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Faculdade Assis Gurgacz 
Especialização em engenharia de avaliações e períci as 
 
Profª Arqª Drª Solange Irene Smolarek Dias 
 1 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Disciplina: Perícia Ambiental 
 
 
30 horas 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Março de 2015 
 
 
 
 
 
 
 
Faculdade Assis Gurgacz 
Especialização em engenharia de avaliações e períci as 
 
Profª Arqª Drª Solange Irene Smolarek Dias 
 2 
 
SUMÁRIO 
 
 
 
PLANO DE ENSINO _________________________________________________ 6 
PLANEJAMENTO DE AULAS __________________________________________ 9 
 
1º MÓDULO _______________________________________________________ 10 
 
A. AVALIAÇÕES E PERÍCIAS _______________________________________ 11 
1. CONCEITOS INTRODUTÓRIOS _________________________________ 11 
1.1 Dispositivos processuais _____________________________________ 11 
1.2. Diferenças entre laudos, avaliações e perícias ___________________ 13 
2. PERÍCIA AMBIENTAL __________________________________________ 13 
3. LEGISLAÇÃO AMBIENTAL _____________________________________ 15 
4. LAUDOS PERICIAIS ___________________________________________ 15 
4.1. Modelo de Laudo Pericial ____________________________________ 17 
5. PROCEDIMENTOS TÉCNICOS DO PERITO _______________________ 18 
 
B. MÉTODOS E TÉCNICAS DE PERÍCIA AMBIENTAL ___________________ 21 
1. MÉTODOS AMOSTRAIS E PROSPECTIVOS _______________________ 21 
2. MÉTODOS ANALÍTICOS _______________________________________ 23 
3. MÉTODOS BIOLÓGICOS _______________________________________ 26 
4. MÉTODOS MATEMÁTICOS _____________________________________ 28 
5. MÉTODOS DE AVALIAÇÃO ECONÔMICA _________________________ 32 
5.1. Valoração econômica de impactos ambientais ____________________ 36 
5.2. Método da Produtividade Marginal _____________________________ 36 
5.3. Despesas de Reposição _____________________________________ 36 
5.4. Despesas de Relocalização __________________________________ 36 
5.5. Despesas de Prevenção/Mitigação ____________________________ 37 
5.6. Despesas de Proteção ______________________________________ 37 
5.7. Método de Custo de Viagem _________________________________ 37 
5.8. Método de Preços Hedônicos _________________________________ 38 
5.9. Método da Valoração Contingente _____________________________ 38 
5.11. Grupos de impactos ambientais ______________________________ 39 
6. MÉTODOS DE QUALIFICAÇÃO DE AGRAVOS AMBIENTAIS __________ 39 
 
C. LEGISLAÇÕES, FERRAMENTAS E CASOS _________________________ 43 
1. CÓDIGO FLORESTAL BRASILEIRO ______________________________ 43 
2. PLANO DIRETOR DE CASCAVEL ________________________________ 43 
3. GEOPORTAL DE CASCAVEL ___________________________________ 43 
4. SHOPPING CATUAI – CASCAVEL/PR ____________________________ 43 
 
 
Faculdade Assis Gurgacz 
Especialização em engenharia de avaliações e períci as 
 
Profª Arqª Drª Solange Irene Smolarek Dias 
 3 
 
2º MÓDULO _______________________________________________________ 44 
 
A. SUBSÍDIOS PARA A AVALIAÇÃO ECONÔMICA DE IMPACTOS AMBIENTAIS
 _______________________________________________________________ 45 
1. CONCEITOS INTRODUTÓRIOS _________________________________ 45 
2. IMPACTOS AMBIENTAIS NO PRESENTE _________________________ 46 
2.1. Tipos de recursos naturais ___________________________________ 47 
3. DANOS AMBIENTAIS CAUSADOS PELA EXPLORAÇÃO DE RECURSOS 
NATURAIS ____________________________________________________ 51 
3.1 Danos nas encostas ________________________________________ 52 
3.2. Danos nos corpos líquidos ___________________________________ 53 
3.3. Danos nas áreas urbanas ____________________________________ 55 
3.4. Danos nas áreas rurais ______________________________________ 55 
4. FORMA DE DEGRADAÇÃO AMBIENTAL. MANEJO ADEQUADO E 
RECUPERAÇÃO DE ÁREAS DEGRADADAS _________________________ 57 
5. IMPACTOS AMBIENTAIS DE PROJETOS __________________________ 59 
5.1. Impactos ambientais do ciclo de vida do produto __________________ 60 
5.2. Impactos ambientais do ciclo de vida da instalação ________________ 62 
5.3. Impactos ambientais de acidentes _____________________________ 63 
5.4. Papel da análise de risco ambiental ____________________________ 64 
6. ESTIMATIVA DE CONSEQUÊNCIAS AMBIENTAIS __________________ 67 
6.1. Critério de valor mínimo _____________________________________ 68 
6.2. Operações normais ________________________________________ 68 
6.3. Acidentes ________________________________________________ 69 
7. MODELOS DE VALORAÇÃO ____________________________________ 71 
7.1. Princípio do poluidor-pagador _________________________________ 71 
7.2. Modelo da disposição-a-pagar ________________________________ 72 
7.3. Modelo da disposição-a-receber ______________________________ 72 
7.4. Modelo de custo-de-viagem __________________________________ 72 
7.5. Modelo de valoração mercantil ________________________________ 72 
7.6. Modelo de preço hedônico ___________________________________ 73 
7.7. Modelo de avaliação direta ___________________________________ 73 
7.8. Títulos de poluição ambiental _________________________________ 73 
8. ANÁLISES CONCLUSIVAS _____________________________________ 74 
 
B. PERÍCIA DO SEGURO AMBIENTAL ________________________________ 75 
1. SEGURO AMBIENTAL _________________________________________ 76 
1.1. Responsabilidade civil por danos ambientais _____________________ 76 
1.2. Cobertura do seguro ________________________________________ 77 
1.3. Rede de cobertura de riscos ambientais ________________________ 80 
2. RISCOS, ACIDENTES, DANOS E CUSTO AMBIENTAL _______________ 83 
2.1. Acidente ambiental _________________________________________ 83 
2.2. Riscos de acidentes ________________________________________ 84 
2.3. Avaliação de risco ambiental em empreendimentos marítimos _______ 85 
2.4. Riscos de incêndio em unidades de conservação _________________ 86 
 
 
Faculdade Assis Gurgacz 
Especialização em engenharia de avaliações e períci as 
 
Profª Arqª Drª Solange Irene Smolarek Dias 
 4 
 
C. QUESITOS JUDICIAIS __________________________________________ 87 
PROCEDIMENTOS TÉCNICOS DO PERITO _________________________ 89 
 
D. MATERIAL DE APOIO_____________________________________________ 91 
 
REFERÊNCIAS ____________________________________________________ 91 
 
Faculdade Assis Gurgacz 
Especialização em engenharia de avaliações e períci as 
 
Profª Arqª Drª Solange Irene Smolarek Dias 
 5 
 
APRESENTAÇÃO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
O Curso de pós-graduação lato sensu em Engenharia de Avaliações e Perícias da 
Faculdade Assis Gurgacz insere-se na área de conhecimento das Engenharias. Em 
sua proposta de formação conta com a disciplina motivadora da presente 
publicação, qual seja: Perícia Ambiental . A disciplina possui trinta horas, abarcando 
conhecimentos teóricos, exercícios e estudos de caso. 
 
Visando atingir os conteúdos programáticos da disciplina nos conteúdos teóricos, 
apresenta-se no presente trabalho trechos de publicações referenciadas. Destaca-se 
que, pela amplitude e grau de imersão da bibliografia e webgrafia utilizada, os 
trechos ora apresentados estão longe de esgotar a totalidade dos conteúdos das 
obras originais. Por tal razão recomenda-se, para ações prático-profissionais e 
estudos acadêmicos específicos, a leitura das fontes nos originais. 
 
 
 
 
 
 
 
Cascavel, 26 de março de 2015 
 
 
 
 
 
Solange Irene Smolarek Dias 
 
 
 
 
 
 
 
Faculdade Assis Gurgacz 
Especialização em engenharia de avaliações e períci as 
 
Profª Arqª Drª Solange Irene Smolarek Dias 
 6 
 
PLANO DE ENSINO 
 
 
 
CURSO HABILITAÇÃO PERÍODO 
Especialização 
 
Engenharia de Avaliações e Perícias 
2015/1 
 
CÓDIGO DISCIPLINA CARGA HORÁRIA 
 Perícia ambiental 30 horasDOCENTE Solange Irene Smolarek Dias 
 
EMENTA: 
Conceitos de avaliações e perícias. Responsabilidade civil por danos ambientais. Métodos quantitativos aplicados à perícia 
ambiental Tecnologias e técnicas de campo aplicadas na avaliação ambiental. Legislação e regulação ambiental no Brasil: 
Código Florestal. Procedimentos para o desenvolvimento de uma perícia ambiental. 
OBJETIVOS 
Contextualizar, conceituar e discutir a importância da Perícia Ambiental. Conhecer e exercitar métodos e técnicas de Perícia 
Ambiental. Relacionar os conteúdos da disciplina Perícia Ambiental com os demais saberes do curso Engenharia de 
Avaliações e Perícia. 
 
