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21/10/2023, 21:27 Escoamento interno https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212en/04390/index.html# 1/62 Escoamento interno Prof. Fábio Bicalho Cano Descrição A descrição física e geral do escoamento interno e da camada-limite hidrodinâmica em escoamentos laminar e turbulento. Propósito Os escoamentos viscosos internos e incompressíveis são de extrema importância para os engenheiros, destacando-se os escoamentos em dutos de seção reta circular presentes em sistemas de abastecimento, irrigação e saneamento de água, bem como em sistemas de tubulações que transportam fluidos em geral, como petróleo. Estão presentes ainda na engenharia os dutos não circulares e os canais abertos. Objetivos Módulo 1 Escoamento laminar em dutos fechados Reconhecer o regime de escoamento laminar. 21/10/2023, 21:27 Escoamento interno https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212en/04390/index.html# 2/62 Módulo 2 Escoamento turbulento Descrever o regime de escoamento turbulento. Módulo 3 Escoamento em canais abertos Reconhecer canais de escoamento aberto. Módulo 4 Perdas de energia devido ao atrito Identificar as dissipações viscosas em tubos. Introdução Olá! Antes de começarmos, assista ao vídeo a seguir e compreenda os conceitos de escoamento interno. 21/10/2023, 21:27 Escoamento interno https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212en/04390/index.html# 3/62 1 - Escoamento laminar em dutos fechados Ao �nal deste módulo, você será capaz de reconhecer o regime de escoamento laminar. Vamos começar! Conceituando o regime de escoamento laminar! Assista ao vídeo a seguir para conhecer os principais pontos que serão abordados neste módulo. Regimes de número de Reynolds 21/10/2023, 21:27 Escoamento interno https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212en/04390/index.html# 4/62 O regime de escoamento laminar é aquele em que não se observa movimento de mistura, caracterizando, assim, um movimento altamente ordenado. Já o regime de escoamento turbulento é altamente desordenado e acompanhado por flutuações de velocidade. A classificação do regime de escoamento depende da relação entre as forças inerciais e as forças viscosas presentes no fluido. Essa relação é quantificada pelo número adimensional de Reynolds , definido pela relação: Em que: é a massa específica do fluido. é velocidade média de escoamento. é o diâmetro interno do tubo. é a viscosidade absoluto ou dinâmica. é a viscosidade cinemática. O experimento de Reynolds, que consiste em observar o comportamento de um pigmento colorido injetado no centro de um tubo transparente submetido ao escoamento interno de água com vazão, é gradativamente aumentado. Observe na representação a seguir. Experimento de Reynolds. As linhas de corrente de um escoamento viscoso, em seus limites extremos de comportamento, podem ser de dois tipos, veja a diferença entre eles a seguir: (Re) Re = ρv̄D μ = v̄D v ρ v̄ D μ v 21/10/2023, 21:27 Escoamento interno https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212en/04390/index.html# 5/62 Escoamento laminar Vemos na tubulação transparente um filamento, uma linha ou uma lâmina contínua de pigmento para o escoamento laminar, em função do arrasto do pigmento pelo movimento comportado do líquido. Escoamento laminar, comportado com deslocamento camada a camada. Escoamento turbulento Vemos na tubulação transparente um zigue-zague, um movimento aleatório ou mesmo o desaparecimento do pigmento em função do movimento de mistura. Escoamento turbulento, com completo movimento de mistura identificado pelos vórtices. Em termos do desenvolvimento da teoria científica, a imagem o experimento de Reynolds levou à formulação teórica do comportamento apresentado do tipo de escoamento. O número de Reynolds crítico é aquele a partir do qual o escoamento deixa de ser laminar. É consenso na literatura que, para um escoamento interno a dutos com seção reta circular, o valor máximo para o número de Reynolds crítico é: O experimento de Reynolds (Recr) 21/10/2023, 21:27 Escoamento interno https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212en/04390/index.html# 6/62 Para a maioria das condições práticas, podemos classificar os regimes de escoamento viscosos conforme os seguintes limites: Escoamento laminar (limite rígido) Escoamento transitório (limite superior não rígido) Escoamento turbulento (limite não rígido) O escoamento que apresenta número de Reynolds próximo ao valor do é chamado de escoamento intermitente, pois é possível observar alternância de regimes de escoamento: ora laminar, ora turbulento. Os tubos são dutos de seção reta circular. Para dutos em que a seção reta não é circular, para a classificação do regime de escoamento viscoso, utilizamos no cálculo do número de Reynolds o diâmetro hidráulico definido por: Em que: é a área da seção reta do duto. Recr = 2300 Re < 2.300 2.300 ≤ Re ≤ 4.000 Re > 4.000 Recr DH DH = 4ASR Pm ASR 21/10/2023, 21:27 Escoamento interno https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212en/04390/index.html# 7/62 é o perímetro molhado, ou seja, o comprimento total da seção reta que é alcançado pelo fluido. A expressão do diâmetro hidráulico é definida de forma que, quando aplicada ao tubo, a relação gera como resultado . A seguir são apresentadas as determinações do diâmetro hidráulico para algumas seções retas de escoamento. A determinação é feita pela seguinte expressão: A determinação é feita pela seguinte expressão: A determinação é feita pela seguinte expressão: Pm DH = D Tubos DH = 4(πD2/4) πD = D Dutos de seção reta retangular DH = 4ab 2(a+b) = 2ab a+b Dutos de seção reta quadrada DH = 4a2 4a = a 21/10/2023, 21:27 Escoamento interno https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212en/04390/index.html# 8/62 A determinação é feita pela seguinte expressão: A equação do escoamento laminar em tubos Vamos considerar o balanço do momento para um pequeno volume de fluido incompressível na forma de anel, com espessura e comprimento , em um escoamento laminar, permanente e completamente desenvolvido, conforme a representação a seguir. Canais abertos DH = 4ab 2a+b dr dx 21/10/2023, 21:27 Escoamento interno https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212en/04390/index.html# 9/62 Representação esquemática de um pequeno elemento de volume de fluido em escoamento interno laminar completamente desenvolvido em tubo, para o cálculo do momento. Na imagem, não existe movimento na direção radial, e a velocidade do fluido na direção é alterada em função do raio, tal que . Como o perfil de velocidades (envelope de setas em azul) é estacionário e completamente desenvolvido, não existe variação da quantidade de movimento ao longo do escoamento, portanto, não existe aceleração, ou seja, . Logo, podemos escrever para o somatório de forças que atuam sobre o elemento de volume de fluido: Dividindo a expressão anterior por e invertendo a posição dos termos, temos: Aplicando o limite quando o elemento de volume tende a zero, ou seja, , temos: x u = u(r) ∑ F = 0 2πrdrPx − 2πrdrPx+dx + (2πrdxτ)r − (2πrdxτ)r+dr = 0 2πdrdx r Px+dx − Px dx + (rτ)r+dr − (rτ)r dr = 0 drdx → 0 r dP dx + d dr (rτ) = 0 21/10/2023, 21:27 Escoamento interno https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212en/04390/index.html# 10/62 Conforme a imagem anterior, os sentidos das tensões representados no elemento de volume foram considerados no equacionamento. Logo, as tensões devem ser consideradas em módulo. Supondo uma relação linear entre a tensão de cisalhamento e a taxa de deformação, sabendo que , temos para a tensão de cisalhamento: Assim: Na equação anterior, observamos à esquerda uma função e à direita uma função . Essa igualdade só será possível se constante. Assim, podemos considerar constante e, por integração, podemos escrever: integração em relação a : integração em relação a : Como condições de contorno, temos: Portanto: E finalmente: du/dr< 0 τ = μ du dr μ r d dr ( r du dr ) = dP dx f(r) g(x) f(r) = g(x) = dP/dx = 1a– r r du dr = r 2 2μ dP dx + C1 2a– r u(r) = r 2 4μ dP dx + C1 ln r + C2 du dr = 0, quando r = 0 ⇒ C1 = 0 u = 0, quando r = R ⇒ C2 = − R2 4μ dP dx u(r) = r2 4μ dP dx − R2 4μ dP dx = 1 4μ dP dx (r2 − R2) = R2 4μ dP dx ( r2 R2 − 1) 21/10/2023, 21:27 Escoamento interno https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212en/04390/index.html# 11/62 A velocidade média é definida por: Com base na equação anterior, podemos observar que: A velocidade máxima é determinada para , veja: Agora, vamos ver a determinação da queda de pressão e da perda de carga. Para um comprimento linear do tubo, a queda de pressão no escoamento será dada por: Considerando o escoamento laminar, a velocidade média e sabendo que , temos: A queda de pressão proveniente dos efeitos viscosos é um processo irreversível, que na prática tem relação direta com o fator de atrito e a pressão dinâmica, independentemente do escoamento ser laminar, transitório ou turbulento: u(r) = − R2 4μ dP dx ( 1 − r2 R2 ) v̄ v̄ = ∫ u(r)dA ASR v̄ = ∫ R0 u(r)2πrdr πR2 = ∫ R0 − R2 4μ dP dx ( 1 − r 2 R2 ) 2πrdr πR2 = − 1 2μ dP dx ∫ R 0 ( 1 − r2 R2 ) rdr v̄ = − R2 8μ dP dx u(r) = − R2 4μ dP dx ( 1 − r2 R2 ) = 2v̄ ( 1 − r2 R2 ) vmáx r = 0 vmáx = − R2 4μ dP dx = 2v̄ L − dP dx = P1 − P2 L v̄ D = 2R ΔPL = P1 − P2 = 8μv̄L R2 = 32μv̄L D2 f 21/10/2023, 21:27 Escoamento interno https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212en/04390/index.html# 12/62 Assim, para o escoamento laminar, temos para o fator de atrito : A perda de carga é definida como: Para o cálculo da vazão , temos: Essa equação é denominada lei de Poiseuille e o escoamento que segue esse comportamento é chamado de Hagen-Poiseuille. A região de entrada As partículas na camada em contato direto com a parede têm sua velocidade zerada quando o fluido entra no duto. Esse efeito é denominado princípio da aderência ou do não escorregamento. Devido ao atrito entre camadas de fluido, as camadas vizinhas têm suas velocidades gradativamente diminuídas, apresentando um valor máximo no eixo central de simetria do duto. A sequência desses efeitos segue a representação da imagem a seguir. ΔPL = f L D ρv̄2 2 f f = 64μ ρv̄D = 64 Re hL hL = ΔPL γ = 1 ρg f L D ρv̄2 2 = f L D v̄2 2g Q Q = V̇ = v̄ASR = (P1 − P2)D2 32μL πD2 4 = ΔPLπD4 128μL 21/10/2023, 21:27 Escoamento interno https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212en/04390/index.html# 13/62 Desenvolvimento da camada-limite de velocidade em tubo. Podemos observar na imagem uma região em que os efeitos viscosos são dominantes e existe uma variação significativa de velocidades. Essa região é denominada camada-limite de velocidade ou simplesmente camada-limite. Na região central, delimitada pela fronteira da camada-limite, até determinado comprimento ao longo da direção , observa-se uma região onde os efeitos viscosos no escoamento são desprezíveis (região de escoamento invíscido-central) Com o transcorrer do escoamento, a extensão da camada-limite aumenta na direção do escoamento até sua fronteira alcançar o centro do tubo, situação em que a região de escoamento invíscido desaparece. A partir daí, um comprimento adicional é necessário para o término do desenvolvimento do per�l de velocidades. A região compreendida da entrada do tubo até o ponto de estabilização completa do perfil de velocidades é chamada de região de entrada hidrodinâmica e o comprimento associado a sua extensão é denominado comprimento de entrada . A região que se inicia com o perfil de velocidades completamente desenvolvido e inalterado é denominada região hidrodinamicamente completamente desenvolvida. Para um duto de seção reta circular, o perfil de velocidades na região de escoamento laminar completamente desenvolvido é parabólico. A tensão de cisalhamento na parede é mais alta na entrada do tubo, onde a espessura da camada-limite é menor e diminui até atingir o valor constante igual à tensão na parede, quando o escoamento se apresenta completamente desenvolvido, conforme a representação da imagem a seguir. x LE 21/10/2023, 21:27 Escoamento interno https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212en/04390/index.html# 14/62 Redução da tensão de cisalhamento na parede ao longo do comprimento de entrada. Empiricamente, para o escoamento laminar, o comprimento de entrada hidrodinâmica é estimado por: Em que é o diâmetro interno do tubo. Para , temos para o comprimento de entrada: Para o escoamento turbulento, o comprimento de entrada hidrodinâmica é menor que o comprimento laminar e pode ser estimado por: Em muitos problemas práticos de engenharia que envolvem escoamentos turbulentos, o comprimento de entrada hidrodinâmico pode ser aproximado para: LE D = 0, 05Re D Recr = 2.300 LE = 115D LE D = 1, 359Re1/4 LE ≅10 21/10/2023, 21:27 Escoamento interno https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212en/04390/index.html# 15/62 Falta pouco para atingir seus objetivos. Vamos praticar alguns conceitos? Questão 1 21/10/2023, 21:27 Escoamento interno https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212en/04390/index.html# 16/62 Para o escoamento de Hagen-Poiseuille: Podemos concluir que, para uma vazão especificada, a queda de pressão é Parabéns! A alternativa C está correta. Vamos isolar , ignorando as constantes para fazer uma análise dimensional: Veja que ao isolar o , o permaneceu no denominador. Questão 2 Observe a imagem a seguir e indique o que representa o comprimento . V̇ = ΔPLπD 4 128μL V̇ A inversamente proporcional ao comprimento do tubo. B inversamente proporcional à viscosidade do fluido. C inversamente proporcional à quarta potência do diâmetro. D diretamente proporcional ao número de Reynolds. E diretamente proporcional ao fator de atrito. ΔPL ΔPL ∝ V̇ μL D4 ΔPL D4 L 21/10/2023, 21:27 Escoamento interno https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212en/04390/index.html# 17/62 Parabéns! A alternativa B está correta. O comprimento compreendido entre a entrada do fluido no duto e a estabilização do perfil de velocidades é denominado comprimento de entrada. 