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1 Licenciado para - Jaciara B raz da S ilva C am podonio de A breu - 93089058553 - P rotegido por E duzz.com 2 Licenciado para - Jaciara B raz da S ilva C am podonio de A breu - 93089058553 - P rotegido por E duzz.com 3 Você acaba de adquirir o material: Legislação Mapeada Extreme para o concurso de Assistente Técnico-Administrativo – MP BA (2023). Esse material é totalmente focado no certame e aborda os pontos mais importantes do edital da disciplina de Direito Administrativo. Nele foi inserido títulos em cada artigo, para facilitar a sua compreensão, e marcações das partes mais importantes. Além disso, nos dispositivos mais importantes para a prova do MP BA, constam algumas explicações para facilitar a compreensão do aluno. Galera, fiquem bastante atentos às novidades legislativas, pois a banca Instituto Consulplan poderá cobrá-las em sua prova. A leitura da lei é fundamental para a sua aprovação, pois, em análise estatística do concurso do MP BA para o cargo de Assistente Técnico-Administrativo, verificou-se que a grande maioria das questões de direito cobradas nesse certame são resolvidas somente com base da lei seca. Bora pra cima Bons estudos Licenciado para - Jaciara B raz da S ilva C am podonio de A breu - 93089058553 - P rotegido por E duzz.com 4 CONSIDERAÇÕES INICIAIS .......................................................................................................................... 8 REGIME JURÍDICO ADMINISTRATIVO ................................................................................................... 10 1) NOTA INTRODUTÓRIA ......................................................................................................................... 10 2) SUPRAPRINCÍPIOS DO DIREITO ADMINISTRATIVO ...................................................................... 10 2.1) Supremacia do interesse público sobre o privado ...................................................................... 10 2.2) Indisponibilidade do interesse público ......................................................................................... 10 DOS PRINCÍPIOS.......................................................................................................................................... 10 1) PRINCÍPIOS IMPLÍCITOS ....................................................................................................................... 10 1.1) Princípio da segurança jurídica ....................................................................................................... 11 1.2) Princípio da confiança legítima ....................................................................................................... 11 1.3) Teoria do fato consumado ............................................................................................................... 11 1.4) Princípio da continuidade dos serviços públicos ........................................................................ 11 1.5) Princípio da autotutela ...................................................................................................................... 12 1.6) Princípio da proporcionalidade ....................................................................................................... 12 1.7) Princípio da oficialidade.................................................................................................................... 12 1.8) Princípio da especialidade ................................................................................................................ 12 2) PRINCÍPIOS EXPRESSOS ....................................................................................................................... 12 2.1) Princípio da legalidade ...................................................................................................................... 13 2.2) Princípio da impessoalidade ............................................................................................................ 13 2.3) Princípio da moralidade .................................................................................................................... 14 2.4) Princípio da publicidade ................................................................................................................... 14 2.5) Princípio da eficiência ........................................................................................................................ 14 ATOS ADMINISTRATIVOS ......................................................................................................................... 15 1) NOÇÕES INICIAIS ................................................................................................................................... 15 2) DIFERENCIAÇÃO: ATO UNLATERAL E ATO BILATERAL ................................................................. 17 3) CLASSIFICAÇÕES ..................................................................................................................................... 17 3.1) Ato vinculado e discricionário ......................................................................................................... 17 3.2) Atos gerais e individuais ................................................................................................................... 17 3.3) Atos simples, complexo e composto ............................................................................................. 18 3.4) Atos de império, gestão e expediente ........................................................................................... 18 3.5) Ato perfeito, válido e eficaz ............................................................................................................. 18 4) ELEMENTOS DOS ATOS ADMINISTRATIVOS ................................................................................... 19 Licenciado para - Jaciara B raz da S ilva C am podonio de A breu - 93089058553 - P rotegido por E duzz.com file:///D:/Users/carli/Área%20de%20Trabalho/CM%20-%20Concursos%20Públicos/Legislação%20Extreme/MP%20BA/Direito%20Administrativo%20-%20MP%20BA%20-%20Extreme%20-%202023.docx%23_Toc125742276 file:///D:/Users/carli/Área%20de%20Trabalho/CM%20-%20Concursos%20Públicos/Legislação%20Extreme/MP%20BA/Direito%20Administrativo%20-%20MP%20BA%20-%20Extreme%20-%202023.docx%23_Toc125742277 file:///D:/Users/carli/Área%20de%20Trabalho/CM%20-%20Concursos%20Públicos/Legislação%20Extreme/MP%20BA/Direito%20Administrativo%20-%20MP%20BA%20-%20Extreme%20-%202023.docx%23_Toc125742281 file:///D:/Users/carli/Área%20de%20Trabalho/CM%20-%20Concursos%20Públicos/Legislação%20Extreme/MP%20BA/Direito%20Administrativo%20-%20MP%20BA%20-%20Extreme%20-%202023.docx%23_Toc125742290 file:///D:/Users/carli/Área%20de%20Trabalho/CM%20-%20Concursos%20Públicos/Legislação%20Extreme/MP%20BA/Direito%20Administrativo%20-%20MP%20BA%20-%20Extreme%20-%202023.docx%23_Toc125742297 file:///D:/Users/carli/Área%20de%20Trabalho/CM%20-%20Concursos%20Públicos/Legislação%20Extreme/MP%20BA/Direito%20Administrativo%20-%20MP%20BA%20-%20Extreme%20-%202023.docx%23_Toc125742298 file:///D:/Users/carli/Área%20de%20Trabalho/CM%20-%20Concursos%20Públicos/Legislação%20Extreme/MP%20BA/Direito%20Administrativo%20-%20MP%20BA%20-%20Extreme%20-%202023.docx%23_Toc125742299 file:///D:/Users/carli/Área%20de%20Trabalho/CM%20-%20Concursos%20Públicos/Legislação%20Extreme/MP%20BA/Direito%20Administrativo%20-%20MP%20BA%20-%20Extreme%20-%202023.docx%23_Toc125742305 5 4.1) Elementos / requisitos ....................................................................................................................... 19 4.2) Teoria dos motivos determinantes .................................................................................................20 4.3) Discricionariedade .............................................................................................................................. 20 5) ATRIBUTOS DOS ATOS ADMINISTRATIVOS ................................................................................... 20 6) AGENTE PUTATIVO E AGENTE NECESSÁRIO ................................................................................... 22 7) EXTINÇÃO DOS ATOS ADMINISTRATIVOS ...................................................................................... 22 8) CONVALIDAÇÃO ..................................................................................................................................... 24 9) ESPÉCIES DE ATOS ADMINISTRATIVOS ............................................................................................ 25 10) PARECERES ............................................................................................................................................ 25 11) LICENÇAS, AUTORIZAÇÕES E PERMISSÕES ................................................................................... 26 PODERES DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA ............................................................................................ 26 1) ABUSO DE PODER .................................................................................................................................. 26 2) ESPÉCIE DE PODERES ............................................................................................................................. 27 2.1) poder vinculado .................................................................................................................................. 27 2.2) poder discricionário ........................................................................................................................... 