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Radiologia do tórax

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SUMÁRIO
1. Introdução ............................................................................................................3
2. Qualidade de obtenção de uma radiografia ...........................................3
3. Radiografia convencional ..............................................................................6
4. Como analisar a radiografia de tórax ..................................................... 10
5. Padrões de achados radiológicos ............................................................ 17
6. Tomografia computadorizada de tórax ................................................. 28
7. Padrões radiológicos em tomografia computadorizada ................. 30
8. Ressonância magnética do tórax ............................................................ 34
9. Cintilografia de perfusão do tórax ........................................................... 35
10. Usg do tórax.................................................................................................. 36
Referências Bibliográficas ............................................................................... 38
3IMAGEM DO TÓRAX
1. INTRODUÇÃO
O estudo radiológico de tórax é am-
plamente utilizado e recomendado 
em função de sua importância no 
diagnóstico de doenças pulmonares, 
pleurais, mediastinais e do arcabou-
ço ósseo. Na maioria dos casos, a 
radiografia de tórax é o primeiro es-
tudo radiológico solicitado para ava-
liação de doenças do tórax. Seu baixo 
custo, aliado à facilidade de realiza-
ção e grande disponibilidade, fazem 
com que este método seja muito fre-
quente. Tanto nas doenças agudas, 
quanto nas crônicas, a radiografia de 
tórax permite a detecção de doença 
e a monitorização da resposta à tera-
pia. Em muitos processos de doença, 
como pneumonia e insuficiência car-
díaca congestiva é possível estabele-
cer diagnóstico e acompanhar a do-
ença até a resolução sem que outros 
exames de imagem sejam realizados. 
Entretanto, há limitações à radiogra-
fia torácica e a possibilidade de que 
as doenças não se encontrem sufi-
cientemente avançadas a ponto de 
serem detectadas além da existên-
cia de doenças que não ocasionam 
anormalidades detectáveis. Assim, 
outros métodos de imagem são ne-
cessários para complementar a radio-
grafia torácica convencional. São eles 
a tomografia computadorizada (TC), 
tomografia por emissão de pósitron/
tomografia computadorizada (PET/
TC), outros exames que utilizam ra-
dionuclídeos, ressonância magnética 
(RM) e ultrassonografia (USG). Ape-
sar de ser um exame comum, não é 
raro nos depararmos com radiogra-
fias de tórax realizadas com técnica 
inadequada ou com incidências in-
suficientes. Abordaremos os tipos de 
incidência e a técnica adequada logo 
a seguir.
2. QUALIDADE DE 
OBTENÇÃO DE UMA 
RADIOGRAFIA
Uma radiografia de boa qualidade é 
aquela que obedece a 5 princípios. 
São eles:
• Identificação da radiografia: Por 
convenção, o marcador de identifi-
cação (data e códigos) localiza-se 
à direita do paciente (esquerda 
do observador). O posicionamen-
to cardíaco também serve como 
forma de orientação, porém, de-
ve-se lembrar que existem casos 
de situs inversus totalis, nos quais 
ocorre inversão total da topografia 
dos órgãos.
4IMAGEM DO TÓRAX
Figura 1: Radiografia de tórax em PA revelando um 
caso de Situs inversus totalis
Disponível em: https://pt.wikipedia.org/wiki/Dextrocardia
• Rotação: A partir de um posicio-
namento inadequado do paciente, 
pode-se ocorrer uma leve rotação 
da imagem na radiografia, poden-
do levar a falhas na interpretação. 
Nessas situações, a rotação pode 
simular, por exemplo, um aumento 
da área cardíaca. Assim, para ava-
liar a rotação, observa-se a distân-
cia das clavículas aos processos 
espinhosos vertebrais para verificar 
se apresentam-se equidistantes.
Figura 2: Radiografia de tórax em PA mostrando equi-
distância entre as clavículas e o processo espinhoso 
vertebral. Disponível em: https://bit.ly/2SmagoD
• Penetração: Em uma penetração 
de raios adequada, não se visua-
liza a coluna torácica retrocardía-
ca no PA. Em perfil, observa-se o 
gradiente de densidade da coluna 
vertebral, indo de hipotransparen-
te superiormente (pela presença 
de estruturas mediastinais) a hi-
pertransparente inferiormente.
Figura 3: (A) Radiografia de tórax em PA inadequa-
do, em A pouco penetrado e em B muito penetrado. 
Disponíveis em: https://liga-academica-de-fisiotera-
pia-em-pediatria-e-neonatologia-cusc.webnode.com/l/
como-analisar-raio-x/
5IMAGEM DO TÓRAX
• Fase respiratória: A radiografia 
deve ser realizada em apneia ins-
piratória máxima, com o paciente 
em apneia. Assim, as hemicúpu-
las frênicas vão se localizar entre o 
10º e 11º arcos costais posteriores. 
Caso seja realizado em fase expi-
ratória, o coração pode aparecer 
aumentado em decorrência da su-
bida do diafragma e o pulmão se 
encontraria mais denso.
Figura 4: Radiografia em PA com penetração adequada
Disponível em: Brant e Helms, 2009
Figura 5: Penetração adequada em radiografia 
de tórax em perfil, mostrando a densidade da co-
luna vertebral indo de hipotransparente superior-
mente (pela presença de estruturas mediastinais) 
à hipertransparente inferiormente. Disponível em: 
https://www.google.com/url?sa=i&url=http%3A%-
2F%2Fwisemed.blogspot.com%2F2014%-
2F10%2Fradiografia-de-torax-parte-ii-conteudo.
html&psig=AOvVaw1m7J4MPHCVFNjH8VWd97M-
T&ust=1581651974297000&source=images&cd=v-
fe&ved=0CAIQjRxqFwoTCLjes_fOzecCFQAAAAAdA-
AAAABAD
6IMAGEM DO TÓRAX
• Centralização: Devem ser inclu-
ídas na radiografia as regiões de 
cervical inferior, a porção proximal 
dos úmeros e o abdome superior, 
sendo possível a visualização dos 
seios costofrênicos.
Figura 6: Radiografia de tórax em PA, com técnica 
de centralização adequada, mostrando as regiões de 
cervical inferior, a porção proximal dos úmeros e o ab-
dome superior, sendo possível a visualização dos seios 
costofrênicos (destacados em vermelho)
Disponível em: https://bit.ly/38oMWMs
3. RADIOGRAFIA 
CONVENCIONAL
O estudo convencional mais simples 
do tórax (rotina mínima) é compos-
to pelas radiografias torácicas pós-
tero-anterior (PA) e em perfil. Sendo 
assim, o estudo do tórax em apenas 
uma das incidências é um estudo in-
completo. Os raios-X percorrem o pa-
ciente e se expõem a um receptor no 
qual a imagem é registrada. Na radio-
grafia digital são utilizados receptores 
digitais, embora aquele que utiliza 
uma tela intensificadora e filme radio-
gráfico continue em uso. As imagens 
digitais podem ser impressas em fil-
me por impressoras a laser ou serem 
visualizadas no monitor.
As duas incidências são obtidas a 90° 
entre si e com o paciente em apneia 
inspiratória máxima. As incidências 
estão descritas a seguir:
• Incidência em PA: é realizada com 
o paciente em ortostase de fren-
te para o receptor e com a fonte 
de raios-X posicionada por trás, a 
cerca de 1,8 m a 2 m de distân-
cia. Dessa forma, os raios viajam 
no sentido posterior para anterior. 
Deve-se deixar o tórax do pacien-
te o mais próximo possível do filme 
para evitar distorções da imagem.
