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20/11/2023 20:42 Versão para impressão about:blank 1/104 Segurança do trabalho Estrutura de programas e planos de ação de gerenciamento de riscos e saúde ocupacional: Programa de Prevenção de Riscos Ambientais (PPRA), Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional (PCMSO) O gerenciamento da segurança e da saúde dos trabalhadores de uma empresa envolve etapas de identificação de riscos, avaliação do potencial de danos associados, proposição e implementação de medidas de controle e acompanhamento ou monitoramento das condições de exposição aos fatores de risco. Evidentemente, devido à extensão dessas etapas e a uma necessidade de organização e de certa padronização, o gerenciamento de riscos é realizado por meio de programas específicos e com foco preventivo. Um programa dentro da área de segurança e saúde do trabalho, objetivamente, apresenta uma série de medidas de controle a serem executadas ou realizadas segundo um planejamento que envolve, no mínimo, definição de ações, responsabilidades, prioridades, prazos e algum mecanismo de autoavaliação. Além disso, um programa está associado a um documento no qual todo o planejamento está incluso. Esse documento, em especial as ações, não tem caráter estático e sim dinâmico, permitindo que a qualquer momento novas medidas sejam inseridas, a fim de controlar uma nova situação de exposição aos fatores de risco ou mesmo corrigir uma dada situação que não foi plenamente atendida pelo plano atual. Existem programas estabelecidos como de cumprimento obrigatório por parte das empresas na área de segurança e saúde do trabalho, em determinadas situações, por exemplo, o Programa de Conservação Auditiva (PCA). Entretanto, na maioria dos casos, a legislação apresenta os pontos mínimos que o programa deve conter, mas não fixa um modelo de documento ou de qualquer outra ferramenta específica que deva ser utilizada. Por meio desse mecanismo, a legislação permite que a empresa monte o seu programa da forma mais adequada à sua realidade, desde que alguns itens mínimos estejam presentes. 20/11/2023 20:42 Versão para impressão about:blank 2/104 Devido à extensão que os programas podem alcançar no que se refere ao gerenciamento de riscos, muitas vezes o programa é elaborado dentro de uma realidade multidisciplinar, na qual a parte de engenharia de segurança e medicina do trabalho estão presentes e podem ser complementadas por outros campos do conhecimento. O técnico de segurança do trabalho está fortemente ligado ao desenvolvimento dos programas, podendo atuar na elaboração, na execução e no acompanhamento das ações dentro das áreas de seu conhecimento e de sua habilitação legal. Também é papel do técnico de segurança do trabalho orientar o empregador sobre a importância dos programas e sobre a necessidade legal de sua elaboração. Entre alguns dos programas da área de segurança e saúde, pode-se destacar: PGR [NR-1] Programa de Gerenciamento de Riscos instituído pela Norma Regulamentadora 1, conhecida pela sigla NR-1, com foco no gerenciamento de todos os tipos de riscos ocupacionais e situações de emergência dentro de uma empresa. PGR [NR-18] Programa de Gerenciamento de Riscos instituído pela NR-18, com campo de aplicação voltado às indústrias da construção. A indústria da construção é definida dentro da seção “F” do Código Nacional de Atividades Econômicas (CNAE), e envolve as atividades e os serviços de demolição, reparo, pintura, limpeza e manutenção de edifícios em geral e de manutenção de obras de urbanização, entre outros. É possível encontrar tais informações na NR-4. PGR [NR-22] Programa de Gerenciamento de Riscos instituído pela NR-22 com campo de aplicação voltado às empresas do ramo de mineração superficial ou subterrânea, garimpos, de beneficiamento de minérios e de pesquisa mineral. 20/11/2023 20:42 Versão para impressão about:blank 3/104 PCMSO Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional definido pela NR-7, com o objetivo de preservar e proteger a saúde dos trabalhadores por meio do acompanhamento de sua condição de saúde. PCA Programa de Conservação Auditiva voltado ao gerenciamento da proteção auditiva, por meio da prevenção ou da estabilização da perda auditiva dos trabalhadores. PPR Programa de Proteção Respiratória com foco na seleção, utilização e manutenção correta dos equipamentos de proteção respiratória. PPEOB Programa de Prevenção da Exposição Ocupacional ao Benzeno com foco na adoção de estratégias que reduzam ou eliminem a exposição ao benzeno, um reconhecido carcinogênico humano. A lista apresentada não é exaustiva em termos de programas de segurança e saúde do trabalho (SST) que a empresa poderá ou deverá adotar em função de suas características e segmento econômico. Em alguns casos, a empresa poderá adotar de forma adicional outros programas que ela julgar eficientes para controle da exposição ocupacional, ou definidos pelo seu sistema de gestão de SST, quando esse existir. O termo programa também é aplicado para se referir a um conjunto de ações ordenadas, mas que não são programas dentro do conceito tratado no início e ao longo deste texto. Por exemplo, é comum usar o termo “programa de treinamento” para denominar um documento 20/11/2023 20:42 Versão para impressão about:blank 4/104 que contenha informações básicas sobre a condução do treinamento, de seu conteúdo, entre outros parâmetros, de forma a uniformizar as informações e os assuntos nele tratados, de modo que ele possa ser replicado a qualquer trabalhador, garantindo o mesmo padrão ao longo do tempo. Antes de uma discussão mais detalhada sobre os programas, é importante que o profissional de segurança do trabalho saiba que um programa é uma ferramenta poderosa para auxiliar no gerenciamento de SST. No programa, são definidas responsabilidades referentes a cada ação, e isso permite que outras áreas da empresa sejam engajadas e responsabilizadas pela segurança, como as áreas de manutenção e supervisão. Além disso, um programa trabalha com prioridades, fato que permite alocar adequadamente recursos em situações que são consideradas críticas para SST dentro da empresa, de acordo com alguma ferramenta utilizada para essa finalidade, e que serão apresentadas neste conteúdo. A alocação consciente de recursos preserva os recursos financeiros, melhora seu desempenho e evidencia a importância da área de segurança e saúde do trabalho dentro dos objetivos econômicos e de mercado da empresa. 20/11/2023 20:42 Versão para impressão about:blank 5/104 Programa de Gerenciamento de Riscos (PGR/NR-1) A NR-1 estabelece a necessidade de um amplo gerenciamento de riscos e define que ele constitua um Programa de Gerenciamento de Riscos (PGR) a ser elaborado por estabelecimento. O programa contempla fatores de risco de acidentes, biológicos, ergonômicos, físicos e químicos, preparação para emergências e análise de acidentes e doenças ocupacionais. Devido à sua extensão, a organização pode optar por realizar a implementação do PGR por unidade operacional, setor ou atividade. O programa também deve contemplar ou estar integrado com os demais documentos, planos e programas exigidos pela legislação de SST, sempre que aplicáveis à empresa. Por exemplo, uma empresa com uma pequena estrutura pode optar por contemplar todos os programas dentro do PGR; já uma empresa de grande porte e com diversas unidades e/ou setores, no mesmo estabelecimento, pode optar por integrar seus planos e programas ao PGR, mas mantendo cada programa ou plano em documentos distintos. No último caso, o PGR funciona como o programa principal, estabelecendo diretrizes para o gerenciamento dos demais programas e interligando-os. O PGR tem uma estrutura mínima normativa composta pelo inventário de riscos e pelo plano de ação. A elaboração desses documentos, e do próprio programa, deve ser precedida pelas seguintes etapas: Levantamento preliminar de perigos Essa etapa dever ser conduzida sempre que alguma modificação estejaem curso na empresa. Essa modificação pode envolver alteração ou introdução de novos processos de trabalho, antes do início das atividades em um setor ou unidade operacional e até mesmo antes do início das operações em um novo estabelecimento. O objetivo dessa avalição preliminar é coletar dados suficientes para que a exposição às fontes de perigos sejam tratadas antes do início de uma operação ou atividade. Sempre que o fator de risco/perigo não puder ser evitado, ele deve seguir para as próximas etapas. Identificação de perigos 20/11/2023 20:42 Versão para impressão about:blank 6/104 Nessa etapa devem ser descritos os perigos, seu potencial de danos à saúde ou à integridade dos trabalhadores (ou consequências da exposição), a identificação da fonte ou das circunstâncias envolvidas e a identificação dos trabalhadores expostos. A etapa anterior referente ao levantamento preliminar pode ser contemplada por essa etapa de acordo com o texto normativo. Avaliação e classificação dos riscos Uma vez que o perigo/fator de risco foi identificado, o passo seguinte é avaliar o nível de risco de a consequência associada ao perigo se concretizar. Essa avaliação deve ser realizada considerando a severidade da lesão ou do efeito à saúde, a probabilidade de sua ocorrência e o número de trabalhadores possivelmente afetados. A norma estabelece alguns requisitos para essa etapa, como o uso de uma ferramenta adequada para a avaliação de riscos que deve ser capaz de classificar o risco quanto à prioridade de medidas preventivas ou corretivas. Construção do inventário de riscos O inventário de riscos é construído com base nas informações das etapas anteriores e com alguns dados adicionais previstos em norma, como a descrição do ambiente de trabalho. Determinação dos controles Com base nos dados do inventário de riscos, os controles são estabelecidos sempre respeitando a hierarquia de controle de acordo