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CIENCIA METODOLOGIA E ESCRITA

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Centro Universitário Cidade Verde 
Departamento de Psicologia
Vitoria Romão da Silva
Racismo Estrutural e relações de Afeto: Uma Análise das Dinâmicas Sociais no Brasil Contemporâneo
MARINGÁ-PR
2023
	Vitoria Romão da Silva
Racismo Estrutural e relações de Afeto: Uma Análise das Dinâmicas Sociais no Brasil Contemporâneo
Projeto de pesquisa, apresentado à matéria de Ciência Metodologia e Escrita do curso de Bacharelado em Psicologia, como componente avaliativo para a obtenção da nota referente a avaliação bimestral.
MARINGÁ-PR
2023
SUMÁRIO
1.Introdução …………………………………………………..………………………04
2.Desenvolvimento………………………………………..…………………………05
       2.1 Panorama da teoria centrada na pessoa.............................................05
       2.2 Biografia de Carl Rogers.......................................................................05
       2.3 Teoria centrada na pessoa....................................................................07
       2.4 Psicoterapia............................................................................................17
       2.5 A pessoa do futuro.................................................................................21
       2.6 Filosofia da ciência................................................................................22
       2.7 Os estudos de Chicago.........................................................................23
       2.8 Pesquisa relacionada.............................................................................25
       2.9 Críticas a Rogers....................................................................................27
       2.10 Conceito de humanidade.....................................................................27
       2.11 Termos-chave e conceitos..................................................................29
3.Conclusão …………………………………………..………………………………32
4.Referências …………………………………………………………………………33
Introdução: 
	O racismo estrutural é uma questão que permeia a história do Brasil desde os tempos coloniais até os dias atuais. Como Ávila (2020) destacou, a conjuntura política recente no Brasil tem evidenciado que os negros e negras continuam a enfrentar a invisibilidade causada pelo racismo institucional. Essa invisibilidade é uma manifestação contemporânea de um problema enraizado nas raízes da sociedade brasileira, que remonta ao período da escravidão. Durante a escravidão, as condições eram desumanas, e como Ávila (2020) observou, as escravizadas não tinham direito ao repouso, à redução da jornada de trabalho ou sequer o direito de não trabalhar. A violência física era uma constante, prejudicando não apenas as mães, mas também os fetos, refletindo a desvalorização da vida negra desde aquele período histórico. Os homens negros escravizados eram considerados como propriedades, despojados de sua humanidade. 	Como ressaltado por Ávila (2020), essa desumanização persiste até os dias de hoje, manifestando-se em estereótipos e discursos que perpetuam o racismo estrutural. As heranças do passado escravocrata, portanto, moldaram as estruturas do racismo institucional que ainda perduram na sociedade contemporânea. No entanto, o racismo estrutural não se limita apenas às esferas públicas e institucionais. Vieira (2020) aponta que ele está profundamente entrelaçado com questões de gênero e orientação sexual. No Brasil, a sociedade é moldada pela intersecção do racismo, sexismo e cisheteropatriarcado, que regulam não apenas a forma como as pessoas negras são vistas, mas também como elas são autorizadas a sentir e expressar afeto e sexualidade. 	Além disso, Vieira (2020) destaca a importância de reconhecer a diversidade de experiências vividas pelas mulheres negras, considerando que, embora enfrentem desafios semelhantes, suas vivências são únicas e moldadas por diversos cruzamentos de identidades. 
Para manutenção destes privilégios, a branquitude estruturalmente racista se vale de tecnologias de sentido como o "mito negro", que representa o negro como "irracional, o feio, o ruim, o sujo, o superpotente e o exótico", sem contradizer tal lógica como calcada nos inte- resses políticos, históricos e na amplitude de determinações que sustentam a estrutura de opressão racial (SOUZA, 1983, p. 25-27)
Essa lógica prejudicial afeta as relações afetivas e familiares, contribuindo para a solidão e a objetificação dos corpos das mulheres negras (Vieira, 2020). A solidão, nesse contexto, está intrinsecamente ligada à estigmatização dos corpos das mulheres negras, que desde a infância enfrentam a negação de seu corpo como objeto de afeto e amor. Quanto mais alinhadas com o fenótipo negro, mais distantes estão desse acesso (Vieira, 2020). 
