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O Curso de Engenharia AUTORIA Paulo Otávio Fioroto O curso Olá, caro(a) aluno(a)! Em nossa primeira aula, vamos tratar justamente do motivo pelo qual você está lendo este livro: o curso de Engenharia. A intenção neste momento é dar uma breve introdução a tudo que veremos no decorrer do nosso material, além de discutir os aspectos referentes à sua graduação. A graduação em Engenharia, independentemente da área, é considerada uma das mais importantes e desa�adoras formações no Ensino Superior. Entretanto, vale destacar que ela é, também, uma das mais recompensadoras! A seguir, explicaremos alguns aspectos referentes à formação e ao pro�ssional. O Engenheiro O engenheiro é considerado um dos pro�ssionais mais versáteis do mercado. Ao ouvirmos o nome da pro�ssão, a imagem que nos vem é a de uma pessoa com uma calculadora na mão e usando um capacete de segurança. Porém, a essência da formação é a de desenvolver indivíduos capazes de solucionar problemas. O ensino da Engenharia enfatiza, na atualidade, a aplicação de conhecimentos matemáticos, cientí�cos e econômicos em prol do bem coletivo. Entretanto, como veremos posteriormente, os engenheiros da antiguidade costumavam ser guiados não apenas pela teoria, mas sim pela sua experiência e sua capacidade de observação (HOLTZAPPLE e REECE, 2013). Por mais que, na atualidade, isso não seja su�ciente para dizermos que uma pessoa é um engenheiro, é perceptível que a essência da pro�ssão permanece a mesma. É muito comum que um indivíduo com graduação em Engenharia seja contratado para áreas que não necessariamente possuem uma ligação direta com o curso – como, por exemplo, a gerência de bancos ou a administração de empresas. Isso ocorre pelo fato de que, como dito anteriormente, o pro�ssional da área é um solucionador de problemas, e muitas vezes pede-se que ele encontre a resolução, independentemente de conhecer os aspectos teóricos do ramo em que estiver atuando, tornando o engenheiro um indivíduo adequado para assumir posições relacionadas à gestão. CONECTE-SE Estamos passando pela quarta revolução industrial e, apesar de não ser uma exclusividade, os engenheiros são os pro�ssionais considerados mais adequados a se adaptarem a essa mudança. O curso e o Ciclo Básico da Engenharia O primeiro curso de Engenharia em nosso país foi iniciado em 1792, na Real Academia de Artilharia, Forti�cação e Desenho, localizada no Rio de Janeiro. Em 1858, esta escola foi dividida em duas, gerando o curso de Engenharia Civil na Escola Central e o curso de Engenharia Militar na Escola Militar e de Aplicação do Exército (TELLES, 2015). A partir de então, inúmeras mudanças e evoluções ocorreram tanto no Brasil quanto no próprio conceito de Engenharia. Foram criadas diversas outras universidades em nosso território nacional, possibilitando que a ciência se espalhasse e chegasse a todos os Estados, popularizando o estudo e suprindo a demanda de pro�ssionais da área. Da mesma forma, várias novas modalidades de Engenharia foram criadas no Brasil e no mundo inteiro, implementando suas ideias não apenas à construção civil, mas também às aplicações industriais. Hoje, praticamente todas as indústrias contam com um ou mais engenheiros de uma ou mais ênfases, independentemente da área para a qual a mesma seja voltada. Entretanto, por mais que diversos pontos tenham evoluído, as bases para a formação de engenheiros continuaram praticamente inalteradas – e essa base é aquilo apresentado nas disciplinas que compõem o chamado “ciclo básico da Engenharia”. Essas disciplinas podem, em certos momentos, parecer um pouco abstratas, mas não se engane! Todas elas são essenciais para todos os engenheiros e possuem https://go.eadstock.com.br/bEn diversas �nalidades para que estejam nas grades de todos os cursos da área desde seu início até os dias de hoje. Essas aplicações serão aquilo sobre o que discutiremos a partir de agora. Cálculo A disciplina de Cálculo é possivelmente a mais característica entre os cursos de Engenharia. O motivo para isso é muito simples: caso não existisse o Cálculo como conhecemos hoje, toda a tecnologia que temos estaria atrasada em décadas ou, possivelmente, séculos. O Cálculo é a base para muitas das disciplinas do ciclo básico da Engenharia, como a Física, a Geometria Analítica, a Álgebra Linear e disciplinas voltadas para a área de programação. Além disso, seus conceitos também são usados na Biologia e na Economia, áreas que possuem grande importância para algumas das ênfases da Engenharia (HUGHES-HALLETT et al., 2011). Os conceitos de Cálculo foram desenvolvidos há cerca de 300 anos, por Sir Isaac Newton e pelo �lósofo Gottfried Wilhelm Leibniz, e continuam sendo desenvolvidos e melhorados com o passar dos anos. Sua aplicação pode, em certos momentos, parecer abstrata, mas é somente a partir dessa base que podemos determinar hoje o quanto de carga uma viga irá suportar, em quanto tempo um carro irá percorrer uma estrada ou com que velocidade um Figura 1 - Sir Isaac Newton, uma das mentes por trás do Cálculo. líquido escoa de dentro de um tanque – sendo essas apenas algumas das analogias das inúmeras práticas exigidas de um pro�ssional formado e que só são possíveis graças à compreensão dos conceitos por trás do Cálculo. De certa forma, podemos dizer que a Física, assunto do nosso próximo tópico, é uma aplicação prática dos conceitos do Cálculo. Física A Física, conforme exposto anteriormente, apresenta relação direta com o Cálculo, sendo seu conhecimento obrigatório e frequentemente demandado para os engenheiros na prática. Assim como o Cálculo, a Física também teve contribuição essencial de Sir Isaac Newton, o que rendeu para o cientista o epíteto de “pai da Física”, sendo seu estudo aprimorado por outros grandes cientistas e físicos, como Albert Einstein e sua teoria da relatividade (SERWAY e JEWETT JR., 2017). Seus conceitos variam desde a compreensão da mecânica, que é a área que envolve a aplicação de forças e velocidades, entre outros, passando pela eletricidade, pela compreensão da transferência de calor, além de diversos outros pontos. É também a ciência que nos ajuda a entender o movimento da Terra, dos outros planetas e das estrelas, o que nos permite entender o universo e as leis que o regem. Em certos momentos, seu conteúdo acaba se entrelaçando com o da Química – a qual será discutida em nosso próximo tópico – visto que ambas as áreas trabalham diretamente com as propriedades da matéria (SERWAY e JEWETT JR., 2017). Todos esses temas são aplicáveis a todas as áreas das engenharias. Enquanto um engenheiro civil deve obrigatoriamente saber quanto peso uma determinada viga suportará, um engenheiro eletricista deve ter domínio teórico e prático de todos os conceitos da eletricidade. Da mesma forma, um engenheiro de produção, químico ou de alimentos deve conseguir determinar, por exemplo, quanto calor um forno em uma indústria acaba perdendo para o ambiente – caso o valor seja muito alto, o rendimento do equipamento será muito abaixo, o que pode defasar a produção. Além disso, todos os aparatos tecnológicos que possuímos atualmente só foram possíveis de serem desenvolvidos por conta da própria Física. Sem ela, não teríamos a compreensão necessária para desenvolver computadores, celulares ou nem ao menos construir um simples par de óculos. Todos esses pontos serão abordados quando você iniciar seus estudos na disciplina de Física. Química A Química pode ser de�nida como o estudo da matéria, sua constituição, suas propriedades e as leis que a regem. Sua aplicação existe há muitos séculos, mesmo que não houvesse total entendimento de seus conceitos, com a aplicação e desenvolvimento de remédios, com suas ideias se entrelaçando com a alquimia. O surgimento da ciência propriamente dita data dos séculos XVII e XVIII, quando se iniciou a compreensão da composição da matéria, da existência e caracterização dos elementos químicos e, posteriormente, dacomposição dos átomos desses elementos – permitindo, assim, uma visualização mais completa sobre as possíveis utilizações e manipulações da matéria. A compreensão dos conceitos básicos da Química é obrigatória para todas as áreas da engenharia, já que é ela que dita quais materiais devem ser utilizados em todas as estruturas, desde um pequeno brinquedo de plástico até um grande navio petroleiro, além de dizer quais serão as quantidades necessárias de cada substância em uma composição. Ademais, também deve-se ter ciência da composição de tudo aquilo que ingerimos, desde alimentos até remédios. Empresas desses ramos costumam se interessar por pro�ssionais graduados em Engenharia de Alimentos ou Engenharia Química, entre outras ênfases (BETTELHEIM et al., 2012). Sendo assim, por mais que algumas das modalidades da Engenharia tenham um maior contato com a Química do que outras é mandatório que todos os pro�ssionais tenham um conhecimento básico sobre as aplicações práticas dos conceitos desta ciência essencial. A União dos Conceitos Os conteúdos de Física e Química são, em vários momentos, análogos, sendo muito comum sua aplicação conjunta. A forma mais simples de visualizar essa parceria são as pilhas ou baterias elétricas. CONCEITUANDO Pilhas são feitas utilizando compostos químicos que, quando imersos numa substância especí�ca, acabam realizando uma movimentação de elétrons – a chamada corrente elétrica, assunto amplamente estudado durante a disciplina de Física. Como exemplos em maior escala, podemos citar quaisquer automóveis que utilizem combustíveis. Enquanto a Física é a ciência que dirá exatamente como as peças deverão se encaixar, quanto de cada material deverá ser utilizado e qual será o peso suportado, a Química é o que irá dizer qual combustível deverá ser utilizado, o quanto dele deverá ser utilizado e, antes mesmo da construção da espaçonave, qual será o material ideal para que o automóvel seja