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Informativo 767-STF (27/11/2014) – Esquematizado por Márcio André Lopes Cavalcante | 1 
Márcio André Lopes Cavalcante 
 
 
 
Processos excluídos deste informativo esquematizado por não terem sido concluídos em virtude de pedidos de vista: RE 
669069/MG; RHC 124041/GO; RE 816084 AgR/DF; HC 123228/AM. 
 
Julgados excluídos por terem menor relevância para concursos públicos ou por terem sido decididos com base em 
peculiaridades do caso concreto: MS 25344/DF; RE 566007/RS; HC 110328/RS; RE 602439/MA. 
 
 
ÍNDICE 
 
DIREITO CONSTITUCIONAL 
CNJ 
 Possibilidade de processo disciplinar e afastamento cautelar de magistrado para apurar sua suposta parcialidade 
 
DIREITO TRIBUTÁRIO 
IMUNIDADE TRIBUTÁRIA RECÍPROCA 
 Correios gozam de imunidade tributária no serviço de transporte de bens e mercadorias 
 
DIREITO INTERNACIONAL 
EXTRADIÇÃO 
 Legitimidade da Interpol para requerer prisão cautelar para fins de extradição 
 
DIREITO DO TRABALHO 
FGTS 
 Prazo prescricional para cobrança em juízo 
 
 
DIREITO CONSTITUCIONAL 
 
CNJ 
Possibilidade de processo disciplinar e afastamento cautelar 
de magistrado para apurar sua suposta parcialidade 
 
O CNJ, ao iniciar um processo disciplinar contra o magistrado, pode determinar o seu 
afastamento cautelar das funções por ele desempenhadas, caso a continuidade do exercício do 
ofício judicante possa interferir no curso da apuração ou comprometer a legitimidade de sua 
atuação e a higidez dos atos judiciais. 
O CNJ pode instaurar processo disciplinar contra juiz para apurar eventual parcialidade de 
suas decisões. A prerrogativa da intangibilidade dos atos de conteúdo jurisdicional não é 
absoluta e não autoriza a prática de ilegalidades. Ademais, a análise dos fatos a serem 
apurados pelo CNJ não avança sobre o mérito das decisões judiciais prolatadas pelo 
 
Informativo 767-STF (27/11/2014) – Esquematizado por Márcio André Lopes Cavalcante | 2 
magistrado, mas sobre sua conduta, supostamente parcial. Embora os atos judiciais e a 
parcialidade de magistrado na condução do processo estejam sujeitos a medidas processuais 
específicas, como recursos, a atuação do juiz pode e deve ser objeto de exame disciplinar 
quando houver indícios de violação dos deveres funcionais impostos pela lei e pela 
Constituição. 
STF. 2ª Turma. MS 32721/DF, Rel. Min. Cármen Lúcia, julgado em 11/11/2014 (Info 767). 
 
Imagine a seguinte situação adaptada: 
O CNJ determinou o afastamento cautelar de um Desembargador do exercício de suas funções como 
magistrado em virtude de ele estar, supostamente, favorecendo o Governador do Estado no TRE. 
A defesa do Desembargador impetrou mandado de segurança no STF contra esse afastamento alegando, 
dentre outros argumentos, que as questões envolvendo a suposta parcialidade de suas decisões em 
processos judiciais não poderiam ser apreciadas pelo CNJ, por se tratarem de matéria sujeita à 
impugnação pela via da exceção de suspeição. 
 
O STF aceitou a tese da defesa? 
NÃO. 
 
Inicialmente, entendeu-se que o afastamento cautelar do magistrado de suas funções está de acordo com 
o art. 27, § 3º, da LC 35/79 (Loman): 
Art. 27 (...) § 3º - O Tribunal ou o seu órgão especial, na sessão em que ordenar a instauração do processo, 
como no curso dele, poderá afastar o magistrado do exercício das suas funções, sem prejuízo dos 
vencimentos e das vantagens, até a decisão final. 
 
Embora a instauração de processo administrativo disciplinar não implique, necessariamente, a medida 
cautelar de afastamento, ela pode ser adotada quando a continuidade do exercício do ofício judicante pelo 
investigado puder interferir no curso da apuração ou comprometer a legitimidade de sua atuação e a 
higidez dos atos judiciais, como seria o caso. 
 
Além disso, não cabe falar em ausência de justa causa para instauração do procedimento, sequer na 
intangibilidade dos atos de conteúdo jurisdicional. Essa prerrogativa, vocacionada à garantia de 
independência do magistrado no exercício da jurisdição, não é absoluta e não autoriza a prática de 
ilegalidades. 
 
Ademais, a análise dos fatos a serem apurados pelo CNJ não avança sobre o mérito das decisões judiciais 
prolatadas pelo impetrante, mas sobre sua conduta, supostamente parcial. Embora os atos judiciais e a 
parcialidade de magistrado na condução do processo estejam sujeitos a medidas processuais específicas, 
como recursos, a atuação do juiz pode e deve ser objeto de exame disciplinar quando houver indícios de 
violação dos deveres funcionais impostos pela lei e pela Constituição. 
 
A normalidade e juridicidade da atuação do magistrado interessam não somente ao jurisdicionado, mas ao 
Judiciário e a toda a sociedade. 
 
O conteúdo das decisões judiciais está sujeito apenas ao exame judicial, mas essa garantia não constitui 
imunidade do magistrado a permitir-lhe atuar em descompasso com a lei e a ética. 
 
Assim, não se pode tolher prematuramente a atuação do CNJ, uma vez existentes elementos indiciários a 
recomendar apuração. 
 
 
 
Informativo 767-STF (27/11/2014) – Esquematizado por Márcio André Lopes Cavalcante | 3 
DIREITO TRIBUTÁRIO 
 
IMUNIDADE TRIBUTÁRIA RECÍPROCA 
Correios gozam de imunidade tributária no serviço de transporte de bens e mercadorias 
 
Importante!!! 
Os Correios gozam de imunidade tributária porque são uma empresa pública que desempenha 
serviços públicos. 
Ocorre que os Correios, além das atividades que desenvolvem de forma exclusiva, como é o 
caso da entrega de cartas, também realizam alguns serviços em concorrência com a iniciativa 
privada (ex: entrega de encomendas). 
Quando os Correios realizam o serviço de transporte de bens e mercadorias, concorrendo, 
portanto, com a iniciativa privada, mesmo assim eles gozam de imunidade? Ficam livres de 
pagar ICMS? 
SIM. O STF decidiu que a Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos – ECT goza de imunidade 
tributária recíproca mesmo quando realiza o transporte de bens e mercadorias. Assim, não 
incide o ICMS sobre o serviço de transporte de bens e mercadorias realizado pelos Correios. 
STF. Plenário. RE 627051/PE, Rel. Min. Dias Toffoli, julgado em 12/11/2014 (Info 767). 
 
IMUNIDADE TRIBUTÁRIA RECÍPROCA (OU INTERGOVERNAMENTAL) 
 
NOÇÕES GERAIS 
A CF/88, em seu art. 150, VI, “a”, prevê a chamada imunidade tributária recíproca. Isso significa que a 
União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios não podem cobrar impostos sobre o patrimônio, a 
renda ou os serviços, uns dos outros. Vejamos a redação do dispositivo constitucional: 
Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao 
Distrito Federal e aos Municípios: 
(...) 
VI – instituir impostos sobre: 
a) patrimônio, renda ou serviços, uns dos outros; 
 
Essa imunidade funciona como um instrumento de preservação e calibração do pacto federativo, 
impedindo que os impostos sejam utilizados como instrumento de pressão indireta de um ente sobre 
outro (Min. Joaquim Barbosa). Ex: se os Municípios tomassem decisões administrativas que 
desagradassem o Governo Estadual, este poderia, em tese, aumentar os impostos que incidiriam sobre o 
Poder Público municipal. 
 
Sabbag menciona que essa imunidade tem como fundamento, ainda, o postulado da isonomia dos entes 
constitucionais. Ora, pelo fato de todos os entes estarem em pé de igualdade, não havendo hierarquia, 
nenhum deles pode estar sujeito ao poder de tributar do outro (Manual de Direito Tributário.5ª ed., São 
Paulo: Saraiva, p. 254). 
 
A imunidade tributária recíproca possui status de cláusula pétrea porque ela é um instrumento de 
proteção da forma federativa (art. 60, § 4º, I, da CF/88). 
 
AUTARQUIAS E FUNDAÇÕES 
As autarquias e fundações mantidas pelo Poder Público também gozam da imunidade tributária recíproca, 
no que se refere ao patrimônio, à renda e aos serviços, vinculados a suas finalidades essenciais ou às delas 
decorrentes. Isso está previsto expressamente no § 2º do art. 150 da CF/88: 
 
Informativo 767-STF (27/11/2014)– Esquematizado por Márcio André Lopes Cavalcante | 4 
§ 2º - A vedação do inciso VI, "a", é extensiva às autarquias e às fundações instituídas e mantidas pelo 
Poder Público, no que se refere ao patrimônio, à renda e aos serviços, vinculados a suas finalidades 
essenciais ou às delas decorrentes. 
 