• Incidência em perfil: essa incidên-
cia é obtida com o paciente a 90° 
da posição anterior e o lado esquer-
do contra o receptor, com os braços 
elevados acima da cabeça. É útil 
para que possam ser avaliadas as 
zonas chamadas de zonas mudas 
do PA, ou seja, zonas torácicas não 
visíveis no PA, são elas: região re-
troesternal, região retrocardíaca, 
seios costofrênicos posteriores, re-
giões localizadas atrás das coste-
las. Esse tipo de incidência fornece 
uma noção de profundidade que 
não é possível na incidência PA, 
podendo identificar, por exemplo, 
7IMAGEM DO TÓRAX
se um nódulo à direita do coração 
está situado no lobo posterior ou 
inferior. O hemidiafragma direito é 
melhor visualizado nesse tipo de 
incidência devido ao contraste com 
a hipertransparência pulmonar; já o 
esquerdo não pode ser visualizado 
devido a superposição do coração, 
também com densidade de partes 
moles.
VOCÊ SABIA?Porque o estudo convencional é com-
posto por incidências em PA e em perfil 
esquerdo e não AP e em perfil direito? 
Porque, como os raios X são divergen-
tes, é sempre necessário colocar o ob-
jeto a ser estudado o mais próximo pos-
sível do sistema receptor. Na região de 
tórax, para evitar uma magnificação do 
coração, esse deve ficar mais próximo 
possível ao sistema receptor. Assim, uti-
liza-se as incidências em PA e em perfil 
esquerda. 
Figura 7. Radiografias de tórax em PA e perfil. Disponível em: https://bit.ly/38oMWMs.
Algumas situações clínicas podem 
possuir indicações específicas para 
outros tipos de incidência, ou mesmo 
pacientes que não conseguem reali-
zar as incidências convencionais, por 
não conseguir ficar em pé ou senta-
dos em posição ereta, podem realizar 
outros tipos incidências. Assim, po-
dem ser realizadas a anteroposterior 
(AP), decúbito lateral com raios hori-
zontais, ápico-lordótica, radiografias 
em inspiração e expiração, radiogra-
fias penetradas e incidências oblíquas 
e com esôfago contrastado.
• Incidência anteroposterior (AP): 
é obtida com a região dorsal do 
paciente voltada para o receptor e 
com o sentido anterior para poste-
8IMAGEM DO TÓRAX
angulando-se o feixe de raios-X 
cefalicamente cerca de 15° a 30°. 
Utilizada quando necessidade de 
avaliar lobos superiores, médio e 
língula, evitando superposição de 
estruturas ósseas do tórax superior, 
como a clavícula e as primeiras cos-
telas.
• Radiografias em inspiração e ex-
piração: Auxiliam o estudo de apri-
sionamento aéreo, mobilidade de 
diafragmas e expansibilidade pul-
monar. Pode-se com esse estudo 
fazer o diagnóstico de paralisia de 
diafragma (normal deslocamento 
de 5 a 10 cm na altura do diafrag-
ma entre inspiração e expiração), 
redução da elasticidade pulmonar 
(enfisema, fibrose pulmonar), ava-
liar presença de pequenos pneu-
motóraces.
rior do feixe de raios-X que atra-
vessa o paciente. Deve-se ficar 
atento para distorções de imagem, 
como aumento da área cardíaca e 
horizontalização das costelas. 
• Decúbito lateral com raios hori-
zontais: também chamada de in-
cidência de Laurell. É feita com o 
paciente em decúbito lateral, ou 
seja, o seu flanco estará em con-
tato com a mesa. O feixe de raios-
-x penetra paralelamente à mesa, 
estando o filme em perpendicular 
a ela. Importante para identificar 
pequenos derrames pleurais não 
localizados em PA e perfil. Outra 
indicação é a visualização da mo-
bilidade de um conteúdo de uma 
cavidade.
• Ápico-lordótica: Adquirida no sen-
tido anteroposterior (AP) inclinando 
o paciente para trás (lordose), ou 
Figura 8. Radiografia de tórax em PA em fase de apneia inspiratória e apneia expiratória, respectivamente.
Disponível em: https://www.researchgate.net/figure/Figura-6-Imagens-em-inspiracao-esquerda-e-expiracao-direi-
ta-de-um-paciente-com-corpo_fig3_336681440
9IMAGEM DO TÓRAX
• Radiografias penetradas: Obti-
das com uso de voltagem maior 
que o habitual, tornando-a “mais 
queimada”. É útil na identificação 
de estruturas mediastinais e na 
tentativa de visualização de es-
truturas por meio de opacidades, 
como estudo de arcos costais em 
caso de derrame pleural ou de 
massa adjacente à parede.
• Oblíquas: Realiza-se angulando-
-se o paciente em relação ao PA ou 
ao perfil. Sua principal indicação é 
dissociar imagens encontradas em 
PA e perfil de planos vizinhos. Não 
há uma obliquidade pré-estabele-
cida para este estudo, devendo ser 
determinada dependendo de cada 
caso. Importante também para 
avaliação da integridade das cos-
telas em casos de traumatismos 
torácicos.
• Esôfago contrastado: Normal-
mente o esôfago não é visualizado 
devido a sua densidade de partes 
moles. Essa incidência é realiza-
da por meio da administração oral 
de contraste baritado ou iodado. 
Além de diagnóstico de afecções 
relacionadas com o próprio esô-
fago, como tumores, megaesôfa-
go, varizes, esse tipo de incidência 
também será importante para a 
avaliação do coração devido a ínti-
ma relação do esôfago com o átrio 
esquerdo.
Já em decúbito lateral, o feixe de raios-
-X percorre o paciente tanto em PA 
quanto em AP ao longo de um plano 
horizontal. Essa última pode ser rea-
lizada tanto em decúbito lateral es-
querdo quanto direito.
SAIBA MAIS
A radiografia torácica portátil é uma for-
ma prática de se obter uma radiogra-
fia do paciente no leito, sendo quase 
sempre em AP. É uma radiografia com 
menor qualidade e mais dispendiosa. 
Além disso, a incidência em AP não for-
nece tantas informações quanto em PA 
e perfil. São utilizados, geralmente, em 
pacientes muito graves, portanto, esses 
podem não ser capazes de cooperar no 
momento da apneia em inspiração total, 
o que também prejudica o resultado do 
exame.
10IMAGEM DO TÓRAX
4. COMO ANALISAR A 
RADIOGRAFIA DE TÓRAX
Antes de tudo, o conhecimento da 
anatomia é imprescindível para aná-
lise da radiografia de tórax, conforme 
figuras:
Figura 9. Anatomia radiográfica normal do tórax em 
PA. Legenda - a:aorta, acaf:ângulo cardiofrênico, acof: 
ângulo costofrênico, ae: átrio esquerdo, api: artéria pul-
monar interlobar (ou descendente), b: baço, ca: carina, 
cl: clavícula, d: diafragma, e: escápula, f:fígado, fe: flexu-
ra esplênica do cólon, g:bolha de ar gástrico, jap: janela 
aortopulmonar, lja: linha juncional anterior, ljp: linha 
juncional posterior, ltd: linha traqueal direita (ou para-
traqueal), p: tronco pulmonar, t: traqueia, ve: ventrículo 
esquerdo. Disponível em: Radiologia Langes-2ª edição
11IMAGEM DO TÓRAX
Figura 10. Anatomia radiográfica normal do tórax, em incidência lateral. Legenda - a:aorta, acof: ângulo costofrênico, 
apd: artéria pulmonar direita, ape: artéria pulmonar esquerda, bi: brônquio intermediário, blsd: brônquio lobar superior 
direito, blse: brônquio lobar superior esquerdo, cv: corpo vertebral, d: diafragma, e: esôfago, est: esterno, fh:fissura ho-
rizontal, fo: fissura oblíqua, m: manúbrio, t: traqueia, vci:veia cava inferior, vcs: veia cava superior, vd: ventrículo direito, 
ve: ventrículo esquerdo. Disponível em: Radiologia Langes-2ª edição
A análise da radiografia de tórax deve 
ser feita de fora para dentro, compa-
rando-se um hemitórax com o outro. 