27 2.3) poder disciplinar ................................................................................................................................. 27 2.4) poder hierárquico ............................................................................................................................... 28 2.5) poder normativo ................................................................................................................................. 28 2.6) poder regulamentar ........................................................................................................................... 28 2.7) poder de polícia .................................................................................................................................. 28 a) atributos ................................................................................................................................................... 29 b) ciclos .......................................................................................................................................................... 29 RESPONSABILIDADE EXTRACONTRATUAL DO ESTADO ................................................................... 31 1) FUNDAMENTO CONSTITUCIONAL .................................................................................................... 31 2) HISTÓRICO ............................................................................................................................................... 31 3) EXCLUENTES ............................................................................................................................................ 32 4) RESPONSABILIDADE DO ESTADO ...................................................................................................... 33 5) DIREITO DE REGRESSO.......................................................................................................................... 33 6) PRAZO ....................................................................................................................................................... 33 7) RESPONSABILIZAÇÃO DO ESTADO POR ATOS OMISSIVOS ........................................................ 34 7.1) Doutrina tradicional e do Superior Tribunal de Justiça ............................................................ 34 7.2) Jurisprudência do Supremo Tribunal Federal .............................................................................. 34 8) RESPONSABILIDADE POR ATO JURISDICIONAL ............................................................................ 34 9) COVID-19 .................................................................................................................................................. 35 10) RESPONSABILIDADE POR ATO LEGISLATIVO ............................................................................... 35 Licenciado para - Jaciara B raz da S ilva C am podonio de A breu - 93089058553 - P rotegido por E duzz.com file:///D:/Users/carli/Área%20de%20Trabalho/CM%20-%20Concursos%20Públicos/Legislação%20Extreme/MP%20BA/Direito%20Administrativo%20-%20MP%20BA%20-%20Extreme%20-%202023.docx%23_Toc125742309 file:///D:/Users/carli/Área%20de%20Trabalho/CM%20-%20Concursos%20Públicos/Legislação%20Extreme/MP%20BA/Direito%20Administrativo%20-%20MP%20BA%20-%20Extreme%20-%202023.docx%23_Toc125742310 file:///D:/Users/carli/Área%20de%20Trabalho/CM%20-%20Concursos%20Públicos/Legislação%20Extreme/MP%20BA/Direito%20Administrativo%20-%20MP%20BA%20-%20Extreme%20-%202023.docx%23_Toc125742311 file:///D:/Users/carli/Área%20de%20Trabalho/CM%20-%20Concursos%20Públicos/Legislação%20Extreme/MP%20BA/Direito%20Administrativo%20-%20MP%20BA%20-%20Extreme%20-%202023.docx%23_Toc125742312 file:///D:/Users/carli/Área%20de%20Trabalho/CM%20-%20Concursos%20Públicos/Legislação%20Extreme/MP%20BA/Direito%20Administrativo%20-%20MP%20BA%20-%20Extreme%20-%202023.docx%23_Toc125742313 file:///D:/Users/carli/Área%20de%20Trabalho/CM%20-%20Concursos%20Públicos/Legislação%20Extreme/MP%20BA/Direito%20Administrativo%20-%20MP%20BA%20-%20Extreme%20-%202023.docx%23_Toc125742314 file:///D:/Users/carli/Área%20de%20Trabalho/CM%20-%20Concursos%20Públicos/Legislação%20Extreme/MP%20BA/Direito%20Administrativo%20-%20MP%20BA%20-%20Extreme%20-%202023.docx%23_Toc125742315 file:///D:/Users/carli/Área%20de%20Trabalho/CM%20-%20Concursos%20Públicos/Legislação%20Extreme/MP%20BA/Direito%20Administrativo%20-%20MP%20BA%20-%20Extreme%20-%202023.docx%23_Toc125742317 file:///D:/Users/carli/Área%20de%20Trabalho/CM%20-%20Concursos%20Públicos/Legislação%20Extreme/MP%20BA/Direito%20Administrativo%20-%20MP%20BA%20-%20Extreme%20-%202023.docx%23_Toc125742318 file:///D:/Users/carli/Área%20de%20Trabalho/CM%20-%20Concursos%20Públicos/Legislação%20Extreme/MP%20BA/Direito%20Administrativo%20-%20MP%20BA%20-%20Extreme%20-%202023.docx%23_Toc125742329 file:///D:/Users/carli/Área%20de%20Trabalho/CM%20-%20Concursos%20Públicos/Legislação%20Extreme/MP%20BA/Direito%20Administrativo%20-%20MP%20BA%20-%20Extreme%20-%202023.docx%23_Toc125742330 file:///D:/Users/carli/Área%20de%20Trabalho/CM%20-%20Concursos%20Públicos/Legislação%20Extreme/MP%20BA/Direito%20Administrativo%20-%20MP%20BA%20-%20Extreme%20-%202023.docx%23_Toc125742331 file:///D:/Users/carli/Área%20de%20Trabalho/CM%20-%20Concursos%20Públicos/Legislação%20Extreme/MP%20BA/Direito%20Administrativo%20-%20MP%20BA%20-%20Extreme%20-%202023.docx%23_Toc125742332 file:///D:/Users/carli/Área%20de%20Trabalho/CM%20-%20Concursos%20Públicos/Legislação%20Extreme/MP%20BA/Direito%20Administrativo%20-%20MP%20BA%20-%20Extreme%20-%202023.docx%23_Toc125742333 file:///D:/Users/carli/Área%20de%20Trabalho/CM%20-%20Concursos%20Públicos/Legislação%20Extreme/MP%20BA/Direito%20Administrativo%20-%20MP%20BA%20-%20Extreme%20-%202023.docx%23_Toc125742334 file:///D:/Users/carli/Área%20de%20Trabalho/CM%20-%20Concursos%20Públicos/Legislação%20Extreme/MP%20BA/Direito%20Administrativo%20-%20MP%20BA%20-%20Extreme%20-%202023.docx%23_Toc125742335 file:///D:/Users/carli/Área%20de%20Trabalho/CM%20-%20Concursos%20Públicos/Legislação%20Extreme/MP%20BA/Direito%20Administrativo%20-%20MP%20BA%20-%20Extreme%20-%202023.docx%23_Toc125742338file:///D:/Users/carli/Área%20de%20Trabalho/CM%20-%20Concursos%20Públicos/Legislação%20Extreme/MP%20BA/Direito%20Administrativo%20-%20MP%20BA%20-%20Extreme%20-%202023.docx%23_Toc125742339 file:///D:/Users/carli/Área%20de%20Trabalho/CM%20-%20Concursos%20Públicos/Legislação%20Extreme/MP%20BA/Direito%20Administrativo%20-%20MP%20BA%20-%20Extreme%20-%202023.docx%23_Toc125742340 6 11) SITUAÇÕES ESPECÍFICAS .................................................................................................................... 35 CONTROLE DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA ......................................................................................... 36 Conceito de Controle Administrativo .................................................................................................... 36 Classificação das formas de controles.................................................................................................... 36 LEI DE IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA (LEI Nº 8.429/1992 COM REDAÇÃO DADA PELA LEI Nº 14.230/2021) .......................................................................................................................................... 37 Capítulo I – Das disposições gerais ......................................................................................................... 37 Capítulo II – Dos Atos de Improbidade Administrativa ..................................................................... 39 Seção I – Dos Atos de Improbidade Administrativa que Importam Enriquecimento Ilícito ............... 39 Seção II – Dos Atos de Improbidade Administrativa que Causam Prejuízo ao Erário ......................... 41 Seção III – Dos Atos de Improbidade Administrativa que Atentam Contra os Princípios da Administração Pública .................................................................................................................................. 44 Capítulo III – Das Penas ............................................................................................................................. 45 Capítulo IV – Declaração de Bens ............................................................................................................ 46 SERVIÇOS PÚBLICOS .................................................................................................................................. 47 LEI FEDERAL Nº 14.133/21 ........................................................................................................................ 62 TÍTULO I – DISPOSIÇÕES PRELIMINARES .............................................................................................. 62 Capítulo I – Do âmbito de aplicação desta lei ...................................................................................... 62 Capítulo II – Dos princípios ....................................................................................................................... 65 Capítulo III – Das definições ..................................................................................................................... 65 Capítulo IV – Dos agentes públicos ........................................................................................................ 73 TÍTULO II – DAS LICITAÇÕES .................................................................................................................... 