
 
 
3 
Figura 1 – Organização do sistema endócrino 
 
Créditos: Designua/Shutterstock. 
Dentre as funções do sistema endócrino, destacam-se a regulação do 
equilíbrio de sais e de água, preservando suas concentrações extracelulares, 
promovendo, dessa maneira, o controle do volume sanguíneo e da pressão 
arterial; a regulação do balanço energético por meio da mobilização, utilização e 
armazenamento de energia, assegurando o suprimento das demandas 
metabólicas celulares; a coordenação das respostas contrarreguladoras 
hemodinâmicas e metabólicas do organismo ao estresse; a regulação da 
reprodução, do desenvolvimento, do crescimento e do processo de 
envelhecimento. 
O sistema endócrino é constituído essencialmente por três componentes 
básicos: glândulas endócrinas, hormônios e órgãos-alvo. Em relação às 
glândulas, vale lembrar que as glândulas exócrinas secretam seus produtos em 
um ducto, a partir do qual as secreções saem do corpo ou entram no lúmen de 
outro órgão, enquanto as glândulas endócrinas são aquelas que não possuem 
ductos e, portanto, liberam seus hormônios no líquido intersticial, a partir do qual 
https://www.shutterstock.com/g/designua
 
 
4 
se difundem para o sangue no sangue. Contudo, as moléculas que atuam como 
hormônios são secretadas não apenas por glândulas endócrinas clássicas, mas 
também por células endócrinas isoladas (hormônios do sistema endócrino 
difuso), por neurônios (neuro-hormônios) e, ocasionalmente, por células do 
sistema imune (citocinas). 
Os hormônios podem ser classificados de acordo com a sua origem, com 
o tipo de receptor no órgão-alvo ou pela sua classe química, conforme tabela 1, 
adaptada de Silverthorn, 2017. 
Tabela 1 – Classificação dos hormônios 
 Hormônios 
peptídicos 
Hormônios 
esteroides 
Hormônios amínicos (derivados 
da tirosina) 
 Catecolaminas Hormônios da 
tireoide 
Síntese e 
armazenamento 
Síntese prévia; 
armazenamento 
em vesículas 
secretoras 
Sintetizados a 
partir de 
precursores, de 
acordo com a 
demanda 
Síntese prévia; 
armazenamento 
em vesículas 
secretoras 
Síntese prévia; 
precursor 
armazenado em 
vesículas 
secretoras 
Liberação pela 
célula-mãe 
Exocitose Difusão 
simples 
Exocitose Proteínas 
transportadoras 
Transporte no 
sangue 
Dissolvidos no 
plasma 
Ligados a 
proteínas 
carreadoras 
Dissolvidos no 
plasma 
Ligados a 
proteínas 
carreadoras 
Meia-vida Curta Longa Curta Longa 
Localização do 
receptor 
Membrana 
celular 
Citoplasma ou 
núcleo; alguns 
também tem 
receptor na 
membrana 
Membrana 
celular 
Núcleo 
Resposta geral 
do alvo 
Modificação de 
proteínas 
existentes e 
indução da 
síntese de 
novas proteínas 
Indução de 
síntese de 
novas 
proteínas 
Modificação de 
proteínas 
existentes 
Indução da 
síntese de novas 
proteínas 
Exemplos Insulina, 
hormônio da 
paratireoide 
Estrogênio, 
androgênios, 
cortisol 
Adrenalina, 
noradrenalina, 
dopamina 
Tiroxina (T4) 
Fonte: Patrícia Carla de Oliveira. 
A produção hormonal se baseia no equilíbrio entre estímulo e inibição da 
síntese e secreção do hormônio. Na maioria dos casos, esse controle é exercido 
por meio de mecanismos de retroalimentação negativa (feedback negativo) que 
garantem um nível adequado da atividade hormonal no tecido-alvo. Nesse 
sentido, íons, nutrientes orgânicos, neurotransmissores e outros hormônios 
atuam como estímulo e promovem a liberação do hormônio, enquanto os 
produtos resultantes da ação desse hormônio tendem a suprimir sua liberação 
 