com a NR-1 ou com alguma outra norma regulamentadora que trate do fator de risco avaliado. A hierarquia de controle estabelece a necessidade da adoção, nessa ordem, de medidas de proteção coletivas, de medidas administrativas ou de organização do trabalho e de equipamentos de proteção individual (EPIs). Elaboração do plano de ação 20/11/2023 20:42 Versão para impressão about:blank 7/104 À medida que os controles são determinados, as ações a serem realizadas são definidas. As ações devem ser descritas em um plano de ação contemplando, segundo a NR-1, um cronograma e as formas de acompanhamento e de aferição dos resultados. As etapas apresentadas podem ocorrer concomitantemente em toda a empresa em função de como o PGR está organizado. Por se tratar de um programa, a aplicação dessas etapas pode ser reaplicada a qualquer momento, de modo que ajustes sejam realizados no plano de ação com foco preventivo ou corretivo. Uma discussão mais detalhada sobre a avaliação de riscos, o inventário e o plano de ação será tratada ao longo do texto. Quando diversas organizações se reúnem para executar determinadas etapas ou atividades, a NR-1 define critérios para contratantes e contratadas. Uma empresa contratante é a empresa que necessita de um serviço, mas não conta com pessoal capacitado ou não tem interesse em realizá-lo, embora necessite. Por exemplo, uma empresa de teleatendimento pode contratar uma empresa de limpeza para realizar a higienização de suas instalações. Nessa relação entre as empresas, a empresa de teleatendimento é a contratante e a empresa de limpeza é a contratada. O PGR das contratantes pode incluir as medidas preventivas necessárias às contratadas para realização ou prestação de serviços, além disso, a contratante deve informar os fatores de risco inerentes às suas atividades a que possam estar expostos os funcionários das empresas prestadoras de serviços. Do mesmo modo, as organizações contratadas devem fornecer seu inventário de riscos, como as situações pertinentes à organização contratante, de modo que medidas preventivas e adequações sejam realizadas quando necessário. Além dos pontos discutidos, o texto da NR-1 traz algumas informações importantes sobre o programa, como seu foco, a gestão dos registros, o tempo máximo para reavaliação e sua relação com a NR-7. São eles: 20/11/2023 20:42 Versão para impressão about:blank 8/104 O programa, conforme definido em norma, contém foco preventivo e não deve ser utilizado para avaliação de insalubridade e periculosidade. Por exemplo, se determinada atividade é insalubre devido à exposição ao ruído intermitente, isso deve ser tratado em laudos de insalubridade, enquanto o PGR preocupar-se-á em determinar as medidas preventivas necessárias para reduzir ao máximo a possibilidade de perda auditiva. As empresas nas quais houver um sistema de gestão de SST, como aqueles baseados na ISO 45001 ou em outro padrão, poderão contemplar o PGR dentro de seus sistemas, desde que cumpram todos os requisitos da NR-1 relativos ao programa e àqueles previstos nos demais dispositivos legais de SST. Uma avaliação geral de riscos do PGR deve ocorrer a cada dois anos. Empresas com sistemas de gestão de SST (p.ex. ISO 45001) certificados podem realizar essa avaliação a cada três anos. Esses prazos são apenas um limite; sempre que necessário ou conforme o planejamento, a empresa deve realizar avaliações de risco. As atualizações do PGR e os documentos a ele relacionados devem ser mantidos por um prazo mínimo de 20 anos, salvo algum outro dispositivo legal que exija um tempo maior de guarda. O controle da saúde dos trabalhadores, que também é um indicador da eficácia das medidas de preventivas do PGR, deve ser um processo contínuo e planejado seguindo os preceitos da NR-7. Evidentemente, o PGR deve ser construído dentro do princípio da melhoria contínua. Se determinada empresa não conta com uma gestão de seus riscos ou não atende itens normativos aplicáveis, a elaboração do PGR pode representar o primeiro passo na direção da correção de desvios básicos. Conforme os desvios são sanados e a organização amadurece no campo de SST, o programa pode evoluir para objetivos maiores. Identificação de perigos/fatores de risco A identificação de perigos deve contemplar, como já mencionado, os perigos, seu potencial de danos à saúde ou à integridade dos trabalhadores (ou consequências da exposição), a identificação da fonte ou das circunstâncias envolvidas e a identificação dos trabalhadores expostos. Como uma parte desse levantamento é realizado em campo, é útil coletar um número maior de informações que serão usadas nas etapas posteriores. 20/11/2023 20:42 Versão para impressão about:blank 9/104 Clique no botão a seguir para realizar o download de um modelo genérico de ficha de campo para essa etapa. Ficha de campo (objetos/levantamento.xlsx) Para alguns fatores de risco, como vibração de mãos e braços e vibração de corpo inteiro, pode ser necessária uma avaliação preliminar mais extensa. Esse tipo de avaliação preliminar estará ligado aos Anexos da NR-9 e aos relatórios gerados pelas avaliações da exposição. A etapa de identificação de perigos pode ser utilizada também como parâmetro para continuidade dessas investigações. Avaliação de riscos A avaliação dos riscos associados aos perigos/fatores de risco visa determinar qual é a probabilidade de que ocorra um prejuízo à integridade ou à saúde dos trabalhadores. O resultado dessa avaliação determinará o nível de risco, ou indiretamente, a prioridade da ação de controle frente a todos os perigos analisados. A condução de uma avaliação de riscos padronizada fornece uma estrutura sólida sobre a qual todo o gerenciamento se desenvolverá e auxilia na tomada de decisão sobre situações nas quais o nível de risco pode não ser prontamente definido. Pode-se dividir a avaliação de riscos em duas etapas básicas: coleta de dados sobre a exposição e aplicação de uma ferramenta de priorização para determinar o nível de risco. A coleta de dados envolve as informaçõesda etapa de identificação de perigos, que são qualitativas, e essa coleta pode também ser complementada por dados de avaliação quantitativa quando disponíveis. Com os dados em mãos, pode-se aplicá-los a uma ferramenta de priorização que deve levar em conta, no mínimo, a severidade das consequências e a probabilidade da ocorrência do dano. Como resultado desse processo, chega-se ao nível de risco (ou prioridade ou categoria, conforme o método). A aplicação de ferramentas de priorização não é algo novo na área de SST e existem muitas opções na literatura técnica. Quando determinado método pode ser aplicado a uma gama grande de perigos ou fatores de risco, a ferramenta tende a ser genérica; por outro lado, quando o método se propõe a abordar situações ou agentes específicos, ele, via de regra, fornece dados mais robustos sobre o nível de risco. https://senac.blackboard.com/bbcswebdav/institution/Senac%20RS/_cursos_tecnicos/TST/UC06/conteudos/2_estrutura/objetos/levantamento.xlsx 20/11/2023 20:42 Versão para impressão about:blank 10/104 É importante que as ferramentas escolhidas para priorização incluam critérios qualitativos e, se possível, quantitativos, quando aplicáveis. A maioria das abordagens de segurança iniciam como uma avaliação qualitativa das condições de exposição para depois evoluir para uma avaliação quantitativa. Os métodos apontam mais do que apenas o nível de risco ou sua categoria, eles definem a necessidade e o tipo de ação de controle e, às vezes, determinam a necessidade de coleta de mais dados ou a necessidade de avaliação quantitativa de fatores de risco e a frequência do monitoramento. A NR-1 indica que é função da organização determinar as ferramentas adequadas para a definição de prioridades. Entretanto, a norma exige que sejam consideradas, além da severidade e da probabilidade, o número de trabalhadores expostos e a magnitude de acidentes, com peso maior para acidentes ampliados. Um acidente ampliado é aquele que pode resultar em danos a um grupo de trabalhadores, à população ou ao meio ambiente. A probabilidade de ocorrência, segundo a NR-1, deve levar em conta os requisitos estabelecidos em normas regulamentadoras, as medidas de prevenção implementadas (ou controles técnicos), as exigências da atividade de trabalho e a comparação com os parâmetros de exposição estabelecidos pela NR-9. 20/11/2023 20:42 Versão para impressão about:blank 11/104 Exemplo A seguir, são apresentadas duas situações nas quais há itens normativos que tratam das irregularidades descritas. Cada uma das situações é analisada em três passos: Definição da irregularidade, apresentação de texto normativo relacionado e considerações sobre a avaliação. As situações apresentadas são apenas ilustrativas e o texto normativo pode apresentar outros requisitos relacionados, mas não mencionados. Situação 1 Passo 1: Em um levantamento detalhado das máquinas usadas na empresa, o técnico constatou que uma dessas máquinas estava com elementos de transmissão de força desprotegidos, oferecendo um risco de contato do operador com esses elementos. O contato pode resultar em tracionamento de membros em direção aos elementos de transmissão de força e provocar esmagamento e/ou amputação de membros. Passo 2: Antes da aplicação de qualquer ferramenta de avaliação de risco, é necessário que a norma relacionada seja consultada para a identificação de algum requisito relacionado. Nesse caso, a norma é a NR-12. Veja um trecho da NR-12 que trata sobre essa situação: 12.5.9 As transmissões de força e os componentes móveis a elas interligados, acessíveis ou expostos, desde que ofereçam risco, devem possuir proteções fixas, ou móveis com dispositivos de intertravamento, que impeçam o acesso por todos os lados. Passo 3: Na aplicação da ferramenta de avaliação de risco, deve ser considerada, além dos dados levantados na identificação de