CONTEÚDO PROGRAMÁTICO 
1º módulo: 
A. Avaliações e perícias 
Dia 10/04/15: aula expositiva dialogada, com uso de multimídia, contemplando: 
1. Conceitos introdutórios 
2. Perícia ambiental 
3. Legislação ambiental 
4. Laudos Periciais 
5. Procedimentos Técnicos do Perito 
B. Métodos e técnicas de perícia ambiental 
Dia 11/04/15 no período da manhã: estudos dos métodos em grupos de alunos, contemplando: 
1. Métodos Amostrais e Prospectivos 
2. Métodos Analíticos 
3. Métodos Biológicos 
4. Métodos Matemáticos 
5. Métodos de Avaliação Econômica 
6. Métodos de Qualificação de Agravos Ambientais 
C. Legislações, ferramentas e casos 
Dia 11/04/15 no período da tarde, contemplando: 
1. Apresentação da Lei Federal nº 12651.2012_Codigo Florestal 
2. Conceito de Plano Diretor 
3. O caso de Cascavel-Pr: Plano Diretor e Geoportal 
4. Estudos de Laudos Periciais Ambientais 
2º módulo: 
A. Subsídios para a avaliação econômica de impactos ambientais 
Dia 24/04/15: aula expositiva dialogada, com uso de multimídia, contemplando: 
1. Conceitos Introdutórios 
2. Impactos Ambientais no Presente 
3. Danos Ambientais Causados pela Exploração de Recursos Naturais 
3.1 Danos nas Encostas 
3.2 Danos nos Corpos Líquidos 
3.3 Danos nas Áreas Urbanas 
3.4 Danos nas Áreas Rurais 
4. Forma de Degradação Ambiental, Manejo Adequado e Recuperação de Áreas Degradadas 
5. Impactos Ambientais de Projetos 
5.1 Impactos Ambientais do Ciclo de Vida do Produto 
5.2 Impactos Ambientais do Ciclo de Vida da Instalação 
 
Faculdade Assis Gurgacz 
Especialização em engenharia de avaliações e períci as 
 
Profª Arqª Drª Solange Irene Smolarek Dias 
 7 
 
5.3 Impactos Ambientais de Acidentes 
5.4 Papel da Análise de Risco Ambiental 
6 Estimativa de Consequências Ambientais 
6.1 Critério do Valor mínimo 
6.2 Operações Normais 
6.3 Acidentes 
7 Modelos de Valoração 
8 Análises Conclusivas 
B. Perícia do Seguro ambiental 
Dia 25/04/15 no período da manhã: aula expositiva dialogada, com uso de multimídia, contemplando: 
1. Seguro Ambiental 
1.1 Responsabilidade Civil por Danos Ambientais e a Cobertura do Seguro 
1.2 Cobertura do Seguro 
1.3 Rede de Cobertura de Riscos Ambientais 
2. Riscos, Acidentes, Danos e Custo Ambiental 
2.1 Acidente Ambiental 
2.2 Riscos de Acidentes 
2.3 Avaliação de risco Ambiental em empreendimentos Marítimos 
2.4 Riscos de Incêndio em Unidades de Conservação 
C. Quesitos judiciais 
A ocorrer no dia 25/04/15 no período da tarde, contemplando: 
1. Exercício de resposta a quesitos judiciais 
2. Exercício de posicionar-se como assistente técnico e/ou perito judicial 
METODOLOGIA DE ENSINO 
Recursos metodológicos: 
• aulas expositivas dialogadas; 
• pesquisa bibliográfica e webgráfica; 
• leituras dirigidas em sala de aula; 
• estudos de casos; 
• elaboração de exercícios; 
• orientação dirigida para a abordagem teórico-conceitual sobre os temas desenvolvidos. 
Recursos materiais: 
• Quadro 
• Expositor multimídia 
• Bibliografia básica e complementar 
 
CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO 
A avaliação do aluno na disciplina ocorrerá em dois momentos (1º e 2º módulos), cada um deles com peso de 50% na 
avaliação final de seu desempenho e nos seguintes critérios: 
• Presença em sala de aula = 50% 
• Participação efetiva do acadêmico em sala de aula = 50% 
 
 
BIBLIOGRAFIA 
BÁSICA: 
ALMEIDA, Josimar Ribeiro de. Perícia ambiental, judicial e securitária: impacto, dano e passivo ambiental. 1. ed. 2. 
reimp. Rio de Janeiro: Thex, 2008. 
CUNHA, Sandra Baptista da; GUERRA, Antonio José Teixeira (organizadores). Avaliação e perícia ambiental. 9. ed. Rio de 
Janeiro: Bertand Brasil, 2009. 
MAIA NETO, Francisco. Roteiro prático de avaliações e perícias judiciais. Belo Horizonte: Del Rei, 1997. 
 
COMPLEMENTAR: 
ARIZA, Camila Guedes; SANTOS, Douglas Gomes dos. Qualidade ambiental e planejamento urbano. In: Caminhos de 
Geografia Uberlândia v. 9, n. 26 Jun/2008 p. 224 - 242 Disponível em: <http://www.ig.ufu.br/revista/caminhos.html> 
Acesso em 30mai.2009. 
CARDOSO, Artur Renato Albeche; STEIGLEDER, João Paulo; BARBOSA, Nilo. Ação Civil Pública Nº 037/1.04.0002993-4. 
Porto Alegre, 2008. Disponível em:< http://4ccr.pgr.mpf.gov.br/documentos-e-publicacoes/cursos/curso-de-valoracao-
do-dano-ambiental/Laudo_Uruguaiana_1.pdf> Acesso em 07 set 2012. 
 
Faculdade Assis Gurgacz 
Especialização em engenharia de avaliações e períci as 
 
Profª Arqª Drª Solange Irene Smolarek Dias 
 8 
 
CÉSAR, Rogério. Avaliação do Estudo De Impacto Ambiental (EIA) Da Usina Vale Verde Empreendimentos Agrícolas, 
Município de Goiatuba. Goiânia: Centro de Apoio Operacional de Defesa do Meio Ambiente Perícia Ambiental, 2007. 
Disponível em: < http://www.mp.go.gov.br/nat_sucroalcooleiro/Documentos/documentos_art/15.pdf > Acesso em 07 set 
2012. 
COSTA, Marcos Vasconcelos; CHAVES, Paulo Sérgio Viana; OLIVEIRA, Francisco Correia de. Uso das Técnicas de 
Avaliação de Impacto Ambiental em Estudos Realizados no Ceará. In: XXVIII Congresso Brasileiro de Ciências da 
Comunicação – Uerj – 5 a 9 de setembro de 2005. Rio de Janeiro: Intercom, 2005. Disponível em: 
<gestaoambiental.catolica-to.edu.br/.../AIA%20-%20TIPOS.pdf > Acesso em 26 jul. 2009. 
DANTAS, Rubens Alves. Engenharia de avaliações: uma introdução à metodologia científica. São Paulo: Pini, 1998. 
FECOMBUSTÍVEIS. Seguro ambiental precisa sair do papel. Disponível em: <www.fecombustiveis.org.br/revista/meio-
ambiente/seguroambiental-precisa-sair-do-papel.html> Acesso em 25 abr.2009. 
GONZÁLEZ, Marco Aurélio Stumpf. Laudo pericial judicial. UNISINOS [s.d.] Disponível em: 
<www.exatec.unisinos.br/~gonzalez/valor/pericias/laudo.html> Acesso em: 06 jun. 2009 
LEITE, Mauro. Os desafios do seguro ambiental. In: O mundo da usinagem. Ed 8/2007, pgs 36 a 38. Disponível em: < 
http://www.omundodausinagem.com.br/edicoes/2007/8/36-39> Acesso em 30mai.2009. 
NIPA. Glossário. In: Núcleo Interdisciplinar de Perícia Ambiental. Disponível em: <http://www.nipa.com.br/glossario.php>. 
Acesso em: 25abr.2009. 
PINTO, Monica. Projeto de Lei obriga empresas a contratar seguradora para cobrir danos ao meio ambiente. In: 
AnbiemteBrasil. Disponível em: <noticias.ambientebrasil.com.br/noticia/?id=22720> Acesso em 25abr.2009. 
PINTO, Oriana Piske de Azevedo Magalhães. As três vias de responsabilidade por degradação ambiental. In: Revista da 
Escola da Magistratura do Distrito Federal - n. 7 2002. Disponível em: 
<http://www.buscalegis.ufsc.br/revistas/index.php/buscalegis/article/viewArticle/12878> Acesso em 30mai.2009. 
POLIDO, Walter. Seguros para Riscos Ambientais. In: Revista Brasileira de Risco e Seguro, V. 1, Nº 0, Dezembro de 2004. 
Disponível em: <http://www.rbrs.com.br/paper/_download/riscos_polido.pdf> Acesso em 30mai.2009. 
PORTUGAL, Gil. Aspectos técnicos da perícia ambiental (comp.). [s.l.] [s.d.] Disponível em: 
www.gpca.com.br/gil/art94.htm. Acesso em 07 jun. 2009. 
REZENDE, Idália Antunes Cangussú; HAHN, Aucilene Vasconcelos; NOSSA, Valdomiro. O seguro ambiental na 
minimização dos passivos ambientais das empresas. In: VIII Fórum de Estudantes e Profissionais de 
Contabilidade do Estado do Espírito Santo – O Marketing e a Valorização do Profissional Contábil - 30/10 a 01/11/2003 
no Sesc - Praia Formosa Aracruz - ES Disponível em: 
<http://www.fucape.br/_admin/upload/prod_cientifica/prod_28_o_seguro.pdf>Acesso em 30mai.2009. 
RODRIGUES, Waldecy. Valoração econômica dos impactos ambientais da produção de soja e milho nos cerrados 
brasileiros. [s.l.]. [s.d.] Disponível em: < www.sober.org.br/palestra/12/07O081> Acesso em 26 jul. 2009. 
SEIBT, Ana Carolina; SEIBT, Taís Carolina. O seguro ambiental no Brasil e a sua implantação dentro de um contexto de 
responsabilidade civil. In: Engenharia Ambiental – Espírito santo do Pinhal, v. 5, n. 1, pg 007 a 027, jan. abr. 2008. 
Disponível em: 
<http://www.unipinhal.edu.br/ojs/engenhariaambiental/include/getdoc.php?id=267&article=118&mode=pdf> Acesso em 
30mai.2009. 
SILVA, Bruno Campos. Perícia múltipla ambiental – premissas relevantes. In: Direito Ambiental – Visto por Nós 
Advogados. Belo Horizonte-MG: Del Rey, 2005. Disponível em: 
<www.direitoprocessual.org.br/dados/File/enciclopedia/PERÍCIA_MÚLTIPLA_AMBIENTAL_-
_Bruno_Campos_Silva.doc>. Acesso em 05 jun. 2009. 
SILVA, Odair Gercino da. Laudo pericial. Florianópolis, 2003. Disponível em: < www.campeche.org.br/denunciat/laudo.pdf> 
Acesso em: 26 jul. 2009. 
SOUSA, Helio Antonio de; ROESER, Hubert Mathias Peter; MATOS, Antônio Teixeira de. Métodos e técnicas aplicados na 
avaliação ambiental do aterro da BR-040 da Prefeitura Municipal de Belo Horizonte – MG. In: REM: R. Esc. 
Minas, Ouro Preto, 55(4): 291-300, out. dez. 2002. Ouro Preto: 2002. Disponível em: < 
biblioteca.universia.net/html.../620774.html> Acesso em 26 jul. 2009. 
TERRA, Andréa Pacheco. Análise das condições de operação do seguro ambiental no Brasil. Dissertação (Mestrado em 
Ciências de Engenharia). Universidade Estadual do Norte Fluminense Darcy Ribeiro. Centro de Ciência e Tecnologia. 
Laboratório de Engenharia de Produção. Campos dos Goytacazes: 2003. 
TESSLER, Marga Inge Barth. O valor do dano ambiental. Texto-base para a palestra no Curso de Direito Ambiental e do 
Consumidor, UFRGS/Instituto por um Planeta Verde, out. 2004. Curso de Especialização em Direito Ambiental 
Nacional e Internacional. Porto Alegre: UFRGS, 2004. Disponível em: < 
www.tjrs.jus.br/institu/c.../dano_ambiental__ufrgs_out_2004.pdf> Acesso em 26 jul. 2009 
VARGAS, Caroline. Área de interesse ambiental: ocupar ou preservar? In: Forma, imagem, texto e contexto: TCC 
CAUFAG 2008. Disponível em: <http://www.fag.edu.br/graduacao/arquitetura/ >, produção acadêmica, TCC 2008. 
Cascavel: Smolarek Arquitetura Ltda, 2009. 
 
