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Pesquisa e Prática Pedagógica IV

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1
FACULDADE CAPIXABA DA SERRA/EAD
Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017
PESQUISA E PRÁTICA PEDAGÓGICA IV
SUMÁRIO
PESQUISA E PRÁTICA 
PEDAGÓGICA IV
2
PESQUISA E PRÁTICA PEDAGÓGICA IV
FACULDADE CAPIXABA DA SERRA/EAD
Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017SUMÁRIO
A Faculdade Multivix está presente de norte a sul 
do Estado do Espírito Santo, com unidades em 
Cachoeiro de Itapemirim, Cariacica, Castelo, Nova 
Venécia, São Mateus, Serra, Vila Velha e Vitória. 
Desde 1999 atua no mercado capixaba, des-
tacando-se pela oferta de cursos de gradua-
ção, técnico, pós-graduação e extensão, com 
qualidade nas quatro áreas do conhecimen-
to: Agrárias, Exatas, Humanas e Saúde, sem-
pre primando pela qualidade de seu ensino 
e pela formação de profissionais com cons-
ciência cidadã para o mercado de trabalho.
Atualmente, a Multivix está entre o seleto 
grupo de Instituições de Ensino Superior que 
possuem conceito de excelência junto ao 
Ministério da Educação (MEC). Das 2109 institui-
ções avaliadas no Brasil, apenas 15% conquistaram 
notas 4 e 5, que são consideradas conceitos 
de excelência em ensino.
Estes resultados acadêmicos colocam 
todas as unidades da Multivix entre as 
melhores do Estado do Espírito Santo e 
entre as 50 melhores do país.
 
MISSÃO
Formar profissionais com consciência cida-
dã para o mercado de trabalho, com ele-
vado padrão de qualidade, sempre mantendo a 
credibilidade, segurança e modernidade, visando 
à satisfação dos clientes e colaboradores.
 
VISÃO
Ser uma Instituição de Ensino Superior reconheci-
da nacionalmente como referência em qualidade 
educacional.
GRUPO
MULTIVIX
3
FACULDADE CAPIXABA DA SERRA/EAD
Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017
PESQUISA E PRÁTICA PEDAGÓGICA IV
SUMÁRIO
BIBLIOTECA MULTIVIX (Dados de publicação na fonte)
As imagens e ilustrações utilizadas nesta apostila foram obtidas no site: http://br.freepik.com
de Kelly de Souza Resende
Pesquisa e Prática Pedagógica IV / de Kelly de Souza Resende. – Serra: Multivix, 2018.
EDITORIAL
Catalogação: Biblioteca Central Anisio Teixeira – Multivix Serra
2019 • Proibida a reprodução total ou parcial. Os infratores serão processados na forma da lei.
FACULDADE CAPIXABA DA SERRA • MULTIVIX
Diretor Executivo
Tadeu Antônio de Oliveira Penina
Diretora Acadêmica
Eliene Maria Gava Ferrão Penina
Diretor Administrativo Financeiro
Fernando Bom Costalonga
Diretor Geral
Helber Barcellos da Costa
Diretor da Educação a Distância
Pedro Cunha
Conselho Editorial
Eliene Maria Gava Ferrão Penina (presidente 
do Conselho Editorial)
Kessya Penitente Fabiano Costalonga
Carina Sabadim Veloso
Patrícia de Oliveira Penina
Roberta Caldas Simões
Revisão de Língua Portuguesa
Leandro Siqueira Lima
Revisão Técnica
Alexandra Oliveira
Alessandro Ventorin
Graziela Vieira Carneiro
Design Editorial e Controle de Produção de Conteúdo
Carina Sabadim Veloso
Maico Pagani Roncatto
Ednilson José Roncatto
Aline Ximenes Fragoso
Genivaldo Félix Soares
Multivix Educação a Distância
Gestão Acadêmica - Coord. Didático Pedagógico
Gestão Acadêmica - Coord. Didático Semipresencial
Gestão de Materiais Pedagógicos e Metodologia
Direção EaD
Coordenação Acadêmica EaD
4
PESQUISA E PRÁTICA PEDAGÓGICA IV
FACULDADE CAPIXABA DA SERRA/EAD
Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017SUMÁRIO
Aluno (a) Multivix,
Estamos muito felizes por você agora fazer parte 
do maior grupo educacional de Ensino Superior do 
Espírito Santo e principalmente por ter escolhido a 
Multivix para fazer parte da sua trajetória profissional.
A Faculdade Multivix possui unidades em Cachoei-
ro de Itapemirim, Cariacica, Castelo, Nova Venécia, 
São Mateus, Serra, Vila Velha e Vitória. Desde 1999, 
no mercado capixaba, destaca-se pela oferta de 
cursos de graduação, pós-graduação e extensão 
de qualidade nas quatro áreas do conhecimento: 
Agrárias, Exatas, Humanas e Saúde, tanto na mo-
dalidade presencial quanto a distância.
Além da qualidade de ensino já comprova-
da pelo MEC, que coloca todas as unidades do 
Grupo Multivix como parte do seleto grupo das 
Instituições de Ensino Superior de excelência no 
Brasil, contando com sete unidades do Grupo en-
tre as 100 melhores do País, a Multivix preocupa-
-se bastante com o contexto da realidade local e 
com o desenvolvimento do país. E para isso, pro-
cura fazer a sua parte, investindo em projetos so-
ciais, ambientais e na promoção de oportunida-
des para os que sonham em fazer uma faculdade 
de qualidade mas que precisam superar alguns 
obstáculos. 
Buscamos a cada dia cumprir nossa missão que é: 
“Formar profissionais com consciência cidadã para o 
mercado de trabalho, com elevado padrão de quali-
dade, sempre mantendo a credibilidade, segurança 
e modernidade, visando à satisfação dos clientes e 
colaboradores.”
Entendemos que a educação de qualidade sempre 
foi a melhor resposta para um país crescer. Para a 
Multivix, educar é mais que ensinar. É transformar o 
mundo à sua volta.
Seja bem-vindo!
APRESENTAÇÃO 
DA DIREÇÃO 
EXECUTIVA
Prof. Tadeu Antônio de Oliveira Penina 
Diretor Executivo do Grupo Multivix
5
FACULDADE CAPIXABA DA SERRA/EAD
Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017
PESQUISA E PRÁTICA PEDAGÓGICA IV
SUMÁRIO
LISTA DE FIGURAS
 > FIGURA 1 - Educação e conhecimento 15
 > FIGURA 2 - Pesquisa e investigação 16
 > FIGURA 3 - Formação docente 19
 > FIGURA 4 - Pilares da educação 20
 > FIGURA 5 - Conhecimento x professor 22
 > FIGURA 6 - Ensinar 23
 > FIGURA 7 - Professor x dificuldades na rotina escolar 24
 > FIGURA 8 - Didática 25
 > FIGURA 9 - Professora e ações didáticas 26
 > FIGURA 10 - Aula dinâmica 29
 > FIGURA 11 - René Descartes 36
 > FIGURA 12 - Representação da abordagem multidisciplinar 38
 > FIGURA 13 - Representação da abordagem pluridisciplinar 39
 > FIGURA 14 - Representação da abordagem interdisciplinar 40
 > FIGURA 15 - Edgar Morin 42
 > FIGURA 16 - Conhecimento Interdisciplinar 43
 > FIGURA 17 - Representação da abordagem transdisciplinar: 
Teia do conhecimento. 44
 > FIGURA 18 - União por meio de uma reta transversal 46
 > FIGURA 19 - União dos saberes 49
 > FIGURA 20 - Charles Chaplin 54
 > FIGURA 21 - UNESCO 56
 > FIGURA 22 - Os quatro pilares da educação 57
 > FIGURA 23 - Saberes docentes 59
 > FIGURA 24 - Pesquisa docente e discente. 61
 > FIGURA 25 - Currículo significa caminho 65
 > FIGURA 26 - Como ensinar? 68
 > FIGURA 27 - Prova como instrumento de avaliação 69
 > FIGURA 28 - Relação planejamento-avaliação 70
6
PESQUISA E PRÁTICA PEDAGÓGICA IV
FACULDADE CAPIXABA DA SERRA/EAD
Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017SUMÁRIO
LISTA DE FIGURAS
 > FIGURA 29 - Avaliação de competências 71
 > FIGURA 30 - Relação entre PPP e projeto didático 76
 > FIGURA 31 - Origem da pedagogia de projetos 77
 > FIGURA 32 - Tipos de conteúdos, também difundidos pelos PCNs 78
 > FIGURA 33 - Múltiplas inteligências 79
 > FIGURA 34 - Escola e Projeto didático. 84
 > FIGURA 35 - Vygotsky. 85
7
FACULDADE CAPIXABA DA SERRA/EAD
Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017
PESQUISA E PRÁTICA PEDAGÓGICA IV
SUMÁRIO
SUMÁRIO
1UNIDADE
2UNIDADE
3UNIDADE
1 CONHECENDO O COTIDIANO ESCOLAR PELA ÓTICA DA PESQUISA: 
REFLEXÕES E CRÍTICAS 14
1.1 CONHECENDO O COTIDIANO ESCOLAR PELA ÓTICA DA PESQUISA: 
REFLEXÕES E CRÍTICAS 15
1.1.1 A PRÁTICA PEDAGÓGICA E A DIDÁTICA 22
1.2 A DIDÁTICA E O PROFESSOR EM SALA DE AULA 28
CONCLUSÃO 32
2 INTERDISCIPLINARIDADE: ANÁLISE, REFLEXÃO E CRÍTICA 34
2.1 INTERDISCIPLINARIDADE: FUNDAMENTOS, CONCEITO 
E PERSPECTIVA CURRICULAR 35
2.1.1 FUNDAMENTOS HISTÓRICOS E FILOSÓFICOS 35
2.2 AS ABORDAGENS DO CONHECIMENTO 38
2.2.1 ABORDAGEM MULTIDISCIPLINAR 38
2.2.2 ABORDAGEMPLURIDISCIPLINAR 39
2.2.3 ABORDAGEM INTERDISCIPLINAR 40
2.2.4 ABORDAGEM TRANSDISCIPLINAR 44
2.3 CURRÍCULO E INTERDISCIPLINARIDADE 45
2.3.1 TRANSVERSALIDADE E INTERDISCIPLINARIDADE 45
2.3.2 OS TEMAS TRANSVERSAIS 47
2.4 PRÁTICAS PEDAGÓGICAS INTERDISCIPLINARES 48