2 - Escoamento turbulento Ao �nal deste módulo, você será capaz de descrever o regime de escoamento turbulento. A O comprimento de estabilização dos efeitos viscosos. B O comprimento de entrada. C O comprimento do núcleo invíscido. D O comprimento de estabilização da vazão. E O comprimento de atuação da tensão de cisalhamento na parede do duto. 21/10/2023, 21:27 Escoamento interno https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212en/04390/index.html# 18/62 Vamos começar! Conceituando o regime de escoamento turbulento Assista ao vídeo a seguir para conhecer os principais pontos que serão abordados neste módulo. Tensão de cisalhamento em escoamento turbulento Nas aplicações práticas da engenharia, a maioria dos escoamentos é turbulenta. O escoamento turbulento é caracterizado por flutuações rápidas e randômicas com formação de redemoinhos de fluido denominados turbilhões, presentes em toda a extensão do escoamento e que representam um mecanismo adicional de transferência de massa, de quantidade de movimento e de energia. O movimento dos turbilhões acarreta, mesmo para um escoamento médio em regime permanente, flutuações nos valores da velocidade, temperatura e pressão. Assim, podemos assumir que os valores instantâneos da velocidade e da pressão, por exemplo, flutuam em relação a um valor médio, conforme a representação a seguir. 21/10/2023, 21:27 Escoamento interno https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212en/04390/index.html# 19/62 Representação da velocidade (a) e da pressão (b) para um escoamento turbulento no tempo. Conforme a representação da imagem, os valores instantâneos da velocidade e da pressão, em determinado ponto do escoamento turbulento, são compostos por duasparcelas: um valor médio e uma componente flutuante: Devido às flutuações, para o escoamento turbulento interno a tubos, a tensão de cisalhamento não é corretamente modelada, considerando a velocidade média turbulenta , conforme a equação: Empiricamente, para a tensão turbulenta precisa, devem ser consideradas duas parcelas: uma componente laminar , que representa o atrito entre as camadas de fluido na direção do escoamento, e uma componente turbulenta , relacionada com as flutuações. Assim: No escoamento turbulento, o perfil parabólico para o escoamento interno a tubos torna-se mais achatado, com uma queda brusca de velocidade bem próxima à parede do tubo, e mais uniforme, apresentando pequenas variações de velocidade, na região central do tubo. A seguir veja os perfis de velocidade próximo à parede, de forma comparativa, para os escoamentos laminar e turbulento. u(t) = ū + u′ e p(t) = p̄ + p′ ū τ = −μ dū dr τlam τturb τtotal = τlam + τturb 21/10/2023, 21:27 Escoamento interno https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212en/04390/index.html# 20/62 Escoamento laminar Veja na imagem os gradientes de velocidade para escoamento laminar no interior de um tubo (representação em corte, somente da parede inferior). Escoamento turbulento Veja na imagem os gradientes de velocidade para escoamento turbulento no interior de um tubo (representação em corte, somente da parede inferior). 21/10/2023, 21:27 Escoamento interno https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212en/04390/index.html# 21/62 Podemos observar na imagem anterior uma maior tensão de cisalhamento na parede para o escoamento turbulento, uma vez que: Vamos considerar a imagem a seguir, que representa um turbilhão ascendente que promove a transferência de partículas de fluido de uma camada inferior, com velocidade menor, para outra superior, com velocidade maior, devido à flutuação de velocidade decorrente do turbilhão ascendente a partir de um elemento de uma área diferencial . Movimento ascendente de partícula de fluido em decorrência de um turbilhão ascendente. Na imagem, a vazão mássica ascendente será determinada por: Essa transferência de massa de menor valor de velocidade na direção do escoamento promoverá uma redução na velocidade média de escoamento na camada superior. A velocidade das partículas transferidas na direção do escoamento é . Portanto, a quantidade de movimento transferida na direção do escoamento para a camada superior será determinada por . Assim, como a força é igual à variação da quantidade de movimento, a força que atuará sobre um elemento de fluido acima do elemento de área o fará no sentido contrário do escoamento, pois as partículas ( ∂ū ∂y ) y=0,turb > ( ∂ū ∂y ) y=0,lam v′ dA dṁ = ρv′dA u′ (ρv′dA)u′ dA 21/10/2023, 21:27 Escoamento interno https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212en/04390/index.html# 22/62 têm velocidade inferior, oferecendo resistência. Essa força resistiva será determinada por: Portanto, temos para a tensão de cisalhamento: Logo, a tensão de cisalhamento turbulenta será quantificada por: Em que representa a medida da média temporal dos componentes de velocidade flutuantes e . A tensão e as tensões ou são denominadas tensões de Reynolds ou tensões turbulentas. Os modelos de turbulência buscam estabelecer uma relação matemática entre a tensão de Reynolds e o gradiente de velocidade médio. O modelo de turbulência mais simples é escrito como: Em que é a viscosidade de turbilhonamento ou viscosidade turbulenta. Assim, temos para a tensão cisalhante total em escoamentos turbulentos: Onde é a viscosidade cinemática de turbilhonamento ou viscosidade cinemática turbulenta. δF δF = − (ρv′dA)u′ δF dA = −ρv′u′ τtub = −ρu′v′ – u′v′ – u′ v′ −ρu′v′ – −ρu′2 – −ρu′w′ – τturb = −ρu′v′ = μt ∂ū ∂y – μt τtotal = (μ + μt) ∂ū ∂y = ρ (v + vt) ∂ū ∂y vt 21/10/2023, 21:27 Escoamento interno https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212en/04390/index.html# 23/62 Per�l de velocidades turbulento em tubos Para o escoamento turbulento, em função das flutuações, cada termo de velocidade nas equações da continuidade e de Navier-Stokes a seguir, para um fluido incompressível e newtoniano, é uma função aleatória de variação rápida no tempo e no espaço. Na engenharia, muitas vezes estamos interessados nos valores médios de velocidade, pressão, tensão de cisalhamento etc. Assim, por exemplo, a média temporal da velocidade de escoamento na direção é definida por: Em que representa um período de cálculo da média, bem maior que qualquer período significativo das flutuações, conforme as representações na imagem a seguir, com média zero nas direções e . Observe a representação das componentes da velocidade para o escoamento turbulento em tubos e do período . (a) Velocidade na direção , (b) velocidade na direção e (c) velocidade na direção . As partículas de fluido ao longo do escoamento têm velocidade zero na parede do tubo. Assim, nas camadas de fluido perto da parede a velocidade é baixa, prevalecendo um forte efeito viscoso que torna o escoamento laminar, com a formação de uma subcamada viscosa, onde atua a tensão laminar . ∂u ∂x + ∂v ∂y + ∂w ∂z = 0 ρ D→V Dt = − →∇p + ρ→g + μ→∇2 →V x,u = u(x, y, z, t) ū = 1 T ∫ T 0 udt T r θ T x r θ τlam 21/10/2023, 21:27 Escoamento interno https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212en/04390/index.html# 24/62 A região mais afastada da parede, que envolve a região central do escoamento em tuboss, é chamada de camada turbulenta externa, onde tensão turbulenta domina. A região