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Unidade I - Análise das Demonstrações Financeiras - Introdução à análise das demonstrações financeiras - UNICSUL

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Análise das 
Demonstrações 
Financeiras
Introdução à análise das demonstrações financeiras
Material Teórico
Responsável pelo Conteúdo:
Profa. Ms. Valquiria Pinheiro de Souza
Revisão Textual:
Prof. Ms. Luciano Vieira Francisco
5
•	Conceitos Introdutórios
•	O processo de análise das demonstrações 
contábeis/financeiras
•	Os tipos de análise das demonstrações 
contábeis/financeiras
Em caso de dúvidas, registre-as no fórum de discussão chamado Sanando dúvidas para que 
seja rapidamente respondida por meio do ambiente de aprendizagem virtual Blackboard. 
Aproveite a oportunidade de conhecer um pouco mais sobre custos logísticos!
Tenha um ótimo curso!
Esta disciplina tratará de alguns métodos, tipos e índices de 
análise das demonstrações financeiras. O estudo dessa técnica 
terá como base as demonstrações contábeis.
O primeiro processo a ser estudado é o entendimento dos 
conceitos introdutórios das demonstrações contábeis, processos de 
análise das demonstrações financeiras e os usuários das Ciências 
Contábeis, assim como as bases de sustentação da informação 
contábil, seus postulados, princípios e convenções contábeis.
Introdução à análise das 
demonstrações financeiras
•	Os usuários das demonstrações 
contábeis/financeiras
•	Os postulados, princípios e convenções 
contábeis
6
Unidade: Introdução à análise das demonstrações financeiras
Contextualização
Tanto a prática como a literatura têm revelado o papel fundamental da análise das 
demonstrações financeiras na gestão estratégica das organizações.
Você sabia? A análise financeira e de balanços é uma das tarefas mais difíceis e complexas 
entre as inúmeras desempenhadas pelos analistas financeiros na missão de contribuir para o 
desenvolvimento das empresas. 
Vamos lá, se pudesse questionar: a análise financeira e de balanços não se constituem em 
uma mera apuração de índices cujas formas já se encontram montadas ou formalizadas? Onde 
reside, então, a complexidade e a dificuldade? 
A resposta é extremamente simples. Apurar ou calcular índices é uma tarefa extremamente 
simplista, tendo em vista que as fórmulas já se encontram padronizadas. 
O que se precisa é meramente um conhecimento de Matemática básica ou financeira e saber 
classificar e extrair as contas das demonstrações, a fim de submetê-las às fórmulas, atividades 
essas estudadas em qualquer curso Técnico ou Superior da área financeira. 
O grande desafio do problema em questão é justamente a análise ou a interpretação desses 
cálculos ou dos índices extraídos. Calcular é simples, mas não é uma atividade que se encerra 
em si. Indispensável é reforçar a necessidade de bem interpretar os dados e informações. 
Partindo-se da hipótese de que parte do elenco de informações que as empresas utilizam 
para tomar decisões está nas demonstrações contábeis, especialmente no suplemento de análise 
dessas demonstrações, há que se afirmar que a importância em se proceder a análise financeira 
e de balanços é de um grau de relevância extremamente alto. 
Portanto, ainda sobre a questão de importância da análise e talvez com um desejo de 
eliminar as ideias de dificuldades e complexidades anteriormente discutidas, o professor Sérgio 
de Iudícibus (2006, p. 67) alerta que: 
É muito mais útil calcular um certo número selecionado de índices e quocientes, 
de forma consistente, de período para período, e compará-los com padrões 
preestabelecidos e tentar, a partir daí, tirar uma idéia de quais problemas 
merecem uma investigação maior, do que apurar dezenas e dezenas de índices, 
sem correlação entre si, sem comparações e, ainda, pretender dar um enfoque 
e uma significação absolutos a tais índices e quocientes.
