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FACULDADE DE ENGENHARIA LUCAS GONÇALVES VARGAS COMPARATIVO DE DESEMPENHO ENTRE ARGAMASSA CONVENCIONAL E ARGAMASSA MODIFICADA COM USO DE FIBRAS DE POLITEREFTALATO DE ETILENO EM SUBSTITUIÇÃO PARCIAL AO AGREGADO MIÚDO – REVISÃO DA LITERATURA PORTO ALEGRE 2020 LUCAS GONÇALVES VARGAS COMPARATIVO DE DESEMPENHO ENTRE ARGAMASSA CONVENCIONAL E ARGAMASSA MODIFICADA COM USO DE FIBRAS DE POLITEREFTALATO DE ETILENO EM SUBSTITUIÇÃO PARCIAL AO AGREGADO MIÚDO – REVISÃO DA LITERATURA Projeto Final de curso em engenharia apresentado à Faculdade de Engenharia do Centro Universitário Ritter dos Reis, como parte dos requisitos para obtenção do título de Engenheiro Civil. Orientador: Prof. MSc. Eduardo Pachla. PORTO ALEGRE 2020 DEDICATÓRIA Dedico este trabalho à minha família pelo apoio ao longo desta jornada, pelos abraços aconchegantes e pelas palavras que acalentaram meu coração. AGRADECIMENTOS Agradeço a Deus pela saúde, resiliência e pela coragem para enfrentar minhas limitações neste desafio. A minha mãe Adriana, pelo amor incondicional, onipresença e por sempre acreditar na minha capacidade. Aos meus irmãos Leonardo e Adrielle, pelo amor incondicional, pelo respeito e representatividade que exerço em suas vidas. Aos meus bisavós Roberto e Leonelina, pelos momentos eternizados em minhas lembranças, pelo incentivo em buscar o conhecimento e por mostrar-me que a educação transforma o ser humano. Espero que estejam orgulhosos. A minha namorada Camila, pelo seu amor, companheirismo e amizade, nada disso seria possível sem você ao meu lado. A minha avó Neusa, pelo seu amor, e pelo auxílio nos momentos em que minha mãe e irmãos mais precisamos. Ao meu pai Marco Aurélio Vargas, pelo auxílio nos momentos em que precisei, e pela emoção de quando entrei na faculdade. Ao meu amigo John Maciel, pela sua amizade, companheirismo, e todos momentos que compartilhamos dentro e fora da faculdade. Aos demais amigos e colegas, pelos momentos de descontração, horas de estudo e apoio nas horas que mais precisei. Ao meu orientador, pela disponibilidade, dedicação e ensinamentos transmitidos e todo auxílio prestado para viabilizar esse trabalho. E, por fim, a todas as demais pessoas que de alguma forma ajudaram a tornar este sonho em realidade. RESUMO A reutilização dos materiais reciclados apresenta inúmeros benefícios ambientais e econômicos para a sociedade. Esta pesquisa de revisão bibliográfica tem como finalidade analisar a metodologia e os resultados dos ensaios técnicos das propriedades mecânicas e físicas das argamassas compostas parcialmente por fibras de garrafa PET. Ao comparar os resultados obtidos nota-se que conforme foi realizado o aumento da quantidade de resíduos de PET em relação à substituição do agregado miúdo na argamassa ocorreu também à diminuição na resistência a compressão axial obtida em quase todos os ensaios realizados. Com relação a plasticidade, observou-se que quanto maior a porcentagem de substituição da areia natural por flocos de PET, menor é o valor do abatimento no ensaio do tronco de cone. A substituição, de areia natural por flocos de PET na produção de concretos, demonstrou ser possível para substituições até 30%, no traço em volume. O ensaio de absorção mostrou que quanto maior a adição de PET resultou em uma maior absorção de água do corpo de prova após a imersão do mesmo, isso devido ao aumento do índice de vazios. A utilização da resina PET e a razão PET para Glicol, a cura a seco em forno mostra um positivo impacto na resistência à compressão e flexão com um dia de idade de cura em comparação com o normal espécime. Isso significa que a resina PET pode ser usada nas aplicações onde a força inicial é necessária. Palavras-Chave: argamassa; sustentabilidade; agregado miúdo; areia; PET; ensaios mecânicos; tratamento da fibra; ‘’ Educação não transforma o mundo. Educação muda às pessoas. Pessoas transformam o mundo. ’’ Paulo Freire LISTA DE FIGURAS Figura 1: Ciclo da Cal. ............................................................................................... 16 Figura 2: Argamassa de assentamento na alvenaria. ............................................... 20 Figura 3: Alternativas de revestimento aplicadas ao substrato. ................................ 21 Figura 4: Aplicação do chapisco tradicional, rolado e industrial. ............................... 22 Figura 5: Definição de espessura e aplainamento do emboço. ................................. 22 Figura 6: Acabamento, umedecimento e nivelamento do reboco. ............................ 23 Figura 7: Aplicação do reboco paulista. .................................................................... 23 Figura 8: Monômetro, Mero e Polímero. .................................................................... 26 Figura 9: Resíduo Plástico no Oceano Pacífico. ....................................................... 29 Figura 10: Resíduos poliméricos descartados no Brasil. ........................................... 31 Figura 11: 1° Etapa do Processo de Moagem do PET. ............................................. 31 Figura 12: 2° Etapa do Processo de Moagem do PET. ............................................. 32 Figura 13: Fibras recicladas do PET. ........................................................................ 33 Figura 14: Absorção de água por imersão - 20% PET. ............................................. 45 Figura 15: Absorção de água por imersão - 30% PET. ............................................. 46 Figura 16: Resultados do ensaio de Resistência à Compressão. ............................. 49 Figura 17: Curvas de tensão-deformação compressiva. ........................................... 53 Figura 18: Partículas PET não irradiadas e irradiadas. ............................................. 54 Figura 19: Índices de consistência padrão e solidez. ................................................ 55 Figura 20: Índices dos ensaios a compressão. ......................................................... 56 Figura 21: Índices dos ensaios de resistência à tração. ............................................ 56 Figura 22: Interação das nano fibras e a agregados. ................................................ 57 Figura 23: Índices dos ensaios a resistência à compressão. .................................... 58 Figura 24: Índices dos ensaios a resistência à flexão. .............................................. 58 Figura 25: Índices de porosidade para cada teor de PET. ........................................ 59 Figura 26: Índices de penetração de água e absorção capilar. ................................. 60 Figura 27: Variação dos valores da contração por secagem. ................................... 61 LISTA DE GRÁFICOS Gráfico 1: Curva Tensão x Deformação dos Polímeros ............................................ 26 Gráfico 2: Aumento da utilização de PET no Brasil ................................................... 29 Gráfico 3: Resíduos Poliméricos no Brasil. ............................................................... 30 LISTA DE QUADROS Quadro 1: Propriedades da argamassa no estado fresco. ........................................ 10 Quadro 2: Propriedades da Argamassa no seu Estado Endurecido. ........................ 11 Quadro 3: Indicações para cada tipo de CimentoPortland. ...................................... 13 Quadro 4: Granulometria da Areia ............................................................................ 17 Quadro 5: Traços indicados por entidades normalizadoras. ..................................... 24 Quadro 6: Características Químicas do PET............................................................. 27 LISTA DE TABELAS Tabela 1: Relação argamassa e cal. ......................................................................... 15 Tabela 2: Especificações Granulométricas da Areia ................................................. 17 Tabela 3: Classificação das argamassas conforme suas funções. ........................... 19 Tabela 4: Ensaios para o Cimento. ........................................................................... 25 Tabela 5: Ensaios para a Cal Virgem e Cal Hidratada. ............................................. 25 Tabela 6: Ensaio para Areia. ..................................................................................... 25 Tabela 7: Banco de dados utilizados na pesquisa dos artigos científicos. ................ 33 Tabela 8: Títulos, autores e data de publicação dos artigos selecionados. .............. 34 Tabela 9: Materiais utilizados nos experimentos. ...................................................... 37 Tabela 10: Traço dos agregados. .............................................................................. 38 Tabela 11: Ensaios técnicos e normas. ..................................................................... 41 Tabela 12: Trabalhabilidade conforme teor de PET .................................................. 43 Tabela 13: Compressão axial e diametral conforme teor de PET. ............................ 43 Tabela 14: Percentual de absorção de água. ............................................................ 44 Tabela 15: Índices dos ensaios mecânicos. .............................................................. 