construído. Deve-se ressaltar que, por mais que as aplicações das disciplinas de Física e Química sejam mais visíveis de forma prática, o Cálculo também se encontra presente de forma direta em todos esses pontos. Seria impossível de�nirmos, por exemplo, o ângulo de inclinação dos vidros de um carro ou o comprimento das asas de um avião. Sendo assim, podemos dizer que, de certa forma, a união entre essas três ciências é o que move o mundo. NA PRÁTICA Em 2019, completou-se 50 anos do dia em que o homem pisou na Lua pela primeira vez – uma conquista memorável e inigualável até os dias de hoje. Tal feito só foi possível graças à compreensão da Física e da Química. Enquanto a Física foi o que possibilitou a construção da espaçonave utilizada na missão Apollo 11, além de ter permitido os cálculos referentes à posição exata da Lua e o horário exato para o lançamento, a Química trouxe a compreensão sobre a quantidade de combustível que seria necessária no decorrer da missão. As duas ciências, em conjunto, permitiram o cálculo para veri�car a quais temperaturas a espaçonave seria submetida durante o lançamento e durante sua jornada. E isso sem entrar nos méritos dos trajes utilizados pelos membros da missão! Um único erro nesses cálculos poderia ter transformado toda a missão e todo o investimento realizado em uma tragédia histórica – o que, felizmente, não ocorreu (BAKER, 2019). Os Demais Ciclos do Curso Apesar das três ciências apresentadas serem consideradas o princípio básico da Engenharia, de forma alguma se pode dizer que elas são tudo que um engenheiro precisa saber. Muito pelo contrário: elas são apenas uma fração de tudo a ser discutido durante sua graduação. Cada uma das áreas da Engenharia terá seu próprio conjunto de disciplinas especí�cas, com foco naquilo que se espera de um pro�ssional formado naquela área. Engenheiros civis tendem a aprender sobre as estruturas e os materiais, enquanto engenheiros eletricistas aprenderão sobre as diversas aplicações da eletricidade e sobre os projetos elétricos, isso sem contar as outras dezenas de engenharias. Mas, independentemente da ênfase que você tiver escolhido, você vai enxergar as aplicações de todos os conceitos apresentados nesta unidade. Agora que o início daquilo que será abordado durante todo o curso já foi discutido, está na hora de explicarmos e nos aprofundarmos a respeito da história da Engenharia, focando desde a sua origem até a sua formalização como pro�ssão no Brasil e ao redor do mundo. A História da Engenharia AUTORIA Paulo Otávio Fioroto A Relação entre a Engenharia e a História Todas as pro�ssões têm uma história para sua origem, e os engenheiros não são diferentes. Por mais que haja diversas modalidades e que cada uma tenha surgido em épocas distintas, todo o conceito por trás da pro�ssão de engenheiro data de milênios antes de Cristo. Durante esta aula, vamos conhecer a contribuição que a Engenharia teve para a humanidade e a transformação do mundo até chegarmos ao que temos na atualidade. Grandes estruturas mundialmente conhecidas, como as Pirâmides do Egito (construídas aproximadamente em 2700 a.C.) e a Muralha da China (construída entre os séculos VI e V a.C.) são marcos históricos tanto para a história mundial quanto para a história da Engenharia por si, demonstrando que esta ciência, mesmo que ainda não formalizada, possuiu e continua possuindo um papel signi�cativo no desenvolvimento humano (TELLES, 2015). A Engenharia Através dos Séculos Os Primórdios Quando alguém fala em Engenharia, é natural que pensemos em algo relacionado a construções ou máquinas. Entretanto, podemos considerar que os primeiros indícios de aplicação da Engenharia surgiram em eras pré-históricas, com o desenvolvimento de instrumentos de caça, como facas e lanças feitas de pedra, além da roda e da alavanca. Tanto a alavanca quanto a roda são exemplos perfeitos da aplicação dos conceitos de Mecânica. Como a escrita ainda não havia sido desenvolvida nessa era, não é possível determinar com exatidão quando essas criações surgiram – porém, é consenso que esses foram os primeiros indícios da Engenharia. Com o passar dos tempos, mais aplicações foram surgindo. Um ponto chave foi o momento em que a humanidade decidiu parar de ser nômade e tornar-se sedentária, isto é, determinar um local �xo para se estabelecerem. Isso resultou na construção dos primeiros abrigos – desconsiderando as cavernas –, utilizando-se de folhas de árvores, galhos e ossos. Posteriormente, descobriu-se que o barro também poderia ser usado nessas estruturas, o que gerou os primeiros tijolos (RODRIGUES, 2006). Povos Antigos Partindo para épocas mais avançadas, quando a escrita já havia sido desenvolvida e há registros mais con�áveis, podemos citar alguns povos que tiveram, sem nem imaginar, grande importância para o desenvolvimento da Engenharia como conhecemos hoje. Há vários povos que poderiam ser citados, como os incas, os astecas e, principalmente, os maias, que já usavam conceitos da área antes mesmo do descobrimento da América, indo tanto da estruturação de suas construções até a utilização de recursos hídricos como forma de abastecimento às cidades. Entretanto, apesar do evidente conhecimento que esses povos tinham, vamos focar naqueles que possuem registros históricos mais con�áveis e mais extensos, e que apresentam maior in�uência sobre a Engenharia da atualidade: os egípcios, os gregos e os romanos. Os Egípcios Ao se falar sobre as antigas obras da Engenharia, provavelmente a primeira lembrança será as Pirâmides de Gizé, popularmente conhecidas hoje em dia como as Pirâmides do Egito. Elas foram construídas sem que houvesse acesso a ferramentas avançadas e são feitas com pedras que chegam a pesar duas toneladas, com a altura original da pirâmide principal atingindo 144 metros, o que comprova que os egípcios eram, de fato, grandes gênios da Engenharia e da Arquitetura. Além do pioneirismo dos egípcios quanto à Engenharia Civil, também deve ser reconhecidoque os mesmos também tiveram êxito na Engenharia Hidráulica, visto que conseguiram manipular o Rio Nilo, permitindo assim o desenvolvimento da agricultura, e os primeiros passos das Engenharias Química e de Alimentos, pois tiveram sucesso na produção de corantes, cimento, cervejas e vinhos (HOLTZAPPLE e REECE, 2013). Outro ponto de destaque para os egípcios é relacionado à Engenharia Naval, justamente por conta da utilização da energia eólica, tornando-os um dos primeiros povos a ter sucesso no uso dos ventos a seu favor. A partir disso, eles se tornaram a grande potência marítima da época, havendo indícios de que foram os criadores do barco a vela (COUTO, 2013). Os Gregos A Grécia antiga é considerada como o berço da civilização ocidental. Seus monumentos principais e que encantam o mundo até os dias de hoje são seus templos, visto que alguns permanecem intactos, mas há muito mais por trás da Engenharia grega do que estamos acostumados a ouvir. Anteriormente ao século VII a.C., as construções da Grécia eram feitas, em sua maioria, usando madeira, tijolos ou barro, sendo seus telhados feitos usando-se palha. Entretanto, a partir dessa época, iniciou-se o uso frequente do mármore, CONECTE-SE Acredita-se que o primeiro engenheiro civil foi o egípcio Imhotep, um dos funcionários do faraó que projetou e construiu a pirâmide de Djoser. Isso aconteceu por volta de 2630 – 2611 a.C. https://go.eadstock.com.br/bEo material popularizado por conta de sua fácil manipulação e que foi usado em suas estruturas mais características. Sua principal técnica de construção era a utilização de vigas de madeira, as quais eram suportadas por colunas feitas de pedra. Dessa forma, pode-se dizer que muitas das ideias que a Engenharia utiliza até hoje foram inspiradas pela Grécia antiga. Apesar de seu arsenal de ferramentas não ser tão amplo quanto os da atualidade, a precisão com que seus trabalhos eram executados é admirável até mesmo para os pro�ssionais da atualidade (EYLER, 2014). Os gregos também conceberam as ideias iniciais referentes ao abastecimento de água corrente às cidades. Contudo, esta foi mais bem utilizada pelo povo que será estudado a seguir: os romanos. Os Romanos Por mais que os egípcios e os gregos tenham forte in�uência sobre a Engenharia até os dias de hoje, é seguro a�rmar que são os romanos quem desenvolveram a base da maioria dos conceitos que aplicamos na atualidade. Enquanto as construções gregas tinham como principal característica o uso de colunas para apoiar as vigas, os romanos popularizaram o uso dos arcos em suas estruturas. Figura 1 - Coliseu romano, em que os característicos arcos são visíveis. A maior contribuição para os engenheiros de hoje é provavelmente a invenção do concreto, que era amplamente utilizado na construção de estradas e aquedutos, utilizando- se de uma mistura de areia e cascalho com cal e água. Suas técnicas para a construção de pontes e túneis subterrâneos, que existem até hoje, também eram invejáveis (MONTANELLI, 2007). A Era Moderna Com o passar dos séculos, foi natural que a humanidade evoluísse, buscasse novos limites, novos territórios e desenvolvesse novas tecnologias. Apesar de já termos dito a palavra “Engenheiro” diversas vezes durante esta disciplina, é interessante saber que o termo surgiu bem depois. Alguns autores a�rmam que a expressão só surgiu no século XI para indicar uma pessoa que criava invenções, enquanto outros estudiosos indicam que a palavra apareceu algum tempo depois, por volta do século XIV, relacionando a pro�ssão à construção de máquinas militares – na época, conhecidas como engenhos. Portugal e Espanha foram responsáveis pelo desenvolvimento da Engenharia Naval durante os séculos XV e XVI, ao ponto de serem as duas grandes potências marítimas que mais desbravaram os oceanos e que realizaram os primeiros registros do continente americano. Em 1698 foi criada a primeira máquina a vapor, o que pode ser