intermediária é denominada de camada intermediária ou de superposição e, nessa camada, ambas as tensões são significativas. A ilustração dessas regiões, dentro da camada-limite hidrodinâmica , é apresentada na imagem a seguir. Regiões na camada-limite hidrodinâmica e associação entre as tensões de cisalhamento no escoamento turbulento (a) e o perfil de velocidades (b). Conforme a imagem, a tensão de cisalhamento no fluido, próximo à parede, tende a seguir o comportamento newtoniano, ou seja: Para um perfil de velocidades linear nessa região e sabendo que quando , e que para o escoamento laminar temos a velocidade equivalente à velocidade média no tempo , temos: Com o objetivo de ajustar os dados experimentais a um perfil adimensional, costuma-se considerar um fator constante definido por: A análise dimensional da constante fornece , o que permite denominar esse fator como velocidade de atrito ou velocidade de cisalhamento. Portanto, podemos escrever: τturb y = δ(x) δ(x) τ0 = μ du dy u = 0 y = 0 u ū τ0 = μ ū − 0 y − 0 = μ ū y u∗ u∗ = √ τ0 ρ u∗ [u∗] = L/T 21/10/2023, 21:27 Escoamento interno https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212en/04390/index.html# 25/62 Rearranjando a equação anterior, temos a lei de parede: Uma vez que e são constantes, e apresentam uma relação linear de velocidades adimensional na subcamada viscosa, conforme indicado na imagem a seguir. Lei de parede na subcamada viscosa, , e lei logarítmica para o escoamento turbulento completamente desenvolvido em tubos lisos. Para a camada turbulenta externa (CTE) verifica-se experimentalmente que a velocidade média é independente da viscosidade, mas seu desvio, em relação à velocidade na borda da camada-limite , depende da espessura da camada-limite , da tensão de cisalhamento na parede , da massa específica do fluido e da posição na camada-limite, seguindo a expressão: Dessa forma, podemos definir a lei da diferença de velocidade para a camada turbulenta externa: As leis de parede e da diferença de velocidade são precisas para uma grande variedade de escoamentos turbulentos em tubos e, a princípio, essas leis devem se sobrepor na camada intermediária ou de sobreposição. τ0 = (u ∗)2ρ = μ ū y ū u∗ = yu∗ μ/ρ = yu∗ v u∗ v ū y 0 ≤ yu∗/v ≤ 5 ū U(x) δ(x) τp ρ y (U − ū)CTE = Φ (δ, τp,ρ, y) U − ū u∗ = ϕ ( y δ ) 21/10/2023, 21:27 Escoamento interno https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212en/04390/index.html# 26/62 Observa-se, experimentalmente, que essa sobreposição é satisfatória, considerando a lei logarítmica da camada intermediária, definida por: Para o escoamento em tubos lisos, as constantes adimensionais assumem valores aproximados: e . Esse ajuste experimental está representado na imagem anterior. ū u∗ = 1 κ ln yu∗ v + B κ = 0, 41 B = 5, 0 21/10/2023, 21:27 Escoamento interno https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212en/04390/index.html# 27/62 Falta pouco para atingir seus objetivos. Vamos praticar alguns conceitos? Questão 1 Considere as características dos escoamentos laminar e turbulento isotérmicos e os perfis de velocidades a seguir, definidos após o comprimento de entrada. Pode-se afirmar que os escoamentos representados por (a) e (b) são, respectivamente, A turbulento e laminar. B laminar e invíscido. C laminar e turbulento. 21/10/2023, 21:27 Escoamento interno https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212en/04390/index.html# 28/62 Parabéns! A alternativa C está correta. O escoamento laminar é aquele em que o fluido se move em camadas, denominadas lâminas. Esse tipo de escoamento possui influência de forças viscosas do fluido. Já as flutuações de velocidade do escoamento turbulento promovem transferências de quantidade de movimento na direção radial e um aumento da tensão de cisalhamento próximo à parede, promovendo um achatamento do perfil de velocidades. Questão 2 O perfil de velocidades para a água em escoamento turbulento, com viscosidade , em um tubo liso de 12cm de diâmetro interno, é . Qual é a tensão de cisalhamento na parede, em unidades do SI? Parabéns! A alternativa A está correta. Na parede prevalece a tensão laminar: D turbulento e invíscido. E viscoso e transitório. μ = 8, 00 × 10−4Pa ⋅ s ū = 9, 2y1/8m/s A 9, 2 × 10−4y−7/8 B 8, 0 × 10−4y−5/8 C 9, 2 × 10−4y−3/8 D 8, 0 × 10−4y−1/8 E 7, 4 × 10−3y−1/8 21/10/2023, 21:27 Escoamento interno https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212en/04390/index.html# 29/62 3 - Escoamento em canais abertos Ao �nal deste módulo, você será capaz de reconhecer canais de escoamento aberto. Vamos começar! Conceituando canais de escoamento aberto Assista ao vídeo a seguir para conhecer os principais pontos que serão abordados neste módulo. τw = μ dū dy dū dy = 9, 2 ⋅ 1 8 y−7/8 = 1, 15y−7/8 τw = 8, 00 × 10 −4 ⋅ 1, 15y−7/8 = 9, 2 × 10−4y−7/8 21/10/2023, 21:27 Escoamento interno https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212en/04390/index.html# 30/62 Classi�cação dos escoamentos Um escoamento em canal aberto é aquele que apresenta uma superfície livre em contato com a atmosfera, por exemplo, em rios, galerias pluviais, canais e calhas, que são conduzidos pela ação da gravidade e cujo gradiente de pressão na interface com a atmosfera é desprezível. Em um canal aberto, devemos observar duas laterais e um fundo em que a condição de não escorregamento é evidenciada. A imagem a seguir apresenta alguns contornos de velocidade em diferentes canais, em que geralmente a velocidade máxima fica localizada abaixo da superfície livre, aproximadamente 20% de sua profundidade. Devemos observar que, quanto mais raso o canal, mais próximo da superfície fica o contorno de velocidade máxima. Contornos de velocidade, em m/s, em canais abertos retilíneos. 21/10/2023, 21:27 Escoamento interno https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212en/04390/index.html# 31/62 Os escoamentos práticos em canais abertos são predominantemente turbulentos e, apesar das irregularidades das velocidades, podemos aproximar o escoamento real para um escoamento unidimensional uniforme e obter estimativas de vazão muito razoáveis. Agora entenderemos a diferença entre dois tipos de escoamento: Escoamento uniforme É aquele em que a profundidade do líquido e sua velocidade são praticamente invariantes ao longo da extensão do canal. Escoamento não uniforme É aquele em que a profundidade do líquido e sua velocidade são alteradas ao longo da extensão do canal. A imagem a seguir apresenta a vista lateral de um canal e sua seção transversal. Vista lateral de um canal com inclinação (a) e sua seção transversal (b). Na imagem anterior, a velocidade média do escoamento é determinada por: Em que A é a área da seção transversal. Para a vazão volumétrica , temos: O raio hidráulico é determinado pela razão entre a área da seção transversal de escoamento e o perímetro molhado . Assim, temos: S V V = 1 A ∫ A vdA Q Q = V ⋅ A Rh Pm 21/10/2023, 21:27 Escoamento interno https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212en/04390/index.html# 32/62 As geometrias mais comuns de canais abertos são apresentadas na imagem a seguir. Seções transversais