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0 SUMÁRIO INTRODUÇÃO .................................................................................................. 2 1 O MERCADO DE TRABALHO .................................................................... 3 2 O DESENVOLVIMENTO DO TRABALHO DENTRO DA SOCIEDADE CAPITALISTA ............................................................................................................. 6 3 SIGNIFICADO DO TRABALHO NA REALIZAÇÃO PESSOAL ................... 7 3.1 Desafios no trabalho ................................................................................ 9 4 CONCEITOS DE CARREIRA ................................................................... 10 4.1 Etapas da carreira e suas necessidades ............................................ 13 4.2 Conciliação de objetivos entre indivíduos ........................................... 17 5 DESENVOLVIMENTO PROFISSIONAL ................................................... 20 5.1 Treinamento e desenvolvimento pessoal ............................................... 22 6 AVALIAÇÃO DO DESEMPENHO NO DESENVOLVIMENTO PROFISSIONAL ........................................................................................................ 25 6.1 Objetivos da avalição ................................ Erro! Indicador não definido. 6.2 Estratégias e métodos de avaliação de desempenhoErro! Indicador não definido. REFERÊNCIAS .............................................................................................. 34 INTRODUÇÃO Prezado aluno! O Grupo Educacional FAVENI, esclarece que o material virtual é semelhante ao da sala de aula presencial. Em uma sala de aula, é raro – quase improvável - um aluno se levantar, interromper a exposição, dirigir-se ao professor e fazer uma pergunta, para que seja esclarecida uma dúvida sobre o tema tratado. O comum é que esse aluno faça a pergunta em voz alta para todos ouvirem e todos ouvirão a resposta. No espaço virtual, é a mesma coisa. Não hesite em perguntar, as perguntas poderão ser direcionadas ao protocolo de atendimento que serão respondidas em tempo hábil. Os cursos à distância exigem do aluno tempo e organização. No caso da nossa disciplina é preciso ter um horário destinado à leitura do texto base e à execução das avaliações propostas. A vantagem é que poderá reservar o dia da semana e a hora que lhe convier para isso. A organização é o quesito indispensável, porque há uma sequência a ser seguida e prazos definidos para as atividades. Bons estudos 3 1 O MERCADO DE TRABALHO Fonte: quantumminds.com As mudanças ocorridas no mercado de trabalho nos últimos anos têm exigido das empresas um certo aumento dos investimentos no Desenvolvimento Profissional (DP) de seus funcionários, uma vez que em um ambiente cada vez mais competitivo, as pessoas passam a ser consideradas como um importante diferencial (MOURÃO et al., 2014). Entretanto, as empresas buscam atrair e manter trabalhadores qualificados. Da mesma forma, com o surgimento do conceito de empregabilidade, no qual o próprio trabalhador assume a responsabilidade por conseguir uma posição no mercado de trabalho, aumenta a preocupação das pessoas com o seu DP (MOURÃO et al., 2014). A ideia de focar em ações de formação e melhoria (caracterizadas por atividades mais específicas e objetivos de aplicação mais imediatos) é substituída pela ideia de melhoria contínua das qualificações profissionais, que se assemelha ao conceito de DP. Portanto, o conceito de desenvolvimento profissional tem um significado amplo no contexto das organizações, referindo-se a um conjunto de ações indutoras de aprendizado que auxiliam organizações e pessoas a atingirem seus objetivos. Esse conceito de DP está relacionado à aprendizagem no trabalho e 4 também inclui ações informais derivadas de todas as ações de aprendizagem que permitem às pessoas ampliar suas habilidades para atuar no mundo do trabalho. Conceitualmente, o DP corresponde à “educação ou treinamento continuado que é esperado ou requerido de pessoas empregadas em uma profissão” (VANDENBOS, 2010), sendo geralmente composto por cursos e diferentes oportunidades de capacitação e atualização profissional que as organizações oferecem aos seus empregados. Além dessas oportunidades formais de aprendizagem, o desenvolvimento profissional inclui também processos de aprendizagem informal e por isso se relaciona com habilidades e competências, ética e sentimento em relação à profissão. No entanto, o desenvolvimento é considerado o resultado de uma série de aprendizagens relacionadas ao trabalho (formais e informais) que levam ao desenvolvimento de carreira, levando em consideração aspectos cognitivos, comportamentais e emocionais. O conceito de DP é diferente da aprendizagem baseada no trabalho na medida em que se concentra mais nos resultados de um conjunto de aprendizagem e é mais experiencial. Além disso, o conceito não envolve um desenvolvimento na carreira associado a progressões verticais ou à ocupação de cargos em níveis hierárquicos mais elevados. O conceito de DP está mais ligado às competências desenvolvidas pela pessoa e a sua capacidade de realizar seu trabalho. Portanto, para que haja DP, é preciso haver aprendizagem, o que requer algumas condições internas como motivação, cognições, atitudes, valores e afetos dos indivíduos e também externas como o suporte oferecido pela organização à aprendizagem. Assim, o DP depende tanto de aspectos relativos ao indivíduo como do apoio e das oportunidades de capacitação que as organizações de trabalho oferecem. (MOURÃO et al., 2014) O desenvolvimento profissional é um tema recente na literatura e está embasado na ideia de que o conhecimento é adquirido pelas pessoas a partir de suas experiências (Kolb,1984), sendo um processo que ocorre ao longo do tempo (Mourão, Puente-Palacios, Porto, & Monteiro, 2015). Embora seja uma temática recente, já há estudos sobre DP em diferentes categorias profissionais das áreas da saúde, biologia e ciências, manufatura, psicologia, auditoria e contabilidade, sendo predominantes os estudos na área educacional. 5 A atualidade do mercado de trabalho é percebida nas últimas décadas do século XX, a partir das significativas mudanças sociais, políticas, culturais e econômicas, resultantes das alterações nas relações entre capital e trabalho, decorrentes da transformação dos processos produtivos, destacando-se a diminuição da importância da produção industrial de massa para a valorização da acumulação flexível (LINZMEYER, 2014). Dentre as inúmeras consequências dessa aceleração generalizada dos tempos de giro do capital (...) a primeira consequência importante foi acentuar a volatilidade e efemeridade de modos, produtos, técnicas de produção, processo de trabalho, ideias e ideologias, valores e práticas estabelecidas (HARVEY, 1992 apud LINZMEYER, 2014). A partir das transformações nos processos de produção, a organização racional do trabalho desafia a instabilidade dos mercados consumidores, flexibilizando os processos de produção e demandando um novo posicionamento do trabalhador. As demandas de autonomia, iniciativa, responsabilidade e a necessidade de orientar o desenvolvimento da carreira no sentido causado pelo impacto da competitividade, tecnologia e internacionalização colocam nos trabalhadores a necessidade de reestruturação da carreira a cada nova etapa com objetivo de aumentar a sua empregabilidade. A instabilidade, o medo de uma economia enfraquecida e não alcançar o sucesso desejado, ampliou a busca por novos modelos de desenvolvimento de carreira e, desde a década de 1980, ocupações tradicionais com estruturas burocráticas hierárquicas e relações de trabalho estáveis dão lugar a novas formas de trabalhos, incluindo temporário, voluntário,ocasional e trabalhos com prazos de um determinado projeto. Dessa forma em todo ato de trabalhar encontra-se uma força de pensar e de agir que é inerente ao ser humano resultante da sua constituição física, da sua disposição psíquica e intelectual” (LINZMEYER, 2014). Dessa forma, essa força motiva a pessoa a conhecer, compreender e analisar as oportunidades de inserção no mundo do trabalho, aumentando o interesse pelo crescimento na carreira. O trabalho tem uma importância especial na vida, é a 6 motivação para os colaboradores enfrentarem novos caminhos profissionais e assumirem a responsabilidade pelo seu próprio destino. 