75 Capítulo I – Do processo licitatório ........................................................................................................ 75 Capítulo II – Da fase preparatória ........................................................................................................... 80 Seção I – Da instrução do Processo Licitatório ......................................................................................... 80 Seção II – Das modalidades de licitação .................................................................................................... 87 Seção III – Dos critérios de julgamento ...................................................................................................... 90 Seção IV – Disposições setoriais ................................................................................................................. 93 Subseção I – Das compras ........................................................................................................................... 93 Subseção II – Das Obras e Serviços de Engenharia .................................................................................. 96 Subseção III – Dos Serviços em Geral ......................................................................................................... 98 Subseção IV – Da Locação de Imóveis ....................................................................................................... 99 Subseção V – Das Licitações Internacionais ............................................................................................ 100 Capítulo III – Da divulgação do edital de licitação............................................................................ 100 Capítulo IV – Da apresentação de propostas e lances ...................................................................... 101 Licenciado para - Jaciara B raz da S ilva C am podonio de A breu - 93089058553 - P rotegido por E duzz.com file:///D:/Users/carli/Área%20de%20Trabalho/CM%20-%20Concursos%20Públicos/Legislação%20Extreme/MP%20BA/Direito%20Administrativo%20-%20MP%20BA%20-%20Extreme%20-%202023.docx%23_Toc125742341 file:///D:/Users/carli/Área%20de%20Trabalho/CM%20-%20Concursos%20Públicos/Legislação%20Extreme/MP%20BA/Direito%20Administrativo%20-%20MP%20BA%20-%20Extreme%20-%202023.docx%23_Toc125742343 file:///D:/Users/carli/Área%20de%20Trabalho/CM%20-%20Concursos%20Públicos/Legislação%20Extreme/MP%20BA/Direito%20Administrativo%20-%20MP%20BA%20-%20Extreme%20-%202023.docx%23_Toc125742344 7 Capítulo V – Do julgamento ................................................................................................................... 103 Capítulo VI – Da habilitação ................................................................................................................... 105 Capítulo VII – Do encerramento da licitação ...................................................................................... 109 Capítulo VIII – Da contratação direta ................................................................................................... 110 Seção I – Do Processo de Contratação Direta ......................................................................................... 110 Seção II – Da Inexigibilidade de Licitação ................................................................................................ 111 Seção III – Da Dispensa de Licitação ......................................................................................................... 112 Capítulo IX – Das alienações ................................................................................................................... 115 Capítulo X – Dos instrumentos auxiliares ........................................................................................... 118 Seção I – Dos Procedimentos Auxiliares .................................................................................................. 118 Seção II – Do Credenciamento .................................................................................................................. 118 Seção III – Do Pré-Qualificação ................................................................................................................. 119 Seção IV – Do Procedimento de Manifestação de Interesse ................................................................. 120 Seção V – Do Sistema de Registro de Preços .......................................................................................... 121 Seção VI – Do Registro Cadastral ..............................................................................................................124 Licenciado para - Jaciara B raz da S ilva C am podonio de A breu - 93089058553 - P rotegido por E duzz.com 8 CONSIDERAÇÕES INICIAIS Futuro servidor público do MP BA! Antes de iniciarmos o estudo de Direito Administrativo, apresentaremos os assuntos que foram cobrados no edital de Assistente Técnico-Administrativo – MP BA: CONTEÚDO Princípios de Direito Administrativo. Atos Administrativos: elementos, atributos, classificações, espécies, anulação, revogação e convalidação: pressupostos, competência e efeitos; Poderes administrativos: poder vinculado; poder discricionário; poder hierárquico; poder disciplinar; poder regulamentar; poder de polícia; uso e abuso do poder. Poderes e deveres do administrador público. Contratos Administrativos: formalização, espécies e características. Licitação (Lei nº 8.666/93 e Lei nº 14.133/2021): conceito, princípios, modalidades, tipos, dispensa, inexigibilidade, procedimento, sanções administrativas, crimes e penas. Agentes Públicos: Regimes Jurídicos. Lei Estadual nº 6.677/1994 e suas alterações (Estatuto dos Servidores Públicos Civis do Estado da Bahia). Leis Estaduais nºs 12.628/2012, 12.607/2012, 11.617/2009, 10.703/2007, 8.966/2003. Responsabilidade Extracontratual do Estado; Controle da Administração Pública; Licenciado para - Jaciara B raz da S ilva C am podonio de A breu - 93089058553 - P rotegido por E duzz.com 9 Lei nº 8.429/92 (Lei de Improbidade Administrativa); Código Penal: dos crimes praticados por funcionário público contra a administração em geral. Obs.: Como esse tópico se refere a disciplina de direito penal, abordaremos esse assunto em um material separado, pois entendemos que facilitará a sua compreensão sobre o assunto. Não obstante a presença de um extenso edital para a disciplina de Direito Constitucional, esclarecemos que se trata de um material de reta final, no qual, através de minuciosa análise do perfil da banca e do concurso, a fim de facilitar o caminho da aprovação, focaremos apenas nos temas com maior incidência de cobrança na sua prova. Neste momento de reta final é preciso agir de forma estratégica e, dessa forma, em cada disciplina no Legislação Mapeada Extreme, será ofertado ao aluno o conteúdo totalmente focado nos principais temas. Vamos lá?! Licenciado para - Jaciara B raz da S ilva C am podonio de A breu - 93089058553 - P rotegido por E duzz.com 10 REGIME JURÍDICO ADMINISTRATIVO O administrador público só pode realizar o que está na lei, enquanto que o administrador privado pode realizar tudo o que a lei não proíba. A Administração Pública é composta de entes políticos e entes administrativos, que, por sua vez, são compostos por órgãos públicos. A competência conferida à administração é irrenunciável. As prerrogativas da administração são típicas do direito público, fato que não existe no direito privado, no qual predomina a igualdade entre as partes. Segundo Celso Antônio Bandeira de Mello, são dois os supraprincípios: a) supremacia do interesse público sobre o privado; b) indisponibilidade do interesse público. 2.1) Supremacia do interesse público sobre o privado Significa que os interesses da coletividade são mais importantes do que os interesses individuais, razão pela qual a Administração Pública, como defensora dos interesses públicos, recebe da lei poderes especiais não extensivos aos particulares. Registro inicial: (doutrina majoritária) o princípio da supremacia pode ser encontrado expressamente na Lei 9.784/1999, mas, na CF, acha-se implicitamente. Trata da possibilidade de constituir obrigações para terceiros mediante atos unilaterais, sendo tais atos imperativos como quaisquer atos do Estado. O interesse público é indisponível. Exemplos desse princípio: a) desapropriação; b) requisição de bens; c) possibilidade de convocação de particulares; d) prerrogativas processuais; e) cláusulas exorbitantes nos contratos. 2.2) Indisponibilidade do interesse público Os agentes públicos não são donos do interesse por eles defendido e, por essa razão, não se admite que eles renunciem aos poderes legalmente conferidos ou que transacionem em juízo. Mazza traz dois exemplos de mitigação desse princípio: 1) possibilidade de a Fazenda transigir nos JEFs; 2) utilização dos mecanismos privados para resolução de disputas nos contratos de concessão e nas PPPs. DOS PRINCÍPIOS 1) NOTA INTRODUTÓRIA 2) SUPRAPRINCÍPIOS DO DIREITO ADMINISTRATIVO 1) PRINCÍPIOS IMPLÍCITOS Licenciado para - Jaciara B raz da S ilva C am podonio de A breu - 93089058553 - P rotegido por E duzz.com 11 1.1) Princípio da segurança jurídica É a estabilidade das relações jurídicas, evitando mudanças abruptas, sobressaltos e surpresas decorrentes de ações governamentais. Em tese, havendo conflito entre os princípios da legalidade x segurança, prevalece o princípio da segurança jurídica. Ex.: proibição de aplicação retroativa de novas interpretações da lei e das normas administrativas. 