 
5 
adicional, ou seja, o hormônio (ou um de seus produtos) exerce um efeito de 
feedback negativo para evitar a secreção excessiva do hormônio ou a 
hiperatividade no tecido-alvo. Em alguns casos, ocorre um feedback positivo 
quando a ação biológica do hormônio causa sua secreção adicional. Um 
exemplo de feedback positivo é o aumento do hormônio ocitocina durante a 
contração uterina que promove o parto natural. O aumento das contrações 
estimula a liberação de mais ocitocina e esta, por sua vez, promove mais 
contrações. 
Os hormônios liberados na circulação podem circular em sua forma livre 
ou estarem ligados a proteínas de ligação. O hormônio livre constitui a forma 
ativa que se liga ao receptor hormonal específico. Sendo assim, a ligação de um 
hormônio a sua proteína carreadora serve para regular a atividade hormonal, 
estabelecendo a quantidade de hormônio livre para exercer uma ação biológica. 
A remoção dos hormônios da circulação também é conhecida como taxa de 
depuração metabólica e, normalmente, é feita por enzimas encontradas 
principalmente no fígado e nos rins. Os metabólitos são então excretados pela 
bile ou na urina. A taxa de degradação hormonal é indicada pela meia-vida do 
hormônio na circulação, ou seja, o tempo necessário para reduzir a concentração 
do hormônio pela metade. Portanto, a meia-vida é um indicador de quanto tempo 
um hormônio fica ativo no corpo. 
TEMA 2 – EIXO HIPOTÁLAMO-HIPÓFISE E HORMÔNIOS HIPOFISÁRIOS 
O hipotálamo é uma estrutura anatômica presente no sistema nervoso 
central (SNC) e que presenta grupamentos neuronais que se relacionam ao 
controle da função endócrina na glândula hipófise, apresentando uma interface 
entre os sistemas nervoso e endócrino. Por essa razão, está envolvido na 
coordenação das respostas fisiológicas que mantêm a homeostasia corporal, 
exercendo influência na ingestão de líquidos e alimentos, no consumo de energia 
e no peso corporal, no ciclo de sono e da vigília, na pressão arterial e temperatura 
corporal. Para desempenhar essa função, o hipotálamo recebe e processa os 
sinais recebidos, estimulando as respostas neuroendócrinas apropriadas. 
O eixo hipotálamo-hipófise é a unidade morfofuncional formada pelo 
hipotálamo e a glândula hipófise (figura 2), responsável pelo controle da função 
de várias glândulas endócrinas, como as gônadas, a tireoide e as suprarrenais, 
determinando uma série de funções orgânicas envolvidas em todos os 
 
 
6 
processos fisiológicos. O hipotálamo secreta hormônios que são liberadores ou 
inibidores dos hormônios hipofisários. 
Figura 2 –Eixo hipotálamo-hipófise 
 
Créditos: Alila Medical Media/Shutterstock. 
A hipófise é anatomicamente dividida em porção anterior ou adeno-
hipófise e porção posterior ou neuro-hipófise e está ligada ao hipotálamo por 
uma região denominada infundíbulo. Os axônios de alguns neurônios que saem 
do hipotálamo descem pelo infundíbulo e terminam em vasos sanguíneos da 
neuro-hipófise. Essa conexão neural entre hipotálamo e hipófise permite que 
hormônios produzidos pelo hipotálamo sejam armazenados por essa porção da 
glândula hipófise. Esses hormônios são a ocitocina e o hormônio antidiurético 
(ADH). 
 A ocitocina está envolvida em reflexos relacionados com a reprodução. 
Receptores de estiramento existentes no colo do útero emitem sinais para ao 
hipotálamo e este libera a ocitocina como resposta. A ocitocina, por sua vez, 
estimula mais contrações das células musculares lisas do útero até ocorrer o 
 
