Buscar

Politicas Publicas Modulo

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 132 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 132 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 132 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

2019 
 
Políticas Públicas 
Manual do Curso de Administração Pública 
ENSINO ONLINE. ENSINO COM FUTURO 
 
ISCED CURSO: Administração pública: 2º Ano Disciplina/Módulo: Politicas Públicas 
 i 
 
Direitos de autor (copyright) 
Este manual é propriedade do Instituto Superior de Ciências e Educação a Distância (ISCED), e 
contém reservados todos os direitos. É proibida a duplicação ou reprodução parcial ou total 
deste manual, sob quaisquer formas ou por quaisquer meios (electrónicos, mecânico, 
gravação, fotocópia ou outros), sem permissão expressa de entidade editora (Instituto 
Superior de Ciências e Educação a Distância (ISCED). 
A não observância do acima estipulado o infractor é passível a aplicação de processos judiciais 
em vigor no País. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Instituto superior de Ciências e Educação a Distância (isced) 
Direcção de Pós-graduação, Pesquisa e Extensão 
Rua Dr. Almeida Lacerda, No 212 Ponta - Gêa 
Beira - Moçambique 
Telefone: +258 23 323501 
Cel: +258 82 3055839 
Fax: 23323501 
E-mail: isced@isced.ac.mz 
Website: www.isced.ac.mz 
http://www.isced.ac.mz/
 
ISCED CURSO: Administração pública: 2º Ano Disciplina/Módulo: Politicas Públicas 
 ii 
 
Agradecimentos 
O Instituto Superior de Ciências e Educação a Distância (ISCED) agradece a colaboração dos 
seguintes indivíduos e instituições na elaboração deste manual: 
Autor XXXXX 
Coordenação 
Design 
Financiamento e Logística 
Revisão Científica e 
Linguística 
Ano de Publicação 
Local de Publicação 
Direcção Académica 
Instituto Superior de Ciências e Educação a Distância (ISCED) 
Instituto Africano de Promoção da Educação a Distancia (IAPED) 
XXXXX 
xxxxx 
ISCED – BEIRA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ISCED CURSO: Administração pública: 2º Ano Disciplina/Módulo: Politicas Públicas 
 iii 
 
Índice Geral 
Conteúdo 
Benvindo à Disciplina/Módulo de Politicas Públicas ........................................................ 1 
Objectivos do Módulo....................................................................................................... 1 
Quem deveria estudar este módulo ................................................................................. 1 
Como está estruturado este módulo ................................................................................ 2 
Ícones de actividade ......................................................................................................... 3 
Habilidades de estudo ...................................................................................................... 4 
Precisa de apoio? .............................................................................................................. 6 
Tarefas (avaliação e auto-avaliação) ................................................................................ 6 
Avaliação ........................................................................................................................... 7 
TEMA – I: CONSIDERAÇÕES GERAIS. 9 
Tema 1: Introdução e Evolução das Politicas Públicas. .................................................... 9 
Unidade 1.1: Politicas Públicas .............................................................................. 11 
Unidade 1. 2: Origem das Politicas Públicas ......................................................... 14 
Unidade Temática 1: 3: Características das Politicas Públicas .............................. 15 
Sumário ........................................................................................................................... 17 
Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO ..................................................................................... 18 
Exercícios para AVALIAÇÃO ............................................................................................ 19 
Soluções de Questões de Auto Avaliação ....................................................................... 19 
Soluções de Questões de Avaliação ............................................................................... 19 
Tema 2: Diferença entre programas, políticas e políticas públicas ................................ 20 
Sumário ........................................................................................................................... 21 
Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO ..................................................................................... 22 
Exercícios para AVALIAÇÃO ............................................................................................ 23 
Soluções de Questões de Auto Avaliação ....................................................................... 23 
Soluções de Questões de Avaliação ............................................................................... 23 
Tema 3: Tipologias das Politicas Públicas ....................................................................... 24 
Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO ..................................................................................... 27 
Exercícios de AVALIAÇÃO ................................................................................................ 28 
Soluções de Questões de Auto Avaliação ....................................................................... 28 
Soluções de Questões de Avaliação ............................................................................... 28 
Tema 4: Estado, Sociedade Civil e Políticas Públicas ...................................................... 29 
Unidade temática: 4.1: Relação entre Estado, Sociedade Civil e Politicas Públicas
 ............................................................................................................................... 29 
Unidade 4. 2: Estado ............................................................................................. 31 
4.1 Visões do Estado .............................................................................................. 31 
Unidade 4.3: Politica Pública e Social .................................................................... 34 
 
ISCED CURSO: Administração pública: 2º Ano Disciplina/Módulo: Politicas Públicas 
 iv 
 
Sumário ........................................................................................................................... 37 
Exercícios de Auto- AVALIAÇÃO ...................................................................................... 38 
Exercícios de AVALIAÇÃO ................................................................................................ 39 
Tema 5: Actores, Instituições e Instrumento das Políticas Públicas .............................. 40 
Unidade 5.1: Actores das Politicas públicas .......................................................... 40 
Unidade 5.2: O papel dos Atores das Politicas Publicas ....................................... 41 
Sumário ........................................................................................................................... 44 
Exercícios de Auto- AVALIAÇÃO ...................................................................................... 45 
Exercícios de AVALIAÇÃO ................................................................................................ 45 
Tema 6: Formulação das Politicas Públicas .................................................................... 45 
Sumário ........................................................................................................................... 53 
Exercícios de Auto- AVALIAÇÃO ...................................................................................... 55 
Exercícios de AVALIAÇÃO ................................................................................................ 55 
Sumário ...........................................................................................................................64 
Exercícios de Auto- AVALIAÇÃO ...................................................................................... 64 
Exercícios de AVALIAÇÃO ................................................................................................ 65 
Tema 8: Processo Decisório nas Politicas Públicas ......................................................... 65 
Modelo Racional .................................................................................................... 65 
Modelo Incremental .............................................................................................. 65 
Modelo da Análise Misturada (mixed-scanning) .................................................. 66 
Modelo Irracional (lata de lixo) ............................................................................. 66 
Sumário ........................................................................................................................... 67 
Exercícios de Auto- AVALIAÇÃO ...................................................................................... 67 
Exercícios de AVALIAÇÃO ................................................................................................ 67 
Tema 9: Modelos de Análise de Políticas Públicas ......................................................... 67 
10.1 Análise de Política.......................................................................................... 67 
10.2 Modelos de Análise das Políticas Públicas .................................................... 71 
10.2.1 Quatro modelos teóricos para compreender as políticas públicas ........... 77 
Modelo sequencial ou do ciclo político (Policy Cicle) ........................................... 77 
Metáfora dos fluxos múltiplos (Multiple Streams Framework) ............................ 79 
O modelo do equilíbrio interrompido (Punctuated Equilibrium Theory) ............. 84 
Modelo das coligações de causa ou de interesse (Advocacy Coalition Framework -
ACF)........................................................................................................................ 86 
Quadros teóricos, abordagens e modelos de análise de políticas públicas ......... 90 
Sumário ........................................................................................................................... 91 
Exercícios de Auto- AVALIAÇÃO do Módulo ................................................................... 92 
Grelha de Correcção dos Exercícios de Auto-Avaliação do Módulo ................... 124 
 
 
 
 
 
ISCED CURSO: Administração pública: 2º Ano Disciplina/Módulo: Politicas Públicas 
 1 
 
Visão Geral 
Benvindo à Disciplina/Módulo de Politicas 
Públicas 
Objectivos do Módulo 
• Ao terminar o estudo deste módulo de Politicas Públicas 
deverá ser capaz de: conhecer os conceitos básicos sobre 
políticas públicas; Compreender e tenha capacidade de 
fazer uma análise sobre as diversas políticas públicas 
existentes; Perceber como são desenhadas as políticas 
públicas em Moçambique; saber elaborar, implementar e 
avaliar políticas públicas; Compreender o processo decisório 
e modelos de análises em políticas públicas 
 
Objectivos 
Específicos 
▪ 
 
Quem deveria estudar este módulo 
Este Módulo foi concebido para estudantes do 2º ano do curso de 
Administração Pública do ISCED e outros como Gestão de Recursos 
Humanos e Economia, etc. Poderá ocorrer, contudo, que haja 
leitores que queiram se actualizar e consolidar seus conhecimentos 
nessa disciplina, esses serão bem-vindos, não sendo necessário 
para tal se inscrever. Mas poderá adquirir o manual. 
 
 
 
 
 
ISCED CURSO: Administração pública: 2º Ano Disciplina/Módulo: Politicas Públicas 
 2 
 
Como está estruturado este módulo 
Este módulo de Politicas Públicas, para estudantes do 2º ano do 
curso de licenciatura em Contabilidade e Auditoria, à semelhança 
dos restantes do ISCED, está estruturado como se segue: 
Páginas introdutórias 
▪ Um índice completo. 
▪ Uma visão geral detalhada dos conteúdos do módulo, 
resumindo os aspectos-chave que você precisa conhecer para 
melhor estudar. Recomendamos vivamente que leia esta secção 
com atenção antes de começar o seu estudo, como componente 
de habilidades de estudos. 
Conteúdo desta Disciplina / módulo 
Este módulo está estruturado em Temas. Cada tema, por sua vez 
comporta certo número de unidades temáticas ou simplesmente 
unidades. Cada unidade temática se caracteriza por conter uma 
introdução, objectivos, conteúdos. 
No final de cada unidade temática ou do próprio tema, são 
incorporados antes o sumário, exercícios de auto-avaliação, só 
depois é que aparecem os exercícios de avaliação. 
Os exercícios de avaliação têm as seguintes características: Puros 
exercícios teóricos/Práticos, Problemas não resolvidos e 
actividades práticas, incluído estudo de caso. 
 
