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FERRAMENTAS NA CONSTRUÇÃO DO SISTEMA DE ÁREAS PROTEGIDAS - BRASIL E COLÔMBIA

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FERRAMENTAS NA CONSTRUÇÃO DO SISTEMA DE ÁREAS 
PROTEGIDAS - BRASIL E COLÔMBIA
 
 Carla Cristina Alves Torquato∗
 José Augusto Fontoura Costa∗∗
 
RESUMO 
 
Este artigo discorre sobre o uso da CDB e das Diretrizes Para Categorias de Manejo de 
Áreas Protegidas da UICN no sistema de Áreas Protegidas do Brasil e da Colômbia e 
qual o tratamento legal dado às áreas de proteção ambiental na legislação de ambos. O 
objetivo deste artigo é compreender o papel destes atores internacionais na construção 
de um sistema jurídico normatizado e exemplificar as tipologias de áreas protegidas nos 
dois países. 
 
PALAVRAS-CHAVE: CDB, UICN, ÁREAS PROTEGIDAS, SISTEMA LEGAL, 
UNIDADES DE CONSERVAÇÃO, BRASIL-COLÔMBIA. 
 
 
ABSTRACT 
 
This article talks about the use of CBD and IUCN guidelines for protected areas 
management categories in Brazil and Colombia, their protected areas system and the 
legal treatment of envirommental protection in both legislation. The objective of this 
article is understand the paper of these international actors inside the construction of 
juridical systems of protected areas, as for exemple the protected areas in both 
countries. 
 
KEYWORDS: CBD, IUCN, PROTECTED ÁREAS, LEGAL SYSTEM, BRAZIL-
COLOMBIA 
 
 
 
∗ Advogada, mestranda em Direito Ambiental da Universidade do Estado do Amazonas- UEA e bolsista 
da FAPEAM. 
∗∗ Professor do Mestrado em Direito pela Universidade Católica de Santos e do Mestrado em Direito 
Ambiental da Universidade do Estado do Amazonas- UEA, Doutor em Direito Internacional pela USP. 
1 
 
 
Introdução 
 
 A criação de áreas protegidas, ou unidades de conservação constitui-se como 
indispensável instrumento de proteção do meio ambiente ecologicamente equilibrado, 
um dever do poder público e de todos, sendo a sua preservação crucial para a nossa a 
para as futuras gerações. Na última década uma série de novas técnicas de seleção e 
classificação para áreas protegidas foram desenvolvidas e postas em prática,os locais 
adequados para serem protegidos e as linhas de atuação e manejo correspondentes para 
cada um. 
O objetivo deste trabalho é mostrar como a convenção de diversidade biológica, 
e em especial os sistemas de categorias para áreas especialmente protegidas da UICN-
União internacional para a conservação da natureza- como ferramentas que colaboram 
na formulação do sistema de áreas protegidas do Brasil e da Colômbia. A partir daí 
veremos qual a definição internacional do sistema de categorias, como estão dispostos 
os sistemas de áreas protegidas no Brasil e na Colômbia e sua comparação com o 
sistema da UICN. 
 
Convenção de Diversidade Biológica e UICN. 
 
 Podemos citar a Convenção sobre Diversidade Biológica (CDB) e a participação 
da UICN como colaboradores no estabelecimento de um regime global de proteção de 
recursos biológicos e genéticos, modificando e criando políticas de proteção ao meio 
ambiente, seus recursos e áreas especialmente protegidas. Os países da Bacia 
Amazônica, reunidos pela OTCA1 também seguem modelos de gestão nos moldes da 
CDB e UICN, em especial seu Sistema de Diretrizes de Áreas Protegidas, sendo o 
objeto de estudo os casos do Brasil e Colômbia. 
 Os diálogos para o estabelecimento de algum tipo de documento que tratasse 
sobre diversidade biológica foram iniciados na década de 80 dentro do âmbito da UICN, 
inicialmente focados em resguardar os recursos genéticos globais, depois, anos mais 
tarde, passaram a falar em diversidade biológica de forma mais ampla. O Texto da 
 
1 Compõem a OTCA os países que assinaram em 03/07/78 o Tratado de Cooperação Amazônica: Bolívia, 
Brasil, Colômbia, Equador, Guiana, Peru, Suriname e Venezuela. O TCA tem o objetivo de promover 
ações conjuntas para o desenvolvimento da Bacia Amazônica, incluídos aí qualquer território de uma 
parte contratante cujas características estejam estreitamente vinculadas à mesma. 
2 
 