Faculdade Assis Gurgacz 
Especialização em engenharia de avaliações e períci as 
 
Profª Arqª Drª Solange Irene Smolarek Dias 
 9 
 
PLANEJAMENTO DE AULAS 
 
CURSO HABILITAÇÃO PERÍODO 
Especialização Engenharia de Avaliações e Perícias 2015/1 
 
CÓDIGO DISCIPLINA CARGA HORÁRIA 
 Perícia ambiental 30 horas 
 
DOCENTE Solange Irene Smolarek Dias 
 
Aula Data Conteúdo Planejado - 30 horas 
 
Módulo 1 
01 T 10/04 01. Apresentação do Plano de Ensino, do Planejamento de Aulas e do Sistema de Avaliação 
02 T 10/04 02. Conceitos introdutórios 
03 T 10/04 03. Perícia e Legislação ambiental 
04 T 10/04 04. Laudos Periciais 
05 T 10/04 05. Procedimentos técnicos do perito 
06 T 11/04 06. Estudo dirigido, por grupos, de Métodos Amostrais e Prospectivos 
07 T 11/04 07. Estudo dirigido, por grupos, de Métodos Analíticos 
08 T 11/04 08. Estudo dirigido, por grupos, de Métodos Biológicos 
09 T 11/04 09. Estudo dirigido, por grupos, de Métodos Matemáticos e Métodos de Avaliação Econômica 
10 T 11/04 10. Estudo dirigido, por grupos, de Métodos de Qualificação de Agravos Ambientais 
11 T 11/04 11. Estudo e compreensão do Código Florestal 
12 T 11/04 12. Plano Diretor de Cascavel, Geoportal e Perícia Ambiental 
13 T 11/04 13. Plano Diretor de Cascavel, Geoportal e Perícia Ambiental 
14 T 11/04 14. Estudo de Casos: Laudos Periciais Ambientais 
15 T 11/04 15. Estudo de Casos: Laudos Periciais Ambientais 
 
Módulo 2 
16 T 24/04 16. Conceitos introdutórios de avaliação econômica de impactos ambientais 
17 T 24/04 17. Impactos Ambientais no Presente. Danos (encostas, corpos líquidos, áreas urbanas, áreas rurais) 
18 T 24/04 18. Formas de Degradação Ambiental, Manejo Adequado e Recuperação de Áreas Degradadas 
19 T 24/04 19. Impactos Ambientais: ciclos de vida de produtos e instalação, acidentes, riscos 
20 T 24/04 20. Estimativa de Consequências Ambientais (valor mínimo, operações normais, acidentes, modelos de 
valoração) 
21 T 25/04 21. Seguro Ambiental: Responsabilidade Civil por Danos Ambientais e a Cobertura do Seguro 
22 T 25/04 22. Cobertura do Seguro e Rede de Cobertura de Riscos Ambientais 
23 T 25/04 23. Riscos, Acidentes, Danos e Custo Ambiental 
24 T 25/04 24. Avaliação de risco Ambiental em empreendimentos Marítimos 
25 T 25/04 25. Riscos de Incêndio em Unidades de Conservação 
26 T 25/04 26. Exercício com três quesitos a serem respondidos por assistentes técnicos e peritos judiciais 
27 T 25/04 27. Elaboração de respostas aos três quesitos por assistentes técnicos e peritos judiciais 
28 T 25/04 28. Apresentação das respostas aos três quesitos por assistentes técnicos e peritos judiciais 
29 T 25/04 29. Apresentação de vídeo sobre perícia ambiental 
30 T 25/04 30. Avaliação da metodologia de ensino da disciplina 
 
 
Faculdade Assis Gurgacz 
Especialização em engenharia de avaliações e períci as 
 
Profª Arqª Drª Solange Irene Smolarek Dias 
 10 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
1º MÓDULO 
 
15 HORAS 
 
Faculdade Assis Gurgacz 
Especialização em engenharia de avaliações e períci as 
 
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A. AVALIAÇÕES E PERÍCIAS 
 
 
1. CONCEITOS INTRODUTÓRIOS 
 
Definamos, inicialmente, termos. De acordo com Almeida (2008): 
 
Laudos: São conclusões escritas e fundamentadas, onde serão apontados 
circunstâncias e pareceres submetidos a exame do especialista, adotando-se 
respostas objetivas ao assunto. 
 
Avaliação: Dá-se o nome de avaliação ao exame pericial destinado à estimação de 
valor, em moeda, de coisas, de direitos e obrigações. 
 
De acordo com Dantas (1998), tudo o que se pretende fazer na vida merece um 
momento de reflexão e análise: uma avaliação . Para orientar a tomada de decisão, 
algumas questões do tipo: O que? Para que? Por quê? Para quem? Por quem? 
Como? Quando? Quanto? Qual? São levantadas e carecem de respostas. Para o 
autor, se as tomadas de decisões dizem respeito a valores, custos e alternativas de 
investimentos, envolvendo bens de qualquer natureza, além de seus frutos e 
direitos, deve ser utilizada da especialidade da engenharia denominada de 
Engenharia de Avaliações . 
 
Para Dantas (1998), as avaliações devem ser realizadas com base em normas 
técnicas da Associação Brasileira de Normas Técnicas – ABNT, através de 
aplicação de metodologia apropriada; devem ser praticadas por: engenheiros, 
arquitetos, agrônomos, etc., cada um obedecendo a sua habilitação profissional de 
acordo com as leis do Conselho Federal de Engenharia e Arquitetura – CONFEA; 
para os efeitos de direito, devem possuir uma Anotação de responsabilidade técnica 
– ART. 
 
Perícia: Para Almeida (2008), entende-se por perícia o exame procedido por pessoa 
que tenha determinados conhecimentos técnicos, científicos, artísticos ou práticos 
acerca dos fatos, circunstâncias objetivas ou condições pessoais inerentes ao fato 
punível a fim de comprová-los. Pericia versa sobre fatos (Código Processo Civil – 
CPC, art. 420). A perícia não é um simples meio de prova, é um elemento 
subsidiário, emanado de um órgão auxiliar da Justiça, para a valoração da prova ou 
solução da prova destinada a descoberta da verdade. A perícia não vincula o juiz 
que pode decidir contra sua conclusão, desde que fundamente sua decisão. 
 
1.1 Dispositivos processuais 
Ainda para Almeida (2008), em todas as áreas técnico-científicas do setor humano, 
sobre as quais o conhecimento jurídico do magistrado não é suficiente para emitir 
opiniãotécnica a respeito, faz-se necessária uma perícia para apurar circunstâncias 
e/ou causas relativas a fatos reais, com vistas ao esclarecimento da verdade. 
 
A perícia surge normalmente em decorrência de uma demanda, por iniciativa de uma 
das partes interessadas na busca de provas de atos e fatos por ela levantados para 
 
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fundamentar um direito pleiteado. A perícia pode ainda surgir por iniciativa do juiz, 
para o conhecimento e esclarecimento de atos e fatos. 
 
Nesse Processo, a parte requerente (autor) ajuíza a ação por meio de procuração 
outorgada a seu advogado contra a parte requerida (réu), assistida por seu 
advogado de defesa. O juiz nomeia um perito de sua confiança e cada uma das 
partes indica o seu assistente técnico , profissional legalmente habilitado pelos 
Conselhos Regionais. 
 
Os três profissionais são intimados a comparecer a um cartório e a prestar 
compromisso em dia, hora e local designado pelo juiz e neste fazem promessa 
solene de exercer leal e honradamente a sua função. Tais profissionais 
acompanharão todas as fases da opinião técnica, onde e quando necessário, com 
absoluta independência, objetivando sempre a busca da verdade. 
 
Jurisdição, ação e processo são os conceitos básicos para resolução dos conflitos 
de interesse pelo Estado. O processo é uma inter-relação jurídica que se estabelece 
entre as partes (autor e réu) e o juiz, e tem seu desenvolvimento através de 
sucessivos atos de seus sujeitos, até a solução final do litígio, ou seja, a sentença 
proferida pelo juiz. 
 
O conflito de interesse entre as partes pode ser denominado lide, litígio ou mérito. O 
Estado proíbe que os conflitos de interesse sejam resolvidos pelos próprios 
interessados, considerando crime o exercício das próprias razões. Pois, se assim 
não fosse, os mais fortes obrigariam os mais fracos e não haveria paz social. 
 