mais usuais para canais abertos: (a) retangular, (b) trapezoidal e (c) circular. Vejamos cada um deles: Para o canal de seção transversal retangular, temos: Para o canal trapezoidal, em que a variação do comprimento horizontal por unidade de variação do comprimento vertical da parede à esquerda é quantificada por , e da parede à direita por , temos: Para o canal de seção transversal circular, temos: Rh = A Pm = Dh 4 Canal retangular Rh = A Pm = by b+2y Canal trapezoidal m1/1 m2/1 A = by + 1 2 y2 (m1 + m1) Pm = b + y ( √ 1 + m21 + √ 1 + m 2 2) B = b + y (m1 + m2) Canal circular 21/10/2023, 21:27 Escoamento interno https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212en/04390/index.html# 33/62 Em que: Uma primeira classificação dos escoamentos em canais abertos fundamenta-se na taxa de variação da profundidade do canal e da velocidade média do escoamento. Assim, para um escoamento uniforme, a profundidade e a velocidade média são constantes. O escoamento pode ser: Escoamento rapidamente variado (ERV) Quando em distâncias curtas se observa uma mudança rápida na profundidade e velocidade, temos um escoamento rapidamente variado (ERV). Escoamento gradualmente variado (EGV) Quando em distâncias relativamente maiores, a profundidade e a velocidade variam lentamente ou de forma gradual, temos um escoamento gradualmente variado (EGV). A imagem a seguir ilustra esses tipos de escoamentos em canais abertos, invariantes no tempo, mas não uniformes. Escoamentos permanentes não uniformes gradualmente variado (EGV) e rapidamente variado (ERV). A = d2 4 (α − senα ⋅ cosα) Pm = αd B = d senα α = arccos (1 − 2 y d ) 21/10/2023, 21:27 Escoamento interno https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212en/04390/index.html# 34/62 A força primária que sustenta o escoamento em canais abertos é a força gravitacional. O número adimensional associado ao efeito gravitacional sobre o escoamento é o número de Froude , definido por: Em que: é a profundidade do canal. é a velocidade média. Uma segunda classificação para os escoamentos em canais abertos fundamenta-se na comparação da velocidade média do líquido no canal com a velocidade de uma onda em sua superfície medida em relação à velocidade média, denominada celeridade da onda , quantificada por: Da expressão anterior, verificamos que a velocidade da onda é função apenas da profundidade do líquido . Portanto, temos para o número de Froude: Logo, para a classificação do escoamento com base no número de Froude, vamos considerar a imagem a seguir. Nela, observa-se a produção de onda superficial com velocidade , devido ao posicionamento de uma placa vertical, de forma a obstruir parcialmente a passagem de uma corrente de líquido com velocidade média . (Fr) Fr = Força inercial Força gravitacional = V √ gL = V √gy y V (c) c = √gy y Fr = V √gy = V c c V 21/10/2023, 21:27 Escoamento interno https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212en/04390/index.html# 35/62 Geração de onda através da obstrução parcial da corrente de fluido por placa vertical. Então,considerando a imagem, temos três tipos de escoamento: Escoamento crítico Se , então , ou seja, a velocidade média do líquido é igual à velocidade da onda, indicando a ocorrência de uma onda estacionária. Esse escoamento é denominado escoamento crítico. Escoamento subcrítico Se , então , e a onda se propaga a montante (para a esquerda). Esse escoamento é denominado escoamento subcrítico ou fluvial. Escoamento supercrítico Se , então , e a onda se propaga a jusante (para a direita). Esse escoamento é denominado escoamento supercrítico. Energia especí�ca e aplicações Para o escoamento de um líquido ideal em regime permanente em canal aberto, em muitos casos, é prático medir a energia entre dois pontos na superfície livre do líquido em relação ao fundo do canal. Veja na representação a seguir: Energias mecânicas por unidade de peso de fluido na superfície do líquido, adotando como referência (Datum) a linha de fundo do canal aberto. A partir da representação vista, temos a equação de Bernoulli: Fr = 1 V = c Fr < 1 c > V Fr > 1 V > c 21/10/2023, 21:27 Escoamento interno https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212en/04390/index.html# 36/62 Na superfície livre: Portanto: Para qualquer ponto intermediário, considerando o princípio de conservação da energia, podemos escrever para a energia total por peso de fluido : A energia total quantificada é denominada energia específica. Em canais de seção retangulares, em que é a largura do canal, a descarga específica é definida por: Assim, para canais retangulares, temos para a energia específica: A equação anterior, considerando a descarga específica constante (ou Q constante), fornece um perfil cúbico em , representado pela linha contínua na imagem a seguir, que apresenta um gráfico de profundidade em função da energia específica . p1 γ + V 21 2g + y1 = p2 γ + V 22 2g + y2 p1 = p2 = patm V 21 2g + y1 = V 22 2g + y2 (E) E = y + V 2 2g b q q = vazão volumétrica largura do canal = Q b = V (by) b = V y E = y + q2 2gy2 q y y E 21/10/2023, 21:27 Escoamento interno https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212en/04390/index.html# 37/62 Perfil de energia específica em função da profundidade y para um valor fixo de vazão específica , escoamento fluvial (subcrítico), , escoamento torrencial (supercrítico) e , escoamento crítico. Podemos observar na imagem que, para ocorrer uma descarga específica, faz-se necessária uma energia mínima chamada de energia crítica , correspondente à profundidade crítica . Para , verificamos que duas profundidades de escoamento são possíveis: uma para o escoamento subcrítico e outra para o escoamento supercrítico. Essas profundidades são denominadas profundidades recíprocas. De modo geral, uma transição é caracterizada por variações na profundidade e na velocidade média de escoamento do líquido em uma extensão relativamente curta do canal, associada a um escoamento não uniforme bruscamente variado. Para exemplificar, vamos considerar a constrição de um canal retangular causada pela elevação de uma altura no leito do canal, conforme a representação da imagem a seguir. Constrição de canal retangular: (a) elevação no fundo do canal, (b) diagrama de energia específica versus profundidade correspondente. Na imagem vamos considerar os pontos (1) e (2) na superfície do canal aberto e o diagrama de energia específica do canal. Assim, o balanço de E q.Fr < 1 Fr > 1 Fr = 1 Emín (Ec) (yc) E > Ec h h 21/10/2023, 21:27 Escoamento interno https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212en/04390/index.html# 38/62 energia fornece: Assim, quando escoa sobre uma rampa ou um obstáculo no leito do canal, um líquido altera sua profundidade de escoamento uma vez que a elevação do leito aumenta sua energia potencial. Para a análise dos efeitos de rampa e de obstáculos no leito de canais abertos, vamos considerar escoamento unidimensional com elevação gradual a uma curta distância e efeitos de cisalhamento desprezíveis, nas representações da imagem a seguir. Escoamentos em canais abertos sobre a ação de rampa e de obstáculo, com