Enfim, é possível sintetizar ainda uma série de razões para realçar quão importante é esta 
análise para as empresas: 
•	 Se	bem	manuseada,	pode	se	constituir	em	um	excelente	e	poderoso	“painel	de	controle”	
da administração; 
•	 Se	não	for	realizada	a	partir	de	uma	contabilidade	“manipuladora”	ou	“normatizante”,	
pode trazer resultados precisos; 
7
•	 É	uma	poderosa	ferramenta	à	disposição	das	pessoas	que	se	relacionam	ou	pretendem	
relacionar-se com a empresa, ou seja, os usuários da informação contábil ou financeira, 
sejam internos ou externos; 
•	 Permite	 diagnosticar	 o	 empreendimento,	 revelando	 os	 pontos	 críticos	 e	 permitindo	
apresentar um esboço das prioridades para a solução dos problemas; 
•	 Permite	uma	visão	estratégica	dos	planos	da	empresa,	bem	como	estima	o	seu	futuro,	suas	
limitações e potencialidades. 
Pelo exposto, pode-se perceber a importância das demonstrações contábeis na análise 
econômico-financeira para melhor tomar decisões de investimento. Por ser o principal agente 
decisório de investimentos, é importante para o gestor conhecer esta prática.
Referência
IUDÍCIBUS, Sérgio de. Teoria da Contabilidade. 8. ed. São Paulo: Atlas, 2006.
8
Unidade: Introdução à análise das demonstrações financeiras
Conceitos Introdutórios
Para Pensar
Então... Você sabe o que é análise das demonstrações financeiras?
Então vamos lá!
Fazer análise representa:
•	 Decompor	um	todo	em	suas	partes;
•	 Estudar;
•	 Examinar;	
•	 Criticar.
Análise das demonstrações financeiras são técnicas utilizadas por profissionais de diversas 
áreas contábeis, controladoria, finanças, concorrência pública, instituições financeiras, 
seguradoras, entre outras.
A análise das Demonstrações financeiras (DF) auxilia seus usuários para a obtenção de 
conclusões acerca da situação econômica e financeira relacionadas com o patrimônio, de 
acordo com os interesses dos usuários, por meio de interpretações de dados coletados nos 
demonstrativos contábeis.
O exame das informações contidas nas DF tem por finalidade informar a situação financeira 
de uma organização para que as pessoas possam decidir. Ou seja, trata-se de um estudo 
comparativo entre grupos de elementos dessas demonstrações por meio de índices, objetivando 
o conhecimento da relação entre cada conta dos demonstrativos contábeis.
Ideias-chave
Para que as empresas sobrevivam em ambientes turbulentos, com mudanças diárias (de 
legislação, econômicas, sociopolíticas, ambientais etc.), necessitam oferecer resultados positivos 
aos seus sócios (investidores).
Então vamos relembrar, a análise das DF envolve: 
Figura 1 – Elementos das Demonstrações financeiras;
9
Conceitos de demonstrações contábeis
A conceituação de demonstrações contábeis apresentada pelo Instituto dos Auditores 
Independentes do Brasil (IBRACON), manifestado por meio da Norma e Procedimento de 
Contabilidade (NPC n.º 27) não deixa dúvida quanto à importância das demonstrações contábeis:
As demonstrações contábeis são uma representação monetária estruturada da 
posição patrimonial e financeira em determinada data e das transações realizadas 
por uma entidade no período findo nessa data. O objetivo das demonstrações 
contábeis de uso geral é fornecer informações sobre a posição patrimonial e 
financeira, o resultado e o fluxo financeiro de uma entidade, que são úteis para 
uma ampla variedade de usuários na tomada de decisões. As demonstrações 
contábeis também mostram os resultados do gerenciamento, pela Administração, 
dos recursos que lhe são confiados. Para atingir esse objetivo, as demonstrações 
contábeis fornecem informações sobre os seguintes aspectos de uma entidade:
a) Ativos;
b) Passivos;
c) Patrimônio líquido;
d) Receitas, despesas, ganhos e perdas; e
e) Fluxo financeiro (fluxos de caixa ou das origens e aplicações de recursos).
Essas informações, juntamente com outras constantes das notas explicativas às 
demonstrações contábeis, auxiliam os usuários a estimar os resultados futuros e 
os fluxos financeiros futuros da entidade.