44 Tabela 16: Resistência à compressão com 0,4% de PET. ........................................ 45 Tabela 17: Resistencia a compressão com 0,6% de PET. ........................................ 45 Tabela 18: Percentual de absorção de água. ............................................................ 47 Tabela 19: Valores dos ensaios mecânicos. ............................................................. 47 Tabela 20: Índices dos ensaios á compressão axial. ................................................ 49 Tabela 21: Valores obtidos nos ensaios técnicos. ..................................................... 50 Tabela 22: Valores dos ensaios nas respectivas idades de cura. ............................. 51 Tabela 23: Resistências à compressão das argamassas. ........................................ 52 Tabela 24: Resistências à flexão das argamassas. .................................................. 52 Tabela 25: Porcentagens de melhoria de cada propriedade mecânica. .................... 54 LISTA DE SIGLAS ABIPET Associação Brasileira da Indústria do PET ABNT Associação Brasileira de Normas Técnicas A/C relação água cimento ASTM Sociedade Americana de Testes de Materiais CP corpo de prova CP I cimento Portland I CP II cimento Portland II CP II F cimento Portland II Fíler CP II Z cimento Portland II Pozolona CP III cimento Portland Iii CP IV cimento Portland IV CP V cimento Portland I DEG dietilenoglicol DNPM Departamento Nacional de Produção Mineral EN Norma Europeia FTIR Espectroscopia de Infravermelho com Transformada Fourier g grama gPa giga Pascal kgf quilograma força kGy quilograma Gray mm milímetro ml mililitro MPa mega Pascal MEV Microscopia eletrônica de varredura MF formaldeido melanina NBR Norma Brasileira NM Norma Mercosul PAN poliacrilanitrila PC policarbonato PE polietileno PEAD poliestileno de alta densidade PEBD poliestileno de baixa densidade PET tereftalato de etileno PMMA poli metilmetacrilato PP polipropileno PS poliestireno PVC poli cloreto de vinila RCD resíduo contrução e demolição % símbolo de porcentagem XVIII dezoito em romano XIX dezenove em romano °C Celsius cm² centímetro quadrado cm³ centímetro ao cubo CaO óxido de cálcio CH3COOH ácido acético glacial C10H8O4 tereftalato de polietileno HCI ácido clorídrico HNO3 ácido nítrico H2SO4 ácido sulfúrico MgO óxido de magnésio S1O2 dióxido de silício NaOH hidróxido de sódio Sumário 1. INTRODUÇÃO 4 1.1 PROBLEMA DE PESQUISA 5 1.2 OBJETIVOS DA PESQUISA 5 1.2.1 Objetivo Geral 6 1.2.2 Objetivos Específicos 6 1.3 JUSTIFICATIVA 6 1.4 LIMITAÇÃO 8 1.5 ESTRUTURA DO TRABALHO 8 2. REVISÃO DE LITERATURA 9 2.1 ARGAMASSAS 9 2.1.1 Propriedades no Estado Fresco 10 2.1.2 Propriedade no Estado Endurecido 11 2.2 COMPONENTES DA ARGAMASSA 12 2.2.1 Cimento Portland (Aglomerante) 12 2.2.2 Cal (Aglomerante) 14 2.2.3 Areia (Inerte) 16 2.2.4 Aditivos Químicos 18 2.2.5 Água 18 2.3 CLASSIFICAÇÃO DAS ARGAMASSAS 19 2.3.1 Argamassa Assentamento 19 2.3.2 Argamassa de Revestimento 20 2.3.3 Tipos De Revestimento 21 2.3.3.1 Chapisco 21 2.3.3.2 Emboço 22 2.3.3.3 Reboco 22 2.3.3.4 Camada Única 23 2.4 DOSAGEM DA ARGAMASSA 24 2.5 PARÂMETROS TÉCNICOS DOS AGREGADOS 24 2.6 MATERIAIS POLIMÉRICOS 25 2.6.1 Comportamento Mecânico do Polímero 26 2.6.2 Politereftalato de Etileno (PET) 27 2.7 SUSTENTABILIDADE NA CONSTRUÇÃO CIVIL 28 2.7.1 Resíduos PET 29 2.7.2 Reaproveitamento do Material PET 30 2.7.3 Flake e Areia de PET 31 3. METODOLOGIA DA REVISÃO BIBLIOGRÁFICA 33 3.1 MATERIAIS E ENSAIOS TÉCNICOS 35 3.1.2 Materiais Agregados 35 3.1.3 Tipologia dos Ensaios Técnicos 38 4 RESULTADOS E DISCUSSÕES 43 5 CONCLUSÕES E SUGESTÕES PARA TRABALHOS FUTUROS 62 REFERÊNCIAS 65 4 1. INTRODUÇÃO Os índices atuais evidenciam planejamentos ineficientes no tocante à preservação do meio ambiente em relação à exploração ininterrupta de matéria. Pesquisas indicam que apenas 13% dos resíduos sólidos produzidos diariamente pelas indústrias e comércios são reaproveitados e retornam para a sociedade com uma nova finalidade (ABRELPE, 2017). O descarte desordenado dos resíduos plásticos acende o sinal de alerta para o desenvolvimento de novas técnicas para reutilizá-los. A construção civil necessita atender essas diretrizes relacionadas ao desenvolvimento sustentável, buscando inserir materiais recicláveis na concepção de novos materiais. Satapathy et.al (2008) indica que a adição de fibras sintéticas em diferentes classes de materiais como cerâmicos e polímeros surge como uma boa opção para o processo de reciclagem dos resíduos. A reutilização das fibras de PET como fase reforçadora em materiais poliméricos tem sido uma maneira eficiente para substituir parcialmente a areia, que desempenha a função do agregado miúdo. Silva et. al (2005) alega que existem aplicações para resíduos plásticos nos materiais argamassados, tornando-os, um material alternativo e ecológico para a construção civil. O objetivo da utilização dos materiais reciclados, como a garrafa PET, é gerar inúmeros benefícios ambientais e econômicos, tendo em vista que diminuem a extração abusiva de recursos naturais, além de diminuir a poluição e redução de gastos com programas de recuperação de zonas afetadas (LAGARES, 2010). Segundo Silva et. al (2009), o descarte de garrafas PET representa um grande percentual dos resíduos produzidos pela sociedade, contribuindo negativamente para os impactos ambientais nas principais metrópoles mundiais. Nos centros urbanos esta calamidade torna-se ainda mais significativa,contribuindo diretamente para os alagamentos e as enchentes, devido ao descarte inadequado que obstrui as redes de escoamento. Os materiais plásticos figuram papel de protagonismo para a indústria e comércio, devido ao seu baixo custo de fabricação, e de antagonismo para o meio ambiente pelo seu tempo de degradação. Para minimizar estes problemas, buscou-se a implementação de novos conceitos e metodologias aplicáveis para os materiais de construção, principalmente 5 para a produção de argamassas. Portanto, foi idealizada a adição dos materiais plásticos de garrafas PET no formato de areia de PET ou flakes como agregado da argamassa. O derivado em forma de flocos é conhecido comercialmente por flakes e possui dimensões de oito a doze milímetros. O derivado em forma de pó possui dimensões de até dois milímetros, assemelhando-se ao agregado miúdo da areia natural. A utilização destes materiais reciclados do PET em substituição parcial da areia vem sendo amplamente recomendado para o cenário da construção civil por ser produto abundante e de baixo custo. Ainda assim, estas medidas visam atender as prerrogativas ambientais, minimizando a extração abusiva, os processos erosivos, assoreamento e diminuição da pressão sobre os lençóis de água subterrâneos (CANELLAS, 2005). A argamassa sustentável, utilizando flakes e pó de PET, pretende manter suas principais propriedades de aderência e endurecimento. Todavia, o material deve apresentar uma mistura homogênea de um ou mais aglomerantes, agregado miúdo (areia) e água, podendo conter ainda aditivos e adições minerais. Sua aplicabilidade contempla o assentamento de alvenaria, revestimento de parede, contrapisos e o rejuntamento de revestimentos cerâmicos (CARASEK, 2010). Esta pesquisa pretende verificar a viabilidade da modificação das argamassas convencionais por substituição parcial da areia natural por fibras de politereftalato de etileno (PET) em forma de pó. Neste viés tecnológico e socioambiental o estudo visa atender as demandas sociais, colaborando para o desenvolvimento de materiais sustentáveis e econômicos através de análises da literatura atual. 1.1 PROBLEMA DE PESQUISA O que a literatura apresenta de resultados acerca do uso de resíduo moído de politereftalato de etileno (PET) na argamassa em relação à quantidade de PET utilizada e a propriedades físico-químicas? 1.2 OBJETIVOS DA PESQUISA Os objetivos gerais e específicos são apresentados a seguir. 6 1.2.1 Objetivo Geral Avaliar a viabilidade da utilização de agregado miúdo reciclado de PET em substituição parcial ao agregado miúdo natural em argamassas convencionais frente as suas propriedades mecânicas através de revisão de pesquisas já realizadas acerca deste tema. 1.2.2 Objetivos Específicos Os objetivos específicos dessa pesquisa são: Pesquisar as propriedades físicas das argamassas convencionais; Pesquisar as propriedades físicas de argamassas produzidas utilizando areia e flake de PET; Comparar e avaliar os resultados obtidos em pesquisas científicas com argamassas modificadas; Analisar os melhores resultados obtidos e definir traços que obtiveram bons desempenhos. 