2 O DESENVOLVIMENTO DO TRABALHO DENTRO DA SOCIEDADE CAPITALISTA Fonte: economia.uol.com Na história da humanidade, toda e qualquer atividade desenvolvida pelo ser humano seja esta atividade física ou mental é considerada trabalho, e a forma como os homens desenvolveram e aprimoraram esse trabalho variou no tempo e no espaço. A figura do empresário, numa sociedade capitalista, é a do detentor de bens de capital (edifícios, equipamentos, instalações, máquinas, etc.) ou dos meios de produção. Dentre as suas principais decisões diárias, encontram-se a quantificação do nível ideal de produção e a identificação do melhor processo a ser utilizado, de modo a alcançar o seu maior objetivo: a maximização do lucro. A combinação dos recursos de produção (mão de obra e bens de capital) é fundamental nesse processo. Quanto menor for o custo de produção e maior a produtividade dos fatores produtivos, maior é o lucro. 7 A acumulação de capital (lucro, riqueza) é uma das principais características do capitalismo. Em paralelo, encontram-se os trabalhadores, que ofertam a sua força de trabalho, um custo importante para o empresário capitalista e que, por isso, deve ser minimizado. Além disso, devem ser produtivos, aumentando a produção sem que seja necessário elevar a remuneração desse fator: a produtividade significa a quantidade de bens e serviços produzidos por trabalhador em cada hora de atividade (SILVA, 2019). O impacto dessa forma de produção, característica do capitalismo, provoca impactos positivos na sociedade: o aumento de bens e serviços disponibilizados no mercado está relacionando a melhores níveis de bem-estar da população. Segundo Mochón (2006), países mais desenvolvidos têm a presença de trabalhadores mais produtivos, diferentemente de países menos desenvolvidos, em que a produtividade é inferior. Com o passar do tempo, o desenvolvimento das tecnologias permitiu um maior leque de fatores produtivos para os empresários escolherem e os resultados no processo de produção são maiores quando da sua utilização adequada. Cabe ao empresário, no papel de gestor, identificar a melhor combinação entre os recursos existentes, buscando extrair maiores vantagens. Diante da tamanha complexidade que envolve a produção de bens e serviços e a importância dos mesmos para a sociedade, as empresas se tornam fundamentais na gestão de todo esse processo. A disponibilização dos fatores de produção pelos empresários, das instalações necessárias e da capacidade administrativa permite que a produção seja realizada em massa, minimizando os custos e, consequentemente, melhorando a formação dos preços que serão praticados no mercado (SILVA, 2019). 3 SIGNIFICADO DO TRABALHO NA REALIZAÇÃO PESSOAL Complementando os conceitos de trabalho apresentados, indicam a importância do significado do trabalho para a realização pessoal e social e, para tal, sintetizam os seus múltiplos significados, como um gasto de energia em atividades 8 coordenadas, agradáveis ou desagradáveis, executadas por trabalhadores formais ou autônomos, cujo objetivo pode não estar associado a trocas econômicas e visam produzir algo de útil (LINZMEYER, 2014). Segundo Linzmeyer (2014) o trabalhador contemporâneo participa, envolve-se e compromete-se cada vez mais com o trabalho e com a sua carreira, esta nova condição pode trazer realização e prazer se tiver um significado mais profundo do que os alicerçados nos aspectos econômicos. Apesar da incontestável importância da remuneração, o trabalho tem sentido e traz realização pessoal quando dá liberdade e independência para que a pessoa determine a maneira de realizá-lo e obtenha resultados tangíveis e identificáveis que causem um impacto social significativo. Autonomia, possibilidade de crescimento pessoal e profissional, desenvolvimento de competências, remuneração compatível, apoio e reconhecimento dos gestores e colegas são características fundamentais na realização pessoal, mas o trabalho só dá sentido à vida de uma pessoa quando ela a acha importante, prazeroso, útil e legítimo (LINZMEYER, 2014). Cada pessoa atribui um significado próprio para o trabalho dependendo da importância que tem na sua vida e do que ele representa para realização dos seus desejos. Para a psicóloga croata Csikzentmihalyi (1990) “o significado do trabalho pode ser definido como a coerência entre o sujeito e o trabalho que ele faz, ou seja, o nível de harmonia ou equilíbrio que ele alcança na sua relação com o trabalho” (LINZMEYER, 2014). O trabalho é uma atividade produtiva que, organizada de maneira eficiente, agrega valor a alguma coisa e conduz a resultados úteis. O trabalho precisa fazer sentido para o próprio sujeito, para seus pares e para a sociedade, este reconhecimento no trabalho é fundamental para permitir a construção de uma identidade pessoal e social. Na sociedade moderna, as condições para a autorrealização individual só estão socialmente asseguradas quando os sujeitos podem experienciar o reconhecimento intersubjetivo não apenas de sua autonomia pessoal, mas 9 também de suas necessidades específicas e capacidades particulares (HONNETH, 2003, p. 189 apud LINZMEYER, 2014). O prazer e o sentimento de realização obtidos através da realização de uma tarefa dão sentido ao trabalho. A execução de tarefas permite exercer seus talentos e suas competências, resolver problemas, fazer novas experiências, aprender novas competências, atualizar seu potencial e aumentar a sua autonomia (MORIN, 2001). Conforme aponta Linzmeyer, (2014) existir uma mudança na relação entre a pessoa e o trabalho, o sentido de obrigação está sendo substituído pela busca de realização pessoal. As relações de trabalho são de menor duração, mais flexíveis e caracterizadas por constantes mudanças de setores ou mesmo de empregos. O declínio do sentimento de obrigação com o trabalho está sendo substituído pela aspiração da autorrealização. O trabalhador preocupa-se em compreender as implicações do trabalho para si mesmo, para os outros e para a sociedade, executar um trabalho que não desperta interesse contribui para torná-lo absurdo (LINZMEYER, 2014). Os trabalhadores contemporâneos aspiram construir suas carreiras e a autorrealização através de um trabalho significativo, apesar da dificuldade que encontram para adaptar-se aos problemas e desafios impostos pelo mundo do trabalho. 3.1 Desafios no trabalho Os desafios impostos pelo mundo do trabalho contemporâneo não apresentam uma equidade entre os deveres e direitos do trabalhador, as melhores oportunidades são dirigidas às pessoas com maior capacidade de adequação ao moderno modelo de produção e com habilidades de interagir com a nova realidade sem a preocupação de adequá-la a sua própria subjetividade. Neste novo contexto, as pessoas que não possuem determinados conhecimentos não conseguem fazer valer seus direitos pessoais, ou profissionais e sociais (LINZMEYER, 2014). 