 
ISCED CURSO: Administração pública: 2º Ano Disciplina/Módulo: Politicas Públicas 
 3 
 
Outros recursos 
A equipa dos académicos e pedagogos do ISCED, pensando em si, 
num cantinho, recôndito deste nosso vasto Moçambique e cheio de 
dúvidas e limitações no seu processo de aprendizagem, apresenta 
uma lista de recursos didácticos adicionais ao seu módulo para você 
explorar. Para tal o ISCED disponibiliza na biblioteca do seu centro 
de recursos mais material de estudos relacionado com o seu curso 
como: Livros e/ou módulos, CD, CD-ROOM, DVD. Para além deste 
material físico ou electrónico disponível na biblioteca, pode ter 
acesso a Plataforma digital moodle para alargar mais ainda as 
possibilidades dos seus estudos. 
 
Auto-avaliação e Tarefas de avaliação 
Tarefas de auto-avaliação para este módulo encontram-se no final 
de cada unidade temática e de cada tema. As tarefas dos exercícios 
de auto-avaliação apresentam duas características: primeiro 
apresentam exercícios resolvidos com detalhes. Segundo, 
exercícios que mostram apenas respostas. 
Tarefas de avaliação devem ser semelhantes às de auto-avaliação 
mas sem mostrar os passos e devem obedecer o grau crescente de 
dificuldades do processo de aprendizagem, umas a seguir a outras. 
Parte das terefas de avaliação será objecto dos trabalhos de campo 
a serem entregues aos tutores/docentes para efeitos de correcção 
e subsequentemente nota. Também constará do exame do fim do 
módulo. Pelo que, caro estudante, fazer todos os exercícios de 
avaliação é uma grande vantagem. 
Comentários e sugestões 
Use este espaço para dar sugestões valiosas, sobre determinados 
aspectos, quer de natureza científica, quer de natureza didáctico-
Pedagógica, etc, sobre como deveriam ser ou estar apresentadas. 
Pode ser que graças as suas observações que, em gozo de 
confiança, classificamo-las de úteis, o próximo módulo venha a ser 
melhorado. 
Ícones de actividade 
Ao longo deste manual irá encontrar uma série de ícones nas 
margens das folhas. Estes ícones servem para identificar diferentes 
 
ISCED CURSO: Administração pública: 2º Ano Disciplina/Módulo: Politicas Públicas 
 4 
 
partes do processo de aprendizagem. Podem indicar uma parcela 
específica de texto, uma nova actividade ou tarefa, uma mudança 
de actividade, etc. 
Habilidades de estudo 
O principal objectivo deste campo é o de ensinar aprender a 
aprender. Aprender aprende-se. 
Durante a formação e desenvolvimento de competências, para 
facilitar a aprendizagem e alcançar melhores resultados, implicará 
empenho, dedicação e disciplina no estudo. Isto é, os bons 
resultados apenas se conseguem com estratégias eficientes e 
eficazes. Por isso é importante saber como, onde e quando estudar. 
Apresentamos algumas sugestões com as quais esperamos que caro 
estudante possa rentabilizar o tempo dedicadoaos estudos, 
procedendo como se segue: 
1º Praticar a leitura. Aprender a Distância exige alto domínio de 
leitura. 
2º Fazer leitura diagonal aos conteúdos (leitura corrida). 
3º Voltar a fazer leitura, desta vez para a compreensão e assimilação 
crítica dos conteúdos (ESTUDAR). 
4º Fazer seminário (debate em grupos), para comprovar se a sua 
aprendizagem confere ou não com a dos colegas e com o padrão. 
5º Fazer TC (Trabalho de Campo), algumas actividades práticas ou as 
de estudo de caso se existirem. 
IMPORTANTE: Em observância ao triângulo modo-espaço-tempo, 
respectivamente como, onde e quando estudar,como foi referido 
no início deste item, antes de organizar os seus momentos de estudo 
reflicta sobre o ambiente de estudo que seria ideal para si: Estudo 
melhor em casa/biblioteca/café/outro lugar? Estudo melhor à 
noite/de manhã/de tarde/fins-de-semana/ao longo da semana? 
Estudo melhor com música/num sítio sossegado/num sítio 
barulhento!? Preciso de intervalo em cada 30 minutos, em cada 
hora, etc. 
É impossível estudar numa noite tudo o que devia ter sido estudado 
durante um determinado período de tempo; Deve estudar cada 
ponto da matéria em profundidade e passar só ao seguinte quando 
achar que já domina bem o anterior. 
 
ISCED CURSO: Administração pública: 2º Ano Disciplina/Módulo: Politicas Públicas 
 5 
 
Privilegia-se saber bem (com profundidade) o pouco que puder ler e 
estudar, que saber tudo superficialmente! Mas a melhor opção é 
juntar o útil ao agradável: Saber com profundidade todos conteúdos 
de cada tema, no módulo. 
Dica importante: não recomendamos estudar seguidamente por 
tempo superior a uma hora. Estudar por tempo de uma hora 
intercalado por 10 (dez) a 15 (quinze) minutos de descanso (chama-
se descanso à mudança de actividades). Ou seja que durante o 
intervalo não se continuar a tratar dos mesmos assuntos das 
actividades obrigatórias. 
Uma longa exposição aos estudos ou ao trabalho intelectual 
obrigatório pode conduzir ao efeito contrário: baixar o rendimento 
da aprendizagem. Por que o estudante acumula um elevado volume 
de trabalho, em termos de estudos, em pouco tempo, criando 
interferência entre os conhecimentos, perde sequência lógica, por 
fim ao perceber que estuda tanto mas não aprende, cai em 
insegurança, depressão e desespero, por se achar injustamente 
incapaz! 
Não estude na última da hora; quando se trate de fazer alguma 
avaliação. Aprenda a ser estudante de facto (aquele que estuda 
sistematicamente), não estudar apenas para responder a questões 
de alguma avaliação, mas sim estude para a vida, sobre tudo, estude 
pensando na sua utilidade como futuro profissional, na área em que 
está a se formar. 
Organize na sua agenda um horário onde define a que horas e que 
matérias deve estudar durante a semana; Face ao tempo livre que 
resta, deve decidir como o utilizar produtivamente, decidindo 
quanto tempo será dedicado ao estudo e a outras actividades. 
É importante identificar as ideias principais de um texto, pois será 
uma necessidade para o estudo das diversas matérias que 
compõem o curso: A colocação de notas nas margens pode ajudar 
a estruturar a matéria de modo que seja mais fácil identificar as 
partes que está a estudar e Pode escrever conclusões, exemplos, 
vantagens, definições, datas, nomes, pode também utilizar a 
margem para colocar comentários seus relacionados com o que 
está a ler; a melhor altura para sublinhar é imediatamente a seguir 
à compreensão do texto e não depois de uma primeira leitura; 
Utilizar o dicionário sempre que surja um conceito cujo significado 
não conhece ou não lhe é familiar; 
 
ISCED CURSO: Administração pública: 2º Ano Disciplina/Módulo: Politicas Públicas 
 6 
 
Precisa de apoio? 
Caro estudante temos a certeza que por uma ou por outra razão, o 
material de estudos impresso, lhe pode suscitar algumas dúvidas 
como falta de clareza, alguns erros de concordância, prováveis erros 
ortográficos, falta de clareza, fraca visibilidade, página trocada ou 
invertidas, etc). Nestes casos, contacte os serviços de atendimento 
e apoio ao estudante do seu Centro de Recursos (CR), via telefone, 
sms, E-mail, se tiver tempo, escreva mesmo uma carta participando 
a preocupação. 
Uma das atribuições dos Gestores dos CR e seus assistentes 
(Pedagógico e Administrativo), é a de monitorar e garantir a sua 
aprendizagem com qualidade e sucesso. Dai a relevância da 
comunicação no Ensino a Distância (EAD), onde o recurso as TIC se 
torna incontornável: entre estudantes, estudante – Tutor, estudante 
– CR, etc. 
As sessões presenciais são um momento em que você caro 
estudante, tem a oportunidade de interagir fisicamente com staff do 
seu CR, com tutores ou com parte da equipa central do ISCED 
indigitada para acompanhar as sua sessões presenciais. Neste 
período pode apresentar dúvidas, tratar assuntos de natureza 
pedagógica e/ou administrativa. 
O estudo em grupo, que está estimado para ocupar cerca de 30% 
do tempo de estudos a distância, é muita importância, na medida 
em que lhe permite situar, em termos do grau de aprendizagem 
com relação aos outros colegas. Desta maneira ficará a saber se 
precisa de apoio ou precisa de apoiar aos colegas. Desenvolver 
hábito de debater assuntos relacionados com os conteúdos 
programáticos, constantes nos diferentes temas e unidade 
temática, no módulo. 
Tarefas (avaliação e auto-avaliação) 
O estudante deve realizar todas as tarefas (exercícios, actividades e 
auto−avaliação), contudo nem todas deverão ser entregues, mas é 
importante que sejam realizadas. As tarefas devem ser entregues 
duas semanas antes das sessões presenciais seguintes. 
Para cada tarefa serão estabelecidos prazos de entrega, e o não 
cumprimento dos prazos de entrega, implica a não classificação do 
estudante. Tenha sempre presente que a nota dos trabalhos de 
 