Numa radiografia devemos analisar 
todos componentes, são eles: partes 
moles, esqueleto torácico, abdome su-
perior, cúpulas diafragmáticas e seios 
costofrênicos, mediastino, hilos pulmo-
nares, pleura e pulmões. Para isso foi 
criado um mnemônico para facilitar sua 
aplicação que engloba a avaliação de 
todos esses componentes, o ABCDE.
A: Airways -Vias aéreas: Avaliação de 
traqueia, brônquios, pulmões e pleu-
ra. Atentar ainda para presença de 
calcificações patológicas (linfonodos 
calcificados, cisticercose), gás (ab-
cessos, enfisema subcutâneo) e au-
mento do tamanho da tireoide. Os hi-
los pulmonares são compostos pelas 
artérias pulmonares, pelos brônquios 
e pelos linfáticos. Na imagem radio-
lógica de um hilo normal só é possí-
vel visualizar os ramos principais das 
12IMAGEM DO TÓRAX
artérias pulmonares. O hilo direito é 
um pouco mais baixo que o esquerdo. 
Uma hipertensão pulmonar promove 
dilatação dessas artérias. Os folhetos 
pleurais são mais bem identificados 
quando o espaço entre eles é ocu-
pado por algum material. Já a análise 
dos pulmões tem como objetivo bus-
car diferenças de transparência: áre-
as hipotransparentes (condensação 
ou opacidade) e áreas hipertranspa-
rentes. A imagem normal do pulmão 
é hipertransparente, com algumas 
estrias densas, os vasos que, na po-
sição ereta, apresentam maior calibre 
em região de base, refletindo a dis-
tribuição do fluxo sanguíneo. Além 
disso, o diâmetro AP do tórax é maior 
em base que em ápice, também por 
essa sobreposição de vasos na base.
Figura 11. Radiografia de tórax em PA ressaltando 
a anatomia. AD: Átrio direito; AE: Átrio esquerdo; VE: 
Ventrículo esquerdo. Disponível em: http://docplayer.
com.br/80630264-Interpretando-a-radiografia-de-to-
rax-na-emergencia.html
13IMAGEM DO TÓRAX
HORADA REVISÃO: ANATOMIA DO PULMÃO E A RADIOGRAFIA DE TÓRAX
Existem duas cissuras principais à direita, a oblíqua e a horizontal, que dividem o pulmão em 
3 lobos, o superior, médio e inferior). À esquerda existe apenas uma fissura, a oblíqua, que 
divide o pulmão em 2 lobos, o superior e o inferior.
Figura 12. Cissuras oblíqua e horizontal em pulmão direito e cissura oblíqua em pulmão esquerdo. Disponível em: 
Bretano, V.B. et. al, Interpretando a radiografia de tórax na emergência. 2018
Figura 13. Radiografia de tórax em perfil. RUL= Lobo superior direito; RML= Lobo médio direito; RLL= Lobo inferior direito
14IMAGEM DO TÓRAX
Figura 14. Radiografia de tórax em PA. RUL= Lobo superior direito; RML= Lobo médio direito; RLL= Lobo inferior direito
 
Figura 15. Radiografia de tórax em perfil. LUL= Lobo superior esquerdo; LLL= Lobo inferior esquerdo
Figura 16. Radiografia de tórax em PA. LUL= Lobo superior esquerdo; LLL= Lobo inferior esquerdo
Figuras disponíveis em: BRANT, W.; HELMS, C. A. Fundamentos de Radiologia: diagnóstico por imagens. 3. ed. Rio de 
Janeiro: Guanabara Koogan, 2009. 
15IMAGEM DO TÓRAX
B: Bones- Ossos: Avaliação de coste-
las, clavículas, esterno, coluna e por-
ção proximal dos úmeros. Deve-se es-
tar atento, principalmente, para a sua 
densidade e presença de fraturas. As 
partes posteriores dos arcos costais 
têm aspecto mais denso, as partes an-
teriores desaparecem na porção mé-
dia ao juntarem-se as cartilagens cos-
tocondrais. A contagem das costelas 
deve ser feitas pelos arcos posteriores, 
por serem mais densas no raio-x, to-
talizando de 10-12, sendo as costelas 
posteriores no formato convexas e as 
anteriores no formato de côncavas. 
C: Circulation- Circulação: Coração, va-
sos e mediastino. O mediastino é a re-
gião compreendida entre os 2 pulmões, 
compreendendo o coração, os vasos de 
base, traqueia, nervos, linfonodos, esô-
fago. Desses, apenas a traqueia possui 
ar em seu interior, os outros vão apre-
sentar a mesma densidade na radio-
grafia, sendo visualizados apenas os 
limites externos dessa região, contras-
tando com o parênquima pulmonar. Os 
seios cardiofrênicos são os recessos 
pleurais justapostos ao coração.
SE LIGA! O mediastino pode ser dividido 
em mediastino superior e inferior, e este 
último ainda em anterior, médio e poste-
rior. O superior separa-se do inferior por 
uma linha imaginária na altura do manú-
brio do esterno (entre T4 e T5). Inferior-
mente, a face anterior do coração separa 
o mediastino anterior do médio e a face 
posterior, separa o médio do posterior.
D: Diafragma: A hemicúpula diafrag-
mática direita é mais alta que a es-
querda, devido a presença do fígado 
do lado direito, empurrando-a para 
cima e o peso do lado do coração do 
lado esquerdo, deslocando-a inferior-
mente. As cúpulas são convexas e se 
inserem na parede torácica, forman-
do o que chamamos de seios costo-
frênicos anterior, posterior e laterais. 
Os derrames pleurais, pela força da 
gravidade, tendem a se acumular nos 
seios costofrênicos, especialmente no 
posterior, sendo melhor visualizados 
numa incidência em perfil. Uma cúpu-
la pode ser deslocada superiormente 
por redução do volume do pulmão ou 
por paralisia do nervo frênico homola-
teral. A retificação do diafragma pode 
ocorrer em condições de hiperinsufla-
ção, como em um enfisema pulmonar. 
Próximo ao diafragma visualizamos o 
abdome superior, sendo importante a 
avaliação das lojas hepática e esplêni-
ca, que possuem densidade de partes 
moles. Gás na região subdiafragmáti-
ca pode traduzir pneumoperitônio (ar 
na cavidade peritoneal, com sinal do 
“crescente infradiafragmático”).
E: Exterior: tubos, cateteres e sondas.
16IMAGEM DO TÓRAX
HORA DA PRÁTICA
Identificação: Marcador do lado direito
Vias aéreas: traqueia, brônquios, pulmões, pleura, hilos pulmonares
Penetração: não visualização da coluna torácica retrocardíaca
Circulação: Coração, vasos de base, traqueia, nervos, linfonodos, esôfago. 
Rotação: Equidistância das clavículas ao processo espinhoso
Ossos: Costelas, clavículas, esterno, coluna e porção proximal dos úmeros.
Fase respiratória: Diafragma entre 10° e 11° arcos costais posteriores
Diafragma: Hemicúpulas, seios costofrênicos, abdome superior
Centralização: Entre região cervical inferior a abdome superior, com visualização 
dos seios costofrênicos e regiões proximais dos úmeros.
Exterior: Tubos, cateteres e sondas
1
1
2
2
3
3
4
4
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5
RADIOGRAFIA DE QUALIDADE
ABCDE DA RADIOGRAFIA
17IMAGEM DO TÓRAX
5. PADRÕES DE ACHADOS 
RADIOLÓGICOS
Padrão alveolar
Caracterizado por opacidade homo-
gênea, que varia de acordo com a ex-
tensão, de pequena, subsegmentar 
até o acometimento de todo o pulmão. 