10 Enquanto o mundo discute quais são as competências necessárias para o mercado de trabalho do século XXI; o modelo atual ainda está ligado à formação padronizada de trabalhadores, desconsiderando as exigências flexíveis da economia criativa. “Háexigências de estabilização, de implicação do sujeito no processo de trabalho por intermédio de atividade que requerem autonomia, iniciativa, comunicação ou intercompreensão” (ANTUNES, 2010, apud LINZMEYER, 2014). Os melhores empregos exigem a capacidade de pensar, discriminar, escolher, resolver problemas do mundo real, comunicar e trabalhar em equipe, empreendedorismo, criatividade, capacidade de sintetizar, combinar dados, sede de conhecimento e capacidade de ir além. Para acompanhar as necessidades da internacionalização do mercado, as empresas contemporâneas devem participar ativamente no desenvolvimento dos trabalhadores, educando, treinando e especializando porque "A mente é o bem mais valioso de uma empresa". (LEITÃO, 2012). Um dos fatores emblemáticos da globalização é a reinstitucionalização do trabalho caracterizada pela diferenciação da estrutura ocupacional, diversificação dos contratos e queda das fronteiras entre as profissões. Neste sentido, a forma emergente de trabalho evolui para um conjunto de atividades menos substantivas, mais voláteis, criadas mais pelas pessoas do que pelas empresas. Os impactos sobre a relação homem e trabalho resultantes da competição, tecnologização e da mundialização, apesar de preocupantes, estão sendo absorvidos, fazendo com que o trabalhador se sinta obrigado a adaptar-se para enfrentar as demandas do novo mercado de trabalho (LINZMEYER, 2014). 4 CONCEITOS DE CARREIRA As carreiras se desenvolvem ao longo da vida e são marcadas por diferentes etapas, cada qual com suas características e necessidades. Partimos de uma definição tradicional de carreira, como externa ao trabalhador e oferecida pelas organizações, para conceitos mais atuais que colocam no centro da discussão os 11 desejos e anseios dos profissionais envolvidos. Vivemos em um mundo onde as capacidades cognitivas ganharam relevância no trabalho e a separação entre vida privada e profissional está cada vez menos nítida. Estamos sempre disponíveis, conectados e recebendo uma grande carga de informações. É de se esperar que competências do passado não sirvam mais para o presente e muito menos para o futuro (RODRIGUES, 2020). O conceito de carreira ganhou relevância a partir do desenvolvimento da sociedade industrial capitalista, em que os indivíduos inseridos em organizações cada vez mais complexas passaram a enfatizar a progressão social e, em decorrência, o sucesso profissional. Até esse momento histórico, as atividades laborais decorriam de tradição e de posição na ordem social, dadas pelas sociedades organizadas por estamentos, sem possibilidades de mobilidade social, próprias da Idade Média. Portanto, podemos afirmar que o conceito de carreira nasce com a modernidade (CHANLAT, 1995 apud., RODRIGUES, 2020). Desde então, o conceito tem recebido diferentes interpretações, podendo ser associado a emprego assalariado, atividades não remuneradas, pertencimento a um grupo profissional, posição em determinada organização ou trajetória pessoal no trabalho, para citar algumas referidas por Bendassolli (2009). Essa multiplicidade de abordagens depende das diferentes disciplinas que estudam o conceito de carreira, principalmente administração, psicologia e sociologia. Essas várias interpretações de carreira ajudam a entender as também múltiplas implicações e interligações do tema, ou seja, desde questões sobre escolhas e trajetórias pessoais a outras mais amplas relacionadas ao mercado e a relações e condições de trabalho. Segundo Rodrigues, 2020 foi somente nos anos 1980 que surgiu a ideia, e as práticas, de gestão de carreiras nas organizações, impulsionada pela profissionalização das empresas e, em especial, de seus setores de gestão de pessoas, ou recursos humanos. A vida no trabalho e as possibilidades de conciliação entre necessidades das empresas e de seus trabalhadores ganharam importância, principalmente como impulsionadoras do crescimento nas e das organizações. Temas como capital humano, imagem organizacional, motivação, satisfação e realização no trabalho, e até mesmo felicidade, passaram a ter relevância para o mercado de 12 trabalho. Tendo em vista esse breve histórico, pode-se inferir que diferentes períodos exigem novas atividades profissionais e, portanto, produzem diferentes carreiras. Podemos examinar como exemplo a profissão de datilógrafo. As pessoas interessadas em exercer essa atividade faziam cursos preparatórios, treinamentos específicos e testes de velocidade para desempenhar esse papel nas empresas. A partir do surgimento dos computadores, todas elas passaram a incorporar em seu cotidiano de trabalho a atividade de escrever em teclados de computador. A datilografia deixou de ser uma atividade profissional específica. Para dar um exemplo, no passado empresas contratavam o que chamavam de office boys, meninos menores de idade que faziam os serviços externos, como ir a bancos, entregar de documentos, fazer compras diversas. A oferta de serviços online, incluindo serviços bancários, e o surgimento de empresas terceirizadas foram diminuindo a necessidade desse tipo de mão de obra. Carreiras podem progressivamente desaparecer, outras podem surgir e, com certeza, todas se modificam com as transformações sociais, econômicas e tecnológicas. O conteúdo do trabalho muda com o tempo, exigindo novas habilidades e competências. A conjuntura econômica, o desenvolvimento de estratégias produtivas e de gestão da inovação e da mão de obra, os sistemas políticos, a estruturação e mobilidade das classes sociais, a organização das cidades, a divisão internacional do trabalho, entre tantas outras características e contextos contribuem para o surgimento, obsolescência e até desaparecimento de determinadas carreiras e atividades produtivas. Outros fatores que marcam as discussões sobre carreira são as transformações dos vínculos entre empresas e trabalhadores, decorrentes de novas exigências do mercado de trabalho e consequentes reformas na legislação trabalhista. A tendência tem sido de maior independência e autonomia nos contratos, flexibilidade de horários, trabalho por projetos, segundo a lógica de agregar recursos e inovação para as organizações. As carreiras mais recorrentes e debatidas em estudos da área são: a proteana, a sem fronteiras e a caleidoscópica (BENDASSOLLI, 2009), mas existem outras tipologias, tais como a carreira sustentável (MÜLLER et. al, 2020). O nome carreira 13 proteana deriva do Deus marinho Proteu, da mitologia grega, que mudava a face para enfrentar diferentes situações. Esse tipo de carreira é baseado na versatilidade e capacidade de mudanças, para atender diversas solicitações do mercado. A carreira sem fronteiras é também marcada pela mudança e versatilidade, mas ao contrário da proteana refere-se ao ambiente múltiplo de inserção profissional. A carreira sem fronteiras, como o nome sugere, não ocorre unicamente associada a uma única organização, profissão, região ou contexto, opondo-se claramente às carreiras tradicionais. Por sua vez, a carreira caleidoscópica mantém as características de dinamismo propostas pelas novas formas de organização do trabalho, e é adequada ao trabalho de mulheres, normalmente envolvidas em várias jornadas de atividades e na conciliação entre vidas privada e pública. 