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Constituição e elaboração de projeto 
arquitetônico
APRESENTAÇÃO
O projeto de arquitetura é composto por um encadeamento lógico de etapas cujo objetivo é 
viabilizar a construção de um objeto. No início desse processo, há apenas uma ideia mais ou 
menos vaga do fim que se deseja alcançar. Ao final, tem-se um conjunto de desenhos, textos, 
planilhas e notações diversas que devem permitir a alguém executar aquilo que se planejou.
Nesta Unidade de Aprendizagem, você irá conhecer essa última etapa, o projeto executivo. 
Além disso, irá identificar as características principais das plantas arquitetônicas e refletir sobre 
os aspectos construtivos ou a inevitável condição material da arquitetura.
Bons estudos.
Ao final desta Unidade de Aprendizagem, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
Listar as etapas finais do projeto arquitetônico.•
Explicar a elaboração das plantas arquitetônicas.•
Avaliar técnicas construtivas.•
DESAFIO
O projeto executivo é a etapa de projeto em que a abstração dá lugar à clareza e à precisão. 
Nessa etapa, a representação deve ser o mais precisa possível, uma vez que o objetivo dos 
documentos nela produzidos é orientar a execução do objeto projetado. 
Você foi contratado para orçar a obra do restaurante cuja planta está desenhada a seguir:
Esse desenho é insuficiente para orçar uma obra, uma vez que não apresenta várias informações.
Elenque pelo menos cinco informações que o projetista deve enviar para que você possa orçar o 
projeto com precisão, justificando a necessidade de cada informação faltante.
INFOGRÁFICO
O projeto arquitetônico é um documento que precisa ser entendido por pessoas que entrem em 
contato com ele. Dessa maneira, é importante que sua representação obedeça a convenções 
gráficas. 
Neste Infográfico, você conhecerá os padrões de hachura normatizados pela NBR 6492.
CONTEÚDO DO LIVRO
Embora seja um processo não linear, o desenvolvimento de um projeto arquitetônico, de modo 
geral, vai de um estágio de pouca definição – quando a edificação é apenas uma ideia – para 
outro de grande definição, que corresponde à representação de detalhes da edificação. O 
processo de projeto culmina na produção da documentação destinada ao construtor: o projeto 
executivo.
No capítulo Constituição e elaboração de projeto arquitetônico, da obra Arquitetura e 
urbanismo, base teórica desta Unidade de Aprendizagem, você irá conhecer as propriedades 
dessa fase projetual, além de reconhecer características das plantas arquitetônicas e refletir sobre 
o aspecto material do projeto de arquitetura.
Boa leitura.
ARQUITETURA E 
URBANISMO
Gabriel Lima Giambastiani
Constituição e elaboração 
de projeto arquitetônico
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
  Listar as etapas finais do projeto arquitetônico.
  Explicar a elaboração das plantas arquitetônicas.
  Avaliar técnicas construtivas.
Introdução
O projeto de arquitetura é um fenômeno complexo composto por um 
encadeamento lógico no qual se passa de um estágio de maior abstração 
para outro de maior definição. Ao longo desse percurso, a representação 
de um objeto que não existe é refinada de maneira a permitir sua execução 
por uma pessoa diferente daquela que o idealizou.
Neste capítulo, você reconhecerá a etapa final desse processo, o projeto 
executivo, além das características essenciais das plantas arquitetônicas, 
e refletirá sobre alguns aspectos referentes à construção da arquitetura.
Etapas finais do projeto arquitetônico
O projeto arquitetônico pode ser entendido como a descrição de um objeto ainda 
inexistente através de desenhos sucessivos cuja defi nição aumenta a cada nova 
representação (MARTINEZ, 2000). Sendo assim, o projeto de arquitetura está 
diretamente ligado à representação do artefato projetado, e, portanto, a defi nição 
das etapas do processo projetual é dada pela complexidade de sua representação.
Embora diferentes autores tenham definições próprias para as etapas de 
projeto, no Brasil, a nomenclatura adotada pela maioria dos profissionais — e 
normatizada pela Norma Técnica (NBR) 6492 (ASSOCIAÇ Ã O BRASILEIRA 
DE NORMAS TÉ CNICAS [ABNT], 1994), que disciplina a representação 
de projetos de arquitetura — é aquela que divide o processo projetual em três 
etapas: estudo preliminar, anteprojeto e projeto executivo. 
