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O islamismo
Apresentação
Sabe-se que o islamismo é a religião pregada (ou fundada) pelo profeta Muhammad, nascido no ano 
de 571 d.C. em Makkah (Meca), na Península Arábica, e cujo livro sagrado é o Alcorão. A palavra 
islã significa, literalmente, paz e cumprimento pacífico entre as pessoas. No sentido religioso, 
significa submissão total a Deus. Já a palavra muçulmano significa submisso à vontade de Deus, ou 
seja, aquele que aceita o islã como religião. O islã não foi assim nomeado devido a uma pessoa ou a 
uma tribo, como se sucedeu com o judaísmo, que teve o nome da tribo de Judá; com o cristianismo, 
que surgiu depois de Cristo; ou com o budismo, que nasceu com Buda. O nome islã foi divinamente 
transmitido por Deus. Trata-se de uma fé global, que não pertence ao Ocidente ou ao Oriente. É 
um modo de vida completo, que implica a total submissão à Deus. Aquele que voluntariamente se 
submete à vontade de Deus é chamado de muçulmano.
Nesta Unidade de Aprendizagem, você vai saber mais sobre o contexto em que o islamismo nasceu 
e os seus principais conceitos. Vai aprender também a diferença entre os sunitas e xiitas, e como a 
fé islâmica é caracterizada tanto no Ocidente quanto no Oriente.
Bons estudos.
Ao final desta Unidade de Aprendizagem, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
Contextualizar o surgimento do islamismo.•
Diferenciar sunitas e xiitas.•
Caracterizar a fé islâmica no Ocidente e no Oriente.•
Infográfico
O islamismo está perto de ser uma das maiores religiões do mundo. Isso se deve a vários critérios, 
como o da taxa de natalidade, por exemplo. Entre eles, essa taxa é alta devido à quantidade de 
filhos que cada família geralmente apresenta e à idade em que as mulçumanas começam a ter as 
crianças. A religião está entre uma das maiores monoteístas do mundo e a cada dia conquista novos 
convertidos à causa de Alá. Segundo pesquisas, se o islamismo continuar assim, até o final deste 
século, irá superar o cristianismo em número de adeptos.
Neste infográfico, você conhece algumas curiosidades sobre os mulçumanos no mundo. Os 
números são impressionantes e colocam as outras religiões em uma grande disparidade em 
relação às projeções de crescimento até o ano de 2060.
Aponte a câmera para o 
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Conteúdo do livro
O islamismo é uma religião milenar que merece uma atenção especial. Para um bom estudo, é 
preciso colocar de lado muitos conceitos ou preconceitos que a mídia e a sociedade em geral 
propagam sobre sua filosofia e suas crenças. Em todos os grupos religiosos, há algumas questões e 
particularidades que somente quem vive ou professa tal cultura vai compreender. Por isso, as 
lentes das religiões ocidentais não são as melhores para avaliar e valorar as belezas da cultura 
islâmica.
No capítulo O islamismo, da obra História das religiões, base teórica desta Unidade de 
Aprendizagem, você conhece algumas particularidades dos mulçumanos que certamente lhe 
inspirarão a aprofundar esse tema posteriormente. A leitura é um convite ao respeito, à diversidade 
e ao conhecimento de um pouco da história, que vai desde a revelação do anjo Gabriel ao profeta 
Maomé até as cisões entre os grupos mulçumanos em disputa pelas sucessões.
Boa leitura.
HISTÓRIA DAS 
RELIGIÕES
Tiago Eurico de Lacerda
O islamismo
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
  Contextualizar o surgimento do islamismo.
  Diferenciar sunitas e xiitas.
  Caracterizar a fé islâmica no Ocidente e Oriente.
Introdução
Atualmente, é comum vermos muitas notícias veiculadas pelas mídias 
sobre o islamismo como se se tratasse de um grupo homogêneo, mas é 
preciso tomar muito cuidado com essa questão. Muitos meios passam a 
falsa impressão de que o islamismo se resume aos religiosos fundamenta-
listas e a homens-bomba que estão prontos a todo instante e dispostos 
a matar em nome de sua religião. Com isso, passou-se a temer o Oriente 
Médio, berço do Islã, e tudo o que vem de lá por uma falta de informação 
correta e coerente — somos conduzidos às leituras feitas pelas lentes 
ocidentais, extremamente etnocêntricas. É preciso ver, portanto, que o 
islamismo é uma religião muito interessante e cheia de belezas e que os 
conflitos não são inerentes à religião, mas à própria humanidade.
O islamismo é a mais jovem das grandes religiões mundiais e, mesmo 
assim, já é considerada a segunda maior do mundo, chegando perto do cris-
tianismo. Para o islamismo, Deus é Alá e Maomé é o seu profeta e fundador. 
Neste capítulo, você vai conhecer o islamismo a partir de sua história 
e da maneira pela qual o povo islã professa sua fé. Também vai ver que, 
apesar de acreditarem em um único Deus, possuem muitas diferenças 
entre si, com grupos distintos que se opõem uns aos outros e outros que 
não pertencem a nenhum grupo e se consideram apenas mulçumanos. 
