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1 LICENCIAMENTO AMBIENTAL DE EMPREENDIMENTOS MINERÁRIOS 2 NOSSA HISTÓRIA A nossa história inicia com a realização do sonho de um grupo de empre- sários, em atender à crescente demanda de alunos para cursos de Graduação e Pós-Graduação. Com isso foi criado a nossa instituição, como entidade ofere- cendo serviços educacionais em nível superior. A instituição tem por objetivo formar diplomados nas diferentes áreas de conhecimento, aptos para a inserção em setores profissionais e para a partici- pação no desenvolvimento da sociedade brasileira, e colaborar na sua formação contínua. Além de promover a divulgação de conhecimentos culturais, científicos e técnicos que constituem patrimônio da humanidade e comunicar o saber atra- vés do ensino, de publicação ou outras normas de comunicação. A nossa missão é oferecer qualidade em conhecimento e cultura de forma confiável e eficiente para que o aluno tenha oportunidade de construir uma base profissional e ética. Dessa forma, conquistando o espaço de uma das instituições modelo no país na oferta de cursos, primando sempre pela inovação tecnológica, excelência no atendimento e valor do serviço oferecido. 3 Sumário Licenciamento Ambiental em empreendimentos minerários .............................. 1 NOSSA HISTÓRIA ............................................................................................. 2 1 Licenciamento Ambiental e a mineração ......................................................... 4 2 Estudos de impacto ambiental ........................................................................ 6 2.1 Estudo de Impacto Ambiental (EIA) e Relatório de Impacto Ambiental (RIMA) ............................................................................................................ 6 3 Tipos de licença ambiental .............................................................................. 8 4 Modalidades de licenciamento ........................................................................ 9 4.1 Licenciamento Ambiental Trifásico – LAT ................................................. 9 4.3 Licenciamento Ambiental Simplificado – LAS ........................................ 10 4.4 Licenciamento Preventivo e Corretivo – LAC ......................................... 10 5 Natureza jurídica do Licenciamento ambiental .............................................. 10 5.1 A discricionariedade do Licenciamento ambiental .................................. 11 5.2 Características das licenças ambientais ................................................. 12 5.3 Competência para o licenciamento ambiental (art. 4º, 5º e 6º da Resolução Conama n° 237/97) ..................................................................... 12 5.4 Procedimento Administrativo .................................................................. 14 6 Etapas do Licenciamento ambiental (art. 8º da Resolução Conama n° 237/97) ......................................................................................................................... 15 6.1 Prazos (art. 14, 15, 16 e 18 da Resolução Conama n° 237/97) .............. 16 6.1.1 Modificação, suspensão e cancelamento das licenças (art. 19 da Resolução Conama n° 237/97) ................................................................. 17 7 A publicidade no licenciamento ambiental .................................................... 17 8 Legislação aplicada ao licenciamento ambiental na mineração .................... 18 8.1 A Constituição Federal, o Código de Mineração e outras leis específicas ...................................................................................................................... 18 9 Licenciamento ambiental e exigência de estudos ambientais ....................... 19 9.1 Mineração em Minas Gerais ................................................................... 25 9.2 Empresas irregulares e as possibilidades de regularização ambiental ... 27 9.3 Recuperação da área degradada ........................................................... 27 10 Áreas de restrições ou impedimentos da exploração mineral ..................... 29 Refêrencias ...................................................................................................... 33 file:///C:/Users/Usuario/Desktop/apostilas/APOSTILA%20Licenciamento%20Ambiental.docx%23_Toc60997695 4 1 Licenciamento Ambiental e a mineração De acordo com a Lei Estadual nº 21.972, de 21 de janeiro de 2016, o licenciamento ambiental é o procedimento administrativo destinado a licenciar atividades ou empreendimentos utilizadores de recursos ambientais, efetiva ou potencialmente poluidores ou capazes, sob qualquer forma, de causar degrada- ção ambiental. No caso da mineração, seu grau ofensivo ao meio ambiente é algo indiscutível. Assim, o objetivo do licenciamento ambiental é expedir um ato administrativo chamado licença ambiental, através da qual o órgão competente estabelece as condições, restrições e medidas de controle que deverão ser obe- decidas pelo empreendedor, no caso, as empresas minerárias. A legislação bra- sileira qualifica o Meio Ambiente como patrimônio público que deve ser assegu- rado e protegido para uso da coletividade (art. 225 da CF). Art. 225. Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, im- pondo-se ao Poder Público e à coletividade o dever de defendê-lo e pre- servá-lo para as presentes e futuras gerações. § 1º Para assegurar a efetividade desse direito, incumbe ao Poder Público: V - Controlar a produção, a comercialização e o emprego de técnicas, mé- todos e substâncias que comportem risco para a vida, a qualidade de vida e o meio ambiente; O guardião desse patrimônio é o Poder Público, que tem a obrigação de cui- dar desse bem de uso comum do povo. No Meio Ambiente, por ser público, ine- xiste direito subjetivo à sua utilização, salvo permissão do Poder Público, que deverá respeitar uma série de exigências legais para permitir que um bem pú- blico seja explorado por um particular. 5 O licenciamento ambiental é uma das manifestações do chamado poder de polícia ambiental, que consiste na atividade do Estado que limita e regula direitos individuais em favor do interesse público relacionado às questões do meio am- biente. Segundo o artigo 1º da Resolução n° 187 do Conselho Nacional do Meio Ambiente – CONAMA, qualquer atividade considerada potencialmente poluidora ou que cause degradação ambiental de qualquer forma, exige licenciamento am- biental, como é o caso da mineração. A Figura 1 abaixo mostra alguns fatores que devem ser levados em conta no que diz respeito ao licenciamento ambiental: Figura 1: No licenciamento ambiental vários fatores devem ser levados em conta, desde o próprio meio ambiente até a fiscalização por órgãos competentes (Fonte: https://static.fecam.net.br/uplo- ads/903/imagens/2422452.gif). 