2.4.1 É MOMENTO DE MUDANÇA 48
2.4.2 A PRÁTICA INTERDISCIPLINAR 50
CONCLUSÃO 51
3 ENSINO E PESQUISA SOB A ÓTICA DA EDUCAÇÃO 
POR COMPETÊNCIAS 53
3.1 FUNDAMENTOS TEÓRICOS 53
3.1.1 OS QUATRO PILARES DA EDUCAÇÃO 56
3.2 EDUCAR POR COMPETÊNCIAS 58
8
PESQUISA E PRÁTICA PEDAGÓGICA IV
FACULDADE CAPIXABA DA SERRA/EAD
Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017SUMÁRIO
4UNIDADE
5UNIDADE
SUMÁRIO
3.3 OS SABERES DOCENTES 59
3.4 NOVAS PERSPECTIVAS DO PROFESSOR-PESQUISADOR 61
CONCLUSÃO 62
4 QUESTÕES DIDÁTICAS DO “EDUCAR POR COMPETÊNCIAS” 64
4.1 INTRODUÇÃO DA UNIDADE 64
4.2 QUESTÕES DIDÁTICAS DO “EDUCAR POR COMPETÊNCIAS” 65
4.2.1 QUESTÕES CURRICULARES 65
4.2.2 QUESTÕES METODOLÓGICAS 67
4.2.3 AVALIAR POR COMPETÊNCIAS 69
CONCLUSÃO 72
5 PROJETOS DIDÁTICOS COPARTICIPATIVOS 74
INTRODUÇÃO DA UNIDADE 74
5.1 FUNDAMENTOS TEÓRICOS E CONCEITUAIS 75
5.2 A QUESTÃO DOS CONTEÚDOS 78
5.3 FORMAÇÃO INTEGRAL NA PERSPECTIVA DAS 
MÚLTIPLAS INTELIGÊNCIAS 79
CONCLUSÃO 81
9
FACULDADE CAPIXABA DA SERRA/EAD
Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017
PESQUISA E PRÁTICA PEDAGÓGICA IV
SUMÁRIO
6UNIDADE
SUMÁRIO
6 A REALIZAÇÃO DE PROJETOS DIDÁTICOS 83
6.1 A REALIZAÇÃO DE PROJETOS DIDÁTICOS 84
6.1.1 ELEMENTOS ESSENCIAIS 86
6.1.2 PLANEJAMENTO, EXECUÇÃO E AVALIAÇÃO 87
CONCLUSÃO 90
REFERÊNCIAS 91
10
PESQUISA E PRÁTICA PEDAGÓGICA IV
FACULDADE CAPIXABA DA SERRA/EAD
Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017SUMÁRIO
ICONOGRAFIA
ATENÇÃO 
PARA SABER
SAIBA MAIS
ONDE PESQUISAR
DICAS
LEITURA COMPLEMENTAR
GLOSSÁRIO
ATIVIDADES DE
APRENDIZAGEM
CURIOSIDADES
QUESTÕES
ÁUDIOSMÍDIAS
INTEGRADAS
ANOTAÇÕES
EXEMPLOS
CITAÇÕES
DOWNLOADS
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FACULDADE CAPIXABA DA SERRA/EAD
Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017
PESQUISA E PRÁTICA PEDAGÓGICA IV
SUMÁRIO
APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA
Seja bem-vindo à disciplina Pesquisa e Prática Pedagógica IV. Nela, você estudará o 
cotidiano escolar e algumas questões que trazem mudanças nas práticas pedagógi-
cas, como a abordagem do conhecimento interdisciplinar, a educação por habilida-
des e competências e os projetos didáticos coparticipativos. O enfoque dado a essas 
questões é reflexivo e crítico, potencializando o exercício da relação professor-pesqui-
sador. 
Para que seu estudo se torne proveitoso e prazeroso, esta disciplina foi organizada 
em 6 (seis) unidades, com temas e subtemas, atendendo aos objetivos do processo 
de ensino-aprendizagem. 
De modo geral, na disciplina Pesquisa e Prática Pedagógica IV, o papel do professor 
está em destaque nas análises e reflexões de cada tema, pois se entende que o do-
cente é um transformador diante do ensino, e a sua ação diante da prática pedagó-
gica poderá promover uma aprendizagem de qualidade ou não. Assim, é de grande 
importância o estudo dessa disciplina por entendermos que é nesse momento que 
devemos refletir diante do papel que você almeja exercer como futuro docente. 
Ao longo da disciplina, será destacada e promovida uma discussão partindo da 
contextualização das principais abordagens da ação pedagógica, da didática e da 
pesquisa dos métodos de ensino, bem como as implicações no processo de ensino-
-aprendizagem. Por meio de análises críticas do processo de ensino e aprendizagem, 
esperamos suscitar reflexões destacando os vários enfoques específicos de cada tó-
pico para, assim, realizar um bom curso. Para tanto, fique atento à leitura dos concei-
tos, das metodologias de aprendizagem, dos exemplos que dialogam com a teoria 
e a prática pedagógica e também da abordagem crítica do papel do professor e da 
escola no cotidiano do aluno. Os materiais complementares, as dicas de estudo e as 
ferramentas que facilitam a sua aprendizagem nesse momento de estudo devem ser 
exploradas para que você siga a trilha de aprendizagem estruturada!
Esperamos promover reflexões acerca do assunto e desejamos sucesso e bons estu-
dos!
12
PESQUISA E PRÁTICA PEDAGÓGICA IV
FACULDADE CAPIXABA DA SERRA/EAD
Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017SUMÁRIO
OBJETIVOS DA DISCIPLINA
Ao final desta disciplina, esperamos que você:
• Registrar a importância do cotidiano escolar pela ótica da pesquisa e da didá-
tica na ação docente.
• Demonstrar o conceito de interdisciplinaridade e a sua abordagem na prática. 
• Esclarecer a contribuição da pesquisa às questões pedagógicas e ao ensino de 
competências.
• Identificar o ensino por habilidades e as abordagens práticas na sala de aula.
• Identificar as concepções que envolvem o projeto didático coparticipativos.
• Descrever a importância da utilização da educação por projetos.
13
FACULDADE CAPIXABA DA SERRA/EAD
Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017
PESQUISA E PRÁTICA PEDAGÓGICA IV
SUMÁRIO
OBJETIVO 
Ao final desta 
unidade, 
esperamos 
que possa:
> Definir o cotidiano escolar pela 
ótica da pesquisa.
> Analisar criticamente a pesquisa no 
ensino. 
> Analisar criticamente a pesquisa 
como ferramenta pedagógica.
> Registrar a importância da prática 
pedagógica.
> Descrever as concepções que 
envolvem a ação didática no ensino.
> Identificar a importância da 
didática para a ação docente.
UNIDADE 1
14
PESQUISA E PRÁTICA PEDAGÓGICA IV
FACULDADE CAPIXABA DA SERRA/EAD
Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017SUMÁRIO
1 CONHECENDO O COTIDIANO 
ESCOLAR PELA ÓTICA DA 
PESQUISA: REFLEXÕES E 
CRÍTICAS
A concepção de pesquisa no ensino possui dois vieses: o primeiro apresenta a pes-
quisa como uma ferramenta metodológica científica que proporciona um estudo 
empírico acerca de um tema; a segunda apresenta a pesquisa como um instrumento 
pedagógico a ser utilizado em contextos escolares a fim de proporcionar uma inves-
tigação de temas. Esse instrumento objetiva realizar uma ligação entre o ensino e os 
diversos contextos, como, por exemplo, outras disciplinas, a prática e a sociedade. 
Dito de outra forma, através de uma pesquisa o professor poderá trabalhar temas de 
projetos instigando os alunos a buscarem significados para apresentarem em sala e, 
assim, estabelecer um diálogo entre o tema estudado e o processo de investigação 
dos alunos. 
É interessante perceber que tanto a pesquisa como instrumento pedagógico tanto a 
pesquisa como metodologia empírica podem ser aplicadas no cotidiano escolar dos 
anos iniciais. Basta que o professor saiba buscar insumos certos para trabalhar tais 
ações, e isso se dá por meio de aperfeiçoamento e estudos direcionados ao tema e à 
prática docente.
Sabe-se que, quando o professor incita o aluno a tornar-se investigativo e a usar outros 
métodos de ensino contrários à pedagogia tradicional, o resultado da aprendizagem 
é mais prazeroso e de melhor qualidade. E quando falamos em tornar o ensino mais 
prazeroso e investigativo, podemos associar essa ação à prática pedagógica mediada 
por uma ação pedagógica lúdica, e isso corrobora com as premissas empregadas na 
didática. Então, quando se pensa em diversificar o processo de ensino, seja pela pes-
quisa, seja por meios lúdicos, estamos falando também de didática, assunto este que 
será aprofundado na unidade. A princípio, porém, basta saber que a didática favorece 
o ensino e a aprendizagem do aluno. 
15
FACULDADE CAPIXABA DA SERRA/EAD
Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017
PESQUISA E PRÁTICA PEDAGÓGICA IV
SUMÁRIO
Nesse sentido, acompanhe nesta unidade os aspectos fundamentais para se ter uma 
didática eficaz em sala deaula e aprofunde seu conhecimento na relação entre di-
dática e ação docente.
1.1 CONHECENDO O COTIDIANO ESCOLAR PELA 
ÓTICA DA PESQUISA: REFLEXÕES E CRÍTICAS
Em sociedades letradas, a escola tem um papel importante no processo de desen-
volvimento, e isso ocorre por meio da formação, da qualificação, da construção do 
conhecimento e do aprendizado. Nesse sentido, vale lembrar que o conhecimento é 
passado de geração em geração para que se possa garantir o progresso da sociedade, 
e a forma como se ensina também é uma transmissão de conhecimento.