Convenção começou a ser elaborado em 1987 e finalmente aprovado em 1992, em 
Nairóbi. Sua adesão foi aberta em 5/06/92 durante a ECO-92, na Conferência das 
Nações Unidas sobre Meio Ambiente e desenvolvimento – CNUMAD, e entrou em 
vigor em dezembro de 1993. 
 A CDB foi planejada inicialmente para ser uma convenção sistematizadora 
(umbrella convention) que pudesse consolidar uma série de outras convenções globais 
existentes, como por exemplo, as Convenções RAMSAR e CITES, mas ao longo do seu 
processo de negociação ela se transformou em uma convenção quadro, estabelecendo 
princípios e regras gerais, mas não estipulando prazos nem obrigações. 
A implementação da CDB exige detalhamentos, os quais podem ser feitos na 
forma de decisões das Conferências das Partes, de protocolos anexos à Convenção ou na 
forma de legislações internas dos países. É exatamente na implementação que residem 
os conflitos entre aqueles que querem ampliar as conquistas alcançadas e os que 
procuram reverter seus avanços. Seus órgãos são as Conferências das Partes (COP), 
Secretariado, órgão subsidiário de assessoramento científico técnico e tecnológico, 
mecanismos de facilitação e o mecanismo financeiro (GEF). 
A CDB é uma convenção em movimento, procurando sempre maneiras para que 
os Estados possam se adaptar à ela e é claro que isso é um processo recheado de 
conflitos, tendo destaque a conservação e o uso sustentável, a soberania e o acesso aos 
recursos genéticos, à repartição de benefícios e direitos das comunidades tradicionais, o 
acesso à tecnologia e a biossegurança. 
A Convenção trata da conservação recomendando ações para promover a 
conservação in situ e ex situ2 de modo complementar a in situ, de preferência no próprio 
país de origem. 
Atualmente a CDB é o principal fórum mundial na definição do marco legal e 
político para temas relacionados à biodiversidade (168 países assinaram a CDB e 188 
países já a ratificaram) 3. Só a título de curiosidade, os Estados Unidos assinaram a 
CDB,em 1994, mas não a ratificaram. O Brasil foi primeiro a assiná-la, em 05/06/92 e o 
Congresso Nacional a aprovou e a ratificou por meio do Decreto Legislativo n° 02, de 
03/02/94. A Colômbia também a assinou em 1994, ratificando-a através da Lei nº. 165 
de 1994. 
 
2 Conservação ex situ significa a conservação de componentes da diversidade biológica fora de seu 
habitat natural. Conservação in situ significa a conservação de ecossistemas e habitat naturais e a 
manutenção e recuperação de populações viáveis de espécies dentro do seu meio natural. 
3 http://www.cdb.gov.br/ 
3 
 
A UICN é um organismo internacional independente, a mais importante rede de 
conservação mundial. Além de colaborar com a ONU, ela trabalha com mais ou menos 
800 organizações não governamentais e é atuante em cerca de 83 países. A UICN foi 
fundada em 1948 com o nome de União Internacional para a Proteção da Natureza. Ela 
mudou seu nome para União Internacional para a Conservação da Natureza e dos 
Recursos Naturais em 1956. A UICN desenvolve e apóiam projetos de pesquisa, 
procurando sempre ligar seus resultados á política nacional e regional. 
A UICN compõe-se de seis comissões especializadas, reunindo mais de dez mil 
experts de todas as áreas. As comissões especializadas são divididas nos seguintes 
temas: gestão de ecossistemas, educação e comunicação, política ambiental econômica e 
social, áreas protegidas e a de proteção às espécies ameaçadas, a SSC (species survival 
commission), que é a maior comissão da UICN, cuja principal publicação é a Red List 
das Espécies Ameaçadas de extinção 4. 
A prioridade do seu programa atual (gestão 2005-2008) é construir o 
reaprendizado das muitasmaneiras que o homem pode viver e conseguir seu sustento, 
especialmente os pobres, administrando de forma sustentável os recursos naturais. 
 
Áreas Protegidas 
 
Para a CDB, Área protegida significa uma área definida geograficamente que é 
destinada, ou regulamentada, e administrada para alcançar objetivos específicos de 
conservação. Áreas protegidas são consideradas como importantes instrumentos para a 
conservação in situ da biodiversidade, não somente por serem depositárias dos recursos 
biológicos, mas também por constituírem sítios onde a pesquisa e a utilização 
sustentável desses recursos podem ser desenvolvidas 5. 
A UICN define área protegida como uma superfície de terra e ou mar destinada 
à proteção e manutenção da diversidade biológica, assim como dos recursos naturais e 
dos recursos culturais associados e manejados através de meios jurídicos e outros 
meios eficazes. 
Todo país do mundo possui algum tipo de sistema de proteção da sua 
biodiversidade e usa diferentes terminologias para designá-las. De acordo com o 
 
4 A Red List é o mais detalhado inventário do status da conservação da fauna global e seus critérios são 
relevantes a toda e qualquer espécie e a todas as regiões do mundo. 
5 GARAY, I, BECKER, B As Dimensões Humanas da Biodiversidade. O Desafio das Novas Relações 
Sociedade-Natureza no Século XXI. Petrópolis: Vozes, 2006. p. 177. 
4 
 
