Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
76 Re vi sã o: N om e do re vi so r - D ia gr am aç ão : N om e do d ia gr am ad or - d at a Unidade III Unidade III 7 ECOSSISTEMAS AQUÁTICOS CONTINENTAIS 7.1 Aspectos iniciais Em contraste com os ecossistemas marinhos, os ecossistemas aquáticos continentais se desenvolvem sobre os continentes e são influenciados diretamente por eles. Mas seus efeitos também são sentidos nos continentes. Os fatos de não possuírem grandes dimensões, serem relativamente rasos, não estarem todos interligados e responderem pouco à atração da Lua e do Sol fazem com que esses ecossistemas não tenham ondas, marés e correntes oceânicas. Contudo, respondem a uma série de condições próprias dos continentes, como a inclinação do relevo, a resistência das rochas e as variações das condições climáticas. Como resultado, surgem corpos de água totalmente diferentes dos oceânicos. 7.2 Ecossistemas aquáticos continentais lóticos Lembrete Quando se trata de ecossistemas aquáticos, costuma-se utilizar muito as palavras pluvial e fluvial. Embora semelhantes, têm significados bastante distintos. A primeira faz referência à chuva, enquanto a segunda faz referência aos rios. Os ambientes lóticos contrastam com os ambientes lênticos conforme veremos a seguir uma vez que sua movimentação é muito mais efetiva e seus contornos mais dinâmicos. Trata-se dos rios e de suas variantes quanto ao tamanho e denominação, tais como riacho, córrego, regato, arroio, igarapé etc. Esse tipo de ambiente é chamado de fluvial. De acordo com Suguio e Bigarella (1990), rio pode ser definido como um corpo de água corrente confinada num canal (Figura 57). Figura 57 – Canal fluvial típico 77 Re vi sã o: N om e do re vi so r - D ia gr am aç ão : N om e do d ia gr am ad or - d at a ECOSSISTEMAS AQUÁTICOS Rios possuem como características principais a água sempre doce e a movimentação horizontal e unidirecional das correntes. A água irá se deslocar entre dois pontos quaisquer, sempre respeitando o gradiente de altitude, ou seja, daquele que estiver numa altitude maior para o que estiver numa altitude menor. Com isso, forma-se um fluxo unidirecional da água (SUGUIO; BIGARELLA, 1990; WICANDER; MONROE, 2009). Conforme diz o ditado popular, “água não sobe morro...”. Chamamos de bacia hidrográfica o conjunto de rios que drenam uma determinada região. Em qualquer ponto do rio é possível fazer referência a alguns padrões geográficos. Os termos nascente (ou cabeceira) e foz (ou estuário) representam, respectivamente, os locais de origem e fim do rio (Figura 58). Dizer que determinada condição ocorre à montante significa que está localizada entre aquele ponto e a nascente. Quando dizer que determinada condição ocorre à jusante significa que está localizada entre aquele ponto e a foz. A área ocupada pelas águas é chamada de canal (leito ou calha), sendo delimitada pelas margens. Ao longo das margens, uma determinada área pode ser alagada nos períodos de cheia, correspondendo à região de várzea (SUGUIO; BIGARELLA, 1990). Afluente Queda d’água Margem direita Margem esquerda Meandros Foz em delta Mar Meandro abandonado Nascentes Figura 58 – Estrutura básica de um ecossistema fluvial Saiba mais Vale a pena conferir o documentário Entre Rios, que conta a história dos principais rios da cidade de São Paulo e das modificações causadas pela urbanização: ENTRE RIOS: sobre a urbanização de São Paulo. São Paulo: Senac, 2009. 25 min. 7.2.1 Dinâmica dos rios A existência de um gradiente de altitude é fator fundamental para todo rio. No entanto, a diferença de altitude entre a nascente e a foz determina a velocidade e energia do fluxo. Quanto maior a diferença 78 Re vi sã o: N om e do re vi so r - D ia gr am aç ão : N om e do d ia gr am ad or - d at a Unidade III de altitude, mais rápido e mais forte o fluxo. Sendo assim, o relevo tem papel decisivo nesse processo por ser ele quem determina a diferença de altitude. Rios podem funcionar como elementos de ligação entre rios, entre lagos ou entre lagoa e oceano. Rios que se ligam a outros rios para formar um canal maior são chamados de afluentes ou rios tributários (Figura 58) (SUGUIO; BIGARELLA, 1990). Observação Alguns rios correm por terrenos que contêm cavernas. Ao encontrarem aberturas no solo, chamadas de sumidouros, entram por elas e passam a correr no interior das cavidades subterrâneas. Além da velocidade, o volume de água pode variar. Para isso, o fator determinante é a origem dessa água. Rios que possuem abastecimento de água constante são chamados de perenes (Figura 59), e aqueles que recebem água na estação chuvosa e desaparecem na estação seca são chamados de efêmeros ou intermitentes (SUGUIO; BIGARELLA, 1990). Um rio pode ser abastecido por água subterrânea (do lençol freático que forma as minas ou olhos d’água), por um lago, pela chuva ou pelo derretimento do gelo acumulado nas montanhas ou geleiras. Normalmente mais de uma fonte de água é necessária para manter o rio funcionando. Em todas essas situações, o volume de água despejado nos rios pode variar, mas normalmente é definido pelos fatores climáticos, ou seja, quanto mais chuva, mais água disponível nos ambientes. Na época de chuva, os rios passam pelo período de cheia, podendo, inclusive, receber mais água do que cabe em seu canal. Isso faz o rio transbordar e as águas ocuparem as áreas vizinhas às margens, chamadas de várzeas (SUGUIO; BIGARELLA, 1990). Figura 59 – Exemplo de trecho inicial de rio perene com rochas formando seu leito e água com grande velocidade Saiba mais Uma ótima fonte de informações sobre rios, desde seus tipos, passando pela estrutura e dinâmica, é a obra de Kenitiro Suguio e João José Bigarella: SUGUIO, K.; BIGARELLA, J. J. Ambientes fluviais. Florianópolis: UFSC, 1990. 79 Re vi sã o: N om e do re vi so r - D ia gr am aç ão : N om e do d ia gr am ad or - d at a ECOSSISTEMAS AQUÁTICOS Quando se leva em conta a quantidade de água e sua velocidade, é possível ter ideia dos efeitos produzidos por um rio na paisagem. Um dos efeitos pode ser visto na largura e profundidade do canal. Rios de locais inclinados, como áreas montanhosas, possuem canais estreitos e profundos, com formato semelhante à letra “V”. Isso ocorre porque a grande velocidade e força das águas escava o fundo do canal, deixando mais profundo do que largo. Por outro lado, rios de áreas planas têm águas mais lentas e seu canal assume o formato semelhante a uma letra “U” achatada, sendo largo e raso (SUGUIO; BIGARELLA, 1990; WICANDER; MONROE, 2009). Muitos rios são longos o suficiente para apresentarem uma variação do canal ao longo do caminho, isso porque nascem em uma área montanhosa e, conforme se afastam dela, passam a correr sobre áreas mais planas. Como se não bastasse, o traçado também muda de acordo com as características da água. Águas mais velozes produzem canais retilíneos, enquanto águas mais lentas produzem canais mais sinuosos (com curvas). Assim, o formato e contorno do canal acompanham a dinâmica das águas em cada trecho (SUGUIO; BIGARELLA, 1990; WICANDER; MONROE, 2009). O controle do movimento das águas em um rio ou reservatório é o conceito fundamental de uma usina hidrelétrica, uma das fontes de energia mais usadas no mundo (figuras 60 e 61). 1 2 3 4 Represa Torre de rede de transmissão Gerador Planalto Energia mecânica Turbina Figura 60 – Esquema representativo da estrutura de uma usina hidrelétrica que aproveita o movimento das águas para gerar energia elétrica Figura 61 – Usina hidrelétrica de Itaipu(Brasil) 80 Re vi sã o: N om e do re vi so r - D ia gr am aç ão : N om e do d ia gr am ad or - d at a Unidade III Fazem parte da dinâmica dos rios os processos de escavação, transporte e deposição de material (Figura 62). Pedaços de rocha (sedimentos) e solo de diferentes tamanhos são arrancados das margens e do leito dos rios, sendo esse trabalho tanto mais eficiente quanto mais força e velocidade a água tiver (WICANDER; MONROE, 2009). Esse material é então transportado em direção à foz, podendo ser depositado no canal, na região de várzea ou serem levados até a foz (por exemplo, no oceano) dependendo da força das águas (Figura 63) (SUGUIO; BIGARELLA, 1990). Figura 62 – Grand Cannion (EUA). Vale escavado pelo rio Colorado Observação O Grand Canyon, nos Estados Unidos da América, é um exemplo marcante da ação dos rios na paisagem. O rio Colorado desgastou a superfície ao longo do tempo, formando vales que chegam a ter 1.200 metros de profundidade. Saiba mais Observe os fatores que definiram o trabalho do rio Colorado para a formação do Grand Canyon em: COMO NASCEU nosso planeta: Grand Canyon. EUA: The History Channel, 2009. 