considerado como o estopim da Revolução Industrial. A partir do momento em que as máquinas começaram a operar, deu-se início à industrialização e à produção em massa, o que resultou numa posterior ascensão da pro�ssão de engenheiro, em especial durante o século XVIII (HOBSBAWM, 2011). CONCEITUANDO Outra contribuição de destaque dos romanos é o uso dos aquedutos. Eles se utilizavam da energia gravitacional para levar água corrente de canais inclinados para as cidades com menor abundância, tornando este um dos primeiros usos da natureza para bene�ciar a humanidade. Apesar de a palavra eletricidade existir desde 1600, a partir de estudos relacionados ao efeito de ímãs, não foi até o século XIX, por conta de pesquisas realizadas por Alexandre Volta, George Ohm e Michael Faraday que vimos as aplicações práticas dos conceitos que hoje formam a base das Engenharias Elétrica, Mecânica, Mecatrônica, entre outras (MARTINS, 2007). Como pudemos ver no decorrer desta aula, a história da Engenharia se confunde com a história do ser humano, demonstrando o quanto o desenvolvimento que tivemos até os dias de hoje dependeu diretamente dos conceitos a serem estudados durante o curso. Apesar desta aula ser a que possui maior foco na história, vamos tocar novamente em pontos semelhantes no decorrer da disciplina, principalmente no que se tratar da Engenharia no Brasil. Em nossa próxima aula, a discussão estará mais relacionada à importância que a Engenharia tem para a humanidade na atualidade. NA PRÁTICA Apesar de as estruturas egípcias, gregas e romanas serem milenares, muitas delas permanecem em pé até hoje – e, por incrível que pareça, seguem sendo descobertas por arqueólogos. Em maio de 2019, por exemplo, foi encontrado um túnel sob o palácio do imperador romano Nero. O mais surpreendente nisso é o fato de a construção continuar intacta, pois, diferente de estruturas popularmente conhecidas, como o coliseu e os templos gregos, que passam por restaurações periodicamente, essas estruturas subterrâneas não eram conhecidas pelos pesquisadores até recentemente. Isso demonstra que, mesmo com recursos limitados, os engenheiros da época eram absurdamente competentes e perfeccionistas – o que indica que temos muito mais a aprender com nossos antepassados além daquilo que os nossos livros de História podem oferecer. https://go.eadstock.com.br/bEt A Importância da Engenharia AUTORIA Paulo Otávio Fioroto As Principais Estruturas Caro(a) aluno(a), na última aula discutimos as raízes da Engenharia, deixando claro que a história da Humanidade e a história da Engenharia estão profundamente entrelaçadas – a�nal, além da Escrita, a Engenharia é a única forma que temos para compreender como era a vida de nossos ancestrais. Seria impossível que o ser humano chegasse à sua posição atual sem a existência e o desenvolvimento da Engenharia. A intenção desta aula é justamente expor o quanto algumas das estruturas que temos hoje em dia, sejam elas pequenas ou gigantescas, são necessárias para a vida como conhecemos hoje. Indústrias e a Automatização As indústrias já existem há séculos, visto que a ideia de vários trabalhadores executando tarefas de forma contínua não é tão recente. Porém, o formato atual, em que algumas fábricas possuem um território de dezenas de metros quadrados, praticamente transformando-as em pequenas cidades, só é possível graças à aplicação de conceitos da Engenharia. Por automatização, costuma-se imaginar máquinas agindo sob o controle de operadores, os quais têm o trabalho apenas de apertar alguns botões ou movimentar algumas alavancas. Entretanto, o processo de automatização das indústrias vem acontecendo desde a década de 1820, por meio da aplicação das máquinas a vapor. A primeira máquina térmica data de 1698, quando Thomas Savery criou um aparato que movimentava pistões a partir das variações de volume de gases aquecidos. Praticamente 130 anos depois, em 1824, o jovem engenheiro Nicolas Sádi Carnot, com apenas 28 anos, publicasua obra “Re�exões sobre potência motriz do fogo”, sendo este o primeiro documento que explica com sucesso a conversão da energia térmica em energia mecânica. Tal publicação nos faz considerá-lo hoje o pai da Termodinâmica (HOBSBAWM, 2011). A partir dessa publicação, foi iniciada a automatização das indústrias com o uso de máquinas operadas a vapor, da mesma forma que a construção e uso de locomotivas movidas a vapor tornou-se mais frequente, o que foi o estopim para que fosse iniciado o período conhecido como Revolução Industrial. Essa evolução permitiu a aceleração da produção e da distribuição de bens, além do transporte de pessoas ter se tornado muito mais ágil, fazendo com que o progresso da humanidade da época crescesse de forma exponencial. A partir do momento em que a humanidade começou a migrar para determinados centros urbanos em busca de bens industrializados, iniciando o chamado êxodo rural, podemos dizer que as indústrias começaram a obter a importância que têm nos dias de hoje. Os conceitos aplicados no processo de automatização são estudados pelas engenharias, comumente tendo os mesmos aplicados à Física, ou então à Termodinâmica, para as áreas que abordam o tema de forma mais aprofundada. Hoje em dia, praticamente todos os bens que consumimos são provenientes da indústria. Todas as máquinas presentes nas indústrias de alimentos, químicas, automotivas, informáticas, entre outras, tiveram sua origem com base nessas máquinas a vapor – mesmo que não sejam mais, necessariamente, acionadas da mesma maneira. O desenvolvimento segue de forma contínua, com os engenheiros tomando a frente da evolução dos equipamentos de produção. E se enganam aqueles que pensam que os engenheiros estão ligados apenas à produção. Há ênfases, como a Engenharia de Segurança do Trabalho, que possuem como principal foco os indivíduos envolvidos em todos os processos de manufatura, enquanto os engenheiros de software são muito mais voltados para a área da tecnologia da informação e desenvolvimento de programas – de qualquer forma, todas as engenharias possuem algum aspecto que interessa às indústrias, tornando a carreira e as oportunidades de crescimento muito amplas. Usinas Elétricas Figura 1 - Locomotiva a vapor, uma das criações da Engenharia moderna. As usinas elétricas são, possivelmente, as estruturas de maior impacto no nosso cotidiano, visto que, sem energia elétrica, seria impossível que realizássemos tarefas simples, como uma simples ligação telefônica, um saque num banco ou a leitura de um e-mail – ou até mesmo de um simples jornal, já que não haveria sequer como imprimir o mesmo. A maioria dos modelos de usinas que temos hoje em dia utilizam a energia cinética – ou seja, a energia do movimento – como forma de gerar eletricidade. O estudo da energia cinética foi inicialmente desenvolvido por matemáticos, como Leibniz e Bernoulli, mas sua aplicação prática só aconteceu algumas décadas depois, por engenheiros mecânicos como Gaspard-Gustave Coriolis e William Thomson, além, é claro, de Michael Faraday, desenvolvedor do primeiro gerador elétrico (MARTINS, 2007). As usinas nucleares, como as usinas Angra I e Angra II, também possuem um princípio semelhante. Estas usinas têm como principal elemento o urânio, cuja reação libera energia para aquecer a água, a qual é usada para gerar vapor, o qual fará com que as turbinas girem e, obviamente, tenham a energia de seu movimento convertida em energia elétrica. Outros tipos de usinas, como as termelétricas e alguns tipos de usinas solares, também se utilizam da conversão da energia cinética em energia elétrica. O entendimento a respeito desses conceitos, assim como de diversos outros utilizados até hoje, partiu de grandes matemáticos e físicos da história, porém a aplicação prática dos mesmos só foi possível a partir do momento em que a teoria se uniu à Engenharia, fazendo dessa uma das conquistas mais celebrada dos engenheiros até a atualidade. CONCEITUANDO Nas usinas hidrelétricas, por exemplo, o movimento da queda d’água é o que faz com que as turbinas girem. O movimento dessas turbinas, como abordado anteriormente, é justamente a chamada energia cinética – a qual será convertida em energia elétrica. Estruturas de Cidades Obviamente, as cidades são compostas por várias casas, edifícios e pontos comerciais, estruturas imediatamente ligadas à Engenharia Civil, à Engenharia Elétrica e outras áreas. Porém, há outros aspectos a serem levados em conta. Por exemplo, as redes de abastecimento e tratamento de água, além das redes de esgoto, são todos projetos desenvolvidos por engenheiros. Estas estruturas costumam ser projetadas como uma parceria entre engenheiros sanitários, engenheiros ambientais e engenheiros civis. A ausência dessas redes geraria o acúmulo de impurezas e lixo, o que disseminaria doenças. O conceito de saneamento básico já vem de muitos séculos atrás, desde o antigo Egito, e vem sendo aprimorado continuamente. Da mesma forma, as ruas, semáforos e todos os assuntos pertinentes ao trânsito também são obras de pro�ssionais especializados – mais precisamente, os engenheiros de trânsito e os engenheiros de tráfego, além dos engenheiros eletricistas responsáveis pelos projetos das redes elétricas das cidades. Sem o envolvimento deles, tudo ocorreria de forma desordenada, colocando vidas em risco NA PRÁTICA Realizar projetos que auxiliem o ser humano é sempre interessante, mas é melhor ainda quando é possível melhorar as condições do meio ambiente. Diversas usinas têm sido desenvolvidas usando lixo como parte da geração da energia elétrica. A queima desse lixo reduz a quantidade de rejeitos em aterros e o gás gerado tem dois possíveis destinos: ser re�nado e usado como combustível, visto que é um gás extremamente puro e com alto rendimento, ou como forma de alimentação para usinas termelétricas. Essa prática já é comum na Europa e na Ásia, sendo que o Brasil também tem usinas que utilizam