Além disso, você também vai conferir as diferentes perspectivas para 
contar a história da fé desse povo, tanto pelas lentes orientais quanto 
pelas ocidentais, o que desmistificará muita coisa em relação aos precon-
ceitos que são veiculados pelas mídias e que, por falta de informações 
adequadas, tomamos como verdade.
1 O surgimento do islamismo
Não poderíamos iniciar a contextualização do islamismo por outro caminho 
que não seja a vida de Maomé (em árabe Mohammed), que nasceu no ano de 
570 d.C. em Meca, um lugar famoso principalmente nessa época. Sabemos 
que vinham visitantes e peregrinos de toda Arábia para ver uma pedra, um 
meteorito que havia caído ali; embora não se saiba exatamente a data desse 
fato, tal pedra acabou chamando a atenção de todos e sendo cultuada. Assim, 
foi construído em volta dela um santuário que hoje chamamos de Caaba e que 
levou a muitas crenças e rituais, como dar sete voltas em torno desse local — 
tal ritual é, hoje, chamado de Hajj, que signifi ca peregrinação e representa 
um desapego, um momento para o mulçumano fazer suas refl exões pessoais.
Em relação a Maomé, não temos muitos relatos sobre a sua infância, mas 
sabemos que seus pais morreram quando ele ainda era muito jovem. Segundo 
Mather e Nichols (2010, p. 241), “[...] criado pelo tio-avô, na função de pastor 
de ovelhas, o jovem Maomé posteriormente tornou-se condutor de camelo 
na rota comercial entre a Síria e a Arábia” e se lançou em iniciativas na 
área comercial. Foi nas rotas comerciais que ele conheceu o judaísmo e o 
cristianismo, religiões que exerceram influência positiva sobre ele por serem 
monoteístas. Nessa época, também observou a degeneração religiosa e moral 
entre seus próprios patrícios, ou seja, entre a classe mais privilegiada, e sentiu 
que teria um papel importante em sua sociedade, o de retirar as pessoas de 
sua decadência moral e da crença no politeísmo. Segundo Eliade e Couliano 
(1993, p. 163), “A Arábia antes do islã é o território do politeísmo semítico, do 
judaísmo arabizante e do cristianismo bizantino. Maomé sentia que sua missão 
consistia em deplorar as estruturas sociais e toda a moralidade decadente para 
poder levar o nome de Alá a todos”.
Ele era empregado de Khadija, mulher muito rica que, logo depois, tornou-
-se sua esposa. Com isso, sua vida mudou completamente, pois o casamento 
fez com que se ascendesse socialmente e, assim, não precisou mais trabalhar 
como pastor de ovelhas. Essa nova vida favoreceu Maomé no sentido de que 
pôde dedicar-se mais às meditações que fazia nas grutas e cavernas perto 
de Meca. Foi justamente em uma dessas meditações que ele “[...] começou a 
ter visões e revelações auditivas [...]” (ELIADE; COULIANO, 1993, p. 164). 
Então, aos 40 anos de idade, teria recebido a visita do anjo Gabriel, que lhe 
mostrou um livro e pediu que o lesse. Segundo a tradição, Maomé havia se 
desculpado por não saber ler, mas a insistênciado anjo fez com que ele lesse 
sem dificuldades. 
O islamismo2
Quando Mohammed voltou para casa depois daquela experiência transcen-
dental, contou a sua mulher tudo o que tinha vivido, crendo ter sido dominado 
por uma força maligna. Mas sua mulher lhe disse que isto não era possível! 
Ela tinha um parente que era um monge cristão chamado Warraq Bin Ra-
fouq, que, depois de escutar a história de Mohammed, disse-lhe que aquela 
entidade era o anjo Gabriel. Mohammed resistiu no começo, mas depois de 
ser animado a voltar à caverna, continuou tendo revelações e contato com 
aquele espírito. As biografias ocidentais sempre afirmam que aquele ser 
era de fato o anjo Gabriel, o que é contrário às afirmações em bibliografias 
árabes que descrevem ao ser como um Jin — palavra persa que significa 
espírito, associada a demônios (MUBARAK, 2014, p. 10). 
As revelações de Deus a Maomé, durante um período, ficaram restritas 
a um pequeno grupo de amigos mais próximos e, com isso, seu grupo foi se 
fortalecendo até chegar ao ponto em que Maomé, após três anos de prepara-
ção, iniciou suas pregações publicamente. A principal mensagem proclamada 
era que Alá era o único Deus e que Maomé era seu profeta. Segundo Eliade 
e Couliano (1993, p. 164), “[...] sua mensagem [era] monoteísta, encontrando 
mais oposição do que aprovação, de tal modo que os membros do seu clã 
tinham de assegurar a sua proteção”. As revelações de Deus continuaram e 
acabariam constituindo a própria teologia do Alcorão. 
Maomé, nesse momento, já se portava como um profeta de Deus, o que 
causou muitas intrigas entre o povo, que queria provas de que ele era realmente 
um escolhido de Deus, ou seja, um profeta. Com tantos opositores, sua vida 
estava em perigo.