Ocorre pela ocupação do espaço aé-
reo por outras substâncias que não 
sejam ar, como por exemplo, exsuda-
to em casos de pneumonia, transuda-
to em edemas pulmonares e sangue 
em hemorragias. Por meio dos poros 
de Kohn e os canais de Lambert a 
disseminação alcança os alvéolos ad-
jacentes. Assim, conforme a doença 
progride os espaços aéreos acome-
tidos se superpõem, levando a uma 
densidade uniforme do lobo ou pul-
mão afetado (consolidação). Quando 
os brônquios são visíveis, podem ser 
observados “broncogramas aéreos”, 
que são áreas de hipertransparência 
no meio de uma consolidação.
Esse é o tipo de padrão que ocorre 
nas pneumonias lobares. 
SAIBA MAIS: PNEUMONIA LOBAR
O achado clássico de pneumonia adquirida na comunidade (PAC) coincide com a apresen-
tação clássica de pneumonia lobar: consolidação do espaço aéreo de um segmento ou lobo, 
limitada pela superfície pleural. O Streptococcus pneumoniae é o microorganismo mais fre-
quente causador de PAC. Uma pneumonia pode apresentar uma série de complicações, entre 
elas derrame pleural, pneumatocele e abscesso. O derrame pleural frequentemente apresenta 
uma borda superior côncava (menisco) que parece mais alta lateralmente do que medialmente. 
A pneumatocele é um espaço circular contendo ar. O abscesso pulmonar se apresenta como 
uma cavitação no parênquima pulmonar, geralmente bem delimitada por um contorno radiopa-
co. Pode conter nível líquido em seu interior. Importante diagnóstico diferencial com neoplasia 
escavada. Já o Mycoplasma pneumoniae, outro importante agente causador de PAC, pode se 
apresentar com sintomas de longa duração e um padrão de infiltração reticulo-nodular difusa.
Figura 17. Pneumonia adqui-
rida na comunidade (Strepto-
coccus pneumoniea) (a) e (b): 
imagem em perfil demons-
tram uma consolidação no 
segmento lateral do lobo mé-
dio do pulmão direito. Dispo-
nível em: Bretano, V.B. et. al, 
Interpretando a radiografia de 
tórax na emergência. 2018
18IMAGEM DO TÓRAX
Padrão intersticial
Interstício é todo o tecido conectivo 
de sustentação que mantem a arqui-
tetura alveolar. Inclui vasos, brônquios 
e os linfáticos. O tecido intersticial que 
envolve os vasos é chamado de pe-
ribroncovascular; o aderente a pleura 
visceral, subpleural; e a zona paren-
quimatosa, tecido intersticial paren-
quimatoso. Quando ocorre infiltração 
no peribroncovascular, é possível vi-
sualizar na radiologia: (1) borramento 
dos contornos brônquicos, vasculares 
e hilos pulmonares, por espessamen-
to das bainhas destas estruturas; (2) 
Aparecimento das linhas B de Kerley 
logo acima dos seios costofrênicos. 
Geralmente, podem ocorrer combina-
ções nesses padrões em edema pul-
monar e em determinadas pneumo-
nias, como a causada por Mycoplasma.
 
Figura 18. Paciente do sexo feminino, com história de 
insuficiência cardíaca. RX de tórax em PA demonstra in-
filtração intersticial reticular bilateral e difusa associada a 
cardiomegalia. Na porção lateral do pulmão direito iden-
tificam-se opacidades lineares perpendiculares à pleura 
(seta), características de linhas septolinfáticas ou linhas B 
de Kerley. Disponível em: Bretano, V.B. et. al, Interpretan-
do a radiografia de tórax na emergência. 2018
SAIBA MAIS
Linhas B de Kerley: são linhas horizontais densas, que medem de 1,5 a 2 cm decomprimen-
to, sendo mais bem visualizadas na região inferior do pulmão, junto aos seios costofrênicos, 
correspondendo a septos interlobulares espessados.
 
Figura 19. Radiografia de tórax em PA de um 
paciente com edema pulmonar demonstra 
espessamento septal conhecido com linhas de 
Kerley (seta).
Disponível em: Radiologia Langes, 2ª edição.
19IMAGEM DO TÓRAX
Sinal da silhueta
Como sabemos, todas os contornos 
e linhas vistos na radiografia são de-
correntes do contato de 2 estruturas 
com densidades diferentes. O contor-
no do coração se dá pela diferença de 
densidade do coração (partes moles) 
e do tecido pulmonar (ar). Qualquer 
situação que promova a perda desse 
contraste, como um processo patoló-
gico em que o tecido pulmonar adqui-
re densidade de partes moles, ocorre 
a perda desse contorno do coração. 
Essa perda dá origem ao que chama-
mos de sinal da silhueta. Assim, por 
exemplo, uma pneumonia de lobo 
médio pode borrar o contorno direito 
do coração.
 
Figura 20. Acometimento do lobo médio do pulmão di-
reito com borramento da área cardíaca (sinal da silhue-
ta). Disponível em Lauand et. al, 2008.
Atelectasias
Estado de expansão incompleta de 
um pulmão ou parte dele com perda 
do volume pulmonar, colabamento e 
redução ou ausência de ar nos alvé-
olos. Trata-se de uma lesão secundá-
ria, sendo uma consequência e não 
uma doença em si. Assim, esta pode 
ser classificada de acordo com sua 
etiologia em:
1. Obstrutiva: por obstrução do lú-
men brônquico, ocasionando a 
absorção de ar distalmente a essa 
obstrução.
2. Por compressão: por processos 
compressivos que impedem a ex-
pansão pulmonar, como pneumo-
tórax, derrame pleural herniação 
abdominal para o tórax
3. Por déficit de movimento do 
esqueleto torácico: restrição de 
movimento decorrente de dor to-
rácica, como trauma, fratura de 
costela, dor pleurítica.
4. Por deficiência do surfactante: 
essa doença causa colapso alve-
olar. Os achados radiográficos são 
diminuição do volume do segmen-
to, lobo ou pulmão afetado, com 
deslocamento de 1 ou mais cissu-
ras interlobares em direção à parte 
atelectasiada. Os brônquios tam-
bém podem estar deslocados e o 
broncograma aéreo é incomum.
Podem ocorrer também elevação do 
diafragma, desvio do mediastino para 
o lado envolvido, deslocamento hilar e 
estreitamento dos espaços intercos-
tais e hiperinsuflação compensatória. 
20IMAGEM DO TÓRAX
Podem ocorrer grandes variações na 
opacidade em decorrência da ate-
lectasia, dependendo da quantidade 
relativa de pulmão aerado, colabado 
e cheio de líquido. Caso a atelectasia 
envolva todo o pulmão, a opacidade 
pode ser completa e homogênea.
 
Figura 21. Disponível em: https://bit.ly/2SsEhDd
Linfonodomegalias
Pode estar presente em processos 
infecciosos, neoplásicos ou outras 
causas menos comuns, como silicose. 
Em casos de infecção, os linfonodos 
podem evoluir com calcificação. Na 
tuberculose e histoplasmose ocorre 
broncolitíase, ou seja, quando o linfo-
nodo erode a parede brônquica, pro-
movendo uma fístula.
 
Figura 21. Radiografia de tórax em PA revelando lin-
fonodomegalias por Silicose. Imagem cedida por David 
W. Cugell, MD.
Nódulos
Lesão arredondada ou ovulada, de 
limites parcialmente precisos, com 
menos de 3 cm de diâmetro, podendo 
ser subclassificados em pequenos, 
tamanho até 1 cm, ou grandes quan-
do de 1 a 3 cm.
Nódulo pulmonar solitário
Cerca de 40% desses nódulos são 
malignos, sendo o restante, geralmen-
te, granulomas ou tumores benignos. 
