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Estatuto da Pessoa com deficiência

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O artigo 1º do Estatuto destaca a finalidade da norma, que é assegurar e promover, em condições de igualdade, o exercício dos direitos e das liberdades fundamentais por pessoa com deficiência, visando à
sua inclusão social e cidadania, concretizando a igualdade material
	pessoa com deficiência é aquela que tem impedimento de longo prazo de natureza física mental, intelectual ou sensorial, o qual, em interação com uma ou mais barreiras, pode obstruir sua participação plena e efetiva na sociedade em igualdade de condições com as demais pessoas
	para a identificação da deficiência, são criados mecanismos de avaliação, a serem realizados por equipe multiprofissional e interdisciplinar que leva em consideração os incisos do §1º os seguintes elementos: os impedimentos nas funções e nas estruturas do corpo; os fatores socioambientais, psicológicos e pessoais; a limitação no desempenho da atividade; e a restrição de participação
	A avaliação biopsicossocial é aquela que considera aspectos sociais que circundam o deficiente, além, por óbvio, de dados médicos capazes de demonstrar sua incapacidade (a avaliação é sempre biopsicossocial).
	Portanto, a avaliação da deficiência considera: impedimentos nas funções e estruturas do corpo; fatores socioambientais, psicológicos e pessoais; limitações para o desempenho de certas atividades; e restrições de participação.
 	conceito de barreira, que é qualquer entrave, obstáculo, atitude ou comportamento que limite ou impeça a participação social da pessoa, bem como o gozo, a fruição e o exercício de seus direitos à acessibilidade, à liberdade de movimento e de expressão, à comunicação, ao acesso à informação, à compreensão, à circulação com segurança, entre outros 
	tipos de barreiras: 
a) Urbanísticas: vias e espaços (públicos e privados abertos ao público ou de uso coletivo)
b) Arquitetônicas: edifícios públicos e privados
c) Nos transportes: sistemas e meios de transportes
d) Nas comunicações e informação: obstáculo, atitude ou comportamento nos sistemas de comunicação e de tecnologia da informação
e) Atitudinais: atitudes ou comportamentos
f) Tecnológicas: dificuldades que tornem difícil ou impeçam o acesso às tecnologias
acessibilidade é a possibilidade e condição de alcance para utilização, com segurança e autonomia, de espaços, mobiliários, equipamentos urbanos, edificações, transportes, informação e comunicação, inclusive seus sistemas e tecnologias, bem como de outros serviços e instalações abertos ao público, de uso público ou privados de uso coletivo, tanto na zona urbana como na rural, por pessoa com deficiência ou com mobilidade reduzida (todo e qualquer instrumento que seja capaz de viabilizar a inclusão da pessoa com deficiência em igualdade de condições com as demais pessoas)
desenho universal é a concepção de produtos, ambientes, programas e serviços a serem usados por todas as pessoas, sem necessidade de adaptação ou de projeto específico, incluindo os recursos de tecnologia assistiva
produtos, ambientes, programas e serviços, se construídos de forma que possam ser usados por todas as pessoas, são projetados segundo um desenho universal
tecnologia assistiva é a mesma coisa que ajuda técnica. Produtos, equipamentos, dispositivos, recursos, metodologias, estratégias, práticas e serviços que objetivem promover a funcionalidade, relacionada à atividade e à participação da pessoa com deficiência ou com mobilidade reduzida, visando à sua autonomia, independência, qualidade de vida e inclusão social
adaptações razoáveis são adaptações, modificações e ajustes necessários e adequados que não acarretem ônus desproporcional e indevido, quando requeridos em cada caso, a fim de assegurar que a pessoa com deficiência possa gozar ou exercer, em igualdade de condições e oportunidades com as demais pessoas, todos os direitos e liberdades fundamentais
pessoa com mobilidade reduzida é aquela que tenha, por qualquer motivo, dificuldade de movimentação, permanente ou temporária, gerando redução efetiva da mobilidade, da flexibilidade, da coordenação motora ou da percepção, incluindo idoso, gestante, lactante, pessoa com criança de colo e obeso 
portanto, pessoas com mobilidade reduzida são: idosos, gestantes, lactantes, pessoas com criança de colo e obesos. Porém, as regras no estatuto se aplicam às pessoas com deficiências, para pessoas com mobilidade reduzida, vai ser aplicado se houver previsão legal
acompanhante acompanha a pessoa com deficiência, desempenhando ou não a função de atendente pessoal. Atendente pessoal é a pessoa, membro ou não da família, que auxilia o deficiente mediante pagamento ou por iniciativa própria sem exigir remuneração, e que não pode possuir profissão legalmente estabelecida (exceto as que possuem regras específicas para disciplinar as atribuições e a forma de atuação, não se submetendo às regras do EPD em relação ao desenvolvimento da atividade profissional
ACESSIBILIDADE: envolve a criação de produtos, de ambientes, de programas e de serviços acessíveis a todos.