4.1 Etapas da carreira e suas necessidades As etapas da carreira podem ser classificadas em três grandes momentos: início, crescimento e final, com diferentes características e necessidades em cada uma delas. A duração de cada uma não pode ser exatamente prevista, pois depende de muitos fatores, incluindo formação, inserções conquistadas, oportunidades, conciliação entre objetivos pessoais e organizacionais, para citar alguns. É importante estudar as etapas de carreira e suas necessidades para poder entender e potencializar os diferentesperíodos das trajetórias profissionais. De um momento inicial de inexperiência e busca intensa por inserção, passamos para outro de crescente consolidação de competências e segurança profissional, até uma etapa de grande maturidade, mas, ao mesmo tempo, de progressiva despedida do mercado profissional (RODRIGUES, 2020). À medida que as organizações foram se tornando complexas e multifacetadas, cada vez mais dependentes de grandes transformações humanas e ambientais, a gestão de áreas específicas passou a ter papel fundamental no seu destino. Se o marketing é importante para a compreensão dos mercados, produtos e necessidades dos clientes, a gestão de pessoas é responsável pelo entendimento do público interno, por suas necessidades de desenvolvimento e pelos fatores determinantes para sua 14 satisfação no trabalho. Quando pensamos em carreiras, do ponto de vista das organizações a área de gestão de pessoas é protagonista. Carreiras são cada vez mais coincidentes com trajetórias pessoais com o desenvolvimento de competências, assunção de responsabilidades e desafios bem mais do que com a tradicional identificação com cargos ou funções específicas. A empresa continua definindo o que espera de seus funcionários em termos de competências, tarefas e responsabilidades, e essas atividades são geralmente atribuições da gestão de pessoas. Porém, a gestão hoje é mais dinâmica, sem a tradicional ideia de perfis adaptáveis aos cargos ou a velha máxima do indivíduo certo para o lugar certo. Carreiras entendidas como trajetórias exigem a percepção e o acompanhamento de etapas ao longo do desenvolvimento profissional. Dutra (2008) identifica três principais etapas, ou momentos, ao longo da trajetória de uma carreira: início, crescimento e final. O início, o ingresso na carreira ou numa empresa específica, é marcado pelo estabelecimento de uma relação entre organização e profissional, com a explicitação de expectativas, regras, responsabilidades, cultura, entre outros elementos imprescindíveis à convivência diária. Todo o início de relacionamento é caracterizado por tentativas, erros, acertos, até o momento em que ambas as partes se conhecem melhor e conseguem atender de forma satisfatória o que delas é esperado. A segunda etapa é de crescimento na carreira e exige empenho das partes para que aconteça de forma a satisfazer expectativas recíprocas. É geralmente a etapa mais longa do desenvolvimento da carreira, em que o profissional está em ascensão, despendendo todas as suas forças para assumir maiores responsabilidades e corresponder às exigências de entrega, a fim de que seus esforços sejam reconhecidos. Sendo uma etapa longa, normalmente relacionada à inserção em várias organizações no período, ela também pode ser instável, com oscilação de momentos mais ou menos promissores na trajetória profissional. A carreira pode parecer estagnada em determinados períodos, em outros vertiginosa, a formação pode tornar- se insuficiente ou, por outro lado, o profissional pode sentir que seu potencial está sendo subutilizado (RODRIGUES, 2020). 15 A terceira etapa é o final da carreira, sendo difícil tanto para o empregado quanto para o empregador. Por um lado, o profissional pode se sentir desconfortável, ou até mesmo subestimar a importância desse momento, uma vez que precisa abrir espaço para novos e mais jovens sucessores. Quanto maior for o envolvimento do profissional com a carreira, mais difícil será encerrar as atividades e mudar completamente de vida. Por outro lado, as empresas podem negligenciar a importância dessa etapa para os profissionais, que muitas vezes estão há muito tempo em determinadas funções. Se o final significar aposentadoria, precisa ser trabalhado com antecedência, para que não perturbe abruptamente a vida das pessoas, causando problemas de aceitação (RODRIGUES, 2020). Ao mesmo tempo, o fim de determinada trajetória de carreira pode também significar o início de uma nova, com desafios futuros, em que o aproveitamento da experiência adquirida pode servir para alavancar outras frentes na mesma organização, em outras ou em iniciativas próprias. Dessa forma, o final está relacionado com o que se costuma chamar de transição de carreira, com a mudança no tipo de trabalho, responsabilidade e atribuições, que em conjunto significam uma nova identidade profissional. Cada etapa de vida no trabalho e na carreira tem diferentes necessidades e exige reflexões e propostas, tanto do profissional quanto da empresa. Pensando nas necessidades de cada etapa, como elaboradas por Dutra (2008), um profissional em início de carreira está geralmente em busca de um espaço de realização, pode ter pouca ou nenhuma experiência prévia, muitas vezes recém-saído dos bancos escolares ou estar ainda em formação. A primeira necessidade desse profissional é encontrar alguém que invista nele, que o aceite como uma promessa ou potencial de realização. Esse acolhimento por parte da organização também se reverte em um espaço de preparação e desenvolvimento da trajetória profissional, ou seja, na construção de uma carreira. Aqui as necessidades concentram-se na aprendizagem, no ganho de experiência e na experimentação em diferentes frentes de trabalho. O profissional no final da carreira provavelmente já conquistou estabilidade e respeito por sua trajetória. É alguém que normalmente assume muitas responsabilidades e pode responder por equipes, setores e departamentos relevantes 16 para o sucesso da organização. As necessidades prementes devem ser de preparação de sucessores e gradual delegação de responsabilidades. Ao mesmo tempo que o final da carreira sugere conclusões, também significa um grande e potente acúmulo de competências. Para as organizações, abrir mão de tamanho saber pode ser um processo difícil. As transições de carreira podem ser objetivas ou subjetivas, as primeiras dadas por mudanças contextuais do mundo do trabalho e as segundas por iniciativa e necessidades dos profissionais. Em ambos os casos, transições de carreira sempre significam uma revisão de identidade profissional, que é determinada por valores, inquietações, desejos, anseios, entre tantos outros sentimentos e características pessoais e de trajetória de vida. Essas condições subjetivas inegociáveis, de que não abrimos mão, frente a mudanças necessárias ou desejadas se chamam âncoras de carreira, conceito originalmente elaborado por Schein em 1996 e citado por Rodrigues, 2021. As âncoras de carreira são formadas por talentos, motivos e valores. Como fazem parte da identidade, das escolhas, das satisfações pessoais e profissionais, não são facilmente negociáveis. A cada experiência de trabalho e de formação, construímos nossas aprendizagens, competências e habilidades, nos preparamos e nos motivamos para as próximas etapas e desafios. Além de conhecimento, construímos nosso autoconceito. Segundo Schein (1996), são oito as âncoras de carreira, que servem como instrumentos de autoconhecimento, pois motivam diferentes tipos de indivíduos em suas trajetórias de carreira (TREVISAN et. al, 2016). • Competência técnica e funcional - identidade baseada na aplicação de habilidades técnicas e enfrentamento de desafios. • Competência gerencial - identidade por meio do contrato psicológico e compartilhamento de objetivos com a organização. • Autonomia e independência - identidade baseada na reduzida tolerância a regras e ao comando de outras pessoas. 