1.3 JUSTIFICATIVA O atual problema enfrentado pelos governantes e órgãos de proteção ambiental é o destino dos resíduos plásticos. Nos centros urbanos grandes partes destes materiais não passam por nenhum processo de reciclagem e acabam tornando-se um grande problema ambiental. A reutilização desse material pode contribuir de maneira crucial na redução dos problemas ambientais além de reduzir os custos nos processos da construção civil (PIETROBELLI, 2010). Plastivida (2011) demonstra que a indústria da construção civil consome 16% dos produtos das recicladoras de materiais plásticos, o polietileno tereftalato (PET) possui o maior índice de reciclagem do plástico. A importância do reuso dos materiais plásticos nas etapas construtivas indicam um caminho sustentável para esta demanda mundial, reduzindo seu acúmulo nos aterros sanitários, uma vez sua degradação leva em média quatrocentos anos. Outro fator a ser considerado é a exploração abusiva dos recursos naturais não renováveis, o volume retirado de areia natural está acima do recomendável, 7 contribuindo diretamente na alteração morfológica e degradação de rios e lagos. Conforme o DNPM (2015) a extração brasileira de areia no ano de 2014 foi de 391.765 mil toneladas. Supondo essa quantidade apenas para produção de argamassa têm-se 195.883 mil toneladas de areia. Admitindo-se uma substituição de 30% de areia, por flocos de PET, reutilizaria 58.775 mil toneladas de PET. A inserção deste produto resultaria em benefícios ambientais e socioeconômicos Cada vez mais se faz necessário à utilização de agregados reciclados de resíduos sólidos seja pela redução de impactos ambientais gerados por esses tipos de materiais e pela redução dos custos (PIETROBELLI, 2010). A incorporação do uso de agregados reciclados no concreto e argamassas seja um procedimento recente, porém é muito importante a realização de pesquisas e testes práticos, já que são inegáveis os benefícios que este processo proporciona (GONÇALVES 2001). A construção civil necessita da utilização de materiais extraídos do meio ambiente, desencadeando inúmeros efeitos negativos. Atualmente muitas técnicas para a utilização de materiais menos agressores ao meio ambiente e de mais baixo custo está sendo aplicadas nas construções, estando entre essas técnicas, à utilização de resíduos reciclados (CORÓ, 2002). Almeida et al. (2004), propõe a utilização de um resíduo conhecido como areia de PET, que possui granulometria de 2,4 mm, em substituição à areia natural extraída de rios, para o preparo de concretos e argamassas convencionais, observando-se a trabalhabilidade, a densidade e a resistência à compressão. Estudos recentes recomendam o uso deste material para valores abaixo de 30%. Desta forma observa-se que a substituição da areia por agregado plástico na confecção de concretos e argamassas testados para 3, 7, 14 e 28 dias. No aspecto econômico, a reciclagem proporciona a oportunidade de renda para as cooperativistas que trabalham com a reciclagem. A reutilização do PET na composição das argamassas convencionais reduz consideravelmente o consumo de areia natural, mantendo a similaridade dos índices de desempenho e diminuindo o custo de produção deste material argamassado. Diante do ensejo de novas propostas de materiais sustentáveis para a construção civil, desde que mantenham desempenho recomendado por normativas 8 e possua baixo custo de produção, esta pesquisa verificará a viabilidade da substituição parcial de agregado reciclado de PET pelo agregado miúdo natural. 1.4 LIMITAÇÃO Neste trabalho foram adotados alguns parâmetros para delimitar a pesquisa sobre as possibilidades de utilização de resíduos de PET em substituição aos agregados convencionais da argamassa os quais são: Argamassas revestimento e assentamento; Agregado miúdo (areia natural); Flakes e Areia de Politeraftalato de Etileno; Artigos nacionais e internacionais relevantes para o tema. 1.5 ESTRUTURA DO TRABALHO O presente trabalho está dividido em seis capítulos: O capítulo 1 contempla a Introdução, que é composta pelos seguintes subitens: Problema de Pesquisa; Objetivos; Justificativa; Metodologia; e Estrutura do Trabalho. O capítulo 2 apresenta a Revisão Literária sobre a argamassa, suas características, propriedades e seus agregados, sobre os resíduos provenientes do PET, em substituição parcial do agregado miúdo, parâmetros técnicos e o uso de reciclados de PET na construção civil. O capítulo 3 consiste na apresentação dos Procedimentos Metodológicos, a análise crítica será feita com base no cruzamento de informaçõesde referências teóricas publicadas em artigos científicos. No capítulo 4 é apresentada a discussão dos Resultados onde se verifica o atendimento de resultados esperados. O capítulo 5 relata as Conclusões gerais decorrentes do desenvolvimento da pesquisa, bem como propostas de temas de desenvolvimento futuro de forma a complementar a literatura sobre o assunto. 9 Finalmente, é apresentada as Referências Bibliográficas que contribuíram para o desenvolvimento desta pesquisa. 2. REVISÃO DE LITERATURA Neste capítulo é apresentado um breve histórico da empregabilidade dos materiais argamassados, bem como as definições conceituais de seus agregados e a caracterização das suas propriedades mecânicas. Em seguida, discorre-se sobre as questões sustentáveis atreladas aos resíduos de garrafa PET, os processos de reaproveitamento e a sua inserção como agregado miúdo na argamassa sustentável. 2.1 ARGAMASSAS As argamassas são materiais de construção com propriedades de aderência e endurecimento, obtidos a partir de uma mistura homogênea de agregados inorgânicos e água, podendo conter aditivos, com propriedades de aderência e endurecimento, podendo ser dosada em obra ou instalações próprias (CARASEK 2017). Para que uma argamassa seja considerada de qualidade deve preencher alguns requisitos básicos, as principais são: plasticidade, aderência no estado fresco e endurecido, ausência de fissuras, resistência à compressão (SANTOS 2008). Segundo Sabbatini (1986), os componentes utilizados na argamassa são agrupados em: inertes, função em dar volume à argamassa (areia); aglomerantes: ligar os elementos, dar plasticidade e dar resistência (cimento e cal) e aditivos: substituir elementos e melhorar suas propriedades e água. O material argamassado deve apresentar as seguintes propriedades: • Trabalhabilidade: consistência, plasticidade e coesão; • Capacidade de retenção de água: capacidade suficiente para não prejudicar suas outras funções; • Adquirir rapidamente resistência; após o assentamento das unidades para resistir aos esforços que possam atuar durante o assentamento das alvenarias; • Desenvolver resistência adequada: adequada para não comprometer a alvenaria da qual faz parte; 10 • Capacidade de absorver deformações: quanto menor for o módulo de elasticidade, maior a capacidade de absorver deformações; • Resiliência: capacidade de se deformar sem apresentar ruptura e de retornar à dimensão original quando cessam essas solicitações; • Aderência: aderência às unidades, para resistir a esforços e de possuir estanqueidade a água de chuva (estado endurecido). As argamassas são materiais de construção com características como: rugosidade, aderência, resistência mecânica, porosidade, estanqueidade. Apresentam ainda, propriedades especificas no estado fresco e endurecido. 2.1.1 Propriedades no Estado Fresco Segundo Leal (2013) as propriedades da argamassa no estado fresco são avaliadas pela consistência da trabalhabilidade, coesão, tixotropia, plasticidade, retenção de água, massa específica e adesão inicial. Essas propriedades mecânicas e definições conceituais estão representadas no Quadro 1. Quadro 1: Propriedades da argamassa no estado fresco. Propriedades Definições Trabalhabilidade Grau de facilidade com que a argamassa pode ser preparada e aplicada na obra; Teor em ar Porção de ar contido na argamassa; Consistência Capacidade em manter fluidez ao longo do tempo; Tixotropia Capacidade de ganhar consistência de modo rápido em repouso; Autorregularização Aptidão em se aplicar a uma superfície lisa; Poder Molhante Capacidade de molhar o suporte associado, facilitando a aderência; Maturação Período entre a preparação da argamassa e a aplicação; Tempo de Vida Intervalo de tempo após a amassadura, durante o qual a argamassa pode ser utilizada; Tempo Aberto Intervalo de tempo máximo para a aplicação; Ajustabilidade Intervalo de tempo máximo para corrigir a aplicação, sem perder suas propriedades mecânicas; Tempo de Presa Período que a argamassa começa a endurecer, neste período torna-se pouco sensível a água; Endurecimento Intervalo de tempo necessário para que aumente a sua resistência; Aplicação por Passos Aplicação de uma camada de argamassa sobre a anterior, antes de a primeira terminar a presa; Compactação Método manual e mecânico para ampliar a sua resistência; Retenção de Água Aptidão hidráulica de reter a água na amassadura, quando exposta a sucção do suporte; Coesão Forças de tração entre as partículas sólidas da argamassa e as ligações químicas da pasta ligante; 11 Plasticidade Propriedade de manter a deformação, após a redução do esforço de deformação; Massa Especifica Volume de material sólido não considerando os vazios; Adesão Inicial Comportamento do conjunto suporte/argamassa, condicionado a trabalhabilidade, porosidade e rugosidade; Fonte: Adaptado de Lourenci, 2003. 