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FERRAMENTAS NA CONSTRUÇÃO DO SISTEMA DE ÁREAS PROTEGIDAS - BRASIL E COLÔMBIA Carla Cristina Alves Torquato∗ José Augusto Fontoura Costa∗∗ RESUMO Este artigo discorre sobre o uso da CDB e das Diretrizes Para Categorias de Manejo de Áreas Protegidas da UICN no sistema de Áreas Protegidas do Brasil e da Colômbia e qual o tratamento legal dado às áreas de proteção ambiental na legislação de ambos. O objetivo deste artigo é compreender o papel destes atores internacionais na construção de um sistema jurídico normatizado e exemplificar as tipologias de áreas protegidas nos dois países. PALAVRAS-CHAVE: CDB, UICN, ÁREAS PROTEGIDAS, SISTEMA LEGAL, UNIDADES DE CONSERVAÇÃO, BRASIL-COLÔMBIA. ABSTRACT This article talks about the use of CBD and IUCN guidelines for protected areas management categories in Brazil and Colombia, their protected areas system and the legal treatment of envirommental protection in both legislation. The objective of this article is understand the paper of these international actors inside the construction of juridical systems of protected areas, as for exemple the protected areas in both countries. KEYWORDS: CBD, IUCN, PROTECTED ÁREAS, LEGAL SYSTEM, BRAZIL- COLOMBIA ∗ Advogada, mestranda em Direito Ambiental da Universidade do Estado do Amazonas- UEA e bolsista da FAPEAM. ∗∗ Professor do Mestrado em Direito pela Universidade Católica de Santos e do Mestrado em Direito Ambiental da Universidade do Estado do Amazonas- UEA, Doutor em Direito Internacional pela USP. 1 Introdução A criação de áreas protegidas, ou unidades de conservação constitui-se como indispensável instrumento de proteção do meio ambiente ecologicamente equilibrado, um dever do poder público e de todos, sendo a sua preservação crucial para a nossa a para as futuras gerações. Na última década uma série de novas técnicas de seleção e classificação para áreas protegidas foram desenvolvidas e postas em prática,os locais adequados para serem protegidos e as linhas de atuação e manejo correspondentes para cada um. O objetivo deste trabalho é mostrar como a convenção de diversidade biológica, e em especial os sistemas de categorias para áreas especialmente protegidas da UICN- União internacional para a conservação da natureza- como ferramentas que colaboram na formulação do sistema de áreas protegidas do Brasil e da Colômbia. A partir daí veremos qual a definição internacional do sistema de categorias, como estão dispostos os sistemas de áreas protegidas no Brasil e na Colômbia e sua comparação com o sistema da UICN. Convenção de Diversidade Biológica e UICN. Podemos citar a Convenção sobre Diversidade Biológica (CDB) e a participação da UICN como colaboradores no estabelecimento de um regime global de proteção de recursos biológicos e genéticos, modificando e criando políticas de proteção ao meio ambiente, seus recursos e áreas especialmente protegidas. Os países da Bacia Amazônica, reunidos pela OTCA1 também seguem modelos de gestão nos moldes da CDB e UICN, em especial seu Sistema de Diretrizes de Áreas Protegidas, sendo o objeto de estudo os casos do Brasil e Colômbia. Os diálogos para o estabelecimento de algum tipo de documento que tratasse sobre diversidade biológica foram iniciados na década de 80 dentro do âmbito da UICN, inicialmente focados em resguardar os recursos genéticos globais, depois, anos mais tarde, passaram a falar em diversidade biológica de forma mais ampla. O Texto da 1 Compõem a OTCA os países que assinaram em 03/07/78 o Tratado de Cooperação Amazônica: Bolívia, Brasil, Colômbia, Equador, Guiana, Peru, Suriname e Venezuela. O TCA tem o objetivo de promover ações conjuntas para o desenvolvimento da Bacia Amazônica, incluídos aí qualquer território de uma parte contratante cujas características estejam estreitamente vinculadas à mesma. 2 Convenção começou a ser elaborado em 1987 e finalmente aprovado em 1992, em Nairóbi. Sua adesão foi aberta em 5/06/92 durante a ECO-92, na Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e desenvolvimento – CNUMAD, e entrou em vigor em dezembro de 1993. A CDB foi planejada inicialmente para ser uma convenção sistematizadora (umbrella convention) que pudesse consolidar uma série de outras convenções globais existentes, como por exemplo, as Convenções RAMSAR e CITES, mas ao longo do seu processo de negociação ela se transformou em uma convenção quadro, estabelecendo princípios e regras gerais, mas não estipulando prazos nem obrigações. A implementação da CDB exige detalhamentos, os quais podem ser feitos na forma de decisões das Conferências das Partes, de protocolos