17 • Segurança e estabilidade - carreira ancorada no bem-estar decorrente da baixa volatilidade da posição ocupada. • Criatividade empreendedora - identidade focada na criação de novas empresas, serviços ou produtos. • Serviço e dedicação a causas - identidade estritamente ligada aos valores pessoais e profissionais. • Puro desafio - identidade baseada na tendência egosto pela superação e solução de problemas intrincados. • Estilo de vida - identidade ancorada na conciliação das exigências de carreira com as da vida pessoal e familiar. Se a escolha da carreira estiver alinhada com suas âncoras, o profissional terá maior satisfação no trabalho e estará aflorando melhor suas potencialidades. Profissionais maduros conseguem entender e conciliar suas âncoras com a carreira e, dessa forma, se desenvolvem melhor, obtêm mais realização e diminuem os riscos de frustrações. Podemos concluir que uma carreira de sucesso não pode estar destacada do autoconhecimento. O conhecimento de cenários e de contextos sociais, políticos e econômicos é importante para a escolha e direcionamento das carreiras, mas o autoconhecimento promove o bem-estar e a satisfação ao longo do caminho. 4.2 Conciliação de objetivos entre indivíduos O desenvolvimento da carreira não é somente uma atividade individual, que depende exclusivamente da pessoa interessada. A carreira é marcada pela coletividade, pelos relacionamentos significativos, perniciosos, indiferentes, de vários tipos, que se estabelecem ao longo do tempo em nossas atividades de trabalho. Dessa forma, pode-se falar em carreira interna e externa, a primeira relacionada com o significado do trabalho na vida de uma pessoa e a segunda, com as etapas de desenvolvimento da carreira, com os aspectos práticos e objetivos da trajetória profissional. Assim, a externa não depende somente do indivíduo, mas também de 18 cada contexto, conjuntura, mercado de trabalho e múltiplos relacionamentos (KILIMNIK, 2011). Para a realização integral da carreira, é necessária a conciliação das esferas interna e externa, e uma não existe sem a outra. Ou seja, para obter realização na carreira, é preciso ter boas inserções profissionais. Pode parecer uma fácil equação, mas nem sempre acontece dessa forma. Como sustenta Martins (2010): “Gerenciar carreira é tomar decisões adequadas e solucionar problemas relativos à vida profissional, processo esse que envolve um constante embate entre desejos e possibilidades, custos e benefícios”. Nossos desejos podem ser potentes, mas suas realizações dependem dos ambientes em que estamos inseridos. Podemos ser valorizados no que fazemos profissionalmente, mas nem sempre a promoção e o reconhecimento vêm no momento em que esperamos. As decisões cotidianas, as negociações, a construção de uma equipe de trabalho, são motivadoras de nossas atividades, mas exigem tempo, paciência e aprovação. Para integrar da melhor forma essas diferentes demandas internas e externas, podemos nos voltar ao planejamento de carreira. É importante fazer a ressalva de que nem tudo pode ser previsto e que o planejamento nesse caso significa algo dinâmico e permeável às transformações e adaptações necessárias que surgem ao longo do percurso. Atribui-se a John Lennon a frase “a vida é aquilo que acontece enquanto você faz planos”. Para planejar a carreira, é necessário conjugar o racional com o intuitivo, tentando aproximar a análise objetiva de cenários às motivações intrínsecas, até mesmo inconscientes, na hora de escolher um caminho em detrimento de tantos outros possíveis. Em geral, as pessoas escolhem uma profissão em um período de suas vidas marcado por muitas escolhas, imaturidade pessoal e falta de experiências. Temos que escolher entre ofertas de cursos de graduação, entre caminhos possíveis de inserção profissional e de autonomia. Sofremos influências de nosso meio social, família, amigos, ideais, cultura, etc. Temos uma ideia ainda vaga da realidade das profissões e mais vaga ainda de nossa identidade. Nesse sentido, o planejamento é importante. Dutra (2010) e Martins (2010) propõem modelos semelhantes de planejamento de carreira, que começam com a necessidade de autoconhecimento e autoavaliação, 19 para refletir sobre pontos fortes e outros que ainda devem ser desenvolvidos, para analisar valores impulsionadores, experiências significativas e realizações até o momento. Em paralelo, é preciso conhecer o mercado em que estamos inseridos e onde, provavelmente, iniciaremos nossa atuação. De posse de informações desses dois processos iniciais, de reflexão pessoal e do ambiente, podemos traçar alguns objetivos, mesmo que se alterem ao longo do tempo. Aqui precisamos focar em nossas características pessoais, pois o mercado muda e não pode servir como determinante de nossas escolhas. O que me faz feliz? Onde busco realização? Como organizo meus afetos e pertencimentos? Infinitas questões pessoais podem fazer sentido neste tópico. Os objetivos iniciais traçados servem para esboçar um plano de ação, que envolve metas, critérios de avaliação de resultados e um levantamento de recursos disponíveis e necessários e rede de contatos. Tal processo exige constante acompanhamento e retroalimentação para reflexões, correção de rota, acréscimo de informações, revisão de posições, entre outros (RODRIGUES, 2020). E se os planos não coincidem com as ofertas? Ou se a organização onde trabalho não atende meus anseios e valores? Ou ainda se minha inserção de trabalho deixou de me satisfazer em muitos requisitos? Essas são perguntas frequentes e importantes para a revisão do planejamento e da trajetória. São relevantes também para mudanças, ou transições de carreira. Aqui também a via não é de mão única, pois se a satisfação mudou, isso significa que eu também mudei. Novamente, o objetivo e o subjetivo podem esclarecer as expectativas do momento e os passos a serem dados em direção ao futuro. A transição é um momento em que o indivíduo está passando por mudanças em suas atividades e atribuições, em que as configurações de seu trabalho são transformadas e, portanto, está mudando também sua identidade profissional (BARUCH, 2011). Ou seja, pode ser uma transição objetiva - uma promoção, por exemplo - ou subjetiva, que nasce de uma necessidade íntima do profissional em fazer mudanças em sua trajetória. Segundo Pereira (2016), as transições desse tipo podem se dar entre papéis diversos ou então dentro do mesmo papel profissional. A transição entre papéis 20 diversos envolve a entrada ou reentrada no mercado de trabalho e exige muitas adaptações para fazer frente às novas exigências da organização. Já as transições dentro do mesmo papel requerem tanto ajustes internos a um determinado cargo, com mudanças significativas no envolvimento e motivação com o trabalho, quanto ajustes externos, que envolvem mudanças de vida que impactam a carreira e exigem reajustes na dedicação ao trabalho, como o nascimento de filhos, mudança de país, etc. O que parece importante é que com todas as transições de carreira e com o desenvolvimento de nossa trajetória profissional, vamos nos descobrindo como pessoas e como profissionais, vamos ganhando novas habilidades, aprimorando outras, em um constante movimento de trilhar caminhos e dar sentido aos nossos anseios e valores. Organizações que não percebem a importância e a riqueza desse processo, que não são receptivas às transformações de seus profissionais, que não estão prontas ao acolhimento de novas ideias, perdem em capacidade e inovação. O contrário também acontece: organizações abertas a esse diálogo impulsionam as carreiras de seus trabalhadores e conseguem estabelecer vínculos duradouros e potentes de trabalho (RODRIGUES, 2020). 