EMPRESAS PÚBLICAS E SOCIEDADES DE ECONOMIA MISTA 
Embora a CF/88 reconheça a imunidade recíproca apenas às pessoas políticas (Administração direta), 
autarquias e fundações, a jurisprudência estende o benefício também às empresas públicas e às 
sociedades de economia mista, desde que prestadoras de serviço público. 
Assim, as empresas públicas e sociedades de economia mista que desempenham serviços públicos 
também desfrutam da referida imunidade. 
Por outro lado, se a empresa pública ou sociedade de economia mista explorar atividade econômica, não 
irá gozar do benefício porque a ela deve ser aplicado o mesmo regime jurídico da iniciativa privada (art. 
173, § 1º, II, da CF/88). 
O exemplo mais comum de empresa pública que goza de imunidade recíproca é a Empresa Brasileira de 
Correios e Telégrafos – ECT. Isso porque os Correios são entendidos como uma empresa prestadora de 
serviço público obrigatório e exclusivo do Estado e não como exploradora de atividade econômica, embora 
também ofereçam serviços dessa natureza. 
 
SERVIÇO DE TRANSPORTE DE BENS E MERCADORIAS REALIZADO PELA ECT 
Como vimos acima, os Correios gozam de imunidade tributária porque são uma empresa pública que 
desempenha serviços públicos. Até aqui tudo bem. 
Ocorre que os Correios, além das atividades que desenvolvem de forma exclusiva, como é o caso da 
entrega de cartas, também realizam alguns serviços em concorrência com a iniciativa privada (ex: entrega 
de encomendas). 
 
Atividades que são privilégio (“monopólio”) da ECT 
(previstas no art. 9º da Lei 6.538/78) 
Atividades que são exercidas pela ECT, sendo 
também permitidas à iniciativa privada 
Entrega de: 
1) Cartas pessoais 
2) Cartas comerciais, aí incluídas: 
 cobranças comerciais como faturas de cartões de 
crédito, carnês, talões de cheques 
 cobranças de tributos 
 todas as correspondências para um destinatário 
específico. 
3) Cartões postais 
Entrega de: 
1) Impressos diversos como jornais, revistas, 
catálogos de mala direta. 
2) Encomendas em geral (livros, celulares, 
computadores etc). 
 
A pergunta que surge é a seguinte: 
Quando os Correios realizam o serviço de transporte de bens e mercadorias, concorrendo, portanto, com 
a iniciativa privada, mesmo assim eles gozam de imunidade? Ficam livres de pagar ICMS? 
SIM. O STF decidiu que a Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos – ECT goza de imunidade tributária 
recíproca mesmo quando realiza o transporte de bens e mercadorias. 
Assim, não incide o ICMS sobre o serviço de transporte de bens e mercadorias realizado pelos Correios. 
O transporte de bens e mercadorias, apesar de ser também desempenhado por empresas privadas, é 
previsto na Lei n. 6.538/78 como sendo uma espécie de serviço postal. Veja: 
Art. 7º Constitui serviço postal o recebimento, expedição, transporte e entrega de objetos de 
correspondência, valores e encomendas, conforme definido em regulamento. 
(...) 
§ 3º - Constitui serviço postal relativo a encomendas a remessa e entrega de objetos, com ou sem valor 
mercantil, por via postal. 
 
Informativo 767-STF (27/11/2014) – Esquematizado por Márcio André Lopes Cavalcante | 5 
 
Sendo serviço postal, a ECT é obrigada a realizar mesmo para os lugares mais distantes do Brasil por se 
tratar de uma empresa pública. Assim, por exemplo, existentes localidades onde as empresas privadas não 
fazem entregas por não ser economicamente viável, os Correios, no entanto, têm o dever de entregar. A 
imunidade é uma forma de compensar tais peculiaridades. 
 
Além disso, esses serviços de transporte de bens e mercadorias constituem-se na maior fonte de 
arrecadação de recursos para os Correios e tais verbas são posteriormente destinadas a financiar os 
serviços postais menos rentáveis, como a entrega de cartas, que tem ainda hoje uma grande importância 
social. Desse modo, a imunidade tributária para a entrega de encomendas dos Correios é uma forma de 
conferir subsídio cruzado para os demais serviços postais. 
 
Em suma, as atividades exercidas pelos Correios sob regime concorrencial (ex: Sedex) acabam custeando 
as outras atividades desempenhadas sob o regime constitucional de monopólio (privilégio), como é o caso 
da carta social (que custa apenas alguns centavos). Percebe-se, portanto, que esse modelo cruzado de 
financiamento dos Correios é a forma encontrada para tornar possível a integração nacional e dar 
exequibilidade ao direito básico do indivíduo de se comunicar com outras pessoas ou instituições pela via 
postal. 
 
Vale ressaltar que o STF, ao examinar a incidência ou não de IPTU nos imóveis da ECT, já tinha deixado 
claro que, para fins de imunidade tributária, é irrelevante que os Correios exerçam naquele imóvel, 
simultaneamente, atividades em regime de exclusividade e em concorrência com a iniciativa privada. Isso 
porque, conforme já explicado, o serviço postal possui peculiaridades que justificam esse tratamento 
diferenciado (STF. Plenário. RE 601392, Rel. p/ Acórdão Min. Gilmar Mendes, julgado em 28/02/2013). 
 
 
 
DIREITO INTERNACIONAL 
 
EXTRADIÇÃO 
Legitimidade da Interpol para requerer prisão cautelar para fins de extradição 
 
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A Interpol tem legitimidade para requerer, no Brasil, prisão cautelar para fins de extradição. 
O Estatuto do Estrangeiro (Lei 6.815/80) foi recentemente alterado pela Lei 12.878/2013 e 
passou a prever expressamente que o pedido de prisão cautelar pode ser apresentado ao 
Ministério da Justiça pela Interpol, desde que exista ordem de prisão proferida por Estado 
estrangeiro (art. 83, § 2º). 
Um dos requisitos para que o Brasil conceda a extradição é a chamada “dupla tipicidade”, ou 
seja, que o fato seja considerado crime no Estado estrangeiro de origem e também aqui no 
Brasil (art. 77 do Estatuto do Estrangeiro). Se na data em que foi praticado (2011, p. ex.), o fato 
era considerado crime apenas no país estrangeiro (não sendo delito no Brasil), não caberá a 
extradição mesmo que, posteriormente, ou seja, em 2012 (p. ex), ele tenha se tornado crime 
também aqui em nosso país. Resumindo: a dupla tipicidade deve ser analisada no momento da 
prática do crime (e não no instante do requerimento). 
O tratado bilateral de extradição é qualificado como lei especial em face da legislação 
doméstica nacional, o que lhe atribui precedência jurídica sobre o Estatuto do Estrangeiro em 
hipóteses de omissão ou antinomia. 
STF. 2ª Turma. PPE 732 QO/DF, Rel. Min. Celso de Mello, julgado em 11/11/2014 (Info 767). 
 
Informativo 767-STF (27/11/2014) – Esquematizado por Márcio André Lopes Cavalcante | 6 
 
Imagine a seguinte situação hipotética: 
Em 2011, John, cidadão estadunidense, invadiu computadores protegidos. 
Iniciou-se um processo criminal contra ele na Justiça Federal dos Estados Unidos pela prática do crime de 
acesso não autorizado a um computador protegido. 
John fugiu, então, para o Brasil. 
Quando foi descoberto aqui, a Interpol (Organização Internacional de Polícia Criminal) formulou pedido de 
prisão cautelar do estrangeiro para fins de extradição. 
 
A Interpol tem legitimidade para requerer, no Brasil, prisão cautelar para fins de extradição? 
SIM. O Estatuto do Estrangeiro (Lei n. 6.815/80) foi recentemente alterado pela Lei n. 12.878/2013 e 
passou a prever expressamente essa legitimidade para a Interpol. Confira: 
Art. 82 (...) 
§ 2º O pedido de prisão cautelar poderá ser apresentado ao Ministério da Justiça por meio da Organização 
Internacional de Polícia Criminal (Interpol), devidamente instruído com a documentação comprobatória da 
existência de ordem de prisão proferida por Estado estrangeiro. (Redação dada pela Lei n. 12.878/2013) 
 
Assim, atualmente, o pedido deprisão cautelar pode ser apresentado ao Ministério da Justiça pela 
Interpol, desde que exista ordem de prisão proferida por Estado estrangeiro. 
 
Nesse caso concreto, será possível decretar a prisão e conceder a extradição? 
NÃO. Um dos requisitos para que o Brasil conceda a extradição é a chamada “dupla tipicidade”, ou seja, 
que o fato seja considerado crime no Estado estrangeiro de origem e também aqui no Brasil. Esse requisito 
está previsto no art. 77 do Estatuto do Estrangeiro: 
Art. 77. Não se concederá a extradição quando: 
 II - o fato que motivar o pedido não for considerado crime no Brasil ou no Estado requerente; 
 
Em 2011, data do fato, a conduta de invadir computador protegido já era um delito nos EUA, mas aqui no 
Brasil só passou a ser crime em 2012, com a Lei n. 12.737/2012, que acrescentou o art. 154-A ao Código 
Penal. 
 