anexos à Convenção ou na forma de legislações internas dos países. É exatamente na implementação que residem os conflitos entre aqueles que querem ampliar as conquistas alcançadas e os que procuram reverter seus avanços. Seus órgãos são as Conferências das Partes (COP), Secretariado, órgão subsidiário de assessoramento científico técnico e tecnológico, mecanismos de facilitação e o mecanismo financeiro (GEF). A CDB é uma convenção em movimento, procurando sempre maneiras para que os Estados possam se adaptar à ela e é claro que isso é um processo recheado de conflitos, tendo destaque a conservação e o uso sustentável, a soberania e o acesso aos recursos genéticos, à repartição de benefícios e direitos das comunidades tradicionais, o acesso à tecnologia e a biossegurança. A Convenção trata da conservação recomendando ações para promover a conservação in situ e ex situ2 de modo complementar a in situ, de preferência no próprio país de origem. Atualmente a CDB é o principal fórum mundial na definição do marco legal e político para temas relacionados à biodiversidade (168 países assinaram a CDB e 188 países já a ratificaram) 3. Só a título de curiosidade, os Estados Unidos assinaram a CDB,em 1994, mas não a ratificaram. O Brasil foi primeiro a assiná-la, em 05/06/92 e o Congresso Nacional a aprovou e a ratificou por meio do Decreto Legislativo n° 02, de 03/02/94. A Colômbia também a assinou em 1994, ratificando-a através da Lei nº. 165 de 1994. 2 Conservação ex situ significa a conservação de componentes da diversidade biológica fora de seu habitat natural. Conservação in situ significa a conservação de ecossistemas e habitat naturais e a manutenção e recuperação de populações viáveis de espécies dentro do seu meio natural. 3 http://www.cdb.gov.br/ 3 A UICN é um organismo internacional independente, a mais importante rede de conservação mundial. Além de colaborar com a ONU, ela trabalha com mais ou menos 800 organizações não governamentais e é atuante em cerca de 83 países. A UICN foi fundada em 1948 com o nome de União Internacional para a Proteção da Natureza. Ela mudou seu nome para União Internacional para a Conservação da Natureza e dos Recursos Naturais em 1956. A UICN desenvolve e apóiam projetos de pesquisa, procurando sempre ligar seus resultados á política nacional e regional. A UICN compõe-se de seis comissões especializadas, reunindo mais de dez mil experts de todas as áreas. As comissões especializadas são divididas nos seguintes temas: gestão de ecossistemas, educação e comunicação, política ambiental econômica e social, áreas protegidas e a de proteção às espécies ameaçadas, a SSC (species survival commission), que é a maior comissão da UICN, cuja principal publicação é a Red List das Espécies Ameaçadas de extinção 4. A prioridade do seu programa atual (gestão 2005-2008) é construir o reaprendizado das muitasmaneiras que o homem pode viver e conseguir seu sustento, especialmente os pobres, administrando de forma sustentável os recursos naturais. Áreas Protegidas Para a CDB, Área protegida significa uma área definida geograficamente que é destinada, ou regulamentada, e administrada para alcançar objetivos específicos de conservação. Áreas protegidas são consideradas como importantes instrumentos para a conservação in situ da biodiversidade, não somente por serem depositárias dos recursos biológicos, mas também por constituírem sítios onde a pesquisa e a utilização sustentável desses recursos podem ser desenvolvidas 5. A UICN define área protegida como uma superfície de terra e ou mar destinada à proteção e manutenção da diversidade biológica, assim como dos recursos naturais e dos recursos culturais associados e manejados através de meios jurídicos e outros meios eficazes. Todo país do mundo possui algum tipo de sistema de proteção da sua biodiversidade e usa diferentes terminologias para designá-las. De acordo com o 4 A Red List é o mais detalhado inventário do status da conservação da fauna global e seus critérios são relevantes a toda e qualquer espécie e a todas as regiões do mundo. 5 GARAY, I, BECKER, B As Dimensões Humanas da Biodiversidade. O Desafio das Novas Relações Sociedade-Natureza no Século XXI. Petrópolis: Vozes, 2006. p. 177. 