esse método. https://go.eadstock.com.br/bEu a todo instante, pois não haveria um limite de velocidade, locais especí�cos para travessia e circulação de pedestres, sistemas de semáforo, controle de volume de tráfego, entre outros pontos. Por último, mas não menos importante, há as redes de distribuição elétrica nas cidades. Como abordado no tópico anterior, a Engenharia, em conjunto com a Física e a Matemática, foram as responsáveis pela aplicação prática dos conceitos da energia elétrica. Entretanto, a aplicação não é su�ciente – é preciso construir um sistema de distribuição e�ciente. Isso é o trabalho, principalmente, de engenheiros eletricistas e eletrotécnicos, responsáveis pelo desenvolvimento e manutenção de uma rede de energia que possa suprir cidades inteiras, sejam elas pequenos municípios ou grandes cidades, como São Paulo (MARTINS, 2007). Sem uma aplicação competente do que nossos ancestrais realizaram milênios atrás, não seria possível desenvolver e tampouco gerir estruturas tão grandes quanto uma cidade. O que temos hoje é resultado do esforço conjunto de todas as modalidades da Engenharia, e a tendência é que tudo isso continue a crescer. Figura 2 - Metrópoles, como acidade de São Paulo, seriam inimagináveis sem uma aplicação conjunta de todas as Engenharias. Equipamentos e Utensílios As estruturas de grande porte que foram discutidas até o momento têm relevância indiscutível. Entretanto, não podemos deixar de falar sobre utensílios que, apesar de terem um porte muito menor, possuem extrema importância, em especial para a época em que estamos vivendo. Dispositivos Eletrônicos, Remédios e Alimentos Pare para pensar como era o mundo há cerca de 30 anos. Computadores estavam começando a se tornar presentes nos domicílios em países desenvolvidos, celulares não eram acessíveis ao grande público – e pesavam aproximadamente 1 kg –, sem falar nos conceitos referentes à inteligência arti�cial, que já eram realidade para órgãos governamentais, porém,ainda causavam dúvidas sobre seu possível desenvolvimento. Durante a década de 1990 e o início dos anos 2000, estes conceitos se expandiram drasticamente, sendo o crescimento liderado por programadores, cientistas da computação e engenheiros, com destaque para as ênfases da eletrotécnica, mecânica e eletromecânica. Hoje, todas essas tecnologias são amplamente acessíveis para um cidadão comum, além de serem usadas para outras �nalidades além da comunicação. A Medicina, por exemplo, foi uma das principais bene�ciadas pela evolução dos equipamentos – hoje, análises que levavam horas, ou até mesmo dias para serem analisadas, podem ser realizadas em questão de minutos. Porém, além de aparatos tecnológicos, houve também o desenvolvimento de novos remédios e de novos alimentos, com embalagens muito mais seguras e que possuem riscos de contaminação muito menores. As indústrias farmacêutica e alimentícia possuem grande foco no bem-estar humano, e engenheiros químicos e engenheiros de alimentos são parte importante dessas conquistas. Durante esta unidade, discutimos a importância que as estruturas da Engenharia têm trazido para o ser humano, tratando desde aspectos referentes à moradia até a movimentação e saneamento básico. Em nossa próxima aula, o foco será a história do ensino e da aplicação das Engenharias no Brasil, desde sua chegada até a atualidade. CONECTE-SE A expectativa de vida no Brasil chegou a 76 anos em 2017, e parte desse feito é re�exo das aplicações da Engenharia ao bem-estar do ser humano – por exemplo, a melhoria do saneamento básico, da qualidade dos alimentos e da medicina, a qual é consequência direta dos avanços da Engenharia. https://go.eadstock.com.br/bEv A Engenharia no Brasil AUTORIA Paulo Otávio Fioroto O Brasil e a Engenharia Prezado(a) aluno(a), vamos discutir nesta aula a Engenharia em nosso país. Abordaremos a chegada das escolas, dos cursos no Brasil, o crescimento e reconhecimento da pro�ssão, a popularização da graduação e das suas várias áreas. Você perceberá que, mesmo em momentos de crise, a pro�ssão quase sempre esteve entre as mais visadas pelos brasileiros, sendo hoje o grupo de pro�ssionais mais requisitado pelas empresas de modo geral. A Chegada no Brasil Conforme apresentado em nossa primeira aula, a primeira escola a ministrar cursos de Engenharia no Brasil foi a Real Academia de Artilharia, Forti�cação e Desenho, sendo a mesma fundada em 1792. Porém, a população dessa época não possuía fortes ligações com carreiras que exigissem estudo, principalmente porque ainda não existiam regulamentações sobre a exigência de diplomas para o exercício de pro�ssões, algo inimaginável hoje em dia. Na época, os cursos disponibilizados não tinham o nome de Engenharia. Isso só foi acontecer a partir de 1858, quando a escola foi dividida e criaram-se os dois primeiros cursos voltados puramente ao ensino de engenharias: o curso de Engenharia Civil, ministrado na Escola Central, e o curso de Engenharia Militar, disponibilizado na Escola Militar e de Aplicações do Exército (TELLES, 2015). Até então, todos os engenheiros no Brasil eram europeus, e foram responsáveis pelo projeto e pela construção de diversas ferrovias nacionais. A pro�ssão de engenheiro começou a adquirir maior respeito e reconhecimento na segunda metade do século XIX, justamente por conta da maior valorização do povo pelo trabalho – anteriormente, algo que se acreditava ser uma atividade apenas para escravos. CONCEITUANDO O fato de as primeiras escolas de engenharia ser instituições militares fez com que, durante muitos anos, a pro�ssão de engenheiro fosse relacionada ao militarismo. Isso, somado a outros fatores da época, afastaram a população do estudo da área nos primeiros anos. Em 1933, com a criação do Conselho Federal de Engenharia e Arquitetura – hoje, intitulado como Conselho Federal de Engenharia e Agronomia (CONFEA), a pro�ssão de engenheiro foi �nalmente regulamentada no Brasil, passando a ser exigido o diploma de alguma instituição de ensino para que um indivíduo pudesse, de fato, exercer as atividades voltadas à Engenharia. Tal decreto foi substituído algumas décadas mais tarde, em 1966, e em 1973 foi aprovada uma resolução voltada à discriminação das atividades especí�cas dentre as diferentes modalidades da Engenharia (TELLES, 2015). A Expansão do Ensino Após a primeira regulamentação da pro�ssão, as Escolas de Engenharia começaram a se tornar mais comuns no Brasil. Até aquele momento, existiam apenas 14 instituições que ofereciam cursos da área, as quais estavam presentes em 8 Estados. Ao �nal da década de 1950, existiam 28 instituições com cursos para formação de engenheiros no país, número que saltou para 117 ao �nal da década de 1970 e, ao �nal de 2013, o número já ultrapassava a marca de 650 instituições com quase 3 mil cursos disponibilizados em todos os Estados e no Distrito Federal. Deve-se levar em conta que esses números envolvem todas as áreas reconhecidas, as quais serão assunto especí�co para uma aula posterior. A Carreira no Brasil O Brasil passou por bons e maus momentos em relação à Economia durante a segunda metade do século XX, e, apesar da contínua ascensão dos cursos de graduação, houve momentos em que o mercado de trabalho não se mostrou favorável aos pro�ssionais graduados em Engenharia. A década de 1970 marcou o primeiro grande pico da demanda por engenheiros nas empresas. Apesar de ainda não existirem tantas ênfases quanto hoje, já havia uma quantidade de modalidades de cursos de Engenharia su�ciente para que a formação fosse considerada versátil. Nessa época, com o crescimento da Economia acelerado, foram abertas muitas novas indústrias, com foco para a automobilística e para a construção civil, além da abertura de diversas estatais, o que fez com que houvesse uma grande busca por engenheiros civis, mecânicos, eletricistas e de produção. Para se ter uma ideia, a demanda chegou a ser alta ao ponto de a contratação de estudantes que ainda nem haviam se formado ter se tornado comum. A popularização da pro�ssão, em conjunto com a criação de programas nacionais durante a década de 1970, como o PROÁLCOOL, �zeram com que houvesse uma maior atratividade pela graduação em Engenharias. O impacto foi tão alto que a década de 1980 teve uma maior quantidade de engenheiros formados do que a década de 1990. Isso coincidiu com a grande demanda brasileira pela produção de matérias-primas e estruturas para a produção de combustíveis e de automóveis. Engenheiros agrônomos, mecânicos, eletricistas e químicos tiveram diversas oportunidades de mercado, visto que a produção do etanol usando cana-de-açúcar tornou-se um excelente negócio para os brasileiros. Porém, por conta da crise �nanceira que assombrou o Brasil durante a primeira metade da década de 1990, muitas indústrias fecharam as portas e, consequentemente, a demanda por engenheiros acabou sendo afetada. Felizmente, o espaço no mercado de trabalho voltou ao seu estado normal no início dos anos 2000 e, desde então, devido principalmente ao surgimento de novas indústrias e novas tecnologias, vem crescendo de forma contínua. NA PRÁTICA Na década de 1970, aproveitando o bom momento para a produção de etanol no país e o alto preço para a importação de petróleo, usado na produção de gasolina, foi criado no Brasil o carro movido a álcool, pelo engenheiro aeronáutico Urbano Ernesto Stumpf, amplamente utilizado até os dias de hoje. O efeito foi tão grande que, durante parte da década de 1980, o número de automóveis movidos a álcool que circulavam pelas estradas brasileiras era muito maior do que a de carros movidos a gasolina, e a indústria automobilística nacional viveu um excelente momento, o qual durou até o �nal da década. Todos esses produtos eram diretamente relacionados à Engenharia, o que resultou, também, num ótimo momento para diversas modalidades da pro�ssão (CORTEZ, 2018). As Maiores Obras e Invenções BrasileirasA