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Diagnóstico por Imagem 
Transcrições das aulas e slides 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Gustavo Bednarski 
ATM 2019/2 
 
 
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SUMÁRIO 
 
 
 
1. RADIOGRAFIA: TÉCNICA DE EXAMES – Victor Hugo 3 
2. RADIOGRAFIA: ANATOMIA LOBAR – Victor Hugo 7 
3. RADIOGRAFIA: ANATOMIA SEGMENTAR – Victor Hugo 9 
4. RADIOGRAFIA: SINAL DA SILHUETA – Victor Hugo 12 
5. RADIOGRAFIA: O SINAL DO BRONCOGRAMA AÉREO – Victor Hugo 15 
6. RADIOGRAFIA: COLAPSO LOBAR E SEGMENTAR – Victor Hugo 17 
7. RADIOGRAFIA: DERRAME PLEURAL E PLEURAS – Victor Hugo 24 
8. RADIOGRAFIA: O ESPAÇO EXTRA-PLEURAL – Victor Hugo 26 
9. ULTRASSONOGRAFIA – Victor Hugo 29 
10. ULTRASSONOGRAFIA OBSTÉTRICA – Victor Hugo 31 
11. ULTRASSONOGRAFIA DE FÍGADO E VIAS BILIARES – Victor Hugo 33 
12. ULTRASSONOGRADIA DE RINS, VIAS URINÁRIAS E TESTÍCULOS – Victor Hugo 36 
13. ULTRASSONOGRAFIA VASCULAR – Victor Hugo 38 
14. PRINCÍPIOS FÍSICOS: MÉTODOS DE EXPLORAÇÃO RADIOLÓGICA – Laura Gomes 41 
15. TOMOGRAFIA COMPUTADORIZADA – Laura Gomes 46 
16. TOMOGRAFIA COMPUTADORIZADA DO MEDIASTINO – Laura Gomes 52 
17. TOMOGRAFIA COMPUTADORIZADA DO PARÊNQUIMA PULMONAR – Laura Gomes 56 
18. TOMOGRAFIA COMPUTADORIZADA DO CARCINOMA DE PULMÃO – Laura Gomes 65 
19. RESSONÂNCIA MAGNÉTICA – Laura Gomes 68 
20. MEDICINA NUCLEAR – Laura Gomes 72 
21. SEIOS DA FACE – Laura Gomes 74 
22. MAMOGRAFIA – Laura Gomes 76 
23. TOMOGRAFIA COMPUTADORIZADA DE CRÂNIO – Laura Gomes 82 
24. CONTRASTES – Laura Gomes 90 
25. RADIOLOGIA SIMPLES DO ABDOME – Victor Hugo 93 
26. RADIOGRAFIA DO ESÔFAGO, ESTÔMAGO E DUODENO (REED) – Victor Hugo 101 
27. INDICAÇÕES DIAGNÓSTICAS E TERAPÊUTICAS NA MEDICINA NUCLEAR – Álvaro 
Louzada 103 
 
 
 
 
 
 
 
 
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RADIOGRAFIA: TÉCNICA DE EXAMES – Victor Hugo 
FILME RADIOGRÁFICO 
Consiste em uma emulsão fixada numa base de material plástico, que contém em suspensão 
cristais de brometo de prata em material gelatinoso. 
DENSIDADES BÁSICAS DA RADIOGRAFIA CONVENCIONAL 
 Ar – absorve menos raios-x e aparece mais preto que todas estruturas. 
 Gordura – cinza, geralmente mais escuro que tecidos moles. 
 Líquidos e tecidos moles – fluidos (p.ex.: sangue) e tecidos moles (p.ex.: músculos) têm 
a mesma densidade. 
 Cálcio – é o mais denso material que ocorre naturalmente no organismo (p.ex.: ossos). 
 Metal – usualmente absorve todos os raios-x e aparece mais branco que todas 
estruturas. 
A absorção dos raios-x é proporcional à profundidade das estruturas a serem visualizadas. O 
peso molecular dos tecidos também tem grande importância na determinação da densidade da 
imagem formada – quanto maior o peso molecular, maior a densidade do raio-x, mais próximo 
do branco será a estrutura representada. 
RADIOGRAFIA DE TÓRAX PÓSTERO-ANTERIOR (PA) E ANTERO-POSTERIOR (AP) 
A incidência padrão de radiografia de tórax é a póstero-anterior. 
O paciente fica em posição ortostática, sendo atingido por raios-x horizontais. Mantém-se a 
uma distância foco-filme de 1,80m. Em inspiração um pouco mais profunda que o habitual. 
Em uma radiografia póstero-anterior tecnicamente correta deve-se visualizar a sexta e sétima 
costelas torácicas (preferencialmente a nona e décima), as clavículas devem estar centradas, o 
botão aórtico e a bolha gástrica devem ser visíveis. É necessário visualizar a densidade 
radiográfica da coluna vertebral através do coração (boa penetração dos raios). 
A radiografia PA é examinada como se o paciente estivesse de frente para o examinador. 
A incidência póstero-anterior (PA) serve para reduzir a deformação e aumentar a nitidez. 
A incidência antero-posterior (AP) é habitualmente realizada em pacientes deitados e substitui 
a incidência PA nos pacientes muito doentes, nas crianças ou qualquer pessoa que não possa 
ficar em pé ou sentada. 
A radiografia em expiração é útil para pesquisar enfisema obstrutivo (p.ex.: por corpo estranho 
ou tumor). 
Uma vez que o pulmão obstruído não pode se esvaziar prontamente, o lado afetado 
permanecerá expandido e hiper-transparente (escuro). 
 
 
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O pneumotórax aparece sempre maior na expiração. 
RADIOGRAFIA DE TÓRAX EM PERFIL 
Outra radiografia de rotina é a em perfil. O lado que está encostado no filme é o que determina 
o nome do perfil – direito ou esquerdo. Caso haja lesão no lado direito, este é o perfil a ser feito 
para que exista menos deformação e melhor nitidez. 
Em uma radiografia em perfil tecnicamente correta deve-se visualizar as cúpulas 
diafragmáticas direita e esquerda. Haverá certa dificuldade em visualizar os corpos vertebrais 
torácicos superiores. 
RADIOGRAFIA DE TÓRAX OBLÍQUA 
As incidências oblÍquas são usadas para localizar lesões e as projetarem de forma que fiquem 
livres das estruturas que as sobrepõem (p.ex.: bifurcação traqueal, câmaras cardíacas). 
Como nas radiografias de perfil a porção do tórax que toca o filme dá o nome à incidência 
oblíqua (direita ou esquerda, posterior ou inferior). 
RADIOGRAFIA DE TÓRAX ÁPICO-LORDÓTICA 
Outra incidência importante é a lordótica que é feita com o paciente em posição ortostática em 
AP e inclinado para trás cerca de 30 graus, apoiando a porção superior do tórax no chassi. 
Utilizada para ver com maior clareza os ápices pulmonares. Possibilita a retirada das clavículas 
da frente dos alvos. 
Pode ser realizada com o paciente em decúbito ventral ou dorsal e raios-x horizontais. 
Duas porções do pulmão, o lobo médio e a língula, são relativamente estreitos no diâmetro AP 
e em casos de pneumonia ou colapso podem projetar sombras muito fracas. Na incidência 
lordótica, os raios atravessam o diâmetro mais longo do lobo médio e da língula, de tal forma 
que quando doentes, eles aparecem mais radiopacos. 
MAGNIFICAÇÃO 
PENUMBRA 
Consiste na perda geométrica de nitidez. 
As radiografias AP são tomadas a uma distância de 1,00m, desta forma aumentam a 
deformidade e diminuem a nitidez. 
A incidência ortostática é preferida em detrimento da em decúbito porque: 
 Mostra maior quantidade de pulmão uma vez que o diafragma está mais baixo. 
 É mais rápida. 
 
 
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 É mais fácil de atingir a distância de 1,80m de tal forma que as imagens são mais nítidas 
e menos deformadas. 
SILHUETA 
É comum que uma lesão localizada atrás do coração, ou na base dos pulmões, seja invisível na 
incidência PA, porque a sombra do coração e do diafragma a escondem, daí necessidade de 
radiografia rotineira em perfil em conjunto com a PA. 
LÍQUIDO NA CAVIDADE PLEURALO líquido na cavidade pleural é afetado pela gravidade, desta forma acumula-se sempre na 
posição mais inferior (recesso costofrênico posterior e recessos costofrênicos laterais), salvo se 
estiver septado/bloqueado. 
NÍVEL HIDROAÉREO 
Existirá em qualquer cavidade que contenha líquido e gás. É percebido pela mudança das 
densidades, especialmente em incidências com raios-x horizontais. 
Lembrar: 
 Incidência póstero-anterior = raios-x horizontais. 
 Incidência anterior-posterior = raios-x verticais. 
 Incidência em decúbito lateral = raios-x horizontais. 
SOMBRA 
Três coisas acontecem quando o feixe de raios-x penetra o paciente: 
 Alguns raios são refletidos e/ou desviados. 
 Alguns são parcialmente absorvidos pelos tecidos do corpo, em quantidades variáveis 
dependendo da densidade dos tecidos, antes de atingir o filme. 
 Alguns passam diretamente ao filme sem serem afetados pelo paciente. 
RADIAÇÃO ESPALHADA 
A porção do feixe que atinge o paciente e depois é difundida ao acaso é chamada de radiação 
difusa ou espalhada. Este tipo de radiação é maior nos pacientes obesos. Há que se reduzir a 
quantidade desta radiação espalhada, uma vez que ela aumenta o velo. 
A forma de reduzir esta radiação espalhada é utilizando uma “grade anti-difusora”. Ela consiste 
em finas lâminas de chumbo espalhadas regularmente que bloqueiam a passagem da maior 
parte da radiação primária e reduzem ao máximo a passagem da radiação secundária 
(espalhada/difusa). 
 
