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0 UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO DEPARTAMENTO DE QUÍMICA LABORATÓRIO DE QUÍMICA A GRUPO III CAROLINA VIANA MAIA FILIPE AUGUSTO PEREIRA LUCAS FADINI FAVARATO MARIANA ZANI PAGIO SANE ALVES GUIMARÃES IDENTIFICAÇÃO DE ELEMENTOS QUÍMICOS PELO TESTE DA CHAMA E O USO DO BICO DE BUNSEN VITÓRIA 2013 1 GRUPO III CAROLINA VIANA MAIA FILIPE AUGUSTO PEREIRA LUCAS FADINI FAVARATO MARIANA ZANI PAGIO SANE ALVES GUIMARÃES IDENTIFICAÇÃO DE ELEMENTOS QUÍMICOS PELO TESTE DA CHAMA E O USO DO BICO DE BUNSEN Relatório apresentado à disciplina de Química A do Curso de Engenharia Civil da Universidade Federal do Espírito Santo, como requisito parcial para obtenção de nota. Orientador: Prof. Dr. Rafael de Queiroz Ferreira. VITÓRIA 2013 2 SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................... 3 2 OBJETIVO ........................................................................................................... 5 3 PARTE EXPERIMENTAL..................................................................................... 5 4 RESULTADOS E DISCUSSÃO ........................................................................... 7 5 CONCLUSÃO .................................................................................................... 11 6 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................................... 12 3 1 INTRODUÇÃO De acordo com Russel (2008), quando a comunidade científica começou a buscar uma forma de representar o átomo e sua estrutura, o modelo proposto por Rutherford foi inicialmente aceito. Ele propôs ser o átomo semelhante a um sistema planetário, isto é, um núcleo central positivo que exercia atração sobre partículas – os elétrons, de carga negativa – que orbitavam seu entorno, conforme leis da mecânica newtoniana. Esse modelo, todavia, não era capaz de explicar certos fenômenos, como a emissão de luz pelos átomos. O físico dinamarquês Niels Bohr propôs que deveriam existir princípios até então desconhecidos que descrevessem o comportamento dos elétrons nos átomos, hoje integrantes da Mecânica Quântica. Após realizar uma série de estudos aprofundados, Bohr concluiu que os elétrons ocupam órbitas com níveis de energia bem definidos, o que significa que a energia, tanto recebida como cedida, é quantizada. Ainda em conformidade com Russel (2008), no início do século XX, os físicos Albert Einstein e Max Planck chegaram à conclusão de que essa energia não é transmitida de forma contínua, mas sim em pacotes de energia, os fótons. Para uma radiação qualquer, a energia por ela transportada é diretamente proporcional à sua frequência, isto é: Em que h representa uma constante de proporcionalidade denominada constante de Planck (h = 6,63x10-34 J.s). Bohr ainda explicou que o elétron, em geral, ocupa um estado energético mais baixo possível (E0), conhecido como estado fundamental. A partir da absorção de energia por uma descarga elétrica ou chama, ele passa para um estado excitado (EF), que é meta-estável, isto é, de curta duração. Ao retornar para o estado fundamental, a energia absorvida é liberada para o meio externo na forma de radiação 4 eletromagnética, com comprimento de onda determinado pela equação abaixo (RUSSEL, 2008). I. II. III. Em que as variáveis representam: : comprimento de onda da radiação : constante de Planck : velocidade da luz no vácuo (c = 3 x 10^8 m/s) : energia no estado ativado : energia no estado fundamental De acordo com o comprimento de onda da radiação emitida, ela pode ser percebida pelo olho humano como uma cor, desde que esteja entre os limites estabelecidos para a luz visível, ou seja, entre 400 nm e 750 nm (Figura 1). Figura 1: Espectro eletromagnético. (Disponível em: http://www.sbfisica.org.br/v1/novopion/index.php/publicacoes/imagens/130-espectro- eletromagnetico . Acessado em 22/11/2013) Essa é a base da espectroscopia, que, dentre outros ramos, é capaz de identificar elementos químicos com base na cor da radiação por eles emitida (se visível ao olho humano) e seu comprimento de onda (RUSSEL, 2008). Neste sentido, certos metais quando introduzidos em uma chama produzem cores características, sendo este um procedimento utilizado na descrição qualitativa de elementos (VOGEL, 2002). 