5 DESENVOLVIMENTO PROFISSIONAL 21 Fonte: labs.bawi.io Durante muitos anos a capacitação profissional nas empresas esteve associada a ações convencionais de treinamento, geralmente restritas a treinamentos presenciais e não raras vezes separados do contexto profissional (FREITAS, 2006). Surgiram então as trilhas de aprendizagem como alternativas aos programas convencionais de treinamento, segundo Freitas (2002), através da busca pela concepção de estratégiasde TD&E que percebe o indivíduo como parte de um contexto social mais amplo, que extrapole as delimitações do cargo exercido e que leve em consideração as suas aspirações profissionais (MARTINS, 2011). Para Freitas e Brandão (2006), a ação de aprendizagem mais adequada faz parte da identificação da pessoa com o trabalho que realiza e também da harmonia entre os interesses pessoais e organizacionais. Essas ações de aprendizagem não ficam restritas a treinamentos presenciais, podem incluir cursos autoinstrucionais, livros, revistas, publicações, filmes e sites na Internet, entre outros (MARTINS, 2011). Um sistema de educação e desenvolvimento profissional com base na noção de trilhas de aprendizagem procura conciliar as necessidades da organização com as aspirações de crescimento pessoal e profissional de seus colaboradores, cada qual sendo corresponsável pelo processo de desenvolvimento de competências (FREITAS, 2006 apud MARTINS, 2011). A Gestão de Desempenho por Competências – GDP, modelo do Nosso Banco, contém o PDC - Plano de Desenvolvimento de Competências que complementa o processo de gestão do desempenho profissional. Seu objetivo é auxiliar o funcionário no autodesenvolvimento, planejamento de sua carreira e orientação de sua trajetória profissional (MARTINS, 2011). O PDC é elaborado semestralmente, após a etapa de encerramento do ciclo avaliatório pelos funcionários avaliados. Indica, a partir dos conceitos recebidos na avaliação de desempenho por múltiplas fontes, quais competências profissionais apresentam necessidades de aprendizagem e aprimoramento (MARTINS, 2011). No PDC é possível planejar ações de capacitação para desenvolver ou aprimorar as competências exigidas na sua área de atuação ou em outras áreas para 22 as quais deseja se preparar; solicitar ações de capacitação; analisar as competências exigidas e, a partir dessa reflexão, repensar e construir sua trajetória profissional. O PDC é uma opção oferecida ao funcionário, portanto, sua elaboração é um ato de vontade e não uma imposição. Tem como pressuposto fundamental que o funcionário é o agente do próprio desenvolvimento profissional e decide quando, de quantas e de quais ações de desenvolvimento deseja participar. Cabe, portanto, ao funcionário manifestar interesse, inteirar-se das oportunidades de aprendizagem disponíveis, identificar as mais adequadas às suas necessidades e buscar o apoio necessário para construir a sua trilha (FREITAS, 2006 apud MARTINS, 2011). Os gestores devem mobilizar e motivar os funcionários de sua equipe para processos de aperfeiçoamento, criando um ambiente estimulador e facilitador da aprendizagem de acordo com Freitas e Brandão (2006), orientando a utilização do PDC para esse fim e acompanhando a realização das ações propostas. Sua atuação deve focar o desenvolvimento profissional e pessoal, o desempenho, a qualidade de vida no trabalho e a responsabilidade socioambiental (MARTINS, 2011). 5.1 Treinamento e desenvolvimento pessoal Fonte:metadados.com 23 O novo cenário competitivo está criando tensões e mudando o equilíbrio de poder nas organizações. Os trabalhadores querem, cada vez mais, não apenas uma compensação financeira, mas também a possibilidade de desenvolvimento pessoal e profissional (MARTINHAGO, 2014). Conforme Gil (2007) as organizações da nova economia devem criar, transferir, integrar, proteger e explorar os novos ativos do conhecimento; devem, enfim, fazer apostas no presente/futuro organizacional. Só quem conviver bem o risco e a incerteza sobreviverá. Para eles, a vantagem competitiva baseada no acesso a capital, materiais, mercado e equipamentos é facilmente igualada ou superada pelos concorrentes. Contudo, a vantagem apoiada no conhecimento é mais difícil de ser superada e, por isso, mais valiosa. As características das novas organizações do conhecimento ficam mais claras no quadro comparativo criado por Sveiby (1998), em que o autor faz um contraste entre o que convencionou chamar de paradigma industrial e de paradigma do conhecimento. Gil (2007) mostra que para aumentar a produção e o fluxo do conhecimento, a melhor saída hoje é pulverizar a sede corporativa, compartilhando conhecimento em pequenos grupos. As novas estruturas organizacionais devem ser capazes de reagir rapidamente às mudanças. Nesse sentido, é essencial tomar medidas para o conhecimento fluir melhor dentro da organização (MARTINHAGO, 2014). As técnicas de treinamento e desenvolvimento são extremamente eficazes para que se tenha um clima de participação e envolvimento das pessoas com os objetivos que a organização deseja alcançar, e ao mesmo tempo, desenvolve o seu capital intelectual, aquelas pessoas-chave que os clientes e fornecedores sempre perguntam, aquelas que têm as soluções mais criativas, aquelas que representam referencias ou exemplos para os demais funcionários. Mas para isso, é necessário definir quais os objetivos e os resultados que se quer chegar. 24 Treinamento é a educação, institucionalizada ou não, que visa adaptar a pessoa para o exercício de determinada função ou para a execução de tarefa específica, em determinada organização. Seus objetivos são mais restritos e imediatos. Obedece a um programa preestabelecido e atende a uma ação sistemática, visando à rápida adaptação da pessoa ao trabalho. Pode ser aplicado a todos os níveis ou setores da organização (CHIAVENATO, 2007 apud MARTINHAGO, 2014). Desenvolvimento Profissional, conforme o mesmo autor, é a educação que visa ampliar, desenvolver e aperfeiçoar a pessoa para seu crescimento profissional em determinada carreira na organização ou para que se torne mais eficiente e produtivo em seu cargo. Seus objetivos perseguem prazos mais longos. Também obedece a um programa preestabelecido e atende a uma ação sistemática, visando a adaptação da pessoa à filosofia da organização (MARTINHAGO, 2014). De forma sintetizada, o treinamento é um processo de curto prazo que utiliza procedimento sistemático organizado pelo qual a pessoa aprende conhecimentos e habilidades técnicas para um propósito definido. Por outro lado, o desenvolvimento é um processo de longo prazo que utiliza procedimento sistemático e organizado pelo qual a pessoa aprende conhecimentos diversos para propósitos genéricos (MARTINHAGO, 2014). Treinamento e desenvolvimento devem ser utilizados em sua plenitude, em todas as suas facetas, desenvolver as pessoas, torná-las capacitadas, determinadas, e com atitude traz diversas vantagens competitivas à organização, segundo autor citado: • Melhora o custo e a qualidade de produtos e serviços; • Reforça e amplia competências; • Acelera a disseminação de conhecimento; • Aplica novos conhecimentos na melhoria dos relacionamentos internos; • Estimula a criação de novos produtos. A preparação de um programa de treinamento e desenvolvimento requer o trabalho de uma equipe especialmente treinada ou preparada para este fim. Alguns programas de treinamento e desenvolvimento podem ser utilizados isoladamente ou combinados. De acordo com autor citado, neste sentido os mais atuais são: a) Coaching. 