Assim, no momento da prática do fato não estava preenchido o requisito da “dupla tipicidade”. 
Importante chamar atenção para isso: a “dupla tipicidade” exige que o fato pelo qual está sendo acusado o 
extraditando seja simultaneamente considerado crime no Estado de origem e no Brasil no momento em 
que ele foi praticado. Se na data em que foi praticado (2011), o fato era considerado crime apenas nos 
EUA (não sendo delito no Brasil), não caberá a extradição mesmo que, posteriormente, ou seja, em 2012, 
ele tenha se tornado crime também aqui em nosso país. Resumindo: a dupla tipicidade deve ser analisada 
no momento da prática do crime (e não no instante do requerimento). 
 
Peculiaridade do tratado Brasil-EUA 
Além disso, ainda que a conduta do extraditando tivesse sido perpetrada sob a égide da nova lei, o tratado 
extradicional firmado entre Brasil e EUA contem uma cláusula (Artigo II) que somente permite a entrega 
do extraditando se e quando se tratar de delitos expressamente previstos em rol exaustivo. 
Em outras palavras, o tratado traz um rol de crimes pelos quais se permite a extradição e o delito de 
invasão de dispositivo informático não está nele incluído. 
O tratado bilateral de extradição é qualificado como lei especial em face da legislação doméstica nacional, 
o que lhe atribui precedência jurídica sobre o Estatuto do Estrangeiro em hipóteses de omissão ou 
antinomia. Assim, se inadmissível a extradição por força do tratado, também se mostra inviável a prisão 
cautelar para esse fim. 
 
 
Informativo 767-STF (27/11/2014) – Esquematizado por Márcio André Lopes Cavalcante | 7 
 
DIREITO DO TRABALHO 
 
FGTS 
Prazo prescricional para cobrança em juízo 
 
Importante!!! 
O prazo prescricional para a cobrança judicial dos valores devidos relativos ao FGTS é de 5 anos. 
Isso porque a verba de FGTS tem natureza trabalhista, devendo ser aplicado o art. 7º, XXIX, da 
CF/88. 
Antes, entendia-se, de forma consolidada, que esse prazo era de 30 anos. 
Como houve uma mudança brusca da jurisprudência, o STF, por razões de segurança jurídica, 
modulou os efeitos desta decisão. Assim, esse novo prazo prescricional de 5 anos somente vale 
a partir deste julgado do Supremo. 
O art. 23, § 5º, da Lei 8.036/90 e o art. 55 do Decreto 99.684/90, que previam o prazo 
prescricional de 30 anos, foram julgados inconstitucionais. 
STF. Plenário. ARE 709212/DF, Rel. Min. Gilmar Mendes, julgado em 13/11/2014 (Info 549). 
 
FGTS 
FGTS é a sigla para Fundo de Garantia por Tempo de Serviço. 
O FGTS foi criado pela Lei n.º 5.107/66 com o objetivo de proteger o trabalhador demitido sem justa 
causa. 
Atualmente, o FGTS é regido pela Lei n.º 8.036/90. 
 
Em que consiste o FGTS? 
O FGTS nada mais é do que uma conta bancária, aberta em nome do trabalhador e vinculada a ele no 
momento em que celebra seu primeiro contrato de trabalho. 
Nessa conta bancária, o empregador deposita, todos os meses, o valor equivalente a 8% do salário pago ao 
empregado, acrescido de atualização monetária e juros. 
Assim, vai sendo formado um fundo de reserva financeira para o trabalhador, ou seja, uma espécie de 
“poupança”, que é utilizada pelo obreiro quando fica desempregado sem justa causa ou quando precisa 
para alguma finalidade relevante assim considerada pela lei. 
Se o empregado for demitido sem justa causa, o empregador é obrigado a depositar, na conta vinculada 
do trabalhador no FGTS, uma indenização compensatória de 40% do montante de todos os depósitos 
realizados na conta vinculada durante a vigência do contrato de trabalho, atualizados monetariamente e 
acrescidos dos respectivos juros (art. 18, § 1º da Lei n.º 8.036/90). 
O trabalhador que possui conta do FGTS vinculada a seu nome é chamado de trabalhador participante do 
Fundo de Garantia do Tempo de Serviço. 
 
O trabalhador poderá levantar (“sacar”) o valor depositado em sua conta do FGTS? 
SIM, mas somente em algumas situações previstas na Lei. O art. 20 da Lei n.º 8.036/90 prevê as hipóteses 
em que o trabalhador poderá movimentar a sua conta vinculada no FGTS. São exemplos: 
 Se o trabalhador for despedido sem justa causa; 
 Se se aposentar; 
 Se ele (ou algum dependente) for acometido de neoplasia maligna (câncer), HIV ou outra doença grave; 
 Se houver necessidade pessoal, cuja urgência e gravidade decorra de desastre natural. 
 
 
 
Informativo 767-STF (27/11/2014) – Esquematizado por Márcio André Lopes Cavalcante | 8 
De quem é a competência para julgar as ações envolvendo FGTS? 
Depende: 
 Se a ação for proposta pelo trabalhador contra o empregador envolvendo descumprimento na 
aplicação da Lei n. 8.036/90, a competência será da Justiça do Trabalho; 
 É da competência da Justiça Estadual autorizar o levantamento dos valores relativos ao PIS/PASEP e 
FGTS, em decorrência do falecimento do titular da conta (Súmula 161-STJ); 
 Se a ação for proposta pelo trabalhador contra a CEF, em sua atuação como agente operadora dos 
recursos do FGTS, a competência será da Justiça Federal, considerando que a CEF é uma empresa 
pública federal (art. 109, I, da CF/88). 
 
Súmula 82-STJ: Compete à Justiça Federal, excluídas as reclamações trabalhistas, processar e julgar os 
feitos relativos à movimentação do FGTS. 
 
Se o empregador não faz os depósitos de FGTS na conta do empregado, o empregado poderá ajuizar 
uma ação contra o empregado cobrando esses valores? 
SIM. 
 
Qual é o prazo prescricional nesse caso? 
A jurisprudência entendia que o prazo era de 30 anos. Havia, inclusive, uma súmula do TST nesse sentido: 
Súmula 362-TST: É trintenária a prescrição do direito de reclamar contra o não-recolhimento da 
contribuição para o FGTS, observado o prazo de 2 (dois) anos após o término do contrato de trabalho. 
 
Esse prazo está previsto no art. 23, § 5º, da Lei n. 8.036/90 (Lei do FGTS) e no art. 55 do Decreto 
99.684/90 (Regulamento do FGTS). 
 
Agora em 2014, no entanto, o STF, analisando novamente o tema em sede de repercussão geral, alterou a 
jurisprudência até então dominante e decidiu que o prazo prescricional para a cobrança judicial dos 
valores devidos relativos ao FGTS é de 5 anos. 
 
Por quê? 
A verba do FGTS possui natureza jurídica de verba trabalhista. Logo, aplica-se a ela a regra prevista no art. 
7º, XXIX, da CF/88, que traz o prazo prescricional de 5 anos para cobrança de direitos trabalhistas: 
Art. 7º São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem à melhoria de sua 
condição social: 
(...) 
XXIX - ação, quanto aos créditos resultantes das relações de trabalho, com prazo prescricional de CINCO anos 
para os trabalhadores urbanos e rurais, até o limite de DOIS anos após a extinção do contrato de trabalho; 
 
Após sair do emprego (extinção do contrato de trabalho), o empregado tem até 2 anos para ingressar com 
a ação (reclamação trabalhista) na Justiça do Trabalho, sob pena de prescrição. Nesta ação, ele poderá 
pleitear apenas os direitos referentes aos últimos 5 anos, contados da data da propositura. As verbas 
anteriores a esses 5 anos não mais poderão ser cobrados porque prescreveram. 
 
Como existe regra expressa na CF/88 determinandoo prazo prescricional de 5 anos para cobrança de 
verbas trabalhistas, e como o FGTS se enquadra nessa natureza jurídica, não há motivo para se aplicar o 
prazo de 30 anos. 
 
E o art. 23, § 5º, da Lei n. 8.036/90 e o art. 55 do Decreto 99.684/90? 
O STF entendeu que esses dispositivos são INCONSTITUCIONAIS porque não poderiam trazer um prazo 
prescricional para verbas trabalhistas diferente daquilo que é previsto no art. 7º, XXIX, da CF/88. 
 
Informativo 767-STF (27/11/2014) – Esquematizado por Márcio André Lopes Cavalcante | 9 
 
Modulação dos efeitos da decisão 
Como sempre o STF e o TST entenderam que o prazo prescricional era de 30 anos, o STF decidiu modular 
os efeitos desta decisão por razões de segurança jurídica. 
 Para aqueles casos cujo termo inicial da prescrição – ou seja, a ausência de depósito no FGTS – ocorrer 
após a data do julgamento, aplica-se, desde logo, o prazo de 5 anos. 
 Por outro lado, para os casos em que o prazo prescricional já esteja em curso, aplica-se o que ocorrer 
primeiro: 30 anos, contados do termo inicial, ou 5 anos, a partir deste julgamento. 
 