WCMC (World Conservation Monitoring Centre) existem mais de 200 diferentes 
designações, isto é, parque nacional pode ter um significado em um país e ter outro 
completamente diferente em outro6. 
No final da década de 80, inicio dos anos 90, experts em áreas protegidas, 
trabalharam em conjunto com a WCPA-World Commission Protected Areas e ao 
término do mesmo apresentaram suas conclusões em relatório em 1994, no 4º 
Congresso Mundial de Parques Nacionais e Áreas Protegidas realizado em Caracas, 
confirmando várias mudanças no sistema até então usado pela UICN. O nome do 
relatório era Talking the same language: An international rewiew system for protected 
areas. Ele foi aprovado pela Assembléia Geral da UICN de 1994, em Buenos Aires, e 
publicado como Guidelines for Protected Area Management Categories ou Diretrizes 
para Manejo de Categorias de Áreas Protegidas. 
As definições das categorias representam o encontro entre as necessidades e a 
forma de atuação que cada país trabalha a sua política nacional de áreas protegidas, não 
sendo perfeitas, mas servindo como uma linha de interpretação e aplicação no plano 
regional e no plano nacional7. 
 
Sistema de categorias de áreas protegidas da UICN: 
 
I. Proteção Integral (Reserva Natural, Área Natural Silvestre). 
II. Conservação de Ecossistemas e Turismo (Parque Nacional) 
III. Conservação das Características Naturais (Monumento Natural) 
IV. Conservação Através de Manejo (Área de Manejo de Habitat/Espécies) 
V. Conservação de Paisagens Terrestres, Marinhas e Lazer (Paisagens 
Terrestres e Marinhas Protegidas) 
VI. Utilização Sustentável dos Ecossistemas Naturais (Área Protegida com 
Recursos Manejados) 
 
Feita a classificação, cada área deverá ser trabalhada de acordo com o plano de 
manejo correspondente. 
Principais objetivos do Manejo 
 
6 STOLTON, S, DUDLEY, N. Partnerships for Protection: New strategies for planning and management 
for protected areas .Reino Unido, 1999. p 10. 
7 <Idem>. 
5 
 
• Pesquisa científica 
• Proteção de zonas Silvestres 
• Preservação das espécies e diversidade genética 
• Manutenção dos serviços ambientais 
• Proteção de características naturais e culturais especifica 
• Turismo e lazer 
• Educação 
• Utilização sustentável dos recursos derivados dos ecossistemas naturais 
• Proteção dos atributos culturais tradicionais 
 
Este tipo de classificação tem vários propósitos no contexto internacional, 
destacando-se a ênfase na importância das áreas protegidas e sua demonstração, 
promovendo a idéia de trabalhar um sistema é bem melhor do que tratar caso a 
caso,além disso, reduzem a confusão terminológica, fazendo com que todos tenham a 
possibilidade de se ajustar a padrões internacionais, facilitando sua comparação e 
contabilidade, enfim, Melhorando a comunicação e o entendimento. 
Podemos também conceituar as Diretrizes para Áreas Protegidas da UICN, 
dentro do plano do Direito Internacional como uma Soft Law. Para entender o que é 
isso precisamos recorrer a Kenneth Abbott8, que diz que Soft law são normas não 
jurídicas que mesmo não tendo força coercitiva servem como guia, diretrizes. A soft law 
faz parte do fenômeno da Juridificação, que é uma particular serie de características que 
instituições podem possuir ou não. Essas características são definidas através de três 
dimensões, a obrigação, a precisão ou clareza e a delegação9. 
Levando para o plano prático, essas propriedades podem aparecer juntas ou 
separadas, passando a serem chamadas de Hard Law ou Soft Law. Ocorre o Hard Law 
quando todas as três características ou pelo menos a delegação e a obrigação estão 
presentes e com força. A Soft Law envolve diferentes tipos de combinações de 
atributos, mas o seu principal fundamento é a falta de mecanismos coercitivos. O 
 
8 Abbott, Kenneth, The Concept of Legalization.EUA: MIT, 2000. p 419. 
9 Obrigação - Significa que o Estado ou outros atores são limitados por uma ou varias regras e 
compromissos, que são os limites legais que os subordinam aos procedimentos do Direito Internacional e 
as vezes no Direito pátrio. Precisão – Lei que definem condutas de forma especifica ou detalhada e sem 
ambigüidade. Delegação – Concede autoridade para implementar regras, resolver disputas e a 
possibilidade de fazer regras complementares 
6 
 
Sistema de áreas protegidas da UICN é soft law porque encontramos as três dimensões 
desta maneira: 
• Obrigação fraca – suas regras não são obrigatórias, seu trabalho junto a 
agências governamentais não é vinculante, Seus instrumentos são 
recomendações e não normas coercitivas. 
• Precisão forte – Ela explica bem seus conceitos e princípios, apesar dos 
mesmos serem amplos e gerais. 
• Delegação moderada - Sugeriu, mas não criou uma entidade 
internacional para fiscalizar a aplicação de suas recomendações, mas 
mesmo que tivesse criado não teria nenhum poder para obrigar os 
Estados a segui-la formalmente. Contudo podemos levar em 
consideração as centenas de Organizações não Governamentais que 
desenvolvem trabalhos com base em Guidelines. 
 