Seu grupo, apesar disso, foi se fortalecendo e muitos apoiadores passaram 
a vir de Medina, uma cidade que ficava a 400 km de Meca. Então, em 622, 
Maomé resolve partir em segredo para Medina, emigração que marca o início 
da era islâmica. “Mas a transposição em anos de d.C. não se faz simplesmente 
por adição de 622 ao ano de Hégira, dado que o calendário religioso islâmico 
é lunar e só tem trezentos e cinquenta e quatro dias” (ELIADE; COULIANO, 
1993, p. 164). Hégira significa uma era maometana, ou seja, a fuga de Maomé 
para Medina no ano de 622 da era cristã, que marca o calendário islâmico, 
também conhecido como hegírico. Veja, na Figura 1, uma representação do 
calendário islâmico, que se baseia nos ciclos da lua e, portanto, é lunar. Esse 
calendário forma um ano de 354 ou 355 dias e é composto por 12 meses, que 
variam entre 29 ou 30 dias.
3O islamismo
Figura 1. Calendário islâmico.
Fonte: Vasconcelos (c2020, documento on-line).
Para saber mais sobre o calendário islâmico, seu histórico, motivação e método, acesse 
o site do Centro Cultural Islâmico da Bahia, que fala, também, sobre as diferenças entre 
o calendário gregoriano e o da cultura islâmica.
Esse foi um período inicial de consolidação do islamismo dentro do próprio 
lugar onde nasceu, a Arábia. Em Medina, Maomé precisaria de boas estratégias 
para voltar de alguma maneira a Meca e concluir seu desejo, mas os guardiães 
da cidade não deixariam que isso acontecesse de maneira tranquila, pois, de 
O islamismo4
alguma forma, as pregações de Maomé contra o politeísmo não agradavam a 
muitos, que, por exemplo, lucravam com as práticas de árabes que buscavam 
a cidade para suas adorações. As pregações de Maomé não só condenavam o 
politeísmo, mas também essas práticas de lucro com tais adorações politeístas, 
das quais muitos se beneficiavam. Instaurar uma religião monoteísta seria, 
portanto, abrir mão das explorações da fé e do dinheiro que isso proporcionava.
Aos poucos, Maomé e seu grupo se fortaleceram e sua estada em Medina gerou 
um novo momento na história mulçumana. Eles começaram a organizar ataques 
surpresa contra as caravanas que iam para Meca, o que, no início, não teve tanto 
êxito, mas o apoio dos moradores locais foi aumentando e Maomé conseguiu o que 
queria: representar uma ameaça para a cidade de Meca. Ele teve apoio de alguns, 
mas os judeus que moravam em Medina não concordavam com as suas ações.
Judeus que viviam em Medina levantaram um clamor de oposição contra Maomé, 
especial mente porque fizera a audaciosa alegação de ser o verdadeiro profeta de 
Alá. Desapontado pela rejeição por parte dos judeus, instruiu seus segui dores 
para se dirigirem a Meca, quando orassem, e não mais para Jerusalém, de acordo 
com a prática tradicional. Desde aquele dia, os muçulmanos se voltam para Meca 
em oração. No entanto, esse ato em si permanece como um antigo símbolo da 
hostilidade entre judeus e árabes (MATHER; NICHOLS, 2010, p. 242).
Foi assim que, então, Maomé e seus seguidores atacaram e conquistaram 
as vilas ao redor de Medina, tentando entrar em Meca, mas foram impedidos 
pelos clãs do local. Tal tensão entre os grupos fez com que eles assinassem um 
contrato de paz entre Meca e Maomé, e foi por esse acordo que os mulçumanos 
tiveram permissão para peregrinar, no ano seguinte — 629 —, a Meca. 
Enquanto isso, o poder de Maomé e a moral e economia de Meca degrin-
golavam cada vez mais. No mesmo ano que em que puderam fazer as peregri-
nações a Meca, também quebraram o acordo devido aos inúmeros conflitos 
entre os clãs. Assim, Maomé e 10 mil homens marcharam em direção a Meca 
e encontram pouca resistência.
Sabemos que nem todos em Meca estavam convertidos ao islamismo, mas 
Maomé estabeleceu, assim mesmo, a religião monoteísta, expurgando todos 
os deuses pagãos que eram cultuados por lá. Foi com isso e com todos os 
ataques e invasões que Maomé se tornou uma figura muito poderosa, tanto 
política quanto religiosa — a mais importante de toda a Arábia. Apesar de já 
ter conquistado Meca, Maomé não viveu por muito tempo mais. Ele morreu 
em 632, dois anos após a conquista de Meca, o que fez com que nascesse 
outro problema: quem seria o seu sucessor? Maomé havia morrido sem deixar 
nenhum herdeiro homem.
5O islamismo
O debate sobre o mundo mulçumano pelo viés ocidental é algo de interesse interna-
cional e muitos têm se dedicado a escrever sobre o assunto, mas esse tema ainda se 
desdobra aos poucos no Brasil. O historiador Leandro Karnal, em seu canal no YouTube, 
faz uma análise do islamismo com uma retomada histórica de uma maneira muito 
interessante e de fácil compreensão que vale a pena assistir.