O estudo preliminar é a etapa na qual o nível de abstração está em seu 
máximo; é uma primeira aproximação do projetista ao problema que deve ser 
solucionado com o projeto. Nesta etapa são definidos os grandes objetivos do 
projeto, como distribuição dos espaços e a relação com o entorno. O anteprojeto, 
por sua vez, exige um nível de definição maior, uma vez que, por definição, 
ao final desta etapa deve ser conhecida a “[...] configuração final da solução 
arquitetônica proposta para a obra” (INSTITUTO DE ARQUITETOS DO 
BRASIL, 2007, documento on-line), que deverá ser detalhada para a construção 
na última etapa de projeto, o projeto executivo.
Projeto executivo
O projeto executivo é a etapa de projeto onde a abstração dá lugar à clareza e 
à precisão. Nesta etapa, a representação deve ser o mais precisa possível, uma 
vez que o objetivo dos documentos produzidos nela é orientar a execução do 
objeto projetado. A NBR 6492 defi ne a última etapa do projeto arquitetônico 
como apresentação “[...] de forma clara e organizada, [de] todas as informações 
necessárias à execução da obra e todos os serviços inerentes” (ABNT, 1994, 
p. 5). Observe a seguir uma análise aprofundada desta defi nição.
A NBR 6492 (ABNT, 1994, p. 5) inicia sua definição de projeto executivo 
afirmando que se trata de uma apresentação “[...] clara e organizada”. Com 
esta afirmação você já pode compreender o contraste claro com o estudo 
preliminar, onde a abstração e a falta de clareza podem ser toleradas por 
se tratar de uma primeira aproximação ao problema, destinada apenas à 
definição das soluções iniciais, ainda prescindindo da precisão necessária 
para a execução da obra.
Prosseguindo na definição, lemos que deve-se apresentar com clareza e 
organização “[...] todas as informações necessárias à execução” (ABNT, 1994, 
p. 5). A partir desta afirmação, você já entende a diferença entre o anteprojeto 
e o projeto executivo. Embora o primeiro deva trazer a “[...] configuração final 
da solução arquitetônica” (INSTITUTO DE ARQUITETOS DO BRASIL, 
2007, documento on-line), os produtos desta etapa devem ser entendidos pelos 
clientes e eventuais órgãos oficiais, não sendo necessário o nível de precisão 
inerente ao projeto executivo.
Portanto, fica claro o objetivo do projeto executivo: apresentar documentos 
que, por sua clareza e complexidade, sejam capazes de orientar de maneira 
efetiva a construção de um objeto arquitetônico, sem deixar espaço para dú-
vidas durante a obra. Vejamos, então, os documentos que compõem o projeto 
executivo, segundo a NBR 6492 (ABNT, 1994).
Constituição e elaboração de projeto arquitetônico2
Locação
A planta de locação, documento desenhado com a menor escala no projeto 
executivo, é a apresentação da localização do edifício no terreno onde será 
construído. A NBR 6492 determina que essa planta deve apresentar, além da 
vista geral do projeto arquitetônico, as informações dos projetos complemen-
tares, como “[...] movimento de terra, arruamento, redes hidráulica, elétrica e 
drenagem [...]” (ABNT, 1994, p. 1).
Plantas, cortes e fachadas
As plantas, cortes e fachadas são os desenhos mais comuns na apresentação 
de um projeto de arquitetura. Estes três documentos são apresentados na 
mesma escala, geralmente a de 1:50 no projeto executivo. Vejamos, a seguir, 
as defi nições apresentadas pela NBR 6492 (ABNT, 1994), que descrevem 
precisamente as diferenças entre os três desenhos.
  Plantas: “Vista superior do plano secante horizontal, localizado a, 
aproximadamente, 1,50 m do piso em referência” (ABNT, 1994, p. 1).
  Cortes: “Plano secante vertical quedivide a edificação em duas partes, 
seja no sentido longitudinal, seja no transversal” (ABNT, 1994, p. 1).