1.2) Princípio da confiança legítima É basicamente a crença do administrado de que os atos administrativos serão mantidos e respeitados pela Administração, tendo em vista a presunção de que esses atos são sempre lícitos; Faz-se necessário, portanto, a manutenção dos atos administrativos, ainda que estes sejam qualificados como antijurídicos, quando verificada a expectativa legítima. 1.3) Teoria do fato consumado Atos das partes podem influenciar a aplicação da teoria, tais como: ausência de dolo e sem contestação de ninguém, vigorando por anos com aparência de legalidade; Não se aplica essa teoria nos seguintes casos: Remoção ilegal de servidor (STJ); Em tema de Direito Ambiental (súmula 613 do STJ); Nas tutelas provisórias contra a Fazenda Pública. Quando o assunto for concurso público e tutela provisória para nomeação, você tem que defender que não pode haver o instituto da posse precária (quando alguém assume cargo mediante tutela provisória), porque depende de prévia aprovação. 1.4) Princípio da continuidade dos serviços públicos Esse princípio impede a interrupção do fornecimento de serviço prestado ao cidadão. Tome nota! Exceções à continuidade do serviço público: (i) situações emergenciais; (ii) caso fortuito e força maior; (iii) interrupção por aviso prévio, quando justificada por razões de ordem técnica; (iv) inadimplência do usuário. As exceções à continuidade do serviço público estão presentes em situações emergenciais, como, por exemplo, quedas de energia elétrica em razão de tempestade, ou situações de caso fortuito e força maior. Outra exceção é a interrupção por aviso prévio, quando justificada por razões de ordem técnica, em função de manutenções para segurança ou mesmo melhor funcionamento do sistema. Licenciado para - Jaciara B raz da S ilva C am podonio de A breu - 93089058553 - P rotegido por E duzz.com 12 Cumpre frisar que o aviso prévio também é necessário quando há inadimplência do usuário, o que se dá para priorizar a coletividade, que não pode ser prejudicada. A jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça já estabeleceu que nem sempre os serviços prestados ao usuário inadimplente poderão ser interrompidos. É dizer: o corte no fornecimento de energia elétrica em razão de débito irrisório é ilegítimo. Do mesmo modo, o corte pressupõe o inadimplemento da conta relativa ao mês do consumo, sendo inviável a suspensão do abastecimento por débitos antigos. 1.5) Princípio da autotutela É o direito que a Administração tem de anular e revogar seus atos. Se dá por: A anulação ocorre quando o ato é iLegal = anuLação; A revogação ocorre quando o ato não é mais de interesse da Administração, pois passou a ser inoportuno ou inconveniente (ou seja,não tem a ver com a legalidade). 1.6) Princípio da proporcionalidade É a adequação entre meios e fins, vedada a imposição de obrigações, restrições e sanções em medida superior àquelas estritamente necessárias ao atendimento do interesse público. 1.7) Princípio da oficialidade O princípio da oficialidade é um princípio que torna o impulso oficial muito mais amplo no processo administrativo do que no judicial. Trata-se do poder-dever de instaurar, fazer andar e rever de ofício a decisão. Está previsto no inciso XII, do art. 2º, da Lei n. 9.784/99. 1.8) Princípio da especialidade Reflete a ideia de descentralização da administração, em que se criam entidades (por meio de lei) para o desempenho de finalidades específicas. 2) PRINCÍPIOS EXPRESSOS Licenciado para - Jaciara B raz da S ilva C am podonio de A breu - 93089058553 - P rotegido por E duzz.com 13 2.1) Princípio da legalidade A administração tem o poder-dever de só fazer o que estiver previsto em lei. Diferentemente do que ocorre na órbita privada, onde o indivíduo pode fazer tudo o que a lei não vede. A lei baliza toda a atuação da administração pública. Ninguém pode fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de lei. O princípio da legalidade pode ser analisado sob dois sentidos: a) aos particulares: ninguém é obrigado a fazer algo, senão em virtude de lei. É dizer: o particular pode fazer tudo que não for proibido pela lei (trata-se do princípio da autonomia da vontade) b) à Administração Pública: a Administração Pública apenas pode agir quando houver previsão legal (princípio da legalidade estrita) 2.2) Princípio da impessoalidade É o dever de realizar o interesse público sem a promoção do servidor público ou autoridade que realizou o ato; O princípio da impessoalidade possui cinco sentidos: i) p. da finalidade (= interesse público): o ato administrativo deve seguir o fim público e a finalidade discriminada em lei ii) p. da igualdade (= isonomia): atender todos os administrados sem discriminação indevida. iii) vedação à promoção pessoal iv) impedimento e suspeição: visa evitar que as pessoas atuem com parcialidade Princípios expressos da Adm Pública Legalidade Impessoalidade Moralidade Publicidade Eficiência Mnemônico: L-I-M-P-E Licenciado para - Jaciara B raz da S ilva C am podonio de A breu - 93089058553 - P rotegido por E duzz.com 14 v) validado dos atos dos agentes de fato: diz-se agente de fato aquele cuja investidura no cargo ou seu exercício esteja maculada por algum vício, como, por ex., agente que não possui formação universitária exigida em cargo público, etc. 2.3) Princípio da moralidade Moralidade administrativa é um conceito jurídico indeterminado; A Súmula Vinculante 13 do Supremo Tribunal Federal (nepotismo) é um exemplo da moralidade administrativa; Consiste no respeito da Administração a padrões éticos, de boa-fé, decoro, lealdade, honestidade e probidade. O princípio da moralidade administrativa tem estreita ligação com a probidade administrativa. Exemplo: Organizações Sociais que, apesar de não precisarem fazer concurso público para contratar pessoal, devem adotar um processo de seleção imparcial e moral. 2.4) Princípio da publicidade Dá início à produção de efeitos do contrato administrativo, salvo previsão de alguma condição suspensiva, permitindo a todos os administrados o conhecimento do negócio celebrado. A publicação resumida do contrato é condição indispensável para a eficácia e deve ser feita em até 5 dias úteis. “A publicidade dos atos, programas, obras, serviços e campanhas dos órgãos públicos deverá ter caráter educativo, informativo ou de orientação social, dela não podendo constar nomes, símbolos ou imagens que caracterizem promoção pessoal de autoridades ou servidores públicos”. Possibilidade de mitigação desse princípio diante de situações excepcionais e justificadas: quando o sigilo for imprescindível à segurança do estado e da sociedade ou para intimidade dos envolvidos (art. 5º, X, da CF). Princípio intimamente ligado à perspectiva de transparência, dever da administração pública e direito da sociedade. 2.5) Princípio da eficiência O princípio da eficiência possui dois sentidos: Tome nota Súmula Vinculante 13: A nomeação de cônjuge, companheiro ou parente em linha reta, colateral ou por afinidade, até o terceiro grau, inclusive, da autoridade nomeante ou de servidor da mesma pessoa jurídica investido em cargo de direção, chefia ou assessoramento, para o exercício de cargo em comissão ou de confiança ou, ainda, de função gratificada na administração pública direta e indireta em qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, compreendido o ajuste mediante designações recíprocas, viola a Constituição Federal. Licenciado para - Jaciara B raz da S ilva C am podonio de A breu - 93089058553 - P rotegido por E duzz.com 15 a) Modo de atuação do agente público b) Organização e funcionamento da administração pública (Administração Gerencial) Fique atento! O princípio da eficiência é o mais recente dos princípios constitucionais da Administração Pública brasileira, tendo sido adotado a partir da promulgação, da Emenda Constitucional nº 19, de 1998 – Reforma Administrativa. Quando se fala em eficiência na administração pública, significa que o gestor público deve gerir a coisa pública com efetividade, economicidade, transparência e moralidade visando cumprir as metas estabelecidas. ATOS ADMINISTRATIVOS Conceito: Ato administrativo é aquela manifestação unilateral de vontade da Administração Pública. Ao utilizar essa manifestação unilateral, utiliza-se das prerrogativas de direito público, fazendo uso de sua superioridade. Nem todo ato praticado pela administração pública é ato administrativo. O ato administrativo apenas existirá quando a administração atua com as suas prerrogativas de direito público. Os atos administrativos são praticados (exarados) pela: Administração Pública (direta – função administrativa – e indireta) Particulares – atividade administrativa Fique atento! Para a doutrina majoritária, o silêncio não é propriamente ato administrativo, mas sim fato administrativo, o qual pode gerar consequências jurídicas, como a prescrição e a decadência. E, realmente, não é ato, pois falta, ao silêncio, a declaração de vontade, algo que é essencial ao conceito 1) NOÇÕES INICIAIS Alexandre de Moraes O princípio da eficiência é o que impõe à administração pública direta e indireta e a seus agentes a persecução do bem comum, por meio do exercício de suas competências de forma imparcial, neutra, transparente, participativa, eficaz, sem burocracia e sempre em busca da qualidade, primando pela adoção dos critérios legais e morais necessários para melhor utilização possível dos recursos públicos, de maneira a evitarem-se desperdícios e garantir-se maior rentabilidade social. Licenciado para - Jaciara B raz da S ilva C am podonio de A breu - 93089058553 - P rotegido por E duzz.com 16 de ato administrativo. O silêncio é o oposto disso: é ausência de manifestação. E não há ato sem a declaração de vontade. Atos da administração A administração pratica sem as prerrogativas públicas. Ex.: compra e venda e