As demonstrações financeiras são o conjunto de informações que devem serobrigatoriamente divulgadas, anualmente, segundo a Lei n.º 6404/76, atualizada pela Lei n.º 
11.638/07, pela administração de uma sociedade por ações e representa a sua prestação de 
contas para os sócios e acionistas. 
A prestação periódica de contas é composta pelo relatório da administração, as demonstrações 
financeiras e as notas explicativas que as acompanham, o parecer dos auditores independentes 
(caso houver) e o parecer do conselho fiscal (caso existir) auxiliam nas decisões empresariais.
O relatório da administração não faz parte das demonstrações financeiras propriamente 
ditas, mas a Lei n.º 6404/76, atualizada pela Lei n.º 11.638/07, exige a apresentação do 
relatório, que deve evidenciar os principais fatos administrativos e financeiros ocorridos no 
período (exercício), os investimentos realizados em outras entidades, a política de distribuição 
de dividendos, a política de reinvestimento de lucros etc.
Portanto, observe que, por esse motivo, a Contabilidade vem se firmando ao longo dos anos 
como um importante instrumento de controle gerencial; e a análise das demonstrações financeiras 
é uma técnica que consiste na coleta de dados constantes nas respectivas demonstrações, com 
vistas à apuração de indicadores e que permitem avaliar a capacidade de solvência (situação 
financeira), conhecer a estrutura patrimonial (situação patrimonial) e descobrir a potencialidade 
da entidade em gerar bons resultados (situação econômica). 
10
Unidade: Introdução à análise das demonstrações financeiras
O processo de análise das demonstrações contábeis/financeiras
A análise das demonstrações financeiras inicia-se a partir da elaboração das demonstrações 
contábeis, nas quais quem analisa coleta dados, adequando-os para os cálculos de quocientes, 
índices ou coeficientes, que serão posteriormente interpretados.
As análises de empesas são baseadas em comparações, sejam efetuadas por índices passados ou 
mediante algum indicador setorial. No entanto, esse processo se completa com valores afins, obtidos 
de uma mesma demonstração financeira e também pela evolução dos montantes e de resultados 
absolutos ao longo do tempo, permitindo que tendências futuras e suas evoluções sejam verificadas.
Ideias-chave
O processo contábil inicia-se com a ocorrência de fatos nas companhias, os quais são substanciados 
em documentos idôneos, por exemplo, na aquisição/compra de mercadorias a empresa recebe 
juntamente com o produto a nota fiscal (DANFE). Ao pagar essa mercadoria a companhia está 
liquidando uma duplicata do seu fornecedor de produtos e assim sucessivamente.
Cada fato ocorrido a empresa faz o seu devido registro na Contabilidade, através da 
escrituração em livros próprios, tais como: livro diário (escrituração digital), livro razão (auxiliar), 
livro caixa (permitido para alguns tipos de empresas e regime tributário) e assim segue.
O lançamento escriturado nos livros citados terá a devida apuração, saldo de contas (entre 
outros) nas demonstrações contábeis, como demonstra a seguinte Figura:
Figura 2 – Processo contábil.
11
Trocando Ideias
 O analista das demonstrações contábeis/financeiras não é vidente nem adivinho. O que faz é analisar 
dados reais e sólidos, aplicando fórmulas de acordo com a técnica contábil e, a partir disso, tornando-
se capaz de avaliar o presente com base no passado e projetar o futuro, fundamentando-se sempre 
no desempenho dos últimos períodos analisados. 
A tarefa do analista das demonstrações financeiras começa quando termina a tarefa do contador. 
Assim, observe a Figura do tópico 1.2 e veja que o processo contábil se inicia com a ocorrência dos 
fatos administrativos na entidade. 
A partir desses fatos, apoiado em documentos idôneos, o contabilista efetua os registros nos livros 
próprios, encerrando o processo contábil com a apuração do resultado do exercício e com a 
elaboração das demonstrações contábeis.
O processo contábil encerra-se com a elaboração das demonstrações contábeis. Observe a próxima 
figura e veja que o trabalho do analista das Demonstrações Contábeis começa a partir dessas 
demonstrações elaboradas pela Contabilidade. 
Ele as analisa e as interpreta para apresentar as informações a respeito das conclusões obtidas na 
respectiva análise. 