criatividade sempre foi uma característica comum aos brasileiros e, somando isso à formação em Engenharia, é de se esperar que grandes obras ou criações tenham sido realizadas em nosso país. Um exemplo disso foi citado no tópico anterior, em que falamos sobre a criação do motor movido a álcool. O primeiro marco da Engenharia brasileira foi o 14 Bis, desenvolvido por Alberto Santos Dumont. Trata-se da primeira máquina a conseguir decolar e se manter no ar por propulsão própria, sendo o evento testemunhado por uma multidão de centenas de pessoas em 1906, na França, o�cializando o brasileiro como o pai da aviação. Em relação às maiores estruturas brasileiras, um ótimo exemplo é a ponte Rio- Niterói, cuja altura é de 72 metros e comprimento superior a 13 quilômetros. A façanha dela está no fato de que, dessa distância, quase 9 quilômetros são sobre a água. Seu planejamento já era feito desde a década de 1860, mas a construção só foi ter início um século depois, em 1968, com a conclusão em 1974. Figura 1 - 14 Bis, criação de Santos Dumont, o primeiro avião. Outra estrutura de grande renome é a usina hidrelétrica de Itaipu – a qual, atualmente, possui a segunda maior barragem do mundo. Sua construção foi iniciada em 1974 e durou 8 anos, sendo hoje a usina hidrelétrica que mais produz energia. Atualmente, a usina é responsável pelo fornecimento de quase 20% de toda a energia elétrica consumida no Brasil. Vale citar que a usina não atua apenas no Brasil. Por se localizar em Foz do Iguaçu, ela também afeta diretamente o Paraguai, e com um impacto ainda maior: mais de 70% da energia elétrica consumida pelos paraguaios é fornecida pela hidrelétrica de Itaipu. Suas obras foram um esforço conjunto de engenheiros civis, eletricistas e mecânicos, entre outros, e mesmo após mais de 40 anos é considerada um exemplo de estrutura para o mundo. CONECTE-SE Além de a ponte ser um destaque em estrutura, sua importância é inegável. Antes de sua construção, era necessário percorrer uma distância em estradas de mais de 100 quilômetros para se deslocar da capital Rio de Janeiro até a cidade de Niterói – que, por conta da ponte, foi reduzida drasticamente. https://go.eadstock.com.br/bEw Figura 2 - A barragem da usina hidrelétrica de Itaipu é uma das estruturas exemplares projetadas por brasileiros. O Papel do Engenheiro Brasileiro na Atualidade Na aula anterior, discutimos a importância dos engenheiros no desenvolvimento de estruturas como cidades e usinas elétricas, abordando o impacto positivo que engenheiros civis, eletricistas, ambientais e sanitários têm sobre o nosso país. Porém, podemos levar em conta também o papel dos engenheiros na Economia brasileira, o que expande o leque de formações na área, que fazem com que o país se torne um lugar melhor. Entre os dez produtos mais exportados pelo Brasil na primeira metade de 2019, constam petróleo, minérios de ferro, aviões e automóveis, além de produtos agrícolas como soja, café e milho. Todos estes produtos mostram relação direta com alguma modalidade da Engenharia – seja ela a Química, a Mecânica, a Agronômica, de Alimentos ou de Produção. A tendência é que muitas dessas exportações aumentem durante os próximos anos, o que tende a bene�ciar quem tiver optado por carreiras nessa área. Como brevemente discutido em uma aula anterior, o mercado de trabalho para engenheiros é muito amplo, principalmente por conta de fatores relacionados à gestão e à resolução de problemas. Por conta disso, não é raro encontrar graduados em alguma Engenharia atuando em áreas diferenciadas – os engenheiros são bem- vistos em qualquer tipo de empresa. Além disso, apesar de engenheiros não terem uma forte ligação histórica com a política, esse cenário tem passado por mudanças. Muitos engenheiros foram candidatos a cargos políticos nas eleições de 2018, sendo vários eleitos como deputados estaduais e federais. Novamente, a capacidade de resolução de problemas, atrelada ao senso crítico dos engenheiros, os torna fortes candidatos para tomar decisões que possam ajudar o país. Assim, apesar de ter tido momentos não tão bons, a Engenharia cresceu e atingiu um patamar de respeito no Brasil atualmente. Porém, vale dizer que esse cenário não corresponde com exatidão ao que aconteceu em outros países, em especial na Europa. Não é raro que pro�ssionais formados engenheiros no Brasil, por conta de seu emprego, acabem indo morar em outros países – e é deles que trataremos em nossa próxima aula. A Engenharia no Mundo AUTORIA Paulo Otávio Fioroto O Início das Escolas de Engenharia Prezado aluno(a), na aula anterior, abordamos as primeiras escolas de Engenharia do Brasil, com o ensino propriamente dito da formação acontecendo a partir de 1858. Na Europa isso aconteceu no século anterior. A primeira escola de Engenharia foi criada em Veneza, na Itália, no ano de 1506. Contudo, sua grade de ensino era muito diferente da que temos atualmente, o que faz com que o primeiro curso com alguma semelhança ao formato cotidiano tenha sido criado em 1747, na França, na École Royale des Ponts et Chaussées, que abordava características práticas da Engenharia Civil. Em 1783, também na França, foi fundada a École de Mines, a qual também possuía caráter prático e focava na exploração de recursos minerais. Podemos dizer que esta escola foi a precursora do que hoje chamamos de Engenharia de Minas. Deve-se citar que essas instituições iniciavam os ensinos requerendo um nível de conhecimento acima do básico, o que resultava em problemas de acompanhamento por parte dos estudantes. Em 1795 foi, então, criada a École Polytechnique, que ensinava as disciplinas referentes ao ciclo básico da Engenharia, para que só então seus estudantes se dirigissem às instituições de nível mais avançado. Com o passar dos anos, foram criados mais cursos ao redor da Europa, o que permitiu que seu desenvolvimento avançasse de forma acelerada e o continente evoluísse em termos de estruturas físicas e marítimas. Foi com base nisso que a Revolução Industrial, abordada em nossa terceira aula, ocorreu e se espalhou pelos países europeus. Foi a partir deles, principalmente da França, que vieram os primeiros engenheiros do Brasil, da mesma forma que brasileiros de famílias mais ricas se deslocaram para lá em busca do ensino (SCHNAID, 2006). Conquistas Internacionais Todas as áreas da Engenharia tiveram suas próprias conquistas, sendo que a maioria delas foi alcançada com a união de duas ou mais modalidades. Em aulas anteriores, apontamos as conquistas históricas, como o motor a vapor, a eletricidade e as redes de água e esgoto em cidades. Neste momento, vamos tratar daquilo que foi alcançado durante o último século. O primeiro avanço para a locomoção foram as locomotivas a vapor, que reduziram drasticamente os tempos de viagem entre cidades. Entretanto, havia a limitação da presença de linhas férreas, o que impossibilitava o deslocamento entre certos pontos. No início do século XIX, foi desenvolvida a primeira estrutura que se assemelhava a um carro moderno, a qual ainda era movida a vapor. Em 1885, na Alemanha, foi desenvolvido o primeiro automóvel que utilizava um motor de combustão interna, os quais utilizavam petróleo como combustível e havia sido criado por Karl Benz. No início do século XX, conforme apresentado em nossa aula anterior, surgia o primeiro avião, desenvolvido por Alberto Santos Dumont. Essas criações foram, sem sombra de dúvidas, divisores de águas para o mundo e para a pro�ssão de engenheiros. As décadas se passaram e foram criadas outras estruturas que tomavam como base os motores de combustão interna. Os carros foram aprimorados, os aviões monomotores e bimotores foram desenvolvidos e armas de guerra foram produzidas em massa. Entretanto, o auge da Engenharia ainda estava por vir. A maior conquista do homem até o momento atual é, sem sombra de dúvidas, a ida até a Lua. Em 1969, em um esforço conjunto de engenheiros,matemáticos, físicos e químicos, além de muito tempo dedicado de trabalho, permitiu que a NASA lançasse sua primeira missão tripulada até o nosso satélite. No total, foram realizadas dez missões da série Apollo anteriores à Apollo 11, algumas servindo apenas como testes, outra com problemas técnicos que resultaram em baixas de astronautas. No momento em que os primeiros astronautas tocaram o solo lunar, foi mundialmente aceito que os Estados Unidos haviam vencido a corrida espacial. Figura 1 - Missão Apollo 11, a maior conquista dos seres humanos. Depois houve outros avanços nas mais diversas áreas, como o desenvolvimento de usinas nucleares, o início do uso das tecnologias limpas, a criação de câmaras de conservação para alimentos dos mais diversos tipos e a criação de remédios e máquinas. Hoje em dia, mesmo com o acesso à informação e a velocidade com que as notícias correm, tornou-se impossível acompanhar todas as novas tecnologias em tempo real. Todas as conquistas em questão foram permitidas a partir do desenvolvimento da Engenharia como um todo, e todas tiveram seu impacto na humanidade. Entretanto, alguns fatores não poderiam ser previstos ou medidos antigamente, como o nível de poluição que era causado pelos equipamentos e o desgaste ambiental causado. Esforços em nível internacional têm sido realizados para que esse problema seja reduzido. O Espaço do Engenheiro Atualmente Assim como no Brasil, engenheiros são pro�ssionais muito bem absorvidos pelo mercado no mundo todo. Os avanços tecnológicos têm exigido uma maior presença de engenheiros que possuam conhecimentos de computação, como os próprios engenheiros da computação e engenheiros de software. Como o mundo está em constante evolução e novas tecnologias são lançadas num ritmo diário, é absolutamente necessário que engenheiros sempre se mantenham atualizados e tenham competências relacionadas à informática. O conhecimento referente ao uso de programas como AutoCAD, Minitab e até mesmo o Excel podem ser