seus respectivos diagramas de energia específica. Da análise da imagem, temos: Vamos começar com a imagem , devemos considerar para esse tipo de escoamento , conforme a imagem . Ao passar pela rampa, a energia potencial do líquido aumenta com a elevação , e a profundidade do líquido também aumenta, de para , conforme a imagem . Ainda na imagem , com a consequente redução na energia específica de para e devido à elevação da profundidade, , a carga cinética em E1 = E2 + h Para o escoamento torrencial em rampa(Fr > 1) (a) y1 < yc (b) h y1 y2 (b) (b) E1 E2 y2 > y1 21/10/2023, 21:27 Escoamento interno https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212en/04390/index.html# 39/62 (2) deverá diminuir, diminuindo a velocidade média de escoamento torrencial . Vamos começar com a imagem , temos , conforme a imagem (d). Ao passar pela rampa, a energia específica do líquido diminui de para e a sua profundidade também diminui de para , conforme a imagem (d). Pela equação da continuidade, a vazão volumétrica deve permanecer constante: . Assim, para manter a vazão constante, com a redução de em relação a , a velocidade média de escoamento deve ser maior que . Vamos começar com a imagem , a redução máxima de energia para um escoamento torrencial é e está associada com a profundidade crítica , conforme a imagem . Se o obstáculo apresentar uma elevação , imagem (e), o escoamento passará de torrencial para fluvial, aumentando a profundidade do escoamento para , conforme a imagem . Vertedores e ressalto hidráulico A forma mais comum de medida da descarga de um canal aberto é através da utilização de um vertedor, que é um dispositivo conectado ao canal que direciona o escoamento para uma abertura projetada que permite a medição da vazão. A imagem a seguir apresenta um vertedor de crista larga. Nesse vertedor, o transbordo da corrente a jusante é denominado lâmina e geralmente é descarregado livremente para a atmosfera. V2 Para o escoamento fluvial em rampa(Fr < 1) (c) y1 > yc E1 E2 y1 y2 Q Q = V1y1b = V2y2b y2 y1 V2 V1 Para o escoamento sobre um obstáculo (e) (E1 − Emín) yc (f) hc = yc − y1 y2 (f) 21/10/2023, 21:27 Escoamento interno https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212en/04390/index.html# 40/62 Vertedor de crista larga. linha de energia. O vertedor de crista larga possui uma elevação acima do fundo do canal suficiente para bloquear o escoamento e tem uma largura tal que as linhas de corrente no transbordo podem ser consideradas paralelas. Esses vertedores são projetados de forma que o escoamento seja subcrítico a montante e crítico próximo ao topo ou próximo à crista do vertedor. Na imagem anterior, o canal é retangular e a altura do vertedor é . A seção (1) representa um ponto de corrente a montante, onde o escoamento é considerado não perturbado e é a distância vertical a partir do topo do vertedor até a superfície livre. Aplicando a equação de Bernoulli entre os pontos (1) e (2) na superfície livre, considerando e adotando o leito do canal como referência para medição das elevações, temos: Portanto: Considerando a largura do vertedor retangular igual a , temos para a vazão : O vertedor de crista delgada tem uma placa plana fixada na direção normal ao escoamento, que proporciona uma crista com borda delgada LE = (Fr < 1) (Fr = 1) h Y V1 ≅0 Y + h = h + yc + V 2c 2g Vc = √ 2g (Y − yc) b Q Q = Vc (byc) = byc√ 2g (Y − yc) 21/10/2023, 21:27 Escoamento interno https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212en/04390/index.html# 41/62 na forma de lâmina vertente que se comporta como um jato livre, conforme a representação da imagem a seguir. Vertedor retangular com crista delgada: (a) escoamento ideal, com linhas de corrente paralelas e (b) escoamento real. Na imagem (a), considerando a conservação da energiaespecífica nas seções (1) e (2), levando em conta a seção (1) não perturbada — ou seja, com —, temos: Portanto: Para uma largura constante do vertedor, temos para a vazão volumétrica : O ressalto hidráulico é o fenômeno observado quando um fluido em escoamento supercrítico passa de forma abrupta para um escoamento subcrítico. A imagem a seguir apresenta a formação de um ressalto hidráulico. V1 ≅0 h + η = h + V 22 2g V2 = √ 2gη b Q Q = b ∫ Y 0 V2dη = b ∫ Y 0 (2gη)1/2dη = 2b 3 √ 2gY 3/2 21/10/2023, 21:27 Escoamento interno https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212en/04390/index.html# 42/62 Ressalto hidráulico. Escoamento sob comporta que promove a aceleração do fluido, atingindo 1 e, em seguida, a formação do ressalto hidráulico, com . As características turbulentas do ressalto hidráulico tornam esse fenômeno um dissipador de energia. A intensidade do ressalto varia de perturbações suaves até fragmentações do fluido com formações de vórtices intensos. O parâmetro mais significativo no desempenho de dissipação energética no ressalto hidráulico é o valor numérico do número de Froude. Assim, a imagem a seguir apresenta, de forma esquemática, as características dos diferentes tipos de ressaltos hidráulicos. Os seus respectivos intervalos de operação para o número de Froude e suas descrições seguem em sequência. Fr > Fr < 1 21/10/2023, 21:27 Escoamento interno https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212en/04390/index.html# 43/62 Classificação dos ressaltos hidráulicos. Conforme a imagem dos ressaltos hidráulicos, temos: . Superfície da água encrespada oscilante e com formação de ondas estacionárias na superfície quando . Dissipação de energia abaixo de 5%. . Elevação suave da superfície com pequenos redemoinhos e com pouca dissipação de energia, entre 5% e 15%. Ressalto hidráulico tipo oscilante 1 < Fr ≤ 1, 7 Fr ≅1, 7 Ressalto hidráulico tipo fraco 1, 7 < Fr ≤ 2, 5 Ressalto hidráulico bem desenvolvido oscilante 21/10/2023, 21:27 Escoamento interno https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212en/04390/index.html# 44/62 . Instável com jatos intermitentes do fundo para superfície, acarretando ondas persistentes a jusante. Dissipação de energia entre 15% e 45%. . Estável e bem-equilibrado com dissipação de energia entre 45% e 70%. . Razoavelmente intermitente, com superfície agitada e ondulante a jusante. Dissipação de energia entre 70% e 85%. Exemplo prático (Adaptado de Potter, Wiggert e Ramadan, 2014, p. 437) Vamos analisar um exemplo para compreender melhor os assuntos estudados. Um canal retangular com 4m de comprimento transporta água a uma profundidade e com velocidade . O escoamento passa por uma rampa conforme a representação a seguir, na qual o leito é elevado em . Vamos determinar: A profundidade da água . A velocidade da água , após a transição. A altura crítica. 