FIGURA 1 - EDUCAÇÃO E CONHECIMENTO
Fonte: SHUTTERSTOCK, 2018.
Assim, pode-se dizer que o modo como se ensina sofre influência de nossos ances-
trais. Nesse contexto, podemos inferir que, no ambiente escolar, as influências exis-
tem, mas como identificamos essa perspectiva na evolução do conhecimento até 
a sua aplicação no cotidiano escolar? Através de pesquisas e aportes teóricos, que 
16
PESQUISA E PRÁTICA PEDAGÓGICA IV
FACULDADE CAPIXABA DA SERRA/EAD
Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017SUMÁRIO
conduzem análises e reflexões críticas acerca do avanço da educação em nossa so-
ciedade. Diante disso, faz-se necessário conceituar o que é pesquisa:
É realizar um processo de investigação metódica e sistemática sobre aspectos 
específicos da realidade que se relacionam entre si e com os outros campos. 
Neste sentido, o conhecimento se constrói tanto pela via dedutiva, quanto in-
dutiva. O essencial é ter a clareza de que é preciso compreender o fenômeno, 
desmistificá-lo e construir a essência, não como verdade pronta e acabada, 
mas como o conhecimento possível (expressão de sentir, pensar e agir num 
tempo e espaço determinados). Este caminho requer domínio teórico e me-
todológico no tratamento com o objeto de investigação e deve ser rigoroso, 
dinâmico e reflexivo (COSTA, 1999, p. 17).
Seguindo a ideia dessa autora, a pesquisa e a produção científica têm como objetivo 
aumentar os aportes teóricos e a divulgação do conhecimento científico a fim de ge-
rar insumos para transformações sociais. 
Voltando ao questionamento anterior de como identificar aspectos marcantes na 
evolução do conhecimento até a sua influência no cotidiano escolar, podemos dizer 
que a escola e a prática docente são campos férteis para que pesquisas possam inves-
tigar diversos conceitos, práticas, influências e processos pedagógicos. E justamente 
por ser um campo em ebulição é que qualquer mudança na escola pode refletir 
uma mudança na sociedade e vice-versa. Então, o que podemos refletir acerca do 
cotidiano escolar em uma perspectiva de pesquisa? Para se realizar uma pesquisa, é 
necessário ter uma situação-problema em que se direciona a sua resolução. Através 
de investigação, deve haver “o confronto entre os dados, as evidências, as informações 
coletadas sobre determinado assunto e o conhecimento teórico acumulado a respei-
to dele” (ARAÚJO, 2010, p. 5).
FIGURA 2 - PESQUISA E INVESTIGAÇÃO
Fonte: SHUTTERSTOCK, 2018.
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FACULDADE CAPIXABA DA SERRA/EAD
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PESQUISA E PRÁTICA PEDAGÓGICA IV
SUMÁRIO
Entende-se que realizar pesquisa vai além de solicitar ao aluno para fazer um estudo 
ou trabalho sobre algum tema, com a finalidade de ganhar pontos ao entregar a tare-
fa. Essa situação abandona “a relação didático-pedagógica” existente em uma classe 
de aula. A pesquisa no cotidiano escolar possui sentidos e percepções que ultrapas-
sam meras atividades pedagógicas; ela objetiva também direcionar a atuação docen-
te. Vale, porém, ressaltar que o “professor tem que estar consciente da seriedade que 
envolve esse tipo de trabalho. Precisa também ter bem claro o propósito, o objetivo, 
a finalidade daquela pesquisa” (BAGNO, 2010 apud ARAÚJO, 2012).
Agora, imagine a seguinte situação: um professor solicita à sua classe uma 
pesquisa sobre a flora e fauna brasileira com o objetivo de se elaborar um 
projeto de ciências apresentando a diversidade e os tipos de fauna e flora 
que estão extintos no território brasileiro ou que estão em processo de extin-
ção. Para isso, podem existir duas atuações distintas entre dois professores: 
o primeiro direciona a turma, abre possibilidade para dialogar com outras 
disciplinas no decorrer da pesquisa, instiga a curiosidade, motiva a busca por 
conhecimento, disponibiliza insumos para que os alunos se direcionem em 
sua investigação, orienta-os quanto ao processo de pesquisa até o resultado 
final, que é conhecer a fauna e flora, a diversidade e os problemas envolvidos 
nesse contexto e auxilia a classe durante a elaboração do projeto de ciências 
sobre o assunto. O segundo professor detém o conhecimento, mas se limita 
a solicitar aos alunos que busquem e investiguem. A partir dessas duas situa-
ções, é fácil identificar qual docente está em consonância com a pesquisa e 
prática pedagógica. Visivelmente, o primeiro docente está alinhado com o 
propósito de realizar a pesquisa no ambiente escolar.
Diante do exemplo citado, você pode perceber que as ações dos professores são dis-
tintas e que o primeiro docente é quem faz a mediação entre a pesquisa e o coti-
diano escolar; além disso, na concepção de educação, é necessário dar autonomia 
para os alunos e, mesmo com o término da investigação, o debate sobre o tema deve 
continuar a fim de se garantir um estudo aprofundado do assunto. Essa prática dife-
renciada é que favorecerá o desenvolvimento reflexivo e crítico, ou seja:
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PESQUISA E PRÁTICA PEDAGÓGICA IV
FACULDADE CAPIXABA DA SERRA/EAD
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Pesquisa escolar é uma atividade sistematizada e mediada entre sujeitos, 
pautada em instrumentos que propiciem a construção de conhecimentos e 
desenvolvimento da autonomia por meio de ações com características de re-
flexão crítica que priorizam descobrir, questionar, analisar, comparar, criticar, 
avaliar, sintetizar, argumentar, criar (NININ, 2008 apud ARAÚJO, 2012).
Diante do exposto, pode-se afirmar que a pesquisa não se limita apenas ao ato de 
pesquisar, mas, sim, em alcançar o desenvolvimento da aprendizagem no aluno. Se-
gundo Araújo (2010, p. 6), “o professor deve aproveitar o dia-a-dia, as questões do 
momento do interesse do aluno e o que a mídia oferece, a fim de decidir o assunto 
da pesquisa”. Ao instigar o aluno, essa investigação torna-se um momento de prazer 
e favorece a concretização da pesquisa em si.
Para saber um pouco mais sobre a pesquisa no cotidiano escolar, você pode 
assistir ao vídeo Pedro Demo fala sobre educação pela pesquisa, disponível 
na internet.
A pesquisa nesse contexto é o “fundamento de toda e qualquer ciência; sem pesqui-
sa não existe ciência”; assim, a finalidade da pesquisa é o desenvolvimento e transfor-
mação da sociedade. Segundo a autora citada, muitos alunos se envolvem na ação 
investigativa e trazem grandes achados científicos e tecnológicos no Brasil e no mun-
do. Além disso, ela serve para enriquecer o conhecimento do discente sobre determi-
nado tema. Deve-se questionar se tais finalidades são alcançadas durante o processo 
de pesquisa; para isso, você é convidado a realizar uma reflexão crítica acerca do pro-
cesso de pesquisa no cotidiano escolar.
Alguns autores apontam que a pesquisa é “um elemento problematizador”. Diante 
desse contexto reflita: o que faz um professor que tem a sua formação ainda em ba-
ses tradicionais promover uma transformação em seus alunos? E se a ação docente 
for baseada na “transmissão do conhecimento e na quantidade de informações”, o 
que motiva esse professor a desenvolver em seu aluno habilidades e competências 
que vão além de seu arcabouço teórico e pedagógico?
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SUMÁRIO
FIGURA 3 - FORMAÇÃO DOCENTE
Fonte: SHUTTERSTOCK, 2018.
Para responder a esses questionamentos, Costa (1999, p. 19) afirma que se faz neces-
sária uma constante atualização dos professores diante de sua prática pedagógica 
“a fim de que saia da qualidade de ministrador de aulas”; para isso ocorrer, deve se 
tornar um pesquisador de sua ação, buscar teorias e investigar a própria prática, man-
tendo “um diálogo inteligente com a realidade”. Assim:
A partir do momento em que o professor passar a (re)construir seu próprio 
projeto pedagógico; seus próprios textos científicos; seus próprios materiais 
didáticos, adaptados para cada turma; inovar sua prática didática; recuperan-
do, constantemente, sua competência sem necessitar recorrer a “receitas” que 
não levam em consideração a particularidade de cada turma e série, verifica-
mos que a proposta de Demo de se educar pela pesquisa possui suas valida-
ções (COSTA, 1999, p. 20).
Nesse sentido, a busca por pesquisas direcionadas à prática pedagógica favorece a 
formação docente; dito de outra forma, “a relevância da dimensão da pesquisa na 
prática pedagógica docente tende a contribuir para a formação de um professor 
competente, ainda na graduação” (COSTA, 1999, p. 20), que não se limite apenas a 
transmitir o conhecimento, mas que busque apreender sua ação a fim de alterar e 
transformar sua prática.
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Para saber um pouco mais sobre a construção do conhecimento no cotidia-
no escolar e a atualização docente, você pode ler o livro A cabeça bem-feita: 
repensar a reforma, reformar o pensamento, do autor Edgar Morin, dispo-
nível na internet.
Corroborando com a ideia de Costa, Delors (2001) apresenta quatro pilares educacio-
nais para se desenvolver habilidades e competências no cotidiano escolar; são eles; (i) 
aprender a conhecer, (ii) aprender a fazer, (iii) aprender a conviver e (iv) aprender a ser. 
Eles direcionam o aprendizado à “realização do ser humano, alcançada pela media-
ção e pela ação concreta qualificada pelos conhecimentos” (ARAÚJO, 2010, p. 9-10).
FIGURA 4 - PILARES DA EDUCAÇÃO
Os quatro
pilares da
educação
Aprender a
conhecer
fazer
conviver
ser
Fonte: Elaborado pela autora.