  Fachadas: “Representação gráfica de planos externos da edificação” 
(ABNT, 1994, p. 2).
Detalhamento
Embora as plantas, cortes e fachadas mostrem grande parte das situações de 
uma edifi cação, muitas vezes é necessário apresentar ampliações de setores 
específi cos para que se possa explicar grafi camente alguma situação que não 
tenha fi cado sufi cientemente clara.
O detalhamento pode tratar de aspectos construtivos, como impermeabili-
zação de lajes, encaixe de esquadrias ou até mesmo disposição de acabamentos, 
como rodapés e revestimentos, sempre buscando a maior clareza para evitar 
dúvidas da equipe que executará a obra.
É importante ressaltar que, por se tratar de desenhos de setores específicos 
de uma edificação, torna-se necessário identificar em um desenho com escala 
menor, como uma planta ou um corte, em qual situação este detalhe ocorre, 
como nas imagens a seguir, das Figuras 1 e 2.
3Constituição e elaboração de projeto arquitetônico
Figura 1. Planta indicando detalhes.
Fonte: ABNT (1994, p. 20).
Figura 2. Detalhe do encontro da esquadria com a parede de alvenaria.
Fonte: ABNT (1994, p. 27).
Constituição e elaboração de projeto arquitetônico4
Discriminação técnica
Até agora você pode ver os elementos gráfi cos do projeto executivo, mas nem 
todos os documentos desta etapa são desenhos. A discriminação técnica, por 
exemplo, é uma listagem, realizada por meio de texto que “[...] descreve os 
materiais de construção a serem utilizados, indica os locais onde estes materiais 
devem ser aplicados e determina as técnicas exigidas para o seu emprego” 
(ABNT, 1994, p. 2), conforme especifi ca a NBR 6492.
Especificações
Ainda nos documentos textuais, observe agora este item, amiúde confundido 
com a discriminação técnica. Enquanto a discriminação técnica trata de como 
os materiais serão empregados na obra, as especifi cações tratam apenas da 
natureza dos materiais, como descrever quais requisitos são exigidos das 
matérias-primas.
Lista de materiais
Uma das etapas mais desafi adoras para a execução de uma obra, e onde muitas 
vezes acontecem confl itos entre arquiteto e cliente, é o orçamento. A elaboração 
de um levantamento de preços precisa exigir que seja feita a listagem correta 
dos materiais empregados no projeto e de suas quantidades, e de maneira 
sufi cientemente detalhada para permitir sua aquisição.
Itens facultativos
A NBR 6492 (ABNT, 1994) ainda apresenta dois itens que, embora não se-
jam obrigatórios, complementam de maneira importante o entendimento do 
projeto executivo. São duas tabelas: a primeira, o quadro geral de áreas, traz 
um resumo das áreas de projeto de acordo com sua qualifi cação; enquanto o 
quadro geral de acabamentos apresenta os materiais utilizados em cada um 
dos espaços da edifi cação, conforme vemos na Figura 3.
5Constituição e elaboração de projeto arquitetônico
Figura 3. Quadro geral de acabamentos.
Fonte: ABNT (1994, p. 24).
Plantas de projetos de arquitetura
Segundo Ching e Juroszek (2012), plantas são projeções ortogonais em um 
plano de desenho horizontal que representam uma vista de objeto, cena ou 
edifi cação observada de cima. Constituem uma representação bidimensional, 
uma vez que descrevem a largura e o comprimento de um objeto, mas não a 
sua altura. No desenho de uma planta, todos os planos paralelos ao plano de 
desenho mantêm sua escala, formato e proporção, de modo que são extre-
mamente úteis para a representação de projetos de arquitetura. Observe as 
imagens das Figuras 4 e 5.
