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DIREITO UNOESC – UNIVERSIDADE DO OESTE DE SANTA CATARINA @Mateus Mendes Página 1 ESTATUTO DA OAB – ART. 6º e ss - DOS DIREITOS DO ADVOGADO CONTATO PESSOAL DO ADVOGADO COM OS MAGISTRADOS O advogado tem o direito de dirigir-se diretamente aos magistrados estando assegurado no EOAB que: 1. O advogado poderá dirigir-se diretamente aos magistrados nas salas e gabinetes de trabalho; a) O advogado não deve fazer consulta ao juiz; b) O advogado não deve querer obter do juiz um pré-julgamento da sua ação; c) O advogado deve ter o contato direto com o juiz, para esclarecer certas peculiaridades ou detalhes importantes do processo, que poderiam passar despercebidos em razão do enorme volume de trabalho. 2. O advogado não precisa marcar horário para ser atendido pelo magistrado; 3. O magistrado não poderá estabelecer qualquer condição para atender o advogado; 4. O advogado para ser atendido pelo magistrado deve apenas observar a ordem de chegada para o atendimento. Art. 7º. São direitos do Advogado: VIII – dirigir-se diretamente aos magistrados nas salas e gabinetes de trabalho, independentemente de horário previamente marcado ou outra condição observando-se a ordem de chegada. Por fim: O EOAB garante ao advogado o direito de dirigir-se diretamente ao juiz em sua sala ou gabinete sem horário pré-agendado. O USO DA PALAVRA PELO ADVOGADO O advogado tem o direito de fazer o uso da palavra para: 1. Sustentar suas razões de Recurso. 2. Intervir 3. Reclamar 4. Falar Art. 7º. São direito do advogado: IX – Sustentar oralmente as razões de qualquer recurso ou processo, nas sessões de julgamento, após o voto do relator, em instância judicial ou administrativa, pelo prazo de quinze minutos, salvo se prazo maior for concedido; O inciso IX, do art. 7º, foi julgado inconstitucional pelo STF (vide ADI nº 1.127-8 e vide ADI 1.105-7). Art. 937, CPC. Na sessão de julgamento, depois da exposição da causa pelo relator, o presidente dará a palavra, sucessivamente, ao recorrente, ao recorrido e, nos casos de sua intervenção, ao membro do Ministério Público, pelo prazo improrrogável de 15 (quinze) minutos para cada um, a fim de sustentarem sua razões, nas seguintes hipóteses, nos termos da parte final do caput do art. 1.021: DIREITO DE INTERVIR Art. 7º. São direitos do advogado: X – usar da palavra, pela ordem, em qualquer juízo ou tribunal, mediante intervenção sumária, para esclarecer equívoco ou dúvida surgida em relação a fatos, documentos ou afirmações que influam no julgamento, bem como para replicar acusação ou censura que lhe forem feitas; DIREITO DE RECLAMAR Art. 7º. São direitos do advogado: XI – reclamar, verbalmente ou por escrito, perante qualquer juízo, tribunal ou autoridade, contra a inobservância de preceito de lei, regulamento ou regimento; DIREITO DE FALAR DIREITO UNOESC – UNIVERSIDADE DO OESTE DE SANTA CATARINA @Mateus Mendes Página 2 Art. 7º. São direitos do advogado: XII – falar, sentado ou em pé, em juízo, tribunal ou órgão de deliberação coletiva da Administração Pública ou do Poder Legislativo. DIREITO DO ADVOGADO EXAMINAR PROCESSOS Art. 7º. São direitos do advogado XIII – examinar, em qualquer órgão dos Poderes Judiciário e Legislativo, ou da Administração Pública em geral, autos de processos findos ou em andamento, mesmo sem procuração, quando não estejam sujeitos a sigilo, assegurada a obtenção de cópias, podendo tomar apontamentos; Órgãos: - Judiciário - Legislativo - Adm. Pública em Geral Estado do Processo: - Findos - Em andamento Providências: - Tirar Fotocópias - Tomar Apontamento Mesmo sem procuração, quando não sujeitos a sigilo na forma do §1º do art. 7º do EOAB. Art. 7º. São direitos do advogado: XIV – examinar, em qualquer instituição responsável por conduzir investigação, mesmo sem procuração, autos de flagrante e de investigações de qualquer natureza, findos ou em andamento, ainda que conclusos à autoridade, podendo copiar peças e tomar apontamentos, em meio físico ou digital: Alteração: Lei nº 13.245 de 12/01/2016. O Art. 7º, §10º, que foi inserido pela Lei nº 13.245/2016, dispõe: §10º. Nos autos sujeitos a sigilo, deve o advogado apresentar procuração para o exercício dos direitos de que trata o inciso XIV. Art. 7º. São direitos do advogado: XV – ter vistas dos processos judiciais ou administrativos de qualquer natureza, em cartório ou na repartição competente, ou retirá-los pelos prazos legais. O art. 7º, XV, do EOAB, além de garantir ao advogado o direito de examinar os processos judiciais ou administrativos, garante ao advogado o direito de retirar o processo (pegar em carga) pelo prazo legal. Ocorre, porém, que o direito do advogado retirar o processo do cartório, ou repartição, sem procuração, está limitado pelo §1º, do Art. 7º, do EOAB. Art. 7º. São direitos do advogado: XVI – retirar autos de processos findos, mesmo sem procuração, pelo prazo de dez dias. Quanto aos processos findos, além de poder examinar, o advogado poderá retirar o processo (pegar em carga o processo), mesmo sem procuração, pelo prazo de 10 dias, salvo nos casos previstos no §1º, do art. 7º, do EOAB. LIMITAÇÃO DO DIREITO DE PEGAR O PROCESSO O Advogado tem o direito de examinar e de retirar dos cartórios ou das repartições competentes, todo e qualquer processo? Porém o direito do advogado de examinar ou retirar os processos dos cartórios ou repartições, encontra limite no §1º, do art. 7º, do EOAB, quando diz: Art. 7º. São direitos do advogado: §1º. Não se aplica o disposto nos incisos XV e XVI: DIREITO UNOESC – UNIVERSIDADE DO OESTE DE SANTA CATARINA @Mateus Mendes Página 3 1) Aos processos sob regime de segredo de justiça; Nos processos sob o regime de segredo de justiça, somente os advogados com procuração poderão examinar e retirar o processo do cartório ou repartição. 2) Quando existirem nos autos documentos originais de difícil restauração ou ocorrer circunstância relevante que justifique a permanência dos autos no cartório, secretaria ou repartição, reconhecida pela autoridade em despacho motivado, proferido de ofício, mediante representação ou a requerimento da parte interessada; Nesse caso o processo por decisão fundamentada, a autoridade competente poderá estabelecer que o processo não poderá ser retirado da repartição, não importando se o advogado tem ou não procuração. 3) Até o encerramento do processo, ao advogado que houver deixado de devolver os respectivos autos no prazo legal, e só o fizer depois de intimado. Exemplo: O advogado constituído que não devolve o processo no prazo legal, e o devolve somente após ser intimado pelo juiz, neste caso o advogado perderá o direito de retirar este processo do cartório até o encerramento do processo. DESAGRAVO PÚBLICO É o instrumento de defesa dos direitos e prerrogativas da advocacia. É uma sessão solene (ato público) realizada pelo seccional da OAB, em que o Presidente lê uma nota de repúdio, que será publicada na imprensa, encaminhada ao ofensor e registrada nos assentamentos do ofendido. O DESAGRAVO PÚBLICO tem por finalidade: 1. Tornar pública a solidariedade da classe ao profissional que foi ofendido no exercício da advocacia. 2. Mostrar repúdio coletivo ao ato praticado pelo ofensor. Legitimidade para requerer a abertura do processo de desagravo público: 1. Ofendido; 2. Conselho competente da OAB ex officio; 3. Qualquer pessoa em nome do ofendido. Quem será considerado ofendido? O inscrito na OAB (advogado ou estagiário), quando comprovadamente for ofendido: 1. Em razão do exercício profissional; 2. Em razão do exercício de cargo ou função na OAB. Não será considerada ofensa para motivo de desagravo se o Conselho da seccional verificar: 1. Que a ofensa foi pessoal; 2. Que a ofensanão está relacionada com o exercício profissional ou com as prerrogativas gerais do advogado; 3. Que a crítica ao inscrito for de caráter doutrinário, político ou religioso. A sessão de desagravo poderá ser promovida: 1. Pelo Conselho Seccional; 2. Pela Diretoria ou Conselho da Subseção, com representação do Conselho Seccional; 3. Pelo Conselho Federal. Regra geral é que a sessão de desagravo seja promovida pelo Conselho da Seccional, que é aquele que está localizado nos Estados e no Distrito Federal. Se a ofensa ocorrer no território da Subseção a que ser vincule o inscrito, o desagravo público poderá ser promovido DIREITO UNOESC – UNIVERSIDADE DO OESTE DE SANTA CATARINA @Mateus Mendes Página 4 pela diretoria ou conselho da subseção, com representação do Conselho Seccional. O desagravo público poderá ser promovido pelo Conselho Federal