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Essa indicação de pilares volta-se para o efetivo desenvolvimento do ser humano atra-
vés da mediação e da qualificação dos conhecimentos. Nesse contexto, a “pesquisa 
na escola é válida, desde o acompanhamento do professor de todo o processo de 
construção do conhecimento até o resultado final”, e não se restringe apenas à ação 
de busca do aluno.
Para compreender um pouco mais sobre os quatro pilares da educação, 
você pode ler o texto Educação: um tesouro a descobrir. Relatório para a 
UNESCO da Comissão Internacional sobre Educação para o século XXI, dis-
ponível no site da UNESCO. 
Vale destacar também que a atuação do docente se torna determinante nesse pro-
cesso, conforme afirma Araujo (2010, p. 11):
A pesquisa, sendo compreendida como espaço para a construção de conhe-
cimento novo, fundamentada no questionamento e na investigação, favorece 
o crescimento do indivíduo, tornando-o crítico e historicamente situado. Para 
isso, o professor tem que ser um profissional atuante, planejar as intervenções 
com precisão e organização em todas as etapas de desenvolvimento do pro-
cesso de pesquisa (ARAÚJO, 2010, p. 11).
Conforme explicitado, o planejamento docente é fundamental para a efetivação de 
novos conhecimentos. Assim, “cabe ao professor preparar questionamentos para faci-
litar a atividade de pesquisa do aluno. Para isso, o professor precisa de conhecimentos 
teóricos que o ajudem a preparar questões dirigidas ao aluno” (ARAÚJO, 2010, p. 17).
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FIGURA 5 - CONHECIMENTO X PROFESSOR
Fonte: SHUTTERSTOCK, 2018.
Infere-se que o professor, nesse contexto, comanda o processo de construção do co-
nhecimento. Ele possui aportes teóricos, prática pedagógica e conhecimento siste-
mático acerca da aprendizagem. Posto isso, entende-se que a reflexão crítica diante 
da pesquisa no cotidiano escolar perpassa não somente pela ação de pesquisa reali-
zada pelos alunos, mas, também, pela sua forma concreta de desenvolvimento e aná-
lise da ação docente diante desse processo. Espera-se suscitar o debate para que a 
pesquisa seja um método transformador de conhecimento e da prática pedagógica.
1.1.1 A PRÁTICA PEDAGÓGICA E A DIDÁTICA
A terminologia didática deriva da língua grega didaktiké e, em português, está re-
lacionada à arte de ensinar, o que sem dúvida se torna um dos maiores desafios do 
professor no processo de aprendizagem. A didática estabelece uma relação entre a 
teoria e a prática pedagógica e torna-se fundamental para que a aprendizagem do 
aluno se concretize. Assim:
A didática está intrinsecamente relacionada ao ato pedagógico composto 
pela aliança tríplice indissociável entre o planejamento, a execução e a avalia-
ção, possibilitando a apropriação de ações e modos de agir e pensar a prática 
pedagógica (LUCKESI, 2011 apud SOUZA; SANTO, 2013).
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Diante disso, a ação docente é determinante para todo o processo de desenvolvimen-
to e aplicação da didática dentro da sala de aula. Dessa forma, você pode perceber 
que essa “ação didática ocorre na relação ensino e aprendizagem” e para possibilitar 
uma “melhor compreensão e aplicação, são necessários subsídios teóricos e práticos, 
pois, ao tratar da ação docente a didática compreende também métodos que suge-
rem organização de estratégias para o ensino” (SOUZA; SANTOS, 2013, p. 69).
FIGURA 6 - ENSINAR
Fonte: SHUTTERSTOCK, 2018.
Corroborando com essa ideia, Pura (2000) citado por Toniazzo (2009) apresenta o 
conceito de didática da seguinte forma:
[...] Didática prática é aquela vivenciada pelos professores nas escolas a partir 
do trabalho prático em sala de aula, dentro da organização escolar, em re-
lação com as exigências sociais. Esta não tem por compromisso comprovar 
os elementos teóricos estudados em livros ou experimentados em laborató-
rios, mas tem em vista o aluno, seus interesses e necessidades práticas (PURA, 
2000 apud TONIAZZO, 2009).
Compreende-se então que os procedimentos ligados à didática na ação pedagógica 
indicam uma sistematização de táticas para a aplicação do ensino. Nesse contexto, 
Martins (2006, p. 40) afirma que o docente, ao realizar uma ação “para desenvolver o 
processo de ensinar, não está trazendo para a sua sala de aula apenas técnica, mas 
toda uma teoria que a sustenta”. Veja no exemplo como isso ocorre!
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Tente se lembrar do início de sua escolarização. Houve algum professor que 
marcou você de forma positiva? Esse com certeza tinha uma maneira e uma 
forma de ensinar que favoreceu o seu aprendizado. Então, isso também pode 
acontecer ao contrário; muitos alunos – e até você – devem ter tido um pro-
fessor que possuía muito conhecimento, que entendia tudo, mas, na hora 
de ensinar, não conseguia ser assertivo. E você pode até pensar que ele não 
sabia como ensinar, embora soubesse o conteúdo. Pois bem, situações como 
essa são mais comuns do que imaginamos e, infelizmente, o cotidiano esco-
lar está cheio de professores que não possuem uma boa didática no ensino. 
Diantedo exemplo, você pode perceber que desenvolver uma ação docente que 
abranja a didática não é tarefa das mais fáceis, não é mesmo?! O que se espera de 
um docente é uma prática didática que favoreça o aprendizado, que seja inovadora 
e ainda que estabeleça uma mediação entre a teoria e prática pedagógica (SOUZA; 
SANTOS, 2013, p. 69). Os desafios, porém, são diversos, e o ambiente escolar está sus-
ceptível a mudanças sociais, econômicas e políticas que afetam o cotidiano escolar e 
sua realidade.
FIGURA 7 - PROFESSOR X DIFICULDADES NA ROTINA ESCOLAR
Fonte: SHUTTERSTOCK, 2018.
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Nesse contexto, percebe-se que o docente é julgado a ser um professor ruim sim-
plesmente por não conseguir driblar as dificuldades existentes na rotina escolar. La-
mentavelmente, Souza e Santos (2013, p. 69) apontam que “a falta de compreensão 
dos elementos necessários para a implementação da prática docente é muitas vezes 
a chave do problema para que a ação do professor não contribua para melhoria do 
ensino e da aprendizagem”.
Por tudo isso, alguns autores chegam a afirmar que a disciplina de “didática é uma 
das mais importantes na formação” acadêmica de um curso de licenciatura. Aqui, 
porém, se vai além; Malheiros (2012) afirma que “a didática é uma disciplina funda-
mental na formação de qualquer professor”.
FIGURA 8 - DIDÁTICA
Formação de professores Cursos de licenciatura
Disciplina mais importante:
Didática
Fonte: Elaborado pela autora.
Segundo Cruz e Andre (2014), “a formação de professores, em especial a formação 
específica para o processo de ensinar, objeto da Didática, tem se dado de forma des-
contextualizada da escola”. Isso ocorre por não se desenvolver nos futuros licenciados 
e docentes o que ensinar e como ensinar.
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O que se percebe também é que, quando existe um planejamento das ações do 
ensino, muitas vezes ele acaba sendo ignorado no decorrer do ano letivo. Assim, é 
comum que os docentes se sintam donos de suas ações e que eles mesmos definam 
o plano de ensino que será usado. Dessa forma, fica um alerta: quando um profes-
sor está “agindo não precisa se preocupar em pensar a ação, e isso reduz bastante a 
possibilidade de descobrir erros antes que seja tarde demais” (FERREIRA, 1983, p.18). 
FIGURA 9 - PROFESSORA E AÇÕES DIDÁTICAS
Fonte: SHUTTERSTOCK, 2018.
Vale ressaltar também que, durante o planejamento das ações didáticas dentro do 
cotidiano escolar, quem se preocupa e quem planeja as ações pedagógicas:
Tem maior probabilidade de proporcionar ao educando apropriados métodos 
para o aprendizado e, aos professores, a possibilidade do desenvolvimento das 
competências necessárias para implementar as ações requeridas. No entanto, 
na maioria das escolas, as ações didáticas e pedagógicas, quando planejadas, 
são frequentemente realizadas no final de cada bimestre, conforme o modelo 
preconizado pelo livro adotado pela escola, usualmente descontextualizado 
com a realidade escolar (SOUZA; SANTOS, 2013, p. 70).
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Além disso, o que pode acrescentar certa dificuldade “à prática didática é a pouca 
reflexão no ambiente escolar da correlação das teorias educacionais com a prática 
pedagógica” (SOUZA; SANTOS, 2013, p. 70). Dessa forma, Pura (2000) citado por To-
niazzo (2009) afirma que a prática didática enfrenta vários desafios para que seja 
efetivamente realizada, ou seja:
A prática cotidiana dos professores se contrapõe aos pressupostos teóricos 
da Didática teórica, pois o professor não participa, na maioria das vezes, da 
elaboração dos objetivos que irá perseguir. Os objetivos educacionais são pre-
viamente definidos no plano curricular da escola, por uma equipe de especia-
listas, sem a participação do professor que os recebe, em pequenas (grandes) 
doses bimestrais, em forma de tarefa a ser cumprida (PURA, 1989, p. 21 apud 
TONIAZZO, 2009, p. 62).
Essas situações inviabilizam uma melhora progressiva do sistema de ensino e da 
aprendizagem. Quando um professor toma para si uma opção didática, ele pode de-
terminar qual a ação eficaz diante do “que” e “para quem” ele ensinará. Nesse sentido:
O professor deve propor ações didáticas para dinamizar o processo de ensino 
e aprendizagem, buscando articular os conteúdos curriculares com o universo 
em que os alunos estão inseridos, de maneira motivadora e autônoma, visan-
do tornar o aprendizado o mais independente possível. Eyng (2007, p. 123) 
esclarece que “cabe ao professor a tarefa de respeitar seu aluno considerando 
seus interesses e necessidades, expectativas e motivações” (SOUZA; SANTOS, 
2013, p. 70).