ISCED CURSO: Administração pública: 2º Ano Disciplina/Módulo: Politicas Públicas 
 7 
 
campo conta e é decisiva para ser admitido ao exame final da 
disciplina/módulo. 
Os trabalhos devem ser entregues ao Centro de Recursos (CR) e os 
mesmos devem ser dirigidos ao tutor/docente. 
Podem ser utilizadas diferentes fontes e materiais de pesquisa, 
contudo os mesmos devem ser devidamente referenciados, 
respeitando os direitos do autor. 
O plágio1 é uma violação do direito intelectual do(s) autor(es). Uma 
transcrição à letra de mais de 8 (oito) palavras do testo de um autor, 
sem o citar é considerado plágio. A honestidade, humildade 
científica e o respeito pelos direitos autorais devem caracterizar a 
realização dos trabalhos e seu autor (estudante do ISCED). 
Avaliação 
Muitos perguntam: Com é possível avaliar estudantes à distância, 
estando eles fisicamente separados e muito distantes do 
docente/tutor! Nós dissemos: Sim é muito possível, talvez seja uma 
avaliação mais fiável e consistente. 
Você será avaliado durante os estudos à distância que contam com 
um mínimo de 90% do total de tempo que precisa de estudar os 
conteúdos do seu módulo. Quando o tempo de contacto presencial 
conta com um máximo de 10%) do total de tempo do módulo. A 
avaliação do estudante consta detalhada do regulamentado de 
avaliação. 
Os trabalhos de campo por si realizados, durante estudos e 
aprendizagem no campo, pesam 25% e servem para a nota de 
frequência para ir aos exames. 
Os exames são realizados no final da cadeira disciplina ou modulo e 
decorrem durante as sessões presenciais. Os exames pesam no 
mínimo 75%, o que adicionado aos 25% da média de frequência, 
determinam a nota final com a qual o estudante conclui a cadeira. 
A nota de 10 (dez) valores é a nota mínima de conclusão da cadeira. 
Nesta cadeira o estudante deverá realizar pelo menos 2 (dois) 
trabalhos e 1 (um) (exame). 
Algumas actividadespráticas, relatórios e reflexões serão utilizados 
como ferramentas de avaliação formativa. 
 
1 Plágio - copiar ou assinar parcial ou totalmente uma obra literária, propriedade 
intelectual de outras pessoas, sem prévia autorização. 
 
ISCED CURSO: Administração pública: 2º Ano Disciplina/Módulo: Politicas Públicas 
 8 
 
Durante a realização das avaliações, os estudantes devem ter em 
consideração a apresentação, a coerência textual, o grau de 
cientificidade, a forma de conclusão dos assuntos, as 
recomendações, a identificação das referências bibliográficas 
utilizadas, o respeito pelos direitos do autor, entre outros. 
Os objectivos e critérios de avaliação constam do Regulamento de 
Avaliação. 
 
ISCED CURSO: Administração pública: 2º Ano Disciplina/Módulo: Politicas Públicas 
 9 
 
TEMA – I: CONSIDERAÇÕES GERAIS. 
 
Tema 1: Introdução e Evolução das Politicas Públicas. 
Introdução 
A disciplina de Politicas Públicas faz parte dos cursos ministrados 
pelo ISCED. Trata-se de uma disciplina necessária e importante 
porque dará a conhecer a origem e evolução das políticas públicas, 
sua evolução, percursores, análise das políticas públicas, elaboração 
e avaliação das mesmas. 
 As políticas públicas surge como uma forma de equacionar 
problemas económicos e sociais de maneira a promover o 
desenvolvimento do país. A importância do campo do conhecimento 
de políticas públicas surge com a questão econômica principalmente 
no que se às políticas restritivas de gastos, só mais tarde a área social 
entra na agenda do governo. O estudo das políticas públicas, ainda 
que recentes, surgiu nos Estados Unidos como uma área de 
conhecimento académico, com ênfase nas ações de governo, sem 
estabelecer relações com as bases teóricas sobre o papel do Estado. 
Já na Europa, os estudos e as pesquisas se concentravam mais na 
análise sobre o Estado e suas instituições do que na produção do 
governo, desta forma surge como um desdobramento dos trabalhos 
baseados em teorias explicativas sobre o papel do estado e do 
governo (Souza,2007). 
As últimas décadas registaram o ressurgimento da importância do 
campo de conhecimento denominado políticas públicas, assim como 
das instituições, regras e modelos que regem sua decisão, 
elaboração, implementação e avaliação. Esse ressurgimento deve-se, 
em grande parte, às restrições financeiras e políticas que estão sendo 
impostas aos governos, gerando demandas pela elaboração de 
políticas públicas eficientes e efectivas. Vários factores contribuíram 
para o crescimento da importância do campo da política pública, 
tanto nos países industrializados como nos em desenvolvimento 
como Moçambique. O primeiro factor foi a adopção de políticas 
restritivas de gasto (contenção de gastos), que passaram a dominar 
a agenda da maioria dos países, em especial os em desenvolvimento. 
A partir dessas políticas, o desenho e a execução de políticas 
públicas, tanto as económicas como as sociais, ganharam maior 
visibilidade. 
 
 
ISCED CURSO: Administração pública: 2º Ano Disciplina/Módulo: Politicas Públicas 
 10 
 
O segundo factor é que novas visões sobre o papel dos governos 
ganharam hegemonia e políticas keynesianas, que guiaram a política 
pública do pós-guerra, foram substituídas pela ênfase no ajuste 
fiscal. Assim, do ponto de vista da política pública, o ajuste fiscal 
implicou na adopção de orçamentos equilibrados entre receita e 
despesa e em restrições à intervenção do Estado na economia e nas 
políticas sociais. 
Essa preocupação passou a dominar as agendas dos países a partir 
dos anos 80, em especial em países com longas e recorrentes 
trajetórias inflacionárias, como os do continente Africano. O terceiro 
factor, mais directamente relacionado com países em 
desenvolvimento e de democracia recente ou recém 
democratizados, é que a maioria desses países, em especial os da 
Africa, ainda não conseguiu equacionar, minimamente, a questão de 
como desenhar políticas públicas capazes de impulsionar o 
desenvolvimento económico e de promover a inclusão social de 
grande parte de sua população. Respostas a esse desafio não são 
fáceis, nem claras ou consensuais. Elas dependem de muitos fatores 
externos e internos. No entanto, o desenho das políticas públicas e 
as regras que regem suas decisões, elaboração e implementação, 
também influenciam os resultados dos conflitos inerentes às 
decisões sobre política pública. 
Objectivos da Disciplina 
 
Ao completar esta unidade, você deverá ser capaz de: 
• Fornecer conceitos básicos sobre políticas, programas e 
políticas públicas existentes no nosso país; 
• Capacitar o aluno a ter uma visão ampla sobre as diversas 
políticas públicas existentes; 
• Dominar as técnicas de concepção, implementação, 
monitoramento e avaliação de Políticas Públicas; 
• Compreender a influência do contexto sócio-político e 
económico na gestão de Políticas Públicas; 
• Propiciar análises sobre processo decisório em políticas 
públicas; 
• Promover o debate sobre as reformas existentes políticas 
públicas em Moçambique; 
• Desenvolver uma capacidade crítica na análise das Políticas 
Públicas. 
 
ISCED CURSO: Administração pública: 2º Ano Disciplina/Módulo: Politicas Públicas 
 11 
 
 
 
 
 Unidade 1.1: Politicas Públicas 
Não existe uma única, nem melhor, definição sobre o que seja 
política pública. No entanto a expressão política pública engloba 
vários ramos do pensamento humano, sendo interdisciplinar, 
pois sua descrição e definição abrangem diversas áreas do 
conhecimento como as Ciências Sociais Aplicadas, a Ciência 
Politica, a Economia e a Ciência da Administração Pública, tendo 
como objectivo o estudo do problema central, ou seja, o processo 
decisório do governo (Bucci,2008). 
O primeiro passo para discutir política pública é compreender o 
conceito de “público”. As esferas que são rotuladas como 
publicas são aquelas que estão em oposição a outras que 
envolvem a ideia de privado. O público compreende aquele 
domínio da actividade da huamana que é considerado necessário 
para a intervenção governamental ou para a acção comum, ou 
seja no público não há exclusividade. Fazem referência a esse 
âmbito comum muitos termos utilizados com frequência, tais 
como como: interesse público; sector público; opinião pública; 
saúde pública entre outros. O conceito de política pública 
pressupõe que há uma área ou domínio da vida que não é privada 
ou somente individual, mas que existe em comum com os outros. 
Essa dimensão comum é denominada propriedade pública, não 
pertence a ninguém em particular e é controlada pelo governo 
para propósitos públicos. 
A localização ma esfera pública ‘e a condição de tornar-se objecto 
de politica pública. É nesse âmbito que as decisões são tomadas 
pelo público, para tratar de questões que afectam as pessoas em 
comunidades; todos os tipos de outras decisões são feitas em 
empresas, nas famílias e em outras organizações que não são da 
esfera pública. 
A administração pública surgiu como instrumento do Estado para 
defender os interesses públicos ao invés dos interesses privados. 
Existe uma acesa discussão entre varias correntes de 
pensamento há alguns que acham que o equilíbrio de mercado 
pode ser encontrado através da intersecção dos interesses dos 
privados e públicos, outros entendem que a administração 
pública é o meio racional de promover o interesse público. 
 O governo é o principal gestor dos recursos e quem garante a 
ordem e a segurança providas pelo estado. Assim, o governo é 
obrigado a atender e resolver os 
 
ISCED CURSO: Administração pública: 2º Ano Disciplina/Módulo: Politicas Públicas12 
 
problemas e levar adiante o processo de planeamento, 
elaboração, implementação e avaliação das políticas públicas que 
sejam necessárias ao cumprimento de modo coordenado e 
permanente dessa função que a sociedade lhe delega. 
Visto, desse modo, a função primordial do governo, politica 
pública pode ser entendida como o conjunto de princípios, 
critérios e linhas de acção que garantem e permitem a gestão do 
Estado na solução dos problemas nacionais. 
Também pode entender políticas públicas como acções 
empreendidas ou não pelos governos que deveriam estabelecer 
condições de equidade no convívio social, tendo por objectivo 
dar condições para que todos possam atingir uma melhoria da 
qualidade de vida compatível com a dignidade humana. 
 
