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Fenômeno de Transferência Professor Hans Aula 3: Convecção - Teoria Convecção Térmica A convecção térmica é um processo de transferência de calor que ocorre em fluidos (líquidos ou gases) devido à diferença de temperatura dentro do fluido. Esse processo envolve o movimento das partículas do fluido, resultando no transporte de calor de uma região para outra. Existem dois tipos principais de convecção térmica: Convecção Natural (ou Livre): Nesse tipo de convecção, o movimento do fluido é impulsionado principalmente por diferenças de densidade causadas por variações de temperatura. Quando uma região de fluido é aquecida, ela se torna menos densa e tende a subir, enquanto a região mais fria, mais densa, tende a descer. Esse movimento cria correntes de convecção que transferem calor. Um exemplo comum é a circulação do ar quente próximo a um radiador. Convecção Forçada: Aqui, o movimento do fluido é induzido por uma fonte externa, como uma bomba ou um ventilador. Isso é comum em sistemas de aquecimento, ventilação e ar condicionado, onde o ar é forçado a circular por dutos para distribuir o calor de maneira eficiente. A Lei de Newton da Convecção A Lei de Newton da Convecção, também conhecida como Lei do Resfriamento de Newton, é uma relação empírica que descreve a taxa de transferência de calor por convecção entre uma superfície sólida e um fluido circundante. Essa lei foi formulada por Sir Isaac Newton e é amplamente usada na engenharia para calcular o fluxo de calor em sistemas que envolvem transferência de calor por convecção. A forma básica da Lei de Newton da Convecção é a seguinte: �̇� = 𝒉𝑨𝜟𝑻 onde: �̇� é o fluxo de calor (taxa de transferência de calor) entre a superfície e o fluido circundante, em Watts (W) ou outras unidades de energia por unidade de tempo. h é o coeficiente de transferência de calor por convecção, em unidades de W/(m²·K) (Watts por metro quadrado por Kelvin). O coeficiente h representa a eficiência da transferência de calor por convecção e depende das propriedades do fluido, das características da superfície e das condições operacionais. A é a área de superfície em contato com o fluido, em metros quadrados (m²). ΔT é a diferença de temperatura entre a superfície sólida e o fluido circundante, em Kelvin (K). A figura abaixo ilustra o perfil de temperatura para o caso de um fluido escoando sobre uma superfície aquecida. Essa relação simplificada é uma aproximação e assume condições ideais de transferência de calor. Em casos mais complexos, especialmente quando há mudanças significativas nas propriedades do fluido, flutuações de temperatura, variações no fluxo de fluido ou geometrias complicadas, equações mais detalhadas e modelos mais avançados podem ser necessários. Camada Limite Quando um fluido escoa ao longo de uma superfície, seja o escoamento em regime laminar ou turbulento, as partículas na vizinhança da superfície são desaceleradas em virtude das forças viscosas. A porção de fluido contida na região de variação substancial de velocidade, ilustrada na figura abaixo, é denominada de camada limite hidrodinâmica. 2 Consideremos agora o escoamento de um fluido ao longo de uma superfície quando existe uma diferença de temperatura entre o fluido e a superfície. Neste caso, o fluido contido na região de variação substancial de temperatura é chamado de camada limite térmica. Por exemplo, analisemos a transferência de calor para o caso de um fluido escoando sobre uma superfície aquecida, como mostra a figura abaixo. Para que ocorra a transferência de calor por convecção através do fluido é necessário um gradiente de temperatura (camada limite térmica) em uma região de baixa velocidade (camada limite hidrodinâmica). O mecanismo da convecção pode então ser entendido como a ação combinada de condução de calor na região de baixa velocidade onde existe um gradiente de temperatura e movimento de mistura na região de alta velocidade. Determinação do Coeficiente de Película (H) Como visto anteriormente, o coeficiente h é uma função complexa de uma série de variáveis relacionadas com as seguintes características. Logo, h é uma função do