2, 5 < Fr ≤ 4, 5 Ressalto hidráulico tipo permanente 4, 5 < Fr ≤ 9, 0 Ressalto hidráulico tipo forte Fr > 9, 0 y1 = 1, 70m V1 = 1, 90m/s h = 0, 30m y2 V2 21/10/2023, 21:27 Escoamento interno https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212en/04390/index.html# 45/62 Escoamento de fluido em um canal retangular. Veja que, para a descarga específica constante, temos: Para o número de Froude no ponto (1), temos: Como , o escoamento no ponto (1) é subcrítico. A energia específica no ponto (1) será quantificada como: Assim, considerando o diagrama da energia específica, temos: Considerando a energia específica genérica e sabendo que , temos: Derivando a energia específica em relação a e igualando a zero para encontrar o ponto crítico: Para determinar e , realizamos os seguintes cálculos: q = Q b = V1y1 = 1, 90 × 1, 70 = 3, 23m 2/s Fr = V1 √gy1 = 1, 90 √ 10 × 1, 70 = 0, 46 Fr < 1 E1 = y1 + V 21 2g = 1, 70 + 1, 902 20 = 1, 88m E1 = E2 + h ⇒ E2 = 1, 88 − 0, 30 = 1, 58m V = q/y E = y + V 2 2g = y + q2 2gy2 y dE dy = 1 − q2 gy3 = 0 ⇒ yc = 3√ q 2 g = ( 3, 232 10 ) 1/3 = 1, 01m (item c) y2 V2 21/10/2023, 21:27 Escoamento interno https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212en/04390/index.html# 46/62 Para a determinação de , temos: Como a raiz negativa não tem sentido físico e (diagrama de energia): (item a) Para a determinação de , temos: Determinando y2 y2 E2 = y2 + q2 2gy22 ⇒ 1, 58 = y2 + 3, 232 20y22 ⇒ 20y32 − 31, 6y 2 2 + 10, 4 = 0 Raízes: y2 = 1, 21m, y2 = 0, 838m e y2 = −0, 494m yc < y2 < y1 y2 = 1, 21m Determinando V2 V2 V2 = q y2 = 3,231,21 = 2, 67m/s( item b) 21/10/2023, 21:27 Escoamento interno https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212en/04390/index.html# 47/62 Falta pouco para atingir seus objetivos. Vamos praticar alguns conceitos? Questão 1 Seja um canal retangular submetido a uma descarga específica e . Sabe-se que o ponto crítico é o ponto de inflexão no perfil de energia específica versus profundidade do canal , quando a descarga específica é constante. Diante dessas informações, qual a profundidade crítica desse canal? q = 5, 00m3/s ⋅ m g = 10, 0m/s2 (yc,Ec) (E) (y) A 1,55m B 2,32m 21/10/2023, 21:27 Escoamento interno https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212en/04390/index.html# 48/62 Parabéns! A alternativa B está correta. Questão 2 Considere um canal de seção transversal retangular com 4m de largura e inclinação de 2o. Para um escoamento uniforme, se a profundidade de água no canal é igual a 2,5m, o raio hidráulico desse canal é igual a C 3,08m D 3,60m E 4,22m q = Q b = V by b = V y E = y + V 2 2g = y + q2 2gy2 dE dy = 1 − q 2 gy3 = 0 ⇒ yc = ( q 2 g ) 1/3 yc = ( 5 3 10 ) 1/3 = 2, 32m A 4m. B 3,5m. C 2,7m. D 1,1m. E 0,8m. 21/10/2023, 21:27 Escoamento interno https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212en/04390/index.html# 49/62 Parabéns! A alternativa D está correta. 4 - Perdas de energia devido ao atrito Ao �nal deste módulo, você será capaz de identi�car as dissipações viscosas em tubos. Vamos começar! Você sabe como descrever as dissipações viscosas em tubos? Assista ao vídeo a seguir para conhecer os principais pontos que serão abordados neste módulo. Rh = A Pm = by b+2y = 4×2,5 4+2×2,5 = 1, 1m 21/10/2023, 21:27 Escoamento interno https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212en/04390/index.html# 50/62 Perda de carga em tubos As perdas de energia nos escoamentos viscosos internos a dutos são decorrentes do cisalhamento do fluido com a parede do duto. Apresenta como característica uma dissipação viscosa de energia distribuída ao longo do escoamento e das dissipações viscosas nos componentes ou acessórios de tubulação, que promovem pequenas descontinuidades na linha de energia do duto. Em função dessa característica, são denominadas perdas singulares, perdas localizadas ou perdas menores. Considerando a dissipação de energia em função do cisalhamento na parede da tubulação, podemos fazer a distinção entre dois tipos de parede: lisa e rugosa, que são diferenciadas baseando-se nas representações da imagem a seguir. Tipos de parede: (a) parede lisa e (b) parede rugosa. Com base na imagem, o tubo será considerado liso quando a imperfeição superficial ou a rugosidade superficial média da parede estiver dentro da espessura da subcamada laminar turbulenta. Por sua vez, o tubo será considerado rugoso (ou áspero) quando a rugosidade superficial média da parede projeta-se além da espessura da subcamada laminar turbulenta. Com o objetivo de generalizar e obter uma expressão empírica para uma ampla faixa de rugosidade e para uma ampla faixa de regime de escoamento, buscou-se combinar as relações experimentais para o escoamento em tubos lisos e para o escoamento em tubos rugosos. A expressão que atende a esse objetivo é dada pela fórmula: Em que é o fator de atrito de Darcy. A representação gráfica da fórmula anterior, não explícita em , é denominada diagrama de Moody e segue a representação da imagem a e δv e δv 1 f 1/2 = −2,0 log ( e/D 3, 7 + 2, 51 ReDf 1/2 ) f f 21/10/2023, 21:27 Escoamento interno https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212en/04390/index.html# 51/62 seguir. Diagrama de Moody, com rugosidade superficial média . No diagrama de Moody, devemos observar que, para o escoamento laminar caracterizado quando , o fator de atrito segue um comportamento linear descrito pela equação . Para o escoamento turbulento completamente desenvolvido — região à direita da curva tracejada denominada, nesse diagrama, como região completamente rugosa —, o fator de atrito só depende da rugosidade relativa e independe do número de Reynolds, pois os perfis identificados nessa região são paralelos ao eixo da ordenada . Uma fórmula explícita em , alternativa para o diagrama de Moody, com desvio máximo de 2%, é dada pela expressão: Para a quantificação da perda de carga distribuída, associada ao atrito do fluido na parede da tubulação, utilizamos a equação de Darcy- Wiesbach: Em que é o fator de atrito ou coeficiente de perda de carga, determinado a partir do diagrama de Moody ou da fórmula empírica explícita em . Para a perda de carga localizada, que estão associadas à dissipação viscosa devido aos efeitos de entrada e de saída do fluido na tubulação, e = ε Re ≤ 2000 f = 64/Re ε/D (Re) f 1 f 1/2 ≅−1, 8 log [ 6, 9 ReD + ( e/D 3, 7 ) 1,11 ] hL = f L D v2 2g f f 21/10/2023, 21:27 Escoamento interno https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212en/04390/index.html# 52/62 bem como ao atrito nos acessórios de tubulação tais como válvulas, joelhos, expansões, contrações, curvas e outros tipos de encaixes, a magnitude dessa dissipação de energia é diretamente proporcional à carga cinética do fluido e é quantificada por: Em que é o coeficiente de resistência ou coeficiente de perda. Os coeficientes de resistência são determinados experimentalmente e apresentados na forma de tabelas, gráficos ou representações esquemáticas. A imagem e as tabelas a seguir apresentam alguns valores para os coeficientes de resistência . Coeficiente de resistência determinado via gráfico, acompanhado de representações esquemáticas de expansão e contração bruscas em tubos. A tabela a seguir apresenta o coeficiente de perda em válvulas e acessórios de tubulação. Acessório Geometria K Cotovelo de 90o Padrão flangeado 0,3 Raio longo flangeado 0,2 Padrão rosqueado 1,5 Raio longo rosqueado 0,7 Cotovelo de 45o Padrão rosqueado 0,4 hL = K v2 2g K K K 21/10/2023, 21:27 Escoamento interno https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212en/04390/index.html# 53/62 Acessório