6 2 Estudos de impacto ambiental O Licenciamento Ambiental é um instrumento de essencial importância para a proteção do meio ambiente, sendo previsto inicialmente pela Lei 6.938/81 – Política Nacional do Meio Ambiente (PNMA) e regulamentado dezesseis anos mais tarde pela Resolução 237/97 do CONAMA. O licenciamento ambiental e a licença ambiental são coisas distintas. O licenciamento ambiental é um conjunto de atos e procedimentos que engloba, dentre outros, o pedido de autorização para funcionamento de determinado em- preendimento, a demonstração de que o referido empreendimento atende à le- gislação ambiental e a decisão do órgão administrativo acerca do atendimento ou não dos requisitos necessários para a concessão da licença ambiental. Já a licença é o objetivo almejado pelo empreendedor, é o ato administrativo pelo qual o órgão ambientalcompetente concede o pedido feito pelo particular, po- dendo, por meio desse ato de concessão, estabelecer condições, restrições e medidas de controle ambiental de observância obrigatória pelo empreendedor. 2.1 Estudo de Impacto Ambiental (EIA) e Relatório de Impacto Ambiental (RIMA) A implantação de qualquer atividade ou obra efetiva ou potencialmente degradadora deve submeter-se a uma análise e controle prévios, caso das ativi- dades minerárias. Tal análise se faz necessária para se preveem os riscos e eventuais impactos ambientais, assim podem ser prevenidos, corrigidos, mitiga- dos e/ ou compensados quando da sua instalação, da sua operação e, em casos específicos, do encerramento das atividades. Um dos principais instrumentos desse controle é a avaliação de impactos ambientais (AIA), que aparece na própria Constituição Federal de 1988, no artigo 225, §1o, inc. IV, sob a forma de estudo prévio de impacto ambiental, bem como na lei 6.938/1981 (art. 9o, inc. III). Além das previsões constitucionais e da Lei da Política Nacional do Meio Ambiente, a Resolução CONAMA n. 237/97 reitera a exigência do estudo prévio de impacto ambiental para atividades consideradas efetivas ou potencialmente 7 causadoras de significativa degradação do meio ambiente. Caso o órgão ambi- ental competente entenda que a atividade não apresenta significativo potencial lesivo de agressão ambiental, poderá dispor sobre outros tipos de estudos am- bientais, que não o detalhado e complexo (EIA/RIMA). A AIA, como instrumento de política do meio ambiente, visa garantir o princípio da precaução, o incremento dos níveis de informação e transparência na execução de projetos com potencial poluidor, atraindo a sociedade civil orga- nizada e, com ela, o aumento da participação popular e dos mecanismos de controle de ação do estado. O EIA deve ser elaborado por profissionais legal- mente habilitados e deve: Trazer todas as alternativas tecnológicas e de localização de projeto, con- siderando sempre a hipótese de não execução do projeto; Identificar e avaliar sistematicamente os impactos ambientais gerados nas fases de implantação e operação da atividade; Definir os limites da área geográfica a ser direta ou indiretamente afetados pelos impactos, considerando sempre a bacia hidrográfica na qual se lo- caliza; Considerar a compatibilidade do projeto com os planos e programas go- vernamentais EIA e RIMA. Considerando a extensão, a quantidade de detalhes e o fato do EIA ser redigido em linguagem técnica, deve ser elaborado o Relatório de Impacto Am- biental (RIMA), em linguagem mais acessível, com o objetivo de atender à de- manda da sociedade por informações a respeito do empreendimento minerário e de seus impactos. O RIMA é exigido em todos os casos em que se exige o EIA, mas são dois documentos distintos e com focos diferenciados. O RIMA deve oferecer in- formações essenciais para que a população tenha conhecimento das vantagens e desvantagens do projeto e as consequências ambientais de sua implementa- ção. Em termos gerais, pode-se dizer que o EIA é um documento técnico e que o RIMA é um relatório com linguagem mais popular, devendo conter, de acordo com os incisos I a VIII do art. 9o da Resolução Conama 001/86: os objetivos e as justificativas do projeto, resumo dos resultados dos estudos de diagnóstico ambiental da área de influência do projeto, a descrição dos prováveis impactos 8 ambientais, o programa de acompanhamento e monitoramento dos impactos, a recomendação quanto à alternativa mais favorável, entre outras questões. De acordo com o art. 11 da Resolução 237/97, os custos relativos aos estudos necessários ao processo de licenciamento ambiental correrão por conta do empreendedor. A imparcialidade dos estudos fica por conta das responsabi- lizações administrativas, civis e penais pelas informações contidas nos estudos de impacto ambiental. 3 Tipos de licença ambiental As licenças ambientais são concedidas com base na atividade pretendida (mineração), e na fase em que o empreendimento se encontra. Os diferentes tipos de licença ambiental previstos na Resolução n° 187 do CONAMA são: Licença Prévia (LP): concedida na fase preliminar do planejamento do empreendimento ou atividade aprovando sua localização e concepção, ates- tando a viabilidade ambiental e estabelecendo os requisitos básicos e condições a serem atendidas nas próximas fases da implementação. Licença de Instalação (LI): autoriza a instalação do empreendimento ou atividade de acordo com as especificações constantes dos planos, programas e projetos aprovados, incluindo as medidas de controle ambiental e demais condi- ções. Licença de Operação (LO): autoriza a operação da atividade ou empre- endimento, após a verificação do efetivo cumprimento do que consta das licen- ças anteriores, com as medidas de controle ambiental e condições determinadas para a operação. A Resolução n° 350 do CONAMA prevê ainda outro tipo de licença: Licença de Pesquisa Sísmica (LPS): Autoriza pesquisas sísmicas ma- rítimas e em zonas de transição, estabelecendo todas as condições a serem observadas pelo realizador da atividade. 9 As licenças ambientais podem ser concedidas de forma isolada ou suces- siva. Assim, é comum que o mesmo empreendimento acumule mais de um tipo de licença no decorrer da sua atividade. Dependendo das características e pe- culiaridades da atividade, o CONAMA poderá definir licenças ambientais espe- cíficas, além de adequar as etapas do processo de licenciamento ambiental. 4 Modalidades de licenciamento O processo de licenciamento ambiental pode ser realizado em algumas modalidades: • Licenciamento Ambiental Trifásico - LAT; • Licenciamento Ambiental Concomitante - LAC; • Licenciamento Ambiental Simplificado - LAS. 4.1 Licenciamento Ambiental Trifásico – LAT No Licenciamento Ambiental Trifásico, as etapas de viabilidade ambien- tal, instalação e operação da atividade ou do empreendimento serão analisadas em fases sucessivas e, se aprovadas, serão expedidas as seguintes licenças: LP, LO, LI. 4.2 Licenciamento Ambiental Concomitante - LAC No Licenciamento Ambiental Concomitante, serão analisadas as mesmas etapas definidas no Licenciamento Ambiental Trifásico, observados os procedi- mentos definidos pelo órgão ambiental competente, sendo as licenças expedi- das concomitantemente, de acordo com a localização, a natureza, as caracterís- ticas e a fase da atividade ou empreendimento, segundo as seguintes alternati- vas: 10 LAC 1 = Análise, em uma única fase, das etapas de LP, LI e LO da atividade ou do empreendimento. LAC 2= Análise, em uma única fase, das etapas de LP e LI do empreendimento, com análise posterior da LO; ou, análise da LP com posterior análise concomi- tante das etapas de LI e LO do empreendimento. 4.3 Licenciamento Ambiental Simplificado – LAS O LAS poderá ser realizado eletronicamente, em uma única fase, por meio de cadastro ou da apresentação do Relatório Ambiental Simplificado pelo empreendedor, segundo critérios e pré-condições que serão estabelecidos pelo órgão ambiental competente, resultando na concessão de uma Licença Ambien- tal Simplificada. 