 
 
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Quase toda a intervenção radiológica, como por exemplo a radiografia e a tomografia, baseiam-
se na diferença de atenuação da radiação ao atravessar corpos diferentes. Assim, detectamos 
estranhos ou vazios existentes em um dado material a partir das diferentes intensidades 
produzidas num detector, geralmente um filme semelhante ao fotográfico, gerando um padrão 
de contrastes. 
A ocorrência de efeitos de difração (espalhamento), gera uma degradação do contraste, 
criando uma região de transição de intensidades que por sua vez irá prejudicar a determinação 
dos limites do objeto a ser detectado. 
Existem grades anti-difusoras fixas e móveis. A grade fixa determina a absorção dos raios-x e 
causa o aparecimento de finas linhas sobre o filme (gradeado). Este gradeado tende a piorar a 
qualidade do filme. Para eliminar este gradeado e, por consequência, a nitidez da imagem 
utiliza-se a grade móvel, chamada de Potter-Bucky. 
PLANIGRAFIA 
Outra técnica importante é a planigrafia, também chamada de tomografia linear. 
Cuidado! Não é tomografia computadorizada. 
Com esta técnica obtém-se radiografias de camadas do corpo do paciente, ao mesmo tempo 
borrando as estruturas anteriores e posteriores a estas camadas. Esta técnica serve para botar 
em evidência estruturas que de outra forma ficariam sobrepostas por imagens que diminuem 
sua nitidez. O planígrafo consiste em um aparelho no qual o tubo e o filme movem-se 
sincronicamente, mas em direções opostas. O fulcro ajustável é colocado na altura da lesão a 
ser estudada. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 7 
 
RADIOGRAFIA: ANATOMIA LOBAR – Victor Hugo 
É absolutamente essencial o conhecimento da anatomia lobar e segmentar mais simples, para a 
interpretação das radiografias de tórax. 
Cada lobo é coberto pela pleura visceral. A pleura visceral cobrindo superfícies adjacentes de 
dois lobos forma septos, que separam os lobos. O espaço entre os dois lobos chama-se cissura 
inter-lobar. 
OBS.: em radiologia torácica os termos septo e cissura são usados de forma indistinta. 
Espessura da cissura – uma vez que o septo inter-lobar mede menos que 1mm de espessura, é 
necessário que o feixe de raios-x seja paralelo ao longo eixo (ao plano) do septo para que este 
seja visível na radiografia. 
CISSURA OBLÍQUA 
A grande cissura oblíqua do pulmão esquerdo separa o lobo superior do lobo inferior. Esta 
cissura corre obliquamente para baixo e para a frente a partir do nível da quinta vértebra 
torácica em direção ao diafragma, atingindo-o em um ponto logo atrás do seio costofrênico 
anterior. 
A cissura oblíqua não é comumente visível na projeção frontal porque não é paralela ao feixe 
de raios-x. 
No pulmão direito, a grande cissura separa os lobos superior e médio do lobo inferior. Com 
exceção disso, o que foi dito em relação com a cissura esquerda se aplica também à direita. 
Na radiografia de perfil, é frequentemente visível a intersecção da grande cissura com o 
diafragma. Identificando de que diafragma se trata (pela bolha gástrica, ponta de coração) 
pode-se identificar a grande cissura correspondente. 
CISSURA HORIZONTAL 
Existe uma outra cissura que é chamada “pequena cissura” ou “cissura horizontal”. Esta é 
localizada no pulmão direito e separa o lobo superior do lobo médio. Uma vez que esta cissura 
é horizontal, portanto paralela ao feixe de raios-x, na maior parte das vezes (55%), será vista 
nas radiografias de PA e perfil. 
OBS.: derrame inter-cissural (pseudotumor, tumor evanescente). 
A pequena cissura é ausente ou incompleta em 25% dos indivíduos. Também, se a cissura for 
algo inclinada, poderá não ser visível na radiografia. 
 
 
 
 
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CISSURA DA VEIA ÁZIGOS 
Existem cissuras acessórias. A mais comum é a chamada “cissura da veia ázigos” que ocorre em 
consequência de anomalia da veia ázigos, que atravessa o lobo superior direito e que forma o 
chamado “lobo ázigos” no pulmão. 
CISSURA ACESSÓRIA INFERIOR 
Outra cissura é a chamada “cissura acessória inferior” que separa o segmento basal medial do 
lobo inferior, do restante do lobo. 
As cissuras horizontal, ázigos, e acessória inferior são frequentemente vistas no pulmão direito, 
mas raramente no pulmão esquerdo. 
CISSURA ACESSÓRIA SUPERIOR 
A cissura acessória superior separa o segmento superior de cada um dos lobos inferiores das 
demais porções do lobo inferior, em cerca de 5% dos espécimes anatômicos. 
OBS.: o deslocamento das cissuras de suas posições habituais é o sinal de maior confiança de 
colapso lobar. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 9 
 
RADIOGRAFIA: ANATOMIA SEGMENTAR – Victor Hugo 
É necessário conhecer a anatomia segmentar do pulmão, para identificar os orifícios bronquiais 
e extrair corpos estranhos pela broncoscopia, para encontrar a lesão na mesa operatória, para 
prescrever a drenagem postural adequada para os abcessos pulmonares e para o diagnóstico 
diferencial. Algumas afecções têm distribuição segmentar, outras não. Algumas doenças são 
encontradas em determinados segmentos; outras quase nunca. Por estas razões é essencial o 
conhecimento da anatomia segmentar para a compreensão da radiologia do tórax. 
Cada lobo do pulmão é dividido em segmentos, que podem ser facilmente separados. Cada 
segmento é “drenado” por seu próprio brônquio, que se chama brônquio segmentar. 
LOBO SUPERIOR DIREITO 
O brônquio do lobo superior direito (LSD) se origina ao nível da bifurcação traqueal (carina). Ele 
tem três ramos segmentares que levam aos segmentos do lobo superior: 
 #1 – segmento apical 
 #2 – segmento anterior 
 #3 – segmento posterior 
Estes números seguem o sistema de numeração de Boyden. Sempre são atribuídos na ordem 
de origem dos brônquios segmentares do brônquio lobar. 
LOBO MÉDIO DIREITO 
O brônquio intermediário é a continuação do brônquio do pulmão direito depois de originar o 
brônquio para o LSD. 
O brônquio para o lobo médio direito (LMD) se origina do brônquio intermediário e divide-se 
em dois brônquios segmentares: 
 #4 – segmento lateral 
 #5 – segmento medial 
LOBO INFERIOR DIREITO 
O brônquio para o lobo inferior direito (LID) é a continuação do brônquio intermediário abaixo 
da origem do brônquio do LMD. 
 #6 – segmento superior 
É brônquio segmentar mais alto do LID origina-se posteriormente, na mesma altura do 
brônquio para o LMD. Drena o segmento superior do lobo inferior direito. 
 #7 – segmento basal medial 
 #8– segmento basal anterior 
 #9 – segmento basal lateral 
 
 
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 #10 – segmento basal posterior 
Estes brônquios segmentares restantes drenam quatro segmentos basais do LID. 
LOBO SUPERIOR ESQUERDO 
Da mesma forma que para o lado direito, o primeiro brônquio originado do brônquio principal 
esquerdo é o brônquio para o lobo superior esquerdo (LSE). Ele se divide em um ramo superior 
e outro inferior (ramo da língula). 
OBS.: a língula é o homólogo do LMD à esquerda. 
O ramo superior para o LSE tem apenas dois segmentos: 
 #1-3 – segmento apical-posterior 
#1 – segmento apical 
#3 – segmento posterior 
 #2 – segmento anterior 
O ramo inferior para o LSE ou ramo lingular, se divide em dois segmentos: 
 #4 – segmento lingular superior 
 #5 – segmento lingular inferior 
LOBO INFERIOR ESQUERDO 
 #6 – segmento basal superior 
 #7-8 – segmento basal antero-medial 
#7 – segmento basal anterior 
#8 – segmento basal medial 
 #9 – segmento basal posterior 
Lembrar: 
 O brônquio para o LMD origina-se do brônquio intermediário. 
 Não há brônquio intermediário no pulmão esquerdo. 
 O brônquio para a língula origina-se do brônquio para o lobo superior esquerdo. 
Sugestão: acompanhar esta aula com o Netter de anatomia no capítulo de segmentação 
pulmonar. 
 
 
 
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 Segmentação pulmonar 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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RADIOGRAFIA: SINAL DA SILHUETA – Victor Hugo 
Há quatro densidades radiográficas: 
 Gás 
 Gordura 
 Água 
 Metal (p.ex.: contraste, osso) 
As estruturas anatômicas são reconhecidas na radiografia pelas suas diferenças de densidade. 
As quatro densidades básicas são as armas do radiologista. Uma radiografia normal do tórax 
mostra: 
 a densidade água do coração, músculos e sangue 
 a densidade metálica (cálcio) dos ossos 
 a densidade gás (ar) dos pulmões 
 a densidade gordura ao redor dos músculos 
O coração, que possui densidade água, pode ser diferenciado das costelas porque as costelas 
têm densidade metal (óssea). 
O coração, a aorta e o sangue, bem como o fígado, o baco e os músculos têm todos densidade 
água. Duas substâncias com densidade água, quando lado a lado, não podem ser diferenciadas 
uma da outra. É por esta razão que o sangue dentro do coração não pode ser visibilizado, pois 
tanto o sangue quanto o coração têm densidade água. Desta forma é necessário injetar um 
meio de contraste (solução metálica) para ver o interior do coração. 
A pneumonia (densidade água) em contato anatômico com a borda cardíaca (densidade água) 
fará desaparecer essa borda. Do mesmo modo, uma lesão densidade água em contato 
anatômico com a aorta ou o diafragma fará desaparecer o contorno da região de contato. Este 
fenômeno, a perda da silhueta radiológica normal, chama-se sinal da silhueta. 
O sinal da silhueta está presente quando uma borda do coração, aorta ou diafragma 
desaparece. Uma vez que o coração está na porção anterior do tórax, naturalmente as suas 
bordas direita e esquerda também estão em localização anterior. Da mesma forma a aorta 
ascendente. 
O botão aórtico (porção posterior do arco aórtico) e a aorta descendente são estruturas 
posteriores. A aorta ascendente é anterior. 
Quando há pneumonia do LID o sinal da silhueta não existe, pois quem está em contato com 
a borda cardíaca direita é o LMD! 
 
 
 
 
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SÍNDROME DE CHILAIDITI 
Refere-se à interposição de uma porção do intestino – usualmente cólon – entre o fígado e o 
diafragma direito (sinal de Riegler). Pode ocorrer em pacientes com doença pulmonar crônica, 
cirrose pós-necrótica e ascite. Frequentemente é um achado incidental em indivíduos normais. 
Pode simular pneumoperitôneo e determina alguma dificuldade para o diagnóstico se 
associado com pnemoperitôneo. 
 
 Sinal de Riegler 
Exercícios: 
1) Indique se a estrutura abaixo citada é anterior ou posterior: 
a) Botão aórtico: posterior. 
b) Borda direita do coração: anterior. 
c) Aorta descendente: posterior. 
d) Borda esquerda do coração: anterior. 
e) Aorta ascendente: anterior. 
2) O LMD está em contato com quase toda a borda direita do coração salvo na sua porção 
mais superior. Uma vez que a borda direita do coração é uma estrutura anterior, o LMD 
deve ser uma estrutura anterior. 
3) Se a borda direita do coração está apagada por uma lesão pulmonar, o sinal da silhueta 
nos informa que a lesão é anterior e que se localiza no lobo médio. 
 