Mead (1995) a define como um campo dentro do estudo da 
política que analisa o governo à luz de grandes questões públicas. 
Lynn (1980) a define como um conjunto específico de ações do 
governo que irão produzir efeitos específicos. Peters (1986) 
segue o mesmo veio: política pública é a soma das actividades 
dos governos, que agem diretamente ou através de delegação, e 
que influenciam a vida dos cidadãos. 
Dye (1984) sintetiza a definição de política pública como “o que 
o governo escolhe fazer ou não fazer”. 
A definição mais conhecida continua sendo a de Laswell, ou seja, 
decisões e análises sobre política pública implicam em responder 
às seguintes questões: quem ganha o quê, por que e que 
diferença 
faz. Outras definições enfatizam o papel da política pública na 
solução de problemas. 
Críticos dessas definições, que superestimam aspectos racionais 
e procedimentais das políticas públicas, argumentam que elas 
ignoram a essência da política pública, isto é, o embate em torno 
de idéias e interesses. Pode-se também acrescentar que, por 
concentrarem o foco no papel dos governos, essas definições 
deixam de lado o seu aspecto conflituoso e os limites que cercam 
as decisões dos governos. Deixam também de fora possibilidades 
de cooperação que podem ocorrer entre os governos e outras 
instituições e grupos sociais. 
 
Pode-se, então, dizer que a política pública é o campo do 
conhecimento que busca, ao mesmo tempo, "colocar o governo 
em ação" e/ou analisar essa ação (variável independente) e, 
quando necessário, propor mudanças no rumo ou curso dessas 
ações (variável dependente). Em outras palavras, o processo de 
formulação de política pública é aquele através do qual os 
governos traduzem seus propósitos em 
 
ISCED CURSO: Administração pública: 2º Ano Disciplina/Módulo: Politicas Públicas 
 13 
 
programas e ações, que produzirão resultados ou as mudanças 
desejadas no mundo real. 
No entanto, deve ficar claro que embora as acções do governo 
tenham por objectivo primoridial cumprir seu papel de gestor dos 
negócios do Estado e primeiramente atender ao conjunto da 
sociedade, sem discriminação de qualquer tipo, visando ao bem 
comum, as pessoas que integram a administração por prazo 
determinado tem seus próprios interesses particulares e 
procurarão atender durante o tempo que permanecerem como 
administradores da coisa publica, o que pode ou não coincidir 
com os fins do Estado é considerado esse aspecto que as politicas 
públicas devem compreender todas as acções dos governos, pois 
estas, de algum modo, procurarão se legitimar através de um 
discurso (e alguma prática) que considera a necessidade de 
atender os fins do Estado, pois é esta a expectativa que possui a 
sociedade. 
Existem várias definições das políticas como já referido 
anteriormente, mas todas tem aspectos comum tais como: 
✓ É feita em nome do “público”; 
✓ É geralmente feita ou iniciada pelo governo; 
✓ É interpretada e Implementada por atores públicos e 
privados; 
✓ É o que o governo pretende fazer; 
✓ É o que o Governo escolhe não fazer. 
 É importante compreender-se que o conceito de políticas públicas 
inclui tanto temas de governo, como do Estado. Estes últimos são, na 
realidade, politicas de mais de um governo, o que lhes confere uma 
particularidade politica. Também é possível considerar políticas de 
Estado aquelas que envolvem o conjunto dos poderes do Estado 
(executivo, legislativo e judiciário) em seu projecto e execução 
(Lahera, 2004). 
As políticas públicas são o resultado da actividade política, requerem 
várias acções estratégicas destinadas a implementar os objectivos 
desejados e, por isso, envolvem mais de uma decisão política. 
Discutir politicas públicas é importante para entender a maneira pela 
qual elas atingem a vida quotidiana, o que pode ser feito para melhor 
formata-las e quais as possibilidades de se aprimorar sua fiscalização. 
Um dado importante a ser considerado sobre as políticas públicas é 
o aspecto coercitivo oficializado que os cidadãos aceitam como 
legitimo. Por exemplo: os impostos devem ser pagos, os sinais de 
trânsito devem ser respeitados, as normas que regulam o 
funcionamento dos espaços públicos devem ser acatadas, etc, em 
caso contrario, aqueles que não o fizerem serão penalizados. 
 
ISCED CURSO: Administração pública: 2º Ano Disciplina/Módulo: Politicas Públicas 
 14 
 
Esse aspecto coercitivo das políticas públicas torna as organizações 
públicas diferentes das privadas. 
A discussão permanente das políticas públicas por parte dos cidadãos 
‘e importante porque o Estado, possui recursos limitados que devem 
ser utilizados para atender um número significativo d demandas da 
sociedade e que tendem a crescer. Deste modo, as funções estatais, 
para serem exercidas, necessitam de um mínimo de planeamento, 
coma adopção de critérios de racionalidade para que as metas e 
objectivos sejam alcançados de forma eficiente. 
Mendes et al (2010) afirmam que as políticas publicas variam de 
acordo com o grau de diversificação da economia, com a natureza do 
regime social, com a visão que os governantes têm do papel do 
Estado no conjunto da sociedade e com o nível de actuação dos 
diferentes grupos sociais, como partidos políticos, sindicatos, 
associações e outras formas de organização social. 
Actualmente, a discussão sobre as políticas públicas, assim como 
qualquer abordagem sobre administração pública, deve considerar 
três grandes tendências que ocorrem em escala planetária e que se 
inter-relacionam: a globalização da economia, a transformação do 
Estado e o processo de descentralização. 
Essas grandes tendências influenciam os programas nacionais de 
desenvolvimento, alteram o papel das instituições públicas, 
reorientam os processos de integração nacional, promovem o 
surgimento de novos atores políticos e fortalecem a territorialidade 
dos processos socioeconómicos. 
 
 Unidade 1. 2: Origem das Politicas Públicas 
Entender a origem e a ontologia de uma ciência ou área é importante 
para melhor compreender seus desdobramentos, sua trajectória e 
suas perspectivas. A política pública enquanto área de conhecimento 
e disciplina académica nasce nos Estados Unidos da América (EUA), 
rompendo ou pulando as etapas seguidas pela tradição europeia de 
estudos e pesquisas nessa área, que se concentravam, então, mais 
na análise sobre o Estado e suas instituições do que propriamente na 
produção dos governos. 
Assim, na Europa, a área de política pública vai surgir como um 
desdobramento dos trabalhos baseados em teorias explicativas 
sobre o Estado e sobre o papel de uma das mais importantes 
instituições do Estado, ou seja, o governo, produtor, por excelência, 
de políticas públicas. Nos EUA, ao 
 
ISCED CURSO: Administração pública: 2º Ano Disciplina/Módulo: Politicas Públicas 
 15 
 
contrário, a área surge no mundo académico sem estabelecer 
relações com as bases teóricas sobre o papel do Estado, passando 
directo para a ênfase nos estudos sobre a acção dos governos. A base 
da área nosEUA é a de que, em democracias estáveis, aquilo que o 
governo faz ou deixa de fazer é passível de ser a) formulado 
cientificamente e b) analisado por pesquisadores independentes. 
Assim, a trajetória da disciplina, que nasce no interior da ciência 
política, abre o terceiro grande caminho trilhado pela ciência política 
norte-americana no que se refere ao estudo do mundo público. O 
primeiro, seguindo a tradição de Madison, cético da natureza 
humana, focalizava o estudo das instituições, consideradas 
fundamentais para limitar a tirania e as paixões inerentes à natureza 
humana. O segundo caminho seguiu a tradição de Paine e 
Tocqueville, que via nas organizações locais a virtude cívica para 
promover o bom governo. O terceiro caminho aberto foi o das 
políticas públicas como um ramo da ciência política capaz de orientar 
os governos nas suas decisões e entender como e por que os 
governos optam por determinadas acções. 
Na área do governo propriamente dito, a introdução da política 
pública como ferramenta das decisões do governo é produto da 
Guerra Fria e da valorização da tecnocracia como forma de enfrentar 
suas consequências. Seu introdutor no governo dos EUA foi Robert 
McNamara, que estimulou a criação, em 1948, da RAND Corporation, 
organização não-governamental financiada por recursos públicos e 
considerada a precursora dos think tanks. O trabalho do grupo de 
matemáticos, cientistas políticos, analistas de sistema, engenheiros, 
sociólogos etc., influenciado pela teoria dos jogos de Neuman, 
buscava mostrar como uma guerra poderia ser conduzida como um 
jogo racional A proposta de aplicação de métodos científicos às 
formulações e decisões do governo sobre problemas públicos se 
expande depois para outras áreas da produção pública, inclusive para 
a área social. 
Unidade Temática 1: 3: Características das Politicas Públicas 
 
Objectivos 
específicos 
 
As políticas publicas constituem um meio de concretização dos 
direitos que estão consagrados nas leis de um país. Neste sentido a 
constituição não contem políticas públicas, mas direitos cuja 
efetivação se dá por meio de políticas públicas. Do mesmo modo 
devem ser consideradas as constituições e as leis orgânicas dos 
conselhos autárquicos, que apresentam disposições jurídicas onde 
estão codificados os direitos de todo tipo (humanos, sociais, 
ambientais, etc) e, não políticas públicas. Estas tem a função explícita 
de concretizar aqueles direitos junto à comunidade a que se referem: 
o país todo, os estados ou as comunidades locais. 
 