2.1.2 Propriedade no Estado Endurecido Leal (2013) descreve que no estado endurecido, o desempenho da argamassa está relacionado na sua interação com a base onde será aplicada. Essas propriedades mecânicas estão representadas no Quadro 2. Quadro 2: Propriedades da Argamassa no seu Estado Endurecido. Propriedades Definições Trabalhabilidade Facilidade com que a argamassa pode ser preparada e aplicada; Teor em ar Porção de ar contido na argamassa; Consistência Capacidade em manter fluidez ao longo do tempo; Tixotropia Capacidade de ganhar consistência de modo rápido em repouso; Autorregularização Aptidão em se aplicar a uma superfície lisa; Poder Molhante Capacidade de molhar o suporte associado, facilitando a aderência; Maturação Período entre a preparação da argamassa e a aplicação; Tempo de Vida Intervalo de tempo após a amassadura, durante o qual a argamassa pode ser utilizada; Tempo Aberto Intervalo de tempo máximo para a aplicação; Ajustabilidade Intervalo de tempo máximo para corrigir a aplicação, sem perder suas propriedades mecânicas; Tempo de Presa Período que a argamassa começa a endurecer, neste período torna-se pouco sensível a água; Endurecimento Intervalo de tempo necessário para que aumente a sua resistência; Aplicação por Passos Aplicação de uma camada de argamassa sobre a anterior, antes de a primeira terminar a presa; Compactação Método manual e mecânico para ampliar a sua resistência; Retenção de Água Aptidão hidráulica de reter a água na amassadura, quando exposta a sucção do suporte; Coesão Forças de tração entre as partículas sólidas da argamassa e as ligações químicas da pasta ligante; Plasticidade Propriedade de manter a deformação, após a redução do esforço de deformação; Massa Especifica Volume de material sólido não considerando os vazios; Adesão Inicial Comportamento do conjunto suporte/argamassa, condicionado a trabalhabilidade, porosidade e rugosidade; Fonte: Adaptado de Lourenci, 2003. 12 2.2 COMPONENTES DA ARGAMASSA A argamassa é constituída de um ou mais aglomerantes, agregado miúdo e água, podendo ainda conter adições e aditivos. São agrupadas de acordo com número de aglomerantes, consistência, plasticidade e forma de preparo ou fornecimento. Mesmo com o grande volume de uso deste material, suas especificações imprecisas desencadeiam uma série de manifestações patológicas que podem diminuir a vida útil da edificação (CARASEK, 2010). 2.2.1 Cimento Portland (Aglomerante) O cimento é um aglomerante responsável pela ligação das partículas soltas da massa e pelas propriedades mecânicas. O cimento Portland é caracterizado como um pó fino de origem mineral originado da calcinação de misturas de argila e calcário submetidas à alta temperatura, denominadas “clínquer” mais adições. Sendo que as adições mais comuns são: escória de alto-forno,matérias pozolânicos, gesso e materiais carbonáticos. Segundo Ribeiro et. al (2002), o cimento contribui para a resistência mecânica do revestimento, auxiliando na retenção de água, na plasticidade e melhora na aderência ao substrato, porém quanto maior a quantidade de cimento maior será a retração. Os principais tipos de cimento Portland são: Cimento Portland Comum (CP I); Cimento Portland Composto (CP II) - com adições de escória de alto forno, pozolana e filler; Cimento Portland de Alto-Forno (CP III) - com adição de escória de alto-forno e baixo calor de hidratação; Cimento Portland Pozolânico (CP IV) - com adição de pozolana e baixo calor de hidratação; Cimento Portland de Alta Resistência Inicial (CP V) - proporções de silicato tricálcico, alta resistência inicial e alto calor de hidratação. Segundo Silva 2006 para a confecção de argamassas o cimento mais indicado é o Portland CP II Z (com adição de material pozolânico) ou CP II F (com adição de material carbonático – filer). O Quadro 3 indica o tipo de cimento deve ser utilizado para a atividade específica. 13 Quadro 3: Indicações para cada tipo de Cimento Portland. Aplicação Cimentos Portland CP I CP II CP III CP IV CP V CPB Elementos pré-moldados de concreto, cura por aspersão de água Elementos pré-moldados de concreto para desforma rápida, cura por aspersão de água Elementos pré-moldados de concreto para desforma rápida, cura térmica Pavimento de concreto simples ou armado Pisos industriais de concreto Concreto arquitetônico Argamassa armada Solo Cimento Argamassa e concretos em meios agressivos Concreto massa Concreto com agregados reativos Argamassa de revestimento e assentamento de tijolos e blocos Argamassa de assentamento de azulejos e ladrilhos Argamassa de rejuntamento de azulejos e ladrilhos Concreto simples Concreto magro Concreto armado Concreto protendido (pré-tensão) Concreto protendido (pós-tensão) Concreto armado para desforma rápida, cura por aspersão de água Concreto armado para desforma rápida. cura térmica Fonte: Adaptado ABCP, 2002. 14 2.2.2 Cal (Aglomerante) O composto químico óxido de cálcio é um aglomerante resultante da calcinação de rochas calcárias (CaCO3) ou do Dolomito (CaCO3.MgCO3), caracterizado pela variedade de formas, oriundas dos processos naturais, da matéria prima e do processamento empregado. A cal apresenta boas características de retenção de água. Seus cristais possuem grande capacidade de reter a água na superfície de seus grãos com a função de unir os grãos de areia presentes nas argamassas de assentamento e revestimento (OLIVEIRA, 2000a). Segundo Oliveira (2000a) as propriedades da cal que contribuem de forma direta no desempenho dos materiais argamassados são: • Composição Química: a melhor Cal é a que contém maior teor de óxidos totais (CaO + MgO). (teor mínimo de 90% de óxidos totais); • Finura: quanto mais fina, maior será a plasticidade e a capacidade de retenção de água; • Estabilidade: a variação volumétrica da Cal é indesejável. A perda de estabilidade é um indício de hidratação incompleta; • Plasticidade: são mais econômicos (permite maiores teores de areia); • Retenção de água: a argamassa com cal vai ceder água para os elementos da alvenaria de forma gradual. A Tabela 1 apresenta a variação das propriedades das argamassas em função da variação da proporção de utilização de cal na argamassa. 15 Tabela 1: Relação argamassa e cal. Propriedade Aumento de Cal no aglomerante Resistencia a Compressão Decresce Resistencia a Tração Decresce Capacidade de Aderência Decresce Durabilidade Decresce Impermeabilidade Decresce Resistência a altas temperaturas Decresce Resistências iniciais Decresce Retração secagem inicial Cresce Retração de água Cresce Plasticidade Cresce Trabalhabilidade Cresce Resiliência Cresce Módulo de Elasticidade Decresce Retração na secagem reversível Decresce Custo Decresce Fonte: Adaptado de Sabbatini, 1981. Oliveira (2000a) introduz que a cal virgem resulta da calcinação do calcário que contém óxidos de cálcio, possuindo uma formação estrutural porosa e com formatos similares aos dos grãos da rocha original. Neste processo químico, o carbonato de cálcio decompõe-se em óxidos de cálcio e anidridos carbônicos, quando expostos a uma queima de temperatura próxima aos 900Cº. Este material ainda precisa ser hidratado para ser utilizado na construção. Para o preparo da cal virgem indica-se um traço de 2:1 ou 3:1 (dois volumes de água para um de cal ou três volumes de água para um de cal), logo após a sua adição observa-se uma reação exotérmica. Neste instante, o óxido transforma-se em hidróxido, que é o constituinte básico da cal. A operação de hidratação chama-se extinção e denomina-se cal extinta OLIVEIRA (2000a). As propriedades que a cal hidratada apresenta são compreensíveis quando se analisa o ciclo da cal, sendo esta uma série de reações que ocorrem na cal ao longo de sua vida útil. 16 A Figura 1 evidencia este ciclo de reações químicas dando origem a cal virgem, hidratada e cal hidráulica. Figura 1: Ciclo da Cal. Fonte: Junior et al. (2006). A cal aérea é constituída por óxido ou hidróxido de cálcio que apresenta um processo reacionário que endurece gradativamente com o dióxido de carbono (COELHO, 2009). Coelho (2009) acrescenta que a cal hidráulica pode ganhar pega e endurecer quando submerso na água. Recena (2014) explica que a cal nas argamassas tem a finalidade de melhorar as características de desempenho como plasticidade, retenção de água e incorporação de areia que proporcionam maior trabalhabilidade. Devido à finura e leveza dos seus grãos, a cal deve proporcionar fluidez, coesão e retenção de água hidratando e melhorando a trabalhabilidade da argamassa. Este processo ocorre devido a suas partículas quando misturadas com a água, funcionarem como um verdadeiro lubrificante, reduzindo o atrito entre os grãos de areia. Este material deve apresentar capacidade de absorver deformações sujeitas às argamassas, utilizados em paredes ou lajes (COELHO, 2009). 