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Nomes: Ricardo De Luca Rossetto 1- Sobre a Medida Provisória n 1.184, de 28 de agosto de 2023 (chamada também de MP dos Super-Ricos), discorra: a) o que são os fundos exclusivos de investimento e como são conhecidos: Os fundos exclusivos de investimento são fundos de investimento constituídos para um único cotista, que pode ser uma pessoa física ou jurídica. Eles são conhecidos como fundos fechados, pois não permitem a entrada e saída de novos cotistas. b) qual as particularidades da tributação periódica conhecida como "come cotas", aplicado aos fundos abertos, desde 2005: A tributação periódica conhecida como “come-cotas” é aplicada aos fundos abertos, desde 2005, com exceção dos fundos de ações. Ela consiste na antecipação do Imposto de Renda Retido na Fonte (IRRF) sobre os rendimentos do fundo, que é cobrado semestralmente, nos meses de maio e novembro. A alíquota varia de 15% a 22,5%, conforme o prazo médio de resgate das cotas. O imposto é recolhido pelo administrador do fundo, que reduz proporcionalmente o número de cotas do cotista. c) como se dá atualmente a tributação dos fundos exclusivos no Brasil e quais as mudanças propostas pela MP: Atualmente, a tributação dos fundos exclusivos no Brasil é feita apenas no resgate das cotas, à alíquota de 15% para pessoas físicas e de 34% para pessoas jurídicas. As mudanças propostas pela Medida Provisória (MP) são as seguintes: ● Os fundos exclusivos passarão a ser tributados periodicamente, nas mesmas datas e alíquotas dos fundos abertos, ou seja, com o “come-cotas”. ● Os rendimentos apurados até 31 de dezembro de 2023 ficarão sujeitos ao IRRF à alíquota de 15%, que deverá ser recolhido até 31 de maio de 2024 ou em até 24 parcelas mensais. ● A pessoa física poderá optar por pagar o IRRF sobre os rendimentos apurados até 31 de dezembro de 2023 à alíquota de 10%, em duas etapas: metade até 29 de dezembro de 2023 e metade até maio de 2024. ● Em caso de fusão, cisão, incorporação ou transformação de fundo exclusivo, haverá incidência de IRRF sobre os rendimentos apurados na data do evento. d) quais seriam, na sua opinião, os impactos da referida MP, bem como da tributação das grandes fortunas (IGF), prevista na CF/88? Sendo negativa, apresente alternativas para o aumento da receita pública: Na minha opinião, os impactos da referida MP podem ser: ● Aumento da arrecadação tributária do governo federal, estimado em R$ 13,28 bilhões em 2024. ● Desestímulo à formação e manutenção dos fundos exclusivos, que perderão parte das vantagens fiscais que possuíam. ● Fuga ou transferência de capitais para outras modalidades de investimento ou para outros países com menor tributação. ● Possível redução da desigualdade social e regional, caso os recursos arrecadados sejam destinados a políticas públicas voltadas para os mais pobres. Quanto à tributação das grandes fortunas (IGF), prevista na Constituição Federal de 1988, mas ainda não regulamentada, os possíveis impactos são: ● Aumento da progressividade do sistema tributário brasileiro, que atualmente é considerado regressivo por onerar mais os mais pobres do que os mais ricos. ● Ampliação da base tributária do governo federal, que poderia arrecadar mais recursos para financiar as despesas públicas e reduzir o déficit fiscal. ● Dificuldade de definição e fiscalização das grandes fortunas, que podem ser compostas por diversos tipos de bens e direitos, muitas vezes localizados em paraísos fiscais ou em nome de terceiros. ● Resistência política e social dos detentores das grandes fortunas, que podem se opor à criação do imposto ou buscar formas de evitá-lo ou sonegá-lo. Uma alternativa para o aumento da receita pública seria a reforma tributária ampla e estrutural, que simplificasse o sistema tributário brasileiro, eliminasse as distorções e as isenções injustificadas, aumentasse a tributação sobre a renda e o patrimônio dos mais ricos e reduzisse a tributação sobre o consumo e a produção dos mais pobres.
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