ISCED CURSO: Administração pública: 2º Ano Disciplina/Módulo: Politicas Públicas 
 16 
 
 Uma politica pública implica o estabelecimento de uma ou mais 
estratégias orientadas a solução de problemas públicos e/ou à 
obtenção de maiores níveis de bem-estar social. Resultam de 
processo de decisão surgido no seio do governo com participação da 
sociedade civil, onde são estabelecidos os meios, agentes e fins das 
acções a serem realizadas para que se atinjam os objectivos 
estabelecidos. 
Outro factor relevante é que não existe um modelo de política pública 
ideal ou correcta, pois elas são respostas contingentes à situação de 
uma cidade, região ou um país. Ou seja, oque pode funcionar em 
dado momento da história, em um determinado país, pode não dar 
certo em outro lugar, ou no mesmo lugar em um outro momento. Em 
alguns casos, certas características de sua implementação podem ser 
tao importantes quanto a orientação geral dessa política, como por 
exemplo, aspectos como a coerência com que se executou a política, 
qual o órgão encarregado de faze-lo, a forma como a política foi 
combinada (ou não) com outros objectivos de política e quão 
previsível seria o futuro da política (Bid, 2007). 
Uma das características importantes das políticas públicas é que se 
constituem de decisões e acções que estão revestidas da autoridade 
soberana do poder público. Para Rodrigues (2010) a questão é saber 
quem são os atores envolvidos na produção de políticas públicas? 
Quem tem poder para tomar as decisões? 
Para que uma politica de governo se converta em politica pública. É 
necessário que esta se baseie em programas concretos, critérios, 
linhas de acção e normas; planos, previsões orçamentárias, humanas 
e materiais; também podem ser incluídas as disposições 
constitucionais, as leis e os regulamentos, os decretos e resoluções 
administrativas, entre outras. 
Bid (2007) aponta certas características ou aspectos chaves que 
afectam a qualidade das políticas públicas: 
✓ Estabilidade: na medida em que as politicas são estáveis no 
tempo. Ter politicas estáveis não significa que não podem sofrer 
alterações, mas que as alterações tendem a responder a mudanças nas 
condições económicas ou ao fracasso de politicas anteriores, não à 
mudanças politicas. As mudanças devem ser gradativas, aproveitando as 
realizações de administrações anteriores e a ser alcançadas através de 
consenso. 
✓ Adaptabilidade: as politicas devem ser passiveis de adaptação e 
ajustes quando as circunstancias mudam (por exemplo condições 
económicas de um país) ou serem alteradas quando for evidente que 
elas não estão funcionando. 
 
ISCED CURSO: Administração pública: 2º Ano Disciplina/Módulo: Politicas Públicas 
 17 
 
✓ Coerência e coordenação: em que medida as políticas são 
compatíveis com outras políticas afins e resultam de acções bem 
coordenadas entre os atores que participam de sua formulação e 
implementação. A falta de coordenação com frequência reflecte a 
natureza não cooperativa das interações políticas. Pode ocorrer em 
diferentes órgãos ou entre agentes que operam em diferentes estágios 
do processo de formulação de políticas. A falta de comunicação 
adequada e cooperação podem levar a fragmentação da formulação de 
políticas, também conhecida de balcanização das políticas públicas. 
✓ Qualidade da Implementação e da aplicação efectiva: uma política pode ser 
muito bem projectada/ desenhada, passar pelo processo de aprovação sem 
alterações e, ainda assim, ser completamente ineficaz se não for bem 
implementada e aplicada. A qualidade da implementação está associada à 
capacitação do corpo técnico (ou burocracia). 
✓ Consideração do interesse público: refere-se ao grau em que as politicas 
produzidas por um dado sistema promovem o bem-estar- estar geral e se 
assemelham a bens públicos (isto é, consideram o interesse público) ou 
tendem a direcionar os benefícios privados para determinados indivíduos, 
facções ou regiões sob a forma de projectos com benefícios concentrados, 
subsídios ou brechas fiscais. 
✓ Eficiência: é um aspecto chave da boa formulação de políticas públicas, é a 
capacidade do Estado de alocar seus recursos escassos às actividade em que 
eles tenham os maiores retornos, em outras palavras, que assegure retornos 
sociais elevados. Este aspecto das políticas está, de certa forma, relacionado 
à consideração do interesse público, uma vez que, quando os formuladores 
de políticas de políticas favorecem indevidamente sectores específicos em 
detrimento do interesse público, estão se afastando da alocação de recursos 
mais eficiente. 
 
 
Sumário 
Percebeu-se que existem várias definições das políticas públicas mas 
todas se referem ao conjunto de acções levadas a cabo pelo governo 
com vista a satisfazer as necessidades dos cidadãos. A origem da 
disciplina políticas públicas é nos EUA, foram 4 influenciadores de 
campo de saber Harold Laswell, H. Simon, C. Lindblom e D. Easton, 
existem características que contribuem para a qualidade das políticas 
públicas. 
 
ISCED CURSO: Administração pública: 2º Ano Disciplina/Módulo: Politicas Públicas 
 18 
 
Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO 
Das Afirmações abaixo assinale as Verdadeiras com V e as Falsas com 
F. 
1. O governoé o principal gestor dos recursos e quem garante a 
ordem e a segurança providas pelo Estado. 
2. A área das políticas públicas contou com 5 influenciadores ou 
fundadores: Harold Laswell, H. Simon, C. Lindblom e D. 
Easton e Souza 
3. Um dos factores que contribuíu para o crescimento da 
importância do campo da política pública, tanto nos países 
industrializados como nos em desenvolvimento é adopção de 
políticas restritivas de gasto (contenção de gastos). 
4. A política pública enquanto área de conhecimento e disciplina 
académica nasce nos Estados Unidos da América 
5. A introdução da política pública como ferramenta das 
decisões do governo é produto da crise económica. 
6. Simon (1957) introduziu o conceito de racionalidade limitada 
dos decisores públicos (policy makers), argumentando, 
todavia, que a limitação da racionalidade poderia ser 
minimizada pelo conhecimento racional. 
7. Laswell (1936) contribuiu para a área ao defini-la como um 
sistema, ou seja, como uma relação entre formulação, 
resultados e o ambiente 
8. Easton (1965) introduz a expressão policy analysis (análise de 
política pública), ainda nos anos 30, como forma de conciliar 
conhecimento científico/acadêmico com a produção 
empírica dos governos e também como forma de estabelecer 
o diálogo entre cientistas sociais, grupos de interesse e 
governo. 
9. Adaptabilidade: na medida em que as politicas são estáveis 
no tempo. Ter politicas estáveis não significa que não podem 
sofrer alterações, mas que as alterações tendem a responder 
a mudanças nas condições económicas ou ao fracasso de 
politicas anteriores, não à mudanças politicas. As mudanças 
devem ser gradativas, aproveitando as realizações de 
administrações anteriores e a ser alcançadas através de 
consenso. 
10. Estabilidade: as politicas devem ser passiveis de adaptação e 
ajustes quando as circunstancias mudam (por exemplo 
condições económicas de um país) ou serem alteradas 
 
ISCED CURSO: Administração pública: 2º Ano Disciplina/Módulo: Politicas Públicas 
 19 
 
quando for evidente que elas não estão funcionando. 
Exercícios para AVALIAÇÃO 
1. Aponte os elementos chave na definição das políticas 
públicas 
2. Discuta as características das políticas públicas 
3. 4 Autores influenciaram o campo das políticas públicas. 
Elabore um quadro com o nome, ano e o contributo de cada 
autor. 
4. Olhando para o contexto nacional aponte 3 politicas publicas 
em curso 
5. Eficiência: é um aspecto chave da boa formulação de políticas 
públicas, é a capacidade do Estado de alocar seus recursos 
escassos às actividades em que eles tenham os maiores 
retornos. Discuta a afirmação 
 
Soluções de Questões de Auto Avaliação 
1.V 2.F 3.V 4.V 5.F 6.V 7.F 8.F 9.F 10.F 
Soluções de Questões de Avaliação 
1. Elementos chave na definição das políticas públicas: 
✓ É feita em nome do “público”; 
✓ É geralmente feita ou iniciada pelo governo; 
✓ É interpretada e Implementada por atores públicos e 
privados; 
✓ É o que o governo pretende fazer; 
✓ É o que o Governo escolhe não fazer 
2. Características das Politicas Públicas (ver Unidade 1:3) 
3. Definições das Politicas das Públicas (ver Unidade 1:1) 
4. Politica Nacional dos Recursos Hídricos; Politica Nacional de 
Meio Ambiente e Politica Nacional de Educação e Saúde. 
5. Eficiência: é um aspecto chave da boa formulação de políticas 
públicas, é a capacidade do Estado de alocar seus recursos 
escassos às actividades ou áreas em que eles tenham os 
maiores retornos, pois tendo em conta a limitação dos 
 
ISCED CURSO: Administração pública: 2º Ano Disciplina/Módulo: Politicas Públicas 
 20 
 
recursos há necessidade de serem aplicados onde haja maior 
retorno e evitar-se o desperdício. 
 