 
 
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4) A porção mais superior da borda direita do coração e a aorta ascendente estão em 
contato anatômico com o segmento anterior do lobo superior direito. Uma vez que a 
borda direita do coração e a aorta ascendente são anteriores, o segmento superior do 
lobo direito deve ser anterior. 
5) A patologia do segmento anterior do LSD pode apagar que estruturas? Borda direita do 
coração e aorta ascendente. 
6) A língula está em contato direto com a borda esquerda do coração. 
7) O LMD está em contato com a borda direita do coração. 
8) O segmento anterior do lobo superior direito está em contato com a borda direita do 
coração e a aorta ascendente. 
 
O segmento anterior do lobo superior esquerdo está em contato com a borda esquerda do 
coração. A maior parte da borda esquerda do coração, no entanto, está em contato com a 
língula. O segmento apical-posterior do LSE está em contado anatômico com o botão aórtico. 
O botão aórtico e este segmento são ambas estruturas posteriores. 
9) O LID e o LIE são ambas estruturas posteriores. Não estão em contato anatômico com as 
bordas cardíacas, que são estruturas anteriores. Patologia do LID não apaga a borda 
direita nem a borda esquerda do coração. 
Se a doença no campo inferior esquerdo apaga a borda do coração ela está localizada na 
língula; se, no entanto, se superpõe, mas não apaga a borda cardíaca, está no lobo inferior. 
Patologia no segmento superior, tanto do LIE quanto do LID se superpõe a borda cardíaca, mas 
não apagará esta borda, porque os segmentos superiores são posteriores e o coração é 
anterior. 
Na incidência lateral se vê o diafragma direito em sua totalidade, e a metade posterior do 
diafragma esquerdo. A parte anterior do diafragma esquerdo não aparece porque está em 
contato com a densidade água do coração. 
O sinal da silhueta pode induzir a erro em uma radiografia sub-penetrada (um filme que está 
muito claro). Algumas vezes a borda cardíaca se superpõe à coluna e não faz saliência no campo 
pulmonar inferior direito. A densidade cálcio (metal) da coluna, oculta a área adjacente à borda 
cardíaca direita. 
O sinal da silhueta não pode aplicar-se à borda cardíaca direita quando esta borda se superpõe 
à coluna e se o filme for sub-penetrado. 
As lesões calcificadas e as cavidades cheias de ar não produzirão sinal da silhueta porque têm 
densidade diferente das estruturas descritas, isto é, não têm densidade água. 
 
 
 
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RADIOGRAFIA: O SINAL DO BRONCOGRAMA AÉREO – Victor Hugo 
Não podemos ver os brônquios intra-pulmonares numa radiografia normal de tórax. Para que 
nós possamos vê-los é necessário injetar material de contraste (densidade metal) na sua luz. 
As estruturas ramificadas visíveis na radiografia normal do tórax, são vasos sanguíneos que têm 
densidade água. Porque contêm ar, porque estão cercados pelo ar nos alvéolos, e porque têm 
paredes muito finas, os brônquios não são visíveis na radiografia simples do tórax. 
A visualização do ar nos brônquios intra-pulmonares numa radiografia do tórax chama-se sinal 
do broncograma aéreo. A presença de um broncograma aéreo é definitivamente anormal. 
O sinal do broncograma aéreo depende das densidades água e gás. Se o brônquio contém gás, 
para que seja visto na radiografia do tórax ele deve estar cercadopor densidade água. 
A pneumonia significa preenchimento dos espaços aéreos por células e secreções que têm 
densidade água, e que por sua vez podem determinar o aparecimento do broncograma aéreo. 
Também pode ocorrer no edema pulmonar, nos infartos pulmonares e em algumas lesões 
crônicas. 
A visualização dos brônquios demonstra que uma lesão é pulmonar e exclui lesão pleural, 
mediastinal ou parietal. 
Naturalmente, não há necessidade de ver broncograma aéreo para caracterizar que existe 
doença pulmonar. Se os brônquios estiverem cheios de secreção ou destruídos, a lesão 
pulmonar não evidenciará o sinal. 
Exceção: nos lactentes e crianças de pouca idade, as porções próximas dos brônquios lobares 
frequentemente estão contidas nas partes moles do mediastino. Da mesma forma que a 
traqueia, elas podem ser vistas normalmente, pois são desenhadas pela densidade água do 
mediastino. 
Outros usos para o broncograma aéreo: 
A aproximação dos brônquios denota segmento pulmonar ou lobo pulmonar colapsado. Isto 
pode-se reconhecer pela broncografia, mas pode também tornar-se evidente quando se vê 
brônquios cheios de ar que estão muito próximos uns dos outros. 
Os brônquios dilatados (na broncografia) significam bronquiectasias. Da mesma forma, a 
visibilização, na radiografia sem contraste, de brônquios dilatados cheios de ar denota 
bronquiectasias. 
Ocasionalmente pode-se identificar sinal do broncograma aéreo mesmo quando o infiltrado 
pulmonar propriamente dito não é visível, como por exemplo, numa lesão atrás da porção 
esquerda do coração. 
 
 
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Assim, um processo patológico pulmonar pode ser reconhecido apenas pelo sinal do 
broncograma aéreo. 
Lembrar: 
Só poderá apresentar broncograma aéreo a região que tenha brônquios, isto é, o pulmão. As 
lesões do mediastino, da parede torácica e da pleura não poderão jamais apresentar o sinal, 
simplesmente porque lhes falta um dos requisitos básicos do sinal que é a presença de 
brônquios. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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RADIOGRAFIA: COLAPSO LOBAR E SEGMENTAR – Victor Hugo 
ATELECTASIA (COLAPSO) 
Atelectasia ou colapso pulmonar significa expansão incompleta do pulmão, com consequente 
diminuição de volume da área comprometida. Pode ser congênita ou adquirida. É dita completa 
quando as paredes alvéolo-ductais estão justapostas, sem ar ou qualquer produto patológico 
entre elas. Em caso contrário é dita incompleta ou encharcada. 
Morfologicamente apresenta parênquima denso, pouco elástico e desprovido de ar. 
Um pulmão, um lobo, ou um segmente podem aumentar ou diminuir de volume em 
determinadas circunstâncias. O colapso pulmonar traduz a redução do volume do pulmão, do 
lobo, ou de um segmento. 
Mecanismos que causam colapso: 
 Obstrução 
 Compressão 
 Contração 
A causa mais comum do colapso é obstrução. A obstrução pode ser central, isto é, lesão única 
bloqueando um brônquio segmentar ou lobar. Ou periférica, neste caso ocorrendo milhares de 
pequenas rolhas que obstruem os pequenos brônquios. 
No colapso obstrutivo o ar não pode entrar nos alvéolos distais à obstrução. O ar alveolar 
anteriormente presente é absorvido, e o lobo correspondente, ou segmento, posteriormente 
reduz seu volume, ou colapsa. 
A forma central de colapso, que resulta de obstrução de um brônquio lobar ou segmentar pode 
ser causada por uma lesão intrínseca ou extrínseca. A obstrução central intrínseca é mais 
comumente causada pelo carcinoma broncogênico. Corpos estranhos e doenças inflamatórias 
(p.ex.: tuberculose bronquial) constituem outras causas importantes do colapso obstrutivo 
central intrínseco. 
Causas de colapso central intrínseco por obstrução: 
 CA broncogênico 
 Corpo estranho 
 Dença inflamatória do brônquio. 
Causas de colapso central extrínseco obstrutivo: 
 Linfonodos aumentados 
 Coração aumentado 
 Aneurisma 
 Tumor mediastinal 
 
 
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Causas de colapso periférico obstrutivo: 
 Pneumonia pós-operatória 
Causas de colapso por compressão: 
 Pneumotórax 
 Derrame pleural 
Causas de colapso por contração: 
 Tuberculose 
 Silicose 
 Qualquer processo de fibrose pulmonar 
BRONQUIECTASIA 
Classificação: 
 Cilíndrica 
 Varicosa 
 Sacular 
Na radiografia, podem ser demonstradas por brônquios dilatados com extremidades rombas. 
Podem ocorre na forma cística, na qual se visualizam várias formações císticas com líquidos e 
gases demonstrados por nível hidroaéreo. 
O diagnóstico de bronquiectasia só é feito com a tomografia computadorizada. 
ATELECTASIA DE FLEISCHNER 
Muitos brônquios menores podem ser obstruídos em consequência de infiltrado inflamatório, 
exsudato, muco, etc, resultando em colapso obstrutivo periférico. 
O colapso obstrutivo periférico é comumente visto na pneumonia e após a cirurgia. Com 
frequência desaparece espontaneamente quando as rolhas são absorvidas ou eliminadas por 
ação da tosse. 
 
 
 
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 Atelectasia de Fleischner com hipoventilação das vases pulmonares 
PNEUMOTÓRAX E DERRAME PLEURAL 
O pneumotórax e o derrame pleural espremem o ar dos pulmões causando colapso por 
compressão. 
 
 Pneumotórax com colapso de pulmão esquerdo 
 
 
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OBS.: observar pequena densidade representando o pulmão colapsado, ausência de densidades 
água que marcariam as estruturas vasculares e desvio do mediastino para o lado contralateral. 
Nos pneumotóraces hipertensivos parciais é possível visualizar as bordas do pulmão no interior 
do hemitórax. 
 
 Derrame pleural em pulmão direito 
OBS.: observar desaparecimento do recesso costofrênico lateral direito, diminuição da área 
pulmonar e elevação da cissura horizontal. 
Sinal do “S” de Golden – ocorre em obstruções do brônquio do lobo superior. 
 