2.2.3 Areia (Inerte) Albuquerque (2000) explica que a areia é um sedimento de grãos cristalinos de origem da desagregação das rochas geológica, composto em grande parte de quartzo (SiO2), com diâmetros na faixa de 0,15 mm a 4,75 mm. Uma das funções da areia é proporcionar à estabilidade, diminuindo a possibilidade do processo de 17 retração. Margalha (2011) inclui que as areias podem ser alocadas em dois grupos: as areias siliciosas e as areias calcárias. A sua classe granulométrica subdivide-se em finas, médias e grossas, conforme representação do Quadro 4. Quadro 4: Granulometria da Areia Tipos de Areia Ø dos grãos em mm Fina 0,15 a 0,6 Média 0,6 a 2,4 Grossa 2,4 a 4,75 Fonte: Adaptado de Bauer (2000) A granulometria interage de forma condicionante nas propriedades da argamassa, um material arenoso desregular e baixa qualidade acomete um grande índice de vazio, que consequentemente aumenta a retração e o custo. A melhor areia para uma argamassa é aquela que apresenta granulometria contínua e com grãos arredondados, com uma menor superfície a ser recoberta e um menor consumo de água e aglomerante. A Tabela 2, representa este comparativo granulométrico.Tabela 2: Especificações Granulométricas da Areia Propriedades Maior o grau de finura Maior a descontinuidade granulométrica Maior o teor de grãos angulados Trabalhabilidade Melhor Pior Pior Retenção de água Melhor Variável Melhor Resiliência Variável Pior Pior Retração de secagem Aumenta Aumenta Variável Porosidade Variável Aumenta Variável Aderência Pior Pior Melhor Resistências Mecânicas Variável Pior Variável Impermeabilidade Pior Pior Variável Fonte: Sabbatini,1998. Recena (2014) afirma que as impurezas presentes na areia aumentam a absorção de água diminuindo os índices de trabalhabilidade. A presença de torrões de argila, matéria orgânica, materiais pulverulentos e carbonosos, prejudicam a aderência da pasta de cimento, desencadeando as manifestações patológicas. Uma das funções da areia é proporcionar à estabilidade de volume, diminuindo o processo de retração. Margalha (2011) enuncia que os atributos como a granulometria, dureza, heterogeneidade dos grãos e porosidade, influenciam no comportamento da 18 argamassa. A utilização da areia fina reduz a porosidade e a absorção da água na mistura, aumentando os índices de resistência e utilização da areia grossa reduz a ocorrência da patologia conhecida como fendilhão. Esta eventualidade afeta a impermeabilização, propiciando a entrada de água e microrganismos que comprometem a durabilidade da argamassa utilizada para reboco e revestimento de alvenaria. 2.2.4 Aditivos Químicos Os aditivos são definidos pela NBR 11768 (ABNT, 2011) como produto adicionado à argamassa para melhorar as suas propriedades no estado fresco e endurecido. Os principais aditivos para são: Redutor de água: reduz a evaporação e exsudação da água presente na argamassa, aumentando a capacidade de retenção de água em relação à sucção da base; Incorporador de ar: forma microbolhas de ar na argamassa melhorando a trabalhabilidade; Retardador de pega: retarda a hidratação do cimento, proporcionando assim maior tempo de utilização; Aumentador de aderência: proporciona aderência química ao substrato; Hidrofungante: confere uma redução na absorção de água por capilaridade. 2.2.5 Água Segundo Guimarães (2002), a água utilizada nas argamassas não pode conter matéria orgânica, (como argila, folhas e materiais oleosos). A quantidade de água deve proporcionar uma boa trabalhabilidade durante sua utilização, sem causar a segregação dos agregados. A água é responsável por ativar as reações químicas do aglomerante, devendo atender certos parâmetros recomendados pelas normas técnicas garantindo a homogeneidade da mistura. 19 2.3 CLASSIFICAÇÃO DAS ARGAMASSAS As argamassas estão divididas em dois grupos: de assentamento e revestimento. Ainda assim, são classificadas conforme o aglomerante, consistência, plasticidade e forma de preparo ou fornecimento. As funções deste material são descritas na Tabela 3. Tabela 3: Classificação das argamassas conforme suas funções. Função Tipos Construção de Alvenarias Argamassa de assentamento (elevação e alvenaria); Argamassa de fixação ou encunhamento (alvenaria e vedação); Revestimento de Paredes e Tetos Argamassa de chapisco; Argamassa de emboço; Argamassa de reboco; Argamassa de camada única; Argamassa de revestimento decorativo; Revestimento de Pisos Argamassa de contrapiso; Argamassa de alta resistência para piso; Revestimento Cerâmico (piso/parede) Argamassa de assentamento e rejuntamento de peças cerâmicas; Recuperação Estruturas Argamassa de reparo. Fonte: Adaptado de Carasek, 2010. 2.3.1 Argamassa Assentamento A argamassa de assentamento é indicada para a elevação de paredes e muros de tijolos ou blocos. Segundo Carasek (2017), suas principais funções das juntas de argamassa na alvenaria são: Unir as unidades de alvenaria, formando um elemento monolítico, contribuindo na resistência aos esforços laterais; 20 Selar as juntas e garantir a estanqueidade da parede quanto à penetração de água das chuvas; Absorver as deformações de origem térmica e as de retração por secagem; Distribuir uniformemente as cargas atuantes na parede por toda a área resistente dos blocos. Carasek (2017) relata que as propriedades necessárias para um desempenho adequado das argamassas de alvenaria são: trabalhabilidade, consistência e plasticidade adequadas ao processo de execução, além de uma elevada retenção de água, aderência; resistência mecânica e capacidade de absorver deformações. A Figura 2 demonstra a interação entre a argamassa de assentamento e os blocos na alvenaria estrutural. Figura 2: Argamassa de assentamento na alvenaria. Fonte: Carasek Adaptado de Gallegos, 1989. 2.3.2 Argamassa de Revestimento A argamassa de revestimento é indicada para revestir paredes, muros e tetos, recebendo posteriormente acabamentos como pintura, cerâmicos e laminados. Segundo Carasek (2017), as principais funções da argamassa de revestimento são: Proteger a alvenaria e a estrutura contra a ação das intempéries de causas naturais, como chuvas e ventos, no caso dos revestimentos externos; 21 Integrar o sistema de vedação, contribuindo com o isolamento térmico, isolamento acústico, estanqueidade à água; Segurança ao fogo e resistência ao desgaste e abalos superficiais. A Figura 3 ilustra as camadas de revestimento da argamassa aplicadas ao substrato: (a)emboço + reboco + pintura; (b) camada única + pintura; (c) revestimento decorativo monocamada (RDM). Figura 3: Alternativas de revestimento aplicadas ao substrato. Fonte: Carasek, 2007. 2.3.3 Tipos De Revestimento Os revestimentos em argamassa são geralmente compostos por três camadas: chapisco, emboço, reboco e camada única. Cada uma delas tem uma função e requer cuidados específicos com relação ao traço e à forma de execução. 2.3.3.1 Chapisco Chapisco é a camada de preparo da base, aplicada de forma contínua ou descontínua, com finalidade de uniformizar a superfície quanto à absorção e melhorar a aderência do revestimento. Seu aspecto é bastante fluido e constituído de cimento e areia grossa que serve de ancoragem para o emboço e a alvenaria (CARASEK, 2017). Existem três tipos de chapisco: tradicional, rolado e o industrializado. A Figura 4 ilustra o chapisco tradicional com aspecto áspero e 22 rugoso, o rolado aplicado rolo para textura acrílica e o industrial aplicado com desempenadeira dentada. Figura 4: Aplicação do chapisco tradicional, rolado e industrial. Fonte: Adaptado ABCP, 2002. 2.3.3.2 Emboço O emboço é a camada de regularização que propicia uma superfície receber outra camada, de reboco ou de revestimento decorativo (CARASEK 2017). O traço usual é composto de argamassa cimento, cal e areia, na proporção de (1:2:8). A Figura 5 demonstra o uso de taliscas e mestras fazer o aplainamento e definir espessuras com uma régua de alumínio com movimentos de baixo para cima. Figura 5: Definição de espessura e aplainamento do emboço. Fonte: Adaptado ABCP, 2002. 2.3.3.3 Reboco O reboco possui a função de vedar o emboço, propiciando uma superfície que permita receber o revestimento decorativo e o acabamento, composto por cimento, 23 cal e areia, com espessura de 5 mm (CARASEK,2017). A Figura 6 demonstra que o reboco deve ser aplicado sobre um emboço rugoso com uma desempenadeira e espuma através de movimentos circulares, processo denominado camurçamento. Figura 6: Acabamento, umedecimento e nivelamento do reboco.Fonte: Elaboração Autoral. 2.3.3.4 Camada Única O revestimento de um único tipo de argamassa aplicado à base, sobre o qual é aplicada uma camada decorativa, também é conhecido por “massa única” ou “reboco paulista”, possuem espessuras que variam de 13 mm a 30 mm. O acabamento pode ser: raspado, alisado, chapiscado ou travertino. O revestimento deve ser reforçado com tela galvanizada nos locais onde há risco previsível de surgimento de fissuras (CARASEK 2017). A Figura 7 ilustra a aplicação deste material. Figura 7: Aplicação do reboco paulista. Fonte: Elaboração Autoral. 24 2.4 DOSAGEM DA ARGAMASSA Carasek (2007) introduz que, diferente do concreto, não existem métodos reconhecidos de dosagem de argamassa por considerarem a função da argamassa menos importante. Segundo a autora, é possível atingir resultados satisfatórios utilizando traços pré-fixados, que foram elaborados por conceituadas instituições, devendo sofrer ajustes conforme as demandas de cada obra. No Quadro 5 observam-se os traços usuais dos materiais argamassados conforme a sua finalidade de uso. Quadro 5: Traços indicados por entidades normalizadoras. Tipo de argamassa Traço em volume Referência Cimento Cal Areia NBR 7200 (ABNT 1982) Revestimento de paredes internas e fachada 1 2 9 a 11 Assentamento de alvenaria estrutural Assentamento em contato com o solo 1 0 – ¼ 2,35 a 3 vezes o volume de cimento e cal ASTM C270 Alvenaria sujeita a esforços de flexão 1 ½ Uso geral (sem contato com o solo) 1 1 Uso restrito (interno/baixa resistência) 1 2 Fonte: Carasek, 2007. 