Recapitulando: 
 
Qual é o prazo prescricional para que os empregados e tomadores de serviços 
cobrem os valores devidos referentes ao FGTS? 
Antes da decisão no ARE 709212/DF ATUALMENTE 
30 anos 5 anos 
Fundamento: art. 23, § 5º da Lei 8.036/90. Fundamento: art. 7º, XXIX, da CF/88. 
 
 
 
 
JULGADOS NÃO COMENTADOS 
 
MS: desapropriação para reforma agrária e esbulho 
O Plenário, em conclusão de julgamento e por maioria, denegou mandado de segurança em que se discutia 
a legitimidade de decreto expropriatório que implicara a declaração de utilidade pública, para fins de 
reforma agrária, de imóvel rural — v. Informativo 713. A Corte asseverou que, conforme informações 
constantes nos autos, a porção da propriedade que o impetrante afirmava estar invadida — o que, segundo 
alegado, obstaria a desapropriação — incidiria em território titulado pelo Estado de Mato Grosso a outro 
proprietário. Além disso, a referida fração teria sido ocupada pelo Movimento dos Trabalhadores Rurais 
sem Terra - MST de forma consensual, por força da existência de contrato de comodato de área rural. 
Destacou, ainda, que o terreno objeto de esbulho representaria 1% da propriedade total desapropriada, 
ausente prova no sentido de que a área em que incidente a ocupação fosse determinante para a 
administração da propriedade. Por outro lado, a complexidade dos fatos estaria em contraposição à 
segurança e liquidez requeridas em mandado de segurança, existentes, no caso, elementos a suscitar 
dúvidas. Por fim, haveria a possibilidade de as partes resolverem a lide nas vias ordinárias. Vencidos os 
Ministros Marco Aurélio (relator), Luiz Fux, Gilmar Mendes e Celso de Mello, que concediam a segurança. 
MS 25344/DF, rel. orig. Min. Marco Aurélio, red. p/ o acórdão Min. Roberto Barroso, 12.11.2014. 
 
Desvinculação de contribuição e legitimidade de contribuinte 
O disposto no art. 76 do ADCT — que desvincula 20% do produto da arrecadação da União em impostos, 
contribuições sociais e contribuições de domínio econômico de órgão, fundo ou despesa —, independente 
de sua validade constitucional, não gera direito a repetição de indébito. Com base nesse entendimento, o 
Plenário desproveu recurso extraordinário em que se discutia a constitucionalidade da desvinculação 
tributária levada a efeito pelas EC 27/2000 e EC 42/2003. No caso, a recorrente alegava ter direito à 
restituição da denominada Desvinculação de Receitas da União - DRU em razão de sua suposta 
inconstitucionalidade. O Tribunal afirmou que os impostos seriam tributos classificados como não-
 
Informativo 767-STF (27/11/2014) – Esquematizado por Márcio André Lopes Cavalcante | 10 
vinculados. Assim, seria possível a exação sem contraprestação específica de determinado serviço público, 
pois o montante arrecadado não teria destinação predeterminada (CF, art. 167, IV). Todavia, a Constituição 
vincularia a arrecadação de impostos a determinados fins, conforme observado de seus artigos 158, 159, 
198, § 2º, 212 e 37, XXII. As contribuições sociais e as contribuições de intervenção no domínio econômico, 
por outro lado, seriam tributos com destinação de arrecadação vinculada. Todas seriam alcançadas pela 
desvinculação estabelecida pelo art. 76 do ADCT. De qualquer forma, não seria possível concluir que, da 
eventual inconstitucionalidade da desvinculação parcial da receita das contribuições sociais, decorreria a 
devolução ao contribuinte do montante correspondente ao percentual desvinculado. Sublinhou que a 
tributação não seria inconstitucional ou ilegal, hipótese em que se autorizaria a repetição do indébito 
tributário ou o reconhecimento de inexistência de relação jurídico-tributária. Portanto, faltaria legitimidade 
processual à recorrente, pois ela não seria beneficiada pela declaração de inconstitucionalidade. 
RE 566007/RS, rel. Min. Cármen Lúcia, 13.11.2014. 
 
HC substitutivo de recurso ordinário e admissibilidade 
Em conclusão de julgamento, a 1ª Turma, por maioria, julgou extinto “habeas corpus”, substitutivo de 
recurso ordinário constitucional, sem apreciação do mérito. Na situação dos autos, militar fora acusado por 
suposto envolvimento na prática de crime de roubo, ocultação e uso de fuzil automático leve (FAL) e 
respectiva munição, pertencentes às Forças Armadas. A defesa sustentava a ilegalidade da prisão 
preventiva do paciente, com fulcro na falta de fundamentação idônea do decreto de custódia cautelar — v. 
Informativo 707. A Turma afirmou que o paciente exerceria função de destaque no grupo criminoso e que 
os fatos demonstrariam sua periculosidade. Ademais, o “modus operandi” do acusado revelaria 
desrespeito à hierarquia e disciplina próprias das Forças Armadas, além de colocar em risco a segurança do 
quartel. Vencidos os Ministros Marco Aurélio (relator) e Dias Toffoli, que concediam a ordem. Entendiam 
que a medida acauteladora estaria fundada na preservação da hierarquia e disciplina militar, o que 
implicaria a inadmissível automaticidade da prisão nesses casos, uma vez que esses predicados seriam 
inerentes à instituição castrense. Além disso, haveria excesso de prazo da prisão preventiva. 
HC 110328/RS, rel. orig. Min. Marco Aurélio, red. p/ o acórdão Min. Luiz Fux, 11.11.2014. 
 
Ofensa à coisa julgada e perícia em execução 
A 1ª Turma proveu recurso extraordinário para restabelecer acórdão de tribunal regional que afastara 
perícia designada em juízo de execução. No caso, após decisão transitada em julgado que fixara o valor de 
indenização referente à desapropriação de imóvel rural e a concordância do expropriado pelos índices e 
cálculos apresentados pelo Incra, o juízo da execução, de ofício, desconsiderara a coisa julgada e o acordo 
firmado entre as partes e determinara a realização de nova perícia. Em seguida, a corte regional provera 
agravo de instrumento do expropriado para restaurar o que decidido em processo de conhecimento. Ato 
contínuo, o STJ dera provimento a recurso especial do Incra para que fosse concretizada nova perícia. A 
Turma reputou configurado desrespeito flagrante à coisa julgada. Em nome dos princípios da moralidade e 
da razoabilidade nas obrigações do Estado, o STJ colocara em plano secundário os parâmetros fixados em 
sentença transitada em julgado e objeto de execução. Observou que o recurso especial ganhara contornos 
de ação de impugnação autônoma. Afirmou que apenas a ação rescisória, e não o recurso especial, seria o 
instrumental possível para afastar do cenário jurídico pronunciamento judicial já precluso na via da 
recorribilidade. 
RE 602439/MA, rel. Min. Marco Aurélio, 11.11.2014. 
 
 
 
 
 
 
 
 
Informativo 767-STF (27/11/2014) – Esquematizado por Márcio André Lopes Cavalcante | 11 
OUTRAS INFORMAÇÕES 
 
C L I P P I N G D O D JE 
10 a 14 de novembro de 2014 
 
ADI N. 1.808-AM 
RELATOR: MIN. GILMAR MENDES 
Ação direta de inconstitucionalidade com pedidode medida cautelar. 2. Arguição de inconstitucionalidade do artigo 6º do Ato das Disposições 
Constitucionais Transitórias da Constituição do Estado do Amazonas, que confere estabilidade excepcional a todos os servidores públicos civis da 
Administração direta e indireta do Estado do Amazonas e de seus Municípios, inclusive aos servidores de suas empresas públicas, sociedades de 
economia mista e até mesmo aos empregados de outras entidades de direito privado de cujo capital participe o Estado ou o Município. 3. Alegações 
de violação dos artigos 25; 37, II; 41; 42 e 173, § 1º, da parte permanente da Constituição da República, assim como os artigos 11, 25 e 19 do ADCT. 
4. Medida cautelar deferida, para suspensão, ex tunc, da eficácia da norma impugnada, até o julgamento final da ação. 5. Configurada usurpação de 
iniciativa privativa da União para dispor sobre estabilidade no emprego, matéria específica de legislação do trabalho, prevista no artigo 22, I, da 
Constituição Federal. 6. Inconstitucionalidade material do art. 6º do ADCT da Carta Amazonense ao estender a estabilidade excepcional aos 
servidores de suas empresas públicas, sociedades de economia mista e até mesmo aos empregados de outras entidades de direito privado de cujo 
capital participe o Estado ou o Município. 7. Ofensa aos artigos 37, II, 173, § 1º, da parte permanente da Constituição da República e 19 do ADCT. 8. 
Precedentes: ADI 83-7/MG, Rel. Min. Sepúlveda Pertence, unânime, DJ 18.10.91; ADI 1.515-0/DF, Rel. Min. Sydney Sanches, unânime, DJ 
11.04.2003 e ADI 112/BA, Rel. Min. Neri da Silveira, unânime, DJ 9.2.1996. 9. Ação direta de inconstitucionalidade procedente. 
*noticiado no Informativo 759 
 