Nesse sentido, Palazzo (2014, p. 162) destaca que:
A história das múltiplas faces do Islã é a de diversas rupturas, tanto por mo-
tivos políticos quanto em relação a interpretações diferenciadas do Corão e 
dos Hadith. Inicialmente, enquanto Maomé era ele próprio o líder da nova 
religião — liderança esta que exercia tanto em questões de fé quanto político-
-militares e de expansão territorial — a unidade dos muçulmanos se mantinha 
sólida e sem questionamentos.
Basicamente, havia, no tempo de Maomé, algumas desavenças entre as tribos 
que concordavam ou não que ele fosse o profeta. A liderança de Maomé incomodava 
não somente os que não o seguiam, mas também atingiu questões econômicas 
em uma época em que se angariava dinheiro com questões religiosas de diversas 
crenças individuais e que se viam ameaçadas por uma nova religião que fosse 
exclusiva e que, ao mesmo tempo, rechaçava tais crenças para apresentar as posições 
monoteístas que pregava Maomé. Seu sucessor, além de ter que administrar uma 
religião com o vigor da fé em Alá, teria também que lidar com os embates políticos 
das lutas por sucessão que levariam o povo mulçumano a muitas secessões.
Maomé, com a ajuda de amigos e da esposa, propôs-se, como profeta de Deus, a ajudar 
o povo a se libertar de tantas superstições comuns à época e também do politeísmo.
Também grafado como al-Llah ou Allah: Deus único dos muçulmanos, 
sendo o mesmo de judeus e de cristãos que, de acordo com a crença 
muçulmana, revelou-se para Muhammad por volta do ano 610. Para 
o Islã, Alá está acima da imaginação e da concepção humana, sendoproibida a sua representação (COSTA, 2016, p. 6).
O islamismo6
2 Sunitas e xiitas: uma luta por sucessão
Após a morte do profeta Maomé, aos seus 62 anos, nasce o problema sobre 
sua sucessão, e, devido a isso, temos até hoje uma divisão do islamismo, que 
são duas vertentes dessa religião. De um lado, temos os sunitas e, do outro, 
os xiitas. Vamos compreender melhor essa divisão? 
Maomé tinha alguns apóstolos que o seguiam e entre os quais seria possível 
indicar seu sucessor. Esse cargo deveria ser ocupado por alguém fiel e piedoso, 
para que, da mesma maneira, mantivesse em equilíbrio o poder religioso e 
político. Ou seja, precisava-se definir quem seria o califa, o chefe de estado, 
o próximo líder dos mulçumanos.
Segundo Küng (2004, p. 262), a morte do profeta trouxe muitas consequ-
ências terríveis para os mulçumanos:
A direção direta do Profeta, receptor, intérprete e executor das revelações 
divinas, é substituída pela direção do representante (chalifa) do Profeta. Não 
existe mais uma legitimação renovada e constante por meio de uma revelação 
divina continuada. Existe apenas a autoridade humana derivada de uma direção 
não profética: não se tem mais um “intérprete” de Deus, mas, no máximo, um 
“interlocutor” de Deus. Em lugar da personalidade carismática do chefe, entra em 
cena a instituição do califado: em lugar do carisma, o cargo; em lugar da profecia, 
a tradição; portanto, o governo carismático é legalizado e institucionalizado. 
Ou seja, o profeta foi substituído por uma autoridade religiosa, o califa, 
que “reúne em si duas funções que deveriam manter-se separadas em todo o 
ser humano: a função militar de comandante dos crentes e a função religiosa 
do Iman dos muçulmanos” (ELIADE; COULIANO, 1993, p. 166). Foram 
feitas, então, algumas reuniões tidas como democráticas e pensou-se em 
colocar nesse posto algum dos apóstolos. Assim, assume Abu Bakr, sogro 
de Maomé, pai de sua terceira esposa, que ficou no cargo por dois anos até 
a sua morte. Seu califado foi importante para estabelecer definitivamente a 
dominação na Arábia. Depois disso, outro sogro de Maomé, Omar, assumiu 
o cargo, tornando-se o terceiro mandatário e conquistando, em seu período, 
a Síria e uma boa parte do Egito e da Mesopotâmia. A partir daí, criou-se um 
cenário para sucessões de califas durante a existência do islamismo.
Os sucessores do profeta deveriam continuar a missão através do que cha-
mavam a Sunnah (a tradição viva) e, por isso, eles foram chamados sunitas, 
porque somente aceitavam o Corão e outros ensinamentos, ditos, mandamentos 
e citações que depois foram escritos em fascículos chamados de Hadiths (as 
tradições escritas) (MUBARAK, 2014, p. 34).
7O islamismo
Estima-se que os sunitas são a maioria entre os mulçumanos — cerca de 
90% dos islâmicos do mundo inteiro —, mas é com a morte de Omar que as 
grandes sucessões religiosas começam. A única filha viva do profeta, Fátima, 
casou-se com Ali, que era primo e genro de Maomé. Os partidários de Ali 
acreditavam que esses laços, além de sua fidelidade e dignidade, seriam 
suficientes para assumir o califado, mas foi eleito no lugar de Ali um antigo 
adversário de Maomé, o aristocrata Uthmãn, da família dos Omíadas de 
Meca. Aqueles que repudiavam os primeiros califas, os xiitas, exigiam que 
a sucessão fosse segundo os laços de parentesco mais próximos, ou seja, o 
marido de Fátima estava nessa condição. Queriam estabelecer uma dinastia 
Álida, mas segundo eles, infelizmente, o destino escolheu o califado Omíada.