Áreas Protegidas no Brasil 
 
 Preservar uma extensão de terra e protegê-la da ocupação humana desordenada e 
preservar seu ecossistema pode a princípio ser considerada uma invenção relativamente 
recente, mas ao contrário do que parece essa é uma idéia bem antiga. No Brasil colônia 
haviam dispositivos voltados à proteção e controle sobre o manejo de determinados 
recursos, em especial madeira e água, mas sem estabelecer medidas que levassem a 
demarcação de áreas específicas, característica que confere sentido e significado 
contemporâneo ao termo área protegida 10. 
 No Brasil, a primeira preocupação legislativa com relação à proteção ao meio 
ambiente foi à criação do Real Horto, hoje o Jardim Botânico do Rio de Janeiro, por 
D.João VI, em 1811. Logo após a independência do Brasil outros Jardins Botânicos 
foram criados, como os da Bahia, Cuiabá, Aracaju, Ouro Preto e Olinda em 1825 e em 
São Luiz em 1830. 11
 A partir da fundação do primeiro parque nacional do mundo, o Parque Nacional 
de Yellowstone, em 1872, e o Krüger Nacional Park, na África do Sul em 1898, a idéia 
de criação de um espaço onde seus recursos naturais pudessem ficar intactos e que fosse 
 
10 GARAY, I, BECKER, B. 2006. p 161. 
11 SILVA, J. Direito Ambiental Constitucional. Malheiros:2004 , p 232. 
7 
 
observada a preservação do habitat de algumas espécies animais, bem como proteger 
seu ecossistema passou a ganhar força. 
 A efetiva criação de áreas protegidas no Brasil iniciou-se em 1937 com a criação 
do Parque Nacional de Itatiaia, o primeiro ter seus limites territoriais definidos. Desde 
então vários instrumentos foram estabelecidos no Brasil permitindo a ampliação da 
capacidade de criação desse tipo de área. 
A criação de um sistema de Unidades de conservação, através da articulação e 
representatividade de amostras de ecossistemas brasileiros, em diferentes categorias 
passou a ser cogitado a partir da década de 70, até então as unidades de conservação 
eram criadas de forma assistencialista e esporádica12,já que as políticas direcionadas 
para este setor sempre estiveram sujeitas a interesses econômicos, arranjos políticos e 
institucionais que exercem pressão ou influência sobre o Estado, principal executor 
dessa da política de criação das áreas protegidas. 
 
Unidades de Conservação na Legislação Brasileira 
 
 De acordo com o artigo 2 º da CDB, Área protegida significa uma área definida 
geograficamente que é destinada, ou regulamentada,e administrada para alcançar 
objetivos específicos de conservação. 
 O conceito de Unidade de Conservação no SNUC, artigo 2º é de espaço 
territorial e seus recursos ambientais, incluindo as águas jurisdicionais, com 
características naturais relevantes, legalmente instituídos pelo poder público, com 
objetivos de conservação e limites definidos, sob regime especial de administração, ao 
qual se aplicam garantias adequadas de proteção. 
A lei nº. 9.985, de 18 de julho de 2000 instituiu o Sistema Nacional de Unidades 
de Conservação da Natureza – SNUC e estabeleceu os critérios e normas para a criação, 
implantação e gestão das unidades de conservação, regulamentando assim o artigo. 225, 
§ 1o, incisos I, II, III e VII da Constituição Federal que assegura: 
Art. 225. Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem 
de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder 
Público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras 
gerações. 
 
12 SANTILLI, J. 2 ed. Distrito Federal. Peirópolis: 2005. p 105 
8 
 
§ 1º - Para assegurar a efetividade desse direito, incumbe ao Poder Público: 
I - preservar e restaurar os processos ecológicos essenciais e prover o manejo 
ecológico das espécies e ecossistemas 
II - preservar a diversidade e a integridade do patrimônio genético do País e 
fiscalizar as entidades dedicadas à pesquisa e manipulação de material genético 
III - definir, em todas as unidades da Federação, espaços territoriais e seus 
componentes a serem especialmente protegidos, sendo a alteração e a supressão 
permitidas somente através de lei, vedada qualquer utilização que comprometa a 
integridade dos atributos que justifiquem sua proteção. 
VII - proteger a fauna e a flora, vedadas, na forma da lei, as práticas que 
coloquem em risco sua função ecológica, provoquem a extinção de espécies ou 
submetam os animais a crueldade. 
O ponto de partida do SNUC em 1979, quando o IBDF – Instituto Brasileiro de 
Desenvolvimento Florestal, juntamente com o FBCN apresentou um documento 
intitulado “plano do Sistema de Unidade de Conservação do Brasil”, cujo objetivo era 
identificar as áreas de maior relevância ecossistêmica. 
 Após revisão, uma segunda versão do documento foi apresentada em 1982 com 
uma novidade, a utilização do termo Unidade de Conservação para a designação do 
conjunto de áreas protegidas que seriam contempladas pelo sistema proposto pelo 
documento, que acabou não sendo levado a termo 13. 
Em 1988, a Fundação Pró Natureza (FUNATURA) após solicitação do IBDF 
apresentou novo estudo avaliando as modalidades existentes até então e também um 
anteprojeto que instituísse um sistema nacional de Unidades de Conservação. O mesmo 
foi aprovado e enviando à Presidência, em 1992. 
Durante o longo período que ficou tramitando no Congresso e no Senado, longas 
batalhas foram travadas entre diversos grupos que lutavam para fazer com que seus 
pontos de vista e posicionamentos fossem atendidos no anteprojeto e entre eles 
podemos destacar os preservacionistas, os socioambientalistas, os conservacionistas e os 
ruralistas. 
 