Geometria K Raio longo rosqueado 0,2 Tê, divisório Rosqueado 0,9 Flangeado 0,2 Tê, ramificação Rosqueado 2,0 Flangeado 1,0 Tabela: Coeficiente de perda em válvulas e acessórios de tubulação. Fox et al., 2018, p. 237. A seguir, apresentamos o coeficiente de resistência determinado via representações esquemáticas de entrada em tubos. Coeficiente de resistência. Coe�ciente de descarga Para o entendimento do coeficiente de descarga e sua ação na correção da dissipação de energia devido ao atrito, vamos considerar o escoamento de um fluido através de um dispositivo denominado de tubo Venturi, representado na imagem a seguir. K (Cd) 21/10/2023, 21:27 Escoamento interno https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212en/04390/index.html# 54/62 Escoamento de fluido em tubo Venturi, com seção de estrangulamento ou garganta representada pela seção (2). Levando em conta a imagem, em uma primeira análise, vamos considerar o escoamento de um fluido não viscoso e incompressível que escoa da seção reta (1) para a seção reta de estrangulamento (2). Assim, aplicando a equação de Bernoulli, temos: Como a tubulação está na horizontal, então . Do balanço de massa, para fluido incompressível, a vazão volumétrica é a mesma em qualquer ponto da tubulação, portanto: Logo: O que implica em: Assim, a velocidade na garganta do medidor de Venturi será estimada por: p1 + ρv21 2 + γz1 = p2 + ρv22 2 + γz2 z1 = z2 v1 πD21 4 = v2 πD22 4 p1 + ρ(v2D22/D 2 1) 2 2 = p2 + ρv22 2 2 (p1 − p2) = ρ [ 1 − ( D2 D1 ) 2 ] v22 21/10/2023, 21:27 Escoamento interno https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212en/04390/index.html# 55/62 A equação de Bernoulli não considera as perdas de energia por cisalhamento no escoamento. Na prática da engenharia, a equação pode ser modificada pela inclusão de um fator, o coeficiente de descarga , determinado experimentalmente, definindo razão entre a velocidade média real na garganta, em que são considerados os efeitos viscosos, e sua velocidade média teórica, em que não são computados os efeitos viscosos. Assim, temos: Para a determinação da vazão no tubo Venturi, considerando os efeitos de dissipação viscosa, podemos escrever: O coeficiente de descarga é determinado experimentalmente e seu valor pode ser determinado graficamente, conforme a imagem a seguir. Coeficiente de descarga para tubo Venturi. é a razão entre o diâmetro interno da garganta e o diâmetro interno do tubo. v2 = 2 (p1 − p2)/ρ 1 − ( D2 D1 ) 2 ⎷ Cd Cd = (v2)real (v2)teórica Q Q = (v2)real A2 = CdA2(v2)teórica = Cd ( πD22 4 ) × 2 (p1 − p2)/ρ 1 − ( D2 D1 ) 2 ⎷ β 21/10/2023, 21:27 Escoamento interno https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212en/04390/index.html# 56/62 O perfil da imagem pode ser substituído pela seguinte fórmula de correlação: Cd ≅0, 9858 − 0, 196β 4,5 21/10/2023, 21:27 Escoamento interno https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212en/04390/index.html# 57/62 Falta pouco para atingir seus objetivos. Vamos praticar alguns conceitos? Questão 1 A água escoa em uma tubulação com rugosidade relativa 0,006 e diâmetro interno de 4cm, apresentando uma viscosidade cinemática . Utilizando o diagrama de Moody, para uma velocidade média de escoamento de 2,3m/s, qual é o fator de atrito ? Diagrama de Moody, com rugosidade superficial média . v = 1, 15 × 10−6m2/s f e = ε A 0,011 B 0,022 C 0,033 D 0,046 21/10/2023, 21:27 Escoamento interno https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212en/04390/index.html# 58/62 Parabéns! A alternativa C está correta. Rugosidade relativa = 0,006 (enunciado) Diagrama de Moody, com rugosidade superficial média . Do diagrama de Moody: Questão 2 Considere o escoamento laminar completamente desenvolvido e um óleo de peso específico e viscosidade cinemática , com vazão em um tubo de ferro galvanizado de de diâmetro interno. Sabendo que , qual é a queda de pressão em 100m de tubo horizontal? E 0,055 Re = VD v = 2,3×0,04 1,15×10−6 = 80.000 e = ε f = 0, 033 γ = 8, 89kN/m3 v = 1, 18 × 10−4m2/s Q = 0, 008m3/s 20, 3cm g = 10m/s2 A 2 kPa B 4 kPa C 6 kPa 21/10/2023, 21:27 Escoamento interno https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212en/04390/index.html# 59/62 Parabéns! A alternativa A está correta. Da equação geral da energia mecânica: Tubulação na horizontal: Diâmetro constante: Portanto: Escoamento laminar: Da equação de Darcy: Considerações �nais Em nosso estudo destacamos os seguintes aprendizados: a classificação dos regimes de escoamentos viscosos, a formulação da equação do escoamento laminar, a identificação de uma camada-limite D 8 kPa E 10 kPa Q = VA ⇒ V = Q A = Q πD2/4 = 0, 008 π ⋅ 0, 2032/4 = 0, 247m/s Re = ρVD μ = VD v = 0, 247 × 0, 203 1, 18 × 10−4 = 425 p1 γ + V 21 2g + z1 − hL = p2 γ + V 22 2g + z2 z1 = z2 V1 = V2 p1−p2 γ = Δp γ = hL f = 64/Re hL = f L D V 2 2g = 64 Re × L D V 2 2g = 64 425 × 100 0, 203 × 0, 2472 20 = 0 Δp = γhL = 8, 89 × 0, 226 = 2, 0kPa 21/10/2023, 21:27 Escoamento interno https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212en/04390/index.html# 60/62 hidrodinâmica, a tensão de cisalhamento e o perfil de velocidades em um escoamento turbulento. Vimos também as classificações dos escoamentos em canais abertos e a importância do número de Froude, a definição da energia específica eda descarga específica. Por fim, analisamos suas aplicações na quantificação das transições de escoamento como o ressalto hidráulico, os tipos de vertedores e a quantificação da perda de carga devido à dissipação viscosa no escoamento interno a tubos. Podcast Ouça este podcast sobre a importância do diâmetro hidráulico, a diferença de abordagem matemática entre escoamentos laminar e turbulento, a condição necessária para formação de um ressalto hidráulico e a distinção entre perdas de carga distribuída e localizada. Explore + Leia o artigo Coeficiente de rugosidade de Manning para o rio Paracatu, de Guilherme B. Lyra e colaboradores, publicado na Revista Brasileira de Engenharia Agrícola e Ambiental, que apresenta a importância desse parâmetro na determinação da vazão em canais abertos. Leia o artigo Modelagem computacional de ressalto hidráulico em canal urbano, de Francisco Guedes Cavalcante e colaboradores, publicado na Revista DAE, que analisa um ressalto hidráulico por modelagem computacional. 21/10/2023, 21:27 Escoamento interno https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212en/04390/index.html# 61/62 Leia o artigo Estudo da transição entre escoamento laminar e turbulento em tubo capilar, de M. H. Martins e A. Knesebeck, apresentado no XI Congresso Brasileiro de Engenharia Química em Iniciação Científica 2015. O artigo apresenta um esquema experimental para medição dessa transição de escoamento. Referências ÇENGEL, Y. A.; CIMBALA, J. M. Mecânica dos fluidos: fundamentos e aplicações. 3. ed. Porto Alegre: AMGH, 2015. COELHO, J. C. M. Energia e fluidos: mecânica dos fluidos. São Paulo: Blücher, [s.d.]. ELGER, D. F. Mecânica dos fluidos para engenharia. 11. ed. Rio de Janeiro: LTC, 2019. FOX, R. W. et al. Introdução à mecânica dos fluidos. 9. ed. 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