Uthmãn foi assassinado pelos seguidores de Ali, que, no entanto, não con-
cordava com o crime, mas, mesmo assim, foi eleito califa, pois estava na ordem 
de sucessão dos sunitas. Essa guerra não acabava, pois Ali precisava se defender 
para provar que não era cúmplice de assassinato. A batalha era com o poderoso 
governador omíada da Síria, e Ali a estava vencendo. O general do governador, 
então, pediu aos seus homens que colocassem folhas do Alcorão nas lanças, o 
que fez o exército de Ali recuar. Assim, o general propôs uma arbitragem entre 
Ali e o governador e, dessa forma, os xiitas se deram por vencidos.
Desse impasse, surgiu outro problema. Um grupo de soldados de Ali 
(carijitas, os puritanos do islã) não reconheceram tal arbitragem, pois era feita 
pelos homens. Eles argumentavam que só Deus poderia julgar e não estavam 
preocupados com a formação de dinastias, mas acreditavam que a linhagem 
califal deveria ser atribuída ao mulçumano mais humilde, independentemente 
de raça ou tribo — ou seja, um escravo poderia ser califa se assim o merecesse. 
Tal doutrina era impensada pelo outro grupo, os sunitas, que não abriam mão 
da qualidade dos membros da comunidade. Os puritanos no islã afirmavam que 
o Alcorão não é todo revelado, o que repugnava Ali e a unidade de seu grupo. 
Assim, em vez de continuar a batalha contra o governador, ele virou-se contra 
os carijitas. Ali foi assassinado e o califado, assumido por Muawiya ibn Abi 
Sufyan, o governador que era fundador da dinastia dos Omíadas de Damas.
Há versões distintas sobre a escolha dos quatro primeiros líderes, que, afinal, 
ficaram conhecidos como os “califas bem guiados”, já que pertenciam ao 
próprio círculo bem próximo de Maomé. No entanto, apesar das prováveis 
desavenças mencionadas por alguns autores, a verdadeira ruptura vai se dar 
só após a morte de Ali (PALAZZO, 2014, p. 163).
O islamismo8
Assim, as sucessões foram vários eventos de separações entre os mulçu-
manos. Após a morte de Ali, seus partidários tentaram colocar seu primeiro 
filho no poder, mas não conseguiram; então, tentaram a mesma estratégia com 
o outro filho de Ali, mas o consenso geral sunita não concordou. Assim, esse 
último, Husayn, foi morto com mais 72 companheiros na batalha de Karbala, 
o que marcou definitivamente a ruptura entre os sunitas e xiitas.
Os sunitas são considerados a principal corrente do islamismo, aceitam 
os quatro primeiros califas, Abu Bakr, Omar, Othmãn e Ali, e acreditam que 
eles são legítimos sucessores do profeta Maomé. Além disso, acreditam que a 
fé islâmica é para ser vivida dentro dos governos criados na terra. Já os xiitas 
queriam estabelecer uma teonomia na Terra e representam “Corrente do Islã que 
acredita na liderança espiritual hereditária, ou seja, que os líderes mulçumanos 
devem ser parentes do profeta Muhammad” (COSTA, 2016, p. 56). Eles assumem 
uma interpretação estritamente severa e autoritária do Alcorão e, por isso, são 
menos tolerantes com as diversidades, defendendo o direito de sucessão somente 
para os descendentes de Maomé.
Em nosso entender, porém, é fundamental para a análise histórica apontar que 
esta diferença não se constituiu em opção inicial de doutrina, mas foi construída 
no tempo, à medida que um grupo sem vinculação com a descendência do 
Profeta chegou ao poder e instituiu um califado centralizado que não abria 
opções para interpretações distintas do processo sucessório que pudessem 
ameaçar a posição dos califas. (PALAZZO, 2014, p. 166).
Assim, os xiitas continuaram sua religião enraizada em um tipo de martírio 
pela causa de Husayn e pela continuação dos laços sanguíneos com o profeta 
Maomé. 
Além dessa divisão entre os sunitas e xiitas que já é muito complexa por 
si só, havia outra corrente, conhecida como sufismo, que, no seu início, cri-
ticava os líderes que se apegavam demasiadamente ao dinheiro ou ao poder 
financeiro e ensinava o caminho do ascetismo. O termo “[...] ‘sufi’ tem origem 
na palavra lã, em árabe suf, material do qual eram feitas, na fase inicial do 
movimento, as vestimentas dos sufistas, em clara oposição às sedas e aos 
outros tecidos de luxo usados nas cortes” (PALAZZO, 2014, p. 171). Mais que 
uma seita ou simplesmente uma secessão do Islã, o sufismo era uma forma 
de viver a religiosidade com desapego dos luxos para encontrar um caminho 
místico com Deus. Assim, temos tanto os sunitas quanto os xiitas presentes 
dentro do sunismo.