4.4 Licenciamento Preventivo e Corretivo – LAC Se o requerimento de licença ambiental é apresentado quando o empre- endimento ou atividade está na fase de planejamento, ou seja, antes que qual- quer intervenção seja feita no local escolhido para sua implantação, diz-se que está ocorrendo o licenciamento preventivo. Se o requerimento de licença ambi- ental é apresentado quando o empreendimento ou atividade está na fase de ins- talação ou de operação, diz-se que está ocorrendo o licenciamento corretivo. Nesse caso, dependendo da fase em que é apresentado o requerimento de li-cença, tem-se a licença de instalação de natureza corretiva (LIC) ou a licença de operação de natureza corretiva (LOC). 5 Natureza jurídica do Licenciamento ambiental É uma ação típica e indelegável do Poder Executivo, sendo um importante instrumento de gestão ambiental, uma vez que, por meio dele, a Administração Pública exerce o controle das ações humanas que interferem no Meio Ambiente, compatibilizando o desenvolvimento econômico com a preservação ecológica. O Licenciamento ambiental é diferente dos licenciamentos tradicionais, pois possui um caráter complexo, formado por várias etapas, nas quais intervêm 11 vários agentes públicos. Essas várias etapas compõem o procedimento admi- nistrativo, o qual visa a concessão de licença ambiental. Segundo Édis Milaré, o licenciamento ambiental prevê, no mínimo, 5 fases: a primeira corresponde ao requerimento da licença e seu anúncio público; a segunda, se houver necessi- dade da elaboração do EIA/RIMA, se identifica pelo recebimento do EIA/RIMA, se não houver necessidade, por estudo similar, e solicitação de audiência pú- blica; a terceira fase é a realização ou dispensa da audiência pública; a quarta fase é a elaboração do parecer conclusivo sobre o estudo que lhe foi submetido a deliberação; aprovado o estudo, surge a quinta fase, que é o licenciamento ambiental propriamente dito. Esta fase é a de emissão de licenças (prévia, de instalação e de operação). Como instrumento de caráter preventivo de tutela do meio ambiente, o licenciamento ambiental não é um ato administrativo simples, mas um encadeamento de atos administrativos, o que lhe atribui a condição de procedimento administrativo. 5.1 A discricionariedade do Licenciamento ambiental No caso das atividades minerárias, a obra causa significativa degradação ambiental, sendo assim é necessário que o empreendedor elabore o EIA/RIMA, que será submetido à apreciação do órgão público licenciador e com base neste estudo irá julgar se concede ou não a licença ambiental. Caso o EIA/RIMA seja favorável, os doutrinadores entendem que isso condiciona a autoridade a con- ceder a licença ambiental, tendo o empreendedor o direito de desenvolver sua atividade econômica. Este é o único caso de licença ambiental vinculada. Sendo o EIA/RIMA desfavorável, totalmente ou em parte, caberá a Admi- nistração Pública, segundo critérios de conveniência e oportunidade, avaliar a concessão ou não da licença ambiental (licença ambiental discricionária). Caso conceda a licença, a decisão deverá ser fundamentada, atacando cada ponto que se mostra impactante. A concessão de licença, em caso de EIA/RIMA des- favorável, se fundamenta no princípio do desenvolvimento econômico sustentá- vel, que permite um equilíbrio entre a proteção do meio ambiente e o desenvol- vimento econômico. Porém, vale lembrar que existem danos ambientais que são inegociáveis, ou seja, a Administração Pública está obrigada a seguir determi- nado comportamento estabelecido em lei, como por ex., a administração não deverá conceder a licença a um EIA/RIMA desfavorável que preveja a extinção 12 de alguma espécie da fauna e da flora, pois existe a obrigação constitucional de preservar a diversidade e a integridade do patrimônio genético (art. 225, §1º, inc. II da CF). 5.2 Características das licenças ambientais As licenças ambientais se distinguem das licenças administrativas. A pri- meira diferença é que licença administrativa é um ato vinculado e licença ambi- ental é um ato discricionário. A segunda diferença é que a licença ambiental se divide em três subespécies: Licença prévia, licença de instalação e licença de operação, destinadas a detectar, mitigar, monitorar ou eliminar a danosidade ambiental. A terceira diferença se encontra na elaboração do EIA/RIMA como pressuposto da outorga da licença ambiental quando a atividade puder causar significativo impacto ambiental. A quarta e mais importante diferença é que a licença ambiental possui uma estabilidade temporal, ou seja, ela está sujeita a um prazo de validade e ao cumprimento das obrigações nela impostas, que, se descumpridas, podem causar sua modificação, suspensão ou cancelamento. 5.3 Competência para o licenciamento ambiental (art. 4º, 5º e 6º da Resolução Conama n° 237/97) I - O IBAMA é competente para licenciar os empreendimentos e atividades com significativo impacto ambiental de âmbito nacional ou regional: 1. Localizadas ou desenvolvidas conjuntamente no Brasil e em país limítrofe; no mar territorial; na plataforma continental; na zona econômica exclusiva; em terras indígenas ou em unidades de conservação do domínio da União; 2.Localizadas ou desenvolvidas em dois ou mais Estados; 3. Cujos impactos ambientais diretos ultrapassem os limites territoriais do País ou de um ou mais Estados; 4. Destinados a pesquisar, lavrar, produzir, beneficiar, transportar, armazenar e dispor material radioativo, em qualquer estágio, ou que utilizem energia nuclear em qualquer de suas formas e aplicações, mediante parecer da Comissão Naci- onal de Energia Nuclear - CNEN; 5. Bases ou empreendimentos militares, quando couber, observada a legislação específica. 13 II - O órgão ambiental estadual é competente para licenciar empreendimentos e atividades: 1. Localizados ou desenvolvidos em mais de um Município ou em unidades de conservação de domínio estadual ou do Distrito Federal; 2. Localizados ou desenvolvidos nas florestas e demais formas de vegetação natural de preservação permanente relacionadas no artigo 3º da Lei nº 12.651/12, e em todas as que assim forem consideradas por normas federais, estaduais ou municipais; 3. Cujos impactos ambientais diretos ultrapassem os limites territoriais de um ou mais Municípios; 4. Delegados pela União aos Estados ou ao Distrito Federal, por instrumento legal ou convênio. III - O órgão ambiental municipal é competente para licenciar empreendimentos e atividades de impacto ambiental local e daquelas que lhe forem delegadas pelo Estado por instrumento legal ou convênio. O IBAMA deverá levar em consideração, no processo de licenciamento, o exame técnico procedido pelos órgãos ambientais dos Estados e Municípios em que se localizar a atividade ou empreendimento e os Estados deverão con- siderar o exame técnico procedido pelos órgãos ambientais dos Municípios em que se localizar a atividade ou empreendimento. Independente da esfera administrativa licenciadora (U-E-M), quando cou- ber, é necessário ainda levar em consideração o parecer dos demais órgãos competentes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, en- volvidos no procedimento de licenciamento. Na tabela 1 abaixo, resumidamente, podemos dividir da seguinte forma: Competência Federal (IBAMA) Quando o impacto ambiental for de caráter regional ou nacional, ou seja, ultrapassar os limites de um estado ou mesmo abranger todo o território brasileiro. 