4 WCMC (World Conservation Monitoring Centre) existem mais de 200 diferentes designações, isto é, parque nacional pode ter um significado em um país e ter outro completamente diferente em outro6. No final da década de 80, inicio dos anos 90, experts em áreas protegidas, trabalharam em conjunto com a WCPA-World Commission Protected Areas e ao término do mesmo apresentaram suas conclusões em relatório em 1994, no 4º Congresso Mundial de Parques Nacionais e Áreas Protegidas realizado em Caracas, confirmando várias mudanças no sistema até então usado pela UICN. O nome do relatório era Talking the same language: An international rewiew system for protected areas. Ele foi aprovado pela Assembléia Geral da UICN de 1994, em Buenos Aires, e publicado como Guidelines for Protected Area Management Categories ou Diretrizes para Manejo de Categorias de Áreas Protegidas. As definições das categorias representam o encontro entre as necessidades e a forma de atuação que cada país trabalha a sua política nacional de áreas protegidas, não sendo perfeitas, mas servindo como uma linha de interpretação e aplicação no plano regional e no plano nacional7. Sistema de categorias de áreas protegidas da UICN: I. Proteção Integral (Reserva Natural, Área Natural Silvestre). II. Conservação de Ecossistemas e Turismo (Parque Nacional) III. Conservação das Características Naturais (Monumento Natural) IV. Conservação Através de Manejo (Área de Manejo de Habitat/Espécies) V. Conservação de Paisagens Terrestres, Marinhas e Lazer (Paisagens Terrestres e Marinhas Protegidas) VI. Utilização Sustentável dos Ecossistemas Naturais (Área Protegida com Recursos Manejados) Feita a classificação, cada área deverá ser trabalhada de acordo com o plano de manejo correspondente. Principais objetivos do Manejo 6 STOLTON, S, DUDLEY, N. Partnerships for Protection: New strategies for planning and management for protected areas .Reino Unido, 1999. p 10. 7 <Idem>. 5 • Pesquisa científica • Proteção de zonas Silvestres • Preservação das espécies e diversidade genética • Manutenção dos serviços ambientais • Proteção de características naturais e culturais especifica • Turismo e lazer • Educação • Utilização sustentável dos recursos derivados dos ecossistemas naturais • Proteção dos atributos culturais tradicionais Este tipo de classificação tem vários propósitos no contexto internacional, destacando-se a ênfase na importância das áreas protegidas e sua demonstração, promovendo a idéia de trabalhar um sistema é bem melhor do que tratar caso a caso,além disso, reduzem a confusão terminológica, fazendo com que todos tenham a possibilidade de se ajustar a padrões internacionais, facilitando sua comparação e contabilidade, enfim, Melhorando a comunicação e o entendimento. Podemos também conceituar as Diretrizes para Áreas Protegidas da UICN, dentro do plano do Direito Internacional como uma Soft Law. Para entender o que é isso precisamos recorrer a Kenneth Abbott8, que diz que Soft law são normas não jurídicas que mesmo não tendo força coercitiva servem como guia, diretrizes. A soft law faz parte do fenômeno da Juridificação, que é uma particular serie de características que instituições podem possuir ou não. Essas características são definidas através de três dimensões, a obrigação, a precisão ou clareza e a delegação9. Levando para o plano prático, essas propriedades podem aparecer juntas ou separadas, passando a serem chamadas de Hard Law ou Soft Law. Ocorre o Hard Law quando todas as três características ou pelo menos a delegação e a obrigação estão presentes e com força. A Soft Law envolve diferentes tipos de combinações de atributos, mas o seu principal fundamento é a falta de mecanismos coercitivos. O 8 Abbott, Kenneth, The Concept of Legalization.EUA: MIT, 2000. p 419. 9 Obrigação - Significa que o Estado ou outros atores são limitados por uma ou varias regras e compromissos, que são os limites legais que os subordinam aos procedimentos do Direito Internacional e as vezes no Direito pátrio. Precisão – Lei que definem condutas de forma especifica ou detalhada e sem ambigüidade. Delegação – Concede autoridade para implementar regras, resolver disputas e a possibilidade de fazer regras complementares 6 Sistema de áreas protegidas da UICN é soft law porque encontramos as três dimensões desta maneira: • Obrigação fraca – suas regras não são obrigatórias, seu trabalho junto a agências governamentais não é vinculante, Seus instrumentos são recomendações e não normas coercitivas. • Precisão forte – Ela explica bem seus conceitos e princípios, apesar dos mesmos serem amplos e gerais. • Delegação moderada - Sugeriu, mas não criou uma entidade internacional para fiscalizar a aplicação de suas recomendações, mas mesmo que tivesse criado não teria nenhum poder para obrigar os Estados a segui-la formalmente. Contudo podemos levar em consideração as centenas de Organizações não Governamentais que desenvolvem trabalhos com base em Guidelines. Áreas Protegidas no Brasil Preservar uma extensão de terra