Somente algumas situações excepcionais, previstas em lei, permitem ao indivíduo 
resolver os conflitos de interesse sem pedir socorro ao aparelho estatal. Como o que 
ocorre em casos de estado de necessidade, legítima defesa, desforço pessoal e 
imediato na posse. 
 
Genericamente, jurisdição é o poder do Estado de fazer justiça (jus dicere). A 
atividade estatal destinada apenas à apreciação e julgamento dos conflitos de 
interesses é a jurisdição. Em nosso país, a jurisdição é predominantemente exercida 
pelos órgãos do Poder Judiciário. O direito que todos os interessados têm de 
solicitar o pronunciamento da função jurisdicional é denominado direito de ação e os 
juízes não podem negar seu pronunciamento, ainda que seja desfavorável ao 
interessado. 
 
O Estado utiliza o processo para cumprir essa tarefa. Cada processo receberá a 
denominação específica de civil, penal, trabalhista, administrativo etc., conforme o 
ramo do Direito perante o qual se instaurou o conflito. 
 
O Estado cria normas jurídicas para regular esse método de composição de litígios. 
Estas normas jurídicas formam o direito processual, também denominado formal ou 
instrumental. 
 
 
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Nossa área de atuação diz respeito apenas ao Direito Processual Civil, que 
corresponde ao ramo da ciência jurídica responsável pelo complexo de normas 
reguladoras do exercício da jurisdição civil. 
 
O modo e a forma com que os processos se movimentam e se desenvolvem, por 
meio de atos processuais, recebe a denominação de procedimento ou rito 
processual que, neste caso, é regido pelo Código de Processo Civil (CPC) - Decreto-
Lei n° 5.869, de II de janeiro de 1973. 
 
O processo é o instrumento pelo qual o Estado resolve os conflitos de interesse. É 
uma relação social prevista pelas normas jurídicas, denominada relação jurídica. 
Através da relação jurídica o órgão jurisdicional conhece os conflitos de interesse e 
pronuncia, pelo Estado, a solução que se torna obrigatória para os envolvidos. 
 
Com o trânsito em julgado da decisão (sentença) que conheceu a lide, tal decisão 
passa a ser uma lei individual e concreta para os envolvidos no processo. 
 
Os atos processuais são públicos, porém, alguns processos, como os de interesse 
público, correm em segredo de justiça. A forma dos atos processuais pode ser por 
ato das partes, do juiz e atos do escrivão ou chefe de secretaria. 
 
Os atos das partes são definidos como unilaterais e bilaterais de vontade e 
produzem de forma imediata a constituição, a modificação ou a extinção dos direitos 
processuais. Caso haja desistência da ação, a mesma só produzirá efeito após ser 
homologada por sentença. 
 
1.2. Diferenças entre laudos, avaliações e perícias 
 
Em síntese: o documento legal que formaliza um parecer, denomina-se Laudo. O 
laudo pode ser de avaliação ou pericial. De avaliação, se versar respeito a valores. 
Pericial, se elaborado por perito judicial ou assistente técnico de uma das partes, 
que o elaborarão dentro de suas atribuições profissionais, em busca da verdade. 
 
Esclarecidas as diferenças, enquadra-se no objetivo da disciplina , qual seja: 
perícia ambiental em ações civis . 
 
 
2. PERÍCIA AMBIENTAL 
 
Segundo Cunha (2009), existem diversas modalidades de perícia, que se definem 
pelas especificidades do objeto a ser periciado e pela área de conhecimento que as 
fundamentam. Existem as perícias: grafológica, contábil, médica, veterinária, de 
engenharia, entre outras. O Código de Processo Civil regulamenta os procedimentos 
comuns a todas essas modalidades sem, contudo, agasalhar as especificidades. 
 
A perícia ambiental é também um meio de prova utilizado em processos judiciais, 
sujeita à mesma regulamentação prevista pelo CPC, com a mesma prática forense, 
 
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mas que irá atender a demandas específicas advindas das questões ambientais, 
onde o principal objeto é o dano ambiental ocorrido, ou o risco de sua ocorrência. 
 
A atividade pericial ambiental estará, ainda, vinculada à legislação tutelar do meio 
ambiente, designada Legislação Ambiental, que regulamenta a proteção ambiental 
nos níveis federal, estadual e municipal, no âmbito de uma nova disciplina do Direito, 
denominada Direito Ambiental. 
 
Fonte: Almeida, 2008. 
 
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3. LEGISLAÇÃO AMBIENTAL 
 
A legislação ambiental apresenta importantes conceitos e definições a serem 
considerados na delimitação da área de conhecimento da perícia ambiental. 
 
Milaré (1993), citado por Cunha (2009) destaca “os três marcos mais importantes da 
resposta recente que o ordenamento jurídico tem dado ao clamor social pela 
imperiosa tutela do meio ambiente”. 
 
O primeiro marco é a edição da Lei Federal nº 6.938 , de 31.08.81, que dispõe sobre 
a Política Nacional do Meio Ambiente, seus fins e mecanismos de formulação e 
aplicação, e dá outras providências. 
 
O segundo marco é a promulgação da Lei Federal nº 7.347 , de 24.07.85, que 
disciplina a ação civil pública de responsabilidade por danos causados ao meio 
ambiente, ao consumidor, a bens e direitos de valor artístico, estético, histórico 
turístico e paisagístico (vetado), e dá outras providências. 
 
O terceiro marco é a edição da nova Constituição Federal , de 05.10.88, que deu à 
questão ambiental um significativo impulso. 
 
Cunha (2009) acrescenta ainda a Lei Federal nº 8.078 , de 11.09.90 que instituiu o 
Código de Defesa ao Consumidor que determinou alguns acréscimos à Lei nº 7.347. 
 
A partirde 2012, devemos considerar o novo Código Florestal Brasileiro , aprovado 
através da Lei Federal nº 12.651 , de 25 de maio de 2012. 
 
Afora as legislações federais há as estaduais e municipais. No que diz respeito às 
municipais devem ser citadas: 
• O Plano Diretor Municipal 
• A lei de Uso e Ocupação do Solo Urbano e Rural 
• A Lei do Meio Ambiente 
• E outras, se houverem. 
 
 
4. LAUDOS PERICIAIS 
 
De acordo com González (s.d.), o Laudo é o parecer técnico resultante do trabalho 
realizado pelo Perito, via de regra, escrito. Deve ser redigido pelo próprio Perito, 
mesmo quando existem Assistentes Técnicos. 
 
Os colegas devem receber a oportunidade de examinar o texto e emitir suas 
opiniões. Esta tarefa deve ser realizada em conjunto, de preferência. O Perito ganha 
tempo e reduz os debates infrutíferos, desta forma. A maioria dos trabalhos resolve-
se dentro do campo técnico, sem margem para opiniões pessoais. 
 
 
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Um laudo pericial é uma forma de prova, cuja produção exige conhecimentos 
técnicos e científicos, e que se destina a estabelecer, na medida do possível, uma 
certeza a respeito de determinados fatos e de seus efeitos. O Perito fala somente 
sobre os efeitos técnicos e científicos. O Juiz declara os efeitos jurídicos desses 
fatos referidos pelo perito e das conclusões deste. O Perito esclarece os efeitos de 
fato. O Juiz fixa os efeitos de direito. 
 
O Perito deve ter o cuidado de descrever e documentar, da forma mais objetiva 
possível, os fatos com base nos quais pretende desenvolver sua argumentação e, 
afinal expor suas conclusões. A função do perito guarda muita semelhança com a 
própria função do Juiz. 
 
O Perito examina fatos e emite um julgamento baseado em seu livre convencimento, 
respeitado, porém, o princípio da racionalidade e da prevalência da argumentação 
técnica e científica. O objetivo do trabalho pericial é afastar as dúvidas existentes 
sobre determinados fatos e sobre as suas consequências práticas. O Perito não 
emite um julgamento ou parecer jurídico, mas seu trabalho deve levar em 
consideração os efeitos jurídicos que a prova pericial se destina produzir. 
 
O laudo pericial é uma peça do processo, que deverá ser interpretada e avaliada 
pelo Juiz ou Tribunal, como qualquer outro instrumento de prova e de 
convencimento. É preciso que todos possam compreendê-lo. Seu texto deve ser 
claro, preciso e inteligível. 
 
O bom profissional não escreve de forma que só outros experts o entendam. É 
importante distribuir adequadamente o trabalho: 
1. Inicia apresentando as partes e a Perícia realizada. 
2. Prossegue com o enunciado e o exame das questões principais. 
3. Responde aos quesitos formulados pelas partes. 
4. Conclui ressaltando aspectos importantes. 
5. Em anexo devem ser lançados os dados empregados, os 
documentos consultados, fotografias e outros elementos de 
interesse não relacionados no corpo do Laudo. 
 
Após a entrega do Laudo, o Juiz intima as partes para tomarem conhecimento do 
mesmo. Há um prazo para que se manifestem. As partes podem concordar com o 
Laudo ou discordar, contestar, solicitar esclarecimentos, formular quesitos adicionais 
ou mesmo impugnar o Laudo e pedir a realização de nova perícia. 
 
A complementação de perícia busca responder ou resolver as dúvidas 
remanescentes. A resposta a quesitos adicionais ou suplementares geralmente 
exige a carga dos autos e novo exame da causa, pelo intervalo de tempo que 
decorre entre a entrega do Laudo e a intimação para a complementação. 
 
O Perito pode ser convocado para prestar esclarecimentos em audiência, 
verbalmente. As partes devem indicar com antecedência os quesitos a serem 
respondidos. Não o fazendo, na audiência, o Perito pode alegar a complexidade da 
questão e solicitar prazo para respondê-los. Além disto, quando o trabalho adicional 
 
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é significativo, exigindo tempo, dedicação e despesas extras, o Perito pode solicitar 
os honorários correspondentes. 
 
4.1. Modelo de Laudo Pericial 
 
 
EXMO. SR. DR. JUIZ DE DIREITO DA........ª VARA CÍVEL DE (CIDADE-ESTADO) 
 
 
AUTOS N°....../..........AÇÃO DE PRODUÇÃO ANTECIPADA DE PROVAS 
 
 
REQUERENTES: .......................................................................................... 
 
REQUERIDO: ............................................................................................... 
 