Constituição e elaboração de projeto arquitetônico6
Projeções ortogonais: o sistema de projeção ortogonal também é conhecido por 
sistema de vistas múltiplas, isso porque cada vista é a representação ortogonal de 
um aspecto particular do objeto. Uma única vista ortogonal não é suficiente para 
descrever completamente um objeto tridimensional; essa parcialidade da represen-
tação exige o desenho de outras vistas para que se tenha uma verdadeira noção do 
objeto. Logo, as representações ortogonais de um objeto são desenhos autônomos, 
porém relacionados. A NBR 6492 (ABNT, 1994, p. 1–2), que disciplina a representação 
de projetos de arquitetura, traz as definições a seguir.
a) Planta de edificação: vista superior do plano secante horizontal, localizado a, apro-
ximadamente, 1,50 m do piso em referência.
b) Corte: plano secante vertical que divide a edificação em duas partes, seja no sentido 
longitudinal, seja no transversal.
c) Fachada: representação gráfica de planos externos da edificação. Os cortes trans-
versais e longitudinais podem ser marcados nas fachadas.
d) Elevações: representação gráfica de planos internos ou de elementos da edificação.
Figura 4. Representação de um objeto transpassado por um plano de corte.
(c) Objeto abaixo do
 plano de corte
Plano de corte
(a) Objeto transpassando
 plano de corte
(b) Objeto abaixo do
 plano de corte
7Constituição e elaboração de projeto arquitetônico
Figura 5. Planta resultante do plano de corte da imagem anterior.
Nas imagens anteriores, o conjunto é transpassado por um plano (chamado 
plano de corte); alguns objetos serão “cortados” por esse plano, outros não. A 
planta é a do que é cortado e, geralmente, do que está abaixo desse plano. Esse 
desenho reduz a complexidade do objeto tridimensional aos seus aspectos hori-
zontais bidimensionais. A noção de planta é bastante intuitiva, embora consista em 
um ponto de vista impossível, uma imagem que apenas conseguimos visualizar 
mentalmente. Genericamente, uma planta é um corte horizontal ou uma vista 
superior. Quando fazemos menção à planta de arquitetura, essa representação 
assume características, notações e convenções próprias, que passamos a analisar 
agora.
Planta de situaç ã o, planta de locaç ã o (ou implantaç ã o) 
e planta de edificaç ã o
A NBR 6492 (ABNT, 1994), que disciplina a representação de projetos de 
arquitetura, divide essa classe de desenho em três categorias: planta de situaç ã o, 
planta de locaç ã o (ou implantaç ã o) e planta de edifi caç ã o. É uma classifi cação 
funcional, uma vez que cada um desses desenhos cumpre uma função diferente.
Planta de situação
É o desenho que compreende todo o partido arquitetônico e as vias adjacentes. 
Além disso, pode conter informações específi cas como tipo de programa e 
indicação de desníveis. É uma representação do projeto e do terreno no qual o 
Constituição e elaboração de projeto arquitetônico8
projeto está inserido. É utilizada, por exemplo, por construtores para planejar 
a melhor maneira de descarregar material de construção na obra. A planta de 
situação deve conter:
  simbologias de representação gráfica; 
  curvas de nível existentes e projetadas, além de eventual sistema de 
coordenadas referenciais; 
  indicação do norte; 
  vias de acesso ao conjunto, arruamento e logradouros adjacentes com 
os respectivos equipamentos urbanos; 
  indicação das áreas a serem edificadas, com o contorno esquemático 
da cobertura das edificações; 
  denominação dos diversos edifícios ou blocos; 
  construções existentes, demolições ou remoções futuras, áreas “non 
aedificandi” e restrições governamentais. 
A Figura 6 mostra uma planta de situação de um edifício residencial.
Figura 6. Planta de situação de edifício residencial.
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Pa
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Rua Cinqu
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Rua Francisco Schneider
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9Constituição e elaboração de projeto arquitetônico
Implantação (ou planta de locação)
Também compreende o projeto como um todo, porém, enquanto a planta de 
situação informa as relações entre projeto, terreno e entorno, na implantação 
se destaca a locação do edifício ou conjunto de edifi cações no terreno, além de 
informações complementares (árvores, postes, muros, edículas, etc.). É usual 
o uso de notações como cotas para indicar recuos, afastamentos, caimentos, 
etc. Aimplantação é a representação que descreve o conjunto do projeto 
arquitetônico. Vemos um exemplo de implantação na Figura 7, a seguir.
Figura 7. Implantação.