25 b) Mentoring. Enquanto o Coaching está quase sempre ligado à orientação específica que o superior imediato oferece ao subordinado no dia-a-dia do trabalho, o Mentoring está li- gado à orientação mais ampla no desenvolvimento da carreira do empregado a partir de um mentor (MARTINHAGO, 2014). De acordo com Gil e Arnosti (2007) diante da velocidade com que os acontecimentos e as organizações evoluem, os empregados devem buscar novas fontes de conhecimento e experiências e se preocupar em aprender pelos próprios esforços. O coaching e o mentoring estão intimamente relacionados com as necessidade das organizações de enfrentar os desafios globais em termos de qualidade, produtividade e competitividade. Issorequer doses volumosas de treinamento desenvolvimento de todas as pessoas e em todos os níveis em que trabalham nas organizações. Seja qual for a ferramenta utilizada (coaching ou mentoring), a principal função dos Recursos Humanos é certificar-se de que as reuniões entre os pares realmente ocorram. O conteúdo das conversas é confidencial e não há qualquer tipo de análise de desempenho. Os Recursos Humanos só interfere caso algum dos participantes manifeste que não está disposto a continuar o programa (MARTINHAGO, 2014). 6 AVALIAÇÃO DO DESEMPENHO NO DESENVOLVIMENTO PROFISSIONAL As organizações são constituídas por pessoas e aliadas ao uso de tecnologias, que desenvolvem atividades que contribuem para que as empresas alcancem seus objetivos. O trabalho dos profissionais, por meio do cumprimento de tarefas e metas, é beneficiado por meio de remunerações, prêmios e até mesmo benefícios. Para que possam acompanhar o desempenho dos profissionais, alguns métodos são utilizados pelas empresas e esses métodos ou práticas de avaliação tornam-se ferramentas facilitadoras para as chefias. Assim, a avaliação de desempenho é uma das ferramentas que visa a identificar, mensurar, analisar e 26 demonstrar o desempenho dos profissionais diante das atividades desempenhadas e que não deve ser vista como uma medida punitiva, e sim como uma ferramenta que possa contribuir com a qualificação das atividades desempenhadas pelo colaborador (FERRARI 2018). De acordo com o autor Idalberto Chiavenato, a avaliação de desempenho é uma apreciação sistêmica da atuação de cada pessoa no cargo e de sua performance no futuro. Toda a avaliação significa um processo de estimar ou julgar o valor, a excelência ou as qualidades de alguma pessoa (CHIAVENATO, 2010). Já de acordo com Marras e Tose (2012), a avaliação é um acompanhamento sistemático do desempenho das pessoas no trabalho. Trata-se de um instrumento de gestão que inicialmente teve por objetivo acompanhar o desempenho do trabalho de uma pessoa com base nas suas atividades. A avaliação de desempenho pode apresentar vários objetivos. Segundo Braga (2007): • Tornar dinâmico o planejamento da empresa abaixo e leia um pouco mais sobre eficiência e eficácia; • Conseguir melhorias na empresa voltadas à produtividade, à qualidade e à satisfação dos clientes, bem como em relação aos aspectos econômicos e financeiros; • Melhorar as competências das pessoas e da empresa; • Desenvolver pessoas; • Estabelecer os resultados esperados das pessoas na organização; • Obter o comprometimento das pessoas em relação aos resultados desejados pela empresa; • Melhorar a comunicação entre os níveis hierárquicos na organização, criando clima de diálogo construtivo e eliminando dissonâncias, ansiedades e incertezas; • Dar orientação constante sobre o desempenho das pessoas, buscando melhorias; • Gerar informações; 27 • Tornar claro que resultados são conseguidos por intermédio da atuação de todo o corpo empresarial; • Estabelecer um clima de confiança, motivação e cooperação entre os membros das equipes de trabalho; • Servir como instrumento propagador de programas de qualidade e, conforme o método adotado, do próprio instrumento de gestão de qualidade; • Servir como importante instrumento coadjuvante em decisões de carreira, salários e participação nos resultados da empresa; • Servir como instrumento para levantamento de necessidades de treinamento e desenvolvimento; • Identificar talentos, como processo conjunto com o instrumento avaliação de desempenho. De acordo com as necessidades de avaliação, as ferramentas foram sendo aprimoradas e, atualmente, no mundo contemporâneo, foram incorporadas ferramentas a esse processo que visam a mensurar também o comportamento humano dos profissionais ao realizar suas atividades. Além do comportamento, os resultados alcançados e a avaliação do seu potencial somaram-se à lista de itens com o objetivo de avaliar o pleno desempenho do profissional. De acordo com Chiavenato (2010), alguns fatores condicionantes de desempenho podem ser identificados em cada profissional, que pode variar de pessoa para pessoa, dependendo também das situações e de vários outros fatores, tais como: • valor das recompensas; • percepção de que as recompensas dependem de esforço; • competência individual; • percepção do papel. 28 Por meio desse esquema, torna-se possível verificar que o desempenho está intimamente relacionado com a influência de todas as variáveis apresentadas pelo autor, em função das atividades que o profissional desempenha, das competências que ela oferece e também do seu potencial de desenvolvimento. Vivemos na era do conhecimento e no contexto organizacional, torna-se importante avaliar e verificar o quanto o profissional representa para a organização, o quanto ele pode contribuir por meio da sua capacidade. Em um contexto organizacional, as empresas estão direcionadas a transformar seus ativos intangíveis em algo palpável: o aumento do lucro esperado (FERRARI 2018). Quando nos referimos às competências, é preciso avaliar as competências técnicas e as comportamentais. As competências técnicas configuram-se nas habilidades e no conhecimento do profissional, já as comportamentais referem-se às atitudes de cada colaborador no desempenho da sua função. 6.1 Modelos de avaliação de desempenho Para avaliar e mensurar o desempenho humano, atualmente existem diversos modelos. Por essa razão, cabe à empresa escolher e aplicar o método de avaliação que mais se adapta às características de uma equipe (FERRARI 2018). 