Dessa forma, as principais ações do professor devem se estabelecer no cotidiano de 
sua prática, tornando-a importante para que haja uma análise crítica das ações pe-
dagógicas diante dos avanços e das dificuldades enfrentadas. Assim, segundo Souza 
e Santos (2013, p. 71), o profissional de pedagogia deve “continuamente refletir sobre 
nosso papel em contribuir para uma aprendizagem significativa de alunos, buscando 
utilizar técnicas didáticas fundamentadas numa proposta pedagógica coerente”.
Diante do exposto, fica a reflexão de que o professor é peça-chave em grande parte 
do processo de aprendizagem do aluno, e as ações desempenhadas em seu cotidia-
no escolar refletirão na aprendizagem dos alunos, seja esta positiva ou não.
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1.2 A DIDÁTICA E O PROFESSOR EM SALA DE AULA
Entendendo que didática é um processo mediado pelo processo e necessita de ou-
tros atores envolvidos, Toniazzo (2009, p. 70) afirma que:
[...] a “Didática” é a parte da pedagogia que se ocupa dos métodos e técnicas 
de ensino destinado a colocar em prática as diretrizes da teoria pedagógica e 
também estuda os processos de ensino aprendizagem. O educador Jan Amos 
Komenský, conhecido por “Comenius”, reconhecido como o pai da “Didática 
Moderna” e um dos maiores educadores do século XVII proporcionou aos pro-
fissionais de educação meios eficazes para transmitir conhecimentos a seus 
alunos. De acordo com estudos, os elementos da ação didática são professo-
res, alunos, disciplina, contexto da aprendizagem e estratégias metodológicas 
(TONIAZZO, 2009, p. 70).
Nesse sentido, temos a concepção de que o professor é mediador do processo de 
aprendizagem, mas que este não pode apenas transmitir o conhecimento, ele deve 
direcionar a sua pratica pedagógica e a didática a conduzir o aluno “a ter profundo 
interesse na efetividade da aprendizagem, objetivo derradeiro de suas práxis”. Ou 
seja, com tais procedimentos, a ação pedagógica desse professor e “a prática didática 
precisa[m] ser vivenciada[s] pelos professores como um instrumento que possibilite 
uma educação com elevado nível de qualidade” (SOUZA; SANTOS, 2013, p. 71).
Dessa forma, Toniazzo (2009) apresenta pressupostos básicos que garantem uma 
melhora na educação e na aprendizagem por meio de uma ação didática, como, por 
exemplo:
Didaticamente falando, é provado que uma aula dinâmica, aparentemente informal 
e descompromissada com livros didáticos e roteiros, com certeza renda muito mais 
e gere resultados positivos do que uma aula formal. Nesse prisma, entende-se que os 
resultados didáticos devem se afastar do convencional e da enfadonha sala fechada 
e buscar ambientes descontraídos (TONIAZZO, 2009, p. 67).
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SUMÁRIO
FIGURA 10 - AULA DINÂMICA
Fonte: SHUTTERSTOCK, 2018.
O que se percebe é que o emprego de metodologias didáticas baseadas na educa-
ção lúdica pode colaborar – expressivamente – e tornar o processo de ensino-aprendi-
zagem agradável. Assim, deve-se refletir que implantar uma ludicidade não se refere 
apenas a utilizar jogos ou brinquedos; o que traduz uma aula lúdica é a interação e o 
meio em que se apresentam os conteúdos aos alunos, evitando a típica exposição de 
conhecimento que é tradicional e maçante à turma.
A “prática pedagógica fundamentada na ludicidade relaciona-se com a pos-
tura mediadora entre professor e alunos proporcionada pela arte e magia do 
ensinar e aprender” (SOUZA; SANTOS, 2013, p. 70).
Vale ressaltar que alguns professores são contra a utilização de uma didática mais 
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lúdica e atrativa aos alunos, como, por exemplo: 
Existe rejeição de alguns profissionais de educação que consideram desne-
cessário, educar ou ensinar o aluno por meio de formas diferenciadas do cha-
mado “método tradicional”. Dizem, até que é perda de tempo, uma análise 
prematura e sem consistência (TONIAZZO, 2009, p. 68).
Entende-se, segundo o autor citado, que compete à instituição escolar e ao docente 
utilizar a didática como intermediária da ação pedagógica. Na atualidade, são ina-
ceitáveis metodologias de ensino reguladas no ensino clássico habitual e tradicio-
nal, porque as transformações da sociedade incentivaram novas ferramentas para se 
construir o conhecimento cognitivo.
No entanto, como pode o professor se apoiar em boas práticas pedagógicas com 
auxílio da didática? Segundo Toniazzo (2009), isso é possível se os professores se pre-
pararem e aperfeiçoarem para construir novas habilidades e conhecimentos em sua 
prática pedagógica, buscando cursos e leituras complementares. O autor também 
relaciona essa busca a cinco requisitos técnicos, como: 
a) Estrutura e funcionamento do Ensino Superior – o professor deve ser capaz 
de estabelecer relações entre o que ocorre em sala de aula com processos e 
estruturas mais ampla. Isto implica a análise dos objetivos a que se propõe o 
ensino universitário brasileiro, bem como dos problemas que interferem em 
sua concretização. E exige conhecimentos relativos à evolução histórica das 
instituições e à legislação que as rege. b) Planejamento de Ensino – a eficiência 
na ação docente requer planejamento. O professor precisa ser capaz de prever 
as ações necessárias para que o ensino a ser ministrado por ele atinja os seus 
objetivos. Isto exige preparação de plano de disciplina eficaz. c) Psicologia da 
aprendizagem - o que o professor espera de seus alunos é que aprendam. Que 
o conhecimento de Psicologia possa ser muito útil, pois esclarecem acerca 
dos fatores facilitadores da aprendizagem. d) Métodos de Ensino – A moderna 
pedagogia dispõe de inúmeros métodos de ensino. O professor deve conhe-
cer as vantagens e limitações de cada método e utilizá-los nos momentos 
adequados. e) Técnicas de Avaliação – Não se pode conceber ensino sem ava-
liação no final do curso, mas também a avaliação formativa, que se desenvolve 
ao longo do processo letivo e que tem por objetivo facilitar a aprendizagem 
(TONIAZZO, 2009, p. 68-69).
As instituições escolares não podem abandonar a busca por novos significados das 
práticas educadoras. Essas devem pautar-se em direcionar a melhora da ação e do 
ensino. Contudo, excepcionalmente, tal obrigação é rotineiramente descuidada à 
comunidade educativa por causa do cotidiano escolar e das “demandas que os sis-
temas educativos impõem às escolas, sobrecarregando docentes e gestores. No en-
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SUMÁRIO
tanto, devemos reconhecer que é inconcebível uma dicotomia entre os pressupostos 
didáticos e a prática” (SOUZA; SANTOS, 2013, p. 70). O professor, nesse caso, interagirá 
com o conhecimento pedagógico, com seus discentes, metodologias de ensino, cur-
rículos, avaliações e outros artifícios que formam a rotina e o contexto escolar.
Dessa forma, Toniazzo (2009, p. 69-70) apresenta quatro características particulares 
da aprendizagem: 
O começo da aula, a organização das atividades; a interação do professor com 
seus alunos e a avaliação da aprendizagem. É preciso saber motivar para a 
aprendizagem escolar, que não é tarefa fácil. Saber motivar implica ter presen-
tes tanto no contexto da aprendizagem mais próximas com os mais distantes 
desde o espaço físico até a familiar (TONIAZZO, 2009 p. 69-70).
Para saber um pouco mais sobre a ação didática do professor, você pode 
assistir ao vídeo A didática do professor na aprendizagem - Jornal Futura - 
Canal Futura, disponível na internet.
Assim, entende-se que didática e pedagogia estão inter-relacionadas como metodo-
logias de ensino e baseiam-se em ações de como ensinar e qual a melhor forma para 
tal objetivo. Ressalta-se ainda a importância de professores conviverem com a teoria 
e prática, em uma busca constante de aperfeiçoamento para levar aos discentes e 
a toda a comunidade escolar processos de aprendizagem mais lúdicos, favoráveis e 
menos maçantes. 
O que se espera, no entanto, é que essa busca de qualidade não seja apenas dire-
cionada à ação docente, mas às instituições como um todo e, sobretudo, ao sistema 
educacional que delimita regras, mas que deve empenhar-se para proporcionar seu 
cumprimento da melhor forma.
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CONCLUSÃO
Nesta unidade, você foi capaz de compreender a contribuição da pesquisa no coti-
diano escolar, bem como identificar críticas e reflexões sobre a utilização de pesqui-
sas como ferramentas pedagógicas no ensino e também como fonte de investigação 
da qualificação e da ação docente.
Foram apresentados os conceitos de didática diante da prática pedagógica a fim de 
compreender como se dão essa relação e a sua importância no processo de apren-
dizagem. Além disso, você foi capaz de compreender metodologias e abordagens 
fundamentais para se garantir uma boa prática pedagógica. 
Nesse contexto, identifica-se a importância de entender que a ação docente é um 
ato principal no processo de educação e, quando esse ato está aliado a outras estra-
tégias pedagógicas voltadas para a melhoria e qualidade do ensino, o aluno se torna 
o principal beneficiado nesse processo e terá assim um maior aproveitamento de seu 
ensino. Você, porém, deve compreender que a essa ação docente lúdica não pode 
ser cobrada apenas do professor; as instituições escolares têm total participação na 
busca contínua de manter a qualidade do ensino e da aprendizagem.
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SUMÁRIO
OBJETIVO 
Ao final desta 
unidade, 
esperamos 
que possa:
> Descrever os movimentos históricos 
e seu envolvimento com as questões 
epistemológicas na educação escolar.
> Identificar e explicar as diferentes 
abordagens do conhecimento no 
espaço escolar.
> Definir o conceito de 
interdisciplinaridade.
> Identificar procedimentos didáticos que 
conduzam à interdisciplinaridade.
> Criar práticas pedagógicas 
interdisciplinares para melhor 
compreensão da abordagem teórica.