14 Competência Estadual Quando o impacto ambiental atinge mais de um município dentro do mesmo estado. Competência Municipal Quando o impacto ambiental se limita à área de um município. Tabela 1: Orgãos competentes de acordo com a abrangência do impacto ambiental (Fonte: https://www.significados.com.br/licenciamento-ambiental/). A competência para processar o licenciamento ambiental é determinada pelo critério da extensão do impacto ambiental. Cada ente federativo possui seu órgão próprio responsável pelo processo de licenciamento ambiental, geral- mente denominados institutos, superintendências ou secretarias do meio ambi- ente. Conforme as necessidades específicas dos casos, outros órgãos podem intervir no licenciamento para estabelecer condições ou emitir pareceres. Alguns exemplos desses órgãos são: FUNAI – Fundação Nacional do Índio INCRA – InstitutoNacional de Colonização e Reforma Agrária ICMBio - Instituto Chico Mendes de Preservação da Biodiversidade DNPM – Departamento Nacional de Produção Mineral IPHAN – Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional MS – Ministério da Saúde 5.4 Procedimento Administrativo Como já dissemos, o licenciamento ambiental é um complexo de várias etapas que formam um procedimento administrativo. Este deve ser elaborado de acordo com os princípios do devido processo legal; da moralidade ambiental; 15 legalidade ambiental; publicidade; finalidade ambiental; supremacia do interesse difuso sobre o privado; indisponibilidade do interesse público etc. 6 Etapas do Licenciamento ambiental (art. 8º da Re- solução Conama n° 237/97) O processo de licenciamento ambiental obedece as seguintes etapas: 1. Definição pelo órgão ambiental competente dos documentos, projetos e estudos ambientais necessários ao início do processo; 2. Requerimento da licença ambiental pelo empreendedor, acompanhado dos do- cumentos, projetos e estudos ambientais pertinentes; 3. Análise pelo órgão ambiental competente dos documentos, projetos e estudos ambientais apresentados; 4. Solicitação de esclarecimentos e complementações pelo órgão ambiental com- petente; 5. Audiência pública, quando couber; 6. Solicitação de esclarecimentos e complementações pelo órgão ambiental com- petente, decorrentes de audiências públicas; 7. Emissão de parecer técnico conclusivo e, quando couber, parecer jurídico; 8. Deferimento ou indeferimento do pedido de licença, dando-se a devida publici- dade. O EIA/RIMA e a audiência pública são pressupostos para a outorga das licenças ambientais nos empreendimentos minerários, já que causam significa- tiva degradação ambiental. O licenciamento ambiental propriamente dito se ini- cia com a outorga da licença prévia e, posteriormente, a de instalação e de ope- ração, conforme já citado anteriormente. Cabe ressaltar que o EIA/RIMA e a au- diência pública podem-se fazer necessários entre uma etapa e outra. 16 6.1 Prazos (art. 14, 15, 16 e 18 da Resolução Conama n° 237/97) I - Prazo para análise das licenças: as licenças devem ser analisadas no prazo máximo de 6 meses a contar do ato de protocolar o requerimento até seu defe- rimento ou indeferimento, ressalvados os casos em que houver EIA/RIMA e/ou audiência pública, quando o prazo será de até 12 meses. O não cumprimento desses prazos sujeitará o licenciamento à ação do órgão que detenha compe- tência para atuar supletivamente. Carecendo o órgão ambiental de esclareci- mentos ou mesmo de estudos complementares, a contagem do prazo de 6 me- ses (ou 12 meses havendo EIA/RIMA e/ou audiência pública) será suspensa até a superação do incidente procedimental, o que deverá ocorrer dentro do prazo máximo de 4 meses, a contar do recebimento da respectiva notificação. O não cumprimento deste prazo sujeitará o empreendedor ao arquivamento de seu pe- dido de licença. Todos esses prazos poderão ser prorrogados, desde que justi- ficado e com a concordância do empreendedor e do órgão ambiental compe- tente. II - Prazo de validade das licenças ambientais: A licença prévia deverá ser, no mínimo, pelo prazo estabelecido pelo cronograma de elaboração dos planos, programas e projetos relativos ao empreendimento ou atividade, não podendo ser superior a 5 anos; a licença de instalação deverá ter, no mínimo, o prazo es- tabelecido pelo cronograma de instalação do empreendimento ou atividade, não podendo ser superior a 6 anos; a licença de operação deverá considerar os pla- nos de controle ambiental e será de, no mínimo, 4 anos e, no máximo, 10 anos (Tabela 2). O empreendedor deverá requerer a renovação da licença ambiental de operação com antecedência mínima de 120 dias da expiração do seu prazo de validade, fixado na respectiva licença, ficando este automaticamente prorro- gado até a manifestação definitiva do órgão ambiental competente. 17 Tabela 2: Fases de licença e o prazo de validade de cada uma delas. Fonte: http://www.meio- ambiente.mg.gov.br/regularizacao-ambiental/modalidades-de-licenciamento-ambiental 6.1.1 Modificação, suspensão e cancelamento das licenças (art. 19 da Resolução Conama n° 237/97) A licença ambiental possui uma estabilidade meramente temporal. Sendo assim, se o empreendedor obedecer todas as condicionantes constantes nas licenças recebidas, o Poder Público lhe garante que durante o prazo de vigência da mesma, nada mais será exigido a título de proteção ambiental. Porém, ha- vendo violação ou inadequação de quaisquer condicionantes ou normas legais; omissão ou falsa descrição de informações relevantes que subsidiaram a expe- dição da licença; ou superveniência de graves riscos ambientais e de saúde; o órgão ambiental competente, mediante decisão motivada, poderá modificar, sus- pender ou cancelar uma licença expedida. Modificar significa um acertamento das condicionantes e das medidas de controle e adequação, de modo a minimi- zar os riscos de danos ambientais. Não implica em nulidade do ato. Suspender importa em sustar a licença até que a obra ou atividade se adéqüe aos requeri- mentos ambientais exigidos. Cancelar significa fazer cessar obras ou atividades consideradas ilegais ou contrárias ao interesse público, uma vez que não pode haver direito a ilegalidade. 7 A publicidade no licenciamento ambiental Para assegurar a participação democrática no processo de decisão do licenciamento, nosso ordenamento jurídico exige a publicidade de todo o proce- dimento licitatório para que o público interessado tenha pleno conhecimento e possa intervir no processo. A falta de publicidade ou a sonegação indevida de informações durante o desenvolvimento do licenciamento ambiental retira a le- galidade do ato, que poderá ser nulificado pela própria administração ou pelo Poder Judiciário, por meio de ação popular (proposta por qualquer cidadão) ou ação civil pública (proposta pelo órgão legitimado - art. 5º da Lei nº 7.347/85). 18 8 Legislação aplicada ao licenciamento ambiental na mi- neração A legislação brasileira relacionada ao licenciamento ambiental em empre- endimentos minerários é distribuída em diversas leis e resoluções, que tem al- cance nacional, regional ou mesmo local. 