13 MEDEIROS, R Evolução das Tipologias e Categorias de Áreas Protegidas no Brasil, Ambiente & 
Sociedade – Vol. IX nº. 1 jan./jun. 2006. Disponível em 
<www.scielo.br/pdf/asoc/v9n1/a03v9n1.pdf>visualizado em 20/04/2007. 
9 
 
Assim a confecção da Lei, além de observar as convenções internacionais sobre 
o Meio ambiente procurou satisfazer um pouco cada grupo, dividindo as Unidades de 
conservação entre as de proteção de as de uso sustentável. 
Medeiros procura clarear as dúvidas que volta e meia aparecem sobre qual é a 
diferença de tipologia e categoria 14. Ele observa que tipologias e categorias indicam 
uma construção e organização hierarquizada da criação de áreas protegidas. 
Tipologia – Expressa um tipo único e exclusivo de área protegida, legalmente 
prevista e reconhecida pelo poder público. Ex: Unidade de Conservação, Terra 
Indígena. 
Categoria – Indica as subdivisões ou níveis inferiores de classificação de uma 
tipologia e geralmente refere-se a uma estratégia de manejo. Ex: Reserva extrativista, 
Reserva de desenvolvimento sustentável. 
As tipologias das Áreas Protegidas no Brasil se dividem em Área de Proteção 
Permanente, Reserva Legal, Terra Indígena, Área de Reconhecimento Internacional e 
Unidades de conservação. 
 
Categorias das Unidades de Conservação 
• Unidades de Proteção Integral – de acordo com o artigo 7 § 1o seu objetivo 
básico é preservar a natureza, sendo admitido apenas o uso indireto dos seus 
recursos naturais, com exceção dos casos previstos nesta Lei. A proteção 
integral visa manter os ecossistemas naturais sem a interferência humana. O uso 
indireto é aquele que não envolve consumo, coleta, dano ou destruição dos 
recursos naturais. 
• Unidade de Uso Sustentável – artigo 7 § 2º tem como fim compatibilizar a 
conservação da natureza com o uso sustentável de parcela dos seus recursos 
naturais. 
 José Afonso da Silva diz que uso sustentável significa não utilizar o todo para 
preservar parte para gerações futuras. Assim a área de uso sustentável é a que fica 
submetida à proteção parcial dos atributos naturais, admitida à exploração de parte dos 
recursos disponíveis em região de manejo sustentável, entre outras restrições legais. 
 
14 GARAY, I, BECKER, B. 2006, 160-161. 
10 
 
Unidades de Conservação de Proteção Integral 
 
1. Estação Ecológica art. 9 º, § 1º, 2º e 3º - A Estação Ecológica tem como 
objetivo a preservação da natureza e a realização de pesquisas científicas. É 
de posse e domínio públicos, sendo que as áreas particulares incluídas em 
seus limites serão desapropriadas, de acordo com o que dispõe a lei. 
2. Reserva Biológica art. 10 º § 1º, 2º e 3º - tem como objetivo a preservação 
integral da biota e demais atributos naturais existentes em seus limites, sem 
interferência humana direta ou modificações ambientais, excetuando-se as 
medidas de recuperação de seus ecossistemas alterados e as ações de manejo 
necessárias para recuperar e preservar o equilíbrio natural, a diversidade 
biológica e os processos ecológicos naturais. 
3. Parque Nacional art. 11 º caput - objetivo básico a preservação de ecossistemas 
naturais de grande relevância ecológica e beleza cênica, possibilitando a 
realização de pesquisas científicas e o desenvolvimento de atividades de 
educação e interpretação ambiental, de recreação em contato com a natureza e 
de turismo ecológico. 
4. Monumento Natural art. 12 º, caput - tem como objetivobásico preservar sítios 
naturais raros, singulares ou de grande beleza cênica. 
5. Refúgio de Vida Silvestre art. 13º caput tem como objetivo proteger ambientes 
naturais onde se asseguram condições para a existência ou reprodução de 
espécies ou comunidades da flora local e da fauna residente ou migratória. 
 Unidade de Conservação de Uso Sustentável 
1. Área de Proteção Ambiental art. 15 º, caput - Área de Proteção Ambiental é uma 
área em geral extensa, com certo grau de ocupação humana, dotada de atributos 
abióticos, bióticos, estéticos ou culturais especialmente importantes para a 
qualidade de vida e o bem-estar das populações humanas, e tem como objetivos 
básicos proteger a diversidade biológica, disciplinar o processo de ocupação e 
assegurar a sustentabilidade do uso dos recursos naturais. 
2. Área de Relevante Interesse Ecológico art. 16 º, caput - área em geral de 
pequena extensão, com pouca ou nenhuma ocupação humana, com 
características naturais extraordinárias ou que abriga exemplares raros da biota 
11 
 