9O islamismo
As diferenças entre os sunitase xiitas são hoje uma das grandes questões de embates 
entre os mulçumanos e principalmente quando nos referimos aos conflitos no Oriente 
Médio. Digite em seu buscador “As diferenças entre sunitas e xiitas, que explicam boa 
parte dos conflitos no Oriente Médio” e leia a matéria produzia pela BBC sobre esse tema.
3 Fé islâmica no Oriente e no Ocidente
Sabemos que o islamismo é uma religião fundada pelo profeta Maomé no século 
VII e que surgiu entre os árabes, mas representa, hoje, uma parcela muito 
pequena da comunidade mulçumana, apenas 15%. A religião ainda é a predo-
minante no “Oriente Médio, na Ásia Menor, na região caucasiana e no norte 
do subcontinente indiano, na Ásia do Sul e na Indonésia, na África do Norte e 
Oriental” (ELIADE; COULIANO, 1993, p. 163), mas também está espalhada 
no mundo inteiro — inclusive, no Brasil, há uma grande representatividade.
Quando falamos sobre os mulçumanos, é comum encontrarmos imagens 
estereotipadas, com homens barbudos ou ligados de alguma maneira ao terrorismo. 
Temos também o estereótipo de homens muito ricos, com muitas mulheres e donos 
de petróleo, mas essa imagem, mais comum no Ocidente, faz com que muitos 
homens mulçumanos bons e honestos sofram com os preconceitos gerados de uma 
forma errônea. Muitas dessas caracterizações são frutos de comparações com 
outras religiões, como o cristianismo. Nesse sentido, Küng (2004, p. 253) questiona: 
Será que tantas vezes o que fazemos não é comparar uma imagem negativa do 
Islã com uma imagem ideal do cristão? Será que no Ocidente, ou mesmo no 
cristianismo, não existe também intolerância, militância e atraso e, vice-versa, 
que também no islã existe tolerância, amor à paz e progresso? 
Será que atacamos porque queremos destruir ou simplesmente porque 
desconhecemos? Uma das maneiras de falar de uma cultura diferente é olhar 
para ela como olhamos para nós mesmos.
No século XV, a Europa se sentiu ameaçada pelos povos otomanos que se 
instalaram em Constantinopla. Assim, os reis e papas se unem contra os turcos, 
mulçumanos convertidos que chegavam da Ásia e que eram organizados sob o 
Império Otomano como uma organização religiosa. Eles se fortaleceram a ponto de 
dominar as rotas do “Mediterrâneo Oriental e aquelas que conduziam ao Índico e 
à Ásia Central, bem como o Norte da África, ou seja, o Mediterrâneo Meridional” 
O islamismo10
(LINHARES, 1992, p. 12). Tal preocupação foi tão crescente que a questão se 
tornou, a partir de 1815, uma problemática internacional, conhecida como a Questão 
do Oriente. O pronto precípuo dessa questão era a expulsão dos turcos da Europa, 
os quais, dificilmente, poderiam resistir às pressões das grandes potências que 
estavam rivalizando pela preponderância das regiões que eles haviam dominado.
De um lado, a Inglaterra, desejosa de salvaguardar a integridade e, parado-
xalmente, a fraqueza do arcaico edifício turco, como a melhor maneira de 
manter, sem interferência de outra potência, os caminhos que levavam à Índia 
em terras e águas otomanas. Por outro lado, a Rússia dos tzares, procurando 
forçar o esfacelamento do Império Otomano a fim de obter o controle dos 
estreitos de Bósforo e dos Dardanelos (LINHARES, 1992, p. 29).
Assim, somente uma guerra poderia dar o golpe de misericórdia no último 
califado, o de Constantinopla. A visão ocidental da maneira com que o Islã declara 
uma “guerra santa” não é exatamente a de uma cruzada ou, como poderíamos 
dizer, uma reconquista do espaço perdido, mas essa guerra acontece também 
motivada porque Deus quer, ou seja, Alá não fica em paz enquanto não visualizar 
a fé islâmica espraiada pelo mundo. A religião e a política andam jutas, ideia de 
civilização que se espalha e permanece com todas as suas leis e seus seguimentos 
religiosos. Há uma preocupação mais cultural impregnada na tentativa de levar 
a fé islâmica adiante, como uma missão de que tal fé seja anunciada acima das 
questões religiosas, mas também de cunho cultural e social. Assim: 
Durante o século XVI e início do XVII, o is lamismo sofreu um declínio em sua 
influência e caráter ético. Isso ocorreu parcialmente, devido à elevação de sultões 
corruptos, dedicados não à propagação da liderança teológica muçulmana, mas 
ao hedonismo e aos interesses pessoais (MATHER; NICHOLS, 2010, p. 243).
O ar de arrogância da falta de observação de como agiam os ocidentais também 
pode ser outra razão para o seu declínio. As próprias formas comerciais assumidas 
já apresentavam as razões desse declínio e os motivos de não terem ido além do que 
já haviam conquistado. Os mulçumanos utilizavam vias terrestres para o comércio 
e, enquanto isso, a Europa, especialmente Portugal e Espanha, lançava mão de vias 
marítimas, o que levou, inclusive, a descobertas e colonizações como a da América.