UNIDADE 2
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2 INTERDISCIPLINARIDADE: 
ANÁLISE, REFLEXÃO E 
CRÍTICA 
A interdisciplinaridadeé um movimento que fomenta desenvolver um trabalho na 
escola de forma mais integrada, ou seja, um trabalho focado na promoção da integra-
ção dos conteúdos das disciplinas. Não significa extinguir as disciplinas do currículo, 
mas, sim, permitir brechas em suas fronteiras para que haja comunicação entre elas. 
Esse movimento promove um saber crítico e reflexivo acerca do conhecimento que 
transita na escola, pois o diálogo disciplinar traz uma compreensão mais sólida acer-
ca da realidade. 
É interessante compreender seus aspectos históricos e filosóficos, pois a escola é mais 
uma instituição que prima por essa promoção, mas não é a única. Pensar sobre os 
fundamentos que levaram ao movimento interdisciplinar na escola significa enten-
der o “porquê” de promover práticas interdisciplinares. Promover as práticas interdis-
ciplinares, portanto, não é um mero modismo.
Para a implantação de tal movimento nas escolas, é preciso modificar a forma de 
pensar o conhecimento presente no currículo escolar para, então, colocar em prática 
estratégias didáticas para que se possa desenvolver tal perspectiva, como, por exem-
plo, trabalhando com temas transversais, como já recomendado pelos Parâmetros 
Curriculares Nacionais.
Assim sendo, acompanhe, nesta unidade, os fundamentos, os conceitos e a articula-
ção teórico-prática da promoção da interdisciplinaridade nos espaços escolares.
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SUMÁRIO
2.1 INTERDISCIPLINARIDADE: FUNDAMENTOS, 
CONCEITO E PERSPECTIVA CURRICULAR
2.1.1 FUNDAMENTOS HISTÓRICOS E FILOSÓFICOS
É na origem da escola moderna que encontramos os pilares do currículo organizado 
por disciplinas. Mas que escola moderna é essa? Por que organizou o conhecimento 
dessa forma? 
A escola que conhecemos é uma invenção da idade moderna que podemos enqua-
drar entre os séculos XV e XVIII, aproximadamente. É uma instituição que foi criada 
fundamentada nos alicerces burgueses, segmento financiador dos novos saberes, ou 
melhor, dos saberes científicos. Veja um pouco sobre essa história, pois voltar às ori-
gens da significação humana do conhecimento é resgatar a história do saber.
Na Idade Moderna, novos rumos são tomados a partir do Renascimento Cultural e 
Científico, do advento da classe burguesa e do fim da Idade Média. O conhecimento 
deixa de ser religioso, ou seja, o teocentrismo é deixado de lado e uma nova visão de 
mundo é inserida, a visão antropocêntrica, colocando o próprio homem no centro 
para a explicação dos fatos e das coisas. Nesse contexto racionalista, surge o filósofo 
René Descartes. O termo “cartesianismo” é criado justamente por estar associado a 
“Descartes”. Descartes, ao privilegiar a razão, considerando-a como base de todo o co-
nhecimento, criou um método denominado “método científico de conhecimento”, 
que era rigoroso e uma das etapas do método consistia em colocar o conhecimento 
em porções cada vez menores, com o intuito de dominar o objeto de conhecimento 
por completo. Com essa ideia sobre o conhecimento, já pode-se sinalizar que, a partir 
daí, o conhecimento passa a ser fragmentado, organizado em porções menores para 
que o homem possa explicar todos os fenômenos envolvidos.
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FIGURA 11 - RENÉ DESCARTES
Fonte: SHUTTERSTOCK, 2018.
René Descartes nasceu na França e foi um dos principais pensadores do racionalis-
mo, considerado, portanto, como pai da filosofia moderna. Sua famosa frase “Penso, 
logo existo” simboliza sua filosofia, baseada no método científico. O método científico 
se justificava nas dúvidas. Se houver dúvida, esta deve ser rejeitada, para que o ho-
mem a comprove cientificamente, pois Descartes valorizava o sujeito pensante. Nessa 
direção, Descartes propõe um método racional como forma de alcançar a verdade 
científica.
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Para atender aos anseios da sociedade burguesa e, obviamente, legitimar o lugar 
ocupado por ela, surge a escola moderna, bem parecida com a nossa: professor, alu-
no, sala de aula, disciplinas. Sim, disciplinas!!! Que refletem a concepção cartesiana 
oriunda do pensamento racionalista, constituindo “pacotes” de conhecimento que 
farão parte do currículo a ser transmitido pela escola. Falamos aqui de transmissão 
porque, a princípio, o que teremos predominantemente para reproduzir o sistema 
é a pedagogia tradicional, aquela cujo professor é o detentor do conhecimento e o 
aluno o mero receptor desse conhecimento. A transmissão do conhecimento, nessa 
concepção, dá-se por memorização, colocando o aluno na condição de passividade.
Esse currículo disciplinar predominou por séculos e séculos e ainda é predominante 
em várias instituições escolares, manifestando-se de diversas formas.
Resgate suas memórias escolares. Com certeza, você se identificará com estes 
exemplos: a grade do horário de aulas por disciplinas, em que cada tempo 
de aula é dedicado, exclusivamente, para os conteúdos de uma determinada 
disciplina; os cadernos escolares, cuja organização é dividida em matérias; o 
livro didático, que comporta só os conhecimentos de uma determinada área 
do conhecimento.
Provavelmente, você frequentou a escola nesses moldes e conhece muito bem o cur-
rículo disciplinar. Acontece que a visão fragmentada do conhecimento nos dá a visão 
das partes, e não do todo. A escola transmite os conhecimentos “empacotados” ou 
“engavetados” e deposita nas cabeças dos alunos.
A superação desse hiato é a proposta da sociedade atual, não somente da escola. 
Essa superação é necessária porque não envolve apenas os saberes escolares, envolve 
a filosofia de vida de toda uma sociedade, que reflete, essencialmente, no predomí-
nio egoísta de ações individualistas do que na articulação das individualidades den-
tro da coletividade, ou seja, somos parte de um todo.
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2.2 AS ABORDAGENS DO CONHECIMENTO
Nesse processo de fragmentação, integração e desfragmentação do conhecimento, 
a escola, ao longo dos tempos, tem realizado algumas tentativas de reorganizar os 
saberes escolares. Gradativamente, foi tentando formas diferenciadas, até paradoxais, 
de organizar esse conhecimento. Veja essas abordagens.
2.2.1 ABORDAGEM MULTIDISCIPLINAR
É o nível mais inferior de organização do conhecimento porque busca a participação 
de várias disciplinas, sem haver a integração entre elas. Por exemplo, é muito comum 
encontrar em algumas instituições uma equipe multidisciplinar. Esse tipo de equipe 
é formado por profissionais de várias áreas, cada qual com sua colaboração para uma 
determinada questão, ou seja, o objetivo é comum, mas cada área tem seu grau de 
participação.
FIGURA 12 - REPRESENTAÇÃO DA ABORDAGEM MULTIDISCIPLINAR
Objeto de
conhecimento
Disciplina
1
Disciplina
3
Disciplina
2
Fonte: Elaborado pela autora.
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Nessa abordagem, as disciplinas apenas fornecem o seu grau de participação e não 
se comunicam entre si. Com isso, o objeto de conhecimento é visto com ângulos di-
ferentes, ou melhor, sob pontos de vista distintos.
2.2.2 ABORDAGEM PLURIDISCIPLINAR
Nesta abordagem, já se busca a cooperação entre as disciplinas, pois existe uma jus-
taposição de disciplinas mais ou menos próximas, oriundas de campos de saberes 
semelhantes, como demonstrado na figura a seguir.FIGURA 13 - REPRESENTAÇÃO DA ABORDAGEM PLURIDISCIPLINAR
História Filosofia Sociologia
Objeto de 
conhecimento
Fonte: Elaborado pela autora.
No Ensino Médio, é muito comum disciplinas próximas se unirem; por vezes, o mes-
mo professor é o responsável por essas disciplinas, como é o caso de química e física, 
português e literatura etc. É por intermédio dessa semelhança que as disciplinas en-
tram em regime de cooperação, um passo para que haja a integração mais ampla, 
portanto, não deixa de ser um caminho para a interdisciplinaridade.
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2.2.3 ABORDAGEM INTERDISCIPLINAR
Na abordagem interdisciplinar, o trabalho pedagógico é guiado por atividades que 
têm intenção de promover interação entre as disciplinas.
FIGURA 14 - REPRESENTAÇÃO DA ABORDAGEM INTERDISCIPLINAR
Questão
Problema
Disciplina
2
Disciplina
3
Disciplina
1
Disciplina
4
Fonte: Elaborado pela autora.
Até aqui você pôde entender que a contestação que tem-se à disciplinaridade vai 
muito além do campo escolar, porque, filosoficamente, necessita-se ver pessoas 
como parte de um todo, seja este toda a comunidade, a cidade, o país, o planeta, o 
Universo. Somos Unidade na diversidade, como na reflexão abaixo no poema de Ma-
ria Elisa de M. P. Ferreira, citada por Ferreira (2011, p. 11).
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Perceber-se interdisciplinarÉ sentir-se componente de um todo.
É saber-se filho das estrelas,
Parte do Universo e um Universo à parte...
É juntar esforços na construção do mundo,
Desintegrando-se no outro, para, com ele,
Reintegrar-se no novo...
É ter consciência de que a Natureza o gerou:
De que é fruto dela, jamais seu senhor...
É saber que a Humanidade terrena surgiu de uma Evolução,
E que, talvez, não seja ela única no espaço sideral...
É saber que a liberdade está em afirmar-se integrando-se,
Que o crescer histórico consente em ser retardado,
Nunca eternamente impedido...
É reconhecer no “Uni-verso”, “unidade na diversidade”
E estar consciente de que o evoluir é lei geral...
É saber que, etimologicamente, “mundus” é pureza
E (quem sabe?) encontrar a paz interior...
Pois,
“Quando a mente é perturbada,
produz-se a multiplicidade das coisas;
Quando a mente é aquietada,
A multiplicidade das coisas desaparece.”