 
7 
nascimento da criança. A ejeção de leite das mamas também é influenciada por 
esse hormônio, pois os mamilos possuem receptores que são estimulados 
durante o aleitamento, encaminhando a informação até centros nervosos e ao 
hipotálamo, que secreta a ocitocina e esta promove a contração das células 
musculares lisas nas mamas. 
 O hormônio antidiurético (ADH) também pode ser chamado de 
vasopressina, pois promove a contração de vasos sanguíneos, aumentando a 
pressão arterial em situações de perda do volume sanguíneo. Além disso, esse 
hormônio possui propriedades antidiuréticas, pois diminui a perda de água na 
urina, retendo líquido no corpo a fim de manter o volume sanguíneo e evitar a 
desidratação. 
 Não existe conexão neural entre o hipotálamo e a adeno-hipófise, 
entretanto existe uma conexão vascular importante entre essas suas duas 
estruturas, que promove a recepção dos hormônios hipotalâmicos pela adeno-
hipófise, de forma a regular de modo eficiente e específico a liberação de 
hormônios por essa porção da glândula hipófise. Os hormônios tróficos 
produzidos pela adeno-hipófise são liberados na circulação sistêmica e 
alcançam seus órgãos-alvo para produzir uma resposta fisiológica, bem como os 
hormônios produzidos pelos órgãos-alvo afetam a função da adeno-hipófise e do 
hipotálamo, mantendo um sistema integrado de controle da função endócrina por 
retroalimentação. A tabela 2, adaptada de Guyton e Hall (2021), apresenta os 
hormônios da adeno-hipófise e suas principais funções. 
Tabela 2 – Hormônios da adeno-hipófise e suas funções 
Hormônios Ação fisiológica 
Hormônio de crescimento 
(GH) (somatotrofina) 
Estimula o crescimento corporal; estimula a secreção do 
fator de crescimento de insulina-1; estimula a lipólise; inibe 
as ações da insulina sobre o metabolismo dos carboidratos 
e dos lipídios 
Hormônio adenocorticotrófico 
(ACTH) (corticotrofina) 
Estimula a produção de glicocorticoides e andrógenos pelo 
córtex adrenal; mantém o tamanho da zona fasciculada e da 
zona reticular do córtex 
Hormônio estimulante da 
tireoide (TSH) (tireotrofina) 
Estimula a produção de hormônios da tireoide pelas células 
foliculares da tireoide; mantém o tamanho das células 
foliculares 
Hormônio foliculoestimulante 
(FSH) 
Estimula o desenvolvimento dos folículos ovarianos; regula 
a espermatogênese nos testículos 
Hormônio luteinizante (LH) Provoca a ovulação e a formação do corpo-lúteo no ovário; 
estimula a produção de estrogênio e a de progesterona pelo 
ovário; estimula a produção de testosterona pelo testículo 
Prolactina (PRL) Estimula a secreção e a produção de leite 
Fonte: Patrícia Carla de Oliveira. 
 
 
8 
TEMA 3 – TIEROIDE E PARATIREOIDES 
A glândula tireoide é uma glândula localizada na parte anterior do 
pescoço, em frente à traqueia, consistindo em um lobo direito e um lobo 
esquerdo conectados pelo istmo. Na composição celular da glândula tireoide, 
destacam-se as células foliculares, responsáveis pela produção dos hormônios 
triiodotironina e tiroxina, comumente chamados de T3 e T4, respectivamente. As 
células C da tireoide estão envolvidas na produção do hormônio calcitonina. 
Os efeitos fisiológicos dos hormônios tireoidianos são mediados em 
diferentes órgãos-alvo (figura 3) e consistem, principalmente, em estimular o 
metabolismo celular, desempenhando, dessa forma, importantes funções na 
regulação do consumo de energia e manutenção da homeostase. 
Figura 3 – Hormônios da tireoide 
 
Créditos: Designua/Shutterstock. 
A síntese e a liberação dos hormônios da tireoide são reguladas por 
retroalimentação negativa pelo eixo hipotalâmico-hipofisário-tireoidiano (figura 
4). Dessa forma, o TRH (hormônio liberador de tireotrofina) produzido pelo 
https://www.shutterstock.com/g/designua
 