45 min. 2ª temporada. Episódio II. Outro padrão observado é o tamanho dos pedaços de rocha transportados, ou seja, os sedimentos. Águas rápidas podem transportar desde os maiores e mais pesados (chamados de cascalho) até os menores e mais leves (chamados de argilas) sedimentos. Quando a velocidade da água diminui, também cai a capacidade de transporte de material (Figura 63) (SUGUIO; BIGARELLA, 1990, WICANDER; MONROE, 2009). 81 Re vi sã o: N om e do re vi so r - D ia gr am aç ão : N om e do d ia gr am ad or - d at a ECOSSISTEMAS AQUÁTICOS Observação Na foz do rio Amazonas é possível observar a água doce levando sedimentos por uma distância de até 200 quilômetros mar adentro. Saiba mais Conheça um pouco mais do rio Amazonas assistindo ao episódio do programa Globo Repórter sobre o tema: GLOBO repórter: rio Amazonas, sua nascente, sua foz (parte II). Rio de Janeiro: Central Globo de Jornalismo, 1 jun. 2012. 39 min. Figura 63 – Encontro das águas do rio Negro e do rio Solimões Observação Na região amazônica, é possível observar o encontro das águas escuras do rio Negro com as águas claras e barrentas do rio Solimões (Figura 63). O primeiro carrega muita matéria orgânica que retira da floresta e pouco sedimento. O segundo faz justamente o inverso. 7.2.2 Áreas alagáveis Áreas planas cortadas por vários rios são fortes candidatas a se tornarem áreas alagáveis, ou seja, a receberem o excesso de água dos rios durante o período de cheia ou durante todo o tempo. São também chamadas de áreas pantanosas ou wetlands. Áreas da região amazônica chegam a registrar aumento de até 10 metros no nível da água dos rios e todo esse excesso de água ocupa as várzeas e seus arredores (PIEDADE; SCHOENGART; JUNK, 2005). A despeito dessa alternância de condições secas e alagadas, essas áreas têm sido ocupadas pela população humana que busca sua grande fertilidade para cultivar seu sustento. De fato, nas épocas de cheia dos rios, a água traz sedimentos (por exemplo, lama e areia) 82 Re vi sã o: N om e do re vi so r - D ia gr am aç ão : N om e do d ia gr am ad or - d at a Unidade III e nutrientes a esses locais. Quando a água está presente, apresenta pequena profundidade. Mesmo assim, os sedimentos causam turbidez na água e impedem que a luz penetre fundo na água (PIEDADE; SCHOENGART; JUNK, 2005). O fato de permanecer parte do tempo submersa limita o crescimento de vegetação, que normalmente é composta por plantas rasteiras e herbáceas, de rápido ciclo de vida, e adaptadas às alternâncias entre fase aquática e fase terrestre. O ciclo de vida das espécies vegetais e seu período de crescimento dependem da duração do ciclo hidrológico. No entanto a vegetação se beneficia da riqueza de nutrientes e valores de pH do solo e da água. Por todos esses fatores, são importantes indicadores das condições ecológicas locais (PIEDADE; SCHOENGART; JUNK, 2005) (Figura 64). Figura 64 – Cenário típico do pantanal com seu terreno alagadiço A fauna, embora possa se deslocar para fugir do alagamento, também deve apresentar adaptações ao regime alternado. Em cada fase, são observadas diferentes relações ecológicas entre grupos diferentes de animais (por exemplo, insetos, peixes, anfíbios, mamíferos) (PIEDADE; SCHOENGART; JUNK, 2005). Todo esse cenário apresenta como pontos importantes: • É importante como sistema de retenção de nutrientes, sedimentos e metais pesados. • Participa da regulação do ciclo hidrológico. • Tem capacidade de controlar enchentes. • São áreas de reprodução de espécies animais. • Contribuem para a manutenção da biodiversidade. Observação Na América do Sul, a Bacia Amazônica e o Pantanal são duas conhecidas áreas alagáveis. No sudeste dos Estados Unidos, também existe a região conhecida como Everglades. 83 Re vi sã o: N om e do re vi so r - D ia gr am aç ão : N om e do d ia gr am ad or - d at a ECOSSISTEMAS AQUÁTICOS 7.3 Ecossistemas aquáticos continentais lênticos Ambientes lênticos têm como característica fundamental a baixa velocidade da movimentação de suas águas. Tal fato traz uma série de consequências para o ecossistema, o que o torna bem diferente dos ecossistemas lóticos. Correspondem aos lagos, lagoas, lagunas, açudes, represas e demais reservatórios de água (Figura 65). Limnologia é o nome que se dá à área da ciência responsável pelo estudo desses ambientes (ESTEVES, 2011). Figura 65 – Conjunto de lagos em área de vegetação tropical São corpos de água que ocupam depressões existentes na superfície do planeta e que pelas suas limitações de espaço e isolamento de outros corpos de água possuem hidrodinâmica reduzida (pouco movimento). Geralmente são preenchidos por água doce, embora esta não seja uma característica definidora desse tipo de ambiente. Para todas essas condições há exceções, como é o caso das lagunas e lagos de regiões áridas, nos quais condições particulares fazem com que tenham características próprias ou se comportem de maneira um pouco diferente dos demais (por exemplo, o mar Morto) (Figuras 66, 67, 68) (RICCOMINI et al., 2009; ESTEVES, 2011). Figura 66 – Vista parcial da margem do mar Morto 84 Re vi sã o: N om e do re vi so r - D ia gr am aç ão : N om e do d ia gr am ad or - d at a Unidade III Mar Morto Jerusalém 800mMetros 1000 500 0 800 1000 Falhas Falhas Depressão do mar Morto Jericó Rio Jordão 1096m Figura 67 – Esquema representativo da estrutura geológica do mar Morto Figura 68 – Posição geográfica do mar Morto Observação O mar Morto, entre Israel e Jordânia, apesar do nome, corresponde a um grande lago de água salgada, isolado do oceano e recebendo água do rio Jordão. Com salinidade cerca de dez vezes maior do que a do oceano, tem diminuído de tamanho devido à grande evaporação do local. A origem dos ambientes lênticos está relacionada a diversos fatores naturais (RICCOMINI et al., 2009), tais como: 85 Re vi sã o: N om e do re vi so r - D ia gr am aç ão : N om e do d ia gr am ad or - d at a ECOSSISTEMAS AQUÁTICOS • Tectônica: gerados por movimentos próprios da crosta e manto terrestres. • Vulcanismo: a abertura localizada no topo de um vulcão inativo pode acumular água, bem como o magma resultante de uma erupção podeinterromper o canal de um rio, causando seu represamento. • Glaciação: geleiras são grandes acúmulos de gelo que, embora pareçam inertes, possuem uma movimentação efetiva que causa desgaste da superfície por onde passa, gerando as depressões. • Dissolução da água: o intemperismo químico da água pode dissolver gradualmente alguns tipos de rocha, deixando uma depressão em seu lugar. • Atividade fluvial: rios com traçado serpentiforme (curvilíneo) podem causar isolamento de pequenos trechos de seu canal através dos processos de erosão e deposição de material. • Depósitos de origem orgânica: algumas plantas nas margens dos rios podem crescer exageradamente e passar a acumular detritos, que barram o rio, formando pequenas lagoas. • Deslizamentos: solo ou rochas podem cair das encostas de vales e obstruir o rio; • Ação do oceano: ondas carregam e acumulam areia e outros materiais ao longo da costa, podendo criar corpos de água isolados. • Origem meteorítica: embora incomum, há casos de lagos que ocupam o espaço criado pelo impacto de meteoros na superfície do planeta. • Represas artificiais: construções realizadas pelo ser humano para atender a suas necessidades. A origem do lago define suas características morfológicas e morfométricas básicas (por exemplo, área, comprimento, largura, profundidade, perímetro etc.), embora seja um ambiente em pleno processo de desenvolvimento e que pode mudar com o tempo e com a dinâmica terrestre (RICCOMINI et al., 2009). A água que preenche um ambiente lêntico pode vir de diferentes lugares. As chuvas e os rios talvez sejam as principais fontes de água para estes ambientes. Águas subterrâneas (aquíferos) são fontes importantes de água, sobretudo em regiões mais secas ou de regime de chuvas irregular ao longo do ano, como acontece com os oásis de regiões desérticas. Não se pode esquecer, entretanto, da água de degelo, proveniente de montanhas ou de geleiras, que vai alimentar rios que levam, por sua vez, as águas até os lagos (KARMANN, 2009; RICCOMINI et al., 2009). Observação Oásis são lagos de água doce em pleno deserto. Sua condição perene está associada aos aquíferos e não à frequência das chuvas ou contribuição dos rios. Devido à umidade a vegetação, pode crescer nas margens. 