e protegê-la da ocupação humana desordenada e preservar seu ecossistema pode a princípio ser considerada uma invenção relativamente recente, mas ao contrário do que parece essa é uma idéia bem antiga. No Brasil colônia haviam dispositivos voltados à proteção e controle sobre o manejo de determinados recursos, em especial madeira e água, mas sem estabelecer medidas que levassem a demarcação de áreas específicas, característica que confere sentido e significado contemporâneo ao termo área protegida 10. No Brasil, a primeira preocupação legislativa com relação à proteção ao meio ambiente foi à criação do Real Horto, hoje o Jardim Botânico do Rio de Janeiro, por D.João VI, em 1811. Logo após a independência do Brasil outros Jardins Botânicos foram criados, como os da Bahia, Cuiabá, Aracaju, Ouro Preto e Olinda em 1825 e em São Luiz em 1830. 11 A partir da fundação do primeiro parque nacional do mundo, o Parque Nacional de Yellowstone, em 1872, e o Krüger Nacional Park, na África do Sul em 1898, a idéia de criação de um espaço onde seus recursos naturais pudessem ficar intactos e que fosse 10 GARAY, I, BECKER, B. 2006. p 161. 11 SILVA, J. Direito Ambiental Constitucional. Malheiros:2004 , p 232. 7 observada a preservação do habitat de algumas espécies animais, bem como proteger seu ecossistema passou a ganhar força. A efetiva criação de áreas protegidas no Brasil iniciou-se em 1937 com a criação do Parque Nacional de Itatiaia, o primeiro ter seus limites territoriais definidos. Desde então vários instrumentos foram estabelecidos no Brasil permitindo a ampliação da capacidade de criação desse tipo de área. A criação de um sistema de Unidades de conservação, através da articulação e representatividade de amostras de ecossistemas brasileiros, em diferentes categorias passou a ser cogitado a partir da década de 70, até então as unidades de conservação eram criadas de forma assistencialista e esporádica12,já que as políticas direcionadas para este setor sempre estiveram sujeitas a interesses econômicos, arranjos políticos e institucionais que exercem pressão ou influência sobre o Estado, principal executor dessa da política de criação das áreas protegidas. Unidades de Conservação na Legislação Brasileira De acordo com o artigo 2 º da CDB, Área protegida significa uma área definida geograficamente que é destinada, ou regulamentada,e administrada para alcançar objetivos específicos de conservação. O conceito de Unidade de Conservação no SNUC, artigo 2º é de espaço territorial e seus recursos ambientais, incluindo as águas jurisdicionais, com características naturais relevantes, legalmente instituídos pelo poder público, com objetivos de conservação e limites definidos, sob regime especial de administração, ao qual se aplicam garantias adequadas de proteção. A lei nº. 9.985, de 18 de julho de 2000 instituiu o Sistema Nacional de Unidades de Conservação da Natureza – SNUC e estabeleceu os critérios e normas para a criação, implantação e gestão das unidades de conservação, regulamentando assim o artigo. 225, § 1o, incisos I, II, III e VII da Constituição Federal que assegura: Art. 225. Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações. 12 SANTILLI, J. 2 ed. Distrito Federal. Peirópolis: 2005. p 105 8 § 1º - Para assegurar a efetividade desse direito, incumbe ao Poder Público: I - preservar e restaurar os processos ecológicos essenciais e prover o manejo ecológico das espécies e ecossistemas II - preservar a diversidade e a integridade do patrimônio genético do País e fiscalizar as entidades dedicadas à pesquisa e manipulação de material genético III - definir, em todas as unidades da Federação, espaços territoriais e seus componentes a serem especialmente protegidos, sendo a alteração e a supressão permitidas somente através de lei, vedada qualquer utilização que comprometa a integridade dos atributos que justifiquem sua proteção. VII - proteger a fauna e a flora, vedadas, na forma da lei, as práticas que coloquem em risco sua função ecológica, provoquem a extinção de espécies ou submetam os animais a crueldade. O ponto de partida do SNUC em 1979, quando o IBDF – Instituto Brasileiro de Desenvolvimento Florestal, juntamente com o FBCN apresentou um documento intitulado “plano do Sistema de Unidade de Conservação do Brasil”, cujo objetivo era identificar as áreas de maior relevância ecossistêmica. Após revisão, uma segunda versão do documento foi apresentada em 1982 com uma novidade, a utilização do termo Unidade de Conservação para a designação do conjunto de áreas protegidas que seriam contempladas pelo sistema proposto pelo documento, que acabou não sendo levado a termo 13. Em 1988, a Fundação Pró Natureza (FUNATURA) após solicitação do IBDF apresentou novo estudo avaliando as modalidades existentes até então e também um anteprojeto que instituísse um sistema nacional de Unidades de Conservação. O mesmo foi aprovado e enviando à Presidência, em 1992. Durante o longo período que ficou tramitando no Congresso e no Senado, longas batalhas foram travadas entre diversos grupos que lutavam para fazer com que seus pontos de vista e posicionamentos fossem atendidos no anteprojeto e entre eles podemos destacar os preservacionistas, os socioambientalistas, os conservacionistas e os ruralistas. 