regional, e tem como objetivo manter os ecossistemas naturais de importância 
regional ou local e regular o uso admissível dessas áreas, de modo a 
compatibilizá-lo com os objetivos de conservação da natureza. 
3. Floresta Nacional art. 17 º, caput - área com cobertura florestal de espécies 
predominantemente nativas e tem como objetivo básico o uso múltiplo 
sustentável dos recursos florestais e a pesquisa científica, com ênfase em 
métodos para exploração sustentável de florestas nativas. 
4. Reserva Extrativista art. 18 º caput - área utilizada por populações extrativistas 
tradicionais, cuja subsistência baseia-se no extrativismo e, complementarmente, 
na agricultura de subsistência e na criação de animais de pequeno porte, e tem 
como objetivos básicos proteger os meios de vida e a cultura dessas populações, 
e assegurar o uso sustentável dos recursos naturais da unidade. 
5. Reserva de Fauna art. 19 º caput - área natural com populações animais de 
espécies nativas, terrestres ou aquáticas, residentes ou migratórias, adequadas 
para estudos técnico-científicos sobre o manejo econômico sustentável de 
recursos faunísticos. 
6. Reserva de Desenvolvimento Sustentável art. 20, caput - área natural que abriga 
populações tradicionais, cuja existência baseia-se em sistemas sustentáveis de 
exploração dos recursos naturais, desenvolvidos ao longo de gerações e 
adaptados às condições ecológicas locais e que desempenham um papel 
fundamental na proteção da natureza e na manutenção da diversidade biológica. 
7. Reserva Particular do Patrimônio Natural art. 21º caput - área privada, gravada 
com perpetuidade, com o objetivo de conservar a diversidade biológica. 
A mais recente medida tomada em relação à administração do Sistema de 
Unidades de Conservação foi o desmembramento do IBAMA, através da Medida 
Provisória nº. 366/07, assinada em 27/04/07, que cria o Instituto Chico Mendes de 
Conservação da Biodiversidade, cabendo ao instituto a execução de ações de política 
nacional de unidades de conservação da natureza, referentes às atribuições federais 
relativas á proposição, implantação, gestão, proteção, fiscalização e monitoramento das 
unidades de conservação instituídas pela União. 
 
 
12 
 
Áreas Protegidas na Colômbia 
 
 O conceito de área protegida entra formalmente na legislação Colombiana 
utilizando o mesmo conceito apresentado pela CDB, ratificada pela Colômbia através da 
lei 165 de 1994, que dispõe no art. 2, “un área protegida se entiende como un área 
definida geográficamente que haya sido asignada o regulada y administrada a fin de 
alcanzar objetivos específicos de conservación”. 
 Para o desenvolvimento da estratégia de proteção dessas áreas de grande 
diversidade biológica, o Ministério do Meio Ambiente estabeleceu o Sistema Nacional 
de Áreas Naturais Protegidas (SINAP) constituídos pelo Sistema de Parques Nacionais 
Naturais (SPNN) 15. A partir do SINAP é derivado o SIRAP, que é o Sistema Regional 
de Áreas Protegidas, que são iniciativas em departamentos ou áreas de jurisdição das 
Corporações Autônomas, compostas por áreas protegidas de âmbito nacional, regional e 
municipal. 
As áreas protegidas podem ter diferentes funções, usos e benefícios, e o SPNN 
faz a revisão das reservas regionais, municipais, privadas e comunitárias, fortalecendo a 
administração local das mesmas. Esta revisão serve para identificar os diversos 
potenciais das áreas protegidas, com o fim de promover sua integração com as 
economias regionais. 
Em 2003, foi criada Unidade Administrativa de Parques Nacionais Naturais 
(UAESPNN), encarregadas do manejo e administração do Sistema de Parques 
Nacionais Naturais e seus assuntos, com a missão de preservar a diversidade biológica, 
ecossistêmica e paisagística Colombiana, administrando o manejo e o ordenamento dos 
Parques Nacionais. 16
Podemos destacar entre os objetivos para o Sistema de áreas Protegidas – 
SINAP, contribuir para a consolidação das populações tradicionais para que elas vivam 
de acordo com critérios socioculturais e territoriais definidos, a criação de uma 
legislação que possa corresponder com as necessidades de conservação e ordenamento 
ambiental do território, fortalecimento da capacidade institucional para administrar as 
áreas protegidas assim que forem declaradas como tal, permitindo que os atores locais 
se apropriem e participem de todos os processos e a consolidação de esforços de 
 