86 Re vi sã o: N om e do re vi so r - D ia gr am aç ão : N om e do d ia gr am ad or - d at a Unidade III Lagunas são tipos particulares de ambientes lênticos. Sua principal característica é receber contribuição de água do mar e de água dos rios. Assim, estão sempre localizadas no litoral, separadas do oceano por uma faixa de areia e com presença de água salobra (Figura 69). A comunicação com o oceano é feita através de canais que permitem a entrada da água salgada quando a maré sobe. Já com os rios, a comunicação é direta através de estuários (RICCOMINI et al., 2009). Figura 69 – Vista parcial da lagoa Rodrigo de Freitas no Rio de Janeiro (RJ). Na parte esquerda da imagem fica evidente a faixa de areia que separa esta laguna do oceano Todos esses fatores fazem com que as condições ambientais em uma laguna sejam altamente variáveis ao longo do dia e ao longo do ano. Há fauna e flora locais, adaptadas às variações, mas também há animais que chegam junto com as marés altas, vindo através dos canais diretamente do oceano, e encontram ali um local de condições muito estressantes (ESTEVES, 2011). Observação A lagoa Rodrigo de Freitas, localizada na região sul da cidade do Rio de Janeiro, é, tecnicamente, uma laguna, pois recebe águas dos rios que descem as encostas dos morros e têm ligação com o mar através de canais. Esse fato pode ser comprovado pela qualidade salobra de suas águas. 7.3.1 Caracterização dos ambientes lênticos O estudo de diferentes ambientes lênticos ao redor do mundo possibilitou a identificação de uma estrutura interna marcada pela profundidade e pela influência de alguns fatores (ESTEVES, 2011). Podem ser identificadas as seguintes regiões (Figura 70): • Litorânea. • Pelágica ou limnética. 87 Re vi sã o: N om e do re vi so r - D ia gr am aç ão : N om e do d ia gr am ad or - d at a ECOSSISTEMAS AQUÁTICOS • Bentônica ou profunda. • Interface água-ar. Figura 70 – Ecossistemas continentais lênticos e seus diferentes compartimentos A região litorânea corresponde à região do lago que está em contato direto com o ecossistema terrestre (margens), recebendo influência direta, e sendo, portanto, um ecótono (Figura 70). A chuva que escorre pelo continente arrasta para dentro do ambiente lêntico uma grande quantidade e variedade de sedimentos, nutrientes, detritos orgânicos (por exemplo, folhas, galhos, animais mortos etc.) de modo a tornar a região litorânea uma localidade com condições bastante variáveis (ESTEVES, 2011). Na maioria das vezes, caracteriza-se pela densa colonização por vegetação aquática (por exemplo, macroalgas, briófitas, pteridófitas etc.) (Figura 71). Sua ocorrência e dimensões dependem de características morfométricas do ambiente lêntico, como tamanho, profundidade e relação entre perímetro e volume, sendo fundamental, por exemplo, que os raios solares cheguem ao fundo dessa região para permitirem a germinação e o crescimento da vegetação. Dessa forma, é possível compreender por que, em muitos ambientes lênticos, a região litorânea é pouco desenvolvida ou está ausente, como é o caso de lagos profundos (origem vulcânica) ou represas, onde as margens são muito inclinadas e não permitem o crescimento da vegetação. A salinidade de ambientes com água salgada ou salobra também representa um sério limitador para o desenvolvimento da vegetação litorânea (ESTEVES, 2011). 88 Re vi sã o: N om e do re vi so r - D ia gr am aç ão : N om e do d ia gr am ad or - d at a Unidade III Figura 71 – Margem de ambiente lêntico colonizada por macrófitas aquáticas A presença da vegetação atrai animais (terrestres e aquáticos) (por exemplo, gastrópodes, insetos, crustáceos, peixes, aves etc.) em busca de alimento, proteção ou descanso (Figura 72). Esses animais acabam atraindo outros, fazendo com que as relações ecológicas estejam bem presentes e as cadeias alimentares formadas incluam todos os níveis tróficos. A vegetação contribui, também, com muita biomassa vegetal morta, importante fonte de energia para as cadeias alimentares, contribuindo para o surgimento e manutenção da biodiversidade aquática (ESTEVES, 2011). Figura 72 – Região litorânea de ambiente lêntico com representantes da fauna e flora local Em contraste com a região litorânea, a região limnética (Figura 70) é muito homogênea horizontalmente, mas pode variar bastante verticalmente, apresentando o que se costuma chamar de estratificação química e física. Nesses casos, valores de concentração de oxigênio, pH, salinidade e temperatura podem variar entre a superfície e partes mais profundas. Todas essas variações dependem da interação com o clima, especialmente a temperatura do ar, e serão tratadas mais adiante. Embora a penetração dos raios solares diminua com a profundidade, a luz não costuma ser um fator limitante nessa região, a não ser em lagos muito profundos, em casos em que haja aumento da turbidez (sedimento na água) ou eutrofização (proliferação de algas na superfície) (Figura 73). A parte da região limnética que recebe luz é chamada de zona eufótica e aquela que permanece escura é chamada de afótica (ESTEVES, 2011). 89 Re vi sã o: N om e do re vi so r - D ia gr am aç ão : N om e do d ia gr am ad or - d at a ECOSSISTEMAS AQUÁTICOS Fosfatos e nitratos Eutrofização Morte de aeróbicosProliferação de anaeróbicos Proliferação de algas Falta de oxigênio Figura 73 – Relações entre elementos bióticos e abióticos no processo de eutrofização Com relação aos habitantes dessa região, merecem destaque o plâncton (por exemplo, vírus, bactérias, algas, protozoários, fungos e invertebrados), localizado próximo à superfície, e o nécton (por exemplo, peixes), com movimentação livre por toda a região (Figura 74). Lembrete Plâncton é o conjunto de seres vivos sem capacidade de se moverem livremente, necessitando da movimentação da água para se deslocar. Nécton é o conjunto de seres vivos que, como os peixes, podem se mover livremente em todas as direções. Os organismos aquáticos que vivem junto ao fundo do corpo de água são chamados de bentônicos (Figura 74). Plâncton Nécton Bentos Figura 74 – Três compartimentos de hábito de vida de animais aquáticos 90 Re vi sã o: N om e do re vi so r - D ia gr am aç ão : N om e do d ia gr am ad or - d at a Unidade III A região bentônica corresponde ao fundo dos ambientes lênticos, tanto na região litorânea quanto na limnética (Figura 70). É formada principalmente por sedimentos, mas também são encontradas quantidades variadas de restos biológicos como conchas, galhos e folhas. Conta, ainda, com a possibilidade de ser colonizado por diferentes seres vivos bentônicos (por exemplo, algas, macrófitas aquáticas, bactérias, protozoários etc.) (ESTEVES, 2011). Variação horizontal pode ser observada quando recebe materiais diferentes conforme a distância das margens. Por exemplo, grandes lagos têm mais areia na região bentônica próxima às margens, ao passo que lama predomina no centro do lago (Figura 75). Sendo assim, é um local importante pelo desenvolvimento de intensa atividade biogeoquímica geradora de nutrientes (ESTEVES, 2011). Lembrete Lacustre é uma palavra relacionada aos lagos, muito usada em Ecologia e Geologia. Por fim, mas não menos importante, existe a interface água-ar, ou seja, a superfície do corpo d’água (Figura 70). É o local de trocas gasosas entre água e atmosfera, bem como a porta de entrada para raios solares, poeira e chuva. É habitada por duas comunidades chamadas de nêuston e plêuston, formadas, respectivamente, por organismos microscópicos (por exemplo, bactérias, fungos e algas) e macroscópicos (por exemplo, macrófitas aquáticas e animais). A presença desses organismos se deve à tensão superficial da água (ESTEVES, 2011). Plantas aquáticas emergentes Plantas aquáticas flutuantes Algas microscópicas e fitoplâncton Artrópodes do zooplâncton Peixes e artrópodes Bactérias e fungosDecompositores Consumidores secundários (carnívoros) Consumidores primários Produtores (fotossínteti- zadores) Figura 75 – Distribuição dos organismos nectônicos, planctônicos e bentônicos pelo ambiente lacustre 91 Re vi sã o: N om e do re vi so r - D ia gr am aç ão : N om e do d ia gr am ad or - d at a ECOSSISTEMAS AQUÁTICOS 7.4 Aquíferos Embora não sejam, tecnicamente, considerados ecossistemas, os aquíferos são importantes reservatórios naturais de água que podem abastecer os ecossistemas aquáticos