13 MEDEIROS, R Evolução das Tipologias e Categorias de Áreas Protegidas no Brasil, Ambiente & Sociedade – Vol. IX nº. 1 jan./jun. 2006. Disponível em <www.scielo.br/pdf/asoc/v9n1/a03v9n1.pdf>visualizado em 20/04/2007. 9 Assim a confecção da Lei, além de observar as convenções internacionais sobre o Meio ambiente procurou satisfazer um pouco cada grupo, dividindo as Unidades de conservação entre as de proteção de as de uso sustentável. Medeiros procura clarear as dúvidas que volta e meia aparecem sobre qual é a diferença de tipologia e categoria 14. Ele observa que tipologias e categorias indicam uma construção e organização hierarquizada da criação de áreas protegidas. Tipologia – Expressa um tipo único e exclusivo de área protegida, legalmente prevista e reconhecida pelo poder público. Ex: Unidade de Conservação, Terra Indígena. Categoria – Indica as subdivisões ou níveis inferiores de classificação de uma tipologia e geralmente refere-se a uma estratégia de manejo. Ex: Reserva extrativista, Reserva de desenvolvimento sustentável. As tipologias das Áreas Protegidas no Brasil se dividem em Área de Proteção Permanente, Reserva Legal, Terra Indígena, Área de Reconhecimento Internacional e Unidades de conservação. Categorias das Unidades de Conservação • Unidades de Proteção Integral – de acordo com o artigo 7 § 1o seu objetivo básico é preservar a natureza, sendo admitido apenas o uso indireto dos seus recursos naturais, com exceção dos casos previstos nesta Lei. A proteção integral visa manter os ecossistemas naturais sem a interferência humana. O uso indireto é aquele que não envolve consumo, coleta, dano ou destruição dos recursos naturais. • Unidade de Uso Sustentável – artigo 7 § 2º tem como fim compatibilizar a conservação da natureza com o uso sustentável de parcela dos seus recursos naturais. José Afonso da Silva diz que uso sustentável significa não utilizar o todo para preservar parte para gerações futuras. Assim a área de uso sustentável é a que fica submetida à proteção parcial dos atributos naturais, admitida à exploração de parte dos recursos disponíveis em região de manejo sustentável, entre outras restrições legais. 14 GARAY, I, BECKER, B. 2006, 160-161. 10 Unidades de Conservação de Proteção Integral 1. Estação Ecológica art. 9 º, § 1º, 2º e 3º - A Estação Ecológica tem como objetivo a preservação da natureza e a realização de pesquisas científicas. É de posse e domínio públicos, sendo que as áreas particulares incluídas em seus limites serão desapropriadas, de acordo com o que dispõe a lei. 2. Reserva Biológica art. 10 º § 1º, 2º e 3º - tem como objetivo a preservação integral da biota e demais atributos naturais existentes em seus limites, sem interferência humana direta ou modificações ambientais, excetuando-se as medidas de recuperação de seus ecossistemas alterados e as ações de manejo necessárias para recuperar e preservar o equilíbrio natural, a diversidade biológica e os processos ecológicos naturais. 3. Parque Nacional art. 11 º caput - objetivo básico a preservação de ecossistemas naturais de grande relevância ecológica e beleza cênica, possibilitando a realização de pesquisas científicas e o desenvolvimento de atividades de educação e interpretação ambiental, de recreação em contato com a natureza e de turismo ecológico. 4. Monumento Natural art. 12 º, caput - tem como objetivobásico preservar sítios naturais raros, singulares ou de grande beleza cênica. 5. Refúgio de Vida Silvestre art. 13º caput tem como objetivo proteger ambientes naturais onde se asseguram condições para a existência ou reprodução de espécies ou comunidades da flora local e da fauna residente ou migratória. Unidade de Conservação de Uso Sustentável 1. Área de Proteção Ambiental art. 15 º, caput - Área de Proteção Ambiental é uma área em geral extensa, com certo grau de ocupação humana, dotada de atributos abióticos, bióticos, estéticos ou culturais especialmente importantes para a qualidade de vida e o bem-estar das populações humanas, e tem como objetivos básicos proteger a diversidade biológica, disciplinar o processo de ocupação e assegurar a sustentabilidade do uso dos recursos naturais. 