locação. Atos administrativos É a manifestação de vontade do Estado, com o objetivo de criar, modificar e extinguir direitos, com a finalidade de satisfazer o interesse público. Ato administrativo abdicativo é aquele pelo qual, mediante autorização legal, o titular abre mão de um direito. A peculiaridade desse ato é seu caráter incondicionável e irretratável. Formalismo moderado meras irregularidades não geram nulidade de atos do processo; Poder extroverso É o poder de o ato atingir 3ºs independentemente de suavontade; Móvel dos atos administrativos É a vontade pessoal e psíquica que move o agente público na elaboração dos atos administrativos. Ex. de como foi cobrado (considerado errado): "o MÓVEL DOS ATOS ADMINISTRATIVOS é a situação real que justifica a edição legítima do ato administrativo". Para Celso Antônio Bandeira de Mello, o móvel seria importante apenas para os atos discricionários que exigem a análise subjetiva do agente na escolha entre as opções de atuação conferidas pela legislação. Rafael Rezende defende que o móvel também invalidaria os atos vinculados, pois mesmos nestes haveria uma mínima margem de escolha do gestor a ser colmatada pelo móvel; Controle de juridicidade (sindicabilidade) É a possibilidade, em caso de violação da razoabilidade e da proporcionalidade, de o Judiciário rever a conveniência e a oportunidade dos atos discricionários. Esse controle acarreta a nulidade do ato e nunca a sua revogação. Atos de administradores de empresa estatal também podem ter natureza de ato administrativo. Ex.: decisões que indeferem requerimento de informações sobre os serviços públicos prestados pela empresa. Licenciado para - Jaciara B raz da S ilva C am podonio de A breu - 93089058553 - P rotegido por E duzz.com 17 Ato unilateral: é aquele que é formado pela manifestação de vontade da Administração Pública. Ato bilateral: é a manifestação de vontade da Administração e também do particular. Ex.: contrato administrativo, posse. 3.1) Ato vinculado e discricionário a) Ato vinculado É aquele praticado pela Administração Pública sem qualquer margem de liberdade / escolha. Uma vez que os requisitos legais forem preenchidos a Administração é obrigada a praticar o ato nos exatos termos da lei. É praticado apenas no aspecto da legalidade. Ex.: Licença para tratar da própria saúde. b) Ato discricionário É aquele em que o administrador tem certa margem de escolha. Escolha: análise do mérito administrativo (juízo de conveniência e oportunidade) – interesse público A discricionariedade jamais é presumida. Ela está prevista na lei ou em conceitos jurídicos indeterminados (ex.: conduta escandalosa na repartição). Limites: Lei Princípio da razoabilidade e proporcionalidade É praticado apenas no aspecto da legalidade. Mas, além disso, também deve ser observado o aspecto de mérito. Ex.: Licença para tratar de interesses particulares 3.2) Atos gerais e individuais a) Atos gerais São aqueles atos que possuem destinatários indeterminados (não sabemos as pessoas que serão atingidas por aquele ato). Atingem todos aqueles que se enquadrarem na situação descrita. Possuem caráter normativos – natureza genérica – conteúdo abstrato. Ex.: Decretos, instruções normativas, resoluções. 2) DIFERENCIAÇÃO: ATO UNLATERAL E ATO BILATERAL 3) CLASSIFICAÇÕES Licenciado para - Jaciara B raz da S ilva C am podonio de A breu - 93089058553 - P rotegido por E duzz.com 18 b) Atos individuais São aqueles que possuem destinatários determinados (sabemos quem são atingidos pelo ato) Possuem efeitos concretos. Ex.: Nomeação de 10 candidatos. 3.3) Atos simples, complexo e composto a) Ato simples É aquele ato formado pela manifestação de vontade de um órgão, produzindo um ato. b) Ato complexo É aquele formado pela manifestação de vontade de dois ou mais órgãos, produzindo um ato. Ex.: Aposentadoria (manifestação de vontade do órgão no qual a pessoa trabalha + manifestação de vontade do respectivo tribunal de contas = formam um único ato da aposentadoria). c) Ato composto É aquele formado pela manifestação de vontade de um órgão (ato principal). Porém, é necessário a aprovação da vontade (ato acessório / instrumental), que é feita por outro órgão. Neste caso, há dois atos distintos. Ex.: Homologação. 3.4) Atos de império, gestão e expediente a) Ato de império Aquele ato em que a Administração faz uso de sua supremacia (prerrogativas estatais) b) Ato de gestão Aquele ato que a administração pratica sem utilizar a sua supremacia. c) Ato de expediente São aqueles atos internos, que não possuem conteúdo decisório. 3.5) Ato perfeito, válido e eficaz a) Ato perfeito É aquele que completou o seu ciclo de formação (etapas) Se o ato não completou o seu ciclo de formação ele será imperfeito. Mnemônico Complexo – exo – lembra sexo – Dois ou mais órgãos que se unem para praticar o mesmo ato. Licenciado para - Jaciara B raz da S ilva C am podonio de A breu - 93089058553 - P rotegido por E duzz.com 19 b) Ato válido É aquele que está em conformidade com o ordenamento jurídico (lei) Se o ato não está de acordo com a lei ele será inválido c) Ato eficaz É aquele ato que está apto para produção de efeitos. Se o ato não está apto a produzir os seus efeitos ele será ineficaz 4.1) Elementos / requisitos São os chamados requisitos de validade. Requisitos que devem ser observados para que o ato seja válido. Requisitos que se não forem observados o ato será inválido. Elementos / requisitos do ato administrativo Competência Finalidade Forma Motivo Objeto Mnemônico: CO-FI-FO-MO-OB a) Competência Também pode ser chamada de sujeito Sujeito é a pessoa que possui atribuição legal para a prática do ato. b) Finalidade Interesse público Não pode praticar o ato para fins privados, nem para beneficiar os amigos e prejudicar os inimigos. 4) ELEMENTOS DOS ATOS ADMINISTRATIVOS Licenciado para - Jaciara B raz da S ilva C am podonio de A breu - 93089058553 - P rotegido por E duzz.com 20 A finalidade que deve ser observada é aquele prevista em lei para o ato. c) Forma É o jeito que o ato é praticado. Como regra, o ato é formal e escrito. Motivação: representa a exteriorização / exposição / apresentação dos motivos. É pegar os motivos e colocar no papel. d) Motivo Situação fática (fatos – o que aconteceu no caso concreto) e jurídica (o que está na lei) que justifica a prática do ato. e) Objeto Também pode ser chamado de conteúdo. São os efeitos produzidos. Trata-se do próprio ato. Ex.: Demissão, exoneração. 4.2) Teoria dos motivos determinantes Os motivos alegados para prática do ato devem ser verdadeiros. Se esses motivos forem falsos / inexistentes, o ato será ilegal. Fique atento! Nem todo ato precisa ser motivado. Ex.: exoneração do titular de um cargo em comissão. A motivação neste caso não é exigida, mas, se por acaso a motivação for feita, aplica-se esta teoria. 4.3) Discricionariedade Pergunta: Onde está a discricionariedade de um ato discricionário? No elemento motivo e objeto. Competência / finalidade / forma - vinculados Motivo / Objeto - vinculados ou discricionários São as características do ato administrativo. 5) ATRIBUTOS DOS ATOS ADMINISTRATIVOS Licenciado para - Jaciara B raz da S ilva C am podonio de A breu - 93089058553 - P rotegido por E duzz.com 21 Atributos Presunção de legitimidade e veracidade Autoexecutoriedade Tipicidade Imperatividade Mnemônico: PATI a) Presunção de legitimidade e veracidade Presunção de legitimidade: presume que o ato está de acordo com a lei. Presunção de veracidade: presume que os fatos narrados são verdadeiros. Obs. 1: Presunção universal: presente em todos os atos administrativos Obs. 2: Presunção relativa: admite prova em contrário Obs. 3: Ônus da prova é do destinatário do ato e não da administração pública. b) Autoexecutoriedade Atributo que permite a Administração Pública executar diretamente as suas decisões de forma direta, imediata. Sem necessidade de intervenção judicial, inclusive com o uso da força, caso seja necessário. Ex.: Interdição de estabelecimento, apreensão de mercadorias, demolição de obra irregular. c) TipicidadeNem todo doutrinador entende que é um atributo, mas a maioria entende que sim. A tipicidade exige que haja uma previsão legal do ato administrativo. Deve ser previsto em lei. Regida pelo princípio da legalidade. Todo ato administrativo unilateral possui esse atributo. Se for ato administrativo bilateral, há doutrina que diga que não possui esse atributo. d) Imperatividade Tome nota! Nem todo ato possui o atributo da autoexecutoriedade, como, por exemplo, a multa. Licenciado para - Jaciara B raz da S ilva C am podonio de A breu - 93089058553 - P rotegido por E duzz.com 22 Decorrente do poder de império / extroverso Os atos administrativos são impostos de forma unilateral pelo Estado independente da anuência (concordância) dos administrados. Fique atento! Nem todo ato possui o atributo da imperatividade, como, por exemplo, os atos negociais. Agente putativo Agente necessário É aquele que está investido irregularmente. Ex.: entrou em exercício sem tomar posse e ninguém percebeu. Logo, não assinou a posse. É aquele convocado em situações emergenciais. Ex.: bombeiro pede ajuda para cidadão ajudá- lo. Atos são válidos perante terceiros de boa-fé. Atos praticados – Estado responde Fique atento! Usurpador de função: fingindo ser agente público com uma finalidade ilícita. Os atos por ele praticados não são ilegais, mas inexistentes. Desfazimento do ato administrativo. Retirada do ato do mundo jurídico. O ato deixa de existir. Formas da extinção dos atos administrativos: i) Anulação (invalidação) Também pode ser chamada de invalidação Anulação é o desfazimento de um ato ilegal / inválido. Critério de legalidade: verifica se o ato está em conformidade com a lei. Pode ser decretada pela própria administração (autotutela) – de ofício ou a requerimento. Mas como a lei foi violada, o ato também pode ser anulado pelo Poder Judiciário, que deverá ser provocado (princípio da inércia). 