um grande diferencial para pro�ssionais. Esse assunto será discutido em aulas posteriores, quando falarmos sobre o per�l desejado de um engenheiro. Outro ponto que tem sido muito abordado atualmente é o meio ambiente. É muito comum encontrarmos informações em telejornais ou em portais virtuais a respeito de discussões políticas referentes ao tema, em especial aos tratados internacionais com que diversos governos se comprometem. Engenheiros ambientais, sanitários e ambientais têm tido muito destaque nesse ponto, visto que são aqueles que possuem conhecimento aplicado sobre o tema – entretanto, é compromisso de todos os engenheiros que o meio ambiente seja devidamente respeitado. O Engenheiro e a Sustentabilidade Prezado(a) aluno(a), devemos ter sempre em mente que o meio ambiente e a sustentabilidade são prioridade para todos. As políticas ambientais se tornaram muito mais rígidas desde meados da década de 1990, principalmente após a criação do Protocolo de Kyoto, acordado internacionalmente em 1997 e iniciado o�cialmente em 2005. Após o endurecimento das normas ambientais, popularizou-se o mundialmente, principalmente entre os engenheiros atuantes nas indústrias, o conceito conhecido como “química verde”. O termo tem sido amplamente utilizado pelos governos desde então, como uma forma de conscientizar a população a respeito do tema. Trata-se da busca dos engenheiros pelo desenvolvimento e aplicação de soluções que gerem benefícios e impactos ambientais positivos – focando, assim, não apenas em resolver um único problema, mas também em não criar um legado de prejuízos à sociedade como um todo. A ideia é, acima de tudo, criar qualidade de vida para as gerações futuras (MIHELCIC e ZIMMERMAN, 2018). Sendo assim, há alguns princípios a serem seguidos para que a ideia possa ser considerada como sustentável. Um deles é o uso de matérias-primas renováveis, como o uso da cana-de-açúcar ou de óleos naturais, como o óleo da soja, do girassol ou da macaúba, para produzir biodiesel, já que os gases gerados por eles são muito menos poluentes do que os resultantes da gasolina comum. Outro princípio de interesse coletivo é a prevenção de desperdícios. Já que há a necessidade de tratar ou limpar o que foi rejeitado, então o ideal é que ele nem ao menos ocorra. Uma das iniciativas citadas nas aulas anteriores foi justamente a queima de lixo para a produção de energia elétrica em usinas termelétricas. Essa atitude é, com certeza, uma das melhores formas de proteger o meio ambiente e diminuir os problemas causados pelo ser humano. Entretanto, ainda há a necessidade de reduzir os problemas resultantes da queima de combustíveis, visto que gases poluentes são emitidos por eles. Este é um dos maiores desa�os de todas as modalidades da Engenharia na atualidade. CONCEITUANDO Nesse protocolo, busca-se reduzir a emissão de gases por parte das indústrias de cada país. A partir disso, tornou-se responsabilidade dos engenheiros buscar por medidas sustentáveis que mantenham os danos ambientais no menor nível possível. Há vários outros princípios a serem seguidos, com todos tendo em comum o respeito às normas ambientais e ao ser humano. Além dessas normas, há também itens referentes ao código de ética dos engenheiros e outras iniciativas, como a biomimética, que busca soluções que imitem a própria natureza. CONECTE-SE Há diversas iniciativas para reduzir os impactos ambientais, e algumas delas são voltadas simplesmente em melhorar itens que nós já temos. Por exemplo, foi criado um chuveiro que recicla a água e um motor que reduz a emissão de gases simplesmente por aquecer um pouco mais o combustível. NA PRÁTICA Um exemplo muito interessante da biomimética é algo com que convivemos de forma diária: velcro. A ideia por trás da biomimética ainda não era comum, mas este, com certeza, é um dos melhores representantes dela. O criador do velcro, o engenheiro eletrônico suíço Georges de Mestral, caminhava com seu cachorro, quando percebeu que pequenas sementes grudavam de forma insistente em suas roupas e no pelo do cão. Após isso, ele teve a ideia de �xar objetos usando tecidos e ganchos de tamanho mínimo, desenvolvendo então o velcro. O mecanismo se mostrou prático, e�ciente e ganhou o mercado rapidamente, sendo usado nos trajes dos astronautas que foram à Lua (MIHELCIC e ZIMMERMAN, 2018). https://go.eadstock.com.br/bEx Os esforços conjuntos por parte das nações, junto ao auxílio e às criações dos engenheiros da nova geração, têm conseguido reduzir o impacto causado ao meio ambiente. Entretanto, as ideias precisam continuar surgindo, assim como cada empresa deve continuar fazendo seu papel. Espera-se que, em alguns anos, o cenário possa ser revertido e o equilíbrio entre a humanidade e a natureza possa ser �nalmente, alcançada. Cada modalidade das Engenharias pode fazer a diferença de uma forma própria, buscando a solução dentro de sua própria especialidade. Nesta aula, encerramos as abordagens históricas do conteúdo, e a partir de agora nos concentraremos no cenário atual sobre o per�l que se espera de um pro�ssional formado. E, para sabermos exatamente qual formação pode ter determinadas características, nada mais interessante do que discutirmos sobre as principais áreas dos cursos de Engenharia. As Áreas da Engenharia AUTORIA Paulo Otávio Fioroto Diferentes Modalidades Caro(a) aluno(a), por ter ingressado na graduação em Engenharia, você, com certeza, está ciente de que existem diversas modalidades para o curso. Em nossa primeira aula, discutimos o ciclo básico, envolvendo Cálculo, Física e Química. Agora, nosso foco será a apresentação das principais ênfases especí�cas. Ao todo, temos mais de 30 modalidades reconhecidas no Brasil, sendo que algumas podem ser consideradas como “derivações” de outras, com a intenção em focar em temas mais especí�cos. Ao �nal desta aula, a meta é que você tenha noção da importância que cada área da engenharia tem,e que não se pode dizer que uma formação é mais importante do que a outra. Com certeza sempre haverá uma que seja mais adequada do que outras para uma determinada situação, mas, ao �nal, todas elas se complementam. Engenharia Civil Este é o ramo mais antigo de todas as Engenharias – o que faz total sentido, visto que o ser humano, desde os primórdios, sempre necessitou de moradias. A formação tem como grande foco o projeto e construção de estruturas, e esse, de fato, era o único aspecto trabalhado na graduação no princípio. Entretanto, após alguns anos, conforme foi sendo exigido mais dos pro�ssionais, novos aspectos foram acrescentados ao curso. Hoje em dia, é essencial que um engenheiro civil compreenda o comportamento dos materiais, visto que isso é fundamental para que estruturas se mantenham �rmes, além da pesquisa por novos materiais ser algo constante. Dentre suas principais funções, destaca-se o planejamento de projetos, incluindo os custos de recursos materiais e humanos, além da análise de riscos, considerando sempre leis e possíveis problemas ambientais que possam ser causados. Também é seu trabalho realizar testes de solos, com a intenção de veri�car a adequação e a resistência das fundações, realizar todos os cálculos necessários para a estrutura, incluindo sistemas hidráulicos e de transporte, e supervisionar as operações realizadas durante suas obras (MOAVENI, 2016). É muito comum que engenheiros civis busquem uma especialização após a conclusão do curso. As formações mais comuns são os engenheiros de construção, que focam nos projetos de construção civil, os engenheiros geotécnicos, que são aqueles que buscam compreender as características dos solos e das fundações, e os engenheiros de transportes, que projetam sistemas relacionados à movimentação humana, como estradas, portos e aeroportos. Engenharia Elétrica A importância da energia elétrica para a sociedade atual dispensa muitas explicações, e os engenheiros eletricistas são aqueles que possuem conhecimento teórico e prático a respeito das redes de distribuição. Sem pro�ssionais que possuam essa capacidade, todas as nossas redes de comunicação parariam de funcionar, não teríamos condições de conservar alimentos, as ruas se tornariam um caos e nossos sistemas de distribuição de água parariam de funcionar. O mundo entraria em colapso. Agora, você tem dimensão da relevância dessa formação. Este pro�ssional é aquele que projeta, testa e supervisiona a produção de equipamentos eletroeletrônicos, desde os eletrodomésticos que temos em nossas casas até aparatos geradores de energia. Da mesma forma, são responsáveis pela parte elétrica de automóveis em geral (COCIAN, 2017). Atribuições comuns aos engenheiros eletricistas são a realização de cálculos voltados à fabricação e construção de sistemas elétricos de todos os portes, determinando todos os custos e recursos necessários para que o desenvolvimento se dê de forma adequada e dentro dos prazos desejados. Assim como em outras Engenharias, é muito comum que engenheiros eletricistas busquem especializações após a conclusão do curso. Exemplos são o controle e a automação, que focam no desenvolvimento de máquinas automatizadas, a microeletrônica, que projeta sistemas integrados, e as telecomunicações, que desenvolvem sistemas de redes de comunicação em geral. Engenharia de Produção A Engenharia de Produção – eventualmente chamada também de Engenharia Industrial – é, possivelmente, a mais versátil entre as formações da área. Sua grade curricular possui grande foco na gestão, o que torna o pro�ssional apto a planejar e controlar processos em geral. São tarefas comuns aos engenheiros de produção o desenvolvimento e controle dos �uxos de produção, buscando formas de melhorar aquilo que já é produzido, reduzir desperdícios, tornar processos mais rápidos e melhorar os sistemas de controle de estoque e de qualidade, sempre levando em conta uma análise precisa dos custos. Engenheiros de produção costumam ser contratados pelos