ADI N. 4.950-RO e ADI N. 4.957-PE 
RELATORA: MIN. CÁRMEN LÚCIA 
EMENTA: AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE. LEI RONDONIENSE N. 2.248/2010. COMERCIALIZAÇÃO DE ARTIGOS DE 
CONVENIÊNCIA E PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS DE UTILIDADE PÚBLICA EM FARMÁCIAS E DROGARIAS DE RONDÔNIA. INEXISTÊNCIA DE 
INCONSTITUCIONALIDADE FORMAL: COMPETÊNCIA SUPLEMENTAR DOS ESTADOS PARA LEGISLAR SOBRE A MATÉRIA. LEI N. 
5.991/1973 (LEI GERAL). ART. 24, § 2º, C/C O ART. 25, § 1º, DA CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA. AUSÊNCIA DE INCONSTITUCIONALIDADE 
MATERIAL: OBSERVÂNCIA DO PRINCÍPIO DA PROPORCIONALIDADE. PRECEDENTE: ADI 4.954/AC. AÇÃO DIRETA DE 
INCONSTITUCIONALIDADE JULGADA IMPROCEDENTE. 
*noticiado no Informativo 763 
 
 
RE N. 592.317-RJ 
RELATOR: MIN. GILMAR MENDES 
Recurso extraordinário com repercussão geral reconhecida. Administrativo. Servidor Público. Extensão de gratificação com fundamento no princípio 
da Isonomia. Vedação. Enunciado 339 da Súmula desta Corte. Recurso extraordinário provido. 
*noticiado no Informativo 756 
 
RE N. 631.240-MG 
RELATOR: MIN. ROBERTO BARROSO 
Ementa: RECURSO EXTRAORDINÁRIO. REPERCUSSÃO GERAL. PRÉVIO REQUERIMENTO ADMINISTRATIVO E INTERESSE EM 
AGIR. 
1. A instituição de condições para o regular exercício do direito de ação é compatível com o art. 5º, XXXV, da Constituição. Para se caracterizar a 
presença de interesse em agir, é preciso haver necessidade de ir a juízo. 
2. A concessão de benefícios previdenciários depende de requerimento do interessado, não se caracterizando ameaça ou lesão a direito antes de sua 
apreciação e indeferimento pelo INSS, ou se excedido o prazo legal para sua análise. É bem de ver, no entanto, que a exigência de prévio 
requerimento não se confunde com o exaurimento das vias administrativas. 
3. A exigência de prévio requerimento administrativo não deve prevalecer quando o entendimento da Administração for notória e reiteradamente 
contrário à postulação do segurado. 
4. Na hipótese de pretensão de revisão, restabelecimento ou manutenção de benefício anteriormente concedido, considerando que o INSS tem o dever 
legal de conceder a prestação mais vantajosa possível, o pedido poderá ser formulado diretamente em juízo – salvo se depender da análise de matéria de 
fato ainda não levada ao conhecimento da Administração –, uma vez que, nesses casos, a conduta do INSS já configura o não acolhimento ao menos 
tácito da pretensão. 
5. Tendo em vista a prolongada oscilação jurisprudencial na matéria, inclusive no Supremo Tribunal Federal, deve-se estabelecer uma fórmula de 
transição para lidar com as ações em curso, nos termos a seguir expostos. 
6. Quanto às ações ajuizadas até a conclusão do presente julgamento (03.09.2014), sem que tenha havido prévio requerimento administrativo nas 
hipóteses em que exigível, será observado o seguinte: (i) caso a ação tenha sido ajuizada no âmbito de Juizado Itinerante, a ausência de anterior 
pedido administrativo não deverá implicar a extinção do feito; (ii) caso o INSS já tenha apresentado contestação de mérito, está caracterizado o 
interesse em agir pela resistência à pretensão; (iii) as demais ações que não se enquadrem nos itens (i) e (ii) ficarão sobrestadas, observando-se a 
sistemática a seguir. 
7. Nas ações sobrestadas, o autor será intimado a dar entrada no pedido administrativo em 30 dias, sob pena de extinção do processo. Comprovada a 
postulação administrativa, o INSS será intimado a se manifestar acerca do pedido em até 90 dias, prazo dentro do qual a Autarquia deverá colher 
todas as provas eventualmente necessárias e proferir decisão. Se o pedido for acolhido administrativamente ou não puder ter o seu mérito analisado 
devido a razões imputáveis ao próprio requerente, extingue-se a ação. Do contrário, estará caracterizado o interesse em agir e o feito deverá 
prosseguir. 
8. Em todos os casos acima – itens (i), (ii) e (iii) –, tanto a análise administrativa quanto a judicial deverão levar em conta a data do início da ação 
como data de entrada do requerimento, para todos os efeitos legais. 
9. Recurso extraordinário a que se dá parcial provimento, reformando-se o acórdão recorrido para determinar a baixa dos autos ao juiz de primeiro 
grau, o qual deverá intimar a autora – que alega ser trabalhadora rural informal – a dar entrada no pedido administrativo em 30 dias, sob pena de 
extinção. Comprovada a postulação administrativa, o INSS será intimado para que, em 90 dias, colha as provas necessárias e profira decisão 
 
Informativo 767-STF (27/11/2014) – Esquematizado por Márcio André Lopes Cavalcante | 12 
administrativa, considerando como data de entrada do requerimento a data do início da ação, para todos os efeitos legais. O resultado será comunicado 
ao juiz, que apreciará a subsistência ou não do interesse em agir. 
*noticiado no Informativo 757 
 
AG. REG. NA EP N. 23-DF 
RELATOR: MIN. ROBERTO BARROSO 
EMENTA: EXECUÇÃO PENAL. AGRAVO REGIMENTAL. PRISÃO DOMICILIAR HUMANITÁRIA. 1. É admitida a concessão de prisão 
domiciliar humanitária ao condenado acometido de doença grave que necessite de tratamento médico que não possa ser oferecido no estabelecimento 
prisional ou em unidade hospitalar adequada. 2. No caso, a avaliação médica oficial realizada por profissionais distintos e renomados atestou a 
possibilidade de continuação do tratamento no regime semiaberto e a inexistência de doença grave. 3. Agravo regimental a que se nega provimento. 
*noticiado no Informativo 756 
 
ADI N. 1.746-SP 
RELATOR: MIN. MARCO AURÉLIO 
COMPETÊNCIA – LICITAÇÃO E CONTRATAÇÕES PÚBLICAS – RESCISÃO – INDENIZAÇÃO – DISCIPLINA. A teor do disposto no artigo 
22, inciso XXVII, da Constituição Federal, compete à União a regulação de normas gerais sobre licitação e contratação públicas, abrangidas a 
rescisão de contrato administrativo e a indenização cabível. 
CONCESSÃO – SANEAMENTO BÁSICO – MUNICÍPIOS – ORGANIZAÇÃO AUTÔNOMA DE SERVIÇOS DE ÁGUA E ESGOTO – 
ROMPIMENTO DO AJUSTE – INDENIZAÇÃO – PROJEÇÃO NO TEMPO. Implica ofensa aos princípios ligados à concessão, ao ajuste 
administrativo, a projeção, no tempo, de pagamento de indenização considerado o rompimento de contrato administrativo, ante a organização, pelo 
próprio Município, de serviços de água e esgoto. 
*noticiado no Informativo 759 
 
AcórdãosPublicados: 545 
 
TRANSCRIÇÕES 
 
Com a finalidade de proporcionar aos leitores do INFORMATIVO STF uma compreensão mais 
aprofundada do pensamento do Tribunal, divulgamos neste espaço trechos de decisões que tenham 
despertado ou possam despertar de modo especial o interesse da comunidade jurídica. 
 
Informação Jornalística - Interdição de Sua Divulgação - Poder Cautelar Geral - Inadmissibilidade - Vedação da Censura 
(Transcrições) 
 
Rcl 18.566-MC/SP* 
 
RELATOR: Ministro Celso de Mello 
 
EMENTA: RECLAMAÇÃO. ALEGAÇÃO DE DESRESPEITO À AUTORIDADE DO JULGAMENTO PLENÁRIO DA ADPF 130/DF. 
EFICÁCIA VINCULANTE DESSA DECISÃO DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL. POSSIBILIDADE DE CONTROLE, MEDIANTE 
RECLAMAÇÃO, DE ATOS QUE TENHAM TRANSGREDIDO TAL JULGAMENTO. LEGITIMIDADE ATIVA DE TERCEIROS QUE 
NÃO INTERVIERAM NO PROCESSO DE FISCALIZAÇÃO NORMATIVA ABSTRATA. LIBERDADE DE EXPRESSÃO. 
JORNALISMO DIGITAL. PROTEÇÃO CONSTITUCIONAL. DIREITO DE INFORMAR: PRERROGATIVA FUNDAMENTAL QUE 
SE COMPREENDE NA LIBERDADE CONSTITUCIONAL DE MANIFESTAÇÃO DO PENSAMENTO E DE COMUNICAÇÃO. 
INADMISSIBILIDADE DE CENSURA ESTATAL, INCLUSIVE DAQUELA IMPOSTA PELO PODER JUDICIÁRIO, À LIBERDADE 
DE EXPRESSÃO, NESTA COMPREENDIDA A LIBERDADE DE INFORMAÇÃO JORNALÍSTICA. TEMA EFETIVAMENTE 
VERSADO NA ADPF 130/DF, CUJO JULGAMENTO FOI INVOCADO COMO PARÂMETRO DE CONFRONTO. CONFIGURAÇÃO, 
NO CASO, DA PLAUSIBILIDADE JURÍDICA DA PRETENSÃO RECLAMATÓRIA E OCORRÊNCIA DE SITUAÇÃO 
CARACTERIZADORA DE “PERICULUM IN MORA”. MEDIDA CAUTELAR DEFERIDA. 
 