continentais. Também chamadas de águas subterrâneas ou lençol freático, correspondem à água que se acumula no subsolo. Essa água fica armazenada em pequenas cavidades das rochas chamadas poros, ou então em rachaduras (Figura 76) (KARMANN, 2009). De maneira análoga, essas rochas funcionam como grandes esponjas que absorvem e retêm as águas das chuvas. Ao se infiltrar no solo, a água passa pela zona não saturada até chegar às regiões mais profundas, chamadas de zona saturada, onde se acumula (Figura 76). Parte da água infiltrada no solo fica disponível para as raízes das plantas e para outros seres vivos, podendo, ainda, evaporar e voltar para a atmosfera (KARMANN, 2009). Água Poros Infiltração Zona não saturada Zona saturada Zona vadosa ou não saturada Nível d’água ou lençol freático Zona freática ou saturada Figura 76 – Representação de aquífero, lençol freático e suas relações com os poros do subsolo A superfície que marca o contato entre a zona não saturada e a zona saturada é chamado de lençol freático. Esse é o nível de água que se forma quando um poço é perfurado (Figura 76). A infiltração da água no solo é a maneira como o aquífero se recarrega (Figura 77). É importante manter áreas naturais na superfície, para que esse mecanismo seja garantido. No entanto, esse processo natural está cada vez mais ameaçado pela urbanização, impermeabilização da superfície e poluição de águas dos rios e lagos. Isso coloca em risco o abastecimento dos aquíferos e a qualidade de suas águas (KARMANN, 2009). 92 Re vi sã o: N om e do re vi so r - D ia gr am aç ão : N om e do d ia gr am ad or - d at a Unidade III Sol Chuva Nuvens Gotejamento Rio Oxigênio Gás carbônico Lençol subterrâneo Infiltração Vapor d’água Figura 77 – Relação do aquífero com o ambiente. Destaque para a infiltração da água da chuva que realiza a recarga do aquífero Observação Em virtude da grave crise de água que atinge o Sudeste brasileiro, os aquíferos têm sido sugeridos como alternativas de fonte de água limpa nas áreas mais afetadas. Portanto, em épocas chuvosas, a infiltração de água é maior e o nível do lençol freático sobe. Na época de estiagem, ocorre o inverso. A água subterrânea está em constante movimento, fluindo lentamente através dos poros da rocha e do solo (Figura 77). Ao infiltrar e circular no subsolo, a água passa por um processo de filtragem e purificação natural, no qual se livra das impurezas que possa ter. Dessa forma, a qualidade das águas dos aquíferos é considerada boa e própria, inclusive, para o consumo humano. Dependendo das características da região, suas águas podem se aquecer no subsolo, ficando com temperaturas de até 45º C, o que possibilita o seu uso também para o turismo (KARMANN, 2009). Observação O aquífero Guarani está presente no subsolo dos estados do Centro- oeste, Sudeste e Sul do Brasil, além de países vizinhos como Paraguai, Uruguai e Argentina, sendo um dos principais reservatórios do mundo (Figura 78). 93 Re vi sã o: N om e do re vi so r - D ia gr am aç ão : N om e do d ia gr am ad or - d at a ECOSSISTEMAS AQUÁTICOS Figura 78 – Principais aquíferos brasileiros 8 VARIAÇÕES EM ECOSSISTEMAS AQUÁTICOS 8.1 Dinâmica dos elementos bióticos e abióticos Ambientes lóticos são reservatórios de água com características particulares. Devido à eficiência dos ciclos biogeoquímicos, recebem influências constantes que os tornam ambientes muito dinâmicos. Exemplo disso pode ser facilmente observado em lagos de regiões temperadas, que são muito influenciados pelas condições climáticas próprias de cada estação do ano. No inverno pode haver o congelamento da superfície do lago, fazendo com que ele se torne totalmente isolado do meio externo. Nessas condições, deixa de receber água e nutrientes, tendo que manter o equilíbrio apenas com seus recursos próprios. A comunidade de animais e plantas locais sofrem as consequências do isolamento e da baixa temperatura, colocando em prática estratégias de sobrevivência a essas condições, como a diminuição do metabolismo, no caso de animais, e a dormência de gemas, no caso dos vegetais (Figura 79) (ESTEVES, 2011). Com no final do inverno, as temperaturas sobem, o gelo derrete e o lago ganha em dinamismo, voltando a receber água e materiais diversos (por exemplo, sedimentos e nutrientes) da superfície. Essas condiçõescausam circulação das águas do lago, fazendo com que a água quente e oxigenada da superfície seja deslocada para o fundo, enquanto a água fria e nutritiva do fundo é levada para a 94 Re vi sã o: N om e do re vi so r - D ia gr am aç ão : N om e do d ia gr am ad or - d at a Unidade III superfície. Com isso, a comunidade planctônica é a principal beneficiada com oxigênio, luminosidade e nutrientes que chega até a superfície e rapidamente retomam os níveis de densidade anteriores ao inverno (figura 79) (ESTEVES, 2011). Mortalidade Natalidade Imigração Emigração Tamanho pupulacional Aumento Diminuição Figura 79 – Dinâmica populacional. Fatores fundamentais na definição do tamanho da população. Para definir qual irá atuar em dado momento, é necessário observar as condições oferecidas pelo ambiente No verão, algo curioso acontece, interrompendo o funcionamento equilibrado do lago. Devido à intensidade dos raios solares e sua penetração decrescente na água do lago, a cada novo dia a água da superfície se aquece rapidamente, causando uma estratificação térmica, ou seja, a água do lago apresenta três camadas com temperaturas e densidades diferentes, o que impede a mistura entre elas. Na realidade, a estratificação térmica causa uma estratificação química (ESTEVES, 2011). Assim, são definidas as camadas: • Epilímnio: superficial, geralmente corresponde à zona eufótica, quente, com oxigênio e sem nutrientes. • Metalímnio: intermediária, com mudança brusca na temperatura. • Hipolímnio: inferior, geralmente corresponde à zona afótica, fria, sem oxigênio e com nutrientes. Dessa forma, sem circulação, não ocorre o fornecimento de nutrientes para as camadas superiores e a produção primária (atividade do fitoplâncton) cai drasticamente. Toda essa variação é comum em lagos mais profundos. Nas regiões tropicais e subtropicais, onde as condições climáticas são naturalmente mais quentes, os lagos mais profundos são frequentemente afetados pela estratificação da água (ESTEVES, 2011). É interessante notar que para cada uma das condições ambientais, os seres vivos desenvolveram adaptações de modo a torná-los aptos a viverem nos ecossistemas aquáticos. A busca por recursos naturais, a competição e fuga de predadores são pressões ecológicas fortes que modelam a forma e funcionamento dos seres vivos. Plantas dos estuários e manguezais apresentam mecanismos para lidar com o excesso de sal, além do solo ácido, sem oxigênio e instável (ESTEVES, 2011). 95 Re vi sã o: N om e do re vi so r - D ia gr am aç ão : N om e do d ia gr am ad or - d at a ECOSSISTEMAS AQUÁTICOS Animais que se alimentam de seres marinhos, como as gaivotas, que comem peixes, e as tartarugas marinhas, que comem águas vivas, necessitam de estruturas específicas, chamadas de glândulas de sal, para eliminar o excesso de sal ingerido com o alimento. Muitos peixes, quando adultos, vivem em um tipo de ambiente e na época de reprodução migram para outro. O salmão e a tainha são duas dessas espécies. Quando adultos, vivem no oceano e, na época da reprodução, migram para os rios para desovar e permitir que os filhotes se desenvolvam. Estes, ao atingirem a idade adequada, fazem o caminho de volta ao oceano. Esse comportamento é chamado de anádromo. Quando o sentido da migração é do rio para o mar, o comportamento é chamado de catádromo (MOYES; SCHULTE, 2010). Qualquer que seja o organismo observado, suas populações irão sempre apresentar um comportamento dinâmico (chamado dinâmica populacional), em decorrência de fatores como taxa de natalidade, taxa de mortalidade e dispersão dos indivíduos (emigração e imigração). Tais comportamentos são influenciados por fatores dependentes da densidade populacional (número de indivíduos em relação à área que ocupam) e seus acessos a recursos naturais, como alimento e espaço. Assim, as populações tendem a aumentar ou diminuir em direção a valores de equilíbrio. Esse é um comportamento natural das populações ao longo do tempo (RICKLEFS, 2012). Exemplo disso é o que ocorre com populações de pequenos organismos de vida curta, que podem flutuar enormemente em pequenos intervalos de tempo. O fitoplâncton pode aumentar