Um nódulo deve ser avaliado quanto 
à tamanho, forma, contorno, densida-
de e existência de calcificações. Os 
principais critérios (mais efetivos) de 
malignidade são as características da 
calcificação e o crescimento.
21IMAGEM DO TÓRAX
 CONCEITO! 
CRITÉRIOS DE BENIGNIDADE:
Pelo menos 2 anos sem crescimento, 
presença de gordura e presença de cal-
cificação. Essas calcificações podem ser: 
puntiforme, no centro; em alvo, cama-
das concêntricas; em casca, na periferia 
do nódulo; difusa; em forma de pipoca. 
Apenas o contorno regular e o tamanho 
menor que 2,5 cm não são suficientes 
para classificá-lo como benigno.
Nos pulmões, os tumores benignos 
são muito mais raros que os malig-
nos, sendo o hamartoma o tumor pul-
monar benigno mais comum, poden-
do conter cartilagem, músculo, tecido 
adiposo e elementos epiteliais. Ele 
se apresenta como nódulo pulmonar 
solitário, geralmente arredondado ou 
ovalado, bem circunscrito, podendo 
ser lobulado e apresentar calcificação 
em forma de pipoca. 
Hamartoma
Figura 22. Presença de nódulo calcificado hamartoma 
em radiografia de tórax em perfil. Disponível em: Staton, 
G.W., Bhalla S. Imagens da doença pulmonar. 2012
Pequenos nódulos múltiplos
Pode ser em decorrência de tuber-
culose miliar, histoplasmose, pneu-
monias virais, silicose, sarcoidose e 
metástases hematogênicas. Deve ser 
analisado tamanho, contorno, densi-
dade e presença de calcificação.
Grandes nódulos múltiplos
As metástases hematogênicas são 
a principal causa. São mais frequen-
temente encontrados em região de 
base e na periferia dos pulmões e po-
dem se apresentar como nódulo único 
(raramente) ou nódulos múltiplos, de 
diferentes tamanhos e densidades.
 
Figura 23. Nódulos pulmonares múltiplos bilaterais. 
Disponível em: https://www.researchgate.net/figure/
Radiogra-fi-a-de-torax-Fevereiro-2008-multiplos-no-
dulos-pulmonares-bilaterais_fig1_262737972
22IMAGEM DO TÓRAX
Tabela 1. Diagnóstico diferencial de lesão cavitária (lista parcial)
Lesão cavitária solitária Lesões cavitárias múltiplas
Abscessos pulmonares, inclusive tuberculose Granulomatose de Wegner
Carcinoma broncogênico Metástases
Êmbolos sépticos Êmbolos sépticos
Pneumatocele (trauma, pneumonia 
por Pneumocystis)
Artrite reumatoide
Fonte:Radiologia – Langes – 2ª Edição
Massas
Lesões com as mesmas caracterís-
ticas atribuídas aos nódulos, porém 
com mais de 3 cm de diâmetro. Mas-
sa parenquimatosa com mais de 4 cm 
de diâmetro sugere malignidade. Em 
raros casos hamartoma e granuloma 
atingem esse tamanho.
Escavações ou Cavitações
Cavidades ocorrem quando uma área 
de necrose comunica-se com uma 
via respiratória pérvia, proporcionan-
do drenagem. Localização, limites, 
espessura da parede, conteúdo e 
existência de nível líquido e de lesões 
satélites devem ser analisados. Ge-
ralmente encontrados em tuberculo-
se, histoplasmose, câncer e infecções 
estafilocócicas.
23IMAGEM DO TÓRAX
Calcificações
Geralmente indicam benignidade, 
sendo, na maioria das vezes, decor-
rentes de doenças granulomatosas, 
como tuberculose e histoplasmose. 
Carcinoma broncogênico e algumas 
metástases são exemplos de calcifi-
cações malignas. O hamartoma pode 
apresentar calcificações típicas, em 
forma de pipoca.
SAIBA MAIS
O nódulo calcificado decorrente de tu-
berculose é denominado de nódulo de 
Ghon, que se situa mais comumente nos 
lobos superiores. A combinação da opa-
cidade primária do parênquima com a 
calcificação de linfonodos é denominada 
de “complexo de Ranke”. O foco primário 
do parênquima pulmonar geralmente é 
único, mas pode ser múltiplo.
SAIBA MAIS: TUBERCULOSE
Pode ter diversas apresentações, desde o achado típico da doença cavitária e apical até infil-
trado retículo-nodular difuso. A apresentação clássica (tuberculose pós-primária), predomina 
nos lobos superiores, com consolidações e áreas de escavação, além de disseminação endo-
brônquica do processo inflamatório. Pacientes imunodeprimidos e crianças têm mais chance 
de apresentar tuberculose primária, sendo o padrão miliar pulmonar uma forma comumente 
vista em emergências. Pneumonia tuberculosa, derrame pleural volumoso por tuberculose 
pleural e linofonodomegalias hílares também podem ser vistas nesses pacientes.
Figura 24. Radiografia de tórax em AP, mostrando três casos de tuberculose pulmonar. Em A observa-se 
um infiltrado micronodular em caso de tuberculose miliar, em B é visto infiltrado alveolar em ambos os ápices 
pulmonares, com áreas de cavitação e estriasfibróticas, e em C presença de infiltrado em ápice direito com 
grandes áreas cavitadas e redução de volume com desvio de estruturas para aquela região. Disponível em: 
Bretano, V.B. et. al, Interpretando a radiografia de tórax na emergência. 2018
24IMAGEM DO TÓRAX
Enfisema pulmonar
Caracteriza-se por destruição dos 
espaços aéreos envolvidos na troca 
gasosa, comprometendo bronquío-
los respiratórios, ductos alveolares e 
alvéolos. O tabagismo é o principal 
fator de risco para essa doença. Os 
achados radiográficos são bem ca-
racterísticos: 
1. aumento do volume pulmonar; 
2. redução da expansibilidade pul-
monar; 
3. retificação e rebaixamento do dia-
fragma, com obliteração dos seios 
costofrênicos em PA;
4. achatamento ou concavidade do 
contorno do diafragma em perfil 
do tórax, com ângulo esternodia-
fragmático de 90° ou mais; 
5. hiperinsuflação pulmonar com-
pensatória; 
6. hipertransparência generalizada; 
7. Atenuação da trama vascular; 
8. Sinais de hipertensão arterial pul-
monar; 
9. formações bolhosas junto à pleura 
visceral, mais frequente em lobos 
superiores
Figura 25. Enfisema pulmonar, marcado pela hipe-
rinsuflação pulmonar, aumento do volume pulmonar, 
retificação do diafragma e hipertransparência pulmo-
nar. Disponível em: https://radiopaedia.org/cases/al-
pha-1-antitrypsin-deficiency-15?lang=us
Pneumotórax
Presença de gás de qualquer origem 
no espaço pleural podendo ser es-
pontâneo ou traumático, hipertensi-
vo ou não. O espontâneo decorre de 
ruptura de bolha intrapleural ou por 
acometimento do parênquima pul-
monar subjacente. O hipertensivo é 
uma emergência médica, decorrente 
de vazamento de ar por ruptura da 
pleura, com mecanismo valvar unidi-
recional. O ar que entra não sai, dessa 
forma, pode levar a um colabamento 
pulmonar completo, desvio de me-
diastino para o lado oposto e depres-
são diafragmática, podendo causar 
compressão vascular e choque por 
baixo débito. Tuberculose também 
pode causar, devido à fistula bronco-
25IMAGEM DO TÓRAX
pleural, levando a empiema e pneu-
motórax. Os achados radiológicos 
são:
1. Presença de espaço aéreo radio-
transparente separando as pleuras;
2. Aumento de área torácica com au-
mento de contraste entre pulmão 
e pneumotórax em radiografia de 
expiração;
3. Pode aparecer hidropneumotórax 
(com nível líquido);
4. Desvio de mediastino para lado 
oposto (pneumotórax hipertensivo.
