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Economia-Pesquisa Processo Inflacionário Brasil

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Alunos: Carolina Machado Barbosa Tavares; 
Douglas Viana Raimundo; 
Jorge Lucas Ribeiro Clemente Gomes; 
Victor de Magalhães Bastos Leite. 
Professora: Camila Mendonça Romero Sales 
 
 
Pesquisa – Processo Inflacionário no Brasil 
 
O que é o processo inflacionário: Ele ocorre quando sobe o valor de mercado de 
vários itens consumidos pela população, em geral. No mesmo sentido, a 
deflação ocorre quando cai o preço desses itens. Além dessa definição clássica, 
a gente pode entender a inflação como a perda do poder de compra. 
No Brasil essa contração de dívidas tem longa data e veio se desenhando desde 
o período colonial, quando diversos exploradores requeriam da Coroa 
Portuguesa empréstimos para financiar suas atividades. Passando para a 
monarquia, temos o governo de Dom Pedro I inaugurado por uma dívida de dois 
milhões de libras esterlinas, usadas na “compra” efetiva de nossa 
independência. No período republicano a questão inflacionária ganhou uma 
importância ainda maior, tendo em vista as novas condições da economia 
mundial. O Brasil, em pleno auge de desenvolvimento do capitalismo industrial, 
se via diante o dilema de preservar o traço agroexportador da economia nacional 
ou promover a modernização da economia. No primeiro governo republicano 
surgiu a figura de um proeminente intelectual chamado Rui Barbosa, que ocupou 
o cargo de Ministro da Fazenda. Em sua gestão, Rui Barbosa procurou 
modernizar a economia nacional permitindo que os bancos fabricassem papel-
moeda e facilitando a contração de empréstimos para a criação de empresas. A 
medida, apesar de bem intencionada, gerou uma enorme crise especulativa que 
promoveu uma onda de empréstimos seguida pela injeção massiva de papel-
moeda na economia. Com isso, o país não conseguiu remodelar sua política de 
desenvolvimento econômico e, ainda por cima, causou uma grande crise 
inflacionária. Apesar desse episódio de dimensões trágicas, nas primeiras 
décadas do século XX, o Brasil teve uma considerável reação econômica 
causada pela crise do mercado europeu. A partir de 1914, o Velho Continente 
tornou-se palco de uma série de conflitos civis e grandes guerras que 
desestabilizaram sua própria economia. Nesse momento, o Brasil, tão 
dependente dos produtos industrializados europeus, iniciou a arrancada de sua 
indústria e a diversificação de sua economia. Esse primeiro fôlego dado à 
economia gerou uma contenção do problema inflacionário no Brasil. Contudo, o 
país inaugurava sua industrialização em um momento que diversas potências 
industriais já estavam plenamente consolidadas no mercado internacional. Por 
isso, o país necessitava de contrair empréstimos para que fosse possível tornar 
nossa economia consideravelmente competitiva em relação aos seus 
concorrentes comerciais. Nos governos de Vargas e JK, o dilema do 
desenvolvimento foi sensivelmente marcado entre a opção de proteger a 
economia e promover um desenvolvimento autônomo e gradual, ou permitir que 
investidores estrangeiros pudessem injetar seus recursos para que o país 
pudesse recuperar os anos de atraso da economia. Ambas as opções requeriam 
projetos econômicos muito bem elaborados que, apesar de demandarem de 
empréstimos, deveriam ter o cuidado de não desvalorizar a moeda nacional. 
Todavia, as oscilações do mercado internacional, a corrupção política e nosso 
atraso econômico acabavam possibilitando a deflagração de diversos processos 
inflacionários. No governo militar, principalmente entre os anos de 1969 e 1973, 
a economia experimentou uma onda de crescimento propiciado pelo chamado 
“milagre econômico”. Esse teve curto período de vida, principalmente em razão 
da crise que se abateu sobre a economia mundial e o modelo de 
desenvolvimento artificial gerado do tal “milagre”. 
 