8.1 A Constituição Federal, o Código de Mineração e outras leis específi- cas A mineração, como se observa, é uma atividade que traz inúmeros im- pactos negativos ao meio ambiente: desmatamento, poluição e assoreamento de cursos d’agua, poluição sonora, etc. Por isso, a atividade deve passar por intenso controle regulatório por parte do Estado e da sociedade, em suas diver- sas etapas. Lembramos que “qualquer alteração das propriedades físicas, quí- micas e biológicas do meio ambiente, afetando a biota, as condições estéticas e a qualidade dos recursos ambientais” deve ser considerada impacto ambiental (Resolução 1/86 CONAMA). A atividade de mineração é regulada pela Constituição Federal de 1988, pelo Código de Mineração e Leis específicas, além de atos normativos do De- partamento Nacional de Produção Mineral – (DNPM), Ministério de Minas e Energia (MME) e Ministério do Meio Ambiente (CONAMA). “O Código de Mineração está regulamentado pelo Decreto-Lei no 227, de 28 de fevereiro de 1967, que estabelece regras que estão voltadas à indústria de produção mineral. O Código conceitua as jazidas e as minas, estabelece os requisitos e as condições para a obtenção de autorizações, concessões, licenças e permissões, explicita os direitos e deveres dos portadores de títulos minerários, determina os casos de anulação, caducidade dos direitos minerários e regula outros aspectos da indústria mineral. Dispõe, ainda, sobre a competência da agência específica do Ministério de Minas e Energia, o Departamento Nacional de Produção Mineral – DNPM,na administração dos recursos minerais e na fis- calização da atividade mineral no País” (DNPM, 2010). 19 O Código foi sendo alterado por uma série de leis e normas subsequen- tes, todas a serem interpretadas em conformidade ao se estabeleceu a Consti- tuição Federal de 1988 sobre o setor minerário e sobre a garantia do direito ao meio ambiente sadio e de qualidade para as gerações atuais e futuras, devendo as atividades econômicas cumprir, portanto uma função ambiental. De acordo com a Constituição Federal de 1988, os recursos minerais de- vem ser tutelados juridicamente como bens ambientais, levando em considera- ção sua representatividade econômica, seu significado estratégico e sua notória relevância em face do próprio controle ambiental. Pelo artigo 225,§2o, recursos minerais são bens ambientais cuja gestão cabe à União (art. 20, IX, CF). 9 Licenciamento ambiental e exigência de estudos am- bientais A exigência do licenciamento ambiental na mineração é estabelecida pela Resolução CONAMA 237/97, que relaciona alguns empreendimentos e ativida- des, por meio de um rol exemplificativo (citado abaixo) para os quais o licencia- mento é obrigatório, e dentre esses está a mineração (Figura 2). Figura 2: Área de mineração (Fonte: Google). Estão sujeitos ao licenciamento ambiental os empreendimentos e as atividades relacionadas abaixo: - Extração e tratamento de minerais; - Pesquisa mineral com guia de utilização; - Lavra a céu aberto, inclusive de aluvião, com ou sem beneficiamento; 20 - Lavra subterrânea com ou sem beneficiamento; - Lavra garimpeira; - Perfuração de poços e produção de petróleo e gás natural. As leis 7805/89 (lavra garimpeira) e Resoluções CONAMA 09/90 e 10/90 dispõem mais especificamente sobre o licenciamento na mineração. A outorga da permissão de lavra garimpeira também depende de prévio licenciamento con- cedido pelo órgão ambiental competente (art 3a, lei 7805/89). A exigência da elaboração do Estudo Prévio de Impacto Ambiental (EPIA), previsto no art. 225, §1o, IV, da Constituição Federal, deve ser conside- rado no caso das atividades minerárias, uma vez que se se destaca pelo grau de ofensividade ao meio ambiente. A Resolução CONAMA 9/90 exige EIA/RIMA para atividades de lavra e/ou beneficiamento mineral das classes I,III,IV,V, VI, VII, VII e IX como jazidas me- talíferas, fertilizantes, combustíveis fosseis sólidos, rochas betuminosas e piro- betuminosas, gemas e pedras ornamentais, águas minerais e aguas subterrâ- neas. Para os minérios da classe II (jazidas de substancias minerais de emprego imediato na construção civil), o art. 3o da Resolução 10/90 diz que poderá ser dispensada a apresentação do estudo mediante parecer do órgão ambiental competente: Art. 3o A critério do órgão ambiental competente, o empreendimento, em função de sua natureza, localização, porte e demais peculiaridades, poderá ser dispensado da apresentação dos Estudos de Impacto Ambiental (EIA) e respec- tivo Relatório de Impacto Ambiental - RIMA. Parágrafo único. Na hipótese da dispensa de apresentação do EIA/RIMA, o empreendedor deverá apresentar um Relatório de Controle Ambiental (RCA), elaborado de acordo com as diretrizes a serem estabelecidas pelo órgão ambiental competente. Para ilustrar a questão dos recursos minerais, segue algumas in- formações quantitativas sobre produção, importação, exportação e consumo aparente dos principais minérios metálicos (ferrosos e não-ferrosos), relativas ao ano de 2008, estão apresentadas na Tabela 3: O garimpo, em sua forma tradicional, tornou-se ilegal a partir da Consti- tuição de 1988 e de leis complementares correspondentes. Com base na cons- tituição e na lei 7.805 de 18/07/89, a lavra garimpeira somente pode ser realizada 21 em “áreas de garimpagem”, assim instituídas pelo DNPM após avaliação prévia dos Estudos de Impacto Ambiental pelo IBAMA. Tabela 3: Produção, importação, exportação e consumo de minerais metálicos (2008) (Fontes: Sumário Mineral, 2009, DNPM e Sinopse 2010, SGM-DNPM. Nota: *produção em base úmida). A garimpagem fora destas áreas é considerada criminosa pela referida lei, sujeitando o infrator a pena de reclusão. Em geral, a autorização de pesquisa e o licenciamento de um projeto minerário deve cumprir as seguintes etapas: 1o – a empresa faz o pedido de alvará de pesquisa no DNPM de determinada área. Na fase de autorização para pesquisa mineral não se prevê obrigatoria- mente a realização do EIA. Lembre-se que o fato de não estar formalmente exigido o EIA, não se afasta a possibilidade de o IBAMA, os Estados ou municípios o exigirem, como aponta a Constituição Federal (1988), onde houver possibilidade de significativa degrada- ção ao meio ambiente; 2o – DNPM libera o alvará; 3o – a empresa inicia a pesquisa com o prazo de 3 anos, podendo pedir prorro- gação doprazo de pesquisa por igual período; 22 4o - identificação – a pesquisa é finalizada e identificada reserva mineral com potencial de investimento econômico; 5o - o relatório final de pesquisa é entregue ao DNPM; 6o - concessão - a empresa pede concessão para lavra por tempo indetermi- nado, enquantoa jazida render; 7o - licenças – para conseguir a concessão da lavra é necessário ter licenças ambientais dos órgãos ambientais competentes. Excetuado o regime de permis- são de lavra garimpeira, o empreendedor, quando da apresentação do Relatório de Pesquisa Mineral ao DNPM, deverá orientar-se junto ao órgão ambiental com- petente sobre os procedimentos para habilitação ao licenciamento ambiental. As solicitações da Licença Prévia - LP, da Licença de Instalação - LI e da Licença de Operação - LO deverão ser acompanhadas dos documentos relacionados nos anexos I, II e III da Resolução CONAMA 09/90, de acordo com a fase do