2. Área de Relevante Interesse Ecológico art. 16 º, caput - área em geral de pequena extensão, com pouca ou nenhuma ocupação humana, com características naturais extraordinárias ou que abriga exemplares raros da biota 11 regional, e tem como objetivo manter os ecossistemas naturais de importância regional ou local e regular o uso admissível dessas áreas, de modo a compatibilizá-lo com os objetivos de conservação da natureza. 3. Floresta Nacional art. 17 º, caput - área com cobertura florestal de espécies predominantemente nativas e tem como objetivo básico o uso múltiplo sustentável dos recursos florestais e a pesquisa científica, com ênfase em métodos para exploração sustentável de florestas nativas. 4. Reserva Extrativista art. 18 º caput - área utilizada por populações extrativistas tradicionais, cuja subsistência baseia-se no extrativismo e, complementarmente, na agricultura de subsistência e na criação de animais de pequeno porte, e tem como objetivos básicos proteger os meios de vida e a cultura dessas populações, e assegurar o uso sustentável dos recursos naturais da unidade. 5. Reserva de Fauna art. 19 º caput - área natural com populações animais de espécies nativas, terrestres ou aquáticas, residentes ou migratórias, adequadas para estudos técnico-científicos sobre o manejo econômico sustentável de recursos faunísticos. 6. Reserva de Desenvolvimento Sustentável art. 20, caput - área natural que abriga populações tradicionais, cuja existência baseia-se em sistemas sustentáveis de exploração dos recursos naturais, desenvolvidos ao longo de gerações e adaptados às condições ecológicas locais e que desempenham um papel fundamental na proteção da natureza e na manutenção da diversidade biológica. 7. Reserva Particular do Patrimônio Natural art. 21º caput - área privada, gravada com perpetuidade, com o objetivo de conservar a diversidade biológica. A mais recente medida tomada em relação à administração do Sistema de Unidades de Conservação foi o desmembramento do IBAMA, através da Medida Provisória nº. 366/07, assinada em 27/04/07, que cria o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade, cabendo ao instituto a execução de ações de política nacional de unidades de conservação da natureza, referentes às atribuições federais relativas á proposição, implantação, gestão, proteção, fiscalização e monitoramento das unidades de conservação instituídas pela União. 12 Áreas Protegidas na Colômbia O conceito de área protegida entra formalmente na legislação Colombiana utilizando o mesmo conceito apresentado pela CDB, ratificada pela Colômbia através da lei 165 de 1994, que dispõe no art. 2, “un área protegida se entiende como un área definida geográficamente que haya sido asignada o regulada y administrada a fin de alcanzar objetivos específicos de conservación”. Para o desenvolvimento da estratégia de proteção dessas áreas de grande diversidade biológica, o Ministério do Meio Ambiente estabeleceu o Sistema Nacional de Áreas Naturais Protegidas (SINAP) constituídos pelo Sistema de Parques Nacionais Naturais (SPNN) 15. A partir do SINAP é derivado o SIRAP, que é o Sistema Regional de Áreas Protegidas, que são iniciativas em departamentos ou áreas de jurisdição das Corporações Autônomas, compostas por áreas protegidas de âmbito nacional, regional e municipal. As áreas protegidas podem ter diferentes funções, usos e benefícios, e o SPNN faz a revisão das reservas regionais, municipais, privadas e comunitárias, fortalecendo a administração local das mesmas. Esta revisão serve para identificar os diversos potenciais das áreas protegidas, com o fim de promover sua integração com as economias regionais. Em 2003, foi criada Unidade Administrativa de Parques Nacionais Naturais (UAESPNN), encarregadas do manejo e administração do Sistema de Parques Nacionais Naturais e seus assuntos, com a missão de preservar a diversidade biológica, ecossistêmica e paisagística Colombiana, administrando o manejo e o ordenamento dos Parques Nacionais. 16 Podemos destacar entre os objetivos para o Sistema de áreas Protegidas – SINAP, contribuir para a consolidação das populações tradicionais para que elas vivam de acordo com critérios socioculturais e territoriais definidos, a criação de uma legislação que possa corresponder com as necessidades de conservação e ordenamento ambiental do território, fortalecimento da capacidade institucional para administrar as áreas protegidas assim que forem declaradas como tal, permitindo que os atores locais se apropriem e participem de todos os processos e a consolidação de esforços de 15 Art. 327 do Código de Recursos Naturais Colombiano. 