2.5 PARÂMETROS TÉCNICOS DOS AGREGADOS Os agregados que compõem a argamassa devem apresentar alto padrão de qualidade. Sob essa premissa, os materiais passam por inúmeros testes e uma análise criteriosa embasada pela Norma Brasileira Regulamentadora (NBR). Logo, a Tabela 4 Tabela 5 e Tabela 6 apresentam as recomendações mínimas para as propriedades específicas do cimento, cal e areia natural, previstos pelas normativas com a finalidade de assegurar o alto desempenho do material. 25 Tabela 4: Ensaios para o Cimento. Ensaio NBR Massa Específica NM 23 Tempo de Pega NM 65/45 Finura 5732/5333 Fonte: Adaptado de Vaz, 2016. Tabela 5: Ensaios para a Cal Virgem e Cal Hidratada. Ensaio NBR Preparação de Amostra 6471 Análise Química 6473 Estabilidade 9205 Plasticidade 9206 Plastômetro de Voss 9207 Finura 9289 Retenção de Água 9290 Consistência 14399 Fonte: Adaptado de Vaz, 2016. Tabela 6: Ensaio para Areia. Ensaio NBR Massa Específica NM 52 Massa Unitária NM 45 Absorção NM 30 Peneiramento NM 248 Impurezas Orgânicas NM 49 Partículas Leves 9936 Sais, Cloretos e Sulfatos 9917 Argila em Torrões 7218 Reação Álcali – Agregado 15577- 4 Fonte: Adaptado de Vaz, 2016. 2.6 MATERIAIS POLIMÉRICOS Canevarolo Jr. (2000), detalha que um polímero é formado por inúmeras unidades de repetição interligadas por uma ligação covalente. São classificados de três formas: plásticos, borrachas e fibras. Para o autor Adamian (2009), os polímeros possuem ao menos cinquenta monômeros, unificados por ligações covalentes, com a constante repetição dos filamentos de carbono e hidrogênio, dando origem as macromoléculas. A Figura 8 exemplifica a estrutura química de um monômero, mero e polímero. 26 Figura 8: Monômetro, Mero e Polímero. Fonte: Adaptado Demarquete, 2013. 2.6.1 Comportamento Mecânico do Polímero No Gráfico 1 o comportamento mecânico dos polímeros é dividido em três tipos: plásticos, fibras e elastômeros (ADAMIAN 2009): Plásticos: apresentam um comportamento semelhante ao de um metal, possui uma região de deformação plástica, seguida de um limite de escoamento e uma região plástica, até o rompimento, conforme expressa a curva B do Gráfico 1. Elastômeros (borrachas): caracteriza-se por um comportamento completamente elástico, conforme expresso na curva C do Gráfico 1. Fibras: considerado um polímero frágil e rompe-se durante a deformação plástica, conforme expresso pela curva A do Gráfico 1. Gráfico 1: Curva Tensão x Deformação dos Polímeros Fonte: Adaptado Adamian, 2009. Andrade (2007) explica que o processo que constitui um polímero é chamado de polimerização, no qual o monômero se junta consecutivamente com outras, 27 produzindo o dímero, trímero, tetrâmero e finalmente o polímero. Gorni (2003) introduz que a classificação dos polímeros está condicionada conforme a sua aplicação. O autor relata que os polímeros podem ser classificados em termoplásticos e termorrígidos. Os materiais termoplásticos são caracterizados pelas ligações químicas fracas entre suas cadeias de repetição, estando suscetível a separação, quando há inserção de energia. Submetidos por altas temperaturas, as cadeias poliméricas são rompidas e ocorre movimentação, facilitando seu reprocessamento. Segundo Callister (2007), os termoplásticos mais produzidos pela indústria são: polietileno (PE), polipropileno (PP), (tereftalato de etileno) (PET), policarbonato (PC), poliestireno (PS), poli cloreto de vinila (PVC), poli metilmetacrilato (PMMA). Os materiais termorrígidos são caracterizados pelas cadeias poliméricas unificadas por ramificações, colaborando para sua movimentação (GORNI 2003). As altas temperaturas decompõem a sua estrutura antes que a sua fusão. Este processo peculiar inviabiliza a reciclagem desse material (ANDRADE, 2007). 2.6.2 Politereftalato de Etileno (PET) A propriedade química do Politereftalato de Etileno (C10H8O4) é um processo reativo entre a interação do ácido tereftálico e o etileno glicol, desenvolvido pelos químicos ingleses Rex Whinfield e James Dickson (ABIPET, 2010). Suas particularidades asseguram a resistência mecânica, resistência térmica, resistência à tração, resistência à gorduras, resistência à abrasão e resistência química. O Quadro 6 apresenta algumas propriedades químicas deste material. Quadro 6: Características Químicas do PET. Polímero (PET) Índices Massa Molar 15.000 – 42.000 g/mol Densidade 1,33 – 1,45 g/ml Retração 1,65 – 1,66 Fusão 250 – 270 °C Transição Vítrea 70 – 74 °C Fonte: Adaptado Montenegro et al. (2000). 28 2.7 SUSTENTABILIDADE NA CONSTRUÇÃO CIVIL A intervenção humana de forma inconsequente contribui diretamente para o aumento dos índices prejudiciais para o meio ambiente. Em contrapartida, é necessário encontrar soluções para garantir o futuro das próximas gerações, possibilitando condições equivalentes ou superiores de vida. (NETA, 2011). A responsabilidade ambiental é um processo decorrente da conscientização individual de nossas ações em prol da necessidade de preservação social de forma generalista. Todas essas atitudes devem ser tomadas com extrema responsabilidade não visando somente o crescimento econômico, mas também garantindo a proteção do meio ambiente contribuindo efetivamente para a qualidade de vida das próximas gerações (PAES, 2011). A reciclagem dos materiais plásticos é fundamental e necessária para a boa interação entre sociedade e o meio ambiente. O descarte inadequado deste material plástico nas grandes metrópoles, comauxílio da água das chuvas, transporta estes resíduos rios e mares. Com este material flutuando nos mares, diversos animais ingerem estes materiais plásticos e acabam morrendo. A contaminação do habitat natural atrelada a mortes destes animais resulta em índices menores de reprodução e diminuição da área habitada, causando um grave desiquilíbrio ambiental (MACHADO, 2013). As propriedades químicas dos polímeros fazem com que este material tenha um processo lento de degradação. No decorrer deste processo seu material é transformado em pequenas partículas plásticas que são poluentes e tóxicas. A Figura 9 ilustra este problema mundial do descarte de garrafas PET, que já configura grandes ilhas flutuantes ao longo dos oceanos. 29 Figura 9: Resíduo Plástico no Oceano Pacífico. Fonte: Site da BBC. 2.7.1 Resíduos PET ABIPET (2010) demonstra que os materiais plásticos de PET, desempenham função única nos setores industriais, especificamente no ramo de bebidas, devido aos seus baixos custos de fabricação, baixos custos de armazenamento e facilidade de transporte, atributos que contribuem na modernização dos processos de produção. O Gráfico 2 mostra a evolução no consumo de embalagens PET no Brasil. Gráfico 2: Aumento da utilização de PET no Brasil. Fonte: Adaptado de ABIPET, 2019. 30 Os altos índices de produção do material PET no período de 1995 a 2005, demonstra que a produção passou para cerca de 374 mil toneladas, constituindo uma margem de 9 bilhões de unidades anuais. Em consequência deste aumento da produção, apenas 47% destas embalagens são recicladas, sendo assim, cerca de 4,7 bilhões de unidades anualmente são descartadas na natureza. (ALEGRIA, 2007). 2.7.2 Reaproveitamento do Material PET Em decorrência a alta produção e reaproveitamento insuficiente do material PET, diversas entidades de preservação ambiental cobram das esferas políticas medidas efetivas que contribuam na destinação correta dos materiais plásticos ou alguma forma de eliminação sem causar algum tipo de dano socioambiental. Mano (1998) salienta os seguintes motivos para reciclar os plásticos: • Conservação de energia: a reciclagem dos plásticos economiza 80% de energia para produzir os mesmos plásticos a partir de matérias primas. • Gerenciamento de rejeitos: os plásticos reciclados economizam espaço no aterro e na fábrica de recuperação de plásticos. • Redução dos custos: o custo do uso de aterro é alto e a reciclagem auxilia a manter baixo o custo de descarte do lixo. • Conservação dos recursos naturais: a reciclagem é um meio de reutilizar produtos derivados de petróleo, assim economiza-se este limitado recurso natural. Os principais polímeros encontrados nos resíduos sólidos urbanos são o polietileno de alta e baixa densidade (PEAD e PEBD), o PET, o PVC e o PP. SILVA (2005). A Figura 10, apresenta os polímeros mais comuns no resíduo sólido brasileiro. 31 Figura 10: Resíduos poliméricos descartados no Brasil. Fonte: Da Silva, 2005. 2.7.3 Flake e Areia de PET A reutilização do material plástico se inicia com a moagem de garrafas PET, colocando os fardos dos materiais nas esteiras de entrada. Realocado em uma esteira rotativa, que separa os materiais inapropriados como pedras e materiais orgânicos. Em seguida esta peneira utiliza água para realizar a separação. A Figura 11 demostra o processo de moagem que passa pelas seguintes etapas: peneiramento, separações, 1ª lavagem e moinho (MASTERFLAKE, 2018). Figura 11: 1° Etapa do Processo de Moagem do PET. Fonte: Masterflake, 2018. 