DESENHO UNIVERSAL: constitui a criação de produtos, de equipamentos etc. com a finalidade de atender às pessoas com deficiências. 
TECNOLOGIA ASSISTIVA (ou ajuda técnica): são entraves existentes na sociedade que limitam ou impedem o acesso a todas as pessoas em igualdade de condições. 
BARREIRAS: constitui ajuste necessário e adequado que não acarrete ônus desproporcional e indevido. 
ADAPTAÇÃO RAZOÁVEL: pessoa que tenha dificuldade de movimentação (permanente ou temporária), incluindo o idoso, a gestante, a lactante, a pessoa com criança de colo e o obeso 
PESSOA COM MOBILIDADE REDUZIDA: é quem está com a pessoa com deficiência, podendo ser, ou não, o atendente pessoal. 
ACOMPANHANTE: Pessoa que presta auxílio à pessoa com deficiência, de forma temporária ou permanente, remunerada ou não, mas não pode ser aquele que exerce profissão regulamentada 
discriminação é toda forma de distinção, restrição ou exclusão, por ação ou omissão, que tenha o propósito ou o efeito de prejudicar, impedir ou anular o reconhecimento ou o exercício dos direitos e das liberdades fundamentais de pessoa com deficiência, incluindo a recusa de adaptações razoáveis e de fornecimento de tecnologias assistivas 
Em que pese todas as condições favoráveis que possam ser criadas pelo Estado a fim de promover os direitos das pessoas com deficiência, esses benefícios não são obrigatórios e podem ser recursados pela pessoa com deficiência. Exemplo: pessoa com deficiência pode optar por concorrer às vagas de concorrência ampla em concurso para o qual haja previsão de reserva de vagas para pessoas com deficiência. 
Segundo o art. 5º e seu princípio da proteção: a pessoa com deficiência deve ser protegida de toda forma de negligência, discriminação, exploração, violência, tortura, crueldade, opressão e tratamento desumano ou degradante (dando ênfase ressaltando que crianças, adolescentes, mulheres e idosos com deficiência são especialmente vulneráveis)
deficiência não afeta a plena capacidade civil da pessoa com deficiência, ou seja, a pessoa ainda pode realizar diversos atos normalmente sem impedimento como casar e constituir união estável, ou exercer seus direitos sexuais e reprodutivos, entre outros.