 
 
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Na tuberculose crônica ou na fibrose pulmonar de qualquer causa, por exemplo a silicose, a 
cicatrização pode resultar em colapso por contração. 
A obstrução não causa invariavelmente colapso. Ocasionalmente, distalmente à uma obstrução, 
acumula-se grande quantidade de secreções inflamatórias ou edema, impedindo a diminuição 
do volume. Neste caso há uma obstrução brônquica sem redução do volume, sem colapso. 
Nestes casos o segmento ou lobo afetados podem inclusive mostrar aumento de volume. 
É fácil reconhecer um colapso por compressão pela evidenciação do pneumotórax ou do 
derrame pleural que o causa. 
No colapso por contração, a cicatriz irregular do segmento colapsado usualmente é evidente. 
O colapso obstrutivo é frequentemente mais difícil de diagnosticar. Todos os sinais radiológicos, 
diretos e indiretos, baseiam-se na redução do volume do lobo ou segmento afetado. 
 Sinais diretos: se o volume de um lobo ou segmento se reduz os septos que o limitam, 
quando visíveis, se deslocam. O deslocamento é na direção do segmento, lobo ou 
pulmão colapsado. O sinal direto mais digno de confiança de colapso é o deslocamento 
dos septos (cissuras) inter-lobares que limitam a parte afetada do pulmão. Quando um 
lobo ou segmento colapsa, reduz o seu arejamento, e o pulmão afetado torna-se mais 
radiopaco – este é o segundo sinal direto de colapso. Este último sinal por si só não 
indica colapso, uma vez que qualquer afecção que interfira no espaço aéreo, como a 
pneumonia, pode reduzi-lo. Se um lobo ou segmento reduz o seu volume, mas continua 
contendo ar, as imagens vasculares dentro dele serão visíveis e aproximadas em um 
menor espaço. Se os brônquios na área colapsada forem visíveis (sinal do broncograma 
aéreo), eles também aparecerão aproximados – este sinal vascular ou bronquial 
representa o terceiro sinal direto de colapso. 
Portanto, os três sinais diretos são: deslocamento das cissuras, aumento da radiopacidade e 
aproximação de vasos e brônquios. Sinais indiretos: dos vários sinais indiretos de colapso, o mais fidedigno é o 
deslocamento do hilo pulmonar. Este sinal por si só indica colapso. Para reconhecer o 
deslocamento do hilo devemos conhecer a sua posição relativa. Em mais de 97% dos 
indivíduos normais, o hilo esquerdo é ligeiramente mais alto que o direito. Nos 
restantes 3%, os hilos estão no mesmo nível. Assim, se o hilo esquerdo está mais baixo 
que o direito, isto é anormal e indica colapso do lobo inferior esquerdo. O colapso de 
um lobo habitualmente desloca o hilo deste lado. O deslocamento ocorre na direção do 
colapso. Assim, no colapso do LSD o hilo direito estará elevado e no colapso do LIE o hilo 
esquerdo estará mais baixo. 
Outros sinais indiretos baseiam-se no conceito do preenchimento do espaço criado 
quando ocorre o colapso. Por exemplo, no colapso do lobo inferior o diafragma 
frequentemente estará elevado. Este é um segundo sinal indireto de colapso. 
 
 
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Da mesma forma, no colapso do LSE, a traqueia se desloca de sua posição central na 
linha média para o lado esquerdo como forma de preencher o espaço criado pelo 
colapso. O deslocamento traqueal é pouco frequente no lobo médio, da língula ou dos 
lobos inferiores pois estas áreas estão distantes da traqueia. No colapso acentuado de 
um ou mais lobos, o coração e o mediastino podem ser deslocados para o mesmo lado 
do colapso. O deslocamento de qualquer estrutura mediastinal constitui sinal indireto 
de colapso. 
Sinal indireto difícil de avaliar é a amplitude da caixa torácica do lado afetado. Para 
compensar a redução do volume, as costelas se aproximam. 
Finalmente, o pulmão normal adjacente à porção colapsada pode distender-se para 
encher o espaço vazio. A isto chama-se enfisema compensador (vicariante) e se 
reconhece pela transparência aumentada (mais preto que o contralateral). 
Portanto, os cinco sinais indiretos são: deslocamento hilar, elevação do diafragma, 
deslocamento das estruturas mediastinais, aproximação das costelas e enfisema vicariante. 
Regra: o colapso causa deslocamento do hilo. 
Exceção: o LMD e a língula, devido a seus tamanhos relativamente pequenos e a sua posição 
central raramente causam deslocamento hilar. 
No colapso acentuado do lobo inferior, a radiografia em PA pode mostrar deslocamento medial 
da grande cissura. Esta é reconhecida como a margem externa de uma opacidade triangular 
adjacente à coluna – o chamado sinal do esquadro. 
 
 Sinal do esquadro 
 
 
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Quando apenas um segmento está colapsado, pode-se reconhecer os sinais diretos; os sinais 
indiretos estarão ausentes. Dificilmente é possível diagnosticar colapso sub-segmentar na 
radiografia simples, porque a redução total de volume é muito pequena. 
O colapso total do pulmão frequentemente produz mais um sinal indireto – hérnia do pulmão 
normal para o lado afetado. Esse sinal pode ocorrer no caso de colapso acentuado de um único 
lobo. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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RADIOGRAFIA: DERRAME PLEURAL E PLEURAS – Victor Hugo 
Os ângulos ou recessos costofrênicos se situam na base e em toda a periferia do tórax. Na 
radiografia PA se visualizam os laterais (direito e esquerdo) e na radiografia em perfil, os 
recessos anterior e posterior. As radiografias oblíquas auxiliam na visualização de outras facetas 
dos recessos. 
DERRAME PLEURAL 
Consiste a presença de líquido na cavidade pleural, seja sangue, linfa, transudato, exsudato. É 
reconhecido pela obstrução dos seios costofrênicos. 
OBS.: em algumas situações os seios costofrênicos estão obstruídos, entretanto não há 
derrame pleural. Nessas situações pode ter ocorrido algum processo inflamatório pleural que 
determinou o espessamento das pleuras nessas regiões. Para diferenciar, além da radiografia 
em PA, necessita-se realizar radiografia em decúbito lateral com raios-x horizontais. Se for 
derrame pleural, ele escorre e afasta o pulmão da parede do tórax. 
Causas de derrame pleural: 
 Insuficiência cardíaca 
 Doenças inflamatórias (p.ex.: tuberculose, pneumonia) 
 Metástases, etc 
Mecanismos de derrame pleural: 
 Aumento da pressão hidrostática capilar – em insuficiência cardíaca 
 Diminuição da pressão oncótica vascular – em desnutridos graves 
 Diminuição da pressão do espaço pleural – em pacientes com colapso pulmonar 
 Aumento da permeabilidade vascular 
 Comprometimento da drenagem linfática – em metástases linfonodos 
 Movimentos de líquidos peritoneais para o tórax 
Quando ocorre derrame pleural, há o desenvolvimento de atelectasia por compressão nos 
pulmões. Pode ocorrer desvio do mediastino. 
Derrames pleurais de pequenos volumes não costumam ser evidenciados por radiografia PA. 
São mais facilmente visualizados em radiografias em perfil na topografia do seio costofrênico 
posterior (que é o mais profundo). 
Sempre na avaliação de derrame pleural deve-se pedir radiografia de PA e em perfil! 
Os derrames pleurais podem ser localizados quando o paciente tem alguma doença que facilite 
o desenvolvimento de aderências entre as pleuras, formando os chamados derrames septados. 
Eles têm a característica de não se movimentar com a mudança de decúbito. Seus limites são 
muito mais marcados e nítidos que o convencional. 
 
 
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A ultrassonografia é útil para a avaliação de derrames pleurais septados. 
Os derrames pleurais livres formam meniscos em suas porções superiores em contato com a 
parede torácica. 
Elevação do diafragma à radiografia, sem evidência de derrame pleural, pode significar cinco 
elementos: 
 Feto 
 Gordura 
 Fluído (p.ex.: ascite) 
 Fezes (p.ex: obstrução intestinal, megacólon) 
 Paralisia de nervo frênico 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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RADIOGRAFIA: O ESPAÇO EXTRA-PLEURAL – Victor Hugo 
A cavidade pleural é limitada pelos folhetos visceral e parietal da pleura. O espaço extra-pleural 
circunda a cavidade pleural. Ele fica entre o arcabouço ósseo e a pleura parietal. 
O espaço extra-pleural é um espaço potencial, uma vez que a pleura parietal é bastante 
aderente à fáscia endotorácica. 
CONDROMA DE 1ª COSTELA 
Lesões originadas em estruturas do espaço extra-pleural ou na sua vizinhança, podem 
estender-se a ele. As costelas são a origem mais frequente de lesões extra-pleurais, 
fundamentalmente metástases para costelas. 
SARCOMA DE EWING (TUMOR DE ASKIN) 
Além das costelas, as partes moles do espaço extra-pleural e das regiões inter-costais 
adjacentes podem dar origem a lesões extra-pleurais. As partes moles incluem tecido 
conjuntivo, músculos, nervos e vasos. 
 
 Lesão por sarcoma de Ewing em pulmão direito 
CALCIFICAÇÃO PLEURAL 
As lesões do pulmão ou pleura se estendem ocasionalmente através da pleura parietal para o 
espaço extra-pleural. 
 
 
 
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 Calcificação pleural 
OBS.: observar intensa radiopacidade representando as pleuras ao lado da coluna vertebral. 
Locais de origem das lesões extra-pleurais: 
 Costelas 
 Partes moles (nervos, músculos, vasos, tecido conjuntivo) 
 Pulmão e pleura 
Várias doenças podem atingir o espaço extra-pleural: neoplasias, infecções (especialmente 
tuberculose e micose) e hematomas. A mais comum é a metástase neoplásica. O local de 
preferência de metástase neoplásica são as costelas. 
As lesões do espaço extra-pleural frequentemente produzem imagem radiológica característica. 
Em virtude dos folhetos parietal e visceral intactos que a recobrem, uma lesão extra-pleural 
frequentemente apresenta contornos muito nítidos contra o pulmão. 
A pleura parietal é bastante aderente à superfície interna da parede torácica e não se separafacilmente dela. Por isto as margens de uma lesão extra-pleural usualmente são afiladas 
(ângulo aberto entre a lesão e o pulmão). Este afilamento e os contornos nítidos são os dois 
sinais que marcam a lesão extra-pleural. 
A lesão extra-pleural frequentemente é convexa para o pulmão. Essa convexidade é o terceiro 
sinal de doença extra-pleural. 
Um quarto sinal refere-se à origem mais frequente das doenças extra-pleurais, que é a 
destruição das costelas. 
 
 
 
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Mesotelioma pleural maligno em pulmão direito – neoplasia das pleuras 
A lesão extra-pleural usualmente não rompe para o espaço pleural. Por isso o espessamento 
pleural e o derrame pleural estão ausentes nas lesões desse tipo. Se ocorre a extensão através 
da pleura parietal, a maior parte dos sinais extra-pleurais desaparece. Mas um sinal, que estava 
presente originalmente, a destruição costal, permanece sempre. 
Portanto, os cinco sinais de lesão extra-pleural são: 
 Bordas nítidas 
 Margens afiladas 
 Convexidade para o pulmão 
 Destruição das costelas 
 Ausência de comprometimento pleural 
Nem todas as lesões mostram todas essas alterações, nem os sinais são patognomônicos, 
exceto o comprometimento costal. 
 