perigos/fatores de risco, a condição atual sobre o não atendimento do item 12.5.9 para a definição da probabilidade de ocorrência de um acidente. Além disso, independentemente do que apontar a ferramenta de avaliação de risco, o atendimento ao item normativo é imperativo, devendo este entrar, obrigatoriamente, no plano de ação. Se for constatada uma situação de risco iminente para acidentes graves, pode ser necessário paralisar a atividade com o equipamento até que ações sejam tomadas. Exemplo de um sistema de proteção de elementos de transmissão de força: A imagem a seguir apresenta um sistema de transmissão de força utilizando uma corrente de transmissão devidamente protegida por um sistema de proteção fixa (grades) na cor 20/11/2023 20:42 Versão para impressão about:blank 12/104 amarela. Fonte: <https: //tagliabrasil.com.br/sistema-de-protecao-em-maquinas-perigosas>. Situação 2: Ponto 1: Considere que em uma obra de ampliação executada em empresa terceira, a situação de trabalho em andaime encontrada foi a apresentada na imagem a seguir: 20/11/2023 20:42 Versão para impressão about:blank 13/104 Fonte: <http://g1.globo.com/bahia/noticia/2015/08/pedreiro-cai-de-estrutura-de-andaime- em-obra-no-bairro-do-retiro.html>. Passo 2: A consulta à NR-18 revela diversos itens em relação a andaimes, dentre os quais: 18.12.1 Os andaimes devem atender aos seguintes requisitos: d) possuir sistema de proteção contra quedas em todo o perímetro, conforme subitem 18.9.4.1 ou 18.9.4.2 da NR-18, com exceção do lado da face de trabalho; e) possuir sistema de acesso ao andaime e aos postos de trabalho, de maneira segura, quando superiores a 0,4 m (quarenta centímetros) de altura. 18.12.5 A superfície de trabalho do andaime deve ser resistente, ter forração completa, ser antiderrapante, nivelada e possuir travamento que não permita seu deslocamento ou desencaixe. 20/11/2023 20:42 Versão para impressão about:blank 14/104 Passo 3: No caso em análise, não precisa ser conduzida nenhuma avaliação de risco a fim de determinar a possibilidade de queda de um empregado nesse andaime, pois a forma como a atividade é conduzida não atende minimamente às condições previstas pela NR-18 e a possibilidade de queda é flagrante e iminente. Nessa situação, a atividade deve ser suspensa e permanecer desse modo até que a situação seja corrigida. A escolha da ferramenta a ser utilizada depende também da experiência do responsável por essa definição, é melhor trabalhar com ferramentas as quais já se está acostumado ou que se acredita serem adequadas para o desafio encontrado. Quando há a opção por mais de uma ferramenta, normalmente é realizada uma divisão de fatores de risco em cada uma delas. Para os fatores de risco ergonômicos, são utilizados métodos de avaliação específicos que envolvem a situação em análise: por exemplo, há métodos para trabalhadores que içam ou baixam cargas sem descolamento horizontal, há métodos para trabalhadores que puxam cargas, há métodos para trabalhos que envolvam movimentos repetitivos com as mãos, entre outros. Independentemente do número de ferramentas utilizadas, é importante que o resultado delas seja tratado sobre uma mesma escala de prioridades. Os métodos para fatores de risco biológicos, físicos e químicos normalmente estão focados na comparação com padrões de exposição ou na avaliação qualitativa da condição de exposição. Os métodos para acidentes envolvem diretamente uma avaliação de severidade, probabilidade e frequência da exposição. É importante destacar que a discussão sobre os métodos de avaliação não é exaustiva, e diversas maneiras de conduzir uma avaliação podem ser encontrados. Como o resultado da avaliação de riscos faz parte do inventário de riscos e este é usado para elaborar os planos de ação, é interessante manter uma documentação sobre os métodos empregados. A documentação pode ser inclusa no próprio documento do inventário ou estar em outro documento; a última opção pode ser mais adequada, uma vez que o método é uma parte que poderá passar por pequenas alterações ao longodo tempo, diferente do inventário de riscos, que está sujeito a alterações frequentes. A aplicação de ferramentas não substituiu a avaliação técnica do profissional prevencionista. Entre alguns dos motivos da importância do profissional prevencionista na avaliação pode-se destacar: 20/11/2023 20:42 Versão para impressão about:blank 15/104 Nenhuma ferramenta será capaz de avaliar a totalidade das situações que poderão ser encontradas nos ambientes de trabalho. Empresas que estão em seus primeiros passos no gerenciamento de riscos tenderão a ter muitas situações críticas indicadas pelo método/ferramenta, e caberá ao profissional realizar uma avaliação das prioridades nesse caso. A ferramenta pode acabar super ou subdimensionando um nível de risco. Dados quantitativos, antes de serem utilizados na ferramenta de avaliação, devem ser validados quanto à sua representatividade, pois a maioria dos métodos não trabalha com o critério de incerteza de dados quantitativos. Há situações de longa latência que o método pode não controlar, como o desenvolvimento de doenças ocupacionais, um processo normalmente de médio e longo prazo. A seguir, serão apresentados alguns métodos de avaliação disponíveis na literatura de SST. Os métodos podem ser aplicados a um grupo de fatores de risco ou a todos os fatores de risco, conforme as peculiaridades de cada um. Método 1 – Priorização de riscos conforme ICMM (Para riscos químicos e físicos) O Conselho Internacional de Mineração e Metais (ICMM) publicou em seu Guia de Boas Práticas para Avaliação de Riscos de Saúde Ocupacional duas metodologias, uma qualitativa e outra quantitativa. A ferramenta quantitativa tem esse nome porque usa uma escala numérica para priorização e a qualitativa não usa. A metodologia utiliza dados de intensidade, frequência e duração da exposição para definir o nível de exposição, e reforça que dados de avaliações quantitativas devem seguir uma correta estratégia de amostragem para garantir sua representatividade. As avaliações da exposição podem ser de dois tipos: qualitativa indireta e quantitativa direta; o fluxograma da figura 1 apresenta uma orientação de quando aplicar cada caso. 20/11/2023 20:42 Versão para impressão about:blank 16/104 20/11/2023 20:42 Versão para impressão about:blank 17/104 Figura 1 – Fluxograma de determinação do tipo de avaliação Fonte: adaptado do Guia de Boas Práticas para Avaliação de Riscos de Saúde Ocupacional (ICMM, 2016). A avaliação qualitativa indireta usa dados de avaliações quantitativas anteriores junto com a coleta de dados em campo e na revisão de documentos. A avaliação quantitativa direta é aplicada quando se deseja determinar o mecanismo de controle (se ele depender do nível de exposição), se surgirem dúvidas a respeito do atendimento aos padrões legais, se exposições excessivas resultarem efeitos graves à saúde, se há uma determinação legal, entre outros. Durante a aplicação da metodologia de priorização, algumas perguntas devem ser respondidas de forma a subsidiar o uso da ferramenta. São elas: a. Os níveis de exposição são de forma estáveis, altos ou baixos? b. Há controles em uso? Eles são eficazes? c. Há programas ou padrões destinados a monitorar a eficácia dos controles? d. Os trabalhadores estão familiarizados aos controles, incluindo o seu desempenho e suas limitações? e. É feita a revisão dos registros de manutenção e inspeção dos controles? Durante essa avaliação de campo, é importante realizar as seguintes ações: Verificar quais condições ambientais ou de tarefas podem elevar a exposição Conversar com empregados para definir seu nível de entendimento sobre os riscos e os perigos existentes Incluir na análise todas as situações de exposição, de rotina e intermitentes e aquelas que possam estar ligadas às demandas de produção Considerar eventos não previstos, mas possíveis de ocorrer, como parada de produção ou qualquer outro tipo de interrupção, como fonte potencial para exposições acidentais Verificar se existem e são adequados os planos para emergências médicas Considerar na avaliação os empregados que estão em áreas próximas, mas que realizam atividades diversas 20/11/2023 20:42 Versão para impressão about:blank 18/104 Uma vez que todos os dados foram coletados, seja por perigo, por grupo homogêneo de exposição ou por tarefa, é possível analisar a incidência e a gravidade dos efeitos à saúde, categorizar o risco e priorizar controles. Para isso, podem ser usadas duas abordagens, uma qualitativa e outra quantitativa. Na primeira, a exposição é classificada apenas como baixa, moderada ou alta, isso não é muito útil para priorizar ações, mas é uma ferramenta útil para realizar uma avaliação qualitativa da condição atual e, então, definir quais situações ou exposições devem ser avaliadas de modo mais detalhado. A avaliação quantitativa emprega uma equação matemática para categorizar risco e utiliza a severidade e o tempo de exposição para definir a categoria do risco. Abordagem qualitativa A tabela 1 apresenta a abordagem qualitativa proposta pelo guia. 20/11/2023 20:42 Versão para impressão about:blank 19/104 Classificação da exposição Faixa do limite de exposição Definição Categoriado risco Abordagem Baixa Menos de 50% do limite de exposição ou abaixo do nível de ação, se ele for definido de outra maneira Contato frequente com o perigo potencial em pequenas concentrações/intensidades ou contato infrequente com o perigo potencial em concentrações/intensidades moderadas. É frequente a exposição que fica 10% abaixo do limite de exposição e é infrequente a exposição que alcança ou ultrapassa 10% do limite de exposição, mas que chega a menos de 50% do limite. As exposições estão abaixo do limite de exposição ou são bem controladas; ultrapassar o limite de exposição é improvável e é provável que esse nível de exposição não cause nenhum ou cause poucos efeitos de saúde adversos. C Supervisão Não necessita de controles específicos (ou de novos controles). Inspeções de rotina são necessárias, assim como verificações. 