Em meio à complexa sociedade, moldada através dos valores do Ocidente, o 
homem muçulmano se deparou com problemas levantados por teorias filosóficas 
e científicas que faziam parte do universo dos teólogos mulçumanos, desde o 
princípio do Islã, mas estavam assumindo novas proporções à luz do racionalismo 
e dos progressos científicos do século XIX, tais como: a relação de Deus com 
a natureza, com o homem e com a vida extraterrena (NABHAN, 1996, p. 105).
11O islamismo
Tal choque cultural fez com os que os mulçumanos buscassem mudanças 
tanto para não ficarem estagnados culturalmente quanto para ensinar e levar 
sua cultura pelo mundo. Assim, tiveram que passar por uma reabilitação para 
um progresso moral e social de sua cultura. Após a Segunda Guerra Mundial, 
então, os mulçumanos começaram a voltar às suas origens, a abandonar a ideia 
dos arquétipos do Islã triunfante e a se libertar dos colonizadores europeus 
para buscar na própria fonte islâmica o fundamento de uma maneira legítima 
do seu povo para a elaboração de um novo projeto político. É claro que esse 
movimento não agradou a todos os mulçumanos, e alguns se viram em crises 
de identidade diante da influência ocidental em sua cultura. Por isso, nasceram 
grupos e movimentos fundamentalistas, que desejam criar uma nova ordem 
para voltar aos moldes do passado. Esses grupos caminham pelo extremismo 
e para violência para, segundo eles, satisfazer a vontade de Deus.
Assim, o sonho de uma comunidade mundial unida ou unificada tem se 
apresentado, na história, de uma forma impraticável. Teremos sempre os 
que, desejosos de voltar a um Islã do passado, oriental e sem influências 
externas, acreditam ser essa a única forma de seguir a Deus. Por outro 
lado, um grupo forte valoriza as influências desse mundo moderno, indo 
no sentido de um Estado separado da religião, um seguimento secular para 
deixar nas mãos do Estado o que lhe compete e deixar a religião cuidar das 
questões que lhe são inerentes. 
Nesse contexto, podemos fazer o seguinte questionamento: diante desses 
impasses, quem sairá vitorioso? Será que teremos um grupo que poderá se impor 
politicamente e mostrar a religião mulçumana homogênea? Para Küng (2004), 
temos um embate entre os “tradicionalistas ortodoxos” contra os “inovadores 
religiosos e políticos”. Enquanto aqueles “querem impor uma aplicação literal das 
minuciosas prescrições religiosas da sharia”, fazendo com que sua realidade fique 
presa a uma cultura medieval, os inovadores, contrários à tradição, querem “[...] 
forçar uma abertura da porta de interpretação independente (ijtihad)” (KÜNG, 
2004, p. 279), ou seja, desejam uma tradução para os dias de hoje.
Com a abertura a uma interpretação mais contextualizada, o Ocidente tam-
bém será capaz de construir uma nova imagem sobre o islamismo — inclusive 
no que se refere aos direitos universais do ser humano, mostrando que há uma 
preocupação dentro dessa religião com essa igualdade que até hoje é polemizada. 
Com a globalização e um diálogo mais intenso, as questões estão caminhando 
para uma integralidade no debate, não com mudanças radicais que levem a uma 
perda da essência da religião, mas com uma abertura ao debate que produzauma cosmovisão diferente da do pensamento ocidental.
O islamismo12
No artigo de Smaili (2015), “Migrantes, pós-colonialismo e fundamentalismo: enlaces 
entre Oriente e Ocidente e a questão do Islã”, você pode saber mais sobre questões do 
mundo mulçumano, como migrações, pós-colonialismo e fundamentalismos pela ótica 
das questões sociais e geopolíticas do século XX e do início do XXI, com uma análise não 
somente pelo viés histórico, mas também psicológico dessas questões. O artigo também 
busca esclarecer a origem dos estereótipos e reforçar a necessidade do conhecimento 
do outro para que o diálogo e a coexistência estejam no centro do debate. 
COSTA, J. P. O islã, os muçulmanos e seus conceitos: vocabulário de conceitos para o 
estudo da história do Islã e dos muçulmanos. Caxias do Sul: UCS, 2016.
ELIADE, M.; COULIANO, I. P. Dicionário das religiões. Lisboa: Dom Quixote, 1993.
KÜNG, H. Religiões do mundo: em busca dos pontos comuns. Campinas: Verus, 2004.
LINHARES, M. Y. O Oriente Médio e o mundo árabe. 3. ed. São Paulo: Brasiliense, 1993.
MATHER, G. A.; NICHOLS, L. A. Dicionário de religiões, crenças e ocultismo. 2. ed. São 
Paulo: Vida, 2010.
MUBARAK, C. Introdução ao Islamismo. [Rio de Janeiro]: Junta de Missões Mundiais 
da Convenção Batista Brasileira, 2014. Disponível em: https://www.missoesmundiais.
com.br/attachments/article/15/Introducao-ao-Islamismo.pdf. Acesso em 29 jul. 2020.