DECISÃO: Trata-se de reclamação, com pedido de medida cautelar, na qual se sustenta que o ato judicial ora questionado – emanado do Juízo de Direito da 4ª 
Vara Cível do Foro Regional I – Santana, da comarca de São Paulo/SP – teria desrespeitado a autoridade da decisão que o Supremo Tribunal Federal 
proferiu no julgamento da ADPF 130/DF, Rel. Min. AYRES BRITTO. 
A parte ora reclamante, para justificar o alegado desrespeito à autoridade decisória do julgamento proferido pelo Supremo Tribunal Federal, 
afirma, em síntese, o que se segue: 
 
“1. A presente Reclamação tem por finalidade fazer garantir a autoridade da decisão proferida por esse E. Supremo Tribunal Federal 
nos autos da Ação de Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF) nº. 130, que, ao interpretar os valores republicanos e democráticos 
de direito, determinou o impedimento de que notícias jornalísticas fossem censuradas. 
2. ‘Concessa venia’, a decisão da Exma. Juíza ** da 4ª Vara Cível do Foro Regional I – Santana da Comarca de São Paulo – SP (Doc. 03), ao 
determinar a intimação da Reclamante, nos autos de ação judicial em que ela sequer é parte para que suprima de seu endereço eletrônico matéria 
jornalística divulgada no site conjur.com.br, de titularidade do jornalista ** (doc. 04), em que traz notícia de evidente interesse público, a respeito da 
encenação teatral que acontece em São Paulo respeito de emblemático crime acontecido na capital paulista. 
3. Para melhor elucidar a questão, abaixo está a determinação censória da M.Mª. Juíza da 4ª Vara Cível do Foro Regional I – 
Santana da Comarca de São Paulo: 
 
‘(...) Chegou ao meu conhecimento na presente data, porque constante da ‘intranet’ do Egrégio Tribunal de Justiça, que fora 
publicado matéria sobre o presente feito pelo Consultor Jurídico (‘www.conjur.com.br’), mesmo estando o feito sob SEGREDO DE 
JUSTIÇA (artigos 5º, inciso LX da Constituição Federal e 155 do Código de Processo Civil). Diante disso, com lastro no artigo 125 do 
Código de Processo Civil, determino a imediata expedição de mandado de intimação ao Consultor Jurídico (a ser cumprido no 
PLANTÃO) INTIMANDO-O para retirar da ‘internet’ a referida notícia, sob pena de incidência de multa cominatória de R$ 10.000,00 
por dia de descumprimento. Concedo prazo de 24 horas contados da intimação para cumprimento da medida. EXPEÇA-SE 
MANDADO URGENTE. (…).’ 
 
 
Informativo 767-STF (27/11/2014) – Esquematizado por Márcio André Lopes Cavalcante | 13 
4. A Reclamante foi intimada de referida decisão em 05 de setembro p.p, entretanto, por não ser parte no processo e por esse 
tramitar em segredo de justiça, não possui meios de tomar ciência do inteiro teor do ‘decisum’, tampouco ostenta legitimidade para buscar a 
reforma da decisão pelo E. Tribunal de Justiça de São Paulo. 
5. Entretanto, a afronta direta ao julgamento da ADPF 130 por esse E. Supremo Tribunal Federal é constatado apenas observando-se 
a determinação judicial e a matéria jornalistica veiculada no site conjur.com.br. 
6. Para melhor compreensão, abaixo a matéria jornalística em questão: 
 
‘DIREITOS DA PERSONALIDADE 
Mãe de** será indenizada por peça baseada em morte da filha 
Obras de ficção que usam fatos facilmente identificáveis após exposição na mídia violam o direito de privacidade, pois o 
público ‘mediano’ não consegue separar ‘licença poética’ de acontecimentos reais. Esse foi o entendimento da juíza **, da 4ª Vara 
Cível de São Paulo, ao determinar que o autor de uma peça baseada na morte de ** indenize a mãe da menina em R$ 20 mil por danos 
morais. Ela também proibiu qualquer montagem teatral do texto. A exibição do espetáculo Edifício London (foto), da companhia Os 
Satyros, estava proibida desde março de 2013, por uma liminar. Como a obra também havia sido publicada em livro, com menos de 
500 exemplares, a condenação vale ainda para a editora Coruja, responsável pela tiragem. O grupo Os Satyros aparece como réu, 
mas não foi responsabilizado. O processo corre em segredo de Justiça. 
A mãe de **, **, alegou que a peça fazia remissão direta ao homicídio de sua filha e considerou como ‘verdadeira aberração’ 
cena em que uma boneca decapitada era lançada através de uma janela. Além de apontar violação à imagem de sua filha, ela disse 
que também se sentiu vítima por ser retratada como ‘uma mulher despreocupada com a prole e envolvida com a vulgaridade’. 
Embora tenha reconhecido ‘as bem articuladas argumentações da defesa em favor da liberdade de expressão’, a juíza avaliou 
que ‘nesse embate entre o público e o privado sobrepõem-se os direitos da personalidade’. O autor alegava que o texto é de ficção, 
mas a sentença aponta ser impossível dissociá-lo das pessoas envolvidas no episódio. O próprio título – nome do edifício onde ** 
morreu há seis anos, após uma queda do sexto andar – ‘já resgata memórias indeléveis’, segundo a juíza. 
Um dos dispositivos aplicados na decisão foi o artigo 20 do Código Civil, que é questionado no Supremo Tribunal Federal pela 
Associação Nacional dos Editores de Livros e gerou discussão envolvendo biografias não autorizadas. Segundo o dispositivo, pode ser 
proibido qualquer material que atinge ‘a honra, a boa fama ou a respeitabilidade’ de uma pessoa ou tenha fins comerciais. 
O advogado do autor, **, do **, planeja recorrer da decisão, sob a justificativa de que a peça não provocou nenhum dano. Ele 
também pediu a revogação do segredo judicial, por entender que não há motivos para a medida. A editora é defendida pelo mesmo 
escritório. O advogado **, que representa a companhia de teatro, também tenta derrubar o segredo.’ 
 
7. Para determinar o ato censório, fundamentou a MMª. Juíza que a matéria jornalística em questão teria divulgado informações de 
processo que tramita sob segredo de justiça, o que é, como se percebe pela leitura da matéria, absolutamente inverídico. 
8. Percebe-se, a toda evidência, que a decisão da MMª. Juíza da 4ª Vara Cível do Foro Regional I – Santana da Comarca de São 
Paulo, constitui em flagrante ato censório, contrário ao preceito constitucional reiterado na decisão dessa C. Corte Suprema no 
julgamento da ADPF 130, que, como norma jurídica vinculante, interpretou os valores constitucionais da liberdade de expressão e no Brasil 
e impediu que atos dessa natureza fossem tidos como constitucionais.” (grifei) 
 
Cabe verificar, preliminarmente, se se revela admissível, ou não, na espécie, a utilização do presente instrumento reclamatório.Como se sabe, a reclamação reveste-se de idoneidade jurídico-processual, quando utilizada com o objetivo de fazer prevalecer a autoridade 
decisória dos julgamentos emanados desta Corte, notadamente quando impregnados de eficácia vinculante, como sucede com aqueles proferidos em 
sede de fiscalização normativa abstrata (RTJ 169/383-384 – RTJ 183/1173-1174): 
 
“O DESRESPEITO À EFICÁCIA VINCULANTE, DERIVADA DE DECISÃO EMANADA DO PLENÁRIO DA SUPREMA 
CORTE, AUTORIZA O USO DA RECLAMAÇÃO. 
- O descumprimento, por quaisquer juízes ou Tribunais, de decisões proferidas com efeito vinculante, pelo Plenário do Supremo 
Tribunal Federal, em sede de ação direta de inconstitucionalidade ou de ação declaratória de constitucionalidade, autoriza a utilização da 
via reclamatória, também vocacionada, em sua específica função processual, a resguardar e a fazer prevalecer, no que concerne à Suprema 
Corte, a integridade, a autoridade e a eficácia subordinante dos comandos que emergem de seus atos decisórios. Precedente: Rcl 1.722/RJ, 
Rel. Min. CELSO DE MELLO (Pleno).” 
(RTJ 187/151, Rel. Min. CELSO DE MELLO, Pleno) 
 