20/11/2023 20:42 Versão para impressão about:blank 20/104 Classificação da exposição Faixa do limite de exposição Definição Categoriado risco Abordagem Média Entre 50% (ou abaixo do nível de ação se ele for definido de outra maneira) e 100% do limite de exposição Contato frequente com o perigo potencial em concentrações/intensidades moderadas ou contato infrequente com o perigo potencial em concentrações/intensidades moderadas. É frequente a exposição que alcança ou ultrapassa 10% do limite de exposição e é infrequente a exposição que alcança ou ultrapassa 50% do limite de exposição, mas que chega a menos de 100% do limite. As exposições estão no limite de exposição ou são controladas nesse nível. Existe o potencial de ultrapassar o limite de exposição, e isso pode causar efeitos de saúde adversos em alguns trabalhadores, por exemplo, em grupos vulneráveis. B Controle Monitorar e inspecionar controles para garantir que a exposição permaneça abaixo do limite de exposição. É necessário monitorar a exposição. É necessário vigilância médica dos trabalhadores. 20/11/2023 20:42 Versão para impressão about:blank 21/104 Classificação da exposição Faixa do limite de exposição Definição Categoriado risco Abordagem Alta Maior que 100% do limite de exposição Contato frequente com o perigo potencial em concentrações/intensidades altas ou contato infrequente com o perigo potencial em concentrações/intensidades muito altas. É frequente a exposição que alcança ou ultrapassa 100% do limite de exposição. As exposições estão acima do limite de exposição e/ou não são controladas para ficar dentro do limite. É provável que elas causem efeitos adversos na maioria dos trabalhadores expostos em curto ou longo prazo. A Intervenção Realizar uma intervenção para reduzir a exposição abaixo do limite de exposição. O controle pode ser identificado como crítico. Tabela 1 –Matriz de avaliação qualitativa Fonte: adaptado do Guia de Boas Práticas para Avaliação de Riscos de Saúde Ocupacional (ICMM, 2016). Abordagem quantitativa Nessa abordagem, o nível de risco é obtido pela multiplicação de três parâmetros: consequência, probabilidade de ultrapassar o limite de exposição e período de exposição. Cada um dos parâmetros contém valores de referência. O resultado desse produto é utilizado como entrada para a classificação de riscos. As tabelas a seguir apresentam os valores possíveis de cada parâmetro e a classificação do risco. 20/11/2023 20:42 Versão para impressão about:blank 22/104 Fator de risco Valor Possibilidade de ultrapassar o limite de exposição Ultrapassa continuamente 10 Intermitentemente 6 Incomum, mas possível 3 Apenas o minimamente possível 1 Concebível, mas muito improvável 0,5 Período de exposição Contínuo durante um turno de 8 horas 10 Contínuo de 2 a 4 horas por turno 6 Contínuo de 1 a 2 horas por turno 3 Curtos períodos de tempo (algumas vezes por mês) 2 Incomum (algumas vezes por ano) 1 Raro (uma vez por ano) 0,5 Consequência Uma ou mais fatalidades 100 Prejuízo/debilidade considerável de caráter permanente 50 Doença grave/ausência por mais de 14 dias 15 Doença significativa/ausência entre 7 e 14 dias 7 Doença menos significativa/ausência por até 7 dias 1 Tabela 2 – Parâmetros da avaliação quantitativa Fonte: Guia de Boas Práticas para Avaliação de Riscos de Saúde Ocupacional (ICMM, 2016). 20/11/2023 20:42 Versão para impressão about:blank 23/104 Risco calculado Classificação do risco Medida 400 e acima Risco intolerável Considerardescontinuação 200-399 Risco muito alto Ação imediata 70-199 Risco alto Correção necessária 20-69 Risco potencial Atenção necessária Menos de 20 Risco moderado Monitorar Tabela 3 – Classificação do risco Fonte: Guia de Boas Práticas para Avaliação de Riscos de Saúde Ocupacional (ICMM, 2016). Para auxiliar na definição das consequências ou na gradação, pode-se utilizar um conceito apresentado no próprio guia, mas que não está diretamente relacionado à tabela 2 no texto. O guia define quatro níveis de risco que poderiam ser relacionados às últimas quatro linhas da tabela 2, auxiliando em uma definição mais clara da pontuação, mas mantendo a mesma pontuação e a mesma condição de fatalidade. Os dados são apresentados na tabela 4. 20/11/2023 20:42 Versão para impressão about:blank 24/104 Nível de risco Efeito à saúde Definição 4 Significativoe grave Efeitos de saúde adversos que normalmente são permanentes e podem levar a uma redução significativa da qualidade de vida e/ou longevidade do trabalhador. É provável que a exposição contínua resulte em uma deficiência física ou mental ou doença limitadora em longo prazo. 3 Adverso Efeitos de saúde adversos que são permanentes, mas não afetam significativamente a qualidade de vida ou a longevidade do trabalhador. Efeitos de saúde que são ligeiramente limitadores ou incapacitantes e que, portanto, podem levar a uma mudança de profissão ou de estilo de vida. 2 Reversível Efeitos de saúde reversíveis que não trazemameaça à vida. 1 Reduzido É improvável que a exposição neste nível levea um dano. Tabela 4 – Níveis de risco em função do efeito à saúde Fonte: adaptado do Guia de Boas Práticas para Avaliação de Riscos de Saúde Ocupacional (ICMM, 2016). Método 2 – Avaliação para riscos biológicos Uma das metodologias para classificação de riscos biológicos com potencial de causar infecção é a adotada pelo órgão de segurança do trabalho espanhol, mais conhecido pela sigla INSHT (Instituto Nacional para a Saúde e a Segurança no Trabalho). A metodologia é voltada, principalmente, às atividades nas quais não existe uma intenção deliberada de se trabalhar com os agentes biológicos, ou seja, eles fazem parte do trabalho devido às características da atividade. Por exemplo, nas atividades de coleta de lixo não existe a intenção de exposição deliberada, mas ela existe; já em atividades realizadas em laboratórios de diagnóstico microbiológico, a manipulação do agente é proposital. Assim, por exemplo, o método pode ser aplicado em atividades: 20/11/2023 20:42 Versão para impressão about:blank 25/104 Envolvendo isolamento hospitalar Com contato com efluentes líquidos ou resíduos Que promovam contato com animais e seus produtos Desenvolvidas na produção industrial de alimentos Da agroindústria Envolvendo o saneamento básico Rotineiras de laboratórios clínicos e veterinários Os níveis de risco, segundo o método, são definidos com base no perigo associado ao agente biológico e na possibilidade de exposição a ele. O perigo é avaliado por meio de um parâmetro chamado grau de risco, que varia entre 1 e 4. O valor do grau de risco é determinado pela pior condição do agente biológico no que ser refere ao seu potencial de infectividade e de propagação e na existência de métodos preventivos. A tabela 5 apresenta essa classificação. Grupo de risco Risco de infectividade Risco depropagação Medidas preventivas 1 Pouco provável, que causeuma enfermidade. Nenhum risco Sem necessidade 2 Pode causar uma enfermidade. Pode representar um perigo aos trabalhadores. Pouco provável Existem 3 Pode causar uma enfermidade grave. Acredita-se ser um sério perigo aos trabalhadores. Provável Existem 4 Provocam uma enfermidade grave. Acredita-se ser um sério perigo aos trabalhadores. Elevado Inexistente Tabela 5 – Grau de risco Fonte: adaptado de NTP: 883 – Agentes biológicos. Evaluación simplificada (INSHT, 2009). 20/11/2023 20:42 Versão para impressão about:blank 26/104 O próximo passo, após definir o grau de risco, é avaliar a possibilidade de exposição. Essa avaliação considera a geração de aerossóis com contaminantes biológicos, o tempo de exposição e a quantidade de material com presença do agente manipulada. A tabela 6 apresenta um padrão para esse tipo de avaliação e a pior condição deve ser considerada para definição da possibilidade de exposição. Possibilidade de exposição Parâmetro Condição Exemplos de atividades potenciais (atividade apenas para referência didática) Baixa Geração de bioaerossóis Insignificante ou moderada, mas esporádica Clínicasveterinárias, indústrias alimentícias, laboratórios de análises clínicas Frequência de contato Menor que 20% da jornada Quantidade manipulada Pequena Média Geração de bioaerossóis Moderada, mas intermitente ou elevada, mas esporádica Manutenção de sistemas de ventilação, manejo de animais, atividades agrícolas Frequência de contato Menor que 75% da jornada Quantidade manipulada Média Alta Geração de bioaerossóis Moderada, mas contínua ou elevada Trabalho comresíduos urbanos, tratamento de efluentes, manipulação de cereais Frequência de contato Maior que 75% da jornada Quantidade manipulada Elevada Tabela 6 – Possibilidade de exposição Fonte: adaptado de NTP: 883 – Agentes biológicos. Evaluación simplificada (INSHT, 2009). 20/11/2023 20:42 Versão para impressão about:blank 27/104 Conhecendo o grau de risco e a possiblidade de exposição, é possível definir o nível de risco. A tabela 7 apresenta o nível de risco como o resultado de um cruzamento entre as informações das tabelas 5 e 6. A tabela 8 apresenta as conclusões. Grau de risco 1 2 3 4 Possibilidade de exposição Baixa 1 2 3 4 Média 1 3 3 4 Alta 1 3 4 4 Tabela 7 – Nível de risco Fonte: adaptado de NTP: 883 – Agentes biológicos. Evaluación simplificada (INSHT, 2009). 20/11/2023 20:42 Versão para impressão about:blank 28/104 Nível de risco Conclusão Ação possível 1 O risco de infecção é insignificante e nenhuma alteração nos controles é necessária, exceto para possibilidade de exposição alta. Minimizar a formação de aerossóis. Reduzir a frequência de contato. Fornecer EPIs. Disponibilizar locais para higienização. 