Assim, com base nas demonstrações contábeis, o analista efetua o exame e a coleta de dados, 
transformando-os em quocientes, coeficientes etc., analisa-os e os interpreta, chegando a conclusões 
que são apresentadas por meio de relatórios. 
O processo de análise encerra-se então com a elaboração do relatório, documento no qual o analista 
das demonstrações contábeis apresenta ao usuário da análise as conclusões obtidas. 
É importante salientar que, embora as etapas do processo de análise aqui apresentadas possam ser 
aplicadas no exame de qualquer tipo de entidade, os resultados deverão sempre ser interpretados 
individualmente, em função de cada situação particular. 
Saiba que inúmeros profissionais podem efetuar análises com base nos mesmos dados e 
chegar a conclusões diferentes. Dessa forma, para realizar um bom trabalho é importante que 
o analista conheça bem a entidade objeto da análise, sua história, seus métodos de trabalho, 
seus objetivos e metas. 
 
 Importante
É importante, ainda, que o analista conheça o comportamento dos concorrentes, a política econômica 
do país e os mercados interno e externo em que atua a entidade, além de obter o máximo de 
informações possíveis a respeito da gestão de seu patrimônio. Só assim poderá avaliar o presente em 
função do passado e projetar tendências futuras, sempre fundamentado em situações já ocorridas. 
12
Unidade: Introdução à análise das demonstrações financeiras
Figura 3 – O processo de análise das demonstrações contábeis.
 
Por intermédio da análise das demonstrações contábeis é possível avaliar as situações 
econômica e financeira da entidade. 
Essa técnica contábil não se limita ao balanço patrimonial, alcançando, também, as demais 
demonstrações contábeis. 
A análise da situação econômica é realizada com base nos elementos integrantes da 
demonstração do resultado do exercício e pelo estudo e interpretação do resultado alcançado 
pela gestão do patrimônio. Tal exame possibilita conhecer a rentabilidade obtida pelo capital 
investido na empresa.
Por sua vez, a análise da situação financeira é elaborada com base nos dados constantes do 
balanço patrimonial, permitindo conhecer o grau de endividamento, bem como a existência 
ou não de solvência suficiente para que a entidade possa cumprir seus compromissos de 
curto e longo prazo. 
13
Os tipos de análise das demonstrações contábeis/financeiras
A análise das demonstrações contábeis pode ser interna ou externa, vejamos:
Análise interna
É realizada dentro da entidade por seus próprios empregados, visando informar administradores 
e diretores, auxiliando-os nas tomadas de decisão. Por pertencerem à própria empresa objeto 
da análise, os analistas não encontram dificuldades para coletar os dados necessários para a 
realização de suas tarefas, tendo acesso aos controles internos, inclusive. Por isso, a análise 
interna é considerada a mais completa.
Análise externa
É realizada fora da entidade objeto da análise e tem por finalidade informar aos interessados acerca 
da situação econômica ou da estabilidade da empresa para a concretização de negócios, concessões 
de créditos e financiamentos. É efetuada por profissional externo, normalmente pertencente às 
entidades interessadas no resultado do estudo. Nesse caso, o analista tem em mãos somente as 
demonstrações contábeis publicadas pela entidade, além de alguns esclarecimentos adicionais, 
constantes dos relatórios ou das notas explicativas que acompanham as respectivas demonstrações.
Os usuários das demonstrações contábeis/financeiras
Caro(a) aluno(a),a finalidade da análise das demonstrações contábeis é transformar os 
dados extraídos das demonstrações financeiras em informações úteis para a tomada de decisão 
por parte das pessoas interessadas.
São inúmeros os usuários que recorrem dessa análise, seja para conhecer a rentabilidade do 
capital investido nas entidades e o grau de solvência para o cumprimento das suas obrigações, 
seja para avaliar o desempenho das empresas, de acordo com interesses específicos. 
Os usuários podem ser internos e/ou externos e com interesses diversificados, razão pela 
qual as informações geradas pela empresa devem ser amplas, fidedignas e suficientes para a 
avaliação da sua situação patrimonial e das mutações sofridas pelo seu patrimônio, permitindo 
a realização de inferências sobre o seu futuro. 