6) AGENTE PUTATIVO E AGENTE NECESSÁRIO 7) EXTINÇÃO DOS ATOS ADMINISTRATIVOS Licenciado para - Jaciara B raz da S ilva C am podonio de A breu - 93089058553 - P rotegido por E duzz.com 23 A anulação poderá incidir tanto em atos vinculados quanto discricionários – não olha o mérito, apenas os aspectos de sua legalidade. A anulação possui efeitos retroativos – retroage a data da prática do ato. Trata-se do efeito “ex tunc”. Qual o prazo que a administração pública tem para anular seus atos? Prazo decadencial de 5 anos, quando o destinatário estiver de boa-fé. Caso esteja de má-fé, a anulação do ato poderá ser feita a qualquer momento. ii) Revogação O ato é válido. Não há ilegalidade, pois foi praticado conforme a lei. No entanto, a administração pública fez o juízo de conveniência e oportunidade e verifica que o ato não coaduna mais com o interesse público. Critério de mérito: a administração faz a análise do mérito administrativo Decretada apenas pela própria Administração Pública (autotutela – controle dos próprios atos) A revogação apenas incide sobre os atos discricionários. A revogação possui efeitos não retroativos (prospectivos). Trata-se do efeito “ex nunc”. Qual o prazo que a administração pública tem para revogar seus atos? A revogação poderá ser feita a qualquer momento. A administração pública não pode revogar: Ato vinculado Atos que já geraram direito adquirido Atos consumados / exauridos Atos que integrem um procedimento Mero ato administrativo (aquele ato cujos efeitos dependem de um outro ato, ex.: atestado, certidão) O Poder Judiciário não revoga ato dos outros. Mas revoga seus próprios atos quando está atuando em sua função administrativa. iii) Cassação Trata-se de uma penalidade, aplicada em razão do descumprimento de alguma condição. Ex.: Licença para construir que descumpre alguma regra. iv) Caducidade Ocorre quando o ato é incompatível com a nova legislação. Ex.: tinha licença para jogar entulho no terreno, vem nova lei proibindo tal prática. Licenciado para - Jaciara B raz da S ilva C am podonio de A breu - 93089058553 - P rotegido por E duzz.com 24 v) Contraposição Ato novo com efeitos contrapostos (opostos) Ex.: a nomeação chama e a exoneração “deschama”. EXTINÇÃO DOS ATOS ADMINISTRATIVOS Anulação Ilegal Revogação Interesse público Cassação Penalidade Caducidade Incompatível com lei nova Contraposição Ato novo oposto Trata-se da “correção” de um ato ilegal. Efeitos retroativos – “ex tunc” – Sana o vício desde sua origem. Requisitos para a convalidação: Vício sanável (ato anulável) Ato ainda não foi impugnado Não gerar prejuízos para o interesse público e terceiros Ao Poder Judiciário cabe anular atos administrativos ilegais e não a sua convalidação. 8) CONVALIDAÇÃO Tome nota! É diferente da caducidade dos serviços público. Licenciado para - Jaciara B raz da S ilva C am podonio de A breu - 93089058553 - P rotegido por E duzz.com 25 Normativos Atos gerais (destinatários indeterminados – caráter genérico e abstrato) Ex.: Resolução Ordinatório Atos internos (ordens que a administração pública profere para ser órgãos e servidores subordinados. Decorre do poder hierárquico. Aqueles que disciplinam o funcionamento da Administração Pública, incluindo as condutas dos seus agentes. Ex.: ordens de serviço, memorando, circulares internas, instruções, avisos, portaria. Negociais São casos em que o particular precisa da anuência da administração pública. Não são imperativos, coercitivos, autoexecutórios. Ex.: Licenças e autorizações. Enunciativo É aquele ato que não representa uma manifestação de vontade propriamente dita. A administração pública simplesmente emite uma opinião (juízo de valor). Apenas declara uma situação. Ex.: atestado, parecer, certidão, apostila. Externam ou declaram uma situação existente em registros, processo ou arquivos públicos sem qualquer manifestação de vontade original da Administração). Punitivo É quando a administração pública está aplicando uma sanção. Pode estar punindo um servidor, particular ou particular com vínculo. Mnemônico: NONEP 9) ESPÉCIES DE ATOS ADMINISTRATIVOS 10) PARECERES Tome nota! Como regra, se o vício for no elemento competência (salvo competência exclusiva, que não pode ser delegada, e competência em razão da matéria) ou na forma (salvo se a forma for essencial à validado do ato) poderá ser convalidado. “FoCo na convalidação”. Licenciado para - Jaciara B raz da S ilva C am podonio de A breu - 93089058553 - P rotegido por E duzz.com 26 Os pareceres podem ser facultativos (é meramente opcional), obrigatórios (exige-se o parecer para a realização do ato, mas é mera opinião, podendo a autoridade dele divergir) ou vinculantes (a autoridade não pode dele divergir, deixa de ser mera opinião). Quando se fala em atos negociais, temos: Licença Autorização Permissão Ato vinculado Ato discricionário Ato discricionário Não pode revogar Poder revogar Pode revogar Ex.: licença para dirigir PODERES DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA É o uso irregular do poder. Trata-se um vício que torna o ato administrativo nulo. Esse abuso é a conduta do gestor demarcada pela ilegalidade, que pode se subdividir em: ausência de competência, falta de interesse público e por meio da omissão. Quadro comparativo entre excesso de poder e desvio de poder (MAZZA, op. cit., p. 409) ABUSO DE PODER (gênero) Excesso de poder (espécie) Desvio de poder (espécie) Agente competente Agente competente Exorbitância de competência: o agente vai além da sua competência. Ato visando interesse diverso do interesse público. 1) ABUSO DE PODER 11) LICENÇAS, AUTORIZAÇÕES E PERMISSÕES Licenciado para - Jaciara B raz da S ilva C am podoniode A breu - 93089058553 - P rotegido por E duzz.com 27 Desproporcionalidade entre situação de fato e a conduta praticada Defeito na finalidade Defeito no motivo e/ou objeto Não pode ser convalidado Admite convalidação quando considerado efeito na competência Poder vinculado Poder discricionário Poder disciplinar Poder hierárquico Poder normativo Poder regulamentar Poder de polícia 2.1) poder vinculado A lei atribui competência e define todos os aspectos da conduta a ser praticada. Não há margem de liberdade para o agente escolher a melhor forma de agir (competência, forma e finalidade são requisitos sempre vinculados; motivo e objeto, não); 2.2) poder discricionário A lei atribui competência, mas reserva certa margem de discricionariedade para que, diante da situação concreta, o agente possa selecionar a opção mais apropriada para a defesa do interesse público. Essa discricionariedade só pode residir no motivo ou no objeto do ato administrativo. 2.3) poder disciplinar É a possibilidade da Administração aplicar punições aos agentes públicos que cometem infrações funcionais. 2) ESPÉCIE DE PODERES Licenciado para - Jaciara B raz da S ilva C am podonio de A breu - 93089058553 - P rotegido por E duzz.com 28 Esse poder tem relação com a natureza, a gravidade da infração e com os danos que ela causar ao serviço público. Características do poder disciplinar: Poder interno: só se aplica aos particulares quando eles forem contratados da Administração; Não permanente: só se aplica quando o servidor cometer falta funcional; É discricionário: a Administração pode escolher, com margem de liberdade, a punição mais apropriada. 2.4) poder hierárquico É o poder da administração para distribuir e escalonar as funções de seus órgãos e ordenar e rever a atuação de seus agentes, estabelecendo relação de subordinação entre os servidores do seu quadro de pessoal. a) Poder interno: só se manifesta dentro da mesma pessoa jurídica. Lembrando que não há hierarquia entre administração direta e indireta. b) Permanente: trata-se de exercício constante e permanente dos agentes públicos. 2.5) poder normativo É mais amplo do que o "poder regulamentar", pois permite a edição de todas as categorias de atos (regimentos, instruções, deliberações, resoluções e portarias). 2.6) poder regulamentar É mais restrito que o "poder normativo", pois é a possibilidade de edição de decretos e regulamentos, tidos como atos administrativos gerais. ATENÇÃO: esse poder dispensa previsão na lei a ser regulamentada. Esse poder também decorre do poder hierárquico; Esse poder se estende aos chefes do executivo federal, estadual e municipal; O agente não pode alterar a lei. Ele deve apenas regulamentá-la. 2.7) poder de polícia É a imposição de limites à liberdade e propriedade dos particulares. Trata-se de poder do Estado utilizado para condicionar, restringir, limitar, frenar o exercício das atividades particulares em busca do interesse público. Não é exclusivo do chefe do Executivo. Ele difunde-se por toda administração. Tome nota! Constatada a infração, a Administração é obrigada a punir, mas tem o poder discricionário de ajustar a pena. Licenciado para - Jaciara B raz da S ilva C am podonio de A breu - 93089058553 - P rotegido por E duzz.com 29 O poder de polícia é, em regra, preventivo. Contraditório e ampla defesa podem ser diferidos, em casos de emergência. Atos não são concretos, são normativos, ou seja, sem destinatários individualizados. Não é possível o estabelecimento de penalidades, pois isso é assunto de reserva legal. a) atributos O poder de polícia possui três atributos (“DICA” DIscricionariedade, Coercibilidade e Autoexecutoriedade). Discricionariedade Razoável liberdade de atuação, podendo valorar a oportunidade