 
 
 
 
 
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ULTRASSONOGRAFIA – Victor Hugo 
Existem duas nomenclaturas que descrevem o mesmo procedimento: ultrassom e ecografia. 
Os cardiologistas costumam chamar a ultrassonografia do coração de ecocardiografia. 
É um método diagnóstico por imagem que utilizada ondas sonoras acima das audíveis pelo ser 
humano (20-20000Hz), chamadas ultrassom. O ultrassom é uma onda mecânica que se propaga 
apenas em meio físico. 
Os ultrassons usualmente operam na frequência de 2-18MHz. 
TRANSDUTORES 
A ultrassonografia utiliza basicamente: 
 Transdutor – peça que encosta no paciente. De onde as ondas são emitidas. Transforma 
energia elétrica em ondas sonoras. Existem muitos tipos de transdutores, que terão uso 
adequado dependendo do tipo de exame a ser realizado. Podem ser lineares, convexos, 
eletrônicos, mecânicos. 
Os transdutores lineares produzem uma imagem menor, com uma definição melhor. Os 
transdutores convexos produzem imagens maiores, porém um pouco distorcidas. 
Quando maior a frequência, menor a penetração das ondas sonoras e maior a nitidez das 
estruturas. Existem transdutores de 50MHz utilizados para examinar a pele, por exemplo. 
MODO B 
Modo B de imagem é o mais utilizado na ultrassonografia. Forma as imagens visualizadas. 
MODO M 
Modo M é utilizado na ecocardiografia para medida de cavidas em movimento (p.ex.: 
ventrículos). 
EFEITO DE DOPPLER 
O Doppler é um recurso utilizado para estudar estruturas vasculares. Permite avaliar a 
velocidade do fluxo sanguíneo. Utilizado para demonstrar BCFs no primeiro trimestre de 
gestação. 
Quando no efeito de Doppler há aumento de fluxo entre dois pontos, pode ser que exista 
algum tipo de estenose. Dependendo grau de alteração de velocidade, teremos um grau 
diferente de estenose. 
Existe Doppler pulsado e Doppler contínuo. O primeiro emite um pulso e capta as ondas que 
voltam. O segundo utiliza dois transdutores, um deles emite um pulso e outro capta as ondas 
 
 
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que voltam. No Doppler pulsado é possível selecionar ondas de um determinado local que o 
examinador deseje. 
No Doppler pulsado, se necessita em conjunto um modo B (que gera imagens), para que se 
saiba de que local as ondas estão sendo reenviadas. 
IMPEDÂNCIA 
É a dificuldade que um ultrassom tem de penetrar no interior de um determinado órgão. 
OBS.: os inimigos da ultrassografia são os gases, pois todas as ondas são refletidas e não os 
transpõem, e os ossos porque as ondas não os atravessam também. 
OBS.: o gel do ultrassom facilita a formação de uma superfície adequada para a propagação 
correta dos ultrassons. 
VANTAGENS DA ULTRASSONOGRAFIA 
 É um método não invasivo que permite o exame de estruturas intracavitárias – com 
exceção dos exames transvaginais, transretais, transesofágicas ou intra-vasculares. 
 É flexível. Possibilita amplitude de movimentos e abordagens variadas. 
 Não apresenta riscos nocivos dentro do uso diagnóstico na medicina. 
 Não utiliza radiação ionizante. 
 Possibilita estudo não invasivo da hemodinâmica corporal através do efeito Doppler. 
 A aquisição de imagens é feita em tempo real, permitindo o estudo do movimento das 
estruturas corporais. 
TERMOS EM ULTRASSONOGRAFIA 
Líquidos límpidos: deixam passar muito bem as ondas ultrassonográficas. Por exemplo, urina e 
bile. 
Imagens anecóicas: estruturas pretas, que não refletem ultrassonografia. 
Imagens ecogênicas: estruturas que refletem ultrassom. 
Imagens hiperecogênicas: estruturas brancas, que refletem muito os ultrassons. É designada 
avaliando a ecogenicidade das estruturas adjacentes. 
Sombra acústica: sombra produzida adiante de estruturas calcificadas, em virtude da reflexão 
de todos os ultrassons na estrutura anterior. 
 
 
 
 
 
 
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ULTRASSONOGRAFIA OBSTÉTRICA – Victor Hugo 
A ultrassonografia começou a se desenvolver com a obstetrícia. Ao longo dos anos foi sendo 
desenvolvida para aplicação nas mais diversas áreas médicas. 
Os aparelhos de ultrassom são constituídos basicamente por: gerador de pulsos e transdutor. 
O ultrassom tem utilidade para evidenciar se a gestação é tópica ou ectópica, para verificar o 
número de fetos, para constatar a placentação, para calcular idade gestacional, para 
diagnóstico de anormalidades fetais, para diagnóstico de velocidade placentária (técnica de 
Doppler). 
No primeiro trimestre: identificar se a gestação é intrauterina, verificar se está bem implantado 
o saco gestacional, idade gestacional (melhor trimestre para isto), BCFs, corionicidade, avaliar 
presença de miomas, útero bicorno, avaliação dos ovários, etc. Preferencialmente, transvaginal. 
No segundo e terceiro trimestres: medidas fetais, etc. 
Para visualizar o útero é necessário que a paciente esteja com a bexiga cheia para que as alças 
intestinais sejam deslocadas do campo de visão. Se visualiza o útero através da bexiga. Nos US 
transvaginais isto não é necessário, apenas nos abdominais. 
Exames transabdominais antes das 18 semanas devem ser realizados com a bexiga 
moderadamente cheia. Após as 18 semanas a bexiga pode estar vazia. 
Para exames que não sejam pélvicos ginecológicos, é necessário que o paciente esteja em jejum 
para evitar a formação de gases no abdome. Também é necessário quando se examina a 
vesícula biliar, pois ela necessita estar cheia. 
 Os pacientes não necessitam de indução anestésica. 
 As roupas devem ser amplamente afastadas. 
 Deve-se usar gel de transmissão generosamente. Pode-se utilizar gel aquecido. 
 Os transdutores transvaginais são utilizados em conjunto com preservativo. 
O transdutor transvaginal, além de ser indicado para o primeiro trimestre gestacional, também 
está indicado para pacientes obesas, com cicatrizes abdominais, avaliação do colo uterino, em 
gestações abaixo de 8 semanas. 
A avaliação da translucência nucal pode ser feita por ultrassonografia transabdominal ou 
transvaginal. Deve ser realizada entre 11-13 semanas. É nada mais que a distância entre a pele 
e a musculatura da nuca do feto – medida da espessura do edema no pescoço fetal. É marcador 
de doenças relacionadas à defeitos cromossômicos. 
O erro da datação gestacional no primeiro semestre pode ser de até 2-3 dias, no segundo 
trimestre e terceiro trimestre as variações tendem a ser muito maiores. Até as 20 semanas 
todos os bebês crescem da mesma maneira praticamente, não ocorrendo assim tantos erros na 
 
 
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estimativa de idade fetal. A partir das 20 semanas iniciam as influências genéticas que alteram 
o crescimento padrão. 
A vesícula vitelina necessita ter no máximo 5mm. Acima disto há anormalidade. 
O embrião é visualizado na US transvaginal com 16mm, e na US transabdominal com 25mm. 
Sinais precocesde gestação inviável: 
 Aspecto irregular do saco gestacional. 
 Níveis de BHCG que não se correlacionam com os dados ultrassonográficos. 
 Aborto retido pode ser diagnosticado quando o CCN é igual à 6mm sem atividade 
cardíaca. 
 Gestação ectópica (fora da cavidade uterina) ou heterotópica (gestação gemelar em que 
um feto está tópico e outro ectópica). 
OBS.: fluido ecogênico no fundo de saco de Douglas pode representar sangue na pelve. Comum 
em gestações ectópicas. 
 Feto anencéfalo apresenta ausência de crânio no exame ecográfico. 
Para anomalias no primeiro trimestre se avaliam a translucência nucal, presença de osso nasal, 
ducto venoso, regurgitação de valva tricúspide, ângulo frontomaxilar (se passar de 90º o bebê 
tenderá a ter testa mais proeminente). 
ANATOMIA FETAL – US MORFOLÓGICO 
Avaliação minuciosa das medidas fetais. 
Dificultam o exame morfológico: posição do feto, posição da placenta, gestação múltipla. 
No primeiro trimestre basta a distância crânio-caudal (CCN). Nos outros trimestres, 
consideram-se também DBP, circunferência abdominal e comprimento do fêmur para datação. 
O perímetro cefálico se mantém em crescimento constante. 
Avaliação placentária é feita para identificar acretismo ou presença de placenta prévia. 
Também é possível verificar descolamento de placenta e vasa prévia (quando os vasos do 
cordão umbilical estão entre a apresentação fetal e o colo uterino). 
 
 
 
 
 
 
 
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ULTRASSOM DE FÍGADO E VIAS BILIARES – Victor Hugo 
As calcificações em ultrassonografia produzem sombra acústica. 
PNEUMONIA PULMONAR 
Em processos pneumônicos, ao exame de ultrassonografia, o pulmão pode parecer similar ao 
fígado em virtude da fase de hepatização vermelha. 
CIRROSE HEPÁTICA 
A cirrose hepática cursa com fibrose hepática e, no exame ultrassonográfico, as veias hepáticas 
vão apresentar paredes espessadas e calibre reduzido. Visível quando está em estágios 
avançados, com alteração da estrutura hepática. 
O fígado com cirrose hepática avançada ocupa pequena parte do campo ultrassonográfico, em 
virtude de tamanho reduzido. A superfície do fígado fica irregular. 
LITÍASE BILIAR 
Vesícula biliar com cálculos apresenta-se hiperecogênica com sombra acústica posterior. A 
parede tem aparência escleroatrófica, pela fibrose desenvolvida pela agressão crônica dos 
cálculos. 
OBS.: a parede da vesícula biliar pode estar espessada por reparação, inflamação ou neoplasias. 
NÓDULOS HEPÁTICOS 
Nódulo hepático invadindo a veia cava inferior pode ser hemangioma. 
Deve-se ter cuidado com lesões nodulares, pois podem ser benignas ou metástases. 
Nódulos hiperecogênicos e, no mesmo paciente, nódulos hipoecogênicos com limites 
imprecisos podem representar metástases. A ecogenicidade das metástases independe do foco 
primário. 
CISTOS HIDÁTICOS 
Nódulo hiperecogênico com sombra acústica posterior pode representar cisto hidático 
calcificado. Caso não sejam calcificados são hipoecogênicos. Em geral contém “areia hidática” 
que nada mais são resíduos celulares em seu interior. Também podem ocorrer septações que 
limitam cistos no interior. 
NÓDULOS EM CABEÇA DE PÂNCREAS 
Podem ocorrer em casos de adenocarcinoma de cabeça de pâncreas ou em pancreatites que 
atinjam a porção da cabeça. 
 