2 É necessário adotar medidas preventivas o mais rápido possível. Analisar a substituição do agente biológico se o contato for deliberado. Modificaro processo para reduzir a emissão de bioaerossóis. Alterar a forma dos materiais para reduzir a formação de bioaerossóis. Definir procedimento de limpeza do ambiente de trabalho. Estabelecer protocolos de vigilância de saúde e, se possível, incluir o trabalhador em um programa de imunização. Fornecer EPIs e monitorar seu uso. 3 É necessário adotar medidas corretivas o mais rápido possível. Medidas inclusas no nível de risco 2 mais: Enclausurar o processo. Utilizar equipamentos voltados à biossegurança. Estabelecer programas de manutenção preventiva em todas as instalações. Estabelecer programas de desinfecção e controle de pragas. Definir mecanismos de coleta e descarte de materiais contaminados. Reduzir a exposição, limitando o número de trabalhadores expostos. Definir mecanismos de higiene pessoal antes das refeições e ao final do turno. 4 É necessário adotar medidas corretivas imediatamente. Medidas inclusas no nível de risco 3 e adoção de rígidos padrões de contenção do agente biológico. Tabela 8 – Condição da exposição e controles Para agentes biológicos que não contêm potencial infeccioso, mas que podem causar alergias ou que apresentam efeitos tóxicos, uma análise semelhante pode ser conduzida. Nesse caso, os agentes são classificados da seguinte maneira: 20/11/2023 20:42 Versão para impressão about:blank 29/104 Grupo de risco Efeito Exemplos I Nocivo ou irritante Compostos voláteis liberados por fungos. Poeiras orgânicas de origem animal ou vegetal com potencial para causar irritação dérmica. II Tóxico ou sensibilizante dérmico Endotoxinas bacterianas e estruturas ou compostos vegetais. III Muito tóxico ou sensibilizante respiratório Algumas micotoxinas e agentes com potencial para causar pneumonite por hipersensibilidade. IV Cancerígeno Algumas micotoxinas. Tabela 9 – Grupo de risco para agentes não infeciosos Utilizando os mesmos parâmetros da tabela 7, o nível de risco para agentes não infecciosos, mas com potencial tóxico ou de causar alergias, é apresentado na tabela 10. As medidas de controle seguem os mesmos conceitos daquelas apresentadas na tabela 8. Grau de risco I II III IV Possibilidade de exposição Baixa 1 1 2 4 Média 1 2 3 4 Alta 2 3 4 4 Tabela 10 – Nível de risco Fonte: adaptado de NTP: 883 – Agentes biológicos. Evaluación simplificada (INSHT, 2009). 20/11/2023 20:42 Versão para impressão about:blank 30/104 Avaliação ergonômica A avaliação ergonômica para definição de prioridades está fortemente ligada ao tipo de atividade realizado e ao perigo associado. Há uma variedade de métodos que buscam analisar apenas situações específicas de trabalho. Por exemplo, para um trabalhador que executa movimentos repetitivos com as mãos em uma linha de desossa de frango, podem ser aplicados métodos que analisam apenas esse tipo de movimento. Por outro lado, há métodos globais que avaliam uma série de situações, mas que produzem resultados nada específicos. Esse equilíbrio entre o campo de aplicação e a solidez do resultado deve ser alvo de análise crítica do profissional a fim de determinar qual o método é mais adequado; não raro, mais de um método pode ser utilizado quando são conduzidas avaliações de diversos postos de trabalho, cada um com uma característica. Um ponto fundamental em qualquer avaliação ergonômica é entender as limitações do método aplicado para garantir que os resultados obtidos estejam dentro de situações cobertas pelo método. Além disso, a avaliação ergonômica ou o resultado pode ser impactado por questões relacionadas à idade do funcionário, à sua predisposição a lesões, à sua experiência na atividade, ao ambiente, entre outros. Essas ponderações sobre a escolha do método e suas limitações e os interferentes da avaliação são melhor conduzidos por um profissional com formação em ergonomia. A figura 2 apresenta uma estrutura para a definição do método de análise e as considerações decorrentes, mas ela não é exaustiva. 20/11/2023 20:42 Versão para impressão about:blank 31/104 Figura 2 – Fluxograma possível para seleção da ferramenta de avaliação ergonômica Fonte: adaptado de A Strategy for Assessing and Managing Occupational Exposures (AIHA, 2015). A maioria dos métodos de avaliação ergonômica estabelece entre três ou quatro categorias de risco, tais como: seguro, risco elevado e risco extremo. Na categoria segura, nenhuma ação para controle precisa ser adotada, mas a monitoramento das condições de exposição deve ser estabelecido; na categoria de risco elevado, medidas para evitar lesões devem ser adotadas no curto prazo; e na categoria de risco extremo, uma ação imediata se faz necessária para controlar a situação. Quando um risco é considerado elevado, normalmente são aplicados controles administrativos, como rodízio de trabalhadores, com a intenção de que haja variação do tipo de movimento realizado, modificações nas taxas de produção, limitação na massa ou na quantidade de cargas movimentadas e pausas para descanso. Medidas de engenharia são adequadas quando a categoria é de risco extremo. Essas medidas podem incluir alteração dos meios de preensão, sistemas de sustentação parcial de ferramentas ou equipamentos, ajustes de assentos ou do mobiliário do trabalho, entre outros. 20/11/2023 20:42 Versão para impressão about:blank 32/104 É importante destacar que muitas situações de exposição a fatores de risco ergonômicos, principalmente aquelas relacionadas à ergonomia física, não exigem em uma primeira abordagem o uso de uma ferramenta complexa. Muitos pontos podem ser definidos como críticos pela simples inspeção de uma atividade ou com o uso de algum padrão de comparação (como aquele apresentado na tabela 11), mas é necessário argumentar tecnicamente nesse sentido. Para as demais situações ou para aquelas para as quais não está clara a criticidade da tarefa, os métodos de avaliação constituem uma ferramenta útil. Área do corpo Frequência (movimentos por minuto) Agravantes Ombro Maior que 2,5 Exigência de força ou postura extrema, velocidade e elevada carga estática Braço/cotovelo Maior que 10 Falta de treinamento, altas demandas de produção, falta de controle Antebraço/pulso Maior que 10 Atividade com longa duração ou repetidas diversas vezes na jornada Dedos Maior que 200 * Tabela 11 – Atividades repetitivas de risco alto para determinadas áreas do corpo. Fonte: adaptado de Occupational Health and Safety Management: a Practical Approach (Reese, 2016). Avaliação de acidentes Existem diversas ferramentas para priorização de situações que envolvem fatores de risco de acidentes. Normalmente, essas ferramentas também podem ser aplicadas a outros fatores de risco, mas corre-se o risco de não cobrir uma boa parte das situações devido ao seu caráter genérico. Uma das ferramentas que podem ser utilizadas é aquela que está apresentada no documento Sistemas de Gestão de Saúde e Segurança Ocupacional, uma publicação da AIHA (American Industrial Hygiene Association). 20/11/2023 20:42 Versão para impressão about:blank 33/104 A AIHA estabeleceu uma análise qualitativa baseada em uma matriz de risco que leva em conta a severidade de uma lesão e a probabilidade de sua ocorrência. Ambos os parâmetros definem nível de risco. Assim como nas demais ferramentas, é possível priorizar controles e alocar adequadamente recursos. A determinação do nível de risco e do tipo de controle necessário pode ser obtida pela aplicação sequencial das seguintes tabelas: Probabilidade de ocorrência Definição Frequente Probabilidade de ocorrer repetidas vezes Provável Probabilidade de ocorrer várias vezes Ocasional Probabilidade de ocorrer algumas vezes Remoto Não é provável que ocorra Improvável Muito improvável, pode-se assumir que aexposição não ocorre Tabela 12 – Probabilidade de ocorrência Fonte: adaptado de Occupational Health and Safety Management Systems (AIHA, 2012). Severidade ou consequência Definição Negligenciável Primeiros socorros ou tratamento médicosimples MarginalLesões leves ou perda do dia de trabalho Crítica Incapacidade temporária maior que trêsmeses Catastrófica Morte ou incapacidade permanente Tabela 13 – Severidade do dano Fonte: adaptado de Occupational Health and Safety Management Systems (AIHA, 2012). 20/11/2023 20:42 Versão para impressão about:blank 34/104 Severidade ou Consequência Probabilidade de ocorrência/exposição em um tempo determinado ou atividade Negligenciável Marginal Crítica Catastrófica Frequente Médio Sério Alto Alto Provável Médio Sério Alto Alto Ocasional Baixo Médio Sério Alto Remoto Baixo Médio Médio Sério Improvável Baixo Baixo Baixo Médio Tabela 14 – Nível de risco Fonte: adaptado de Occupational Health and Safety Management Systems (AIHA, 2012). Nível de risco Definição Baixo Risco aceitável, aplicação de medidas de controle acritério do avaliador Médio Adotar medidas corretivas o mais breve possível Sério Prioridade alta para adoção de medidas de controle Alto Atividade não permitida na situação atual. Suspensão daatividade e correção Tabela 15 – Controles de acordo como nível de risco Fonte: adaptado de Occupational Health and Safety Management Systems (AIHA, 2012). Durante a aplicação do método, é importante considerar a existência de requisitos legais e a existência de atividades críticas para segurança, como o trabalho em altura e o trabalho em espaço confinado. Problemas que não apresentam uma severidade elevada, mas são comuns e frequentes/prováveis, também devem ser cuidadosamente analisados. 