No art. 84 do estatuto, está dito que a pessoa com deficiência tem assegurado o direito ao exercício de sua capacidade legal em igualdade de condições com as demais pessoas
a pessoa com deficiência não é mais rotulada como incapaz, buscando promover a igualdade substancial e a não discriminação contra pessoas com deficiência como responsabilidade do Estado, da sociedade e da família
é dever de todos comunicar as autoridades competentes sobre violações de direitos. Efetivar os direitos das pessoas com deficiência com prioridade é dever do Estado, da sociedade e da família 
o atendimento prioritário que é de direito das pcd deve ser feito em: prestação de socorro, atendimento em instituições e serviços públicos, disponibilização de recursos, disponibilização de pontos de parada, acesso a informações e disponibilizaçãode recursos de comunicação, restituição de imposto de renda e tramitação processual
Além disso, o deficiente que contar com acompanhante pessoal ou com atendente pessoal terá direito ao atendimento prioritário em relação a praticamente todos os incisos do art. acima. Não se estende o da prioridade para restituição do imposto de renda e para tramitação preferencial de processos. 
Porém, esse atendimento prioritário pode não necessariamente ser realizado em alguns casos, como serviços de emergência, particulares e privados onde a prioridade é condicionada aos protocolos de atendimento médico 
segundo o EPD, os direitos fundamentais das PCD são: direito à vida, à habilitação e à reabilitação; direito à saúde; direito à educação; direito à moradia; direito ao trabalho; direito à assistência social; direito à previdência social; direito à cultura, ao esporte, ao turismo e ao lazer e; direito ao transporte e à mobilidade
esses direitos fundamentais podem ser compreendidos em dupla dimensão, uma negativa, correspondente ao direito de defesa, e uma positiva, referente à garantia de bens e utilidades para uma vida minimamente digna
segundo o EPD, não é possível obrigar a pessoa com deficiência a se submeter à internação clínica ou cirurgica, a tratamento ou institucionalização forçada, sempre será necessário seu consentimento.
Sobre realização de tratamento, procedimento, hospitalização e pesquisa científica: para a realização desses atos é necessário o consentimento prévio, livre e esclarecido da PCD
Quando falamos em habilitação, pressupomos a existência de uma deficiência e, em decorrência disso, uma série de ações com vistas à superação da deficiência apresentada. Quando falamos em reabilitação, pressupomos a inexistência de qualquer limitação, porém, em decorrência de fatos supervenientes, temos o desenvolvimento de alguma deficiência e, em razão disso, deve ser superada por intermédio de políticas de reabilitação 
Esse processo tem por objetivo propiciar uma vida em condições de igualdade em relação às demais pessoas através do desenvolvimento de potencialidades, talentos, habilidades e aptidões da pessoa com deficiência e que contribuam para a conquista da sua autonomia e da sua participação social em igualdade de condições e oportunidades com as demais pessoas 
O art. 15 possui diretrizes com a função de potencializar esses objetivos, são elas: diagnóstico e intervenção precoces; adoção de medidas para compensar perda ou limitação funcional, buscando o desenvolvimento de aptidões; atuação permanente, integrada e articulada de políticas públicas que possibilitem a plena participação social da pessoa com deficiência; oferta de rede de serviços articulados, com atuação intersetorial, nos diferentes níveis de complexidade, para atender às necessidades específicas da pessoa com deficiência; e prestação de serviços próximo ao domicílio da pessoa com deficiência, inclusive na zona rural, respeitadas a organização das Redes de Atenção à Saúde (RAS) nos territórios locais e as normas do Sistema Único de Saúde (SUS) 
Em resumo, as diretrizes são: diagnóstico e intervenção precoces; adoção de medidas compensatórias para o desenvolvimento de aptidões; desenvolvimento de políticas públicas; e oferta de serviços públicos específicos, próximos do domicílio do deficiente.