Na década de 1980, o problema da recessão econômica acabou transformando 
a inflação em um companheiro presente na mesa de todos os brasileiros. A 
desvalorização da moeda chegou a tal ponto que os produtos do supermercado, 
por exemplo, eram reajustados mais de uma vez ao dia. Nessa mesma época, a 
criação de diferentes moedas era tentada para se conter o caos da inflação e 
diversos planos econômicos tentavam dar uma solução definitiva para a questão. 
No ano de 1994, o “Plano Real” propôs um projeto de reestruturação da 
economia nacional baseado em uma nova moeda que levava o mesmo nome do 
plano. A partir de então, os níveis inflacionários de nossa economia, excetuado 
alguns momentos de crise momentânea, passaram a alcançar níveis suportáveis 
ao desenvolvimento e o custo de vida de uma considerável parcela dos 
trabalhadores. Desde então, a economia nacional deu sinas de amadurecimento, 
a inflação se transformou em uma fera domável e o Brasil hoje busca a condição 
de “nação emergente”. 
Depois dos anos 2000, desenvolveu-se um consenso no qual o tripé superávit 
primário, taxas de câmbio flutuante e regime monetário de metas de inflação 
(RMMI) pareceu hegemônico na política macroeconômica defendida pela 
ortodoxia. Esse consenso de política ficou conhecido como novo consenso de 
política monetária (NCP) e também ficaria conhecido como modelo 2000. É 
nesse contexto que o debate da relação entre câmbio e preços se torna relevante 
para a economia brasileira, na medida em que a taxa de câmbio é um 
componente de custo associado à inserção externa na economia. O debate 
sobre a relação entre câmbio e preços vem adquirindo relevo nas últimas 
décadas, verificando-se uma ampla gama de estudos que se preocupam com 
este tema. Historicamente, pode-se observar que os precursores do estudo da 
relação entre câmbio e preços tiveram inspiração nas teorias da paridade do 
poder de compra, a exemplo de Cassel que as utilizou como meio para 
restabelecer a paridade relativa do ouro. Posteriormente, na década de 1970, os 
estudos da relação entre câmbio e preços foram usados para testar o 
fundamento monetarista da paridade do poder de compra e da lei do preço único, 
como também pelo desejo de se avaliar os impactos da desvalorização da taxa 
de câmbio sobre o balanço de transações correntes e a inflação doméstica. O 
interesse era avaliar se uma desvalorização da taxa de câmbio estimularia as 
exportações em detrimento das importações, levando a um melhor resultado na 
balança comercial e, consequentemente, no balanço de pagamentos. Essa 
situação ficou conhecida na literatura como condição Marshall-Lerner, segundo 
a qual uma desvalorização melhoraria a condição da balança comercial de um 
país se a soma das elasticidades da demanda por importação e exportação 
excedesse a unidade. A problemática do presente trabalho se traduz na seguinte 
pergunta: qual a contribuição de um componente de custo associado à inserção 
externa da economia brasileira dentro desse modelo 2000 para o processo 
inflacionário da economia brasileira? A justificativa para o presente trabalho se 
refere à importância de estudar o componente de custo associado à inserção 
externa na economia na medida em que a taxa de câmbio influi de forma 
positiva/negativa na formação de preços das empresas quando ocorrem 
depreciações/apreciações da taxa de câmbio. Dessa forma, numa estrutura de 
mercado oligopolizada, a taxa de câmbio funciona como um canal de 
transmissão da política monetária, o qual Modenesi, Pires-Alves e Martins (2012) 
denominaram de canal câmbio-custo. 
O processo inflacionário brasileiro é complexo e a estabilidade de preços não 
deve passar somente por medidas de contenção da demanda em detrimento do 
crescimento econômico e emprego. Essa complexidade do processo 
inflacionário brasileiro passa por fatores de ordem estrutural, que se referem à 
falta de infraestrutura básica para o escoamento e barateamento da produção, 
como rodovias, hidrovias, ferrovias e aeroportos; a estrutura tributária 
inadequada, com impostos elevados que oneram o setor produtivo; a estrutura 
de mercado oligopolizada, em que os agentes econômicos (empresas) são 
capazes de manter seu markup ao repassarpreços devido ao caráter 
oligopolizado. Uma breve análise do processo inflacionário do Brasil: sua origem, 
característica e peculiaridades economia, refletido na fraca concorrência entre 
os setores e fragilidades dos órgãos reguladores e na pouca diversificação e 
primarização da pauta de exportações. As oscilações dos preços das 
commodities agrícolas têm grande impacto na economia, devido às flutuações 
das taxas de câmbio. Por outro lado, a não desindexação total da economia, 
refletida na política de ajustes anuais do salário mínimo, e o surgimento de uma 
nova classe C, que provoca uma pressão de demanda por bens e serviços não 
acompanhada por um aumento da oferta, fortalecem o aumento persistente no 
setor de bens não tradeables, como o setor de serviços, a indexação dos 
contratos de serviços como telefonia, energia, aluguel, passagens rodoviárias. 
Contribuem, assim, para um processo crescente e persistente do processo 
inflacionário. A teoria quantitativa da moeda e sua reformulação por Friedman 
(1956), foi observada, assim como o quantitativismo de Wicksell ([1911] 1986), 
em que a inflação é tratada como decorrente de pressão de demanda e dessa 
forma deveria buscar a estabilidade de preços através de medidas de controle 
de demanda. Por outro lado, Keynes ([1936] 1982) e os pós-keynesianos davam 
ênfase aos custos de produção como fontes do processo inflacionário, 
considerando a inflação como decorrente de retornos decrescentes de escala, 
inflação salarial, inflação de lucro e inflação importada. Particularmente para o 
caso brasileiro, no arcabouço teórico do modelo 2000, como apresentado por 
Hermann (2004), a flexibilidade da taxa de câmbio é um importante componente 
de custos associado à inserção externa da economia, e dadas as características 
da estrutura de mercado no Brasil – segmentada, com discriminação de preços 
em razão de seu caráter oligopolizado –, buscou-se dar ênfase à taxa de câmbio 
como componente importante do custo na formação de preços da economia 
brasileira. Variações das taxas de câmbio (apreciação ou depreciação) 
provocam uma variação no nível de preços, devido a mudanças nos preços de 
insumos e bens de capital importados, aumentando o custo de produção, todavia 
esse repasse cambial não é completo, como afirmam Goldberg e Knetter (1997), 
pois depende da capacidade dessas empresas de repassar custos. Assim, cada 
setor terá um efeito diferenciado decorrente de uma variação da taxa de câmbio, 
e esses efeitos vão depender das características de cada setor, como o grau de 
substituição e a elasticidade-preço da demanda de seus produtos. 
 
Referências 
 
KRUGMAN, P. Pricing to market when exchange rate changes. Working Paper, 
n. 1926. Cambridge: NBER, 1986. 
HERMANN, J. O trade off do crescimento no Brasil nos anos 1990-2000: 
análise crítica e alternativas de política monetária. Revista Econômica, v. 6, n. 
2, p. 261-289, dez. 2004. 
https://www.capitalresearch.com.br/blog/investimentos/significado-de-inflacao/ 
http://www.cadernosdodesenvolvimento.org.br/ojs-
2.4.8/index.php/cdes/article/view/41 
MODENESI, A. Regimes monetários. 1 ed. Barueri: Manole, 2005. 
https://brasilescola.uol.com.br/historia/inflacao-no-brasil.htm

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