mais diversos tipos de empresas, desde consultorias até a manufatura de peças. Seu olhar crítico em relação aos sistemas de produção e de controle, além da capacidade de análise, são muito valorizados pelos gestores de modo geral. Engenharia Química Engenheiros químicos são aqueles que se envolvem na fabricação de produtos químicos de modo geral, passando por combustíveis, remédios e tintas, entre tantas outras possibilidades. Sua principal demanda é o projeto de equipamentos e de processos para fabricações em grande escala (COCIAN, 2017). Assim como todas as outras formações, o engenheiro químico tem como função a busca pelo melhor processo visando os custos mais baixos. Além disso, é essa a formação que visa a segurança dos trabalhadores envolvidos em processos químicos, determinando quais as normas a serem seguidas e quais equipamentos de proteção devem ser utilizados. Costumam também trabalhar com processos de separação referentes a gases e líquidos, de forma a extrair os compostos necessários de cada uma das matérias-primas. É muito comum encontrar engenheiros químicos atuando em laboratórios de controle de qualidade ou de desenvolvimento de novos produtos, assim como sua atuação na criação e análise de novos materiais é constante – por exemplo, o desenvolvimento de uma nova formulação para a borracha de pneus, visando torná- la mais resistente. NA PRÁTICA Um sistema comumente aplicado para que haja redução de desperdícios é o Just in Time (JIT), criado pela empresa japonesa Toyota, o qual possui foco na produção por demanda. Com esse sistema, os estoques são reduzidos ao mínimo possível, reduzindo o investimento em estoques e fabricando os produtos apenas quando a venda deles já ocorreu. É necessário um contato constante com os fornecedores de materiais, os quais devem ser absolutamente pontuais, além de comunicação perfeita entre todos os setores internos da indústria, o que torna a produção muito mais rápida e precisa. O JIT mira a perfeição e gera grande economia por parte da empresa, além de transformar a organização em um exemplo para as outras quando bem aplicado (MONDEN, 2015). Engenharia Mecânica Os engenheiros mecânicos são responsáveis pelo projeto, desenvolvimento e construção de dispositivos mecânicos, desde pequenas ferramentas e peças até grandes máquinas industriais. Não é raro que os mesmos atuem em conjunto com engenheiros eletricistas quando se trata da automação de máquinas, assim como é possível encontrar uma atuação conjunta com engenheiros químicos no desenvolvimento de motores de combustão. O pro�ssional da área deve ter bons conhecimentos de simulação computacional, visto que é a forma com que se projetam equipamentos mecânicos na atualidade. Assim sendo, também são os responsáveis pelos testes dos dispositivos desenvolvidos, sempre realizando as análises e veri�cando de que forma um equipamento pode ser melhorado. Engenheiros mecânicos comumente aplicam de forma prática as teorias apresentadas na disciplina de Física, envolvendo conceitos como trabalho, energias e atrito – como, por exemplo, em testes de simulação de segurança de automóveis, ou para veri�car a mobilidade de um determinado aparato desenvolvido para uma fábrica. Além disso, os pro�ssionais também devem ter total conhecimento sobre o calor e suas propriedades, já que trabalham constantemente com projeto e desenvolvimento de máquinas térmicas em geral. Engenharia de Computação A Engenharia de Computação está comumente ligada às Engenharias Elétrica ou Eletrônica, visto que, além da programação, o pro�ssional também é responsável pelo desenvolvimento dos circuitos dos microprocessadores e das máquinas de grande porte. Por conta disso, é comum que suas funções sejam confundidas, fato que ocorre também pela frequente atuação conjunta dos pro�ssionais. Entretanto, há uma diferença drástica: enquanto engenheiros eletricistas são aqueles que podem realizar projeto de largaescala, como redes de distribuição em cidades, os engenheiros de computação possuem maior aptidão à programação de sistemas em geral. Usualmente, engenheiros de computação buscam especializações voltadas para a criptogra�a e proteção de informações, algo que tem sido muito valorizado pelas grandes empresas atualmente. Engana-se quem pensa que engenheiros de computação podem atuar apenas com programação, já que todas as empresas precisam de computadores e softwares nos dias de hoje. Por conta disso, é comum encontrar pro�ssionais formados na área atuando em empresas de consultoria ou projetando equipamentos que usem softwares, como eletrodomésticos e celulares. Engenharia Ambiental Em nossa aula anterior, discutimos sobre a importância que tem sido dada ao meio ambiente nas últimas décadas. Engenheiros ambientais têm sido mais valorizados justamente por conta disso, e a tendência é que, com o endurecimento das normas ambientais, isso aumente de forma contínua nos próximos anos. O pro�ssional é aquele que utiliza os conceitos da Engenharia em conjunto com a ciência dos solos, a biologia e a química, de forma a reduzir os impactos ambientais causados pelas indústrias. É comum que ele atue em conjunto com engenheiros de produção na busca pela redução de desperdícios, já que qualquer rejeito pode resultar em problemas ambientais. Entre suas obrigações, estão a produção de relatórios empresariais sobre o meio ambiente, o desenvolvimento de projetos referentes a assuntos como o tratamento de água e o controle de poluição do ar, além de inspecionar as instalações para assegurar que a legislação ambiental seja devidamente atendida (COCIAN, 2017). Por consequência de sua especialização, tanto indústrias quanto órgãos governamentais têm ampliado as vagas para engenheiros ambientais, assim como muitos pro�ssionais têm atuado de forma autônoma, como consultores. É comum CONECTE-SE Ataques de hackers têm ocorrido cada vez mais frequentemente, colocando em risco a segurança de informações de pessoas físicas e jurídicas como, por exemplo, dados bancários. Isso tem aumentado a busca por bons engenheiros de computação. https://go.eadstock.com.br/bEy que engenheiros ambientais abordem funções de engenheiros sanitários no desenvolvimento de redes de esgoto em cidades – o que torna relativamente comum sua atuação junto a engenheiros civis. Engenharia de Alimentos A Engenharia de Alimentos é aquela que se aprofunda no conhecimento em relação à química de alimentos, além do desenvolvimento de maquinários e processos que auxiliem na produção de produtos alimentícios. Sua atuação junto a engenheiros de produção e ambientais é frequente, visto que a redução de desperdícios e a melhora dos processos é do interesse dos três pro�ssionais. O engenheiro de alimentos frequentemente atua em laboratórios de controle de qualidade e no desenvolvimento de novos produtos, sendo obrigação do mesmo possuir conhecimentos referentes à microbiologia, química, estatística e conservação de alimentos. Quando atua em setores voltados ao desenvolvimento de equipamentos voltados à produção, é comum que, junto aos engenheiros mecânicos, apliquem os conceitos da Física e da Termodinâmica para que o aparato seja desenvolvido com sucesso. Assim como o próprio nome da formação indica, a maioria dos engenheiros de alimentos atua em indústrias alimentícias. Entretanto, por conta de sua aptidão a trabalhar com produtos químicos, o pro�ssional pode também atuar em consultorias relacionadas à qualidade, logística e tratamento de resíduos, além de se envolver com a �scalização de alimentos e bebidas. Engenharia de Saúde e Segurança Sua função é, em alguns momentos, confundida com a de um engenheiro ambiental – o que é compreensível, já que o cuidado com a vida humana e o meio ambiente é de responsabilidade das duas formações. Entretanto, os engenheiros de segurança buscam também a proteção daqueles que estão diretamente envolvidos com os processos internos à indústria. A atuação desses pro�ssionais em conjunto a todas as outras é muito frequente, pois todas as indústrias apresentam riscos ao bem-estar de seus colaboradores, desde a manipulação de produtos químicos até o risco de quedas em uma obra, passando por contaminações, aspiração de gases ou choques elétricos. Sua tarefa é determinar quais equipamentos de proteção devem ser utilizados para que não haja riscos, veri�car se o maquinário está funcionando adequadamente, se as instalações oferecem algum perigo aos envolvidos, buscar a aplicação de dispositivos de segurança, como botões de parada, além de garantir que todos estejam trajando a vestimenta correta para que sua vida esteja em total segurança (COCIAN, 2017). Figura 1 - Engenheiros de saúde e segurança são aqueles que garantem que os equipamentos corretos serão utilizados. Coletividade Durante o decorrer desta aula, buscou-se clari�car a especialidade de cada uma das formações citadas. Mas, mais importante do que isso, a intenção foi mostrar que todas elas são interdependentes, podendo atuar em conjunto com outras, complementando o trabalho em busca de resultados positivos para todos os lados. Seria impossível que a sociedade que temos hoje existisse sem a atuação conjunta dos pro�ssionais citados e de outras formações. Não teríamos onde morar sem o desenvolvimento da Engenharia Civil, �caríamos todos doentes se engenheiros de alimentos não desenvolvessem técnicas de conservação de alimentos ou se engenheiros ambientais e engenheiros de saúde e segurança não realizassem projetos voltados à redução da insalubridade, não teríamos carros sem o trabalho conjunto de engenheiros eletricistas e engenheiros mecânicos, esses carros não sairiam do lugar sem que um engenheiro químico produzisse um combustível adequado. Conforme dito anteriormente, é claro que cada situação exige uma formação adequada. Porém, isso não quer dizer que apenas um único engenheiro conseguirá resolver aquele determinado problema – muitas vezes, são