 
9 
hipotálamo, estimula a liberação do TSH (hormônio tireotrófico) pela adeno-
hipófise, que é transportado pela corrente sanguínea até a glândula tireoide, 
estimulando a síntese e liberação dos hormônios T3 e T4. Quase toda a tiroxina 
é eventualmente convertida em triiodotironina nos tecidos, estimulando a 
absorção de carboidratos pelo intestino delgado e aumentando a liberação de 
ácidos graxos dos adipócitos, o que ajuda a manter o metabolismo em uma taxa 
elevada. 
Para formar quantidades normais de tiroxina, é necessário que iodo seja 
ingerido na forma de iodetos e, por esse motivo, o sal comum de cozinha é 
suplementado com iodeto de sódio para prevenir a deficiência de iodo. O estado 
clínico resultante da diminuição da função tireoidiana é denominado 
hipotireoidismo, e os sintomas incluem aumento da sensibilidade ao frio e 
tendência a ganhar peso, fadiga e alterações no apetite, função gastrintestinal e 
neurológica. A função excessiva da tireoide caracteriza o hipertireoidismo, cujos 
pacientes apresentam intolerância ao calor, perda de peso e aumento do apetite, 
além de sinais envolvendo o sistema nervoso simpático, como ansiedade, 
tremores e aumento da frequência cardíaca. 
As glândulas paratireoides estão localizadas no pescoço, inseridas na 
superfície posterior da glândula tireoide e produzem o paratormônio (PTH), 
importante para a regulação dos níveis plasmáticos de Ca2+ e consequente 
função normal das células, transmissão dos impulsos nervosos, contração 
muscular, estrutura óssea, coagulação sanguínea e sinalização intracelular. Na 
verdade, essa regulação depende das interações entre o PTH, a vitamina D e a 
calcitonina produzida pela glândula tireoide (figura 4). O PTH é responsável pela 
elevação dos níveis plasmáticos de cálcio por meio do aumento da reabsorção 
renal desse íon, da mobilização do Ca2+ dos ossos e da absorção intestinal de 
Ca2+ (indiretamente pela vitamina D). Ao mesmo tempo, o PTH aumenta a 
secreção tubular de fosfato, fazendo com este seja eliminado na urina e não haja 
a formação de cristais indesejados. A calcitonina, de forma contrária, inibe a 
reabsorção óssea e aumenta a excreção renal de Ca2+. 
 
 
 
 
 
 
 
10 
Figura 4 – Metabolismo do cálcio 
 
Créditos: Designua/Shutterstock. 
TEMA 4 – PÂNCREAS ENDÓCRINO 
O pâncreas é uma glândula designada como mista, pois apresenta uma 
porção exócrina composta pelos ácinos pancreáticos e uma porção endócrina 
formada pelas ilhotas de Langerhans. As enzimas produzidas pelos ácinos são 
lançadas no lúmen da segunda porção do duodeno por meio do ducto 
pancreático, e os hormônios sintetizados e secretados pelas ilhotas caem no 
interstício de onde partem para a circulação sistêmica. Os principais hormônios 
produzidos pelo pâncreas são a insulina, o glucagon e a somatostatina, 
responsáveis pela regulação da concentração de glicose na corrente sanguínea 
e sua consequente disponibilização aos tecidos, principalmente àqueles com alta 
https://www.shutterstock.com/g/designua
 
 
11 
produção e consumo de energia, como a musculatura, bem como o fígado e o 
tecido adiposo. 
A maior parte da glicose ingerida é independente da insulina e chega 
rapidamente a tecidos,como o nervoso, para suprir suas necessidades 
energéticas. Porém, a insulina produzida pelas células β do pâncreas 
desempenha um papel importante no armazenamento do excesso de energia, 
no caso, excesso de carboidratos, fazendo com que eles sejam armazenados 
sob a forma de glicogênio, principalmente no fígado e nos músculos. Quando 
não há mais a possibilidade do armazenamento de glicose sob a forma de 
glicogênio, a insulina converte seu excesso em gorduras que serão 
armazenadas no tecido adiposo. A insulina também exerce um efeito importante 
na formação das proteínas, promovendo a captação de aminoácidos pelas 
células. Ao chegar nos tecidos, a glicose se desloca para o interior da célula por 
meio de receptores da família GLUT e, no caso da musculatura esquelética e do 
tecido adiposo, o mediador GLUT 4 é o principal transportador de glicose 
responsivo a insulina 
O glucagon possui efeito antagonista à insulina na homeostasia da glicose 
sanguínea. Produzido pelas células α do pâncreas, sua liberação é inibida pela 
hiperglicemia (níveis elevados de glicose no sangue) e estimulada pela 
hipoglicemia (níveis baixos de glicose no sangue). O fígado é o principal órgão-
alvo do glucagon e nele acontece a degradação do glicogênio em glicose, 
aumentando a glicemia. Outros estímulos para a liberação do glucagon são 
refeições ricas em aminoácidos e não em carboidratos, além das ações do 
sistema nervoso parassimpático. No tecido adiposo, o glucagon estimula a 
degradação dos triglicerídeos, e os ácidos graxos livres resultantes podem servir 
como fonte de energia para o fígado e o músculo esquelético. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
12 
Figura 5 – Regulação dos níveis de glicose no sangue 
 