 
............................ <nome>..........,............<graduação>...............,Portador da 
carteira (conselho de classe) sob n° ..........................., perito judicial nomeado nos 
presentes Autos, vem mui respeitosamente à presença de Vossa Excelência para 
apresentar o presente Laudo Pericial. 
 
 
Em relação aos quesitos formulados pelos Requerentes às fls.......a ........ dos 
presentes Autos, responde-se na mesma ordem. 
I) 
R 
 
2) 
R 
 
3) 
R 
 
4) 
R- 
 
À disposição de Vossa Excelência para outras informações que julgar 
pertinentes. 
(cidade) ................................ 
 
 
_________________________________________ 
Perito judicial 
(conselho regional) n° . 
Anotação ou Registro Responsabilidade Técnica – ART ou RRT n° . 
 
 
 
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5. PROCEDIMENTOS TÉCNICOS DO PERITO 
 
Portugal (s.d.) apresenta uma sequência natural para a confecção do Laudo de 
Perícia Ambiental. O autor esclarece que esta sequência trata-se de um caso 
hipotético. Na realidade, na maioria dos casos não se tem ou não são necessários 
todos os elementos abaixo listados. Para cada caso específico são importantes os 
itens mais relacionados com o problema ambiental em estudo. 
 
1. EXAME DO LOCAL 
 
1.1. Localização da Área : Plotar a área a ser periciada mapograficamente e 
em escala(s) compatível(s). Utilizar preferencialmente as coordenadas 
geográficas em UTM. 
 
1.2. Situação Legal da Área : Verificar se a área é pública ou privada, a qual 
unidade(s) da federação pertence. Descrever sucintamente a que se 
destina e qual o seu uso atual. 
 
1.3. Clima : Realizar o levantamento climatológico regional. 
 
1.4. Recursos Hídricos : Inventariar os recursos hídricos superficiais 
subterrâneos e mapear os corpos d’água. 
 
1.5. Geomorfologia e Geologia : Descrever o relevo e relacionar os recursos 
minerais. 
 
1.6. Solos : Mapear os solos, com considerações sobre a pedologia e a 
edafologia. 
 
1.7. Vegetação : Descrever a mapear as principais formas de vegetação. Listar 
as plantas, principalmente as de interesse econômico. Constatar a 
ocorrência de espécies raras ou endêmicas. 
 
1.8. Fauna : Levantar principalmente os vertebrados, dando ênfase às espécies 
endêmicas, raras, migratórias e cinegéticas. 
 
1.9. Ecossistemas : Identificar e descrever os principais ecossistemas da área, 
nos seus componentes abióticos e bióticos. 
 
1.10. Áreas de interesse histórico ou cultural : Listar e descrever locais de 
interesse histórico, culturais e jazidas fossilíferas que estejam num raio de 
50 km. 
 
1.11. Área de Preservação : Constatar se o local descrito está inserido em 
área protegida por lei (Parques Nacional ou Estadual, Estação Ecológica, 
Reserva Biológica, etc.). 
 
 
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 1.12. Infraestruturas : Descrever as infraestruturas existentes no local (núcleo 
habitacional, telefonia, estrada, cooperativas, etc.). 
 
1.13. Atividades previstas, ocorridas ou existentesna ár ea: Relatar as 
tecnologias a serem utilizadas nas fases de implementação e operação do 
empreendimento. Listar insumos e equipamentos. 
 
2. DISCUSSÃO 
 
2.1. Diagnóstico Ambiental da área 
 
2.1.1. Uso atual da terra: Constatar o uso atual da terra, dar o 
percentual utilizado pela agropecuária. 
 
2.1.2. Uso atual da água: Constatar o uso atual da água, bem como 
obras de engenharia (canal, dique, barragem, drenagem, etc.). 
Verificar se ocorrem fontes poluidoras. 
 
2.1.3. Avaliação da situação ecológica atual: Realizar o levantamento 
das ações antrópicas anteriores e atuais, bem como relatar a situação 
da vegetação e fauna nativas. Com os dados obtidos inferir sobre a 
estabilidade ecológica dos ecossistemas da área. 
 
2.1.4. Avaliação sócio econômica: Analisar a situação sócio econômica 
da área, através de uma metodologia compatível com a realidade 
regional. 
 
2.2. Impactos Ambientais esperados para a área 
 
2.2.1. Impactos ecológicos: Listar e analisar os impactos ecológicos, 
levando em consideração a saúde pública e a estabilidade dos 
ecossistemas naturais, principalmente se está em áreas protegidas 
por lei. 
 
2.2.2. Impactos sócio econômicos: Avaliar os impactos sócio 
econômicos da área, levando em consideração os aspectos médicos 
e sanitários. 
 
2.2.3. Perspectivas da evolução ambiental da área: Inferir sobre qual 
seria a evolução da área com ou sem o empreendimento. 
 
2.3. Considerações Complementares (quando for o caso) 
 
2.3.1. Alternativas tecnológicas e locacionais: Optar por alternativas 
menos impactantes para o meio ambiente, tanto em termos 
tecnológicos como locacionais. 
 
 
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2.3.2. Recomendações para minimizar os impactos adversos e 
incrementar os benéficos: Listar as recomendações específicas para 
minimizar os impactos negativos e incrementar os benéficos. 
 
2.3.3. Recomendações para o monitoramento dos impactos ambientais 
adversos: Desenvolver e implantar programas de biomonitoramento, 
de controle de qualidade da água, de controle de erosão, etc. 
 
2.4. Apreciação dos quesitos : Como geralmente há quesitos formulados pelo 
Promotor, Juiz ou Delegado, neste subitem eles deverão ser claramente 
discutidos e esclarecidos. 
 
3. CONCLUSÃO 
 
Deve ser elaborada de forma sucinta, mas, sempre que possível, conclusiva, 
abrangendo os aspectos ambientais anteriormente discutidos. 
 
CONSIDERAÇÕES FINAIS 
 
O Perito Criminal deve evitar ao máximo de entrar no mérito estritamente legal 
da questão ambiental, isto é, citar lei, artigo, parágrafo, etc. Qualquer deslize 
"legal" que o Perito venha por ventura cometer poderá comprometer todo o 
trabalho durante o julgamento da questão. A Perícia de Meio Ambiente, assim 
como qualquer trabalho na área ambiental, deve ser preferencialmente 
efetuada por uma equipe multidisciplinar de Peritos, e que atuem 
interdisciplinarmente. Em função disto, os Institutos de Criminalística devem 
procurar diversificar as formações universitárias dos seus membros. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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B. MÉTODOS E TÉCNICAS DE PERÍCIA AMBIENTAL 
 
Na elaboração do Laudo de Perícia Ambiental, em algumas circunstâncias faz-se 
necessária a análise e avaliação de impactos, danos e passivos ambientais. O 
objetivo de tais análises e avaliações é a formação da prova pericial e o nexo causal, 
entendido como o vínculo entre a conduta ilícita e o dano. 
 
Tais análises e avaliações pressupõem atribuição, experiência e larga prática 
profissional para as mesmas. A título de informação, descreveremos alguns dos 
métodos passíveis de serem utilizados. A referência para os métodos amostrais e 
prospectivos, analíticos, biológicos, de avaliação econômica, de qualificação de 
agravos ambientais é Almeida (2008), na parte 4 da obra referenciada. 
 
 
1. MÉTODOS AMOSTRAIS E PROSPECTIVOS 
 
A amostragem consiste na obtenção de material (solo, ar do solo) para a posterior 
análise. Depois que o levantamento histórico forneceu referências a substâncias 
nocivas e a sua posição aproximada, elas devem ser analisadas mais a fundo, para 
obterem-se os resultados de medição com força de comprovação. 
 
Para poder realizar estes levantamentos técnicos e analíticos a baixo custo, o 
procedimento deve ser bem elaborado e planejado. As falhas cometidas na 
amostragem (posição, quantidade, representatividade), na preparação das amostras 
(conservação, recipiente de amostras) e na análise posterior, podem adulterar de 
forma desfavorável avaliação de uma localidade. 
 
A amostragem compõe-se de: 
• escolha dos pontos de amostragem; 
• escolha de equipamentos; 
• executar as perfurações; 
• coleta das amostras; 
• divisão das amostras; 
• conservação; 
• documentação; 
• armazenamento; 
• transporte; 
• entrega ao laboratório. 
 
A amostra de solo deve; 
• ser representativa para o âmbito de análise ou para o ponto de coleta de 
amostra. 
• permitir a identificação de circunstâncias geológicas. 
• possibilitar informações sobre o tipo, expansão e posição das 
substâncias nocivas no subsolo. 
• possibilitar uma estimativa da quantidade do solo contaminado. 
• elucidar possíveis riscos para a água subterrânea. 
 
 
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Em princípio, na escolha dos pontos de amostragem, pode ser procedido: 
• informações concretas existentes; 
• baseado em avaliações; 
• ou estatisticamente. 
 
A quantidade dos pontos de amostragem depende: 
• da estrutura homogênea ou heterogênea do subsolo; 
• da quantidade das informações preliminares; 
• das características físico-químicas das substâncias nocivas suspeitas. 
 
Via de regra, inicia-se com poucos pontos de amostragem (grade grosseira, ou 
pontos definidos), Se as análises confirmarem a presença de substâncias nocivas, 
são analisados outros pontos de amostragem para a delimitação da fonte de 
substâncias nocivas, 
 
Uma vez que nenhum ponto de amostragem e nenhum perfil de profundidade se 
equiparam, é muito difícil estabelecer uma regra de validade geral. Sugere-se o 
seguinte âmbito mínimo de amostragem (por ponto de, amostragem): 
• uma amostra próxima à superfície; 
• em aterros, a camada inferior do aterro e a camada superior do solo 
natural; 
• em aquíferos protegidos por camadas de baixa permeabilidade, a 
camada superior e a área superior e inferior do aquífero; 
• numa distância de passo de amostragem de 0,5 m, analisar cada 3ª e 5ª 
amostra em aterros, e cada 10ª – 20ª amostra em terreno natural. 
 