29 Algumas organizações oportunizam ao próprio colaborador realizar sua avaliação, para outras, a responsabilidade é do gerente ou de um supervisor imediato. Outra modalidade utilizada é a avaliação, em que o objetivo é que ocorra a integração entre colaborador e seu supervisor, visando a reduzir a diferença hierárquica e ainda tornar possível desenvolver a atividade em equipe, abrangendo todos na avaliação de desempenho. Autoavaliação De acordo com Chiavenato (2009), autoavaliação é a avaliação em que o próprio empregado faz uma análise de suas próprias características de desempenho. Pode utilizar sistemas variados baseados nos diversos métodos de avaliação de desempenho. A autoavaliação deve ser realizada em duas etapas, na primeira etapa o funcionário reflete sobre seu próprio desempenho e, posteriormente, seu gestor e ele discutem sobre essa avaliação. A autoavaliação estimula a autorreflexão, uma vez que leva o funcionário a refletir sobre seu comportamento e a identificar o que pode ser melhorado, exigindo do profissional uma análise sincera e justa, em que ele possa demonstrar seu profissionalismo, sua transparência e sua maturidade. Após a avaliação, o gestor deve se certificar de que o processo ocorreu de forma imparcial e que promoveu vantagens tanto para o avaliado como para o avaliador, tais como: • entendimento e esclarecimentos entre avaliado e avaliador; • o avaliador deve sentir-se mais confortável em fornecer feedback para o avaliado, em função da redução de distorções no processo de comunicação; • a participação do avaliado é intensa e oportuniza que ele dê sugestões para seu gestor direto. Avaliação 360 graus Neste modelo, chamada de avaliação de 360 graus, feedback com múltiplas fontes ou multivisão, todos que mantêm alguma interação com o avaliado participam, 30 desde a alta gerência até os clientes e os fornecedores. Nesse modelo de avaliação, é utilizado questionário específico com o objetivo de descrever as competências e os comportamentos considerados essenciais pela organização. Como resultado desse processo, é imprescindível identificar as oportunidades de melhoria no desempenho do colaborador, oferecendo-lhe um planode ação para que possa traçar as melhorais em relação à organização e também individuais. Importante também ressaltar que os resultados da avaliação são confidenciais e o colaborador não saberá quem o avaliou (FERRARI 2018). Método de escala gráfica Conforme Carlos (2016), utiliza um formulário de dupla entrada, no qual as linhas representam os fatores de avaliação e as colunas representam os graus dos fatores, permitindo aos avaliadores um instrumento de fácil entendimento. Método da escolha forçada O avaliador não descreve o desempenho por pontuação, mas sim por meio de frases descritivas. Esse método propicia resultados mais confiáveis e está isento de influências subjetivas. Historicamente, o método foi utilizado para a concessão de 31 aumentos salariais por mérito, porém, atualmente é importante ressaltar que esse método pode gerar muita desmotivação entre os membros da mesma equipe e é visto como um sistema ultrapassado (FERRARI 2018). Avaliação por resultados Este método baseia-se em uma comparação periódica entre os resultados fixado versus alcançados, possibilitando a identificação dos pontos fortes e dos pontos fracos dos funcionários (FERRARI 2018). Pesquisa de campo A pesquisa de campo é realizada em quatro etapas: entrevista de avaliação inicial, análise complementar, planejamento das providências e acompanhamento posterior dos resultados, permitindo um planejamento de ação capaz de remover alguns obstáculos. Método de comparação de pares Por meio da comparação de pares, os atributos são observados de forma detalhada. Assim, determinar qual é o melhor modelo de avaliação para uma empresa é uma tarefa difícil, porém fundamental. Essa decisão envolve a política de pessoal, as características dos cargos a serem avaliados e o funcionamento de cada ferramenta de avaliação de desempenho (FERRARI 2018). 6.2 Ferramentas de avaliação de desempenho Os gestores são os responsáveis pelo planejamento, pela organização e pela direção dos seus subordinados. Dessa forma, com os resultados do processo de avaliação de desempenho, torna-se preciso tomar decisões assertivas no que se refere às tarefas dos colaboradores a partir das suas competências e habilidades (FERRARI 2018). 32 Existe uma relação direta entre desempenho e remuneração. Essa situação é inegável, gerando desempenho. Para planejar as atividades e o futuro dos profissionais na organização, após a avaliação de desempenho, algumas ferramentas podem ser utilizadas, tais como: as recompensas, o desenvolvimento, a percepção e o relacionamento. A partir dos resultados da avaliação de desempenho, o desenvolvimento dessas ferramentas torna-se mais fácil de ser desenvolvido. Sistema de recompensas Um dos exemplos amplamente utilizados pelas organizações é o sistema de recompensas, que pode ocorrer de forma extrínseca (pelo desempenho) e intrínseca (parte da percepção do colaborador ao realizar alguma tarefa). Outra ferramenta de recompensas utilizada pelas organizações é a meritocracia, que relaciona o aumento salarial com o desempenho do colaborador, e é fundamental que a empresa aloque esses recursos a sua cultura. Os principais objetivos da empresa em utilizar a ferramenta de compensação financeira, ou seja, o sistema de recompensas, são: • incentivar os funcionários, ou seja, motivá-los; • perceber o sistema salarial como justo, tanto para o colaborador como para a empresa; • identificar a remuneração como uma recompensa justa pelo esforço dispendido pelo colaborador. O desenvolvimento O desenvolvimento profissional envolve a capacidade de compreender inteiramente o trabalho que executa e como pode melhorá-lo. Para garantir o crescimento profissional, é preciso desenvolver as competências necessárias do cargo e da carreira (por meio de treinamentos relacionados à liderança, ao gerenciamento do tempo, à gestão de conflitos, às habilidades de comunicação, etc.) de forma eficiente e eficaz. Seja por meio do domínio da tecnologia, do 33 aperfeiçoamento de habilidades, do aperfeiçoamento de determinados processos ou por meio de cursos profissionalizantes. Milkovich e Boudreau (2010) definem o desenvolvimento como um processo de longo prazo que intervém positivamente nas capacidades dos empregados, bem como em sua motivação, tornando-os figuras valiosas para a empresa. Desenvolver pessoas proporciona crescimento à empresa e o capital intelectual é um dos aspectos que mais influencia no valor de uma organização. Além disso, torna-se um diferencial de mercado a política voltada para o aperfeiçoamento de colaboradores, tendo como consequência efeitos positivos na cultura organizacional (FERRARI 2018). Se preocupar com a cultura organizacional e com o crescimento e o desenvolvimento profissional dos colaboradores traz muitas vantagens para a empresa. Uma cultura que se preocupa com o crescimento integral da equipe tem vantagens competitivas que podem ser enumeradas: maior valor de mercado, potencial de crescimento, fortalecimento da marca, atração e retenção de talentos (FERRARI 2018). A percepção humana A percepção pode ser considerada como o processo pelo qual as pessoas tomam conhecimento de si, dos outros e do mundo a sua volta e é fundamental nos relacionamentos pessoais e profissionais. No âmbito profissional, a percepção humana nos remete aos problemas relativos à prática e à moral e pode afetar tanto o colaborador como também a equipe de profissionais (FERRARI 2018). O relacionamento O relacionamento profissional deve ocorrer sempre de forma respeitosa e amigável, estando sempre de acordo com o ambiente de trabalho. Manter um bom relacionamento profissional requer aprender a conviver com as diferenças, sejam elas referentes a costumes, valores, crenças, formações e gerações, pois a probabilidade de ocorrer conflitos é muito grande. Assim, é fundamental considerar algumas características, tais como: 34 • ser cordial com os colegas; • permanecer com uma conduta ética; • expressar opiniões de forma respeitosa por meio de uma comunicação objetiva e direta; • procurar desenvolver o autoconhecimento; • aprender a ouvir mais do que falar. REFERÊNCIAS AGUIAR, W. M. J. Reflexões a partir da psicologia sócio-histórica sobre a categoria "consciência". Cadernos de Pesquisa, n. 110, p. 125-142, 2000. ALBURY, D. Economia global demanda ensino profissionalizado. Estado de São Paulo, São Paulo, 22 out. 2012. Caderno Economia e Negócios. ANDRADE, M. D. 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