Figura 26. Pneumotórax à direita, devido à fratura de 
costelas. Disponível em: https://radiopaedia.org/cases/
right-sided-pneumothorax-due-to-rib-fracture?lang=us
Derrame pleural
Acumulo de líquido nos espaços in-
terpleurais. Pode ser causado por al-
guns mecanismos como:
1. Aumento da pressão hidrostática 
capilar;
2. Diminuição da pressão coloidos-
mótica capilar;
3. Aumento da permeabilidade vas-
cular;
4. Dificuldade de drenagem linfática 
pleural;
5. Passagem transdiafragmática de 
liquido peritoneal.
Esse líquido pode ser tanto transu-
dato, como exsudato. No transudato 
ocorre por aumento de pressão, como 
na ICC, cirrose hepática, síndrome 
nefrótica. No exsudato, por aumen-
to da permeabilidade ou redução da 
drenagem linfática em consequência 
de uma inflamação ou condição ma-
ligna. Os achados radiográficos, em 
geral, são: 
1. Acúmulo de líquido, inicialmente, 
em seio costofrênico posterior, a 
partir de 50 ml, visualizado em ra-
diografia em perfil ou em decúbito 
lateral com raios horizontais (Lau-
rell);
2. Acúmulo de líquido em seio costo-
frênico lateral na radiografia em PA 
a partir de, pelo menos, 200 ml de 
líquido; 
3. Grandes derrames pleurais em ra-
diografia em AP em decúbito dor-
sal podem passar despercebidos 
pois o líquido se espalha pelas re-
giões posteriores.
26IMAGEM DO TÓRAX
Figura 27. Derrame pleural visto em RX de tórax em 
PA. Disponível em: https://radiopaedia.org/cases/pleu-
ral-metastases-from-melanoma?lang=us
Figura 28. Derrame pleural visto em RX de tórax em 
perfil. Disponível em: https://radiopaedia.org/cases/pleu-
ral-metastases-from-melanoma?lang=us
Hemotórax
Ocorre comumente como consequ-
ência de traumatismo, outras causas 
podem ser por coagulopatias, doen-
ças vasculares e iatrogenia. A radio-
grafia torácica mostra, geralmente, 
um derrame pleural, sem caracterís-
ticas típicas. A drenagem pleural é 
necessária para evitar espessamen-
to pleural, podendo ser acompanha-
da de calcificação (paquipleuris cal-
cificado).
27IMAGEM DO TÓRAX
PADRÕES RADIOGRÁFICOS DO TÓRAX
AbscessosObstrutivaConsolidação Infecção
Pequenos 
(até 1cm)
Mais de 3 cm 
de diâmetro
Linhas B de 
Kerley
Borramento 
do contorno 
cardíaco
Êmbolos 
sépticos
Por déficit de 
movimento 
do esqueleto 
torácico
Silicose 
Artrite 
reumatoide
PneumatocelePor compressão
Broncograma 
aéreo Neoplasia 
Grandes 
(de 1 a 3 cm)
Neoplasia 
Por deficiência 
do surfactante
Infecções 
(tuberculose, 
histoplasmose)
Padrão alveolar Linfonodomegalias
Nódulos 
Massas
Padrão 
intersticial
Sinal da 
silhueta
Atelectasias Escavações Hemotórax 
Calcificações
Enfisema 
pulmonar
Calcificações
Derrame 
pleural
28IMAGEM DO TÓRAX
6. TOMOGRAFIA 
COMPUTADORIZADA DE 
TÓRAX
Esse exame tem como vantagem, em 
relação à radiografia, a ausência de 
sobreposição de imagens, melhor re-
solução espacial e maior discriminação 
de densidade, as quais podem ser me-
didas em valores numéricos (unidades 
Hounsfield). É indicada para avaliação 
de estruturas vasculares do tórax e do 
coração, lesões parenquimatosas pul-
monares, pequenas fraturas costais, 
massas mediastinais, anormalidades 
determinadas em raio-x, detecção de 
metástases pulmonares e determina-
ção do estágio de um câncer. Além 
disso, é capaz de distinguir entre em-
piema e abcesso pulmonar e detec-
ção de embolias pulmonares centrais. 
Geralmente, para a realização desses 
exames, um contraste intravenoso 
é com frequência administrado para 
a opacificação de artérias e veias no 
mediastino e hilos, para facilitar o re-
conhecimento de massas anormais ou 
linfonodos. As imagens são adquiridas 
no plano transversal com o paciente 
em posição supina, em apneia inspira-
tória máxima, reduzindo artefatos de 
movimento e promovendo melhor vi-
sualização de parênquima. Eventual-
mente, torna-se necessária a aquisição 
de cortes com o paciente em decúbi-
to ventral, para melhora avaliação das 
porções posteriores do parênquima. 
Em casos de suspeitas de aprisiona-
mento aéreo, o exame deve ser reali-
zado em apneia expiratória máxima. A 
tomografia de tórax de alta resolução 
(TCAR) é fundamental, principalmen-
te, no estudo de doenças intersticiais.
Quadro1. Principais indicações de 
TC do tórax
Melhor avaliação dos achados na radiografia nor-
mal do tórax
Estadiamento do câncer de pulmão e esôfago
Detecção de metástases de neoplasias 
extratorácicas
Avaliação de nódulo pulmonar solitário
Suspeita de massa hilar ou mediastinal
Suspeita de tumor pleural ou empiema
Determinação da causa da hemoptise (exemplo: 
bronquiectasias)
Guia para punção por aspiração percutânea de 
massas pulmonares ou mediastinais
Guia para toraconcentese (drenagem pleural)
Quadro 2. Principais indicações para 
TC de alta resolução do tórax
Avaliação de doença pulmonar aguda e crônica
Avaliação de doença parenquimatosa oculta
Quadro 3. Quadro 2. Principais indi-
cações para Angio-TC do tórax
Suspeita de tromboembolismo pulmonar
Suspeita de dissecção da aorta
Síndrome da veia cava superior
29IMAGEM DO TÓRAX
observado a anatomia e as alterações 
de parênquima pulmonar. Já na janela 
de mediastino, há destaque para as 
estruturas com densidade de partes 
moles, sendo possível diferenciar te-
cido adiposo, líquidos, calcificações e 
estruturas vasculares.
Pode-se ainda utilizar o recurso de 
“janelamento”, que possibilita alterar 
o contraste do exame de acordo com 
o que se quer visualizar. Na região de 
tórax é possível utilizar as janelas ós-
sea, pulmonar e mediastinal (partes 
moles). Na janela de pulmão, é melhor 
EsternoCostela esquerda
Escápula esquerda
Vértebra
Arco da aorta
Veia cava superior
Esôfago
Linfonodos
Paratraqueais
Traqueia
Figura 29. Janela óssea 
com cortical hiperdensa 
e medular hipodensa. 
Disponível em: http://
anatpat.unicamp.br/
Figura 30. Janela me-
diastinal. Disponível em: 
BRANT, W.; HELMS, 
C. A. Fundamentos de 
Radiologia: diagnóstico 
por imagens. 3. ed. Rio 
de Janeiro: Guanabara 
Koogan, 2009.
30IMAGEM DO TÓRAX
Figura 31. Janela pulmonar.
Em 1. Traqueia; 2. Lobo superior direito; 3.Lobo médio; 
4. Lobo inferior direito; 5. Lobo superior esquerdo; 6. 
Lobo inferior esquerdo; setas brancas- Fissura horizon-
tal; Setas vermelhas- Fissura oblíqua. Disponível em: 
http://w-radiologia/atlas-scanner-thoraxfullsize/scanner-
-thorax-coronal.