e diminuir em poucos dias ou semanas. A diferença em relação às populações de organismos grandes e de vida longa é o tempo de resposta às mudanças ambientais. Como o intervalo de tempo entre uma geração e a geração seguinte é de algumas horas, as populações de algas unicelulares crescem muito mais rapidamente do que as populações de peixes ou crustáceos, cujo intervalo entre as gerações é de meses. Dessa forma as comunidades se recuperam bem mais rapidamente quando o grupo afetado é dos microrganismos (ESTEVES, 2011; RICKLEFS, 2012). Um fenômeno possível de ocorrer nos ambientes lênticos é chamado de eutrofização (Figura 73). Corresponde ao aumento da concentração de nutrientes (principalmente fósforo e nitrogênio), tendo como consequência o aumento da produtividade primária (ESTEVES, 2011). Esse processo pode ser natural ou artificial. Ocorrendo naturalmente, consiste em um processo lento e contínuo, com as chuvas trazendo nutrientes. Corresponde, portanto, ao que se chama de envelhecimento natural do lago. Quando ocorre artificialmente, ou seja, quando é causado pelo homem, os nutrientes podem ter diferentes origens (por exemplo, efluentes domésticos ou atividades agrícolas) (ESTEVES, 2011). Qualquer que seja a causa, a eutrofização é sempre um processo que causa mudanças qualitativas e quantitativas nas comunidades aquáticas, nas condições físicas e químicas do meio e no nível de produção do sistema, podendo ser considerada uma forma de poluição (Figura 73). A chegada da grande quantidade de nutrientes em um curto espaço de tempo faz com que os produtores primários (fitoplâncton) se desenvolvam rapidamente, causando consumo rápido do oxigênio dissolvido na água e cobertura da superfície, impedindo a entrada de luz na água (Figuras 73 e 79). Assim, toda a cadeia alimentar fica comprometida (ESTEVES, 2011). 96 Re vi sã o: N om e do re vi so r - D ia gr am aç ão : N om e do d ia gr am ad or - d at a Unidade III Assim como ocorre com outros parâmetros do ambiente, os nutrientes devem circular na medida certa e no tempo certo. Sua presença se faz necessária na zona de produtividade, ou seja, próximo à superfície, onde será usada pelo plâncton. Contudo, o nutriente não é produzido ali e o que chega vindo do continente não é suficiente. Se os nutrientes não são produzidos onde são mais úteis, como ocorre o contato entre essas duas partes? A resposta para isso é a circulação da água que promove a regeneração dos nutrientes, ou seja, seu retorno à zona de produtividade (Figura 80) (SUGUIO, 2006; GARRISON, 2010; ESTEVES, 2011). Bactérias e fungos decompõem plantas e animais mortos CO2 dissolvido liberado pelo oceano Respiração do pâncton Água supe rficia l Água s pro fund as Queima de combustíveis fósseis Plantas fotossintetizam Atmo sfera Veget ação Solo Carbo no an tigo Carbo no arma zenao do (vege tação antig a) Tempestades soterram carbono no sedimento dos oceanos Figura 80 – Mecanismos responsáveis pela regeneração de nutrientes em ambiente aquático Nutrientes são produzidos de maneira lenta e gradual nas camadas mais profundas dos corpos de água (por exemplo, lagos e oceanos). Ficam armazenados nos sedimentos do fundo ou passam automaticamente para a água presente nessas localidades. Para atingirem a camada superficial da água, dependem da circulação (Figura 80) (SUGUIO, 2006; GARRISON, 2010; ESTEVES,2011). 8.2 Sobrepesca e sobreutilização dos recursos hídricos Há, desde o início da raça humana, uma integração entre homem e água. Retiramos dos reservatórios água para nossa hidratação, higiene, atividades domésticas, rurais e industriais. Praticamos esportes nela. Retiramos alimento dela. Some-se a isso uma população mundial que só aumenta. Com relação tão íntima é de se esperar que os ecossistemas aquáticos acabassem sofrendo com nosso uso exagerado de seus recursos. Sendo assim, serão apresentadas algumas informações que demonstram o lado desagradável de nossa relação com os ecossistemas aquáticos. Especialistas no uso dos oceanos agrupam os serviços ecossistêmicos dos oceanos em sete grandes categorias (JURAS, 2012), a saber: 97 Re vi sã o: N om e do re vi so r - D ia gr am aç ão : N om e do d ia gr am ad or - d at a ECOSSISTEMAS AQUÁTICOS • Regulação do clima e de gases atmosféricos. • Regulação de perturbações e controle de erosões. • Ciclagem de nutrientes e tratamento de efluentes. • Controle biológico, habitat e recursos genéticos. • Alimentos e produção de matérias-primas. • Recreação e cultura. • Transporte e segurança. Parte desses serviços também se aplica aos ecossistemas aquáticos continentais. No entanto, qualquer um desses ecossistemas sofre com diversos problemas resultantes da utilização de seus recursos pelo ser humano. De uma maneira geral, as principais ameaças aos sistemas ecológicos aquáticos são (JURAS, 2012): • Sobrepesca. • Contaminações geradas em terra. • Derrames de petróleo e lançamentos de resíduos. • Destruição de ecossistemas costeiros. • Erosão costeira ou litorânea. • Mudança do clima. Nota-se que as ameaças ocorrem tanto para o recurso hídrico (água) quanto para a biota que nele reside. Um desses problemas é a sobrepesca, ou seja, a retirada dos ambientes naturais de grandes quantidades de pescado, quantidades essas que são superiores à capacidade de reprodução dos animais, o que resulta no desequilíbrio ambiental. A pesca é, talvez, o principal causador de problemas ambientais ao ecossistema marinho. Junto com a aquicultura, foi responsável por abastecer o mundo com 148 milhões de toneladas de peixes em 2010 e aproximadamente 154 milhões de toneladas em 2011, para se ter uma ideia. A sobrepesca causa consequências ecológicas negativas e também reduz a produção pesqueira, com graves consequências sociais e econômicas (JURAS, 2012). Um exemplo vem do Brasil. De acordo com Souza (2007), na década de 1960, houve o crescimento das indústrias de transformação do pescado, gerando mudanças nos instrumentos e técnicas de pesca. Tal fato causou o aumento da produção pesqueira, mas, por não haver a preocupação com a reprodução natural do pescado, a década de 1970 foi marcada pela queda da produção pesqueira e pelo aumento da importação do pescado. 98 Re vi sã o: N om e do re vi so r - D ia gr am aç ão : N om e do d ia gr am ad or - d at a Unidade III Associado à sobrepesca há outro problema grave que consiste na captura acidental ou incidental de espécies de peixes que não as espécies-alvo, além de aves, tartarugas e mamíferos. Dados de 2009 revelam que, para cada 10 toneladas de peixes capturados de forma intencional, outras quatro toneladas de animais foram capturadas e descartadas (JURAS, 2012). De acordo com a literatura especializada, algumas soluções podem ser apontadas (SOUZA, 2007), tais como: • Captura de recursos não explorados. • Aperfeiçoamento dos métodos empregados. • Uso de métodos sustentáveis. • Métodos de conservação do pescado a bordo para aumento de valor comercial. • Ensino formal e não formal, desde as crianças até os pescadores, para que percebam que a atividade pesqueira está interligada à preservação do ambiente e das espécies capturadas. Outro aspecto negativo da utilização dos recursos hídricos é a perda de biodiversidade aquática (JURAS, 2012), que resulta de: • Destruição dos habitats naturais (conversão de áreas naturais em áreas para aquicultura). • Crescimento urbano e industrial. • Sedimentação em zonas costeiras dos sedimentos vindos da agricultura (desmatamento). • Falta de sedimentos pelo barramento excessivo dos rios. • Disseminação de espécies invasoras (acidental ou deliberada) como, por exemplo, água de lastro dos navios. • Contaminação das águas por agrotóxicos e fertilizantes, resíduos tóxicos industriais e dejetos humanos sem tratamento. • Sobre-explotação, isto é, captura de recursos pesqueiros (peixes, moluscos, crustáceos e algas) em quantidades superiores à sua capacidade de reprodução. • Mudanças climáticas. É possível afirmar que o Brasil conta com os instrumentos legais necessários para consolidar, em nível federal, estadual e municipal, a conservação, a proteção e a exploração sustentável do meio marinho e dos recursos biológicos associados. Contudo, faltam mecanismos eficientes para que isso se torne realidade. Além disso, há carência de informações sobre a ocupação e os impactos sobre a zona costeira e os ecossistemas marinhos que sejam confiáveis, atualizadas e com o grau de detalhamento necessário para as ações de planejamento necessárias (JURAS, 2012). 