Admissível, portanto, ao menos em tese, o ajuizamento de reclamação nos casos em que sustentada, como na espécie, transgressão à 
eficácia vinculante de que se mostra impregnado o julgamento do Supremo Tribunal Federal proferido no âmbito de processos objetivos de controle 
normativo abstrato, como aquele que resultou do exame da ADPF 130/DF, Rel. Min. AYRES BRITTO. 
Cabe reconhecer, de outro lado, que mesmo terceiros – que não intervieram no processo objetivo de controle normativo abstrato – dispõem 
de legitimidade ativa para o ajuizamento da reclamação perante o Supremo Tribunal Federal, quando promovida com o objetivo de fazer restaurar 
o “imperium” inerente às decisões emanadas desta Corte, proferidas em sede de ação direta de inconstitucionalidade, de ação declaratória de 
constitucionalidade ou, como no caso, de arguição de descumprimento de preceito fundamental. 
É inquestionável, pois, sob tal aspecto, nos termos do julgamento plenário de questão de ordem suscitada nos autos da Rcl 1.880-AgR/SP, 
Rel. Min. MAURÍCIO CORRÊA, que se revela plenamente viável a utilização, na espécie, do instrumento reclamatório, razão pela qual assiste, 
à parte ora reclamante, legitimidade ativa “ad causam” para fazer instaurar a presente medida processual. 
Impende registrar, por oportuno, que esse entendimento tem prevalecido em sucessivos julgamentos proferidos por esta Suprema Corte: 
 
“(...) LEGITIMIDADE ATIVA PARA A RECLAMAÇÃO NA HIPÓTESE DE INOBSERVÂNCIA DO EFEITO VINCULANTE. 
- Assiste plena legitimidade ativa, em sede de reclamação, àquele – particular ou não – que venha a ser afetado, em sua esfera 
jurídica, por decisões de outros magistrados ou Tribunais que se revelem contrárias ao entendimento fixado, em caráter vinculante, pelo 
Supremo Tribunal Federal, no julgamento dos processos objetivos de controle normativo abstrato instaurados mediante ajuizamento, quer de 
ação direta de inconstitucionalidade, quer de ação declaratória de constitucionalidade. Precedente. (…).” 
(RTJ 187/151, Rel. Min. CELSO DE MELLO, Pleno) 
 
Plenamente justificável, assim, a utilização, no caso, do instrumento constitucional da reclamação pela parte ora reclamante. 
Cumpre esclarecer, neste ponto, por necessário, que, ao contrário de caso anterior em que não conheci de reclamação ajuizada perante 
esta Corte (Rcl 18.347-MC/BA), o processo ora em exame parece não incidir em juízo de inadmissibilidade, pelo fato de que, na espécie, mostrar-
se-ia constatável, ao menos em termos de sumária cognição, a configuração de um vínculo de similitude ou de pertinência objetiva entre o ato de 
que se reclama e o conteúdo material da decisão desta Suprema Corte, impregnada de eficácia vinculante, proferida no julgamento da ADPF 
130/DF. 
 
Informativo 767-STF (27/11/2014) – Esquematizado por Márcio André Lopes Cavalcante | 14 
Resulta desse contexto o fato – que me parece irrecusável – de que efetivamente existe, ao contrário do que se registrou na já mencionada 
Rcl 18.347-MC/BA, uma perceptível relação de similitude entre o ato ora impugnado e o julgamento, com efeito vinculante, invocado como 
paradigma de confronto, pois o ato decisório em questão, projetando-se para além do mero reconhecimento sumário dos pressupostos autorizadores 
do exercício do poder geral de cautela, traduziu clara opção por um decreto de interdição judicial da publicação da notícia (ou de matéria 
informativa) sobre a peça teatral “Edifício London”, com manifesta (e grave) restrição à liberdade de expressão, circunstância essa que faz 
instaurar relação de antagonismo entre referida deliberação judicial e a eficácia vinculante derivada do julgamento plenário da ADPF 130/DF. 
Passo, desse modo, a apreciar o pedido de medida cautelar. E, ao fazê-lo, entendo, ao menos em juízo de sumária cognição, que se impõe o 
acolhimento da pretendida concessão de provimento liminar postulada pela empresa ora reclamante. 
Tenho enfatizado, em diversas decisões que proferi no Supremo Tribunal Federal, que o exercício da jurisdição cautelar por magistrados e 
Tribunais não pode converter-se em prática judicial inibitória, muito menos censória, da liberdade constitucional de expressão e de comunicação, 
sob pena – como já salientei em oportunidades anteriores – de o poder geral de cautela atribuído ao Judiciário qualificar-se, perigosamente, como o 
novo nome de uma inaceitável censura estatal em nosso País. 
A interdição judicial imposta à empresa ora reclamante, em causa na qual ela sequer figura como sujeito processual, proibindo-a de publicar 
matéria ou notícia sobre o processo de indenização civil motivado pela encenação da peça teatral “Edifício London”, sob pena de incidência de multa 
cominatória diária, configura, segundo entendo, clara transgressão ao comando emergente da decisão que esta Corte Suprema proferiu, com efeito 
vinculante, na ADPF 130/DF. 
Não constitui demasia insistir na observação de que a censura, por incompatível com o sistema democrático, foi banida do ordenamento jurídico 
brasileiro, cuja Lei Fundamental – reafirmando a repulsa à atividade censória do Estado, na linha de anteriores Constituições brasileiras (Carta Imperial 
de 1824, art. 179, nº 5; CF/1891, art. 72, § 12; CF/1934, art. 113, nº 9; CF/1946, art. 141, § 5º) – expressamente vedou “(...) qualquer censura de 
natureza política, ideológica e artística” (CF/88, art. 220, § 2º). 
Cabe observar, ainda, que a repulsa à censura, além de haver sido consagrada em nosso constitucionalismo democrático, representa 
expressão de um compromisso que o Estado brasileiro assumiu no plano internacional. 
Com efeito, o Brasil, dentre tantos outros instrumentos de proteção internacional dos direitos humanos, subscreveu a Declaração Universal 
dos Direitos da Pessoa Humana, promulgada pela III Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas, em 10 de dezembro de 1948. 
Esse estatuto contempla, em seu Artigo XIX, previsão do direito à liberdade de opinião e de expressão, inclusive a prerrogativa de procurar, 
de receber e de transmitir informações e ideias por quaisquer meios, independentemente de fronteiras. 
O direito fundamental à liberdade de expressão, inclusive à liberdade de imprensa, é igualmente assegurado pelo Pacto Internacional 
sobre Direitos Civis e Políticos (Artigo 19), adotado pela Assembleia Geral da ONU em 16/12/1966 e incorporado, formalmente, ao nosso direito 
positivo interno, em 06/12/1992 (Decreto nº 592/92). 
Vale mencionar, ainda, por sumamente relevante, a Declaração Americana dos Direitos e Deveres do Homem, promulgada pela IX 
Conferência Internacional Americana, realizada em Bogotá, em abril de 1948, cujo texto assegura, a todos, a plena liberdade de expressão (Artigo 
IV). 
A Convenção Americana de Direitos Humanos, também denominada Pacto de San José da Costa Rica, por sua vez, garante, às pessoas em 
geral, o direitoà livre manifestação do pensamento, sendo-lhe absolutamente estranha a ideia de censura estatal. 
Eis o que proclama, em seu Artigo 13, esse pacto fundamental: 
 
“Artigo 13 - Liberdade de pensamento e de expressão 
1. Toda pessoa tem o direito à liberdade de pensamento e de expressão. Esse direito inclui a liberdade de procurar, receber e difundir 
informações e idéias de qualquer natureza, sem considerações de fronteiras, verbalmente ou por escrito, ou em forma impressa ou artística, 
ou por qualquer meio de sua escolha. 
2. O exercício do direito previsto no inciso precedente não pode estar sujeito à censura prévia, mas a responsabilidades ulteriores, 
que devem ser expressamente previstas em lei e que se façam necessárias para assegurar: 
a) o respeito dos direitos e da reputação das demais pessoas; 
b) a proteção da segurança nacional, da ordem pública, ou da saúde ou da moral públicas.” (grifei) 
 
É interessante assinalar, neste ponto, até mesmo como registro histórico, que a ideia da incompatibilidade da censura com o regime 
democrático já se mostrava presente nos trabalhos de nossa primeira Assembleia Geral Constituinte e Legislativa, reunida em 03/05/1823 e 
dissolvida, por ato de força, em 12/11/1823. 
Com efeito, ANTONIO CARLOS RIBEIRO DE ANDRADA, ao longo dessa Assembleia Constituinte, apresentou proposta que repelia, de 
modo veemente, a prática da censura, no âmbito do (então) nascente Estado brasileiro, em texto que, incorporado ao projeto da Constituição, 
assim dispunha: 
 
“Artigo 23 – Os escritos não são sujeitos à censura nem antes nem depois de impressos.” (grifei) 
 