Os usuários internos incluem os administradores de todos os níveis, que usualmente se 
valem de dados mais aprofundados e específicos da empresa, notadamente aqueles relativos ao 
seu ciclo operacional. 
14
Unidade: Introdução à análise das demonstrações financeiras
Os usuários externos concentram suas atenções, de forma geral, em aspectos mais 
genéricos, expressos nas demonstrações contábeis. Em países com um ativo mercado de 
capitais, assume fundamental importância a existência de informações corretas, suficientes e 
inteligíveis sobre o patrimônio das empresas e suas mutações, com vista à adequada avaliação 
de riscos e oportunidades por parte dos investidores, sempre interessados na segurança dos seus 
investimentos e em retornos compensadores em relação às demais aplicações. 
A qualidade desses dados deve ser assegurada pelo sistema de normas alicerçado nos princípios 
fundamentais, o que torna a Contabilidade um verdadeiro catalisador do mercado de ações. 
O tema é vital e, por conseqüência, deve-se manter a vigilância sobre o grau em que os 
objetivos gerais da Contabilidade aplicada a uma atividade particularizada são alcançados. 
O entendimento das informações pelos próprios usuários pode levá-los à conclusão da 
necessidade de valer-se dos trabalhos de profissionais da Contabilidade.
Observe no Quadro a seguir que os usuários, sejam internos ou externos, têm diferentes 
necessidades a serem satisfeitas: 
Quadro 1 – Usuários da análise das demonstrações contábeis.
 
15
Você Sabia ?
Uma excelente análise da situação econômica e financeira do correntista, do fornecedor, do 
cliente, da própria empresa etc., poderá evitar a ocorrência de situações desagradáveis, tais como:
•	O	correntista,	por	falta	de	liquidez,	deixar	de	saldar	seus	compromissos	com	os	bancos;
•	O	fornecedor	deixar	de	cumprir	prazos,	atrasando	a	entrega	de	mercadorias,	produtos	e	serviços;
•	A	empresa	vencedora	de	concorrência	pública	deixar	de	cumprir	suas	obrigações,	não	fornecendo	
mercadorias ou deixando de construir obras;
•	 A	 empresa	 deixar	 de	 fabricar	 produtos	 a	 preços	 competitivos,	 perdendo	 mercado	 para	
concorrentes etc.
Os postulados, princípios e convenções contábeis
Prezado(a) aluno(a), apenas dez anos após a publicação da Lei n.º 6.404/76, atualizada 
pela Lei n.º 11.638/07, que regulamenta as Sociedades Anônimas (SA), ou seja, empresas que 
têm capital aberto, a Comissão de Valores Mobiliários (CVM), por meio da Deliberação n.º 29, 
de 5 de fevereiro de 1986, aprovou e referendou o pronunciamento do Instituto Brasileiro dos 
Contadores (IBRACON) sobre a estrutura conceitual básica da Contabilidade. Nessa, além de 
apresentar os objetivos e os cenários contábeis, discorre também sobre os princípios fundamentais 
de Contabilidade. No escopo da Deliberação n.º 29, os princípios fundamentais dividem-se em:
•	 Postulados	ambientais;
•	 Princípios	propriamente	ditos;	e
•	 Convenções	(restrições	aos	princípios).
Os postulados ambientais
De acordo com a Deliberação da CVM, os postulados representam o núcleo principal, mais 
geral e abrangente dos princípios contábeis, de onde se originam todos os demais, sendo 
considerados como a estrutura de sustentação de toda a teoria contábil. 
São dois os postulados ambientais:
Entidade – define que o objeto da Contabilidade é o patrimônio da empresa. Dessa forma, 
a constituição de uma pessoa jurídica (empresa) cria um ente que, de maneira nenhuma, deve 
ser confundido com as pessoas – sócios. 