Planta da edificação
Essa é a categoria mais ampla apresentada pela NBR 6492, sobre a qual é 
necessário fazer algumas considerações. Defi nida como “[...] vista superior do 
Constituição e elaboração de projeto arquitetônico10
plano secante horizontal, localizado a, aproximadamente, 1,50 m do piso em 
referência” (ABNT, 1994, p. 1). A primeira característica que chama atenção 
é que se trata de um corte horizontal na edifi cação; mais do que nos desenhos 
anteriores, fi ca evidente a característica de representação abstrata, com a 
edifi cação sendo seccionada por um plano imaginário. Em relação à altura apre-
sentada pela norma, é um valor recomendado e não absoluto. Nada impede que 
se defi na altura diferente de 1,5 m, caso seja mais conveniente para representar 
os elementos presentes no projeto. De modo geral, essa altura permite cortar 
janelas e livrar a maioria do mobiliário como mesas, cadeiras, sofás, poltronas, 
bancadas, que serão representados em vista, por exemplo, sem serem cortados.
Outra consideração que se faz é que esse é um termo genérico, de modo 
que as plantas normalmente são discriminadas por um nome que as qualifica 
e que faz referência ao nível correspondente. Por exemplo: planta do nível 
térreo, planta do segundo piso, planta do mezanino, ou ainda planta tipo, 
quando representar um pavimento que se repete, como é frequente em edifícios 
residenciais. Não há regra para essa nomenclatura, dado que seria exaustivo e 
pouco eficiente prever todas as situações; o que se recomenda, portanto, é que 
a nomenclatura adotada seja coerente em toda a representação do projeto — se 
“planta do térreo” foi usada na representação desse nível, não usar “planta 
nível 0” ou “planta nível da rua” em outros desenhos.
Planta de forro rebatido: no início desse tópico, vimos que geralmente a planta repre-
senta o que está abaixo do plano de corte. Embora esta seja a situação mais usual, há 
situações que é necessário representar o que está acima desse plano, por exemplo, 
representação de sprinklers, luminárias, forros, etc.
Notações e convenções
Outro aspecto que diferencia as representações de arquitetura das vistas orto-
gráfi cas convencionais é o conjunto de símbolos e convenções adotados para 
tornar a representação mais clara. Uma dessas convenções é a variação das 
espessuras das linhas e do uso de hachuras para representação daquilo que é 
cortado pelo plano de corte. A Figura 8, a seguir, apresenta três variações de 
uma planta de edifi cação. Observe como no segundo e no terceiro exemplo 
11Constituição e elaboração de projeto arquitetônico
fi ca muito mais claro aquilo que é cortado e o que aparece em vista (ou seja, 
não é cortado).
Há também as notações complementares como indicação de norte — obri-
gatório em todas as plantas para auxiliar na orientação daquele que interpreta 
o desenho —, cotas, eixos de simetria, eixos de coordenação, áreas dos am-
bientes e anotações diversas (p. ex., notas e orientações para os construtores). 
Na Figura 9, vemos uma planta de edificação com anotações.
Figura 8. Mudança de representação na planta baixa pela variação das espessuras de linha. 
Planta de situação de edifício residencial.
Fonte: Adaptada de Ching e Juroszek (2012).
Constituição e elaboração de projeto arquitetônico12
Figura 9. Planta de edificação com anotações.
Fonte: Viktoriya/Shutterstock.com.
Técnicas construtivas
Para Martinez (2000), arquitetura e representação são mais próximas no que 
diz respeito a valores do que arquitetura e construção. Essa afi rmação pode 
ser comprovada nas faculdades de arquitetura em que há maior ênfase na 
concepção e representação do projeto que propriamente na técnica construtiva. 
Embora existam disciplinas técnicas, elas exercem um papel subsidiário de 
munir os alunos de informações que serão utilizadas nas disciplinas de projeto.