empreendimento, salvo outras exigências complementares do órgão ambiental competente. De acordo com o Decreto no 97.632/89, os empreendimentos de minera- ção estão obrigados, quando da apresentação do Estudo de Impacto Ambiental (EIA) e do Relatório de Impacto Ambiental (RIMA), a submeter o Plano de Recu- peração de Área Degradada (PRAD) à aprovação do órgão de meio ambiente competente. Lembramos que o licenciamento ambiental constitui-se em um ato com- plexo, composto de diversas fases sequenciais com o fim de se garantir o prin- cípio da precaução ambiental. Por uma série de instrumentos previstos na legis- lação brasileira que se vinculam aos fins do Estado democrático, em todas essas etapas, incluindo a decisão política sobre o início do licenciamento, deve ser ga- rantida a participação popular. Relembremos os passos de um licenciamento em empreendimentos minerários: I – Elaboração do Termo de Referência junto ao órgão ambiental para realização dos Estudos de Impacto Ambiental; II – Elaboração dos estudos de impacto ambiental, de responsabilidade de equipe contratada pelo empreendedor, III – Parecer do órgão ambiental sobre o EIA-RIMA e divulgação por meio da realização de audiências públicas; 23 IV - Licença Prévia (LP) - fase preliminar do empreendimento ou da atividade, que diz respeito à localização e concepção do empreendimento, bem como atesta a viabilidade ambiental e estabelece os requisitos básicos e as condicio- nantes a serem atendidas nas próximas fases de sua implementação, observa- dos os planos municipais, estaduais ou federais de uso do solo. O Plano de Aproveitamento Econômico da Jazida (PAE), o Plano de Recupera- ção de Área Degradada (PRAD) e o EIA/RIMA são documentos técnicos exigi- dos para a obtenção da Licença Prévia, cuja tramitação é concomitante ao do pedido de concessão de lavra; V - Licença de Instalação (LI) - autoriza a instalação do empreendimento de acordo com as especificações constantes dos planos, programas e projetos aprovados,incluindo as obras e demais condicionantes; na mineração, corres- ponde à fase de desenvolvimento da mina, instalação do complexo mineiro e implantação dos projetos de controle ambiental; devem ser apresentadas nessa etapa a licença de desmate, quando for o caso, e a aprovação do Plano de Aproveitamento Econômico pelo DNPM; VI - Licença de Operação (LO) - autoriza a operação do empreendimento ou atividade, após a verificação do efetivo cumprimento do que consta das licenças anteriores. Corresponde nos empreendimentos minerários à fase da lavra e be- neficiamento do minério. “A realização, os trabalhos de pesquisa e a lavra em áreas de conserva- ção dependerão de prévia autorização de órgão ambiental que as administra” (art 17 da lei 7.805/89). Por meio da Lei Complementar 140/11, foram estabelecidas regras para competência do licenciamento ambiental. No geral, atividades com repercussão em mais de um Estado ou áreas limítrofes, áreas da União, terras indígenas ou atividades que envolvam uso de tecnologia nuclear, são de competência do ór- gão federal (IBAMA). Atividades em que a repercussão ultrapasse mais de um município ou incida sobre áreas estaduais, ou fora delegadas pela União ao es- tado por meio de instrumento legal, são de competência do estado. Via de regra a competência é do órgão público estadual. Necessidade de normas de automo- nitoramento, auditoria e inspeção. O cumprimento das condições de concessão da lavra deve ser feito pelo automonitoramento, pela auditoria ambiental da própria empresa e pela inspeção 24 dos órgãos públicos ambientais. Essas operações de controle, contudo, preci- sam ser controladas através de um mínimo de inspeções a serem feitas peIo IBAMA, pelos órgãos ambientais e especificamente pelo próprio DNPM, como lhe incumbe o art 3a, VI da lei 876/94 (cria o DNPM). A transparência administrativa é um dos componentes fundamentais da “moralidade” e da publicidade. Assim cabe ao DNPM possibilitar franco acesso aos resultados dos monitoramentos, inspeções e sanções impostas no âmbito de sua competência. Tais informações devem compor também o relatório de qualidade do ambiente (art 9a, XI, lei 6.938/81). A ausência de licença caracteriza crime previsto na Lei n.o 9605/98, que dispõe sobre as sanções penais e administrativas para as condutas lesivas ao Meio Ambiente. Art. 55. Executar pesquisa, lavra ou extração de recursos minerais sem a com- petente autorização, permissão, concessão ou licença, ou em desacordo com a obtida: Pena - detenção, de seis meses a um ano, e multa. Parágrafo único. Nas mesmas penas incorre quem deixa de recuperar a área pesquisada ou explorada, nos termos da autorização, permissão, licença, con- cessão ou determinação do órgão competente. Nota-se como demanda de melhoria do sistema, a necessidade de esta- belecimento de um instrumento semelhante à LO (Licença de Operação) para a etapa de desativação (uma espécie de Licença para desativação, ou como é conhecido em outros países, um “certificado de descomissionamento”). Por lei, deve haver correspondência entre as etapas de concessão de um título minerário e o processo de licenciamento e inspeção ambiental. Na prática, entretanto, o que se observa é que na maioria dos empreendimentos, as ações referentes ao licenciamento ambiental são realizadas de forma isolada das rela- cionadas ao planejamento e a concessão mineral, o que não permite a correta condução dos processos e geralmente leva a pressões por prazos no momento do licenciamento ambiental. 25 9.1 Mineração em Minas Gerais Várias iniciativas têm sido tomadas, com um número cada vez maior de convênios firmados entre municípios e órgãos titulares da gestão de meio ambi- ente e desenvolvimento sustentável nos Estados, como no caso específico de Minas Gerais. Tal abordagem tende a ocasionar uma gradativa mudança na ma- neira como será visto o Licenciamento Ambiental de pequenos, médios e gran- des empreendimentos, além de suas limitações, em especial na análise da avo- cação da competência municipal para o licenciamento de atividades de minera- ção, seguramente um dos aspectos de maior controvérsia. Em Minas Gerais, o acordo firmado entre a municipalidade e o Estado faz parte de um programa de municipalização do Licenciamento Ambiental empreendido pela SEMAD (Secre- taria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável), conforme previsão da Deliberação Normativa COPAM nº 213/2017, com adesão de 117 cidades mineiras até então. É o caso, por exemplo, de Congonhas, na região Central e grande polo estadual minerário, que firmou acordo prévio em 2019 para exercer a competência de análise de processos de licenciamento ambiental de baixo impacto local, conforme a prerrogativa conferida pela Deliberação Norma- tiva supracitada, observadas as hipóteses previstas por seu anexo único. Ato subsequente, o convênio definitivo do município em comento foi assi- nado em 24/06/2020, ampliando sua atuação na prestação de serviços ambien- tais e no licenciamento de empreendimentos e atividades até a Classe IV. O convênio também permite ao município analisar os pedidos de intervenções am- bientais em zona rural em bioma de mata atlântica, por exemplo, mediante a concessão de anuência prévia do IBAMA - obviamente - em atividade licencia- dora que até então tramitava sob a competência