 
 
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VESÍCULA BILIAR 
O melhor exame para pesquisar cálculos biliares é a tomografia computadorizada sem 
constraste. Habitualmente se pede ultrassonografia para pacientes em crise de cólica biliar, 
entretanto nem todos os cálculos podem ser visíveis. 
Toda vez que se faz um exame com contraste, antes sempre se faz um sem contraste. Isto 
possibilita a evidenciação de cálculos. 
É comum encontrar cálculos impactados na região do infundíbulo da vesícula. Há formação de 
sombra acústica posterior. É possível visualizar resíduos dentro da vesícula, os quais se 
acumulam e à longo prazo podem formar novos cálculos. 
Na colecistite aguda pode se visualizar ou não cálculos (alitiásica) com presença de resíduos 
celulares. A parede da vesícula fica espessada e o diâmetro transversal muito aumentado. As 
vesículas com diâmetro > 4cm têm grande risco de rotura. Comum ver líquido ao redor da 
vesícula nas inflamações agudas. 
Algumas estruturas podem simular a vesícula biliar: estômago cheio de líquidos, alça intestinal 
cheia de líquidos. É preciso ter atenção! 
OBS.: uma parede de vesícula biliar mede menos que 3mm. 
Imagens ecogênicas presas na parede da vesícula biliar podem ser cálculos de colesterol ou 
pólipos parietais. 
NEOPLASIA DE VESÍCULA BILIAR 
Espessamento importante da parede da vesícula (p.ex.: 13mm). 
COLECISTITE CRÔNICA 
Seios de Rokitansky-Aschoff provocam um sinal ecogênico denominado “artefato em cauda 
cometa”. Significa que a vesícula tem colecistite crônica. 
VESÍCULA ESCLEROTRÓFICA 
Vesícula biliar de volume acentuadamente reduzido, com paredes espessadas e contendo 
cálculos. Não é funcional, a ressecção é recomendada. 
CISTO DE VIA BILIAR 
Ocorre mais em crianças. Pode ser intra (doença de Caroli) e extra-hepática. 
TUMOR DE KLATSKIN 
Na confluência dos ductos hepáticos. 
 
 
 
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ADENOCARCINOMA DE CABEÇA DE PÂNCREAS 
Massa na cabeça do pâncreas e via biliar dilatada (>6-7mm). 
COLANGIOCARCINOMA 
Via biliar dilatada com material ecogênico no interior. As vias biliares intra-hepáticas também 
podem estar dilatas. 
OBS.: vesícula biliar contraída é normal nos estados pós-prandiais. Em jejum, indica processo de 
hepatite. 
O ducto pancreático principal (Wirsung) normal deve ter no máximo 2mm de diâmetro. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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ULTRASSONOGRAFIA DE RINS, VIAS URINÁRIAS E TESTÍCULOS – Victor Hugo 
Urografia excretora – é um método para visualizar o interior das vias urinarias. Analisa a função 
renal. Consiste na injeção de contraste por via venosa que em seguida é eliminado via renal. 
Possibilita visualizar um molde das vias urinárias. 
A ultrassonografia, em contrapartida, é um método morfológico. 
ULTRASSONOGRAFIA RENAL FETAL 
Nas US obstétricas já é possível examinar os rins dos fetos. Assim se pode medir a pelve renal, 
visualizar o parênquima renal. 
OBS.: dilatação da pelve renal em fetos pode indicar alteração no sistema renal (p.ex.: 
hidronefrose, má-formação do sistema coletor, estenose da JUP, estenose de valva de uretra 
posterior). 
O rim do recém-nascido as pirâmides renais são bem escuras ao exame ultrassonográfico – 
pode confundir com cistos renais. 
LITÍASE RENAL 
Detectável por ultrassonografia, entretanto, o melhor método para visualizar é a tomografia 
computadorizada em contraste. 
Os locais mais fáceis de encontrar cálculos na ultrassonografia são o ureter proximal e a parte 
intramural dos ureteres. Em pacientes magros é possível visualizar cálculos ao longo de toda via 
urinária. 
Nos rins, as paredes entre um cálice e outro e as estruturas vasculares ateromatosas 
calcificadas podem produzir sombra acústica! Cuidado para não confundir com litíase. 
HIDRONEFROSE 
Uma das consequências da litíase renal. Pelve renal fica muito dilatada em relação ao 
parênquima. Os cálices também se encontram dilatados. 
MAL-FORMAÇÕES RENAIS 
Rim ectópico, rim em ferradura, rim em bolo, rins policísticos. 
Os rins policísticos se apresentam aumentados e contendo múltiplos cistos em seu interior. É 
uma entidade geneticamente transmitida, por isso, quando encontrada é necessário examinar 
os familiares do paciente. 
ANGIOMIOLIPOMA 
Geralmente na extremidade dos rins. Apresenta-se branco (hiperecogênico) no exame de 
ultrassonografia. 
 
 
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URETERITE EOSINOFÍLICA 
Estreitamento da JUP com hidronefrose bilateral. Os ureteres ficam dilatados também. 
ENDOMETRIOSE EM BEXIGA 
Nódulo na parede da bexiga em associação com histórico de hematúria em períodos 
menstruais. 
NEOPLASIA DE TESTÍCULOS 
Os testículos normais são homogêneos e com limites bem definidos.Testículos com áreas hiperecogênicas e hipoecogênicas induzem ao diagnóstico de neoplasia. É 
preciso analisar o retroperitôneo com US abdominal para avaliar presença de metástases. 
HIDROCELE E ESPERMATOCELE 
A hidrocele se caracteriza como a presença de liquido na bolsa escrotal, porém anterior aos 
testículos. Já a espermatocele é posterior e na topografia do cordão espermático. 
A hidrocele ainda, pode ser septada, sendo chamada de complicada. 
VARICOCELE 
Varizes do plexo pampiniforme. Dilatação das veias acima de 3mm. Ao Doppler colorido o 
sangue reflui durante a manobra de Valsalva. Mais comum ao lado esquerdo, em virtude da 
pinça aortomesentérica que pode estenosar a veia renal esquerda. No lado direito é incomum 
pois a veia gonadal desemboca direto na veia cava inferior. 
CISTO DE ÚRACO 
Ao corte longitudinal de bexiga, presença de um tumor no teto da bexiga, que não faz parte da 
mucosa. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 38 
 
ULTRASSONOGRAFIA VASCULAR – Victor Hugo 
A ultrassonografia vascular se aplica tanto para artérias quanto para veias. Em grande parte, é 
utilizada para visualizar se os vasos estão com estrutura adequada. No território arterial, se 
presta para a investigação de estenoses e/ou obstruções. Já no território venoso, tem aplicação 
na busca de varizes e tromboses venosas. 
Nos vasos sanguíneos normais há um fluxo especifico quando o coração está em sístole e outro 
quando o coração está em diástole. 
Existe a ideia de que lesões tumorais tem um comportamento vascular particular. Por ter várias 
anastomoses possuem fluxo diastólico muito mais amplo. Apesar disto, nem todas os tumores 
apresentarão este tipo de comportamento – não se confia no Doppler para identificar se uma 
estrutura é benigna ou maligna. Se pode avaliar os aspectos morfológicos da lesão, mas 
somente a biópsia pode dizer se o tecido é benigno ou maligno. 
Doppler colorido - quando se examinam vasos é comum lançar mão do ecodoppler colorido. 
Com ele, é possível detectar distúrbios de fluxo sanguíneo para o diagnóstico de estenoses 
vasculares. 
ANEURISMA DE AORTA 
É possível realizar ultrassons transesofágicos para visualizar a aorta, em virtude da proximidade 
do esôfago com as porções superiores desta artéria. 
O aneurisma de aorta é muito comum em idosos e fumantes. Se considera aneurisma quando o 
diâmetro da aorta sofre um crescimento de 50% acima do normal ou quando supera 3,5cm de 
diâmetro. O aneurisma, frequentemente, pode se dilatar até 5cm com certa segurança. Acima 
desta marca é necessário operar. A velocidade de crescimento também é critério para 
abordagem cirúrgica. 
OBS.: a correção cirúrgica consiste na implantação de stents. 
DISSECÇÃO DE AORTA 
São as dissecções da camada íntima da aorta – quando ela descola do resto da parede. Na 
ultrassonografia é possível visualizar o espaço descolado. 
Nessas situações o sangue pode percorrer pelo espaço descolado formando um pseudocanal 
(entre a íntima e a média) com fluxo errátil neste local. 
TROMBOSE VENOSA 
Trombose venosa é comum em ambos os membros inferiores. 
As veias que compreendem o exame dos membros inferiores são as veiais tibiais, femorais, 
ilíacas e veia cava inferior. 
 
 
 39 
 
No exame normal das veias, quando há compressão do transdutor sobre o vaso ele necessita 
colabar. Se isto não ocorrer, há alguma alteração venosa – na maioria das vezes em virtude de 
trombo no interior do vaso. 
A rotina do exame inicia com a visualização das veias mais inferiores no sentido das superiores, 
até chegar ao abdome. 
OBS.: compressão extrínseca de veias ilíacas por aneurismas de artérias ilíacas pode ser causa 
de edema em membros inferiores. 
OBS.: presença de fluxo venoso pulsátil em veias, ao Doppler, nos faz pensar em fístula 
arteriovenosa. 
DERRAME PERICÁRDICO 
Pode ser muito facilmente evidenciado pelo exame de ultrassonografia. A veia cava inferior fica 
distendida pois o coração não consegue bombear o sangue por conta do tamponamento 
cardíaco. É possível ver sangue na topografia do pericárdio. 
BIFURCAÇÃO DA ARTÉRIA CARÓTIDA COMUM 
As doenças isquêmicas cerebrais, em grande parte, ocorrem por êmbolos que se originam na 
bifurcação carotídea. Neste local há fluxo turbulento e que agride a íntima do vaso, 
possibilitando o desenvolvimento de placas ateromatosas. 
Ao exame de ultrassonografia se pesquisa placas de ateroma. 
OBS.: quando a estenose chega à 70%, há indicação cirúrgica. 
ARTERITE DE CARÓTIDAS 
Há espessamento das paredes das carótidas ao exame ultrassonográfico. 
OBS.: a estenose de artéria carótida externa não traz repercussões importantes pelo fato de ela 
vascularizar parte do escalpo e face. 
TROMBOSE DAS ARTÉRIAS CARÓTIDAS 
Ausência de cor ao Doppler indica ausência de fluxo no interior do vaso. Isto pode ocorrer nos 
casos de trombose arterial. 
VARIAÇÕES ANATÔMICAS VASCULARES 
Também podem ser evidenciadas pela ultrassonografia vascular. 
ESTENOSE DE ARTÉRIAS 
Evidenciado pelo Doppler colorido. Para quantificar a estenose, se utiliza do Doppler pulsado. 
 