É inegável, no entanto, que o objetivo principal da arquitetura é a construção 
do projeto. De outro modo, não passaria de um exercício que, embora interes-
sante, não teria muita aplicação prática. Quaroni (1980) ilustra esse ponto de 
vista fazendo menção à Alberti, que já no séc. XV chamava a atenção para o 
inevitável fim material da arquitetura ao afirmar que ela representava uma 
união de materiais submetidos a uma certa ordem e combinados artisticamente 
a fim de se obter um conjunto compacto, íntegro e unitário. Nota-se a relevância 
dos valores de integridade, no que se refere à estabilidade e resistência das 
edificações; e de unidade, referente à coesão interna das relações entre os 
elementos que compõem o projeto da edificação.
Da união desses dois pontos de vista, arquitetura como composição coerente 
e adequação da técnica construtiva, Quaroni (1980) conclui que os materiais 
(tijolos, ladrilhos, madeira, ferro, cimento) são os materiais expressivos da 
13Constituição e elaboração de projeto arquitetônico
arquitetura. Alguns arquitetos, como o japonês Tadao Ando, levam ao extremo 
as possibilidades expressivas de alguns materiais. Ando é reconhecido pela 
sensibilidade e maestria com as quais é capaz de utilizar o concreto aparente 
em seus edifícios.
Na prática corrente da arquitetura, a escolha dos materiais é mais rela-
cionada com a adequação dos meios utilizados para a busca de determinado 
fim. Imagine, por exemplo, que o arquiteto é procurado por um cliente que lhe 
informa que tem um orçamento de apenas R$ 10,00. Feito o projeto, durante 
a apresentação do orçamento, o arquiteto informa ao cliente que o projeto 
custará R$ 1.000,00 — 100 vezes mais do que o orçamento previsto. Nesse 
caso, a atitude mais responsável seria informar o cliente de antemão que o valor 
inicial era insuficiente para realizar aquele projeto. É preciso ter em mente 
que as decisões do arquiteto terão impacto no patrimônio alheio. Por isso, é 
parte das atribuições profissionais considerar esse fato com responsabilidade.
A familiaridade com as técnicas construtivas mais usuais na sua área de 
atuação possibilita ao arquiteto cumprir um duplo papel: 
a) o de potencializar seus meios de expressão — uma vez que aquilo que 
imaginou será executado de maneira correta — o que é o mesmo que 
dizer que o conhecimento das técnicas construtivas influencia o modo 
como o arquiteto pensa e representa seus projetos;
b) o de responsabilidade para com o cliente, porque as propostas de solu-
ções estão vinculadas à prática construtiva.
Durante o desenvolvimento do projeto, é recomendável que ocorra em 
paralelo a investigação de técnicas construtivas viáveis para sua execução, 
mediante entrevistas com construtores e executores. Esse assessoramento de 
especialistas deve ocorrer antes da etapa executiva do projeto, pois é muito 
provável que a experiência desses profissionais influenciará na solução de-
finitiva da edificação.
O arquiteto é um profissional generalista que irá conhecer muitas técnicas 
construtivas, mas que dificilmente dominará com profundidade a maioria delas. 
Assim, é necessário modéstia para reconhecer que ao integrar especialistas 
em outras áreas como consultores, antes de ter sua autoridade ameaçada, terá 
sua obra enriquecida.
Constituição e elaboração de projeto arquitetônico14
ASSOCIAÇ Ã O BRASILEIRA DE NORMAS TÉ CNICAS — ABNT. NBR 6492: representação 
de projetos de arquitetura. Rio de Janeiro, 1994.
CHING, F. D. K.; JUROSZEK, S. P. Desenho para arquitetos. Porto Alegre: Bookman, 2012.
INSTITUTO DE ARQUITETOS DO BRASIL. Roteiro para desenvolvimento do projeto de 
arquitetura da edificação. 2007. Disponível em: http://www.iab.org.br/sites/default/
files/documentos/roteiro-arquitetonico.pdf. Acesso em: 16 jul. 2019.
MARTINEZ, A. C. Ensaio sobre o projeto. Brasí lia: UNB, 2000.
QUARONI, L. Proyectar un edificio: ocho lecciones de arquitectura. Madrid: Xarait, 1980.
15Constituição e elaboração de projetoarquitetônico
DICA DO PROFESSOR
À medida que o projeto é desenvolvido, sua complexidade aumenta. Em determinado momento, 
é impossível que o projetista guarde em sua memória todas as informações relevantes com 
respeito à sua execução. Além disso, no momento de transmitir essas informações a construtores 
e outros profissionais, é recomendável seguir processos-padrão para evitar erros e conflitos de 
dados.