Tema 2: Diferença entre programas, políticas e políticas públicas 
 
Políticas públicas são conjuntos de programas, acções e actividades 
desenvolvidas pelo Estado directa ou indirectamente, com a 
participação de entes públicos ou privados, que visam assegurar 
determinado direito de cidadania, de forma difusa ou para 
determinado seguimento social, cultural, étnico ou económico. As 
políticas públicas correspondem a direitos assegurados 
constitucionalmente ou que se afirmam graças ao reconhecimento 
por parte da sociedade e/ou pelos poderes públicos enquanto novos 
direitos das pessoas, comunidades, coisas ou outros bens materiais 
ou imateriais. 
A educação e a saúde em Moçambique são direitos universais de 
todos os moçambicanos. Assim, para assegurá-los e promovê-los 
estão instituídas pela própria Constituição as políticas públicas de 
educação e saúde. 
 As políticas públicas normalmente estão constituídas por 
instrumentos de planeamento, execução, monitoramento e 
avaliação, encadeados de forma integrada e lógica, da seguinte 
forma: 
✓ Planos; 
✓ Programas; 
✓ Acções; 
✓ Actividades. 
Os planos estabelecem directrizes, prioridades e objectivos gerais a 
serem alcançados em períodos relativamente longos. Por exemplo, 
os planos decenais de educação tem o sentido de estabelecer 
objectivos e metas estratégicas a serem alcançados pelos governos e 
pela sociedade ao longo de dez anos. 
 Os programas estabelecem, por sua vez, objetivos gerais e 
específicos focados em determinado tema, público, conjunto 
institucional ou área geográfica. O Programa Nacional combate a 
SIDA é um exemplo temático e de público. 
Acções visam o alcance de determinado objetivo estabelecido pelo 
Programa, e a actividade, por sua vez, visa dar concretude à acção. 
 
Unidade 2.2: A distinção entre Política e Políticas Públicas 
 
 
 
ISCED CURSO: Administração pública: 2º Ano Disciplina/Módulo: Politicas Públicas 
 21 
 
 
Apesar da importante contribuição de Souza para a definição de 
políticas públicas, entende-se que o melhor termo que o define, por 
conta de seu carácter didático, é o desenvolvido por Azevedo (2003) 
a partir da articulação entre as compreensões de Dye (1984) e Lowi 
(1966). Neste exercício, Azevedo (2003, p. 38) definiu que “política 
pública é tudo o que um governo faz e deixa de fazer, com todos os 
impactos de suas ações e de suas omissões”. 
O primeiro destaque a se fazer com relação a essa definição dada por 
Azevedo é de que política pública é coisa para o governo. A sua 
definição é clara nesse sentido. Isso quer dizer que a sociedade civil, 
ou melhor, o povo, não é responsável direto e nem agente 
implementador de políticas públicas. No entanto, a sociedade civil, o 
povo, faz política. 
Percebe-se então que existe uma distinção entre política e política 
pública. Mas como definir a primeira expressão? O filósofo e 
historiador Michel Foucault (1979) afirmou que todas as pessoas 
fazem política, todos os dias, e até consigo mesmas! Isso seria 
possível na medida em que, diante de conflitos, as pessoas precisam 
decidir, sejam esses conflitos de caráter social ou pessoal, subjetivo. 
Socialmente, a política, ou seja, a decisão mediante o choque de 
interesses desenha as formas de organização dos grupos, sejam eles 
econômicos, étnicos, de gênero, culturais, religiosos, etc. A 
organização social é fundamental para que decisões coletivas sejam 
favoráveis aos interesses do grupo. 
Por fim, é importante dizer que os grupos de interesse, organizados 
socialmente, traçam estratégias políticas para pressionaram o 
governo a fim de que políticas públicas sejam tomadas em seu favor. 
 
 
 
Sumário 
Existe uma diferença entre políticas, politicas, programas e acções. 
As políticas publicas englobam programas, acções e actividades 
desenvolvidas pelo Estado directa ou indirectamente, com a 
participação de entes públicos ou privados, que visam assegurar 
determinado direito de cidadania, de forma difusa ou para 
determinado seguimento social, cultural, étnico ou económico. Osplanos estabelecem diretrizes, prioridades e objectivos gerais a 
serem alcançados em períodos 
 
ISCED CURSO: Administração pública: 2º Ano Disciplina/Módulo: Politicas Públicas 
 22 
 
relativamente longos. Por exemplo, os planos decenais de educação 
tem o sentido de estabelecer objectivos e metas estratégicas a serem 
alcançados pelos governos e pela sociedade ao longo de dez anos. 
 Os programas estabelecem, por sua vez, objetivos gerais e 
específicos focados em determinado tema, público, conjunto 
institucional ou área geográfica. 
 
Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO 
1. Falar de Politicas e de Politicas publicas é mesma coisa. 
2. Planos Os planos estabelecem directrizes, prioridades e 
objectivos gerais a serem alcançados em períodos 
relativamente longos 
3. O plano quinquenal do governo pode ser considerado uma 
fonte de política pública 
4. Os programas estabelecem, por sua vez, objetivos gerais e 
específicos focados em determinado tema, público, conjunto 
institucional ou área geográfica. 
5. Acções visam o alcance de determinado objetivo estabelecido 
pelo Programa, e a actividade, por sua vez, visa dar concretude à 
acção 
6. A organização social não é fundamental para que decisões 
coletivas sejam favoráveis aos interesses do grupo. 
7. As políticas públicas normalmente estão constituídas por 
instrumentos de planeamento, execução, monitoramento e 
avaliação. 
8. A educação e a saúde em Moçambique são direitos universais de 
todos os moçambicanos, isto pode ser considerado política 
pública. 
9. A política pública é concebida como o conjunto de acções 
desencadeadas pelo Estado - no caso moçambicano, nas 
escalas nacional, provincial e municipal 
10. As políticas públicas são de responsabilidade apenas do 
governo do dia 
 
 
 
ISCED CURSO: Administração pública: 2º Ano Disciplina/Módulo: Politicas Públicas 
 23 
 
Exercícios para AVALIAÇÃO 
1. Diferencie as políticas públicas das políticas e programas. 
2. Discuta os elementos constitutivos das Politicas públicas 
3. Porque é importante que os grupos de interesse, organizados 
socialmente, tracem estratégias políticas para pressionaram 
o governo a fim de que políticas públicas. 
4. O filósofo e historiador Michel Foucault (1979) afirmou que 
todas as pessoas fazem política, todos os dias, e até consigo 
mesmas. Argumente o posicionamento do autor. 
5. Associe o conceito da política e dos programas a aponte as 
falhas no contexto actual. 
 
 
Soluções de Questões de Auto Avaliação 
1.F 2.V 3.V 4.V 5.F 6.F 7.V 8.V 9.V 10.F 
 
Soluções de Questões de Avaliação 
1. Políticas públicas são conjuntos de programas, acções e 
actividades desenvolvidas pelo Estado directa ou 
indirectamente, com a participação de entes públicos ou 
privados, que visam assegurar determinado direito de 
cidadania, de forma difusa ou para determinado seguimento 
social, cultural, étnico ou económico, programas Os 
programas estabelecem, por sua vez, objetivos gerais e 
específicos focados em determinado tema, público, conjunto 
institucional ou área geográfica. 
2. Elementos constitutivos da política Planos; Programas; 
Acções; Actividades. 
3. é importante que os grupos de interesse, pressionam o 
governo a seguir com as politicas públicas por forma a atingir 
o bem estar da sociedade, e através destes o implementador 
ira saber como os programas estão a caminhar e corrigir caso 
haja desvio. 
4. Todas as pessoas fazem política, todos os dias, e até consigo 
mesmas, o ser humano por natureza é social e por ser social 
discute os problemas que assolam a sociedade com vista a ter 
soluções para os mesmos problemas, ninguém fica alheio aos 
problemas da sociedade. 
 
ISCED CURSO: Administração pública: 2º Ano Disciplina/Módulo: Politicas Públicas 
 24 
 
5. As maiores falhas que podem ser apontadas tem a ver com a 
forma com as mesmas são desenhadas, muitas das vezes de 
top para base e não contrario, outro problema consiste nas 
externalidades geradas pelas politicas publicas bem como a 
assimetria de informação 
 
Tema 3: Tipologias das Politicas Públicas 
Como se discutiu nas secções anteriores, as políticas públicas são 
acções governamentais dirigidas a resolver determinadas 
necessidades públicas. Existem diferentes modelos ou tipologias 
desenvolvidas para facilitar o entendimento sobre como e por que o 
governo faz ou deixa de fazer alguma acção que repercutirá na vida 
dos cidadãos. 
As políticas públicas podem ser de diferentes tipos, como: 
✓ Politica Social: Saúde, educação, habitação, segurança social 
✓ Politica Macroeconómica: Fiscal, monetária, cambial, 
industrial 
✓ Politica Administrativa: Democracia, descentralização, 
participação social 
✓ Política Especifica ou Sectorial: Meio Ambiente, Cultura, 
Agraria, direitos humanos, etc. 
No que se refere a natureza das políticas públicas, podem ser 
agrupadas de acordo com as arenas decisórias, finalidade e o 
alcance das acções. 
De acordo com a tipologia clássica de Theodore J. Lowi, também 
chamada de tipologia de Lowi ou teoria das arenas de pode, cada 
tipo de política publica define um tipo específico de relação 
politica, ou seja, uma arena. Nesse sentido, a política publica 
determina a política, em outras palavras, cada tipo de política 
pressupõe uma rede diferente de actores, bem como arenas, 
estruturas decisões e contextos institucionais diferentes. 
 