A razão dessa proposta de ANTONIO CARLOS RIBEIRO DE ANDRADA prendia-se ao fato de que D. João VI editara, então, há pouco 
mais de dois anos, em 02 de março de 1821, um decreto régio que impunha o mecanismo da censura, fazendo-nos recuar, naquele momento 
histórico, ao nosso passado colonial, período em que prevaleceu essa inaceitável restrição às liberdades do pensamento. 
Preocupa-me, por isso mesmo, o fato de que o exercício, por alguns juízes e Tribunais, do poder geral de cautela tenha se transformado em 
inadmissível instrumento de censura estatal, com grave comprometimento da liberdade de expressão, nesta compreendida a liberdade de 
imprensa. Ou, em uma palavra, como anteriormente já acentuei: o poder geral de cautela tende, hoje, perigosamente, a traduzir o novo nome da 
censura! 
Todas as observações que venho de fazer evidenciam, a meu juízo, que a decisão objeto da presente reclamação teria desrespeitado a 
autoridade do julgamento plenário ora invocado, pela parte reclamante, como parâmetro de controle, eis que o tema da censura foi efetivamente 
abordado e plenamente examinado quando do julgamento plenário da ADPF 130/DF. 
Enfatizo, por oportuno, que eu próprio, no voto que proferi na ADPF 130/DF, discuti, expressamente, o tema referente à censura estatal, 
qualquer que tenha sido o órgão ou o Poder de que haja emanado esse ato de (inadmissível) cerceamento da liberdade de expressão. 
Devo relembrar, neste ponto, que o Plenário do Supremo Tribunal Federal, no julgamento final da ADI 869/DF, ao declarar a 
inconstitucionalidade de determinada expressão normativa constante do § 2º do art. 247 do Estatuto da Criança e do Adolescente, advertiu, em 
decisão impregnada de efeito vinculante, que a cláusula legal que punia emissoras de rádio e de televisão, bem assim empresas jornalísticas, pelo 
fato de exercerem o direito de informar, mostrava-se colidente com o texto da Constituição da República (art. 220, § 2º). 
O julgamento em questão restou consubstanciado em acórdão assim ementado: 
 
“AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE. LEI FEDERAL 8069/90. LIBERDADE DE MANIFESTAÇÃO DO 
PENSAMENTO, DE CRIAÇÃO, DE EXPRESSÃO E DE INFORMAÇÃO. IMPOSSIBILIDADE DE RESTRIÇÃO. 
1. Lei 8069/90. Divulgação total ou parcial, por qualquer meio de comunicação, de nome, ato ou documento de procedimento policial, 
administrativo ou judicial relativo à criança ou adolescente a que se atribua ato infracional. Publicidade indevida. Penalidade: suspensão 
da programação da emissora até por dois dias, bem como da publicação do periódico até por dois números. Inconstitucionalidade. A 
 
Informativo 767-STF (27/11/2014) – Esquematizado por Márcio André Lopes Cavalcante | 15 
Constituição de 1988 em seu artigo 220 estabeleceu que a liberdade de manifestação do pensamento, de criação, de expressão e de 
informação, sob qualquer forma, processo ou veículo, não sofrerá qualquer restrição, observado o que nela estiver disposto. 
2. Limitações à liberdade de manifestação do pensamento, pelas suas variadas formas. Restrição que há de estar explícita ou 
implicitamente prevista na própria Constituição. 
Ação direta de inconstitucionalidade julgada procedente.” 
(ADI 869/DF, Rel. p/ o acórdão Min. MAURÍCIO CORRÊA – grifei) 
 
O fato é que não podemos – nem devemos – retroceder neste processo de conquista e de reafirmação das liberdades democráticas. Não se 
trata de preocupação retórica, pois o peso da censura – ninguém o ignora – é algo insuportável e absolutamente intolerável. 
RUI BARBOSA, em texto no qual registrou as suas considerações sobre a atuação do Marechal Floriano Peixoto durante a Revolução 
Federalista e a Revolta da Armada (“A Ditadura de 1893”), após acentuar que a “rule of law” não podia ser substituída pelo império da espada, 
assim se pronunciou sobre a questão da censura estatal: 
 
“A Constituição proibiu a censura irrestritamente, radicalmente, inflexivelmente. Toda lei preventiva contra os excessos da imprensa, 
toda lei de tutela à publicidade, toda lei de inspeção policial sobre os jornais é, por conseqüência, usurpatória e tirânica. Se o jornalismo se 
apasquina, o Código Penal proporciona aos ofendidos, particulares, ou funcionários públicos, os meios de responsabilizar os verrineiros.” 
(grifei) 
 
Vale registrar, por sumamente relevante, o fato de que, em situações idênticas à que ora se examina, eminentes Ministros do Supremo Tribunal Federal, 
fazendo prevalecer a eficácia vinculante derivada do julgamento da ADPF 130/DF, sustaram decisões judiciais que haviam ordenado a interdição, claramente 
censória, em matérias jornalísticas divulgadas em órgãos de imprensa (Rcl 11.292-MC/SP, Rel. Min. JOAQUIM BARBOSA – Rcl 16.074-MC/SP, Rel. Min. 
ROBERTO BARROSO, decisão proferida pelo Ministro Ricardo Lewandowski, no exercício da Presidência – Rcl 16.434/ES, Rel. Min. ROSA WEBER – Rcl 
18.186-MC/RJ, Rel. Min. CÁRMEN LÚCIA, decisão proferida pelo Ministro Ricardo Lewandowski, no exercício da Presidência – Rcl 18.290-MC/RJ, Rel. Min. 
LUIZ FUX, v.g.). 
Nem se invoque, finalmente, para justificar o ato censório de que ora se reclama (incompatível, por si só, com o julgamento vinculante desta 
Suprema Corte), a existência, na espécie, do regime de sigilo que havia sido imposto ao processo judicial em questão (CPC, art. 155), pois a 
eventual divulgação de seu conteúdo pelos meios de comunicação social não traduz situação caracterizadora de ilicitude penal, considerados os 
próprios elementos que compõem o tipo definido no art. 325 do Código Penal e cuja descrição normativa não abrange os “extranei”, como os 
profissionais de imprensa, eis que – segundo assinala o magistério da doutrina (LUIZ REGIS PRADO, “Comentários ao Código Penal”, p. 
994/995, 9ª ed., 2014, RT; DAMÁSIO E. DE JESUS, “Código Penal Anotado”, p. 1.196, 22ª ed., 2014, Saraiva; GUILHERME DE SOUZA 
NUCCI, “Código Penal Comentado”, p. 1.308/1.310, itens ns. 181, 191 e 200, 14ª ed., 2014, Forense; CEZAR ROBERTO BITENCOURT, 
“Código Penal Comentado”, p. 1.414, item n. 3, 8ª ed., 2014, Saraiva, v.g.) – o delito em questão, por constituir crime próprio, exige sujeito ativo 
especial, que é o funcionário público. 
Daí a corretíssima observação de FERNANDO CAPEZ (“Curso de Direito Penal”, vol. 3/549, item n. 2.2, 11ª ed., 2013, Saraiva): 
 
“(...) O particular (‘extraneus’) que tomou conhecimento dosegredo revelado pelo funcionário, sem ter qualquer participação na 
conduta, não responde por crime algum, ainda que revele o segredo a outrem.” (grifei) 
 
Em suma: a questão em exame, segundo entendo, assume indiscutível magnitude de ordem político-jurídica, notadamente em face de seus 
claros lineamentos constitucionais que foram analisados, de modo efetivo, no julgamento da referida ADPF 130/DF, em cujo âmbito o Supremo 
Tribunal Federal pôs em destaque, de maneira muito expressiva, uma das mais relevantes franquias constitucionais: a liberdade de manifestação 
do pensamento, que representa um dos fundamentos em que se apoia a própria noção de Estado democrático de direito e que não pode ser 
restringida, por isso mesmo, pelo exercício ilegítimo da censura estatal, ainda que praticada em sede jurisdicional. 
Sendo assim, em face das razões expostas, e sem prejuízo de ulterior reapreciação da matéria quando do julgamento final da presente 
reclamação, defiro o pedido de medida liminar e, em consequência, suspendo, cautelarmente, e só em relação à parte ora reclamante, a eficácia da 
decisão proferida pelo Juízo de Direito da 4ª Vara Cível do Foro Regional I – Santana, da comarca de São Paulo/SP, nos autos do Processo nº 
0007919.86.2013.8.26.0001, autorizando a reinclusão da notícia e a normal veiculação de matéria jornalística sobre o tema censurado, afastada a 
incidência da multa cominatória diária imposta no ato de que ora se reclama. 
Comunique-se, transmitindo-se cópia da presente decisão à autoridade judiciária que figura como reclamada e, também, ao eminente Senhor 
Desembargador do E. Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo, Relator do AI nº 0039789-55.2013.8.26.0000. 
2. Requisitem-se informações ao Juízo de Direito da 4ª Vara Cível do Foro Regional I – Santana, da comarca de São Paulo/SP (Lei nº 
8.038/90, art. 14, I). 
 
Publique-se. 
Brasília, 12 de setembro de 2014. 
 
Ministro CELSO DE MELLO 
Relator 
 
*decisão publicada no DJe de 17.9.2014. 
** nomes suprimidos pelo Informativo 
 
OUTRAS INFORMAÇÕES 
10 a 14 de novembro de 2014 
 
 
SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL (STF) 
Prazo processual – Feriado forense 
Portaria nº 232/STF, de 7.11.2014 – Comunica que não haverá expediente na Secretaria do Tribunal no dia 
8.12.2014 (segunda-feira), em virtude do disposto no Decreto-Lei nº 8.292, de 5.12.1945 e que os prazos que 
porventura devam iniciar-se ou completar-se nesse dia ficam automaticamente prorrogados para o dia 9 subsequente 
(terça-feira). Publicada no DJE/STF, n. 222, p. 236, em 12.11.2014.

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