15 Art. 327 do Código de Recursos Naturais Colombiano. 
16 http://www.parquesnacionales.gov.co/funciones.htm 
13 
 
ordenamento territorial que garantam a funcionalidade das áreas protegidas e sua 
representatividade cultural. 
Tipologia das Áreas protegidas na Colômbia 
1. Sistema de Parques Nacionais Naturais 
1.1 Parque Nacional Natural - extensão de área que permite sua auto-regulação 
ecológica e cujos ecossistemas não foram alterados significativamente pela 
exploração ou ocupação humana 
1.2 Reserva Nacional Natural - Área na qual existem condições primitivas de 
flora, fauna e solo, que está destinada a conservação, investigação e estudo. 
1.3 Área Nacional Única - Área que possui condições especiais de flora ou solo, 
sendo um cenário natural raro. 
1.4 Santuários da Fauna – Área dedicada a preservar espécies ou comunidades 
de animais silvestres e para conservar recursos genéticos da fauna nacional. 
1.5 Santuários da Flora - Área dedicada a preservar espécies e ecossistemas 
vegetais. 
1.6 Via parque - Faixa de terreno com estrada, que possui belezas panorâmicas 
singulares, valores naturais ou culturais, conservada para fins de educação, 
divulgação e lazer. 
2. Distrito de Manejo Integrado - Dentro dessas áreas é permitido realizar atividades 
econômicas controladas, investigativas, educativas e de lazer. 
3. Distritos de proteção do solo - São áreas que são delimitadas para serem submetidas 
ao manejo especial orientado para a recuperação de solos alterados, e degradados por 
condições físicas ou climáticas. 
4. Áreas de Recreação Urbana e Rural - Tem como distinção principal a realização de 
atividades recreativas e esportivas. 
5. Reservas da Biosfera 
14 
 
6. Reservas Florestais 
7. Unidades de Planejamento de Bacias17 - Se entende por organização de uma bacia, o 
planejamento do uso coordenado do solo, água, fauna, flora e seu manejo, executando 
obras e tratamentos. 
8. Reservas Naturais da Sociedade Civil - Proprietários de áreas privados, de forma 
voluntária decidem dedicar parte ou toda a sua propriedade a atividades de conservação, 
dentro dos valores ambientais estabelecidos por lei. 
9. Zonas de Páramos18
10. Zonas de Nascente de Rios 
11. Zonas de Mangle19
12. Humedales20 
13. Zonas de proteção de Rios ou Corpos D’água. 
 Podemos destacar também três tipos de áreas destinadas á caça que são os 
territórios de fauna,que são delimitados para os fins de conservação, pesquisa e manejo 
da fauna silvestre para exibição ou demonstração; as reservas de caça que possuem o 
objetivo de conservação, pesquisa e manejo da fauna silvestre, mas, além disso, tem o 
propósito de fomentar a reprodução de espécies e permitir a caça cientifica de controle e 
esportiva e os cotos de caça, que são definidos como área destinada à manutenção, 
fomento e aproveitamento de espécies de fauna silvestre para caça esportiva. 
Todas essas áreas são consideradas de domínio publico, exceto as reservas da 
sociedade civil. Excetuando-se as áreas que são administradas pelo Sistema de Parques 
 
17 Cuencas em Ordenacíon lugar onde vivem famílias (comunidades) utilizando e manejando os recursos 
daquela área, principalmente solo, água, vegetação incluindo os cultivos e vegetação nativa, fauna 
silvestre e animais silvestres. 
18 Terreno coberto de ervas e arbustos onde predominam pastos 
19 Os mangles são árvores ou arbustos, principalmente tropicais que vivem entre a zona de nível do mar e 
a linha da maré alta. 
20 Os Humedales são áreas de transição entre sistemas aquáticos e terrestres, frequentemente inundados 
ou saturados por águas superficiais e subterrâneas durante um período de tempo suficiente como para que 
impeçam a mudança do solo, fazendo com que cresça ali um tipo de vegetação especialmente adaptada a 
viver nestas condições. 
15 
 
Naturais, cuja competência é ligada a União e ao Ministério do Meio Ambiente (Parque 
Nacional Natural, Santuário da Flora, Santuário da Fauna, Reserva Nacional Natural e 
Via Parque), as áreas da Sociedade civil e alguma outra área criada pelo município, 
todas outras estão sob a responsabilidade das Corporaciones Regionales Autónomas, 
também chamadas de CAR ou Corporaciones, que são entes dedicados ao manejo e 
conservação dos recursos dos recursos naturais renováveis colombianos. 
A jurisdição da maioria das CAR não obedece a critérios de bio-regiões ou 
ecossistemas regionais, mas a limites de departamentos, e esses limites foram, no 
momento da confecção da Lei, estabelecidos através de posições políticas. Em muitos 
casos as Corporaciones se desviam de suas funções, como por exemplo, ao apoiar 
financeiramente obras e serviços públicos de saneamento básico que são da 
competência dos departamentos e municípios e não há igualdade na geração e 
distribuição de recursos financeiros, pois algumas possuem recursos próprios, enquanto 
outras dependem de verbas da União.21
Infelizmente, muitos Parques Nacionais Colombianos são ocupados por 
guerrilhas das FARC, ELN, EPL e outros grupos armados que para o cultivo de coca e 
da Amapola. A guerrilha e seus aliados narcotraficantes destruíram entre 1995 e 1999 
70.000 hectares anuais de terra de parques nacionais com propósito de ampliar os 
cultivos ilícitos, fazendo com que alguns deles sejam territórios impenetráveis 22. 
 