NABHAN, N. N. Islamismo: de Maomé aos nossos dias. São Paulo: Ática, 1996.
PALAZZO, C. L. As múltiplas faces do Islã. SÆCULUM: Revista de História, n. 30, p. 161–176, 
2014. Disponível em: https://periodicos.ufpb.br/index.php/srh/article/view/22242/12335. 
Acesso em: 29 jul. 2020.
VASCONCELOS, A. Outros calendários: gregoriano, islâmico, chinês e maia. c2020. Dis-
ponível em: https://escolaeducacao.com.br/outros-calendarios-gregoriano-islamico-
-chines-e-maia/. Acesso em: 29 jul. 2020.
Leitura recomendada
SMAILI, S. S. Migrantes, pós-colonialismo e fundamentalismo: enlaces entre Oriente 
e Ocidente e a questão do Islã. Psicologia USP, v. 26, n. 2, p. 145–151, 2015. Disponível 
em: https://www.scielo.br/pdf/pusp/v26n2/0103-6564-pusp-26-02-00145.pdf. Acesso 
em: 29 jul. 2020. 
13O islamismo
Os links para sites da web fornecidos neste capítulo foram todos testados, e seu fun-
cionamento foi comprovado no momento da publicação do material. No entanto, a 
rede é extremamente dinâmica; suas páginas estão constantemente mudando de 
local e conteúdo. Assim, os editores declaram não ter qualquer responsabilidade 
sobre qualidade, precisão ou integralidade das informações referidas em tais links.
O islamismo14
Dica do professor
Apesar da grande variedade de divergências entre os seguidores do islamismo, pode-se encontrar 
também um número considerável de convergências entre eles. O cisma que houve entre os sunitas 
e xiitas não foi em relação a todos os aspectos da vida islâmica. Muitos rituais e valores são 
mantidos entre os dois grupos. Você acredita que até o racismo entre o islamismo é menor do que 
em outras religiões?
Nesta Dica do Professor, você descobre um pouco mais sobre a vida e os comportamentos 
convergentes entre os seguidores do islamismo.
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Saiba +
Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto, veja abaixo as sugestões do professor:
Fala, Fatuma
Este é um canal que apresenta a religião islâmica, sua cultura e outras curiosidades. A iniciativa foi 
de Fátima, uma jovem muçulmana que, percebendo que há muito ódio disseminado contra a sua 
religião, resolve criar um canal para se apresentar e difundir um pouco de conhecimento.
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A intolerância religiosa no século da desinformação: questões 
acerca do islamismo no Brasil
Este é um artigo científico que investiga a disseminação do preconceito contra a religião islã no 
Brasil no século XXI. Um trabalho bem contextualizado e atual.
Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar.
Muçulmanos no Brasil: adaptações e especificidades nos 
séculos XX e XXI
Neste artigo, os autores analisam as adaptações do islã nos últimos séculos no Brasil e tentam 
compreender essa trajetória num País em que a maioria da população é cristã. Ou seja, estudar os 
muçulmanos no Brasil significa entender sua religião num contexto “minoritário” e ressignificar 
estereótipos difundidos pelas mídias, os quais são perpassados pelo senso comum.
 https://www.youtube.com/channel/UCAEek_tShqBHSjWCFZRzOJw
http://revista.unicuritiba.edu.br/index.php/percurso/article/view/3636/371372010
Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar.
Teatralização do sagrado islâmico: a palavra, a voz e o gesto
Este artigo traz algumas curiosidades sobre o mundo islâmico, sobretudo quanto aos tipos de 
comportamentos e orações, além da performance islâmica, fazendo uma aproximação entre o 
teatro e a antropologia. A autora é mestre e doutora em antropologia e nos brinda de uma maneira 
muito versátil com uma vigem ao mundo islâmico de uma maneira criativa e ao mesmo tempo 
científica.
Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar.
Muçulmanos no Brasil: uma análise socioeconômica e 
demográfica a partir do Censo 2010
Este artigo traz uma análise da presença dos muçulmanos no Brasil, passando pelo tráfico negreiro, 
a imigração árabe até chegar à conversão de brasileiros. Essa reflexão se faz importante para 
compreensão de como eles chegaram aqui e de como se mantém até hoje como um grupo religioso 
em meio a uma sociedade majoritariamente cristã.
Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar.
A oposição sunismo/xiismo enquanto fonte de tensão e conflito 
no Médio Oriente contemporâneo
Este ensaio analisa a divisão entre sunismo e xiismo enquanto fonte de tensão e conflito no mundo 
muçulmano contemporâneo, em especial no Médio Oriente. A autora destaca fatores muito 
 https://www.revistas.unipar.br/index.php/akropolis/article/view/7506%20http://tede.metodista.br/jspui/handle/tede/1487
 https://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0100-85872009000100005
 https://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0100-85872019000100170&script=sci_arttext
recentes e contextualizados dessas tensão, o que nos remete à história e à melhor compreensão 
dessa luta, que ainda hoje se faz viva entre nós.
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http://dspace.ismt.pt/bitstream/123456789/245/1/A%20Oposi%C3%A7%C3%A3o%20Sunismo-Xiismo%20enquanto....pdf

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