16
Unidade: Introdução à análise das demonstrações financeiras
O postulado da entidade, conforme descrito na Deliberação e na perspectiva de mostrar sua 
relevância para a Ciência Contábil, abrange as seguintes dimensões:
•	 Jurídica,	pois	a	entidade	(empresa)	tem	patrimônio	distinto	do	patrimônio	dos	sócios;
•	 Econômica,	 já	 que	 possui	 um	 objeto	 (patrimônio)	 que	 precisa	 ser	 acompanhado	 e	
analisado pela Contabilidade;
•	 Organizacional,	 visto	que	não	há	 como	dissociar	 o	patrimônio	 empresarial	 do	aspecto	
humano. Afinal, são as pessoas que, em maior ou menor grau, realizam as ações que 
interferem na dinâmica patrimonial da organização; e
•	 Social,	pois	a	organização	faz	parte	da	sociedade	e	com	essa	interage.
Por esse postulado, entende-se que se um empresário fizer compras pessoais em um 
supermercado emitindo um cheque da empresa, ou se utilizar seu automóvel particular para 
realizar entregas de mercadorias de sua loja, não fazendo menção a tais fatos nos registros 
contábeis, estará desobedecendo ao postulado da entidade, pois mistura bens pessoais aos 
negócios da empresa.
Continuidade – segundo este postulado, a empresa é um organismo vivo e está sempre 
em movimento. 
Assim, exercerá sua missão por tempo indeterminado, ou até que surjam fortes e definitivas 
evidências contrárias. Nesse sentido, os princípios contábeis não se aplicam àquela empresa que 
não tenha garantia de sua continuidade. 
Isso ocorre porque o patrimônio da entidade, mais precisamente seus bens e direitos, é 
mantido e utilizado no intuito de gerar receitas superiores às despesas, resultando em saldo 
positivo: o lucro. 
Dessa forma, caso haja qualquer evidência de descontinuidade da empresa, em função de 
sua situação econômico-financeira, todos os demais princípios contábeis que lhe dizem respeito 
não mais se aplicam obrigatoriamente. 
Os princípios
Segundo a Deliberação da CVM, os princípios representam as grandes linhas filosóficas pelas 
quais a Contabilidade deve se orientar. Assim, são quatro os princípios apresentados na Deliberação:
Custo como base de valor – o registro contábil dos ativos deve ser realizado com base no 
custo de sua aquisição. 
São passíveis de adição a esse custo os eventuais gastos necessários à colocação do ativo em 
condições de uso, para que possa gerar os benefícios esperados.
Esse princípio estabelece a forma pela qual os ativos devem ser registrados na Contabilidade, 
ou seja, pelo custo de sua aquisição. Mesmo que haja variação de seu preço no mercado, 
mantém-se nos registros contábeis o valor pelo qual o ativo foi adquirido.
17
Nesse sentido, se uma empresa adquire um terreno e, após a sua aquisição, esse ativo tem 
uma valorização de mercado que triplica o seu valor, o custo de aquisição não deve ser alterado 
na Contabilidade, por mais que se tenham claras as evidências dessa valorização.
Esse princípio determina que os ativos devem ser registrados pelo seu valor de entrada, e não 
pelo que valem monetariamente em determinado momento.
Denominador comum monetário – as demonstrações contábeis devem ser expressas na 
moeda oficial do país de poder aquisitivo na data do último balanço patrimonial.
Assim, caso haja um processo inflacionário na economia do país, ocasionando a perda do 
valor aquisitivo da moeda, os eventuais ajustes decorrentes da inflação devem ser considerados 
para fins de apresentação em demonstrativos e relatórios.
Observe que a atualização monetária não contradiz o princípio do custo como base de 
valor, pois não se tratade dar um novo valor ao bem, mas sim atualizá-lo em função da 
perda de valor aquisitivo da moeda. Consegue-se com isso um reforço ao princípio do 
denominador comum monetário.
Realização da receita – considera-se realizada a receita quando há transferência de 
propriedade dos produtos fabricados ou dos serviços prestados a outrem. Esse deve ser o 
parâmetro de reconhecimento de uma receita, ainda que essa não tenha chegado, fisicamente, 
ao patrimônio do cliente. 
O momento de reconhecimento da receita é importante para a Contabilidade, pois pode 
influenciar o resultado de uma empresa em determinado período. Porém, em inúmeras situações, 
pode haver dificuldade de definição do efetivo momento de realização da receita.