20/11/2023 20:42 Versão para impressão about:blank 35/104 Matriz de risco de uso geral Em alguns casos, em especial para empresas de pequeno porte, uma única ferramenta de avaliação de risco pode ser mais efetiva do que o uso de várias metodologias. Isso é importante, principalmente, quando não há profissionais de SST dentro da empresa, e assim o entendimento de uma única ferramenta de linguagem mais simples e direta é mais adequada. Apenas uma metodologia pode ser aplicada se o profissional de SST entender que ela é adequada à maioria das situações que ocorrem na empresa, sendo os casos não atendidos por ela extremamente reduzidos e podendo, na sua ocorrência, ser tratados à parte. As tabelas a seguir apresentam um exemplo de matriz geral para classificação de risco, com uma abordagem quantitativa, dada pelo produto da severidade e da frequência. Ao final, um exemplo de aplicação é apresentado. Quando apenas uma ferramenta é utilizada, pode ser útil realizar a sua aplicação após o levantamento de todas as situações de exposição aos perigos, pois isso evita que situações com níveis de risco realmente diferentes sejam colocadas no mesmo patamar de forma equivocada. Por exemplo, um trabalho a um nível de ruído sem proteção de 87 dB(A) não pode ter a mesma classificação de um trabalho realizado a cinco metros de altura sem nenhuma proteção. Esse último, necessariamente, deve apresentar um nível de risco ocupacional e prioridade de controle maiores. Categoria Denominação 10 Chances remotas de ocorrência 20 Improvável (evento sob controle com existência de meiosde proteção) 30 Possível (evento teoricamente possível, porém semregistros) 40 Houve pelo menos um evento na empresa nos últimoscinco anos Tabela 16 – Categoria de frequência/Probabilidade. 20/11/2023 20:42 Versão para impressão about:blank 36/104 DANO EM PESSOAS 5 Fatalidade ou lesões que gerem impacto irreversível à saúde ou levem à morte. Acima de 10 pessoas envolvidas. 4 Fatalidade ou lesões que gerem impacto irreversível à saúde ou levem à morte. Até 10 pessoas envolvidas. 3 Lesões moderadas que gerem restrição de atividade, afastamento com impacto reversível. Acima de 10 pessoas envolvidas. 2 Lesões moderadas que gerem restrição de atividade, afastamento com impacto reversível. Até 10 pessoas envolvidas. 1 Sem danos ou com lesões leves, com primeiros socorros e sem afastamento ou restrição de atividades. Entre 1 e 10 pessoas envolvidas (caso o evento levíssimo envolva mais de 10 pessoas, considerar como leve). Tabela 17 – Categoria de severidade C at eg or ia d e Se ve rid ad e G ra ví ss im o G ra ve M od er ad o Le ve Le ví ss im o 20/11/2023 20:42 Versão para impressão about:blank 37/104 Frequência/Probabilidade 10 20 30 40 5 Moderado Nãotolerável Não tolerável Não tolerável 4 Tolerável Moderado Nãotolerável Não tolerável 3 Tolerável Moderado Moderado Nãotolerável 2 Tolerável Tolerável Moderado Moderado 1 Tolerável Tolerável Tolerável Moderado Tabela 18 – Matriz de classificação do risco ocupacional C at eg or ia de se ve rid ad e G ra ví ss im o G ra ve M od er ad o Le ve Le ví ss im o 20/11/2023 20:42 Versão para impressão about:blank 38/104 Classificação do risco ocupacional MEDIDAS Tolerável (10 a 49) Não há necessidade de medidas além das existentes. Sempre que houver uma mudança na forma de realizar a atividade, uma nova análise deve ser realizada, considerando os novos elementos. Moderado (50 a 90) Controles adicionais devem ser implementados de forma a reduzir o risco. Não tolerável (maior que 90) Os controles existentes são insuficientes. Métodos alternativos de realização da atividade deverão ser considerados. A atividade não pode ocorrer. Tabela 19 – Controles de acordo com o nível de risco ocupacional De forma a exemplificar o uso dessa ferramenta, considere a seguinte situação de análise em uma pequena empresa: Situação A empresa, em seu processo produtivo, necessita movimentar materiais entre as áreas de trabalho e, para isso, faz o uso de empilhadeiras. Há um grande número de empilhadeiras e trabalhadores operando no mesmo local e não há nenhuma área exclusiva para movimentação de máquinas e de trabalhadores. Perigo associado Atropelamento pela empilhadeira – Acidente Fonte ou circunstância 20/11/2023 20:42 Versão para impressão about:blank 39/104 Ausência de limitação de áreas de circulação Frequência 40 [segundo o método] (já houve casos de atropelamento) Severidade 4 [segundo o método] (potencial para causar lesão séria ou fatal em até 10 trabalhadores no mesmo evento) Matriz de risco – produto da frequência pela severidade 40 x 4 = 160 Risco ocupacional Não tolerável [segundo o método] Nesse exemplo, como o resultado da matriz de risco foi de 160, isso representa um risco ocupacional “não tolerável”, segundo o método. Assim, os controles atuais, caso existam, são insuficientes para controlar o risco, e deve-se verificar outras formas de realizar a atividade, pois a forma não pode ser continuada. Outras ferramentas As ferramentas ou os métodos de avaliação de riscos apresentados não são os únicos existentes. A literatura técnica apresenta outras ferramentas. Por exemplo, a AIHA apresenta, em seu livro A Strategy for Assessing and Managing Occupational Exposures, ferramentas para avaliação de risco em situações de emergência, para avaliação da exposição dérmica e 20/11/2023 20:42 Versão para impressão about:blank 40/104 para avaliação qualitativa, todas voltadas à exposição de agentes químicos. O NIOSH (National Institute for Occupational Safety and Health) e a Fundacentro, também na área de químicos, apresentam ferramentas de priorização baseadas em bandas de controle. O instituto espanhol de segurança no trabalho apresenta ferramenta para priorização de situações ligadas a acidentes. Inventário de riscos O inventário de riscos, que é parte da estrutura do PGR, deve apresentar uma série de itens mínimos de forma a subsidiar a elaboração dos planos de ação. A norma exige que os seguintes pontos estejam presentes no inventário: a. Caracterização dos processos e ambientes de trabalho b. Caraterização das atividades c. Descrição dos perigos e suas consequências à integridade ou à saúde do trabalhador, com indicação da fonte ou circunstância na qual o perigo está presente e com a relação de trabalhadores expostos d. Descrição das medidas de prevenção já implementadas e. Dadosda análise preliminar ou resultados do monitoramento qualitativo ou quantitativo da exposição aos agentes biológicos, físicos e químicos de acordo com a NR-9 e os resultados da avaliação ergonômica, conforme estabelecido pela NR-17 f. Classificação dos riscos de acordo com a etapa de avaliação de riscos de modo a subsidiar a elaboração dos planos de ação g. Descrição do critério técnico aplicado para realizar a avaliação do risco e definir sua classificação As tabelas a seguir apresentam modelos que podem ser utilizados dentro do inventário de riscos. Os itens “a” e “b” da lista anterior podem estar descritos no documento e não nas tabelas para reduzir o volume de informações repetidas. Os modelos estão separados para cada tipo de fator de risco e podem ser adaptados de acordo com as características de cada fator de risco e com a metodologia de avaliação aplicada. Eles também incluem um campo para identificação de documento e registros associados, para tornar rastreável a fonte dos dados e sua relação com os demais itens do PGR. 20/11/2023 20:42 Versão para impressão about:blank 41/104 Clique no botão a seguir para realizar o download dos modelos. Modelos - Inventário de riscos (objetos/modelos-inventario.pdf) A norma não define um formato padrão para a consolidação do inventário de riscos, sendo de livre escolha pelo profissional a sua forma, o que permite, em muitos casos, a adoção de algum documento já estabelecido na empresa para o levantamento de perigos. Dentro dessa ideia, por exemplo, o profissional pode definir que as consequências à saúde ou à integridade dos trabalhadores devido a algum fator de risco sejam agrupadas em apenas um ponto do documento, evitando assim uma repetição de dados ao longo do inventário sempre que o fator de risco se repetir. Além disso, o inventário pode ser elaborado de acordo com o formato adotado pelo PGR. Por exemplo, se o PGR, dentro do estabelecimento, está implementado por atividades, setores ou unidades operacionais, o inventário poderá seguir essa mesma lógica. Plano de ação Quando a avaliação de riscos for concluída e o inventário de riscos for constituído, o passo seguinte é definir o plano de ação com as medidas preventivas necessárias para o controle da exposição. Ao elaborar um plano de ação, é importante considerar a hierarquia de controle e os dispositivos legais aplicáveis. A NR-1 não define uma estrutura para o plano de ação, mas exige a adoção de medidas para eliminar ou controlar a exposição nas seguintes situações: Quando a legislação de SST assim determinar por meio de uma norma regulamentadora ou outro dispositivo legal. Quando a classificação dos riscos apontar essa necessidade. A classificação é o resultado da avaliação de riscos para todos os fatores de risco em análise. Quando for identificada, na vigilância da saúde, uma relação entre os fatores de risco aos quais o trabalhador está exposto e alguma lesão ou agravo à saúde desenvolvido. Ocorrer um acidente ou uma doença ocupacional, sendo que a investigação de acidentes deve subsidiar a definição ou o ajuste dessas medidas. https://senac.blackboard.com/bbcswebdav/institution/Senac%20RS/_cursos_tecnicos/TST/UC06/conteudos/2_estrutura/objetos/modelos-inventario.pdf 20/11/2023 20:42 Versão para impressão about:blank 42/104 As medidas preventivas propostas devem respeitar a hierarquia de controle na seguinte ordem: medidas de proteção coletiva, medidas de caráter administrativo ou de organização do trabalho e uso de EPIs. Caso as medidas de controle coletivo sejam inviáveis tecnicamente (isso deve ser justificado) ou não reduzirem o risco a um patamar aceitável, as demais medidas devem ser empregadas. Os trabalhadores devem ser informados sobre toda as medidas preventivas relacionadas às suas atividades, incluindo as limitações dessas medidas. Uma vez que foram estabelecidos os planos de ação, é importante, e também é normativo, que exista um acompanhamento da implementação e das medidas de prevenção conforme uma definição e um planejamento prévio. Essa