una da SEMAD, através do IEF e seus escritórios regionais delegados. No caso específico das atividades de mineração, e especialmente a extração do minério de ferro, responsável por con- siderável fatia do PIB mineiro, uma primeira análise nos permite dizer, no en- tanto, que a sujeição à competência de licenciamento ambiental municipal não é tão automática, por duas razões: primeiramente pelo porte e potencial poluidor dessas atividades, que sequer fazem parte do compêndio de atividades previstas pela DN COPAM nº 213/2017. Além disso, grande parte destes empreendimen- tos está inserida em mais de um município, o que elide a hipótese de aplicação 26 da competência municipal licenciadora, nos termos expressos pelo art. 3º da norma, senão vejamos: “Art. 3º Não serão licenciados pelos municípios, ainda que constantes do anexo único, os empreendimentos e atividades que causem ou possam causar impacto ambiental de âmbito local: I - enquadrados no art. 7º, inciso XIV e parágrafo único da Lei Complementar nº 140, de 2011, e nos respectivos regulamentos; II - cuja ADA (área diretamente afetada) ou AID (área de influência dirata) ultra- passe os limites territoriais do município, salvo quando houver delegação de exe- cução da atribuição licenciatória; III - localizados ou desenvolvidos em unidades de conservação instituídas pela União ou pelo Estado, exceto em Áreas de Proteção Ambiental - APA, nos ter- mos do art. 12 da Lei Complementar Federal nº 140, de 2011; IV - acessórios ao empreendimento principal, assim considerados aqueles exer- cidos pelo mesmo empreendedor e cuja operação é necessária à consecução da atividade ou empreendimento principal, nas hipóteses em que este for licen- ciável pela União ou pelo Estado; V – cuja atribuição para o licenciamento tenha sido delegada pela União aos Estados; VI – enquadrados nas hipóteses definidas pelo Decreto nº 45.097, de 12 de maio de 2009 ou pela Deliberação Normativa COPAM nº 169, de 26 de agosto de 2011.” Somado a isso o entendimento predominante e referendado pelo CO- PAM-Conselho Estadual de Política Ambiental, acerca da necessidade de con- sideração das atividades desenvolvidas em um complexo de mineração de modo integrado, o que se alinha ao disposto pelo art. 3º, inciso IV da DN COPAM nº 213/2017 e ratifica a não aplicabilidade do convênio firmado entre Prefeituras e SEMAD nesse contexto em especial, face à competência originária do Estado já 27 exercida por suas SuperintendênciasRegionais (SUPRAM´s, SUPPRI), em ra- zão da regra estipulada pela Lei Complementar nº 140/2011, que fixa critérios para a definição de competências entre os entes federativos quanto à proteção, fiscalização e licenciamento ambiental. Não obstante a extrema valia e acerto estratégico quanto à municipalização do Licenciamento Ambiental, a observân- cia das limitações impostas pela legislação e pelo próprio porte e escopo de al- gumas atividades e empreendimentos deverá sempre ser observada por gesto- res públicos, a fim de validar a gradativa atuação dos municípios, além de deso- nerar os órgãos estaduais da análise de processos e procedimentos, liberando- as às análises de feitos mais complexos e de maior potencial poluidor, o que ao final agilizará os trâmites e permitirá maior celeridade para o empreendedor. 9.2 Empresas irregulares e as possibilidades de regularização ambiental É muito comum, principalmente nos casos de grandes empreendimentos que causam impactos ambientais significativos, as empresas iniciarem as obras sem terem a licença de instalação. Nesses casos, a obra é ilegal e os responsá- veis cometem crime ambiental (Lei de Crimes Ambientais - Lei 9.605/98). Com o intuito de promover a regularização destes empreendimentos, foi prevista a possibilidade de um Termo de Compromisso para que a empresa passe a cumprir algumas exigências feitas pelo órgão ambiental. Nesse caso, será emitida a licença de instalação, sem a necessidade de recorrer ao licencia- mento prévio. Quando firmado o Termo de Compromisso, a empresa ainda se beneficia com a suspensão da multa aplicada em decorrência da ausência de licenciamento. Ficam também suspensas as sanções administrativas. 9.3 Recuperação da área degradada Um dos princípios do Direito Ambiental é o da responsabilização dos cau- sadores de danos ambientais, princípio este que também pode ser chamado de princípio da recuperação da qualidade ambiental, ou da recuperação da área degradada. Com efeito, esse princípio encontra-se expresso na Constituição da República Federativa do Brasil e na Lei n.o 6.938, de 31 de agosto de 1981, que 28 institui a Política Nacional do Meio Ambiente, quando esta estabelece, por meio de seu art. 2.o, que essa Política tem como objetivo a preservação, melhoria e a recuperação da qualidade ambiental, atendidos alguns princípios, dentre eles o da recuperação de áreas degradadas, previsto no inciso VIII. A CF/88, em seu art. 225, § 2o e§3o, e a Lei 6938/81, em seu art. 2o, estabelecem que: Art. 225. [...] § 2o Aquele que explorar recursos minerais fica obrigado a recuperar o meio ambiente degradado, de acordo com a solução técnica exigida pelo órgão pú- blico competente, na forma da lei. § 3o As condutas e atividades consideradas lesivas ao meio ambiente sujeitarão os infratores, pessoas físicas ou jurídicas, a sanções penais e administrativas, independentemente da obrigação de reparar os danos causados. [...] Lei 6938/81 Art. 2.o Para efeito deste decreto são considerados como degradação os pro- cessos resultantes dos danos ao meio ambiente, pelos quais se perdem ou se reduzem algumas das suas propriedades, tais como a qualidade ou capacidade produtiva dos recursos ambientais. A recuperação da área degradada deve ser feita concomitantemente à exploração. O dever de evitar-se a poluição e o perigo de uma empresa minera- dora acabar ou até ficar insolvente após a exploração de uma mina, faz com que a que a atividade de recuperação seja realizada ao mesmo tempo em que se faz a exploração dos recursos minerais. O projeto de recuperação apresentado pelo empreendedor dependerá da concordância do órgão ambiental competente. A recuperação deve ser feita consoante a solução técnica indicada pelo poder pú- blico. A responsabilidade dos que exploram a mineração não se esgota na re- cuperação do meio ambiente natural degradado (art 225, §2o CF) mas também em relação aos impactos à vida em todas as suas formas, o que levará ao con- trole do meio ambiente cultural, artificial e do trabalho na forma da lei. 29 A responsabilidade da pessoa física ou jurídica é objetiva, independente de culpa. Também a lei 7805/89 esclarece que o titular de autorização de pes- quisa responde pelos danos causados ao meio ambiente. 