Créditos: Designua/Shutterstock. 
A somatostatina também é um hormônio pancreático, e sua liberação é 
estimulada por refeições ricas em carboidratos, gorduras e proteínas, além de 
estímulos vindos de hormônios gastrointestinais. Seus efeitos inibitórios são 
múltiplos e incluem a diminuição da liberação de insulina e glucagon, diminuição 
da motilidade do trato digestório e diminuição do processo absortivo, 
 
 
13 
prolongando o período em que os nutrientes são assimilados pelo sangue, o que 
evita o consumo imediato desses nutrientes. 
Alterações nas secreções endócrinas do pâncreas, especialmente da 
insulina, estão relacionadas a doenças de alta prevalência e atualmente 
consideradas endêmicas, como o diabetes melito (DM), a obesidade e a 
síndrome metabólica (SM). O diabetes melito tipo 1 é uma síndrome autoimune 
causada pela ausência de secreção de insulina, enquanto o diabetes melito tipo 
2 é causado pela diminuição da sensibilidade dos tecidos-alvo ao efeito 
metabólico da insulina (resistência à insulina). Nos dois casos, a glicemia se 
eleva, o que provoca perda de glicose na urina, desidratação, lesão nos vasos 
sanguíneos, o aumento da utilização dos lipídios e consequente acidose 
metabólica, que pode levar ao coma e a morte. 
TEMA 5 – GLÂNDULAS SUPRARRENAIS 
As glândulas adrenais são também conhecidas como glândulas 
suprarrenais, pois estão localizadas no polo superior de cada rim, 
desempenhando papel importante na regulação da resposta adaptativa do corpo 
ao estresse, na manutenção do equilíbrio da água, sódio e potássio no sangue, 
bem como no controle da pressão arterial. Anatomicamente, cada glândula é 
composta por duas partes distintas, o córtex adrenal a medula adrenal, que 
produzem hormônios corticosteroides e catecolaminas, respectivamente. 
O precursor de todos os corticosteroides é o colesterol e no córtex adrenal 
são produzidos os mineralocorticoides como a aldosterona; os glicocorticoides 
como o cortisol; e os androgênios fracos como a deidroepiandrosterona ou 
DHEA e a androstenediona que exibem os mesmos efeitos da testosterona. A 
aldosterona aumenta a reabsorção tubular renal de sódio e simultaneamente a 
secreção de potássio na urina, permitindo que quantidades ideais desses 
minerais sejam preservadas no líquido extracelular. O desfecho desse controle 
altera o volume sanguíneo e, por esse motivo, a aldosterona regula a pressão 
arterial a longo prazo, como estudado anteriormente sobre o sistema circulatório. 
Os estímulos para a secreção de aldosterona são as concentrações de 
angiotensina II e de íons potássio. 
O cortisol desempenha um importante papel na regulação da homeostasia 
da glicose, estimulando a conversão de aminoácidos em glicose pelas células 
do fígado; mobilizando aminoácidos dos músculos e aumentando a produção de 
 
 
14 
glicose pelo fígado, além de diminuir a utilização de glicose pelas células, o que 
pode levar à resistência à insulina quando o cortisol está elevado. O metabolismo 
das proteínas também sofre influência do cortisol, pois ele aumenta a 
degradação e diminui a síntese de proteínas nos tecidos, com exceção do fígado. 
No tecido adiposo, o cortisol promove lipólise, disponibilizando ácidos graxos 
para produção de energia, fator importante para a conservação, a longo prazo, 
da glicose e do glicogênio corporais. A partir dessas informações, é possível 
entender porque o cortisol é importante na resistência ao estresse (figura 6) e ao 
processo inflamatório, visto que esse hormônio mobiliza nutrientes para a 
geração de energia e de novos compostos celulares em caso de lesão. 
Figura 6 – Resposta ao estresse 
 
Créditos: Designua/Shutterstock. 
 