verificação deve contemplar, no mínimo, a verificação da implementação das ações previstas até o momento, as inspeções nos locais e nos equipamentos de trabalho e o monitoramento das exposições ambientais, quando aplicável. Se durante o acompanhamento for constatado que determinada medida não resulta na proteção esperada, novas medidas devem ser propostas de forma a corrigir a situação. Todo esse processo deve ser registrado em documento a ser definido pela empresa e armazenado junto à documentação do PGR pelo prazo legal. Pontos importantes sobre o plano de ação Alguns elementos básicos devem constar em um plano de ação, tais como: as ações a serem realizadas, o prazo de conclusão de cada ação e o responsável pela ação. A ação deve ser específica, realizável, relevante e mensurável. Alguns exemplos estão listados a seguir, exceto pela definição do responsável: 20/11/2023 20:42 Versão para impressão about:blank 43/104 Treinar, até outubro de 2021, todos os trabalhadores do setor de manutenção no descarte correto dos resíduos contaminados. Realizar, até novembro de 2021, um levantamento detalhado das condições de trabalho no setor de tingimento em relação aos agentes de acidentes. Analisar, até fevereiro de 2022, a viabilidade técnica de instalação de um sistema de ventilação geral no setor de fabricação de filme plástico, para melhorar o conforto dos trabalhadores. Definir, até agosto de 2021, um documento padrão e um cronograma de inspeções dos sistemas de combate a incêndio aplicável a toda a empresa. Realizar, até março de 2022, um levantamento quantitativo da exposição à vibração de corpo inteiro nos cinco operadores de empilhadeiras da expedição. Os responsáveis por cada ação são as pessoas da empresa com capacidade para conduzi- las, mas é importante destacar que a responsabilidade por garantir a implementação de cada ação é da organização, pois ela conta com os recursos e meios para garantir isso. Eventualmente, o plano de ação apresentará ações que não podem ser diretamente executadas por alguém da empresa. Isso pode ocorrer, por exemplo, por ausência de profissional com capacidade técnica. Imagine que uma pequena empresa defina como necessário instalar um sistema de exaustão para controle da exposição a vapores de um agente químico. Se não há alguém na empresa que possa projetar e/ou instalar esse sistema, será necessário contratar uma empresa terceira para esse serviço. Entretanto, o responsável pela ação relativa a essa instalação ainda será alguém da empresa. Nesse caso, o responsável deverá procurar um prestador para esse serviço e acompanhar todo o processo da ação. Com base na explicação, analise as seguintes propostas de ações descritas e identifique o erro cometido em cada uma delas. 1. Treinar, até setembro de 2021, os trabalhadores do setor de tecelagem. 2. Uso, até agosto de 2021, de EPIs no setor de teste de motores. 3. Substituir, até agosto de 2021, as nove dobradeiras de chapas metálicas por modelos com menor nível de emissão de ruído. 20/11/2023 20:42 Versão para impressão about:blank 44/104 4. Verificar a viabilidade de alterar os parâmetros força e tempo de impacto da prensa para reduzir a emissão de ruído. 5. Enclausurar, até novembro de 2021, o processo de solda manual para evitar a exposição do soldador à radiação UV. A seguir, confira se você identificou os erros corretamente. Respostas Ação Comentário Treinar, até setembro de 2021, os trabalhadores do setor de tecelagem. Não foi especificado qual o tipo de treinamento. Usar, até agosto de 2021, EPIs no setor de teste de motores. Não é uma ação e sim o resultado de uma ação. Não especifica quais EPIs. Substituir, até agosto de 2021, as nove dobradeiras de chapas metálicas por modelos com menor nível de emissão de ruído. Não é realizável, necessita de aporte financeiro elevado em curto espaço de tempo. Verificar a viabilidade de alterar os parâmetros forçae tempo de impacto da prensa para reduzir a emissão de ruído. Não há prazo determinado. Enclausurar, até novembro de 2021, o processo de solda manual para evitar a exposição do soldador à radiação UV. Não é adequado, a atividade é manual. Modelos de plano de ação A fim de organizar as informações, os planos de ação normalmente são apresentados no formato de tabelas, e podem ser segregados por setor da empresa, por tipo de fator de risco, por tipo de ação (treinamento, medidas coletivas etc.). Além disso, o formato poderá seguir algum padrão da organização ou uma ferramenta conhecida, como o 5W2H. 20/11/2023 20:42 Versão para impressão about:blank 45/104 Veja alguns modelos de planos de ação. Clique nos botões a seguir e faça os downloads dos modelos. Modelos - Plano de ação 1 (objetos/modelos-plano-de-acao-1.pdf) Modelos - Plano de ação 2 (objetos/modelos-plano-de-acao-2.pdf) Modelos - Plano de ação 3 (objetos/modelos-plano-de-acao- 3.pdf) Modelos - Plano de ação 4 (objetos/modelos-plano-de-acao-4.pdf) Exemplo de aplicação Para aplicar os conceitos apresentados, será elaborado um PGR de um setor de empresa que produz e comercializa peças de mármore e granito. Durante a elaboração, as etapas da identificação de perigos e da avaliação de riscos serão utilizadas para a construção do inventário de riscos e do plano de ação. A seguir os dados da empresa e as etapas serão discutidas. Dados da empresa e etapas Empresa A empresa Granitos Lobisomem, que atua no comércio de peças de granito e mármore, criou um novo setor (chamado de acabamento) para atender à demanda crescente do mercado por peças para lavatórios e pias de cozinha. O novo setor foi criado anexo ao prédio principal, para que as peças brutas produzidas já fossem prontamente encaminhadas ao setor de acabamento. O novo setor começou a operar há dois meses e conta com cinco funcionários que trabalham exclusivamente nele. As rotinas envolvem execução de pequenos contornos e recortes nas peças, polimento e fixação de elementos também em granito ou mármore por meio do uso de produtos químicos. A rotina de trabalho é idêntica para todos os trabalhadores: cada um inicia e finalizada todo o trabalho em uma peça conforme especificação. São produzidas em média 20 peças por dia. Quando uma peça é finalizada, ela é transportada ao setor de expedição. O transporte https://senac.blackboard.com/bbcswebdav/institution/Senac%20RS/_cursos_tecnicos/TST/UC06/conteudos/2_estrutura/objetos/modelos-plano-de-acao-1.pdf https://senac.blackboard.com/bbcswebdav/institution/Senac%20RS/_cursos_tecnicos/TST/UC06/conteudos/2_estrutura/objetos/modelos-plano-de-acao-2.pdf https://senac.blackboard.com/bbcswebdav/institution/Senac%20RS/_cursos_tecnicos/TST/UC06/conteudos/2_estrutura/objetos/modelos-plano-de-acao-3.pdf https://senac.blackboard.com/bbcswebdav/institution/Senac%20RS/_cursos_tecnicos/TST/UC06/conteudos/2_estrutura/objetos/modelos-plano-de-acao-4.pdf 20/11/2023 20:42 Versão para impressão about:blank 46/104 ocorre de forma manual, às vezes por dois trabalhadores, entre os cavaletes de trabalho e um carro de carga. A peça é conduzida para expedição por um trecho de 20 metros com piso regular em área interna. Uma peça acabada pode ter massa de até 40 kg. Figura 3 – Setor de acabamento Fonte: Disponível em: <https://grupomartinsadv.jusbrasil.com.br/noticias/540399286/tribunal-reconhece-profissao-de- marmorista-como-atividade-especial>. Acesso em: 28 ago. 2020. 20/11/2023 20:42 Versão para impressão about:blank 47/104 Figura 4 – Carro de transporte Fonte: Disponível em: <https://www.adoodbr.com/adpics_new/09e94a8ad07716878fb56669859d706d.jpg>. Acesso em: 31 ago. 2020. PGR A técnica de segurança do trabalho dessa empresa, que foi contratada após o início das atividades no setor, decidiu fazer um levantamento sobre a situação atual da empresa em relação à legislação trabalhista. Após duas semanas analisando a legislação, a documentação e as rotinas de trabalho da empresa, a técnica identificou algumas prioridades, como a elaboração do PGR para o novo setor. A empresa já conta com um PGR rodando para os demais setores, que foi realizado por uma empresa de consultoria em SST e que está adequado às atividades e aos perigos existentes. Em reunião com a direção da empresa para discutir as necessidades de SST, ficou acertado que será elaborado um PGR exclusivo para o setor de acabamento, mas articulado com o PGR já existente. Essa opção foi adotada, pois a direção já definiu critérios para acompanhar o PGR existente e não quer uma revisão geral do programa neste momento. Quando o PGR existente passar por uma revisão global, o PGR do setor de acabamento será integrado a ele. Etapas para elaboração do programa no setor de acabamento 20/11/2023 20:42 Versão para impressão about:blank 48/104 A técnica de segurança do trabalho decidiu adotar os seguintes passos para elaboração do PGR do setor de acabamento, de acordo com a NR-1: a. Passo 1: realizar a identificação dos perigos b. Passo 2: realizar a avaliação de riscos para cada perigo identificado c. Passo 3: elaborar o PGR com o inventário de riscos e o plano de ação Execução Passo 1: clique aqui (objetos/levantamento.xlsx) e veja os resultados da identificação de perigos realizada. Passo 2: clique aqui (objetos/avaliacao-riscos.docx) e veja os resultados da avaliação de perigos. Passo 3: clique aqui (objetos/pgr.docx) e veja o PGR. Análise crítica Após a análise do PGR do exemplo, faça uma análise crítica do programa. Você pode fazer os seguintes questionamentos: Outras ações poderiam ser propostas? Sim. Poderia ser definido, por exemplo, que apenas um dos trabalhadores iria manipular a cola, enquanto os demais trabalhariam com ajustes e polimento das peças a fim de evitar exposição a diversos fatores de risco, mas isso dependeria de uma análise da organização do trabalho. A organização das ações como apresentada seria a mais adequada caso o plano fosse mais extenso? Talvez não. Por exemplo, uma organização cronológica das