99 Re vi sã o: N om e do re vi so r - D ia gr am aç ão : N om e do d ia gr am ad or - d at a ECOSSISTEMAS AQUÁTICOS Os recursos hídricos, especialmente aqueles em ecossistemas continentais, quando utilizados de modo irregular ou sem consciência, demonstram esse abuso de diversas formas. Exemplo importante vem da exploração exagerada dos aquíferos. Várias regiões pelo mundo apresentam escassez natural de água em suas superfícies, devido a situações climáticas específicas de cada local. Além disso, problemas climáticos passageiros, como períodos de seca gerada pelo El Ñino, podem atingir áreas ricas em rios, lagos e represas, deixando os estoques de água de superfície muito desfalcados. Uma boa alternativa nas duas situações é a água dos aquíferos. Apesar de estarem mais protegidas do que as de superfície, as águas dos aquíferos também sofrem com a má exploração e a contaminação. Extrair mais água do que a capacidade de recarga do aquífero, ou seja, a quantidade capaz de infiltrar no solo e devolvê-lo ao nível normal (HIRATA; VIVIANI-LIMA; HIRATA, 2009), é conhecido como superexploração e pode acarretar: • Esvaziamento do reservatório. • Diminuição do fornecimento, o que causa aumento de custos na exploração. • Desequilíbrio nos ecossistemas que dependem da água desse aquífero. Há, ainda, problemas de contaminação relacionados às atividades humanas industriais, domésticas e rurais (HIRATA; VIVIANI-LIMA; HIRATA, 2009). No Brasil, a superexploração dos aquíferos é pouco observada. Exemplos são encontrados em cidades litorâneas que têm um adensamento populacional e se utilizam de poços para suprir as necessidades da população. A falta de fiscalização e de conhecimento têm feito com que problemas aconteçam; em especial a recarga do aquífero com água salgada, o que inutiliza o poço para utilização humana (HIRATA; VIVIANI-LIMA; HIRATA, 2009). Resumo Os ecossistemas aquáticos continentais participam mais da nossa vida do que qualquer outro. Neles, transportamos materiais e pessoas. Deles, tiramos parte de nosso alimento e fazemos crescer o restante; retiramos a água que consumimos na higiene pessoal e no funcionamento das indústrias. É uma fonte fundamental de água para nossa existência. O problema é que muito contato acarreta destruição desses ecossistemas. Rios são caracterizados por possuírem água doce que se move em apenas uma direção, respeitando as condições da superfície.São importantes agentes de modificação da superfície da Terra, à medida que escavam vales e depositam sedimentos em suas margens e leitos. 100 Re vi sã o: N om e do re vi so r - D ia gr am aç ão : N om e do d ia gr am ad or - d at a Unidade III Lagos, geralmente, são reservatórios de água doce. Sua movimentação diária é pequena e restrita, mas isso não significa que são imóveis. Ao longo do ano, a variação climática causa grandes variações nos lagos, que afetam seu funcionamento e o desenvolvimento das comunidades de seres vivos em seu interior. Resta, ainda, a água dos aquíferos, resultante da infiltração da chuva no solo poroso. Sua distância da superfície e o caminho que a água tem que percorrer para atingi-lo dificultam que a qualidade da água seja afetada por nossas atividades. Cada ecossistema aquático tem sua particularidade, mas todos são dinâmicos, habitados por seres vivos e atraem o interesse do ser humano. Contudo, a relação desses ecossistemas com o ser humano nem sempre é harmoniosa, sendo frequentes os problemas causados por nós aos reservatórios de águas naturais. Utilização em excesso e contaminação são apenas duas das tristes marcas deixadas pelo ser humano nos ecossistemas aquáticos. Exercícios Questão 1 (SALESIANO RESENDE 2013 – Adapatada). Para a produção de energia elétrica, faz-se necessário represar um rio, construindo uma barragem, que irá formar um reservatório (lago). A água represada moverá as turbinas, que produzirão a energia. Entre os impactos ambientais causados por essa construção, podem-se destacar: A) Aumento da temperatura local e chuva ácida. B) Alagamentos e desequilíbrio da fauna e da flora. C) Alagamento de grandes áreas e aumento do nível dos oceanos. D) Alteração do curso natural do rio e poluição atmosférica. E) Alagamentos e poluição atmosférica. Resposta correta: alternativa B. Análise das alternativas A) Alternativa incorreta. Justificativa: a chuva ácida ocorre pelo lançamento de gases poluentes na atmosfera. Entre os problemas gerados pela chuva ácida, estão: a destruição de florestas, a contaminação dos rios e a danificação de edifícios e monumentos. 101 Re vi sã o: N om e do re vi so r - D ia gr am aç ão : N om e do d ia gr am ad or - d at a ECOSSISTEMAS AQUÁTICOS B) Alternativa correta. Justificativa: na área que será alagada para o reservatório da hidrelétrica, a natureza transforma- se: o clima muda, espécies de peixes desaparecem, animais fogem para refúgios secos, árvores viram madeira podre debaixo da inundação. C) Alternativa incorreta. Justificativa: para a usina hidrelétrica gerar energia, é preciso que uma área seja alagada (criando-se um lago artificial); no entanto, isso não gera aumento do nível dos oceanos. D) Alternativa incorreta. Justificativa: haverá uma alteração do curso natural do rio e, apesar de as usinas hidroelétricas utilizarem um recurso natural renovável e de custo zero (a água), não poluem a atmosfera. E) Alternativa incorreta. Justificativa: o alagamento é necessário para haver a geração de energia pela força da água; porém as hidrelétricas não geram poluição atmosférica. Questão 2 (ENEM, 2003). Na música Bye, Bye, Brasil de Chico Buarque de Holanda e Roberto Menescal, os versos: puseram uma usina no mar talvez fique ruim pra pescar poderiam estar se referindo à Usina Nuclear de Angra dos Reis, no litoral do Estado do Rio de Janeiro. No caso de tratar-se dessa usina, em funcionamento normal, dificuldades para a pesca nas proximidades poderiam ser causadas: A) Pelo aquecimento das águas utilizadas para refrigeração da usina, que alteraria a fauna marinha. B) Pela oxidação de equipamentos pesados e por detonações que espantariam os peixes. C) Pelos rejeitos radioativos lançados continuamente no mar, que provocariam a morte dos peixes. D) Pela contaminação por metais pesados dos processos de enriquecimento do urânio. E) Pelo vazamento de lixo atômico colocado em tonéis e lançado ao mar nas vizinhanças da usina. Resolução desta questão na plataforma. 102 Re vi sã o: N om e do re vi so r - D ia gr am aç ão : N om e do d ia gr am ad or - d at a FIGURAS E ILUSTRAÇÕES Figura 1 9598/32.JPG. Disponível em: <http://www.objetivo.br/conteudoonline/imagens/conteudo_9598/32.jpg>. Acesso em: 28 set. 2015. Figura 3 QUI-FOT-0000242.PNG. Disponível em: <http://www.objetivo.br/conteudoonline/imagens/conteudo_1709/ QUI-FOT-0000242.png>. Acesso em: 28 set. 2015. Figura 4 A_7_29.GIF. Disponível em: <http://www.objetivo.br/conteudoonline/imagens/conteudo_9369/A_7_29.gif>. Acesso em: 25 ago. 2015. Figura 5 02_1.JPG. Disponível em: <http://www.objetivo.br/conteudoonline/imagens/conteudo_9812/02_1. jpg>. Acesso em: 28 set. 2015. Figura 6 A_4_6.JPG. Disponível em: <http://www.objetivo.br/conteudoonline/imagens/conteudo_9291/A_4_6. jpg>. Acesso em: 28 set. 2015. Figura 7 016.GIF. Disponível em: <http://www.objetivo.br/conteudoonline/imagens/conteudo_3744/016.gif>. Acesso em: 28 set. 2015. Figura 8 8.GIF. Disponível em: <http://www.objetivo.br/conteudoonline/imagens/conteudo_3743/8.gif>. Acesso em: 28 set. 2015. Figura 9 53.GIF. Disponível em: <http://www.objetivo.br/conteudoonline/imagens/conteudo_9655/53.gif>. Acesso em: 28 set. 2015. 103 Re vi sã o: N om e do re vi so r - D ia gr am aç ão : N om e do d ia gr am ad or - d at a Figura 10 05.PNG. Disponível em: <http://www.objetivo.br/conteudoonline/imagens/conteudo_12290/05.png>. Acesso em: 28 set. 2015. Figura 11 08.JPG. Disponível em: <http://www.objetivo.br/conteudoonline/imagens/conteudo_9812/08.jpg>. Acesso em: 28 set. 2015. Figura 12 A50_1.GIF. Disponível em: <http://www.objetivo.br/conteudoonline/imagens/conteudo_4521/A50_1. gif>. Acesso em: 28 set. 2015. Figura 13 150.2.GIF. Disponível em: <http://www.objetivo.br/conteudoonline/imagens/conteudo_9639/150.2.gif>. Acesso em: 28 set. 2015. Figura 14 12.JPG. Disponível em: <http://www.objetivo.br/conteudoonline/imagens/conteudo_447/12.jpg>. Acesso em: 28 set. 2015. Figura 15 45.GIF. Disponível em: <http://www.objetivo.br/conteudoonline/imagens/conteudo_9655/45.gif>. Acesso em: 27 ago. 2015. Figura 16 002.PNG. Disponível em: <http://www.objetivo.br/conteudoonline/imagens/conteudo_1655/002.png>. Acesso em: 28 set. 2015. Figura 17 A) 108.JPG. Disponível em: <http://www.objetivo.br/conteudoonline/imagens/conteudo_8001/108. jpg>. Acesso em: 25 set. 2015. B) 110.JPG. Disponível em: <http://www.objetivo.br/conteudoonline/imagens/conteudo_8001/110.jpg>. Acesso em: 25 set. 2015. C) 45.JPGE. Disponível em: <http://www.objetivo.br/conteudoonline/imagens/conteudo_8001/45. jpge>. Acesso em: 25 set. 2015. 