Para que isso ocorra, as pessoas com deficiência devem ser garantidos serviços específicos, instrumentos de acessibilidade, tecnologia assistiva e capacitação continuada dos profissionais
Direito à saúde:
	diagnóstico e intervenção precoces; 
	adoção de medidas para compensar perda ou limitação funcional, buscando o desenvolvimento de aptidões; 
	atuação permanente, integrada e articulada de políticas públicas que possibilitem a plena participação social da pessoa com deficiência; 
	oferta de rede de serviços articulados, com atuação intersetorial, nos diferentes níveis de complexidade, para atender às necessidades específicas da pessoa com deficiência; 
	e prestação de serviços próximo ao domicílio da pessoa com deficiência, inclusive na zona rural, respeitadas a organização das Redes de Atenção à Saúde (RAS) nos territórios locais e as normas do Sistema Único de Saúde (SUS) 
É dever do Estado, da família, da comunidade escolar e da sociedade assegurar a educação em todos os níveis às pessoas com deficiência 
O artigo 30 traz regras sobre os processos seletivos de ingresso e sobre a permanência das pessoas com deficiência nos cursos oferecidos pelas instituições de ensino superior e de educação profissional e tecnológica, públicas e privadas. Os instrumentos inclusivos são: o atendimento preferencial à pessoa com deficiência; disponibilização de formulário de inscrição de exames com campos específicos para que a pessoa com deficiência indique tecnologia assistiva necessário para a sua participação; disponibilização de provas em formato acessível; disponibilização de recursos de acessibilidade e de tecnologia assistiva adequados; dilação de tempo; critérios de avaliação que considerem a singularidade linguística da pessoa com deficiência; e tradução completa do edital e suas retificações em Libras 
O direito à moradia abrange o conjunto de direitos que envolve a moradia em condições adequadas. Assim, a moradia não envolve apenas o direito à habitação, mas à higiene e ao conforto, qualidades que preservam a intimidade e a privacidade das pessoas 
O exercício do direito ao trabalho é fundamental para a autonomia e para a liberdade da pessoa com deficiência. Além da proteção constitucional, assegurada a todos, o Estatuto traz algumas especificidades 
O trabalho é livre e, portanto, a condição de pessoa com deficiência não pode, de forma alguma, obstar o exercício desse direito. Para tanto, os locais de trabalho devem ser acessíveis de modo a proporcionar a igualdade de condições para o exercício das atividades laborais 
A pessoa com deficiência no mercado de trabalho, não deve ser obstruída ou ter seu acesso dificultado a cursos, treinamentos, educação continuada, planos de carreira, promoções, bonificações e incentivos profissionais, além de ter garantia de salário equitativo em relação aos demais trabalhadores da mesma empresa. Também tem que possuir a garantia do acesso ao seu trabalhos, juntamente com a garantia de que participará em cursos de formação e capacitação 
Direito ao trabalho (regras gerais):
	PRINCÍPIOS: liberdade de escolha e aceitação, ambiente acessível e igualdade de oportunidades. 
	É vedada a restrição ao trabalho da pessoa com deficiência na admissão e ao longo da prestação dos serviços prestados de forma subordinada. 
	A pessoa com deficiência terá direito, em igualdade, de progredir dentro da carreira. 
	Garantia do salário equitativo. 
	Garantia de acessibilidade no emprego 
	É garantida a participação da pessoa com deficiência em cursos de formação e de capacitação. 
Com relação ao mercado de trabalho, a habilitação e a reabilitação das PCD se resumem em: tornar a pessoa hábil para o mercado de trabalho e restituir a capacidade para o mercado de trabalho, respectivamente.
Habilitação e reabilitação:
	O Poder Público deve criar serviços e programas para a habilitação e a reabilitação de pessoas com deficiência para o mercado de trabalho. 
	Necessário respeitar a livre escolha, a vocação e os interesses da pessoa com deficiência. 
	Equipe multidisciplinar indicará programas de habilitação e reabilitação para restaurar a capacidade para o mercado de trabalho. 
	Previsão de recursos específicos e de ambientes acessíveis e inclusivos para a habilitação/reabilitação. 
	Possibilidade de contrato de tempo parcial para avaliar a habilitação ou a reabilitação. 