No entanto, por esse princípio, quando comprador e vendedor reconhecem e aceitam a 
transação, havendo, portanto, transferência de propriedade, esse deve ser o momento de 
reconhecimento da receita. Isso normalmente ocorre na data de emissão da nota fiscal.
Confronto das despesas com as receitas e com os períodos contábeis – as despesas 
e receitas devem ser registradas na data de seu fato gerador, quando essas efetivamente 
acontecem, mesmo não havendo pagamento ou recebimento financeiro nesse momento.
Dessa forma, quando não pertence ao período em curso, a despesa não deve ser considerada 
na apuração do resultado do período, ou seja, lucro ou prejuízo, não constando, por conseguinte, 
na Demonstração do Resultado do Exercício (DRE).
Além disso, a confrontação das despesas e receitas, para fins de apuração de resultado, 
deve obedecer ao mesmo período contábil. Por exemplo, se uma empresa aluga uma sala em 
dezembro do ano A e efetua um pagamento antecipado de três meses (dezembro do ano A, 
mais janeiro e fevereiro do ano B) como forma de garantir a locação, somente a despesa de 
dezembro deve ser confrontada com a receita daquele exercício, pois somente essa faz parte do 
ano A. Os dois meses seguintes, ainda que pagos no ano A, pertencem ao ano B e somente lá 
as despesas devem ser confrontadas com as receitas daquele período.
Esse princípio contábil está diretamente vinculado ao princípio da realização da receita abordado 
anteriormente, visto que também se baseia no fato gerador e diz respeito a receitas e despesas. 
18
Unidade: Introdução à análise das demonstrações financeiras
Convenções (restrições aos princípios)
Segundo a Deliberação n.º 29/86 da CVM, as convenções representam a complementação dos 
postulados e dos princípios, têm como objetivo apresentar algumas restrições, em casos especiais, 
na utilização dos princípios em toda sua abrangência. São quatro as convenções contábeis.
Objetividade – conforme esta convenção, os registros contábeis efetuados pela Contabilidade 
devem pautar-se em documentos comprobatórios e critérios objetivos. 
Quando isso não for possível, os registros devem ser efetuados de forma tal que possam ser 
confirmados em consenso por profissionais qualificados e/ou entidades que tenham autoridade 
sobre princípios contábeis.
A preocupação nesse caso é a comprovação dos fatos registrados na Contabilidade. Se não 
houver documentos, como comprová-los? Como uma auditoria das contas da empresa pode 
atestar de forma objetiva que os registros contábeis estão registrados e mensurados corretamente?
Sabe-se que a Contabilidade deve, por princípio, registrar todos os fatos que de alguma forma 
alterem o patrimônio da empresa, tanto em qualidade quanto em quantidade. No entanto, o 
registro desses fatos deve se pautar em documentos que comprovem sua veracidade.
Materialidade – a restrição da materialidade está intimamente ligada à relação custo-
benefício da informação evidenciada. Comumente, o custo para gerar uma informação é maior 
do que sua relevância e/ou conteúdo informativo. Dessa maneira, segundo essa convenção, tal 
procedimento não deve ser realizado.
Um ponto importante relativo à convenção da materialidade diz respeito à definição do que é (ou 
não é) material. Apresenta-se a seguir um trecho explicativo apresentado na Deliberação da CVM:
Assim, do ponto de vista do usuário da informação contábil, é material a 
informação ou cifra que, se não evidenciada ou mal evidenciada, poderia levá-
lo a sério erro sobre a avaliação do empreendimento e de suas tendências.
Consistência – de acordo com esta convenção, os procedimentos utilizados no controle do 
patrimônio devem ser padronizados, não sofrendo variação a cada momento. 
A variação pode ser eventual, quando necessária e, mesmo assim, devidamente evidenciada 
por meio de notas explicativas, indicando o possível efeito monetário sobre o resultado ou 
patrimônio da empresa, inclusive.
A Contabilidade é uma Ciência Social Aplicada. Assim, não há uma única forma de efetuar 
procedimentos contábeis, tampouco há um valor exato para a apuração de resultados. É 
possível, então, utilizar procedimentos diferenciados para uma mesma ação. Eis a razão da 
existência dessa convenção. 