Na Dica do Professor, você irá conhecer o uso de check-lists, ou listas de checagens, e sua 
aplicação em conjunto com a NBR 6492 para garantir que não falte nenhuma informação na 
hora de enviar a alguém o projeto executivo.
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EXERCÍCIOS
1) Um projeto de arquitetura é a representação de algo que ainda não existe. A 
definição desse objeto é feita por meio de representações sucessivas, em etapas que 
vão de um estágio de maior abstração para outros de maior definição. De acordo com 
a NBR 6492, qual é a etapa intermediária de um projeto arquitetônico?
A) Estudo preliminar.
B) Projeto legal.
C) Projeto executivo.
D) Orçamento.
E) Anteprojeto.
A NBR 6492 divide as etapas de projeto em três: estudo preliminar, anteprojeto e projeto executivo. A etapa intermediária é o anteprojeto, ao final do qual deve ser conhecida a configuração definitiva da solução arquitetônica proposta para a obra. Projeto legal se refere à documentação enviada para uma autoridade administrativa avaliar se o projeto atende às normas locais. Orçamento é uma previsão do custo de construção estimada a partir do projeto de arquitetura.
2) A NBR 6492 define a planta de situação como um desenho que compreende o partido 
arquitetônico como um todo, em seus múltiplos aspectos. Segundo essa norma, a 
planta de situação deve conter as seguintes informações:
I. Curvas de nível 
II. Vias de acesso ao conjunto 
III. Norte 
A) Apenas I.
B) I e III.
C) II e III.
D) Apenas III.
E) I, II e III.
O projeto de arquitetura depende de convenções para que todos entendam o que está sendo 
representado. A NBR 6492 traz padrões de hachura para cada material da obra. As 
imagens a seguir correspondem respectivamente a quais materiais de construção?
3) 
A planta de situação deve conter curvas de nível, vias de acesso ao conjunto e norte. Logo, todos os itens descritos. Além disso, também deve conter: simbologias de representação gráfica; eventual sistema de coordenadas referenciais; arruamento e logradouros adjacentes com os respectivos equipamentos urbanos; indicação das áreas a serem edificadas, com o contorno esquemático da cobertura das edificações; denominação dos diversos edifícios ou blocos; construções existentes, demolições ou remoções futuras, áreas non aedificandi e restrições governamentais.
A) Madeira, alvenaria em corte, isolamento térmico.
B) Argamassa, talude em vista, madeira em corte.
C) Madeira em vista, mármore em corte, aço em corte.
D) Concreto em vista, concreto em corte, argamassa.
E) Concreto em corte, isolamento térmico, argamassa.
4) Segundo a NBR 6492, são elementos obrigatórios do projeto executivo: 
 
I. Planta de locação 
II. Planta de teto refletido 
III. Imagens em 3D
Segundo a NBR 6492, as convenções de materiais são as seguintes: IMAGEM 1.
Para a clareza do desenho, é importante que essas convenções sejam seguidas. Ainda que algumas representações pareçam arbitrárias, são as convenções seguidas por grande número de profissionais.
A) I, II e III.
B) II e III.
C) Apenas I.
D) Apenas II.
E) I e II.
5) A planta de edificação é a categoria mais ampla apresentada pela NBR 6492, que a 
define como vista superior do plano secante horizontal, localizado 
a aproximadamente 1,50m do piso em referência. Sobre a planta de edificação, 
considere as seguintes afirmações:
I. A norma não prevê altura mandatória. 
II. As plantas descrevem informações horizontais e verticais. 
III. Não há planta de edificação que represente o que está acima do plano de corte. 
Quais delas estão corretas?
A) Apenas I.
B) Apenas II.
C) Apenas III.
D) I e II.
E) II e III.
Highlight
Planta de locação e planta de teto refletido são elementos obrigatórios do projeto executivo. Imagens tridimensionais, embora desejáveis para auxiliar no entendimento do projeto, são elementos facultativos. Logo, as assertivas I e II estão corretas.