Inclusão é a eliminação das barreiras que impedem o exercício dos direitos trabalhistas por todas as pessoas em condições de igualdade, o que ocorre através das regras de acessibilidade, do fornecimento de recursos de tecnologia assistiva e da adaptação razoável no ambiente de trabalho. Que é diferente da habilitação e reabilitação profissional, que buscaproporcionar gozo do direito ao trabalho àquele que não consegue exercê-lo
Os objetivos da assistência social em relação às pessoas com deficiência de acordo com o estatuto são:
	Segurança de renda,
	Da acolhida, 
	Da habilitação e da reabilitação,
	Do desenvolvimento da autonomia,
	E da convivência familiar e comunitária, para a promoção do acesso a direitos e da plena participação social.
Segundo o BPC-LOAS, para se ter os direitos à assistência social para a PCD, ela deve:
	Ser deficiente
	Não ter meios para prover o próprio sustento
	Família sem condições de provê-lo e
	Independe da idade
Inclusão é a eliminação das barreiras que impedem o exercício dos direitos trabalhistas por todas as pessoas em condições de igualdade, o que ocorre através das regras de acessibilidade, do fornecimento de recursos de tecnologia assistiva e da adaptação razoável no ambiente de trabalho. Os hotéis e pousadas já existentes devem ser adaptados razoavelmente. Essa adaptação razoável se dá por intermédio da disponibilização de, pelo menos, 10% das unidades disponíveis, garantindo-se, no mínimo, uma para hotéis e pousadas com menos de 10 unidades
No que diz respeito às vagas privativas de estacionamento para pessoas com deficiência, estabelece o art. 47 que essas vagas devem ser bem localizadas, próximas dos locais de acesso e devidamente sinalizadas. Além disso, é importante destacar que 2% do total de vagas (ou, pelo menos, uma) devem ser reservadas para as pessoas com deficiência. Para o uso dessas vagas, exige-se portar credencial 
Quanto aos táxis, especificamente, o art. 51 estabelece que 10% da frota deve ser acessível, vedando a cobrança de tarifa diferenciada para atender às pessoas com deficiência. O art. 52 traz a obrigatoriedade de que as locadoras de veículos disponibilizem 1 a cada 20 de sua frota com sistema de acessibilidade, contendo: câmbio automático, direção hidráulica, vidros elétricos e comandos manuais de freio e embreagem 
Direito ao transporte e à mobilidade:
	Objetivo: eliminar obstáculos e barreiras a fim de que o gozo do direito ao transporte se dê em igualdade de condições. 
	2% das vagas de estacionamento (ou pelo menos 1) devem ser reservadas às pessoas com deficiência (bem localizada, próxima ao local de acesso e devidamente sinalizada). 
	Em transporte coletivo, exige-se sistema de comunicação acessível e prioridade de embarque e desembarque. 
	As regras de acessibilidade se aplicam às empresas de fretamento, turismo, táxis e vans. 
	10% da frota de táxis deve ser acessível, vedando-se a cobrança de tarifa diferenciada. 
	1 a cada 20 veículos de empresas de locação de carros devem ser acessíveis com, pelo menos, câmbio automático, direção hidráulica, vidros elétricos e comandos manuais de freio e embreagem 
De acordo com o art. 53, acessibilidade é o direito que garante à pessoa com deficiência ou com mobilidade reduzida viver de forma independente e exercer seus direitos de cidadania e de participação social
a ideia então é simples: proporcionar o acesso, à PCD ou com mobilidade reduzida, aos seus direitos
No art. 54, há uma lista de atividades que se sujeitam à regra do desenho universal, são elas:
	para aprovação de projetos arquitetônicos, urbanísticos, de comunicação e informação
	na fabricação de veículos de transporte coletivo
	na prestação de serviços e na execução de obras
	as modalidades de prestação de serviço público pela sociedade privada (concessões, permissões, autorizações) devem observar as normas de acessibilidade
	somente são financiáveis com recursos públicos projetos acessíveis
	o aval da União para empréstimos e financiamento internacionais depende de observância das normas de acessibilidade
A regra é que seja utilizado o desenho universal, mas se não for possível a sua utilização, deve haver adaptação razoável
No art. 56 há uma regra que delimita a necessidade de que sejam observados os padrões de acessibilidade em construções públicas ou privadas de uso coletivo (construções privadas individuais não entram nesta regra, porém um condomínio privado de prédio ou casas, por exemplo, deve observar estas regras de acessibilidade)
Deve ser acessível o recebimento de: contas, boletos, recibos, extratos e cobrança de tributos
CONSTRUÇÕES MULTIFAMILIARES: acessibilidade externa em todas as construções e o mínimo de acessibilidade interna, conforme regulamento, vedando-se a cobrança de taxas diferenciadas para construções internamente acessíveis. 