7. PADRÕES RADIOLÓGICOS 
EM TOMOGRAFIA 
COMPUTADORIZADA
Padrão septal
Num pulmão sadio, poucos septos 
são visualizados na TC. O padrão 
septal corresponde ao espessamen-
to dos septos interlobulares, os quais 
aparecem como opacidades lineares, 
medindo cerca de 2 cm. Na periferia, 
estas opacidades têm distribuição 
perpendicular e contínua à superfí-
cie pleural. Esse espessamento sep-
tal pode ser linear (semelhante ao do 
edema pulmonar), nodular (como na 
sarcoidose) ou irregular (traduzindo, 
geralmente, fibrose). Esse padrão é 
visto, portanto, em edema pulmonar 
e linfagite carcinomatosa.
Padrão cístico
Presença de cistos referem-se a es-
paços aéreos arredondados conten-
do ar, com paredes bem definidas, 
sem enfisema pulmonar associado. 
Pneumonia intersticial linfocítica é um 
exemplo de doença que cursa com 
esse padrão.
Padrão nodular
Múltiplas opacidades arredondadas, 
com densidade de partes moles, me-
nores que 1 cm. A diferenciação en-
tre nódulo de interstício e de espaço 
aéreo é difícil até mesmo com tomo-
grafia de alta resolução. Esse padrão 
pode ser subclassificado, quanto à 
sua distribuição, em perilinfático, cen-
trolobular ou randômico. A distribui-
ção perilinfática caracterizam-se por 
pequenos nódulos que predominam 
em relação ao interstício peribronco-
vascular, aos septos interlobulares e 
às regiões subpleurais. Esse padrão 
é o mais encontrado em sarcoidose, 
linfagite carcinomatosa e silicose. A 
distribuição centrolobular pode refle-
tir anormalidades tanto do interstício 
quanto do espaço aéreo. Podem ter 
atenuação em vidro fosco ou densi-
dade de partes moles, limites bem ou 
mal definidos e se isolados ou agru-
pados, Pneumonite por hipersensi-
bilidade, broncopneumonia e bron-
quiolites infecciosas são exemplos 
de doenças que cursam com essa 
distribuição. O padrão randômico, 
31IMAGEM DO TÓRAX
por fim, caracteriza-se por pequenos 
nódulos distribuídos aleatoriamen-
te em relação ao lóbulo secundário. 
Distribuem-se uniformemente pelos 
pulmões sem respeitar as estruturas 
anatômicas. O envolvimento pulmo-
nar tende a ser bilateral e simétrico. 
Doenças que se disseminam para o 
pulmão via hematogênica adquirem 
esse padrão randômico de distribui-
ção. Assim, ocorre em metástases e 
doenças granulomatosas miliares.
 
Figura 32. Numerosos pequenos nódulos randômicos 
bilaterais. Disponível em: http://www.rb.org.br/deta-
lhe_artigo.asp?id=2467&idioma=Portugues 
SAIBA MAIS
Lóbulo pulmonar secundário: Menor 
unidade anatômica pulmonar delimitada 
por septo de tecido conjuntivo. O centro 
do lóbulo é formado pelo conjunto bron-
quíolo-artéria pulmonar, vasos linfáticos 
e interstício adjacente. Em sua periferia, 
o tecido conjuntivo forma septos finos 
denominados de septos interlobulares, 
onde se encontram pequenas veias pul-
monares e vasos linfáticos. Os septos 
interlobulares são facilmente reconhecí-
veis na TCAR sempre que o interstício 
septal estiver comprometido.
Opacidade em vidro fosco
Discreto aumento ou atenuação do 
parênquima pulmonar, com preser-
vação dos contornos vasculares e das 
paredes brônquicas. Se tiver obscure-
cimento dos vasos, utiliza-se o termo 
consolidação. Esse padrão pode ser 
causado por preenchimento alveolar, 
espessamento de septos alveolares 
ou colapso dos alvéolos. Em causas fi-
siológicas esse padrão também pode 
ocorrer, como em aumento do volume 
sanguíneo capilar e expiração normal. 
Seu padrão de distribuição pode ser 
periférico ou difuso. 
Figura 33. Opacidade em vidro fosco predominando 
na periferia dos pulmões com aspecto granular, discre-
to espessamento de septos interlobulares e nódulos 
cissurais. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/rb/
v36n6/18698.pdf
32IMAGEM DO TÓRAX
Consolidação
Aumento da atenuação do parênqui-
ma pulmonar que obscurece o con-
torno das estruturas vasculares e das 
paredes das vias respiratórias. Bron-
cogramas aéreos podem estar presen-
tes. É um padrão muito inespecífico e 
em muitas doenças a consolidação e a 
opacidade em vidro fosco estão asso-
ciados. Caso a consolidação não esteja 
associada a outros padrões, podemos 
caracterizar o seu tipo de distribuição 
em lobar, difusa, subpleural ou focal.
Figura 34. Nódulo com sinal do halo (setas). Disponível 
em: Jornal Brasileiro de Pneumologia, Illustrated Bra-
zilian consensus of terms and fundamental patternsin 
chest CT scans. Volume 36, n° 1. 2010
SE LIGA! O sinal do halo é um acha-
do tomográfico não específico, carac-
terizado pela presença de um halo de 
opacidade em vidro fosco circundando 
um nódulo ou, menos frequentemente, 
uma massa ou uma área de consolida-
ção arredondada. Na maior parte dos 
casos, o halo em vidro fosco é causado 
por hemorragia perinodular. Por exem-
plo, na aspergilose angioinvasiva (AAI) 
o nódulo representa um infarto pul-
monar secundário à angioinvasão pelo 
fungo, e o halo resulta de hemorragia 
alveolar perinodular
 
Figura 35. Corte axial de TC de tórax em decúbito dorsal. Em a) opacidades presentes nas regiões pulmonares 
subpleurais posteriores que desaparecem com a mudança de decúbito (em b). Disponível em: Jornal Brasileiro de 
Pneumologia, Illustrated Brazilian consensus of terms and fundamental patternsin chest CT scans. Volume 36, n° 1. 
2010
33IMAGEM DO TÓRAX
CONCEITO! Padrão de árvore em brota-
mento são opacidades ramificadas cen-
trolobulares com pequenas nodulações 
nas extremidades, assemelhando-se ao 
aspecto de brotamento de algumas ar-
vores. Representam, na maior parte dos 
casos, bronquíolos dilatados e preen-
chidos por material patológico, embora 
possam também estar relacionado com 
infiltração do tecido conjuntivo peribron-
covascular centrolobular ou, ocasional-
mente, com dilatação ou o preenchimen-
to (ex.: metástases intravasculares) das 
artérias centrolobulares. Pode também 
estar associado a processos infecciosos 
como tuberculose, broncopneumonia e 
bronquiolite infecciosa.
Padrão reticular
Traduzido pelo espessamento do in-
terstício intralobular, representada pe-
las opacidades lineares que se encon-
tram entrelaçadas e separadas entre 
si por milímetros, configurando um as-
pecto de rede. São observados, prin-
cipalmente, em doenças crônicas que 
evoluem com fibrose, a qual leva a dis-
torção da arquitetura do parênquima e 
à dilatação dos brônquios e bronquío-
los. Condições agudas, como pneumo-
nia viral, pneumocistose, hemorragia e 
edemas pulmonares, também podem 
cursar com esse padrão reticular.
Figura 36. Achados radiológicos frequentes em imagens de TC: a) padrão normal, b) enfisema, c) vidro fosco, d) fibro-
se, e) micronódulos. Disponível em: Depeursinge et al., 2011.