5 2 OBJETIVO Este experimento tem por objetivo analisar a cor da chama relacionada à presença de elementos químicos metálicos em alguns sais e, em seguida identificá-los a partir da cor emitida pela chama. Pretende-se analisar o fenômeno de emissão luminosa por excitação e sua relação com o modelo atômico de Bohr. Visa-se ainda identificar regiões do espectro eletromagnético, utilizar de forma correta o bico de Bunsen e conhecer e caracterizar as zonas da chama produzida por este equipamento. 3 PARTE EXPERIMENTAL Materiais 1 Bastão com fio de níquel-cromo 1 Bico de Bunsen 4 Tubos de ensaio 1 Caixa de fósforo 2 Pissetas 2 Béquer de 50 mL Ekipsul Reagentes 1 Cloreto de cálcio. CaCl2, P.A. 1 Cloreto de bário, BaCl2, P.A. 1 Cloreto de estrôncio, SrCl2, P.A. 1 Cloreto de sódio, NaCl, P.A. 1 Cloreto de potássio, KCl, P.A. Solução de Ácido clorídrico, HCl 6,0 mol.L-1 Água destilada 6 Procedimento O experimento teve início com a lavagem das vidrarias com água corrente em triplicata e da mesma forma com água destilada. Enquanto isso, acendeu-se o bico de Bunsen respeitando a ordem de abertura das válvulas do sistema de gás, sendo em primeiro lugar aberta a válvula de controle da bancada, em seguida a válvula de saída de gás específica do grupo e, por fim, a válvula presente no bico, que só foi aberta após o fósforo aceso estar posicionado próximo ao tubo de saída do bico de Bunsen. Logo após, a altura da chama foi ajustada abrindo e fechando a válvula de controle de gás, buscando uma altura adequada para o experimento, que varia de 5 a 8 centímetros. Buscou-se também ajustar a cor da chama, observando a entrada de ar. Com as vidrarias limpas e o bico de Bunsen aceso, realizou-se a limpeza do fio de níquel-cromo. Para isso, com o auxílio do béquer, colocou-se um pouco da solução de HCl 6 mol.L-1 em um tubo de ensaio. Para a segurança na execução do experimento, foi observado o Diagrama de Hommel, que mostra o grau de risco (Risco à saúde, Inflamabilidade, Risco específico e Reatividade) do produto utilizado, no caso o HCl. A argola do fio foi colocada nessa solução e posicionada na zona mais quente da chama do bico de Bunsen para verificar a presença de resíduos através da coloração produzida. Esse procedimento foi repetido até que a chama não emitisse nenhuma coloração visível, mostrando que o objeto estava livre de resíduos. Em cada repetição foi trocada a solução de ácido clorídrico e feita a limpeza das vidrarias, seguindo os procedimentos citados anteriormente. A argola limpa foi posta mais uma vez na solução de HCl limpa contida em um tubo de ensaio e logo após colocada em contato com o sal a ser estudado, sendo assim 7 posicionada na zona mais quente da chama do bico de Bunsen para análise da coloração obtida. Esse procedimento foi repetido duas vezes para todas as amostras dos sais observadas. Após a análise de todos os sais, a chama do bico de Bunsen foi apagada fechando- se as válvulas em ordem inversa à de acendimento. Primeiro foi fechada a válvula presente no bico, em seguida a válvula de saída de gás específica do grupo e, por último, a válvula de controle da bancada. Com o procedimento realizado, todasas vidrarias foram lavadas e o resíduo de ácido clorídrico foi descartado na pia, pois o mesmo não é considerado nocivo ao meio ambiente na concentração e quantidade utilizada. 4 RESULTADOS E DISCUSSÃO Através da execução do experimento, foram identificadas as seguintes colorações para os sais analisados: As cores esperadas para os elementos analisados são as descritas na tabela a seguir (BACCAN et al,1997). Amostra Cor da chama (1ª observação) Cor da chama (2ª observação) Elemento metálico Cloreto de bário BaCl2 Verde no início e laranja no fim Verde no início e laranja no fim Ba Cloreto de cálcio CaCl2 Vermelho Vermelho Alaranjado Ca Cloreto de estrôncio SrCl2 Vermelho Vermelho Carmim Sr Cloreto de postássio KCl Não identificado Lilás K Cloreto de sódio NaCl Amarelo Alaranjado Amarelo Alaranjado Na 8 As fotos abaixo mostram as cores percebidas na análise de cada amostra. Elemento Metálico Cor Esperada Bário (Ba) Verde-amarelado Cálcio (Ca) Vermelho-tijolo Estrôncio (Sr) Vermelho Carmim Potássio (K) Violeta Sódio (Na) Amarelo Intenso Cloreto de bário Cloreto de cálcio Cloreto de estrôncio Cloreto de potássio Cloreto de sódio 9 Comparando os resultados obtidos aos esperados, notam-se diferenças sutis, como a chama do bário, que foi percebida verde no início e laranja no fim e que segundo a literatura é verde-amarelada, e a chama do sódio, que foi vista amarela alaranjada e que segundo a literatura tem coloração amarelo intenso. Essas pequenas diferenças podem ter sido ocasionadas pelas condições do experimento, como a possível contaminação da amostra, a limpeza dos equipamentos