 
15 
A medula adrenal secreta adrenalina e noradrenalina, hormônios que 
também estão envolvidos na resposta ao perigo e ao estresse, juntamente ao 
sistema nervoso simpático, visto que o hipotálamo produz uma descarga 
simpática por ativação do neurônio pré-ganglionar que chega à medula adrenal 
para a liberação da adrenalina, que promove, entre outras, as seguintes 
adaptações: ativação geral do estado de vigília; lipólise e aumento da glicemia, 
a fim de fornecer combustível para o músculo; sudorese, para possibilitar melhor 
eliminação de calor diante do estresse; vasoconstrição cutânea, a fim de 
redistribuir o fluxo sanguíneo para a musculatura. 
NA PRÁTICA 
O hormônio do crescimento (GH), também chamado de somatotrofina, é 
o hormônio mais abundante da adeno-hipófise e sua função é produzir fatores 
de crescimento semelhantes a insulina (IGFs) ou somatomedinas em células dos 
músculos esqueléticos, cartilagens e ossos. Esses fatores atuam aumentando a 
síntese proteica e a divisão celular mitótica, o que contribui para o crescimento 
e manutenção desses tecidos, bem como para o reparo tecidual e a cicatrização 
de lesões. Outras ações dos IGFs incluem a decomposição de triglicerídeos e 
aumento da disponibilidade de ácidos graxos na corrente sanguínea; e a 
decomposição de glicogênio no fígado, aumentando a disponibilidade da glicose. 
 Alterações na produção do GH podem causas distúrbios conhecidos 
como nanismo, gigantismo e acromegalia. Procure explicar como se 
desenvolvem e quais são as principais características de pacientes com essas 
condições. 
FINALIZANDO 
Consolidamos, nesta abordagem, os conhecimentos a respeito da 
organização e funcionamento do sistema endócrino, suas glândulas e seus 
hormônios. Iniciamos com a retomada das principais características anatômicas 
e localização das glândulas endócrinas, diferenciando os tipos de hormônios 
produzidos, segundo sua classificação a partir da sua origem, do tipo de receptor 
no órgão-alvo ou da sua classe química. 
A partir dessas informações, destacamos o eixo hipotálamo-hipófise como 
o centro de controle neuroendócrino de todas as glândulas corporais, que são 
 
 
16 
inibidas ou estimuladas dependendo do hormônio hipotalâmico ou hipofisário 
recebido, no mecanismo de retroalimentação ou feedback negativo, na maioria 
das vezes. Todos os hormônios da hipófise foram listados, bem como a ação de 
cada um deles no organismo. 
Os hormônios tireoidianos, T3 e T4, foram relacionadosao controle do 
metabolismo corporal, enquanto o equilíbrio na concentração plasmática de 
cálcio é de responsabilidade da calcitonina e do paratormônio produzido pelas 
paratireoides. Alterações na concentração dos hormônios da tireoide podem 
trazer distúrbios conhecidos como hipertireoidismo e hipotireoidismo. 
A concentração sanguínea de glicose é controlada pelos hormônios 
insulina, glucagon e somatostatina, produzidos pelo pâncreas endócrino, e a 
diminuição da produção de insulina ou a resistência a esse hormônio estão 
relacionadas ao diabetes tipo 1 e tipo 2, respectivamente. 
Por fim, aprendemos que as glândulas adrenais produzem hormônios 
mineralocorticoides, glicocorticoides e androgênios, responsáveis, 
principalmente, pela resposta ao estresse e equilíbrio nas concentrações de 
água e sais, com consequente controle da pressão arterial.
 
 
17 
REFERÊNCIAS 
AIRES, M. de M. Fisiologia. 5. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2018. 
HALL, J. E.; GUYTON, A. C. Tratado de Fisiologia Médica. 14. ed. Rio de 
Janeiro: Guanabara Koogan, 2021. 
MOLINA, P. E. Fisiologia Endócrina. 5. ed. Porto Alegre: Artmed, 2021. 
MOURÃO JR., C. A. Fisiologia Humana. 2. ed. Rio de Janeiro: Guanabara 
Koogan, 2021. 
SILVERTHORN, D. U. Fisiologia Humana. 7. ed. Porto Alegre: Artmed, 2017. 
WIDMAIER, E. P. et al. Fisiologia Humana. 14. ed. Rio de Janeiro: Guanabara 
Koogan, 2017. 
	Conversa inicial
	Na prática
	FINALIZANDO

Continue navegando