34IMAGEM DO TÓRAX
Tomografia por emissão 
de pósitron/ tomografia 
computadorizada do tórax
CONCEITO! PET/TC combina a resolu-
ção espacial da TC com o poder de loca-
lização do radionuclídeo.
O equipamento de PET é pareci-
do com o de TC e utiliza emissores 
de pósitron, sendo o mais utilizado, 
atualmente, o F-18-fluordesoxiglico-
se (FDG). É utilizado como marcador 
metabólico. A taxa metabólica eleva-
da pode ser empregada para diferen-
ciar neoplasia e inflamação do tecido 
normal. Embora PET forneça imagens 
tomográficas, a resolução espacial é 
inferior à da TC, sendomelhor a uti-
lização da fusão PET/TC. Assim, os 
pacientes recebem tanto PET com o 
FDG quanto a TC com ou sem con-
traste, sendo que as imagens podem 
ser sobrepostas ou fundidas.
8. RESSONÂNCIA 
MAGNÉTICA DO TÓRAX
É muito utilizada devido a maior re-
solução de contraste entre tumores e 
gordura e pela capacidade de avaliar 
invasão tumoral. É capaz de carac-
terizar tecidos com maior precisão, 
criar cortes sagitais e coronais direta-
mente. É indicado para avaliar patolo-
gias vasculares, invasão mediastinal, 
vascular e de parede torácica, clas-
sificação de estágio de câncer para 
pacientes que não podem fazer uso 
de contraste iodado. Sendo assim, é 
o exame mais indicado para patolo-
gias vasculares torácicas. Suas maio-
res desvantagens estão relacionadas 
à incapacidade de detecção de cálcio, 
dificuldades de aquisição de imagem 
do parênquima pulmonar, além de ser 
mais demorada e dispendiosa que a 
TC. Possui limitado uso para transtor-
nos torácicos não vasculares.
Quadro 4. Principais indicações para 
RM do tórax
Avaliação de massa mediastinal
Suspeita de tumor de Pancoast (sulco superior)
Síndrome da veia cava superior
Estadiamento de câncer pulmonar, quando a TC 
aponta invasão do coração, grandes vasos, parede 
torácica e diafragma
Suspeita de dissecção da aorta
Avaliação de êmbolo pulmonar central em pa-
cientes com alergia a meio de contraste iodado ou 
insuficiência renal
Avaliação do mediastino e do hilo de pacientes 
com alergia a meio de contraste iodado ou insufi-
ciência renal
Doença cardíaca congênita e adquirida
35IMAGEM DO TÓRAX
 
Figura 37. Ressonância Magnética do tórax. 
Disponível em: http://www.yale.edu/imaging/
references/normal_mri_ref/
Ressonância Magnética do tórax. AD: Atrio direito; AP: Artéria pulmonar; VD: Ventrículo direito; VE: Ventrículo es-
querdo; Cl: Clavícula; VBCD: Veia braquiocefálica direita; VBCE: Veia braquicefálica esquerda; Ao: Arco da Aorta; ACE: 
Artéria clavicular esquerda; AA: Artéria aorta; T: traqueia. Disponível em: Silva e Muller, 2010
9. CINTILOGRAFIA DE 
PERFUSÃO DO TÓRAX
É uma técnica de medicina nuclear 
usada na avaliação de doenças de tó-
rax incluem a cintilografia de ventila-
ção e perfusão (V/Q) e o exame com 
radiofármacos marcadores tumorais 
para estadiamento do tumor. 
Cintilografia V/Q 
Pode ser utilizada, por exemplo em 
pacientes com suspeita de trombo-
36IMAGEM DO TÓRAX
10. USG DO TÓRAX
É realizada geralmente para avaliar 
coleções líquidas no espaço pleural, 
guiar pericardiocentese, toracocente-
se e, com menos frequência, orientar 
biópsia percutânea de lesões pulmo-
nares peripleurais ou mediastinais. 
É indicado para avaliação de pleura e 
locais extraparenquimatosos, identi-
ficação e interpretação de infiltrados 
pulmonares, consolidação, derrame 
pleural e pneumotórax. Além disso, 
é útil para guiar punções aspirativas, 
como toracocentese e pericardiocen-
tese. Apresenta limitação na presen-
ça de gás, formando artefato de repe-
tição, e arcos costais, gerando sombra 
acústica posterior.
embolismo pulmonar e que possuem 
alergia ao contraste ou insuficiência 
renal. Para realizar o estudo da ven-
tilação, é feita a inalação de 10 a 30 
mCi de xenônio, ao mesmo tempo em 
que uma câmera de cintilação cap-
tura as imagens, durando cerca de 
15 minutos. Obtém-se imagens de 
projeções posterior e oblíquas poste-
riores direita e esquerda. Já o estudo 
de perfusão é realizado por meio da 
injeção intravenosa de 2 a 4 mCi de 
macroagregação de albumina mar-
cado com tecnécio, durando cerca de 
30 minutos. A câmera de cintilação é 
configurada de forma a obter proje-
ções anterior, posterior, ambas oblí-
quas posteriores e ambas oblíquas 
anteriores. 
Quadro 5. Principais indicações para 
cintilografia do tórax
Suspeita de tromboembolismo pulmonar (V/Q)
Diferenciação do nódulo pulmonar maligno e 
benigno (PET)
Estadiamento da malignidade torácica (por exem-
plo pulmão, mama, esôfago) (PET)
Detecção de tumor metastático ou recorrente 
(PET)
37IMAGEM DO TÓRAX
Na imagem, uma 
ultrassonografia de 
região torácica, gerando 
uma sombra acústica 
posterior pela presença 
das costelas (círculos). 
A linha hiperecóica 
representa a pleura.
HORA DA REVISÃO
Com tantas possibilidades, quando escolher cada método de imagem? Bom, como regra ge-
ral, as radiografias convencionais devem ser obtidas de todos os pacientes com sintomas 
sugestivos de doença de coração, pulmão, mediastino e parede torácica, como pneumonia e 
insuficiência cardíaca congestiva. Além disso, indica-se a radiografia torácica para pacientes 
com doenças sistêmicas que apresentam grande probabilidade de envolvimento secundário 
dessas estruturas, como neoplasia extratorácica primaria e doença do tecido conectivo.
A radiografia torácica portátil é indicada em casos graves como uma ferramenta para moni-
torar o estado cardiopulmonar, além de monitorar também os dispositivos de suporte, como 
cateteres de acesso venoso central, tubos nasogástricos e tubos endotraqueais.
A TC fornece imagens sem sobreposição, diferente do que pode acontecer em radiografias 
torácicas (bidimensional). Assim, é utilizada para esclarecimento de sombras confusas iden-
tificadas em radiografias convencionais. É útil também para detectar doença oculta devido a 
tamanho pequeno ou posição escondida, revelar anormalidades do mediastino e da parede 
torácica mais cedo que uma radiografia, anormalidades de estruturas hilares. São rotineira-
mente solicitados para pacientes oncológicos, tanto para avaliação da extensão da doença 
quanto para monitorização da resposta à terapia ou evolução da doença.
38IMAGEM DO TÓRAX
REFERÊNCIAS 
BIBLIOGRÁFICAS 
Marchiori, E., Santos, M.L. Introdução à Radiologia. 2ª Edição
Chen, M.Y., Pope, T.L., Ott, D.J. Radiologia Básica. 2ª Edição
Bagesteiro. L.D., Classificação de padrões radiológicos por blocos em imagens 
não segmentadas de tomografia computadorizada. Universidade Federal do 
Paraná. Curitiba, 2015
Jornal Brasileiro de Pneumologia, Illustrated Brazilian consensus of terms and 
fundamental patternsin chest CT scans. Volume 36, n° 1. 2010
Bretano, V.B. et. al, Interpretando a radiografia de tórax na emergência. 2018
39IMAGEM DO TÓRAX

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