Unidade temática 3.1: Tipologias das Politicas Públicas 
Lowi (1964) aponta que, as arenas de poder ou decisórias podem 
ser divididas em quatro tipos (regulatórias, distributiva, 
redistributivas e constitutivas), de acordo com as coalizações ou 
oposição ao objecto da politica que esta em jogo. 
 
Políticas Distributivas, decisões tomadas pelo governo que 
desconsideram a questão dos recursos limitados, gerando 
 
ISCED CURSO: Administração pública: 2º Ano Disciplina/Módulo: Politicas Públicas 
 25 
 
impactos mais individuais do que universais, ao privilegiar certos 
grupos sociais ou regiões em detrimento do todo. Políticas 
públicas que favorecem o clientelismo e o patrimonialismo, por 
exemplo, seriam exemplos de políticas distributivas. As políticas 
distributivas são financiadas pelo conjunto da sociedade e os 
benefícios são distribuídos atendendo as necessidades 
individualizadas, ou seja, o governo distribui recursos a uns, sem 
que isso afecte outros grupos ou indivíduos. A ausência de 
desfavorecidos gera uma arena baseada na cooptação 
desenvolvendo numa arena menos conflituosa. Podem ser 
utilizadas para estimular sectores e actividades já existentes, 
como é o caso da concessão de subsídios, ou, ainda, isenções 
tarifárias, incentivos ou renúncias fiscais. Exemplo: “Um 
programa de crédito a baixo custo oferecido a pequenos 
empreendedores que queiram montar seu negócio [...] 
Problema: necessidade de geração de emprego e renda” (SECCHI, 
2012, p. 08). Podemos citar a gratuidade de taxas para certos 
usuários, incentivos fiscais, emendas parlamentares ao 
orçamento para a realização de obras públicas como outros 
exemplos de políticas distributivas. 
Políticas Regulatórias, que são mais visíveis ao público, 
envolvendo burocracia, políticos e grupos de interesse. Envolvem 
discriminação no atendimento das demandas de grupo 
distinguindo os beneficiados e prejudicados por essas políticas, 
estabelecendo controlo, regulamento e padrões de 
comportamento de certas actividades. Estabelece padrões de 
comportamento, serviço ou produto para atores públicos e 
privados” (SECCHI, 2012, p. 17). Exemplo: “Uma lei que obrigue 
os motociclistas a usar capacetes e roupa adequada [...] 
Problema: altos níveis de acidentes com motociclistas em centros 
urbanos” (SECCHI, 2012, p. 08). Além do códigode trânsito, 
podemos citar os assuntos relacionados ao aborto, eutanásia, 
proibição de fumo em locais fechados, regras para publicar certos 
produtos como políticas regulatórias. 
 
Política redistributiva: atinge um maior número de pessoas e 
podem ser entendidas como políticas sociais “universais”, como 
por exemplo, o sistema tributário, o sistema revidenciário, a 
reforma agrária. Exemplo: “A instituição de um novo imposto 
sobre grandes fortunas, que transfira renda de classes abastadas 
para um programa de distribuição de renda para famílias 
carentes [...] Problema: concentração de renda” (SECCHI, 2012, 
p. 08). 
Políticas constitutivas: lidam com procedimentos, definem 
competências, regras de disputa 
 
ISCED CURSO: Administração pública: 2º Ano Disciplina/Módulo: Politicas Públicas 
 26 
 
política e da elaboração de políticas públicas. “São chamadas 
meta-policies, porque se encontram acima dos outros três tipos 
de políticas e comumente moldam a dinâmica política nessas 
outras arenas” (SECCHI, 2012, p. 18 – grifo do autor). As regras 
de distribuição de competência entre os três poderes e do 
sistema político eleitoral, de relações intergovernamentais e da 
participação da sociedade civil nas decisões políticas são 
exemplo de políticas constitutivas como: “uma lei que obrigue 
partidos políticos a escolher seus candidatos em processos 
internos de seleção e posteriormente apresentar listas fechadas 
aos eleitores [...] Problema: debilidade dos partidos políticos 
moçambicanos, infidelidade partidária por parte dos políticos” 
(SECCHI, 2012, p. 08). 
De uma forma geral pode se resumir as tipologias das políticas 
públicas na figura 1: 
 
 
 
Sumário 
Desenvolvendo a leitura de Lowi (1966), Azevedo (2003) apontou a 
existência de três tipos de políticas públicas: as redistributivas, as 
distributivas e as regulatórias. As políticas públicas redistributivas 
consistem em redistribuição de “renda na forma de recursos e/ou de 
financiamento de equipamentos e serviços públicos” (Azevedo, 
2003, p. 38). Do ponto de vista da justiça social o seu financiamento 
deveria ser feito pelos estratos sociais de maior poder aquisitivo, de 
modo que se pudesse ocorrer, portanto, a redução das 
desigualdades sociais. No entanto, por conta do poder de 
organização e pressão desses estratos 
 
ISCED CURSO: Administração pública: 2º Ano Disciplina/Módulo: Politicas Públicas 
 27 
 
sociais, o financiamento dessas políticas acaba sendo feito pelo 
orçamento geral do ente estatal (união, estado federado ou 
município). 
As políticas públicas distributivas implicam nas ações cotidianas que 
todo e qualquer governo precisa fazer. Elas dizem respeito à oferta 
de equipamentos e serviços públicos, mas sempre feita de forma 
pontual ou setorial, de acordo com a demanda social ou a pressão 
dos grupos de interesse. São exemplos de políticas públicas 
distributivas as podas de árvores, os reparos em uma creche, a 
implementação de um projeto de educação ambiental ou a limpeza 
de um córrego, dentre outros. O seu financiamento é feito pela 
sociedade como um todo através do orçamento geral de um estado. 
Por último, há as políticas públicas regulatórias. Elas consistem na 
elaboração das leis que autorizarão os governos a fazerem ou não 
determinada política pública redistributiva ou distributiva. Se estas 
duas implicam no campo de ação do poder executivo, a política 
pública regulatória é, essencialmente, campo de ação do poder 
legislativo. 
 
Exercícios de AUTO-AVALIAÇÃO 
1.As políticas públicas podem ser de diferentes tipos, como: política 
social, macroeconómica, política administrativa e política específica 
ou sectorial. 
2. Politica Social: Saúde, educação, habitação, segurança social 
3.Politica Macroeconómica: Fiscal, monetária, cambial, industrial 
4.Politica Administrativa: Democracia, descentralização, participação 
social 
5. Política Especifica ou Sectorial: Meio Ambiente, Cultura, Agraria, 
direitos humanos. 
6. No que se refere a natureza das políticas públicas, podem ser 
agrupadas de acordo com as arenas decisórias, finalidade e o alcance 
das acções. 
7. As políticas distributivas são financiadas pelo conjunto da 
sociedade e os benefícios são distribuídos atendendo as 
necessidades 
Individualizadas, ou seja, o governo distribui recursos a uns, 
afectando outros grupos ou indivíduos. 
 
ISCED CURSO: Administração pública: 2º Ano Disciplina/Módulo: Politicas Públicas 
 28 
 
8. Políticas constitutivas: lidam com procedimentos, definem 
competências, regras de disputa política e da elaboração de políticas 
públicas. 
9. Política redistributiva: atinge um maior número de pessoas e 
podem ser entendidas como políticas sociais “particularizadas. 
10. Um dos problemas apontado na política constitutiva é debilidade 
dos partidos políticos moçambicanos, infidelidade partidária por 
parte dos políticos. 
 
Exercícios de AVALIAÇÃO 
1. Lowi (1964) aponta que, as arenas de poder ou decisórias 
podem ser divididas em quatro tipos. Quais são? 
2. Uma das políticas apontadas por Lowi é a distribuitiva. 
Aponte os problemas desta política 
3. Diferencie com exemplos concretos as políticas regulatórias e 
constitutivas 
4. A política publica determina a política, em outras palavras, 
cada tipo de política pressupõe uma rede diferente de atores, 
bem como arenas, estruturas decisões e contextos 
institucionais diferentes. Comente a afirmação 
5. Nas 4 políticas públicas estudadas discuta a coercividade de 
cada. 
 