se: a) O ofendido for Conselheiro Federal ou Presidente de Conselho Seccional, e estiver no exercício das atribuições de seus cargos; b) Quando a ofensa ao advogado se revestir de relevância e grave violação às prerrogativas profissionais com repercussão nacional. O desagravo público, por ser um instrumento de defesa dos direitos e prerrogativas da advocacia, será promovido a critério do conselho, não ficando dependente da concordância do ofendido. Por fim, o desagravo público é um direito do advogado. Art. 7º. São direitos do advogado: XVII – Ser publicamente desagravado, quando ofendido no exercício da profissão ou em razão dela. DOS SÍMBOLOS PRIVATIVOS DO ADVOGADO Art. 7º. São direitos do advogado: XVII – usar os símbolos privativos da profissão de advogado; Não podemos confundir os símbolos privativos do advogado com os símbolos privativos da OAB, pois, conforme Art. 31 do Código de Ética e Disciplina da OAB, o advogado não pode utilizar os símbolos da OAB em seus meios pessoais de comunicação. Os símbolos privativos dos advogados são as vestes talares e a insígnia, cujos modelos encontram-se descritos no provimento nº 08/1964 do Conselho Federal da OAB. Art. 1º. O modelo das vestes talares do advogado, de uso facultativo nos pretórios ou nas sessões da OAB, consiste na beca estabelecida para os mesmos do instituto dos Advogados Brasileiros pelo Decreto Federal nº 393 de 23 de novembro de 1844, com as seguintes modificações: a) Supressão do arminho do gorro, da gravata e da tira de renda pendente; b) Inclusão de duas alças de cordão grenat, grosso, pendentes sob a manda esquerda. Vestes Talares = Beca. Art. 2º. A insígnia privativa do advogado obedece ao mesmo modelo da usada pelos membros do Instituto dos Advogados Brasileiros, feita a menção expressa da “Ordem dos Advogados do Brasil” em substituição ao nome daquele sodalício. Art. 3º. A insígnia pode ser de ouro e esmalte ou de outro metal, com a forma de alfinete ou de botão para a lapela. SIGILO PROFISSIONAL É o dever que o advogado tem de manter em segredo tudo o que venha a tomar conhecimento em razão de seu cargo ou profissão. Ao impor ao Advogado o sigilo profissional, a norma está constituindo o advogado como fiel depositário das informações recebidas dos seus clientes. Por existir uma relação de confiança, o advogado tem o direito/dever de guardar sigilo das informações que lhe foi confiada pelo cliente. RECUSA EM DEPOR Em decorrência do sigilo profissional o advogado tem o direito de se recusar a depor como testemunha: 1. Em processo que atuou como Advogado; 2. Em processo que irá atuar como advogado; DIREITO UNOESC – UNIVERSIDADE DO OESTE DE SANTA CATARINA @Mateus Mendes Página 5 3. Sobre fato relacionado com pessoa de quem seja ou foi advogado; A lei também autoriza o advogado recusar a depor sobre fato que constitua sigilo profissional. VIOLAÇÃO DO SIGILO PROFISSIONAL O sigilo profissional é tão importante, que o EOAB estabelece que pratica infração disciplinar o advogado, que sem justa causa, violar o sigilo profissional. Art. 34, EOAB. Constitui infração disciplinar: VII – violar, sem justa causa, sigilo profissional; Art. 7º. São direitos do advogado: XIX – recusar-se a depor como testemunha em processo no qual funcionou ou deva funcionar, ou sobre fato relacionado com pessoa de quem seja ou foi advogado, mesmo quando autorizado ou solicitado pelo constituinte, bem como sobre fato que constitua sigilo profissional. DIREITO DE O ADVOGADO DEIXAR O RECINTO EXEMPLO: O advogado foi intimado para a realização de uma audiência às 14h, o advogado chega no fórum às 13h30min, e fica sentado na sala de espera, ou no corredor aguardando ser chamado para audiência. Passado algum tempo, o advogado olha no relógio e verifica que já são 15h e ele ainda não foi chamado para a audiência. O que fazer? Art. 7º. São direitos do advogado: XX – Retirar-se do recinto onde se encontre aguardando pregão para ato judicial... Para exercer o direito assegurado no Estatuto da OAB, o advogado deve observar: 1º. O tempo de espera. 2º. A ausência da autoridade. 