16 http://www.parquesnacionales.gov.co/funciones.htm 13 ordenamento territorial que garantam a funcionalidade das áreas protegidas e sua representatividade cultural. Tipologia das Áreas protegidas na Colômbia 1. Sistema de Parques Nacionais Naturais 1.1 Parque Nacional Natural - extensão de área que permite sua auto-regulação ecológica e cujos ecossistemas não foram alterados significativamente pela exploração ou ocupação humana 1.2 Reserva Nacional Natural - Área na qual existem condições primitivas de flora, fauna e solo, que está destinada a conservação, investigação e estudo. 1.3 Área Nacional Única - Área que possui condições especiais de flora ou solo, sendo um cenário natural raro. 1.4 Santuários da Fauna – Área dedicada a preservar espécies ou comunidades de animais silvestres e para conservar recursos genéticos da fauna nacional. 1.5 Santuários da Flora - Área dedicada a preservar espécies e ecossistemas vegetais. 1.6 Via parque - Faixa de terreno com estrada, que possui belezas panorâmicas singulares, valores naturais ou culturais, conservada para fins de educação, divulgação e lazer. 2. Distrito de Manejo Integrado - Dentro dessas áreas é permitido realizar atividades econômicas controladas, investigativas, educativas e de lazer. 3. Distritos de proteção do solo - São áreas que são delimitadas para serem submetidas ao manejo especial orientado para a recuperação de solos alterados, e degradados por condições físicas ou climáticas. 4. Áreas de Recreação Urbana e Rural - Tem como distinção principal a realização de atividades recreativas e esportivas. 5. Reservas da Biosfera 14 6. Reservas Florestais 7. Unidades de Planejamento de Bacias17 - Se entende por organização de uma bacia, o planejamento do uso coordenado do solo, água, fauna, flora e seu manejo, executando obras e tratamentos. 8. Reservas Naturais da Sociedade Civil - Proprietários de áreas privados, de forma voluntária decidem dedicar parte ou toda a sua propriedade a atividades de conservação, dentro dos valores ambientais estabelecidos por lei. 9. Zonas de Páramos18 10. Zonas de Nascente de Rios 11. Zonas de Mangle19 12. Humedales20 13. Zonas de proteção de Rios ou Corpos D’água. Podemos destacar também três tipos de áreas destinadas á caça que são os territórios de fauna,que são delimitados para os fins de conservação, pesquisa e manejo da fauna silvestre para exibição ou demonstração; as reservas de caça que possuem o objetivo de conservação, pesquisa e manejo da fauna silvestre, mas, além disso, tem o propósito de fomentar a reprodução de espécies e permitir a caça cientifica de controle e esportiva e os cotos de caça, que são definidos como área destinada à manutenção, fomento e aproveitamento de espécies de fauna silvestre para caça esportiva. Todas essas áreas são consideradas de domínio publico, exceto as reservas da sociedade civil. Excetuando-se as áreas que são administradas pelo Sistema de Parques 17 Cuencas em Ordenacíon lugar onde vivem famílias (comunidades) utilizando e manejando os recursos daquela área, principalmente solo, água, vegetação incluindo os cultivos e vegetação nativa, fauna silvestre e animais silvestres. 18 Terreno coberto de ervas e arbustos onde predominam pastos 19 Os mangles são árvores ou arbustos, principalmente tropicais que vivem entre a zona de nível do mar e a linha da maré alta. 20 Os Humedales são áreas de transição entre sistemas aquáticos e terrestres, frequentemente inundados ou saturados por águas superficiais e subterrâneas durante um período de tempo suficiente como para que impeçam a mudança do solo, fazendo com que cresça ali um tipo de vegetação especialmente adaptada a viver nestas condições. 15 Naturais, cuja competência é ligada a União e ao Ministério do Meio Ambiente (Parque Nacional Natural, Santuário da Flora, Santuário da Fauna, Reserva Nacional Natural e Via Parque), as áreas da Sociedade civil e alguma outra área criada pelo município, todas outras estão sob a responsabilidade das Corporaciones Regionales Autónomas, também chamadas de CAR ou Corporaciones, que são entes dedicados ao manejo e conservação dos recursos dos recursos naturais renováveis colombianos. A jurisdição da maioria das CAR não obedece a critérios de bio-regiões ou ecossistemas regionais, mas a limites de departamentos, e esses limites foram, no momento da confecção da Lei, estabelecidos através de posições políticas. Em muitos casos as Corporaciones se