e conveniência de sua prática. Coercibilidade Possibilidade de imposição coercitiva. Autoexecutoriedade Possibilidade de executar diretamente suas decisões sem necessidade de autorização do Judiciário. Mnemônico: “DICA” DIscricionariedade, Coercibilidade e Autoexecutoriedade b) ciclos Ciclos do poder de polícia (visão tradicional): (Ôce fais, hein) Atributos do poder de polícia Discricionariedade Coercibilidade Autoexecutoriedade Licenciado para - Jaciara B raz da S ilva C am podonio de A breu - 93089058553 - P rotegido por E duzz.com 30 Ordem é a norma legal que estabelece as restrições e as condições para o exercício das atividades privadas (para o STF, é o único indelegável); Consentimento é a anuência do Estado para que o particular desenvolva determinada atividade ou utilize a propriedade particular; Fiscalização é a verificação (pela Administração) do cumprimento (pelo particular) da ordem e do consentimento de polícia; Sanção é a medida coercitiva aplicada ao particular que descumpre a ordem de polícia. Ex.: multa de trânsito, interdição do estabelecimento; Fique atento! Delegação do poder de polícia: Para o STF: Só a ordem é indelegável: "É constitucional a delegação do poder de polícia [consentimento, fiscalização e sanções], por meio de lei, a pessoas jurídicas de direito privado integrantes da Administração Pública indireta de capital social majoritariamente público que prestem exclusivamente serviço público de atuação própria do Estado e em regime não concorrencial.". Assim, para o STF, a única fase do ciclo de polícia que é indelegável é a ORDEM (poder legislativo), pois a sanção também é delegável a pessoas jurídicas que atuam em regime não concorrencial. (Conforme decisão do STF no RE 633.782 - 2021) Para o STJ e doutrina: Ciclos do Poder de Polícia Ordem Consentimento Fiscalização Sanções Licenciado para - Jaciara B raz da S ilva C am podonio de A breu - 93089058553 - P rotegido por E duzz.com 31 Ordem e sanção são indelegáveis, pois são aplicadas com coercibilidade (para o STF, só a ordem seria indelegável – vide abaixo). Consentimento e fiscalização são delegáveis. Quadro resumo entre polícia administrativa e judiciária (extraído das explicações do Prof. Cyonil Borges) PODER DE POLÍCIA ADMINISTRATIVA JUDICIÁRIA Natureza Preventiva Repressiva Incidência Bens, direitos e atividades Pessoas Finalidade Proteção do interesse público em geral Diz respeito basicamente à apuração de crimes Competência Toda a Administração Pública de direito público Corporações específicas Sanções Administrativas Criminais (CP e CPP) RESPONSABILIDADE EXTRACONTRATUAL DO ESTADO Previsão: art. 37, §6º, CF. As pessoas jurídicas de direito público e as de direito privado prestadoras de serviços públicos responderão pelos danos que seus agentes, nessa qualidade, causarem a terceiros, assegurado o direito de regresso contra o responsável nos casos de dolo ou culpa. (i) teoria da irresponsabilidade: Estado não responde civilmente, pois é representante de DEUS, que não erra. 1) FUNDAMENTO CONSTITUCIONAL 2) HISTÓRICO Licenciado para - Jaciara B raz da S ilva C am podonio de A breu - 93089058553 - P rotegido por E duzz.com 32 (ii) teorias civilistas: são três: a) Atos de império X atos de gestão: o Estado não responde por atos de império, mas responde por atos de gestão, caso em que sua responsabilidade será SUBJETIVA. b) Culpa do servidor: o Estado responde SUBJETIVAMENTE, desde que comprovada a culpa do agente público. c) Culpa do serviço (faut du service ou culpa anônima): não precisa provar a culpa do agente, mas apenas que (i) o serviço não foi prestado; (ii) foi prestado com falha ou (iii) foi prestado com atraso. (iii) teorias publicistas: A responsabilidade do Estado passa a ser objetiva. São duas: a) Teoria do risco administrativo: embora a responsabilidade seja objetiva, admite-se a exclusão do nexo causalem alguns casos (é a teoria adotada no Brasil, em regra). No entanto, o STJ e a doutrina tradicional entendem que, em caso de omissão, a responsabilidade será SUBJETIVA. O STF, contudo, em alguns julgados, já disse que a responsabilidade será sempre objetiva, pois a CF (art. 37, §6º) não distingue ação de omissão. b) Teoria do risco integral: não admite a exclusão do nexo causal (ex. dano ambiental). Aplicam-se normalmente todas as excludentes do nexo de causalidade (caso fortuito, força maior e culpa exclusiva da vítima). Na hipótese de culpa concorrente, deve ser diminuído o valor da indenização. Culpa exclusiva da vítima: o dano é causado pela própria pessoa que se lesou; Força maior: é um acontecimento involuntário, imprevisível e incontrolável; Culpa de terceiro: quando o ato foi praticado por outra pessoa (e não um agente do público). Excludentes de responsabilidade Caso fortuito Força maior Culpa exclusiva da vítima 3) EXCLUENTES Licenciado para - Jaciara B raz da S ilva C am podonio de A breu - 93089058553 - P rotegido por E duzz.com 33 Em 2019, o STF pacificou, em sede de repercussão geral, a teoria da DUPLA GARANTIA, segundo a qual a vítima só pode ajuizar a ação contra o Poder Público, e não contra o agente público causador do dano, uma vez que o servidor tem, a seu favor, a garantia de só ser processado via ação de regresso proposta pelo Estado. Para o STF, a necessidade de ação de regresso (Estado X agente) representa uma dupla garantia: 1) em favor do particular: que ajuíza ação diretamente contra quem pode pagar; 2) em favor do agente público: que somente responderá futuramente. Quando há ato que possa gerar indenização, o trâmite é o seguinte: 1º passo: ação do cidadão contra o ente público (U/E/DF/M). Nessa ação, não se verifica se o agente que causou o dano agiu com culpa ou dolo. 2º passo: ação de regresso: depois que ressarcir o cidadão, o Estado vai entrar com uma ação contra o agente que praticou o ato e, nesse caso, irá verificar se ele agiu com culpa ou dolo. Se ele não teve nem mesmo culpa, não vai pagar pelo erro. Em resumo: primeiro o Estado paga o cidadão e depois tenta receber do agente público que cometeu o erro. Com base nas explicações acima, um ponto merece ATENÇÃO: a responsabilidade do estado é objetiva, mas a do servidor é subjetiva. O STJ entende que, processado apenas o Poder Público, NÃO É OBRIGATÓRIA a denunciação da lide em face do servidor. O STJ pacificou o entendimento de que o prazo prescricional é de 05 anos (D. 20.910/32). Tome nota! Nos termos do artigo 37, § 6º, da Constituição Federal, não se caracteriza a responsabilidade civil objetiva do Estado por danos decorrentes de crime praticado por pessoa foragida do sistema prisional, quando não demonstrado o nexo causal direto entre o momento da fuga e a conduta praticada. STF. Plenário. RE 608880, Rel. Min. Marco Aurélio, Relator p/ Acórdão Alexandre de Moraes, julgado em 08/09/2020 (Repercussão Geral – Tema 362) (Info 993). 4) RESPONSABILIDADE DO ESTADO 5) DIREITO DE REGRESSO 6) PRAZO Licenciado para - Jaciara B raz da S ilva C am podonio de A breu - 93089058553 - P rotegido por E duzz.com 34 7.1) Doutrina tradicional e do Superior Tribunal de Justiça Na doutrina, ainda hoje, a posição majoritária é a de que a responsabilidade civil do Estado em caso de atos omissivos é SUBJETIVA, baseada na teoria da culpa administrativa (culpa anônima). Assim, em caso de danos causados por omissão, o particular, para ser indenizado, deveria provar: a) a omissão estatal; b) o dano; c) o nexo causal; d) a culpa administrativa (o serviço público não funcionou, funcionou de forma tardia ou ineficiente). Esta é a posição que você encontra na maioria dos Manuais de Direito Administrativo. Vide: STJ. 2ª Turma. AgRg no REsp 1345620/RS, Rel. Min. Assusete Magalhães, julgado em 24/11/2015. 7.2) Jurisprudência do Supremo Tribunal Federal Na jurisprudência do STF, contudo, tem ganhado força nos últimos anos o entendimento de que a responsabilidade civil por atos OMISSIVOS também é OBJETIVA, com base na teoria do risco administrativo. (...) A jurisprudência da Corte firmou-se no sentido de que as pessoas jurídicas de direito público respondem objetivamente pelos danos que causarem a terceiros, com fundamento no art. 37, § 6º, da Constituição Federal, tanto por atos comissivos quanto por atos omissivos, desde que demonstrado o nexo causal entre o dano e a omissão do Poder Público. (...) STF. 2ª Turma. ARE 897890 AgR, Rel. Min. Dias Toffoli, julgado em 22/09/2015. No mesmo sentido: STF. 2ª Turma. RE 677283 AgR, Rel. Min. Gilmar Mendes, julgado em 17/04/2012. Deve-se fazer, no entanto, uma advertência: para o STF, o Estado responde de forma objetiva pelas suas omissões. No entanto, o nexo de causalidade entre essas omissões e os danos sofridos pelos particulares só restará caracterizado quando o Poder Público tinha o dever legal específico de agir para impedir o evento danoso e mesmo assim não cumpriu essa obrigação legal. Em caso de inobservância de seu dever específico de proteção previsto no art. 5º, inciso XLIX, da CF/88, o Estado é responsável pela morte de detento. STF. Plenário. RE 841526/RS, Rel. Min. Luiz Fux, julgado em 30/3/2016 (repercussão geral) (Info 819). Em regra, o Estado não responde por ato jurisdicional. A CF/88 prevê a responsabilidade civil do Estado apenas quando houver erro judiciário ou excesso de prisão. Nesses casos, haverá responsabilidade objetiva, ou seja, a obrigação de indenizar independe de culpa ou dolo do magistrado. Súmula 647 do STJ São imprescritíveis as ações indenizatórias por danos morais e materiais decorrentes de atos de perseguição política com violação de direitos fundamentais ocorridos durante o regime militar. 