3º. A comunicação para o juízo. O TEMPO O advogado deve estar aguardando o pregão para o ato judicial por mais de 30 minutos do horário designado. Se a audiência foi designada para iniciar às 14hrs, o advogado deve aguardar o pregão para a realização do ato judicial até às 14h30min, somente após este horário é que poderá deixar o local. Não basta somente o ato judicial estar atrasado, por mais de 30min, para que o advogado tenha direito de se ausentar, é preciso a ausência da autoridade que irá presidir o ato judicial. Exemplo: Vamos imaginar uma audiência designada para às 14h, porém a audiência que iniciou às 13h está demorando e irá terminar somente por volta das 15h30min, nesse caso o advogado não poderá se ausentar, pois a autoridade que irá presidir o ato (0 Juiz) está presente. COMUNICAÇÃO Não basta somente o advogado estar aguardando o ato judicial por mais de 30 minutos e constatar a ausência da autoridade que irá presidir o ato judicial, será necessário também que o advogado protocole uma comunicação no juízo. Podemos observar que não se trata de pedido ou requerimento, e sim de uma comunicação que será protocolada no juízo informando que: 1) Esperou o pregão para o ato judicial por mais de 30min; 2) Constatou a ausência da autoridade que iria presidir o ato; 3) Está exercendo o seu direito de retirar- se do recinto em que estava aguardando o pregão para a realização do ato judicial. Art. 7º. São direitos do advogado: DIREITO UNOESC – UNIVERSIDADE DO OESTE DE SANTA CATARINA @Mateus Mendes Página 6 XX – retirar-se do recinto onde se encontre aguardando pregão para ato judicial, após trinta minutos do horário designado e ao qual ainda não tenha comparecido a autoridade que deva presidir ele, mediante comunicação protocolizada em juízo. PROIBIÇÃO DA PRISÃO EM FLAGRANTE DO ADVOGADO O advogado pode ser preso em flagrante delito? Segundo o art. 7º, §3º, do EOAB o advogado não pode ser preso em flagrante: a) Quando praticar crime no exercício da profissão; b) Quando o crime for inafiançável. Para a aplicação do art. 7º, §3º, do EOAB, o advogado deve praticar o crime no exercício da profissão. Para Júlio Mirabete flagrante é o ilícito patente, irrecusável, insofismável, que permite a prisão do seu autor, sem mandado, por ser considerado a certeza visual do crime. CRIMES AFIANÇÁVEIS – ART. 322 E SS DO CPP - Crimes afiançáveis pela Autoridade Policial: são os crimes e contravenções penais apenados com detenção ou prisão simples; - Crimes afiançáveis pelo Poder Judiciário: são os crimes punidos com reclusão em que a pena mínima cominada não seja superior a dois anos; EXEMPLOS DE CRIMES AFIANÇÁVEIS: 1. Crime de calúnia (Art. 138 do CP); 2. Crime de Injúria (Art. 140 do CP); 3. Crime de violação dosegredo profissional (Art. 154 do CP); Se o advogado praticar qualquer destes crimes, no exercício da profissão, por serem crimes afiançáveis, o advogado não poderá ser preso em flagrante delito. Art. 331, CP. Desacatar funcionário público no exercício da função ou em razão dela: Pena – detenção, de seis meses a dois anos, ou multa. Segundo Decisão do STF na ADI nº 1.127-8, o art. 7º, §3°, do EOAB não abrange o crime de desacato à autoridade judiciária. Ou seja, nessa situação o advogado pode ser preso em flagrante delito. Art. 7º. São direitos do advogado: §3º. O advogado somente poderá ser preso em flagrante, por motivo de exercício da profissão, em caso de crime inafiançável, observado o disposto no inciso IV deste artigo. IV – estabelece que o Advogado terá direito a assistência de um representante da OAB na lavratura do auto de prisão em flagrante, quando a prisão estiver relacionada com o exercício da advocacia, sob pena de nulidade. SALAS ESPECIAIS PERMANTENTES PARA ADVOGADOS Art. 7º. São direitos do advogado: §4º. O Poder Judiciário e o Poder Executivo devem instalar, em todos os juizados, fóruns, tribunais, delegacias de polícia e presídios, salas especiais permanentes para os advogados, com uso e controle assegurados à OAB. Pela ADI nº 1127-8 o STF suspendeu a eficácia da expressão E CONTROLE. Devem instalar as salas especiais permanentes para os advogados: - Poder Judiciário; - Poder Executivo. Onde serão instaladas as salas especiais permanentes para os advogados? DIREITO UNOESC – UNIVERSIDADE DO OESTE DE SANTA CATARINA @Mateus Mendes Página 7 - Juizados, fóruns, tribunais, delegacias de Polícia, presídios. Para que o advogado possa exercer o seu múnus público, torna-se indispensável a instalação de salas especiais