Em áreas de solo próximas à superfície, sugere-se diversas profundidades de 
amostragem, em função da utilização e da possível contaminação com substâncias 
nocivas: 
• parque infantil: até 35 cm (0-5 cm; 5-15 cm; 15-35 cm) 
• campo lavrado, jardim: 20-30 cm 
• campo, gramado: 1 0 cm 
• solo de florestas, em função das camadas do solo. 
 
Além do número de amostras, também a quantidade individual tem uma influência 
sobre a dispersão dos resultados da análise. A quantidade de amostras deve ser 
suficiente para a análise das substâncias contidas desejadas. 
 
A quantidade mínima é determinada pelo tipo e pela quantidade de parâmetros a 
serem analisados, bem como pela quantidade de amostras a serem armazenadas. 
 
A relação de grandeza entre a quantidade de amostras e partículas isoladas de 
substâncias nocivas têm uma influência fundamental sobre o nível mensurável de 
concentração de substâncias nocivas. Quanto maior for a partícula, maior será a 
concentração na amostra que contémesta partícula. 
 
Se uma partícula for relativamente pequena, a concentração da amostra, na qual 
esta partícula está contida, será somente um pouco superior àquelas amostras sem 
 
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esta partícula contaminada. Além do tamanho, também exercem influência sobre a 
totalidade da concentração da amostra: 
• a concentração das substâncias nocivas na partícula; 
• a distribuição de tamanho de partícula; e 
• a quantidade das partículas contaminadas. 
 
Estas influências devem ser levadas em consideração para a denominação do 
tamanho mínimo da amostra de solo. Além disso, as substâncias nocivas podem 
estar enriquecidas seletivamente em determinados tamanhos de grânulos. Neste 
caso, a distribuição da granulometria na amostra tem uma influência decisiva no teor 
geral da amostra. 
 
A concepção de amostragem e a aplicação são determinadas pela finalidade da 
análise: 
• para o registro e identificação de áreas suspeitas de degradação, 
• como análise paralela para o acompanhamento do desenvolvimento da 
concentração em ações de recuperação em andamento, 
• como medição de controle em ações de recuperação finalizadas, 
 
Para a constatação dos pontos de amostragem num levantamento técnico devem 
ser observados e avaliados os seguintes pontos: 
• decurso temporal do dano, 
• condições geológicas (estrutura e tipo de subsolo), 
• utilização antiga e atual do terreno (cabos, munição, tanques, espectro 
de substâncias nocivas etc.), 
• posição de poços de monitoramento de água subterrânea, quaisquer 
poços já existentes com perfis de perfuração. 
• condições da água subterrânea (nível do lençol freático, direção e 
velocidade do fluxo, e espessura do aquífera). 
 
Disto podem ser derivados: 
• posição ideal (também profundidade) de pontos de amostragem 
direcionados, 
• número dos parâmetros e métodos de análise, 
• escolha do tipo amostragem. 
 
 
2. MÉTODOS ANALÍTICOS 
 
Na elaboração de um programa para testes analíticos devem ser observados alguns 
itens, como: 
• os parâmetros analíticos necessários; 
• a escolha dos processos analíticos a serem empregados; 
• os processos de preparação de amostras a serem previstos; 
• os créditos de escolha das amostras parciais para a análise. 
 
Os testes analíticos através de processos químicos e físicos são utilizados sobretudo 
para identificar e qualificar substâncias que causam danos ao meio ambiente. No 
 
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caso de deposições antigas, ou seja, em regiões que foram utilizadas como 
depósitos de resíduos, pode ser investigada a composição destes resíduos através 
dos ensaios analíticos. 
 
Uma análise objetiva das substâncias nocivas específicas será facilitada se já 
estiverem disponíveis informações sobre os resíduos depositados, ou sobre as 
respectivas características suspeitas. Porém, apesar de em alguns casos haver 
conhecimento sobre os diversos tipos de resíduos que foram depositados, a 
princípio os dados abrangentes e detalhados sobre o conteúdo destas deposições 
não estão disponíveis. Por isso, não é possível antecipar quais substâncias nocivas 
podem ser encontradas nestas deposições. 
 
No solo, nas águas de infiltração e mesmo em aterros, deveriam ser investigadas 
uma série de substâncias, o que não é possível em função da grande quantidade de 
áreas suspeitas de contaminação e da quantidade de análises praticamente não 
executáveis. Sendo assim, é necessário um procedimento ponderado e sistemático 
para levantar as substâncias nocivas existentes. 
 
Em sítios contaminados, ao contrário de deposições antigas, é mais fácil presumir 
quais substâncias nocivas podem ocorrer, uma vez que geralmente é conhecido o 
ramo de atividade da área industrial ou o tipo de prestação de serviços 
anteriormente instalado. Desta circunstância resultam duas diferentes estratégias em 
testes analíticos: 
• no caso de haver disponíveis informações preliminares e características 
suspeitas é possível uma análise objetiva de determinadas substâncias; 
• para a constatação e identificação de substâncias desconhecidas é 
necessária uma análise sistemática. 
 
Quando se trata de uma localidade com poucas informações preliminares em função 
dos custos, é analisada uma seleção objetiva de algumas amostras, porém de valor 
informativo representativo quanto a parâmetros de soma, grupos e orientativos. 
Estas determinações de visualização geral têm como objetivo delimitar o espectro 
das substâncias com um dispêndio analítico justificável. Deve ser encontrado um 
caminho viável, com um custo aceitável para detectar as substâncias nocivas para o 
meio ambiente. 
 
Os parâmetros podem ser classificados da seguinte forma: 
 
PARÂMETRO DE SOMA: 
Registro de substâncias orgânicas com um componente estrutural 
comum (por exemplo, carbono) ou com característica comum de 
capacidade de oxidação com consumo de oxigênio (02). 
 
PARÂMETRO DE GRUPO: 
Registro de substâncias semelhantes quanto à sua constituição ou 
efeito, sem levar em consideração a diferenciação em substâncias 
individuais. 
 
 
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PARÂMETRO ORIENTATIVO 
Registro de classes individuais de substâncias ou misturas isômeras, 
ou de uma substância individual como substância representativa para a 
respectiva classe. 
 
Após o perito ter feito uma seleção das amostras já no local, estas são devidamente 
acondicionadas em recipientes e rotuladas para serem encaminhadas ao laboratório. 
Nesta fase é muito importante que seja definido quais parâmetros serão analisados 
para cada amostra. Considerando que, por exemplo, para a investigação de uma 
área contaminada de porte médio é necessário coletar até 100 amostras diferentes 
(ar do solo, água, solo), não devem acontecer enganos. Deve ser definido com o 
responsável do laboratório: 
• quais amostras devem ser pesquisadas quanto a parâmetros de soma, 
grupo ou orientativos, 
• quais amostras devem ser analisadas quanto a parâmetros individuais, 
• se, e quantas, amostras devem ser armazenadas (para análises 
posteriores). 
 
As amostras sólidas necessitam de uma preparação prévia para a determinação 
analítica. O objetivo desta preparação de amostras é: 
• a produção de uma amostra representativa, 
• a separação de porção da amostra da matriz original, de modo que a 
quantidade a ser analisada seja compatível com o método e com o 
equipamento utilizado, mantendo a representatividade da matriz. 
• a concentração ou diluição das substâncias em questão, de acordo com 
a sensibilidade do método analítico utilizado. 
 
O procedimento da preparação de amostras depende geralmente do estado de 
agregação da amostra. Grandes quantidades de amostras devem ser reduzidas e no 
caso de amostras sólidas o material deve ser misturado e triturado através de várias 
etapas. A trituração é necessária para produzir uma amostra representativa quando 
da utilização de apenas uma porção para os ensaios analíticos. Os métodos 
analíticos são diferenciados em: 
• determinações organolépticas (odor, cor, turbidez); 
• métodos químicos - via úmida - (gravimetria, volumetria); 
• métodos físicos - instrumentais; 
• métodos biológicos. 
 
Os métodos físicos instrumentais podem ser divididos em quatro grupos principais: 
• eletroquímicos; 
• espectrométricos; 
• cromatográficos; 
• físico-atômicos. 
 
Estes métodos são utilizados principalmente para a determinação de traços de 
compostos orgânicos, através de técnicas e equipamentos especiais. Muitas vezes 
 
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para se obter respostas adequadas, devido à seletividade e sensibilidade do teste, 
deve-se utilizar uma combinação de dois processos analíticos diferentes. 
 
 
3. MÉTODOS BIOLÓGICOS 
 
Os métodos biológicos podem ser realizados com os seguintes objetivos: 
• identificar o tipo da substância nociva (Biomonitoring); 
• possibilidade de identificar uma eliminação de substâncias nocivas por 
processos biológicos; 
• determinar os procedimentos principais da descontaminação ou 
remediação. 
 
A base da participação de reações biológicas no ajuste do equilíbrio no meio 
contaminado é a disponibilidade biológica das substâncias nocivas. Isto é 
influenciado pela: 
• solubilidade em água. 
• tamanho das moléculas, partículas e poros, 
• pela estrutura química das substâncias nocivas (por exemplo polaridade, 
carga). 
 
Um dos principais determinantes do efeito de uma substância tóxica em um 
ecossistema é a concentração da exposição e o tempo em que ela é mantida. Para 
avaliar a relação entre exposição/duração nestes, é imprescindível considerar as 
características físicas e químicas do sistema receptor, bem como a natureza e a 
localização dos organismos presentes. 
 
O destino dos produtos químicos que entram em um ecossistema é, em parte, 
determinado pelas propriedades físico-químicas do elemento ou do composto. A 
solubilidade, a pressão de vapor e os coeficientes de partição do material 
estabelecem a concentração da fase e o tempo de residência. Absorção/liberação, 
volatilização, transformação química devido a reações redox, hidrólise ou 
degradação fotoquímica e transformações provocadas pela atividade metabólica dos 
organismos no ecossistema são processos específicos que afetam a concentração 
de uma substância tóxica em determinado local. 
 
As instalações para a realização de testes variam em função do tamanho dos 
organismos a serem testados. O uso de pequenos invertebrados pode ser facilmente 
conduzido em uma bancada, embora deva haver espaço adicional no laboratório 
para sua cultura e o controle da temperatura e do período com luz durante os testes 
e a cultura sejam críticos. Os peixes são os organismos aquáticos mais utilizados em 
testes. Sua cultura requer o fornecimento de água não contaminada e espaço 
suficiente para abrigar os peixes durante sua aclimatação às novas condições. 
 