7) RESPONSABILIZAÇÃO DO ESTADO POR ATOS OMISSIVOS 8) RESPONSABILIDADE POR ATO JURISDICIONAL Licenciado para - Jaciara B raz da S ilva C am podonio de A breu - 93089058553 - P rotegido por E duzz.com 35 Fique atento! O Estado poderá ajuizar ação de regresso contra o magistrado, que será responsabilizado quando tiver agido com dolo ou fraude, ou tiver se recusado a providência que devesse ordenar, sem justa causa (art. 143, CPC). Será responsabilizado o agente no caso de ERRO GROSSEIRO. Configura erro grosseiro: Ato administrativo que ensejar violação ao direito à vida, à saúde, ao meio ambiente equilibrado ou impactos adversos à economia, por inobservância: de normas e critérios científicos e técnicos; ou dos princípios constitucionais da precaução e da prevenção. Em regra, não cabe indenização. Exceção: lei inconstitucional + prejuízo específico e anormal e nos casos de leis de efeitos concretos (porque são materialmente equivalentes aos atos administrativos). União não tem responsabilidade por prejuízos causados no caso de redução de impostos de importação (Informativo 963 do STF); Concurso fraudado: responsabilidade direta da organizadora e subsidiária do Estado: Estado responde subsidiariamente caso a prova do concurso público seja suspensa ou cancelada por indícios de fraude; a responsabilidade direta é da instituição organizadora; Responsabilidade objetiva do Estado sobre os cartórios: Em casos de cartórios, o Estado tem responsabilidade objetiva e deve ajuizar ação de regresso contra o responsável, sob pena de improbidade administrativa; Se o agente pratica crime com arma da corporação, o Estado responde objetivamente, mesmo que ele esteja fora de suas funções. Detalhe: se for policial federal a responsabilidade é da União, se for guarda municipal, responsabilidade do município; 10) RESPONSABILIDADE POR ATO LEGISLATIVO 9) COVID-19 11) SITUAÇÕES ESPECÍFICAS Tome nota!STF entendeu (fev/2019) que o Estado tem responsabilidade civil objetiva para reparar danos causados a terceiros por cartorários tabeliães e oficiais de registro no exercício de suas funções cartoriais. Além disso, deve ajuizar ação de regresso contra o responsável pelo dano, nos casos de dolo ou culpa, sob pena de improbidade administrativa. Licenciado para - Jaciara B raz da S ilva C am podonio de A breu - 93089058553 - P rotegido por E duzz.com 36 Causas de responsabilidade objetiva do Estado: Morte e suicídio de preso; Atos praticados por cartorários; Matérias ambientais; Erro judiciário; Questões nucleares (alguns chamam de responsabilidade integral do Estado). Considerando que é dever do Estado, imposto pelo sistema normativo, manter em seus presídios os padrões mínimos de humanidade previstos no ordenamento jurídico, é de sua responsabilidade, nos termos do art. 37, § 6º, da Constituição, a obrigação de ressarcir os danos, inclusive morais, comprovadamente causados aos detentos em decorrência da falta ou insuficiência das condições legais de encarceramento. STF. Plenário. RE 580252/MS, rel. orig. Min. Teori Zavascki, red. p/ o ac. Min. Gilmar Mendes, julgado em 16/2/2017 (repercussão geral) (Info 854). CONTROLE DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA De acordo com José dos Santos Carvalho Filho, é possível conceituar controle da Administração Pública como sendo o conjunto de mecanismos jurídicos e administrativos por meio dos quais se exerce o poder de fiscalização e revisão da atividade administrativa em qualquer das esferas de Poder. O controle da Administração Pública pode ser qualificado de cinco formas, vejamos: Quanto ao fundamento Quanto à origem Quanto ao órgão que exerce o controle Quanto ao momento do controle Quanto ao aspecto de controle Veja abaixo um quadro esquematizado para facilitara sua memorização: Conceito de Controle Administrativo Classificação das formas de controles Licenciado para - Jaciara B raz da S ilva C am podonio de A breu - 93089058553 - P rotegido por E duzz.com 37 FUNDAMENTO ORIGEM ÓRGÃO QUE EXERCE MOMENTO DO CONTROLE ASPECTO DO CONTROLE Hierárquico Interno Poder Executivo Prévio Legalidade Finalístico Externo Poder Legislativo Concomitante Mérito Popular Poder Judiciário Posterior LEI DE IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA (LEI Nº 8.429/1992 COM REDAÇÃO DADA PELA LEI Nº 14.230/2021) A Lei de Improbidade Administrativa – Lei 8.429/92 – é dividida em oito capítulos, que são: Capítulo I - Das disposições Gerais Capítulo II - Dos Atos de Improbidade Administrativa Capítulo III - Das Penas Capítulo IV - Da Declaração de Bens Capítulo V - Do procedimento administrativo e do processo judicial Capítulo VI - Das disposições penais Capítulo VII - Da prescrição Capítulo VIII - Das disposições finais Capítulo I – Das disposições gerais Disposições gerais da lei de improbidade administrativa Art. 1º O sistema de responsabilização por atos de improbidade administrativa tutelará a probidade na organização do Estado e no exercício de suas funções, como forma de assegurar a integridade do patrimônio público e social, nos termos desta Lei. (Lei nº 14.230, de 2021) Parágrafo único. (Revogado). (Lei nº 14.230, de 2021) § 1º Consideram-se atos de improbidade administrativa as condutas dolosas tipificadas nos arts. 9º, 10 e 11 desta Lei, ressalvados tipos previstos em leis especiais. (Lei nº 14.230, de 2021) § 2º Considera-se dolo a vontade livre e consciente de alcançar o resultado ilícito tipificado nos arts. 9º, 10 e 11 desta Lei, não bastando a voluntariedade do agente. (Lei nº 14.230, de 2021) Licenciado para - Jaciara B raz da S ilva C am podonio de A breu - 93089058553 - P rotegido por E duzz.com 38 § 3º O mero exercício da função ou desempenho de competências públicas, sem comprovação de ato doloso com fim ilícito, afasta a responsabilidade por ato de improbidade administrativa. (Lei nº 14.230, de 2021) § 4º Aplicam-se ao sistema da improbidade disciplinado nesta Lei os princípios constitucionais do direito administrativo sancionador. (Lei nº 14.230, de 2021) § 5º Os atos de improbidade violam a probidade na organização do Estado e no exercício de suas funções e a integridade do patrimônio público e social dos Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário, bem como da administração direta e indireta, no âmbito da União, dos Estados, dos Municípios e do Distrito Federal. (Lei nº 14.230, de 2021) § 6º Estão sujeitos às sanções desta Lei os atos de improbidade praticados contra o patrimônio de entidade privada que receba subvenção, benefício ou incentivo, fiscal ou creditício, de entes públicos ou governamentais, previstos no § 5º deste artigo. (Lei nº 14.230, de 2021) § 7º Independentemente de integrar a administração indireta, estão sujeitos às sanções desta Lei os atos de improbidade praticados contra o patrimônio de entidade privada para cuja criação ou custeio o erário haja concorrido ou concorra no seu patrimônio ou receita atual, limitado o ressarcimento de prejuízos, nesse caso, à repercussão do ilícito sobre a contribuição dos cofres públicos. (Lei nº 14.230, de 2021) § 8º Não configura improbidade a ação ou omissão decorrente de divergência interpretativa da lei, baseada em jurisprudência, ainda que não pacificada, mesmo que não venha a ser posteriormente prevalecente nas decisões dos órgãos de controle ou dos tribunais do Poder Judiciário. (Lei nº 14.230, de 2021) Art. 2º Para os efeitos desta Lei, consideram-se agente público o agente político, o servidor público e todo aquele que exerce, ainda que transitoriamente ou sem remuneração, por eleição, nomeação, designação, contratação ou qualquer outra forma de investidura ou vínculo, mandato, cargo, emprego ou função nas entidades referidas no art. 1º desta Lei. (Lei nº 14.230, de 2021) Parágrafo único. No que se refere a recursos de origem pública, sujeita-se às sanções previstas nesta Lei o particular, pessoa física ou jurídica, que celebra com a administração pública convênio, contrato de repasse, contrato de gestão, termo de parceria, termo de cooperação ou ajuste administrativo equivalente. (Lei nº 14.230, de 2021) Art. 3º As disposições desta Lei são aplicáveis, no que couber, àquele que, mesmo não sendo agente público, induza ou concorra dolosamente para a prática do ato de improbidade. (Lei nº 14.230, de 2021) § 1º Os sócios, os cotistas, os diretores e os colaboradores de pessoa jurídica de direito privado não respondem pelo ato de improbidade que venha a ser imputado à pessoa jurídica, salvo se, comprovadamente, houver participação e benefícios diretos, caso em que responderão nos limites da sua participação. (Lei nº 14.230, de 2021) § 2º As sanções desta Lei não se aplicarão à pessoa jurídica, caso o ato de improbidade administrativa seja também sancionado como ato lesivo à administração pública de que trata a Lei nº 12.846, de 1º de agosto de 2013. (Lei nº 14.230, de 2021) Art. 7º Se houver indícios de ato de improbidade, a autoridade que conhecer dos fatos representará ao Ministério Público competente, para as providências necessárias. (Lei nº 14.230, de 2021) Licenciado para - Jaciara B raz da S ilva C am podonio de A breu - 93089058553 - P rotegido por E duzz.com 39 Parágrafo único. (Revogado). (Lei nº 14.230, de 2021) Art. 8º O sucessor ou o herdeiro daquele que causar dano ao erário ou que se enriquecer ilicitamente estão sujeitos apenas à obrigação de repará-lo até o limite do valor da herança ou do patrimônio transferido. (Lei nº 14.230, de 2021) Art. 8º-A A responsabilidade sucessória de que trata o art. 8º desta Lei aplica-se também na hipótese de alteração contratual, de transformação, de incorporação, de fusão ou de cisão societária. (Lei nº 14.230, de 2021) Parágrafo único. Nas hipóteses
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