10 Áreas de restrições ou impedimentos da exploração mineral O art. 225 , §1a, III, da CF, garante a proteção de áreas naturais e veda a sua utilização de forma que comprometa a integridade desses atributos. Só é permitida a exploração mineral em unidades de conservação se houver autori- zação legal e não pode ser explorada em espaços especialmente protegidos se houver comprometimento da integridade os atributos (art.22,§1,III, CF). Nas unidades de proteção integral, a Lei do SNUC, Lei 9985/2000, em seu art.7o, §1o, proíbe o uso direto de recursos naturais nessas unidades. Quanto às unidades de uso sustentável, deve ser analisada a compatibilidade da exploração de recursos minerais com o regime jurídico de cada uma das ca- tegorias de unidade desse grupos. Vejamos o que diz a respeito a Lei do SNUC (Sistema nacional de Unidades de Conservação): LEI No 9.985, DE 18 DE JULHO DE 2000. Art. 2o Para os fins previstos nesta Lei, entende-se por: IX - uso indireto: aquele que não envolve consumo, coleta, dano ou destruição dos recursos naturais; X - uso direto: aquele que envolve coleta e uso, comercial ou não, dos recursos naturais; Art. 7o As unidades de conservação integrantes do SNUC dividem-se em dois grupos, com características específicas: I - Unidades de Proteção Integral; II - Unidades de Uso Sustentável. § 1o O objetivo básico das Unidades de Proteção Integral é preservar a natureza, sendo admitido apenas o uso indireto dos seus recursos naturais, com exceção dos casos previstos nesta Lei. 30 § 2o O objetivo básico das Unidades de Uso Sustentável é compatibilizar a con- ser vação da natureza com o uso sustentável de parcela dos seus recursos na- turais. Art. 8o O grupo das Unidades de Proteção Integral é composto pelas seguintes categorias de unidade de conservação: I - Estação Ecológica; II - Reserva Biológica; III - Parque Nacional; IV - Monumento Natural; V - Refúgio de Vida Silvestre. Art. 14o Constituem o Grupo das Unidades de Uso Sustentável as seguintes categorias de unidade de conservação: I - Área de Proteção Ambiental; II - Área de Relevante Interesse Ecológico; III - Floresta Nacional; IV - Reserva Extrativista; V - Reserva de Fauna; VI – Reserva de Desenvolvimento Sustentável; e VII - Reserva Particular do Patrimônio Natural. Nas unidades de uso sustentável, é preciso analisar se tal atividade se adequa à descrição e aos objetivos/finalidades de cada categoria e ao plano de manejo da unidade, tendo sempre em conta o que dizem o art. 225, parágrafo primeiro, inciso III, in fine, da Constituição Federal e o art. 28 da Lei do SNUC: Constituição Federal Art. 225 § 1o - Para assegurar a efetividade desse direito, incumbe ao Poder Público: III - definir, em todas as unidades da Federação, espaços territoriais e seus componentes a serem especialmente protegidos, sendo a alteração e a supres- são permitidas somente através de lei, vedada qualquer utilização que compro- meta a integridade dos atributos que justifiquem sua proteção; Lei do SNUC 31 Art. 28. São proibidas, nas unidades de conservação, quaisquer alterações, ati- vidades ou modalidades de utilização em desacordo com os seus objetivos, o seu Plano de Manejo e seus regulamentos. Como não poderia ser diferente, a mineração em área de preservação permanente fica sujeita ao licenciamento ambiental, em que poderá ser exigido o EIA/RIMA ou algum outro estudo ambiental, a depender de o caso concreto ser hipótese de atividade causadora ou potencialmente causadora de significa-tivo impacto ambiental, ou simplesmente de impacto ambiental sem essa carac- terística de expressividade. Esse é o entendimento que emana da análise do art. 7.o, caput e § 1.o, da Resolução 369/06 A lavra e a pesquisa de recursos minerais em terras indígenas só podem ser realizadas com autorização do Congresso Nacional, ouvidas as comunida- des afetadas (art 231, §3, CF). Por força da Convenção 169 da Organização Internacional do Trabalho (OIT), interpretação semelhante no sentido da obriga- toriedade da consulta também é cabível quando afetadas outras comunidades tradicionais, como os quilombolas por exemplo. Ano passado (2019), o presidente assinou o PL 191/2020, que regula- menta a exploração de minérios, hidrocarbonetos e o potencial hidrelétrico em Terras Indígenas (TIs). Em linhas gerais, o PL 191 regulamenta a mineração – inclusive por meio de garimpos –, a geração de energia elétrica e a exploração e produção de petróleo, gás natural e outros hidrocarbonetos em terras indígenas. O projeto estabelece as condições específicas para a realização de pesquisa e exploração dos recursos naturais e regulamenta como se dará a in- denização às comunidades indígenas cujos territórios receberem empreendi- mentos. Ele também altera leis anteriores que tratam de atividades econômicas permitidas em TIs, liberando o cultivo de organismos geneticamente modificados dentro destas áreas. O projeto foi elaborado pelos ministérios da Justiça e Segurança Pública e de Minas e Energia, sem a participação das comunidades indígenas na cons- trução da proposta. O texto foi assinado pelo presidente Jair Bolsonaro durante solenidade oficial dos 400 dias de governo. A justificativa do Governo Federal é de que as terras indígenas devem ser aproveitadas economicamente. No entanto, a exploração econômica – como agricultura, pecuária, extra- tivismo e turismo – de indígenas em seus territórios, já é permitida pela lei. O https://www.oeco.org.br/wp-content/uploads/2020/02/PL-191-2020-1.pdf 32 que falta é apoio e incentivo governamental para que ela seja realizada. Os ín- dios não estão proibidos de fazer nenhum tipo de atividade dentro das terras deles. O que é proibido pelo Estatuto do Índio é o arrendamento, é a atividade de não-índio que cerceie a posse permanente e o usufruto exclusivos das comu- nidades indígenas. A partir do momento que as atividades são praticadas pelos próprios índios, não existe nenhum tipo de problema, nem de comercialização, nem de extrativismo. Antes do PL 191/2020, outros projetos de lei já tentaram regulamentar a exploração mineral em Terras Indígenas. Esse é o caso do PL 1610/1996, do senador Romero Jucá (MDB/RR). Este projeto ficou parado por 16 anos, mesmo aprovado no Senado. Em 2012, ele teve um substitutivo, de autoria do deputado Édio Lopes (MDB-RR), historicamente ligado ao ga- rimpo. Em 2015 foi criada uma comissão especial para analisar a proposta, mas sua tramitação não teve prosseguimento. Além do PL de Jucá, ao menos outros cinco projetos de lei de diferentes parlamentares versavam sobre o mesmo as- sunto. Apesar das diferenças de conteúdo, os projetos tratavam, de forma geral, da abertura das terras indígenas para a exploração econômica do subsolo. A diferença, segundo especialistas, é que o PL 191/2020 traz a marca do governo atual. 33 Refêrencias BARROS, J. N. Legislação Ambiental Aplicada à Mineração. Cruz das Almas, BA. UFRB, 2017. Resolução CONAMA n° 237/97. FIORILLO, Celso Antonio Pacheco. Curso de Direito Ambiental Brasileiro. Edi- tora Saraiva. 6ª edição - 2005. MILARÉ, Edis. Direito do Ambiente doutrina – jurisprudência - glossário. Editora Revista dos Tribunais. 4ª edição – 2005. MACHADO, Paulo Affonso Leme. Direito Ambiental Brasileiro. Editora Malhei- ros. 9ª edição – 2001. http://www.meioambiente.mg.gov.br/regularizacao-ambiental/modalidades-de-li- cenciamento-ambiental https://www.significados.com.br/licenciamento-ambiental/ https://institutominere.com.br/blog/a-municipalizacao-do-licenciamento-ambien- tal-na-mineracao http://www.siam.mg.gov.br/sla/download.pdf?idNorma=43778 https://www.significados.com.br/licenciamento-ambiental/ https://institutominere.com.br/blog/a-municipalizacao-do-licenciamento-ambiental-na-mineracao https://institutominere.com.br/blog/a-municipalizacao-do-licenciamento-ambiental-na-mineracao http://www.siam.mg.gov.br/sla/download.pdf?idNorma=43778
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