permanentes nos Juizados, Fóruns, Tribunais, Delegacias de Polícia e Presídios para que o advogado possa por exemplo: Examinar processos, tirar fotocópias dos processos, se reunir em caráter urgente com o cliente, elaborar petições urgentes. DIREITO DE ASSISTIR O CLIENTE INVESTIGADO Art. 7º. São direitos do advogado: XXI – assistir a seus clientes investigados durante a apuração de infrações, sob pena de nulidade absoluta do respectivo interrogatório ou depoimento e, subsequentemente, de todos os elementos investigatórios e probatórios dele decorrentes ou derivados, direta ou indiretamente, podendo, inclusive, no curso da respectiva apuração: a) Apresentar razões e quesitos; Sob pena de nulidade do interrogatório ou depoimento do investigado, o EOAB garantiu ao advogado o direito de assistir ao cliente investigado, durante a apuração de infrações. O inciso XXI, do art. 7º, adotou a teoria dos frutos da árvore envenenada, ao determinar que; não só, o interrogatório ou depoimento do investigado sem assistência do seu advogado é nulo, como também todos os elementos investigatórios e probatórios dele decorrentes ou derivados, direta ou indiretamente. A alínea “a”, do inciso XXI, do art. 7º do EOAB, também, garantiu ao advogado o direito de durante o curso da investigação apresentar razões e quesitos. Tem por finalidade garantir o direito do acusado ao contraditório e a ampla defesa, na forma do art. 5º, LV, da CF/88. DIREITO DO ADVOGADO DE EXAMINAR AUTOS DE FLAGRANTE O direito do advogado de poder examinar os autos de flagrante ou de investigação é ilimitado? Não! Art. 7º. São direitos do advogado: §11. No caso previsto no inciso XIV, a autoridade competente poderá delimitar o acesso do advogado aos elementos de prova relacionados a diligências em andamento e ainda não documentados nos autos, quando houver risco de comprometimento da eficiência, da eficácia ou da finalidade das diligências. A autoridade competente pode delimitar o acesso do advogado aos autos? R: Nos casos de autos de flagrante ou investigação, a autoridade pode delimitar o acesso do advogado aos elementos de prova relacionados a diligências em andamento e ainda não documentados nos autos. Quando a autoridade poderá delimitar o acesso do advogado às diligências em andamento? R: Quando houver risco de comprometimento da eficiência da eficácia ou da finalidade das diligências em andamento. Exemplo: Pendência de Carta Precatória para oitiva de testemunha: nesse caso a autoridade não deverá delimitar o acesso do advogado à diligência, haja vista que o seu acesso não comprometerá a eficiência, a eficácia e a finalidade da diligência. RESPONSABILIDADE DO SERVIDOR QUE VIOLA DIREITO DO ADVOGADO Art. 7º. São direitos do advogado: §12. A inobservância aos direitos estabelecidos no inciso XIV, o fornecimento incompleto de autos ou o fornecimento de autos em que houve a retirada de peças já incluídas no caderno investigativo implicará responsabilização criminal e funcional por abuso de autoridade do responsável que DIREITO UNOESC – UNIVERSIDADE DO OESTE DE SANTA CATARINA @Mateus Mendes Página 8 impedir o acesso do advogado com o intuito de prejudicar o exercício da defesa, sem prejuízo do direito subjetivo do advogado de requerer acesso aos autos ao juiz competente. Podemos extrair do §12, do art. 7º, do EOAB, que o responsável (servidor público) que impedir o acesso do advogado com a intenção de prejudicar o exercício da defesa, ficará sujeito a responsabilização criminal e funcional por abuso de autoridade. O responsável (servidor público) poderá violar o direito do advogado de ter acesso aos autos em 03 situações: 1º. Não observar o inciso XIV, art. 7º, do EOAB; 2º. Fornecer incompleto os autos; 3º. O fornecer os autos em que houve a retirada de peças já incluídas no caderno investigativo; A punição criminal e funcional somente será possível, se o responsável (servidor público) agir com a intenção de prejudicar o exercício da defesa. Ao advogado que não tiver acesso aos autos de investigação; receber os autos de forma incompleta; ou verificar que foram retirados dos autos peças de investigação já incluídas no caderno investigativo, poderá requerer diretamente ao juiz competente o acesso aos autos.
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