104 Re vi sã o: N om e do re vi so r - D ia gr am aç ão : N om e do d ia gr am ad or - d at a D) 111.JPG. Disponível em: <http://www.objetivo.br/conteudoonline/imagens/conteudo_8001/111.jpg>. Acesso em: 27 ago. 2015. Figura 18 5.JPG. Disponível em: <http://www.objetivo.br/conteudoonline/imagens/conteudo_9583/5.jpg>. Acesso em: 26 ago. 2015. Figura 19 99.JPG. Disponível em: <http://www.objetivo.br/conteudoonline/imagens/conteudo_9655/99.jpg>. Acesso em: 27 set. 2015. Figura 20 A_8_33.JPG. Disponível em: <http://www.objetivo.br/conteudoonline/imagens/conteudo_9583/A_8_33.jpg>. Acesso em: 27 set. 2015. Figura 21 A) 031P.PNG. Disponível em: <http://www.objetivo.br/conteudoonline/imagens/conteudo_12285/031p. png>. Acesso em: 27 set. 2015. B) IMG_4501.JPG.Disponível em: <http://mrg.bz/zSp0Kv>. Acesso em: 27 set. 2015. Figura 22 97.GIF. Disponível em: <http://www.objetivo.br/conteudoonline/imagens/conteudo_9655/97.gif>. Acesso em: 26 ago. 2015. Figura 23 09.GIF. Disponível em: <http://www.objetivo.br/conteudoonline/imagens/conteudo_9179/09.gif>. Acesso em: 27 set. 2015. Figura 24 35.GIF. Disponível em: <http://www.objetivo.br/conteudoonline/imagens/conteudo_9184/35.gif>. Acesso em: 27 set. 2015. Figura 26 05.PNG. Disponível em: <http://www.objetivo.br/conteudoonline/imagens/conteudo_12315/05.png>. Acesso em: 26 set. 2015. 105 Re vi sã o: N om e do re vi so r - D ia gr am aç ão : N om e do d ia gr am ad or - d at a Figura 27 MAPAMUNDI.JPG. Disponível em: <http://www.objetivo.br/conteudoonline/imagens/conteudo_1194/ mapamundi.jpg>. Acesso em: 27 ago. 2015. Figura 28 096.JPG. Disponível em: <http://www.objetivo.br/conteudoonline/imagens/conteudo_2311/096.jpg>. Acesso em: 27 set. 2015. Figura 29 033P.PNG. Disponível em: <http://www.objetivo.br/conteudoonline/imagens/conteudo_12285/033p. png>. Acesso em: 27 set. 2015.. Figura 30 88.GIF. Disponível em: <http://www.objetivo.br/conteudoonline/imagens/conteudo_9655/88.gif>. Acesso em: 26 ago. 2015. Figura 31 WICANDER, R.; MONROE, J. S. Fundamentos de geologia. São Paulo: CENGAGE Learning, 2009. Figura 32 IMG_9402.JPG. Disponível em: <http://mrg.bz/mMvd6U>. Acesso em: 26 ago. 2015. Figura 33 A) 02.GIF. Disponível em: <http://www.objetivo.br/conteudoonline/imagens/conteudo_4278/02.gif>. Acesso em: 25 set. 2015. B) 03.GIF. Disponível em: <http://www.objetivo.br/conteudoonline/imagens/conteudo_4278/03.gif>. Acesso em: 25 set. 2015. Figura 34 WICANDER, R.; MONROE, J. S. Fundamentos de geologia. São Paulo: CENGAGE Learning, 2009. Figura 35 DSC_0678.JPG. Disponível em: <http://mrg.bz/td1rEM>. Acesso em: 27 set. 2015. 106 Re vi sã o: N om e do re vi so r - D ia gr am aç ão : N om e do d ia gr am ad or - d at a Figura 36 DSCF0147.JPG. Disponível em: <http://mrg.bz/X5wex4>. Acesso em: 27 set. 2015. Figura 37 STONEHINGE 3.jpg. Disponível em: <http://mrg.bz/N3B8S7>. Acesso em: 27 set. 2015. Figura 38 SEA-1.JPG. Disponível em: <http://mrg.bz/NjFW3S>. Acesso em: 27 set. 2015. Figura 39 DSC_0697.JPG. Disponível em: <http://mrg.bz/tqXD7S>. Acesso em: 27 set. 2015. Figura 40 BARNACLES_001.JPG. Disponível em: <http://mrg.bz/xW1jYz>. Acesso em: 27 set. 2015. Figura 41 DSC00375.JPG. Disponível em: <http://mrg.bz/00nDUL>. Acesso em: 27 set. 2015. Figura 42 A_5_1.JPG. Disponível em: <http://www.objetivo.br/conteudoonline/imagens/conteudo_9813/A_5_1. jpg>. Acesso em: 27 set. 2015. Figura 43 P1060970.JPG. Disponível em: <http://mrg.bz/oAccSh>. Acesso em: 27 set. 2015. Figura 44 81_.JPG. Disponível em: <http://www.objetivo.br/conteudoonline/imagens/conteudo_9642/81_.jpg>. Acesso em: 27 set. 2015. Figura 45 085.JPG. Disponível em: <http://mrg.bz/BOCL1I>. Acesso em: 27 set. 2015. 107 Re vi sã o: N om e do re vi so r - D ia gr am aç ão : N om e do d ia gr am ad or - d at a Figura 46 02_05P.JPG. Disponível em: <http://www.objetivo.br/conteudoonline/imagens/conteudo_334/02_05p. jpg>. Acesso em: 27 ago. 2015. Figura 47 ASSIS, J. P. Enciclopédia do estudante: ciências da Terra e do Universo. São Paulo: Moderna, 2008. Figura 48 04.JPG. Disponível em: <http://www.objetivo.br/conteudoonline/imagens/conteudo_9655/04.jpg>. Acesso em: 25 ago. 2015. Figura 49 23.JPG. Disponível em: <http://www.objetivo.br/conteudoonline/imagens/conteudo_9684/23.jpg>. Acesso em: 25 ago. 2015. Figura 50 DSCF0685.JPG. Disponível em: <http://mrg.bz/XxskFs>. Acesso em: 25 ago. 2015. Figura 51 06.JPG. Disponível em: <http://www.objetivo.br/conteudoonline/imagens/conteudo_9655/06.jpg>. Acesso em: 25 ago. 2015. Figura 52 06.GIF. Disponível em: <http://www.objetivo.br/conteudoonline/imagens/conteudo_4278/06.gif>. Acesso em: 26 set. 2015. Figura 53 04.GIF. Disponível em: <http://www.objetivo.br/conteudoonline/imagens/conteudo_4278/04.gif>. Acesso em: 26 set. 2015. Figura 54 TEIXEIRA, W.; FAIRCHILD, T. R.; TOLEDO, M. C. M.; TAIOLI, F. Decifrando a Terra. São Paulo: Editora Nacional, 2009. 108 Re vi sã o: N om e do re vi so r - D ia gr am aç ão : N om e do d ia gr am ad or - d at a Figura 55 02_P.GIF. Disponível em: <http://www.objetivo.br/conteudoonline/imagens/conteudo_4477/02_p.gif>. Acesso em: 26 set. 2015. Figura 56 01.PNG. Disponível em: <http://www.objetivo.br/conteudoonline/imagens/conteudo_4477/01.png>. Acesso em: 25 set. 2015. Figura 57 IMAGEM0022.JPG. Disponível em: <http://www.objetivo.br/conteudoonline/imagens/conteudo_10212/ imagem0022.jpg>. Acesso em: 27 ago. 2015. Figura 58 43.PNG. Disponível em: <http://www.objetivo.br/conteudoonline/imagens/conteudo_12315/43.png>. Acesso em: 24 ago. 2015. Figura 59 IMAGEM0020.JPG. Disponível em: <http://www.objetivo.br/conteudoonline/imagens/conteudo_10212/ imagem0020.jpg>. Acesso em: 26 set. 2015. Figura 60 18_P.JPG. Disponível em: <http://www.objetivo.br/conteudoonline/imagens/conteudo_2139/18_p. jpg>. Acesso em: 26 ago. 2015. Figura 61 20.JPG. Disponível em: <http://www.objetivo.br/conteudoonline/imagens/conteudo_2139/20.jpg>. Acesso em: 23 set. 2015. Figura 62 IMAGEM0019.JPG. Disponível em: <http://www.objetivo.br/conteudoonline/imagens/conteudo_10212/ imagem0019.jpg>. Acesso em: 28 set. 2015. Figura 63 11.JPG. Disponível em: <http://www.objetivo.br/conteudoonline/imagens/conteudo_2132/11.jpg>. Acesso em: 25 set. 2015. 109 Re vi sã o: N om e do re vi so r - D ia gr am aç ão : N om e do d ia gr am ad or - d at a Figura 64 00_066.JPG. Disponível em: <http://www.objetivo.br/conteudoonline/imagens/conteudo_8701/00_066.jpg>. Acesso em: 27 ago. 2015. Figura 65 039.PNG. Disponível em: <http://www.objetivo.br/conteudoonline/imagens/conteudo_12285/039. png>. Acesso em: 24 ago. 2015. Figura 66 041.PNG. Disponível em: <http://www.objetivo.br/conteudoonline/imagens/conteudo_12285/041. png>. Acesso em: 25 ago. 2015. Figura 67 255.GIF. Disponível em: <http://www.objetivo.br/conteudoonline/imagens/conteudo_9639/255.gif>. Acesso em: 25 ago. 2015. Figura 68 198.GIF. Disponível em: <http://www.objetivo.br/conteudoonline/imagens/conteudo_9639/198.gif>. Acesso em: 25 ago. 2015. Figura 69 IMAGEM0017.JPG. Disponível em: <http://www.objetivo.br/conteudoonline/imagens/conteudo_10212/ imagem0017.jpg>. Acesso em: 25 ago. 2015. Figura 70 ESTEVES, F. A. Fundamentos de limnologia. Rio de Janeiro: Interciência, 2011. Figura 71 IMG_2457.JPG. Disponível em: <http://mrg.bz/DX1Smx>. Acesso em: 28 set. 2015. Figura 72 P1030450.JPG. Disponível em: <http://mrg.bz/mbnjsx>. Acesso em: 28 set. 2015. 