 
 40 
 
Para avaliação da carótida interna, por exemplo, se mede o fluxo da carótida comum e da 
carótida interna que está estenosada. Após, divide-se o valor do fluxo da artéria carótida 
interna (maior fluxo) pelo valor do fluxo na carótida comum (menor fluxo). Se o resultado for 
maior que 3,5 há uma estenose significativa – superior à 75%. 
SÍNDROME DO ROUBO DA SUBCLÁVIA 
No Doppler se percebe maior refluxo sanguíneo das artérias vertebrais em direção às subclávias 
quando há diástole cardíaca. Ocorre por estenose da origem proximal das subclávias. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 41 
 
PRINCÍPIOS FÍSICOS: MÉTODOS DE EXPLORAÇÃO RADIOLÓGICA – Laura Gomes 
A radiologia é a especialidade médica que utiliza qualquer forma de radiação, seja ela ionizante, 
sonora ou magnética, passível de transformação em imagens. Conforme o tipo de radiação 
utilizada, se obterá um tipo de imagem diferente. 
A imagem médica é uma janela para o corpo. Nenhum tipo de imagem mostra tudo. Deve-se 
aprender as bases da formação da imagem para correlacionar os sinais e sintomas do paciente 
com as alterações de imagem correspondentes – importante para não requisitar exames de 
imagem sem necessidade. 
Os exames de imagem não são comparáveis entre si. Cada um tem os seus benefícios e são 
adequados para cada tipo de estudo de órgão. 
O objetivo do radiodiagnóstico é tornar um objeto ou uma situação no interior do corpo visível 
para o observador. A visibilidade de estruturas anatômicas especificas depende das 
características da técnica de radiodiagnóstico em particular e da maneira como ela é operada. 
A melhor forma de realizar um exame objetivo é ter em mãos dados da história clínica do 
paciente. Deve-se informar no pedido o porquê está sendo requisitado o exame, o que já foi 
evidenciado pela história clínica e outros exames, e o que se espera ver. 
Técnico de radiologia: manutenção dos aparelhos, qualidade da imagem e exposição do 
paciente. 
Radiologista: orientação da técnica do exame, reconhecimento de artefatos, diagnóstico 
correto. 
Médico solicitante: solicitar o método correto para chegar ao diagnóstico e não submeter o 
paciente a riscos desnecessários (p.ex.: risco da radiação, risco de utilização de contrastes). 
RADIOLOGIA CONVENCIONAL 
Radiação é energia que se move através do espaço de um objeto (fonte) a outro, onde é 
absorvida. 
Raios-x são radiações eletromagnéticas de pequeno comprimento de onda que se propagam 
em linha reta, com a velocidade da luz, ionizando a matéria, inclusive o ar. Podem ultrapassar, 
ser absorvidos ou refletidos pela matéria, dependendo do número anatômico desta e da 
energia dos raios. 
A absorção dessa energia em forma de radiação pode acarretar danos biológicos a curto e 
longo prazo. Esses efeitos biológicos podem ser transitórios (alterações sanguíneas)ou 
permanentes (alterações genéticas). 
 
 
 
 42 
 
PROTEÇÃO RADIOLÓGICA 
A sala de exames deve apresentar paredes blindadas com placas de chumbo ou argamassa 
baritada que impossibilitam a passagem de radiação para o meio externo. 
Os profissionais que trabalham neste setor devem usar anteparos, biombos, vidros 
plumbíferos, aventais de chumbo (se for necessário ficar em contato com o paciente durante o 
exame) e outros acessórios que reduzam a exposição desnecessária à radiação (protetores de 
gônadas, protetores de tireoide). 
Dosímetro – uma espécie de crachá que absorve os raios-x e permite saber o quanto de 
radiação um profissional esteve exposto. 
EFEITOS DA RADIAÇÃO 
Curto prazo (horas, dias, semanas): relacionados a grande quantidade de radiação em grandes 
áreas corporais em um curto período de tempo. Por exemplo, os efeitos colaterais devido a 
radioterapia (náuseas, vômitos, diarreia). 
OBS.: a radiação tem efeito cumulativo! 
Longo prazo: grandes exposições em curto espaço de tempo ou pequenas quantidades de 
radiação em um longo período de tempo (p.ex.: múltiplos exames de raios-x). 
 Genéticos – efeito da radiação nas gônadas. Afeta a prole do indivíduo. 
 Somáticos – efeito da radiação no corpo da pessoa exposta. 
GERAÇÃO DOS RAIOS-X 
A radiação é produzida num tubo onde uma corrente elétrica estimula o catodo (polo negativo) 
a liberar elétrons, os quais são atraídos para o anodo (polo positivo), onde se chocam 
abruptamente liberando energia. 
99% dessa energia cinética é transformada em calor e somente 1% em raios-x. 
QUALIDADE E QUANTIDADE DE RAIOS-X 
Kilovoltagem (kV) – diferença de potencial (ou “potencial para aumentar a energia dos 
elétrons”). Elétrons com mais energia adquirida por meio de um kV mais alto produzem raios-x 
mais penetrantes e em maior quantidade. 
Miliamperagem (mA) – quantidade ou número de elétrons que passam a cada segundo do 
catodo para o anodo. 
Tempo de exposição 
Essas variáveis dependem do tipo de exame a ser realizado (raio-x de toráx, raio-x de abdome, 
etc) e da massa corporal do paciente. 
 
 
 43 
 
RECEPTOR RADIOGRÁFICO (RAIO-X CONVENCIONAL) 
Filme: placa de poliéster recoberta por gelatina e cristais de prata (sensível a luz e à radiação). 
Écran: folha de plástico revestida por material fluorescente que emite luz ao ser irradiado. 
Forra o chassis. 
Chassis: estojo onde o filme virgem é colocado para protegê-lo da luz. 
TELAS INTENSIFICADORAS 
A principal função das telas é reduzir a necessidade de raios-x incidindo sobre o paciente (cerca 
de 100 vezes), pois elas convertem raios-x em luz. 
O filme é muito mais sensível à luz do que aos raios. 
 
PROCESSO FOTOGRÁFICO 
Primeira etapa 
EXPOSIÇÃO DO FILME À RADIAÇÃO (RAIOS-X E LUZ) 
↓ 
ATIVAÇÃO DA EMULSÃO 
↓ 
IMAGEM INVISÍVEL (IMAGEM LATENTE) 
Segunda etapa – o filme é processado quimicamente. As processadoras realizam revelação, 
fixação, lavagem e secagem do filme radiográfico. 
CONVERSÃO DA IMAGEM LATENTE 
↓ 
IMAGEM VISÍVEL 
↓ 
DIFERENTES DENSIDADES ÓTICAS (TONS DE CINZA) 
 
 
 44 
 
DENSIDADES RADIOGRÁFICAS 
Os raios-x absorvidos no corpo do paciente não sensibilizam o filme e correspondem a áreas 
brancas após a revelação. 
As áreas negras indicam que a radiação não sofreu obstáculos, atravessando o corpo e 
sensibilizando o filme. 
Densidade 
radiográfica 
Absorção Imagem Cor 
Metal Total Branca brilhante 
Cálcio Grande Branca 
Água (partes moles) Média Cinza 
Gordura Pouca Quase preta 
Ar Nenhuma Preta 
 
CONTRASTE RADIOLÓGICO 
Um objeto dentro do corpo só será visível se ele tiver contraste físico suficiente em relação aos 
tecidos vizinhos. Por exemplo, o contraste natural entre o ar dos pulmões (preto) em relação ao 
mediastino (branco). 
Contrastes artificiais à base de iodo ou bário, que apresentam densidade metálica, geram 
imagens radiopacas para órgãos a serem visualizados (p.ex.: urografia excretora, enema opaco). 
RADIOLOGIA DIGITAL 
Radiologia digital ou DR, consiste de aparelhos de raios-x que possuem uma placa de circuitos 
sensíveis aos raios-x, que geram imagens digitais e as enviam diretamente para o computador 
na forma de sinais elétricos. 
Radiografia computadorizada ou CR, consiste de aparelhos radiológicos convencionais, porém 
que não possuem chassis com filmes radiológicos em seu interior, e sim, chassis com placas de 
fósforo. 
Impressoras Dry – imprimem as imagens digitais à seco (sem processo de revelação, lavagem e 
secagem). 
Digital vs Convencional: 
 Facilidade de exibição da imagem – monitor de vídeo, em vez do processo tradicional de 
expor o filme contra a luz. Dispensa negatoscópios. 
 Redução das doses de raios-x – uma relação sinal ruído conveniente. Menor dose de 
radiação. 
 Facilidade de processamento de imagem 
 
 
 45 
 
 Facilidade de armazenamento e recuperação da imagem – armazenamento em bases de 
dados eletrônicos. 
MAMOGRAFIA 
A mamografia utiliza uma ampola de raios-x com anodo de molibdênio com um filtro de Mo de 
0,03mm operado a aproximadamente 30kV, na qual a maioria das interações é fotoelétrica, 
resultando em uma técnica de contraste muito elevado. 
A mamografia fornece imagens dos tecidos conjuntivos glandulares fibrosos de baixo contraste, 
bem como microcalcificações com apenas 0,1mm de diâmetro. 
É necessária excelente resolução espacial e de contraste. 
Sempre deve ser feita compressão da mama durante a mamografia para reduzir sua espessura. 
A espessura reduzida resulta em menor dispersão e melhora do contraste. 
Estruturas visualizadas normalmente na mamografia: mamilo, pele, vasos sanguíneos, ductos, 
ligamentos de Cooper e linfonodos. 
RADIOSCOPIA (INTENSIFICADOR DE IMAGENS OU FLUOROSCOPIA) 
Intensificador de imagem: ampola de raio-x acoplada a uma tela fluorescente (fluoroscopia). 
Acoplamento de monitor de vídeo permitindo avaliação em tempo real. Avaliação dinâmica. 
Muito utilizado nos blocos cirúrgicos para realização de estudo radiográfico transoperatório. 
 