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Você, eu, o mundo! Todos nós precisamos nos perceber interdisciplinares, compreen-
dendo que as ações realizadas, enquanto parte de um todo, afetam esse todo. A nos-
sa identidade terrena é que nos conduz a uma consciência mais planetária, em que 
a integração dos saberes produzidos pela humanidade estaria a favor de tudo e de 
todos, direcionando ações para o bem coletivo, como já diria o filósofo Edgar Morin.
FIGURA 15 - EDGAR MORIN
Fonte: SHUTTERSTOCK, 2018.
Edgar Morin é o filósofo da reforma do pensamento. É um estudioso francês, considera-
do o “pai da complexidade”. Em sua filosofia, defende a interligação de todos os conhe-
cimentos. Sua obra mais famosa é “Os setes saberes necessários à educação do futuro”.
Perceber-se interdisciplinar é o primeiro passo para ir ao encontro de práticas peda-
gógicas interdisciplinares. Objetivamente, você já compreendeumos que a interdisci-
plinaridade é o movimento de integração entre as disciplinas. O termo interdiscipli-
naridade já é suficientemente autoexplicativo.
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SUMÁRIO
FIGURA 16 - CONHECIMENTO INTERDISCIPLINAR
Fonte: SHUTTERSTOCK, 2018.
É possível tornar a aprendizagem mais contextualizada quando se parte do entendi-
mento de que é necessário unir as partes (disciplinas) para formar o todo (conheci-
mento de forma ampla). 
Desta maneira, práticas de ensino baseadas na interdisciplinaridade propi-
ciam a formação de alunos e alunas mais aptos a enfrentar questões contex-
tualizadas, que transcendem os limites de uma única disciplina. A partir da 
proposição de uma situação-problema ou questão orientadora, o aluno estará 
mais motivado para aprender, estará diante de uma situação que se aproxima 
muito mais da realidade por ele vivida (RAMAL; SANTOS, 2012, p. 72).
Há, geralmente, uma questão orientadora ou um problema que necessita da comu-
nicação entre as disciplinas. A partir disso, o aluno se sente mais motivado a aprender, 
pois há uma contextualização do ensino. Um exemplo pedagógico, muito comum 
hoje em dia, que ilustra a interdisciplinaridade é o trabalho por projetos. Num pro-
jeto, há um tema oriundo de uma problematização e o aluno se torna um pesquisa-
dor que buscará, nas áreas dos conhecimentos, respostas para o seu problema. Já as 
disciplinas se unem como propostas conjuntas que colaborem com essas respostas.
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2.2.4 ABORDAGEM TRANSDISCIPLINAR
A abordagem transdisciplinar transcende a concepção de conhecimento “empaco-
tado”, ou seja, não admite a organização disciplinar, pois, nessa concepção, romper-
-se-ia com todas as barreiras do conhecimento. É o nível mais superior sobre o pen-
samento acerca da organização do conhecimento.
FIGURA 17 - REPRESENTAÇÃO DA ABORDAGEM TRANSDISCIPLINAR: TEIA DO 
CONHECIMENTO.
Fonte: SHUTTERSTOCK, 2018.
É muito complexo colocar em prática essa abordagem, pois desenvolver a prática pe-
dagógica transdisciplinar significa repudiar qualquer vestígio de fragmentação do co-
nhecimento, quando, na verdade, nossos pensamentos, ideias e organização curricular 
são reféns da disciplinaridade. Mas já existem algumas escolas que buscam a transdis-
ciplinaridade, baseando o trabalho em oficinas, experiências e laboratórios, aproximan-
do o ser humano da natureza, não dispondo o conhecimento em disciplinas.
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2.3 CURRÍCULO E INTERDISCIPLINARIDADE
A palavra currículo tem origem no latim (curriculum), que significa percurso, carreira, 
ato de correr. Abrange também a forma de fazer e o que ocorre no percurso efetua-
do. Comumente, entende-se por currículo o elenco das disciplinas ou matérias pela 
escola, chamado de grade ou matriz curricular.
O currículo escolar apresenta várias concepções e está diretamente relacionado às 
necessidades de determinada sociedade num dado momento histórico. Na escola 
tradicional, por exemplo, o currículo significou uma relação de disciplinas (os “paco-
tes” já mencionados) com conhecimentos organizados hierárquica e sequencialmen-
te, como se fossem gavetas, uma sobre a outra, na cabeça do aluno.
O filósofo Edgar Morin, ao falar da teoria da complexidade, busca a diferenciação 
entre a “cabeça cheia” e a “cabeça bem-feita” e afirma que a escola geralmente se 
baseia em princípios tradicionais. Nesse sentido, o aluno é apenas um repositório de 
conhecimento, o acumulando, sem muito saber o que fazer com esse conhecimento 
acumulado, legitimando limitações ao currículo e tornando-o meramente conceitual. 
Opondo-se à “cabeça cheia”, Morin propõe que seja desenvolvida a ideia da “cabeça 
bem-feita”, que consiste no uso dos saberes para a vida, a sociedade, o mundo, o pla-
neta. Isso significa um currículo mais pragmático e próximo à realidade das pessoas.
O currículo significa muito mais do que o “conteúdo” a ser aprendido, pois engloba 
toda a vida escolar do aluno:um conjunto de experiências, vivências e atividades de 
aprendizagem (incluindo as disciplinas) oferecidas pela escola. É a trajetória.
Nesse sentido, busca-se um currículo mais integrado (Santomé, 1998) baseado em 
experiências cognitivas, afetivas, sociais e culturais. Um currículo capaz de trabalhar 
o local e o universal, ao mesmo tempo, interdisciplinar, dentro de uma concepção 
pós-moderna, capaz de propiciar ao aluno ferramentas para se situar no mundo em 
que vive, criticando e participando de sua transformação.
2.3.1 TRANSVERSALIDADE E INTERDISCIPLINARIDADE
A transversalidade relaciona-se à constituição prática de um projeto curricular inter-
disciplinar. Pensando no significado da palavra transversal, temos que imaginar uma 
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reta que atravessa outras retas. Quando atravessa duas retas ou mais, fixa pontos que 
provocam a união dessas retas, conforme a imagem a seguir.
FIGURA 18 - UNIÃO POR MEIO DE UMA RETA TRANSVERSAL
Fonte: Elaborado pela autora.
Percebe-se, assim, que a transversalidade é algo que se aplica “comum” em todas 
as disciplinas e, quando aplicada, provoca movimentos interdisciplinares, ou seja, a 
transversalidade é uma estratégia didática para a promoção da interdisciplinaridade 
na escola.
Ambas — transversalidade e interdisciplinaridade — se fundamentam na 
crítica de uma concepção de conhecimento que toma a realidade como um 
conjunto de dados estáveis, sujeitos a um ato de conhecer isento e distan-
ciado. Ambas apontam a complexidade do real e a necessidade de se con-
siderar a teia de relações entre os seus diferentes e contraditórios aspectos. 
Mas diferem uma da outra, uma vez que a interdisciplinaridade refere-se a 
uma abordagem epistemológica dos objetos de conhecimento, enquanto a 
transversalidade diz respeito principalmente à dimensão da didática (BRASIL, 
1998, p. 31 – Introdução aos PCNs).
Entende-se que transversalidade e interdisciplinaridade não são a mesma coisa, mas 
se relacionam entre si. A transversalidade está na dimensão didática, e a interdiscipli-
naridade, na abordagem epistemológica. Tome como exemplo uma escola próxima 
a uma comunidade com alguns problemas sociais e/ou culturais relevantes, como 
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SUMÁRIO
dejetos jogados no rio que passa próximo à comunidade e à escola. O problema está 
anunciado na própria realidade e a principal questão é o que podemos fazer com o 
conhecimento produzido de forma que promova ações que busquem a resolução, 
parcial ou integral, desse problema. O problema epistemológico é anunciado quan-
do não fazemos o uso prático do conhecimento e a temática exposta pelo problema 
pode atravessar, enquanto proposta pedagógica, todas as áreas/disciplinas escolares, 
ou seja, a transversalidade como uma estratégia didática.
2.3.2 OS TEMAS TRANSVERSAIS
Pensando na transversalidade como estratégia didática para movimentar a interdis-
ciplinaridade, os PCNs (Parâmetros Curriculares Nacionais), publicados em 1998, pro-
põem os temas transversais.
Por tratarem de questões sociais, os Temas Transversais têm natureza 
diferente das áreas convencionais. Sua complexidade faz com que nenhu-
ma das áreas, isoladamente, seja suficiente para abordá-los. Ao contrário, a 
problemática dos Temas Transversais atravessa os diferentes campos do co-
nhecimento. Por exemplo, a questão ambiental não é compreensível ape-
nas a partir das contribuições da Geografia. Necessita de conhecimentos 
históricos, das Ciências Naturais, da Sociologia, da Demografia, da Econo-
mia, entre outros. Por outro lado, nas várias áreas do currículo escolar existem, 
implícita ou explicitamente, ensinamentos a respeito dos temas transversais, 
isto é, todas educam em relação a questões sociais por meio de suas 
concepções e dos valores que veiculam. No mesmo exemplo, ainda que a 
programação desenvolvida não se refira diretamente à questão ambiental e 
a escola não tenha nenhum trabalho nesse sentido, Geografia, História 
e Ciências Naturais sempre veiculam alguma concepção de ambiente e, 
nesse sentido, efetivam uma certa educação ambiental (BRASIL, 1998, p. 
29 – Apresentação dos Temas Transversais).
No documento curricular supracitado, são propostos 7 temas transversais, a saber: 
ética, pluralidade cultural, meio ambiente, saúde, orientação sexual, temas locais e 
trabalho e consumo. Os temas transversais não sugerem a organização de novas dis-
ciplinas, pois seria contraditório à abordagem interdisciplinar, estaríamos compar-
timentalizando ainda mais o conhecimento. Os temas transversais perpassam por 
todas as disciplinas, atravessando-as, criando elos de ligação entre elas. Esses temas 
não são restritos ao documento curricular PCNs; outros temas, mais atuais e urgentes 
podem estar presentes nas propostas pedagógicas das escolas.