utilizados, a analise subjetiva das cores pelos integrantes do grupo e até mesmo a chama do bico de Bunsen. Deve-se levar em conta que para maior precisão do experimento era necessário alcançar uma chama ideal, que teria em torno de 5 a 8 centímetros e que fosse de coloração azul devido a maior oxigenação. A obtenção dessa chama ideal contava com alguns critérios, como por exemplo, o estudo das três zonas que a compõem. A zona oxidante é a que tem a maior temperatura, pois os gases são completamente queimados, a zona redutora é onde ocorre a combustão incompleta do gás e a zona neutra, onde ficam os gases ainda não queimados. O ideal é que se coloque a amostra na zona oxidante devido a temperatura mais alta (MEDEIROS, 2012). Porém, essa chama não foi obtida devido ao defeito no regulador de entrada de oxigênio do bico de Bunsen utilizado, dificultando a realização do experimento. A chama obtida não tinha a coloração azul uniforme, o que desfavoreceu a observação das cores emitidas. Assim, os resultados alcançados foram influenciados pela má condição do equipamento. A coloração verde da chama do bário, por exemplo, só foi percebida nos primeiros instantes, sendo que esta ficou laranja rapidamente. Na primeira tentativa de visualização da chama do potássio não foi possível identificar a cor, sendo o lilás percebido por poucos instantes na segunda tentativa. Entretanto, os resultados foram satisfatórios e foi possível constatar que a cor emitida é proveniente dos cátions, e estes são metais da família dos alcalinos e alcalinos terrosos, pois precisam de menor energia para levar os elétrons ao estado excitado (MEDEIROS, 2012). É válido considerar ainda que foram analisados cloretos devido à sua volatilidade, pois nitratos e sulfatos se decompõem em óxidos 10 não voláteis, não produzindo chamas com cores intensas como a dos cloretos. Além disso, a lavagem das vidrarias estava sendo feita com ácido clorídrico (BACCAN et al,1997). O experimento também confirma o descrito por Bohr, pois ao colocar o sal em contato com a chama, a absorção da energia fez com que os elétrons passassem para o estado excitado, e sendo esse um estado meta-estável, ao retornar para o estado fundamental a energia absorvida foi liberada como radiação eletromagnética, com comprimento de onda que, no caso dos elementos metálicos analisados, estava na região do visível, ou seja, entre 400 nm (luz violeta) e 700 nm (luz vermelha) (ATKINS; JONES, 2012). 11 5 CONCLUSÃO Constatou-se após a execução do experimento e discussão dos resultados que é de extrema importância o uso dos instrumentos corretos e em bom estado, como no caso do bico de Bunsen utilizado, que continha um defeito no regulador de oxigênio impedindo que a chama ideal fosse alcançada, assim como a limpeza minuciosa de cada utensilio utilizado, para evitar uma possível contaminação do material e amostras em teste, que pode ocasionar erros e influenciar de maneira negativa a percepção correta da coloração da luz emitida por determinado elemento. Para que haja maior êxito nos resultados também deve-se realizar todos os procedimentos com extrema perícia e repeti-los no mínimo duas vezes, buscando assim maior confiabilidade e exatidão. Observando se as repetições apresentam resultados compatíveis entre si e também em relação a literatura ou em caso negativo, busca-se o motivo para tal, alcançando assim um bom resultado. De forma geral, o resultado obtido com o experimento foi satisfatório, sendo observadas as cores emitidas pelos elementos metálicos mesmo com as dificuldades citadas, sendo a coloração vista do bário verde no início e laranja no fim, do cálcio vermelho alaranjado, do estrôncio vermelho carmim , do potássio lilás e do sódio amarelo alaranjado. Foi possível assim a assimilação da teoria com a prática executada. 12 6 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ATKINS, P. W.; JONES, Loretta. Princípios de química: questionando a vida moderna e o meio ambiente. 5. ed. Porto Alegre: Bookman, 2012. 1 v. BACCAN, Nivaldo et al. Introdução a semimicroanalise qualitativa. 7. ed. - Campinas, SP: Ed. da UNICAMP, 1997. 295p. MEDEIROS, Jane Schneider de. Apostila de Química Geral. Apostila do curso oferecida pelo Departamento de Química do Centro de Ciências Exatas da UFES, Vitória, 2012. p. 23-27. RUSSELL, John Blair. Química geral. 2. ed. São Paulo: Pearson Makron Books, 2008. 1v. VOGEL, Arthur Israel. Análise química quantitativa. 6. ed. Rio de Janeiro: LTC, 2002. 462 p
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