O plano de corte pode variar em altura se for mais conveniente; a altura apresentada pela norma é a mais usual, mas não é obrigatória. Plantas de edificação descrevem o plano horizontal da edificação; o desenho usado para representar informações verticais são os cortes. As plantas mais usuais representam aquilo que é cortado e o que está abaixo do plano de corte; no entanto, embora menos comuns, existem as plantas de forro rebatido, que são utilizadas para representar elementos que estão acima do plano, como luminárias, forros, sprinklers, etc. Portanto, somente a afirmativa I está correta.
Highlight
NA PRÁTICA
O projeto executivo de arquitetura é um documento composto por diversos desenhos, cada um 
destinado a uma disciplina, e cada uma com um propósito específico. 
Neste Na Prática, você verá como a arquiteta Anna representou um projeto para uma academia 
por meio de diversas plantas. 
DESAFIO:
Padrão de resposta esperado
Dentre as informações que estão faltando no projeto, encontram-se os seguintes itens:
1 - Cotas de paredes e mobiliário: as cotas de mobiliário são necessárias para que o valor deste possa ser estimado, enquanto as cotas de paredes são importantes para estimar o quantitativo de materiais (tinta, revestimentos, etc.) e o orçamento da mão de obra (pintura, colocação de azulejos, etc.)
2 - Informações sobre tipos de revestimento: é importante que o revestimento das paredes esteja discriminado para que se possa orçar o valor do material e de sua instalação. Uma parede com acabamento em pintura, por exemplo, terá valores associados ao material e à mão de obra muito diferentes dos de uma parede com acabamento em pastilhas cerâmicas, cujo preço de material e instalação são, normalmente, superiores ao da pintura. Além disso, o tempo de execução de cada revestimento também varia.
3 - Informações sobre as áreas de revestimento: importantes para orçar o material e a mão de obra e estimar o tempo necessário ao serviço.
4 - Especificação do mobiliário de varejo: relevante para que se possa orçar o mobiliário especificado e também procurar informações técnicas a respeito dele que possam ser relevantes. Por exemplo: a especificação de um balcão refrigerado, que pode necessitar de instalações elétricas especiais.
5 - Planta com especificações elétricas: é preciso saber se existem pontos novos de tomadas e interruptores, com suas quantidades, voltagens e alturas. Também é importante saber qual sistema será utilizado, se as tubulações serão embutidas ou aparentes, por exemplo.
6 - Planta com especificações hidráulicas: é importante saber se serão necessárias mudanças nos pontos hidráulicos existentes ou se haverá pontos novos, derivados de pontos antigos.
7 - Indicação do norte: a orientação solar é importante para a disposição dos ambientes e a especificação de itens como ar condicionado (um ambiente com aberturas voltadas a oeste terá demanda de climatização diferente da de um ambiente com aberturas voltadas para o sul, por exemplo).
8 - Indicação do autor e do endereço da obra: importante para que se possam tirar dúvidas a respeito do projeto com o autor, caso surjam. O endereço da obra é igualmente importante, uma vez que os fornecedores de materiais e de mão de obra precisam saber onde serão executados os serviços e entregues os materiais.
9 - Detalhamento das esquadrias: importante para que sejam orçadas corretamente.
10 - Detalhamento do mobiliário sob medida: importante para que o orçamento seja suficientemente detalhado.
11 - Especificação de luminárias: importante para orçá-las e também para prever o melhor posicionamento dos pontos para sua instalação. A instalaçãode uma luminária embutida, por exemplo, necessita da abertura de um vão no forro.
12 - Elevações (fachadas internas e externas): interessantes para que se tenha um panorama geral dos ambientes.
13 - Cortes: interessantes para que se tenha um panorama geral dos ambientes.
14 - Planilha quantitativa: muito útil para organizar as quantidades de materiais e serviços necessários à execução. Embora as informações de quantitativos possam ser extraídas das plantas e dos cortes quando completos, é de grande auxílio ter em mãos uma planilha-resumo.
SAIBA MAIS
Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto, veja abaixo as sugestões do 
professor:
Casa em Carapicuíba – SP | Angelo Bucci e Alvaro Puntoni
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Sobre projetos executivos e detalhes
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