32 O material retirado da peneira rotativa passa novamente por um processo de separação de resíduos por meio de esteiras vibratórias, nesta etapa é possível fazer a verificação visual se restam detritos indesejáveis. Em seguida o material é designado para uma esteira de alimentação e transportado para a primeira moagem, e logo armazenado em um silo de pré-lavagem. Após é executado o processo de lavagem do material reciclado. A Figura 12 demostra o processo de lavagem onde ocorrem: 2ª lavagem, secagem, moinho e armazenamento (MASTERFLAKE, 2018). Figura 12: 2° Etapa do Processo de Moagem do PET. Fonte: Masterflake, 2018. A etapa final do processo inicia-se com a retirada do material de um silo de armazenamento por meio pressurizado, utilizando ar comprimido. O material chega por meio de mesas transportadoras até as tubulações que alimentam a um tanque onde o material é lavado e posteriormente colocado em outro tanque para a realização da secagem, neste tanque o material ainda molhado recebe ventilação para diminuição da umidade. Depois da secagem o material é transportado para um moinho por meio de tubos pressurizados e finalmente colocado nos tanques de armazenamentos sendo disponibilizados em sacos tipo super bag (ABIPET, 2010). Os produtos derivados após esses processos de reciclagem são chamados de pó de PET, (dimensões entre 1 mm até 2 mm) e flakes de PET, (dimensões de 2 mm à 12 mm). A Figura 13 mostra o aspecto destes materiais. 33 Figura 13: Fibras recicladas do PET. (a) Flake de Pet (b) Areia de Pet Fonte: Masterflake, 2018. 3. METODOLOGIA DA REVISÃO BIBLIOGRÁFICA O método adotado para este tipo de pesquisa foi realizado através de um levantamento de informações nos bancos de dados de artigos científicos com titulações relacionadas aos materiais argamassados com fibras de politereftalato de etileno. A caracterização desta pesquisa classifica o presente trabalho no formato exploratório de cunho bibliográfico. O procedimento de investigação foi o comparativo, com o objetivo de avaliar as técnicas utilizadas por cada autor, bem como a tipologia dos ensaios mecânicos e os resultados obtidos. A etapa de seleção dos artigos passou por dois processos: no primeiro analisaram-se as afinidades do título e do resumo relacionados com os objetivos da pesquisa, sendo considerados apenas os artigos em português e inglês. A Tabela 7 apresenta as frequências destas publicações por origem dos artigos e por processo de seleção. Os bancos de dados utilizados foram: Scielo, Schoolar, Infohab, Scopus Web of Science e Engineering Village. Tabela 7: Banco de dados utilizados na pesquisa dos artigos científicos. Bases de Dados Artigos Iniciais Artigos Selecionados 1° Seleção 2° Seleção Scielo 20 15 4 Schoolar 20 15 2 Infohab 20 15 1 Scopus 20 15 2 Web of Science 20 15 4 Engineering Village 20 15 2 Fonte: Adaptado Vaz e Carasek, 2019. 34 Num segundo momento, os artigos selecionados foram estudados para atestar sua relevância para esta pesquisa. Os critérios de inclusão foram: artigos que utilizaram resíduos de politereftalato de etileno como agregado dos materiais argamassados, ensaios de resistência à compressão, tração, aderência, absorção de água, tratamento químicos e físicos na fibra PET. Foram selecionados quinze artigos, tendo como critério os artigos em periódicos e eventos de tecnologia das argamassas. A Tabela 8 demonstra os artigos selecionados para este trabalho, título, autores e ano de publicação. Tabela 8: Títulos, autores e data de publicação dos artigos selecionados. Artigos Científicos Autores Publicação Produção de Argamassas com Substituição Parcial de Areia Natural por Resíduo de PET. SheringtonBigotto; Camila Assunção; Mariana Trevisan; Marco Alcântara. 2019 Inserção de fibras de politereftalato de etileno (pet) em argamassa: análise das propriedades mecânicas e físicas. Carlos Brant; Sérgio Moreiras. 2016 Análise da resistência à compressão de argamassa com adição de fibras de pet reciclado. Thiago Melo, Pedro Jucá, Eduardo Pachla, Wang Chong. 2015 Avaliação da absorção de água e índice de vazios de argamassas incorporadas com politereftalato de etileno. Rayanne Silva; Camila Nunes; Thamires Guerra; Priscila Luz; Ana Mendonça. 2018 Avaliação das propriedades físicas e mecânicas de argamassas incorporadas com politereftlato de etileno. Mila Silva, Conrado da Silva, José Matias, Ana Maria Mendonça 2017 Argamassa com PET: Resultados Preliminares. Rosário Oliveira, Maria Garcia, Ana Castro, Teresa Silva 2019 Reciclagem de PET, visando a substituição de agregado miúdo em argamassa. Susan Canellas, José D’Abreu 2005 Estudo comparativo das variações na resistência á compressão em matrizes cimentícias com adição de pet reciclado e RCD. Katharine Braga; Claudia Morcelli. 2019 Revisão Bibliográfica da aplicação de agregados plásticos na produção de argamassa e concreto na construção civil. Jéferson Souza; Adriana Moura; Claudio Frankenberg. 2018 Incorporação de resíduos de PET em argamassas de reboco à base de cimento Portland / cal hidratada. Felipe Sposito, Ricardo Higuti, Mauro Tashima, Jorge Akasaki, Jose Melges, Camila Fioriti, Marcelo Bortoletto, Rodrigo Silva. 2020 Efeito do plástico reciclado em argamassa e concreto e a aplicação de irradiação gama - Uma revisão. Aliyu Usman; Muslich Sutanto; Madzlan Napiah. 2018 35 Desempenho de Argamassas de Revestimentos com Incorporação de Fibras de Plásticos Reciclados. Luiz Oliveira; Paula Alves; Sérgio Dias. 2005 Resíduos de polímeros e radiação gama no melhoramento mecânico de argamassas poliméricas: resultados experimentais e calculados. Gonzalo Barrera; Miguel López; Juan Díaz; Fernando Gayarre; Víctor Guerrero. 2019 Reciclagem de resíduos de PET em produção de argamassa sustentável. Satish Waysal; Yogesh Patil; Bharatkumar Dholakiya. 2019 Uma nova aplicação de nano compostos de fibras de PET/PAN reciclados para materiais cimentícios. Manuel Chinchilas, Alberto Gaxiola, Clemente Beltran, Víctor Carmona, Manuel Cervantes, Margarita Rodríguez, Andres Beltran 2019 Fonte: Elaboração autoral. 3.1 MATERIAIS E ENSAIOS TÉCNICOS Neste capitulo será descrito os materiais utilizados em cada experimento, tipos de agregados, percentual de PET, traço utilizado, tratamentos químicos e físicos e os ensaios mecânicos submetidos. Logo após será descrito os resultados de cada experimento em comparação aos índices mínimos previstos pelas normas. 3.1.2 Materiais Agregados No experimento de Bigotto et al, (2019) foi utilizado o percentual de 5%, 10% e 15% de PET em substituição parcial ao agregado miúdo com o traço de 1:2:0,188g (microssílica). Os autores utilizaram o cimento Portland (CPII - Z 32), areia média e microssílica. Brant e Sergio (2016) utilizou o percentual de PET em 2%, 4%, 6% e 8%, em substituição parcial ao agregado miúdo com o traço de 1:3:0,57. O autor tratou os grãos de PET com soluções de NaOH, realizando a lavagem das fibras com uma solução de NaOH para cada 1g de PET adicionou-se 5mL de uma solução a 0,01mol/L de NaOH. Os autores Melo et al. (2015) utilizaram o percentual de PET de 0,4% e 0,6%, em filete de 5mm de espessura e 50mm comprimento, em substituição parcial ao agregado miúdo com o traço de 1:2,67:0,45 (A/C). Os autores ainda trataram a fibra por imersão no ácido sulfúrico (H2SO4); ácido clorídrico (HCl); ácido acético glacial (CH3COOH); hidróxido de sódio (NaOH); ácido nítrico (HNO3); e álcool, todas as soluções com uma concentração de 1Mol, com exceção do álcool que foi aplicando puro. 36 Silva, et.al (2018) utilizaram o percentual de 20%, 30% e 40% de PET, em substituição ao agregado miúdo com o traço de 1:2:9 e fator A/C = 2,18, foram utilizados o cimento Portland II Z 32, cal hidratada e polímero micronizado de PET. Muito simular a pesquisa anterior, os autores Silva et. al (2018) utilizaram o percentual de 10% de PET, traço de 1:2:9, e o fator A/C= 2,18, foram utilizados areia quartzo, cimento Portland CPII Z, PET triturado, cal hidratada. Oliveira et.al (2019) utilizaram o percentual de 5%, 10% de PET em substituição ao agregado miúdo com o traço de 1:4, foram utilizados o cimento Portland CEM I 42,5R. Os autores Canellas e D’Abreu (2005) utilizaram o percentual de 30%, 50% e 70% de PET em flocos, cimento CPII 32F e areia média, com o traço de 1:4 e fator A/C=1,0. Na pesquisa dos autores Braga; Morcelli (2019) não foi descrito o tipo de cimento e areia utilizado, apenas menciona-se que foi utilizado resíduos mistos de RCD e PET no teor de 25%; 50%; 75%. Souza et al. (2018) utilizaram cimento (escória de alto forno), PET com tamanho (5 mm até 15 mm) e de (1,41 mm e de 2,0 mm) no teor de 3%; 10%; 20%; 25%, 50%, 75%; 100%, os demais compósitos não foram especificados. Spósito et al. (2020) utilizaram o cimento CP II Z 32, cal hidratada tipo CH-III, areia siliciosa e resíduos de PET no teor de 2,5%, 5%, 10%, 15% e 20% em substituição ao agregado miúdo com o traço de 1:1:5 e fator A/C=1,04. No trabalho de revisão de Usman et al. (2018) foi relatado que alguns autores utilizaram o teor de PET em 10%, 20%, 30%, 40%, 50% e 100%, ainda assim alguns ensaios tiveram tratamento da fibra por radiação de feixe de elétrons (feixe E) e gama. Oliveira et al. (2005) utilizaram o cimento Portland do tipo II classe 32,5, PET com granulometria (2mm e um comprimento de 35mm) no teor de 0,5%;1,0%; 1,5%, os demais agregados não foram especificados. Barrera et al. (2019) utilizaram areia de sílica com granulometria média de 250 mm, PET (1,4 mm) no teor de 1%; 2%; 3%, as fibras passaram por tratamento de radiação gama na faixa de (100 e 200 kGy). Os autores Chinchillas et al., 2019, apresentam uma aplicação de um composto de nano fibras formado por fibras de PET reciclado e Poliacrilonitrila (PET/PAN) no teor de 0,05%; 0,1%; 0,2%, utilizaram ainda o cimento Portland III (30R). Os demais agregados não foram relatados no 37 experimento. A Tabela 9 demonstra de forma sintetizada os materiais descritos no texto, enfatizando as diferentes metodologias utilizadas pelos autores. Tabela 9: Materiais utilizados nos experimentos. Autores Materiais Utilizados Teor de PET Bigotto et al. (2019) Areia de PET, cimento Portland (CP II-Z-32), areia média e microssílica. 