ações após a sua definição poderia auxiliar no controle. https://senac.blackboard.com/bbcswebdav/institution/Senac%20RS/_cursos_tecnicos/TST/UC06/conteudos/2_estrutura/objetos/levantamento.xlsx https://senac.blackboard.com/bbcswebdav/institution/Senac%20RS/_cursos_tecnicos/TST/UC06/conteudos/2_estrutura/objetos/avaliacao-riscos.docx https://senac.blackboard.com/bbcswebdav/institution/Senac%20RS/_cursos_tecnicos/TST/UC06/conteudos/2_estrutura/objetos/pgr.docx 20/11/2023 20:42 Versão para impressão about:blank 49/104 Uma planilha em Excel ou em outro software poderia ajudar em qual sentido? Poderia ajudar, por exemplo, no acompanhamento das ações com o uso de algum recurso de filtro do software. Os fatores de riscos foram todos contemplados na identificação de perigos? Talvez não. Somente a visita em campo e a análise das atividades poderia determinar isso. Por exemplo, seria razoável considerar a exposição a partículas volantes como uma fonte potencial para lesões oculares. Será que o uso de várias ferramentas é melhor ou será que uma ferramenta de avaliação de riscos apenas seria mais adequada? Isso dependerá do perfil de exposição encontrado; uma única ferramenta pode homogeneizar o critério de prioridades, mas talvez não seja capaz de lidar com todas as situações. Essa pergunta deve ser respondida pelo profissional responsável pela classificação dos riscos. As respostas para os questionamentos apresentam como propósito instigar você, aluno, e não devem ser tomadas como verdade absoluta! MEI, ME e EPP A NR-1 estabelece algumas regras diferenciadas para empresas nas modalidades MEI (microempreendedor individual), ME (microempresa) e EEP (empresa de pequeno porte). São elas: 20/11/2023 20:42 Versão para impressão about:blank 50/104 O MEI está dispensado da elaboração do PGR. Quando um MEI for um contratado, a empresa contratante não está dispensada de considerar as atividades do MEI em seuPGR. As MEs e EPPs que, no levantamento preliminar, não identificarem exposições a agentes biológicos, físicos e químicos, nos termos da NR-9, e declararem informações digitais conforme estabelecido pela NR-1, estão dispensadas da elaboração do PGR. As empresas desobrigadas de elaborar o PGR continuam obrigadas a cumprir as determinações legais em outras normas regulamentadoras. Encerramento O PGR é um programa amplo que visa controlar a exposição ocupacional a todos os fatores de risco por meio da adoção de medidas preventivas. Sua estrutura básica é composta por um inventário de riscos e um plano de ação. O plano de ação é construído com base na identificação de perigos e na avaliação de riscos, consolidados no inventário de riscos. A execução do PGR é de responsabilidade da organização e pode ser apoiada por profissionais internos ou externos ligados à área de engenharia de segurança e medicina do trabalho, sendo o técnico de segurança do trabalho um desses profissionais. 20/11/2023 20:42 Versão para impressão about:blank 51/104 Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional (PCMSO) O PCMSO está previsto na NR-7 e é um programa que tem por objetivo proteger e preservar a saúde dos trabalhadores. Diferentemente dos demais programas apresentados, ele é construído com base em outro programa, o Programa de Gerenciamentos de Riscos (PGR), previsto na NR-1 ou em outro programa de gerenciamento de riscos previsto pelas NRs. Enquanto o PGR está focado em determinar o nível de risco de cada situação e propor controles em campo para evitar agravos à saúde ou à integridade dos trabalhadores, o PCMSO monitora a saúde dos trabalhadores, sendo que seus resultados podem subsidiar uma avaliação do PGR. Assim, se determinado trabalhador ou conjunto de trabalhadores indica algum agravo à saúde, deve-se averiguar se as medidas adotas pelo PGR são suficientes e se os fatores de risco foram devidamente avaliados. Durantes as atividades laborais, um trabalhador pode estar exposto a diversos fatores de risco em intensidades ou concentrações variáveis e, para que o acompanhamento de sua saúde seja realizado adequadamente pelo médico do trabalho, que é o profissional responsável pelo PCMSO, este deve conhecer o nível de exposição do trabalhador e suas rotinas de trabalho. Como nem todas as exposições têm potencial de causar algum agravo à saúde, seja pelas características de como uma atividade é realizada ou pela exposição a uma intensidade ou uma concentração relativamente baixa, o PCMSO foca somente nas atividades que podem representar potencial para agravos à saúde de acordo com os riscos ocupacionais identificados e classificados pelo PGR. Não é papel do PCMSO realizar uma espécie de filtro dessas situações, isso é papel do PGR por meio da avaliação de riscos, por esse fato, o PCMSO está baseado na análise presente no PGR. Essa relação entre o PGR e PCMSO deixa evidente a importância da elaboração sólida do PGR e de forma antecipada ao PCMSO. Embora o médico do trabalho já receba os dados prontos do PGR, sua atuação não está restrita ao PCMSO, ele pode atuar no PGR auxiliando os profissionais na avaliação dos riscos e na elaboração do programa. 20/11/2023 20:42 Versão para impressão about:blank 52/104 Dois tipos de vigilância são empregados dentro do PCMSO a fim de acompanhar a situação da saúde ocupacional dos trabalhadores e subsidiar as ações: a vigilância passiva e a vigilância ativa. Vigilância passiva Na vigilância passiva o médico obtém os dados ou as informações a partir da busca voluntária dos trabalhadores pelos serviços médicos, normalmente associados a algum desconforto sentido na jornada de trabalho. Vigilância ativa Já na vigilância ativa são realizados exames médicos específicos e diretamente relacionados à exposição do trabalhador, além da coleta de informações sobre sinais e sintomas relacionados à exposição aos fatores de risco. A vigilância ativa constitui a principal ferramenta e permite uma série de ações e intervenções que serão discutidas nos próximos parágrafos. O Programa Médico de Saúde Ocupacional deve permitir que seja possível detectar e rastrear, em estágios iniciais, os agravos à saúde relacionados, por exemplo, ao desenvolvimento de doenças ocupacionais e detectar, por meio de exames específicos, exposições excessivas a agentes nocivos, comparando indicadores biológicos de exposição. Um indicador biológico de exposição excessiva pode ser uma concentração de determinado agente no sangue ou na urina que determina diretamente ou indica uma potencial superexposição. A tabela 20 apresenta um trecho adaptado da NR-7, que trata dos indicadores biológicos de exposição excessiva para dois agentes químicos: acetona e nitrobenzeno. A acetona é um agente com largo uso como solvente na indústria química, sendo utilizado também na produção de polímeros, fibras e como intermediário na produção de outros químicos. O nitrobenzeno também é um agente químico largamente utilizado na produção de anilina, e também tem papel importante na fabricação de alguns óleos lubrificantes e na indústria de corantes, defensivos agrícolas e borrachas sintéticas. 20/11/2023 20:42 Versão para impressão about:blank 53/104 Substância química CAS[1] Indicador Momento da coleta da amostra Valor do indicador biológico de exposição excessiva Observações Acetona 67-64-1 Acetona na urina Final da jornada de trabalho 25 mg/L Pode ser encontrado por exposições a outras substâncias Nitrobenzeno 98-95-3 Meta- hemoglobina no sangue 1,5% da hemoglobina Encontrado em populações não expostas ocupacionalmente. Pode ser encontrado por exposições a outras substâncias. [1] CAS (Chemical Abstract Service) Tabela 20 – Trecho da tabela de indicadores exposição excessiva constante na NR-7 Além do acompanhamento da saúde, o programa pode indicar a aptidão do trabalhador em exercer determinadas atividades ou funções. Por exemplo, considerando um trabalhador que terá como provável nova função a operação de um forno, e, assim, estará exposto ao risco de uma sobrecarga fisiológica em decorrência do agente físico calor, exames relacionados à sua condição cardiovascular e do sistema endócrino, em especial aquelas relacionadas à pressão alta e a diabetes, respectivamente, podem servir de parâmetros para sua liberação ou não para a atividade. Os dados gerados pelo PCMSO também podem ser utilizados para realizar análises estatísticas da relação entre os agravos à saúde e os fatores de risco e fornecer embasamento para a decisão do afastamento do trabalho ou de rotinas dos trabalhadores que possam ter algum prejuízo de sua saúde. Para os trabalhadores que apresentarem alguma suscetibilidade específica aos fatores de risco, o programa permite um acompanhamento diferenciado. Além desses pontos discutidos, o programa permite o controle de imunização ativa dos empregados de acordo com os riscos em seu ambiente de trabalho entre outros aspectos. 20/11/2023 20:42 Versão para impressão about:blank 54/104 A NR-7, além das questões discutidas, também estabelece a necessidade de exames obrigatórios, as responsabilidades da empresa e peculiaridades sobre a extensão da NR-7 sobre a pessoa jurídica, a elaboração de relatório analítico e apresenta alguns anexos relacionados ao acompanhamento da saúde dos empregados. Esses pontos serão tratados a seguir. Exames obrigatórios Dentro do PCMSO há exames clínicos que são de realização obrigatória e apresentam a seguinte terminologia: Exame admissional Exame a ser realizado antes que o trabalhador inicie suas atividades laborais. Exame periódico Realizado anualmente, ou com frequência maior de acordo com o critério do médico responsável, quando determinado fatores de risco for identificado e classificado pelo PGR ou quando o trabalhador portar doença crônica capaz de aumentar sua suscetibilidade aos riscos. Para trabalhadores expostos a condições hiperbáricas, há uma periodicidade ou forma determinada
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