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2.4 PRÁTICAS PEDAGÓGICAS 
INTERDISCIPLINARES
2.4.1 É MOMENTO DE MUDANÇA
Apenas discutir a interdisciplinaridade no campo conceitual não traz mudanças. O 
ponto crucial da prática interdisciplinar está na ação. É necessário criar estratégias 
para que esse diálogo se concretize nos espaços escolares, na busca incessante pela 
totalidade do conhecimento.
Não significa que serão eliminadas as disciplinas do currículo, mas serão criados mo-
vimentos que impulsionem o estabelecimento de relações entre as disciplinas, tendo 
como sustentação um trabalho mais cooperativo e reflexivo.
Nessa direção, todos, alunos e professores, sujeitos dessa ação, engajam-se nessas 
práticas interdisciplinares como investigadores do conhecimento numa construção 
coletiva. Buscamos, conjuntamente, respostas às nossas questões e problemas, nas 
disciplinas, que colaboram mutuamente para que o conhecimento chegue como 
resposta. Todos, nessa perspectiva, são “pesquisadores”, “atores” e “autores” do proces-
so de construção do conhecimento.
A primeira mudança diz respeito à nossa concepção de vida e escola. Se ainda pensa-
mos de forma disciplinar, toda a nossa prática refletirá essa abordagem. Então, com-
preender o “porquê” de ser interdisciplinar é uma questão fundamental.
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SUMÁRIO
FIGURA 19 - UNIÃO DOS SABERES
Fonte: SHUTTERSTOCK, 2018.
Num segundo momento, necessitamos romper com velhos paradigmas que andam 
agarrados em nossas práticas. “Desorganizar” a grade curricular é um dos passos im-
portantes, porque ter aula somente disto ou daquilo? Temas e/ou projetos pedagógi-
cos podem ajudar nessa mudança também.
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2.4.2 A PRÁTICA INTERDISCIPLINAR
Fazenda (2005) nos mostra que, em práticas interdisciplinares, não se ensina nem 
se aprende: vive-se, exerce-se. Para a pesquisadora, o envolvimento é fato primordial 
para ser interdisciplinar. A atitude interdisciplinar se sustenta na ousadia, na busca 
por resposta, na pesquisa. A construção do conhecimento é um exercício.
Nem sempre é possível ser totalmente interdisciplinar nas aulas. Mas, se, pelo menos, 
duas ou três disciplinas conseguiram ir além de seus muros, ou seja, terem um olhar 
extradisciplinar, já estamos no caminho da interdisciplinaridade.
RELATO DE EXPERIÊNCIA EXTRA/INTERDISCIPLINAR
(...) Outra situação interessante foi naépoca das Olimpíadas. Propomos um 
mural esportivo, com as notícias dos jogos. Todos se envolveram, mesmo quem 
não trouxe a notícia recortada, ficou assistindo o noticiário em casa, para no 
dia seguinte informar aos colegas. Ao final, no fechamento desse trabalho, fiz 
uma competição. Dividi a turma em dois grupões. E esses, alternadamente, 
teriam que montar o alfabetário dos esportes. Como havia esportes que não 
lembravam, o representante do grupo tinha a oportunidade de procurar a 
professora de educação física na escola para completar o alfabetário. Sem 
ajuda, o time ganhava dois pontos. Com ajuda da professora de educação físi-
ca, o time ganhava apenas um ponto. Os alunos ficaram muito empolgados. 
E depois, para fechar o trabalho, recortariam as letras de revistas e formariam 
as palavras que formaram o alfabetário. O mais interessante foi o relato da 
professora de educação física, que mais tarde procurou a coordenação e disse 
que estava extremamente emocionada (CATÃO, 2008, p. 62).
Conforme o exemplo, alguns passos podem ser pensados: integrar os conteúdos a 
partir de uma temática e, assim, passar de uma concepção fragmentada para uma 
concepção mais unitária de conhecimento; a escolha da temática deve ter alguns 
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SUMÁRIO
cuidados, pois, principalmente, a temática tem que provocar o aluno, instigar a curio-
sidade, tem que ser atual, contextualizar os conteúdos das disciplinas; a superação 
do ensino baseado na transmissão de conteúdos é um outro passo, assim como a 
promoção da articulação entre ensino e pesquisa desde a inserção dos sujeitos nos 
espaços escolares, contando com a contribuição das diversas ciências; aprendizagem 
e conhecimento estão sempre em movimento, portanto, os conteúdos curriculares 
não são estáticos.
CONCLUSÃO
Nesta unidade, você foi capaz de conhecer a interdisciplinaridade como forma de 
organização do conhecimento curricular na escola. 
Foram apresentados os fundamentos históricos e filosóficos, expondo as origens do 
pensamento disciplinar; as diferentes abordagens do conhecimento, a multi, a pluri, 
a inter e a transdisciplinaridade; a relação entre transversalidade e interdisciplinarida-
de, entendendo que a transversalidade é uma estratégia didática; e a mudança que 
deve ocorrer nas ações quando estas se sustentam no movimento interdisciplinar.
Nessa direção, fica claro que o conhecimento estanque, fragmentado, compartimen-
talizado reproduz condições ultrapassadas de currículo que não dão conta das ques-
tões e dos problemas da sociedade atual, que refletem diretamente nos espaços es-
colares. É urgente a mudança do nosso pensamento, do currículo, da nossa didática.
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OBJETIVO 
Ao final desta 
unidade, 
esperamos 
que possa:
> Descrever os fundamentos teóricos que 
sustentam a discussão sobre “educar por 
competências”.
> Definir o conceito de habilidades e 
competências.
> Identificar e explicar os quatros pilares 
da educação propostos pela UNESCO.
> Explicar procedimentos didáticos 
que conduzam à “educação por 
competências”.
> Identificar saberes docentes relevantes 
para a colocação prática da proposta 
“educar por competências”.
UNIDADE 3
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SUMÁRIO
3 ENSINO E PESQUISA SOB 
A ÓTICA DA EDUCAÇÃO POR 
COMPETÊNCIAS
Educar por competências não é um mero modismo da atualidade; pelo contrário, é 
repensar as práticas pedagógicas vigentes e oportunizar o desenvolvimento de habi-
lidades que nem sempre são valorizadas pela escola. É ofertar ao alunado as oportu-
nidades de experimentar em campos relacionados a diferentes inteligências basea-
das na vida real.
Nessa direção, o trabalho pedagógico supõe o desenvolvimento de habilidades prá-
ticas, conhecimento, motivação, valores, atitudes, emoções e outros componentes 
sociais e comportamentais que se mobilizam conjuntamente para a inserção de uma 
ação eficaz; é tornar-se competente.
Para a implantação de uma educação por competências nas escolas, é necessário 
repensar os saberes que circulam, ou seja, repensar o currículo escolar e os saberes 
valorizados por ele. Mas, ainda, como esses saberes têm circulado, porque a predomi-
nância sempre tem recaído na transmissão e no acúmulo do conhecimento. 
Dessa forma, veja, nesta unidade, os fundamentos, os conceitos e a articulação teó-
rico-prática da promoção da educação por competências nas instituições escolares.
3.1 FUNDAMENTOS TEÓRICOS
Os conceitos de habilidades e competências têm ganhado destaque nas pesquisas 
nacionais e internacionais em educação nas últimas décadas.
A etimologia da palavra competência está associada à ideia de aptidão, ou seja, à ca-
pacidade que a pessoa tem para resolver determinada coisa. Obviamente que, com 
os diferentes momentos históricos, a palavra passou por reconceitualizações, como, 
por exemplo, nos anos de ênfase industrial, cujo conceito estava diretamente ligado 
à perspectiva de qualificação profissional, o que, atualmente, gera críticas, pois qua-
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lificar competências no âmbito capitalista traz questionamentos sobre a serviço de 
que está a educação e ainda incide em práticas competitivas e meritocráticas como 
sinônimo de uma educação de qualidade.
SAIBA MAIS
FIGURA 20 - CHARLES CHAPLIN
Fonte: SHUTTERSTOCK, 2019.
Você conhece o ator/personagem Charles Chaplin? Ele foi protagonista de vários fil-
mes do cinema mudo, que tratavam de questões sociais, principalmente, relaciona-
das ao mundo de trabalho. Recomenda-se que você assista ao filme “Tempos Moder-
nos”. Nesse filme, o personagem principal (The Tramp; em português, traduzido para 
“O Vagabundo”) busca sua sobrevivência no mundo industrializado. O filme critica, 
fortemente, o sistema capitalista, que se recusa a olhar para o ser humano, enfati-
zando apenas eficácia, ligeiramento e produtividade da fábrica, transformando o ser 
humano numa máquina competente. Vale a pena conferir o filme!
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PESQUISA E PRÁTICA PEDAGÓGICA IV
SUMÁRIO
Um documento que germinou a noção de competência e sua relação com a educa-
ção foi “Definição e seleção de competências-chave”, difundido em 2003 pela OCDE 
– Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico/UNESCO – Organi-
zação das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura. Esse documento gerou 
a reformulação dos currículos em algumas partes do mundo, além da construção da 
avaliação PISA (Programme for International Student Assessment) (tradução: Progra-
ma Internacional de Avaliação de Alunos), em torno do conceito de competências. 
Gómez (2015, p. 74) traduziu desse documento a definição de competência como
(...) capacidade de responder às demandas complexas e realizar várias tare-
fas adequadamente. É uma combinação de habilidades práticas, conheci-
mentos, motivação, valores, atitudes, emoções e outros componentes sociais 
e comportamentais questão mobilizados conjuntamente para alcançar uma 
atuação eficaz.
Entende-se, portanto, que a noção de competências não se restringe a elementos 
cognitivos e/ou conceituais; relaciona-se também a aspectos funcionais, de uso social 
do conhecimento e a valores éticos, como também preconizado em nossos PCNs – 
Parâmetros Curriculares Nacionais.
Os PCNs foram produzidos no Brasil em 1997-1998, com o intuito de ser uma

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