desviam de suas funções, como por exemplo, ao apoiar financeiramente obras e serviços públicos de saneamento básico que são da competência dos departamentos e municípios e não há igualdade na geração e distribuição de recursos financeiros, pois algumas possuem recursos próprios, enquanto outras dependem de verbas da União.21 Infelizmente, muitos Parques Nacionais Colombianos são ocupados por guerrilhas das FARC, ELN, EPL e outros grupos armados que para o cultivo de coca e da Amapola. A guerrilha e seus aliados narcotraficantes destruíram entre 1995 e 1999 70.000 hectares anuais de terra de parques nacionais com propósito de ampliar os cultivos ilícitos, fazendo com que alguns deles sejam territórios impenetráveis 22. Considerações finais Observando o Brasil e Colômbia, podemos perceber que ambos seguem as diretrizes tanto da CDB quanto da UICN para áreas protegidas. Na CDB em seu art. 6 cada parte deve de acordo com suas próprias condições e capacidades desenvolver estratégias para a conservação e a utilização sustentável integrando-as em políticas setoriais e intersetoriais pertinentes. Tanto o Brasil quanto a Colômbia estabeleceram um sistema de áreas protegidas para a conservação da diversidade biológica e dentro deles procuram trabalhar de forma sustentável, bem como em suas áreas de entorno, 21 TORO, B.2006, p 266, 22 Disponível em < http://www.verdadcolombia.org/archivos/VerArticulo. php?Id=1>, visualizado em 04/05/07 16 tentando reforçar a proteção das mesmas, para conseguir alcançar a ideal composição de conservação com sustentabilidade. Brasil e Colômbia são possuidores de megadiversidade biológica e de grande sociodiversidade, representada em populações tradicionais, ameríndios, indígenas, ribeirinhos, campesinos enfim, pessoas que possuem modos de vida intrinsecamente ligados aos ciclos da natureza e a terra onde vivem fatores que devem ser levados em consideração e respeitados, não importando a terminologia usada, unidade de conservação ou área protegida. Quando a UICN construiu as diretrizes para as áreas protegidas foi com a intenção de que elas servissem como base de um sistema internacional para que todos os países pudessem adotar as mesmas terminologias e divisões de categorias. De fato parte desse objetivo teve êxito porque grande parte da comunidade internacional, inclusive o Brasil e Colômbia, utilizou os princípios de manejo e os sistemas de categorias de Áreas protegidas da UICN, mas ainda persiste a variedade de nomes para categorias de mesmos objetivos, ou então usam o nome da categoria, mas seguem uma linha de manejo totalmente diversa da que deveria ser adotada para se enquadrar na mesma. Assim podemos concluir que apesar de todos os seus esforços, as diretrizes da UICN não possuem força coercitiva capaz de fazer com que a comunidade internacional respeite e cumpra todas as suas decisões ou resoluções. O fato é que mesmo sendo a Convenção de Áreas Protegidas uma soft law, ela teve força para estimular os mais diversos países medidas protecionistas, que permitiram mudanças e inovações em seus sistemas jurídicos internos, com a criação de princípios, normas e instrumentos efetivos de proteção ao meio ambiente com força coercitiva. Isso é a Juridificação, quando uma soft law, uma “não-lei” forma um costume internacional, contribuindo na construção de um sistema jurídico normatizado. 17 Tabela Ilustrativa de Categorias da UICN, Brasil e Colômbia. Categorias segundo a UICN Categorias Nacionais Colômbia Categorias Regionais Colômbia Unidades de conservação de Proteção integral Brasil Unidades de conservação de Uso Sustentável Brasil I Reserva natural estrita ou área natural silvestre Reserva natural Estação ecológica Reserva biológica Refugio de vida silvestre II Parque nacional Parque nacional Parque nacional III Monumento Natural Santuário de Fauna Santuário de Flora Área natural Única Via parque Parque natural regional Monumento natural IV Área de manejo de habitat ou espécies Reserva biológica Estação ecológica Território de fauna Reserva de caça Coto de caça Reserva da fauna V Paisagem terrestre ou marinha protegido Zona de Proteção de paisagem Área de recreação VI Área Protegida com recursos manejados Distrito de manejo integrado Distrito de conservação de solos Áreas de reserva florestal Área de manejo para recursos hidrobiológicos Reserva natural da sociedade civil Áreas de reserva municipal Reserva extrativista Floresta nacional RDS Reserva particular do patrimônio natural Área de proteção ambiental Área de relevante interesse ecológico REFERÊNCIAS GARAY, Irene E. 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