tipo: D: é a dimensão que domina o fenômeno da convecção. Ex: diâmetro de um tubo, altura de uma placa, etc μ: viscosidade dinâmica do fluido; ρ: densidade do fluido; cp: calor específico do fluido; k: condutividade térmica do fluido; δ: coeficiente de expansão volumétrica V: velocidade do fluido; g: aceleração da gravidade; ΔT: diferença de temperatura entre a superfície e o fluido Para Convecção Forçada a equação é do tipo: Para Convecção Natural a equação é do tipo: Resistência Térmica na Convecção A expressão para a resistência térmica na convecção: Condução-Convecção Térmica A condução-convecção térmica é um processo de transferência de calor que combina os dois mecanismos de transferência de calor: condução e convecção. Esse processo ocorre quando há uma diferença de temperatura em um fluido (líquido ou gás) que está em contato com uma superfície sólida. A transferência de calor acontece em duas etapas: Condução Térmica: A transferência de calor por condução ocorre através da vibração das partículas em um sólido ou em um fluido estacionário. Quando a superfície sólida mais quente entra em contato com o fluido, as partículas adjacentes ao sólido começam a ganhar energia térmica, aumentando sua agitação. Esse aumento na agitação térmica se propaga através do fluido, transferindo calor. Convecção Térmica: Uma vez que as partículas do fluido próxima à superfície aquecida ganham energia térmica, sua densidade diminui, fazendo com que elas se tornem mais leves e subam. Enquanto isso, as partículas mais frias e densas do fluido descem para ocupar o espaço vago. Esse movimento cria correntes de convecção que, por sua vez, ajudam a transportar o calor de forma mais eficiente através do fluido. Consideremos uma parede plana situada entre dois fluidos a diferentes temperaturas. Um bom exemplo desta situação é o fluxo de calor gerado pela combustão dentro de um forno, que atravessa a parede por condução e se dissipa no ar atmosférico. 3 Podemos obter as seguintes equações para o fluxo de calor transferido pelo forno: Assim, Portanto, também quando ocorre a ação combinada dos mecanismos de condução e convecção, a analogia com a eletricidade continua válida; sendo que a resistência total é igual à soma das resistências que estão em série, não importando se por convecção ou condução. Esse processo é comum em muitas situações do dia a dia, como o resfriamento de um radiador de carro ou a transferência de calor em sistemas de resfriamento de computadores. Compreender a condução-convecção térmica é essencial para projetar sistemas de transferência de calor eficientes em diversas aplicações, desde engenharia até processos industriais. Aletas Aletas são estruturas alongadas e finas que são anexadas a uma superfície sólida para aumentar a eficiência da transferência de calor nessa superfície. Elas são frequentemente usadas em equipamentos e dispositivos onde a dissipação de calor é importante, como radiadores, trocadores de calor, resfriadores de computador e sistemas de resfriamento em geral. As aletas são projetadas de forma a aumentar a área de superfície disponível para a transferência de calor. Isso é alcançado através do aumento da superfície exposta ao fluido (líquido ou gás) que está em contato com as aletas. O aumento da área de superfície permite que mais calor seja transferido do material sólido para o fluido, melhorando assim a eficiênciageral da dissipação de calor. Existem diferentes tipos de aletas, como aletas retangulares, triangulares e curvas, cada uma projetada para atender a diferentes requisitos de transferência de calor e fluxos de fluido. O desenho e a geometria das aletas são otimizados para maximizar a taxa de transferência de calor, considerando fatores como a velocidade do fluido, a condutividade térmica do material, a geometria da superfície sólida e outras variáveis relevantes. Em suma, as aletas desempenham um papel crucial na eficiência dos processos de dissipação de calor, permitindo que sistemas e dispositivos mantenham temperaturas adequadas e operem de forma segura e eficiente, prevenindo o superaquecimento e potenciais danos.
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