	Portanto, este projeto de pesquisa busca aprofundar a análise das dinâmicas sociais no Brasil contemporâneo, reconhecendo as influências profundas do passado escravocrata na construção do racismo estrutural e nas relações afetivas, bem como na experiência de solidão enfrentada, especialmente pelas mulheres negras.
Fugindo do estereótipo de racismo velado, a atual conjuntura política brasileira revela que os negros e as negras sofrem com a invisibilidade proporcionada pelo racismo institucional.(AVILA,2020) 
Por isso, as escravizadas não tinham o direito ao repouso, a redução do trabalho, muito menos o direito de não trabalhar. Frequentemente, esse abuso da força física prejudicava o feto, assim como a mãe.(AVILA,2020) 
Levando em conta a condição de cativo, não há dificuldades em perceber que o homem negro escravizado era tido como coisa, que satisfazia o status quo do senhor e, muitas vezes, os caprichos da senhora. Há uma animalização que forja a psique desses homens e o discurso que os desumaniza persiste até os dias de hoje.(AVILA,2020) 
pode-se perceber, através dessa ótica, como as heranças do passado escravocrata forjaram as estruturas do racismo institucional no Brasil que se fixou na sociedade até os dias atuais.(AVILA,2020) 
brasileiro, Pais constituidor do racismo, sexismo e cisheteropatriarcado como reguladores societários que atuam também no que concerne às subjetividades e na afetividade sexual. (VIEIRA,2020) 
Na contramão de homogeneização de vivências individuais, abordar experiências sub- jetivas de mulheres negras compreendendo que existem experiências em comum em atraves- samentos distintos,(VIREIRA,2020) 
Para manutenção destes privilégios, a branquitude estrutu
ralmente racista se vale de tecnologias de sentido como o "mito negro", que representa o negro como "irracional, o feio, o ruim, o sujo, o superpotente e o exótico", sem contradizer tal lógica como calcada nos inte- resses políticos, históricos e na amplitude de determinações que sustentam a estrutura de opressão racial (SOUZA, 1983, p. 25-27). 
O racismo estrutural é transversal na vivência dos sujeitos negros, perpassando e con- dicionando padrões de relacionamento, como no exposto, mesmo nas relações familiares, di- retamente influenciadoras na construção da identidade.(VIEIRA,2020) 
Em di- mensão social, a solidão é entendida como propiciada pela deficiência nos relacionamentos e experiência de falta de rede social de relacionamentos, ou seja, relações íntimas e de profun- didade em âmbito social e de apoio, acompanhada de qualitativo de satisfação maior ou me- nor e sentido de desconforto. (VIEIRA,2020)
 Quanto ao corpo como ponto de identidade fenotípica e materialização das incidências estruturais, a objetificação dos corpos das mulheres negras demonstra que a solidão adquire outras conformações invisibilizadoras e até mesmo violentas na relação com parcerias afeti- vossexuais (VIEIRA,2020)
 Quanto ao corpo como ponto de identidade fenotípica e materialização das incidências estruturais, a objetificação dos corpos das mulheres negras demonstra que a solidão adquire outras conformações invisibilizadoras e até mesmo violentas na relação com parcerias afeti- vossexuais (VIEIRA,2020) 
A solidão enlaçado a estética da mulher negra quedesde sua infância sofre com a ne- gação de seu corpo como objeto de afeto e amor, enfatiza as diferenças marcadas por quanto mais inseridas no fenótipo de negritude, mais afastado a esse acesso (VIEIRA,2020)

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