Em testes estáticos os recipientes devem permitir troca com a atmosfera. A 
concentração de oxigênio em cada câmara de teste deve permanecer entre 60% e 
100% de saturação durante as primeiras 48 horas e entre 40% e I00% após esse 
período. Durante esse tipo de teste, as soluções podem ser suavemente aeradas, 
 
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caso as concentrações de tóxicos nas câmaras de testes aeradas, ao final do teste, 
não sejam inferiores a 20% daquelas de uma câmara não aerada. 
 
Quando se utiliza aeração, deve-se realizar simultaneamente um teste sem aeração, 
a fim de determinar se ela afeta os resultados. Caso sejam feitos testes com água 
corrente, as vazões devem ser ajustadas de forma a garantir um mínimo de cinco 
substituições de 90% do volume de água, em cada câmara de teste, em 24 horas. A 
taxa de substituição deve manter a concentração de oxigênio necessária. 
 
A seleção das concentrações de teste depende do objetivo das análises. Por 
exemplo, caso o objetivo dos testes seja determinar se a toxidade encontra-se acima 
ou abaixo de uma concentração específica, bastam um controle e uma 
concentração. São necessários 30 organismos para conferir a realidade estatística 
nos resultados desse procedimento de teste. Quando a toxidade é desconhecida, 
utilizam-se testes para definir seu intervalo ali para identificação. 
 
Os testes para determinação do intervalo tóxico empregam de três a cinco 
concentrações tóxicas bem espaçadas entre si e um controle de cinco organismos 
com duração de 8 a 24 horas. Os testes para identificação são utilizados em 
efluentes. Neles, cinco ou dez organismos são expostos a uma concentração de 
efluente de IOO% por 24 horas. Uma vez realizados os testes para definir o intervalo 
ou identificar poluentes, seleciona-se a concentração existente. A maior 
concentração é selecionada com base nos resultados de determinação do intervalo. 
 
As espécies selecionadas para testes de toxidade devem obedecer aos seguintes 
critérios: 
• ser sensíveis ao material ou aos fatores ambientais: 
• apresentar vasta distribuição geográfica, abundância e disponibilidade ao 
longo de todo o ano; 
• ter importância recreacional, econômica ou ecológica: 
• haver disponibilidade de métodos para sua cultura e reprodução; 
• estar em boas condições físicas, livres de parasitas e doenças. Embora 
boas técnicas laboratoriais possam ter por objetivo os itens 4 e 5, os de I 
a 3 são igualmente importantes para a seleção de espécies para testes. 
Essas espécies podem ser indicadoras de orientação para o 
gerenciamento ou alvo dos estudos (orientação ecossistêmica). 
 
Espécies indicadoras são aquelas comumente encontradas, ou não, sob 
determinadas condições ambientais, cuja presença ou ausência é capaz de "indicar" 
qualidades ambientais. Espécie indicadora deve apresentar as seguintes 
características: 
• capacidade de acumular várias substâncias tóxicas; 
• ser comum; 
• apresentar grande distribuição geográfica; 
• ser facilmente coletada; 
• ter tamanho adequado, que permita novas amostras de tecido; 
• estar presente na área de impacto e em áreas não poluídas; 
• ter correlação com níveis ambientais de substâncias tóxicas. 
 
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Espécies ou grupos-alvo são, de maneira geral, indicadores ecológicos. Presume-se 
que o comprimento de determinados requisitos ambientais das espécies ou grupos-
alvo protegerá o ecossistema de base, garantindo a proteção ambiental. Na seleção 
das espécies ou grupos-alvo deve-se entender que cada espécie responde de 
maneira diferente a uma substância tóxica, porém os grupos, ou agregados de 
espécies com características parecidas, podem apresentar respostas similares às 
mesmas substâncias. 
 
A comunidade é o agregado de espécies mais comumente utilizado. Uma definição 
rápida de comunidade seria que ela é composta por grupos de organismos que 
interagem entre si em um habitat específico. Avaliações de comunidades 
normalmente servem de indicador das respostas de um ecossistema. São normais 
determinações das alterações estruturais e funcionais das condições de uma 
comunidade. Uma forma de aumentar o realismo ambiental é utilizar diversas 
espécies. 
 
Microcosmos é uma parcela restrita de um ecossistema empregado para 
experiências laboratoriais e apresenta um passo inicial na direção de teste mais 
realísticos. Geralmente os microcosmos têm volume total inferior a 10 litros e contém 
composição definida de espécies adequadas à determinação dos efeitos de 
substâncias tóxicas e lagos e reservatórios. A natureza definida do microcosmo 
permite a replicação de testes e o controle experimental, porém a pouca diversidade 
de espécies presentes e a falta de provisão para alguns processos ecológicos 
(colonização, por exemplo) reduzem o realismo ambiental dessa técnica de ensaio. 
 
Os testes com mesocosmos releem elementos de experimentos controlados, mas 
não controlam de maneira estrita todas as condições ambientais. No que diz respeito 
à análise de substâncias tóxicas, eles aumentam o realismo experimental, mas não 
são facilmente replicáveis. 
 
A concepção do programa de coleta de amostras deve obedecer a critérios definidosno sentido de assegurar qualidade aceitável para seus resultados. 
 
 
4. MÉTODOS MATEMÁTICOS 
 
As equações matemáticas representando os processos físicos ou químicos 
constituem a forma mais abstrata de um análogo. Estas propiciam acessar as 
técnicas que auxiliam minimizar, embora não eliminar, os riscos da inconsistência 
lógica em um modelo. Assim como em muitos outros estágios no processo de 
abstração, elas encontram a simplificação. Dessa maneira, as pressuposições 
devem ser checadas para avaliar se os processos incluídos são adequadamente 
descritos e se foram incluídos todos os processos essenciais. 
 
A análise de sistema constitui um procedimento para se examinar a inteireza do 
modelo, focalizando atenção sobre a presença ou ausência de relações entre as 
partes do mundo real ou dos sistemas estruturados no modelo. A literatura ambiental 
 
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encontra-se cheia de diagramas com caixas-e-setas, os quais representam um ponto 
de partida para a análise de sistemas. Constituem uma etapa útil na construção de 
um modelo efetivo para aumentar a compreensão e para propiciar previsões; isto é, 
um modelo com bases mais físicas do que puramente estatísticas. Os diagramas de 
caixas-e-setas geralmente representam o primeiro estágio na sequência da 
elaboração de modelos e, por esse motivo, possuem utilidade limitada a si mesmos. 
O uso pleno da análise de sistemas é, todavia, instrumento poderoso e amplamente 
aplicável ao desenvolvimento de modelos de todos os tipos. 
 
O acelerado desenvolvimento tecnológico da informática está propiciando recursos 
técnicos cada vez mais potentes, permitindo que programas específicos possam ser 
cada vez mais utilizados para se fazer previsões, usando-se a análise de dados por 
meio de modelos estatísticos padrões e pela construção de modelos de simulação, 
com base maior ou menor nas informações sobre os processos físicos. 
 
Os computadores e os programas oferecem vantagens para a elaboração em 
qualquer modelo que foi abstraído ao nível das equações matemáticas ou lógica 
formal, embora não possam facilmente manusear modelos verbalizados. As 
vantagens dos cálculos rápidos e confiáveis não podem ser superestimadas, mas a 
relação custo-benefício na construção de modelos direcionou-se fundamentalmente 
dos modelos concretos em laboratórios para os modelos em computador, 
começando mais intensamente a serem implementados durante a década de 1970. 
 
Os modelos por computador propiciam um espectro muito mais amplo das condições 
a serem simuladas do que as permitidas nos experimentos de laboratório, e os 
modelos podem ser rodados e repetidos com crescente facilidade, mas tais 
vantagens não devem levar à irrelevância nem à substituição das bases lógicas do 
modelo. A importância de pressupostos apropriados e da estrutura lógica permanece 
tão relevante como em todos os outros procedimentos. 
 
O procedimento guia para a construção de modelos consiste numa sequência de 
normas, de passos para a caminhada, levando à produção de um modelo, à 
implementação em algum tipo de linguagem formal, ao estabelecimento de 
inferências prevendo as consequências do modelo e a avaliação dessas inferências 
em face da adequabilidade e uso para o qual o modelo foi construído. 
Subjacentemente, o procedimento encaminha para a obtenção de respostas às 
quatro indagações cientificas básicas delineadas para a solução de problemas 
matemáticos: 
• Compreender o problema (isto é, qual é a questão?); 
• estabelecer um plano para a solução do problema (isto é, como se pode 
resolvê-Io?); 
• executar o plano (isto é, qual é a resposta?); 
• checar a adequação da resposta (isto é. a resposta está correta?). 
 
As etapas relacionadas com o procedimento guia são as seguintes: 
 
 
 
 
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Objetivos : 
O iniciar do procedimento é representado pelo enunciado dos objetivos ou 
propósitos do modelo a ser construído. É a fase que demonstra o conhecimento do 
problema. Se os enunciados para a construção do modelo não forem expressos com 
clareza há demonstração de que ainda não se possui compreensão adequada do 
problema e tornar-se-á difícil encontrar as soluções. Os enunciados sobre os 
objetivos devem constituir respostas às seguintes indagações: 
• Qual é o sistema a ser modelizado? 
• Quais são as principais questões a serem focalizadas pelo modelo? 
(como o modelo poderá ser aplicado?) 
• Qual é a regra para finalizar a atividade da modelagem? (Qual a 
eficiência do modelo? Com quais modelos ele deverá ser comparado?) 
• Como os produtos (outputs) do modelo serão analisados, sumariados e 
usados? 
 
Hipóteses : 
A segunda etapa consiste em transladar os objetivos e o conhecimento disponível 
do sistema em enunciados de hipóteses. Geralmente, tais enunciados são verbais, 
mas também podem expressar relações quantitativas. Exemplo: sob condições 
climáticas constantes, o aumento da área da bacia hidrográfica implicará em 
aumento proporcional da vazão média anual. 
 