5%; 10%; 15%. Brant; Sérgio (2016) PET (0.70mm), soluções de NaOH, areia fina. 2%; 4%; 6%;8%. Melo et al. (2015) PET (filete de 5mm de espessura e comprimento de 50mm), soluções H2SO4), (HCl), (CH3COOH), (NaOH), (HNO3) e álcool. 0,4%; 0,6%. Silva et al. (2018) Cimento Portland II Z 32, cal hidratada e PET(micronizado). 20%; 30%; 40%. Silva et al. (2018) Cimento Portland CPII Z, areia quartzo, PET, cal hidratada. 10%. Oliveira et al. (2019) Cimento Portland CEM I 42,5 R. 5%; 10%. Canellas; D’Abreu (2005) Cimento CPII 32F, areia média, flocos de PET. 10%; 30%; 50%; 70%. Braga; Morcelli (2019) Areia natural, RCD e PET. 25%; 50%; 75% Souza et al. (2018) Cimento (escória de alto forno); PET com tamanho (5 mm até 15 mm) e de (1,41 mm e de 2,0 mm). 3%; 10%; 20%; 25%, 50%, 75%; 100%. Spósito et al. (2020) Cimento CP II Z 32, cal hidratada tipo CH-III, areia siliciosa e resíduos de PET. 2,5%;5%; 10%; 15%; 20%. Usman et al. (2018) Irradiação de feixe de elétrons (feixe E) e radiação gama. 10%; 20%; 30%; 40%; 50%; 100%. Oliveira et al. (2005) Cimento Portland do tipo II classe 32,5, PET (2mm e um comprimento de 35mm). 0,5%;1,0%; 1,5%. Barrera et al. (2019) Areia de sílica média (250 mm), PET (1,4 mm), radiação gama (100 e 200 kGy). 1%; 2%; 3%. Waysal et al. (2019) Cimento Portland Ultra Tech 53, areia fina, PET (DEG), 0,5% acetato de zinco. 10%; 20%; 30%. Chinchillas et al.(2019) Cimento Portland III (30R), água destilada e natural, nano fibras PET e Poliacrilonitrila. 0,05%; 0,1%; 0,2%. Fonte: Elaboração autoral. 38 Em continuidade a linha de escolha dos materiais agregados, os autores utilizaram diferentes teores de PET, bem como alguns aditivos para alcançar o desempenho desejado. Após a escolha destes materiais foram idealizados os traços dos agregados da argamassa referencial e com teor de PET. A Tabela 10 demonstra o traço utilizado por cada autor. Tabela 10: Traço dos agregados. Autores Traço Bigotto et al. (2019) 1,88:3,75:0,188 A/C=0,94 Brant; Sérgio (2016) 1:3:0,57 Melo et al. (2015) 1:2,67:0,45 Silva et. al. (2018) 1:2:9 fator A/C = 2,18. Silva et. al, (2018) 1:2:9 fator A/C = 2,18. Oliveira et al (2019) 1:4 Canellas; D’Abreu (2005) 1:4 fator A/C = 1,0. Braga; Morcelli (2019) NÃO IDENTIFICADO Souza et al. (2018) NÃO IDENTIFICADO Spósito et. al (2020) 1:1:5 fator A/C = 1,04. Usman et al. (2018) NÃO IDENTIFICADO Oliveira et al. (2005) 1:3 Barrera et al. (2019) NÃO IDENTIFICADO Waysal et al. (2019) 1:3 Chinchillas et al. (2019) 1:3 fator A/C= 2,75 Fonte: Elaboração autoral. 3.1.3 Tipologia dos Ensaios Técnicos Nesta etapa foram resumidos os procedimentos adotados para os respectivos ensaios propostos por cada autor. Os artigos nacionais e internacionais contemplam parâmetros normativos do Brasil (NBR), normativas europeias (EN) e normativas da Sociedade Americana de Testes de Materiais (ASTM). Em seu experimento Bigotto et al. (2019) moldaram os corpos de prova conforme a norma ABNT NBR 5738:2003. Para os ensaios de compressão diametral e compressão axial utilizou-se a ABNT NBR 7222:2011 e ABNT NBR 5739:2018, com o tempo de cura aos 7 e 28 dias, para o ensaio de Slump-Flow utilizou-se a ABNT NBR 15823-2:2017 e para a absorção de água a ABNT NBR 9778-2:2009. Brant (2016) moldou os corpos de prova com base na norma ABNT NBR 13279:2005. Para a avaliação das propriedades mecânicas e físicas das argamassas foram efetuados ensaios de compressão axial (ABNT NBR 39 13279:2005), absorção de água (ABNT NBR 9778:2005) e determinação do índice de consistência (ABNT NBR 13276:2005). Melo et al. (2015) efetuaram o tratamento químico por imersão de porções de fibra de PET em diferentes soluções, foram utilizados: ácido sulfúrico, ácido clorídrico, ácido acético glacial, hidróxido de sódio, ácido nítrico e álcool, todas as soluções foram dosadas com uma concentração de 1Mol, com exceção do álcool que foi aplicando puro. O rompimento foi realizado com idade de 28 dias de acordo com a ABNT NBR 7222:2011. Silva et al. (2018) moldaram os corpos de prova da argamassa de referência e para cada teor de resíduo incorporado para as idades de cura de 7, 14, 21 e 28 dias. O autor utilizou a ABNT NBR: 1997 para a determinação de resistência à compressão e a ABNT NBR 9778:2005 para determinar a absorção de água por imersão e os índice de vazios. Silva et al. (2018) moldaram os corpos de prova nas dimensões de 5 cm x 10 cm para as argamassas de referência e incorporadas com PET triturado, no teor de 10%, para a realização do ensaio de determinação da absorção de água. O ensaio foi executado através de imersão de acordo com a norma ABNT NBR 9778:2005. Os corpos de prova para os ensaios de absorção foram moldados conforme a ABNT NBR 5738:2015 (procedimento para moldagem e cura de corpos de prova). Oliveira et al. (2019) prepararam as argamassas de acordo com a EN 196:1, com traço por peso de 1:4, feitas com reposição parcial de areia de 0%, 5%, 10%, rotuladas como AC, A5P, A10P. Uma argamassa adicional foi preparada conforme entregue pela empresa, rotulada como A5PG, contendo partículas de PET maiores que 4 mm. Para os testes de resistência à flexão e compressão utilizou-se a norma EN 1015:11. Para o teste de absorção por capilaridade utilizou-se a norma EN 1015:18 (2002). O coeficiente de condutividade térmica foi determinado utilizando uma câmara de isolamento térmico, para registrar as diferenças na temperatura da superfície dentro e fora das amostras. Canellas e D’Abreu (2005) moldaram os corpos de prova conforme a ABNT NBR 5738 obedecendo à proporção de 1:2. Os corpos de prova foram submetidos a ensaios de resistência mecânica nas idades de 1, 3, 7, 14 e 28 dias. Braga e Morcelli (2019) descrevem que os corpos de prova passaram pelo processo de cura inicial ao ar, foram desmoldados e então ficaram imersos em um tanque de água 40 saturada de cal. Após, foram ensaiados na resistência à compressão, nas idades de 7, 14 e 28 dias. Os autores Souza et al. (2018) efetuaram uma análise de revisão bibliográfica sobre a utilização de resíduos poliméricos como agregado na argamassa. As propriedades mecânicas abordadas foram: influência de módulo de elasticidade, resistência à flexão, densidade específica e ductilidade. Spósito et al. (2020) avaliaram as argamassas de reboco com PET, no estados fresco e endurecido, para determinar fluidez, densidade fresca e endurecida, teor de ar, porosidade aparente, absorção de água por imersão, retenção de água, absorção de água por capilaridade, permeabilidade ao vapor de água, velocidade da onda ultrassônica, e módulo de elasticidade. O trabalho dos autores Usman et al. (2018) tiveram uma abordagem de revisão bibliográfica sobre a utilização de irradiação gama no reciclado de PET. Os autores analisaram os ensaios de absorção de água, densidade, resistência à compressão e flexão e a utilização de irradiação gama para melhorar o desempenho da fibra PET quando inserida com agregado na argamassa. Oliveira et al. (2005) moldaram seis corpos de prova para cada teor de PET, de acordo com a norma EN 1015:10, na idade de cura de 28 dias, para o coeficiente de absorção de água por capilaridade da argamassa endurecida, utilizou-se a norma EN 1015:18, nas idades de cura de 7, 28 e 63 dias, para os ensaios de resistência à compressão e de resistência à flexão utilizou-se a norma EN 1015:11. Barrera et al. (2019) efetuaram ensaios mecânicos das argamassas nos seguimentos da resistência a compressão, flexão, bem como o módulo de elasticidade utilizando irradiação para melhorar o desempenho das fibras de PET. Os resíduos de PET não irradiados e irradiados (PET, policarbonato e partículas de pneus), foram analisados por microscopia eletrônica de varredura (MEV) em um equipamento JEOL modelo JSM-6510LV, no modo de elétron secundário. Waysal et al. (2019) utilizaram a resina PET obtida no processo de glicólise com 10%, 20% e 30% percentagens de PET parciais em DEG (dietilenoglicol). A glicólise do PET residual foi feita usando DEG junto com 0,5% de acetato de zinco como catalisador. O monômero de estireno foi adicionado em resina PET com proporção de 1:1 para reduzir a viscosidade e MF (Formaldeído de Melamina) foi adicionado a esta mistura como agente de cura. 41 Foram testados a consistência padrão, tempo de configuração inicial e tempo de configuração final são determinados de acordo com IS 4031-1968 e IS 269-1976, solidez (IS 4031-1968 e IS 269-19760, teste da mesa de fluxo (IS 4031 parte IV 2005), a resistência à compressão da argamassa (IS 4031 parte IV 2005) e a resistência à tração da argamassa (IS 269 2013, ASTM C307
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