necessários os conhecimentos especializados de duas ou mais formações simultaneamente. A partir de nossa próxima aula, nosso foco estará nas atividades e no per�l esperado de um engenheiro que tenha concluído sua graduação, sem que haja distinção sobre a sua modalidade. Espero que, agora que você sabe um pouco mais sobre a atuação de cada uma das modalidades, a relação que cada uma das atividades a serem apresentadas se torne mais fácil de visualizar. O Per�l do Pro�ssional Engenheiro AUTORIA Paulo Otávio Fioroto O Per�l Prezado(a) aluno(a), a partir de agora, discutiremos o per�l desejado de um bom pro�ssional. Contudo, você vai perceber que algumas características não estarão presentes nesta aula. Isso ocorre porque elas terão um lugar de destaque em aulas posteriores. O que será discutido aqui são as habilidades esperadas de qualquer engenheiro. Boa parte desses aspectos serão trabalhados durante sua graduação, então �que tranquilo caso sinta que precisa desenvolver algum desses pontos que estão por vir. Comunicação Uma comunicação e�ciente é algo valorizado por todo e qualquer tipo de empresa. Saber o que expor, como expor e quando expor sempre foi relevante, e é uma das principais características que um engenheiro precisa utilizar durante o desenvolvimento de projetos ou durante negociações. Uma palavra no lugar certo e no momento certo pode ser a chave para que algo positivo possa acontecer da forma como gostaríamos. Comunicação Oral A comunicação oral, também conhecida como oratória, é a forma com que os pro�ssionais podem convencer as pessoas sobre a vantagem da execução de seu projeto, ou então expor a importância de realizar uma atividade de determinada maneira (COCIAN, 2017). Deve �car claro que falar não é o su�ciente. A forma como algo é dito, a entonação, os gestos realizados, a postura, o contato visual durante a exposição de seus argumentos, todos esses fatores são diferenciais que podem mudaro seu discurso. A intenção é justamente a de transmitir uma ideia de forma segura e completa, prendendo a atenção daquele que estiver ouvindo. Quanto maior a segurança que você passar ao ouvinte, maior tende a ser a sua chance de sucesso. Comunicação Escrita A comunicação escrita também possui sua importância, em especial no momento que vivemos hoje, onde a troca de e-mails ocorre a todo instante. Uma boa capacidade de escrita e de interpretação de textos não é apenas um ponto forte, é uma exigência para qualquer indivíduo que busque uma carreira bem-sucedida. Erros gramaticais podem colocar tudo a perder, principalmente quando se trata de um primeiro contato. Um erro num currículo, por exemplo, pode ser determinante no momento da decisão de chamar alguém para uma entrevista. E, mesmo após estar devidamente empregado, um engenheiro precisa do uso constante da escrita. Numa base diária, engenheiros realizam relatórios de procedimentos técnicos, redigem manuais de manutenção e de especi�cação, entre outras atividades. A habilidade de se fazer entender com clareza através da escrita é indispensável para um bom pro�ssional, e técnicas de redação são uma competência altamente requisitada no mercado, principalmente por empresas de grande porte. CONCEITUANDO Podemos também incluir a comunicação grá�ca, através de desenhos e sinalizações. Engenheiros desenvolvem projetos que devem ser entendidos por quem os está realizando, assim como sinalizam o que deve ou não deve ser feito – um botão que não deve ser apertado, se não bem sinalizado, pode pôr tudo a perder. Criatividade e Inovação A capacidade de inovar é algo que está inserido na pro�ssão do engenheiro. Em nossas primeiras aulas, apresentamos diversas realizações de séculos passados, como a invenção do motor a vapor, a criação do concreto por parte dos romanos, a construção das pirâmides por parte dos egípcios – estruturas que, mesmo para os dias atuais, são muito avançadas. Todos esses são pontos que podem ser considerados como méritos de nossos ancestrais. Uma das funções da pro�ssão é a resolução de problemas da forma mais simples e barata possível – isso exige que o engenheiro pense de uma forma um pouco diferente dos demais, buscando soluções que exijam o mínimo de recursos possível. O fato de um engenheiro conseguir enxergar o problema antes mesmo dele acontecer também pode ser considerado como criatividade – a�nal, a melhor forma de resolver um problema é não deixar que ele sequer ocorra! Inovar não se resume a resolver algo, mas também a melhorar o que já existe. Não é porque algo está funcionando que ele não possa ser melhorado. A embalagem de um produto pode se tornar mais chamativa caso ela seja pintada de uma cor diferente, um processo pode ser mais rápido caso uma máquina seja colocada em outro lugar, entre outros diversos exemplos. Para que a inovação possa acontecer adequadamente, é exigido o conhecimento total daquilo que está sendo realizado. Não será possível melhorar algo que existe sem que se tenha domínio a respeito do tema e sem que sejam pesquisadas soluções que fujam ao tradicional. Por isso, é sempre importante usar a internet e as redes de comunicação a seu favor – uma notícia, um acontecimento, uma simples matéria num site, tudo isso pode ser o gatilho para que uma ideia possa ser gerada repentinamente. Informática Por mais que algumas formações tenham um maior contato com a informática do que outras, não se pode negar que computadores são, hoje, a principal ferramenta de trabalho. O conhecimento de alguns softwares é necessário, e saber aplicá-los e usá-los a seu favor é sempre bem-visto por parte de qualquer empresa. Conhecer o básico da estrutura de um computador, suas peças, e alguns detalhes sobre programação é sempre enriquecedor. Tão importante quanto saber usar algo, é entender como esse algo funciona e o que cada um de seus componentes faz. Não é necessário ter um conhecimento tão aprofundado sobre todos os programas, mas saber o su�ciente para tornar seu trabalho mais rápido e preciso é algo essencial, visto que soluções podem ser encontradas mais rapidamente por computadores do que por pessoas. A tecnologia trabalha a nosso favor, cabe apenas ao pro�ssional ter o esforço e a curiosidade de aprender a usá-la. Trataremos de alguns aparatos e softwares interessantes ao engenheiro em algumas das próximas aulas. CONECTE-SE Um exemplo de software de extrema importância é o Microsoft Excel. Planilhas são aplicadas em empresas de todos os ramos, mas programas muito maiores podem ser criados a partir do Excel caso o usuário pesquise mais a fundo. Interpretação e Análise de Dados Como engenheiro(a), você terá contato com dezenas de grá�cos e tabelas de todos os tipos durante sua formação. A interpretação dos mesmos é fundamental, pois é a forma mais rápida e visual de conseguir alguma informação. A capacidade de analisar e de retirar o máximo de informações de um único grá�co é algo muito valorizado pelas empresas, e engenheiros são sempre os pro�ssionais dos quais mais se espera essa habilidade. O pensamento analítico trata justamente da compreensão de diversas partes de um mesmo problema e de como elas se relacionam (COCIAN, 2017). Exemplos de aplicações práticas são, por exemplo, a correta interpretação dos resultados de uma pesquisa de opinião realizada com o público-alvo da empresa, que pode indicar que seu produto precise de algumas mudanças. Da mesma maneira, a estrati�cação de tais dados pode indicar que, na verdade, apenas um público especí�co sente que essa mudança é algo signi�cativo, o que faz com que possa ser realizada alguma ação voltada apenas a esse grupo especí�co de pessoas. Outro exemplo seria a análise dos grá�cos de controle de temperatura de uma máquina utilizada num processo especí�co, a qual será trocada caso esteja com problemas, o que gerará um gasto de milhares de reais. Ao veri�car as informações, o engenheiro pode obter a informação de que esse superaquecimento da máquina ocorre apenas quando um determinado líquido está passando pelo processamento, indicando que o problema não está necessariamente na máquina, e sim na https://go.eadstock.com.br/bEz presença desse líquido especí�co. Essa interpretação vai resultar em uma reformulação do processamento e evitará que todo o dinheiro que seria investido num novo equipamento seja gasto. Durante a formação, esse raciocínio é trabalhado em momentos como a decomposição de sistemas em subsistemas menores e de análise mais simpli�cada – conceito comumente encontrado em disciplinas de Geometria Analítica e Álgebra Linear. A capacidade de aliar a teoria abordada no curso às atividades práticas é muito importante e requisitada, pois isso demonstra um maior desenvolvimento do raciocínio lógico por parte do pro�ssional – e o uso desse raciocínio tem ligação direta com o tema abordado em nosso próximo tópico. Metodologia Cientí�ca e Tecnológica A metodologia cientí�ca será abordada de forma mais aprofundada em uma de nossas próximas aulas, porém com foco na área acadêmica. Neste momento, daremos o foco ao seu uso em indústrias e empresas. Esta metodologia se trata do uso da investigação para a produção de algo novo, ou seja, a capacidade de pesquisar, raciocinar em cima de uma informação e conseguir extrair dela uma ideia que possa ser aplicada aos seus processos. Figura 1 - A interpretação de grá�cos e a obtenção de dados são uma característica exigida dos engenheiros. Por pesquisa, entenda que não estamos falando somente em ler um livro ou artigo, e sim da obtenção de dados necessários para uma tomada de atitude. A simples medição da altura de um objeto, o teste de uma nova formulação para algum produto, a realização de uma pesquisa de opinião com clientes que mostre o que pode ser alterado, todos esses pontos são exemplos de aplicações da metodologia cientí�ca. Todo engenheiro deve ter em mente que, pior do que não ter um dado, é tê-lo e
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