Formulação matemática : 
As hipóteses qualitativas podem ser convertidas em relações mais específicas, 
matematizadas. Corresponde ao segundo estágio da proposta, que representa a 
etapa de estabelecer um plano para o problema. Para as hipóteses formuladas 
(verbalizadas ou matematizadas), nessa etapa deve-se usar das informações 
disponíveis para a construção do modelo e avaliar a correção dos enunciados e das 
equações que descrevem o comportamento dinâmico dos elementos e processos do 
sistema. Sob a perspectiva da matematização, ela requer que as formulações e os 
conceitos vagos sejam definidos sob o critério da precisão e do rigor matemáticos. 
 
Verificação : 
A quarta etapa corresponde ao conjunto de atividades necessárias para verificar a 
precisão dos enunciados e das equações propostas. Um procedimento comum é o 
uso de técnicas numéricas, o que, na atualidade, significa resolver as questões pelo 
uso de procedimentos computadorizados. A verificação corresponde ao processo de 
verificar se os algoritmos e os códigos computacionais estão corretos para as 
definidas relações matemáticas. Os projetos de modelagem que não necessitam de 
soluções numéricas das equações ou dos enunciados devem ser verificados pela 
revisão das atividades realizadas durante o estágio da formulação. 
 
Calibragem : 
Após a implementação do modelo, pode-se estabelecer a fase da produção de 
resultados. A calibragem do modelo consiste em estabelecer parâmetros para as 
entradas e condições internas do sistema, a fim de se verificar a adequação das 
respostas. 
 
 
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Análise e avaliação do modelo : 
Depois que o modelo foi calibrado, pode-se utilizá-lo para produzir as respostas 
almejadas nos objetivos que foram especificados. Essa fase corresponde à 
execução de projeto. Para os modelos numéricos, corresponde ao uso dos 
programas de computação para registrar os resultados produzidos. Para os modelos 
qualitativos, a análise deve ser feita em relação aos pressupostos teóricos e ao 
conhecimento disponíveis sobre a estrutura e os processos do sistema. Para os 
modelos numéricos e qualitativos, as respostas devem ser avaliadas em sua 
qualidade de acordo com os objetivos especificados. É a fase da checagem. 
 
Os modelos quantitativos podem ser considerados sob três nuances, que não são 
mutuamente exclusivas: 
• os de "caixa preta", 
• os baseados nos balanços de massa e de energia, 
• os de direcionamento estocástico ou determinístico. 
 
Os modelos em "caixa preta"relacionam previsões sobre os output com base nos 
dados dos inputs, mas sem explicitamente enunciar quais são as relações 
existentes. Nenhum sistema do mundo real é totalmente conhecido, de modo que 
sempre haverá algum elemento em "caixa preta" a seu respeito, embora em muitos 
modelos essa caixa é matizada de "cinza" porque o modelo fisicamente representa 
pelo menos alguns dos processos internos atuantes. 
 
Na perícia de passivos ambientais os modelos matemáticos de transporte das 
substâncias nocivas (poluentes) constituem atualmente um instrumento útil de 
avaliação. Nem sempre é possível formar uma imagem suficiente da situação no 
subsolo mediante a utilização de métodos convencionais de análise, como por 
exemplo, as perfurações. Prognósticos temporais e espaciais de propagações de 
poluentes são interessantes em alguns casos. Assim pode, por exemplo, ser 
interessante no planejamento de recuperações das águas subterrâneas prognosticar 
a extensão da fronteira de poluentes em relação ao tempo. Pode ser também que se 
pretenda estimar o tempo necessário para que os poluentes coloquem em risco um 
bem utilizável. 
 
Deve-se atentar para o fato de que modelos matemáticos de transporte de poluentes 
só podem ser tão bons quanto a qualidade dos dados investigados no local. Esse é 
também o ponto fraco desses modelos teóricos. 
 
Em muitos problemas a serem resolvidos em passivos ambientais os pressupostos 
da aplicação de soluções matemáticas não existem mais. No caso de relações não-
homogêneas no subsolo e no caso de relações complexas de correntezas, isto é, no 
caso de complexas condições iniciais de entorno, os procedimentos numéricos são 
utilizados com ajuda de softwares específicos. 
 
No caso de modelos numéricos o espaço é decomposto em elementos parciais 
homogêneos (células ou elementos). Distingue-se aqui diferentes procedimentos de 
cálculo. No caso do procedimento de diferenças a decomposição de uma área-
modelo resulta em células retangulares. Com relação ao período de tempo 
 
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apreciado efetua-se, considerando-se o enunciado de preservação de massa para 
cada célula, um balanço de massa. Da soma de todos os balanços, das 
concentrações iniciais e das condições de entorno resulta para o respectivo 
momento um quadro espacial da distribuição do poluente na área-modelo. 
 
 
5. MÉTODOS DE AVALIAÇÃO ECONÔMICA 
 
A valoração econômica não é necessariamente expressa em termos monetários, 
embora, sem dúvida, isso seja desejável. Deve-se ter em vista que frequentemente a 
obtenção de estimativas monetárias não contribui para uma percepção abrangente 
das implicações de certo curso de ação envolvendo o ambiente. 
 
VaIorar monetariamente os impactos econômicos e sociais de grandes projetos, 
como usinas hidrelétricas, pode ser virtualmente impossível no que se refere a 
certos aspectos específicos, a não ser que se admitam hipóteses simplificadoras, 
através das quais podem ser simulados caminhos alternativos. 
 
Ademais, os impactos não podem ser considerados somente no que diz respeito à 
implantação e operação de empreendimentos. Deve-se levar em conta também, 
quando for o caso, os impactos indiretos decorrentes do uso dos bens e serviços 
produzidos. Uma análise abrangente da geração de energia hidrelétrica, por 
exemplo, deveria considerar, em oposição aos danos ambientais decorrentes da 
construção e da operação de usinas, os benefícios obtidos pela substituição de 
outras fontes energéticas, notadamente carvão, lenha e petróleo. 
 
Duas dificuldades principais se interpõem à estimação do valor do ambiente e, em 
especial, aos custos e benefícios da ação antrópica sobre este. 
 
Em primeiro lugar, enfrenta-se uma incapacidade teórica da Economia para lidar 
com a questão, porque tanto a Teoria do Valor Trabalho quanto a Teoria 
Neoclássica não são suficientes. Quanto à primeira, afirma-se que o valor tem 
origem exclusivamente no trabalho humano. A consequência teórica disso é que 
apenas o Ambiente Construído possui valor e toda ação antrópica sobre o Ambiente 
Natural representa, portanto, aumento de valor. Essa implicação é claramente 
inaceitável. 
 
Quanto à segunda, o valor seria determinado no mercado pela interação entre oferta 
e procura. Os estudiosos que seguem essa abordagem reconhecem as falhas de 
mercado na valoração do Ambiente, o que na realidade é o caso geral. 
 
Por outro lado, a Economia Ambiental, assim como a Economia da Educação e a 
Economia da Saúde, enfrenta dificuldades relacionadas à enorme complexidade dos 
objetos de análise e à virtual impossibilidade de se obterem modelos confiáveis para 
representar a sequência dinâmica de todos os efeitos decorrentes de certa alteração 
inicial. 
 
 
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Não se deveria esperar mensurações econômicas precisas e definitivas no estado 
atual do conhecimento, embora seja internacionalmente reconhecido que as 
tentativas nesse sentido podem contribuir para melhor orientar a política econômica 
e, em especial, a própria política ambiental. 
 
A questão referente à valoração do ambiente pode ser assim formulada: as espécies 
vivas e o meio físico em que vive a humanidade possuem valor por si mesmos ou o 
valor é somente uma relação entre sujeito e objeto? Essa questão pode ser 
apresentada de forma mais radical como: Na ausência da humanidade, ainda assim 
o Ambiente apresentaria algum valor? 
 
Observa-se entre os economistas uma forte tendência a responder afirmativamente 
a respeito da existência de valor independente dos usos e das preferências da 
espécie humana. Entretanto, se, por um lado, há expressivo consenso quanto à 
existência desse valor do Ambiente por si mesmo, sua expressão em termos 
monetários é um problema que está longe de receber solução geral. 
 
Conforme apresentado na literatura especializada, a Economia Ambiental desagrega 
o Valor Econômico do Recurso Ambiental (VERA) em Valor de Uso (VU) e Valor de 
Não Uso (VNU). 
 
VERA = (VUD + VUI + VO) + VNU 
 
Valor de Uso (VU ): valor que os indivíduos atribuem a um recurso ambiental pelo 
seu uso presente ou pelo seu potencial de uso futuro. O valor de uso pode ser 
subdividido em três categorias: 
• Valor de Uso Direto (VUD): valor que os indivíduos atribuem a um 
recurso ambiental em função do bem-estar que ele proporciona através 
do uso direto. Por exemplo, na forma de extração, de visitação ou outra 
atividade de produção ou consumo direto. 
• Valor de Uso Indireto (VUI) : valor que os indivíduos atribuem a um 
recurso ambiental quando o benefício do seu uso deriva de funções 
ecossistêmicas. Por exemplo, a contenção de erosão, o estoque de 
carbono nas florestas tropicais. 
• Valor de Opção (VO) : valor que os indivíduos estão dispostos a pagar 
para manterem a opção de um dia fazer uso, de forma direta ou indireta, 
do recurso ambiental. Por exemplo, o benefício advindo de fármacos 
desenvolvidos com base em propriedades medicinais, ainda não 
descobertas, de plantas de florestas tropicais . 
 
Valor de não uso (VNU) ou valor de existência (VE) , é o valor que está dissociado 
do uso (embora represente o consumo ambiental) e deriva de uma posição moral, 
cultural ou ética ou altruística em relação aos direitos de existência de espécies não 
humanas ou de preservação de outras riquezas naturais, mesmo que estas não 
representem uso atual ou futuro para o indivíduo. Um exemplo claro deste valor é a 
grande mobilização da opinião pública para o salvamento dos ursos panda ou das 
baleias, mesmo em regiões em que a maioria das pessoas nunca poderá estar ou 
fazer qualquer uso de sua existência. 
 
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