Conservadorismo	 –	o	 enunciado	da	 convenção	do	 conservadorismo	 relata	que:	 “Entre	
conjuntos alternativos de avaliação para o patrimônio, igualmente válidos, segundo os princípios 
fundamentais, a Contabilidade escolherá o que apresentar o menor valor atual para o ativo e 
maior	para	as	obrigações”.	
Tal procedimento visa evitar desvios nos resultados contábeis, advindos do exagero no 
otimismo que os proprietários podem ter na valorização excessiva de seus ativos.
19
Figura 5 – Postulados, princípios e convenções contábeis.
 
•	 Os	 postulados	 representam	 o	 núcleo	 principal,	 ou	 seja,	 o	 alicerce	 da	 casa,	 ou	melhor	
dizendo, o alicerce a base fundamental da Contabilidade;
•	 Os	princípios	representam	as	grandes	linhas	filosóficas	pelas	quais	a	Contabilidade	deve	se	
orientar, ou seja, as paredes da casa;
•	 As	convenções	representam	a	complementação	dos	postulados	e	dos	princípios,	têm	como	
objetivo apresentar algumas restrições, em casos especiais, na utilização dos princípios, ou 
seja, o telhado da casa, que cobre toda a estrutura.
20
Unidade: Introdução à análise das demonstrações financeiras
Material Complementar
Nesta Unidade há alguns materiais complementares para sua consulta, os quais:
•	 Deliberação	n.º	29,	de	5	de	fevereiro	de	1986,	da	Comissão	de	Valores	Mobiliários	(CVM)	
sobre a estrutura conceitual básica da Contabilidade. Disponível em: <http://www.cvm.
gov.br/asp/cvmwww/atos/exiato.asp?File=/deli/deli029.htm#cons029>;
•	 Resolução	n.º	750/93,	do	Conselho	Federal	de	Contabilidade	(CFC)	sobre	os	Princípios	
Fundamentais de Contabilidade (PFC). Disponível em: <http://www.cfc.org.br/sisweb/sre/
docs/RES_750.doc>. 
Seja curioso(a)! Utilize estes materiais como fonte de pesquisa para ampliar seus conhecimentos 
e seu desenvolvimento profissional.
Abraços!
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Referências
ASSAF NETO, A. Estrutura e análise de balanços: um enfoque econômico-financeiro: 
comércio e serviços, indústrias, bancos comerciais e múltiplos. 8. ed. São Paulo: 
Atlas, 2006.
BRAGA, H. R. Demonstrações contábeis: estrutura, análise e interpretação. 2. ed. São 
Paulo: Atlas, 2000.
BRASIL. Lei n.º 11638/07. 2007. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_
ato2007-2010/2007/lei/l11638.htm>. Acesso em: 19 jan. 2012.
CPC. [20--]. Disponível em: <http://www.cpc.org.br/index.php>. Acesso em: 9 jan. 2012.
CVM. [20--]. Disponível em: <http://www.cvm.gov.br>. Acesso em: 7 jan. 2012.
IBRACON. [20--]. Disponível em: <http://www.ibracon.com.br/publicacoes>. Acesso em: 13 
jan. 2012.
IUDÍCIBUS, S. de. Teoria da contabilidade. 8. ed. São Paulo: Atlas, 2006.
MARION,	J.	C. Análise das demonstrações contábeis. 4. ed. São Paulo: Atlas, 2009.
MATARAZZO, D. C. Análise financeira de balanços. São Paulo: Atlas, 2003.
PADOVEZE, C. L.; BENEDICTO, G. C. Análise das demonstrações financeiras. 3. ed. São 
Paulo: CengageLearning, 2010.
REIS, A. C. de R. Demonstrações contábeis: estrutura e análise. 3. ed. São Paulo: 
Saraiva, 2009.
RIBEIRO, O. M. Estrutura e análise de balanços fácil. 8. ed. São Paulo: Saraiva, 2009.
SILVA, A. A. da. Estrutura, análise e interpretação das demonstrações contábeis. São 
Paulo: Atlas, 2007.
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Unidade: Introdução à análise das demonstrações financeiras
Anotações
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