110 Re vi sã o: N om e do re vi so r - D ia gr am aç ão : N om e do d ia gr am ad or - d at a Figura 73 50.GIF. Disponível em: <http://www.objetivo.br/conteudoonline/imagens/conteudo_9188/50.gif>. Acesso em: 25 set. 2015. Figura 74 26.GIF. Disponível em: <http://www.objetivo.br/conteudoonline/imagens/conteudo_9182/26.gif>. Acesso em: 26 ago. 2015. Figura 75 24.GIF. Disponível em: <http://www.objetivo.br/conteudoonline/imagens/conteudo_9655/24.gif>. Acesso em: 25 set. 2015. Figura 76 TEIXEIRA, W.; FAIRCHILD, T. R.; TOLEDO, M. C. M.; TAIOLI, F. Decifrando a Terra. São Paulo: Editora Nacional, 2009. Figura 7792.GIF. Disponível em: <http://www.objetivo.br/conteudoonline/imagens/conteudo_9655/92.gif>. Acesso em: 25 set. 2015. Figura 78 04_1_1.GIF. Disponível em: <http://www.objetivo.br/conteudoonline/imagens/conteudo_4400/04_1_1. gif>. Acesso em: 28 set. 2015. Figura 79 84.GIF. Disponível em: <http://www.objetivo.br/conteudoonline/imagens/conteudo_9163/84.gif>. Acesso em: 23 ago. 2015. Figura 80 A_2_10_P.JPG. Disponível em: <http://www.objetivo.br/conteudoonline/imagens/conteudo_9251/ A_2_10_p.jpg>. Acesso em: 25 ago. 2015. Figura 81 55.PNG. Disponível em: <http://www.objetivo.br/conteudoonline/imagens/conteudo_12315/55.png>. Acesso em: 28 set. 2015. 111 Re vi sã o: N om e do re vi so r - D ia gr am aç ão : N om e do d ia gr am ad or - d at a REFERÊNCIAS Audiovisuais COMO NASCEU nosso planeta: Grand Canyon. EUA: The History Channel, 2009. 45 min. 2ª temporada. Episódio II. COMO TUDO funciona: água. EUA: Discovery Communications, 2013. 43 min. CONSTRUINDO o planeta Terra. EUA: National Geografic, 2011. 94 min. EL NIÑO, la niña. São Paulo: Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais – Inpe, 2011. ENTRE RIOS: sobre a urbanização de São Paulo. São Paulo: Senac, 2009. 25 min. GLOBO repórter: rio Amazonas, sua nascente, sua foz (parte II). Rio de Janeiro: Central Globo de Jornalismo, 1 jun. 2012. 39 min. JORNADA geológica: o Anel de Fogo do Pacífico. EUA: National Geografic, 2012. 45 min. O DESAFIO do pré-sal. EUA: Discovery Channel, 2011. 43 min. O PODER da água. Japão: DreamLand filmes, 2005. 45 min. TERRA, o poder do planeta: atmosfera. Reino Unido: BBC, 2007. 49 min. Episódio II. TERRA, o poder do planeta: oceanos. Reino Unido: BBC, 2007. 50 min. Episódio IV. Textuais ASSIS, J. P. Enciclopédia do estudante: ciências da Terra e do Universo. São Paulo: Moderna, 2008. BALL, P. H2O: a biography of water. Reino Unido: Hachette, 2015. CARVALHO, I. S. Paleontologia. Rio de Janeiro: Interciência, 2004. CASTRO, C. N. Transposição do rio São Francisco: análise de oportunidade do projeto. Rio de Janeiro: Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada, 2011. CORDANI, U. G.; PICAZZIO, E. A Terra e suas origens. In: TEIXEIRA, W. et al. Decifrando a Terra. São Paulo: Companhia Editora Nacional, 2009. CRISPIM, M. C.; WATANABE, T. Caracterização limnológica das bacias doadoras e receptoras de águas do Rio São Francisco: 1 – zooplâncton. Acta Limnológica Brasileira, v. 12, p. 93-103, 2000. 112 Re vi sã o: N om e do re vi so r - D ia gr am aç ão : N om e do d ia gr am ad or - d at a DIAS, R. et al. Os ciclos de Wilson numa perspectiva da CPLP: um contributo para o ensino de geologia nos países lusófonos. Comunicações Geológicas, v. 101, n. 3, p. 1251-1253, 2014. ESTEVES, F. A. Fundamentos de limnologia. Rio de Janeiro: Interciência, 2011. FAIRCHILD, T. R. Planeta Terra: passado, presente e futuro. In: TEIXEIRA, W. et al. Decifrando a Terra. São Paulo: Companhia Editora Nacional, 2009. GARRISON, T. Fundamentos de oceanografia. São Paulo: Cengage Learning, 2010. GENDA, H.; IKOMA, M. Origin of the ocean on the Earth: early evolution of water D/H in a hydrogen- rich atmosphere. Icarus, v. 194, n. 1, p. 42-52, 2008. GIANNINI, P. C. F.; MELO, M. S. Do grão à rocha sedimentar: erosão, deposição e diagênese. In: TEIXEIRA, W. et al. Decifrando a Terra. São Paulo: Companhia Editora Nacional, 2009. HICKMAN, C. P.; ROBERTS, L. S.; LARSON, A. Princípios integrados de zoologia. Rio de Janeiro: Editora Guanabara Koogan, 2004. HIRATA, R.; VIVIANI-LIMA, J. B.; HIRATA, H. A água como recurso. In: TEIXEIRA, W. et al. Decifrando a Terra. São Paulo: Companhia Editora Nacional, 2009. JURAS, I. A. G. M. Ecossistemas costeiros e marinhos: ameaças e legislação nacional aplicável. Brasília: Câmara dos Deputados, 2012. KARMANN, I. Água: ciclo e ação geoógica. In: TEIXEIRA, W. et al. Decifrando a Terra. São Paulo: Companhia Editora Nacional, 2009. MARLY, B. The origins and concentrations of water, carbon, nitrogen and noble gases on earth. Earth and Planetary Science Letters, v. 313, p. 56-66, 2012. MOYES, C. D.; SCHULTE, P. M. Princípios de fisiologia animal. São Paulo: Artmed, 2010. NIEL, C. B. van. On the morphology and physiology of the purple and green sulphur bacteria. Archives of Microbiology, v. 3, n. 1, p. 1-112, 1932. OLIVEIRA, S. M. B.; CORDANI, U. G.; FAIRCHILD, T. R. Atmosfera, clima e mudanças climáticas. In: TEIXEIRA, W. et al. Decifrando a Terra. São Paulo: Companhia Editora Nacional, 2009. PARK, C.C. Acid rain: rhetoric and reality. Nova Iorque: Methuen, 2013. PIEDADE, M. T. F.; SCHOENGART, J.; JUNK, W. J. O manejo sustentável das áreas alagáveis da Amazônia central e as comunidades de herbáceas aquáticas. Uakari, v. 1, n. 1, p. 29-38, 2005. 113 Re vi sã o: N om e do re vi so r - D ia gr am aç ão : N om e do d ia gr am ad or - d at a RICCOMINI, C. et al. Processos fluviais e lacustres e seus registros. In: TEIXEIRA, W. et al. Decifrando a Terra. São Paulo: Companhia Editora Nacional, 2009. RICKLEFS, R. E. A economia da natureza. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2012. ROCHA-CAMPOS, A. C.; SANTOS, P. R. Gelo sobre a Terra: processos e produtos. In: TEIXEIRA, W. et al. Decifrando a Terra. São Paulo: Companhia Editora Nacional, 2009. ROSS, J. L. S. Geografia do Brasil. São Paulo: Edusp, 2003. SALGADO-LABOURIAU, M. L. História ecológica da Terra. São Paulo: Edgard Blucher, 2001. SALTO. Parque Rocha Moutonnée. Portal da Câmara Municipal, [s.d.]. Disponível em: <http://www. camarasalto.sp.gov.br/sample-sites/parque-rocha-moutonnee>. Acesso em: 1 dez. 2015. SOUZA, M. A. A. Sobrepesca na atividade pesqueira: causas e soluções. Revista Brasileira de Agroecologia, v. 2, n. 1, 2007. SUGUIO, K. Água. Ribeirão Preto: Editora Holos, 2006. SUGUIO, K.; BIGARELLA, J. J. Ambientes fluviais. Florianópolis: UFSC, 1990. TASSINARI, C. C. G.; DIAS NETO, C. M. Tectônica global. In: TEIXEIRA, W. et al. Decifrando a Terra. São Paulo: Companhia Editora Nacional, 2009. TEIXEIRA, W. et al. Decifrando a Terra. São Paulo: Companhia Editora Nacional, 2009. TESSLER, M. G.; MAHIQUES, M. M. Processos oceânicos e produtos sedimentares. In: TEIXEIRA, W. et al. Decifrando a Terra. São Paulo: Companhia Editora Nacional, 2009. VEIGA, J. E. Gaia: de mito à ciência. São Paulo: Senac, 2012. WICANDER, R.; MONROE, J. S. Fundamentos de geologia. São Paulo: Cengage Learning, 2009. Sites <http://www2.ana.gov.br/Paginas/imprensa/Publicacoes.aspx> <http://www.scotese.com/> Exercícios Unidade I – Questão 1. UNIVERSIDADE FEDERAL TECNOLÓGICA DO PARANÁ (UTF-PR). Ministério da Educação. Exame de seleção ao ensino médio técnico-integrado. 2006. Questão 25. Disponível em: 114 Re vi sã o: N om e do re vi so r - D ia gr am aç ão : N om e do d ia gr am ad or - d at a <http://www.utfpr.edu.br/futuros-alunos/exame-de-selecao-para-cursos-tecnicos/edicoes-anteriores/ int061GABA.pdf>. Acesso em: 7 dez. 2015. Unidade I – Questão 2. BRASIL ESCOLA. Exercícios sobre hidrosfera. Questão 1. [s.d.]a. Questão 1. Disponível em: <http://exercicios.brasilescola.uol.com.br/exercicios-geografia/exercicios-sobre- hidrosfera.htm>. Acesso em: 7 dez. 2015. Unidade II – Questão 1. INSTITUTO NACIONAL DE ESTUDOS E PESQUISAS EDUCACIONAIS ANÍSIO TEIXEIRA (INEP). Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes (Enade) 2011: Biologia. Questão 21. Disponível em: <http://download.inep.gov.br/educacao_superior/enade/provas/2011/BIOLOGIA.pdf>. Acesso em: 7 dez. 2015. Unidade II – Questão 2. BRASIL ESCOLA. Exercícios sobre os oceanos. Questão 1. [s.d.]b. Questão 3.Disponível em: <http://exercicios.brasilescola.uol.com.br/exercicios-geografia/exercicios-sobre-os- oceanos.htm>. Acesso em: 7 dez. 2015. Unidade III – Questão 1. SALESIANO RESENDE. Tarefa da semana de 30 de setembro. Geografia – 9° ano. 2013. Questão 5. Disponível em: <http://www.salesianoresende.com.br/site/images/doc/2013/tarefas_ semanais/semana_3009_0410/9ano/geografia_9_ano_3009_0410.pdf>. Acesso em: 7 dez. 2015. Unidade III – Questão 2. INSTITUTO NACIONAL DE ESTUDOS E PESQUISAS EDUCACIONAIS ANÍSIO TEIXEIRA (INEP). Enem 2003. Questão 34. Disponível em: <http://www.curso-objetivo.br/vestibular/ resolucao_comentada/enem/2003/ENEM2003.pdf>. Acesso em: 7 dez. 2015. 115 Re vi sã o: N om e do re vi so r - D ia gr am aç ão : N om e do d ia gr am ad or - d at a 116 Re vi sã o: N om e do re vi so r - D ia gr am aç ão : N om e do d ia gr am ad or - d at a Informações: www.sepi.unip.br ou 0800 010 9000
Compartilhar