Acesso à informação e à comunicação:
SITES DE INTERNET: 
	os sites de empresas privadas e de órgãos públicos devem ser acessíveis (não está incluído no rol sites de pessoas naturais). 
	LAN HOUSES: pelo menos 10% acessível (ou 1 equipamento quando o cálculo der inferior a um computador) 
	LIVROS: devem ser acessíveis, mediante a utilização de formatos próprios.
	CONGRESSOS, SEMINÁRIOS OFICIAIS E EVENTOS: devem ser acessíveis mediante o uso de tecnologia assistiva. 
	POLÍTICA PÚBLICA: cabe ao poder público, diretamente ou em parceria com organizações da sociedade civil, promover a capacitação de tradutores e intérpretes da Libras, de guias intérpretes e de profissionais habilitados em Braille, audiodescrição, estenotipia e legendagem. 
O artigo 74 prevê que é garantido à pessoa com deficiência acesso a produtos, recursos, estratégias, práticas, processos, métodos e serviços de tecnologia assistiva que maximizem sua autonomia, mobilidade pessoal e qualidade de vida 
Plano de incentivo à tecnologia assistiva: 
	facilitar o acesso ao crédito 
	facilitar procedimentos de importação de tecnologia assistiva 
	fomentar a pesquisa e a produção nacional de tecnologia assistiva 
	reduzir tributação sobre produtos de tecnologia assistiva 
	facilitar a inclusão e a formalização de novos recursos de tecnologia assistiva 
situações de deficiência não geram mais a incapacidade civil absoluta, de forma que as pessoas com deficiência poderão exercer seus direitos políticos regularmente
Participação política da PCD
	não se enquadram mais no conceito de absolutamente incapazes do Código Civil, seja a deficiência temporária ou permanente; 
	as pessoas com deficiência possuem capacidade eleitoral ativa e, se preenchidos os demais requisitos legais, podem adquirir capacidade eleitoral passiva. 
	a Justiça Eleitoral deve se organizar a fim de viabilizar a participação de pessoas com deficiência no processo eleitoral. Inclusive, quanto ao exercício do voto, deve permitir que o deficiente vote com auxílio de terceiro (pessoa de sua confiança). 
Ciência e tecnologia – atuação estatal para:
	geração de conhecimento técnico, pelo fomento do desenvolvimento de conhecimentos e técnicas preventivas e o desenvolvimento de tecnologias assistivas e sociais. 
	ensino e pesquisa, para prover a acessibilidade, com a utilização de tecnologias. 
Além de determinar que o Poder Público assegure o acesso à pessoa com deficiência ao Poder Judiciário em igualdade de condições com as demais pessoas, especialmente por intermédio do uso da tecnologia assistiva, outorga à Defensoria Pública e ao Ministério Público o dever de tomar as medidas necessárias ao acesso pleno. Define o Estatuto que as pessoas com deficiência possuem autonomia para a tomada de decisões quando em Juízo 
Igualdade de acesso ao Poder Judiciário, abrangendo também o sistema penitenciário e os serviços de notas e de registro. O acesso à pessoa com deficiência não se restringe às partes (autores e réus), mas abrange todos que, de certo modo, tenham contato com o Poder Judiciário (terceiros, advogados, MP, DP, magistrados, intérpretes, conciliadores, mediadores, peritos etc.). Capacitação dos servidores públicos que atuam no Poder Judiciário, no Ministério Público, em órgãos de segurança pública e no sistema penitenciário. À pessoa com deficiência que estiver cumprindo medida restritiva de liberdade deve ser assegurada acessibilidade. Responsabilidade da DP/MP garantir o acesso à Justiça da pessoa com deficiência. 