 
Soluções de Questões de Auto Avaliação 
1.V 2.V 3.V 4.V 5.V 6.V 7.F 8.V 9.F 10.V 
Soluções de Questões de Avaliação 
1. Lowi (1964) aponta que, as arenas de poder ou decisórias 
podem ser divididas em quatro tipos: regulatórias, 
distributiva, redistributivas e constitutivas. 
2. Ver Unidade temática 3.1 
3. Política redistributiva: atinge um maior número de pessoas e 
podem ser entendidas como políticas sociais “universais”, 
como por exemplo, o sistema 
 
ISCED CURSO: Administração pública: 2º Ano Disciplina/Módulo: Politicas Públicas 
 29 
 
tributário, o sistema revidenciário, a reforma agrária. 
Exemplo: “A instituição de um novo imposto sobre grandes 
fortunas, que transfira renda de classes abastadas para um 
programa de distribuição de renda para famílias carentes e 
Políticas constitutivas: lidam com procedimentos, definem 
competências, regras de disputa política e da elaboração de 
políticas públicas. “São chamadas meta-policies, porque se 
encontram acima dos outros três tipos de políticas e 
comumente moldam a dinâmica política nessas outras 
arenas”. As regras de distribuição de competência entre os 
três poderes e do sistema político eleitoral, de relações 
intergovernamentais e da participação da sociedade civil nas 
decisões políticas são exemplo de políticas constitutivas 
como: “uma lei que obrigue partidos políticos a escolher seus 
candidatos em processos internos de seleção e 
posteriormente apresentar listas fechadas aos eleitores. 
4. Ver unidade 3.1 em caso de dúvidas 
5. Ver a figura 1 na unidade 3.1 
Tema 4: Estado, Sociedade Civil e Políticas Públicas 
É importante frisar, inicialmente, que a política pública não se 
refere apenas às questões que envolvem a sua formulação, ou 
seja, a partir dos desdobramentos da aplicação dos recursos, dos 
seus aspectos jurídicos, da legitimidade ou apenas como 
atributo do Estado. Mas deve-se debater também a sua 
historicidade, o surgimento das ideias e dos actores envolvidos. 
 
Unidade temática: 4.1: Relação entre Estado, Sociedade Civil e 
Politicas Públicas 
Afinal, é da relação entre atores, como o Estado, classes sociais 
e a sociedade civil, como explica Boneti (2007), que surgemos 
agentes capazes de definir a política pública. Além disso, como 
bem observa Dias e Matos (2012), uma cooperação entre os 
atores envolvidos, de forma participativa e dialógica é essencial 
no processo de implementação de uma dada política pública. 
Essa relação entre Estado, classes sociais e a sociedade civil se 
deu, segundo Battini e Costa (2007), a partir do século XX. Nesse 
período, conforme os autores, o Estado deixou de ser 
entendido apenas como instrumento de dominação capitalista e 
passou a ser visto como o resultado da organização política de 
uma sociedade de classes e seus conflitos de interesses. 
 
ISCED CURSO: Administração pública: 2º Ano Disciplina/Módulo: Politicas Públicas 
 30 
 
Nesta área, entram as políticas públicas, marcadas por esses 
conflitos e disputas de interesses, onde se materializam o poder 
do Estado, paralelo ao pacto político firmado na sociedade 
(Battini & Costa, 2007). 
As políticas públicas são, assim, instrumentos para efectivar os 
direitos do cidadão, intermediando o pacto entre o Estado e a 
sociedade. Não há, entretanto, certeza de que os direitos sociais 
sejam efetivados, pois tudo irá depender da maior ou menor 
representatividade que cada segmento representado possui. 
Adicionalmente, como ressalta Boneti (2007), a definição das 
políticas públicas também é determinada pelos interesses das 
elites globais, a exemplo do Fundo Monetário Internacional e da 
Organização Mundial do Comércio. Esses órgãos interferem na 
elaboração das políticas públicas dos países periféricos, 
prevalecendo-se do poder econômico, por meio de 
empréstimos, fazendo os adoptar modelos homogêneos de 
desenvolvimento econômico e social no atendimento aos 
interesses da elite. As elites, portanto, se utilizam de diferentes 
estratégias para ganhar poderes e, assim, interferirem no 
caráter e na operacionalização das políticas públicas. A própria 
ideia de centro e periferia reforça o caráter de verdade assumido 
pelo setor economicamente dominante. Logo, tem-se o centro 
com mais condições quanto aos aspectos tecnológicos e de 
desenvolvimento social, impondo um modelo elitizado como 
padrão de vida e da verdade, sendo, tal concepção, incorporada 
pelos setores pobres no sentido de tentar atingir o mesmo 
modelo. O modelo referencial para igualar as diferenças, 
adotado pela estrutura de poder atual, é a tecnologia, conforme 
Boneti (2007). Ou seja, o que passa a prevalecer é a regra da 
competência tecnológica, com vistas à adoção de políticas 
públicas de inovação tecnológica, como sendo as de maior 
impacto social, o que vem a beneficiar uns segmentos em 
detrimento de outros. A partir dessas regras - regras de exclusão 
-, selecionam-se certas questões da agenda política, que passam 
a receber mais atenção em detrimento da omissão de outras. 
 
O progresso tecnológico começa, então, a ser utilizado como 
referencial de desenvolvimento e um factor ideológico da 
concepção de que esse seria o caminho para o bem estar social. 
Entretanto, as políticas de desenvolvimento tecnológico focam 
o benefício de segmentos sociais que dispõem de recursos 
econômicos e tecnológicos, o que deixa outros fora da agenda 
política. O problema gerado por esse modelo padronizado pelas 
elites refere-se à questão da igualdade, o que, na concepção de 
Boneti (2007), não se estabelece pela maioria, mas toma por 
 
ISCED CURSO: Administração pública: 2º Ano Disciplina/Módulo: Politicas Públicas 
 31 
 
base o padrão imposto pela classe dominante da sociedade 
capitalista e gera desigualdade. 
 Observa-se, assim, que representantes da sociedade civil 
organizada, como ONGs e movimentos sociais, assumem papel 
fundamental no sentido de impedir que as práticas sociais 
impostas pelas classes dominantes em conflito com os interesses 
da sociedade não se conformem por meio das políticas públicas. 
Ademais, os atores locais são importantes no processo de 
elaboração e operacionalização das políticas públicas para que 
não sejam executadas apenas em função do interesse de grupos 
dominantes. 
 Ressalta-se que, durante o ciclo da política pública, ocorre o 
envolvimento de diferentes pessoas e instituições, cada qual 
inserindo um pouco de seus interesses particulares quando da 
implementação da política. Portanto, a política pública, desde 
sua elaboração até a sua operacionalização, segue um ciclo 
inerte num contexto social, onde há conflitos e necessidades a 
serem harmonizadas. O que, segundo a abordagem de Boneti 
(2007), é o resultado da dinâmica de jogo de forças que se dá no 
âmbito das relações de poder, com a participação de grupos 
políticos, econômicos, classes sociais e demais organizações da 
sociedade civil. Levando-se em consideração esses aspectos, 
entender as visões que modelam as relações entre Estado e 
sociedade, torna-se mais uma etapa essencial à análise de uma 
política pública. Portanto, abordaremos, a seguir, as visões 
pluralista, marxista, elitista e corporativista. 
 
Unidade 4. 2: Estado 
4.1 Visões do Estado 
Ham e Hill (1993) apontam quatro corpos teóricos que buscam 
explicar as influências do Estado e dos factores sociais no 
desenvolvimento de políticas públicas: são as visões pluralista, 
marxista, elitista e corporativista. 
A teoria pluralista, segundo Dahl (1961), citado por Ham e Hill 
(1993, p. 47), "aponta que as fontes de poder estão distribuídas 
de forma desigual, mas de forma ampla entre indivíduos e 
grupos, dentro da sociedade". Logo, para essa teoria, nenhum 
indivíduo ou grupo é destituído de poder, mas sua entrada na 
agenda política dependerá de seus recursos e dos seus grupos 
de pressão. Aliás, a representação das ideias por meio de grupos 
de pressão, segundo Ham e Hill (1993), pode mostrar-se como 
umas das faces da democracia e desempenhar o papel de 
representação de interesses específicos. 
 
ISCED CURSO: Administração pública: 2º Ano Disciplina/Módulo: Politicas Públicas 
 32 
 
Esse ponto de vista, no contexto britânico, foi relatado por 
Richardson e Jordan (1979 apud Ham & Hill, 1993) que afirmam 
que, na Inglaterra, determinadas políticas públicas entram na 
agenda por influências de grupos de pressão que negociam com 
as agências do governo. Nos Estados Unidos, como explicam 
Ham e Hill (1993), esses grupos também são vistos como centrais 
na teoria pluralista. Além disso, acrescentam os autores, no 
Estado de bem-estar, de forma similar, o governo passou a 
consultar e negociar com grupos organizados (de pressão) no 
intuito de obter apoio e voto. 
 
 
Quanto à teoria elitista, contrapõe-se à pluralista e, no Estado 
moderno, explicam Ham e Hill (1993), está ligada à centralização 
de poder nas mãos de uma elite política (burocratas, militares, 
aristocratas e empresários). Dessa forma, na visão de Mosca 
(1939 apud Ham & Hill, 1993, p. 50-51), existe. 
[...] uma classe que governa e outra que é 
governada. A primeira classe, sempre a 
menos 
numerosa, executa todas as funções 
políticas, monopoliza o poder e goza das 
vantagens 
que o poder traz, enquanto a segunda, a 
classe mais numerosa, é dirigida e 
controlada pela primeira de uma forma que é 
ora mais ou menos legal, ora mais ou menos 
arbitrária e violenta. 
Não obstante as instituições serem geridas por grupos 
minoritários, é possível a compatibilidade desse modelo com a 
democracia pluralista. Isto porque, segundo Ham e Hill (1993), a 
competição entre líderes de partidos políticos e elites de grupos 
de pressão, durante as eleições, representaria a forma sob a qual 
a democracia funcionaria no Estado moderno. 
Já na visão marxista, o Estado representa o meio para a domínio 
do poder de determinada classe, notadamente a burguesa. Ou 
seja, o Estado serve de instrumento para realização dos 
interesses dessa classe. Miliband (1969 apud

Outros materiais