 
 Radioscopia 
 
 
 
 
 46 
 
TOMOGRAFIA COMPUTADORIZADA – Laura Gomes 
Tomos significa corte. É um exame que permite a visualização do paciente através de fatias. 
Utiliza uma ampola de raios-x semelhante ao estudo radiológico convencional com a diferença 
de que esta ampola gira em torno do paciente durante o exame. Cada corte compreende de um 
giro de 360o da ampola de raios-x. O paciente é irradiado em vários ângulos. 
Os tubos são colimados (espaço em janela por onde se permite a passagem do raio-x), de modo 
a formar um feixe que irradia apenas um corte fino pré-determinado do paciente. 
A energia gerada pelos raios-x é depositada nos detectores e armazenada em computador para 
ser realizada leitura digital. Cada vez que o tubo emite um pulso, cada detector mede o 
logaritmo da intensidade que recebe (método matemático). Isto diferencia a tomografia da 
radiologia convencional, a qual depende da sensibilização de filme radiográfico. 
O processo de leitura radiográfica do paciente na tomografia é denominado varredura. 
 
COEFICIENTE DE ATENUAÇÃO OU DENSIDADE TOMOGRÁFICA 
Coeficiente de atenuação = relação entre a quantidade de radiação emitida pela ampola e a 
quantidade de radiação captada pelo detector. 
OBS.: cada órgão tem o seu coeficiente de atenuação específico. Por conta disso, os contrastes 
na tomografia são muito mais diversos do que na radiografia convencional. 
O coeficiente de atenuação é dado em unidades Hounsfield (UH). 
 Ar: - 1000 UH 
 Gordura: - 110 a - 50 UH 
 Água: 0 UH 
 Líquor: 0 a 10 UH 
 Sangue: 30 a 60 UH 
 Fígado: 60 a 80 UH 
 Músculo: 40 a 60 UH 
 Osso: 200 a 2000 UH 
 
 
 47 
 
Quanto menos denso (atenuação), mais próximo do preto. Quando mais denso, mais próximo 
do branco. A partir disto, o ar é a estruturamais preta e o osso é a estrutura mais branca à 
tomografia. 
 
 Tomografia computadorizada de abdome 
JANELA TOMOGRÁFICA 
Define a extensão de níveis de cinza que interessa para ver uma determinada parte do corpo. A 
largura de janela define os limites superior e inferior da escala de Hounsfield que interessam. 
A tomografia de tórax, por exemplo, é realizada em duas janelas obrigatoriamente: uma de 
mediastino e uma de pulmão. 
Todas as lesões ósseas devem ser avaliadas na janela óssea do exame. 
As janelas são obtidas na mesma aquisição de imagens. O paciente não necessita ser irradiado 
mais de uma vez! 
 
 Janela de pulmão e mediastino de metástase de leiomioma 
 
 
 48 
 
TIPOS DE TOMOGRAFIA 
Existem dois tipos de tomografia: a sequencial e a espiral. 
 
Na sequencial (convencional), faz-se um corte por aquisição. O paciente precisa realizar várias 
apneias e ser irradiado diversas vezes para a realização do exame. 
Na espiral (helicoidal), há movimento continuo do tubo de raios-x e da mesa do tomógrafo. São 
divididos em single slice e multi slice. Este último permite que a cada giro do tubo seja possível 
adquirir vários cortes do paciente (mais rápido). 
 
O tempo do exame depende da área que precisa ser percorrida no paciente, velocidade de giro 
do tubo e velocidade de deslocamento da mesa tomográfica. 
TOPOGRAMA 
Primeira imagem que se obtém no exame de tomografia. A partir dela se programa o exame. É 
nada mais que uma radiografia digital do paciente. 
Com o topograma se seleciona a região que se deseja mapear. 
 
 
 
 49 
 
POSICIONAMENTO DO PACIENTE 
Em decúbito dorsal. Braços elevados acima da cabeça para reduzir os artefatos do feixe pelos 
ombros e membros superiores. 
Decúbito ventral quando os lobos posteriores dos pulmões são de interesse primário (doença 
intersticial sutil). 
DOSE DE IRRADIAÇÃO 
Muito mais elevada que na radiologia convencional. 
É necessário cuidado na indicação do exame para mulheres em idade fértil e em crianças. 
Pode-se aumentar a dose de raios-x em pacientes obesos com lesões focais. 
CONTRASTE ENDOVENOSO NA TOMOGRAFIA 
Jejum de 4h, em virtude de náusea e vômito que podem ser provocados pelo contraste. Cateter 
venoso de calibre adequado abocath 18. Obter acesso antes de entrar na sala de exame. Pode 
ser utilizada bomba injetora. 
O exame com contraste deve ser realizado com aquisições em três fases: 
 Fase pré-contraste 
 Fase arterial → quando o contraste está todo no sistema arterial. 
 Fase tardia → quando o contraste está todo no sistema venoso. 
O contraste endovenoso tem indicação nos estudos vasculares (aneurismas, embolias), de 
massas/lesões focais (avaliar densidade pré e pós contraste) e do mediastino. 
ARTEFATOS NA TOMOGRAFIA 
É muito importante saber reconhecer os artefatos para não confundir com lesões. 
Artefatos metálicos: de corpos estranhos metálicos, como próteses. As estruturas situadas 
atrás do metal não são detectadas, formando imagens lineares pretas. 
Artefatos de movimento: são decorrentes de movimentos voluntários ou não do paciente 
(respiratório), gerando imagens tremidas (sem nitidez), menos definidas. 
OBS.: todo exame de tomografia é realizado em apneia para evitar a formação de artefatos de 
movimento. 
 
 
 
 50 
 
 
Artefato metálico em tomografia computadorizada de crânio (projétil de arma de fogo) 
VOLUME PARCIAL 
O efeito de volume parcial ocorre quando estruturas anatômicas não ocupam totalmente a 
espessura do corte, podendo simular lesões que na verdade não existem. 
 
Articulação esternoclavicular simulando nódulo pulmonar 
LOW DOSE CT 
É a tomografia de baixa dose de raios-x. Utilizado para screening de câncer (p.ex.: de pulmão) – 
em pacientes que precisam ser submetidos à vários exames de investigação. Tem valor 
diagnóstico, porém menor do que a da técnica usual. 
VANTAGENS DA TOMOGRAFIA 
 Imagens sem superposição – avaliação melhor das estruturas individualmente. 
 
 
 51 
 
 Diferenças pequenas de densidade tissular – individualização das estruturas. 
 Processamento e armazenamento de dados 
 Não invasivo 
 Permite procedimentos – biópsias guiadas por TC, drenagens guiadas por TC. 
DESVANTAGENS DA TOMOGRAFIA 
 Maior quantidade de radiação ionizante 
 Contraste iodado – alergias e reações anafiláticas. 
 Artefatos 
 Mais oneroso 
INDICAÇÕES DA TOMOGRAFIA DE TÓRAX 
Para avaliação de: 
 Parênquima pulmonar 
 Vasculatura pulmonar 
 Pleura 
 Mediastino 
 Parede torácica 
 Intervenção 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 52 
 
TOMOGRAFIA COMPUTADORIZADA DO MEDIASTINO – Laura Gomes 
REVISÃO ANATÔMICA 
O mediastino é dividido em: 
 Superior 
 Anterior – entre o esterno e o coração. Anterior ao coração e aos grandes vasos. 
 Médio – coração, aorta e ramos arteriais pulmonares e traqueia. 
 Posterior – posterior ao coração. Aorta descendente, esôfago. 
 
LESÕES DO MEDIASTINO 
É importante relembrar a anatomia pois existem lesões específicas de cada compartimento do 
mediastino. 
Superior – lesões de tireoide e paratireoide. 
Anterior – timoma, teratoma, linfoma, bócio, linfangiomas, tumores de células germinativas, 
cisto pericárdico, hemangiomas, higroma cístico, hérnia de Morgani, aneurisma de aorta 
ascendente. 
Médio – cisto broncogênico, cisto pericárdico, linfoma, aneurisma de crossa da aorta. 
Posterior – tumores neurogênicos, meningoceles, hérnia de Bochdaleck, hérnia hiatal, cisto 
gastroentérico. 
Massas de mediastino 
 Timo 
 Teratomas 
 Tireoide 
 Cistos 
 Esôfago 
 
 
 53 
 
Linfonodos mediastinais 
 Linfoma 
 Leucemia 
 Sarcoidose 
 Tumor metastático 
O primeiro passo para investigação de lesões mediastinais é a radiografia. Após, se realiza o 
estudo tomográfico para que seja possível evidenciar a localização exata, se a lesão é solida ou 
cística, se é muito ou pouco vascularizada (importante para indicar a possibilidade de biópsia). 
 
 Lesions Fluid Fat Vascular 
Anterior Thymic 
Lymphoma 
Germ cell 
Golter 
Thymic C 
Thymoma 
Pericardial C 
Germ cell 
Lymphoma 
Germ cell-b 
Thymolipoma 
Fat pad 
Thyroid 
Cardiac 
Coronary 
Middle Lymph nodes 
Duplication C 
Arch anormaly 
Duplication C 
Necrotic nodes 
Pericard recess 
Retroperitoneal 
Lipoma 
Esophageal 
FV polyp 
Arch anormaly 
Azygous vein 
Vascular nodes 
Posterior Neurogenic 
Bone and 
marrow 
Neuroenteric C 
Schawnnoma 
Meningocoele 
Extramedullary 
Hematopoiesis 
Desc aorta 
>1 comp Infection 
Hemorrhage 
Lung cancer 
Lymphangioma 
Mediastinitis 
Liposarcoma Hemangioma 
 
OBS.: as lesões podem comprometer mais de um compartimento do mediastino. 
Quando existe alguma opacidade no raio-x, na topografia dos pulmões, mas que não é opaca o 
suficiente para apagar os vasos sanguíneos, há um indicativo de que a lesão é mediastinal. 
A sarcoidose, histoplasmose, paracoccidioidomicose e tuberculose podem provocar 
linfonodomegalia paratraqueal, hilar e subcarinal. Linfonodomegalias com calcificações 
também falam a favor de doenças granulomatosas. 
OBS.: calcificações em linfonodos “em casca de ovo” → silicose. 
Estruturas vasculares 
 Embolia pulmonar – feita com o auxílio de angiotomografia. Observam-se as falhas de 
enchimento nas artérias pulmonares. 
 
 
 54 
 
 
Tromboembolismo agudo em tomografia contrastada 
 Aneurisma de aorta 
 Dissecção de aorta – aparece com uma linha hipodensa na aorta. 
 
Dissecção de aorta ascendente e descendente em tomografia com contraste 
 Trauma torácico 
 Malformações congênitas 
OBS.: 4cm – ectasia de aorta. 5cm – aneurisma de aorta. 6cm – risco de ruptura. 
 
 
 
 
 55 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 56 
 
TOMOGRAFIA COMPUTADORIZADA DO PARÊNQUIMA PULMONAR – Laura Gomes 
Uma maneira de se classificar as alterações pulmonares são

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