Considerações finais 
Observando o Brasil e Colômbia, podemos perceber que ambos seguem as 
diretrizes tanto da CDB quanto da UICN para áreas protegidas. Na CDB em seu art. 6 
cada parte deve de acordo com suas próprias condições e capacidades desenvolver 
estratégias para a conservação e a utilização sustentável integrando-as em políticas 
setoriais e intersetoriais pertinentes. Tanto o Brasil quanto a Colômbia estabeleceram 
um sistema de áreas protegidas para a conservação da diversidade biológica e dentro 
deles procuram trabalhar de forma sustentável, bem como em suas áreas de entorno, 
 
21 TORO, B.2006, p 266, 
22 Disponível em < http://www.verdadcolombia.org/archivos/VerArticulo. php?Id=1>, visualizado em 
04/05/07 
16 
 
tentando reforçar a proteção das mesmas, para conseguir alcançar a ideal composição de 
conservação com sustentabilidade. 
 Brasil e Colômbia são possuidores de megadiversidade biológica e de grande 
sociodiversidade, representada em populações tradicionais, ameríndios, indígenas, 
ribeirinhos, campesinos enfim, pessoas que possuem modos de vida intrinsecamente 
ligados aos ciclos da natureza e a terra onde vivem fatores que devem ser levados em 
consideração e respeitados, não importando a terminologia usada, unidade de 
conservação ou área protegida. 
 Quando a UICN construiu as diretrizes para as áreas protegidas foi com a 
intenção de que elas servissem como base de um sistema internacional para que todos 
os países pudessem adotar as mesmas terminologias e divisões de categorias. De fato 
parte desse objetivo teve êxito porque grande parte da comunidade internacional, 
inclusive o Brasil e Colômbia, utilizou os princípios de manejo e os sistemas de 
categorias de Áreas protegidas da UICN, mas ainda persiste a variedade de nomes para 
categorias de mesmos objetivos, ou então usam o nome da categoria, mas seguem uma 
linha de manejo totalmente diversa da que deveria ser adotada para se enquadrar na 
mesma. 
Assim podemos concluir que apesar de todos os seus esforços, as diretrizes da 
UICN não possuem força coercitiva capaz de fazer com que a comunidade internacional 
respeite e cumpra todas as suas decisões ou resoluções. 
 O fato é que mesmo sendo a Convenção de Áreas Protegidas uma soft 
law, ela teve força para estimular os mais diversos países medidas protecionistas, que 
permitiram mudanças e inovações em seus sistemas jurídicos internos, com a criação de 
princípios, normas e instrumentos efetivos de proteção ao meio ambiente com força 
coercitiva. Isso é a Juridificação, quando uma soft law, uma “não-lei” forma um 
costume internacional, contribuindo na construção de um sistema jurídico normatizado. 
 
 
 
 
 
 
 
17 
 
Tabela Ilustrativa de Categorias da UICN, Brasil e Colômbia. 
 
 
Categorias 
segundo a 
UICN 
 
 
 
Categorias 
Nacionais 
Colômbia 
 
 
Categorias 
Regionais 
Colômbia 
Unidades de 
conservação 
de 
Proteção 
integral 
Brasil 
Unidades de 
conservação de 
Uso Sustentável 
Brasil 
I Reserva natural 
estrita ou área 
natural silvestre 
Reserva natural Estação 
ecológica 
Reserva 
biológica 
Refugio de 
vida silvestre 
 
II Parque nacional 
 
 
Parque nacional Parque 
nacional 
 
III Monumento 
Natural 
Santuário de 
Fauna 
Santuário de Flora
Área natural 
Única 
Via parque 
Parque natural 
regional 
Monumento 
natural 
 
IV Área de 
manejo de habitat 
ou espécies 
Reserva biológica 
Estação ecológica 
Território de fauna 
Reserva de caça 
Coto de caça 
 Reserva da fauna 
V Paisagem 
terrestre ou 
marinha protegido 
 Zona de Proteção de 
paisagem 
Área de recreação 
 
VI Área Protegida 
com recursos 
manejados 
 Distrito de manejo 
integrado 
Distrito de 
conservação de solos
Áreas de reserva 
florestal 
Área de manejo para 
recursos 
hidrobiológicos 
Reserva natural da 
sociedade civil 
Áreas de reserva 
municipal 
 Reserva extrativista 
Floresta nacional 
RDS 
Reserva particular 
do patrimônio 
natural 
Área de proteção 
ambiental 
Área de relevante 
interesse ecológico 
 
 
REFERÊNCIAS 
 
 
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Direito Ambiental. 1. ed. São Paulo, Peirópolis: 2005. 
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Peirópolis: 2005. 
 
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