A regra atual é a de que pessoa com deficiênciapreserva sua capacidade em igualdade de condições com as demais pessoas 
Portanto, a incapacidade civil da pessoa com deficiência não é presumida, mas decretável à luz do caso concreto, para auxiliá-la para a prática de atos de caráter patrimonial e negociais. Esse auxílio poderá decorrer da curatela ou da tomada de decisão apoiada. A curatela é determinada nas hipóteses previstas em Lei; a tomada de decisão é uma faculdade da pessoa com deficiência.
Conforme verificamos nas características da curatela, a medida é excepcional, competindo ao magistrado fixar expressamente na decisão as razões pelas quais adota a curadoria. Em hipóteses ainda mais excepcionais, a pessoa com deficiência poderá precisar de internação em instituição de atendimento especializado. Nesse caso, para a decisão do curador, o magistrado deverá dar preferência a uma pessoa que tenha laços (proximidade) com a pessoa com deficiência. Esses laços podem ser de ordem familiar, afetiva ou comunitária.
Além disso, conforme prevê o art. 86, do Estatuto, a curatela não pode ser exigida como requisito para a emissão de documentos oficiais. Ou seja, não poderá ser exigida, por exemplo, para a emissão de carteira de identidade ou do passaporte, por entender a legislação que a emissão desses documentos constitui ato de natureza personalíssima.
Praticar, induzir ou incitar discriminação de pessoa em razão de sua deficiência:
 RECLUSÃO de 1 a 3 anos e multa; CAUSA DE AUMENTO DE PENA (1/3): vítima estar sob cuidado ou sob responsabilidade do agente; RECLUSÃO de 2 a 5 anos e multa, SE cometido por intermédio de meios de comunicação social ou de publicação de qualquer natureza (pode-se determinar busca e apreensão dos documentos e/ou interdição das mensagens ou páginas da internet). 
Apropriar-se de ou desviar bens, proventos, pensão, benefícios, remuneração ou qualquer outro rendimento de pessoa com deficiência:
RECLUSÃO de 1 a 4 anos e multa; CAUSA DE AUMENTO DE PENA (1/3): se cometido por tutor, curador, síndico, liquidatário, inventariante, testamenteiro, depositário judicial ou por aquele que se apropriou em razão do ofício ou profissão. 
Abandonar pessoa com deficiência em hospitais, casas de saúde, entidades de abrigamento ou congêneres. * inclui quem não prover as necessidades básicas de pessoa com deficiência quando obrigado por lei ou mandado:
RECLUSÃO de 6 meses a 3 anos e multa. 
Reter ou utilizar cartão magnético, qualquer meio eletrônico ou documento de pessoa com deficiência destinados ao recebimento de benefícios, proventos, pensões ou remuneração ou à realização de operações financeiras, com o fim de obter vantagem indevida para si ou para outrem:
DETENÇÃO de 6 meses a 2 anos e multa.  CAUSA DE AUMENTO DE PENA (1/3): cometido por tutor ou curador. 
CNPD (Cadastro Nacional de Inclusão da Pessoa com Deficiência): Registro público que busca mapear a questão socioeconômica de pessoas com deficiência e também de averiguar barreiras presentes na sociedade. A utilização desse cadastro tem a finalidade de permitir a melhor formulação de políticas públicas e a realização de estudos e pesquisas.
Inspeções e auditoria para controle das regras do Estatuto: De nada adianta existirem normas jurídicas protetivas e assecuratórias se não for dado cumprimento. Nesse contexto, houve por bem o legislador criar a regra do art. 93, do Estatuto, para atribuir a responsabilidade aos órgãos de controle interno de cada poder e também aos órgãos de controle externo a responsabilidade por inspecionar e auditar o cumprimento das normas do Estatuto.
Auxílio-inclusão: É benefício assistencial destinado a fomentar o retorno para o mercado de trabalho. Terá direito – a ser regulamentado em legislação específica – a pessoa que receber o BPC nos últimos cinco anos. Não é o mesmo que o BPC-LOAS, que é recebido em razão da hipossuficiência da PCD, enquanto o auxílio-inclusão é devido à PCD hipossuficiente que esteja sendo reinserida no mercado de trabalho.
Atendimento domiciliar e impossibilidade de exigir comparecimento:
Primeira regra: atendimento médico domiciliar (INSS, SUS e rede privada);
Segunda regra: Impossibilidade de exigir comparecimento, quando o deslocamento for impossível ou excessivamente difícil;
O atendimento pode ser efetuado diretamente pelo órgão em caso de interesse público ou mediante requerimento (pessoa ou por intermédio de representante)
Relatório circunstanciado para adoção de políticas de públicas de acessibilidade: A implementação das regras previstas neste Estatuto demanda esforços e gastos públicos por se tratar de norma de caráter promocional. Em face disso, o Estatuto prevê uma série de prazos a serem observados para a implementação dos bens e serviços, e dos programas e ações. Contudo, a fim de verificar o cumprimento dos prazos, fixa-se a obrigação de envio de relatório das informações pelos órgãos públicos aos órgãos de controle e ao Ministério Público.
Princípio da norma mais benéfica: Segundo o critério cronológico, a lei posterior revoga a lei anterior, vale dizer, prevalece a norma mais recente. Para o critério hierárquico, a lei de superior hierarquia prevalece em comparação à lei inferior. Por fim, segundo o critério da especialidade, a lei específica tem prevalência sobre a lei que estabelece apenas normas gerais. Em Direitos Humanos, entretanto, os critérios acima podem ser desconsiderados na hipótese de conflito entre normas, a fim de que se aplique a norma mais favorável. Em Direitos Humanos, essa norma é denominada de princípio “pro homine”. Aqui, no estudo do Estatuto da Pessoa com Deficiência, temos o princípio da norma mais benéfica que é, em essência, idêntico ao princípio “pro homine”. Guardadas as devidas diferenças, o princípio da norma mais benéfica impõe, seja no confronto entre normas, seja na fixação da extensão interpretativa da norma, a observância da norma mais favorável à dignidade da pessoa com deficiência. Impõe a aplicação da norma que amplie o exercício do direito ou que produza maiores garantias ao direito humano que a tutela.
Tratamento diferenciado às microempresas e às empresas de pequeno porte que observarem as regras do Estatuto: Em razão de benefícios diversos assegurados às pequenas empresas e às de pequeno porte, o Estatuto outorga a atribuição para estabelecer norma regulamentar própria, pelo Poder Executivo, para disciplinar regras específicas na área objeto da proteção à pessoa com deficiência.
Tomada de decisão apoiada:
• procedimento de jurisdição voluntária. 
• aconselhamento de, pelo menos, duas pessoas, de sua confiança e com as quais mantenha vínculos, para a prática de atos da vida civil. 
• depende de termo do qual conste: pessoas indicadas, limites do apoio, compromissos fixados, prazo de vigência do acordo e interesses da pessoa com deficiência. 
• necessidade de oitiva pessoal da pessoa e dos apoiadores, com participação de equipe multidisciplinar e do Ministério Público. 
• destituição do apoiador: a) o apoiador agir com negligência; b) o apoiador exercer pressão indevida; e c) o apoiador não adimples as obrigações assumidas.

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